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Ciências 9

Coleção | APRENDER FAZENDO

EJA
9º ano EFII

Rafael Cunha
EJA | Ciências 9º ano

EJA-CIÊNCIAS
APRENDER FAZENDO
(O ensino de ciências na prática)

9º ano – Ensino Fundamental II

COLEÇÃO EJA-CIÊNCIAS
APRENDER FAZENDO
(Ciências – Ensino Fundamental II – EJA)
www.omnibiociencia.com

RAFAEL BARBOSA DA CUNHA


(Professor de Ciências e Biologia)

1ª edição

Rio de Janeiro
2017
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Coleção | APRENDER FAZENDO

Profº Me. Rafael Barbosa da Cunha


Autor: Profº Rafael Barbosa da Cunha
Mestre em Ensino de Ciências da Natureza (UFF)
Editor: Rafael Barbosa da Cunha Pós-graduado em Perícia e Auditoria Ambiental (UGF)
Licenciado em Ciências Biológicas (UERJ)
Atua na rede particular e pública de ensino (EFII e EM)
Diagramação: Rafael Barbosa da Cunha Revisor de conteúdos – Ciências (EF I/II) e Biologia (EM) – rede particular de ensino
Ex-coord. de Área de Ciências (EF I/II) e Biologia (EM) – rede particular de ensino
Capacitado em Auditor Líder em Sistemas de Gestão Integrada (SGI)
Projeto gráfico: Rafael Barbosa da Cunha Ex-perito Judicial (CONPEJ)
Diretor de Comunicação Social SINPRO (Niterói e regiões)
Associado SBEnBio
Revisão (português): Palestrante FLIP2016 - Casa do Clube de Autores
Autor de mais de 10 obras na área de ciências e biologia
Pioneiro na autopublicação de livros didáticos de ciências e biologia
Orientação: Profº Química. Maria Bernadete Pinto dos Santos Ex-sócio de curso preparatório para o vestibular
Doutora Geociências-Geoquímica Ambiental (UFF)
Revisão (técnica): Profº Química . Rose Mary Latini
Doutora Geociências-Geoquímica Ambiental (UFF)
Profº Química . Felipe Rodrigues Martins
Mestre em Diversidade e Inclusão (UFF) Graduado
em Química (UFRJ)
Profº Física . Álvaro Siguiné Jadel Lemos
Mestre em Ensino de Ciências da Natureza (UFF)
Graduado em Licenciatura em Física (UFF)

Arte gráfica:
* Capa (criação): Rafael Barbosa da Cunha
* Iconografia: Rafael Barbosa da Cunha
* Elementos gráficos (créditos) Aleksandr Bryliaev/Shutterstock.com; Designua/Shutterstock.com
* Crédito (foto/ilustração): Shutterstock ; Freedigitalphotos ; Rafael B. Cunha. Imagem(ns) usada(s)/usado(s) sob
licença da Shutterstock.com
Impressão: versão não impressa - disponível apenas on-line.

C9724a Cunha, Rafael Barbosa da

APRENDER FAZENDO - O ensino de ciências na prática/ Rafael


Barbosa da Cunha. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Edição do Autor,
2017.

103 p.
ISBN 978-85-918600-2-9
1. Ciências (Ensino fundamental). 2. Ciências EJA.

I. Título. II. Série.

CDD 372.35

Índices para Catálogo sistemático:

1. Ciências : Ensino fundamental 372.35

1ª edição, 2017
www.omnibiociencia.com
Niterói – RJ - Brasil
Sugestões, notificações de correção e elogios (e-mail): contato.omnibiociencia@gmail.com

Reprodução proibida sem autorização. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Nota do autor
A coleção Aprender Fazendo é uma obra concebida a partir dos estudos
orientados no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências da Natureza da
Universidade Federal Fluminense (UFF) que culminou em um material feito
especificamente para atender a demanda de alunos da Educação de Jovens e Adultos.
Notadamente é difícil encontrar materiais que se adequem à realidade desta
modalidade de ensino, visto a heterogeneidade e especificidade dos que a procuram.
Mais difícil seria ainda montar um material que fosse único para o ensino de ciências,
visto as diferentes realidades e variações curriculares encontradas nos municípios. De
fato, a oportunidade foi desenvolver um material que permitisse o aluno explorá-lo,
oportunizando atividades que permitam aos discentes realizar algo, antes apenas do
que estudar algo. Esse diferencial consiste em uma tentativa de construir o
conhecimento para a realidade do aluno adulto. A sua metodologia visa acima de tudo
torná-lo participante, seja em grupo ou auxiliando as atividades do professor. Por isso,
não é resultado de uma adaptação ou recorte de livros utilizados em classes regulares.
Também não é uma obra finalizada em sua essência; mais do que isso, é um primeiro
passo em direção a uma perspectiva educacional interativa e participativa, em que sua
experiência deve ser valorizada e utilizada como forma de alcançar a superação de suas
dificuldades.
A fórmula pronta não existe, mas na infinidade de interações, entre tentativas e
erros, encontra-se a solução para algo, seja na vida ou na educação, não há como
separá-las. Tomando emprestada as ideias de Dewey, a experiência sempre muda a
percepção daquele que se propõe a mudar; nada será como antes.
Atenciosamente,
Prof. Rafael B Cunha

Agradecimentos especiais

Agradeço em especial todos aqueles que auxiliaram direta e indiretamente a realização


dessa obra. Em particular os mestres e colegas do curso de mestrado da UFF, a orientadora
Maria Bernadete dos Santos pelo apoio na condução de toda a pesquisa que levou a construção
desse livro.

Não poderia deixar de agradecer minha família, em especial, esposa e filho, que na tenra
idade ainda não entende os momentos em que a figura paterna dedicou parte de sua vida
profissional à construção de um futuro melhor para a família. Difícil equação: dedicação familiar,
pessoal e profissional.
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Coleção APRENDER FAZENDO


O aprender fazendo nas ciências da EJA

Sumário

Capítulo 1. Ciência e tecnologia


Aula 1: Metodologia científica................................................................................................... 7

Aula 2: A ciência e a tecnologia ............................................................................................... 11

Aula 3: Itaboraí – desenvolvimento sustentável e cidadania .................................................... 17

Capítulo 2. Matéria e energia


Aula 4: Os fenômenos físicos e químicos ................................................................................. 23

Aula 5: Os estados da matéria e suas mudanças ...................................................................... 28

Aula 6: Propriedades da matéria (gerais e específicas) ............................................................ 31

Capítulo 3. Substâncias e misturas


Aula 7: Substância pura e misturas .......................................................................................... 40

Aula 8: Separação de substâncias ............................................................................................ 44

Capítulo 4. Os átomos e a tabela periódica


Aula 9: O átomo e suas partes ................................................................................................ 51

Aula 10: Introdução à tabela periódica .................................................................................... 57

Capítulo 5. Sistema solar


Aula 11: O Sistema Solar ......................................................................................................... 73

Aula 12: A Terra e os seus movimentos ................................................................................... 75

Capítulo 6. Noções básicas de física


Aula 13: Em movimento .......................................................................................................... 81

Aula 14: “Fazendo” força ........................................................................................................ 84


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EJA | Ciências 9º ano

CIÊNCIA E TECNOLOGIA
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Diagnóstico situacional

Preencha o questionário a seguir antes da aula começar.


Opções
Perguntas (marque um X
somente um item)
Ciência é tudo que pode ser testado? sim não não sei
responder

Tecnologia e técnica são termos com relação entre si? sim não não sei
responder

A ciência é baseada em fatos científicos? sim não não sei


responder

A ciência pode ser baseada em dogmas? sim não não sei


responder

O experimento deve ser controlado ou deve ter um grupo controle? sim não não sei
responder

Você sabe o que é uma hipótese para explicar um fenômeno não sei
sim não responder
científico?

No seu trabalho há a aplicação de algum tipo de técnica? Obs: não sei


sim não responder
deixe em branco caso não trabalhe.

No seu trabalho você já teve que analisar uma questão de ordem não sei
sim não responder
científica? Obs: deixe em branco caso não trabalhe.

A ciência pode substituir uma religião? sim não não sei


responder

Ciência e religião são a mesma coisa? sim não não sei


responder

Legenda:
• Grupo teste: é aquele que será utilizado na verificação do teste.
• Grupo controle: é aquele que será utilizado para comparar os resultados obtidos no grupo
teste.
Comentários adicionais:

Agora professor você pode verificar a quantidade e acertos da turma.

Vamos discutir os resultados?


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Aula 1: Metodologia científica

Um dia tentei fazer algo que não sabia. Na verdade, era para fazer uma massa de pizza. Lembro
que há muitos anos atrás eu já tinha feito, mas não lembrava mais da receita. Fui na internet e comecei a
buscar várias receitas. Fui selecionando as melhores, de acordo com meu paladar. Imprimi a receita,
separei os ingredientes e segui todos os passos. Enfim, depois de um certo tempo a pizza estava pronta.
Veja que foi utilizada uma forma, ou podemos dizer, um método para fazer a pizza.
Que tal aprendermos mais sobre esses métodos?

Situação-problema

Image courtesy of stockimages at FreeDigitalPhotos.net


• Como adequar uma informação lida em
jornal ao método científico?
 Separe o título da reportagem.
 Busque um problema relacionado a ela.
 Veja se consegue montar propostas de
solução.
 Elabore uma forma de teste para a
situação que você selecionou.
 Pense nos possíveis resultados e
conclusões.

Aprender fazendo

Atividade 01

Caro professor, apresente jornais e revistas e peça para selecionarem reportagens que julguem

se tratar de fatos científicos. Os alunos devem, então, justificar porque eles acharam que determinadas

notícias são caracterizadas como fatos científicos. Na próxima aula devem trazer jornais,

preferencialmente, locais e destacar aquelas que se encaixam na proposta apresentada na aula.

Atividade 02

Proponha um teste prático para os seus alunos. A turma deve ser dividida em grupos de 3 a 5

alunos. Peça para imaginarem uma situação real que possa ser testada e elaborem uma pequena análise

que leve em consideração a observação do fato, o problema, o levantamento de uma hipótese, a aplicação

de um possível experimento, os resultados e a conclusão.


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Coleção | APRENDER FAZENDO

Introdução

Mark Sykes Photography /Shutterstock.com


Prezados alunos. Estão

preparados para encararmos o desafio

de retomada aos estudos? É certo que

terão um duro caminho pela frente

com muitos erros e acertos.

Aliás, vocês sabiam que as

ciências só existem por causa dos


Foto do termômetro de Galileu Galilei (1564-
1642).
erros que direcionam aos acertos

futuros? A ciência não é feita de verdades absolutas, todos os fenômenos

observados na natureza devem ser estudados, analisados e devem passar

por experiências controladas em laboratório, para verificar se os resultados

obtidos realmente são válidos. Caso não seja possível acertar pela primeira

vez, deve-se tentar outros testes e ter muita paciência. Assim é a vida,

quando pretendemos chegar a um objetivo, temos que planejar a nossa

vida, como ocorre na ciência, deve-se planejar para obter resultados

futuros.

Estudar ciências, então, é ter conhecimento sobre os conceitos e

definições que são mais utilizadas para entender o que os cientistas e os


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Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

livros querem nos informar. O começo parece bem difícil, mas depois

gradativamente você vai se apropriando das ferramentas necessárias para

aprender e entender essa disciplina.

O método científico pode ser dividido em etapas, como observação,

problema (pergunta ou interrogação), hipótese, experimentação,

resultados, conclusão e apresentação.

Na observação verifica-se um fato ou fenômeno, ou seja, como

ocorre aquilo que se observa ou se registra. Lembre-se que diferentes

percepções podem ser utilizadas como registro.

Depois deve-se elaborar um problema a ser

respondido em função do fato ou fenômeno observado.

Como qualquer cientista, deve-se tentar

responder o problema gerado, para isso, chamamos de

levantamento de hipótese(s).

Para comprovar que uma das hipóteses é viável, utilizamos um

experimento controlado para verificar tal veracidade.

Depois deve-se registrar os resultados e tirar uma conclusão acerca

do que foi feito, comprovando ou não a sua hipótese.


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Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 2: A ciência e a tecnologia

A ciência não é absoluta, nem mito, nem ilusão. É racional, real, repetidamente
estudada, testada até que um dia, quem sabe, possa ser comprovada. Ela não é senso comum
nem religião; não salva, não acha, não é superstição. Ao mesmo tempo, é temporal e atemporal.
Não tudo sabe, mas tudo que sabe tem uma razão. Quem sabe o que é a ciência então?

Situação-problema

• Considere a situação hipotética em que você é um

Leremy /Shutterstock.com
cientista e descobriu uma nova substância que cura uma
doença rara, mas serve também como uma bomba
devastadora. Você anunciaria sua descoberta?

Ilustração de um balão volumétrico com


tampa, contendo um líquido vermelho no seu
interior.

