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CIÊNCIAS
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1a edição
III
APRESENTAÇÃO GERAL
•
Atitudes individuais e coletivas: preservar, conservar e usar Elaborada de modo a aplicar propostas pedagógicas que
de maneira sustentável os recursos do planeta, valorizar inte- estimulem o protagonismo do estudante, a Coleção considera
resses relacionados à saúde e colaborar para uma sociedade o desenvolvimento de práticas pedagógicas contextualizadas,
mais inclusiva e igualitária. importantes para a promoção de conhecimentos e resolução de
A Coleção prioriza conteúdos com conceitos acessíveis aos es- problemas que circulam dentro e fora da sala de aula, indo além do
tudantes dessa faixa etária, procurando, assim, respeitar e estimular currículo básico estabelecido, o que permite ao estudante aprender
seu desenvolvimento cognitivo. Os assuntos e textos propostos com base nas vivências e não somente nas referências. A Coleção
procuram evidenciar a observação e a análise de aspectos da rea- valoriza, portanto, a perspectiva da construção do conhecimento
lidade de que a Ciência se ocupa, sem esquecer conceitos centrais como uma responsabilidade tanto do professor quanto do estu-
que poderão ser necessários em outros níveis de ensino. dante, reconhecendo e promovendo o protagonismo deste no seu
processo de aprendizagem.
O papel do professor e dos estudantes no Como a ciência não tem por objetivo apenas a transmissão de fatos
contexto da Coleção e habilidades e sim cultivar a curiosidade e a criatividade, processos
ativos de ensino de ciência devem ser elaborados pelos professores
A prática docente reflexiva oportuniza a transformação da rea- para que os estudantes estejam também ativamente envolvidos com
lidade, por permitir que o processo de ensino se dê de uma forma o conhecimento científico (SCHOEREDER et al., 2012). Aprender
intencional, respeitando o contexto da sala de aula e dos indivíduos por meio de experiências práticas parece ser o caminho mais natural
que serão formados cidadãos. e eficaz para isso.
IV
Assim, considerando o papel do professor, este precisa adentrar em (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas
caminhos que o conduzam e o preparem para lidar com o diferente, e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas
considerado como desafio imposto aos docentes, na atual sociedade, complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do
mudar o eixo de ensinar para optar por caminhos que levem ao aprender
mundo do trabalho“ (BRASIL, 2018, p. 8). O documento explicita
(BEHRENS, 2000). Almeja-se trabalhar na perspectiva de mudança,
as competências gerais que os estudantes devem desenvolver
proporcionando estratégias pedagógicas diversificadas que envolvam
diretamente os alunos na construção ativa do conhecimento, visto ao longo das etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino
que atividades escolares, quando bem planejadas, podem contribuir Fundamental e Médio):
na aprendizagem dos estudantes, além de estimular os professores
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos
na busca por novos conhecimentos que complementarão sua prática
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar
docente. (REMPEL et al., 2016, p. 84)
a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de
Nesse sentido, a parte específica deste Manual busca amparar uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
o trabalho docente, possibilitando o contato com novas metodo- 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria
logias de ensino que promovem a aprendizagem ativa e ofertando das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
subsídios didático-pedagógicos que buscam articular conceitos imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
com situações relacionadas ao dia a dia do estudante. Dessa forma,
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
colocando o estudante como protagonista do processo de apren-
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais,
dizagem e possibilitando a ele a aplicação em seu cotidiano dos
das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas
conhecimentos e das habilidades desenvolvidas nesse processo.
da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora,
como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem
O ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA como conhecimentos das linguagens artística, matemática e cientí-
NO CONTEXTO DA BASE NACIONAL fica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
COMUM CURRICULAR sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem
ao entendimento mútuo.
Em 2018, o Ministério da Educação homologou a versão final da 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento, aprovado e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), orienta a construção do diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
currículo e das propostas pedagógicas a que todos os estudantes acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
dos sistemas e das redes de ensino brasileiros têm direito ao longo problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
da Educação Básica. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-
A BNCC consolida o pacto interfederativo proposto pela Lei -se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as
de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n-o 9 394/1996) e atende ao relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
Plano Nacional de Educação de 2014, que afirmava a necessidade
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
de criar uma base de orientação aos currículos de todos os estados
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
brasileiros.
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões
Ao explicitar as aprendizagens essenciais a serem desenvol- comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
vidas, a BNCC pretende garantir a equidade educacional entre os socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
estudantes brasileiros. Esse propósito, no entanto, não equivale a global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo,
uma suposta uniformização dos currículos de escolas públicas e dos outros e do planeta.
privadas de todas as regiões do país. O documento considera as 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
desigualdades educacionais entre grupos de estudantes distintos compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emo-
– por sexo, raça e perfil socioeconômico, assim como as diversas ções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
realidades em que as instituições escolares estão inseridas. Dessa 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coo-
forma, a BNCC pressupõe o planejamento de ações que garantam peração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos
as aprendizagens essenciais com base no reconhecimento das direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
necessidades específicas dos estudantes atendidos. O objetivo é indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
reduzir as desigualdades no campo educacional, fomentando a potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
construção de currículos regionais, o que requer ampla articulação
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base
entre os governos federal, estadual e municipal.
em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
(BRASIL, 2018, p. 9-10)
A organização da BNCC Nota-se que, alinhada à premissa da educação integral, ou seja,
A BNCC parte do pressuposto de que o planejamento das ações para além do desenvolvimento acadêmico nos diferentes compo-
pedagógicas deve organizar-se visando ao desenvolvimento de nentes curriculares, a dimensão socioemocional é uma necessidade
competências, definidas como “a mobilização de conhecimentos formativa que aparece em todas as competências gerais.
V
Segundo CASEL [Collaborative for Academic, Social and Emotional situações de ensino que, levando em conta a diversidade cultural
Learning], a educação socioemocional refere-se ao processo de dos estudantes, despertem o interesse e a curiosidade científica e
entendimento e manejo das emoções, com empatia e pela tomada desenvolvam o espírito crítico.
de decisão responsável. Para que isso ocorra, é fundamental a pro-
O documento sugere que os estudantes sejam responsáveis
moção da educação socioemocional nas mais diferentes situações,
por delinear os problemas; propor hipóteses; planejar e realizar
dentro e fora da escola [...].
atividades de campo; definir as ferramentas para coleta, análise e
No campo do desenvolvimento das competências socioemocionais,
um tema muito importante nos dias atuais é o bullying. O termo bully representação de dados; elaborar modelos; construir argumentos
pode ser traduzido como valentão, brigão ou tirano. Assim, o termo com base em evidências sólidas para defender uma ideia; relatar
bullying compreende o conjunto de ações violentas e intencionais informações de forma oral, escrita ou multimodal; desenvolver e
(geralmente repetidas) contra outra pessoa e que tem como produto implementar soluções para os problemas cotidianos; e planejar
danos que variam desde a ordem física à psicológica, deixando “mar- ações de intervenção para melhorar a qualidade de vida individual,
cas” não apenas momentâneas, mas também capazes de reverberar coletiva e socioambiental.
ao longo da vida da pessoa que foi alvo do bullying. As situações de aprendizagem sugeridas pela BNCC possi-
O bullying é uma preocupação para toda a sociedade, sendo inclusive bilitam ao professor planejar propostas pedagógicas orientadas
destacadas, pelo MEC, as ações anti-bullying nas escolas. No combate por demandas da realidade em que vivem os estudantes: os
ao bullying, as 5 competências socioemocionais [...] devem ser traba-
problemas que os cercam, a comunidade em que estão inseridos,
lhadas: autoconsciência, autogestão, consciência social, habilidades de
as desigualdades socioeconômicas e culturais que os afetam, os
relacionamento e tomada de decisão responsável. (BRASIL, [2019?])
problemas ambientais que os envolvem e outras características
A BNCC do Ensino Fundamental está organizada em cinco áreas de seu contexto de vida.
do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza,
Ciências Humanas e Ensino Religioso (as áreas de Linguagens e Competências específicas de Ciências da Natureza
Ciências Humanas dividem-se em mais de um componente cur- Partindo das competências gerais da Educação Básica e dos
ricular). Cada área estabelece competências específicas a serem princípios do ensino das Ciências da Natureza acima apresentados,
desenvolvidas ao longo dos nove anos de escolaridade. a BNCC propõe que a área garanta o desenvolvimento das seguintes
competências específicas para o Ensino Fundamental:
Para assegurar o desenvolvimento das competências específicas,
cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades 1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento
relacionadas a objetos de conhecimento (conteúdos, conceitos e pro- humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e
cessos) que, por sua vez, estão organizados em unidades temáticas. histórico.
2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas
das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e
A área de Ciências da Natureza na BNCC procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança
Vivemos em uma sociedade fortemente marcada pelo desen- no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do
volvimento científico e tecnológico. Ao mesmo tempo que usu- mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a cons-
fruímos de seus benefícios, testemunhamos impactos negativos trução de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
que ele provoca sobre a natureza e a sociedade. Nesse contexto, a 3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e
participação no debate e a atuação em esferas altamente relevantes processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo
o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles,
no mundo contemporâneo, como as da tecnologia, da saúde, do
exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e
meio ambiente e do mundo do trabalho, não podem prescindir de
criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
uma visão que integre os conhecimentos científicos à tecnologia,
das Ciências da Natureza.
à ética, à política e à cultura.
4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e
Sob essa vertente, que pressupõe a superação da fragmentação culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas
disciplinar do conhecimento, a área das Ciências da Natureza – e aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos
consequentemente o componente curricular Ciências – expressa ao mundo do trabalho.
o compromisso da BNCC com a formação integral dos educandos. 5. Construir argumentos com base em dados, evidências e infor-
Espera-se que, no Ensino Fundamental, a área contribua para o mações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que
letramento científico, de modo que a construção do conhecimento promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e
e o desenvolvimento de habilidades práticas e procedimentos pró- ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de
prios das Ciências da Natureza apoiem o desenvolvimento de um grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.
6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação
estudante crítico e reflexivo, capaz de atuar de forma consciente
e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações,
no mundo. Ao ter como foco o desenvolvimento de habilidades e
produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza
competências, o ensino de Ciências da Natureza assume seu com-
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética.
promisso com o pleno exercício da cidadania. 7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar,
Nessa perspectiva, a BNCC confere papel central às atividades compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e
investigativas na formação dos estudantes, promovendo seu prota- respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da
gonismo no processo de aprendizagem. Isso exige a proposição de Natureza e às suas tecnologias.
VI
8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e de-
terminação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões
científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios
éticos, democráticos, sustentáveis e solidários. (BRASIL, 2018, p. 324)
Nota-se que a habilidade relacionada ao estudo do objeto de conhecimento “Célula como unidade da
vida”, proposto para o 6o ano, fornece as bases para o desenvolvimento das habilidades previstas para os
anos seguintes, que estão relacionadas à vacinação, à reprodução e à hereditariedade. No 6o ano, espera-se
que os estudantes desenvolvam a habilidade de explicar; no 7o ano, de argumentar; no 8o ano, de comparar
diferentes processos; e, no 9o ano, de associar conceitos e estabelecer relações.
VII
Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) buscam uma contextualização do que é ensinado, trazen-
do temas que sejam de interesse dos estudantes e de relevância para seu desenvolvimento como cidadão. O
grande objetivo é que o estudante não termine sua educação formal tendo visto apenas conteúdos abstratos e
descontextualizados, mas que também reconheça e aprenda sobre os temas que são relevantes para sua atuação
na sociedade. Assim, espera-se que os TCTs permitam ao aluno entender melhor: como utilizar seu dinheiro,
como cuidar de sua saúde, como usar as novas tecnologias digitais, como cuidar do planeta em que vive, como
entender e respeitar aqueles que são diferentes e quais são seus direitos e deveres, assuntos que conferem aos
TCTs o atributo da contemporaneidade.
Já o transversal pode ser definido como aquilo que atravessa. [...]
Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) são assim denominados por não pertencerem a uma disci-
plina específica, mas por traspassarem e serem pertinentes a todas elas. Existem distintas concepções de como
trabalhá-los na escola. Essa diversidade de abordagens é positiva na medida em que possa garantir a autonomia
das redes de ensino e dos professores. [...] Tais possibilidades envolvem, pois, três níveis de complexidade:
intradisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.
[...] Esses pressupostos buscam contribuir para que a educação escolar se efetive como uma estratégia eficaz
na construção da cidadania do estudante e da participação ativa da vida em sociedade, e não um fim em si mes-
mo, conferindo a esses conteúdos um significado maior e classificando-os de fato como Temas Contemporâneos
Transversais. (BRASIL, 2019, p. 7)
São consideradas seis macroáreas temáticas que interligam as diferentes áreas do conhecimento e
abordam quinze TCTs conforme apresentado a seguir.
MEIO AMBIENTE
Educação Ambiental
Educação para o Consumo
CIÊNCIA E TECNOLOGIA ECONOMIA
Ciência e Tecnologia Trabalho
Educação Financeira
Temas Contemporâneos Educação Fiscal
Transversais
MULTICULTURALISMO
Diversidade Cultural BNCC SAÚDE
Saúde
Educação para valorização Educação Alimentar
do multiculturalismo e Nutricional
nas matrizes históricas CIDADANIA E CIVISMO
e culturais Brasileiras Vida Familiar e Social
Educação para o Trânsito
Educação em Direitos Humanos
Direitos da Criança e do Adolescente
Processo de envelhecimento,
respeito e valorização do Idoso
VIII
deve a algumas de suas peculiaridades, como a referência às ciências de origem (Biologia, Física, Química e
Geociências) e os contextos da integração disciplinar, com o objetivo de constituir, por ações pedagógicas
na escola, uma Ciência integrada a ser ensinada, além da contextualização com o cotidiano – aspecto que
garantiria o caráter “utilitário” dos conhecimentos a serem ministrados.
Se, por um lado, essa estabilidade curricular indica a relevância das Ciências, por outro, desde os anos
1960 vêm acontecendo vários movimentos de mudança e de renovação da forma como se dá o ensino
dos conteúdos desse componente curricular. Tais movimentos questionam o ensino enciclopédico, me-
morístico, sem contextualização sociocultural, desprovido da preocupação com o desenvolvimento de
habilidades científicas, acrítico e a-histórico. Essa condição paradoxal do ensino de Ciências permite-nos
problematizá-lo em algumas direções, perguntando-nos, por exemplo, quais pontos deveriam ser consi-
derados primordiais para compor as atividades de aprendizagem e ensino:
• Os conceitos científicos?
• A experiência dos estudantes?
• A capacidade crítica?
• A compreensão do processo histórico da Ciência na sociedade?
Além disso, precisamos compreender melhor como o componente curricular se organiza, particular-
mente na tensão entre conhecimentos científicos e conhecimentos do senso comum, bem como entre a
integração ou as especificidades de cada campo científico e a inter ou a transversalidade.
Um dos enfoques propostos atualmente para o ensino de Ciências é a alfabetização científica, conceito
polissêmico, passível de diferentes interpretações. Embora remonte aos anos 1960, esse enfoque adquire
nova visibilidade na década de 1990, na esteira das relações entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Am-
biente, tornando-se uma referência fundamental nos anos 2000 em projetos que visam ensinar Ciências
para todos, particularmente levados a termo nos Estados Unidos.
Apesar de o movimento de alfabetização científica ser debatido e estar presente nas políticas nacio-
nais e internacionais de educação há mais de meio século, os pesquisadores ainda têm se empenhado
em consolidar uma definição em meio aos numerosos significados, perspectivas e abordagens do tema.
Essa dificuldade deve-se à amplitude e à abrangência da discussão, que engloba desde a natureza e os
processos de produção do conhecimento científico, com levantamento de hipóteses, elaboração de teorias,
análise de dados, validação de resultados, até fatores políticos, institucionais e culturais que determinam
como esse conhecimento chega até o público (CERATI, 2014).
Conforme enfatizam Sasseron e Carvalho (2011a)
Devido à pluralidade semântica, encontramos hoje em dia, na literatura nacional sobre ensino de Ciências,
autores que utilizam a expressão “Letramento Científico” (Mamede e Zimmermann, 2007, Santos e Mortimer,
2001), pesquisadores que adotam o termo “Alfabetização Científica” (Brandi e Gurgel, 2002, Auler e Delizoicov,
2001, Lorenzetti e Delizoicov, 2001, Chassot, 2000) e também aqueles que usam a expressão “Enculturação
Científica” (Carvalho e Tinoco, 2006, Mortimer e Machado, 1996) para designarem o objetivo desse ensino de
Ciências que almeja a formação cidadã dos estudantes para o domínio e uso dos conhecimentos científicos e
seus desdobramentos nas mais diferentes esferas de sua vida. Podemos perceber que no cerne das discussões
levantadas pelos pesquisadores que usam um termo ou outro estão as mesmas preocupações com o ensino de
Ciências, ou seja, motivos que guiam o planejamento desse ensino para a construção de benefícios práticos para
as pessoas, a sociedade e o meio ambiente. (SASSERON; CARVALHO, 2011a, p. 60)
Nesse enfoque, visa-se formar um cidadão alfabetizado cientificamente por meio da combinação da
aprendizagem dos conhecimentos científicos com a habilidade de elaborar conclusões com base em pro-
cessos e metodologias próprios da produção da Ciência, incluindo sua condição histórica, social e filosófica.
Além disso, propõe-se levar os estudantes a compreender temas sociocientíficos da atualidade, analisá-los
e assumir uma postura crítica diante deles, ajudando-os também a tomar decisões sobre o mundo natural
e sobre as mudanças nele provocadas pela atividade humana.
Para Sasseron e Carvalho (2011a), o conceito de alfabetização científica tem como base o conceito geral
de alfabetização, entendido como o domínio de estratégias que permitem a um indivíduo organizar seu
pensamento de maneira lógica e ter uma consciência mais crítica frente ao mundo.
IX
Para ser capaz de entender e modificar o mundo baseando-se na contribuição teórica e processual da
Ciência, é necessário vivenciar situações didáticas planejadas em termos de competências e habilidades
que deem aos estudantes a oportunidade de desenvolver essa capacidade. Assim, é imprescindível que
o professor adote métodos inovadores e estratégias de ensino variadas em sala de aula e que tenha o
domínio dos objetos de conhecimento.
A interdisciplinaridade pode ser definida como um ponto de cruzamento entre atividades (disciplinares e
interdisciplinares) com lógicas diferentes. Ela tem a ver com a procura de um equilibro entre a análise fragmen-
tada e a síntese simplificadora (Jantsch & Bianchetti, 2002). Ela tem a ver com a procura de um equilibro entre
as visões marcadas pela lógica racional, instrumental e subjetiva (Lenoir & Hasni, 2004). Por último, ela tem a
ver não apenas com um trabalho de equipe, mas também individual (Klein, 1990).
A busca pelo conhecimento não pode excluir a priori nenhum enfoque (Leis, 2001). O que interessa é o
avanço do conhecimento através de suas diferentes manifestações. Assim como a filosofia não pode excluir a
ciência, nem vice-versa, também não se pode excluir qualquer abordagem do trabalho científico interdisciplinar.
(LEIS, 2005, p. 9)
Assim, como a abordagem interdisciplinar pressupõe o cruzamento de atividades com lógicas diferentes,
a prática do diálogo entre várias áreas de conhecimento oferece melhores condições para que problemas
complexos possam ser resolvidos.
Nas atuais discussões sobre educação, ressalta-se a importância em promover um ensino integrado
para que os estudantes possam desenvolver as habilidades de investigar, compreender, comunicar e ser
X
capazes de relacionar o que aprendem de acordo com seu contexto Para aprender a se comunicar de forma dinâmica e efetiva
social e cultural. em meio a essa diversidade de modalidades de comunicação, é
necessário o desenvolvimento de diferentes habilidades. Surgem,
[...] a interdisciplinaridade pressupõe o desenvolvimento de me-
todologias interativas, configurando a abrangência de enfoques e então, áreas de estudo especializadas nesse tipo de letramento.
contemplando uma nova articulação das conexões entre as ciências Os multiletramentos, conceito cunhado pelo Grupo de Nova
naturais, sociais e exatas. (JACOBI, 2005, p. 246) Londres (GNL ou NLG) em seu manifesto de 1996, é uma perspectiva
A prática interdisciplinar fornece subsídios para uma compreen- de letramento que considera a multiplicidade de linguagens (visual,
são mais profunda e consciente dos conceitos e dos processos por verbal, sonora, espacial…) e a de culturas. Em 1996, os autores fazem
parte dos estudantes, assim como para uma ampliação do trabalho referência aos modos linguístico, sonoro, visual, gestual e espacial,
considerando-os em relação aos designs. Em 2009, Cope e Kalantzis
docente em direção à transdisciplinaridade.
vão listar o escrito, oral, visual, sonoro, tátil, gestual, emocional e espa-
Entendemos também que a interdisciplinaridade pode aproximar cial, em termos de representações, sendo a sinestesia tangencialmente
os professores de diferentes componentes curriculares. Com essa inserida no âmbito das multimodalidades. Já em 2012, os mesmos
aproximação, a cultura de professores e estudantes amplia-se, ao autores consideram a mesma relação (sem mencionar o emocional)
mesmo tempo que cada um pode compreender melhor o ponto de em termos de significados (meanings), sendo sinestesia diretamente
vista do outro. Nesse sentido, um aspecto a ser destacado na Coleção inserida no âmbito das multimodalidades.
é que, mesmo sendo as Ciências da Natureza o enfoque principal, os No mundo contemporâneo, os cidadãos circulam por diferentes
temas que compõem as Unidades favorecem a integração dos assun- espaços entre esferas públicas e privadas, profissionais e pessoais. Essa
tos abordados com os diferentes componentes curriculares. Por isso, circulação demanda variadas maneiras de interagir, o que impõe uma
há momentos, ao longo das Unidades, em que são sugeridas aborda- flexibilidade cultural e de linguagem. Os multiletramentos seriam
gens conjuntas com professores de outros componentes curriculares, letramentos para essa sociedade contemporânea, preparando os
para que se possa, assim, orientar o trabalho com seu planejamento alunos para transitarem por entre os diversos espaços e situações do
de forma a promover trocas com colegas de outras áreas. mundo globalizado. O multiculturalismo reconhece que a interação
social varia culturalmente. As realidades locais e suas interferências
Nesta Coleção, busca-se apresentar um conjunto de conheci-
por conta da globalização e fluxos de informação se traduzem em uma
mentos com possibilidades de trabalho interdisciplinar, tendo como
multiplicidade de espaços sociais, nos quais diferentes identidades e
fundamento o desenvolvimento de conceitos científicos com base em realidades circulam. [...] (RIBEIRO; BARBOSA, [20–?])
temas e situações relacionados ao cotidiano dos estudantes. Os temas
se inter-relacionam e buscam auxiliar na contextualização dos concei- O ensino de Ciências da Natureza tem importante contribuição
tos e dos saberes das Ciências da Natureza no Ensino Fundamental, na formação dos estudantes não somente pela apropriação dos
destacando-se a Biologia, a Física, a Química, a Astronomia e a Geologia. saberes e dos conceitos próprios dessa área do conhecimento, mas
também pela possibilidade de compreender o desenvolvimento
Se concebermos as disciplinas escolares como instrumentos decorrentes tecnológico e suas implicações sociais, políticas e econômicas. Nes-
do conhecimento elaborado, através dos quais se pretende desenvolver
se sentido, ampliar a discussão sobre as novas habilidades que vêm
a capacidade de pensar, compreender e manejar adequadamente o
se constituindo por meio de um conjunto de suportes interativos,
mundo que nos rodeia, elas não podem se converter em finalidades em
si mesmas, descontextualizadas do mundo real. Devem sim exprimir
que denominamos mídia didática, permite que os estudantes se
a problemática cotidiana, de forma a se constituírem em instrumentos apropriem das capacidades de comunicação, do sistema de escrita
significativos para os alunos. (SANTOS, 2006, p. 26) e do conteúdo trabalhado por meio dessas tecnologias.
De acordo com Rojo e Moura (2012), ler e escrever deixa de ser
Cientes de que o caráter interdisciplinar se afirma à medida que o fim para ser o meio de produzir saberes com possibilidades de
procuramos favorecer uma compreensão ampla de conceitos que compartilhá-los em uma relação dialógica. Assim, o domínio das
possibilitem reavaliar e aprimorar os saberes do senso comum, a linguagens, por meio de diferentes recursos tecnológicos, repre-
Coleção busca explicar os fenômenos naturais de acordo com os senta um elemento primordial para a conquista da autonomia. Esse
princípios norteadores do saber científico. domínio permite a comunicação de ideias e o diálogo necessário
para uma permanente negociação dos significados de uma apren-
dizagem contínua e significativa.
ESTÍMULO AO USO DE RECURSOS Ciente da importância da utilização de múltiplos recursos
TECNOLÓGICOS NOS PROCESSOS DE pedagógicos para propiciar aos estudantes a construção de conhe-
ENSINO E APRENDIZAGEM cimentos e o desenvolvimento de habilidades de forma eficiente e
alinhada ao enfoque do letramento científico e digital esta Coleção
A presença das tecnologias digitais na sociedade contem- inclui o quadro Entrando na rede e a seção Fique por dentro, que
porânea cria novas possibilidades de expressão e comunicação. apresentam sugestões de sites, vídeos, animações, infográficos e
Atualmente, as tecnologias midiáticas fazem parte do cotidiano de visitações direcionadas aos estudantes. A utilização dos recursos
cada vez mais pessoas, possibilitando a inclusão de diversas formas sugeridos estimula os estudantes a se responsabilizarem pelo seu
de comunicação, como a criação e o uso de imagens, de sons, de processo de aprendizagem, colocando-os como protagonistas. Tam-
animações e a combinação dessas modalidades. bém aumenta a chance de sucesso de estudantes de diferentes perfis
XI
visto que ofertamos possibilidades de aprendizagem e vivências em questionar e refletir a respeito das práticas educativas que têm como
outros ambientes e formatos. Ao valorizar a pesquisa e a consulta a público-alvo indivíduos interligados em uma sociedade em rede.
outras fontes de informação, a Coleção também considera a neces-
[...] nos processos de formação dos professores se torna necessário
sidade de desenvolver nos estudantes habilidades de curadoria de
incentivar e compreender que a integração das TDIC em sala de aula
informação, necessárias para prepará-los para as etapas seguintes de
contribui para que o estudante se interesse pelos conteúdos abordados,
sua educação e, posteriormente, para o mundo do trabalho. especialmente porque está ligada a uma nova linguagem relacionada
A utilização desses recursos complementares que envolvem ao cotidiano deles. Sendo uma maneira eficaz de aproximar os pro-
os meios digitais propostos na Coleção, a nosso ver, pode gerar fessores da nova geração aos estudantes (LEITE, 2015).
contribuições significativas ao trabalho do professor também, pois Quando se fala em educar para a cidadania, é importante lembrar de
estimula a criatividade e a extrapolação dos limites da sala de aula que nas iniciativas de formação é preciso que seja criado situações que
como ambiente de aprendizagem, além de auxiliar na escolha das facilitem e valorizem as verdadeiras formas de aprender, de tomadas
informações relevantes e adequadas que melhor atendam aos obje- de consciência, de construção de valores para uma construção de uma
tivos norteadores do planejamento. Nessa perspectiva, o professor identidade moral e cívica (PERRENOUD, 2000). Por isso, formação é
poderá engajar os estudantes no processo e traçar estratégias que um dos caminhos desenvolvimento educacional de maneira a produzir
significados na vida dos educandos (MARCELO; VAILLANT, 2010).
levem do conhecimento prévio a novas criações.
(OLIVEIRA; OLIVEIRA; SILVA 2021, p. 3)
XII
utilização de plataformas on-line para a criação de apresentações • Reconhecimento de padrões: analisar cada um dos proble-
e infográficos, além daquelas que podem ser utilizadas como mas menores, buscando aspectos semelhantes que facilitem
fonte de consulta e aplicação de conhecimentos, como sites, encontrar uma solução ou ainda considerando como proble-
documentários, animações, aplicativos e simuladores. mas semelhantes foram resolvidos anteriormente.
Ciente dessas necessidades, a Coleção privilegia o trabalho • Abstração: focar apenas nos detalhes importantes, deixando
constante com as TDIC na subseção Compartilhar. Nela, algumas de lado informações irrelevantes.
sugestões de recursos digitais são feitas, mas outras opções podem • Algoritmos: propor etapas e/ou regras simples para resolver
ser escolhidas em função da disponibilidade de recursos. cada um dos problemas menores.
Antes de escolher entre os recursos digitais a serem utilizados em A International Society for Technology in Education e a Com-
sala de aula para a produção de conteúdos, é importante se perguntar: puter Science Teachers Association (CSTA/ISTE, 2011) definem que
• Qual ferramenta é mais apropriada? os quatro pilares do PC englobam nove habilidades que podem
• Que mensagem será transmitida? ser trabalhadas em sala de aula:
• Qual é o público-alvo dessa mensagem? • Coleta de dados: obter dados de diferentes fontes.
Seja qual for a mídia escolhida (blog, podcast, vídeo), a produção • Análise de dados: estudar os dados coletados e tirar conclu-
do conteúdo deve embasar-se em informações confiáveis, sem dei- sões a partir deles.
xar de providenciar a autorização de textos, imagens e vídeos, que
não sejam de autoria própria, ou colocar a fonte autoral pesquisada.
• Representação de dados: organizar os dados por meio de
texto, tabelas, gráficos etc.
Procure selecionar aplicativos gratuitos que contenham tutoriais
disponíveis e sejam de fácil utilização.
• Decomposição de problemas: dividir o problema em tarefas
menores.
O pensamento computacional • Abstração: reduzir a complexidade do problema para focar
na questão principal.
O termo pensamento computacional (PC) já havia sido utiliza-
do pelo professor e matemático estadunidense Seymour Papert
• Algoritmos e procedimentos: descrever uma série organi-
zada de passos para resolver o problema em questão e que
(1928--2016), na década de 1980, para descrever a influência do uso
também possa ser utilizada para a resolução de problemas
dos computadores na construção do aprendizado, especialmente nas
semelhantes em outras situações.
etapas da Educação Básica. Entretanto, tornou-se bastante popular
após o ano de 2006, com a publicação do artigo Computational Thin- • Automação: utilizar computadores ou máquinas na realiza-
king, de autoria da professora e cientista da computação estadunidense ção de tarefas repetitivas.
Jeannette M. Wing, segundo a qual, o PC representa um conjunto de • Simulação: representar ou modelar um processo e a sua
habilidades universais, não apenas destinado aos cientistas da com- execução.
putação, que deve ser incorporado às capacidades analíticas de cada • Paralelismo: desenvolver as tarefas simultaneamente visan-
criança, juntamente com a leitura, a escrita e o cálculo. Desde então, do atingir um objetivo em comum.
diversos educadores têm se dedicado a implementar o trabalho com o Dessa forma, ao trabalhar com os pilares do PC, o foco estará
PC em sala de aula, como uma ferramenta que possibilita a resolução de em quando e como utilizar as habilidades e as competências da
problemas com base nos fundamentos da Ciência da Computação (CC). CC para a resolução dos problemas, e não em usar uma ferramenta
[...] Pensamento computacional é uma forma para seres humanos tecnológica em si.
resolverem problemas; não é tentar fazer com que seres humanos pensem Para o componente curricular Ciências, Barr e Stephenson
como computadores. Computadores são tediosos e enfadonhos; huma- (2011) sugerem que experimentos práticos sejam utilizados como
nos são espertos e imaginativos. Nós humanos tornamos a computação ferramentas para coleta, análise e representação de dados. Também,
empolgante. Equipados com aparelhos computacionais, usamos nossa
de forma complementar, quando os estudantes têm a oportunidade
inteligência para resolver problemas que não ousaríamos sequer tentar
de idealizar esses procedimentos experimentais e de os realizar
antes da era da computação e construir sistemas com funcionalidades
levando em consideração diferentes parâmetros, são trabalhados
limitadas apenas pela nossa imaginação. (WING, 2016, p. 4)
os conceitos de elaboração de algoritmos e paralelismo, respectiva-
Assim, ao contrário do que se possa imaginar, pensar computa- mente. Ainda segundo os autores, realizar a classificação de espécies
cionalmente não significa programar um computador. Isso porque, é uma estratégia possível para o trabalho com a decomposição
antes de o programa ser utilizado na resolução de um problema para de problemas; assim como construir um modelo – do sistema
o qual ele foi criado, são necessárias a análise e a compreensão do solar, por exemplo – permite trabalhar os aspectos da abstração
problema propriamente dito e a antecipação de possíveis soluções. e da simulação. Por fim, a simulação de dados permite trabalhar o
No PC, o desenvolvimento de habilidades e competências conceito de automação.
para solucionar problemas está embasado em quatro pilares in- O pensamento computacional é, portanto, uma estratégia
terdependentes: para avaliar problemas e modelar suas soluções de forma eficien-
• Decomposição: tomar um problema complexo e dividi-lo te e, assim, encontrar soluções genéricas para classes inteiras de
em uma série de problemas menores e, por isso, mais fáceis problemas. Ele pode e deve ser vivenciado de forma integrada às
de serem resolvidos. Ciências da Natureza.
XIII
Nesta Coleção há, na seção Oficinas, propostas destinadas ao trabalho com o PC, que apresentam um
problema a ser resolvido, de forma a retomar os objetos de conhecimento abordados em determinadas
Unidades e favorecer o desenvolvimento da competência específica 6 de Matemática para o Ensino
Fundamental, proposta pela BNCC:
6. Enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, incluindo-se situações imaginadas, não diretamente
relacionadas com o aspecto prático-utilitário, expressar suas respostas e sintetizar conclusões, utilizando diferentes
registros e linguagens (gráficos, tabelas, esquemas, além de texto escrito na língua materna e outras linguagens
para descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados). (BRASIL, 2018, p. 267)
Essas atividades foram idealizadas para ser desenvolvidas de forma cooperativa e, em sua maioria,
não exigem necessariamente a utilização de computadores ou outras plataformas digitais, não havendo
também a necessidade de um extenso conhecimento de programação por parte dos professores e estu-
dantes. Nesse sentido, o material para o professor traz as orientações necessárias para o desenvolvimento
das oficinas, bem como a relação dos objetivos a serem alcançados e dos conceitos do PC a serem traba-
lhados em cada uma delas.
A LEITURA INFERENCIAL
Fazer uma leitura inferencial significa construir o sentido do texto baseado nas informações dele e nos
conhecimentos prévios do leitor. Assim, a leitura inferencial é o resultado de um processo cognitivo por
meio do qual são feitas afirmações a respeito de algo desconhecido, tendo como base indícios trazidos
pelo texto que ganham significado a partir do raciocínio do leitor.
É, portanto, um processo mental que requer competências:
• indutivas: o leitor faz generalizações, analisa padrões e avalia probabilidades para fazer suposições
acerca do conteúdo.
• dedutivas: o leitor conecta ideias do texto com seu conhecimento prévio para obter conclusões que
não estão diretamente expressas no texto.
[...] o leitor utiliza a informação não visual, o conhecimento prévio estocado em sua memória de longo prazo e
ativado no momento da leitura para fazer previsões e, principalmente, para inferir – “deduzir certas informações
não explícitas no texto, e que são importantes para que ele possa conectar as partes do texto e chegar, enfim, a
uma compreensão coerente e global do material lido” (FULGÊNCIO; LIBERATO, 2003: 27). Assim, em uma
atividade de leitura, o leitor articula ao texto conhecimentos que ele já possui, estabelecendo relações entre as
diversas partes, integrando as informações e dando coerência ao todo. (VARGAS, 2012, p. 130)
Dessa forma, para realizar a leitura inferencial de um texto de forma efetiva, é importante ter em conta
os seguintes passos:
• identificar as ideias principais no texto;
• efetuar suposições em torno das ideias implícitas no texto com base nas ideias principais identificadas;
• reler o texto para confirmar as inferências feitas validando as informações.
Embora a demanda pelo desenvolvimento de habilidades de leitura inferencial só apareça na BNCC
explicitamente associada a um dos eixos estruturantes da área de Linguagens, entendemos que podemos
associá-la também à competência geral 2 – Pensamento científico, crítico e criativo – e à competência
geral 4 – Comunicação. Nesta Coleção, a leitura inferencial é solicitada aos estudantes em diversos momen-
tos, em especial, no trabalho com a seção Compreender um texto. As abordagens propostas envolvem
gêneros textuais diversos como textos de divulgação científica, literários, charges e tirinhas.
XIV
A argumentação enquadrada nos processos de construção de conhecimento
Processos de construção
do conhecimento
de de de
sustentar convencer
em evidências audiência
Fonte: (JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, 2011 apud JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P.; BROCOS, P., 2015, p. 142).
O livro The Uses of Argument, de Stephen Edelston Toulmin (1922-2009), publicado em 1958, apresentou
um modelo que descreve os elementos constitutivos de um argumento representando as relações funcio-
nais entre eles. Esse modelo, conhecido como Toulmin Argument Pattern (TAP) – padrão de argumento de
Toulmin, é amplamente utilizado em pesquisas acadêmicas na área de Educação.
Qualificador (Q)
Apoio (A)
XV
Nesta Coleção há, em todas as Unidades, atividades que ex- semanal ao longo do estudo dos Temas. Pelos retornos, o professor
ploram a argumentação considerando o TAP. Para o 6o ano, por consegue avaliar o quanto pode avançar ou deve retornar nas ex-
exemplo, foi proposta uma versão simplificada contendo somente plicações dos conceitos abordados no Tema. Também as questões
3 componentes: Dados, Justificativa e Conclusão. A justificativa, presentes na seção Atividades podem ser utilizadas como propos-
nesse caso, corresponde à união dos componentes Garantia e tas de avaliação formativa.
Apoio. A cada ano escolar, foi acrescentado um componente no
modelo de argumentação, descritos a seguir, de forma resumida. Instrumentos avaliativos e de
• 6 ano: Dados, Justificativa e Conclusão.
o
acompanhamento da aprendizagem
• 7o ano: Dados, Justificativa, Qualificador e Conclusão. Os instrumentos de avaliação são recursos metodológicos
• 8o ano: Dados, Apoio, Garantia, Qualificador e Conclusão. capazes de fornecer dados sobre determinada realidade de
aprendizagem. E, para que os dados coletados descrevam a
• 9o ano: Dados, Apoio, Garantia, Qualificador, Refutação e
realidade, é preciso que os instrumentos de avaliação utilizados
Conclusão.
pelo professor sejam diversificados e elaborados de acordo com
o que se deseja avaliar.
AVALIAÇÃO Para exemplificar, destacamos alguns instrumentos de avaliação
Em seu livro Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico, a educa- que podem ser utilizados em diferentes momentos:
dora Benigna Maria de Freitas Villas Boas (2004) afirma que: • Portfólios: registros do processo de construção do conhe-
Não se avalia para atribuir nota, conceito ou menção. Avalia-se cimento com base em evidências e com o uso de diferentes
para promover a aprendizagem do estudante. Enquanto o trabalho linguagens.
se desenvolve, a avaliação também é feita. Aprendizagem e avaliação • Retrospectiva: retomada do que foi visto, ensinado e apren-
andam de mãos dadas — a avaliação sempre ajudando a aprendizagem. dido (conceitos, habilidades e competências).
(VILLAS BOAS, 2004, p. 29)
• Avaliações: dissertativas, com questões abertas, exploratórias
Desse ponto de vista, a avaliação deve dar prioridade ao ensino ou objetivas, e questões de múltipla escolha.
(avaliação das aulas) e à aprendizagem (avaliação do estudante), • Seminário: atividade de apresentação oral do tema estudado,
promovendo novos caminhos com a abertura para diferentes individual ou em grupo, utilizando a fala e materiais de apoio
maneiras de ensinar e aprender. Valoriza-se, portanto, a formação próprios e possibilitando a transmissão verbal das informa-
de grupos de aprendizagem, de acordo com os objetivos da aula. ções pesquisadas de forma eficaz.
Mesmo com um instrumento de avaliação individual, as habilidades
• Trabalho em grupo: trabalho coletivo proposto e orientado
sociais, interativas e corporais permeiam todas as aulas.
pelo professor.
Tal concepção se refere à avaliação formativa, que, segundo
Hadji (2001), pode ser considerada uma avaliação informativa que
• Pesquisa: busca de informações específicas sobre determi-
nado assunto em diversos meios de comunicação ou mídia.
favorece o desenvolvimento do aprendiz, guiando e otimizando as
aprendizagens em andamento.
• Debate: atividade planejada que permite a exposição oral
de diferentes pontos de vista sobre determinado assunto.
A avaliação formativa foca o processo de aprendizagem e pro-
move a coleta de dados para reorientar o ensino. Desse processo, • Relatório: texto produzido pelo estudante após atividades
práticas. Permite obter indícios do que ele compreendeu dos
tanto estudantes quanto professores participam.
conteúdos conceituais e procedimentais trabalhados.
[...] Por definição, uma avaliação é considerada formativa quando
seus resultados, forçosamente, são fruto de atividades avaliativas Para ampliar o processo e as possibilidades de instrumentos de
mais frequentes e enquanto o programa esteja em andamento e são avaliação, sugerimos também alguns instrumentos de planejamen-
destinados a (re)orientar a ação do formador, prioritariamente, mas to, registro e acompanhamento da aprendizagem:
não exclusivamente [...]. (ALAVARSE, 2013, p. 147) • Planos de trabalho: semanais ou mensais.
Esse tipo de avaliação visa incentivar os estudantes a assumirem • Registros reflexivos sobre as aulas: anotações sobre o que
responsabilidades consigo mesmos e com suas produções, a fim foi planejado e o que ocorreu, contendo ainda reflexões,
de analisar, refletir e perceber seu percurso no desenvolvimento dúvidas, ideias etc.
de habilidades, competências e talentos. • Relatórios individuais dos estudantes: descrições e refle-
A avaliação praticada em intervalos breves e regulares serve de xões sobre as habilidades adquiridas ou a serem desenvol-
feedback constante do trabalho do professor, ressaltando a impor- vidas, além da ampliação do conhecimento e das formas
tância de sua função diagnóstica. Desse modo, pode-se refletir so- comportamentais e de relacionamento em grupo e com as
bre os procedimentos e as estratégias docentes, reformulando-os se regras institucionais.
necessário, sempre tendo em vista o sucesso efetivo do estudante. • Relatórios de trabalho desenvolvido em grupo: exposição
Na Coleção, o quadro De olho no tema pode servir a esse pro- das escolhas, das opções, dos caminhos, dos projetos, do que
pósito. Ele contém atividades exploratórias que podem orientar as foi feito, do que deu certo, das falhas, dos motivos dessas
decisões do professor em relação ao seu planejamento diário ou falhas etc.
XVI
• Boletins: transferência do que foi percebido e descrito na cícios de grupo. O processo de avaliação, seja ou não autoavaliação,
forma de narrativa para notas ou conceitos. não se encerra com a aplicação de um instrumento e com a análise dos
resultados obtidos. Avaliar implica [...] tomar decisões para o futuro,
• Registros coletivos em forma de livros: anotações de
a partir desses resultados. (FERNANDES, 2007, p. 35)
reflexões, dúvidas, hipóteses, descobertas, pesquisas feitas
pelo grupo. Nas avaliações formativas, é importante que todos os estudan-
• Mostras e apresentações: exposição para a comunidade tes recebam um retorno criterioso a respeito de seu desempenho,
intra e extraescolar do que está sendo aprendido, com o uso com base em critérios previamente acordados e independentemen-
de diferentes suportes e linguagens. te do conjunto de materiais usados para isso (provas, trabalhos em
• Retrospectivas: socialização do que está sendo aprendido, grupo, exposições, apresentação de documentos de registro etc.).
explicitando as relações entre os assuntos e a conexão com A autoavaliação, que deve ser proposta preferencialmente
outras disciplinas. após as tarefas e ao final do estudo de cada Unidade, pode incluir
• Reuniões-entrevistas entre professor e estudante: troca de questões como:
impressões sobre o aprendizado e verificação da necessidade • Como você se sente em relação a seus estudos de Ciências?
de ajuda e adequação do conteúdo. Por quê?
• Reuniões-entrevistas entre professor, estudante e pais • Qual foi o assunto que você teve mais dificuldade em aprender?
ou responsáveis: troca de impressões, verificação da ne- • Em que você gostaria de ser auxiliado?
cessidade de ajuda, adequação e partilha da vida escolar
• Qual foi o assunto mais interessante para você e o que apren-
com a família.
deu com ele?
• Reuniões-entrevistas entre professor e pais ou respon-
• Há algum assunto do seu interesse que não tenha sido
sáveis: troca de conhecimentos, esclarecimento de dúvidas,
discutido?
apresentação de críticas positivas e negativas, bem como de
A autoavaliação não precisa ficar restrita aos conteúdos concei-
sugestões e comentários.
tuais; ela também pode, por exemplo, analisar conteúdos atitudinais
• Reuniões-entrevistas entre professor e coordenadores:
conforme proposto nesta Coleção em Como eu me saí?.
promoção do diálogo destinado a auxiliar na reflexão com base
O professor deve se sentir à vontade para recorrer a outros
em visões e escutas distanciadas, a fim de enriquecer tanto o
instrumentos de autoavaliação periodicamente, propondo, por
trabalho pedagógico como as relações pessoais e de grupo.
exemplo, conversas reflexivas que sintetizem unidades de apren-
Outras possibilidades de escolha metodológica, como a do
dizado, seguidas de um registro individual ou em grupo.
trabalho por projetos, permitem que os instrumentos de avaliação
Além de permitir ao estudante uma reflexão sobre o próprio
sejam utilizados com caráter processual e conjuguem diferentes
processo de aprendizagem, a autoavaliação serve de indicador
formas de obter evidências da construção do conhecimento e do
e alerta para auxiliar o professor em sua atuação na sala de aula.
desenvolvimento de habilidades. Uma preocupação maior com
o desenvolvimento de habilidades e competências leva a buscar
formas que ajudem a perceber os progressos nas múltiplas relações
Avaliação aliada à pesquisa
com o conhecimento científico, presentes em contextos mais am- Ao longo do trabalho docente, surgem inúmeras oportunidades
plos, atribuindo sentido aos saberes adquiridos. de observação, análise e reflexão sobre os processos de ensino e
aprendizagem. O professor reflexivo pode perceber nesses mo-
Autoavaliação mentos a possibilidade de levantar hipóteses que poderão traçar
A autoavaliação é um componente importante da avaliação rumos para tomadas de decisão e redirecionamento da prática
formativa e deve ocorrer durante todo o processo de ensino e pedagógica.
aprendizagem, pois nela o próprio estudante analisa continuamen- Tendo em mãos a análise das evidências de aprendizagem dos
te as atividades desenvolvidas, registra suas percepções e identifica estudantes, obtidas pelos diferentes instrumentos de avaliação,
futuras ações que possibilitarão seu avanço na aprendizagem. Nesse o professor poderá elaborar perfis, percebendo quais aspectos
tipo de avaliação, o estudante assume gradativamente a respon- devem ser reforçados, quais conteúdos e habilidades devem ser
sabilidade pela própria aprendizagem e exercita a capacidade de privilegiados e quais assuntos podem ser ampliados ou aprofun-
analisar o que aprendeu. dados. É fundamental considerar os aspectos atitudinais durante
No livro Indagações sobre currículo: currículo e avaliação, a edu- o processo de elaboração dos perfis. Desse modo, pode-se refletir
cadora Cláudia de Oliveira Fernandes (2007) esclarece que: sobre eles e conscientizar os estudantes sobre a importância da
expressão oral, da cooperação, do respeito pela opinião do outro,
[...] é importante que o professor propicie uma prática constante
da organização do trabalho, do esforço e da dedicação. Ao final de
de autoavaliação para os estudantes, que se torne uma rotina, incor-
porada ao planejamento, com instrumentos elaborados para esse fim cada Unidade, sugerimos a proposição de uma discussão encami-
e, especialmente, que os resultados obtidos da autoavaliação sejam nhada por perguntas como:
utilizados, seja em conversas individuais, tarefas orientadas ou exer- • Que atividades foram problemáticas?
XVII
• Quais são os problemas mais comuns? (Pode-se tabulá-los, classificando-os, por exemplo, em pro-
blemas de espaço ou local inadequado, tempo insuficiente, falta de compreensão do procedimento
ou do objetivo, dificuldades com o trabalho em grupo, carência de materiais, entre outros.)
