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ESCALAS DE DESENVOLVIMENTO

Paula Catunda
p.catunda@uol.com.br
2009

LIVROS
• DESENVOLVIMENTO PSICOLOGICO DA PRIMEIRA INFANCIA - Odette
Brunet e Irène Lézine - artes médicas 1981
• DIAGNÓSTICO DO DESENVOLVIMENTO - Gesell e Amatruda - Atheneu
• BAYLEY SCALES OF INFANT DEVELOPMENT - Nancy Bayley

ESCALAS
• Utilizadas para crianças com até 2 anos ou para pessoas com muita dificuldade, que
não realizam testes formais padronizados nem Stanford-Binet.
• Não é uma avaliação precisa como um teste padronizado.
• Objetivo não é quantitativo, mas qualitativo.
• Verificam a etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra.
• Inicia-se sempre por uma anamnese.
• Os bebes podem ficar deitados, sobre um lençol sobre a mesa.
• Crianças podem ficar no colo da mãe.

GESSEL E AMATRUDA
• Chamam de comportamento todas as reações da criança, sejam reflexas, voluntárias,
espontâneas ou aprendidas (ex: piscar, tocar um objeto, girar a cabeça em direção a uma
voz etc).
• padrão comportamental: respostas definidas a uma situação específica. Considera os
padrões índices da maturidade e integridade do sistema nervoso do bebê.
GESELL E AMATRUDA
• Diagnóstico do desenvolvimento consiste na observação dos padrões
comportamentais e em sua avaliação através da comparação com padrões normais.
• Diagnóstico consiste em descobrir e especificar os desequilíbrios no comportamento
da criança.
GESELL E AMATRUDA
• Integra 5 campos para avaliar a maturidade do desenvolvimento: motor adaptativo,
motor grosseiro, motor delicado, linguagem e pessoal-social.
• A observação do comportamento implica em uma avaliação qualitativa e
quantitativa. Deve iniciar com um anamnese.
GESELL E AMATRUDA
• 1. Comportamento motor adaptativo: organização de estímulo, percepção de
relações, decomposição e reintegração de partes no todo. Considera o precursor da
inteligência, pois utiliza experiência prévia na solução de novos problemas. Inclui neste
item coordenação de olho e mãos.

GESELL E AMATRUDA
• 2. Comportamento motor grosseiro: reações posturais, equilibrio da cabeça,
sentar, ficar de pé, engatinhar, andar.
• 3. Comportamento motor delicado: uso de mãos e dedos na aproximação preensória
do objeto e nos gestos de pegá-lo e manipulá-lo.
GESELL E AMATRUDA
• 4. Comportamento da linguagem: engloba todas as formas visíveis e audíveis de
comunicação, seja através de expressões faciais, gestos, vocalização ou frases. Inclui
imitação e compreensão das comunicações de outras pessoas. As fases pré-verbais
preparam o caminho para as fases verbais.
GESELL E AMATRUDA
• 5.Comportamento pessoal-social: reações da criança à cultura social em que vive.
Por exemplo: alimentar-se, cooperação, receptividade ao treinamento e as convencões
sociais.
AVALIAÇÃO-GESELL
• Objetivos são desenvolvimentistas, neuromotores e sensoriais. Não há respostas
certas ou erradas, mas o exame diz o estado comportamental do bebê.
• Materiais: cubos, sinos, bola, pastilha de açucar, vidro, chocalho etc.
• mostra os estágios do desenvolvimento de 4 semanas até 72 meses (6anos).
AVALIAÇÃO-GESELL
• Aconselham a utilização de materiais numa sequência, que varia conforme a idade
da criança.
• Inicia-se com uma idade próxima a idade cronólógica da criança, mas pode-se
mudar para uma sequencia mais avançada ou anterior. Deve-se tentar manter a ordem
padrão dentro de cada sequência.
AVALIAÇÃO-GESELL
• Exemplo: ao examinar uma criança de 32 semanas utilizando a sequencia de 28
semanas e observa-se bom desempenho em cubos, pode-se introduzir uma nova situação
cubos e xícara.
• Há uma lógica para a ordem de apresentação dentro de cada sequência.
AVALIAÇÃO-GESELL
• Nos bebês os cubos são usados no início por serem atrativos universalmente. Testes
posturais são aplicados no final para reduzir efeito perturbador e dar a criança maior
liberdade de ação no berço ou chão.
• Tempo de aplicação é variável. O melhor tempo para utilizar cada material é aquele
que estimula e mantém o interesse da criança.
AVALIAÇÃO-GESELL
• Escolhe-se a tabela de desenvolvimento mais apropriada para registro. Sugere uma
anotação com sinais: +,++,+-,-.
• A maturidade se baseia na distribuição dos sinais. Pode haver uma irregularidade
numa área comportamental, dificultando a definição etária, podendo-se então colocar a
variação.
CUBOS - GESELL
• Maturidade de 18-36 meses: cubos são posicionados e pede-se que “faça alguma
coisa”. Observa-se. Depois o examindor pode começar uma torre, colocando um ou mais
cubos. Pedir para ela colocar mais um cubo e reforçar quando ela consegue.

