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Cíclotron e Radiofamácias

MSc. Felipe Simas dos Santos


E-mail: felipesimass@gmail.com
HISTÓRICO
➢1930’s – Ideia/Criação do Cíclotron Criado por Ernest Lawrence e Stanley Livingston;

➢1932 – O equipamento foi colocado em operação pela primeira por Ernest Lawrence, na
Universidade da Califórnia, em Berkeley;


HISTÓRICO

➢1934 – Trabalhos de transmutação artificial (foi produzido artificialmente 30P e 13N) de


Irène Curie (1897 – 1956) e Frédéric Joliot (1900 – 1958) (Nobel química em 1935);

• 1941 – Primeiro Cíclotron com finalidade médica foi construído na Universidade de


Washington;
HISTÓRICO
➢1950/1960 – O IPEN iniciou suas atividades na área de produção de
radioisótopos, tornando-se, além de um Instituto de Pesquisas na área nuclear,
também, um centro produtor de radioisótopos para as áreas de medicina,
agricultura e indústria;

➢1980’s – O IPEN coloca em operação um acelerador de partículas, o Cíclotron


modelo CV-28, com características mais voltadas para pesquisa;

➢1990’s – O IPEN já produzia o Iodo-123 de forma comercial e o fornecia a


centros de diagnóstico de medicina nuclear;

➢2006 – Fim do monopólio Estatal sobre a produção de Radioisótopos e


Radiofármacos de meia-vida curta.
REFERÊNCIAS
O QUE É UM
CÍCLOTRON?
➢Os cíclotrons são os aceleradores mais utilizados para produção de
radioisótopos de aplicações médicas. Seu princípio de funcionamento
está baseado na aceleração de partículas carregadas por dois
eletrodos alimentados por uma fonte de radiofrequência – RF dentro
de uma câmara evacuada. A partícula segue uma trajetória circular
num formato espiral devido à influência de um campo magnético
constante, aumentando progressivamente sua energia com o
aumento do raio (BRYAN, 2013).
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
CÍCLOTRON
COMPONENTES DO
CÍCLOTRON

➢O cíclotron é formado por três componentes principais: o magneto,


um par de eletrodos ocos semicirculares, os chamados Dees,
responsável pela aceleração das partículas carregadas e uma fonte de
íons capaz de gerar partículas eletricamente carregadas. Os Dees e a
fonte de íons são mantidos em um tanque sob vácuo (pressão menor
a 1,0 x 10-5 e 1,0 x 10-7 mm Hg)
COMPONENTES DO
CÍCLOTRON
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
CÍCLOTRON
➢O Dee: No centro da câmara existe uma fonte de íons entre dois eletrodos metálicos não
magnéticos ocos em formato de “D” dispostos em posições opostas. Esses eletrodos
ficam ligados a uma fonte de tensão de radiofrequência utilizada para atrair os íons com
polaridade oposta.

✓A diferença de potencial entre esses eletrodos é em torno de 100 kV, o que implica no
aumento da energia cinética dos íons a 100 keV, e consequentemente no aumento do
raio, todas as vezes que percorrerem o espaço entre eles.
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
CÍCLOTRON
➢O magneto: Quando os íons estão dentro do eletrodo, e sob influência apenas
do campo magnético, são induzidos a fazerem uma curva em semicírculo até
chegarem à outra borda do Dee.

✓Devido a isso, os íons seguem uma trajetória em formato de espiral, onde são
defletidos por um extrator ao atingirem o raio máximo, formando um feixe de
alta energia de prótons, deutérios ou outro íon mais pesado que for
acelerado.
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
CÍCLOTRON

➢Fonte de íons: Os íons podem ser produzidos por fontes internas ou


externas ao cíclotron, sendo os cíclotrons comerciais, em sua maioria,
de produção interna e localização central da câmara.