• O que deve ser alterado? O que deve continuar?
[...] Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica que, nos termos do Plano Nacional da Educação
(BRASIL, 2014a), em seu art. 11, deve ser coordenado pela União em colaboração com os demais entes federa-
tivos e produzir:
I. indicadores de rendimento escolar, referentes ao desempenho dos(as) estudantes apurados em exames nacio-
nais de avaliação, com participação de pelo menos 80% (oitenta por cento) dos(as) alunos(as) de cada ano escolar
periodicamente avaliado em cada escola, e aos dados pertinentes apurados pelo censo escolar da educação básica; e
II. indicadores de avaliação institucional, relativos a características como o perfil do alunado e do corpo
dos(as) profissionais da educação, as relações entre dimensão do corpo docente, do corpo técnico e do corpo
discente, a infraestrutura das escolas, os recursos pedagógicos disponíveis e os processos da gestão, entre outras
relevantes. (BRASIL, 2018, p. 8)
O Saeb, que tem como objetivo avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional
brasileiro, é composto de testes cognitivos que têm como base as matrizes de avaliação e de questionários
socioeconômicos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep/MEC). Os testes cognitivos aplicados aos estudantes de 2o, 5o e 9o anos do Ensino Fundamental e do
3o ano do Ensino Médio são compostos de questões (itens) de Língua Portuguesa, com foco em leitura,
de Matemática, com foco na resolução de problemas, e, nas últimas aplicações, de Ciências Humanas e da
Natureza, especificamente para o 9o ano.
Com base nas informações do Saeb, o MEC e as secretarias estaduais e municipais de Educação
definem ações voltadas à melhoria da qualidade da educação no país, buscando a redução das desi-
gualdades existentes.
Além do Saeb, os estudantes brasileiros participam do Programa Internacional de Avaliação
de Estudantes (Pisa) – do inglês, Programme for International Student Assessment –, que é um es-
tudo comparativo internacional, realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), que vem sendo aplicado desde 2000 para estudantes de 15
anos. As provas abrangem leitura, Matemática e Ciências, e o objetivo do Pisa é produzir indicadores
que contribuam para a discussão da qualidade da educação nos países participantes, auxiliando na
elaboração de políticas públicas de melhoria da Educação Básica.
Para contribuir para a preparação dos estudantes a esses exames de larga escala, disponibiliza-
mos, no final da Parte Geral do Manual do Professor, sugestões de itens que englobam conceitos
e habilidades relacionados às Unidades trabalhadas em cada volume desta Coleção. Elas podem ser
utilizadas no momento que o professor achar adequado.
XVIII
ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO
XIX
atividades. Outra possibilidade é a realização de uma feira de ciências • De olho no tema: quadro presente ao final de cada tema con-
presencial e/ou virtual, na qual é possível apresentar e divulgar os tendo uma ou mais atividades centradas na identificação das
resultados dessas atividades à comunidade escolar. ideias-chave do tema. Estudantes e professor podem utilizar
A avaliação de tais trabalhos deve ser planejada preferencial- as respostas, obtidas de forma oral ou escrita, como evidências
mente com o envolvimento da turma, para a elaboração de normas para o acompanhamento de aprendizagem.
e parâmetros referentes à preparação, à execução, ao registro e à • Vamos fazer: com posição variável, essa seção consiste em
apresentação dos resultados. atividades práticas associadas a algum assunto do tema e que
permitem a aplicação de processos e práticas da investigação
científica como proposição de hipóteses, levantamento, aná-
ESTRUTURA GERAL DAS UNIDADES DOS lise e representação de dados, elaboração de explicações e
LIVROS DO ESTUDANTE modelos, comunicação de resultados e conclusões. Portanto,
a seção está alinhada com o que preconiza a BNCC em relação
O conjunto de oito Unidades que compõem cada volume ao letramento científico.
da Coleção propõe o trabalho com os objetos de conhecimento • Atividades: consiste em diversas questões disponibilizadas ao
definidos pela BNCC para o respectivo ano escolar. Os textos e as final de um grupo de Temas. Em geral, essa seção ocorre duas
seções, por sua vez, apresentam propostas que abrangem objetivos vezes por Unidade e divide-se em três etapas – organização
conceituais, procedimentais e atitudinais. Desse modo, a Coleção e sistematização do conhecimento (Organizar), aplicação de
oportuniza o desenvolvimento das habilidades e das competências conhecimento e interpretação de informações (Analisar) e
previstas no documento. produção e divulgação de material (Compartilhar), possibili-
Veja, a seguir, as características específicas de cada seção e quadro. tando aos estudantes ampliar a compreensão dos conteúdos
estudados e aplicá-los em outros contextos. Essas atividades
• Abertura da Unidade: cada Unidade inicia-se em uma dupla
podem ser utilizadas tanto na percepção dos próprios es-
de páginas com uma composição de imagens, que podem
tudantes sobre seu aprendizado como para a avaliação de
incluir fotos, ilustrações e infográficos, acompanhada de um competências e habilidades desenvolvidas.
breve texto que, juntos, se articulam com o que será abor-
dado. O exercício de leitura de imagem que se propõe tem
• Explore: colocada após uma das seções de Atividades, ela
apresenta propostas de natureza prática, relacionadas ao
importante papel motivador, estimulando os estudantes e assunto da Unidade, para que os estudantes busquem res-
aproximando-os do assunto que será estudado. Os estudantes postas e soluções por meio de pesquisa, experimentação ou
são também convidados a responder a perguntas do quadro análise de dados. O objetivo dessa seção é fazer com que os
Começando a Unidade, que estabelecem relações entre as estudantes entrem em contato com o assunto por meio de
imagens e o texto introdutório e o conhecimento prévio deles. questões problematizadoras ou exploratórias e interajam
A observação atenta das imagens propicia o desenvolvimento coletivamente de maneira mais ativa com ele. Essa interação
de uma habilidade fundamental do processo investigativo: favorece o desenvolvimento de aspectos dos processos, das
observar um objeto de estudo, identificar seus detalhes e práticas e dos procedimentos característicos da investigação
obter informações com base no que está sendo observado. científica, em consonância com as competências gerais e
O quadro Por que estudar esta Unidade? detalha breve- competências específicas de Ciências da Natureza para o
mente a relevância dos assuntos tratados pela Unidade, Ensino Fundamental previstas na BNCC.
contextualizando-os e dando significado ao processo de • Pensar Ciência: com posição variável, essa seção consiste em
aprendizagem dos estudantes. texto e atividades que visam tratar do pensamento científico,
da natureza do conhecimento científico e das características
• Temas: cada Unidade é subdividida em temas, de modo a or- da produção científica e de suas relações com a tecnologia e
ganizar e sistematizar os conteúdos, além de melhor contem- o entorno sociocultural, promovendo o debate e a reflexão
plar as habilidades previstas na BNCC. Neles, as informações sobre a natureza da Ciência e a função cidadã das descobertas
são agrupadas em subtítulos e trazem palavras destacadas científicas. A seção está em consonância com competências
para identificar os conceitos principais, o que facilita a leitura gerais e competências específicas de Ciências da Natureza
e a compreensão do texto pelos estudantes. Há uma preocu- para o Ensino Fundamental previstas pela BNCC.
pação em esclarecer e exemplificar o conteúdo específico por • Atitudes para a vida: com distribuição regular nos quatro
meio de imagens, como fotografias, ilustrações e esquemas, volumes da Coleção, essa seção estimula a reflexão sobre
que oferecem informações complementares. Os temas abri- atitudes individuais e coletivas, explorando seus significados
gam, além do texto expositivo, alguns quadros e seções (Saiba em diferentes contextos para que os estudantes estabeleçam
mais!, Entrando na rede, Vamos fazer e De olho no tema). relações de respeito e desenvolvam o pensamento crítico
• Saiba mais!: com frequência e posição variáveis, esse qua- e a capacidade de agir com consciência diante de diversas
situações. Reflexões relacionadas aos TCTs como a inclusão
dro traz informações e curiosidades que complementam e
de pessoas com deficiência, informações sobre direitos dos
contextualizam os assuntos trabalhados, aprofundando seu
cidadãos, conhecimentos de diferentes culturas, conservação
desenvolvimento.
ambiental e cuidados com a saúde são alguns dos assuntos
• Entrando na rede: com frequência e posição variáveis, nes- apresentados nessa seção, promovendo o exercício pleno da
se quadro são feitas indicações de recursos disponíveis na cidadania. A seção está alinhada, portanto, com competências
internet que trazem informações complementares e novas gerais e competências específicas de Ciências da Natureza
abordagens sobre os assuntos estudados. Além de enrique- para o Ensino Fundamental previstas na BNCC.
cer o repertório do estudante, favorecendo a aprendizagem, • Compreender um texto: com distribuição regular nos quatro
estimula-se o uso de recursos digitais, atuando como um fator volumes da Coleção, essa seção está focada na leitura e na
de motivação para os estudos. compreensão de textos de diversas fontes, de diferentes
XX
gêneros, relacionados ao assunto da Unidade e contextua- A BNCC E A SELEÇÃO DE CONTEÚDOS
lizados à realidade dos estudantes. Com uma seleção de
texto que se alinha aos TCTs, esta seção objetiva o exercício DA COLEÇÃO
de leitura inferencial e promove o desenvolvimento do le- Vários foram os aspectos que nortearam a seleção de conteú-
tramento, dimensão que compete a todos os componentes dos para a Coleção, entre eles a relevância dos assuntos na vida
curriculares, além de permitir a reflexão sobre as implicações
cotidiana, o atendimento de pré-requisitos para o trabalho com
do desenvolvimento científico-tecnológico.
habilidades esperadas para os anos finais do Ensino Fundamental
• Oficinas: presente ao final de cada volume, essa seção inclui
e a abordagem de maneira equilibrada dos diferentes campos
número variável de atividades. Inclui experimentação, estudo
da Ciência. Além disso, a seleção e a organização realizadas pela
do meio, construção de modelos e montagens, pensamento
Coleção consideraram as unidades temáticas, os objetos de conhe-
computacional, entre outras propostas práticas. Cada oficina
cimento e as habilidades constantes da BNCC para cada ano escolar.
traz o detalhamento dos objetivos, o material necessário e os
procedimentos para a realização da atividade, práticas para Para o componente curricular Ciências há um esforço no sentido
testar hipóteses, observar variáveis e averiguar fenômenos. de apresentar ao longo de todos os anos do Ensino Fundamental as
Por promover atividades em grupo e para observação, coleta, mesmas unidades temáticas propostas pela BNCC, com progressivo
interpretação e registro de dados, as oficinas favorecem o desen- avanço a cada ano. Assim, é possível contemplar ao longo da Coleção
volvimento de habilidades da investigação científica e, portanto, as unidades temáticas: Matéria e energia; Vida e evolução; Terra
estão alinhadas com as competências gerais e as competências e Universo. O quadro a seguir mostra assuntos abordados em cada
específicas da Ciências da Natureza presentes na BNCC. Unidade da Coleção, em cada um dos anos.
Volumes
Unidades
6o ANO 7o ANO 8o ANO 9o ANO
A unidade temática Matéria e energia contempla o estudo de mate- aplicações são debatidas, associando-se a produção de materiais
riais e suas transformações, fontes e tipos de energia utilizados na vida sintéticos ao desenvolvimento científico-tecnológico.
em geral, na perspectiva de construir conhecimento sobre a natureza No volume do 7o ano, essa unidade temática contempla o estudo
da matéria e os diferentes usos da energia. (BRASIL, 2018, p. 325) da composição do ar e algumas de suas propriedades (Unidade 6),
A Coleção, no que concerne à unidade temática Matéria e trazendo a problemática da poluição. Alinhada a essa temática, o
energia, espera sensibilizar os estudantes para o impacto causado volume também aborda a propagação do calor e os conceitos de
na vida cotidiana e no mundo do trabalho pelo desenvolvimento de temperatura e sensação térmica (Unidade 7), importantes para a com-
novos materiais e tecnologias. Espera-se que os estudantes utilizem preensão de diversos fenômenos. O estudo das máquinas simples e
os conhecimentos adquiridos para justificar o uso de determinados térmicas (Unidade 8) também associa-se a essa unidade temática ao
materiais e explicar o funcionamento de equipamentos que fazem analisar a ação de uma força para movimentar um corpo e avaliar o
parte da vida cotidiana. uso de diferentes fontes de energia para seu funcionamento.
As discussões propiciadas do ponto vista científico, histórico, Na perspectiva da unidade temática em questão, o volume do
econômico e ambiental são importantes para o exercício da cidada- 8o ano, ao aprofundar as aprendizagens sobre força e movimen-
nia em uma sociedade tecnológica como a que vivemos atualmente. to (Unidade 5), espera aproximar os estudantes de conceitos da
No contexto desta unidade temática, o volume do 6o ano Cinemática e da Dinâmica que são pré-requisitos para o estudo
aborda, na Unidade 3, as características da água, a classificação de sobre energia (Unidade 6). Por meio desse conteúdo, pretende-se
misturas e seus métodos de separação trazendo a problemática que os estudantes identifiquem diferentes tipos de energia utili-
da escassez de água potável e seu uso consciente. Na Unidade 6, zados pelos seres humanos e avaliem diversas fontes de geração
inicia-se o estudo das transformações químicas por meio da análise de energia elétrica, comparando-as e discutindo seus impactos
de evidências e sua comparação com as transformações físicas. socioambientais. Eletricidade e magnetismo (Unidade 7) são con-
Também os materiais naturais e sintéticos são distinguidos e suas ceitos que dão vez a propostas para construir circuitos elétricos e
XXI
compreender o funcionamento de equipamentos, classificando-os Eles são chamados a argumentar, por exemplo, sobre a importância
com base no tipo de transformação de energia, calculando o consu- da vacinação. Para isso, espera-se que conheçam as características
mo e propondo ações coletivas para otimizá-lo, segundo critérios de reinos de seres vivos que têm, entre seus representantes, espécies
de sustentabilidade e hábitos responsáveis. envolvidas na causa e na transmissão de doenças. As Unidades se-
O volume do 9o ano reserva espaço ao aprofundamento do guintes (3 e 4) complementam o estudo sobre a diversidade dos seres
estudo da matéria, desta vez criando situações para investigar as vivos, abordando os reinos das plantas e dos animais. Finalizando
mudanças de estado físico com base no modelo de constituição a abordagem dessa unidade temática, as propostas para o estudo
submicroscópica (Unidade 1) e identificar modelos que, ao longo dos ecossistemas brasileiros (Unidade 5) têm o objetivo de estimular
da história, foram construídos para descrever sua estrutura (Unida- os estudantes a caracterizá-los quanto a suas características físicas,
de 2). Nessa etapa da escolaridade apresentam-se as transformações relacionando-os à fauna e à flora e avaliando as consequências de
químicas (Unidade 3), comparando e estabelecendo as quantidades fenômenos naturais e impactos ambientais sobre as espécies.
proporcionais de reagentes e produtos, o que é essencial para a re- O volume do 8o ano, para trabalhar essa unidade temática,
tomada e o aprofundamento do estudo das substâncias (Unidade 4), propõe um olhar sobre o funcionamento integrado dos diversos
agora apresentando uma forma de classificá-las. sistemas do corpo humano e estimula a reflexão sobre a saúde e o
Ainda no campo desta unidade temática, o estudo sobre som e autocuidado. Com esse objetivo, convida ao estudo da organização
luz (Unidade 7) propõe situações para que os estudantes planejem do corpo humano e da anatomia e da fisiologia de seus diversos sis-
e executem experimentos sobre a composição das cores e da luz e temas (Unidades 1 a 3). A reprodução e fases da vida (Unidade 4) são
a influência da iluminação sobre a cor de um objeto. Eles também temáticas por meio dos quais os estudantes são chamados a comparar
podem investigar os mecanismos de transmissão e recepção de processos reprodutivos vegetais e animais para que, então, possam
ondas envolvidos nos sistemas de comunicação utilizados em dife- se deter sobre a espécie humana: analisar as transformações que
rentes contextos históricos. E aprendem a classificar e avaliar o uso ocorrem na puberdade; comparar o modo de ação e a eficácia dos
de radiações eletromagnéticas em diferentes atividades humanas. métodos contraceptivos; identificar sintomas, modos de transmissão,
prevenção e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis
A unidade temática Vida e evolução propõe o estudo de ques- sempre abordando as dimensões biológica, sociocultural, afetiva e
tões relacionadas aos seres vivos (incluindo os seres humanos), suas ética da sexualidade humana.
características e necessidades, e a vida como fenômeno natural e
No volume do 9o ano, a unidade temática é contemplada pelos
social, os elementos essenciais à sua manutenção e à compreensão dos
tópicos evolução biológica (Unidade 5) e Genética (Unidade 6).
processos evolutivos que geram a diversidade de formas de vida no
Ao longo do estudo sobre evolução, os estudantes são convidados
planeta. Estudam-se características dos ecossistemas destacando-se
a comparar as ideias de Lamarck e Darwin, discutir a atuação da
as interações dos seres vivos com outros seres vivos e com os fatores
seleção natural sobre a evolução e a diversidade das espécies, bem
não vivos do ambiente [...]. Abordam-se, ainda, a importância da
como justificar a importância das unidades de conservação para sua
preservação da biodiversidade e como ela se distribui nos principais
preservação. O estudo sobre Genética, por sua vez, cria situações
ecossistemas brasileiros. (BRASIL, 2018, p. 326)
para que os estudantes associem os gametas à transmissão das
No contexto desta unidade temática, o volume do 6o ano se características hereditárias e discutam as ideias de Mendel sobre
inicia com o estudo dos ecossistemas (Unidade 1), assunto que, hereditariedade, considerando-as para resolver problemas.
atualmente, assume relevância no debate sobre as relações entre
Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente. O desenvolvimento da Na unidade temática Terra e Universo, busca-se a compreensão
consciência socioambiental nos estudantes é fundamental, possi- de características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes
bilitando o posicionamento ético em relação aos cuidados com o – suas dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que
planeta e a promoção de argumentação baseada em conhecimento atuam entre eles. (BRASIL, 2018, p. 328)
científico. Espera-se que a reflexão sobre as interações entre os Em consonância com essa unidade temática, no volume do
seres vivos ofereça condições para que os estudantes analisem, 6o ano, a forma, a estrutura e os movimentos da Terra são obje-
compreendam e expliquem fenômenos relativos ao mundo natu- tos de conhecimento aos quais se relacionam as habilidades de
ral, como a dinâmica do ambiente, além de prepará-los para uma identificar as características das camadas que estruturam nosso
discussão mais aprofundada sobre os ecossistemas brasileiros, planeta (Unidades 1, 2, 3 e 4), selecionar argumentos e evidências
planejada para o ano seguinte. de sua esfericidade (Unidade 2); identificar os diferentes tipos de
A proposta de estudo das células (Unidade 7) permite aos rochas e relacionar as rochas sedimentares à formação dos fósseis
estudantes explicar sua organização básica e o papel que desem- (Unidade 4); e inferir que as mudanças na sombra de um gnômon
penham como unidade estrutural e funcional dos seres vivos. evidenciam movimentos relativos entre a Terra e o Sol (Unidade 5).
A mesma unidade amplia a escala dos níveis de organização dos O volume do 7o ano, para essa unidade temática, propõe o
organismos por meio de esquemas e textos que permitem concluir estudo do movimento das placas tectônicas como modelo para a
que eles são compostos de um arranjo integrado de sistemas. Em interpretação de alguns fenômenos naturais e a teoria da deriva dos
seguida, aborda o papel do sistema nervoso na coordenação das continentes como base para justificar o formato das costas brasileira
ações motoras e sensoriais. A temática tem continuidade com o e africana (Unidade 1). A descrição dos mecanismos do efeito estufa
estudo dos sentidos e dos movimentos (Unidade 8), que permite e da proteção exercida pela camada de ozônio, além do impacto
aos estudantes explicar a importância da visão, selecionar lentes das ações humanas sobre ambos (Unidade 6) complementam a
corretivas para diferentes defeitos visuais e deduzir a importância abordagem dessa unidade temática.
da interação entre os sistemas muscular, ósseo e nervoso para a No volume do 8o ano, ao propor o sistema Sol, Terra e Lua como
estrutura, a sustentação e a movimentação dos animais. objeto de estudo (Unidade 8), amplia-se o contexto para a obser-
Na perspectiva desta unidade temática, o volume do 7o ano vação do céu apresentado no 6o ano no contexto desta unidade
trabalha a classificação dos seres vivos (Unidade 2) convidando os es- temática, promovendo-se a construção e a utilização de modelos
tudantes a interpretar as condições de saúde de populações humanas para justificar as fases da Lua e representar os movimentos de
com base em indicadores e no desenvolvimento de políticas públicas. rotação e translação terrestre e a inclinação de seu eixo de rotação.
XXII
Complementando a abordagem, o volume do 9o ano, no campo Na Unidade 3, o estudante deve identificar as características
da Astronomia (Unidade 8), propõe que os estudantes aprendam a gerais dos quatro grandes grupos do reino das plantas, compreen-
descrever a composição do Sistema Solar, sua localização na Via Láctea der sua história evolutiva, conhecer sua classificação, estruturas,
e a desta no Universo. Também são estabelecidas relações entre a fisiologia e ciclos reprodutivos. O estudante é levado, então, a
leitura do céu e explicações sobre a origem da Terra, do Sol e do Siste- analisar um fruto e a investigar a influência de certos fatores na
ma Solar às necessidades de diferentes culturas. Espera-se que, neste taxa de germinação de sementes, bem como a comunicar sobre a
momento, os estudantes possam selecionar argumentos científicos importância da polinização para a manutenção da biodiversidade.
sobre a viabilidade da sobrevivência humana fora da Terra e analisem Com base nesses conhecimentos, é possível engajar os estudantes
o ciclo evolutivo do Sol com base no conhecimento da evolução das em uma discussão sobre o melhoramento genético de plantas,
estrelas, considerando os efeitos desse processo sobre a Terra. decorrente do desenvolvimento científico e tecnológico na agricul-
tura, e os impactos na economia local e global, favorecendo assim
o desenvolvimento da habilidade EF07CI06. O estudante também
ARTICULAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS, é incentivado a refletir e questionar estereótipos e preconceitos no
HABILIDADES E TCTS NO VOLUME mundo da Ciência. A proposta atende as competências gerais 2,
6, 7, 9 e 10 e as competências específicas 1 e 2 de Ciências da
DE 7O ANO Natureza para o Ensino Fundamental, previstas pela BNCC, além
Em cada Unidade, a abordagem teórico-metodológica proposta de trabalhar com o TCT Educação Ambiental. Estudar o reino
se articula com os objetivos a serem atingidos e com o prescrito das plantas é importante para que o estudante, como cidadão,
pela BNCC conforme destacado a seguir. reconheça a importância das relações estabelecidas entre os seres
Objetiva-se, na Unidade 1, que os estudantes reconheçam vivos para a manutenção da biodiversidade e as consequências das
que há características comuns a todos os seres vivos. Dessa forma, atividades humanas nos ecossistemas, além de poder participar
eles devem concluir que os seres vivos são constituídos de células de discussões de caráter científico envolvendo temas estratégicos.
diferenciando-as entre procarióticas e eucarióticas, obter e analisar Na Unidade 4, os estudantes são levados a conhecer alguns
fotomicrografias de estruturas celulares reconhecendo diferenças en- filos de animais invertebrados, doenças e acidentes relacionados,
tre microscópios ópticos e eletrônicos, conhecer as características da além de alguns campos de aplicação, como a perícia criminal, sem-
Terra primitiva e as teorias sobre a origem da vida. Por fim, o estudo da pre associados à compreensão das características desses animais.
litosfera iniciado no volume 6 é aprofundado para que os estudantes Propõe-se, também, que os estudantes investiguem e registrem
tomem conhecimento de que a litosfera não é estática reconhecendo os animais invertebrados que habitam em locais do cotidiano. Em
evidências de seu movimento e relacionando-o a fenômenos naturais relação aos vertebrados, os estudantes devem conhecer as cinco
que afetam os seres vivos. Entre os objetivos, pretende-se, também, classes existentes e as principais características desses animais,
levar o estudante a contribuir para o reconhecimento da influência da incluindo reconhecer as diferenças entre animais venenosos e pe-
cultura africana no continente americano e a refletir sobre o precon- çonhentos, comunicar ideias sobre a conservação do ambiente e
ceito cultural e racial, incluindo a questão da inserção e valorização das espécies de seres vivos, bem como colaborar para a efetivação
das mulheres no mercado de trabalho. O conteúdo e a abordagem dos direitos dos animais, denunciando maus-tratos. A abordagem
propostos mobilizam as habilidades EF07CI15 e EF07CI16, permitem e a organização propostas mobilizam a habilidade EF07CI08,
o desenvolvimento das competências gerais 1, 2, 3, 5, 6, 7 e 9 e das favorecem o desenvolvimento das competências gerais 4, 5, 7,
competências específicas 1, 2 e 3 de Ciências da Natureza para o 8 e 9, assim como das competências específicas 1, 2, 5, 6 e 7 de
Ensino Fundamental previstas pela BNCC, além de trabalhar o TCT Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental previstas pela
Ciência e Tecnologia e o TCT Multiculturalismo, sendo relevantes BNCC, além de trabalhar o TCT Educação Ambiental e o TCT Saúde.
para que o estudante reflita sobre a vida na Terra ou até mesmo fora Compreender a importância da diversidade do reino dos animais e
dela e promova relações de respeito e tolerância para uma sociedade distinguir entre as características gerais e específicas de seus grupos
mais sustentável e igualitária, além de melhor compreender o papel ajuda a entender as razões para conservar a biodiversidade e assim
das teorias no método científico. promover ações mais assertivas em prol dessa meta.
A Unidade 2 leva o estudante a reconhecer a importância Ao longo da Unidade 5, trabalham-se as relações ecológicas e os
da classificação em Ciências, a identificar possíveis critérios para ecossistemas brasileiros a fim de mobilizar as habilidades EF07CI07
classificar os seres vivos e suas limitações, com foco nos vírus, a e EF07CI08. Nessa perspectiva, busca-se conscientizar o estudante
caracterizar três dos cinco reinos existentes (Monera, Protoctista e a respeito da importância das relações ecológicas para o equilíbrio
Fungi), a investigar o crescimento de fungos em alguns alimentos dos ecossistemas, fazê-lo diferenciar as relações intraespecíficas e
e a colaborar para o controle e a prevenção de doenças comuns na as interespecíficas entre os seres vivos, também os ecossistemas
comunidade, com foco em questões como saneamento básico e aquáticos dos ecossistemas alagadiços, caracterizar os domínios
cobertura vacinal. Tais encaminhamentos proporcionam discussões morfoclimáticos e os biomas brasileiros, compreender o que são as
amplas sobre saúde, relevantes para compreender a interferência de faixas de transição, tendo como foco o Pantanal, relacionar carac-
aspectos demográficos, socioeconômicos, políticos, culturais e am- terísticas climáticas à presença de determinados biomas, ponderar
bientais, e por isso mobilizam as habilidades EF07CI09, EF07CI10 sobre formas de representar ambientes naturais para estudo ana-
e EF07CI11, promovem o desenvolvimento das competências lisando ilustrações elaboradas em períodos históricos diferentes e
gerais 2, 4 e 7 e das competências específicas 1, 2, 3, 6 e 8 de Ciên- construindo um diorama. Esses conhecimentos formam a base para
cias da Natureza para o Ensino Fundamental, previstas pela BNCC, que o estudante identifique os impactos ambientais decorrentes das
e trabalham o TCT Ciência e Tecnologia e o TCT Saúde. Estudar a atividades humanas nos ecossistemas e sua relação com o problema
biodiversidade é essencial para promover a manutenção da saúde da extinção de espécies, levando-o a contribuir com a proposição
e, associado à compreensão sobre as formas de organização do de medidas relacionadas à reparação de danos ambientais, bem
conhecimento científico, é de grande relevância para se posicionar como a valorizar os conhecimentos de povos indígenas brasileiros
diante dos acontecimentos relacionados à pandemia do coronavírus e outras populações tradicionais. Os estudos propostos mobilizam
iniciada em 2019, nos âmbitos científico, político e social. as habilidades EF07CI07 e EF07CI08, favorecem o desenvolvimento
XXIII
das competências gerais 3, 5, 6, 7, 9 e 10 e das competências espe- funcionamento de rodas, polias e engrenagens, relacionar o funcio-
cíficas 1, 5 e 6 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental, namento das turbinas a vapor com a geração de energia elétrica em
previstas na BNCC, além do trabalho com o TCT Educação Ambien- uma central termoelétrica, conhecer os componentes de um motor
tal e com o TCT Diversidade Cultural. Conhecer características do a combustão, entender que o motor a vapor foi uma revolução tec-
território nacional e estar a par de acontecimentos que afetam o nológica, construir equipamento composto de máquinas simples
cenário brasileiro do ponto de vista ambiental, mas também econô- e testar seu funcionamento, participar ativamente da criação de
mico e social, como a transposição do Rio São Francisco e o desastre podcast em grupo e compartilhar informações sobre a qualidade
ambiental em Mariana, é relevante para o exercício da cidadania e a do ar do município e impactos na vida das pessoas. A abordagem
construção de uma sociedade mais inclusiva e sustentável. proposta mobiliza as habilidades EF07CI01, EF07CI05, EF07CI06
A Unidade 6 propõe ao estudante verificar que o ar é uma e EF07CI11. Também promove o desenvolvimento das competên-
mistura gasosa e conhecer seus principais componentes, reconhe- cias gerais 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10 e as competências específicas 1, 2,
cendo a influência do vapor de água no clima e a importância dos 3, 4, 5, 6, 7 e 8 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental,
gases oxigênio, ozônio e dióxido de carbono para os seres vivos em previstas na BNCC, e o trabalho com o TCT Ciência e Tecnologia,
aspectos que vão desde o metabolismo às condições do planeta o TCT Educação Ambiental e o TCT Educação para o Consumo.
que permitem a manutenção da vida. Conjuntamente, pretende-se Compreender o funcionamento das máquinas do ponto de vista
que os estudantes sejam capazes de identificar as causas e ponderar científico é importante para o exercício da cidadania em uma so-
sobre os impactos de ações antrópicas na intensificação do efeito ciedade tecnológica como a que vivemos atualmente.
estufa, no aumento da acidez da chuva e na redução da camada de A Oficina 1 propõe ao estudante a construção de calendário
ozônio, além de identificar em que condições esse gás torna-se um cósmico que pode ser produzido manualmente ou por programas
poluente atmosférico. Busca-se também que o estudante conheça de computador, conforme a disponibilidade de recursos, favorecendo
algumas propriedades do ar e analise a influência da temperatura o desenvolvimento da competência geral 4 e da competência
nos processos de expansão e compressão de gases. Essa proposta específica 6 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental.
dá abertura para engajar o estudante na conscientização sobre A proposta complementa o trabalho iniciado na Unidade 1. A cons-
a escolha dos meios de transporte, para promover práticas mais trução de um calendário ajuda os estudantes a compreender melhor
sustentáveis. A abordagem do estudo da atmosfera aplicada mo- a dimensão da escala de tempo do Universo.
biliza as habilidades EF07CI12, EF07CI13 e EF07CI14, possibilita A Oficina 2 tem por objetivo abordar alguns fatores que influen-
o desenvolvimento das competências gerais 1, 2, 3, 4, 7, 9 e 10, ciam a conservação dos alimentos, em especial aqueles relacionados
das competências específicas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 8 de Ciências da à proliferação de microrganismos, o que permite o trabalho com o
Natureza para o Ensino Fundamental, previstas na BNCC, além do TCT Educação Alimentar e Nutricional e favorece o desenvolvimen-
trabalho com o TCT Diversidade Cultural e do TCT Educação to das competências específicas 2 e 8 de Ciências da Natureza para
Ambiental. Ter conhecimentos acerca da atmosfera é relevante o Ensino Fundamental, previstas na BNCC. Do ponto de vista procedi-
para o exercício da cidadania, pois permite melhor posicionamento mental, objetiva-se trabalhar com uma das formas de comunicação
diante de questões que impactam a qualidade de vida, além de científica, os relatórios de experimentos, favorecendo o desenvolvi-
permitir compreender alguns fenômenos naturais e tecnologias. mento da competência específica 6 de Ciências da Natureza para
Com a Unidade 7, espera-se que o estudante diferencie calor, o Ensino Fundamental. A proposta complementa o trabalho iniciado
temperatura e sensação térmica, conceitos que muitas vezes são na Unidade 2, e se for aproveitada para discutir historicamente o uso
confundidos no cotidiano. Pretende-se que ele conheça fatores que da tecnologia na conservação dos alimentos e suas implicações na
influenciam a sensação térmica e associe temperatura e agitação das saúde humana, também auxilia no desenvolvimento da habilidade
partículas, estabelecendo uma relação entre transferência de calor e EF07CI11 e da competência geral 1 da BNCC. Conhecer fatores
variação de temperatura. Busca-se a compreensão do estudante so- que afetam a proliferação de microrganismos e possíveis técnicas de
bre como as medidas de temperatura são realizadas e interpretadas. conservação dos alimentos é relevante para a tomada de decisões
Para tanto, ele deve conhecer as escalas termométricas e realizar a cientificamente embasadas sobre cuidados com a saúde.
conversão das temperaturas lidas em cada uma delas, diferenciar as A Oficina 3 tem como objetivo que os estudantes utilizem um
principais formas de transferência de calor, classificar os materiais indicador para identificar a presença de uma substância química em
como condutores ou isolantes térmicos e avaliar sua ação. Propõe-se, partes de seres vivos. A atividade possibilita o desenvolvimento da
também, que o estudante tome conhecimento da variável entropia competência geral 2 da Educação Básica, prevista pela BNCC, e com-
e reconheça a influência do equilíbrio termodinâmico em seu co- plementa o trabalho iniciado na Unidade 3. Conhecer métodos de
tidiano, reflita sobre o uso da energia solar e as várias teorias que identificação da composição química de alimentos é relevante para
surgiram durante a História da Ciência para explicar o calor. O enca- entender como a Ciência pode ser aplicada na atividade industrial.
minhamento dado mobiliza as habilidades EF07CI02, EF07CI03 e A Oficina 4 tem como objetivo desenvolver habilidades rela-
EF07CI04, promove o desenvolvimento das competências gerais 1, cionadas ao pensamento computacional, em especial o trabalho
2, 3, 4, 6, 7, 9 e 10 e das competências específicas 1, 2, 4, 5, 6 e 8 de com dados para reconhecimento de padrões e a construção de
Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental, previstas na BNCC, soluções por meio da decomposição de problemas, da elaboração
além do trabalho com o TCT Ciência e Tecnologia, o TCT Educação de algoritmos e do paralelismo. A abordagem possibilita o desenvol-
Ambiental e o TCT Saúde. Ter clareza sobre os conceitos abordados vimento da competência específica 6 de Matemática para o Ensino
ajuda a compreender fenômenos que fazem parte do cotidiano, Fundamental e complementa o trabalho iniciado na Unidade 4.
propiciando tomadas de decisão mais conscientes. O pensamento computacional fornece uma perspectiva relevante
Na Unidade 8, os estudantes devem aprender sobre os con- para abordar questões científicas, como a classificação dos seres
ceitos de força para movimentar um corpo (máquinas simples) e vivos, ao estimular o raciocínio lógico.
de conservação de energia (máquinas térmicas), perpassando os A Oficina 5 possibilita aos estudantes examinar como a com-
aspectos históricos, sociais, ambientais e econômicos envolvidos, posição química afeta características dos ossos que possibilitam a
e a relação com o desenvolvimento de novos materiais e tecnolo- essas estruturas desempenhar suas funções, favorecendo o desen-
gias. Entre os objetivos da unidade, destacam-se compreender o volvimento da competência específica 2 de Ciências da Natureza
XXIV
para o Ensino Fundamental. Ao promover a escrita de um relatório A Oficina 8 objetiva levar os estudantes a uma compreensão
científico, essa atividade possibilita também o desenvolvimento da mais aprofundada sobre as propriedades de misturas e substân-
competência geral 4 da Educação Básica. A oficina complementa o cias, usando uma situação do cotidiano, complementando o tra-
trabalho iniciado na Unidade 4 e é relevante na formação integral balho iniciado na Unidade 7. A abordagem envolve o uso de um
do estudante ao mostrar relações entre a Biologia e a Química. grupo-controle, promovendo o desenvolvimento da competência
A Oficina 6 tem como objetivo a construção de um diagrama específica 2 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental
de perfil da vegetação. A proposta é relevante na formação do es- e, ao solicitar a elaboração de um relatório científico, também
tudante no que diz respeito ao letramento científico, pois aborda favorece o desenvolvimento da competência geral 4 da BNCC.
uma ferramenta por meio da qual é possível fazer inferências. Dessa A investigação de situações do cotidiano é relevante na promoção
forma, essa pesquisa de campo possibilita o desenvolvimento da do letramento científico dos estudantes.
habilidade EF07CI07 da BNCC, ao propor aos estudantes a carac- A Oficina 9 tem por objetivo auxiliar os estudantes no desenvol-
terização do ecossistema próximo à escola quanto à flora, comple- vimento de habilidades relacionadas ao pensamento computacio-
mentando o trabalho iniciado na Unidade 5, além de promover nal, focando nas características de um bom algoritmo. Considerando
o desenvolvimento da competência específica 2 de Ciências da os pilares do pensamento computacional abordados, favorece-se
Natureza para o Ensino Fundamental. o desenvolvimento da competência específica 6 de Matemática
A Oficina 7 tem como objetivo a construção de um modelo para para o Ensino Fundamental nessa oficina, a qual complementa o
simular o efeito estufa, mobilizando a habilidade EF07CI13 da BNCC trabalho iniciado na Unidade 8. A abordagem de construção de
e dando oportunidade para trabalhar o TCT Educação Ambiental. máquinas simples envolvendo o pensamento computacional traz
Considerando a importância do uso de modelos na Ciência, a pro- uma perspectiva relevante na formação do estudante inserido em
posta também favorece o desenvolvimento da competência espe- uma sociedade tecnológica.
cífica 2 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental. Assim, São listadas a seguir as competências, as habilidades e os Temas
complementa-se o trabalho iniciado na Unidade 6. A compreensão Contemporâneos Transversais a serem desenvolvidos no 7o ano
do efeito estufa é importante para a participação dos estudantes em do Ensino Fundamental e a correspondência com as Unidades e
debates sobre a construção de uma sociedade sustentável. Oficinas do livro do estudante em que são atendidas.
Volume 7 Volume 7
Competências Competências
gerais da Unidades do livro Oficinas específicas de
Educação Básica Ciências da Unidades do livro Oficinas
1 Unidades 1, 6, 7 e 8 Oficina 2 Natureza para o
Ensino Fundamental
2 Unidades 1, 2, 3, 6, 7 e 8 Oficina 3
1 Unidades 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8
3 Unidades 1, 5, 6 e 7
Oficinas 2, 5, 6,
4 Unidades 2, 4, 6, 7 e 8 Oficinas 1, 5 e 8 2 Unidades 1, 2, 3, 4, 6, 7 e 8
7e8
5 Unidades 1, 4, 5 e 8 3 Unidades 1, 2, 6 e 8 Oficinas 4 e 7
6 Unidades 1, 3, 5, 7 e 8 4 Unidades 6, 7 e 8
7 Unidades 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 5 Unidades 4, 5, 6, 7 e 8
8 Unidades 4 e 8 6 Unidades 2, 4, 5, 6, 7 e 8 Oficinas 1, 2 e 4
9 Unidades 1, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 7 Unidades 4 e 8
10 Unidades 3, 5, 6, 7 e 8 8 Unidades 2, 6, 7 e 8 Oficina 2
XXVI
SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO PARA PREPARAÇÃO A
EXAMES DE LARGA ESCALA
SUMÁRIO
UNIDADE 1............................................................................................................................................................ XXVIII
UNIDADE 2............................................................................................................................................................ XXVIII
UNIDADE 3.............................................................................................................................................................. XXIX
UNIDADE 4.............................................................................................................................................................. XXIX
UNIDADE 5............................................................................................................................................................... XXX
UNIDADE 6............................................................................................................................................................... XXX
UNIDADE 7.............................................................................................................................................................. XXXI
UNIDADE 8.............................................................................................................................................................. XXXI
COMENTÁRIOS E RESOLUÇÕES ................................................................................................................................ XXXII
UNIDADE 1
ARQUIVO DA EDITORA
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL/
0°
OCEANO
ATLÂNTICO
EQUADOR
0°
OCEANO
ÍNDICO
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
OCEANO N
NO NE
PACÍFICO
O L
ÁFRICA
TIC O
SO SE
S
B R A S I L
O ATLÂN
0 1 570 km
EAN
Nordeste brasileiro que era
OC
parte da África.
A primeira fratura
Por pouco, uma boa porção do que hoje é o Nordeste brasileiro não
se tornou parte da África durante a movimentação dos grandes blocos
rochosos que formam os continentes, a chamada deriva continental.
Fonte: NOGUEIRA, S. A primeira fratura. Revista Pesquisa
Fapesp, fev. 2012. Disponível em: https://revistapesquisa.
fapesp.br/a-primeira-fratura. Acesso em: 24 jun. 2022.
XXVIII
Em relação às doenças mencionadas, o “paciente” que está sendo U3_3 Leia o texto e responda.
atendido pelo psicólogo é o
Porque as abelhas são importantes
a) agente causador.
O papel fundamental dessas pequenas criaturas acontece nos bastidores
b) agente transmissor.
do funcionamento do meio ambiente. [...] para suprir sua necessidade
c) organismo atingido.
alimentar, as abelhas visitam uma grande variedade de flores, colhendo o
d) método de controle.
pólen (fonte de proteína) e o néctar (fonte de carboidratos para elas e de
U2_3 A vacina contra a covid-19, a gripe e outras doenças é impor- produção do mel nas espécies que o fazem). “Este serviço de polinização,
tante, pois de transporte de pólen, permite a fertilização das plantas e sua reprodução.
a) injeta anticorpos no organismo, gerando uma imunização contra a Em algumas espécies de plantas isso é essencial para a sobrevivência. Em
doença. outras, principalmente em espécies frutíferas, a polinização também está
b) estimula o sistema de defesa a produzir anticorpos que vão estar ligada à qualidade nutricional da fruta”, afirma a exploradora.
preparados para atuar contra a doença.
Fonte: ABELHAS: por que são importantes e como podemos
c) impede a produção de diferentes tipos de anticorpo, ativando a
evitar seu desaparecimento. National Geographic Brasil, 23 maio
memória imunológica para o combate à doença.
2022. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/
d) ativa a imunidade natural do organismo, prevenindo o ataque de
animais/2022/05/abelhas-por-que-sao-importantes-e-como-
qualquer agente infeccioso.
podemos-evitar-seu-desaparecimento. Acesso em: 24 jun. 2022.
No processo descrito no texto, as abelhas
UNIDADE 3 a) transportam o pólen de uma planta para outra, facilitando a
Analise a imagem e responda às questões 1 e 2. germinação.
U3_1 Na imagem está representado o processo de b) transportam o néctar até o gineceu da planta, possibilitando a
formação do embrião da planta.
GLAUCIA ALVES FERREIRA/ARQUIVO DA EDITORA
UNIDADE 4
U4_1 A esquistossomose é uma doença que tem como sintomas
Gás
diarreia, coceiras, vômitos, aumento do baço e do fígado, acarretando
oxigênio
a distensão do abdome, por isso também é conhecida como barriga-
-d’água. Para ocorrer a infecção, larvas chamadas cercária penetram
Açúcar
na pele do ser humano. Essas larvas vêm de caramujos do gênero
Biomphalaria, considerado hospedeiro intermediário. Saneamento
básico, tratamento de doentes e eliminação de possíveis criadouros de
caramujos hospedeiros são medidas eficientes de prevenção à doença.
O verme causador dessa doença é o
Gás
a) platelminto Taenia solium.
carbônico
b) nematódeo Ascaris lumbricoides.
c) platelminto Schistosoma mansoni.
d) nematódeo Ancylostoma duodenale.
U4_2 Leia o texto e responda.
Nas cavernas do município de Monjolos, em Minas Gerais, foi
identificada e descrita uma nova espécie de opilião, a Iandumoema
Água smeagol sp. n. O opilião é um animal invertebrado, um artrópode
Representação esquemática de radiação solar da classe dos aracnídeos, que apresenta algumas semelhanças com a
incidindo em uma árvore. aranha. Por ter se adaptado à vida dentro das cavernas, a espécie rece-
beu o nome do personagem Smeagol, do filme “O Senhor dos anéis”.
a) fotossíntese.
Fonte: BERNARDES, J. Nova espécie de aracnídeo é identificada
b) evaporação da água do solo. em cavernas de Minas Gerais. Agência USP de notícias, 11 abr. 2016.
c) respiração. Disponível em: https://www5.usp.br/noticias/ciencias/nova-especie-
d) transpiração. de-aracnideo-e-identificada-em-cavernas/. Acesso em: 24 jun. 2022.
U3_2 O produto do processo representado na imagem é transportado Esse animal é caracterizado por apresentar
a) pelo xilema. a) cefalotórax e abdome; 4 pares de pernas; sem antenas.
b) pela lignina. b) cabeça, tórax e abdome; 3 pares de pernas; 1 par de antenas.
c) pelo floema. c) cabeça, tórax e abdome; 4 pares de pernas; 1 par de antenas.
d) pelo tecido meristemático. d) cefalotórax e abdome; 5 ou mais pares de pernas; 2 pares de antenas.
XXIX
U4_3 Observe o comportamento do animal mostrado na imagem. de “soldado” é muito conhecida e bem relatada em muitas espécies de
formigas e de cupins, mas algo até pouco tempo inédito para abelhas.
MAICON OLIVEIRA/GETTY IMAGES
IMAGEBROKER/ALAMY/FOTOARENA
Esse é um comportamento comum em répteis como lagartos e cobras, pois
a) são animais endotérmicos, absorvem o calor do Sol nas escamas ou
placas córneas da pele.
b) são animais endotérmicos, usam o calor gerado internamente para
manter a temperatura corporal.
c) são animais ectotérmicos, dependem de fontes externas de calor,
como o Sol, para regular a temperatura do corpo.
d) são animais ectotérmicos, usam a sua pele revestida por escamas
ou placas córneas para manter o calor gerado pelo corpo.
UNIDADE 5
U5_1 Leia o texto e responda.
Ecossistema costeiro.
Cactos encantam biomas brasileiros
Considerando a característica do solo desse ambiente, algumas espé-
Ao falar da Caatinga, é impossível não a associá-la ao famoso cacto cies de plantas que nele habitam apresentam adaptações para
nativo do Brasil, conhecido como mandacaru (Cereus jamacaru),
a) facilitar a fixação, uma vez que ele é muito rígido.
eternizado na canção de Luiz Gonzaga. “É uma espécie misteriosa.
Como cita a canção, a flor abre no final da época de seca, mas sempre b) realizar trocas gasosas, já que ele é pobre em gás oxigênio.
à noite. É um cacto usado também na alimentação do gado” [...]. c) suportar a toxicidade, pois poucas espécies sobrevivem nele.
d) sobreviver às mudanças de maré, sendo inundado uma vez por dia.
Fonte: JANUZZI, N. Cactos encantam biomas brasileiros. G1,
25 ago. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/campinas-
regiao/terra-da-gente/noticia/2021/08/25/sera-que-todos-os- UNIDADE 6
biomas-do-brasil-possuem-cactos.ghtml. Acesso em: 9 jun. 2022.
U6_1 A cidade de Cusco, no Peru, na região dos Andes peruanos, se
A utilização descrita do mandacaru ocorre devido à característica dele de encontra a aproximadamente 3 300 metros de altitude. Os turistas que
a) ser resistente ao fogo. vão visitar essa cidade relatam ocorrência de dor de cabeça e dificul-
dade para respirar, principalmente no dia em que chegam à cidade.
b) possuir folhas largas e grandes.
c) armazenar água no caule. A explicação para a manifestação dos sintomas é que nessa alti-
tude o ar é
d) possuir casca grossa e folhas espessas.
a) mais rarefeito, com maior circulação de nitrogênio.
U5_2 Leia o texto e responda. b) mais rarefeito, com menor circulação de oxigênio.
Luta pela sobrevivência faz surgir soldados na colmeia c) menos rarefeito, com maior circulação de oxigênio
d) menos rarefeito, com menor circulação de nitrogênio.