TREM - GESELL
• 18-30 meses: trem – exemplifica com os cubos e pede para ela fazer um
• 24-36 meses: trem com chaminé - exemplifica o trem com um cubo sobre o da
extremidade e pede para fazer igual.
• 36-42 meses: ponte - contruir por trás de um obstáculo uma ponte com tres cubos e
pedir para fazer igual.

CUBOS - GESELL
• 30-36 meses: ponte/imitação - “vou lhe mostrar como se faz uma casinha: um
assim, um assim e outro assim. Olhe, tem uma parte de baixo, um andar em cima e uma
porta”. Apontar para os cubos e para a abertura. Pedir para fazer igual.

GESELL - QD
• A avaliação chega a um QD (quociente de desenvolvimento), que considera o início
e não o fim do diagnóstico.
• QD= idade maturacional/idade cronológica x100
• QD não é QI. Gesell e Amatruda falam que o Qi pode ser avaliado pelo trabalho de
Binet que criou uma escala que Stern e Terman converteram a idade mental em QI
GESELL E AMATRUDA
• Consideram que qualquer adaptação destes métodos em QI aos bebês é indesejável e
insatisfatória para o estudo dos processos de crescimento.
• Estão interessados no aspecto da inteligência que chamam de comportamento
adaptativo.
• Nunca tiveram intensão de igualar os itens para todas as idades.

GESELL E AMATRUDA
• Os resultados dos testes obtidos no 1o. e 2o. ano tem validade preditiva reduzida se
comparados com testes efetuados em idade escolar.

BAYLEY SCALES
• Separa em áreas:
• 1. Mental: inclui memória, habituação, solução de problemas, conceito de número,
classificação, generalização, vocalização, linguagem, conhecimento social.
• 2. Motora: inclui jogar, correr, sentar, andar, pular, preensão, imitação de
movimentos, escrita etc.
BAYLEY SCALES
• 3. Comportamento: inclui linguagem, social e desenvolvimento motor fino e grosso.
• Material: similar as anteriores, cubos, espelho, pente, tabuleiro etc
• folha de anotações de resultados de 0 a 7 anos de idade, com testes que unem as
escalas de Gesell e Bayley (sugestão para anotação)

BRUNET LÉZINE
• Wallon descreve o desenvolvimento da criança pequena como ocorrendo por “ondas
e degraus”, as etapas não são sincronicas. A evolução está ligada a maturação
psicofisiológica e também ao meio. Uma criança criada em condições desfavoráveis pode
compensar o atraso futuramento. (ex. QD<70)
BRUNET LÉZINE
• Escala vai de 0 a 2 anos. Tem a fórmula antiga, com questões de 3 a 5 anos (existem
6 testes de um mes cada um).
• Tem 10 ítens para cada nível, onde 6 são testes e 4 são observações de
comportamento da vida cotidiana (podem ser perguntados aos pais).
• Avalia as áreas:
• P = motora ou postural

BRUNET LÉZINE
• C = coordenação oculo-motriz
• L = linguagem
• S = relações sociais e pessoais, inclui consciência de si, com os outros, adaptação a
situações sociais.
• Material (pg54) e descrição das provas (pg68): cubos, xícara, colher, chocalho,
pastilha de açucar, anel, sino, espelho, tabuleiro, papel e lapis, livro com imagens.
BRUNET LÉZINE
• avaliação deve ser completada com anamnese
• Sugerem que a mãe auxilie na avaliação pelo menos com crianças até 30 meses.
• Aplica-se questões partindo da idade real da criança e avança-se até o fracasso total
das provas de uma idade. Também retorna-se até o sucesso total de uma idade.