Aprender fazendo

Atividade 01
Ecelop /Shutterstock.com

Em grupo, leiam os textos e analisem a situação problema, expondo

a opinião do grupo em relação à pergunta e ao tema.

Levem em consideração aspectos políticos, econômicos, sociais, etc.

Símbolo de perigo radioativo.


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Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Introdução

A ciência é tudo aquilo que pode ser comprovado através do método

científico. Você deve estar se perguntando o que é o método científico. Na

verdade, ele nada mais é que um conjunto de procedimentos que procuram

resolver um dado problema. Quando uma solução é alcançada ela fica

válida até que outro pesquisador ache uma explicação melhor ou mais

próximo da realidade do problema.

As civilizações humanas ao longo da história foram procurando achar

soluções para os mais diferentes problemas e adversidades. Quando as

descobertas não eram feitas imediatamente, surgiam através da figura dos

pesquisadores ou também, muitas vezes, intitulados cientistas. Uma única

pessoa era capaz de achar soluções para muitos problemas que envolviam

diferentes ramos da ciência. Você conhece Leonardo da Vinci? Não. Ele foi

capaz de elaborar projetos que envolviam artefatos engenhosos, como

máquinas voadoras e os primórdios dos tanques de guerra, mas também

tinha capacidade de realizar pinturas tão complexas como a Monalisa. Não

só isso, era capaz de discorrer sobre assuntos relacionados à astronomia e

anatomia. Ele, realmente, foi um dos gênios da ciência.


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Coleção | APRENDER FAZENDO

Conforme nossa espécie foi se desenvolvendo e utilizando mais

tecnologia passou a gerar problemas cada vez mais específicos, o que

determinou soluções mais específicas. Hoje podemos observar cientistas

com muitas titulações para assuntos bem específicos.

A tecnologia, por sua vez, pode ser definida, segundo o dicionário

Michaelis, como um conjunto de processos especiais relativos a uma

determinada arte ou indústria. Pode-se entender que ela envolve um

conjunto de técnicas. Desde os nossos mais remotos antepassados, como,

por exemplo, o Homo erectus, descobridor

Linda Bucklin /Shutterstock.com


do fogo, até hoje procuramos desenvolver

técnicas que facilitem a nossa sobrevivência

e o nosso modo de vida. Quanta tecnologia

desenvolvemos a partir do momento que


Ilustração de um exemplar de Homo erectus.
Viveu aproximadamente 1,8 milhões de anos
aprendemos a fabricar e lidar como fogo? E atrás.

na atualidade, quantos objetos desenvolvemos a partir da descoberta do

vidro? Observação: escreva nas linhas abaixo.


Aleksandr Bryliaev /Shutterstock.com
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EJA | Ciências 9º ano

O passo a passo da ciência

Assim como num manual de instruções, os cientistas também devem

possuir o seu. Imagine que você quer resolver o problema do vazamento

em uma descarga. Você deve trocar uma peça ou o sistema inteiro, o

encanamento ou vaso sanitário? Eis a questão. Se você anotar, concorda

que vai saber passo a passo o que deve fazer nessa situação? Ou imagine

que você tenha um ajudante em início de carreira, caso ele esteja sozinho

não terá que saber quais as providências tomar em determinada situação?

Então, os cientistas também devem ter uma espécie de manual de

instruções. Cada um deve ter o seu com as suas especificações, mas todos

devem obedecer a seguinte sequência:

Primeiro eles devem observar o fenômeno a ser analisado.

Em segundo lugar devem gerar um problema relacionado ao

fenômeno anteriormente observado.

Em terceiro lugar devem elaborar uma hipótese.

Em quarto lugar devem propor um experimento controlado 1 para

testar a hipótese. Também pode-se dizer que se trata de uma

1
É todo o experimento que apresenta o controle das suas variáveis. Deve-se adotar sempre um grupo
controle para procurar validar os resultados do grupo teste.
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experimentação ou testagem. Por que o(s) experimento(s) deve(m) ser

controlado(s)? 2

Aleksandr Bryliaev /Shutterstock.com


Em seguida devem anotar os resultados, e tirar as conclusões.

Por último, podem apresentar a sua pesquisa para outras pessoas do

ramo e verificar se concordam ou não com seus levantamentos.

Aprender fazendo

Atividade 01

Agora você vai analisar um fenômeno observado e vai propor uma

adequação dentro da metodologia científica.

Situação: A parede está caindo ou está tendo um vazamento de água

em uma casa. Você pode criar uma nova situação.

Elaborem uma hipótese para o problema, em equipe, em seguida um

possível teste, o seu respectivo resultado e conclusão.

2
Gabarito: Porque se os dados não forem obtidos através de um experimento controlado, não terão
validade.
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Profº Rafael Cunha


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Por que a ciência não pode ser uma religião?

Muitos colegas falam que a ciência tenta

Image courtesy of 9comeback at FreeDigitalPhotos.net


substituir a religião. Isso é verdade? Você

acredita nisso?

Então, devemos estabelecer uma

separação entre ciências e religião. A ciência,

como já vimos é baseada no método científico.

Nada mais é do que observações que podem


Foto de vela acesa.

ser testadas e comprovadas.

Já a religião é baseada nos dogmas religiosos, que variam de uma

crença para a outra. Dessa forma você não precisa comprovar para

acreditar, basta ter fé e crença naquilo que é pregado pela sua religião. Não

importa a sua religião, o fato é que deve acreditar no que ela defende.

O ideal é que você tente sempre levar em consideração pontos de

vista diferentes, mas a escolha em acreditar em algo sempre será sua.

Assim, podemos estabelecer uma separação entre o discurso científico e o

discurso religioso. De fato, nós cientistas e professores somos formados

para discutir a ciência enquanto explicação do que está ao nosso redor, mas

não somos habilitados a discutir as religiões ou os seus porquês.


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Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 3: Itaboraí – desenvolvimento


sustentável e cidadania

O município de Itaboraí conta com uma população de 230.786 (segundo IBGE 2016)
habitantes. Quando se iniciaram as obras do COMPERJ muitos sonhos foram construídos em
conjunto. Empregos foram gerados, o comércio e a expansão do mercado imobiliário pegaram
carona no que seria um dos grandes avanços para o município. Porém, tudo terminou tão rápido,
quanto começou, e o resto vocês já sabem.

Situação-problema

• O Comperj trouxe algum impacto social, econômico ou


ambiental para sua vida e a do seu município?

Mjaud /Shutterstock.com
• Discutam em grupos menores cada tipo de impacto em
separado, depois façam uma discussão mais ampla.

Ilustração de barril de
petróleo. Observação:
“oil” em inglês significa
óleo; que no caso
representa o petróleo.

Aprender fazendo

Atividade 01

Leia a Análise de texto sobre o Comperj e juntamente com a pesquisa feita pelo seu grupo

desenvolva uma apresentação oral para ser realizada em sala.

Lembre-se que essa atividade pode fazer parte da nossa avaliação da aprendizagem.
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Profº Rafael Cunha


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Complexo Petroquímico

Mjaud /Shutterstock.com
Análise de texto
do
Rio de Janeiro (Comperj)

Informações gerais

O Comperj está localizado no município de Itaboraí, no Leste Fluminense, ocupando uma


área de 45 km², e terá como objetivo estratégico expandir a capacidade de refino da Petrobras
para atender ao crescimento da demanda de derivados no Brasil, como óleo diesel, nafta
petroquímica, querosene de aviação, coque e GLP (gás de cozinha). A previsão de entrada em
operação da primeira refinaria é agosto de 2016, com capacidade para refino de 165 mil barris
de petróleo por dia.

Características técnicas

Área: 45 km²

Capacidade de processamento do 1º trem de refino: 165 mil barris de petróleo por dia.

Principais produtos da refinaria: óleo diesel, nafta petroquímica, querosene de aviação


(QAV), coque, GLP (gás de cozinha) e óleo combustível.

Infraestrutura logística externa: inclui vias de acesso, emissário de efluentes, adutora,


infraestrutura dutoviária, linhas de transmissão etc.

Status da obra

Seguimos o cronograma estabelecido pelo nosso Plano de Negócios e Gestão 2014-


2018, tendo alcançado cerca de 82% de avanço físico nas obras em fevereiro de 2015.

Fonte:http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-operacoes/refinarias/complexo-
petroquimico-do-rio-de-janeiro.htm

Observações:
GLP = gás liquefeito de petróleo
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Exercícios

1) Quais são as etapas que envolvem o método científico? Descreva cada uma delas.
2) Qual é o objetivo em adaptar uma matéria jornalística sob a ótica da metodologia
científica?
3) Explique como a ciência interfere sobre as civilizações humanas. O caso inverso também
pode ocorrer? Explique.
4) Cite os valores éticos que um cientista deve ter em sua prática. Além disso, registre
valores éticos observados no seu trabalho. Observação: a turma também pode discutir
o tema aproximando da realidade profissional dos seus integrantes.
5) Durante as atividades desenvolvidas na pesquisa, uma turma apresentou o seguinte
resultado depois a discussão temática.

Início Estágio
• Positivo final
• Negativo

Oportunidades

crise
empresarial

crise política
mercado
Petrobras Projeto social
internacional

mercado
nacional Comperj

destruição do cenário

perspectiva aumento do
migração dos Questões
futura - desmatamento
animais ambientais
dúvidas

aumento da
terraplanagem

A partir da análise do esquema, escolha um tema e desenvolva uma redação com no


mínimo cinco linhas, porém você pode se esforçar para alcançar umas dez linhas.

6) Caso a turma da EJA fosse localizada na região de Serra Pelada – PA, a temática do
município seria mesma abordada no nosso livro? Justifique.
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Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

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MATÉRIA E ENERGIA
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Coleção | APRENDER FAZENDO

Diagnóstico situacional

Preencha o questionário a seguir antes da aula começar.

Opções
Perguntas (marque um X somente um item)
Ao riscar um fósforo ele produz a chama, que é considerada não sei
responder
um tipo de ...
matéria energia

Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no(a) ... não sei
responder

espaço energia

A matéria pode estar no estado físico sólido, líquido e gasoso? sim não não sei
responder

A matéria pode mudar de estado físico? sim não não sei


responder

A mudança de estado físico ocorre com uso ou liberação de não sei


sim não responder
energia?

O ar é uma mistura? sim não não sei


responder

A água do mar contém moléculas? sim não não sei


responder

Existe matéria no solo? sim não não sei


responder

Existe matéria no ar? sim não não sei


responder

Existe matéria na água? sim não não sei


responder

Comentários adicionais:

Agora professor você pode verificar a quantidade e acertos da turma.

Vamos discutir os resultados?


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Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Introdução

A matéria e energia são duas

Image courtesy of satit_srihin at FreeDigitalPhotos.net


palavras utilizadas em diversas

situações cotidianas, como preciso

daquela matéria para realizar uma

determinada prova ou sem energia

meu celular não funciona. A matéria e

a energia, utilizados no exemplo

anterior, têm o mesmo significado dos

conceitos adotados neste capítulo?


Torre de transmissão de energia. Através dela a
energia chega a nossas casas.
Mas, afinal de contas, o que são esses

conceitos e o que eles definem? Pode-se dizer que eles envolvem tudo que

nos rodeia ou que permite a nossa existência ou mesmo dos objetos

classificados como matéria bruta. Sendo vivo ou não, todos os integrantes

da natureza têm íntima relação com a matéria e a energia.

Como realizar trabalho sem gastar energia? Ao acordarmos,

precisamos de energia e disposição para encarar uma jornada de trabalho,

pois sabemos que a gastaremos ao longo do dia. E precisamos comer para

obter essa energia; de preferência um café da manhã bem farto com leite,

café, pão e fruta.


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Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 4: Os fenômenos físicos e químicos

A palavra fenômeno pode ser aplicada em uma série de situações, como por exemplo,
em questões climáticas, em fatos, surpresas, ciência entre outros. Considerando a química e a
física como matérias diferentes, cometemos o erro de descartar os assuntos que são
indissociáveis em relação às duas. A ciência é uma só, porém a dividimos para facilitar a
compreensão dos fatos ou podemos dizer fenômenos.

Situação-problema

• Qual é a relação entre os objetos dispostos na mesa com o conceito de matéria e


energia?

Aprender fazendo

Atividade 01

Prezado professor distribua alguns

Foto do autor – Rafael B Cunha.


elementos, como fósforo, isqueiro, motor (por

exemplo, de impressora), pilha, pederneira, bexiga

(de aniversário) cheia, copo com água e uma pedra

pequena; sugestivos para ensinar matéria e energia.

Dessa forma os alunos podem relacionar os objetos

de acordo com a significação deles em relação aos conceitos apresentados. Separe grupos de três a cinco

alunos e peça para relacionarem em duas colunas o que está relacionado à matéria ou à energia. Comente

os resultados e valorize os erros como um estágio para a superação.