Notícias da corte de abelhas-rainhas reportam a vida de duas castas
de fêmeas: a da própria rainha e a das operárias, que se revezam nos U6_2 Os veículos automotores, incluindo carros, motos, ônibus e cami-
nhões, são importantes fontes de poluição atmosférica. A queima dos
variados afazeres para o funcionamento pleno da colônia. Bem, tam-
combustíveis fósseis utilizados por eles libera no ar diversos poluentes
bém contam sobre os zangões, que existem somente para reprodução.
e dióxido de carbono ou gás carbônico.
Essas notícias continuam verdadeiras, mas um fato novo mexe
na rotina de vida desse inseto. Especialistas chamam a atenção para O aumento da quantidade de gás carbônico na atmosfera é um dos
uma nova casta, a das abelhas soldados. Sim, as fêmeas evoluíram e responsáveis
as colmeias, pelo menos das espécies sem ferrão, possuem um novo a) pela intensificação do efeito estufa.
membro social com função específica de proteger o ninho. Essa função b) pelo aumento no buraco na camada de ozônio.
XXX
c) pela redução na quantidade de plantas nas florestas. UNIDADE 8
d) pelo aumento da quantidade de água disponível para consumo
U8_1 Analise a imagem e responda.
humano.
U6_3 Leia o texto e responda. A máquina observada na figura é classificada como
LJUPCO SMOKOVSKI/SHUTTERSTOCK
Cordilheira dos Andes perde quase metade das geleiras
em 30 anos, aponta estudo
Um estudo inédito divulgado pelo MapBiomas mostra que quase
metade das geleiras da Cordilheira dos Andes desapareceu nos últimos
30 anos. Na prática, a dimensão da área passou de 2 429,38 km para
1 409,11 km em três décadas.
O estudo foi produzido a partir de um mapeamento de imagens de
satélite entre 1985 e 2020. Segundo o levantamento, o maior volume
de queimadas na Floresta Amazônica está entre os principais motivos
para o degelo da região.
Fonte: JANONE, L. Cordilheira dos Andes perde quase metade
das geleiras em 30 anos, aponta estudo. CNN Brasil, 25 maio
a) simples, pois facilita um tipo de movimento.
2022. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/
cordilheira-dos-andes-perde-quase-metade-das-geleiras- b) complexa, por funcionar como uma alavanca.
em-30-anos-aponta-estudo/. Acesso em: 24 jun. 2022. c) simples, pois envolve pedais e engrenagens.
d) complexa, por ser formada por mais do que uma máquina simples.
A relação observada entre o fenômeno de degelo na Cordilheira dos
Andes e o principal motivo apontado pelo estudo se dá devido U8_2 Analise a imagem e responda.
a) às maiores taxas de fotossíntese por parte das árvores da
STANISLAW MIKULSKI/SHUTTERSTOCK
Amazônia.
b) ao aumento do buraco da camada de ozônio na região ocasionado
por poluentes.
c) à intensificação da chuva ácida, consequência da atividade industrial.
d) ao aumento da quantidade de gás carbônico na atmosfera gerado
pelas queimadas.
UNIDADE 7
U7_1 Durante a preparação de um molho, um cozinheiro o aqueceu até
40 °C. Nesse momento, ele retirou um caldo que estava na geladeira,
a aproximadamente 8 °C, e o adicionou ao molho.
Considerando que o cozinheiro desligou o fogo ao unir os ingredientes,
está ocorrendo diminuição da energia cinética das partículas do
a) caldo, já que ele estava na geladeira.
b) molho, pois apresentava maior temperatura.
c) caldo, por se aproximar da temperatura do molho.
d) molho, devido ao aquecimento feito na panela.
No momento da foto, a gangorra funciona como uma alavanca
U7_2 A panela de pressão tem o seu interior selado por uma tampa a) interfixa, com a força potente sendo exercida pela menina da direita.
com uma borracha de vedação, permitindo que líquidos em seu interior
b) interfixa, com a força potente sendo exercida pela menina da
atinjam temperaturas superiores à temperatura de ebulição da água,
esquerda.
que é de 100 °C ao nível do mar.
c) interpotente, com o ponto de apoio ocorrendo na menina da direita.
Essa indicação da temperatura em Fahrenheit é igual a
d) interpotente, com o ponto de apoio ocorrendo na menina da es-
a) 32 °F b) 100 °F c) 212 °F d) 373 °F querda.
U7_3 Para a instalação de condensadoras de ar-condicionado nos U8_3 Ao reformar a sala de casa, uma família decidiu trocar um qua-
ambientes, é recomendada a vedação desse ambiente para que não dro de lugar. Para isso, é preciso retirar o prego da posição inicial para
ocorra troca de calor com outros espaços e que a máquina seja instalada colocar na nova localização.
no alto do local devido à convecção térmica.
A máquina simples que possibilita a melhor solução para retirar o
A escolha da posição da máquina se deve ao fato de o ar frio prego é
a) ser mais denso que o ar quente e subir. a) um alicate.
b) ser mais denso que o ar quente e descer. b) um pé de cabra.
c) ser menos denso que o ar quente e descer. c) uma polia móvel.
d) ser menos denso que o ar quente e subir. d) uma chave de fenda.
XXXI
COMENTÁRIOS E RESOLUÇÕES
U1_1 – Alternativa b. Se necessário, retome com os estudantes os dois tipos básicos de célula: a procariótica e
a eucariótica.
a) As células da imagem contam com membrana plasmática, que equivale a seu revestimento, mas isso
não é um critério usado para classificá-las como eucarióticas; afinal, todos os tipos de célula contam com
membrana plasmática.
b) Na imagem é possível observar uma estrutura de formato aproximadamente circular e mais escura dentro de
cada célula. Essa estrutura é o núcleo da célula, responsável por armazenar seu material genético. As células que
contam com essa estrutura são classificadas como eucarióticas e estão presentes em seres vivos, como os animais.
c) O material genético das células está na região mais escura observada na microscopia eletrônica, porém esse
material genético está restrito a uma região aproximadamente circular, que corresponde ao núcleo da célula –
em células procarióticas, essa estrutura está ausente, e o material genético fica espalhado pelo citoplasma.
d) As células da imagem contam com citoplasma, que equivale a seu preenchimento, mas isso não é um critério
usado para classificá-las como procarióticas, pois todos os tipos de célula têm citoplasma.
U1_2 – Alternativa d. A questão aborda o fato de sentirmos de forma mais amena a ocorrência de terremotos
em razão de o território brasileiro estar no centro da placa Sul-Americana, mobilizando a habilidade EF07CI15.
a) O choque causado pela movimentação das placas tectônicas ocorre nas bordas dela, gerando os abalos,
sentidos de forma mais amena no Brasil por estar localizado no centro da placa Sul-Americana.
b) O país não é afetado de forma agressiva pelos movimentos das placas tectônicas por estar distante das bordas
da placa tectônica.
c) A maior estabilidade em relação aos movimentos das placas tectônicas se dá pelo fato de o Brasil estar loca-
lizado no centro de uma placa tectônica, a Sul-Americana, e não pela sua extensão territorial.
d) O Brasil não sofre com a forte ação dos terremotos, pois o país localiza-se no centro da placa tectônica
Sul-Americana, mais afastado das bordas. Dessa forma, a movimentação dessa placa tectônica não gera um
abalo de grande intensidade, como o observado na Argentina, que está mais próxima da borda.
U1_3 – Alternativa c. A questão aborda a teoria da deriva dos continentes e a ocorrência de fenômenos naturais
como o extravasamento de magma, mobilizando as habilidades EF07CI15 e EF07CI16.
a) A colisão e o deslizamento lateral são tipos de movimento que levam ao atrito entre placas litosféricas; con-
tudo, o texto trata do afastamento entre continentes acarretado pelo afastamento entre placas.
b) O afastamento entre placas litosféricas pode levar ao afastamento entre continentes, mas esse é justamente o
exemplo trazido no texto, que fala sobre o afastamento entre a América e a África, e não a outra consequência
desse tipo de movimentação.
c) Além do afastamento entre continentes, outra consequência do afastamento de placas é o extravasamento
do magma situado na região de ruptura – esse magma, ao entrar em contato com regiões mais frias, acaba
se solidificando e formando novas rochas.
d) A formação de cadeias de montanhas nos continentes é consequência do movimento de colisão entre
placas litosféricas, e não de afastamento entre elas, como é o caso do movimento que causa o fenômeno
descrito no texto.
U2_1 – Alternativa d. A questão envolve conceitos a respeito do processo de decomposição da matéria orgânica.
a) Apesar de os protozoários serem heterotróficos, eles se alimentam de outros seres vivos, não de matéria
orgânica em decomposição. Os vírus intracelulares são parasitas que causam doenças – apesar de serem
microrganismos, eles não têm relação com a decomposição da matéria orgânica.
b) Bactérias e arqueas autotróficas produzem o próprio alimento e, portanto, não se alimentam de matéria
orgânica em decomposição.
c) Apesar de a decomposição ser realizada por determinado tipo de fungo (decompositores), algas fotossinteti-
zantes são protoctistas que produzem o próprio alimento, não tendo, portanto, necessidade de se alimentarem
de matéria orgânica em decomposição.
d) O processo de transformação da matéria orgânica em nutrientes recebe o nome de decomposição, que, na
natureza, é realizada por fungos decompositores e bactérias heterotróficas, que não produzem o próprio
alimento e, portanto, encontram na matéria orgânica uma fonte externa para sua alimentação.
U2_2 – Alternativa b. Ao apresentar doenças causadas pelo Aedes aegypt, a questão mobiliza parcialmente a
habilidade EF07CI09.
a) Vírus são os agentes que infectam o organismo humano e causam as doenças mencionadas na tirinha, por-
tanto eles são os agentes causadores das doenças.
b) O Aedes aegypt é um inseto que pode portar os vírus causadores da Dengue, da Chikungunya e da Zika em seu
organismo, transmitindo-os ao ser humano pela picada, mas sem manifestar a doença. Sendo assim, eles são con-
siderados agentes transmissores dessas doenças, já que os vírus dependem deles para infectar os seres humanos.
XXXII
c) Os seres humanos desenvolvem as doenças mencionadas na tirinha, portanto somos nós os organismos
atingidos por elas, e não os mosquitos.
d) Um método de controle é uma medida capaz de diminuir os casos de uma doença – o mosquito representa
um organismo que aumenta a transmissão.
U2_3 – Alternativa b. Ao ressaltar a importância da vacina, a questão mobiliza a habilidade EF07CI10.
a) A vacinação é um tipo de imunização ativa, em que o organismo gera uma memória imunológica a partir da
produção de anticorpos.
b) As vacinas estimulam o sistema de defesa por meio da introdução do microrganismo causador da infecção
inativo ou parte dele. O contato com o antígeno causador da doença vai desencadear a produção de anti-
corpos pelo organismo, que vão estar preparados para combater a infecção.
c) A produção de anticorpos é específica para o agente infeccioso.
d) A vacinação ativa a resposta rápida da imunidade adquirida e não inata.
U3_1 – Alternativa a. Se necessário, retome os detalhes do processo de fotossíntese.
a) A imagem representa o processo de fotossíntese, processo realizado pelas plantas para produzir o próprio
alimento. Na representação, para realizar a fotossíntese, a planta está utilizando água, gás carbônico e energia
luminosa, produzindo açúcar e liberando gás oxigênio e água.
b) Na representação, a água entra pelas raízes da planta. Não há indicação de evaporação da água do solo.
c) Na respiração, a planta utiliza açúcar produzido na fotossíntese, além de gás oxigênio, liberando energia e
produzindo água e gás carbônico. Esse processo não está representado na imagem.
d) A transpiração consiste na eliminação de água na forma de vapor por meio dos estômatos, o que não é possível
visualizar na representação.
U3_2 – Alternativa c. Se necessário, retome o processo de nutrição das plantas.
a) O produto da fotossíntese é transportado por outro tecido condutor, o floema.
b) A seiva orgânica, rica em açúcares, é transportada pelo floema. A lignina é uma substância que confere maior
sustentação à planta.
c) Alternativa correta. O processo representado na imagem é a fotossíntese, e seu produto, glicose, é transportado
pelas células do floema, um dos tecidos condutores da planta, das folhas para as outras partes da planta.
d) A glicose produzida na fotossíntese é transportada pelo floema. O tecido meristemático é responsável pelo
crescimento da planta e está presente nas extremidades dos caules e das raízes.
U3_3 – Alternativa d. Se necessário, retome as principais partes de uma flor, em especial, o gineceu.
a) As abelhas transportam o pólen de uma planta para outra, facilitando a fecundação, e não a germinação.
b) As abelhas transportam o pólen, e não o néctar, até o gineceu da planta, possibilitando a formação do embrião
da planta.
c) As abelhas não carregam o néctar de uma planta para outra, até o androceu da planta, e sim o pólen até o
gineceu (estrutura feminina), possibilitando, assim, a fecundação.
d) Como citado no texto, as abelhas carregam o pólen até o gineceu da planta, estrutura reprodutora feminina da flor.
Isso possibilita o encontro entre os gametas masculino e feminino (fecundação), para gerar o embrião da planta.
U4_1 – Alternativa c. Para responder a essa questão, o estudante deve identificar o verme causador da esquis-
tossomose, adquirida por meio do contato com água contaminada; dessa forma, há a mobilização parcial da
habilidade EF07CI09.
a) Embora o causador da esquistossomose seja um platelminto, a espécie correta é o Schistosoma mansoni.
b) O verme causador da barriga-d’água é um platelminto, chamado Schistosoma mansoni.
c) Schistosoma mansoni é o platelminto causador da doença esquistossomose, que se espalha na água por
causa de caramujos. Ao entrar no corpo, esse parasita se instala nos vasos sanguíneos do intestino, do sistema
urinário e do fígado e se reproduz dentro do ser humano.
d) O verme causador da esquistossomose é o platelminto Schistosoma mansoni.
U4_2 – Alternativa a. Se necessário, retome como é formado o corpo dos aracnídeos.
a) Os opiliões pertencem ao grupo dos aracnídeos, caracterizado por apresentar cefalotórax e abdome, 4 pares
de pernas e, embora eles não tenham antenas, apresentam um par de quelíceras (para manipulação de ali-
mento) e um par de pedipalpos (apêndices que têm funções diversas nos diferentes grupos de aracnídeos).
b) Cabeça, tórax e abdome; 3 pares de pernas; 1 par de antenas são características de insetos.
c) Embora apresente 4 pares de pernas, os opiliões, um tipo de aracnídeo, são artrópodes que não têm antenas
e seu corpo é dividido em cefalotórax e abdome.
d) A presença de cefalotórax e abdome; 5 ou mais pares de pernas; 2 pares de antenas são características de
crustáceos. Os aracnídeos representados no texto pelos opiliões apresentam corpo dividido em cefalotórax
e abdome, 4 pares de pernas e não têm antenas.
XXXIII
U4_3 – Alternativa c. A maioria das espécies de répteis é ectotérmica e a sua pele é revestida por escamas ou
placas córneas, que evitam a perda de água.
a) Os répteis ficam no Sol, pois dependem de fontes externas para regular a temperatura do corpo, por isso
são ectotérmicos. Além disso, as escamas e as placas córneas que revestem a pele têm como função evitar a
perda de água.
b) Os répteis são animais ectotérmicos e dependem de fontes externas de calor, como o Sol, para regular a
temperatura do corpo.
c) Os répteis são classificados em ectotérmicos, pois dependem do calor do ambiente para se aquecer e regular
a temperatura do corpo. Por isso ficam por certos períodos de tempo expostos a fontes de calor, como o Sol,
assim sua temperatura corporal varia conforme a temperatura do meio ambiente.
d) As escamas e as placas córneas que revestem a pele dos répteis têm como função evitar a perda de água. Para
regular a temperatura do corpo, esses animais necessitam de fontes externas de calor, como o Sol, portanto
são chamados de ectotérmicos.
U5_1 – Alternativa c. Ao retomar as características do mandacaru e falar da Caatinga, a questão mobiliza par-
cialmente a habilidade EF07CI07.
a) O mandacaru é característico da Caatinga, não tendo resistência ao fogo.
b) Folhas grandes e largas são características de florestas.
c) O mandacaru é um cacto típico da Caatinga, apresentando assim características adaptativas para a sobrevi-
vência ao clima seco. Como a água é um recurso escasso no ambiente, ao alimentar os animais com o cacto,
eles também se hidratam.
d) Casca grossa e folhas espessas são típicas do Cerrado.
U5_2 – Alternativa a. O texto da questão envolve a organização das abelhas em sociedades.
a) A sociedade é um tipo de relação ecológica benéfica, na qual os indivíduos se organizam e dividem as tarefas
aumentando as chances de sobrevivência.
b) A relação é benéfica.
c) A relação é benéfica.
d) As abelhas sobrevivem quando são separadas.
U5_3 – Alternativa b. A questão envolve o ecossistema aquático conhecido como manguezal e está associada
à habilidade EF07CI07.
a) O solo do mangue é mole.
b) O solo do manguezal é lamacento e pobre em oxigênio, assim algumas plantas apresentam adaptações que
permitem as trocas gasosas, garantindo a sobrevivência no ambiente.
c) O mangue é rico em biodiversidade.
d) O mangue é inundado duas vezes ao dia.
U6_1 – Alternativa b. A questão aborda a influência da pressão atmosférica nas partículas que compõem o ar,
pressão que varia com a altitude.
a) Os sintomas ocorrem em indivíduos que não estão adaptados ao ambiente, já que o ar fica mais rarefeito com
o aumento da altitude e, com isso, a quantidade de oxigênio no ar é menor.
b) Em locais de maior altitude, como no Peru ou na Bolívia, o ar se torna mais rarefeito devido à menor pressão
atmosférica. Isso reduz também a quantidade de oxigênio que circula, o que leva a sintomas como dor de
cabeça e dificuldade para respirar em pessoas que não estão adaptadas a essa altitude.
c) O ar é mais rarefeito conforme aumenta a altitude.
d) O ar é mais rarefeito conforme aumenta a altitude. Os sintomas estão associados à quantidade de oxigênio
no ar, que diminui conforme aumenta a altitude.
U6_2 – Alternativa a. Ao abordar como o aumento de gás carbônico intensifica o efeito estufa, há a mobilização
parcial da habilidade EF07CI13.
a) A queima completa de combustíveis fósseis produz o gás carbônico, que é um gás de efeito estufa e um dos
responsáveis pela intensificação do efeito estufa que tem como consequência, em nível global, o aumento
nas temperaturas médias no planeta.
b) O aumento da quantidade de gás carbônico não interfere na camada de ozônio.
c) O aumento da quantidade de gás carbônico na atmosfera intensificaria o efeito estufa que, a longo prazo,
pode vir a reduzir a vegetação em alguns locais.
d) O aumento da temperatura média do planeta elevaria a taxa de evaporação da água em rios, solos e oceanos
e alteraria os regimes de chuva. Com isso, há uma tendência de regiões com escassez de água tornarem-se
mais áridas e regiões úmidas tornarem-se mais úmidas. A disponibilidade de água doce para o consumo
diminuiria em muitas regiões.
XXXIV
U6_3 – Alternativa d. O fenômeno em questão é o aumento da quantidade de gás carbônico na atmosfera, o
que intensifica o efeito estufa, mobilizando, dessa forma, a habilidade EF07CI13.
a) As queimadas na Floresta Amazônica diminuiriam a taxa de fotossíntese da região.
b) Não há relação, de acordo com o texto, entre alterações na camada de ozônio e o degelo na Cordilheira dos Andes.
c) As chuvas ácidas não provocam degelo.
d) O derretimento das geleiras dos Andes está ligado diretamente às queimadas da Amazônia, pois elas aumentam
a quantidade de gás carbônico na atmosfera, e como esse gás tem a propriedade de reter calor, intensifica o
efeito estufa na região.
U7_1 – Alternativa b. Ao abordar as diferenças de temperatura e a propagação do calor, a questão mobiliza
parcialmente as habilidades EF07CI02 e EF07CI03.
a) O molho terá maior perda de energia cinética.
b) O molho vai apresentar maior perda de energia cinética, pois, quando os ingredientes são misturados, ele
apresenta maior agitação entre as moléculas, por estar com a temperatura mais elevada.
c) O molho terá maior perda de energia cinética.
d) O aquecimento da panela aumenta a energia cinética.
U7_2 – Alternativa c. Ao comparar a escala Fahrenheit com a escala Celsius, a questão mobiliza parcialmente a
habilidade EF07CI02.
a) 32 °F equivale à temperatura de fusão da água.
b) 100 °F corresponde a uma temperatura em graus Celsius inferior à temperatura de ebulição da água.
c) 212 °F equivale à temperatura de ebulição da água.
d) 373 °F corresponde a uma temperatura em graus Celsius superior à temperatura de ebulição da água.
U7_3 – Alternativa b. A questão aborda a troca de valor por meio da convecção mobilizando a habilidade
EF07CI03.
a) O ar frio, por ser mais denso que o ar quente, não sobe.
b) A condensadora de ar-condicionado é instalada no alto dos ambientes, pois o ar frio por ela liberado é mais
denso que o ar quente da sala. Devido à diferença de densidade, o ar quente sobe e o ar frio desce.
c) O ar frio é mais denso que o ar quente.
d) O ar frio desce, não sobe.
U8_1 – Alternativa d. A questão aborda a aplicação de máquinas simples, mobilizando a habilidade EF07CI01.
a) A bicicleta é uma máquina complexa, pois é composta de mais do que uma máquina simples.
b) A bicicleta não funciona somente como alavanca, pois possui outras máquinas simples.
c) A alavanca é uma máquina simples.
d) A bicicleta é uma máquina complexa, pois o movimento realizado por ela é resultado da integração dos
movimentos realizados pelos pedais e pelas engrenagens, que formam um sistema de transmissão que
permite o deslocamento.
U8_2 – Alternativa a. A gangorra é uma alavanca, um tipo de máquina simples; dessa forma, a questão mobiliza
a habilidade EF07CI01.
a) A gangorra é um exemplo de alavanca interfixa, em que o ponto de apoio está entre a força potente e a força
resistente.
b) A força potente está sendo exercida pela menina da direita no momento da foto.
c) A alavanca é classificada como interfixa. O estudante que assinala essa alternativa não compreende a classi-
ficação de alavancas e confunde força potente com ponto de apoio.
d) A alavanca é classificada como interfixa. O estudante que assinala essa alternativa não compreende a classi-
ficação de alavancas e confunde força resistente com ponto de apoio.
U8_3 – Alternativa b. Ao abordar máquinas simples, a questão mobiliza a habilidade EF07CI01.
a) Embora o alicate funcione como uma alavanca interfixa, ele não tem um ponto de apoio fixo, como o pé de
cabra, dificultando a retirada do prego da parede.
b) O pé de cabra, assim como a parte posterior de um martelo, é uma alavanca interfixa em que o ponto de
apoio é um suporte firme, exercendo grande força no objeto no qual ele está encaixado, facilitando a retirada
do prego da parede.
c) A melhor máquina para solucionar o problema da família é aquela com função de alavanca, como o pé de
cabra. A polia móvel é mais adequada para levantar objetos.
d) A chave de fenda tem maior eficiência em parafusos, pois ajuda na rotação. Para solucionar o problema da
família, a melhor ferramenta é aquela com função de alavanca, o pé de cabra.
XXXV
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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O artigo aborda aspectos da avaliação educacional que são pon- finalidades da educação escolar e estabelece suas diretrizes e bases.
tos de apoio para uma escolarização de sucesso para todos, com a BRASIL. Lei no- 13005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Na-
possibilidade de diálogo entre avaliações externas e internas. cional de Educação (PNE) e dá outras providências. Diário Oficial da
ANDRE, M. E. D. A. de. Avaliação escolar: além da meritocracia e União: seção 1, Brasília, DF, Edição Extra, p. 1 (Publicação Original),
do fracasso. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, Fundação Carlos 26 jun. 2014.
Chagas, n. 99, p. 16-20, 1996. A Lei, entre outras providências, estabelece diretrizes, metas e es-
Esse artigo discute a função social da avaliação escolar e destaca tratégias para o Plano Nacional de Educação.
a importância da avaliação formativa e da diferenciação do ensino BRASIL. Ministério da Educação. Caderno de práticas.
para se traçar um plano de ação de modo a evitar o fracasso escolar. Competências socioemocionais como fator de proteção à saúde
ARAYA, A. M. O.; SOUZA FILHO, M. P.; GIBIN, G. B. (org.). O ensino de mental e ao bullying. Brasília, DF: MEC, [2019?]. Disponível
Ciências e as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/
(TDIC): pesquisas desenvolvidas na educação básica. São praticas/caderno - de -praticas/aprofundamentos/195-
Paulo: Editora Unesp, 2021. E-book (220 p.). Disponível em: competencias-socioemocionais-como-fator-de-protecao-a-
http://editoraunesp.com.br/catalogo/9786557140543,o- saude-mental-e-ao-bullying. Acesso em: 14 jul. 2022.
ensino-de-ciencias-eas-tecnologias-digitais-da-informacao-e- No Caderno de práticas são abordadas diversas temáticas, nesta
comunicacao-tdic. Acesso em: 14 jul. 2022. em específico discute-se o desenvolvimento das competências
A obra discute possibilidades e limitações no emprego das TDIC socioemocionais, saúde mental e bullying.
no ensino de Ciências e compartilha relatos de experiência com BRASIL. Ministério da Educação. Resolução no 4, de 13 de julho de
diferentes estratégias para o seu uso. 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Edu-
ARAÚJO, E. S. N. N.; CALUZI, J. J.; CALDEIRA, A. M. A. Práticas in- cação Básica. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 133,
tegradas para o ensino de Biologia. São Paulo: Escrituras, 2008. p. 824-828, 14 jul. 2010.
Este livro apresenta resultados e discussões a respeito de traba- A Resolução define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para
lhos de pesquisa da área e discute práticas pedagógicas interdisci- a Educação Básica a partir da sua data de publicação.
plinares, com enfoque CTSA e que abordam a História da Ciência. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Funda-
AUGUSTINHO, E.; VIEIRA, V. S. Aprendizagem significativa como mental. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC/SEF,
alicerce para metodologias ativas no ensino de Ciências: uma 2018.
interlocução em prol da educação de jovens e adultos. Nova Re- O documento tem caráter normativo e obrigatório, sendo o eixo
vista Amazônica, Pará, v. 9, n.1, p. 41, 2021. estruturante dos currículos ao definir competências e habilidades
O artigo destaca a importância da formação docente para atuar na mínimas que devem ser desenvolvidas ao longo das etapas da
busca da participação ativa do estudante, na qual ele seja prota- Educação Básica.
gonista e sujeito de sua aprendizagem. BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Trans-
versais: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília,
BARR, V.; STEPHENSON, C. Bringing computational thinking to
DF: MEC/SEB, 2019.
K-12: what is Involved and what is the role of the computer
science education community? ACM Inroads, New York, v. 2, n. 1, O documento apresenta os quinze TCTs, bem como os pressupos-
p. 48-54, mar. 2011. tos pedagógicos e um panorama histórico da sua implementação.
O artigo aborda os desafios da implementação do pensamento CARVALHO, A. M. P.; GIL-PÉRES, D. Formação de professores de
computacional na educação. Ciências: tendências e inovações. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
BASTOS, F.; NARDI, R. Formação de professores e práticas peda- Este livro discute as necessidades formativas do professor de Ciências.
gógicas no ensino de ciências: contribuições da pesquisa na área. CERATI, T. M. Educação em jardins botânicos na perspectiva da al-
São Paulo: Escrituras, 2008. fabetização científica: análise de uma exposição e público. 2014.
O livro abrange investigações e reflexões sobre os problemas e ca- Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Uni-
minhos para a formação de professores no Brasil. versidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
A tese apresenta uma investigação a respeito da alfabetização
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
científica em jardins botânicos, utilizando-se da discussão de te-
Anísio Teixeira (Inep). Sistema de Avaliação da Educação Básica:
mas científicos e questões ambientais.
documento de referência (versão 1.0). Brasília, DF, p. 8, 2018. Dis-
ponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/ CSTA/ISTE. Computational Thinking: leadership toolkit, 2011.
saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia_ Disponível em: https://csta.acm.org/Curriculum/sub/CurrFiles/
versao_1.0.pdf. Acesso em: 4 jul. 2022. 471.11CTLeadershiptToolkit-SP-vF.pdf. Acesso em: 17 jun. 2022.
O documento oferece informações e referências que vão orientar O site apresenta a “definição operacional” do pensamento compu-
as próximas edições do Saeb. tacional, seus pilares e habilidades.
XXXVI
DEL-CORSO, T. M. A vista do meu ponto: práticas epistêmicas, ar- KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo:
gumentos e explicações no contexto de uma sequência de ensi- Edusp, 2005.
no por investigação e história da ciência. 2020. Tese (Doutorado A obra visa à formação de docentes de Biologia, apresentando as
em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São principais tendências e concepções educacionais para o ensino
Paulo, São Paulo, 2020. desse componente curricular.
A tese propõe uma sequência de ensino com base nos referenciais KRASILCHIK, M.; MARANDINO, M. Ensino de Ciências e cidadania.
Sócio-construtivismo, Práticas Epistêmicas, História da Ciência e 2. ed. São Paulo: Moderna, 2007.
Ensino de Ciências por Investigação para trabalhar a construção A obra discorre sobre a importância do conhecimento científico
de argumentos e explicações de caráter científico. para a compreensão de problemas complexos, defendendo pro-
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de postas interdisciplinares de ensino.
Ciências: fundamentos e métodos. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2018. LEIS, H. R. Sobre o conceito de interdisciplinaridade. Cadernos
O livro aborda os fundamentos e métodos do ensino de Ciências, de pesquisa interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis,
v. 6, n. 73, p. 2-23, ago. 2005.
visando à formação de professores. Propõe o uso da dinâmica di-
dático-pedagógica dos três momentos pedagógicos. O artigo discute sobre como a interdisciplinaridade se apresenta
no campo acadêmico atual.
FAZENDA, I. C. Integração e interdisciplinaridade no ensino bra-
LIBÂNEO, J. C. Reflexividade e formação de professores: outra
sileiro: efetividade ou ideologia? 5. ed. São Paulo: Loyola, 2002. oscilação do pensamento pedagógico brasileiro? In: PIMENTA,
O livro discute a integração, a interdisciplinaridade e o dinamismo S. G.; GHEDIN, E. (org.). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crí-
desse movimento na educação brasileira. tica de um conceito. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
FERNANDES, C. O. Indagações sobre currículo: currículo e avalia- Este capítulo de livro aborda as bases do conceito de reflexividade,
ção. Brasília, DF: MEC/SEF, 2007. bem como a sua implementação na formação de professores no Brasil.
A publicação visa promover uma discussão sobre a concepção de MACHADO, V. F.; SASSERON, L. H. As perguntas em aulas inves-
currículo e seus desdobramentos, bem como sobre o processo de tigativas de Ciências: a construção teórica de categorias. Revista
elaboração deste. Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte,
v. 12, n. 2, p. 29-44, 2012.
GARDNER, H. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múl- O artigo defende a importância das perguntas em sala de aula e
tiplas. Porto Alegre: Artmed, 1994. apresenta um instrumento para análise das perguntas elaboradas
Em seu livro, Gardner introduz a Teoria das Inteligências Múltiplas pelos professores em situações de ensino que visam à promoção
que, de forma geral, considera que há sete tipos de inteligências. A da alfabetização científica.
teoria foi de grande importância para a educação por promover a MARANDINO, M.; SELLES, S. E.; FERREIRA, M. S. Ensino de Biolo-
reflexão a respeito das metodologias de ensino que desconsideram gia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São
a heterogeneidade dos estudantes e suas capacidades. Paulo: Cortez, 2009.
GAUTHIER, C. et al. Por uma teoria da Pedagogia: pesquisas A obra compartilha reflexões e práticas de ensino de Biologia em di-
contemporâneas sobre o saber docente. Ijuí: Unijuí, 1998. ferentes espaços.
A obra discorre a respeito dos saberes docentes, um repertório de MOREIRA, M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua im-
conhecimentos pedagógicos que possibilitam ao professor uma plementação em sala de aula. Brasília, DF: UnB, 2006.
melhor prática do ensino. O livro discorre a respeito da Teoria da aprendizagem significativa
de David Ausubel e seu impacto na organização do ensino.
GOMES, M. M. Conhecimentos ecológicos em livros didáticos de
Ciências: aspectos sócio-históricos de sua constituição. 2008. NARDI, R. ALMEIDA, M. J. P. M. Analogias, leituras e modelos no
Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Uni- ensino da Ciência: a sala de aula em estudo. São Paulo: Escrituras,
versidade Federal Fluminense, Niterói, 2008. 2006. v. 6.
A tese apresenta os resultados de uma pesquisa da abordagem do Este livro aborda o uso da linguagem, analogias, leituras e modelos
conhecimento ecológico em livros didáticos de Ciências no perío- no ensino de Ciências, destacando problemas e propondo estraté-
do entre 1970 e 2000. gias para a sala de aula.
NARDI, R.; Educação em Ciências: da pesquisa à prática docente.
HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001. São Paulo: Escrituras, 2010. v. 3.
O livro aborda a avaliação escolar como uma estratégia a serviço A coletânea de artigos que compõe esta obra trata dos desafios da
das aprendizagens. formação de professores de Ciências.
JACOBI, P. R. Educação ambiental: o desafio da construção de NOGUEIRA, M. L. S. L. S. Práticas interdisciplinares: a interdiscipli-
um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educação e naridade na Educação Básica e na Educação Ambiental. Curitiba:
Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 233-250, maio/ago. 2005. Appris, 2017.
O artigo discute a importância da educação ambiental em uma A obra discute o conceito de interdisciplinaridade e propõe práticas
perspectiva interdisciplinar como uma estratégia para formar interdisciplinares e pluridisciplinares de Educação ambiental.
estudantes críticos e reflexivos, especialmente em relação aos riscos
OLIVEIRA, A. S.; OLIVEIRA, S. G. S.; SILVA, F. S. As TDIC na forma-
que a sociedade corre com a degradação permanente do ambiente. ção continuada de professores de Ciências e Matemática: uma
JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P. Argumentación y uso de pruebas: revisão de literatura no ENPEC. In: ENCONTRO NACIONAL DE
construcción, evaluación y comunicación de explicaciones en PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 13., 2021, online. Anais
Biología y Geología. In: CAÑAL, P. (coord.). Didáctica de la Biología [...]. Campina Grande: Editora Realize, 2021. p. 1-8.
y la Geología. Barcelona: Graó, 2011, p. 129-149 apud JIMÉNEZ- A publicação apresenta uma revisão de literatura dos trabalhos de
-ALEIXANDRE, M. P.; BROCOS, P. Desafios metodológicos na pes- formação continuada de professores em Ciências e Matemática
quisa da argumentação em Ensino de Ciências. Revista Ensaio, apresentados nos eventos do Enpec. Nota-se, por meio da análise,
Belo Horizonte, v. 17, n. especial, p. 139-159, nov. 2015. uma tendência para formação de professores visando à integração
O artigo explora os principais desafios metodológicos envolvidos na das tecnologias de informação e comunicação (TDIC), principalmen-
pesquisa da argumentação no ensino de Ciências. te articuladas à Resolução de Problemas e à Abordagem Temática.
XXXVII
PAVÃO, A. C.; FREITAS, D. (org.). Quanta Ciência há no ensino de SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Construindo argumenta-
Ciências. São Carlos: EdUFSCar, 2011. ção na sala de aula: a presença do ciclo argumentativo. Os indi-
O livro aborda o ensino de Ciências e a prática docente sob dife- cadores de alfabetização científica e o padrão de toulmin. Ciên-
rentes perspectivas teóricas. cia & Educação, Bauru, v. 17, n. 1, p. 97-114, 2011b.
POZO, J. I.; CRESPO, M. Á. G. A aprendizagem e o ensino de Ciên- O artigo aborda uma análise da argumentação em sala de aula
cias: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. com base no padrão proposto por Toulmin. Constata-se, por meio
5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. dos indicadores de alfabetização científica, a existência de um ci-
clo argumentativo que permite aos estudantes a elaboração de
O livro aborda as perspectivas psicológicas e didáticas da aprendi-
argumentos mais coerentes e completos.
zagem de Ciências, especialmente dos conteúdos específicos de
Química e Física, componentes que têm um caráter mais abstrato. AUSUBEL, D. Psicologia educativa: un punto de vista cognosci-
tivo. México: Trillas, 1976 apud SCHNETZLER, R. Construção do
REMPEL, C. et al. Percepção de estudantes de Ciências Biológicas
conhecimento e ensino de ciências. Em Aberto, Brasília, DF, v. 11,
sobre diferentes metodologias de ensino. Signos, Lajeado, ano 37,
n. 55, jul./set. 1992.
n. 1, p. 82-90, 2016.
O artigo faz uma crítica ao modelo de ensino focado na transmis-
O artigo traz um estudo sobre a implementação de diferentes me-
são de informações, ressaltando que o ensino de Ciências tem um
todologias de ensino em sala de aula e os resultados demonstram
papel fundamental de dar sentido às situações do cotidiano que
a importância das práticas em campo e dos trabalhos em grupo. são de importante compreensão para os estudantes.
RIBEIRO, V. S.; BARBOSA, J. Multiletramentos. TECLE – Centro de TALAMONI, J. L. B.; SAMPAIO, A. C. Educação ambiental: da práti-
Pesquisas sobre Tecnologias, Letramentos e Ensino, [20--?]. Dis- ca pedagógica à cidadania. São Paulo: Escrituras, 2004. v. 4.
ponível em: https://www2.iel.unicamp.br/tecle/encyclopedia/
multiletramentos. Acesso em: 14 jul. 2022. A obra trata da educação ambiental como estratégia pedagógica
para a formação de cidadãos mais conscientes e atuantes em re-
A página define o conceito de multiletramentos e traz suas prin- lação à sustentabilidade. Os temas discutidos podem contribuir
cipais bases teóricas. para o planejamento de ensino.
ROJO, R. H.; MOURA, E. (org.). Multiletramentos na escola. São TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 12. ed.
Paulo: Parábola, 2012. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
A obra discorre sobre as novas linguagens do mundo contempo- O livro discorre sobre os saberes específicos da formação docente, o
râneo e a necessidade de um letramento crítico na formação dos saber-fazer e as competências e habilidades que devem ser mobiliza-
estudantes. das enquanto responsável pelos processos de ensino e aprendizagem.
SANTOS, V. M. N. Formação de professores para o estudo do am- TEIXEIRA, P. M. M. (org.). Ensino de Ciências: pesquisas e refle-
biente: projetos escolares e a realidade socioambiental local. xões. Ribeirão Preto: Holos, 2006.
2006. Tese (Doutorado em Ciências) – Instituto de Geociências,
Neste livro, a partir de relatos são propostas reflexões a respeito
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.
de temas importantes do ensino de Ciências na atualidade, como
A tese de doutorado apresenta uma pesquisa em formação de a utilização de tecnologias como recursos pedagógicos, o livro di-
professores críticos e inovadores a partir do desenvolvimento de dático, etnobiologia etc.
projetos escolares de educação socioambiental.
TRIVELATO, S. F.; SILVA, R. L. F. Ensino de Ciências. São Paulo:
SANTOS, W. L. P.; AULER, D. (org.). CTS e educação científica: desa- Cengage Learning, 2012.
fios, tendências e resultados de pesquisas. Brasília, DF: Editora Este livro traz “o que”, “como” e “por que“ ensinar determinados
UnB, 2011. tópicos dos conteúdos específicos das Ciências da Natureza no
Esta obra traz reflexões críticas a respeito da abordagem CTS, Ensino Fundamental.
apontando, além de suas contribuições, possibilidades e desafios
para a sua implementação na sala de aula. VARGAS, D. S. O plano inferencial em atividades escolares de leitura:
o livro didático em questão. Revista Intercâmbio, São Paulo, v. XXV,
SASSERON, L. H. Alfabetização científica, ensino por investigação p. 126-152, 2012.
e argumentação: relações entre ciências da natureza e escola. O artigo discorre sobre a leitura inferencial e o uso dos livros didáticos.
Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v. 17,
n. especial, p. 49-67, nov. 2015. VILLAS BOAS, B. M. F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico.
Campinas: Papirus, 2004.
O artigo busca traçar relações entre as ideias da alfabetização
científica, do ensino por investigação e da argumentação em si- A obra discute aspectos da avaliação de caráter formativo, pro-
tuações de ensino de Ciências, propondo o estabelecimento do pondo a utilização de estratégias, como o uso dos portfólios cons-
que chamaram “cultura científica escolar”. truídos pelos estudantes.
SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Alfabetização científica: uma WING, J. Pensamento computacional – Um conjunto de atitudes e
revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, Porto habilidades que todos, não só cientistas da computação, ficaram
Alegre, v. 16, n. 1, p. 59-77, 2011a. ansiosos para aprender e usar. Revista Brasileira de Ensino de Ciên-
cia e Tecnologia, Ponta Grossa, v. 9, n. 2, p. 1-10, maio/ago. 2016.
O artigo apresenta uma revisão bibliográfica do conceito de Alfa-
betização Científica e seus eixos estruturantes. Além disso, indica O artigo traz a definição de pensamento computacional e descreve
as habilidades que os estudantes devem desenvolver para serem suas características.
considerados alfabetizados cientificamente. ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre:
SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. Almejando a alfabetização Artmed, 1998.
científica no Ensino Fundamental: a proposição e a procura de A obra tem um caráter norteador da prática educativa, promoven-
indicadores do processo. Investigações em Ensino de Ciências, do reflexões a respeito da função social do ensino, das interações
Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 333-352, 2008. em sala de aula, do papel do professor e dos estudantes, da gestão
O artigo apresenta a análise de uma sequência didática com de tempo, do planejamento e da avaliação.
temática CTSA visando à alfabetização científica. Os episódios ZEICHNER, K. M. A formação reflexiva de professores: ideias e
da sequência foram analisados por meio de indicadores de alfa- práticas. Lisboa: Educa, 1993.
betização científica, como o desenvolvimento de competências O livro aborda as bases do conceito de reflexão implementado
próprias das ciências e do fazer científico. na formação de professores.
XXXVIII
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS PARA O 7 º ANO
XXXIX
Destaque de TCTs, habilidades e competências
da BNCC
Ao longo das orientações didáticas, as citações dos códigos
das habilidades de Ciências da Natureza e as menções às
competências gerais e específicas para o Ensino Fundamen-
tal constantes da BNCC, além dos Temas Contemporâneos
Reprodução da página do Transversais são destacadas de modo a facilitar a localização
livro do estudante das orientações sobre elas.
XL
Organizadora: Editora Moderna
Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna.
1a edição
1
Elaboração dos originais: Edição de texto: Patrícia Araújo dos Santos (coord.), Natália Leporo Torcato
Cristiane Roldão (coord.), Andrezza Cacione, Denise Minematsu, Júlio Pedroni, Laís Alves Silva,
Bacharela em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestra e Lara Vieira Leite, Luciana Ribeiro Guimarães, Murilo Tissoni, Rodrigo Uchida
doutora em Física (área de Física Teórica) pela Universidade Estadual Paulista Ichikawa, Zanith Cook
“Júlio de Mesquita Filho”. Professora. Assistência editorial: Edna Gonçalves dos Santos
Fabio Rizzo de Aguiar Gerência de design e produção gráfica: Patricia Costa
Bacharel em Ciências com habilitação em Química pelas Faculdades Oswaldo Cruz Coordenação de produção: Denis Torquato
(SP). Licenciado pleno em Química pelas Faculdades Oswaldo Cruz (SP). Doutor em
Química pela Universidade do Porto, revalidado pela Universidade de São Paulo. Gerência de planejamento editorial: Maria de Lourdes Rodrigues
Professor. Coordenação de design e projetos visuais: Marta Cerqueira Leite
Fernando Frochtengarten Projeto gráfico: Aurélio Camilo, Vinicius Rossignol Felipe
Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Capa: Tatiane Porusselli, Daniela Cunha
Mestre e doutor em Psicologia (Psicologia Social) pela Universidade de São Paulo.
Ilustração: Matheus Costa
Professor e coordenador pedagógico.
Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho
Flávia Ferrari
Bacharela em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Professora. Edição de arte: Clayton Renê Pires Soares
Editoração eletrônica: Essencial Design
Juliana Bardi
Bacharela e licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Ilustrações dos ícones-medida: Nelson Matsuda
“Júlio de Mesquita Filho”. Doutora em Ciências no Programa Ciências Biológicas Coordenação de revisão: Elaine C. del Nero
(Zoologia) pela Universidade de São Paulo. Editora. Revisão: Cecília Oku, Dirce Y. Yamamoto, Márcia Leme, Nancy H. Dias, ReCriar
Júlio Pedroni Editorial, Roseli Simões, Vera Rodrigues, Tatiana Malheiro, Thiago Dias
Licenciado em Ciências da Natureza pela Universidade de São Paulo. Editor. Coordenação de pesquisa iconográfica: Flávia Aline de Morais
Laís Alves Silva Pesquisa iconográfica: Luciana Vieira
Bacharela em Ciências Biológicas pela Universidade São Judas Tadeu (SP). Licenciada Coordenação de bureau: Rubens M. Rodrigues
no Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes para as disciplinas
do currículo do Ensino Fundamental (quatro últimas séries), do Ensino Médio e da Tratamento de imagens: Ademir Francisco Baptista, Ana Isabela Pithan
Educação Profissional em Nível Médio pela Universidade Católica de Brasília. Editora. Maraschin, Denise Feitoza Maciel, Marina M. Buzzinaro, Vânia Maia
Luciana Keler Machado Corrêa Pré-impressão: Alexandre Petreca, Fabio Roldan, José Wagner Lima Braga,
Bacharela em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos. Marcio H. Kamoto, Selma Brisolla de Campos
Bacharela em Comunicação Social (Produção Editorial) pela Universidade Coordenação de produção industrial: Wendell Monteiro
Anhembi Morumbi (SP). Editora. Impressão e acabamento:
Marcelo Pulido
Licenciado em Química pela Universidade de São Paulo. Mestre em Ciências
no programa: Ensino de Ciências (Modalidades Física, Química e Biologia) da
Universidade de São Paulo. Professor, editor e autor.
Marina Vieira Santos
Licenciada em Química pela Universidade Federal de Alfenas (MG). Mestra em
Ciências (área de concentração: Ensino de Química) pela Universidade de São
Paulo. Editora.
Marta de Souza Rodrigues
Licenciada em Física pela Universidade de São Paulo. Mestra em Ciências (Ensino de
Ciências modalidades Física, Química e Biologia – Área de concentração: Ensino de
Física) pela Universidade de São Paulo. Professora.
Mauro Faro
Engenheiro Químico pela Universidade de São Paulo. Licenciado em Química pelas
Faculdades Oswaldo Cruz (SP). Mestre em Engenharia (Engenharia Química) pela
Universidade de São Paulo. Professor.
Murilo Tissoni
Licenciado em Química pela Universidade de São Paulo. Professor e autor.
Natalia Leporo Torcato
Licenciada em Ciências da Natureza pela Universidade de São Paulo. Mestra
em Ciências no Programa Ensino de Ciências (área de concentração: Ensino de
Biologia) pela Universidade de São Paulo. Editora.
Patrícia Araújo dos Santos
Bacharela e licenciada em Química pela Universidade de São Paulo. Doutora em
Ciências no Programa Ciências Biológicas (área de concentração: Bioquímica) pela
Universidade de São Paulo. Editora e professora.
Rodrigo Uchida Ichikawa
Bacharel em Física pela Universidade de São Paulo. Mestre e doutor em Ciências no
Programa Tecnologia Nuclear (área de concentração: Tecnologia Nuclear – Materiais)
pela Universidade de São Paulo. Editor.
Ruggero Tavares Santi
Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Professor.
Tassiana Carvalho
Licenciada em Física pela Universidade de São Paulo. Mestra e doutora em Ciências
(Ensino de Ciências modalidades Física, Química e Biologia – Área de concentração:
Ensino de Física) pela Universidade de São Paulo. Professora.
Del-Corso, Thiago Marinho
Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas. Mestre
em Ciências em Ensino de Ciências (Modalidades Física, Química e Biologia) pela
Universidade de São Paulo. Doutor em Educação (Ensino de Ciências e Matemática)
pela Universidade de São Paulo. Professor.
Vanessa Shimabukuro
Bacharela e licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo.