BRUNET LÉZINE
• Cobre-se a mesa com lençol fofo no caso de bebês e em provas posturais. A mãe
pode colocar a criança pequena no colo para provas de manipulação de objetos.
• Permite o cálculo do QD, levando-se em conta as observações de Gesell e
Amatruda.
ANAMNESE
• Dados dos pais e irmãos
• Dados da moradia: grau de conforto, aparelhos eletrodomésticos
• Adaptação a creche
• Gravidez, parto, desenvolvimento
• Doenças
• Sono: rituais, reações dos pais
• Alimentação: aleitamento e desmame, problemas
ANAMNESE
• Controle esfincteres
• Motricidade: estilo dos movimentos, apatia, agitação, tolerância dos pais
• Comportamentos: medos, manifestação de afeição, autonomia, relação com outros
• Educação dos pais: punições, recompensas, ansiedade dos pais
• Observação do comportamento da mãe e da criança durante exame
CUBOS - 6 a 12 meses
• 5 meses: deslizar o cubo na frente da criança, aproxima-lo da mão. A criança deve
pega-lo sem oposição do polegar
• 6 meses: da-se outro cubo. Se ela não pegar, é suficiente que ela olhe e siga seus
deslocamentos sobre a mesa. Aos 6 meses é esperado que ela pegue-o sem a oposição do
polegar e levante-o da mesa.

CUBOS - 6 a 12 meses
• 6 meses: mantém os 2 cubos, um em cada mão e olha o terceiro. Se ela não pega-lo
ao ser oferecido, coloca-lo na mão dela. Em idades precedentes ela não mantém os 2 cubos
ao mesmo tempo. Ver as reações quando lhe apresenta o terceiro cubo. Aos 8 meses ela
aceita o terceiro cubo, deixando um dos dois que está segurando.
CUBOS -SOCIABILIDADE
• 12 meses: pega o terceiro cubo, mantendo os que ja tinha. Pega 2 cubos com uma
mão.
• 6 meses: faz uma distinção entre rostos familiares estranhos, sorri mais para as
pessoas que conhece, examina os estranhos.
• 12 meses: da algo sob ordem
• 12 meses: repete um ato que tenha provocado riso nos outros.

CALCULO QD
• É feito só a partir dos 4 meses.
• Prematuros quando avaliados com meses, deve-se fazer uma adaptação ex:
prematuro nascido aos 7 meses de gestação, quando examinado aos 6 meses, deve ser
comparado a uma criança com 4 meses, nascida a termo.
CALCULO QD
• Até os 2 anos cada mês recebe 10 pontos. Obtem-se 240 pontos em 24 meses.
• Até os primeiros 10 meses, temos avaliação a cada mês. Cada item acertado recebe
3 dias ou 1 ponto.
• Depois no 12º. Mês. Cada item acertado recebe 6 dias ou 2 pontos.
• Depois no 15º, 18º, 21º, 24º. Cada item acertado recebe 9 ou 3 pontos.

