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Produção Técnica Nº 001

SPDA RADIOATIVO
Eng. Eletricista Bianca A. Martinez e Carlos E. Cisi

1. OBJETIVO

Tem o presente a finalidade de servir como elemento técnico para análise das
instalações de Pára-raio radioativo ainda existentes, identificando as características
legais e técnicas quanto a sua desativação.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para as conclusões expressas nesta produção a partir do


levantamento das características histórica, construtiva, legal e técnica dos Pára-Raios
radioativos e as características da edificação e sua instalação.

3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção de


estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro, 2005.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra


descargas atmosféricas. Vol 1. Rio de Janeiro, 2015.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra


descargas atmosféricas. Vol 2. Rio de Janeiro, 2015.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra


descargas atmosféricas. Vol 3. Rio de Janeiro, 2015.

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra


descargas atmosféricas. Vol 4. Rio de Janeiro, 2015.

• COMISSÃO Nacional de engenharia nuclear. Resolução CNEN n° 4, de 19 de


abril de 1989. Disponível em:< http://www.cnen.gov.br/ Acesso em: 16 nov.
2016.

• BRASIL. Decreto n.° 33132, de 23 de abril de 1993 - Dispõe sobre a substituição


e retirada de pára-raios radioativos, e dá outra providências. Diário Oficial do
Município de São Paulo, 24/04/1993, p. 1 .

• BRASIL. Decreto n.° 56.819, de 10 de março de 2011, Institui o Regulamento de


Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco no Estado de São
Paulo e dá providências correlatas . Diário Oficial [da] Republica Federativa do
Brasil , Brasília, DF, 11 mar. 2011, p.1

• CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Lei 8.078 de 11/09/90. Diário Oficial da


União, Brasília, 1990.

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• MARUMO, Julio Takehiro. Avaliação da contaminação provocada por para-raios


radioativos de amerício-241 descartados em lixões. 2006. 144f. Tese
(Doutorado em Ciências de Tecnologia Nuclear) - Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2006.

• MIRANDA, L.E.T.; VICENTE, R. Processos para gestão dos pára-raios radioativos


no Brasil. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. Departamento de
Rejeitos Radioativos. São Paulo, 1999.

• MOURA, Grazielle C.; DIAS, Junio G.; MATTOS JÚNIOR, Pedro A.. A evolução dos
pára-raios.

• ALVES, Normando. Para-raios Radioativos. Termotécnica Para-raios. Belo


Horizonte. Disponível em: <http://www.tel.com.br/informacoes-
tecnicas/pararaios/ para-raios-radioativos/>. Acesso em: 16 nov. 2016.

4. LEVANTAMENTO

4.1 Histórico

O Pára-raio, assim conhecido popularmente, fora inventado por Benjamin Franklin em


1752 após seu experimento da pipa e a chave, descobrindo que os raios são
fenômenos elétricos.

Seu funcionamento é baseado no “poder das pontas”, onde a concentração de cargas


elétricas por unidade de área superficial é mais elevada nas pontas possuindo um
campo elétrico mais intenso. Sendo que quando o campo elétrico atinge um
determinado valor o ar entorno da ponta se ioniza e se descarrega através do
condutor de descida até o aterramento.

Em 1914, Szillard realizou experimento utilizando fonte de Rádio-226 em um pára-raio


tipo Franklin e constatou que houve um aumento de corrente quando o mesmo era
submetido a um campo elétrico, atribuindo assim à radiação tal ionização do ar
provocada. Assim o pára-raio radioativo tornou-se popular, por teoricamente
aumentar a área de proteção.

No Brasil sua comercialização iniciou nos anos 70 com a importação de Amerício-241.

4.2 Construtivo

No Brasil, em sua maioria fora fabricado através de deposição de amerício na forma


de óxido (2μm), em uma matriz de ouro recoberta com um liga de ouro-paládio (2μm)
e preso em um suporte de prata formando uma fita que era cortada em pedaços de

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aproximadamente 1cm e fixados em um porta-fonte e rebitada na estrutura do captor.


(Miranda e Vicente, 1999; Carvalho et al., 1987; Clain et al., 1999).

Os fabricantes desses pára-raios na época, garantiam por meio de atestados


negativos de testes de vazamento realizados pelos fabricantes das fontes que não
havia possibilidade de vazamento de material radioativo. Os fabricantes pediam
também ao IPEN realização de testes de imersão e lixiviação por ultra-som e os
resultados corroboraram essa qualidade. (Miranda e Vicente, 1987)

Convém salientar que os captores radioativos haviam sido desenvolvidos a partir das
ideias predominantemente teóricas de cientistas e físicos e que, na época em que
foram propostas, quase não haviam métodos normatizados e tecnologias capazes de
confirma-las e embasá-las (MARUMO, 2006).