Mestra em Ciências (Zoologia) pela Universidade de São Paulo. Editora. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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2022
Impresso no Brasil
A imagem estilizada da capa, ilustrada por Matheus Costa de Florianópolis, Santa
Catarina, representa estudantes observando outros seres vivos no ambiente.
1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
2
APRESENTAÇÃO
unidade
Bons estudos!
3
CONHEÇA SEU LIVRO
unidade
Seu livro tem 8 Unidades, organizadas de maneira clara e regular. Todas elas apresentam uma
abertura, Temas, páginas de atividades e seções como Explore, Pensar Ciência, Atitudes para a vida
e Compreender um texto.
Abertura de
Unidade
No começo de cada
Unidade, há imagens
interessantes
para despertar Por que estudar
a curiosidade, esta Unidade?
estimulando o estudo Pequeno texto que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e o exercício de obter explica a relevância
informações por dos assuntos
meio da observação. tratados na Unidade.
Analise-as com
atenção.
Começando a Unidade
Perguntas que convidam a
refletir sobre os assuntos que
serão estudados. Aproveite para
contar o que você sabe sobre
eles e esclarecer suas principais
dúvidas e curiosidades.
Glossário
Apresenta a explicação
de termos mais difíceis.
4
Ícone-medida
Um ícone-medida é
aplicado para indicar o
tamanho médio do ser
Imagens vivo ou do objeto que
Fotografias, aparece em uma imagem.
ilustrações, O ícone pode indicar
gráficos, mapas e sua altura ( ) ou seu
esquemas auxiliam comprimento ( ).
na construção dos
conceitos propostos. Saiba mais!
Quadro que traz
informações adicionais
e curiosidades
relativas aos Temas.
De olho no tema
Atividades para auxiliar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
no acompanhamento da
aprendizagem de cada Tema.
Vamos fazer
Atividades
procedimentais simples
e diretas proporcionam
oportunidades de
levantamento de
hipóteses, observação
e modelagem de
fenômenos.
Escala e cores-fantasia
Em muitas figuras do livro, há um recado sobre escala e cores-fantasia.
Para entender esse recado, vamos usar como exemplo dois animais: um elefante e uma formiga.
Você sabe que a formiga é muito menor que o elefante. Agora, imagine esses animais juntos em
um desenho no livro.
Para que você possa ver os dois animais nesse desenho, o desenhista precisa mexer na
proporção dos elementos representados. Assim, ele fará uma formiga muito maior do que ela é
na realidade (ou um elefante muito menor!). Nesse desenho, essas figuras estão, portanto, fora
de escala. No seu livro, há imagens que apresentam, na legenda, o recado da ausência de escala.
O recado sobre as cores-fantasia se refere ao fato de que, ao colorir um desenho, dificilmente
o desenhista consegue reproduzir as cores reais do elemento que ele representou. Em outros
casos, é preciso usar cores que não existem no elemento representado, para que possamos
diferenciar uma estrutura da outra na imagem.
5
X Conheça seu livro
Atividades
Seções como Organizar,
Analisar e Compartilhar
trabalham habilidades
como a compreensão e
a aplicação de conceitos
e enfatizam o uso de
técnicas de leitura,
registro e interpretação.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Explore Pensar Ciência
Propõe a Propostas de reflexão
investigação de e debate sobre o
fatos, bem como a funcionamento
exploração de ideias da Ciência, suas
novas. Incentiva o características e
trabalho em equipe e potencialidades,
o uso de habilidades sua história e as
de investigação incertezas que
científica. permeiam seu
desenvolvimento.
6
Compreender
um texto
Esta seção tem por objetivo
desenvolver a compreensão
leitora, trabalhando a leitura
e a interpretação de textos
diversos, incluindo os de
divulgação científica. As
atividades estimulam a
obtenção de informações
e a reflexão sobre o texto.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Oficinas
Há oficinas que incluem atividades
experimentais, estudo do meio, construção de
modelos e montagens, entre outras propostas
de investigação. E há também oficinas que
incluem atividades para o desenvolvimento
do pensamento computacional. Cada uma
apresenta os objetivos, o material necessário, o
procedimento e as atividades exploratórias.
7
SUMÁRIO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Atividades...................................................................21 pela cultura ............................................................34
Explore – Observação de células .......................22 Um festival cultural chamado Pangeia ..........35
TEMA 4 – Teorias sobre a origem da vida ...23 Compreender um texto – Evidências
Geração espontânea e biogênese, 23 | de água líquida em Marte ......................................36
8
UNIDADE 3 O reino das plantas, 74
TEMA 1 – Características das plantas .....76 TEMA 5 – Ciclos reprodutivos
As células das plantas, 77 | Os tecidos das plantas .........................................................94
das plantas, 78 Reprodução das briófitas, 94 | Reprodução
das pteridófitas, 95 | Reprodução das
TEMA 2 – Classificação das plantas .........79 gimnospermas, 96 | Reprodução
Grupos de plantas, 79 | A evolução das das angiospermas, 97
plantas, 80 | Briófitas, 81 | Pteridófitas, 81 |
Gimnospermas, 82 | Angiospermas, 83 TEMA 6 – Flor, fruto e semente .................98
A flor e suas partes, 98 | O fruto e suas
TEMA 3 – Raiz e caule ....................................84 partes, 99 | A semente e suas partes, 100 |
A raiz e suas partes, 84 | O caule e suas Flores, frutos e sementes na Economia, 101
partes, 86 Atividades ...........................................................102
Atividades ............................................................. 88 Explore – Taxa de germinação
de sementes .........................................................103
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TEMA 2 – Poríferos e cnidários ............... 112 TEMA 7 – Aves e mamíferos ..................... 136
Poríferos, 112 | Cnidários, 114 Aves, 136 | Mamíferos, 137
TEMA 3 – Platelmintos, nematódeos Atividades ...........................................................138
e anelídeos ...................................................... 116
Pensar Ciência – O pulmão
Platelmintos, 116 | Nematódeos, 119 | dos celacantos .....................................................139
Anelídeos, 121
Atitudes para a vida – Área de São Paulo
TEMA 4 – Moluscos, artrópodes e e US$ 25 milhões por ano salvariam
equinodermos ................................................ 122 anfíbios da Mata Atlântica ...............................140
Moluscos, 122 | Artrópodes, 124 |
Compreender um texto
Equinodermos, 127
Declaração dos direitos dos animais ............ 142
Atividades ...........................................................129
Veja como denunciar maus-tratos ou
Explore – Larvas de insetos na crueldade contra animais................................ 142
perícia criminal ...................................................130
Ativistas e criadores divergem sobre
TEMA 5 – Peixes e anfíbios ....................... 131 projeto que transforma animais em
Peixes, 131 | Anfíbios, 133 sujeitos de direito .......................................... 143
9
X Sumário
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TEMA 4 – O domínio Amazônico ............ 156 Explore – Fatores climáticos e biomas ........173
A Floresta Amazônica, 156
Atitudes para a vida – Seis anos após
Atividades ...........................................................158 o rompimento da barragem de Mariana,
ecossistema marinho continua sofrendo
Pensar Ciência – A compreensão das
os impactos do desastre ...................................174
paisagens ..............................................................159
Compreender um texto
TEMA 5 – O domínio do Cerrado ............. 160 Nobel alternativo: líder yanomami
O Cerrado, 160 Davi Kopenawa é o sétimo brasileiro
a ganhar o prêmio ............................................ 176
TEMA 6 – O domínio das Pradarias ....... 163 É o “pouco índio” que está sustentando o
Os Pampas, 163 planeta Terra, avisa Davi Kopenawa ............. 176
10
10
UNIDADE 7 Calor e temperatura, 202
TEMA 1 – Energia térmica......................... 204 TEMA 5 – Fenômenos naturais
Temperatura, 204 | Equilíbrio térmico, 205 relacionados à transferência
de calor ............................................................. 220
TEMA 2 – A medida da temperatura ..... 206
Brisa marítima e brisa continental, 220 |
Sensação térmica, 206 | Termômetros, 207 | Correntes de convecção na atmosfera, 221
As escalas de temperatura, 208
Atividades ...........................................................222
TEMA 3 – Trocas de calor........................... 209
Calor, 209 | Quantidade de calor, 210 Explore – Estudando a agitação térmica ....223
Atividades ...........................................................212 Atitudes para a vida
Pensar Ciência – As teorias para o calor .....213 O uso da energia solar no Brasil..................... 224
Aquecendo a água com a energia do Sol .... 225
TEMA 4 – A propagação do calor ............ 215
Condução térmica, 215 | Convecção Compreender um texto – O caos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
11
11
Objetivos da Unidade
• Reconhecer as características comuns
a todos os seres vivos.
• Identificar as principais estruturas ce-
A vida no
1
lulares. UNIDADE
UNIDADE
planeta Terra
• Diferenciar as células procarióticas das
células eucarióticas.
• Comparar as estruturas presentes nas
células eucarióticas animais e vegetais.
• Conhecer as características da Terra pri-
mitiva e como surgiram os primeiros se-
res vivos.
• Observar estruturas celulares em uma
lâmina de microscópio. Arte socioambiental
• Descobrir as diferenças de resolução Ugur Gallenkus é um artista turco que trabalha com a técnica de colagem digital. Em suas
entre o microscópio óptico e o microscó- obras, ele junta partes de duas imagens e transforma-as em uma só, evidenciando o contras-
pio eletrônico. te entre elas. Assim, ele chama a atenção para problemas importantes da atualidade, como
• Conhecer as teorias sobre a origem da guerras e catástrofes ambientais.
vida. Muitos outros artistas, assim como Ugur Gallenkus, utilizam seu trabalho para alertar sobre
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Compreender que a litosfera está em questões ambientais e sociais do mundo atual, estimulando a reflexão acerca de nossas ações.
contínuo movimento, modificando cons- O planeta Terra apresenta as condições essenciais para a existência da vida tal qual a conhe-
tantemente a superfície do planeta Terra. cemos. Muitas das interferências humanas no ambiente alteram essas condições, causando,
• Reconhecer a forma das costas brasileira por exemplo, mudanças na temperatura ou na proporção dos gases presentes na atmosfera.
e africana como evidência dos movimen- Essas alterações têm como consequência impactos significativos à vida no planeta Terra.
tos das placas litosféricas.
• Relacionar o movimento das placas litos-
8ø85*$//(1.8û@8*85*$//(1
12
Orientações didáticas
• Explore as obras de arte da abertura por
meio da questão 1 do quadro Começan-
Obra da série Universos Paralelos. (GALLENKUS, do a Unidade, promovendo uma reflexão
UGUR. Skyscraper forrest – tradução: Floresta de
arranha-céus. 2020. Colagem digital.)
a respeito das interferências humanas no
ambiente e os seus impactos nos seres vi-
vos que habitam o planeta Terra. Com a
turma, examine cada detalhe das obras
de arte levantando a condição do am-
biente alterada e as consequências para
os seres vivos. Por exemplo, as chaminés
exalando fumaça, representadas na pri-
meira obra, alteram a qualidade do ar e
trazem danos à saúde dos seres huma-
nos. Observem também a desertificação
do solo e o excesso de construções e de
automóveis. É possível discutir, ainda, as
consequências indiretas dessas alterações
como o aumento da geração de resíduos
e o consumo de recursos naturais.
Respostas – Começando
8ø85*$//(1.8û#8*85*$//(1
a Unidade
1. As obras de arte retratam interferên-
cias humanas no ambiente natural. As
opiniões são pessoais. É possível que os
estudantes citem situações como o des-
matamento e a poluição.
2. Os seres vivos apresentam determi-
nadas características comuns, como a
composição química, o metabolismo,
o ciclo de vida, a presença de células, a
capacidade de reprodução, a percepção
do ambiente e a interação com ele. Nesse
momento, não é esperado que os estu-
dantes citem todas essas características;
o objetivo dessa questão é levantar os
Começando a Unidade conhecimentos prévios deles sobre o
1. O que as obras de arte reproduzidas nesta abertura retra- assunto.
tam? Na sua opinião, sobre quais situações o artista quis
estimular a reflexão?
3. Espera-se que os estudantes apontem
2. Um dos objetivos das obras de artistas preocupados Por que estudar esta Unidade? ações como: economizar água e energia;
com questões ambientais é alertar para a importância da
Nesta Unidade, estudaremos as características co- reciclar, reutilizar e reduzir a quantidade
conservação da biodiversidade, ou seja, da diversidade de
seres vivos. O que são seres vivos? O que os caracteriza?
muns a todos os seres vivos, o surgimento da vida, de lixo produzida; descartar corretamen-
bem como algumas transformações pelas quais
3. Assim como esses artistas, pense em ações que você pode- o planeta Terra passa. Esse conhecimento ajuda a
te o lixo, evitando a poluição do ambien-
ria ter para contribuir com a conservação da vida na Terra. distinguir as transformações da Terra derivadas de fe- te; consumir de forma consciente, usar
4. Desde a sua formação, a Terra passa por transformações. nômenos naturais das transformações causadas pela o transporte coletivo e a bicicleta para
Atualmente, muitas delas são consequência de ações interferência humana no ambiente, possibilitando a
humanas, mas há também fenômenos naturais que as compreensão da história da Terra e a reflexão sobre deslocamentos etc.
causam. Cite alguns exemplos desses fenômenos. atitudes que contribuem para a conservação da vida. 4. Espera-se que os estudantes citem fe-
nômenos como terremotos, tsunamis e
13 vulcões.
13
Orientações didáticas
• O trabalho com os Temas 1, 2, 3 e 4 exige
atenção para alguns conceitos e processos
abordados. Crie condições para que os ter-
mos mais complexos, como metabolismo,
TEMA
ácidos nucleicos, compostos inorgânicos e
1
compostos orgânicos, sejam compreendi-
dos pelos estudantes, de modo que os ob-
jetivos de cada Tema sejam atingidos. Se
Os seres vivos
julgar necessário, contextualize esses ter-
mos em relação às experiências cotidianas
dos estudantes por meio de artigos de jor-
Todos os seres vivos apresentam determinadas características
nais ou textos de divulgação científica. Por Embora não seja
comuns, como a composição química, o metabolismo, um ciclo de
exemplo, em relação ao termo metabolis- simples definir vida, a capacidade de reprodução, a percepção e interação com o
mo, você pode descrever o trecho a seguir o que é vida, ambiente e a presença de células. Observe a seguir cada uma dessas
para a turma: “[...] A banana com aveia é podemos perceber características.
uma ótima receita para começar o dia, características
já que a pessoa está com o metabolismo comuns a todos os Metabolismo e composição química
mais rápido.” que aparece no artigo indica- seres vivos.
do na Sugestão de recurso complemen- O organismo de todos os seres vivos realiza um conjunto de trans-
formações químicas denominado metabolismo. Esse processo está
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tar. Nesse contexto, relacione o consumo
relacionado com a liberação de energia e a produção de novos com-
de alimentos ao metabolismo, explicando ponentes do corpo.
que os alimentos oferecem a energia que Os seres vivos são constituídos, principalmente, por água, além
os seres vivos necessitam para realizar as de outros componentes, como proteínas, ácidos nucleicos, glicídios,
suas atividades. lipídios e sais minerais. Na bactéria Escherichia coli, por exemplo, a
• Ao trabalhar com o esquema “Ciclo de vi- água corresponde a 70% da massa total do organismo, enquanto o
da de um besouro”, questione os estudantes segundo componente presente em maior proporção, as proteínas,
sobre outra fase que pode ser representada corresponde a 15%.
no ciclo de vida (a morte do inseto).
• Para que a turma vivencie o ciclo de Ciclo de vida
vida dos seres vivos, proponha um ex- Todo ser vivo tem um ciclo de vida, que inclui etapas como nasci-
perimento utilizando moscas-da-fruta mento, crescimento, reprodução e morte.
(Drosophila melanogaster). Serão ne-
cessários os seguintes materiais: um copo Ciclo de vida de um besouro
14
Orientações didáticas
• Ainda sobre o experimento sugerido,
questione os estudantes sobre qual teria
Reprodução sido o resultado, caso o copo tivesse per-
FIZKES/SHUTTERSTOCK
manecido fechado desde o início. Em se-
Seres vivos são capazes de se reproduzir. guida, instrua os grupos a elaborar uma
A reprodução pode ser assexuada ou sexuada.
tabela com duas colunas: a primeira deve
Na reprodução assexuada, formam-se descen-
dentes a partir de um único genitor (sem união de ser preenchida com as datas de observa-
gametas), geralmente com material hereditário ção; a segunda, com o registro escrito das
idêntico ao do ser vivo do qual se originaram. Esse observações. Solicite aos grupos que ela-
processo ocorre em vários microrganismos, em algu- borem um relatório final sobre a atividade.
mas plantas e em alguns animais. Já a reprodução • O experimento e as atividades suge-
sexuada acontece quando há união de gametas com ridas recorrem à abordagem própria da
mistura de material genético. Esse tipo de reprodução Nos seres humanos, a reprodução é sexuada e os filhos Ciência, incluindo a experimentação, a
é característica na maioria das plantas e dos animais gerados apresentam material hereditário da mãe e do pai.
elaboração de hipóteses, a coleta de da-
e também pode ocorrer em algas e fungos.
dos, a análise dos resultados e a conclu-
são. Portanto, favorecem o trabalho com
Percepção e interação com o ambiente a competência geral 2 da Educação
Perceber o ambiente em que estão e interagir com ele é uma Básica, e com a competência especí-
AJAYTVM/SHUTTERSTOCK
característica que permite a sobrevivência e a reprodução dos seres fica 2 de Ciências da Natureza para o En-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vivos, possibilitando que obtenham alimentos, percebam ameaças, sino Fundamental, previstas pela BNCC.
5 cm
reajam a elas – como a fuga de um predador – e encontrem parceiros
para a reprodução. • Aproveite para explicar que algumas
A percepção do ambiente influencia o comportamento dos seres espécies de insetos são utilizadas em pes-
vivos. Por exemplo, a planta dormideira após ser tocada fecha suas quisas científicas em razão de possuírem
folhas, defendendo-se contra predadores. Alguns peixes, como as características que favorecem os estudos
sardinhas (Sardinops ocellata), percebem mudanças na pressão que Dormideira (Mimosa pudica) e a manutenção em laboratório. A Droso-
a água causa no corpo deles, o que pode indicar a aproximação de fechando folha que foi tocada. phila melanogaster é um animal ampla-
predadores, como um grupo de golfinhos (Delphinus delphis). Então, mente utilizado em pesquisas genéticas,
as sardinhas reagem e se protegem, agrupando-se. por exemplo.
• É importante deixar claro aos estu-
CHRIS MONIQUE FALLOWS/NATURE/FOTOARENA
15
15
Orientações didáticas
• Promova uma discussão sobre a cria-
ção do termo célula. Relembre que o pes-
quisador inglês Robert Hooke (1635-1703)
iniciou o estudo das células ao observar
TEMA
2
um pedaço de casca de árvore (cortiça)
em um microscópio construído por ele.
Hooke verificou que o material observado
era formado por muitas cavidades ocas,
As células
às quais ele deu o nome de células. O que
foi observado pelo cientista eram apenas
as paredes celulares, sem o conteúdo in- A célula constitui a unidade estrutural da vida, ou seja, compõe
terno, pois a casca de árvore é compos- Há células o corpo de todos os seres vivos. Os seres unicelulares são formados
ta de células mortas. Saliente que, apesar procarióticas por uma única célula, ao passo que os pluricelulares podem ter em
de o termo criado por Robert Hooke ser e eucarióticas. seu corpo de duas células até trilhões delas. No corpo humano, por
mantido até os dias atuais, seu conceito As eucarióticas exemplo, há cerca de 65 trilhões de células.
foi ampliado ao longo do tempo em ra- se dividem em A célula é também a unidade funcional, ou seja, a menor estrutura
zão de novas descobertas em relação à animal e vegetal. que desempenha as funções características dos seres vivos, como
estrutura celular, pois, após os trabalhos liberação de energia e reprodução.
feitos por Hooke, outros pesquisadores
As estruturas celulares
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
realizaram estudos microscópicos sobre Saiba mais!
as células. Essa discussão permite identi- Todas as células apresentam uma estrutura básica formada por:
VÍRUS membrana plasmática, citoplasma e material hereditário.
ficar o conhecimento científico como pro-
Os vírus não são formados A membrana plasmática, também chamada de membrana celular,
visório, cultural e histórico, favorecendo o
por células. Além disso, eles envolve toda a célula, delimitando-a. Por meio dela, a célula realiza trocas
desenvolvimento da competência es- precisam de uma célula de materiais com o meio externo. As células de bactérias, algas, fungos
pecífica 1 de Ciências da Natureza para o de um organismo para se e plantas possuem uma parede celular envolvendo a membrana plas-
Ensino Fundamental, prevista pela BNCC. reproduzir. Por esses mo- mática, fornecendo maior sustentação e proteção à célula.
tivos, há uma discussão
O citoplasma preenche a célula, e, nas células que apresentam
entre os cientistas sobre
núcleo, corresponde à porção localizada entre o núcleo e a membrana
classificá-los ou não como
plasmática. Ele contém uma parte fluida, o citosol, em que estão mergu-
seres vivos.
lhadas várias estruturas denominadas organelas ou organoides. Algu-
mas organelas estão presentes em todos os tipos de célula, enquanto
Célula procariótica outras são mais específicas. No citoplasma, ocorrem diversas transfor-
mações químicas importantes para o funcionamento das células.
PAULO MANZI/ARQUIVO DA EDITORA
Tipos de célula
plasmática
Ribossomo
Existem dois tipos básicos de célula: procarióticas e eucarióticas.
Nas células procarióticas, o material genético fica no citoplasma
e não é delimitado por membranas. Os seres procarióticos são unice-
Representação esquemática de lulares. As bactérias são exemplos.
uma célula procariótica em corte
longitudinal. (Imagem sem escala; Nas células eucarióticas, o material genético encontra-se dentro
cores-fantasia.) do núcleo. Essas células apresentam algumas organelas, como as
mitocôndrias e o complexo golgiense, que não são encontradas nas
Fonte: Adaptado de REECE, J. B.
et al. Biologia de Campbell. 10. ed. células procarióticas. Os organismos eucarióticos podem ser unicelu-
Porto Alegre: Artmed, 2015. lares, como as amebas, ou pluricelulares, como os animais e as plantas.
16
16
Orientações didáticas
• Considerando o grau de abstração exigi-
do para a compreensão da estrutura celu-
Célula eucariótica animal lar, faça uso de ilustrações e modelos 3-D.
Proponha a leitura compartilhada da ilus-
17
17
Orientações didáticas
• Se dispuser de microscópios para a vi-
sualização das células, não deixe de fazê-
-la com os estudantes. É importante que As células dos animais e das plantas diferem em relação à presença
eles conheçam as células, além dos esque- de algumas estruturas. As células vegetais, por exemplo, apresentam
mas apresentados no livro do estudante. parede celular e cloroplastos, organela que participa do processo de
Se não for possível usar o microscópio, re- fotossíntese.
serve um período da aula para o uso da
Célula eucariótica vegetal
sala de informática e oriente a busca de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a escola ou em municípios próximos e, se Fonte: Adaptado de: REECE, J. B. et al. Biologia de
possível, organize uma visita com a turma. Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
SCOTT CAMAZINE/ALAMY/FOTOARENA
GORGENS/CC-BY-4.0
FABIO COLOMBINI
A B C
de medida. Esse é um momento inte-
ressante para abordar o Sistema Inter-
nacional de Medidas (SI). Explique aos
estudantes a necessidade de estabelecer
um sistema de medição único e coeren-
te, reconhecido por cientistas do mundo
inteiro. A Convenção do Metro foi esta-
belecida em 1875, quando foram fabri-
cados protótipos internacionais para
60 m
estabelecer um padrão para o metro e o 40 cm
quilograma. Em 1960, esse sistema foi de-
A célula que constitui uma bactéria é diferente das células que constituem uma planta ou um animal.
nominado Sistema Internacional de Uni- (A) Indivíduos da espécie Salmonella typhimurium, exemplos de bactéria. (Imagem obtida com microscópio
dades. Ressalte que esse sistema não é eletrônico, colorizada artificialmente e ampliada cerca de 2000 vezes.) (B) Angelim-vermelho (Dinizia excelsa),
exemplo de planta. (C) Tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), exemplo de animal.
estático e avança conforme a Ciência se
desenvolve aumentando sua precisão.
Atualmente, o SI trabalha com sete unida- Saiba mais!
des de base: comprimento, massa, tempo, UNIDADES DE MEDIDA
corrente elétrica, temperatura, quantidade O tamanho das células é variável, porém a maioria delas é microscópica
de matéria e intensidade luminosa. Em e não pode ser vista a olho nu. Para indicar o tamanho das células, os
cientistas utilizam unidades de medida diferentes das empregadas para
articulação com o componente curricu-
objetos no dia a dia. Uma dessas unidades é o micrômetro, representado
lar Matemática, verifique a possibilidade por μm. Um micrômetro corresponde a uma parte obtida da divisão de
de explorar as unidades de base em dife- De olho no tema um centímetro em dez mil partes. Para medir estruturas celulares, que po-
rentes situações. Explique a diferença entre dem ser ainda menores, utiliza-se outra unidade de medida, o nanômetro,
uma célula eucariótica e representado por nm. Um nanômetro corresponde a uma parte obtida da
uma procariótica. divisão de um centímetro em dez milhões de partes.
18
18
Orientações didáticas
• Proponha aos estudantes uma com-
paração das condições da Terra primiti-
va com as condições atuais do planeta.
Anote na lousa os apontamentos feitos
TEMA
3
por eles. Discuta com a turma as condi-
ções necessárias para a vida na Terra tal
qual a conhecemos, são elas: a presença
Os primeiros seres vivos abundante de água em estado líquido,
temperatura média de aproximadamen-
te 15 ºC, atmosfera rica em gases como
o gás oxigênio e o gás carbônico e a pre-
A Terra primitiva Os primeiros seres sença da camada de ozônio na atmosfe-
No início de sua formação, há mais de 4 bilhões de anos, a tempera- vivos do planeta ra. Nessa atividade é importante que os
tura no planeta era muito elevada, e a superfície era em grande parte Terra surgiram estudantes compreendam o porquê, no
formada por rocha derretida. Além disso, a Terra era intensamente em um ambiente início de sua formação, de a Terra não ter
atingida por corpos vindos do espaço, como meteoros e asteroides. muito diferente condições para abrigar a vida tal como a
A probabilidade de haver alguma forma de vida, nessas condições, do atual. conhecemos. Além disso, ajude-os a iden-
era baixíssima. tificar os vários processos que ocorreram,
Além disso, durante um período ao longo de milhares de anos, para que as
A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
19
Orientações didáticas
• Analise com os estudantes o esquema
“Origem dos primeiros seres vivos”. Peça a
eles que observem, na primeira imagem, Origem dos primeiros seres vivos
os fenômenos meteorológicos intensos,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
estrangeiros, de qual época e pertencen-
tes a quais matrizes estéticas e culturais.
Então, apresente essas manifestações aos
estudantes, de modo a ampliar a expe-
Fonte: Ilustração elaborada com
riência com diferentes contextos artísti- base em EVOLUÇÃO DA VIDA.
co-visuais, fruindo-os e aumentando a Time Life. Rio de Janeiro: Abril,
1996. (Col. Ciência e natureza).
percepção, o imaginário e o repertório
imagético. Utilize recursos audiovisuais
nas apresentações. Na segunda parte da
sequência didática, organize os estudan- Dos primeiros seres vivos à diversidade atual
tes em grupos e solicite que escolham um Cerca de 1 bilhão de anos depois do surgimento da vida na Terra,
dos itens do Tema 3 para criarem uma uma enorme variedade de formas de vida já habitava o planeta.
produção artístico-cultural inspirada nas Evidências indicam que toda a diversidade de formas de vida
manifestações que foram apresentadas a originou-se dos primeiros seres vivos, que sofreram modificações
eles. Instrua-os a utilizar práticas diversi- ao longo de bilhões de anos.
ficadas. Finalize a atividade promovendo O surgimento e a extinção de grupos de seres vivos são processos
a apresentação das criações de cada gru- que continuam a ocorrer atualmente.
po para os demais estudantes da turma.
RYAN SOMMA/CC BY 2.0/WIKIMEDIA FOUNDATION, INC.
20
20
Respostas – Atividades
1. Essas estruturas são membrana plasmá-
tica, citoplasma e material hereditário.
Atividades TEMAS 1 A 3 REGISTRE EM SEU CADERNO
2. Espera-se que a tabela dos estudantes
relacione as estruturas às funções que
exercem na célula. Ribossomo: produção
ORGANIZAR Um argumento científico precisa apresentar de proteínas; mitocôndria: liberação de
uma conclusão (o que se está defendendo – os energia; membrana plasmática: delimi-
1. Ao analisar uma célula de um ser vivo, é pos-
vírus são ou não seres vivos); dados (as infor-
sível identificar três estruturas básicas. Quais tação da célula e troca de materiais com
mações obtidas – as características gerais dos
são essas estruturas? o meio externo; lisossomo: digestão in-
vírus); justificativa (conexão entre os dados e
2. Faça uma tabela indicando a função das se- a conclusão – características comuns dos seres tracelular; retículo endoplasmático: pro-
guintes estruturas das células: ribossomo, vivos); qualificador (grau de certeza) atribuído dução de materiais; complexo golgiense:
mitocôndria, membrana plasmática, lisossomo, ao argumento científico – por exemplo: prova- transformação, armazenamento e trans-
retículo endoplasmático e complexo golgiense. velmente, com certeza, talvez etc.). porte de proteínas.
3. Descreva as principais características da Terra 6. Analise a tabela a seguir. 3. No início de sua formação, a tempe-
logo após o seu surgimento e explique o que
possibilitou o surgimento dos oceanos. Ocorrência de estruturas em ratura da Terra era muito elevada e a su-
diferentes tipos de células perfície era em grande parte formada por
ANALISAR rocha derretida. Além disso, a Terra era
Parede celular
Cloroplastos
4. Leia algumas informações sobre os sapos.
Mitocôndria
intensamente atingida por corpos vindos
Citoplasma
Membrana
plasmática
Complexo
golgiense
I. Passam parte da vida em ambiente aquático do espaço, como meteoros e asteroides.
genético
Material
Núcleo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
8. a) Asteroides tendem a se chocar contra a Terra em intervalos que podem variar de milhares até milhões
de anos. Ressalte à turma que pequenos meteoritos caem em alguns locais da Terra com muita frequência,
porém muitos deles passam despercebidos. Explique que um asteroide é um pedaço de rocha que orbita
o Sol. Pode acontecer de um asteroide colidir com outro, soltando alguns pedaços e formando os meteo-
roides, que ao entrarem na atmosfera terrestre se tornam meteoros (também conhecidos como estrelas
cadentes). Alguns meteoros podem cair na Terra, esses são chamados de meteoritos. b) O impacto de um
asteroide com a Terra pode provocar grandes catástrofes, algumas muito conhecidas como a extinção em
massa da vida na Terra, inclusive os dinossauros. Em 2013, um asteroide explodiu na atmosfera, o aconteci-
mento provocou a queda de meteorito na Rússia e destruiu vidraças das residências do local atingido, dei-
xando muitas pessoas feridas. c) Espera-se que os estudantes relacionem que a queda frequente de corpos
vindos do espaço na Terra era uma das causas de não haver alguma forma de vida no planeta.
21
Orientações didáticas
• Essa seção permite aos estudantes a
compreensão que equipamentos, como o
microscópio, respondem a necessidades Explore REGISTRE EM SEU CADERNO
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azul de metileno das observações e identifiquem o aumento
rico do desenvolvimento do microscópio • Lâmina de utilizado.
e de outros equipamentos tecnológicos, microscopia • Água
Interpretar e refletir
a seção Explore trabalha parcialmente a • Lamínula • Conta-gotas
• • 1. Quais estruturas celulares foram observadas
competência geral 1 da Educação Bá- Pinça Caderno e lápis
com o uso do microscópio óptico? Qual foi o
sica e a competência específica 1 de • Um pedaço de cebola
aumento utilizado?
Ciências da Natureza para o Ensino Funda-
ATENÇÃO 2. A imagem a seguir mostra uma célula vegetal.
mental, previstas pela BNCC. Essa proposta
também favorece o desenvolvimento do O professor é quem vai cortar a cebola.
• Se a escola não tiver microscópio óptico • Quais são as diferenças entre as estruturas
disponível, é possível utilizar recursos observadas nesta imagem e as estruturas
digitais como aplicativos de microscópio observadas por vocês no microscópio
ou laboratórios virtuais, descritos nas Demonstração de como retirar a epiderme óptico?
Sugestões de recursos complementares. da cebola com a pinça. 3. As observações estavam de acordo com as
Na impossibilidade de utilização de recursos 2. Coloquem uma gota de água sobre a lâmina e hipóteses iniciais do grupo? Justifiquem.
digitais, pode-se, ainda, apresentar à turma posicionem a amostra da cebola sobre a gota 4. Se você fosse um pesquisador interessado em
de água.
vídeos ou micrografias de células da cebola estudar as mitocôndrias, que tipo de micros-
no microscópio. 3. Pinguem uma gota de corante sobre a amostra cópio escolheria para trabalhar: o óptico ou o
e, com cuidado, cubram-na com a lamínula. eletrônico? Por quê?
• De forma complementar à seção Explore,
solicite aos estudantes que façam uma pes-
quisa sobre as partes que compõem um mi- 22
croscópio óptico e suas funções. Algumas
delas são: lentes oculares, que têm a fun-
ção de aumentar as imagens transmitidas
pelas lentes objetivas, e é por meio delas Respostas – Explore
que vemos as imagens ampliadas; tubo ou 1. Respostas pessoais. Com o uso do microscópio óptico, provavelmente, será possível identificar a pare-
canhão, suporte das lentes oculares; lentes de celular, o citoplasma e o núcleo da célula vegetal.
objetivas, com a função de ampliação, que 2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que nesta imagem é possível observar mais
ficam próximas do material a ser observa- detalhes do interior da célula.
do; revólver, suporte das lentes objetivas; 3. Na imagem obtida com o uso de microscópio eletrônico é possível observar mais estruturas celulares do que
platina ou mesa, local onde se fixa a lâmina as observadas no microscópio óptico. Nessa imagem é possível observar estruturas como: núcleo, mem-
do material a ser observado; charriot, que brana celular, citoplasma (com mitocôndrias, complexo de Golgi, retículo endoplasmático e ribossomos).
tem a função de mover a lâmina. 4. Espera-se que os estudantes escolham o microscópio eletrônico, capaz de mostrar detalhes de estru-
turas intracelulares.
22
Orientações didáticas
• A aprendizagem das teorias sobre a ori-
gem da vida na Terra pode se beneficiar de
atividades que solicitem a leitura dos es-
quemas representativos dos experimentos
TEMA
4
de Redi, Needham e Spallanzani, Pasteur e
Teorias sobre a Miller e Urey, que desafiem os estudantes
a estabelecer relações entre os resultados
origem da vida obtidos nesses experimentos e as teorias
formuladas com base neles.
• Antes da leitura do experimento de
Ao longo da história, diferentes explicações sobre a origem da vida Redi, explique-o aos estudantes e peça
A teoria da a eles que elaborem hipóteses a respeito
foram concebidas. À medida que novas evidências foram surgindo e
experimentos passados foram revisitados sob um novo olhar, muitas biogênese é do que deve ocorrer. Compare as hipóte-
delas foram refutadas, enquanto outras ganharam força. a mais aceita ses levantadas pelos estudantes com os
As teorias apresentadas a seguir consideram uma escala de tempo atualmente. resultados obtidos no experimento origi-
pequena, comparada aos eventos que teriam levado ao surgimento nal. Se o experimento sugerido no Tema 1
dos primeiros seres vivos na Terra primitiva. sobre o ciclo de vida das moscas-da-fruta
foi realizado, retome os resultados com a
Geração espontânea e biogênese turma. Essa abordagem possibilita exer-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
De acordo com a teoria da geração espontânea ou abiogênese, citar a curiosidade e recorrer a aspectos
algumas formas de vida podem aparecer da matéria sem vida, ou próprios da Ciência, favorecendo o tra-
seja, originar-se de outra maneira que não seja a reprodução de um balho com a competência geral 2 da
ser vivo. Já a teoria da biogênese afirma que os seres vivos só podem Educação Básica e com a competência
ser originados de outros seres vivos. específica 3 de Ciências da Natureza, pa-
Diversos experimentos e debates foram realizados para analisar ra o Ensino Fundamental, ambas previs-
diferentes aspectos dessas teorias. Acompanhe a seguir.
tas pela BNCC.
O experimento de Redi • Aproveite para questionar os assuntos
abordados até esse momento, como: “Se
No século XVII, muitas pessoas acreditavam que as larvas de moscas
que apareciam em cadáveres eram originadas da transformação da pró-
a biogênese está correta, como surgiu o
pria carne. O médico italiano Francesco Redi (1626-1697), assim como primeiro ser vivo?”, evidenciando aos es-
outros em sua época, achava, porém, que as larvas só surgiam porque tudantes que ainda existe mais a estudar
moscas adultas botavam ovos na carne, dos quais nasciam as larvas. e a ser esclarecido. As perguntas podem
Para testar sua hipótese, Redi Etapa do experimento de Redi gerar atividades de pesquisa sobre es-
colocou pedaços de carne verme- JORGE VANDERLEI RIBEIRO/ARQUIVO DA EDITORA tudos relacionados a elas, além de evi-
lha e peixe em frascos, mantendo A B denciar o caráter provisório da Ciência.
alguns abertos e outros cobertos Comente que, na Ciência, as teorias são
com um tecido fino. Ao longo de
revistas constantemente à luz de novos
alguns dias, observou que mos-
cas entravam e saíam dos frascos conhecimentos e tecnologias. Dessa for-
abertos e que somente neles apa- ma, promove-se também o trabalho com
reciam larvas. a competência específica 1 de Ciên-
Depois de algum tempo, as lar- cias da Natureza para o Ensino Fundamen-
vas se transformavam em moscas tal, prevista pela BNCC.
idênticas às que haviam pousado
sobre a carne. Como não surgiam
Representação esquemática de uma etapa do experimento de Redi. (A) Frasco aberto
moscas nos frascos cobertos com com carne vermelha e peixe, onde surgiram larvas. (B) Frasco com o mesmo conteúdo
tecido, Redi concluiu que as larvas coberto com tecido, onde não surgiram larvas. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)
não se originavam espontaneamen- Fonte: Ilustração elaborada com base em BIGGS, A.
te da carne, mas nasciam de ovos. et al. Biology. Ohio: Glencoe/McGraw-Hill, 2009.
23
23
Orientações didáticas
• O caldo nutritivo utilizado por John
Needham era composto de carne de cor-
deiro cozida; esse caldo era utilizado ain- Os experimentos de Needham e Spallanzani
da quente nos experimentos. Proponha
Mesmo após os experimentos de Redi, alguns estudiosos acredita-
aos estudantes que recontem a histó- vam que a teoria da geração espontânea ainda poderia ser aplicada
ria dos experimentos de Needham e de aos seres mais simples, como os microrganismos.
Spallanzani por meio de figuras e legen- Um deles foi o inglês John Needham (1713-1781), que realizou em
das explicativas. Também é possível mon- 1748 alguns experimentos para confirmar suas ideias. Ele ferveu frascos
tar uma história em quadrinhos. Essa é com caldo nutritivo, composto de carne de cordeiro cozida, na tentativa
uma boa oportunidade para trabalhar as- de matar os microrganismos que existiam lá. Em seguida, fechou-os com
pectos do componente curricular Língua rolhas de cortiça, para evitar a entrada de microrganismos pelo ar. Depois
Portuguesa e para verificar a compreen- de alguns dias, esses frascos estavam repletos de microrganismos, o que
fez Needham concluir que eles surgiram espontaneamente do caldo.
são do conteúdo, tendo em vista que, para
Os resultados de Needham foram contestados por alguns pesquisa-
contar a história usando recursos visuais,
dores e, alguns anos depois, o italiano Lazzaro Spallanzani (1729-1799)
os estudantes precisarão entendê-lo. repetiu os experimentos realizados por ele. Porém, em um deles ve-
Glossário
• Comente que na Ciência existem áreas dou o frasco hermeticamente e ferveu o caldo por mais tempo. Com
especializadas em determinados assun- Hermeticamente: de isso, não surgiram microrganismos no caldo. Spallanzani concluiu,
maneira hermética, ou seja,
tos, como a Biologia, a Matemática e a assim, que o tempo de fervura e o sistema de vedação utilizados por
completamente lacrado, sem
Astronomia. No entanto, elas contribuem permitir a passagem de ar. Needham não foram suficientes para evitar a contaminação do caldo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
umas com as outras, e suas descobertas, por microrganismos.
somadas, fazem o conhecimento huma- Needham, por sua vez, argumentou que a fervura prolongada feita
por Spallanzani havia eliminado a “força vital” do caldo, indispensável
no avançar. Explique que para compreen-
ao surgimento da vida. Para testar essa hipótese, Spallanzani realizou
der questões complexas, como a origem novamente o experimento e ao final quebrou o gargalo de alguns
da vida, são necessários os conhecimen- frascos, expondo o conteúdo deles ao ar. Em pouco tempo, surgiram
tos de biólogos, geólogos, paleontólo- microrganismos. Needham contestou os resultados novamente, suge-
gos, químicos, físicos, geógrafos, entre rindo a hipótese de que a “força vital” havia retornado com a entrada de
outros especialistas. Essa discussão per- ar fresco. E essa discussão em torno da teoria da geração espontânea
mite à turma refletir a respeito da Ciên- versus biogênese durou por muitos anos.
cia como uma atividade humana coletiva,
Os experimentos de Needham e Spallanzani
que envolve diferentes áreas e que pode
24
24
Orientações didáticas
• Acrescente que o experimento de
Pasteur foi muito importante, mas ainda
O experimento de Pasteur existiram debates e inúmeras argumenta-
Em 1862, o químico francês Louis Pasteur (1822-1895) adaptou os
ções até que a abiogênese fosse descarta-
procedimentos dos experimentos de Needham e Spallanzani para da pela maioria da comunidade científica.
testar outras variáveis. • Após trabalhar as teorias de biogêne-
Ele colocou caldo de carne em frascos de vidro, que tiveram seus se e de abiogênese, visando exercitar o
gargalos esticados e curvados. Em seguida, ferveu o líquido desses pensamento crítico e a oralidade dos estu-
frascos, que permaneceu sem contaminação, porque os microrga- dantes, monte a simulacão de um júri em
nismos presentes no ar ficavam retidos nas curvas do gargalo, não que a turma seja dividida em três grupos:
atingindo o caldo de carne. A contaminação só acontecia quando
um grupo defendendo a teoria da abio-
os frascos eram inclinados ou os gargalos, quebrados.
Pasteur concluiu que os microrganismos estavam no ar e não sur-
gênese; um segundo grupo defendendo
giam espontaneamente no caldo de carne. a teoria da biogênese; e o terceiro gru-
po responsável pelo julgamento. Nessa
O experimento de Pasteur proposta, observe se os estudantes têm
bons argumentos, com base em evidên-
JORGE VANDERLEI RIBEIRO/ARQUIVO DA EDITORA
de microrganismos.
esse momento para avaliar a turma sobre
os conhecimentos adquiridos a respeito
desse tema.
2 O gargalo
é curvado. • Os conceitos e as teorias estudados nes-
5 Quando o gargalo
te Tema foram elaborados com base em
é quebrado, surgem métodos investigativos próprios da Ciên-
microrganismos cia e decorrem do pensamento de pes-
1 O caldo de carne no caldo.
quisadores que, em contextos sociais e
é despejado
no frasco.
3 O caldo de carne é fervido. culturais específicos, partiram do traba-
Representação esquemática de etapas do experimento de Pasteur. lho de antecessores para ampliar, com-
(Imagens sem escala; cores-fantasia.) plementar ou refutar suas proposições.
Fonte: Ilustração elaborada com base em BIGGS, A. et al. O experimento de Pasteur que o levou à
Biology. Ohio: Glencoe/McGraw-Hill, 2009.
teoria da biogênese, por exemplo, ocor-
As bases da teoria da reu à luz do impasse histórico que opunha
cientistas defensores da abiogênese e ou-
evolução molecular tros que a refutavam, embora sem pro-
Com o estabelecimento da teoria da biogênese, restou explicar vas. Dessa forma, é possível mobilizar a
como poderia ter surgido o primeiro ser vivo. A teoria da evolução competência específica 1 de Ciências
molecular propôs uma explicação. As bases dessa teoria foram for- da Natureza, para o Ensino Fundamental,
muladas, de maneira independente, pelos pesquisadores Aleksandr prevista pela BNCC, ao abordar a Ciência
Oparin (1894-1980), russo, e John Haldane (1892-1964), inglês, na
década de 1920.
como uma construção humana e, por-
Glossário tanto, inserida em um contexto cultural
De acordo com essa teoria, a vida teria surgido nos oceanos pri-
mitivos, a partir de compostos inorgânicos que se combinaram, Compostos inorgânicos: e histórico.
produzindo compostos orgânicos simples; ao longo de muito neste contexto, compostos não
sintetizados por seres vivos.
tempo, esses compostos teriam se unido, formando compostos mais
Compostos orgânicos:
complexos. Por fim, estes também teriam se unido, formando estru-
neste contexto, compostos
turas capazes de controlar transformações químicas e de se duplicar. da mesma classe daqueles
Essas características indicariam o surgimento do metabolismo e da sintetizados por seres vivos.
reprodução, atividades fundamentais dos seres vivos.
25
25
Orientações didáticas
• O estudo a respeito da origem da vida
deve evitar uma visão preconceituosa de
concepções não científicas sobre o assun- Equipamento de Miller e Urey O experimento de Miller e Urey
to. As discussões a respeito desse tema
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 A chama do bico de Bünsen aquece a água.
ria e auxilia na compreensão das especi- O sistema funcionou durante uma semana. Após esse
2 O vapor de água circula no aparelho,
ficidades do método científico, por meio misturando-se a gases presentes no sistema. período, as amostras foram analisadas. Testes constataram
da aproximação de procedimentos da in- 3 Faíscas elétricas provocam transformações a presença de diversos compostos que não existiam na
químicas que modificam os componentes água no início do experimento, como aminoácidos (mate-
vestigação científica. da mistura.
riais que formam as proteínas). Com base nesse resultado,
• Amplie os Temas 2, 3 e 4 por meio de 4 O vapor de água e os outros gases são
resfriados e se condensam. os pesquisadores concluíram que seria possível produzir
pesquisas que mobilizem as aprendiza- compostos originalmente encontrados em seres vivos em
5 A mistura se acumula e as amostras podem
gens abordadas, como a investigação dos ser analisadas. condições abióticas, ou seja, sem ocorrência de vida.
seguintes tópicos: a) as contribuições de Representação esquemática do aparelho que Atualmente, acredita-se que a composição da atmos-
pesquisadores pioneiros, como Robert Miller e Urey desenvolveram para testar a teoria de fera primitiva era diferente da que foi simulada no expe-
Hooke ou Francesco Redi, que podem Oparin-Haldane. (Imagem sem escala; cores-fantasia.) rimento, de Miller e Urey. No entanto, isso não muda a
demonstrar o caráter dinâmico, investi- Fonte: Adaptado de BIGGS, A. et al. Biology. importância histórica desse experimento, em razão das
gativo e não conformista da Ciência; b) Ohio: Glencoe/McGraw-Hill, 2009. conclusões que ele forneceu.
ambientes cujas condições restringem a
biodiversidade e podem ser relacionadas A teoria da panspermia cósmica
às condições da Terra primitiva; c) histó- Para alguns pesquisadores, a vida na Terra pode ter começado por meio de
ria dos pesquisadores que desenvolveram materiais ou mesmo de seres vivos microscópicos provenientes do espaço, que che-
estudos sobre a origem da vida: biografia, garam ao planeta em asteroides e meteoritos. Essa teoria, chamada de panspermia
características da sociedade em que vive- cósmica, voltou a ser bastante comentada nos últimos anos, principalmente depois
ram e a tecnologia disponível na época. da descoberta de compostos orgânicos em meteoritos, asteroides e cometas.