✓As fontes são cátodos frios ou quentes que produzem os íons através
de descargas de um determinado gás produtor de plasma;
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
CÍCLOTRON

✓Os íons são produzidos dentro de um amplo patamar de energias,


por isso são utilizadas fendas na própria fonte para selecionar íons
com energias e posições mais adequadas a partir da primeira órbita.
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
CÍCLOTRON
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
CÍCLOTRON
➢ Sistema de Extração: Serve para converter o íon que foi acelerado para a partícula necessária
para reação.
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
CÍCLOTRON
✓ Quando o íon acelerado possui carga negativa e um material extrator
composto por finas folhas de carbono faz a retirada dos elétrons do íon
carregado que a atravessa, mudando a direção de sua trajetória sob
influência do forte campo magnético presente;
✓Já para íons com carga positiva, o processo de extração é realizado por
interação eletrostática, onde a partícula muda sua trajetória para fora do
cíclotron quando sofre influência de uma carga contrária gerada por uma
placa defletora.
CARROSSEL
PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO
CÍCLOTRON

➢Alvo: Ponto de interação da partícula acelerada com objetivo de


produzir determinada reação (produção de determinado
radioisótopo).

❖Obs.: O valor de corrente utilizada no processo de irradiação de um alvo é


diretamente proporcional à quantidade de radioisótopo produzido.
ALVO
ALVO

ALVO

ALVO
CAMPOS DE RADIAÇÃO

➢Os cíclotrons produzem campos de radiação distintos quando estão em


operação e pós operação. Quando estão em operação, o campo é
complexo, pois envolve nos processos de interação a maioria das radiações
de diversas energias e intensidades.
CAMPOS DE RADIAÇÃO

➢Pode ser observada uma maior quantidade de radiação induzida próximo dos
pontos de interação (alvos, extratores, colimadores e tubos externos) e uma
menor em outras partes e acessórios do cíclotron (peças internas e blindagens
externas) e até mesmo oriundas da ativação do ar pelo fluxo neutrônico
(INFANTINO at al., 2015).
CAVERNA/LABIRINTO
CAVERNA
LABIRINTO
CÍCLOTRONS NO BRASIL:
https://nucleus.iaea.org/sites/accelerators/Li
sts/Cyclotron%20Master%20List/public_cyclo
tron_db_view.aspx#InplviewHash8ad68ad5-
364e-45e3-9804-
b6386fb07a48=FilterField1%3DCountry-
FilterValue1%3DBrazil
MARCAS CÍCLOTRON

SIEMENS
IBA

GE
O QUE É RADIOFARMÁCIA?
➢Ramo da ciência farmacêutica que se ocupa da pesquisa e desenvolvimento, produção,
controle de qualidade, garantia da qualidade e demais aspectos relacionados aos
RADIOFÁRMACOS.

➢Controle de qualidade:

✓Conjunto de medidas destinadas a verificar a qualidade de cada lote de


medicamentos, para que satisfaçam às normas de atividade, pureza, eficácia e
inocuidade.

➢DECRETO 8.077 (2013).


O QUE É RADIOFARMÁCIA?

➢Todas as atividades relacionadas com a área radiofarmacêutica devem obedecer às


normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e às exigências de proteção
radiológica determinadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O
cumprimento destas normas garante a qualidade e eficácia necessárias para o
radiofármaco, bem como a proteção do trabalhador.
O QUE É RADIOFARMÁCIA?

➢Os radiofármacos são medicamentos administrados, em sua maioria, por via intravenosa
e utilizados em Medicina Nuclear para fins de diagnóstico e/ou terapia de doenças. Sua
produção, distribuição e utilização são consideradas peculiares em comparação aos
medicamentos convencionais, por isso seguem uma regulamentação específica.
O QUE É RADIOFARMÁCIA?

➢Atualmente, a Radiofarmácia, em conjunto à Medicina Nuclear, encontra-se em um


processo gradual de expansão, fato impulsionado pela promulgação da Emenda
Constitucional nº 49, de 8 de fevereiro de 2006, que excluiu do monopólio da União a
produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida curta, para usos
médicos, agrícolas e industriais.
RADIOFARMÁCIA
➢Toda substância que por sua forma farmacêutica, quantidade e
qualidade de radiação, pode ser utilizada no diagnóstico e tratamento
de enfermidades dos seres vivos, qualquer que seja a via de
administração empregada.

✓Estéril;
✓Apirogênico
✓Atóxico;
✓Isotônico;
✓pH adequado;
✓Isento de impurezas químicas, radioquímicas e radionuclídicas;
✓Isento de material particulado.
CONTAMINAÇÃO X IRRADIAÇÃO
Contaminação Radioativa caracteriza-
se pela presença indesejável de um
material em determinado local, onde não
deveria estar.