Assim em 1968 o cientista alemão Müller Hillebrand constatou que os captores


radioativos não eram tão eficientes como acreditava Capart e que tinham
comportamento semelhante ao captor de Franklin dentro de um mesmo campo
elétrico. Assim a utilização desses captores com radioisótopos tiveram sua utilização
suspensa em vários países. No Brasil tais captores passaram a ter sua utilização
proibida a partir de 19 de abril de 1989.

Em relação as características radioativas, o Amerício é um metal artificial de número


atômico 95, pertencente a série dos actínideos, e não possui isótopos estáveis e com
meia vida de aproximadamente 432 anos. As partículas alfa resultantes do processo
de decaimento oferecem pouco risco por irradiação externa, pois tem alcance máximo
no ar de 4 cm e, no tecido do corpo humano, apenas alguns milésimos de milímetro.
Quanto a radiação gama, 2 a 3 cm de tecido do corpo humano, são suficientes para
reduzir à metade o número de fótons (Miranda e Vicente, 1999).

No entanto, o Am-241 é classificado como de radiotoxidade muito alta quando


ingerido ou inalado. (CNEN, 1984)

Vale ressaltar ainda que embora os fabricantes dos pára-raios radioativos


apresentassem os atestados de garantias de estanqueidade, a maioria dos pára-raios
recebidos no IPEN e analisados, demonstram que a fonte de Amerício foi removida da
placa, a cobertura de ouro-paládio aparece com muitas ranhuras e manchas escuras,
os pratos e haste contaminados, o corte da fita com óxido de amerício exposto, o que
representa que a garantia atestada não fora atendida. (MARUMO, 2006).

4.3 Legal

Através de resolução emitida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).


Nessa resolução, a CNEN, entre outras fundamentações, se baseou no estudo do
cientista alemão para suspensão da utilização dos Pára-raios radioativos.
(RODRIGUES, 2010 p.15).

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A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), usando das


atribuições que lhe confere o artigo 1o, inciso I, da Lei no 6.189, de
16 de dezembro de 1974, o artigo 141 do Decreto no 51.726, de 19
de fevereiro de 1963, e o artigo 21, incisos I e V do Decreto no
75.569, de 07 de abril de 1975, por decisão de sua Comissão
Deliberativa, na 53ª Sessão, realizada em 19 de abril de 1989,
Considerando que o comércio de substâncias radioativas constitui
monopólio da União, instituído pela Lei no 4.118, de 27 de agosto
de 1962, artigo 1o, inciso II, in fine;
Considerando que esse monopólio é exercido pela CNEN na
qualidade órgão superior de orientação, planejamento, supervisão
e fiscalização;
Considerando que compete à CNEN baixar normas gerais sobre
substâncias radioativas;
Considerando que à CNEN cabe, ainda, registrar as pessoas que
utilizem substâncias radioativas, bem como receber e depositar
rejeitos radioativos;
Considerando a proliferação do uso de substâncias radioativas em
pára-raios;
Considerando que não está tecnicamente comprovada a maior
eficácia de pára-raios radioativos em relação aos convencionais e
que, portanto, o "princípio da justificação" previsto na Norma
CNEN-NE-3.01 – "Diretrizes Básicas de Radioproteção" não está
demonstrado;
Considerando a necessidade de dar destino adequado ao material
radioativo dos pára-raios radioativos desativados,
Resolve:
1. Suspender, a partir da vigência desta Resolução, a concessão de
autorização para utilização de material radioativo em pára-raios.
2. O material radioativo remanescente dos pára-raios desativados
deve ser imediatamente recolhido à CNEN.
3. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXO I
1. A maior eficácia de para-raios radioativos em relação aos
convencionais não está tecnicamente comprovada, contrariando
assim o princípio da justificação, qual seja: “Qualquer atividade
envolvendo radiação ou exposição deve ser justificada em relação
a outras alternativas e produzir um benefício líquido positivo para a
sociedade”;
2. Para-raios radioativos em bom estado de conservação podem
permanecer instalados, sob o ponto de vista de radioproteção, até
que venham a ser substituídos por dispositivos convencionais;
3. Os para-raios radioativos instados não oferecem risco de
radiação externa para pessoas, uma vez que contém pequenas
quantidades de material radioativo afixado aos mesmos;
4. No caso de desativação de tais dispositivos e com o objetivo de
evitar a dispersão de radioisótopos no meio ambiente, os mesmos
devem ser entregues à CNEN.