De olho no tema
Um exemplo de fragilidade argumentativa é o uso de generalizações indevidas. Por
exemplo, alguém poderia utilizar os resultados dos experimentos de Redi para cons-
truir um argumento em que se conclui que nenhum ser vivo surge espontaneamente.
a) Por que, apenas com base no trabalho de Redi, essa generalização não pode ser feita?
b) Qual pesquisador teria proposto experimentos cuja conclusão invalidaria essa
generalização?
c) Qual foi a falha metodológica identificada nos experimentos desse pesquisador?
26
26
Orientações didáticas
• O Tema 5 propicia o trabalho com a lei-
tura de mapas e de esquemas. Use essas
ferramentas para auxiliar na exposição dos
conteúdos e facilitar a compreensão
TEMA
5
dos conceitos. O mapa “Placas litosféri-
Terra, um planeta em cas” é extremamente rico em informações
e demanda conhecimentos prévios dos
transformação estudantes, sendo um excelente recurso
para auxiliar na alfabetização cartográfi-
ca e no resgate de conteúdos do compo-
nente curricular Geografia. Garanta que
Placas litosféricas As atividades eles compreendam que nesse mapa estão
As transformações pelas quais o planeta Terra passou desde sua vulcânicas e os representados tanto os continentes e os
formação foram determinantes para o surgimento da vida. Nos primór- terremotos são oceanos quanto as placas tectônicas, e que
dios, esse processo era intenso; embora mais lentamente, o planeta consequências dos os limites da maioria das placas não coinci-
em que vivemos continua se transformando. movimentos das dem com os limites dos continentes e dos
Algumas dessas transformações ocorrem na litosfera, camada de placas que oceanos. Certifique-se de que os estudan-
rocha sólida que recobre a superfície terrestre, formada pela crosta formam a litosfera.
e por parte do manto superior. A litosfera é composta de placas apoiadas
tes identifiquem e compreendam: título,
sobre uma camada de rochas cujo estado físico varia entre o sólido e fonte, orientação, projeção, escala e legen-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o líquido, apresentando viscosidade e possibilitando deslocamentos da deste e dos demais mapas apresenta-
da litosfera. Essas placas se “encaixam” umas nas outras, como as peças dos neste Tema.
de um quebra-cabeça, e recebem o nome de placas litosféricas ou • Proponha atividades orais a respeito do
placas tectônicas. mapa, questionando os estudantes: “Em
As placas litosféricas movem-se constantemente, modificando con- quais placas litosféricas há afastamento,
tinuamente a superfície do planeta. Esse processo está relacionado a
fenômenos como a formação de montanhas, o surgimento de ilhas, colisão e deslizamento? Na opinião de
a ocorrência de terremotos, erupções vulcânicas etc. vocês, o que esses movimentos podem
acarretar?“; “Em qual placa litosférica se
Placas litosféricas localiza o Brasil? O país está próximo ou
distante das bordas da placa?“; “De que
COCOS
EQUADOR SUBPLACA
SOMALI
0º aos estudantes que façam uma pesquisa
PLACA DO
PACÍFICO
PLACA DE PLACA
sobre a localização de vulcões ativos no
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO NAZCA SUL-AMERICANA planeta. Em seguida, solicite a eles que
PLACA AUSTRALIANA
localizem e marquem em um mapa as in-
formações pesquisadas associando-as às
N
placas litosféricas.
NO NE CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO PLACA ANTÁRTICA
O L
SO SE
S
0 2 280 km
Área de afastamento de placas Área de colisão de placas Área de deslizamento de placas
Disposição das placas litosféricas com indicação das Fonte: FERREIRA, G. M. L. Atlas geográfico: espaço
áreas de afastamento, colisão e deslizamento. mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013.
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Orientações didáticas
• Solicite aos estudantes a construção de
modelos que representem os movimen-
tos das placas litosféricas. Esse trabalho po- Há três tipos de movimento relacionados às placas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
processos naturais que o transformam.
Alguns desses processos são imperceptí-
veis na escala de tempo da vida humana,
envolvendo fenômenos como a forma-
ção de montanhas. Outros já são mais
perceptíveis, como a erupção de vulcões Uma das placas
e a ocorrência de terremotos, que serão desce por baixo Ascensão de magma
da outra
estudados adiante.
Representação esquemática dos tipos de movimento relativo entre placas litosféricas. (A) Colisão. (B) Afastamento.
• Se possível, leve para a sala de aula um (C) Deslizamento lateral. As setas indicam a direção do movimento das placas. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)
globo terrestre ou um planisfério para que Fonte: Ilustração elaborada com base em TEIXEIRA, W. et al. (org.).
os estudantes possam comparar a consti- Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
tuição atual da Terra com a composição há
cerca de 200 milhões de anos, como mos-
Algumas evidências do movimento das placas litosféricas
tra a representação da Pangeia. Os continentes nem sempre foram como são hoje: eles já estiveram unidos e, ao
longo de milhões e milhões de anos, foram se afastando. Essa teoria é conhecida
como deriva dos continentes.
A Terra já teve apenas um continente, chamado Pangeia, há cerca de 200 mi-
lhões de anos. O movimento das placas litosféricas fez com que esse grande bloco
se separasse, gerando os continentes que existem atualmente.
Pangeia
ARQUIVO DA EDITORA
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL/
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28
Orientações didáticas
• Enfatize as evidências da deriva
continental, explorando a imagem
Entre as evidências dos movimentos das placas litosféricas está “Comparação das costas brasileira e
a forma da costa dos continentes, como a da América do Sul e a da africana” e o texto que a acompanha. Esse
África, que parecem se “encaixar”. Outra evidência são os fósseis de trabalho possibilita o desenvolvimento
seres vivos encontrados em formações rochosas semelhantes, nos da habilidade EF07CI16 da BNCC. Caso
diferentes continentes, indicando que um dia eles já estiveram unidos. julgue interessante, comente a respeito
Comparação das costas brasileira e africana
do registro fóssil comum entre a América
do Sul e a África, como o réptil de cerca
de 3 metros de comprimento do gênero
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
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Orientações didáticas
• Volte ao mapa “Placas litosféricas” no iní-
cio do Tema 5 e peça aos estudantes que
observem a posição do Brasil em relação Saiba mais!
às bordas da placa Sul-americana. Solicite
TERREMOTOS E TSUNAMIS NO BRASIL
que relacionem a posição do Brasil na pla-
ca litosférica e justifiquem a rara ocorrência O território brasileiro está situado no centro de uma Tsunamis são improváveis no Brasil pelo mesmo
placa litosférica, a Placa Sul-Americana, e, portanto, motivo, ou seja, sua localização no centro de uma
de terremotos e tsunamis no país. Essa pro- distante de áreas de contato entre placas. Isso expli- placa litosférica, e não nas bordas, onde geral-
posta permite o desenvolvimento da habi- ca por que não temos um histórico de terremotos mente ocorrem os eventos que dão origem a esse
lidade EF07CI15 da BNCC. Com base nas muito intensos. Isso, no entanto, não quer dizer tipo de onda. Isso não significa, porém, que o país
explicações formuladas pelos estudantes, que não existem terremotos no Brasil; eles ocorrem esteja livre desse risco: embora as possibilidades
comente o fato de o Brasil estar distante de frequentemente, mas em geral são de baixa inten- sejam muito pequenas, alguns eventos podem
áreas de contato entre placas contribuindo sidade e não são sentidos pelas pessoas. fazer um tsunami chegar à costa brasileira, como
para que eventos como terremotos ocor- Alguns terremotos já foram percebidos pelas pes- uma gigantesca atividade do vulcão Cumbre Vieja,
soas no país, como os que atingiram Vargem Grande na ilha canária espanhola La Palma, no Oceano
ram apenas em baixa intensidade e as pos- Atlântico.
(MA), em 2017, e Boa Vista (RR), em 2021.
sibilidades de ocorrência de um tsunami
sejam muito pequenas.
Vulcões
• Em contraposição ao caso do Brasil, é
A maioria dos vulcões está localizada nas bordas das placas litosfé-
interessante estimular os estudantes a
ricas, nas áreas em que elas se afastam ou colidem. Em alguns casos,
analisar o caso do Japão, sua posição nas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o choque entre essas placas é responsável pela formação de vulcões
placas litosféricas e a relação dessa loca- e pelas erupções, quando rocha derretida do interior da Terra é extra-
lização com a ocorrência frequente de vasada. No fundo oceânico, o afastamento entre as placas litosféricas
terremotos e tsunamis. Mostre imagens também resulta na formação de vulcões.
da internet do terremoto seguido de um Ao entrar em atividade, o vulcão passa pelas seguintes fases:
tsunami, que atingiu o Japão em março de 1. Os movimentos das placas litosféricas expõem o magma, mate-
2011. Esse terremoto, de magnitude 8,9 na rial quente e líquido do interior da Terra. O magma fica acumu-
escala Richter, foi o maior desde que os lado na câmara magmática, com vapor de água e outros gases
registros começaram a ser feitos no país. (alguns deles tóxicos), sob forte pressão.
2. Quando a quantidade de magma é grande na câmara, ele extra-
• Comente sobre as erupções do Vulcão vasa pela chaminé e é liberado pela abertura do vulcão. Damos
Kilauea, no Havaí, e do Vulcão de Fogo, a isso o nome de erupção.
na Guatemala, que aconteceram em 2018. 3. O magma que extravasa na erupção recebe o nome de lava. Além
As erupções desses vulcões ocorreram de da lava, as erupções vulcânicas podem expelir rochas fragmen-
formas diferentes, trazendo consequên- tadas, que formam nuvens de cinzas e alguns gases tóxicos.
cias distintas para esses locais. O Vulcão
Kilauea causou principalmente danos ma- Vulcão em atividade
30
Orientações didáticas
• A atividade proposta na seção Vamos
fazer permite trabalhar com os estudan-
Por ocorrer de maneira repentina, nem sempre previsível, a ati- tes um dos pilares da investigação cien-
vidade vulcânica pode provocar grandes catástrofes, destruindo o tífica, a comunicação, uma vez que eles
entorno e causando mortes. O vulcanismo modifica drasticamente as vão construir um jogo que reúne concei-
paisagens e é responsável pela formação de novas rochas e pela libe- tos e definições relacionados às transfor-
ração de gases e de partículas para a atmosfera. As cinzas vulcânicas
liberadas pelos vulcões podem compor solos férteis, pois geralmente
mações da Terra, que pode ser divulgado
são ricas em nutrientes utilizados pelas plantas. para outras pessoas. Alguns grupos de
pesquisa de universidades produzem jo-
De olho no tema gos com o intuito de divulgar conheci-
mento científico.
Cite a relação dos movimentos das placas litosféricas com:
a) a ocorrência de terremotos, tsunamis e vulcões; • Se possível, divulgue os jogos produ-
b) o formato complementar das costas brasileira e africana. zidos para outras turmas e para a comu-
nidade escolar.
• Ao exercitar a curiosidade intelectual e
Entrando na rede a criatividade por meio do jogo proposto
No site do Serviço Geológico do Brasil, http://www.cprm.gov.br/, você e ao usar linguagem científica mobiliza-
encontrará várias informações interessantes sobre vulcões e terremotos. Clique -se a competência geral 2 da Educa-
na área de pesquisa e digite o tema sobre o qual deseja obter informações.
ção Básica, prevista pela BNCC.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
31
Respostas – Atividades
1. A teoria da biogênese defende que
todos os seres vivos são originados de
outro ser vivo, enquanto a da abiogê- Atividades TEMAS 4 E 5 REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4. De acordo com a teoria da deriva con- alguma relação entre os mapas? Justifique.
Número
tinental, esses continentes já estiveram Magnitude Resultado
por ano
juntos, formando um único continente, e Detectado
foram se afastando como resultado dos Distribuição das placas litosféricas 1,0-1,9 apenas por Muitos
movimentos das placas litosféricas. Essa sismógrafo
atividade propicia o trabalho com a habi- CÍRCULO POLAR ÁRTICO Sentido por
lidade EF07CI16 da BNCC. 2,0-2,9 800 000
algumas pessoas
MERIDIANO DE GREENWICH
Quebra de
naturais como terremotos. Ao desenvol-
N
NO NE 5,0-5,9 1 000
mobiliário
ver essa atividade, promova a associação 0 4 980 km
O
SO SE
L
7,0-7,9 14
e barragens
sim, constatando a rara ocorrência desses OCEANO GLACIAL
ÁRTICO
32
Orientações didáticas
• A seção Pensar Ciência tem como in-
tuito evidenciar alguns aspectos da prá-
Pensar Ciência tica científica. Um deles é a participação
das mulheres na carreira científica e o
reconhecimento de suas contribuições,
Mapeando o fundo do oceano promovendo positivamente a imagem
[...] Marie Tharp nasceu em 30 de julho de da mulher, valorizando sua visibilidade e
PHOTO BY GRANGER/REX/
SHUTTERSTOCK
1920, na cidade de Ypsilanti, em Michigan – seu protagonismo social. A seção abre es-
EUA [Estados Unidos]. [...] paço para um trabalho em conjunto com
Com o advento da Segunda Guerra Mundial o professor de História, que poderia au-
e a ida para o combate dos homens que re- xiliar a descrever, do ponto de vista his-
presentavam (entre muitos outros) a mão de tórico, a atuação e o reconhecimento das
obra especializada, os EUA começaram a de- mulheres na Ciência. Desse modo, essa
senvolver programas de incentivo às mulheres
para frequentarem cursos então considerados
seção colabora para o desenvolvimento
“masculinos”, como ciência e tecnologia. Marie Marie Tharp, no início dos anos 1950, trabalhando na construção da competência geral 6 da Educação
do mapa do assoalho do Oceano Atlântico.
obteve o Mestrado em Geologia do Petróleo na Básica, prevista pela BNCC.
Universidade de Michigan [...]. A explicação para a existência de tal forma-
ção geológica envolvia o conceito de que os • Outro ponto que deve ser destacado é
[...] Com os investimentos maciços durante a continentes se movimentariam sobre a super- a evolução do conhecimento científico,
Guerra Fria para estudos que explorassem o fun- fície da Terra, uma ideia considerada à época que permite abordar a competência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do do oceano (um local para se instaurar, talvez, uma “heresia científica”. Com o surgimento de geral 1, da Educação Básica, e a com-
batalhas entre submarinos) Bruce [Bruce Heezen, mais dados científicos, a descoberta de Tharp
aluno da Universidade de Columbia, onde Tharp petência específica 1 de Ciências da
e Heezen foi sendo cada vez mais aceita e foi
trabalhou] e Tharp estabeleceram uma parceria um dos suportes para que mais tarde fosse
Natureza para o Ensino Fundamental, pre-
que se estenderia para o resto de suas vidas. desenvolvida a teoria da Tectônica de Placas. vistas pela BNCC. Trabalhe a valorização
O trabalho a ser realizado pela dupla consis- Tharp e Heezen [...] estabeleceram uma par-
dos conhecimentos produzidos ao longo
tia em uma tentativa de mapeamento do fundo ceria com o pintor austríaco Heinrich Berann da história e enfatize como a obtenção e
oceânico. Por ser mulher, não era permitido em 1966, que reuniu o resultado de tantos anos a análise de dados do fundo oceânico am-
que Marie fosse a campo fazer coleta de dados. de trabalho em um mapa de todo o assoalho pliaram o conhecimento a respeito desse
Assim, Heezen partia por expedições em na- oceânico. [...]
vios e mandava as informações de sondagens ambiente e serviram como argumento pa-
obtidas para Tharp, que as reunia, organizava e Fonte: VERONEZI, G. M. B.; FELISBINO, M. B. Celebrando ra a elaboração e validação da teoria da
interpretava. [...] Marie surpreendeu-se ao per- Marie Tharp – A mulher que mapeou o fundo do oceano. tectônica de placas.
ceber, ao longo de todo o Atlântico Norte, a ocor- Blogs de Ciência da Unicamp, v. 2, n. 8, 2016. Disponível
em: https://www.blogs.unicamp.br/cienciapelosolhosd • A teoria da tectônica de placas surgiu
rência de cadeias de montanhas submarinas
cortadas longitudinalmente por um sulco [...].
elas/2016/08/12/celebrando-marie-tharp-mulher-que- com base na observação de dois fenôme-
mapeou-o-fundo-do-oceano/. Acesso em: 18 jul. 2022.
nos geológicos distintos: a deriva conti-
nental, identificada no início do século XX
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO por Alfred Wegener, e a expansão do fun-
Glossário do oceânico detectada por Marie Tharp
1. De acordo com o texto, naquela época quais eram as dificuldades Heresia: ideia ou prática que e Bruce Heezen. Essa teoria foi desenvol-
encontradas por mulheres como Marie Tharp para se tornar cientistas? nega ou contraria o que foi
estabelecido por um grupo.
vida no final dos anos 1960, por Robert
2. Releia o quarto parágrafo do texto, ele apresenta características da Palmer e Donald Mackenzie, e desde en-
produção científica. Uma delas é a possibilidade de a pesquisa ser
realizada por dois ou mais cientistas. É o caso do trabalho sobre o tão tem sido universalmente aceita pelos
fundo do oceano, realizado por Heezen e Tharp. cientistas, tendo revolucionado as Ciên-
• Você consegue identificar outra característica da produção científica cias da Terra, que envolve áreas com a
nesse parágrafo? Descreva. geologia e a geofísica. Assim, é importan-
3. O texto afirma que os cientistas estabeleceram parceria com um te que os estudantes entendam também
pintor para a produção de um mapa do assoalho oceânico, reunindo a importância da divulgação científica, já
o resultado do trabalho realizado por eles. De que maneira o artista que as conclusões de um estudo podem
contribuiu para a divulgação científica?
embasar teorias desenvolvidas por outros
cientistas, colaborando com a ampliação
33 do conhecimento.
33
Orientações didáticas
• O conteúdo da seção Atitudes para a
vida objetiva mostrar aos estudantes as
influências da cultura africana no con- Atitudes para a vida REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• É possível iniciar o trabalho com essa
seção organizando uma espécie de circui-
to na sala de aula, composto por espaços
– estações – de aprendizagem indepen-
dentes e diferentes sobre o tema central.
É recomendável, pelo menos, três esta-
ções. Planeje as atividades de cada es-
tação, uma delas deve incluir o uso de
tecnologia, que pode ser uma pesquisa
na internet sobre a influência da cultura
africana na América. Em outra estação é
possível exibir objetos, músicas, alimen-
tos etc. representando a temática. Por fim,
pense em uma tarefa individual para cada
aluno do grupo, que pode ser a respos-
34
34
Orientações didáticas
• Não deixe de trabalhar com a turma as
questões do boxe Como eu me saí?. A au-
Um festival cultural chamado Pangeia toavaliação proposta leva os estudantes
a refletir sobre aspectos atitudinais, que
O nome do festival é mesmo uma
portugues/busca/portugues-brasileiro/
cultura/. Acesso em: 18 jul. 2022. que precisam de ajuste. Para isso, em ou-
A obra de arte Pequena África tras oportunidades, como após ativida-
A cultura de cada povo, apesar de suas individualidades, apresenta em São Paulo, do artista Paulo
des em grupo, reserve um momento para
influências de culturas de outros lugares e povos. Com o tema Conexão Chavonga, de 2020, foi exibida
que os estudantes possam refletir se des-
no festival Pangeia. (Acrílico
Américas e África, uma das edições do festival Pangeia, ocorrida entre sobre tela, 80 cm × 80 cm.) sa vez praticaram o exercício do diálogo e
janeiro de 2020 e abril de 2021 (que aconteceu de forma virtual), teve
como objetivo mostrar a influência da cultura africana nas Américas da empatia ao longo da atividade.
e a relação entre essas culturas. O festival Pangeia reúne atividades Respostas – Atitudes para a vida
como exposição de arte, mostras de curtas-metragens, dança, música, 1. Ambos os textos citam a separação físi-
teatro, mesas de debate, recitais de poesia etc.
ca dos continentes africano e americano,
destacando a aproximação cultural deles.
TROCAR IDEIAS SOBRE O TEMA 2. Para a resolução dessa atividade, se ne-
cessário, oriente os estudantes a realizar
Em grupo, discutam as seguintes questões.
uma pesquisa. As influências da cultura
1. O que os textos apresentados têm em comum? africana no Brasil são muitas; elas estão,
2. Determinado trecho do último texto traz a seguinte afirmação: por exemplo, na alimentação (a feijoada,
“A cultura de cada povo, apesar de suas individualidades, apresenta a cocada, a pimenta malagueta etc.), na
influências de culturas de outros lugares e povos.”. COMO EU ME SAÍ? religião (o candomblé, a umbanda etc.),
• Listem algumas influências da cultura africana no Brasil. na música e na dança (a capoeira, o sam-
3. Sobre o festival cultural Pangeia, respondam: • Contribuí para as dis- ba, o jongo, o maracatu etc.), nas palavras
cussões realizadas? do vocabulário (bagunça, dengo, zangada
a) O que vocês pensam sobre eventos artístico-culturais como esse para
a valorização da cultura afro-brasileira? • Soube considerar com etc.), entre outras.
compreensão e empa-
b) Vocês acham que eles são eficazes para promover relações de respei- tia a opinião dos meus
3. a) Resposta pessoal. b) Resposta pessoal.
to entre as pessoas, evitando situações que envolvam preconceito colegas? 4. Para essa atividade, a turma e o professor
cultural e racial? devem organizar, por exemplo, como ex-
• Complementei ou alte-
COMPARTILHAR rei minhas ideias após posição de arte, mostras de vídeos, dança,
refletir sobre as dos música, teatro, mesas de debate, recitais de
4. Organizem na escola um festival Pangeia para valorizar os povos que colegas? poesia etc. Oriente os estudantes a realizar
mais influenciaram a cultura brasileira.
uma pesquisa sobre os povos que mais in-
35
fluenciaram a cultura brasileira, entre eles,
além dos africanos, estão europeus (por
exemplo, os portugueses que trouxeram
influências em relação a danças, como o
Sugestões de recursos complementares YAZBEK, L. A influência dos povos indígenas na maracatu e o fandango, cantigas de roda,
cultura brasileira. Revista Recreio, 23 jun. 2020. como “Atirei o pau no gato” e festas po-
Artigos pulares, como as festas juninas) e asiáticos
O texto aborda, entre outros conteúdos, o uso de
MODELLI, L. Do chá ao jiu-jítsu: as influências plantas medicinais e de objetos desenvolvidos (por exemplo, os japoneses que trouxeram
japonesas na cultura do Brasil. BBC News Brasil, por povos indígenas comuns em nosso cotidiano, influências em relação às artes marciais,
18 jun. 2018. destacando as influências dos povos indígenas na como o judô e o jiu-jítsu). Não esqueça de
O conteúdo traz as influências japonesas na cultura cultura brasileira. abordar as influências dos povos indígenas
do Brasil, que incluem alimentação, espiritualidade, Disponível em: https://recreio.uol.com.br/noticias/ na cultura geral brasileira, como no folclore
artes marciais, entre outras. viva-a-historia/a-influencia-dos-povos-indigenas- (saci-pererê, curupira etc.), nas palavras do
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/ na-cultura-brasileira.phtml. vocabulário (tatu, mandioca, pipoca etc.),
brasil-44526338. Acessos em: 2 ago. 2022. entre outras.
35
Orientações didáticas
• A seção Compreender um texto traz
dois excertos sobre um mesmo tema: a
existência de vida em Marte. Solicite aos Compreender um texto
estudantes que façam a leitura silencio-
sa dos textos dessa seção. Após a leitura,
questione-os sobre o assunto abordado Evidências de água líquida em Marte
em ambos os textos. Instigue-os a fazer
a relação entre a existência de água líqui- Cientistas anunciaram [...] haver indícios de Segundo os pesquisadores, as faixas estreitas
que Marte não tenha apenas água congelada, de água tendem a aparecer durante os meses
da e a possibilidade da existência de vida mas também água corrente salgada em sua mais quentes no planeta vermelho e desapa-
em Marte, debatida no primeiro texto e, a superfície, o que aumenta as especulações recer no restante do ano. O sal diminui o ponto
presença de produtos químicos na super- sobre a existência de vida no planeta vermelho. de congelamento da água, o que explicaria os
fície desse planeta que podem destruir Com base em dados fornecidos pela sonda riachos sazonais.
qualquer organismo vivo, abordada no da Nasa Mars Reconnaissance Orbiter, em Os pesquisadores afirmaram que ainda é
segundo texto. Marte desde 2006, a equipe de pesquisadores preciso explorar mais o planeta para determi-
da França e dos EUA afirmou que linhas que
• Se julgar necessário, retome com a tur- correm sobre encostas na superfície do planeta
nar se algum tipo de vida microscópica pode
ma aspectos a respeito dos planetas do vermelho podem ser de água salgada.
existir em Marte.
Sistema Solar, destacando a posição de Os cientistas disseram ter encontrado nessas Fonte: TERRA. Nasa confirma que achou evidências de água
Marte em relação ao planeta Terra e ao linhas evidência de sais minerais “hidratados”, líquida em Marte, 28 set. 2015. Disponível em: https://
www.terra.com.br/noticias/ciencia/espaco/nasa-
Sol. Marte é o planeta mais próximo da que precisam de água para se formar. Tais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
confirma-que-encontrou-evidencias-de-agua-liquida-
Terra e o quarto planeta a partir do Sol. resultados sustentariam a hipótese de haver em-marte,dd7a48146674ebc1df9362d6165d490dbfp4zw
água líquida em Marte [...] sw.html. Acesso em: 18 jul. 2022.
• Converse com os estudantes sobre as
sondas espaciais, destacando que são
NASA/JPL-CALTECH/UNIV. OF ARIZONA
produtos da alta tecnologia. Comente
que as sondas espaciais são espaçona-
ves não tripuladas, equipadas com robôs
que podem coletar dados de planetas e
de outros componentes do Sistema So-
lar, como cometas e asteroides. Aprovei-
te o momento para relacionar o avanço
do conhecimento científico associado ao
avanço tecnológico.
Cratera Garni, em Marte, fotografada em 2013. As linhas avistadas nessa paisagem marciana indicam a existência de água líquida.
36
36
Orientações didáticas
• Explique que a Nasa é uma organiza-
ção dos Estados Unidos da América, que
Bactericidas Segundo os cientistas, o ambiente onde desenvolve tecnologias aeronáuticas e a
poderia haver mais chance de vida estaria a exploração espacial. Cite algumas realiza-
Os pesquisadores descobriram que os com-
postos são capazes de matar culturas das bac- dois ou três metros abaixo da superfície, onde ções da organização além da exploração
qualquer organismo conseguisse proteger-se
térias Bacillus subtilis, que representam o modo
da intensa radiação.
de Marte, como o envio do primeiro ser
de vida básico. humano à Lua.
À temperatura ambiente, os percloratos são “Nessas profundezas, é possível que a vida
marciana possa sobreviver”, disse Wadsworth. • O texto faz uso de palavras que não
compostos estáveis, mas em temperaturas
elevadas tornam-se ativos. [...] são habituais no cotidiano dos estudan-
Os cientistas queriam estudar qual seria a
tes. Trabalhe o significado dessas palavras
Fonte: BBC BRASIL. Por que provavelmente
reação dos percloratos em temperaturas extre- nunca encontraremos vida em Marte, 9 jul. 2017. da seguinte forma: primeiro, busque com
mamente frias, como as de Marte. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/ a turma as palavras que lhes causaram dú-
internacional-40543468. Acesso em: 18 jul. 2022.
Simulando as condições da superfície do pla- vidas quanto ao significado e escreva-as
neta, que é banhado por luz ultravioleta, mas na lousa. Depois, solicite que escrevam no
NASA/JPL-CALTECH/ASU
não de calor, descobriram que os compostos caderno o significado que atribuem para
também podem ser ativados nessa situação. aquelas palavras. Eles podem relacionar
Nos experimentos, os percloratos tornaram-se o significado delas a outros conteúdos
potentes bactericidas capazes de matar esses
estudados ou, ainda, a conhecimentos
seres em minutos, esterilizando as superfícies
do meio estudado, afirmam os pesquisadores. adquiridos fora do contexto escolar. Em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
37
37
Objetivos da Unidade
• Compreender a importância da classi-
ficação dos seres vivos.
• Conhecer os critérios utilizados para a
A classificação
2
classificação dos seres vivos. UNIDADE
UNIDADE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um alimento. artista. Após abandonar
• Conhecer doenças emergentes e ree- sua carreira como médico,
mergentes. dedicou-se à Zoologia
• Refletir sobre a interferência de aspec- e contribuiu muito para
tos diversos nas condições de saúde da o desenvolvimento
população humana. da Ciência: auxiliou na
• Analisar alguns dos principais fatos do divulgação do trabalho
período inicial da pandemia de covid-19. de Charles Darwin
• Estabelecer relações entre os municí- sobre a evolução
pios com prioridade para o controle da biológica, descreveu
doença de Chagas e as condições de mo- e nomeou muitas
radia da população desses municípios. espécies, propôs uma
classificação dos seres
• Associar a falta de saneamento básico
vivos, entre outros feitos.
como um fator importante para o aumen-
to da incidência de determinadas doenças. Além de colaborar para o
desenvolvimento científico de
• Colaborar para o controle e a preven-
sua época, Ernst Haeckel
ção de doenças comuns na comunidade.
destacou-se por suas belas
FLORILEGIUS/ALAMY/FOTOARENA – COLEÇÃO PARTICULAR
38
Orientações didáticas
• As ilustrações das páginas de abertura
desta Unidade são representações de es-
Por que estudar esta Unidade? Começando a Unidade pécies de cnidários elaboradas com base
no olhar científico e artístico do autor, com
A biodiversidade é representada pelo conjunto de 1. Você conhece os seres vivos representados nas
variadas formas de vida que habitam os diversos am- imagens? alguma liberdade de criação em relação às
bientes do planeta Terra. Para conhecer e entender a 2. Qual é a importância da classificação científica formas, às cores e aos padrões.
biodiversidade, é fundamental classificar os seres vivos e
organizar o conhecimento científico sobre eles. Mesmo
dos seres vivos? • A ilustração científica é uma ferramen-
3. Que grupos de seres vivos você conhece? Quais
com tantas pesquisas, ainda existem ambientes pouco
são suas características?
ta importante para a construção do co-
conhecidos, e os pesquisadores continuam a descobrir
seres vivos e a descrevê-los. Nesta Unidade, você apren-
nhecimento, pois, além de registrar a
derá como os seres vivos são classificados pela Ciência diversidade de formas da vida, mostra de-
e conhecerá alguns grupos. terminadas partes ou estruturas, como a
morfologia dos seres vivos representados.
• Os seres vivos das ilustrações não es-
tão representados mantendo a proporção
de tamanho entre si. Por exemplo, na pri-
meira página, o animal ilustrado bem no
centro da prancha é um representante do
gênero Porpita, que mede cerca de 3 cm
de diâmetro. Na segunda página, o animal
ilustrado no centro da parte superior da
prancha é da espécie Epibulia ritteriana, e
mede cerca de 18 mm de altura.
Respostas – Começando
a Unidade
1. É possível que os estudantes apresen-
tem dificuldade para identificar os seres
vivos representados, o importante é que
eles analisem as ilustrações, leiam a le-
genda e façam relações com organismos
que conheçam. Lendo a legenda eles
têm a informação de que são cnidários
e pode ser que conheçam alguns repre-
sentantes do grupo.
2. Essa questão visa estimular o olhar
sobre a classificação biológica e seus
usos na Ciência. Estimule os estudan-
FLORILEGIUS/ALAMY/FOTOARENA – COLEÇÃO PARTICULAR
39
39
Orientações didáticas
• O objetivo deste Tema é discutir a im-
portância da classificação para o estudo
dos seres vivos. Ao longo dos demais Te-
mas desta Unidade, serão apresentados,
TEMA
1
em maior detalhe, os vírus e os seres vi-
vos dos reinos Monera, Protoctista e Fun-
gi. Os reinos das plantas (reino Plantae)
e dos animais (reino Animalia) serão es-
Por que classificar?
tudados de modo subsequente, nas Uni-
dades 3 e 4.
• É possível realizar uma atividade com-
plementar para que os alunos realizem A classificação Um exemplo de classificação
uma classificação na prática. Leve para a facilita a Para compreender melhor a classificação dos seres vivos, iniciaremos
sala de aula imagens de diversos animais organização, com um exemplo cotidiano: uma pessoa pretende organizar o armário
(obtidas em livros ou na internet). Solici- a padronização e e o mancebo de seu quarto e, para isso, retirou todas as roupas e aces-
te aos estudantes que façam ilustrações o rápido acesso às sórios de seus lugares. Agora, ela precisa de ajuda para reorganizá-los.
representando esses animais, o que pro- informações. Observe a Figura 1 para saber o que essa pessoa possui e a Figura 2
para conhecer os itens de mobília que ela tem disponíveis. No cader-
picia a observação, retomando o assun- no, associe cada compartimento do armário e o mancebo às roupas
to da abertura da Unidade. Estimule-os a e acessórios que serão guardados neles.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
comparar características desses animais,
como a cor, a forma, a presença de deter- Figura 1
minadas estruturas, os hábitos de vida, as
formas de alimentação etc. e oriente-os a
formar grupos baseados nesses critérios.
Figura 2
Armário. Mancebo.
Itens de mobília.
40
40
Orientações didáticas
• Para auxiliar na compreensão dos es-
tudantes sobre a importância da classi-
Você deve ter considerado algumas características dos objetos para ficação biológica, compare a diversidade
organizá-los. As pessoas não costumam guardar camisetas na sapa- natural à variedade de itens disponíveis
teira e chapéus em cabides, concorda? Que critérios você considerou? em um supermercado. Em seguida, peça
Compare-os com os de seus colegas. Houve diferenças? a eles que imaginem como seria encontrar
Propomos agora que você organize esses mesmos objetos de acor- determinados produtos em um supermer-
do com as categorias: roupas casuais, roupas de inverno, acessórios
cado se não fossem classificados de acor-
e calçados.
do com alguns critérios. Outros exemplos
Mudou alguma coisa? Talvez algum objeto tenha mudado de lugar,
mas muitos deles devem ter permanecido onde estavam. Isso ocorre de classificação comuns ao cotidiano dos
porque a maioria das pessoas organiza suas roupas e seus acessórios estudantes podem ser discutidos neste
com base em critérios bem parecidos. momento, como a organização de uma
Como você pode perceber, quando classificamos as coisas em cate- biblioteca.
gorias, de acordo com suas características, tudo fica mais organizado • A organização do conhecimento em
e fácil de ser encontrado. componentes curriculares como Lín-
gua Portuguesa, Matemática, Ciências,
A importância da classificação Geografia etc., que eram chamados de
dos seres vivos disciplinas ou matérias, também é um
exemplo interessante de classificação. Se
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
41
41
Orientações didáticas
• Pode haver momentos em que os crité-
rios de classificação dos seres vivos não fi-
quem claros aos estudantes. Por exemplo, Atualmente, os critérios de classificação procuram refletir a histó-
por que não reunir baleias e golfinhos no ria evolutiva das espécies, ou seja, a história das modificações que
táxon dos peixes, mas sim os tubarões? ocorreram nos seres vivos ao longo do tempo, indicando o grau
Enfatize que um conjunto de quaisquer de parentesco evolutivo entre elas e a existência de um ancestral
elementos pode ter suas unidades clas- comum. De maneira geral, quanto maior é o grau de parentesco
evolutivo entre os seres vivos e quanto mais recente é o ancestral
sificadas ou agrupadas com base em di- comum que eles compartilham, maior é a quantidade e a relevância
ferentes critérios. Caso tenha realizado de semelhanças entre eles.
a atividade complementar proposta no Os principais critérios adotados pelos pesquisadores para estudar
início deste Tema, retomar os grupos for- as relações entre os seres vivos são morfológicos (forma do corpo),
mados com as imagens de animais pode fisiológicos (funções corpóreas), comportamentais e genéticos
auxiliar nessa compreensão. Explore os (material genético).
critérios diferentes que foram adotados
DORLING KINDERSLEY/ALAMY/FOTOARENA
GRANT HEILMAN PHOTOGRAPHY/ALAMY/FOTOARENA
por cada estudante. Por fim, explique que A Coluna B Crânio
vertebral
os seres vivos também podem ser clas-
sificados de modos variados, mas que,
atualmente, os critérios utilizados pelos Coluna
vertebral
cientistas procuram refletir a história evo-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lutiva das espécies.
(A) Esqueleto da cobra-nariz-de-
-escudo (Aspidelaps scutatus).
(B) Esqueleto de macaco-rhesus
(Macaca mulatta). Uma das
características morfológicas
Crânio
comuns a esses dois animais é
a presença de coluna vertebral
e crânio, que os agrupam
60 cm 55 cm
como vertebrados.
ONEO/SHUTTERSTOCK
A
1,5 m
42
42
Orientações didáticas
• O conhecimento científico e tecnológi-
co pode aprimorar os modelos de classi-
Histórico da classificação ficação, os quais foram primordialmente
baseados apenas na observação. Apro-
dos seres vivos veite essa discussão para explorar com os
Uma das primeiras tentativas registradas de classificação dos seres estudantes a natureza mutável da Ciên-
vivos foi feita pelo filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) há cerca cia. Espera-se que os estudantes perce-
de 2 400 anos. Ele estudou principalmente os animais e classificou-os bam que esses sistemas são passíveis
em dois grandes grupos: os “com sangue” e os “sem sangue”. O filósofo de transformações, por exemplo, com a
grego Teofrasto (372 a.C.-287 a.C.), discípulo de Aristóteles, classificou
descoberta de novas espécies. A reflexão
as plantas utilizando alguns critérios, como o tamanho, dividindo-as
em árvores, arbustos e ervas. sobre como o conhecimento científico é
provisório favorece o desenvolvimento da
Classificação biológica de Aristóteles competência específica 1 de Ciências
da Natureza para o Ensino Fundamental,
Animais prevista pela BNCC.
“Com sangue” “Sem sangue” • Existem aplicativos para celular que
como identificam espécies de plantas e de ani-
Corpo Corpo mais. Com base nessa informação, leve os
Baleia maleável
duro estudantes a refletir sobre a relação entre
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Lagarto
Pardal como tecnologia e divulgação científica, pen-
Lambari Com Sem sando nos usos que eles mesmos fazem
Abelha carapaça carapaça Exemplo de dessa relação, trabalhando desse modo a
classificação dos
como como animais de acordo competência específica 6 de Ciências
Marisco Água-viva
com a proposta da Natureza para o Ensino Fundamental,
de Aristóteles.
prevista pela BNCC.
Até o início do século XVIII, esses critérios sofreram poucas mo- • Se possível, apresente para a turma
dificações. Alguns naturalistas classificavam os animais de acordo outros exemplos de animais que com-
com seu modo de locomoção; outros, conforme o ambiente em que partilham algumas características, mas
viviam. Por exemplo, aves, morcegos e insetos eram classificados que são classificados em grupos diferen-
como animais aéreos, mas hoje sabe-se que eles são muito diferentes tes, como o morcego e o carcará. Comen-
entre si. Essas classificações, que não consideram a história evolutiva te, por exemplo, sobre os golfinhos e os
das espécies, são consideradas artificiais. tubarões, que pertencem a grupos dife-
A classificação utilizada pela Ciência atualmente é considerada rentes, mas que são aquáticos, nadam e
natural, isto é, agrupa os seres vivos de acordo com as relações de
apresentam corpos com formato seme-
parentesco evolutivo entre eles. De maneira geral, quanto mais seme-
lhanças duas espécies apresentarem entre si, mais próximo será seu lhante. Golfinhos pertencem ao grupo
grau de parentesco. dos mamíferos por apresentarem, entre
outras características, pelos e glândulas
mamárias. Já os tubarões pertencem ao
RUDMER ZWERVER/SHUTTERSTOCK
A B
(A) Morcego da espécie Pipistrellus
pipistrellus. (B) Carcará (Caracara
grupo dos peixes, respiram por brânquias
plancus). Embora apresentem algumas e têm o corpo recoberto por escamas.
semelhanças, como a presença de asas e
a capacidade de voar, esses dois animais
são classificados em grupos diferentes.
O morcego tem um grau de parentesco
evolutivo maior com outros mamíferos
e, por isso, é atualmente classificado
nesse grupo. Já o carcará tem um grau
de parentesco evolutivo maior com
outras aves e, por isso, é atualmente
24 cm 1,23 m
classificado nesse outro grupo.
43
43
Orientações didáticas
• Embora existam diversos conceitos
de espécie, nesta Unidade é trabalha-
do o conceito biológico, proposto por Níveis da classificação O sistema de classificação de Lineu
Theodosius Dobzhansky e Ernst Mayr. Se- biológica A primeira tentativa de classificação com base em características
gundo esse conceito, espécie é um grupo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ses impactos, incentive-os a pensar em Categorias taxonômicas
quais atitudes podem ser adotadas para Reino
evitar a extinção delas. Apresente à turma Animalia
BELIZAR/SHUTTERSTOCK
FABIO COLOMBINI
programas de conservação da biodiver- A B
sidade, como o Lobos da Canastra, a As-
sociação Amigos do Peixe-boi, o Projeto Filo
Arara-Azul, o Projeto Tamar, entre tantos Chordata
outros que atuam no Brasil.
1,2 m 2,5 m
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). Classe Peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis).
Mammalia
Gênero Gênero
Chrysocyon Trichechus
Espécie Espécie
Chrysocyon Trichechus
brachyurus inunguis
Representação esquemática da classificação do lobo-guará (A) e do peixe-boi-da-amazônia (B) nas diferentes
categorias taxonômicas. Note que eles pertencem ao mesmo reino, filo e classe.
44
44
Orientações didáticas
• Para destacar a importância da adoção
de um nome científico para cada espé-
A nomenclatura científica cie, o que possibilita sua identificação por
cientistas de maneira universal, sugere-se
A classificação de uma espécie inclui
45
45
Orientações didáticas
• O sistema de classificação desenvolvi-
do por Lineu, que se baseava em seme-
lhanças morfológicas, foi criado muito
De olho no tema Árvores da vida
antes das pesquisas que levaram à pro-
posição das árvores filogenéticas. Nes- Pesquise um animal que es- As relações de parentesco evolutivo são representadas em dia-
teja ameaçado de extinção
sas representações atuais, os organismos gramas denominados árvores filogenéticas ou árvores da vida,
e os motivos que levaram a
são agrupados de acordo com o grau de essa situação. Em seguida, como a disponível a seguir. A denominação refere-se à existência de
parentesco evolutivo entre eles, isto é, elabore um esquema com linhas que se bifurcam sucessivamente, como galhos de uma árvore.
aqueles que compartilham um ancestral sua classificação em cate- A divisão de um ramo em dois significa que um grupo ancestral, na-
comum compõem determinado grupo fi- gorias taxonômicas. Apre-
sente seu esquema aos
quele período do passado, deu origem a dois novos grupos. Na árvore
logenético. filogenética a seguir, cada extremidade de um ramo corresponde a
colegas. Há coincidências
• Atualmente, os pesquisadores ainda entre as categorias taxonô- um grupo atual. Observe que todos os seres vivos descendem de um
utilizam o sistema de classificação linea- micas dos animais escolhi- ancestral comum. Ao longo do tempo, os seres vivos passaram por
na, porém com algumas modificações. dos por vocês? Indique-as.
transformações, formando grupos distintos.
Além disso, costumam complementar e
aperfeiçoar as classificações por meio do Árvore filogenética dos seres vivos
estudo dos graus de parentesco evoluti-
PAULO MANZI/ARQUIVO DA EDITORA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Basidiomicetos
árvores filogenéticas.
Resposta – De olho no tema
Resposta pessoal. Discuta com os estu-
dantes como todos os exemplos com- Angiospermas
Vertebrados
partilham pelo menos o mesmo reino,
Animalia, que reúne todos os animais.
Animais ameaçados de extinção podem
ser consultados no site indicado em Su- Bactérias
gestões de recursos complementares Algas verdes e arqueas
desta página. É interessante trabalhar
Protoctista
Animalia
com animais da fauna brasileira, de modo
Plantae
Protoctista Monera
Fungi
que os estudantes tenham a oportunidade
de conhecer esses animais e as estratégias
para a conservação dessas espécies.
Ancestral comum de
todos os seres vivos
Representação esquemática de proposta de árvore filogenética mostrando os cinco reinos de seres vivos e os três
domínios, com alguns exemplos de seres vivos dos diferentes grupos. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)
Fonte: Adaptado de REECE, J. B. et al. Campbell Biology. 10. ed. Glenview: Benjamin Cummings, 2014.
46
46
Orientações didáticas
• Embora parte dos cientistas não consi-
dere os vírus como seres vivos, eles tam-
bém são abordados nesta Unidade, pois,
além de compartilharem algumas carac-
TEMA
2
terísticas, são parasitas intracelulares obri-
gatórios.
Os vírus • Em articulação com o componente cur-
ricular Matemática, trabalhe o tamanho
dos vírus. Inicialmente, explique aos es-
tudantes que 1 nanômetro equivale a um
bilionésimo de 1 metro. Para tornar mais
A estrutura dos vírus Os vírus são compreensível as relações entre as dife-
Os vírus são microscópicos e não apresentam organização celular. formados por uma rentes unidades de medida, mostre em
Eles são formados apenas pelo material genético, envolvido por uma cápsula de proteína um quadro, como o a seguir, a equivalên-
cápsula de proteína, chamada capsídio. Alguns vírus têm estruturas que envolve o cia entre as unidades de medida.
para aderir às células, como é o caso do vírus bacteriófago, que tem material genético.
cauda e fibras da cauda que interagem com estruturas de bactérias. Existe grande Metro 1
Os vírus só conseguem se reproduzir no interior de células vivas; polêmica sobre sua
por isso, são considerados parasitas obrigatórios. Decímetro 10
classificação como
Como não são formados por células, os vírus não se encaixam em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Bacteriófago, vírus que parasita bactérias. (Imagem obtida com SARS-CoV-2, vírus da família dos coronavírus que causa a
microscópio eletrônico, colorizada artificialmente e ampliada doença covid-19, que se tornou pandêmica em 2020. (Imagem
cerca de 220 000 vezes.) obtida com microscópio eletrônico, colorizada artificialmente e
ampliada cerca de 86 400 vezes.)
47
47
Orientações didáticas
• Os agentes infecciosos relacionados
ao resfriado e à gripe são diferentes, em-
bora ambas as doenças sejam causadas A reprodução viral e as viroses
por vírus. O rinovírus é o principal agen-
te infeccioso do resfriado, e variedades Fora do ambiente intracelular, os vírus não manifestam nenhuma
atividade. Entretanto, ao entrar em contato com uma célula hospe-
do vírus Influenza causam a gripe. Discu- deira, um único vírus é capaz de originar milhões de novos indivíduos
ta com os estudantes as distinções entre em algumas horas.
essas doenças: sintomas, formas de infec- Os vírus causam doenças ou infecções chamadas viroses. Podem
ção, tratamento, prevenção, entre outros parasitar animais, plantas e outros organismos. São responsáveis por
aspectos. inúmeras doenças no ser humano, como: caxumba, rubéola, raiva,
• Estabeleça um debate em sala de au- sarampo, hepatite infecciosa, dengue, gripe, resfriado, covid-19,
la e peça aos estudantes que argumen- poliomielite, herpes, febre amarela e aids.
tem sobre a importância da vacinação
Infecção viral em uma bactéria
para a saúde individual e coletiva, con-
CECÍLIA IWASHITA/ARQUIVO DA EDITORA
siderando o que foi apresentado. Tais en- Vírus
caminhamentos mobilizam a habilidade
Material
EF07CI10 e contribuem para o desenvol- genético Novos
vimento do TCT – Saúde. O desenvolvi- viral vírus
Bactéria
mento da habilidade e do TCT também é
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
favorecido pela apresentação do tópico
vacinação, que dá subsídios ao estudan-
te para argumentar sobre a importância
dessa atitude para a saúde individual e 1 2 3
coletiva. Material genético bacteriano
• Destaque que os métodos aplicados
pelo médico Jenner não seriam aceitos (1) A infecção pelo bacteriófago (2) Dentro da célula, o (3) A célula se rompe e libera
atualmente, em razão dos riscos a que as é iniciada pela invasão de uma material genético uma enorme quantidade de
célula hospedeira, na qual é do vírus é multiplicado vírus, que podem invadir
pessoas eram submetidas. Hoje, existem injetado material genético viral. rapidamente e é utilizado outras células hospedeiras,
métodos mais seguros e padronizados de na produção de novos vírus. reiniciando o ciclo.
testar uma vacina. Além disso, há regras e Representação esquemática das etapas da infecção de uma bactéria por um bacteriófago. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
comissões que analisam como esses tes- Fonte: Adaptado de SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da Biologia. Porto Alegre: Artmed, 2009.
tes são realizados, o que envolve diversos
aspectos éticos.