Atividade 02
Agora vocês irão ler dois textos e adivinhar quem são essas pessoas e qual é a relação entre elas

e o assunto tratado no capítulo. Dando uma pequena ajudinha, vamos citar alguns cientistas como: Isaac

Newton, Albert Einstein, Dimitri Mendeleyev, Louis Pasteur, Niels Bohr, Charles Darwin e Stephen

Hawking.
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Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

TEXTO 01

PRIMEIROS ANOS

__________________________ nasceu em 1834, em Tobolsk, no extremo oeste da Sibéria, na Rússia. Ele era o mais novo de 14

irmãos. Seu pai, Ivan, era diretor de uma escola local, mas ficou cego pouco tempo depois do nascimento de __________ e foi forçado

a se aposentar. A mãe, Maria Komileva, não teve escolha senão deixar a casa para ir trabalhar. Sua família era dona de uma vidraria

em Aremziansk, e ela começou a administrá-Ia em troca de um salário modesto. __________ frequentou a escola local, mas recebeu

também formação prática na fábrica de vidros de sua mãe, onde ele passava horas escutando o químico e o vidreiro debaterem os

segredos da fabricação de vidro.

Em 1847, seu pai faleceu e, no ano seguinte, a vidraria foi consumida por um incêndio. A família ficou à míngua. Contudo, a

notável Maria não abriria mão dos sonhos que tinha para o filho. Em 1849, ela pegou carona com __________ e com sua outra filha

ainda pequena, Elizabeth, até Moscou - uma jornada de 2 mil quilômetros - na esperança de assegurar um lugar para ele na

universidade. Enquanto siberiano, porém, __________ foi impedido de entrar na Universidade de Moscou. Irrefreável, Maria seguiu

com o filho e a filha por mais 600 quilômetros, até São Petersburgo. Ali, novamente, foi negado ao garoto acesso à universidade.

Finalmente, em 1850, ofereceram-lhe uma vaga no Instituto Pedagógico. Apenas dez semanas se passaram até que Maria morresse,

exaurida de tanto esforço. Pouco tempo depois, a irmã de __________ sucumbiu à tuberculose.

Adaptado de A História da Ciência por seus grandes nomes. História Viva. Ediouro publicações. RJ, 2015.

TEXTO 02

PRIMEIROS ANOS

__________________________ nasceu em Ulm, na Alemanha, em 14 de março de 1879, e cresceu em Munique. Muito pouco

dos primeiros anos de __________ poderia sugerir que ele estivesse destinado à grandeza. Afirma-se que ele não aprendeu a falar

até os 3 anos. O jovem __________ odiava a dura disciplina e os rígidos métodos de ensino da escola. Seus únicos prazeres eram o

violino, que ele tocaria pela vida toda, e a matemática. Deixou a escola aos .15 anos, sem um diploma.

Para evitar o exército, __________ desistiu de sua cidadania alemã e mudou-se para a Suíça. Em Zurique, conseguiu obter um

lugar (na segunda tentativa) na Politécnica, para estudar física e matemática. Após a formatura, em 1900, começou a trabalhar como

professor substituto de matemática, mas esperava chegar à universidade para prosseguir os estudos. Em 1900 e 1901, inscreveu-se

para concorrer a vagas em diversas instituições, sem que nenhuma das tentativas fosse bem-sucedida.

Em 1902, __________ arranjou um emprego de examinador técnico de terceira classe num escritório de patentes em Berna.

O trabalho lhe deu segurança financeira suficiente para se casar com sua noiva húngara, Mileva Marié.

Deixou-lhe também algum tempo livre, que ele empregava no exercício do que descrevia como sua "disposição para o

pensamento abstrato e matemático': O jovem começou, então, a contribuir com artigos para um periódico científico alemão, os

Anais de Física.

Adaptado de A História da Ciência por seus grandes nomes. História Viva. Ediouro publicações. RJ, 2015.
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Coleção | APRENDER FAZENDO

Os fenômenos físicos e químicos

Quando se fala em estudar química deve-se ter em mente dois

conceitos principais, a matéria e a energia. A matéria pode ser definida

como tudo que ocupa lugar no espaço e a energia como tudo capaz em

transformar o estado físico da matéria. Outra definição para energia,

segundo Brady (2012), “é algo que um objeto tem se for capaz de realizar

trabalho 3”. As manifestações da energia podem ser divididas em elétrica,

térmica, sonora, luminosa, cinética ou nuclear. Cada uma das

manifestações energética pode ser percebida de forma diferenciada pelos

seres humanos, bem como podem ser utilizadas de forma diferente nas

sociedades atuais.

Na verdade, a matéria e a energia estão intimamente relacionadas.

Ao falar em matéria pode-se classificá-la em três estados físicos primordiais

como sólido, líquido e gasoso. Ao falar da matéria pode-se abordá-la como

um corpo, no qual possui natureza quantitativa, porém ao se tratar da

natureza qualitativa deve-se utilizar o termo substância. A energia pode ser

definida como a capacidade de realizar trabalho ou capacidade de permitir

a ocorrência de uma transformação. Pode-se pensar no exemplo citado no

3
Trabalho: para a física, é a resultante de uma força que promove o deslocamento de um corpo.
25

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

início do capítulo. Também vale lembrar outros casos como o

funcionamento de um motor à combustão em que a energia química é

transformada em energia mecânica, térmica e sonora, pois afinal de contas

o carro não só se movimenta, mas também gera barulho e aquece seus

compartimentos internos, desprendendo parte da energia que é perdida

para o ambiente de outra forma além da motora, responsável pelo

automóvel se deslocar.

Os fenômenos químicos estão relacionados à transformação da

matéria com consequente alteração de sua composição química, já os

fenômenos físicos são aqueles que alteram o estado físico da matéria sem

afetar a sua composição. Cabe ressaltar que o estudo da química também

pode abordar conceitos físicos no desenrolar dos conteúdos.


26
Coleção | APRENDER FAZENDO

Diagnóstico situacional

Preencha o questionário a seguir antes da aula começar.

Opções
Perguntas (marque um X somente um item)

Quem pesa mais? Um punhado de ... serragem pó de ferro

Quem tem maior densidade? água azeite

Quem é atraído pelo ímã? serragem pó de ferro

A água pode sofrer mudança de estado sim não não sei


físico?
responder
Quem tem maior massa? 100 kg de 100 kg de

serragem ferro
Um litro de água tem o mesmo volume sim não não sei
que 1000ml de óleo?
responder

Agora professor você pode verificar a quantidade e acertos da turma.

Vamos discutir os resultados?


27

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Aula 5: Os estados da matéria e suas


mudanças

Tuda muda, nós mudamos e a matéria muda. Basta o tempo passar que o presente vira passado
e o futuro vira presente. Mesmo numa árvore, que aparentemente fica parada, milhões de processos
celulares ocorrem no seu interior, mudando diversos detalhes do seu funcionamento interno. Mudar faz
parte da vida. Assim como os seres vivos mudam, a matéria também muda. Tudo que a forma são
unidades tão pequenas que não percebemos que mudam, mas mudam. O seu estado um dia pode ser
assim, outro dia de outro. Apesar de sermos muito diferentes dessas partículas, também mudamos, de
um dia estamos de um jeito, outro dia de outro jeito. Seja muito pequeno ou muito grande, inconsciente
ou consciente, só resta mudar.

Situação-problema

Analise duas situações que envolvem a transformação física da água:

• Como há o aumento do volume do líquido em um copo contendo gelo em fusão?


• E como ocorre a formação de gotículas em uma superfície mais fria (tampa) sobre
uma panela quente contendo água?

Foto do autor – Rafael B Cunha.

Foto de panela com


água em ebulição
quando colocada sobre
a boca acesa do fogão.

Aprender fazendo

Atividade 01

Analise duas condições práticas do dia a dia e explique o que está ocorrendo com suas palavras.

Em equipe, formule as respostas para cada uma das situações-problema.


28
Coleção | APRENDER FAZENDO

2.b.1. Os estados físicos da matéria

Imagine pegar uma fração de qualquer matéria e analisá-la em


temperatura ambiente. Você consegue observar se ela é sólida, líquida ou
gasosa?

Então, quando você vê um copo de água na temperatura ambiente,


o estado físico será líquido, porém se levarmos o mesmo copo ao
congelador, ela estará na forma sólida e, quando levamos ao fogo, veremos
a formação de vapor d’água. Qualquer dona de casa, facilmente, identifica
esses estados físicos.
snapgalleria /Shutterstock.com

Ilustração dos três


estados físicos da água:
sólido, líquido e gasoso.

Logo, temos três estados físicos da matéria. Vamos ver como ocorre
essa troca no próximo tópico?

Aprender fazendo

Atividade 02

Agora, assista um filme4 sobre a temática e relacione com os estados físicos da matéria.

4
Química – volume 1 – A história da química e seus conceitos básicos – SBJ produções.
29

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

2.b.2. Mudanças de estado físico

Agora, veja as mudanças de estado físico ocorrendo entre os


estados físicos da matéria apresentados anteriormente.
snapgalleria /Shutterstock.com

Ilustração da mudança de
estado físico da matéria,
como representado no
exemplo com a água.

Vamos começar com a solidificação, que consiste na transformação

do estado líquido para o sólido. A fusão é o processo inverso, observado no

derretimento do gelo. A vaporização é a passagem do estado líquido para o

estado gasoso. Lembre-se que a vaporização pode também ser denominada

evaporação, entretanto denominamos vaporização quando ocorre

naturalmente, e ebulição, quando é fornecido energia, acelerando a

mudança de estado físico. A condensação é o inverso, onde há a passagem

da forma gasosa para a líquida. Já a passagem direta da forma sólida para a

gasosa é chamada sublimação. O processo inverso é denominado

ressublimação, passagem da forma gasosa para a sólida.


30
Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 6: Propriedades da matéria (gerais e


específicas)
Tudo ocupa lugar no espaço. Que tal falarmos em matéria? Considere que tudo seja
formado por matéria, logo cada tipo deve ter propriedades diferentes. Vamos pegar, por
exemplo, o cimento, concreto, areia e água. Cada um deles tem propriedades diferentes.
Quando misturados suas propriedades também mudam? Vale a pena pensar e trocar com os
demais.

Situação-problema

• Como medir o volume da esfera metálica utilizando os

Foto do autor – Rafael B Cunha.


materiais disponibilizados no início da aula?

Foto de duas
esferas metálicas,
como as utilizadas
em rolamentos.

Aprender fazendo

Atividade 01

O professor irá realizar uma apresentação oral das palavras-chave e objetos disponibilizados na

aula, como balança de bancada (portátil), esponja, óleo, sal, pedras, béquer ou garrafa plástica cortada

ou copo de vidro, rolha, proveta, ímã, fio de cobre, pedaços de metal, esferas metálicas e maçã. Pode ser

que não seja possível arranjar todos os objetos.

Agora cada grupo irá recortar os cartões com as propriedades da matéria: gerais e específicas.

Conforme o professor for apresentando os materiais, cada grupo irá selecionar um cartão que

tenha relação com o objeto apresentado.


31

Profº Rafael Cunha


32

PROPRIEDADE
PONTO DE EBULIÇÃO COMPRESSIBILIDADE IMPENETRABILIDADE
MAGNÉTICA

DUREZA ELASTICIDADE MASSA

MALEABILIDADE DENSIDADE DIVISIBILIDADE

DUCTIBILIDADE PONTO DE FUSÃO VOLUME


EJA | Ciências 9º ano
APRENDER FAZENDO APRENDER FAZENDO APRENDER FAZENDO APRENDER FAZENDO

Profº Rafael Cunha


APRENDER FAZENDO APRENDER FAZENDO APRENDER FAZENDO

APRENDER FAZENDO APRENDER FAZENDO APRENDER FAZENDO

APRENDER FAZENDO APRENDER FAZENDO APRENDER FAZENDO


Coleção | APRENDER FAZENDO

33
EJA | Ciências 9º ano

A matéria possui propriedades gerais e específicas. As propriedades


gerais são referentes a todo tipo de matéria, sem levar em consideração a
natureza da substância. Elas são conceituadas como impenetrabilidade,
massa, divisibilidade, volume, compressibilidade e elasticidade.

Visualize os rascunhos esquematizados e relacione com os conceitos


apresentados.

Ilustração do autor – Rafael B Cunha.


34
Coleção | APRENDER FAZENDO

A impenetrabilidade consiste na impossibilidade de dois corpos


ocuparem ao mesmo tempo o mesmo lugar no espaço.

A massa de um corpo é a medida dele em quilogramas (kg) no SI


(Sistema Internacional). A massa de um corpo é única, porém o seu peso
pode mudar. Logo a balança dá o resultado da sua massa e não do seu peso.