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Contudo, não houve a obrigatoriedade de retirada dos equipamentos já instalados,


ficando a critério dos proprietários ou por determinações das autoridades estaduais e
municipais, como é o caso do município de São Paulo por exemplo através do
DECRETO 33132/93 transcrito abaixo:
Decreto nº 33.132, de 23 de abril de 1993
Dispõe sobre a substituição e retirada de pára-raios radioativos, e
dá outra providências.
Paulo Maluf, Prefeito do Município de São Paulo, usando das
atribuições que lhe são conferidas por lei, e;

Considerando que é dever da Prefeitura do Município de São Paulo


não só garantir boas condições de saúde à população, como
também zelar pela segurança dos imóveis;
Considerando que o manuseio de radioisótopos requer cuidados
específicos para manutenção e descarte, a fim de evitar riscos ao
meio ambiente e a saúde;
Considerando o disposto na Resolução nº 4, de 19 de abril de 1989,
na Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, publicada no
Diário Oficial da União, em 19 de maio de 1989, que suspende a
concessão de autorização para utilização de material radioativo em
pára-raios;
Considerando que não está comprovado o aumento do raio de
proteção pela presença de material radioativo;
Considerando a explícita exclusão deste tipo de equipamento no
corpo da NBR 5419, em seu item "campo de aplicação”;
Considerando o disposto no Anexo 17, item 17.J.5, do Decreto nº
32.329, de 23 de setembro de 1992, que proíbe o uso de captor
iônico-radioativo;

Decreta:
Art. 1º - Os proprietários de edificações que tenham pára-raios
radioativos instalados deverão efetuar sua substituição e
adequação do sistema de proteção contra descargas elétricas
atmosféricas à NBR 5419 da ABNT, garantindo abrangência para
todo o imóvel.

Art. 2º - Fica estipulado o prazo de 720 (setecentos e vinte) dias


para atendimento do disposto no artigo 1º.

Art. 3º - A retirada do material radioativo e sua destinação deverão


obedecer às normas e legislação pertinentes.
Art.4º - Os responsáveis pela desativação dos captores iônicos
radioativos deverão providenciar sua entrega ao órgão
governamental competente (CNEN - Comissão Nacional de Energia
Nuclear), com o objetivo de evitar a dispersão de radioisótopos no
meio ambiente.
Art. 5º - A regulamentação complementar do disposto neste
decreto será efetuada através de Portaria do Diretor do
Departamento de Controle do Uso de Imóveis - CONTRU.
Art. 6º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrario.

4.4 Técnico

Porém nem todos os municípios e estados tiveram tal iniciativa, ficando assim a maior
influência pautada pela ABNT NBR 5419 que desde sua atualização de 1993 fixa as
condições e materiais exigíveis em projeto, instalação e manutenção dos sistemas de

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proteção contra descargas atmosféricas, não admitindo quaisquer recursos artificiais


destinados a aumentar o raio de proteção dos captores, como os radioativos.

Já que fora comprovado que sua eficiência é igual ao captor tipo Franklin.
NBR 5419/2015 – PARTE 3- 5.2 SUBSISTEMA DE CAPTAÇÃO
5.2.1 GERAL
“Subsistemas de captação podem ser compostos por qualquer
combinação dos seguintes elementos:
- hastes (incluindo mastros);
- condutores suspensos;
- condutores em malha.
Para estar conforme esta Norma, todos os tipos de subsistemas de
captação devem ser posicionados de acordo com 5.2.2, 5.2.3 e
Anexo A. Todos os tipos de elementos captores devem cumprir na
íntegra as exigências desta Norma.”
“Esta Norma somente especifica os métodos de captação citados
nesta seção. Recursos artificiais destinados a aumentar o raio de
proteção dos captores ou inibir a ocorrência das descargas
atmosféricas, não são contemplados nesta Norma.”
“NOTA: Recomenda-se que os captores que contenham material
radioativo sejam retirados de acordo com a resolução 04/89 da
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN ).”

NBR 5419/2005, 5419/2001 e 5419/1993


4. CARACTERÍSTICAS GERAIS
“4.7 O projeto, a instalação e os materiais utilizados em um SPDA
devem atender plenamente a esta Norma. Não são admitidos
quaisquer recursos artificiais destinados a aumentar o raio de
proteção dos captores, tais como captores com formatos especiais,
ou de metais de alta condutividade, ou ainda ionizantes,
radioativos ou não. Os SPDA que tenham sido instalados com tais
captores devem ser redimensionados e substituídos de modo a
atender a esta Norma.”