Vacinação
• Esclareça aos estudantes que a varío-
la citada neste Tema corresponde à varíola A varíola é uma doença muito grave, causada por vírus, que causou
surtos no Brasil e em outros países. Ela provoca erupções pelo corpo
humana, que já foi erradicada no mundo, e frequentemente a morte dos pacientes. Os chineses, muito tempo
na década de 1980, como resultado de antes da invenção da vacina, trituravam as cascas de feridas de varíola e
políticas de vacinação. Ela é diferente sopravam o pó através de um cano de bambu nas narinas das crianças.
da varíola dos macacos, doença que apre- Muitas das crianças que recebiam esse tratamento ficavam protegidas,
sentou rápido avanço em 2022. não sendo contaminadas pelo vírus da varíola mesmo ao entrar em
contato com pessoas doentes.
No final do século XVIII, o médico britânico Edward Jenner
(1749-1823) observou que algumas vacas tinham feridas parecidas
com as da varíola e que mulheres responsáveis pela ordenha desses
animais, se expostas a um doente de varíola, tinham uma versão bem
mais branda da doença. Ele então recolheu o líquido das feridas das
vacas e aplicou em arranhões de um garoto. Posteriormente, ao ser
exposto ao vírus da varíola, esse menino não contraiu a doença.
48
48
Orientações didáticas
• Ao conhecerem um pouco do históri-
co da vacinação, seus resultados e tecno-
Com base nos resultados desse e de outros logias envolvidas, o desenvolvimento da
vacinas para diversas viroses, como sarampo, rubéola, febre amarela vacinando um menino. 1884. Óleo vem concluir que a vacinação é a princi-
e covid-19. sobre tela, 73,1 cm × 92,7 cm).
pal forma de evitar muitas doenças virais
As primeiras vacinas para covid-19 ficaram prontas em meados de e que o uso da tecnologia para a produção
2020. Essas vacinas foram desenvolvidas e produzidas com bastante
de vacinas contribui para a qualidade de
rapidez, quando comparadas às demais vacinas. Resultado de pes-
quisas de diversos cientistas em vários países em anos anteriores, as vida e longevidade das pessoas. Os resul-
tecnologias para enfrentar o coronavírus – nome dado a uma extensa tados das pesquisas devem ser apresen-
família de vírus que apresentam características semelhantes – já tados por cada grupo para toda a turma,
existiam quando o vírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19, surgiu em da forma que julgarem mais adequada –
2019, o que contribuiu para o rápido desenvolvimento das vacinas Entrando na rede apresentações orais, visuais, entre outras.
para ajudar a conter a pandemia que afetou o mundo todo. No endereço http://www. Ao utilizar diferentes linguagens para se
ccms.saude.gov.br/revolta/ expressar e compartilhar informações,
pdf/M7.pdf há um material os estudantes estarão desenvolvendo a
Saiba mais!
do Centro Cultural do
Ministério da Saúde que
competência geral 4, da Educação Bá-
PANDEMIA, SURTO, EPIDEMIA E ENDEMIA
apresenta a história das sica, prevista pela BNCC.
Um surto de uma doença ocorre quando há aumento repentino inespe-
rado no número de casos em uma determinada região ou comunidade. vacinas e explica como elas • Ainda sobre a atividade sugerida, con-
foram capazes de erradicar verse com a turma sobre como encon-
Por exemplo, é comum a ocorrência de surto de catapora em crianças que
algumas doenças.
frequentam a mesma escola. Quando o aumento de casos de uma doença trar fontes de pesquisa confiáveis na
ocorre em diversas regiões, estados ou cidades, mas não de forma global, Acesso em: 11 jul. 2022. internet. Instrua os estudantes a sem-
é caracterizada uma epidemia. Em 2022 os casos de dengue aumentaram pre fazer a pesquisa em sites de institui-
muito em todas as regiões do país, caracterizando uma epidemia.
ções reconhecidas, como universidades
Uma pandemia pode ter origem tanto de um surto quanto de uma epide- De olho no tema
e centros de pesquisa. Questione-os por
mia, e é caracterizada pela disseminação mundial de uma nova doença, que 1. Quais são os motivos da
se espalha por diversos países ou continentes, com transmissão comunitária que, por exemplo, o link indicado na se-
discussão sobre os vírus
de pessoa para pessoa, não sendo possível rastrear os casos. serem ou não serem con- ção Entrando na rede é considerado uma
Já a endemia acontece quando uma doença se manifesta com frequência siderados seres vivos? fonte confiável de pesquisa.
em determinada região, apresentando um número de casos esperado 2. Explique a importân-
previsível, pois existe um padrão relativamente estável na sua ocorrência. cia da vacinação para a
A malária é um exemplo de doença endêmica em diversos países, incluindo manutenção da saúde
o Brasil. individual e coletiva.
49
49
Orientações didáticas
• O reino dos moneras é composto de
diversas formas de vida, muitas delas mi-
croscópicas e, por isso, geralmente pou-
co familiares aos estudantes. Sugere-se
TEMA
3
apresentar vídeos e imagens de seres vi-
vos representantes desse reino para que
eles possam familiarizar-se com suas ca-
racterísticas principais.
O reino dos moneras
• Estudos indicam a presença de sedi-
mentos com arqueas desde o Pré-cam-
briano, há aproximadamente 3,5 bilhões O reino dos moneras reúne seres unicelulares e procarióticos. Seus
de anos, quando a Terra era coberta por Todos os seres
representantes são as bactérias e as arqueas. Há poucas décadas, com o
oceanos e a temperatura era bastan- procarióticos são avanço das pesquisas, foi possível diferenciar esses dois tipos de seres pro-
te elevada. Esse ambiente exerceu forte classificados no carióticos, que passaram a ser classificados em dois domínios diferentes.
pressão seletiva, e especula-se que a ca- reino Monera.
pacidade de muitas espécies de arqueas As arqueas
existentes atualmente de ocupar ambien-
As arqueas são encontradas em diversos ambientes. Muitas delas
tes extremos seja consequência desse his-
conseguem sobreviver em ambientes com condições extremas, como
tórico evolutivo. Informe aos estudantes pântanos (onde há baixa disponibilidade de gás oxigênio), salinas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que alguns pesquisadores se referem às (onde existe grande concentração de sal) e poças de origem vulcâ-
arqueas como “fósseis vivos”, por forne- nica (onde a temperatura é muito alta). As arqueas são procarióticas,
cerem pistas a respeito de como a vida assim como as bactérias, porém diferem delas significativamente em
evoluiu no planeta Terra. relação a outras características, como a composição genética.
• Embora em menor quantidade e diver-
50
50
Orientações didáticas
• Trabalhe minuciosamente as imagens
que trazem as diferentes formas de célu-
A estrutura celular das bactérias las bacterianas. Ressalte que há imagens
As bactérias são seres microscópicos, medidas geralmente em
obtidas com microscópio óptico e ima-
micrômetros (μm). Elas podem viver isoladamente ou em grupos, gens obtidas com microscópio eletrôni-
constituindo colônias, e suas células podem apresentar diversas formas. co. Peça aos estudantes que comparem
as ampliações dessas imagens.
PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
EYE OF SCIENCE/SCIENCE
PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
influencia seu impacto na sociedade. Em
parceria com o professor de História, po-
de-se realizar uma pesquisa sobre a des-
coberta das bactérias. Quando ocorreu?
Quais foram os principais fatos históricos
Coco (forma esférica). Estreptococo Bacilo (forma de
da época? Quais eram as características da
(colônia de cocos). bastonete). sociedade? Os resultados dessa pesquisa
Diferentes formas de células e podem ser apresentados em forma de um
DENNIS KUNKEL MICROSCOPY/SCIENCE
PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
da espécie Neisseria meningitidis
dantes podem pesquisar imagens para o
DR GOPAL MURTI/SCIENCE
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Orientações didáticas
• Para verificar a rápida reprodução das
bactérias, desenvolva uma cultura de mi-
crorganismos e analise com a turma. Para Divisão binária A reprodução das bactérias
isso, reúna os seguintes materiais: placas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de água etc. Em seguida, eles devem es- Representação esquemática da
divisão binária de uma célula classificadas em:
fregar a haste flexível cuidadosamente na
superfície do ágar, fechar e identificar o
bacteriana, em corte. (A e B)
O DNA da bactéria se duplica.
• bactérias autotróficas fotossintetizantes, como cianobactérias:
elas apresentam o pigmento clorofila, fundamental para a realização
recipiente, escrevendo o local da coleta (C, D e E) A bactéria mãe se divide
em duas bactérias filhas, cada da fotossíntese. Com as algas (reino dos protoctistas), produzem
e o nome do grupo. Guarde os recipien- uma com uma cópia do material grande parte do gás oxigênio do planeta e habitam principalmente
tes em um local protegido e distribua-os genético inicial. (Imagem sem
ambientes aquáticos.
aos grupos após 24, 48 e 72 horas, ins- escala; cores-fantasia.)
• bactérias autotróficas quimiossintetizantes: elas utilizam subs-
truindo-os a fazer observações sobre o Fonte: Adaptado de TORTORA,
G. J. et al. Microbiologia. 6. ed. tâncias inorgânicas, como compostos de ferro, enxofre ou nitrogênio,
crescimento de microrganismos e regis- Porto Alegre: Artmed, 2000. para produzir o próprio alimento, independentemente da luz.
tros sobre o que observarem. É provável
que se observe o crescimento de fungos • bactérias patogênicas: podem causar diversas
SIMONKR/GETTY IMAGES
52
52
Orientações didáticas
• A leptospirose é uma doença que ocor-
re em todas as regiões do Brasil, com pre-
Saiba mais! domínio das regiões Sul e Sudeste. Na
seção Atividades da próxima página, é
LEPTOSPIROSE proposta aos estudantes uma pesquisa
A leptospirose é uma doença infec- sobre a incidência dessa doença e a rela-
As bactérias e a Biotecnologia
A tecnologia que emprega os conhecimentos sobre os seres vivos
geralmente com objetivos produtivos é denominada Biotecnologia.
A produção de antibióticos, vitaminas, laticínios, vinagre e de alguns
combustíveis, por exemplo, é feita com o uso de bactérias.
As bactérias também podem ser manipuladas geneticamente
para que se obtenham produtos de interesse humano. Por exemplo, De olho no tema
algumas bactérias podem receber fragmentos de DNA de outros
1. Todas as bactérias são
seres vivos e ser induzidas a produzir materiais de interesse, como a
prejudiciais aos seres hu-
insulina humana. manos? Justifique.
Há também bactérias que podem ser utilizadas no processo de
2. Descreva como as bac-
biorremediação, que emprega seres vivos para a descontaminação térias podem ser classi-
de ambientes. Elas são capazes de degradar óleos e outros poluentes, ficadas.
retirando-os do ambiente.
53
53
Respostas – Atividades
1. a) Não, o gato-mourisco pertence à fa-
mília Felidae e o gato-de-algália pertence
à família Viverridae. b) Não, a espécie da Atividades TEMAS 1 A 3 REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e coleta de lixo, e maior acesso da população
res, heterotróficos; Animalia: eucarióticos, Felis catus aos serviços de saúde, com relativa melhoria na
(Gato Felis
pluricelulares, heterotróficos; Plantae: eu- doméstico) qualidade do atendimento pré-natal e durante
carióticos, pluricelulares, autotróficos. os primeiros anos de vida dos bebês. […]
3. Os vírus só conseguem se reproduzir a) O gato-mourisco e o gato-de-algália perten-
Fonte: QUAINO, L. Mortalidade infantil cai 90% em quatro
cem à mesma família? Explique.
no interior de células vivas; por isso, são décadas no país, diz IBGE. G1, 30 nov. 2015. Disponível
em: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/
b) A suçuarana e o gato-mourisco pertencem à
considerados parasitas intracelulares obri- mortalidade-infantil-cai-90-em-quatro-decadas-
mesma espécie? Explique.
gatórios. no-pais-diz-ibge.html. Acesso em: 11 jul. 2022.
c) O gato doméstico, a jaguatirica e o gato-de-
4. A maioria das bactérias se reproduz -algália pertencem à mesma ordem? Explique. a) Conforme dados divulgados pelo Instituto
por um processo denominado divisão bi- d) O gato doméstico, o gato-mourisco e o gato-
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
nária, que consiste na divisão da bactéria de 1940 a 2019 a taxa de mortalidade infantil
-de-algália, por serem gatos, apresentam o
caiu cerca de 92%.
mãe em duas bactérias filhas idênticas. mesmo grau de parentesco evolutivo entre
si? Explique. • De acordo com o texto, quais ações de
5. O paciente devia estar com uma in- políticas públicas contribuíram para essa
fecção bacteriana, pois foi tratado com 2. Faça uma tabela comparando os cinco reinos redução? Busque informações sobre a
antibióticos. dos seres vivos quanto ao tipo de células, à participação de cientistas na proposição
6. a) Melhorias nas condições de vida, quantidade de célula e à forma de nutrição. dessas políticas.
aperfeiçoamento das condições sani- 3. Por que os vírus são parasitas intracelulares b) Como o desenvolvimento de vacinas
tárias, higiene pública, combate aos obrigatórios? pode contribuir para a redução da taxa de
mortalidade infantil? Explique com base na
mosquitos vetores, aperfeiçoamento 4. Como acontece a reprodução na maioria das
forma de atuação das vacinas.
de vacinas e outros meios de medicina bactérias? Descreva.
preventiva, aumento da escolaridade COMPARTILHAR
ANALISAR
feminina, elevação do percentual de 5. Um paciente chegou a um hospital com febre 7. Faça uma pesquisa sobre a incidência de
domicílios com esgotamento sanitário, alta e enjoo. Após alguns exames, os médicos leptospirose no estado em que você vive.
água potável e coleta de lixo e maior receitaram um antibiótico para tratar a doença. Em seguida, reúna-se em grupo para discutir
acesso da população aos serviços de saú- Depois de alguns dias de tratamento, o paciente os valores encontrados e relacione-os às
de, com relativa melhoria na qualidade apresentou melhora considerável. condições de saneamento básico da região.
• Pelo texto, você diria que o paciente estava Proponham medidas para controlar essa
do atendimento pré-natal e durante os
com uma infecção causada por vírus ou bac- doença. Para finalizar, produzam cartazes
primeiros anos de vida dos bebês. Ao
térias? Por quê? reunindo essas informações.
buscar informações sobre a participação
de cientistas na proposição dessas polí- 54
ticas, os estudantes devem concluir que
muitas delas contam com a participação
da comunidade científica, que fornece
informações de qualidade para orientar organismo de futuras infecções que po- quisa). Entre as medidas propostas pe-
ações e programas realizados por go- deriam levar à morte. Essa atividade fa- los grupos podem estar a ampliação da
vernantes. Essa atividade favorece o de- vorece o desenvolvimento da habilidade cobertura de saneamento básico e o con-
senvolvimento da habilidade EF07CI09. EF07CI10. trole de roedores. Essa atividade favorece
b) A vacinação pode prevenir uma série 7. Auxilie os estudantes na busca dos da- o desenvolvimento parcial da habilidade
de doenças infecciosas, pois as vacinas dos sobre a incidência de leptospirose e EF07CI09, na medida em que envolve
contêm o microrganismo patogênico a cobertura de saneamento básico na re- a interpretação das condições de saúde
morto ou enfraquecido ou partes dele gião em que vivem e no restante do Bra- da comunidade com base na análise da
ou de seu material genético, que ao ser sil (os materiais indicados nas Sugestões cobertura de saneamento básico e da in-
aplicada em uma pessoa, promove uma de recursos complementares da página cidência de uma doença.
reação no sistema imune, protegendo o anterior podem ser boas fontes de pes-
54
Orientações didáticas
• Esta seção problematiza a capacidade
de a definição de um conceito dar con-
Pensar Ciência ta de abarcar a diversidade e a pluralidade
em que a realidade se apresenta. Traba-
lhe a definição do termo vida e a necessi-
O que é vida? dade de ter uma concepção ampla para
Quando o termo “biologia” começou a ser reprodução caracterizam algo como vivo; outros esse termo, de forma que abranja toda a
discutido e adotado, por volta de 1800, a Ciên- preferem considerar vivos apenas os seres que biodiversidade que conhecemos e, ain-
cia se deparou com o desafio de definir o que é se replicam e conseguem transmitir seus genes da, esteja aberta ao surgimento de novas
vida. Uma das grandes dificuldades para chegar para as próximas gerações, ou seja, podem se possibilidades.
a uma definição é que há várias maneiras de reproduzir. • Essa problematização, entretanto,
compreender esse conceito. É importante lem- No entanto, nenhuma definição será com- não impede que a Ciência trabalhe com
brar, no entanto, que a Ciência não considera as pleta ou conseguirá abarcar toda a diversidade
concepções religiosas ou não detectáveis, como do que podemos compreender como vida.
a interpretação da realidade a partir da
“alma”, “força vital” ou outras. Talvez seja preciso repensar o próprio conceito conexão entre conceitos, testando sua efi-
Identificar se algo é (ou está) vivo é uma ta- de “definição” adotado na Ciência atual. A bus- ciência e credibilidade e reformulando-
refa muito difícil. Sementes de plantas podem ca por definições exige respostas únicas para -os, quando for o caso. Essa circunstância
permanecer por anos no chão da mata sem ne- um conceito, significados fechados para uma mostra o caráter provisório do conheci-
nhuma alteração. Elas estão vivas? Ou devemos palavra. Conceitos complexos, como o de vida, mento científico, promovendo reflexões
considerá-las vivas apenas quando começam exigiriam a construção de uma definição aberta sobre a natureza da Ciência e desenvol-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a brotar? De acordo com alguns cientistas, o suficiente para abarcar novas possibilidades, vendo a competência específica 1 de
aspectos como metabolismo, crescimento e sem impedir a compreensão de todos. Ciências da Natureza para o Ensino Fun-
damental, prevista pela BNCC.
DNA/KOBAL/REX/SHUTTERSTOCK
55
Orientações didáticas
• Antes de iniciar o estudo desse Tema,
solicite aos estudantes que desenhem
uma alga e um protozoário conforme seus
conhecimentos prévios sobre esses seres.
TEMA
4
Recolha os desenhos e, com base nesses
registros, discuta com a turma a diversi-
dade desse reino, comparando as produ-
ções da turma com as características de
O reino dos protoctistas
protozoários e algas.
• Após a atividade de desenho, você po-
de propor aos estudantes que façam pes- O reino Protoctista inclui seres eucarióticos conhecidos popu-
quisas sobre as principais características No reino
larmente como protozoários e algas. Os protozoários são hetero-
das algas e fungos. Para isso, divida-os em Protoctista, estão tróficos e unicelulares; já as algas são aquáticas, a maioria delas
grupos e indique o assunto que cada um reunidos as algas e autotróficas fotossintetizantes e podem ser tanto unicelulares
deve pesquisar. Depois peça que prepa- os protozoários. quanto pluricelulares.
rem uma apresentação multimídia para a
turma, com as principais informações co- As algas
letadas e com imagens ilustrativas. A par- As algas formam um grupo muito numeroso. Existem algas micros-
tir dessa abordagem vá trabalhando os cópicas e algas macroscópicas. O corpo das espécies pluricelulares,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conteúdos do Tema, por meio de ques- denominado talo, pode formar filamentos, lâminas ou estruturas que
tionamentos e pesquisas se necessário. lembram os caules e as folhas das plantas. No entanto, diferentemente
• Uma das algas mais comuns no litoral do que acontece nas plantas, os talos não são constituídos de tecidos
brasileiro é a alface-do-mar, que perten- nem de órgãos.
ce ao gênero Ulva. O sargaço também é
uma alga muito abundante e conhecida ANDRE SEALE/ALAMY/FOTOARENA
65 cm
Exemplo de alga pluricelular da espécie Chara rusbyana. Essa espécie de alga habita
ambientes de água doce, como lagos, lagoas e córregos.
56
56
Orientações didáticas
• A reprodução por fragmentação do talo
ocorre em algas pluricelulares, a partir da
A diversidade e a classificação das algas multiplicação celular dos fragmentos, o
As algas exibem enorme variedade de tonalidades. Além da clorofila,
que acaba por regenerar talos completos.
pigmento verde sempre presente, elas possuem outros pigmentos. Essa • A reprodução sexuada em algas en-
variedade de pigmentos é uma das características consideradas no estudo volve células especiais, os gametas, que
e na classificação desses seres. se fundem originando o zigoto. Ela po-
Entre as algas unicelulares destacam-se os dinoflagelados, os euglenoi- de ocorrer também em algas unicelula-
des e as diatomáceas. Entre as pluricelulares destacam-se as algas pardas, res. Nesse caso, cada indivíduo atua como
as algas vermelhas e as algas verdes. Nesse último grupo, também há um gameta, fundindo-se.
diversas espécies unicelulares.
• Se julgar pertinente, prepare um cul-
Algas pluricelulares apresentam estruturas mais complexas e podem
ter talos bastante especializados; elas vivem fixas no fundo de rios e mares tivo de protozoários. Com alguns dias de
ou em pedras e outros substratos. antecedência, coloque dentro de um reci-
piente com tampa uma ou duas folhas de
alface e cubra com água da torneira. Essa
LIBRARY/FOTOARENA
57
57
Orientações didáticas
• Para o estudo da reprodução dos pro-
tozoários e das algas por divisão binária,
retome a imagem “Divisão binária”, do • Rizópodes: deslocam-se por pseudópodes, que são expansões
Tema 3, que mostra esse processo em do citoplasma. Esse processo também é empregado na captura de
uma célula bacteriana. Ressalte que a ba- alimento, na chamada fagocitose. Exemplo: ameba.
se do processo é a mesma para os dife- • Flagelados: deslocam-se por meio de estruturas em forma de
rentes grupos e peça aos estudantes que chicote, os flagelos. Exemplos: giárdia e tripanossomo.
façam esquemas representando essa divi- • Ciliados: locomovem-se por meio de numerosos cílios. Exemplo:
são em protozoários e algas unicelulares. paramécio.
• A conjugação não aumenta o número
• Esporozoários: não apresentam estrutura de locomoção. A grande
de indivíduos, mas promove a recombina-
maioria é parasita. Exemplo: plasmódio.
ção do material genético; por isso, é con-
siderado um tipo de reprodução sexuada.
LIBRARY/FOTOARENA
PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplos de protozoários: (A) Ameba da espécie Amoeba proteus (ampliada cerca de 380 vezes). (B) Giárdia da
espécie Giardia lamblia, flagelado causador da giardíase, uma infecção intestinal (ampliada cerca de 2 700 vezes).
(C) Paramécio da espécie Paramecium caudatum, um ciliado (ampliada cerca de 180 vezes). (Imagens A e C
obtidas com microscópio óptico. Imagem B obtida com microscópio eletrônico, colorizada artificialmente.)
Etapas da fagocitose
A B C
Núcleo
Citoplasma
Pseudópode
58
58
Orientações didáticas
• Em parceria com o componente curri-
cular História, solicite aos estudantes que
Os protoctistas na saúde pública, Transmissão da busquem informações a respeito do uso
da alga como alimento, como moeda e até
na economia e no ambiente
doença de Chagas
como inspiração para obras de arte. Com
ecossistemas aquáticos. O fitoplâncton é responsável por cerca de pessoa, transmite o protozoário, conta-
90% de toda a produção do gás oxigênio do planeta. minando-a. A leishmaniose também é
Representação esquemática da
Protozoários e diversos outros seres vivos microscópicos hetero-
tróficos constituem o zooplâncton nos ambientes aquáticos. Muitos
transmissão da doença de Chagas. transmitida ao ser humano pela picada de
Ao picar o ser humano, o inseto
de seus representantes correspondem aos consumidores primários barbeiro pode eliminar fezes que um mosquito. Ela é causada por diferen-
(herbívoros) das cadeias alimentares aquáticas. contêm o protozoário Trypanosoma tes protozoários do gênero Leishmania.
cruzi, causador da doença de
Chagas. Se a pessoa coçar o local
• Comente com a turma sobre estudos da
Saiba mais! da picada, o protozoário pode biotecnologia que envolvem a utilização
FLORESCIMENTO DO FITOPLÂNCTON
entrar na corrente sanguínea dela e de algas em estações de tratamento de
contaminá-la. (Imagem sem escala;
cores-fantasia.) esgoto e na produção de combustível.
Em condições específicas de excesso de nutrientes na água e de
temperatura e luminosidade, pode ocorrer o florescimento do
Ambos são importantes para o ambiente,
fitoplâncton: os microrganismos que compõem o fitoplâncton o primeiro tem como objetivo o retorno
multiplicam-se rapidamente, formando manchas na superfície de água mais limpa aos rios e o segundo
da água. visa diminuir a emissão de poluentes no
Após esgotar os nutrientes, o fitoplâncton começa a morrer, po- ar. Para mais informações, consulte a
dendo tornar a água pobre em gás oxigênio. Em decorrência disso, reportagem mencionada nas Sugestões
ocorre a morte de peixes e de outros seres vivos aquáticos. de recursos complementares da página
O florescimento do fitoplâncton pode ter causa natural, mas tam- anterior.
bém pode estar relacionado à poluição decorrente da descarga • Solicite aos estudantes que pesquisem
excessiva de nutrientes na água, por meio do esgoto, por exemplo.
a respeito da legislação que regulamenta
De olho no tema
o uso de corpos de água e das ações pa-
ALDO CARNEIRO/FUTURA PRESS
59
Orientações didáticas
• Para iniciar os estudos deste Tema, se
houver um parque ou uma praça próxi-
mos à escola, organize uma visita com
os estudantes a um desses locais com o
TEMA
objetivo de observar os fungos. Nesses
5
lugares, os fungos orelha-de-pau são ge-
ralmente encontrados. Certifique-se de
que todos possam observar os fungos en-
O reino dos fungos
contrados e promova com a turma uma
discussão sobre as características desses
seres vivos, a fim de levantar os conheci-
Os fungos são seres vivos eucarióticos e podem ser unicelulares
mentos prévios dos estudantes. Tome os Os fungos são
ou pluricelulares. Entre os fungos unicelulares, podemos destacar as
devidos cuidados para mover folhas ou fundamentais para leveduras, presentes nos fermentos biológicos. A maioria, porém, é
troncos caídos, por exemplo, ao procurar a manutenção pluricelular, como os cogumelos, as orelhas-de-pau e os bolores.
os fungos. Essa busca deve ser feita por de todos os Todos os fungos apresentam parede celular externa à membrana
você; instrua os estudantes a não tocarem ecossistemas do plasmática, o que lhes confere rigidez elevada e maior resistência.
nos fungos ou nesses outros elementos planeta Terra. Nos fungos pluricelulares, as células estão agrupadas em filamen-
para evitar acidentes. Explique também a tos, denominados hifas, que podem ter apenas alguns milímetros
eles que devem interferir o mínimo pos- ou chegar a quilômetros de extensão. O conjunto de hifas constitui o
WARWICK SLOSS/NATURE PL/FOTOARENA
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sível no ambiente. uma porção do corpo desses seres vivos.
• A utilização de fatias de pão de fôrma
próximo do prazo de validade facilita a O processo de alimentação dos fungos
execução da atividade proposta na seção
Os fungos são heterotróficos e desempenham um papel importante
Vamos fazer, pois possibilita o crescimen- na decomposição e na reciclagem de nutrientes no ambiente. Em seu
to dos fungos pelo tempo de exposição e processo de alimentação, as hifas que constituem o micélio envolvem
pela perda de eficiência do conservante. 10 cm o alimento e liberam substâncias para digeri-lo. Depois de digerido, o
Oriente os estudantes a não ingerir esse alimento é absorvido pelas células do micélio. Nos fungos unicelulares,
pão. O lacre dos sacos plásticos destina-se Cogumelo venenoso da espécie que não formam micélios, todo esse processo é realizado pela única
a manter a umidade elevada e a garantir Amanita muscaria. célula do indivíduo.
que os estudantes não entrem em conta-
to com os fungos, diminuindo o risco de Vamos fazer REGISTRE EM SEU CADERNO
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60
Orientações didáticas
• Muitos fungos parasitas causam diver-
sos prejuízos a plantações tanto no Brasil
A reprodução dos fungos quanto em outros países. Com o profes-
sor de Geografia, proponha a realização
A maioria dos grupos de fungos apresenta reprodução sexuada: de uma pesquisa sobre os fungos que
forma-se uma estrutura especializada chamada corpo de frutifica-
ção, o cogumelo, na qual ocorre a produção de células reprodutivas,
frequentemente atacam as lavouras no
os esporos. Os cogumelos geralmente são temporários, porque se Brasil. Como esses fungos atuam sobre
desintegram após a liberação dos esporos. Os esporos originam hifas, as plantas? Em que regiões já são uma
que podem se fundir produzindo um novo micélio. preocupação? Qual é a quantidade de
safra perdida? Busque informações a res-
Reprodução de um fungo peito do prejuízo que esses fungos já cau-
SAMUEL SILVA/ARQUIVO DA EDITORA
Corpo de frutificação
saram e medidas de controle e prevenção
Representação esquemática já desenvolvidas por pesquisas no país.
da reprodução de um fungo Os materiais indicados em Sugestões de
pluricelular. O corpo de frutificação
Esporos do fungo libera esporos, que
recurso complementar desta página tra-
dão origem às hifas. A fusão das zem alguns exemplos.
hifas gera o micélio, que, por fim, • Comente que apesar de existirem fun-
pode formar um novo corpo de
frutificação, capaz de produzir gos que prejudicam os cultivos agrícolas há
Micélio novos esporos. (Imagem sem muitos também que contribuem para o seu
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
escala; cores-fantasia.)
desenvolvimento. Há, por exemplo, fungos
Hifas
Fonte: Adaptado de REECE, que combatem pragas agrícolas, represen-
J. B. et al. Campbell Biology.
10. ed. Glenview: Benjamin tando uma alternativa aos agrotóxicos.
Fusão das hifas Cummings, 2014.
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61
Orientações didáticas
• Quando se aborda a temática dos fun-
gos, comumente os estudantes associam
a cogumelos. Ao estudar a classificação • Mutualísticos: interagem com outros seres vivos, sendo ambos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os liquens são extremamente
São conhecidas aproximadamente 100 mil espécies de fungos. Um
sensíveis a alterações ambientais, dos critérios utilizados para classificar os fungos nos grupos descritos
sendo utilizados como bioindicadores a seguir é a forma do corpo.
de poluição atmosférica. Ou seja, a
presença de liquens sugere baixo
• Quitridiomicetos: a maioria desses fungos é filamentosa, aquática
índice de poluição do ar. (A) Liquens e apresenta flagelos em algum estágio do ciclo de vida. Uni ou
no tronco de uma árvore. (B) Detalhe pluricelulares, constituem o grupo mais antigo dos fungos, o qual
de um líquen. Note a associação entre estima-se que tenha surgido há cerca de 400 milhões de anos.
as algas unicelulares (esferas verdes)
e as hifas dos fungos (estruturas • Zigomicetos: muitos representantes são conhecidos como mofos.
tubulares de cor clara). (Imagem São responsáveis pelo apodrecimento de alguns alimentos. Outros
obtida com microscópio eletrônico,
colorizada artificialmente e ampliada
podem causar doenças em plantas e animais, inclusive nos seres
cerca de 680 vezes.) humanos.
• Basidiomicetos: são fungos pluricelulares que formam corpos de
Glossário frutificação em formato de chapéu, os cogumelos. Alguns são comes-
Fermentação: processo de tíveis, como o champignon, e outros são extremamente venenosos,
obtenção de energia a partir como os do gênero Amanita.
de açúcares.
• Ascomicetos: inclui as leveduras, que, por realizarem fermenta-
ção, são utilizadas na produção de pão, cerveja e vinho. Há espé-
cies parasitas, como a Candida albicans, causadora da candidíase
CRÉDITO FOTOS: (A) EYE OF SCIENCE/SCIENCE PHOTO
LIBRARY/FOTOARENA; (B) ED RESCHKE/GETTY IMAGES
A ou “sapinho”.
62
62
Orientações didáticas
• Comente com os estudantes que pos-
sivelmente a descoberta da penicilina
Os fungos no ambiente, na economia poderia não ter ocorrido na época se
Fleming não tivesse controlado sua im-
e na saúde pública pulsividade diante do que pareciam ser
Os fungos são extremamente importantes para o equilíbrio dos apenas culturas contaminadas sem uti-
ecossistemas. Com certas bactérias, eles desempenham o papel de lidade. Estimule os estudantes a sempre
decompositores na cadeia alimentar, reciclando os nutrientes. analisar os trabalhos que realizam, con-
Cerca de duzentos tipos de cogumelos são utilizados na alimen- siderando mesmo os resultados não es-
tação humana. Alguns, como o basidiomiceto Agaricus campestris, perados e que à primeira vista possam
conhecido como champignon, são amplamente cultivados.
ser classificados como inadequados ou
Os fungos estão presentes em processos diversos de produção de
alimentos. Alguns são utilizados na fabricação de queijos, e as leveduras, incorretos.
• Ao final deste Tema, pode ser aplicada a
ONLY_FABRIZIO/ISTOCK/GETTY IMAGES
como as do gênero Saccharomyces, são empregadas na produção
de pães, de bebidas alcoólicas (como cerveja, vinho e cachaça) e de Oficina 2 – Conservação de alimentos, em
etanol combustível. que os estudantes fazem um experimen-
Desde 1940, os fungos têm sido empregados na indústria farma- to sobre a decomposição de um alimento
cêutica para a produção de antibióticos e de outros medicamentos. em diferentes condições de conservação.
Os fungos também estão relacionados à decomposição e à conta-
minação de alimentos com substâncias tóxicas. É o caso das toxinas Resposta – De olho no tema
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
liberadas por fungos do gênero Aspergillus, que podem ser encontrados Ao final do estudo desse Tema é impor-
As manchas azul-esverdeadas do
em alimentos contaminados, com maior ocorrência em grãos como queijo tipo gorgonzola devem-se tante que os estudantes reconheçam algu-
amendoim, arroz, aveia etc. Além disso, diversas espécies de fungos ao crescimento de um fungo do mas características e identifiquem alguns
são parasitas e causam doenças em plantas e em animais. gênero Penicillium. representantes dos fungos. Uma caracte-
rística importante é que os fungos são se-
Saiba mais! res eucarióticos, podendo ser unicelulares,
ALEXANDER FLEMING E A DESCOBERTA DA PENICILINA como as leveduras, ou pluricelulares, como
No verão de 1928, o biólogo esco- os cogumelos. Outra característica é que
BIOPHOTO ASSOCIATES/SCIENCE SOURCE/FOTOARENA
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63
Orientações didáticas
• O estudo dos microrganismos também
ajuda a compreender os mecanismos de
transmissão de diversas doenças. O ob-
jetivo é levar os estudantes a conhecer
TEMA
6
exemplos de doenças importantes no
cenário da saúde pública brasileira, as-
sociando-as à interferência humana no
O ambiente, a saúde e os
ambiente. seres microscópicos
• Comente que a aids era uma doença
emergente até o início da década de 1980
e que, após quedas seguidas, o número de
casos de aids apresentou crescimento no A transmissão de Doenças emergentes e reemergentes
Brasil nos últimos anos. Alguns pesquisa- várias doenças é Doenças emergentes são doenças novas, desconhecidas da popu-
dores estimam que a redução no número favorecida pela lação, causadas geralmente por agentes nunca antes descritos, como
de contágios levou as pessoas a acreditar forma como são era a aids até o início da década de 1980 e a covid-19 em 2020.
que a epidemia havia acabado. Reforce realizadas as As doenças reemergentes são aquelas já conhecidas, que haviam
aos estudantes a importância das medi- intervenções sido controladas, mas voltaram a ameaçar a saúde humana, como
humanas no a dengue e a tuberculose, que têm voltado a ser registradas com
das preventivas. Trabalhe com o compo- frequência nas últimas décadas.
nente curricular Matemática e, usando ambiente.
Os agentes causadores de doenças podem ser vírus, bactérias, fun-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dados do Ministério da Saúde, peça a eles gos, protozoários, entre outros microrganismos. Eles são denominados
que montem gráficos indicando o número patogênicos, e as doenças que eles causam são chamadas infecciosas.
de casos da doença nos últimos dez anos
FABIO COLOMBINI
para verificar a variação nesse período. A poluição atmosférica, comum em grandes
centros urbanos, é a causa de muitas doenças.
• O conteúdo desenvolvido ao longo des- Além de ocasionar problemas respiratórios, o
te Tema favorece o desenvolvimento da ar poluído contribui para comprometer nosso
habilidade EF07CI09, ao proporcionar a sistema de defesa contra organismos patogênicos
(São Paulo, SP, 2021).
interpretação das condições de saúde de
determinadas populações, analisando in-
dicadores de saúde e os resultados de po-
líticas públicas.
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Orientações didáticas
• Verifique se os estudantes conhecem
o conceito de cada um dos fatores que
Fatores de transmissão das doenças facilitam a transmissão de doenças cita-
dos no texto: demográficos, socioeco-
Vários são os fatores que facilitam as transmissões de doenças, nômicos, políticos, culturais, ambientais
como os demográficos, os socioeconômicos, os políticos, os culturais
e os ambientais, além da falta de vigilância sanitária. Observe a seguir
e falhas na vigilância sanitária. Primeiro,
alguns exemplos. proponha uma busca no dicionário. De-
pois, trabalhe com análises de situações
• A tuberculose, doença bacteriana que foi a causa da morte de
práticas, mostrando como tal fator facili-
milhões de pessoas no século XIX, teve novo surto na década
de 1990 e causou diversas mortes. De acordo com o Ministério ta a transmissão de determinada doença.
da Saúde, aproximadamente um terço da população mundial está Por exemplo, entre os principais fatores
infectado pela bactéria causadora da tuberculose (Mycobacterium de risco para o cólera está o consumo de
tuberculosis), com risco de desenvolver a doença. Em 2020, a Orga- água sem tratamento adequado e a ca-
nização Mundial da Saúde (OMS) estimou 1,3 milhão de mortes em rência de coleta e tratamento do esgoto,
decorrência da doença no mundo. Entre as razões para tal situação que atinge as áreas mais pobres e vulnerá-
estão: a desigualdade social e suas implicações, que levam à difi- veis. Portanto, a transmissão do cólera es-
culdade de tratamento; a aids, que diminui a resistência do orga- tá relacionada a fatores socioeconômicos.
nismo às doenças; os movimentos migratórios; o envelhecimento
da população; e a ineficiência dos programas públicos de controle
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da tuberculose.
• A volta do cólera na América Latina em 1991 – atingindo mais de
1 milhão de pessoas e causando 11 mil mortes – é um exemplo
de doença bacteriana infecciosa que reaparece em decorrência
da falta de saneamento básico e da deficiência dos programas de
saúde pública. No Haiti, por exemplo, o cólera reapareceu em 2010,
após um grande terremoto que destruiu boa parte do país. Dados
mostram que o cólera matou mais de 10 mil pessoas entre 2010 e
2016 nesse país. Após esse período, houve a diminuição do surto e,
em 2021, nenhum caso de cólera confirmado foi relatado no Haiti.
• A dengue, a chikungunya e a zika são cau-
RITA BARRETO/FOTOARENA
sadas por vírus transmitidos pela picada do
mosquito Aedes aegypti. Em 2021, até o mês
de novembro, foram registrados no Brasil
quase 503 mil casos de dengue, mais de
93 mil de chikungunya e mais de 6 mil
de zika. A prevenção dessas doen-
ças é feita principalmente por
meio da eliminação dos focos
de reprodução do mosquito
e necessita da participação de
toda a população.
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65
Orientações didáticas
• Explique que o vírus Influenza A é
classificado em dois subtipos: A(H1N1)
e o A(H3N2). Porém, os sintomas são os Gripe: por que vacinar?
LIBRARY/FOTOARENA
DENNIS KUNKEL MICROSCOPY/SCIENCE PHOTO
mesmos, febre alta, tosse, garganta infla-
mada, dores de cabeça, no corpo e nas ar- A gripe é uma doença bastante comum, causada por variedades do
vírus Influenza. Há muitas variedades desse vírus, que podem provocar
ticulações, calafrios e fadiga. Ressalte que tipos diferentes de gripe, algumas com sintomas mais brandos, outras
os quadros de infecção por esses vírus po- mais graves. Em março de 2009, a OMS anunciou a ocorrência de casos
dem evoluir para casos graves e morte em de infecção pelo vírus Influenza A (subtipo H1N1), um tipo de gripe,
crianças, idosos, gestantes e indivíduos inicialmente no México e, algum tempo depois, em vários países, entre
com comorbidades. eles o Brasil. O aumento do número de viagens internacionais parece
ter acelerado a disseminação da doença.
Respostas – De olho no tema No início de 2022, casos de infecção pelo vírus Influenza A (agora,
1. Doenças emergentes são doenças no- Influenza A vírus H1N1, que causa do subtipo H3N2) se espalharam pelo Brasil. A baixa cobertura vacinal
vas, desconhecidas da população, causa- a gripe A. (Imagem obtida com contra a gripe é um dos motivos que explica o crescimento de infecções
microscópio eletrônico, colorizada
das geralmente por agentes nunca antes artificialmente e ampliada cerca de
por esse vírus.
descritos. Doenças reemergentes são 54 800 vezes.) Você já reparou que todos os anos acontece a campanha de vacinação
aquelas já conhecidas, que haviam sido contra a gripe? Apesar dessa iniciativa, continuamos sendo infectados
controladas, mas voltaram a ameaçar a pelo vírus dessa doença. Então, é válido perguntar: por que vacinar?
De olho no tema
saúde humana. O vírus da gripe muda constantemente, criando subtipos, o que torna
1. Diferencie doenças emer- a vacina do ano anterior ineficaz contra o novo tipo viral. Dessa forma,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Vários fatores facilitam as transmissões gentes de doenças ree- anualmente a OMS, em conjunto com as autoridades de cada país,
de doenças, como os demográficos, os mergentes. identifica as formas mais recentes do vírus e produz uma nova vacina.
socioeconômicos, os políticos, os cul- 2. Cite e exemplifique al- Mesmo assim, o vírus continua sendo um desafio para a saúde pública.
turais e os ambientais, além da falta de guns dos fatores que
A vacinação é importante para grupos mais vulneráveis, como ges-
facilitam as transmissões
vigilância sanitária. Um exemplo é o fator tantes, idosos, crianças de 6 meses a 2 anos de idade e pessoas com
de doenças.
socioeconômico para a transmissão de doenças crônicas.
tuberculose, que tem a desigualdade so-
Cartaz da campanha de
vacinação contra a gripe
(Prefeitura Municipal de
Marataízes, ES, 2020).
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66
Orientações didáticas
• Com a turma, acompanhe o infográfico
que mostra alguns dos principais fatos do
período inicial da pandemia de covid-19,
KLERKA/SHUTTERSTOCK
No dia 31/12/2019, a Organização Mundial da Diversas variantes do
Saúde (OMS) foi informada sobre diversos casos SARS-CoV-2 foram surgindo. mente que o vírus da covid-19, o SARS-
de uma pneumonia de causa desconhecida Entre elas, a variante Gamma,
ocorridos na província de Wuhan, na China. de origem brasileira, que -CoV-2, tem em média 120 nanômetros
Rapidamente, surgiram casos em outros países e resultou no colapso do sistema de tamanho. E, por isso, a importância do
a OMS declarou o surto da doença, indicando de saúde do Amazonas em
nível máximo de alerta. janeiro de 2021. Representação do
uso de máscaras para proteção durante
SARS-CoV-2. a pandemia dessa doença. As máscaras
Importância da Ciência filtram as partículas de ar que contém o
O agente causador da doença foi identificado.
Desenvolvimento de vacinas coronavírus. Essa capacidade de filtragem
Tratava-se de um novo coronavírus, nomeado
SARS-CoV-2. Os cientistas estudaram o seu
No final de 2020, quando o número de depende do material de que a máscara é
óbitos por covid-19 no mundo já havia
genoma, identificaram formas de transmissão e
ultrapassado 1 milhão, foi iniciada a feita, ela pode chegar a quase 100% com
até mesmo desenvolveram testes para o seu
diagnóstico.
vacinação em alguns países. as máscaras do tipo PFF2.
• É possível trabalhar com dados da pan-
CAPUSKI/GETTY IMAGES
PRABIN RANABHAT/SOPA IMAGES/
LIGHTROCKET/GETTY IMAGES
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Respostas – Atividades
1. A decomposição é um processo reali-
zado por alguns tipos de fungos e bacté-
rias. Ele é fundamental nos ecossistemas, Atividades TEMAS 4 A 6 REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conteúdo é falso ou não apoia a conclusão.
te na alimentação humana e na produ- emergentes. infecção por agentes pa- Analise o argumento a seguir e explique por
ção de medicamentos, de alimentos e de togênicos. que ele é falacioso.
bebidas. II) Doenças b) Grupos de seres que têm
Com a instalação da indústria, os liquens que havia
5. a) Os fungos se reproduzem em locais infecciosas. repre sentantes causa-
dores de doenças no ser no tronco das árvores estavam diminuindo ou
úmidos e quentes. Assim, a doença pé- desaparecendo (dado) e, já que esses
humano.
-de-atleta encontra na região dos dedos organismos são utilizados como bioindicadores
dos pés um ambiente propício ao seu III) Fatores de c) Características ambien- de poluição atmosférica (justificativa), conclui-se
desenvolvimento. b) Secar bem os dedos transmissão tais, demográficas, so- que, com certeza (qualificador), a instalação da
de doenças. cioeconômicas, políticas indústria melhorou a qualidade do ar.
dos pés após o banho, trocar as meias dia- e culturais.
riamente e usar calçados bem ventilados. 7. Você provavelmente já se deparou com o cres-
IV) Pernilongos, d) Doenças novas, desco-
6. É esperado que os estudantes se recor- ratos, gatos nhecidas da população cimento de bolores sobre alimentos diversos,
dem que os liquens são extremamente e outros e causadas geralmente como pães e frutas. Retirar a superfície conta-
sensíveis a alterações ambientais, sen- animais. por agentes nunca antes minada pelo fungo garante que o restante do
do utilizados como bioindicadores de descritos. alimento esteja livre da contaminação? Explique.
poluição atmosférica. Logo, eles devem V) Bactérias, e) Seres vivos que podem ser COMPARTILHAR
concluir que é falacioso dizer (ainda vírus, vetores de transmissão de 8. Em 2014, surgiu no Brasil uma epidemia da
mais com um qualificador como “com protozoários doenças, isto é, capazes doença emergente denominada chikungunya.
certeza”) que a sua diminuição/desapa- e fungos. de transportar agentes Por ser recente, poucas pessoas sabiam como
recimento é evidência de melhoria na patogênicos e transmiti- evitá-la. Atualmente, já temos mais informa-
-los ao ser humano. ções sobre essa doença. Porém, em 2021 os
qualidade do ar.
4. Cite as características do reino Fungi e, depois, casos de febre chikungunya foram 31% mais
7. Não, porque o micélio dos fungos
informe como esses organismos podem ser elevados em comparação com 2020.
penetra a matéria orgânica e, portanto,
utilizados pelos seres humanos. • Faça uma pesquisa e produza um áudio
contamina não apenas a superfície do explicando os principais sintomas da doença
alimento, como também o seu interior. ANALISAR
e suas formas de transmissão e prevenção.
8. Os principais sintomas da febre 5. Leia e responda. Divulgue-o para seus colegas e para a comu-
chikungunya são: febre alta, dores in- A doença conhecida como pé-de-atleta é nidade. O áudio poderá ser compartilhado
tensas nas articulações, dor de cabeça, uma micose que pode atingir diferentes partes também pela internet, no blog da turma ou
dores nos músculos e manchas verme- do corpo, porém é mais comum entre os dedos no site da escola.
lhas na pele. Ela é transmitida pela pi-
68
cada dos mosquitos Aedes aegypti e
Aedes albopictus. A forma de prevenção
é acabar com o mosquito, eliminando fo-
cos de reprodução. A produção do áudio
favorece o desenvolvimento da compe-
tência específica 6 de Ciências da Natu-
reza para o Ensino Fundamental, prevista
pela BNCC.