Todo corpo ocupa determinado volume (extensão) no espaço. Na


matemática, quando se calcula o volume de um paralelepípedo utiliza-se os
valores do largura, altura e profundidade.

Todo corpo pode sofrer sucessivas divisões até chegar ao seu menor
tamanho, que conserva as propriedades de determinada substância que
forma um corpo.

A compressibilidade é quanto a matéria pode ser comprimida, como


observado ao encher o pneu de um carro.

E a elasticidade é a capacidade que um corpo tem de retornar ao seu


estado inicial, após sofrer alguma deformação provocada por uma força
externa.

Atividade 02
Ilustração do autor – Rafael B Cunha.

O professor realizará o procedimento em que coloca objetos sólidos, como esferas


de metal dentro da proveta que contém uma quantidade conhecida de líquido
(preferencialmente água).

Também deve-se ter uma balança pequena para aferir a massa das esferas ou
objetos sólidos colocados dentro da proveta.

Utilize a fórmula:

Densidade absoluta = massa do corpo


volume do corpo

Para resolver a questão, considere o grama (g) como unidade de massa e centímetro
cúbico (cm3) para volume. Lembre-se que 1 mL é igual a 1 cm3. Para converter g/cm3 deve-
se multiplicar por 103, e o contrário deve-se dividir por 103.
35

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

As propriedades específicas são conceituadas como densidade, ponto de


fusão, ponto de ebulição, dureza, maleabilidade, ductibilidade e propriedade
magnética.

A densidade (absoluta) consiste na relação entre a massa e o volume de


um corpo. Pode-se dizer que é a quantidade de massa de um corpo em
determinado volume. Objetos aparentemente do mesmo tamanho podem ter
densidade completamente diferentes, sob as mesmas condições de temperatura
e pressão. A unidade utilizada no SI para massa é o quilograma (kg) e para volume
o metro cúbico (m3).

O ponto de fusão é a temperatura, numa dada pressão, no qual


determinada substância passa do estado sólido para o líquido. Ela é específica
para cada tipo de substância. O ponto de fusão da água é de 0°C, já o álcool etílico
é -117°C.

Já o ponto de ebulição é a temperatura no qual determinada substância


passa do estado líquido para o gasoso. Ela é específica para cada tipo de
substância. O ponto de ebulição da água é de 100°C e do álcool etílico é 78°C na
pressão de 1 atm (que pode variar de acordo com a pressão).

A dureza é a propriedade relacionada à capacidade da superfície de


material ser riscado por outro, ou seja, sempre o material de maior dureza risca
o de menor dureza. Na geologia é muito conhecida a escala de Mohs, que
classifica os materiais de acordo com a sua dureza.

A maleabilidade consiste na capacidade de transformar um material em


lâminas, enquanto a ductibilidade, por sua vez, é a capacidade de transformar um
material em fios.

A última propriedade é a magnética, pertinente à materiais específicos que


conseguem ter poder de atração a materiais como o ferro. A magnetita e os ímãs
são materiais que manifestam esta propriedade.
36
Coleção | APRENDER FAZENDO

Exercícios

1) Por que existem os acidentes de carro? Agora relacione com uma das propriedades

gerais da matéria.

2) Uma cozinheira, ao preparar refeições todos os dias, aplica uma das propriedades gerais

da matéria. Qual delas podemos destacar? Justifique.

3) Um estoquista deve ter uma boa noção de organização de espaços. Sabendo que seu

trabalho depende do entendimento da propriedade de volume, explique a sua

conceituação.

4) Quando vamos ao médico, algumas vezes, nos pedem para subir na balança. Qual é o

resultado que ela nos fornece?

5) Quando enchemos os pneus de uma

Image courtesy of stockimages at FreeDigitalPhotos.net


bicicleta estamos verificando qual

propriedade geral matéria? Você

consegue relacionar essa propriedade

a outra situação vivenciada no dia a

dia? Qual?

6) Explique o que é a densidade. Na atividade prática, caso tenha realizado, o que pôde

comprovar?

7) Descreva a atividade prática (02) ou outra que o professor tenha feito para demonstrar

um dos conceitos.
37

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
3
38
Coleção | APRENDER FAZENDO

Diagnóstico situacional

Preencha o questionário a seguir antes da aula começar.

Opções
Perguntas (marque um X somente um item)

É possível afirmar que o leite é


sim não não sei responder
uma mistura?
Uma substância pura sempre
deve ter somente um elemento sim não não sei responder
químico?
A mistura de água com azeite
sim não não sei responder
gera duas fases?
A serragem pode ser separada
do pó de ferro através do uso sim não não sei responder
de um ímã?
A areia pode ser separada da
sim não não sei responder
serragem com água?
A água pode ser separada do
óleo com um funil de sim não não sei responder
decantação?
Ao colocar água em um copo
com azeite a água fica embaixo sim não não sei responder
e o óleo em cima?
As misturas podem ser
sim não não sei responder
separadas?

Comentários adicionais:

Agora professor você pode verificar a quantidade de acertos da turma.

Vamos discutir os resultados?


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Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Aula 7: Substâncias puras e misturas

Misturar é o verbo que exprime uma ação muito praticada desde a mais tenra idade.
Seja uma criança ou um pintor, as tintas são misturadas para gerar novas cores. A química
também utiliza a mistura enquanto conceito. Agora, será que nos dois casos, o verbo e o
conceito, serão encontradas semelhanças?

Situação-problema

• Quais substâncias utilizadas na cozinha e/ou residência

Foto do autor – Rafael B Cunha.


podem ser classificadas como substâncias puras e misturas?

Foto de substâncias
comumente encontrados
na cozinha, como: azeite,
vinagre, óleo, limão e sal.

Aprender fazendo

Atividade 01

Atividade prática com


experimento. Materiais utilizados:
Foto do autor – Rafael B Cunha.

grafite, leite, detergente, água, óleo de


cozinha, óleo lubrificante para casa,
açúcar, sal, corante alimentício (duas
cores de preferência), placa de petri,
lâmina para microscopia, espátula,
luva de borracha, palito de dente,
béquer, tubos de ensaio com plugs de borracha, estrutura de apoio para tubos de ensaio
(preferencialmente, estante para tubos de ensaio) vidros (5 ou 10 ml) para armazenamento,
proveta (100 ml), microscópio óptico, copos descartáveis (5 unidades) e papel (toalha ou
higiênico). Cartões ou pedaços de folha com os conceitos de substância pura, mistura, simples,
composta, homogênea e heterogênea.
40
Coleção | APRENDER FAZENDO

Introdução às substâncias puras e misturas

Ao estudarmos as diferentes substâncias sabemos que elas são

diferentes por uma série de características que podem ser visualizadas sem

equipamentos microscópicos, como a densidade, viscosidade ou cor,

porém as diferenças são mais profundas. Nesses casos, sem o estudo da

química não seria possível entender as diferenças estruturais dos

compostos químicos.

Imagine os diferentes tipos de prédios e arranjos estruturais. Agora,

microscopicamente, temos os diferentes arranjos moleculares. Se pedir

para citar qual é a unidade estrutural do prédio, você poderia citar o tijolo.

Agora, se peço para mencionar qual é a estrutura fundamental do arranjo

molecular o que você me responderia? 5


Aleksandr Bryliaev /Shutterstock.com

O átomo constitui a menor parte que forma um elemento químico.

Quando os átomos se ligam formam moléculas entre si, mesmo que seja de

5
Gabarito: Átomo.
41

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

igual elemento químico, como é o caso o gás oxigênio formado por dois

átomos iguais.

Ao abordar uma substância química, estamos nos referindo a um

conjunto de moléculas ligadas entre si e que são encontradas na natureza,

como a água, substância química formada por moléculas constituídas de

dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Neste exemplo, temos uma

substância classificada como composta, porque apresenta dois tipos de

elementos químicos na sua estrutura. Já o gás oxigênio, citando

anteriormente, e o grafite utilizado na escrita constituem casos de

substâncias simples. Observe que ambos são formados por apenas um

único tipo de elemento químico.

Alguns alunos devem se perguntar se água com areia constitui uma

substância. Veja que são duas substâncias completamente diferentes, não

apresentando uma fórmula química que o defina. Nesse caso se trata de

uma mistura. A água é uma substância, mas não uma mistura, assim como

a areia. Agora, se você citar a água do mar, ela constitui uma mistura, pois

existem diversas substâncias químicas, em diferentes proporções, em

diversos tipos de ambientes. As misturas podem ser classificadas como

homogêneas ou heterogêneas. No primeiro caso, as substâncias não

conseguem ser identificadas separadamente, o contrário ocorre no


42
Coleção | APRENDER FAZENDO

segundo caso, onde verificam-se duas ou mais fases. Nas duas fotos abaixo

você pode verificar casos de misturas.

Fotos do autor – Rafael B Cunha.


A imagem da esquerda faz referência a uma mistura de
óleo, água e detergente, vista ao microscópio ótico com A imagem da direita verifica-se de
aumento de 40x. cima para baixo a mistura de óleo de
máquina, óleo de cozinha e água com
corante culinário.

43

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Aula 8: Separação de substâncias

Separar misturas, em muitos casos, constituem exemplos bem práticos que qualquer

jovem ou adulto que trabalha na construção civil já se deparou. O método de peneiração, por

exemplo, é utilizado para separar os grãos de areia para a fazer o concreto.

Situação-problema
• O que há dentro de uma pilha?

• Como são separados os materiais utilizados na construção civil?

• Como ocorre a separação de substâncias em um filtro de água?

Aprender fazendo

Atividade 01

Foto do autor – Rafael B Cunha.


Poderíamos trabalhar separando
diversos tipos de substâncias, entretanto
vamos fazer algo mais interessante. O que
acha de separarmos os componentes de
uma pilha? Mãos à obra!

Vamos precisar de pelos menos


um béquer, funil, pisseta, alicate, água destilada (100 ml), papel toalha ou higiênico (para limpeza), luvas
de borracha, cinco potes plásticos (reaproveitáveis), chave de fenda pequena, espátula de laboratório,
filtro de papel pequeno (utilizado para fazer café), saco plástico para coleta do lixo, pilhas, multímetro e
refil usado de filtro de água.

Primeiro irá extrair o revestimento plástico da pilha. Retire o metal que a recobre, composto de
zinco, guarde-o em recipiente. Irá observar uma pasta, no qual deverá adicionar um pouco de água
(aproximadamente 5 ml) para dissolver o cloreto de amônio. Passe a mistura pelo filtro de papel,
separando o cloreto de amônio que, está dissolvido na água, do dióxido de manganês, retido na superfície
do papel. Em seguida, deixe-o secar e armazene-o. Também guarde o cloreto de amônio. No final
observará que restou um bastão escuro, feito de grafite. Armazene-o também, depois de limpá-lo com
papel toalha.
44
Coleção | APRENDER FAZENDO

Atividade 02

Agora vamos relacionar as palavras-chave as suas respectivas imagens. Vejamos

se você já sabe relacionar algum dos conceitos utilizados na química, como a peneiração,

separação magnética, levigação, ventilação, catação, flotação, sedimentação,

centrifugação, decantação, filtração e evaporação. Pode começar!

Ilustração do autor – Rafael B Cunha.


45

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

A turma dividida em grupos deverá explicar cada conceito por

extenso. Vejamos qual grupo se destaca.

Peneiração: _____________________________________________________
_____________________________________________________

Separação magnética: _____________________________________________________


_____________________________________________________

Levigação: _____________________________________________________
_____________________________________________________

Ventilação: _____________________________________________________
_____________________________________________________

Catação: _____________________________________________________
_____________________________________________________

Flotação: _____________________________________________________
_____________________________________________________

Sedimentação: _____________________________________________________
_____________________________________________________

Centrifugação: _____________________________________________________
_____________________________________________________

Decantação: _____________________________________________________
_____________________________________________________

Filtração: _____________________________________________________
_____________________________________________________

Evaporação: _____________________________________________________
_____________________________________________________
46
Coleção | APRENDER FAZENDO

Casos de misturas homogêneas podem envolver procedimentos

técnicos mais complexos como a destilação simples e fracionada, que serve

para separar as diferentes substâncias componentes da mistura de acordo

com o ponto de ebulição. Também pode-se aplicar o procedimento da

fusão fracionada, caso queira derreter as diferentes substâncias de uma liga

metálica. Agora, para os casos de misturas heterogêneas temos a

peneiração, separação magnética, levigação, ventilação, catação, flotação,

sedimentação, centrifugação, decantação, filtração e evaporação.

a) Peneiração: consiste em separar substâncias sólidas misturas com

outros sólidos ou líquidos.

b) Separação magnética: é a separação de sólido composto por ferro de

outro não formado por tal elemento.

c) Levigação: separação de substâncias baseada na diferença de

densidade. Essa técnica é utilizada por garimpeiros na extração do

ouro.

d) Ventilação: utilização do deslocamento de ar para separar as

substâncias.

e) Catação: técnica simples de separação pela observação visual da

pessoa que separa os componentes de uma mistura. A catação do


47

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

feijão é utilizada para eliminar possíveis grãos de pedras presentes

no alimento.

f) Flotação: utilização da água como agente que separar duas

substâncias de acordo com a densidade, sendo uma das substâncias

menos densa que a água, logo ficando na superfície.

g) Sedimentação: separação da fração sólida que, em função do tempo,

se deposita, por exemplo, no fundo de um recipiente.

h) Centrifugação: é a sedimentação quando ocorre de forma acelerada,

para isso se utilizando uma centrífuga.

i) Decantação: quando se derrama um líquido que estava misturado a

um sólido, separando-os. Lembre-se que também podem ser

separados dois líquidos imiscíveis.

j) Filtração: utiliza-se uma membrana com diferentes tipos de

permeabilidade, permitindo a retenção de partículas sólidas de

diferentes diâmetros, separando-as do líquido.

k) Evaporação: método que ocorre graças à mudança de estado físico

das substâncias, como por exemplo ocorre nas salinas. A separação

do sal ocorre devido à evaporação da água do mar.