CALCULO QD
• Pontos alcançados são divididos por 10 para chegar a idade de desenvolvimento
• Ex: 125 pontos serão 12 meses e 5/10 (15 dias) ou seja, 1 ano e 15 dias.
APLICAÇÃO
• Levar em conta que a criança passa por períodos de maior ou menor sociabilidade.
• Até os 6 meses bebê é mais sociável por ser indiferente ao aplicador.
• Por volta dos 6 meses adquire consciência do rosto estranho, podendo chorar.
• Tendência a colocar tudo na boca.
EXEMPLO: cr de 9 meses
• P1: mantem-se de pe com apoio (+)
• P2: sentado, sem apoio, desfaz-se do pano colocado na sua cabeça (+)
• C3: levanta a xícara virada e pega o cubo escondido (+)
• C4: pega a pastilha entre o polegar e o indicador (+)
• C5: atrai o anel em sua direção, usando a fita(+)
• C6: faz soar a campainha (+)
Cubos e xícara: 9 meses
• “Levanta a xícara virada e pega o cubo escondido(C3): Deixa-se um cubo e criança
brinca um pouco com ele. Pegar o cubo e colocar na mesa, tapando-o com a xícara. A asa
fica virada em direção à criança. Em níveis precedentes a criança se interessava só pela
xícara, agora ela levanta a xícara com uma mão e pega o cubo com a outra. A prova tem
sucesso se a criança vira a xícara e apodera-se do cubo.” (+)
Cubos e xícara: 10 meses
• C3: Põe um cubo na xícara, solta depois de demonstração ou retira o cubo da
xícara. A esta idade, em geral com o cubo bate a borda da xícara. O examinador pede que
coloque o cubo na xícara, demonstra. O comportamento mais frequente é retirar o cubo.
Agarrar o cubo, é mais fácil que solta-lo.A criança pode tocar com o cubo o fundo da
xícara, mas é difícil que coloque dentro, soltando-o de cima.(-)
Pastilha: 9 meses
• C4 Agarra a pastilha entre o polegar e o indicador – Neste nível a pastilha é
agarrada entre o polegar e o indicador sem intervenção dos outros dedos, em geral
dobrados.(+)

10 meses pastilha e frasco


• C4 Busca a pastilha com o dedo através do frasco – frasco e pastilha são
apresentados simultaneamente. Introduzir a pastilha destro do frasco e sacodir para chamar
atenção da cr. A criança sacode, tenta pegar a pastilha, colocando seu dedo no exterior no
fundo do frasco.Esta cr chega a extrai-la sacudindo o frasco. Movimento não é adaptado.(-)
9 meses anel
• C5 – puxa o anel usando a fita – colocar o anel sobre a mesa, longe da criança. A
fita fica em direção a criança.Depois de tentar alcançar o anel pela mão, a criança pega a
fita para alcançar o anel. Faz-se com a fita a direita, a esquerda e novamente a direita. Se
não conseguir, dar o anel para a criança brincar e se interessar primeiro. Não ganha ponto
se ela brinca com a fita sem interessar-se pelo anel.(+)
Campainha 9 meses
• C6: Examina a campainha com interesse - Apresentar a campainha.A criança deve
levanta-la da mesa, balançar fazendo som, surpreender-se com o som e repetir(+)

Campainha 10 meses
• C6: Busca o badalo da campainha – a campainha é deslizada em direção a 50 cm da
cr. A cr pega com facilidade, agita-a em todos os sentidos, vira, explora o fundo, introduz o
polegar e o indicador, buscando badalo. Não é considerado fracasso se aos 9 meses não
tiver levado ponto.
• Fracasso com 12 meses
Questões: 9 meses
• Questões (descritas a partir pg 81):
• P7:sustentada sob os braços, faz movimentos de marcha – quando mantida por
baixo dos braços deve avançar alguns passos. Não é suficiente que bata os pés ou pule.
Evitar inclinar para frente o tronco da criança. Pedir primeiro a mãe que ela o faça (+)
• L8: Diz a palavra “papa” ou “mama” ou outra de 2 silabas (+)
QUESTÕES 9 MESES
S9: Reage a certas palavras familiares – conhece seu nome, fica contente se lhe fala
de comida ou passeio (bolo, passeio), reage ao valor social ou emocional de uma situação.
Pode responder a “faz adeus ao papai”. Neste caso a cr. reage a “onde esta a mãe?”: segue
com os olhos, compreende “lá em cima”, olha para o ar (+)