68
Orientações didáticas
• A atividade proposta nesta seção en-
volve a análise de dados e interpretação
Explore de um mapa, procedimentos típicos da
Ciência, para discutir questões sociocien-
tíficas no combate a uma doença. Assim,
Incidência da doença de Chagas favorece o desenvolvimento da compe-
tência geral 2 da Educação Básica e da
A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro, inseto encontrado
em frestas de paredes, madeiras e entulhos. Analise o mapa a seguir, competência específica 2 de Ciências
indicando o grau de prioridade para o controle dessa doença nas dife- da Natureza para o Ensino Fundamental,
rentes localidades brasileiras. A priorização é feita com base em dados previstas pela BNCC.
que indicam o quanto o local está vulnerável à doença de Chagas. • O agente causador e o meio de trans-
missão da doença de Chagas foram des-
Municípios prioritários para o controle da doença de Chagas cobertos pelo médico brasileiro Carlos
Chagas (1878-1934) em 1909.
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
PA PA RN RN
la ingestão de alimentos contaminados
PI PI
PB
PE
PB
PE com o protozoário. Nos últimos anos,
Mapa sobre o controle da
AC AC AL AL doença de Chagas no Brasil. ocorreram alguns surtos da doença por
RO RO TO TO
PERU
SE SE
Quanto maior for o número transmissão oral, devido à ingestão de
MT MT BA BA correspondente na legenda, alimentos contaminados, como caldo
maior a prioridade do município
de cana, açaí, entre outros.
N
DF DF NO NE
no programa de controle dessa
BOLÍVIA
• Atualmente existem alguns medicamen-
O L
doença.
GO GO MG MG SO SE
MS MS ES ES 0
S
410 km Fonte: Mapa elaborado tos que atuam no combate ao tripanosso-
OCEANO com base em FUNDAÇÃO mo, porém esses remédios causam graves
PACÍFICO SP SP
RJ RJ Grau de prioridade no NACIONAL DE SAÚDE
TRÓPICO DE CA
PRICÓRNIO
PARAGUAI
controle da doença (Funasa). Melhorias efeitos colaterais, e nos estágios mais avan-
CHILE
PR PR Sem informação habitacionais para o çados da doença não há tratamento.
1 6 controle da doença de
SC SC
2 7
Chagas, 2017. Disponível em:
http://www.funasa.gov.br/
Respostas – Explore
ARGENTINA
RS RS
3 8
melhorias-habitacionais- 1. O agente causador da doença de Cha-
4 9 para-o-controle-da-doenca-
URUGUAI 5 10 de-chagas. Acesso em:
gas é o protozoário Trypanosoma cruzi, e
50° O 11 jul. 2022. o agente transmissor é o inseto barbeiro.
2. A região Nordeste concentra maior
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
quantidade de municípios com priorida-
de para o controle da doença de Chagas.
Analisar Pesquisar e Argumentar Diversos fatores podem estar relaciona-
1. Qual é o agente causador da doença de Cha- 4. Considere a seguinte afirmação: dos a esse fato, entre eles a existência de
gas? E o agente transmissor? “Melhorias habitacionais podem auxiliar no moradias cujas condições físicas favore-
2. Que região apresenta maior quantidade de controle da doença de Chagas.” cem a colonização do barbeiro, como pa-
municípios com prioridade? Em sua opinião, • Pesquise e apresente argumentos científicos redes de taipa e telhados de palha.
por que isso ocorre? Com seus colegas, levan- que apoiem essa afirmação. O argumento
3. Resposta pessoal. Caso o município es-
tem hipóteses para explicar esses dados. científico precisa ser respaldado por: dados
obtidos de fontes confiáveis; justificativa, teja em uma das regiões sem informação,
3. Localize no mapa a região aproximada do
fazendo a conexão entre os dados e a con- escolha outra localidade para realizar a
município em que você vive. Qual é o nível de
prioridade dessa região? clusão; e qualificador. atividade.
4. A pesquisa tem como objetivo for-
necer aos estudantes conteúdo para a
69 argumentação solicitada na atividade.
Espera-se que eles compreendam que
melhorias habitacionais eliminam locais
onde o barbeiro vive, afastando-os da
Sugestão de recurso complementar moradia das pessoas. Observe se eles
apresentam argumentos científicos com
Site
dados, justificativa, conclusão e qualifi-
Doença de Chagas. Ministério da Saúde.
cador, além da articulação entre esses
A página contém informações sobre sintomas, formas de transmissão, diagnóstico, tratamento e elementos. Verifique se as informações
prevenção da doença de Chagas. são coerentes; é mais importante haver
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/doenca-de-chagas. Acesso coerência no argumento científico do
em: 1o ago. 2022. que a presença explícita dos elementos
pedidos. Ao apresentar seus argumen-
tos, os estudantes estão desenvolvendo
a competência geral 7 da Educação
Básica, prevista pela BNCC.
69
Orientações didáticas
• Nesta seção, os estudantes terão opor-
tunidade de refletir sobre a relação en-
tre algumas doenças e questões sociais Atitudes para a vida REGISTRE EM SEU CADERNO
© FERNANDO GONSALES
doenças para elaborar soluções para os
problemas que atingem a comunidade
em que vivem.
• A seção também promove o conta-
to com diferentes formas de linguagem:
uma tirinha, uma charge e uma reporta-
gem, trabalhando parcialmente a com-
petência específica 6 de Ciências da
Natureza para o Ensino Fundamental, pre-
© JEAN GALVÃO/FOLHAPRESS
vista pela BNCC. O trabalho com a tirinha
e a charge ainda contribui para o desen-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
volvimento da habilidade de leitura infe-
rencial.
• A habilidade EF07CI09 e o TCT – Saúde
têm o desenvolvimento favorecido nes-
ta seção, pois os estudantes analisarão
indicadores de saúde, como a cobertura
de saneamento básico e a incidência de
doenças para interpretar as condições
de saúde da população.
• O saneamento básico abrange a cole-
ta e o manejo do lixo, o abastecimento de
água e a coleta e o tratamento do esgoto.
O acesso de toda a população brasileira a Acesso a serviços de saneamento básico no Brasil
esses serviços depende de ações de com-
Cerca de 35 milhões de brasileiros não possuem acesso à água potável e
petência do poder público. Apesar disso, 100 milhões não têm serviço de coleta de esgotos, segundo dados [de 2021]
leve os estudantes a refletir sobre a im- [...]. O levantamento [...] ainda aponta que a parcela da população com coleta
portância dos cidadãos reivindicarem es- de esgoto na região Sul é de apenas 46,3%.
ses serviços, além das atitudes que são de Os dados mostram como a universalização das redes de água e esgoto ainda
responsabilidade individual. É importante é um grande desafio para o país. No entanto, é de interesse nacional que esse
que eles percebam como é significativa a objetivo seja perseguido já que a universalização desses serviços pode repre-
união da comunidade em prol dos interes- sentar a redução de até R$ 1,45 bilhão nos custos anuais com saúde.
ses do bairro/da região; e a comunicação Com o novo marco do saneamento, a meta do governo federal é que 99%
com representantes políticos para a busca da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e à
de uma solução conjunta para os proble- coleta de esgoto até 2033. [...]
mas que atingem a população. Fonte: KRONA. Saiba o que muda após a nova regulamentação do marco
legal do saneamento. G1, 17 jun. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/
sc/santa-catarina/especial-publicitario/krona/krona/noticia/2021/06/17/
saiba-o-que-muda-apos-a-nova-regulamentacao-do-marco-legal-do-
saneamento.ghtml. Acesso em: 11 jul. 2022. [Título adaptado.]
70
70
Respostas – Atitudes para a vida
1. O personagem se deparou com a falta da
rede de esgoto, que desemboca na praia.
TROCAR IDEIAS SOBRE O TEMA parada nos quintais a gente encontra, a não 2. Espera-se que os estudantes perce-
Em grupo, discutam as questões a seguir. acumular lixo, a gente encontra lixo. É com- bam que o pneu é um objeto que pode
plicado, nessa parte assim o ser humano é
1. Na tirinha (primeira imagem), ao encontrar acumular água parada, se não descar-
falho, porque orientação a gente passa, mas
uma solução para o problema apontado, o não seguem”, alerta o agente de endemias
tado da forma correta, e pode tornar-se
personagem se deparou com outro problema. Divino Carlos. [...] foco de reprodução do mosquito Aedes
Explique. aegypti.
Fonte: Jornal Hoje. Casos de dengue dobram em
2. O que a charge (segunda imagem) pretende todo o Brasil em 2022. Disponível em: https:// 3. Espera-se que os estudantes identi-
comunicar? Conte suas ideias. g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2022/04/27/ fiquem que a tirinha, a charge e o texto
casos-de-dengue-dobram-em-todo-o-brasil-
3. Que relação é possível fazer entre a tirinha, a em-2022.ghtml. Acesso em: 11 jul. 2022. apontam deficiências nos serviços de
charge e o texto? saneamento básico, que é um fator que
a) Qual é o principal fator responsável pelo
4. A dengue é causada por vírus e a leptospirose, afeta a saúde da população.
aumento dos casos de dengue no Brasil?
por bactéria, mas ambas são transmitidas por 4. A tirinha mostra o agente transmissor
Explique.
animais. A tirinha mostra o agente transmissor da leptospirose, que é o rato. A charge
de qual dessas doenças? E a charge? b) Você acha que o aumento do número de
casos de dengue deve ser atribuído ao mostra o agente transmissor da dengue,
5. Por que a falta de coleta de lixo aumenta a governo ou a população? Justifique sua que é o mosquito Aedes aegypti.
incidência dessas duas doenças?
resposta. 5. O acúmulo de lixo favorece o acúmulo
6. Que condições sociais influenciam a probabi- de água parada que é fundamental para
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
71
Orientações didáticas
• Após a leitura do texto, organize um de-
bate com a turma, cujo objetivo principal
é discutir a importância da vacinação pa- Compreender um texto
ra a saúde individual e coletiva e para a
erradicação de doenças. Essa discussão
ajuda no desenvolvimento das habilida- Movimento antivacina: uma séria ameaça à saúde global
des EF07CI10 e EF07CI11.
O movimento antivacina é criminoso e uma [...] São contabilizadas nas estatísticas de
• Ao trabalhar com a imagem do cartaz, séria ameaça crescente à saúde global. Existe abandono, também, as crianças que tomaram
explique aos estudantes que as campa- sim um movimento antivacina crescendo no uma dose inicial de determinada vacina, mas
nhas de vacinação incentivam e conscien- Brasil, então não podemos ignorar. [...] o mo- não voltam para tomar as doses seguintes. [...]
tizam a população sobre a importância vimento antivacina, o extremismo religioso, a A queda na cobertura pode ter várias razões,
da vacina. O objetivo é reduzir a ocorrên- instabilidade política, o populismo, as fake news desde o subfinanciamento das prioridades de
e questões como segurança podem prejudicar
cia de determinadas doenças, ampliando saúde pública, questões logísticas como aqui-
as campanhas de vacinação em massa e a con- sição e distribuição, ausência de campanhas
o número de pessoas vacinadas. Se pos- fiança nas vacinas em países com esses proble- de conscientização da população. Essa redução
sível, mostre à turma cartazes atuais de mas. As vacinas, [assim como o] saneamento na cobertura vacinal pode ter sido influenciada
campanhas de vacinação em que os estu- básico, [...] são nossas melhores ferramentas também pelo sucesso do programa nacional
dantes se classifiquem como público-alvo. de saúde pública. de imunizações no país, visto que eliminamos
As vacinas são responsáveis pelo aumento da algumas das principais doenças e à dificuldade
nossa expectativa de vida, foram as principais de acesso das famílias aos serviços essenciais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
responsáveis pela diminuição da mortalidade de saúde.
infantil e são um marco na história da saúde [...]
humana. As vacinas salvam cerca de 3 milhões
de pessoas por ano, ou 5 pessoas a cada minu-
de vacinação da criança
72
72
Respostas – Compreender
um texto
1. O movimento antivacina.
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO 2. O antibiótico foi outro avanço da me-
dicina importante para a saúde pública.
OBTER INFORMAÇÕES Os estudantes podem argumentar que,
1. Qual é o assunto central do texto? assim como a invenção da vacina, com a
2. Antes da descoberta da vacina, doenças que atualmente podem ser descoberta do antibiótico muitas doen-
prevenidas ou que até já foram erradicadas causavam a morte de muitas ças deixaram de ser um problema de
pessoas. Além da vacina, que outro avanço da medicina foi importante saúde pública e se tornaram comuns.
para a saúde pública? Construa um argumento científico para explicar a Observe se eles apresentam argumentos
importância desse avanço científico para a saúde pública. científicos com dados, justificativa, con-
INTERPRETAR clusão e qualificador, além da articulação
3. Pensando na queda da cobertura vacinal no Brasil nos últimos anos, entre eles.
responda: 3. a) Resposta pessoal. b) Espera-se que
a) Você acha que as campanhas de conscientização para vacinação da os estudantes compreendam que, indi-
população ocorrem de maneira eficiente? Por quê? vidualmente, a vacinação fornece pro-
b) Como a queda na cobertura vacinal pode prejudicar a saúde não apenas teção específica e, tratando-se da saúde
das pessoas que não se vacinam, mas também a de outras pessoas? coletiva, ela possibilita reduzir as taxas
de transmissão de doenças, contribuindo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
REFLETIR
para a erradicação delas.
4. Você considera a vacinação infantil importante? Apresente seu ponto de
4. Resposta pessoal. Observe se os estu-
vista, por meio de um argumento científico.
dantes apresentam argumentos científicos
5. Pesquise sobre quais vacinas você teria de ter tomado em sua faixa etária. com dados, justificativa, conclusão e quali-
Procure sua carteira de vacinação e verifique se todas estão em dia. Há
ficador, além da articulação entre eles.
alguma que precisa tomar e não tomou?
5. Resposta pessoal. Apresente para a tur-
6. Falácias se referem a argumentos em que o conteúdo é falso ou não apoia
a conclusão. Argumentos falaciosos parecem estar corretos, quando, na
ma o calendário nacional de vacinação.
verdade, não estão. Analise os argumentos a seguir e identifique porque Explique que a carteira de vacinação é um
eles são falaciosos. documento que serve para comprovar as
a) Dado que a tecnologia da vacina foi desenvolvida em determinado doses de vacinas aplicadas. Além de ve-
país, eu concluo que, com certeza (qualificador), não devo me vacinar rificar se todas as vacinas da carteira de
já que não confio no governo desse país (justificativa). vacinação deles estão em dia, instrua os
b) Dado que um vizinho tomou a vacina e ainda assim ficou doente, eu estudantes a consultar, no calendário na-
concluo que, com certeza (qualificador), não devo me vacinar, já que cional de vacinação, as próximas vacinas
a vacina não protege contra a doença (justificativa). que devem tomar e informar aos pais ou
c) Dado que uma pessoa disse que a vacina faz mal, eu concluo que, com responsáveis. Explique que as vacinas do
certeza (qualificador), não devo me vacinar, já que confio na opinião calendário nacional de vacinação estão
dessa pessoa (justificativa). disponíveis em postos da rede pública de
saúde e que para receber a vacina é ne-
cessário levar a caderneta de vacinação e
Entrando na rede um documento de identificação.
As fake news envolvendo o tema da vacinação foram muito comuns durante 6. a) O argumento é falacioso porque se
a pandemia de covid-19. No endereço https://butantan.gov.br/bubutantan/ baseia na contestação da confiabilidade
alem-da-covid-19-enfrentamos-outra-epidemia-a-de-fake-news--saiba-como-
se-proteger-desse-%E2%80%9Cvirus%E2%80%9D do Instituto Butantan é
do governo do país e não alega nada
possível conhecer algumas dicas para identificar as notícias falsas que circulam contra a vacina especificamente. b) O
nos meios de comunicação e redes sociais. argumento é falacioso porque se baseia
Acesso em: 11 jul. 2022. em um caso particular para fazer uma
generalização indevida. Os dados epi-
demiológicos comprovam a eficácia e a
73 eficiência das vacinas. c) O argumento é
falacioso porque se baseia no julgamen-
to de uma pessoa, que não é especialista
Sugestão de recurso complementar em vacinas ou saúde pública. Para infor-
mações confiáveis sobre as vacinas deve-
Site -se recorrer a instituições como Anvisa e
POR QUE as crianças precisam ser vacinadas contra a gripe; entenda em 5 motivos. Instituto Butantan. Organização Mundial da Saúde (OMS).
A página explica a importância da vacinação de crianças contra o vírus da gripe. • As atividades 2, 4 e 6, ao estimularem
Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/por-que-as-criancas-precisam-ser-vacinadas-contra-a- os estudantes a apresentar e analisar ar-
gripe--entenda-em-5-motivos. Acesso em: 1o ago. 2022. gumentos, auxiliam no desenvolvimento
da competência geral 7 da Educação
Básica, prevista pela BNCC.
73
Objetivos da Unidade
• Identificar as características gerais das
plantas.
• Compreender a história evolutiva das
plantas e as principais características mor- UNIDADE O reino das
3
fológicas associadas a esse processo.
• Reconhecer as características dos qua-
tro grandes grupos do reino das plantas:
plantas
briófitas, pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas.
• Conhecer as funções, as estruturas e os
tipos de raiz e caule.
• Colaborar para a construção de uma
percepção plural e marcada pela diversi-
dade sobre os estereótipos da figura do
cientista.
• Conhecer as estruturas e as modifica-
ções das folhas. A importância
• Compreender os processos de fotossín- das plantas
FABIO COLOMBINI
A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tese, respiração e transpiração das plantas.
• Diferenciar os ciclos reprodutivos de Há uma enorme diversidade de plan-
briófitas, pteridófitas, gimnospermas e tas no mundo. Elas impactam direta-
mente a vida dos demais seres vivos,
angiospermas.
atuando, por exemplo, na liberação
• Conhecer as funções e as estruturas de
de gás oxigênio para a atmosfera e
flor, fruto e semente.
ocupando a base de muitas cadeias
• Observar as estruturas de um fruto. alimentares. Além disso, são utilizadas
• Pesquisar a forma de reprodução da como matéria-prima na produção de
bananeira. alimentos, medicamentos, cosméticos,
• Reconhecer os processos de poliniza- tecidos, papéis e combustíveis, na
ção, dispersão e germinação de sementes. construção, na indústria moveleira
20 cm
• Investigar a influência de certos fato- e em diversas atividades humanas,
res na taxa de germinação de sementes. incluindo as de lazer. 6m 6m
• Refletir sobre as dificuldades que as
mulheres enfrentam na carreira científica.
Começando a Unidade
74
Orientações didáticas
• Nesta Unidade, são apresentadas as
características, a classificação e os ciclos
reprodutivos das plantas, bem como as
ALAMY/FOTOARENA
DAVID R. FRAZIER
PHOTOLIBRARY, INC./
POMME HOME/SHUTTERSTOCK
C D
principais funções e algumas das modifi-
20 cm
cações de órgãos como raiz, caule, folha,
flor, fruto e semente. Inicie o estudo fa-
zendo o reconhecimento das partes das
plantas presentes nas páginas de aber-
tura. Oriente os estudantes na leitura das
imagens e na percepção da variedade de
estruturas presentes em cada uma delas.
• Estabeleça também relações com a
45 cm Unidade 1 questionando os estudantes,
por exemplo, sobre as características que
fazem com que uma planta seja conside-
ROSS HODDINOTT/NATURE PICTURE LIBRARY/FOTOARENA
135PIXELS/SHUTTERSTOCK
E F
rada um ser vivo. Eles devem citar carac-
terísticas comuns a todos os seres vivos
como a composição química, o metabo-
lismo, o ciclo de vida, a capacidade de re-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
G
estudantes citem as características de
plantas usadas na alimentação, como di-
PANTHER MEDIA GMBH/ALAMY/
5 cm
2. A extinção das plantas causaria dese-
quilíbrios nos ecossistemas, pois preju-
dicaria as relações estabelecidas entre
Por que estudar esta Unidade? elas e outros seres vivos, que dependem
A Botânica é a ciência que estuda o reino das plantas delas tanto direta quanto indiretamente.
1,6 m
(reino Plantae). Os seres desse reino são de grande im- As plantas são a base de muitas cadeias
(C) Folhas e flores de lótus-estrela (Nymphaea nouchali). (D) Folhas portância para os ecossistemas e para os demais seres
da samambaia da espécie Phymatosorus scolopendria. (E) Broto da vivos, incluindo o ser humano. Conhecer a diversidade
alimentares, servem de abrigo para ani-
samambaia da espécie Blechnum spicant. (F) Cenoura (Daucus e as características das plantas é fundamental para com- mais, participam da proteção do solo, in-
carota). (G) Raízes da sumaúma (Ceiba pentandra). (H) Estruturas preender essa importância. terferem no regime de chuvas e no clima
reprodutivas do pinheiro da espécie Picea abies.
de regiões etc.
75 3. A maioria das plantas é autotrófica e
obtém seu alimento por meio da fotos-
síntese.
4. Conhecer o ciclo de reprodução das
plantas permite manejá-las de forma
mais eficiente e até fazer ajustes no seu
ciclo de vida para adequá-lo às carac-
terísticas da região ou às demandas de
mercado, por exemplo.
75
Orientações didáticas
• Para a abordagem do conteúdo desta
Unidade, promova atividades de demons-
tração e experimentação que valorizem o
raciocínio científico, o registro e o debate,
TEMA
1
pois, além de auxiliar na compreensão dos unidade
conceitos, essa forma de trabalho favore-
ce o desenvolvimento da competência
Características
geral 2 da Educação Básica e da compe-
tência específica 2 de Ciências da Na-
das plantas
tureza para o Ensino Fundamental, ambas
previstas pela BNCC. Você pode planejar
Atualmente, são conhecidas cerca de 250 mil espécies de plantas.
um estudo de campo que vise à observa- Todas as plantas Esses organismos possuem grande diversidade de formas e cores,
ção de plantas em casas, praças, parques, compartilham porém compartilham algumas características: são seres pluricelulares
vias públicas, jardim botânico ou na pró- algumas e eucarióticos, ou seja, são constituídos de mais de uma célula, e
pria escola. Conduza as observações de características. o material genético dessas células está contido dentro do núcleo.
modo que possam auxiliar os estudantes São também autotróficos, pois são capazes de produzir seu próprio
na compreensão dos novos conceitos de alimento por meio do processo de fotossíntese.
Glossário As plantas apresentam ciclo de vida com alternância entre uma
Botânica, estudados a cada Tema. Orga-
nizados em grupos, eles podem registrar Esporo: célula reprodutiva forma que produz gametas e outra que produz esporos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que se multiplica e dá origem
os diferentes tipos de planta encontrados a um novo indivíduo, sem a
por meio de fotografias, esquemas e ano- necessidade de outra célula. C
Gameta: célula reprodutiva
ZOIAKOSTINA/GETTY IMAGES
compreender suas ideias?”; “Minha par- B
ticipação considera e respeita a fala dos
outros, independentemente de eu con-
WEHA/SHUTTERSTOCK.COM
30 m
cordar ou discordar dela?”.
• Esteja atento aos diferentes graus de 45 cm
desenvolvimento da escuta atenta e em-
pática entre os estudantes. Sempre que
possível, converse com eles, individual ou Alguns representantes das plantas. (A) Musgo da espécie
coletivamente, sobre a relevância desse 10 cm Tortula muralis. (B) Licopódio da espécie Lycopodium clavatum.
(C) Araucária (Araucaria angustifolia). (D) Tomateiro
hábito não só no ambiente escolar, mas (Solanum lycopersicum).
também nas demais relações sociais que
tiverem. Tais encaminhamentos mobili- 76
zam a competência geral 9 da Educa-
ção Básica prevista pela BNCC.
76
Orientações didáticas
• Durante o Tema 1, são apresentadas
as características gerais de todas as plan-
As células das plantas tas que, apesar de compartilharem algu-
mas características, possuem uma grande
As células eucarióticas são constituídas de membrana plasmática, diversidade de formas. Desse modo, ao
núcleo, que contém material genético, e citoplasma, no qual se en-
contram diversas organelas (ou organoides) celulares. Além dessas
comparar imagens de alguns represen-
estruturas básicas, as células vegetais apresentam algumas estruturas tantes das plantas, oriente os estudantes
particulares, como parede celular, vacúolos bem desenvolvidos e na leitura das imagens e na percepção da
plastídios (ou plastos). variedade de estruturas presentes em ca-
A parede celular é uma estrutura localizada externamente à mem- da uma delas.
brana plasmática. É constituída por celulose, que confere rigidez e • Analise juntamente com os estudantes
suporte à célula e, consequentemente, à planta. as estruturas das células das raízes da plan-
Os vacúolos são organelas em forma de bolsa que armazenam ta aquática Spirodela oligorrhiza, delimita-
materiais, como água e sais minerais. da por uma parede celular constituída de
Os plastídios ou plastos são organelas que recebem nomes es-
celulose e lignina e por uma grande quan-
pecíficos de acordo com o pigmento ou o material que armazenam,
como os cloroplastos, os cromoplastos e os leucoplastos. Os cloroplastos tidade de cloroplastos presente em seu
são plastos que têm clorofila, um pigmento de cor verde. Eles são citoplasma. Destaque para a turma que
encontrados nas folhas e nos caules verdes. Os cromoplastos contêm vacúolos e parede celular não são estru-
carotenoides, que conferem cor amarela ou vermelha. Eles são encon- turas exclusivas de células vegetais, embo-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
trados nas flores, em folhas velhas, em algumas raízes, nas cascas e ra tenham características específicas nesse
nas polpas de certos frutos. Já os leucoplastos não são pigmentados tipo de célula. Nesse momento, retome os
e armazenam materiais nutritivos, principalmente amido. Costumam esquemas das células procariótica e euca-
ser encontrados em partes da planta que estocam esses materiais, riótica animal estudados na Unidade 1 pa-
como certos tipos de raízes e caules.
ra que os estudantes possam compará-las.
Células em corte das raízes de planta aquática da espécie Spirodela oligorrhiza. Em azul, observamos o núcleo; em verde, os cloroplastos;
e, em preto, a parede celular. (Imagem obtida com microscópio eletrônico, colorizada artificialmente e ampliada cerca de 7300 vezes.)
77
77
Orientações didáticas
• Informe aos estudantes que a resistên-
cia e a elasticidade das fibras vegetais
dependem da quantidade de lignina. As Os tecidos das plantas
fibras flexíveis estão em caules de plan-
tas como o linho e a juta. Já as fibras du- Nos seres vivos pluricelulares, como as plantas, as células desem-
penham funções definidas e atuam de modo integrado, formando
ras estão presentes nas folhas do abacaxi os tecidos. Na maioria das plantas, há diferentes tipos de tecido: de
e do sisal, por exemplo. Pergunte à turma revestimento, sustentação, condução e crescimento.
sobre as possíveis aplicações de cada fibra As células que compõem o tecido de revestimento são achatadas
no cotidiano. Se possível, leve para a sala e geralmente formam uma única camada. Esse tecido protege toda a
de aula fios de juta e de sisal para que os superfície da planta, evitando a perda excessiva de água.
estudantes possam compará-los. Pode-se Já nos tecidos de sustentação, as células apresentam paredes
ainda estimulá-los a produzir trabalhos grossas, e sua função é dar firmeza, suporte e proteção aos órgãos
De olho no tema das plantas, principalmente as de pequeno porte. A parede celular
manuais com os fios, para que percebam,
na prática, a diferença entre os materiais. 1. É correto dizer que as das plantas de grande porte, como as árvores, geralmente contém
plantas são seres autotró- lignina, um material que confere maior sustentação ao organismo.
• Nesta obra, adotamos as expressões ficos e fotossintetizantes? Os tecidos condutores são responsáveis pela condução de mate-
seiva mineral e seiva orgânica (em vez de Explique. riais para várias partes da planta. Existem dois tecidos condutores: o
seiva bruta e seiva elaborada, respecti- 2. Além das estruturas bá- xilema e o floema. Muitas de suas células são semelhantes a tubos
vamente), por se tratar de termos atuais. sicas de uma célula, as finos. O xilema conduz a seiva mineral (rica em água e sais minerais)
O transporte de seiva será estudado no células vegetais apresen- das raízes para as partes superiores da planta. Já o floema conduz a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tam algumas estruturas
Tema 3 desta Unidade. particulares. Quais são
seiva orgânica (rica em açúcares), geralmente, das folhas até as outras
essas estruturas?
regiões da planta.
Respostas – De olho no tema As células que formam o tecido de crescimento se dividem
1. Sim. As plantas são seres autotróficos, 3. Cite os tipos de tecido
das plantas e a função de
continuamente. Também chamado de tecido meristemático, ele é
pois são capazes de produzir o próprio cada um deles. responsável pelo crescimento da planta e está presente nas pontas
alimento, e fotossintetizantes, porque dos caules e das raízes.
realizam o processo de fotossíntese.
Alguns tecidos das plantas
2. Parede celular, vacúolos bem desen-
FARRELL/ARQUIVO DA EDITORA
volvidos e plastídios (ou plastos).
3. Tecido de revestimento – proteger
PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
STEVE GSCHMEISSNER/SCIENCE
toda a superfície da planta, evitando a
perda excessiva de água.
Tecido de sustentação – dar firmeza, su-
porte e proteção aos órgãos das plantas.
Tecido de condução – conduzir substân-
cias para várias partes da planta.
Tecido de crescimento – é responsável
PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
STEVE GSCHMEISSNER/SCIENCE
78
78
Orientações didáticas
• No Tema 2, são trabalhados aspectos
da história evolutiva das plantas, identifi-
cando os grupos em que são classificadas
e as características exclusivas de cada um
TEMA
2
unidade dos grupos. Ao explicar essas adaptações
Classificação aos estudantes, destaque que elas resul-
tam de um longo processo evolutivo.
das plantas • Para que o ensino e a aprendizagem
de Botânica sejam efetivos, invista em
diferentes abordagens. Os conhecimen-
tos também podem ir além dos concei-
Grupos de plantas As plantas podem tos; conhecer o trabalho de diferentes
Para facilitar a compreensão desse grupo de seres vivos, os botâ- ser classificadas botânicos brasileiros dá a oportunidade
nicos estabeleceram alguns critérios que possibilitam sua classificação em quatro de ampliar as discussões e as propostas
científica. Entre os critérios utilizados estão a presença ou a ausência grandes grupos, de em sala de aula.
de tecidos condutores de seiva, de sementes e de frutos. acordo com suas • Se julgar conveniente, fale sobre
De acordo com esses critérios, as plantas podem ser agrupadas de características. Graziela Maciel Barroso (1912-2003). Ela
diferentes formas. Neste livro, adotamos uma classificação que divide é conhecida como a primeira dama da
as plantas em quatro grandes grupos: briófitas, pteridófitas, gimnos-
Botânica no Brasil, foi pesquisadora e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que se subdividem em
Entrando na rede
No endereço https://www.gov.br/jbrj/pt-br, você encontra informações sobre
o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, uma associação dedicada à educação,
pesquisa e conservação da flora brasileira.
Acesso em: 14 jul. 2022.
79
79
Orientações didáticas
• Inicie a aula fazendo os seguintes ques-
tionamentos aos estudantes: “Que tipos
diferentes de plantas vocês conhecem?”; A evolução das plantas
“Quais ambientes elas ocupam?”; “Vocês
conseguem descrever as diferenças entre As pesquisas científicas indicam que as plantas surgiram a partir
de um ancestral semelhante às algas verdes atuais. As plantas atuais
um musgo e uma goiabeira?”.
apresentam diversas adaptações que possibilitaram a colonização do
• Ouça atentamente as respostas da tur- ambiente terrestre. Um exemplo são as estruturas que diminuem ou
ma e verifique se os estudantes conse- impedem a perda de água, como a cutícula, uma camada de revesti-
guem identificar os diferentes ambientes mento que reduz a evaporação, principalmente nas folhas.
que as plantas ocupam. É possível que eles No ambiente terrestre, as plantas retiram água principalmente
citem o tamanho, como diferença entre do solo. Em plantas avasculares (sem tecidos condutores), como as
um musgo e uma goiabeira. Nessa discus- briófitas, a condução de água e de sais minerais é realizada de uma
são, eles também podem perceber que os célula para outra, por um processo chamado difusão. O transporte
musgos são plantas formadas por estrutu- de seiva por difusão é lento e viável somente em plantas de pequeno
ras simples, diferentemente da goiabeira. porte. No processo evolutivo dos grupos de plantas, o surgimento
dos tecidos condutores permitiu o transporte de água e nutrientes
Apresente imagens dessas plantas para fa-
mais eficiente, o que possibilitou às plantas vasculares (com tecidos
cilitar essa abordagem. condutores) atingir tamanhos maiores.
• Ao trabalhar com o esquema “Reino As briófitas e as pteridófitas necessitam de água para a reprodução,
Plantae”, os estudantes devem associar o que as tornam dependentes de ambientes úmidos, mesmo sendo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o surgimento de cada um dos grupos de terrestres. Já as gimnospermas e as angiospermas apresentam
plantas às adaptações mencionadas nos estruturas reprodutivas que as tornam independentes da água
quadros verdes. Certifique-se de que eles para a reprodução.
compreendam que as briófitas se diversi- As gimnospermas e as angiospermas têm sementes que envolvem
ficaram primeiro e que os tecidos condu- o embrião, protegendo-o e evitando a perda de água. Nas angiosper-
tores aparecem nas plantas pteridófitas. mas, a flor está relacionada aos aspectos reprodutivos, e ela origina
Destaque que o surgimento de tecidos o fruto, que protege a semente, facilitando também sua dispersão.
condutores permitiu que as plantas vas-
culares atingissem tamanhos maiores. Reino Plantae
ALAMY/FOTOARENA; SARAH M. GOLONKA/ALAMY/FOTOARENA; DINODIA/ALAMY/FOTOARENA
Fonte: REECE, J. B. et al. Campbell Biology. 10. ed. Glenview: Benjamin Cummings, 2014.
80
80
Orientações didáticas
• Antes de iniciar o estudo das briófitas,
leve para a sala de aula uma amostra de
Briófitas musgo (pode ser obtida em lojas de jar-
TONY WHARTON/MINDEN/FOTOARENA
dinagem). Providencie, se possível, lupas
As briófitas são plantas avasculares, de tamanho pequeno, atin-
para que os estudantes possam obser-
gindo poucos centímetros de altura. Vivem preferencialmente em
locais úmidos e sombreados. Desenvolvem-se diretamente no solo ou var as estruturas do musgo em detalhes.
ocupam a superfície de troncos de árvores e rochas. Os representantes Solicite a eles que analisem o material e
mais comuns das briófitas são os musgos, as hepáticas e os antóceros. desenhem em uma folha separada as es-
Essas plantas são formadas por estruturas simples e não apresentam truturas do musgo que conseguiram ob-
raiz, caule ou folhas verdadeiros. Também não têm sementes, flores servar. Com os desenhos prontos, peça a
ou frutos. eles que identifiquem estruturas que se
Musgo
assemelham a raízes, caule e folhas. De-
pendendo da fase do desenvolvimento do
FARRELL/ARQUIVO DA EDITORA
Representação esquemática
produzidos com a representação esque-
Filoide: estrutura laminar,
Rizoide: estrutura das principais estruturas de um mática das principais estruturas de um
filamentosa semelhante a uma folha,
que contém clorofila
musgo. (Imagem sem escala; musgo apresentada no livro do estudan-
semelhante à raiz, cores-fantasia.)
que fixa a planta e realiza fotossíntese. te. Com a turma, analise as estruturas re-
Fonte: Adaptado de SADAVA, D.
ao substrato. et al. Vida: a ciência da Biologia. presentadas, destacando que as briófitas
Porto Alegre: Artmed, 2009. não apresentam raiz, caule ou folhas ver-
dadeiros.
Pteridófitas Samambaia • Antes de iniciar o estudo das pteridófitas,
As pteridófitas são vasculares e têm raiz, caule e folhas verdadeiros. é interessante levar para a sala de aula uma
A B
dos e sombreados. É possível relacionar
Rizoma esse fato às características morfológicas e
reprodutivas desses dois grupos de plan-
Raiz
tas, como a ausência de tecidos conduto-
Representação esquemática
mostrando as principais estruturas res nas briófitas e a dependência da água
Exemplos de pteridófitas.
de uma samambaia. (Imagem sem para a reprodução.
escala; cores-fantasia.)
(A) Licopódio da espécie • Se julgar conveniente, fale sobre o
Lycopodium annotinum.
(B) Cavalinha da espécie 30 cm 2,5 m
Fonte: Adaptado de SADAVA, D. xaxim (Dicksonia sellowiana), espécie de
et al. Vida:a ciência da Biologia.
Equisetum telmatei. Porto Alegre: Artmed, 2009. pteridófita que possui caule fibroso e foi
extraída e comercializada indiscriminada-
81 mente durante muito tempo para a con-
fecção de artefatos de jardinagem. Hoje
ela está na lista oficial das espécies bra-
sileiras ameaçadas de extinção e sua ex-
Sugestão de recurso complementar tração é proibida por lei.
Site
PTERIDÓFITAS. Jardim Botânico Municipal de Bauru – SP, 2021.
O site apresenta imagens e informações do recinto que abriga uma coleção de pteridófitas.
Disponível em: https://www.jardimbotanicobauru.com.br/pteridofitas. Acesso em: 31 jul. 2022.
81
Orientações didáticas
• Para o estudo das gimnospermas, pro-
ponha aos estudantes uma pesquisa sobre
as espécies nativas brasileiras. Oriente-os a Gimnospermas
pesquisar os locais que ocorrem com maior
A maioria das gimnospermas é encontrada em regiões de clima
frequência, a altura que podem atingir, co-
frio ou temperado. No Brasil, ocorrem naturalmente em locais com
mo são suas sementes etc. altitudes elevadas nas regiões Sul e Sudeste. Há apenas duas espécies
• Sempre que possível, estenda o te- de gimnospermas nativas brasileiras: a araucária, também conhe-
ma estudado para assuntos relaciona- cida como pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), que produz
dos à conservação ambiental. No caso da os pinhões, utilizados na culinária brasileira, e o pinheiro-bravo
araucária, comente que esta é uma árvo- (Podocarpus lambertii).
re ameaçada de extinção, principalmen- As gimnospermas, assim como as pteridófitas, são plantas vascula-
res com raiz, caule e folhas verdadeiros. Algumas espécies apresentam
te em razão da intensa exploração para o
folhas em forma de agulha, o que diminui a perda de água por eva-
aproveitamento de sua madeira. Segundo poração e, em locais com inverno rigoroso, reduz o acúmulo de neve
pesquisas, as Matas de Araucária perde- sobre a superfície foliar, evitando o congelamento.
ram aproximadamente 97% de sua área As plantas desse grupo apresentam ramos reprodutivos com folhas
original. A coleta do pinhão fora de época modificadas, denominadas estróbilos. Em algumas espécies, o estró-
também é uma ameaça às araucárias. Co- bilo se assemelha a um cone. Além disso, apresentam sementes nuas,
mente a interação das araucárias com a pois não há produção de frutos. A denominação gimnosperma vem
fauna, como a gralha-azul, o papagaio- do grego gymnos, “nu”, e sperma, “semente”. As sementes abrigam,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
protegem e nutrem o embrião, garantindo, assim, o seu desenvolvi-
-de-peito-roxo, a cutia, a paca etc. Esses mento até o surgimento das primeiras folhas.
animais se alimentam das sementes de
araucária e, portanto, contribuem para a
ANA IACOB/ALAMY/FOTOARENA
30 m
5 cm
Exemplos de gimnospermas. (A) As sequoias (Sequoiadendron giganteum), nativas da América do Norte, podem atingir mais de
100 metros de altura. (Estados Unidos, 2021.) (B) Araucária (Araucaria angustifolia). (São José dos Ausentes, RS, 2005.) (C) Detalhe do
estróbilo de araucária (Araucaria angustifolia), onde se encontram as sementes, conhecidas popularmente como pinhão.
82
82
Orientações didáticas
• Optou-se por não usar as denomina-
ções monocotiledôneas e dicotiledôneas
Angiospermas para subdividir as angiospermas, pois es-
INESS_LA_LUZ/SHUTTERSTOCK
tudos filogenéticos têm revelado que as
As angiospermas são as plantas mais comuns e abundantes que monocotiledôneas formam um grupo
existem, podendo ser encontradas em vários tipos de hábitat, como
monofilético (com um único ancestral
ambientes aquáticos ou regiões de clima desértico. Quanto ao porte,
podem ser herbáceas (ervas e gramas), arbustivas (arbustos) ou comum), diferentemente das dicotiledô-
arbóreas (árvores e palmeiras). São exemplos de angiospermas o neas. Logo, a nova classificação propõe
manjericão, a azaleia e o ipê. que as angiospermas sejam divididas em
Assim como as pteridófitas e as gimnospermas, as angiospermas monocotiledôneas, eudicotiledôneas e
são plantas vasculares. Essas plantas têm raiz, caule, folhas e sementes. grupos basais. Porém, caso julgue ne-
8m cessário, pode-se optar por apresentar a
No entanto, nas angiospermas as sementes ficam protegidas pelo
fruto, que é originado por estruturas da flor, um órgão relacionado a classificação do botânico estadunidense
aspectos reprodutivos desse grupo de plantas. Flores e fruto de laranjeira (Citrus
sinensis), uma angiosperma.
Arthur Cronquist (1919-1992), que adota
a divisão das angiospermas em monoco-
GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS
83
Orientações didáticas
• Inicie o estudo do Tema 3 levantando os
conhecimentos prévios dos estudantes sobre
a raiz e o caule das plantas. Para isso, questio-
ne-os sobre a função dessas estruturas.
• Proponha à turma a montagem de um TEMA
3
unidade
experimento para que eles reconheçam
as estruturas de uma planta conforme ela
germina e se desenvolve. Para isso, primeiro
Raiz e caule
questione os estudantes sobre como pode-
riam investigar a germinação e o desenvol-
vimento de uma planta. Depois, organize a
turma em grupos e entregue, a cada gru-
po, duas garrafas PET transparentes corta-
As raízes fixam a A raiz e suas partes
planta e absorvem A raiz é o órgão que fixa a planta ao solo ou a outro substrato e
das ao meio, algodão e sementes de feijão
água e sais dele absorve água, sais minerais e o gás oxigênio necessário à respi-
ou alpiste. Deixe-os observar os materiais e
raciocinar qual a melhor maneira de mon- minerais. Já o caule ração celular.
tar o experimento. Eles devem colocar em é responsável pelo Em uma raiz podemos identificar algumas regiões, como: coifa, zona
transporte de seiva de multiplicação celular, zona de alongamento, zona pilífera e zona de
cada uma das garrafas cinco sementes, de ramificação.
modo que elas fiquem entre o algodão e e pela sustentação
da planta. A coifa é um envoltório formado por células mortas. Ela protege a
a parede da garrafa e seja possível enxer- ponta da raiz do atrito com as partículas do solo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gá-las pelo lado de fora. Peça que identifi- A zona de multiplicação celular é a região da ponta da raiz
quem as sementes, numerando-as de 1 a protegida pela coifa. É composta de células que se multiplicam com
5, na parte externa do recipiente, com uma frequência, ocasionando o crescimento da raiz.
caneta para retroprojetor. Solicite aos gru- A região acima da coifa é a zona de alongamento. Nela, as células
pos que observem as sementes por 8 dias. se alongam, fazendo com que a raiz aumente em comprimento.
Nesse período, reserve alguns minutos da A zona pilífera, também chamada de região de absorção, é com-
aula para que eles observem o experimen- Glossário posta de pelos absorventes que retiram água e sais minerais do solo
to, de modo a acompanhar a germinação, o Substrato: no contexto ou do substrato. Esses elementos compõem a seiva mineral.
crescimento e o desenvolvimento das plan- significa base, fundamento. Da chamada zona de ramificação, partem raízes secundárias que
tas. A cada observação, garanta um mo- auxiliam no suporte da planta e na absorção de água e de sais minerais.
mento para que os estudantes desenhem
Estrutura da raiz
as plantas. Oriente-os a produzir legen-
84
84
Orientações didáticas
• Com relação às estruturas da raiz, es-
clareça aos estudantes que a coifa é como
Tipos de raízes um “capuz” que envolve as células me-
ristemáticas em divisão, protegendo-as.
É possível classificar as raízes em pivotantes e fasciculadas.
As raízes pivotantes, também chamadas de axiais, são constituídas
Aproveite para explicar também que os
por uma raiz principal desenvolvida, visivelmente diferenciada, da qual pelos da raiz correspondem a prolonga-
partem raízes laterais menores, chamadas raízes secundárias. mentos celulares e não são como os pe-
As raízes fasciculadas, também chamadas de adventícias, são los dos animais (apêndices epidérmicos
formadas por várias raízes finas que apresentam aproximadamente o de queratina).
mesmo tamanho. Nesse tipo de sistema radicular, não existe uma raiz • Comente com a turma que a cenoura,
principal claramente diferenciada. a beterraba e a mandioca são exemplos
de raízes tuberosas. Explique que os ma-
Raiz pivotante e raiz fasciculada
teriais armazenados por essas raízes são
SAMUEL SILVA/ARQUIVO DA EDITORA
A B nutrientes.
Raiz principal
• Se possível, reserve alguns momentos do
final da aula e leve os estudantes para a sala
de informática. Instrua-os a pesquisar ima-
gens de raízes: sugadoras, tuberosas, respi-
ratórias e tabulares. Solicite a eles que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CLARANILA/GETTY IMAGES
3m
25 cm
30 cm
Raízes aéreas de orquídea do gênero As raízes tabulares da árvore Raízes respiratórias de plantas da espécie
Cattleya. Esse tipo de raiz cresce Ficus macrophylla auxiliam Avicennia schaueriana, conhecidas como
exposto ao ar. em sua fixação no solo. mangue-preto.
85
85
Orientações didáticas
• Antes de abordar a estrutura do caule,
com o objetivo de desenvolver a autono-
mia e o protagonismo dos estudantes no O caule e suas partes
processo de aprendizagem, organize a
O caule das angiospermas dá sustentação à planta. Ele também
turma em grupos e, como atividade ex- transporta a água, os sais minerais e o alimento produzido na fotos-
traclasse, solicite que façam uma pesquisa síntese. Alguns caules também fazem fotossíntese.
e levem para a sala de aula alguns exem- De maneira geral, o caule é composto de gema apical, gemas laterais,
plos de caules comestíveis presentes no Glossário
nós e entrenós.
cotidiano deles. No dia combinado, peça Ápice: ponto mais alto, topo. A gema apical, também conhecida como meristema apical, é um
Células indiferenciadas: conjunto de células indiferenciadas localizado no ápice das plantas.
aos grupos que apresentem o conteúdo
células que não possuem
pesquisado e os exemplares para o res- estrutura ou função específica.
A multiplicação dessas células promove o crescimento em compri-
tante da turma. mento do caule.
• É possível conduzir uma discussão so- A gema lateral é um conjunto de células indiferenciadas localizado
nas junções entre as folhas e o caule. A multiplicação dessas células
bre a importância histórica dos vegetais permite o crescimento de ramos laterais.
para a vida humana. A exploração dos Nó é a região do caule da qual surgem as folhas. A região entre dois
recursos de origem vegetal é tão antiga nós consecutivos é denominada entrenó.
quanto a própria história da civilização
humana. Partindo desse fato, proponha Transporte de seiva
aos estudantes um trabalho interdisci-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A condução das seivas mineral e orgânica pode ocorrer por difusão
plinar com História e Geografia, para is-
de célula para célula, como nas briófitas, ou pelos tecidos de condução
so solicite um levantamento dos usos das (xilema e floema), como nas plantas vasculares.
plantas na vida humana como fontes de Entrando na rede
O xilema é constituído por células que formam tubos muito finos e
alimento, fibras têxteis, matéria-prima No endereço http:// que conduzem a seiva mineral desde as raízes até as partes superiores
para construção civil, fonte de energia, florabrasiliensis.cria.org.br/, da planta. A capilaridade é a propriedade que os líquidos têm de
princípios ativos de medicamentos, pro- você encontra imagens de subir por tubos muito finos. Quanto mais estreito o diâmetro do tubo,
diversas plantas brasileiras,
dutos químicos diversos, cosméticos etc. mais alto é o nível atingido pelo líquido que sobe por ele. Por isso, a
digitalizadas a partir da
A importância econômica e cultural das obra Flora brasiliensis,
capilaridade é um dos fatores que possibilitam a chegada da água
plantas para a humanidade pode servir produzida entre 1840 e absorvida pelas raízes até as folhas do topo das árvores.
de ponto de apoio para a aprendizagem 1906 por Carl F. P. von O floema conduz a seiva orgânica, geralmente das folhas para as
Martius, August W. Eichler diversas partes da planta. De maneira geral, as células do floema mais
sobre os órgãos das plantas, além de con-
e Ignatz Urban. próximas das folhas apresentam maior concentração de açúcares
tribuir para a percepção da diversidade produzidos pela fotossíntese. Isso faz com que essas células recebam
desses organismos. Acesso em: 14 jul. 2022.