48
Coleção | APRENDER FAZENDO

Exercícios

1) Uma cozinheira recebeu do fornecedor alguns sacos de feijão. Qual o procedimento que

ela deverá realizar que está relacionado a matéria de separação de substância?

2) Em uma obra, o mestre de obras reclamou da presença de pedras na areia. O que

provavelmente aconteceu?

3) Em uma estação de tratamento de água, uma das etapas consiste em separar

substâncias sólidas que ficam depositadas no fundo do sistema. Qual procedimento de

separação está sendo abordado?

4) Uma das formas de separação das substâncias é denominada evaporação. Porém

quando se adiciona calor ao processo utiliza-se outro nome. Qual é a denominação?

5) Todos os dias grande parte do povo brasileiro cultiva o hábito de ingerir café pelas

manhãs e ao longo do dia. Cite as formas de separação de substância intimamente

relacionada à confecção do café.

6) Na minissérie exibida pela Rede Globo, intitulada Serra Pelada – A Saga do Ouro,

abordou a questão da extração do ouro ocorrida no Brasil na região de Serra Pelada,

Pará. Você consegue relacionar algum procedimento de separação de substâncias com

a extração do ouro realizada na época? Qual técnica foi empregada?

7) Na atividade Aprender Fazendo 1, foi realizada a abertura de uma pilha. Uma das

substâncias extraídas é o dióxido de manganês. Qual é a consequência dessa substância

para o organismo? E para o ambiente?

8) Com relação a questão anterior explique por que deve-se utilizar EPIs (equipamentos de

proteção individual) para atividades como essa, bem como adotar medidas de descarte.
49

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

OS ÁTOMOS E A TABELA PERIÓDICA


4
50
Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 9: O átomo e suas partes

Chegamos na menor fração da matéria?


Uma rima em inglês de Jonathan Swift, traduzida, dizia o seguinte: “O pulgão tem suas
costas picadas pelo pulguito; neste há pulgas menores, e assim ao infinito”. Tanto do ponto de
vista biológico, físico (2ª lei da termodinâmica) e químico a rima não poderia terminar com a
palavra infinito, e sim finito. Atualmente, sabemos que o destino final dessa história se
concentra nos estudos da física de partículas e disciplinas afins. Preparado para desvendar o
segredo de tudo?

Situações-problema
• Qual é a unidade fundamental de tudo

ESB Professional /Shutterstock.com


que nos rodeia?

• Formulação de perguntas secundárias: O

que é tudo?

• O que é unidade fundamental?

Ilustração artística de um átomo.

Aprender fazendo

Atividade 01

Separe uma folha e peça para cada aluno responder à situação-problema

proposta, de forma que a folha seja passada por todos os alunos. Ao término das

respostas, o professor irá analisar as respostas mais distantes do esperado até chegar

ao resultado mais próximo. Durante a construção do conceito, todos devem participar

da discussão.
51

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Minha peça fundamental: o átomo

Lembra quando falamos sobre o tijolo em relação à um prédio?

Então, o átomo pode ser, analogamente, a peça fundamental da matéria. É

importante que saiba da existência de outras partículas ainda menores do

que o átomo.

O átomo é composto por um núcleo e uma eletrosfera, onde estão

distribuídas as partículas conhecidas como prótons, nêutrons e elétrons. Os

dois primeiros são encontrados no núcleo do átomo e os elétrons na

eletrosfera. O esquema ao lado mostra um modelo ilustrado de átomo.

Agora responda a pergunta, você sabe o que é um modelo? Alguém

já viu o átomo? Qual é o tamanho dele?

snapgalleria /Shutterstock.com

Modelo esquemático de um átomo


(hipotético), mostrando os prótons,
nêutrons e elétrons, bem como a
região do núcleo do átomo e a
eletrosfera.
Imagem fora de escala.
52
Coleção | APRENDER FAZENDO

Primeiro, o modelo é uma representação de algo que justamente não pode

ser visto, mas pode ser explicado. Segundo, ninguém ainda viu um átomo

como representado no modelo, justamente por sua estrutura tão diminuta.

Porém, existem técnicas como o uso do microscópio de tunelamento por

varredura que permite identificar informações sobre os átomos. Terceiro,

seu tamanho está na escala do Angström (Å), ou seja, 10-10 m. Seria

equivalente a dividirmos um metro por 10.000.000.000 (dez bilhões) de

vezes.

Voltando as partículas fundamentais do átomo, temos que os

prótons e os nêutron são partículas 1836 vezes mais pesadas do que os

elétrons, por isso, muitas vezes, dizemos que a massa do elétron é

desprezível. Para efeito de natureza quantitativa, diz-se que a massa do

átomo ou do nêutron vale 1 (uma) unidade, ou seja, 1 u. Logo, a massa do

elétron equivale a 1 unidade dividida por 1836 vezes. Em relação à natureza

elétrica, os nêutrons são definidos como partículas não detentoras de carga

elétrica, os prótons com carga positiva e os elétrons com carga negativa.

Assim, podemos dizer que, no núcleo, encontramos as partículas com carga

positiva e na eletrosfera com a carga negativa. No estado fundamental, os

átomos equilibram as cargas positivas e negativas, não apresentando carga

elétrica excedente.
53

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Se quiser saber a massa de uma partícula, e se pudesse desmembrar

o núcleo da eletrosfera, qual delas seria mais representativa na

quantificação da massa?

A eletrosfera é composta por elétrons, como representados nos

esquemas, mas suas trajetórias são definidas pela energia que permite

orbitar o núcleo do átomo. Assim, a eletrosfera foi dividida em níveis de

energia, de acordo com a energia que comportam. Quanto mais próximo

do núcleo menor é a energia, e mais distante maior energia. Um elétron

pode se deslocar de um orbital para o outro ganhando ou perdendo

energia. Os níveis de energia foram divididos e classificados como K (1), L

(2), M (3), N (4), O (5), P (6) e Q (7). Cada nível comporta uma determinada

quantidade de elétrons, respectivamente, 2, 8, 18, 32, 50, 72, 98.


54
Coleção | APRENDER FAZENDO

O átomo e um pouco de história

O estudo e a compreensão do átomo ocorreu graças a muitos


cientistas que contribuíram para a construção desse conhecimento.

Demócrito, também conhecido como “o risonho”, nasceu em 460


a.C. A sua contribuição para esse campo do conhecimento ocorreu quando,
a partir da percepção do cheiro do pão que se espalhava pelo ar, concluiu
que essas tais partículas se deslocavam pelo ar. Então, concebeu um
experimento mental partindo-se do princípio
(painter) - Frontispiece of John Dalton and the Rise of Modern Chemistry by Henry
By Henry Roscoe (author), William Henry Worthington (engraver), and Joseph Allen

Roscoe, Public Domain, https://commons.wikimedia.org

de que se cortasse um pedaço de queijo em


pedaços menores chegaria a menor parte da
matéria, o que denominou átomo. Essa
palavra decomposta significa a = sem; tomos
= parte, logo, sugere-se que se algo não tem
parte, então não é divisível, ideia defendida
por Dalton muitos séculos depois.

John Dalton (1766 - 1844). Domínio público, https://commons.wikimedia.org

Joseph J. Thomson ao estudar os raios


produzidos em seu experimento com a
ampola de Crookes, chegou à conclusão que
estes eram menores do que os átomos,
descobrindo uma das partículas que
compõem o átomo, o elétron.

Joseph John Thomson (1856 - 1940).


55

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3068002
By D-Kuru - Own work, CC BY-SA 3.0 at,
Ampola de Crookes.
Dominio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=35928470

No início do século XX, o neozelandês


Ernest Rutherford, chega à conclusão de que o
átomo é grande parte formado por espaço vazio,
e o núcleo sendo responsável pela maior parte de
sua massa. Associa-se sua hipótese ao modelo do
Sistema Solar.

Niels Henrik David Bohr (1871 - 1937).

Assim, como muitos modelos, o de


Domínio público. https://commons.wikimedia.org

Rutherford também necessitava de melhorias,


então, outro cientista completa as ideias
anteriormente desenvolvidas, Niels Bohr, famoso
por aperfeiçoá-lo. Ele define que os elétrons
seguem órbitas definidas ao redor do núcleo e
que o deslocamento entre os diferentes níveis,
leva a perda ou ganho de energia.
Niels Henrik David Bohr (1885 -
1962).
56
Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 10: Introdução à tabela periódica

Organizar qualquer tema ou descoberta científica requer uma sucessão de tentativas e

erros que vão sendo delineados com o tempo. Às vezes os cientistas conseguem acertar nas

primeiras tentativas, porém, na maioria das vezes, se apoiam em ideias pregressas, testam

novas hipóteses até chegarem a um acerto. Não foi diferente com a tabela periódica.

Situações-problema

• O que você gosta de organizar ou já teve muito trabalho em

concept w /Shutterstock.com
organizar na sua casa?

• A ciência também se ocupa de organizar as coisas e/ou

fenômenos?
Esquema mostrando a
• Para que serve uma tabela periódica? disposição do elemento
químico hidrogênio como
representado na tabela
periódica.

Aprender fazendo

Atividade 01

Recorte o modelo de tabela periódica disposto a seguir. A turma

dividida em grupos deve organizar os recortes da tabela periódica.

Lembrem de citar os critérios que provavelmente utilizaram para montar os

seus modelos. Ao término da atividade podem tirar uma foto para registrar.

A atividade dura aproximadamente 10 minutos. Vamos discutir os erros?


57

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Por Periodic_table.svg: Cepheusderivative work: OTAVIO1981 - Este ficheiro foi derivado de Periodic
table.svg:tjokh´fgkh´hfgokhfyiujujfgjjjhiuud[, Domínio público,https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=25816392
58
Coleção | APRENDER FAZENDO

PÁGINA EM BRANCO

ÁREA DESTINADA AO

RECORTE DA ATIVIDADE

59

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

A história da tabela periódica

O surgimento de um sistema de

https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=140806
Domínio público,
organização dos químicos permitiu arranjar de

forma lógica os diferentes elementos.

Johann Wolfgang Döbereiner


(1780 - 1849).
Emile_B%C3%A9guyer_de_Chancourtois.jpg/220px-Alexandre-
Domínio público.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e8/Alexandre-

O grande avanço na organização dos

elementos químicos ocorreu a partir do século XIX,

através dos estudos de Döbereiner sobre a massa

atômica de alguns elementos químicos. Algumas

décadas depois, o geólogo francês Chancourtois

Alexandre-Emile Béguyer de também utiliza a massa atômica na sua estrutura de


Chancourtois (1819 - 1886).

organização dos elementos químicos na forma de parafuso, logo conhecido como

parafuso telúrico de Chancourtois.


Domínio público.,
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/90/John_Alexander_Reina_Newland
s.jpg

E alguns anos depois, em 1864, John A. R.

Newlands apresentou um modelo em que separava

os elementos químicos em grupos de oito unidades

de massa atômica, tomando como base as

semelhanças nas propriedades físicas desses


John Alexander Reina Newlands
(1837 - 1898).
60
Coleção | APRENDER FAZENDO

elementos. Essa forma de organização ficou conhecida como Lei das Oitavas de

Newlands. Cabe ressaltar que suas ideias não foram aceitas pela comunidade

científica da época, por utilizar um método baseado em escalas musicais. Veja

que nem sempre um bom método pode ser aceito em determinada época.

Dimitri Mendeleyev, trabalhando com


https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=10741496.jpg
Por unknown / неизвестен - here / здесь, Domínio público,

fichas para cada elemento e se baseando

em jogo de carta de baralho, propôs

organizar os elementos químicos em ordem

crescente de massa, e de forma semelhante

a Newlands observou uma periodicidade


Dmitri Ivanovich Mendeleev (1834 -1907).

entre alguns elementos. Foi em 1869 que o

cientista apresentou o modelo de tabela organizado de forma a ter os elementos

com mesmas propriedades na mesma coluna.