QUESTÕES 9 MESES
S10: Faz gestos de marionetes, adeus ou agradecimento. Imita o gesto ou reponde
ao apelo da palavra. É suficiente que os gestos sejam esboçados. Esta cr fez marionetes,
debilmente em uma mão, mais espontaneamente “adeus”, com direita. (+)
10 meses
• P1 Levanta e abaixa um pé, estando de pé com apoio (-)
• C2 encontra um brinquedo embaixo de um pano(+)
• C3 Coloca um cubo na xícara sem solta-lo (ou retira) depois de demonstração (-)
• C4 busca a pastilha com o dedo, através do frasco (-)
• C5 retira a forma redonda do tabuleiro (+)
• C6 Busca o badalo da campainha (-)
QUESTÕES 10 MESES
P7: A criança pode sentar-se só na sua cama? Fica de pé sozinha?Como ela faz para
ficar de pé? (-)
• L8: Repete um som ouvido – reproduz a ultima silaba de uma palavra, imita sons,
tosse, estalido dos lábios etc. Neste caso repete “ding-dong” do relógio (+)
QUESTÕES 10 MESES
• S9: Compreende uma proibição, detém um ato sob comando – Compreende “não”,
“não na boca”. Para sob uma ordem, por exemplo de puxar os cabelos de sua mãe. (+)
• S10: Bebe na xícara – chega a beber vários goles seguidos, mantendo a xícara com
2 mãos. A mãe ajuda sustentando o fundo da xícara. Neste caso não bebe da xícara(-)
• Questões 12 meses: nenhuma correta
12 meses
• P1 Caminha com ajuda quando lhe da a mão (-)
• C2 Enquanto a criança esta com 2 cubos nas mãos, avança-se com o 3º. Terá ponto
se pegar 2 cubos com uma mão, aperta os 3 contra si ou pega o terceiro (-)
• C3 Pedir para criança deixar cair deixar cair pelo menos um cubo dentro da xícara,
demonstrar. (-)

12 meses
• C4 Imitar o barulho da colher na xícara – coloca-se a colher na mão da cr, a xícara
com o cabo em direção a ela. Observa-se a conduta espontânea. Demonstrar como dar volta
com a colher na xícara. É suficiente que a cr reproduza o barulho introduzindo a colher no
interior da xícara sem a verdadeira rotação (-)
• C5 tabuleiro: coloca a forma redonda no buraco, depois de demonstração (-)

12 meses
• C6 papel e lápis: começa débil garatujas sob demonstração. O examinador pega o
lápis e coloca no meio da folha. Se a criança não mexer nele, ele pega o lápis e rabisca
forte. A criança deve fazer pelo menos um risco, associar lápis e papel (-)
pontuação
• 9 meses acerta tudo. Cada mês recebe 10 pontos = 90 pontos ou 9 meses completos.
• 10 meses acerta 2 testes e 2 questões. Cada acerto vale um ponto ou 3 dias. Recebe
4 pontos ou 12 dias.
• 12 meses erra tudo
• Total: 9 meses e 12 dias ou 94 pontos