Ficando também por parte da fiscalização das medidas de segurança contra incêndio
realizada pelo Corpo de Bombeiros, onde uma das medidas é o sistema de proteção
contra descargas atmosféricas estar de acordo com as normas brasileiras oficiais. Tal
fiscalização delibera sobre a liberação e renovação do AVCB das edificações.
ESTADO DE SÃO PAULO
DECRETO Nº 56.819, DE 10 DE MARÇO DE 2011.
Institui o Regulamento de Segurança contra Incêndio das
edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo e estabelece
outras providências.
GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de
suas atribuições legais,
Decreta:
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Artigo 1º – Este Regulamento dispõe sobre as medidas de
segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco,
atendendo ao previsto no artigo 144 § 5º da Constituição Federal,
ao artigo 142 da Constituição Estadual, ao disposto na Lei Estadual
nº 616, de 17 de dezembro de 1974, na Lei Estadual nº 684, de 30
de setembro de 1975 e no Decreto Estadual nº 55.660, de 30 de
março de 2010.
CAPÍTULO IX
Das Medidas de Segurança contra Incêndio

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Artigo 24 – Constituem medidas de segurança contra incêndio das


edificações e áreas de risco:
XXII – sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA);
CAPÍTULO X
Do Cumprimento das Medidas de Segurança contra incêndio
Artigo 30 – As edificações e áreas de risco devem ter suas
instalações elétricas e sistema de proteção contra descargas
atmosféricas (SPDA) executados, de acordo com as prescrições das
normas brasileiras oficiais e normas das concessionárias dos
serviços locais.

Outra legislação que respalda os profissionais da área quanto a necessidade de


retirada destes dispositivos é a Lei de Proteção do Consumidor que proíbe o
fornecimento de serviços e produtos que não atendem a ABNT vigente.
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 – Dispõe sobre a
proteção do consumidor e dá outras providências.
“(…) Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,
dentre outras práticas abusivas:
(…) VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos
oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro);(...)”

4.5 Edificação

Ressalta-se que esses pára-raios são, em quase sua totalidade, instalados nos pontos
mais altos dos prédios, que consequentemente é a caixa d'água. E sendo que a
estanqueidade não é comprovada, o risco de contaminação é maior, visto sua alta
radiotoxidade por ingestão, conforme reportagem no blog denilsondalmeida de
Denilson D'Almeida em entrevista ao Capitão Afonso do Corpo de Bombeiros do Pará
em 27 de Março de 2011.
“Durante a pesquisa de campo, o capitão Afonso constatou que,
em alguns prédios, os pára-raios radioativos foram instalados sobre
a caixa d'água, ponto mais alto da edificação. Com a oxidação do
amerício, a água utilizada pelo condomínio pode ter sido
contaminada – neste caso, o risco é muito maior porque houve
contato direto com o material contaminado (a água).”

Pontua-se também a viabilidade técnica para realização das adequações do sistema


de proteção contra descargas atmosféricas conforme normas vigentes, uma vez que
sua instalação é tipicamente externa a edificação, o que não comprometeria em nada
a estrutura e ainda melhoraria a proteção da mesma.

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5. CONCLUSÃO

Considerando que o Pára-raio radioativo não atende aos materiais e equipamentos


definidos pela ABNT NBR 5419/2015 e que tal norma é uma obrigação legal (Lei de
proteção ao consumidor) e de segurança (Corpo de Bombeiros), além de ser a
referência técnica vigente que abrange qualquer atividade profissional sobre todo o
Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas.

Considerando que fora comprovado que a área de proteção destes dispositivos não
são maiores que um captor tipo Franklin, o que caracteriza que a edificação não está
totalmente protegida.

Considerando os riscos de contaminação, e a responsabilidade ambiental que a


edificação e consequentemente seus responsáveis civis e penais estão sujeitos pela
manutenção desse dispositivo instalado.

Considerando a viabilidade técnica da edificação para se adequar as normas vigentes


atuais e assim aumentar seu nível de proteção.

Conclui-se que tal dispositivo não deve ser mantido instalado em nenhuma edificação,
e que o mesmo deve ser retirado atendendo as exigências quanto ao manuseio e
transporte para entrega ao CNEN do rejeito radioativo. E também que a edificação
deve realizar as adequações necessárias do Sistema de Proteção contra Descargas
Atmosféricas em atendimento a norma vigente para que suas instalações possam ser
atestadas por profissionais da área junto ao Corpo de Bombeiro, Prefeitura e demais
órgãos fiscalizadores.

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