Posteriormente, no início do século XX, em 1913 Domínio público. https://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/d/dd/Henry_Moseley.jpg

e 1914, Henry Moseley descobriu o número atômico

associado a cada elemento químico, conceito

relacionado ao número de prótons. E através da soma

desses estudos é que temos a tabela periódica como a

conhecemos na atualidade.

Henry Gwyn Jeffreys Moseley


(1887 -1915).
61

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

A divisão da tabela periódica

Você já reconhece os elementos químicos organizados na forma de

tabela? Ainda não? Vamos começar a entender essa questão.

A tabela periódica é organizada estruturalmente em linhas e colunas.

As linhas são chamadas de períodos e as colunas podem também ser

conhecidas como grupos ou famílias.

Os períodos (linhas)

A tabela possui 7 períodos, formando 7 pilhas de linhas. Essa

organização ajuda a entender a distribuição dos elétrons em cada átomo,

porém não vamos nos concentrar nesse aspecto. Existem dois períodos

destacados na tabela periódica que são os lantanídeos e os actinídeos.

Os grupos ou famílias (colunas)

Ela possui dezoito grupos, ou seja, dezoito colunas numeradas

da esquerda para a direita. Uma classificação mais antiga propunha a

divisão dos grupos em 1A até 7A, 1B até 8B e 0. Os grupos possuem

uma grande importância sendo também denominados de outras

formas, como:

• Grupo 1: alcalinos.
• Grupo 2: alcalino-terrosos.
62
Coleção | APRENDER FAZENDO

• Grupo 16: calcogênios.


• Grupo 17: halogênios.
• Grupo 18: gases nobres.

Os elementos químicos

O hidrogênio

Fotos do autor.
É o elemento químico encontrado

na natureza no estado gasoso e possui

características específicas que o fazem

constituir um grupo em separado dos

demais.

Foto do Sol, estrela que aquece o nosso


planeta. Aproximadamente, ainda há
metade do estoque de hidrogênio para a
atividade solar. Foto superior – em
colocação real. Foto inferior – com
inversão de cores.

Os metais
Image courtesy of hinnamsaisuy at FreeDigitalPhotos.net

Os metais são caracterizados por

apresentarem brilho, além de serem

bons condutores de calor e

eletricidade. Também podem ser Ferro antigo de passar roupa. Observe


que já está com a aparência de objeto
enferrujado.
modelados em placas (maleabilidade) ou
63

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

fios (ductibilidade). Também possuem facilidade em perder elétrons,

formando cátions.

Os não metais (ametais)

Os não metais são caracterizados por apresentarem características

praticamente antagônicas aos metais, como falta de brilho, não serem bons

condutores de calor, nem de eletricidade nem serem capazes de formarem

placas e fios. Ao estabelecerem uma ligação iônica, ganham elétrons

quando se ligam 6 com os metais. É bom lembrar que muitos desses

elementos químicos estão na forma gasosa em temperatura ambiente.

Os não metais são o

Image courtesy of dan at FreeDigitalPhotos.net


carbono, nitrogênio, oxigênio,

flúor, fósforo, enxofre, cloro,

selênio, bromo, iodo e astato.

Pilha de carvão mineral.

Agora, você pode escrever um pouco sobre a diferença dos metais e

não metais?

6
Quando se ligam com outros não metais, realizam ligações covalentes.
64
Coleção | APRENDER FAZENDO

Gases nobres

Os gases nobres constituem um grupo formado, justamente, por

gases que possuem a característica de dificilmente se combinarem com

outros elementos. São representados pelo hélio, neônio, argônio, criptônio,

xenônio e radônio, somando seis elementos químicos.

65

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Arrumando os elementos químicos na tabela periódica

Os átomos podem ser identificados pelo número atômico definido

pela letra Z (corresponde ao número de prótons) e pelo número de massa

definida pela letra A. Já o número de nêutron é dado pela letra n. Quando

queremos saber o número de massa de um átomo, pode-se quantificar pela

fórmula: A=Z+n

Ao identificar a tabela periódica pode-se verificar que todos os

elementos químicos representados apresentam a mesma identificação,

como disposta no esquema abaixo:

concept w /Shutterstock.com
Esquema mostrando a
disposição do elemento
químico hidrogênio como
representado na tabela
periódica.

Cada um deles segue o seu número atômico, símbolo, nome e massa

atômica.

Ora, existem hoje 118 elementos químicos conhecidos e dispostos na

tabela periódica. Você deve estar se perguntando se há um critério para

organizar esses átomos, dessa forma facilitando os estudos. Existe sim.

Vamos começar com um desafio.


66
Coleção | APRENDER FAZENDO

Aprender fazendo

Atividade 02

Agora que você já sabe como é a tabela periódica, vamos relacionar

os assuntos vistos até agora. Para isso, vamos montar um recurso didático

que será utilizado para compreender as informações da tabela.

Foto do autor – Rafael B Cunha.

Foto mostrando os materiais utilizados na atividade prática.

Vamos precisar de uma pasta plástica polionda (transparente),

caneta para projetor, fio de lã, um furador ou a ponta do compasso, palito

de dente e tampinhas de refrigerante ou objeto análogo.


67

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Exercícios

1) Qual foi o critério adotado na classificação dos elementos químicos da tabela periódica?
2) Observe a imagem da tabela periódica em branco e faça o que se pede.
a. Numere todos os grupos e períodos.
b. Nomeie sobre a tabela grupos ou períodos característicos.
c. Hachure os quadrados que representam os elementos químicos classificados
como não metais.
d. Numere os dez primeiros números atômicos referentes aos seus respectivos
elementos químicos.
e. Quantos elementos químicos existem nessa representação da tabela periódica?
f. Qual é o grupo formado por elementos químicos em que todos se encontram
no estado gasosos?

Ilustração do autor – Rafael B Cunha.

3) De acordo com a sua vivência, como você pode diferenciar claramente um metal de um
não metal.
4) Que elementos químicos você pode encontrar em substâncias ou utensílios domésticos
utilizados na cozinha? E em uma obra?
5) Antigamente os fios utilizados nas fiações residenciais podiam ser feitos como interior
de alumínio. Na atualidade são fabricados fios com interior de cobre. Quais são as
vantagens em relação ao novo material? E por que ele deve ser revestido?
68
Coleção | APRENDER FAZENDO

SISTEMA SOLAR
5 69

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Diagnóstico situacional

Preencha o questionário a seguir antes da aula começar.

Opções
Perguntas
(marque um X somente um item)

Os planetas são formados por matéria energia não sei responder

Todos os planetas são rochosos? sim não não sei responder

O Sol emite energia? sim não não sei responder

A Via Láctea é a nossa galáxia? sim não não sei responder

No espaço tem oxigênio? sim não não sei responder


Planetas e estrelas são corpos
celestes?
sim não não sei responder
O homem já pisou na Lua e
Marte?
sim não não sei responder
Existem outros sistemas
planetários?
sim não não sei responder
Só existe uma galáxia no
universo?
sim não não sei responder

O Universo sempre existiu? sim não não sei responder


Comentários adicionais:

Agora professor você pode verificar a quantidade e acertos da turma.

Vamos discutir os resultados?


70
Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 11: O Universo e o Sistema Solar

De onde viemos e para onde vamos? Nós somos os únicos seres vivos no universo? Crer
ou saber? As dúvidas são maiores do que as respostas. De fato, você vai aprender que quanto
mais estudar, maiores serão as dúvidas, ou pode-se dizer que elas vão ficando mais complexas.
Talvez seja o maior segredo da vida, microscopicamente ou macroscopicamente, tendemos à
complexidade.

Situação-problema
• Qual é o tamanho do universo?

mironov /Shutterstock.com
• Há quanto tempo existe?
• Quantos planetas existem no universo?
• É correto afirmar que o Sistema Solar é o
único Sistema Planetário existente?

Galáxia de Andrômeda.

Aprender fazendo

Atividade 01

Agora os grupos devem separar uma cartolina e em grupo devem construir


a visão atual que têm do Sistema Solar (localizando seu lugar na galáxia). Façam
todas as anotações necessárias sobre o desenho. A atividade não é com consulta.
Depois entreguem ao professor. Ao término da aula ou em outra oportunidade o
professor retornará os trabalhos aos grupos para verificarem os seus resultados.
71

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

O universo é uma grande malha, como um tecido tridimensional,

capaz de reter planetas, estrelas e todos os outros astros. Os estudos, até o

momento, nos dão indicativos de que ele é infinito. A sua existência, já

sabemos, que é da ordem de 13,8 bilhões de anos. O número de planetas

no universo pode ser obtido multiplicando o número de galáxias, pelo

número estimado de planetas em cada uma delas.

Algumas conclusões também podem ser tiradas. Ao olhar para o céu

noturno, constatamos que sua maior parte é formada por ausência de

estruturas luminosas. Justamente um dos critérios utilizados para classificar

os astros é a capacidade de emitir ou refletir a luz. Os que liberam luz e calor

são conhecidos como astros luminosos e os que refletem são os iluminados.

Cada galáxia é composta por inúmeros sistemas planetários, uns

conhecidos e outros ainda a serem descobertos.


72
Crédito: modificado de LSkywalker / Shutterstock.com
Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 11: O Sistema Solar


73

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

O sistema solar, atualmente, é formado por oito planetas, sendo os

quatro primeiros mais próximos ao sol, classificados como rochosos, devido

à sua composição e os quatro últimos como gasosos, também possuidores

de anéis, mesmo que aparentemente não vistos.

Ainda temos os planetas anões que são formados por Ceres, Plutão

(anteriormente classificado como planeta), Haumea, Makemake e Éris. São

assim denominados, pois são pequenos em relação aos planetas e não

apresentam uma órbita limpa ao redor do Sol.

Cada planeta descreve uma órbita elíptica ao redor da estrela, que no

caso é o Sol. Assim são formados os sistemas planetários, com estrelas e

planetas interagindo entre si, sempre em movimento.

A maioria dos planetas do Sistema Solar possui satélites naturais que

orbitam ao seu redor, como é a caso da Lua ao redor da Terra. Marte por

exemplo possui duas luas: Fobos e Deimos.


74
Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 12: A Terra e os seus movimentos

A Terra já foi considerada o centro do Sistema Solar, defendido por Cláudio Ptolomeu.
Demorou até considerarem os modelos heliocêntricos. Agradecemos a Galileu e Copérnico por
essas descobertas. Assim como achamos que a Terra era o centro de tudo, continuamos
achando que somos a única forma de vida no universo. É uma tendência humana, enquanto não
descobrirmos um OVNI ou ET.

Situação-problema

Anteromite /Shutterstock.com
• Por que os corpos giram ao redor de outros, no espaço?

Aprender fazendo

Atividade 01

Professor utilize um pedaço de pano, relativamente grande, como um


lençol, diferentes frutas (com tamanhos variados) e bolinhas de gude.
Alterne as frutas que irão ficar no meio do tecido, enquanto alguns alunos
seguram o tecido de forma a ficar esticado.
Depois peça para lançarem as bolinhas de gude que se desloquem ao redor
das frutas. Se quiser peça aos alunos para tirarem fotos do deslocamento das
bolinhas sobre o tecido.
Agora, cada aluno, deverá associar a atividade com uma situação real.
Registre o número de voltas que a bolinha realizará no tecido e o tempo que leva
para realizar o seu deslocamento.
Discuta as variações observadas com as alterações dos parâmetros.
75

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

A Terra, aparentemente esférica, tem formato geoide 7. Apresenta uma

inclinação em sua órbita e descreve dois tipos de movimentos: a rotação e a

translação.

A rotação consiste no movimento que a Terra faz ao redor do seu próprio

eixo e que dura 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. Através desse movimento é

que identificamos os dias e as noites.

Milagli /Shutterstock.com

Esquema do movimento de rotação e translação da Terra.


Fora de escala.

7
Forma geométrica esferoide associada a Terra.
76
Coleção | APRENDER FAZENDO

O movimento de translação é o que a Terra descreve ao redor do Sol. Ele

dura 365 dias e 6 horas. Está relacionado as manifestações das estações do ano,

equinócios (outono e primavera) e solstícios (inverno e verão).

A cada 4 anos há os anos bissextos, formados pela soma das 6 horas

restantes de quatro anos seguidos, formando 24 horas. Logo, acrescentasse mais

um dia, resultando na soma de 365 dias mais 1, equivalendo a um ano de 366

dias.

77

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Exercícios

1) Considere a Terra e o Sol, qual deles ocupa o centro do Sistema Solar?

2) Cite quais os planetas são rochosos e quais são gasosos.

3) É correto afirmar que os planetas gasosos são possuidores de anéis?