Pontuação por área


• P 29 pontos ID 9 (idade de desenvolvimento) QD 100
• C 31 pontos ID 9,12 QD 104
• L 10 pontos ID 10 QD 111
• S 24 pontos ID 9,15 QD 105
• Total 94 pontos ID 9,12 QD 104
Pontuação por área
• Verifica-se o total de provas de cada área por mês e os acertos.
Exemplo de relatório
• Idade: 3a 9m
• Queixa: desde bebê não acompanha o desenvolvimento das outras crianças.
• Dados de anamnese: até 1ª4m não andava, aos 2 anos fonoaudióloga encaminhou
para neurologista. Ressonância com achados de alteração no grau de mielinização não
progressiva, discreta perda volumétrica encefálica para faixa etárea.
Área Perceptivo-motora
• Entre as diversas tarefas realizadas, mostrou-se capaz de manter a marcha, subir e
descer de cadeiras e escadas, porém ainda com certa rigidez. Lançou e chutou bola
desajeitadamente e ainda não salta do chão. Apresentou movimento manual em pinça,
manuseando delicadamente pequenos objetos, rosqueando tampas, mas não conseguiu
realizar construções com mais de 4 cubos. Virou uma página por vez em livro infantil, não
apresentou preensão adequada do lápis comum e não realizou encaixe adequado de
tabuleiro de 3 peças.
Cognição
realizou rabiscação espontânea, com imitação incipiente do traçado, mas não copia
circulo ou mesmo traço vertical e horizontal. Encaixou e montou construções simples, até 3
ou 4 objetos, ainda sem constância formal. Não realiza “jogo simbólico”, mantendo
interesse ainda mais sensorial que inventivo. Imitação incipiente, de curta duração.
Linguagem
Capaz de compreender e seguir ordens quando quer, comunica-se ainda com auxílio
de gestos e na fala prevalece jargão com pouca semelhança fonética. Não realizou junção
de palavras.
Relacionamento
• Demonstrou adequado contato afetivo procurando comunicar-se com os recursos de
que dispõe. Busca interação, porém mantém atenção sustentada por períodos curtos e ainda
é pouco tolerante a frustração. Não reveza brinquedos e permanece voltado mais ao adulto.
Não desenvolveu total controle de esfíncteres e é semi-dependente em higiene e vestuário.
Síntese dos resultados
Conclusão
• Ainda não se encontra capaz de responder as tarefas formais de modo a permitir
diagnóstico mais preciso acerca de seu desenvolvimento. Em avaliação não padronizada,
não dominou a maior parte das habilidades de uma criança de dois anos em nenhuma das
áreas avaliadas, sugerindo atraso global do desenvolvimento, com maior prejuizo das
capacidades atencionais e de linguagem expressiva. Embora não demonstre problemática
afetiva, seu atraso cognitivo reflete no nível de seu relacionamento, comportando-se como
uma criança ainda pequena, que está voltada à exploração do ambiente físico e das trocas
afetivas com o adulto.
Recomendações
• Manter programa de estimulação nas áreas da linguagem, motora e cognitiva.
• Inseri-lo em instituição educativa promovendo maior interação com outras crianças
• Realizar reavaliação neuropsicologica após cerca de 1 ano
Aquisições a serem estimuladas
• Atenção: tentar aumentar o tempo em tarefas. Trocar atividades a partir do seu
próprio interesse, inserindo novas tarefas somente quanto diminuir seu interesse na
atividade. Explorar criativamente objetos informais do ambiente para estimular
investigação mais próxima e detalhada de suas propriedades com a criança.
Coord motora ampla
• Estimular o equilibrio e ritmo através de brincadeiras em espaço amplo, com musica
e cantigas de roda. Andar sobre linhas retas e curvas, transpor obstáculos, obedecer ordens
de andar, correr, parar etc
Coord motora fina
• Estimular manuseio de pequenos objetos, como enfiar contas, separar bolinhas ou
pequenas balas coloridas. Utilizar lapis grande ou de cera em cartolinas cortadas ao meio
para desenvolver rabiscação ampla, colorida com progressiva inclusão de formas
geométricas. Estimular amarrar, abotoar, colagens com materiais diversos, incluindo
palitos, serragem, casca de ovo, etc.
Esquema corporal
• Identificar, discriminar e nomear as partes principais e depois as secundárias do
corpo humano em si, depois no outro e em gravura.
• Lateralidade: desenvolver atividades lúdicas em espaço amplo que envolvam
orientação lateral, imitação de movimentos com os braços, pernas lado a lado.
Discriminação de sons
• Trabalhar com instrumentos musicais e sonoros, envolvendo noção de fraco/forte,
localização, rápido/lento, um/vários toques.
• Tamanho: trabalhar com objetos para discriminar entre grande/pequeno,
curto/cumprido, alto/baixo, grosso/fino, liso/áspero, maior/menor, progressivamente.
Posição
• Trabalhar com objetos em espaço amplo para discriminar atras/na frente, em
cima/em baixo, dentro/fora, perto/longe, em pé/deitado, progressivamente.
• Quantidade: trabalhar com alimentos, doces e outros estímulos para discriminar
muito/pouco, um/vários, mais que/menos que
Temporal
• Desenvolver noção de dia/noite, hora do café/da janta, ontem/hoje/amanhã.
• Espacial: trabalhar com brinquedos com rodas para discriminar para o lado/para
frente/para trás/para cima/para baixo, ficar em pé, deitar etc.

Linguagem
• Seguir as orientações fonoaudiológicas a cada etapa do desenvolvimento da
linguagem expressiva, incluindo fonemas específicos. Utilizar constantemente a nomeação
e descrição de suas atividades, “traduzindo” sua comunicação gestual ou corporal para a
verbal. Solicitar expressão verbal sempre que possível para suas solicitações espontâneas.
Atividade de rotina
• Estimular e orientar a mãe sobre a independência nos auto-cuidados de higiene,
alimentação e vestuário, bem como os cuidados com a casa, progressivamente, explorando
seu interesse e iniciativa.
Comportamento
• Trabalhar maior tolerância a frustração, auto-controle lentamente, não cedendo,
porém a manifestação de birra.
• Sociabilidade: orientar a mãe para envolver a criança em atividades grupais junto a
outras de menor idade em parquinhos, escolas, reuniões comemorativas etc.

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