Irradiação é a exposição de um objeto


ou um corpo à radiação, sem que haja
contato direto com a fonte de radiação.
REFERÊNCIAS
RADIOFARMÁCIA
➢Diferentes modelos de radiofarmácia produzirão diferentes tipos de
radiofármacos e exercerão diferentes complexidades de Controles de
Qualidade.
➢Tipos de Radiofármacos
✓Gerador de Radioisótopos;
✓Radioisótopos Primários;
✓Radiofármacos “Prontos pra Uso” ou Moléculas Marcadas;
✓Reagentes Liofilizados.
TIPOS DE RADIOFARMÁCIA
RADIOFARMÁCIA INDUSTRIAL

✓Produz e distribui radiofármacos para uma grande região;


✓Produz reagentes para marcação, geradores e radioisótopos;
✓Grande escala de produção: lotes de produção;
✓Produção em celas de produção “Células quentes”.
RADIOLOGIA INDUSTRIAL
(CÉLULAS QUENTES)
RADIOFARMÁCIA INDUSTRIAL
(TIPOS DE EMBALAGEM)
RADIOFARMÁCIA INDUSTRIAL
(TRANSPORTE DE MATERIAIS RADIOATIVOS)
RADIOFARMÁCIA INDUSTRIAL
(GERADOR DE 99MTC + KITS PARA MARCAÇÃO)
RADIOFARMÁCIA INDUSTRIAL

➢Áreas limpas para a síntese de reagentes liofilizados


RADIOFARMÁCIA CENTRALIZADA

➢Centraliza grande parte dos materiais radioativos de uma região


geográfica em uma única instalação, comercializando para os diversos
centros de Medicina Nuclear;
➢Produção em dose unitária em larga escala com atendimento sob
demanda.
RADIOFARMÁCIA CENTRALIZADA
➢Manipulação em bancada;
➢Manipulação em glove box.
RADIOFARMÁCIA HOSPITALAR
➢Modelo de radiofarmácia responsável pelo planejamento,
fracionamento, preparo e controle de qualidade dos radiofármacos
utilizados na rotina do serviço de Medicina Nuclear;

➢De todos os modelos de radiofarmácia, é a ÚNICA em contato direto com


o paciente.
RADIOFARMÁCIA HOSPITALAR
➢Utiliza os reagentes liofilizados, os geradores e os radiofármacos produzidos pela
radiofarmácia industrial;
➢Marca os reagentes liofilizados com 99mTc e realiza o controle de qualidade;
➢Prepara os radiofármacos para administração ao paciente.
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
PRINCÍPIOS DA RADIOPROTEÇÃO FATORES DA RADIOPROTEÇÃO

Justificação Blindagem

Otimização Distância

Limites de Doses Tempo


DETECTORES DE RADIAÇÃO
(PROPORCIONAL)
VISÃO GERAL
INSTALAÇÃO PRODUTORA DE RADIOISÓTOPO

Livre Supervisionada Controlada


SINALIZAÇÃO
REQUISITOS LEGAIS ESPECÍFICOS
2. Autorização
1. Aprovação Emissão do Emissão do
para
do Local Ato Ato
Construção
Notificação: Análise do
Local, Monitoração Blindagens, Sistemas de
Ambiental, Segurança, Emissões
Equipamento, Pessoa Gasosas. Planos inspeção
Jurídica e Equipe. Preliminares: PPR,
inspeção
Emergência, Rejeitos e
Proteção Física.

5. Autorização para Emissão do FIM 3. Autorização para


Modificação Ato
inspeção Comissionamento
Blindagens, Efluentes e
inspeção
Rejeitos

Emissão do
4. Autorização para Emissão do
Ato Operação Ato
Planos Finais: PPR,
Emergência, Rejeitos e
Proteção Física.
LINKS DAS REFERÊNCIAS

Norma NN 6.11 – Requisitos de Segurança e Proteção Radiológica em


Instalações Produtoras de Radioisótopos com Aceleradores Cíclotrons:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-267-de-14-de-outubro-de-2020-
283209693#:~:text=Art.%201%C2%BA%20Esta%20norma%20foi,14%20de%20outubro%20d
e%202020.&text=%C2%A72%C2%BA%20Esta%20Norma%20complementa,6.02%20Licencia
mento%20de%20Instala%C3%A7%C3%B5es%20Radiativas.

Os aceleradores de partículas e sua utilização na produção de radiofármacos:


https://rbfarma.org.br/files/rbf-2011-92-3-2.pdf

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