4) Qual dos planetas é o mais próximo ao Sol? Pode-se dizer que é o mais quente?

Justifique.

5) Quais são as diferenças entre os satélites naturais e os planetas?

6) Diferencie os planeta-anões dos outros planetas?

7) Quais são os planetas anões?

8) Diferencie os movimentos de rotação em relação aos de translação.

9) O que são as estações do ano?

10) Qual é a finalidade dos anos bissextos?

11) O uso de relógios de pulso é muito comum entre as pessoas, porém muitas delas não

atentam ao fato de estar relacionado ao movimento da Terra. Qual dos movimentos

está relacionado ao uso dos relógios?

12) Você acredita na hipótese de vida fora da Terra? Defenda sua opinião.

13) Você lembra de alguma reportagem sobre o envio de algum robô para Marte? Qual?

Observação: como atividade


SergeyDV / Shutterstock

a ser realizada fora do

horário escolar, procure

alguma notícia sobre o

assunto.

Imagem do Mars rover em Marte.


78
Coleção | APRENDER FAZENDO

NOÇÕES BÁSICAS DE FÍSICA


6 79

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Diagnóstico situacional

Preencha o questionário a seguir antes da aula começar.

Opções
Perguntas
(marque um X somente um item)
A física é uma ciência muita sim não não sei responder
parecida com a química?
Uma pessoa pode estar sim não não sei responder
parada e em movimento ao
mesmo tempo?
Os corpos exercem forças sim não não sei responder
entre si?
Ao empurra uma parede, ela sim não não sei responder
também exerce uma força
sobre você?
Um carro ao frear sim não não sei responder
bruscamente, pode ejetar
uma pessoa para fora do
veículo?
Velocidade e aceleração são sim não não sei responder
a mesma coisa?
Para um corpo manter-se em sim não não sei responder
movimento, é preciso que
uma força atue sobre ele?
Peso e massa são a mesma sim não não sei responder
coisa?
Comentários adicionais:

Agora professor você pode verificar a quantidade e acertos da turma.

Vamos discutir os resultados?


80
Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 13: Em movimento

Na verdade, a física você já conhece, tudo que fazemos no dia a dia é interpretado sob
o olhar desta ciência. Criaram formas de quantificar o todo, seja a distância, tempo, velocidade,
força, som, luz, ou seja, tudo!

Situação-problema
• Todos os alunos sentados na sala estão parados ou em movimento?
• Você estava no ponto de ônibus e alguém passa sentado dentro do veículo.
A pessoa estava parada ou em movimento? E alguém que tivesse ao lado
dessa pessoa sentada no ônibus, estaria parado ou em movimento?

Aprender fazendo

Atividade 01

Professor separe a turma em dois grupos, um grupo analisará o deslocamento de uma


bolinha de gude a cada um metro. O outro grupo analisará o deslocamento do ponteiro do
relógio. Os grupos devem registrar os dados obtidos e registrar nos gráficos a seguir.

Para isso, você irá necessitar de bolinhas de gude, relógio com ponteiros, régua e
cronômetro (ou celular com função análoga).

Compare os dados e verifique em qual deles se verifica um movimento uniforme, ou


seja, quando um móvel 8 desloca-se com velocidade constante. E qual é o indicativo no gráfico
que permite se chegar a tal conclusão?

8
Corpo em movimento.
81

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Já vimos como ocorrem os fenômenos químicos, agora vamos

estudar os fenômenos físicos, que estudam os princípios que regem as leis

da natureza e que, na verdade, não resultam na alteração química da

matéria analisada.

A física trata dos estudos do movimento, ondas, magnetismo,

eletricidade, calor etc.

Quando estudamos os planetas vimos que estão sempre em

movimento. Na física é a mecânica que se ocupa desse estudo. Nada está

parado, basta refletirmos sobre a velocidade da Terra. Ela gira a uma

velocidade de 1666 km/h, e você acha que está realmente parado. A Terra

gira ao redor do Sol, a lua ao redor da Terra, o sistema solar ao redor da

galáxia e assim por diante.

Então, tudo vai depender do referencial, ou seja, posso estar parado

ou em movimento de acordo com o referencial que estou utilizando como

parâmetro. Dentro de um ônibus você estará em movimento em relação a

uma pessoa que está no ponto de ônibus, mas estará parado em relação ao

passageiro que está ao seu lado. Viu como é interessante?

O corpo que está em movimento é denominado de móvel. Ao analisar

o deslocamento do móvel, verifica-se a trajetória do movimento. O espaço

percorrido é medido através do metro, e que demanda uma fração de


82
Coleção | APRENDER FAZENDO

tempo para a sua ocorrência, que é medida em segundos. Assim temos a

unidade metros por segundo (m/s). Essa unidade pode ser convertida para

km/h, veja:

m/s  x3,6  km/h

km/h  ÷3,6  m/s

Concluindo, para sabermos a velocidade de um móvel, basta

dividirmos o espaço percorrido (d) pelo tempo gasto (t).

v = d/t

Dessa forma, pode-se conhecer a velocidade de um automóvel, caso

tenha o valor do espaço percorrido e do tempo. Caso tenha o valor da

velocidade e do tempo, pode descobrir qual foi o espaço percorrido. Agora,

se tiver o valor do espaço percorrido e da velocidade, poderá descobrir o

tempo que levou para realizar o deslocamento.


Image courtesy of Phil_Bird at FreeDigitalPhotos.net

83

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Aula 14: “Fazendo” força

Nada pior do que uma mudança de casa. Fazemos uma força danada para carregar muita
coisa ou podemos dizer muita tralha. Quanto mais coisa temos, maior o “peso” a carregar.
Independente de estudar física, sabemos que alguns fatores aumentam muito a força que
realizamos para fazer uma mudança. Por exemplo, uma casa no fundo do terreno sem garagem,
uma casa localizada em uma ladeira ou morro, um apartamento sem elevador. Ufa, fica tudo
mais difícil. A única coisa que não poderia esquecer de te dizer é que carregamos a massa de um
objeto e não peso.

Situação-problema
• Um penhasco possui três pontos de salto. Um mergulhador pouco experiente
resolveu saltar na segunda tentativa do ponto mais alto, mesmo sendo
alertado pelos seus companheiros em relação ao perigo existente na ação.
Um mergulhador mais experiente resolveu não arriscar um salto do ponto
mais alto. Quais as consequências para cada mergulhador?

Aprender fazendo

Atividade 01

Utilizando um skate (ou prancha com rodinhas), peça a um aluno para

subir no skate e em seguida empurrar a parede. Agora, faça a pergunta aos

alunos: A parede o empurrou ou ele a empurrou?

Comente as possíveis causas do resultado.


84
Coleção | APRENDER FAZENDO

Alguma vez na vida já precisamos realizar uma mudança de imóvel

ou mesmo transportar um eletrodoméstico em casa, e nas duas situações

foi necessário realizar muita força para executar a ação. No dia a dia

dizemos, muitas vezes, força para isso ou para aquilo, mas você sabe o que

ela significa do ponto de vista científico? A dinâmica é a parte da mecânica

que se ocupa, na física, do estudo das forças. E a força nada mais é do que

um conceito que exprime a alteração do


Image courtesy of vectorolie at FreeDigitalPhotos.net

estado de um corpo, como por exemplo

empurrar um carro que estava parado

ou desenroscar um componente

hidráulico.

Um renomado cientista do campo da


domain], via Wikimedia Commons
Domínio público. By This a copy of a painting by Sir Godfrey Kneller(1689). This copy was
painted by Barrington Bramley. (http://www.newton.cam.ac.uk/art/portrait.html) [Public

física chamado Isaac Newton enunciou três

leis que ficaram conhecidas como as leis de

Newton e mudaram a forma como

entendemos a relação entre os corpos, as

forças e os movimentos.

Isaac Newton (1642-1727).


85

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

1ª lei de Newton: ela diz que um corpo fica em repouso ou

movimento em linha reta uniforme, caso não sofra nenhuma perturbação

externa que altere o seu estado.


Caramba! Com todo
esse trânsito eu não
consigo andar.
E o que é a inércia?

É a tendência ao

Ilustração do autor – Rafael B Cunha.


equilíbrio. Se um
corpo está parado
continua parado. Se
está em
movimento,
continua em
movimento retilíneo
com velocidade
constante.

2ª lei de Newton: é conhecida como lei da aceleração. Quanto maior

a força aplicada sobre um corpo maior será a sua aceleração. Daí tem-se a

fórmula: F = m. a, em que F é força, m é massa e a é aceleração. As unidades

utilizadas, respectivamente, são N (newton), kg (quilograma) e m/s2 (metro

por segundo ao quadrado). Pode-se dizer que uma força de 1 N sobre um

𝑚𝑚
corpo com 1 kg, gera uma aceleração de 1 .
𝑠𝑠.𝑠𝑠
Ilustração do autor – Rafael B Cunha.
86
Coleção | APRENDER FAZENDO

3ª lei de Newton: consiste na lei de ação e reação. Ela nos diz que

qualquer força aplicada sobre um corpo irá gerar outra força em sentido

contrário em igual intensidade e direção.

Ilustração do autor – Rafael B Cunha.

Agora que já leu sobre as três leis de Newton, você consegue associar

uma situação do seu cotidiano para cada uma delas?


87

Profº Rafael Cunha


EJA | Ciências 9º ano

Exercícios

1) Diferencie os fenômenos físicos em relação aos fenômenos químicos.


2) Defina o conceito de móvel exemplificando-o.
3) É correto afirmar que todos os objetos sobre a superfície terrestre estão em
movimento? Justifique.
4) Um ônibus estava lotado e com velocidade de 100 km/h, quando os passageiros
começaram a reclamar e pediram para o motorista diminuir a velocidade. De repente
ele necessitou frear e vários passageiros que estavam no corredor do ônibus foram
lançados ao chão, com alguns feridos. Explique o fato, cientificamente.
5) Uma moto estava com velocidade de 70 km/h. Caso o motorista quisesse saber o valor
em metros por segundo (m/s), qual seria a velocidade?
6) Um ciclista pedala três quilômetros e meio para chegar ao trabalho. Quantos
quilômetros esse trabalhador pedala por dia?
7) Um motociclista percorreu 10 quilômetros em 20 minutos. Qual foi a velocidade média
do percurso em m/s?

Ilustração do autor – Rafael B Cunha.


8) Observe a bolinha no esquema abaixo:

Você pode afirmar que a bolinha está aumentando ou diminuindo a velocidade?


Justifique.

9) Você sabia que a velocidade da luz é de 300.000 km/s? Não? Então, se uma nave saísse
da Terra em direção à lua, quanto tempo demoraria para ela chegar lá? Considere a
distância da Terra à lua de 384.000 km.
10) Uma coisa muito comum na atualidade é as pessoas tirarem fotos a todo o momento,
porém a qualidade das mesmas deixa muito a desejar. Dê uma explicação, considerando
os aspectos estudados e relacionados ao movimento dos objetos.
11) Qual foi a importância de Isaac Newton para a ciência?
12) Diferencie as três leis de Newton e exemplifique cada caso com situações cotidianas.
13) Um carregador de mudança necessitava empurrar um sofá para transportá-lo.
Responda as perguntas a seguir:
a. Qual artifício é utilizado pelo carregador para diminuir o atrito do sofá com o
chão, além de preservá-lo durante o transporte?
b. Considerando que o sofá pese 50 kg, e com deslocamento de 0,1 m/s2, qual é a
força aplicada pelo carregador?
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Coleção | APRENDER FAZENDO

Fonte: Tabela Periódica – By Periodic_table.svg: Cepheusderivative work: OTAVIO1981 - This file was derived fromPeriodic
89

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EJA | Ciências 9º ano

Anexos
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EJA | Ciências 9º ano

Bibliografia

A HISTÓRIA DA CIÊNCIA : POR SEUS GRANDES NOMES. Rio de Janeiro : Ediouro publicações de
lazer e cultura Ltda, 2015.

BRADY, James E. et al. Química: a matéria e suas transformações. LTC, 2012.

BRASIL, LDB. Lei 9394/96–Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394. htm. Acesso em, v. 30, 2013.

CRUZ, Roque; GALHARDO FILHO, Emílio. Experimentos de química - em microescala, com


materiais de baixo custo e do cotidiano. Editora Livraria da Física, 2004.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Por uma nova educação de jovens e adultos. TV Escola, Salto para o
Futuro. Educação de Jovens e Adultos: continuar... e aprender por toda a vida. Net, v. 20, 2008.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Parecer do CNE/CEB 11/2000: diretrizes curriculares nacionais para
educação de jovens e adultos. 2012.

GOWDAK, Demétrio; MARTINS, Eduardo. Coleção Ciências novo pensar: química e física, 9º ano.
São Paulo: FTD, 2012.

PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Química na abordagem do cotidiano. Volume 1 – 5 ed. – São Paulo
: Moderna, 2009.

PICONEZ, Stela Conceição Bertholo. Educação escolar de jovens e adultos: das competências
sociais dos conteúdos aos desafios da cidadania. Papirus Editora, 2012.

TOLA, José. Atlas de astronomia. São Paulo : FTD, 2007.


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Coleção | APRENDER FAZENDO

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EJA | Ciências 9º ano

GUIA DO PROFESSOR
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Coleção | APRENDER FAZENDO

Prezado Mestre,
a seguir há a orientação de uso do material, bem como sugestões
metodológicas e de avaliação de aprendizagem. O livro foi criado para
atender o público específico da EJA, originalmente os estudantes do
município de Itaboraí – RJ.

Como utilizar o material didático

Diagnóstico Situacional
Antes de iniciar cada capítulo há a apresentação do diagnóstico
situacional, que vai orientar o professor em relação aos conhecimentos
prévios que os alunos já trazem para a aula. Além disso, incentiva a
participação discente desde o início da aula. A função dessa avaliação
diagnóstica não é quantificar o conteúdo que se pretende abordar, e sim
permitir direcionar um discurso convincente e participativo com a classe.

Orientação Docente
A orientação docente está separada por aula, assim como orientado
no material didático.

Lembre-se que o professor de acordo com os princípios da


metodologia proposta, tem papel orientador. Deve-se tentar afastar a ação
docente centralizadora. Ao invés disso, seja mais direcionador. Aproveite o
que os seus alunos trazem para a aula.
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EJA | Ciências 9º ano

Situação problema
Toda aula é precedida da apresentação de uma situação problema,
seja ela simples ou complexa. Espera-se que a aula se transforme na busca
por elucidar o problema central apresentado. O mestre tem liberdade de
colocar novas situações ou construir questões secundárias, porém o livro já
apresenta uma problemática para auxiliar a atividade docente.

Aprender Fazendo
Nesses tópicos encontram-se sugestões de atividades para serem
realizadas com os alunos, valorizando a interação, manuseio e
experimentação.

Avaliação de Aprendizagem
As propostas de avaliação de aprendizagem foram divididas em cinco
quesitos:

• Trabalhos individuais.
• Trabalhos coletivos.
• Apresentações.
• Atividades interativas, manuais e experimentos.
• Autoavaliação.

Seguem tabelas sugestivas de avaliação (vide apêndice 01) dos alunos


ao longo do curso, utilizando estratégias diferenciais, que não somente a
prova final.

Lembre-se que avaliar não é uma ação a ser realizada apenas através
das famosas provas escritas.
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Coleção | APRENDER FAZENDO

Orientação metodológica docente

Aula 1: Metodologia científica


Orientação docente
• Peça aos alunos para sentarem em grupos.
• Leia a situação-problema.
• Desenvolva as atividades propostas no tópico Aprender fazendo.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Avaliação diagnóstica realizada pela atividade sugerida Diagnóstico situacional.
• Avaliação oral (APS).

Aula 2: A ciência e a tecnologia


Orientação docente
• Peça aos alunos para sentarem em grupos.
• Leia a situação-problema.
• Distribua textos de apoio, como sugestão são indicados dois exemplares “Os fatos
não fazem a Ciência” e “Tempo e conhecimento” 9.
• Oriente que os grupos façam uma explanação oral sobre o tema abordado e os
correlatos.
• Além disso, você pode aplicar uma das estratégias de avaliação de aprendizagem.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Avaliação diagnóstica realizada pela atividade sugerida Diagnóstico situacional –
contemplada na análise da aula anterior.
• Confecção de trabalho coletivo sobre a relação entre ciência e o seu cotidiano. Pode
ser solicitada uma atividade de pesquisa prévia com relação ao COMPERJ. Deve
haver liberdade no direcionamento da pesquisa, seja do ponto de vista econômico,
social ou ambiental. O material será utilizado na aula posterior.
• Avaliação oral (APS).
• Trabalho coletivo (TC).

Aula 3: Itaboraí – desenvolvimento sustentável e cidadania


Orientação docente
• Peça aos alunos para sentarem em grupos.
• Leia a situação-problema.
• Utilize o texto do livro e as pesquisas para que cada equipe faça uma apresentação
oral sobre os tópicos relacionados as questões econômicas e políticas, comunidade,
meio ambiente e oportunidades.
• Discussão temática realizada pela turma, com registro em paralelo das palavras-
chave mencionadas pelos alunos.

9
Os fatos não fazem a Ciência (Campos, Maria Cristina da Cunha. Teoria e prática em ciências na escola
Ed FTD, SP, 2009, 1ª edição – página 19) e Tempo e conhecimento (A história da ciência - por seus grandes
nomes. Ed. Ediouro, RJ, 2015 – página 5).
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EJA | Ciências 9º ano

• Observação: nos colégios que não possuem sistema de representante de classe, a


atividade representa um bom momento para que se realize a votação. Incentive os
alunos com relação à participação discente nas decisões administrativas ou políticas
do colégio.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Pesquisa (prévia), trabalho individual e trabalho coletivo.
• Avaliação oral (APS).
• Trabalho individual (TI).
• Trabalho coletivo (TC).

Aula 4: Os fenômenos físicos e químicos


Orientação docente
• Leia a situação-problema.
• O professor deve explicar as atividades que serão realizadas no início da aula.
• Observação: alguns elementos apresentados necessitam da intervenção do
professor para a explicação do funcionamento prático para a verificação de
determinado fenômeno. Cuidado ao manusear os elementos utilizados na aula.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Trabalho coletivo (TC) e análise da participação na atividade prática (AP).
• Atividade prática (AP).
• Trabalho coletivo (TC).

Aula 5: Os estados da matéria e suas mudanças


Orientação docente
• Leia a situação-problema.
• Divida a classe em equipes.
• O professor deve explicar as atividades que serão realizadas no início da aula.
• Os alunos devem explicar previamente fenômenos cotidianos e devem entregar as
respostas ao professor.
• Depois devem assistir a um filme sobre o tema.
• O professor devolve as respostas que devem ser completadas com canetas de outra
cor, preferencialmente.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Trabalho coletivo (TC).
• Trabalho individual (TI) – a ser realizado juntamente com a apresentação (APS).

Aula 6: Propriedades da matéria (gerais e específicas)


Orientação docente
• Leia a situação-problema.
• Os alunos devem ser orientados a assentar em equipe.
• O professor deve explicar as atividades que serão realizadas no início da aula,
relacionadas as atividades sugeridas no tópico Aprender fazendo. Lembre-se que
muitos materiais são utilizados nessa aula.
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• Peça aos grupos para recortarem os cartões contendo os nomes de cada


propriedade da matéria.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Atividade prática (AP).
• Participação oral (APS).

Aula 7: Substância pura e misturas


Orientação docente
• Leia a situação-problema.
• Aula com atividade interativa. Recorte os cartões e classifique os objetos
apresentados. O professor irá fazer um jogo de perguntas e respostas com dicas
para chegar-se a alguma conclusão.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Atividade prática (AP)
• Participação oral (APS).

Aula 8: Separação de substâncias


Orientação docente
• Leia a situação-problema.
• Concentre os alunos ao redor da mesa do professor ou bancada de laboratório.
• Explique o tipo de proposta e análise será realizada na condução do trabalho.
• Defina os critérios de segurança e de participação na aula.
• Previamente deixe todos os materiais e recursos disponibilizados em uma mesa, que
no caso geralmente é a do professor.
• Observação: nesse caso o professor já deve se deslocar com um pouco de
antecedência para, justamente, deixar tudo organizado.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Interação com a prática (atividade interativa) mais participação oral. Os alunos são
convidados a produzirem um relatório com base na aula. O relatório individual e a
atividade do mapa conceitual contam como TI, a interação na atividade prática
conta como AP e a participação e oralidade como APS.
• Trabalho individual (TI) = resumo descritivo da atividade prática.
• Atividade prática (AP).
• Participação oral (APS).

Aula 9: O átomo e suas partes


Orientação docente
• Leia a situação-problema.
• Passe uma folha para anotações das respostas dos alunos em relação à primeira
pergunta da orientação docente.
• Depois discuta as respostas obtidas.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


99

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EJA | Ciências 9º ano

• Avaliação diagnóstica realizada pela atividade sugerida Diagnóstico situacional.


• Atividade escrita em grupo, resumo e participação oral. A produção de exercício
escrito conta como TC, assim como o resumo sobre os átomos e suas teorias. Pode
ser pontuada a participação oral contando como APS.
• Atividade prática (TC) = exercício escrito + resumo (necessidade de pesquisa)
• Apresentação (APS)

Aula 10: Introdução à tabela periódica


Orientação docente
• Peça aos alunos para sentarem em grupos.
• Leia a situação-problema.
• Faça uma análise preliminar das concepções prévias do assunto, verificando os casos
em que os alunos já foram apresentados à tabela periódica. Faça um grupo em
separado com os alunos que já a conhecem.
• Realize uma breve explicação sobre a tabela periódica, seguida de uma rápida
apresentação da tabela periódica, por no máximo cinco minutos. Depois os alunos
são convidados a participarem de uma atividade interativa de montagem de uma
tabela periódica fracionada.
• Depois discuta os resultados obtidos na atividade de aprender fazendo.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Participação na atividade interativa e lúdica realizada pelos grupos. A atividade foi
pontuada como AP no desenvolvimento do jogo da tabela periódica e como APS
durante a participação oral no transcorrer da aula.
• Trabalho individual (TI) – resolução dos exercícios.

Aula 11: O Sistema Solar


Orientação docente
• Peça aos alunos para sentarem em grupos.
• Leia a situação-problema.
• Leia o tópico Aprender Fazendo e peça aos alunos para reproduzirem a atividade
proposta.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Atividade prática (AP).
• Participação oral (APS).

Aula 12: A Terra e os seus movimentos


Orientação docente
• Leia a situação-problema.
• Divida a classe em equipes.
• Peça para eles realizarem a atividade sugerida no tópico Aprender fazendo. Lembre-
se que os alunos devem levar o material para a aula.
• Depois faça uma dinâmica oral sobre as percepções de cada aluno sobre a atividade.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


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Coleção | APRENDER FAZENDO

Aula 13: Em movimento


Orientação docente
• Leia a situação-problema.
• Divida a classe em equipes.
• Desenvolva a atividade proposta no tópico Aprender fazendo.
• Não se esqueça de pedir aos alunos para trazerem o material necessário a aula.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Atividade prática (AP).
• Participação oral (APS).
• Trabalho individual (TI) – resolução dos exercícios.

Aula 14: “Fazendo” força


Orientação docente
• Leia a situação-problema.
• Divida a classe em equipes.
• Desenvolva a atividade proposta no tópico Aprender fazendo.
• Discuta as percepções dos alunos mediante a realização da atividade prática.

Sugestões de avaliação da aprendizagem


• Participação oral (APS).
• Trabalho individual (TI) – resolução dos exercícios.

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EJA | Ciências 9º ano

APÊNDICES
Modelos para a avaliação de aprendizagem
Análise da APS – aula ______
Nas atividades de apresentação oral e seminários são levadas em consideração detalhes de análise, como: apresentação
oral, fluência, oralidade e uso correto dos conceitos científicos, além de tentativas próximas ao uso correto.
Detalhes de
Aluno 25% 25% 25% 25%
Pontuação

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Legenda:
Coluna 25%: representa a marcação de um indicativo de participação na aula prática/manual/interativa.
Detalhes de pontuação: é a coluna que representa valores percentuais negativos ou positivos, que diminuem ou aumentam o
somatório do valor obtido, em porcentagem, da soma das quatro colunas de 25%. Lembrando que o valor máximo é 100%.

Análise da AP – aula ______


Nas atividades práticas, manuais, interativas são levadas em consideração na análise detalhes, como: como capacidade de
troca de ideias com os colegas, interação com os objetos, tentativas de acerto e manuseio correto dos objetos propostos.
Detalhes de
Aluno 25% 25% 25% 25%
Pontuação

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Legenda:
Coluna 25%: representa a marcação de um indicativo de participação na aula prática/manual/interativa.
Detalhes de pontuação: é a coluna que representa valores percentuais negativos ou positivos, que diminuem ou aumentam o
somatório do valor obtido, em porcentagem, da soma das quatro colunas de 25%. Lembrando que o valor máximo é 100%.
102
Coleção | APRENDER FAZENDO

Legenda: os componentes selecionados na avaliação da aprendizagem utilizados no período devem


ser marcados, para serem computados na média.
+ representa a marcação referente à participação discente; – representa a marcação referente à não
103

participação discente; F representa a falta discente.


TI – trabalhos individuais; TC – trabalhos coletivos; API – atividades manuais ou de interação; APS –
oralidade (participação oral) e apresentações; AA – autoavaliação; DF – desempenho final.
Profº Rafael Cunha

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