água, arrastando os açúcares em direção às outras partes da planta.
• Destaque o uso de plantas medicinais,
promovendo uma discussão com base nas Partes do caule
seguintes perguntas: “Vocês sabem o que
86
Orientações didáticas
• Como forma de complementar este
Tema, é possível abordar a importância da
Tipos de caule Tubérculo, bulbo e raiz tuberosa vegetação para o ambiente e, consequen-
temente, para os seres vivos. Explique que
apical e podem reservar nutrientes. nutrientes são armazenados. (Imagem sem escala; cores-fantasia.) impressa ou digital.
Dele partem raízes, que fixam a planta Fonte: Ilustração elaborada com base em RAVEN, P. H. et al.
ao solo. Alguns bulbos, como a cebola Biologia vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Respostas – De olho no tema
e o alho, são comestíveis. 1. As principais funções da raiz são fixar
Caules dos tipos tubérculo e bulbo são frequentemente confun- a planta ao solo ou a outro substrato e
didos com raízes tuberosas, encontradas na beterraba e na cenoura, absorver água, sais minerais e o gás oxi-
por exemplo. Ambos são subterrâneos e armazenam nutrientes, o gênio necessário à respiração celular. O
que os diferencia é o local em que esses nutrientes são armazenados.
caule dá sustentação à planta e transpor-
Os caules aquáticos podem ser flutuantes ou servir para fixar a planta
ao substrato. Geralmente, são clorofilados e pouco desenvolvidos.
ta a água, os sais minerais e o alimento
A maioria dos caules é aérea, ou seja, cresce acima do solo. Os caules produzido na fotossíntese. Alguns caules
aéreos podem ser classificados como eretos, trepadores ou rastejantes. também fazem fotossíntese.
Os caules eretos crescem perpendicularmente ao solo, como os 2. Não, é possível que essa amostra apre-
troncos de árvores, os bambus e as palmeiras. Os caules trepadores sente raízes (pois a maioria delas é sub-
são típicos de plantas que crescem sobre um suporte ou se enroscam terrânea) e caules (que também podem
nele. Plantas como chuchu, uva e maracujá têm caules trepadores. ser subterrâneos).
Os caules rastejantes crescem rente ao solo, fixando-se nele em
diversos pontos pelas raízes. A grama, o morango, a melancia e a
abóbora têm caules rastejantes. De olho no tema
1. Descreva as principais
EMFA16/SHUTTERSTOCK
87
87
Respostas – Atividades
1. Plantas são seres pluricelulares, euca-
rióticos, autotróficos e fotossintetizantes.
2. (I) avasculares; (II) pteridófitas; (III) gim- Atividades TEMAS 1 A 3
REGISTRE EM SEU CADERNO
ARQUIVO DA EDITORA
ANDERSON DE
ANDRADE PIMENTEL/
Pteridófitas Gimnospermas
caule. As plantas podem ser classificadas em (I) e Angiospermas
Briófitas
vasculares. As plantas vasculares são divididas em C
4. (1) nó; (2) entrenó. O caule da cana-de- plantas sem sementes e plantas com sementes. B
-açúcar é aéreo e ereto, pois cresce acima A
As (II) formam o grupo de plantas vasculares sem
do solo e perpendicular a ele. sementes. As (III) têm sementes nuas; e as (IV)
As letras A, B e C indicam a aquisição de uma
5. a) Araucária ou pinheiro-do-paraná. têm sementes protegidas por (V).
nova característica: lendo de baixo para cima,
Pertence ao grupo das gimnospermas. 3. Leia as frases a seguir e transcreva as incorretas, os grupos anteriores a uma letra correspondem
b) Dado que os pinhões são produzidos corrigindo-as. a linhagens de plantas que não possuem essa
pelas araucárias e que essas são gimnos- a) A raiz transporta água e sais minerais para característica; os ramos posteriores correspon-
toda a planta. dem a plantas que a possuem.
permas e que nas plantas desse grupo
b) Uma das funções da raiz é fixar a planta ao
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
não há produção de frutos – elas apre- a) Indique uma característica para cada letra.
substrato.
sentam sementes nuas (justificativa), b) O esquema da figura oferece justificativas
c) Todas as raízes são subterrâneas. que podem permitir a conclusão sobre
conclui-se que os pinhões não são fru- d) Em uma raiz fasciculada não se distingue a a que grupo uma planta observada (dados)
tos, e sim sementes (conclusão). Outros raiz principal. pertence. Produza um argumento científico
arranjos de argumento científico po- e) Tubérculos são raízes que armazenam mate- identificando o grupo a que pertence uma
dem ser produzidos, é importante que rial nutritivo de reserva. árvore carregada de laranjas.
os estudantes concluam que pinhões 4. Identifique as partes do caule indicadas pelos 7. A juçara (Euterpe edulis) é uma palmeira co-
não são frutos e que apresentem da- números e nomeie esse tipo de caule. mum da Mata Atlântica e fonte do conhecido
dos e justificativa que deem respaldo a palmito-juçara. Para a obtenção do palmito,
essa negação. Para esta atividade, não SANA RAHIM/SHUTTERSTOCK costuma-se cortar o caule da planta. Por
é necessário que o argumento exponha 1 causa de sua extração exaustiva, essa planta
que os pinhões são sementes, mas essa encontra-se ameaçada de extinção.
informação pode ser usada como dado • Se a palmeira não é derrubada para a retirada
2
do palmito, por que esse tipo de exploração
ou justificativa, dependendo da resposta prejudica a planta? Explique aplicando os
do estudante. O exercício da argumen- Caules de conhecimentos que você adquiriu.
6m
tação colabora para o desenvolvimento cana-de-açúcar
COMPARTILHAR
(Saccharum sp.).
da competência geral 7 da Educação
8. Leia o texto e faça o que se pede.
Básica prevista pela BNCC. ANALISAR
Muitos povos indígenas explicam a origem
6. a) (A) presença de vasos condutores; 5. Entrevero é um prato típico da culinária do Sul de diversas plantas, animais e fenômenos da
(B) formação de sementes; (C) produção do Brasil. É preparado comumente no inverno, natureza por meio de lendas.
pois um de seus ingredientes é o pinhão.
de frutos. • Pesquise sobre a lenda tupi para a origem
a) Qual é o nome popular da árvore que produz da mandioca e busque informações acerca
b) Dado que a laranjeira apresenta flores os pinhões? A que grupo de plantas pertence? da importância desse alimento para os po-
e frutos (as laranjas), conclui-se que ela é b) Um estudante afirmou que os pinhões são vos indígenas do Brasil. Inclua na pesquisa
uma planta do tipo angiosperma (con- os frutos da planta. Produza um argumen- a influência indígena no consumo dessa raiz
clusão), pois apenas plantas desse grupo to científico para concordar ou contrariar na alimentação do restante da população
apresentam flores e frutos (justificativa). o estudante. Lembre-se de que ele precisa brasileira.
7. Esse tipo de exploração prejudica a apresentar uma conclusão (concorda ou não • Forme um grupo com alguns colegas, e
palmeira porque retira da árvore a gema com a afirmação), dados (informações sobre elaborem um cartaz que contenha as prin-
a planta que produz pinhões) e uma justifi- cipais informações encontradas durante a
apical, que abriga o tecido responsável cativa (conexão entre dados e conclusão). pesquisa.
pelo crescimento em altura da planta.
Como essa palmeira é incapaz de re- 88
generar as partes perdidas, ela acaba
morrendo com a extração do palmito,
mesmo se não for derrubada.
8. De acordo com a lenda tupi para a ori- cuja raiz era marrom por fora, mas branca, diferentes pratos culinários, como farofa,
gem da mandioca, Mani era uma indíge- como a pele da menina, por dentro. Em sopas, caldos, bolos e cozidos.
na de pele clara, muito feliz e amada por homenagem à filha, a mãe deu à planta o
todos de sua tribo. Numa manhã, a garota nome de Mani-oca, que significa “casa de
adoeceu e, apesar de todos os esforços do Mani”. Na culinária indígena, a mandio-
pajé, não se recuperou da doença e mor- ca é um alimento muito consumido, em
reu. Seus pais, muito tristes, enterraram combinações que incluem frutas, como
o corpo da menina em sua oca, como caju, legumes e carne. Além de ser utili-
ditava a tradição. Eles a regaram diaria- zada para fazer a farinha de mandioca e
mente com água e também com muitas o beiju. A culinária indígena influenciou
lágrimas. Alguns dias após a morte da a alimentação do restante da população
garota, brotou dentro da oca uma planta brasileira, que usa a mandioca para fazer
88
Orientações didáticas
• A seção Pensar Ciência propõe uma
atividade em que os estudantes devem
Pensar Ciência escolher uma imagem que corresponda
ao botânico e agrônomo estadunidense
George Washington Carver (1860-1943). A
A imagem do cientista proposta é que eles reflitam e discutam
Leia o trecho a seguir e escolha a imagem que, em sua opinião, sobre os estereótipos da figura do cien-
corresponde à pessoa descrita. Depois, compare sua escolha com as tista, cujas marcas são étnicas, de gêne-
dos colegas e confira a resposta com o professor. ro, de nacionalidade e de classe social. O
estímulo à conversa em grupo para o re-
conhecimento sobre o que se pensa da
a indústria têxtil, por ser utilizado para pecífica 1 de Ciências da Natureza para
tingir o jeans em uma época de escassez o Ensino Fundamental, ambas previstas
de corantes. pela BNCC.
• O potencial da atividade exige ir além
do jogo de adivinhação proposto e dis-
EVERETT COL COLLECTION/FOTOARENA
PHOTO12/UIG/GETTY IMAGES
89
Orientações didáticas
• O início deste Tema aborda a morfo-
logia foliar. Comente com os estudantes
que há folhas das mais variadas formas
e tamanhos, e a maior folha composta é
TEMA
4
a da espécie de palmeira Raphia regalis, unidade
que chega a medir mais de 20 metros;
entre as menores folhas de uma plan-
ta vascular está a da espécie Crassula
Folha e fotossíntese
erecta, cujo comprimento, em média,
é de 1,3 mm. Se possível, mostre ima-
gens dessas espécies à turma. A morfo-
logia foliar (forma e tamanho das folhas) As folhas são os A folha e suas partes
é responsável por grande parte da diver- principais órgãos A folha é um órgão envolvido na realização de três processos vitais
sidade observável das plantas, sendo uti- responsáveis para as plantas, que estudaremos adiante: a fotossíntese, a respiração
lizada como critério de classificação de pela produção e a transpiração.
espécies vegetais. de alimento nas A maioria das folhas apresenta cor verde, em razão da presença do
• Caso julgue necessário, comente com plantas, por meio pigmento clorofila, e pode apresentar limbo, bainha e pecíolo.
os estudantes que folhas em diferentes da fotossíntese.
Partes das folhas
estágios de desenvolvimento podem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SAMUEL SILVA/ARQUIVO DA EDITORA
apresentar coloração avermelhada ou A
Limbo
B
alaranjada pela presença de outros pig-
mentos em maior quantidade do que a
clorofila. Além disso, há plantas que pos-
suem folhas de outras cores ao longo de
toda a vida. Nesses casos, as cores de ou-
Bainha
tros pigmentos também se sobressaem à Pecíolo
Limbo
cor da clorofila.
• Para explorar com os estudantes as ner- (A) Representação esquemática de folha com limbo e pecíolo, mas sem bainha.
vuras de uma folha, realize a “esqueleti- (B) Representação esquemática de folhas com limbo e bainha, mas sem pecíolo.
(Imagens sem escala; cores-fantasia.)
zação de folhas” como uma atividade de
Fonte: Adaptado de RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal. 6. ed.
demonstração. Para essa prática, serão Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
necessárias folhas grandes (limbo maior
O limbo é a parte achatada da folha, em que estão localizados os
que 5 cm), com suas nervuras bem visíveis
estômatos. Essas estruturas são responsáveis por parte da transpiração
e coletadas do solo (recomendar à turma e pelas trocas gasosas entre a planta e o meio externo.
que não arranque folhas); 80 gramas de A bainha é a base expandida da folha, que envolve o caule de
carbonato de sódio (encontrado em lojas algumas plantas, como o milho e o arroz.
de produtos de limpeza ou artigos para O pecíolo é a haste que une o limbo à bainha ou diretamente
piscina – conhecido como barrilha leve), ao caule. Folhas que não apresentam pecíolo são denominadas
750 mL de água, pano de prato, pincel folhas sésseis.
chato de cerdas simples e finas. Primeiro, No limbo também há nervuras, que conduzem água, sais minerais
ferva as folhas coletadas em uma mistura e materiais produzidos na fotossíntese.
de água e carbonato de sódio, até que elas
comecem a se soltar das nervuras. Retire Entrando na rede
as folhas da mistura e coloque-as sobre o No endereço http://s.ambiente.sp.gov.br/jardimbotanico/tourvirtual/
pano de prato limpo. Com paciência, pas- index.html, é possível realizar uma visita virtual ao Jardim Botânico de
São Paulo e obter informações sobre diversos tipos de planta.
se o pincel sobre cada uma das folhas para
retirar os tecidos da planta até que reste Acesso em: 14 jul. 2022.
apenas as nervuras. Ao finalizar, retire “o
esqueleto” da folha e coloque-o sobre um 90
papel sulfite para análise.
90
Orientações didáticas
• Relacione a forma das folhas ao am-
biente em que elas vivem. Por exem-
Nervuras das folhas plo, as folhas modificadas em espinhos
são adaptações das plantas que vivem
A Nervuras B
paralelas em clima seco, pois, reduzindo a super-
Nervura fície foliar, reduz-se a perda de água. Nas
secundária florestas de clima equatorial ou tropical,
nas quais a vegetação ocupa diferentes
estratos verticais, as plantas que ocupam
Nervura
os estratos mais baixos recebem menor
FABIO COLOMBINI
escola. Conduza as observações propon-
do que procurem folhas com formas e co-
res diferentes. Solicite aos estudantes que
Folha Folíolos
registrem as partes da folha, a disposição
(A) Representação esquemática de folha de hibisco (Hibiscus sp.), uma folha simples.
das nervuras e a classificação do limbo por
(B) Representação esquemática de folha de pau-brasil (Caesalpinia echinata), uma folha meio de desenhos, esquemas e anotações.
composta. (Imagens sem escala; cores-fantasia.) 1m Se possível, eles devem registrar o nome
Fonte: Adaptado de RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal.
6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
da espécie da planta. Como atividade ex-
Os espinhos do cacto xiquexique traclasse, solicite a eles que pesquisem
Folhas modificadas (Pilosocereus gounellei) são folhas
modificadas. O caule tem clorofila informações sobre a planta observada,
As modificações na estrutura da folha permitem que ela desem- e realiza fotossíntese. principalmente sobre as suas folhas.
penhe funções específicas. São exemplos de folhas modificadas as
brácteas, os espinhos, as gavinhas e as folhas das plantas carnívoras.
SERGEY ALESHIN/GETTY IMAGES
91
91
Orientações didáticas
• Para o estudo da fotossíntese, você pode
realizar um experimento para demonstrar
esse processo. Com os materiais e os pro-
cedimentos listados a seguir, faça apenas
A fotossíntese
uma montagem. A maioria das plantas é capaz de produzir seu próprio alimento por
meio da fotossíntese.
Material:
Para realizar a fotossíntese, as plantas necessitam de água, gás carbô-
2 garrafas PET transparentes com tampa nico (CO2) e energia luminosa. A água é absorvida pelas raízes, e o gás
e identificadas com os números 1 e 2; carbônico, presente no ar, entra na planta pelos estômatos das folhas.
2 ramos de elódea (planta de aquário); O processo de fotossíntese ocorre nos cloroplastos, organelas das
fonte de luz; água; bicarbonato de sódio; células vegetais. A clorofila, pigmento presente nos cloroplastos, capta
1 colher de sobremesa e papel-alumínio. a energia luminosa do Sol. Essa energia é utilizada em transformações
Procedimento: químicas, que permitem a combinação da água com o gás carbônico,
levando à produção de açúcar e à liberação de gás oxigênio (O2) e de água.
1. Coloque um ramo de elódea em cada
A mistura de água e açúcar produzida na fotossíntese compõe a
garrafa. seiva orgânica.
2. Coloque água nas duas garrafas de for-
ma a cobrir os ramos da planta. A transpiração
3. Acrescente uma colher de sobremesa
A transpiração consiste na eliminação de água na forma de vapor
LIBRARY/FOTOARENA
STEVE GSCHMEISSNER/SCIENCE PHOTO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4. Tampe as duas garrafas. absorvam mais água do substrato e o líquido presente no xilema suba e
5. Envolva totalmente uma das garrafas seja distribuído pelo corpo da planta, mantendo o fluxo de seiva mineral
por papel-alumínio. no interior dos tecidos condutores.
6. Mantenha as duas garrafas próximas a
Tecido de revestimento de uma folha em corte, mostrando os estômatos (em
uma fonte de luz por cerca de 1 hora e rosa), estruturas que permitem a transpiração. (Imagem obtida com microscópio
30 minutos. óptico, colorizada artificialmente e ampliada cerca de 270 vezes).
• Questione os estudantes sobre o que
eles acham que vai acontecer em cada Saiba mais!
uma das garrafas e peça que justifiquem PLANTAS PARASITAS E PLANTAS CARNÍVORAS A maior flor do mundo, conhecida como flor-mons-
as respostas. Ao final do experimento, so- Assim como os outros grupos de plantas, a maioria tro (Rafflesia arnoldii), é nativa das ilhas de Sumatra,
licite a eles que observem o que aconte- das espécies de angiospermas é autotrófica, pro- na Indonésia, e pertence a uma planta parasita. Não
ceu nas duas garrafas e pergunte em qual duzindo seu alimento por meio da fotossíntese. realiza fotossíntese e absorve nutrientes das raízes
Algumas espécies, porém, utilizam outros meios de algumas árvores.
garrafa ocorreu o processo de fotossín-
para obter alimento ou complementar a nutrição. O Há ainda as plantas carnívoras, que têm clorofila e
tese. Peça que justifiquem as respostas. cipó-chumbo (Cuscuta sp.), por exemplo, quase não realizam a fotossíntese, mas complementam sua nu-
Eles vão observar a liberação de pequenas tem clorofila e não realiza fotossíntese. Essa planta trição alimentando-se de pequenos animais, como
bolhas de oxigênio na garrafa que não foi parasita outras plantas, das quais absorve o alimen- insetos, aranhas e sapos, aprisionados e digeridos
envolvida por papel-alumínio, compro- to de que necessita, com suas raízes sugadoras. em folhas modificadas.
vando a ocorrência da fotossíntese. Ex-
92
Orientações didáticas
• É comum que os estudantes associem
as folhas à respiração e à fotossíntese, co-
A respiração mo se esses processos ocorressem apenas
nessas estruturas. No entanto, esclareça
O açúcar produzido pela fotossíntese é aproveitado como fonte de que a fotossíntese e a respiração são pro-
energia para a planta durante o processo de respiração celular. Esse
processo ocorre em organelas denominadas mitocôndrias.
cessos celulares: a respiração ocorre em
São necessárias algumas transformações químicas para que a todas as células vivas, e a fotossíntese, em
energia do alimento seja liberada. todas as células clorofiladas, que podem
De forma resumida, na respiração, a planta consome matéria orgâ- estar na folha e também em outros ór-
nica (açúcar) e gás oxigênio, liberando energia e produzindo água e gãos, como os caules jovens de algumas
gás carbônico. A energia é utilizada na realização de todas as funções espécies e os cladódios (caule) dos cactos.
vitais da planta, incluindo o crescimento e a reprodução. Já a água e • Conduza o estudo da fisiologia vege-
o gás carbônico são liberados pelos estômatos e voltam ao ambiente. tal de modo que os processos de absor-
Diferentemente da fotossíntese, a respiração das plantas acontece ção de água e sais minerais, condução de
sem a dependência da luz. É um processo constante, que ocorre em
seiva, transpiração, fotossíntese e respi-
todas as células vivas da planta.
ração sejam compreendidos de forma
Nutrição das plantas integrada, e não como fenômenos iso-
lados. A compreensão desses processos
93
Definição Processo por meio do qual as plantas produzem o Processo em que a planta aproveita o açúcar produzido
próprio alimento. pela fotossíntese como fonte de energia.
Parte da planta em que ocorre Principalmente nas folhas. Todas as células vivas da planta, entre elas as folhas.
93
Orientações didáticas
• Estudar a reprodução dos diferentes
grupos de plantas envolve lidar com di-
versos conceitos ainda novos para os estu-
dantes. Um exemplo é o esporo, diferente
TEMA
5
daquele que aparece no ciclo vital de al- unidade
gumas bactérias ou vermes. Nas plantas,
os esporos são formados na fase asse-
Ciclos reprodutivos
xuada do ciclo reprodutivo, e os game-
tas, na fase sexuada.
das plantas
• Esse assunto pode ser complemen-
tado mencionando-se processos re-
produtivos de propagação vegetativa As diferenças Reprodução das briófitas
(reprodução assexuada). As técnicas pa- reprodutivas das No ciclo reprodutivo das briófitas, ocorrem duas fases distintas: a
ra a propagação vegetativa das plantas plantas estão fase sexuada, na qual são produzidos os gametas, e a fase assexuada,
são comumente utilizadas na agricultu- relacionadas à caracterizada pela produção de esporos.
ra e na jardinagem. Elas consistem na re- ocupação de novos De forma geral, as espécies de briófitas apresentam plantas de
produção de plantas por meio de partes ambientes. sexos separados. As plantas masculinas produzem gametas chamados
dela, como caule, folha e raiz. Confira o anterozoides, enquanto as femininas produzem as oosferas.
conteúdo da Sugestão de recurso com- As briófitas são dependentes da água para a reprodução. É por
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
meio dela que os anterozoides se deslocam e alcançam a oosfera.
plementar para mais informações sobre
A união desses gametas forma o embrião.
essas técnicas. Se for possível, convide
O embrião se desenvolve e inicia a fase assexuada, originando
pessoas com essa experiência para expli- sobre a planta feminina uma estrutura formadora de esporos, que
car aos estudantes como é feito o plantio amadurecem e são liberados no ambiente. Ao cair no solo e encontrar
de diversas plantas utilizadas na alimenta- condições favoráveis, o esporo pode originar uma nova planta.
ção e/ou decoração. Peça aos convidados
que expliquem como são realizadas essas Ciclo reprodutivo das briófitas
técnicas e apresentem as vantagens delas
94
94
Orientações didáticas
• No Tema 5, durante a abordagem dos
ciclos reprodutivos dos diferentes gru-
Reprodução das pteridófitas pos de plantas, incentive os estudantes
a encontrar relações entre os ambientes
As pteridófitas, assim como as briófitas, apresentam ciclo repro- ocupados por cada um dos grupos e as
dutivo com duas fases distintas: a fase sexuada, na qual se formam
os gametas, e a fase assexuada, na qual são produzidos os esporos.
particularidades do modo de reprodu-
Nas pteridófitas, a fase mais duradoura e mais visível é a assexuada. ção deles.
Na fase de reprodução das samambaias, por exemplo, soros são • Explore as imagens dos ciclos reprodu-
produzidos na parte inferior dos folíolos dessas pteridófitas. No inte- tivos das plantas. Ao longo dessa aborda-
rior de cada soro, existem inúmeros esporos. Ao amadurecer, esses gem, peça aos estudantes que, sempre
esporos podem cair no solo úmido e germinar, formando o prótalo. que possível, ao visualizarem as estru-
Inicia-se, assim, a fase sexuada do ciclo reprodutivo. turas que representam as fases do ciclo
O prótalo produz gametas masculinos, os anterozoides, e femininos, reprodutivo dos diferentes grupos de
as oosferas. Para que os gametas se encontrem, o gameta masculino plantas, registrem-nas com fotografias
deve deslocar-se na água até o gameta feminino. Portanto, a repro-
ou desenhos, e levem os registros para a
dução das pteridófitas também é dependente da água.
sala de aula. Ao iniciar a aula, compartilhe
Após a união do gameta feminino com o gameta masculino, ocorre
a formação do embrião, que se desenvolve e origina uma nova o material levado pelos estudantes com
samambaia. toda a turma e promova uma pequena
discussão sobre as estruturas registradas,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Esporos
Prótalo
Folíolo
Representação esquemática
do ciclo de vida de uma
pteridófita.
Soro Soros 1 Abertura dos soros e
liberação dos esporos.
2 Se caírem em um
4 substrato adequado, os
esporos germinam, dando
origem ao prótalo.
3 No prótalo, ocorre a
produção de gametas
masculinos e femininos.
A união desses gametas
Desenvolvimento é dependente da água e
do embrião origina o embrião.
4 O desenvolvimento do
embrião dá origem a uma
nova planta.
(Imagem sem escala;
cores-fantasia.)
Planta adulta
Fonte: Adaptado de RAVEN, P. H. et al. Biologia vegetal.
6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
95
95
Orientações didáticas
• Uma das características exclusivas das
espermatófitas – grupo que contém as
gimnospermas e as angiospermas – é a Saiba mais! Reprodução das gimnospermas
presença de semente. Comente com os
A IMPORTÂNCIA Nas diferentes espécies de gimnospermas, os indivíduos podem ter
estudantes que uma semente contém o
DAS ARAUCÁRIAS sexos separados ou ser hermafroditas, ou seja, apresentar estruturas
embrião e uma reserva energética para produtoras de gametas masculinos e femininos na mesma planta.
iniciar seu desenvolvimento. Todas as es- No dia 24 de junho come-
mora-se o Dia Nacional da No caso da araucária, as plantas apresentam sexos separados.
truturas que compõem uma semente se- Araucária. Sua importância As gimnospermas possuem estruturas reprodutivas chamadas
rão estudadas adiante. está relacionada ao valor estróbilos. Os estróbilos masculinos produzem os grãos de pólen,
• Relembre-os de que gimnospermas de sua madeira e por ser que contêm os gametas masculinos. Os estróbilos femininos produzem
apresentam as sementes nuas, ou seja, culturalmente fonte de ali- os gametas femininos.
não protegidas por um fruto. Chame a mento e renda para muitas Os grãos de pólen são transportados dos estróbilos masculinos até
famílias que usufruem de o estróbilo feminino, geralmente pelo vento. Esse processo é chamado
atenção deles para o fato de que a pinha de polinização. Ao entrar em contato com o estróbilo feminino, o grão
suas sementes, os pinhões.
não é a flor ou fruto das gimnospermas, Além disso, essa árvore é de pólen contendo o gameta masculino encontra o gameta feminino.
elas são estruturas reprodutivas. Enfatize fundamental para a preser- Nesse encontro, ocorre a fecundação, que é independente da água.
que esse grupo de plantas não apresen- vação da fauna, servindo A semente formada é constituída externamente por uma casca
ta flor e fruto. de alimento para diversos protetora e internamente por uma camada de tecido nutritivo ao redor
• Caso seja possível, leve para a sala de animais e de suporte para do embrião, resultante da fecundação.
a construção de ninhos de
aula exemplares de estróbilos, também
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PICTURES/FOTOARENA
BLICKWINKEL/JAGEL/ALAMY/FOTOARENA
LUCIANO CANDISANI/MINDEN
FABIO COLOMBINI
diferentes espécies de aves. A B C
conhecidos como cones, e suas sementes,
para que os estudantes possam examiná-
-los, facilitando o entendimento dessas
estruturas.
• Se julgar conveniente, proponha uma
pesquisa em grupo sobre o uso do pinhão
na culinária brasileira. Proponha aos estu- 20 cm 20 cm
dantes que levem imagens e receitas do 5 cm
uso da semente. Promova uma discussão (A) Estróbilos femininos da araucária, conhecidos popularmente como pinhas.
para compartilhamento das informações. (B) Estróbilos masculinos da araucária. (C) Pinha aberta mostrando as sementes,
chamadas de pinhões.
Outra possibilidade é elaborar um mural
coletivo na sala de aula com imagens e Ciclo reprodutivo das gimnospermas
pequenos textos. Em diversos locais do
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96
Orientações didáticas
• Os processos de polinização das flores e
dispersão das sementes costumam atrair
Reprodução das angiospermas Saiba mais! a atenção dos estudantes, uma vez que
as imagens que retratam as adaptações
O processo de reprodução das angiospermas pode ser dividido nas A POLINIZAÇÃO e as relações ecológicas associadas a es-
seguintes etapas principais: polinização, fecundação, desenvolvi- Em geral, insetos, aves ou
mento dos frutos, dispersão das sementes e germinação. ses fenômenos fascinam por sua beleza,
morcegos são atraídos pelas
As angiospermas podem ser hermafroditas ou ter sexos separados. ao mesmo tempo que contribuem para a
flores das angiospermas,
As flores das angiospermas abrigam suas estruturas reprodutivas. seja por serem vistosas, seja aprendizagem.
A parte masculina da flor produz os grãos de pólen que darão origem pelo néctar ou pelo odor • Para ampliar o conhecimento da turma,
aos gametas masculinos. Já o gameta feminino fica abrigado dentro característico. Alguns exem- sugira uma pesquisa sobre a importância
da parte feminina da flor. plos de angiospermas po- dos polinizadores para manter a diversi-
A reprodução dessas plantas também é independente da água. linizadas por animais são o dade das plantas nativas e de grande par-
maracujá e a dama-da-noite.
Ciclo reprodutivo das angiospermas te dos cultivos comerciais e as principais
As flores polinizadas pelo
ameaças ao processo de polinização. Con-
da flor
reprodução de briófitas, pteridófitas, gim-
nospermas e angiospermas. Instigue-os
2 a pensar nessas diferenças aplicando, de
Agente
polinizador forma oral ou escrita, as questões propos-
tas no De olho no tema.
Respostas – De olho no tema
a) Tanto briófitas quanto pteridófitas são
Gameta
dependentes da água para reprodução,
feminino por meio dela ocorre a união dos game-
tas masculino e feminino, que forma o
Semente embrião.
3 b) Gimnospermas e angiospermas pos-
suem estruturas reprodutivas e não são
Fruto
4
dependentes da água para reprodução.
De olho no tema c) As gimnospermas apresentam estró-
No que diz respeito ao bilos, masculinos e femininos. Os estró-
Representação esquemática do ciclo de vida de uma angiosperma. processo de reprodução bilos masculinos produzem grãos de
1 Polinização. Diversos agentes podem transportar o grão de pólen, das plantas, responda de pólen que, transportados pelo vento,
possibilitando o encontro entre o gameta masculino e o gameta feminino. forma breve:
vão fecundar os estróbilos femininos e
2 Fecundação. Ocorre a união do gameta feminino com o gameta masculino, a) O que briófitas e pteridó-
formando o embrião e a semente que o protege. formar o embrião. As flores são as estru-
fitas têm em comum?
3 Desenvolvimento dos frutos. A fecundação estimula o desenvolvimento da turas reprodutivas das angiospermas. A
parte feminina da flor, dando origem ao fruto, que envolve e protege as sementes. b) O que gimnospermas e parte masculina da flor produz os grãos
4 Dispersão das sementes e germinação. Os frutos podem auxiliar no processo angiospermas têm em
de dispersão quando são ingeridos por animais e suas sementes são eliminadas comum? de pólen que, transportados por diferen-
com as fezes em locais distantes da planta-mãe. Ao cair no solo e em condições c) Como ocorre o proces- tes agentes polinizadores, possibilitam a
adequadas, as sementes podem germinar e dar origem a uma nova planta. união do gameta masculino com o ga-
so de reprodução das
(Imagem sem escala; cores-fantasia.)
gimnospermas? E das meta feminino, formando o embrião.
Fonte: Ilustração elaborada com base em REECE, J. B. et al. Campbell angiospermas?
Biology. 10. ed. Glenview: Benjamin Cummings, 2014.
97
97
Orientações didáticas
• Para a abordagem do conteúdo do
Tema 6, proponha uma análise detalhada
de uma estrutura floral em sala de aula.
Para isso, organize os estudantes em gru-
TEMA
6
pos e distribua um exemplar de flor para unidade
cada um. O hibisco, a azaleia e a quares-
meira são exemplos de flores que apre-
sentam estruturas bem definidas e que
Flor, fruto e semente
podem ser utilizadas em sala de aula para
que os estudantes as identifiquem.
• Utilize um exemplar de flor para realizar
a análise com a turma. Aponte para cada Após a A flor e suas partes
uma das estruturas externas da flor e fecundação, A flor é responsável pela reprodução sexuada das angiospermas.
peça aos estudantes que identifiquem parte da flor As principais partes de uma flor são o cálice, a corola, o androceu
os nomes delas. Depois, oriente-os a desenvolve-se e o gineceu.
separar e fazer as contagens das sépalas originando o O cálice é formado por folhas modificadas, geralmente verdes,
e das pétalas. Em seguida, caminhe entre fruto, que abriga chamadas sépalas. Ele protege as partes internas da flor.
os grupos e com um bisturi faça um corte a semente. A corola é formada por folhas modificadas, geralmente coloridas,
chamadas pétalas. Ela pode atrair animais polinizadores para a flor.
transversal no ovário das flores para que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O androceu é o órgão reprodutor masculino, composto de um ou
consigam observar os óvulos, e um corte
mais estames. Cada estame é formado pela antera, estrutura que
vertical no estilete para que observem produz os grãos de pólen, e pelo filete, haste que sustenta a antera.
a ligação do ovário com o estigma. Para O gineceu é o órgão reprodutor feminino, composto de um ou
complementar a atividade, solicite que vários carpelos. Cada carpelo é formado por estigma, estilete e ovário.
colem as estruturas da flor em uma O estigma é a extremidade superior do carpelo e produz um líquido
folha de sulfite, identificando-as. Você que contribui para a fixação dos grãos de pólen. O estilete é um
também pode solicitar que escrevam um tubo que liga o estigma ao ovário. O ovário é uma dilatação na base
breve texto explicando como ocorre a do carpelo, que contém os óvulos, onde são produzidos os gametas
fecundação nas flores. femininos (oosferas).
A haste que prende a flor ao ramo é o pedúnculo, e a extremidade
• A observação de plantas no ambiente
na qual cálice, corola, androceu e gineceu se prendem é o receptáculo
permite relacionar forma e função à adap- floral.
tação desses organismos ao meio em que
se encontram naturalmente. Caso sua ci- Partes da flor
dade ou região disponha de um jardim
Pétala Estigma
Estilete
Sépala
Ovário
Receptáculo floral
Pedúnculo Carpelo
Representações esquemáticas das partes de uma flor com androceu e gineceu. (A) Visão geral
da flor. (B) Visão da flor em corte longitudinal. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)
Fonte: Adaptado de REECE, J. B. et al. Campbell Biology.
10. ed. Glenview: Benjamin Cummings, 2014.
98
98
Orientações didáticas
• O tomate, a berinjela, o pepino, o
quiabo e a abóbora são frutos, apesar de
O fruto e suas partes serem popularmente chamados de legu-
mes. Os frutos carnosos comestíveis e de
O fruto é um órgão exclusivo das angiospermas, formado princi- Mesocarpo Epicarpo
SUPASART MEEKUMRAI/SHUTTERSTOCK
palmente do desenvolvimento do ovário da flor após a fecundação. sabor adocicado e agradável, como o ma-
Ele protege as sementes e pode auxiliar em sua dispersão. mão, a tangerina e a uva, são conhecidos
Geralmente, os frutos são compostos de pericarpo e uma ou mais popularmente como frutas, mas, em ter-
sementes. mos botânicos, o correto também é cha-
O pericarpo pode ser dividido em três camadas: o epicarpo, ou má-los de frutos, pois se desenvolvem do
casca, o mesocarpo, a camada intermediária, e o endocarpo, que 15 cm Semente Endocarpo ovário após a fecundação da flor.
envolve e protege a semente ou as sementes. Em alguns frutos, o • Na realização da atividade da seção
No mamão (Carica papaya), o
endocarpo é rígido e forma um caroço, como na manga e no pêssego. mesocarpo e o endocarpo Vamos fazer, fique responsável por cortar
A semente forma-se pelo desenvolvimento do óvulo fecundado e são as partes comestíveis.
abriga o embrião. as bananas ao meio para os estudantes,
no sentido longitudinal. Peça a eles que
Pseudofrutos realizem os procedimentos 1 e 2 da ati-
Os pseudofrutos ou frutos acessórios são formados pelo desen- vidade. Solicite a alguns estudantes que
volvimento de outras partes da flor que não o ovário. São exemplos o Castanha compartilhem as hipóteses elaboradas
RODRIGOBARK/SHUTTERSTOCK
(fruto)
caju, a maçã, a pera, o morango e o abacaxi. por eles com o restante da turma. Você
O caju é um pseudofruto resultante do desenvolvimento do pe- pode anotar algumas delas na lousa e, no
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dúnculo. O fruto verdadeiro é a castanha, que fica situada do lado final da atividade, verificar com a turma
externo da parte carnosa. se essas hipóteses foram ou não confir-
A parte suculenta e comestível da maçã, da pera e do morango é Pedúnculo madas. A atividade estimula a formulação
resultado do desenvolvimento do receptáculo floral. O fruto verdadei- 11 cm de hipótese e a investigação, colaboran-
ro da maçã e da pera é a região que reveste suas sementes. No caso
do para o desenvolvimento da compe-
do morango, os frutos verdadeiros se formam na superfície da parte Caju (Anacardium occidentale),
suculenta. um exemplo de pseudofruto. tência geral 2 da Educação Básica e a
O abacaxi é considerado um pseudofruto múltiplo ou infrutes- competência específica 2 de Ciências
cência, pois é proveniente do desenvolvimento de vários ovários de da Natureza para o Ensino Fundamental,
muitas flores, reunidas em uma inflorescência. Cada gomo visto no previstas pela BNCC.
abacaxi é um fruto sem semente.
Respostas – Vamos fazer
Vamos fazer REGISTRE EM SEU CADERNO
1. Resposta pessoal. Alguns estudantes
podem confundir os pontinhos escuros
A bananeira se reproduz por sementes? no interior da banana com sementes.
ATENÇÃO 2. Observe o fruto. Caso seja possível, utilize a lupa. Porém, esses pontinhos são óvulos não
fecundados.
O professor é quem vai cortar a banana antes de Registrar e analisar
iniciar a atividade. 2. Resposta pessoal. Podem existir frutos
1. Há no fruto alguma estrutura que pode ser con-
sem que tenha ocorrido a fecundação do
siderada uma semente? Em caso positivo, faça
Material
um desenho e identifique a(s) estrutura(s). óvulo. É o caso da banana, do tomate e
• Uma banana cortada ao meio, no sentido do da pimenta.
2. Na sua opinião, podem existir frutos sem que
comprimento tenha ocorrido a fecundação? Explique. 3. A forma de reprodução da bananeira
• Lupa (opcional) 3. Pesquise a forma de reprodução da bananeira.
ocorre de maneira assexuada (propaga-
As bananas comumente comercializadas têm ção vegetativa), a partir de seu caule (um
Procedimento
sementes? rizoma), que é cortado e de onde surgem
1. Elabore uma hipótese para responder à pergunta 4. Após a pesquisa, o que é possível dizer sobre a os brotos das novas plantas. As varie-
do título da atividade. Considere as informações hipótese que você elaborou sobre a reprodução dades de bananas comercializadas não
que aprendeu nesta Unidade e suas lembranças da bananeira por sementes? Descreva se ela foi têm sementes. As bananas silvestres têm
sobre esse fruto. ou não confirmada. sementes grandes e duras, no Brasil elas
são encontradas em regiões litorâneas
de Mata Atlântica.
99
4. Resposta pessoal. Embora a respos-
ta possa variar, verifique se o estudante
compreendeu a importância do proces-
so para refutar ou confirmar a hipótese,
independentemente de qual tenha sido.
99
Orientações didáticas
• Assim como para as outras partes das
plantas, ao estudar as sementes, é inte-
ressante providenciar ou pedir aos es- A semente e suas partes
tudantes que tragam de casa alguns
A semente é composta de três estruturas: casca (ou tegumento),
exemplares. Uma semente didaticamen-
endosperma (ou albume) e embrião.
te interessante é a do feijão, pois, ao ser A casca é um envoltório rígido que protege o embrião.
aberta no sentido longitudinal, permi- O endosperma contém amido, óleos e proteínas que vão nutrir
te visualizar o embrião, os cotilédones o embrião.
cheios de endosperma e a casca. O embrião dará origem a uma nova planta. Nele, encontramos
• Providencie alguns exemplares ou ima- uma raiz embrionária (radícula) e um ou dois cotilédones, que são as
gens de sementes que sejam dispersas de folhas embrionárias. A função dos cotilédones é fornecer nutrientes
formas diferentes: por exemplo, sementes à planta jovem no início do seu desenvolvimento. Algumas plantas,
como o arroz, o trigo e o milho, têm apenas um cotilédone na semente
dispersas pelo vento, como as dos ipês,
e são chamadas de monocotiledôneas. Em geral, elas têm endosperma
são aladas; sementes dispersas por ani- bem desenvolvido. Outras, como o feijão, o café e o amendoim, têm
mais, que podem ter grande quantidade dois cotilédones e são chamadas de dicotiledôneas. Em geral, elas são
de reserva energética, como os pinhões; pobres em endosperma e os elementos nutritivos ficam armazenados
ou sementes que têm a sua dispersão re- nos cotilédones, que são bem desenvolvidos.
lacionada à ingestão por animais do fruto
carnoso, que as contêm, como no caso do Estrutura da semente
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SAMUEL SILVA/ARQUIVO DA EDITORA
cambucá (fruto de uma espécie de árvore
A B
da Mata Atlântica classificada como vul-
nerável à extinção, devido à redução de Endosperma
seu hábitat), entre outros casos. Casca
Casca
Cotilédone
(folha do embrião)
Embrião
Embrião
Cotilédone
CATTLAYA ART/SHUTTERSTOCK
semente para longe da planta
que a originou. As sementes que
germinam longe da planta-mãe
não competem com ela por luz,
água e nutrientes e se propagam
por novas áreas.
Os agentes de dispersão são di-
versos, como vento, água e animais.
100
100
Orientações didáticas
• Comente com os estudantes que o
tempo de germinação das plantas pode
Germinação das sementes variar, dependendo da espécie e das con-
Em condições adequadas de luminosidade, umidade e temperatura,
dições ambientais. A semente do feijoeiro
entre outros aspectos, a semente inicia a germinação, que ocorre em (Phaseolus vulgaris), por exemplo, demora
etapas. de 2 a 6 dias para germinar após ser em-
Primeiro, a semente absorve água do ambiente e incha até a casca se bebida em água. Mencione alguns fatores
romper. Então, o embrião desenvolve a radícula, que logo se diferencia que podem afetar a germinação das se-
em raiz, estrutura responsável pela fixação da planta e pela absorção mentes: umidade do ambiente, aeração
de água e sais minerais. do substrato (solo), incidência de luz, fa-
As reservas nutritivas, presentes nos cotilédones, são usadas para tores químicos e fatores bióticos (algumas
o crescimento inicial da planta até que as folhas surjam e passem a sementes, por exemplo, só germinam de-
realizar fotossíntese. pois de passarem pelo sistema digestório
Algumas sementes passam por um período de dormência, durante de alguns animais).
o qual não germinam mesmo em condições consideradas ideais para
a germinação. • Explique que as sementes dormentes
apresentam algum bloqueio interno à
Germinação e desenvolvimento germinação, que pode ocorrer de diver-
sas formas, como cascas impermeáveis
SAMUEL SILVA/ARQUIVO DA EDITORA
101
Respostas – Atividades
1. a) (I) briófitas, (II) pteridófitas; b) (III)
estróbilos; c) (IV) sementes; d) (V) fotos-
síntese, (VI) respiração. Atividades TEMAS 4 A 6 REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dá origem ao fruto, formado pelo desen- dispersão), justificativa (conexão entre dados e
2. No que diz respeito a fotossíntese, responda: conclusão) e qualificador (grau de certeza).
volvimento do ovário da flor.
a) O que é esse processo?
4. A germinação acontece quando as
estames). c) Os insetos que se alimentam pelo artista japonês Ohara têm a forma e o odor muito semelhantes aos das
de néctar podem carregar grãos de pólen, Koson (1877-1945). fêmeas de certa espécie de vespa. Assim, os ma-
levando-os para outras plantas e flores, a) A que grupo pertence a chos dessas vespas são atraídos e, ao confundir
propiciando a polinização. planta retratada? Justifi- a flor com a fêmea, tentam acasalar com ela.
6. O processo vital para a planta citado que sua resposta. Diante dessa informação, crie uma narrativa
no texto é a transpiração, que consiste na b) Que estruturas repro- contando a interação entre a vespa e a flor. Para
essa escrita, considere os seguintes aspectos:
eliminação de água na forma de vapor dutivas você consegue
observar na imagem? • como ocorre essa interação;
através dos estômatos, que estão locali-
• por que ela ocorre;
zados nas folhas das plantas. c) A borboleta busca por
• como as características da flor ajudam na
7. Espera-se que os estudantes concluam néctar para se alimentar.
Borboleta e lírio, reprodução da planta.
Que vantagem evolutiva
que as sementes de jacarandá-mimoso a presença de néctar nas
xilogravura de Ohara Utilize recursos digitais para compartilhar
Koson, de 1912. com a turma a narrativa criada. Peça orientação
(imagem A) são dispersadas pelo vento, e flores confere às plantas? 36,6 cm × 19 cm.
as sementes de carrapicho (figura B), por ao seu professor sobre como compartilhar. Você
6. Leia o texto e responda. pode, por exemplo, criar um mural virtual, um
animais. As sementes do jacarandá-mi-
Os rios voadores distribuem a chuva da Flo- site ou um vídeo. Escolha aquele com que você
moso têm expansões laterais (dados) que resta Amazônica. Esse fenômeno acontece da mais se identifica.
favorecem o transporte pelo vento (justifi-
cativa). Os frutos das sementes de carrapi- 102
cho apresentam estruturas que promovem
a adesão nos pelos e nas penas de animais
(dados) que os transportam para outros
locais (justificativa). Os estudantes podem da espécie da vespa é atraído para a flor tiva. Para a criação do mural virtual, você
apresentar qualificadores como talvez, e, ao tentar copular, fica coberto de pólen. pode orientá-los a utilizar o Padlet, uma
pode ser, possivelmente e etc. Verifique se E que essa interação ocorre para que seja ferramenta on-line que permite a inserção
são feitas as associações adequadas, com realizada a polinização, pois, quando o de texto, imagens, vídeos etc.
conclusão, justificativa e dados. A atividade macho da espécie da vespa visitar outra
desenvolve a capacidade de argumenta- flor da mesma espécie, esta será poliniza-
ção, colaborando para o desenvolvimento da. Dessa forma, eles devem concluir que
da competência geral 7 da Educação as características da flor ajudam na repro-
Básica, prevista pela BNCC. dução da planta, pois atraem as vespas,
8. Espera-se que os estudantes descrevam que atuam como agentes polinizadores.
em suas narrativas que a interação entre Deixe os estudantes livres para escolher a
a vespa e a flor ocorre quando o macho forma como querem compartilhar a narra-
102
Orientações didáticas
• A seção Explore propõe um experi-
mento sobre germinação de sementes
Explore visando evidenciar a influência de fato-
res externos nesse processo. Considere
a possibilidade de realizar esse trabalho
Taxa de germinação de sementes com o professor de Matemática, enrique-
RATIKOVA/SHUTTERSTOCK
Uma forma interessante de compreender o processo de germinação cendo o tratamento e a discussão dos re-
das sementes e verificar a influência de fatores externos é observar sultados por meio de cálculos das taxas
sementes em ambientes controlados. Essa atividade possibilita o de germinação e de gráficos representa-
acompanhamento da germinação de sementes de diferentes espécies tivos desses resultados. Como essa ativi-
e o cálculo da taxa de germinação. 8 mm
dade solicita um tratamento quantitativo
Material das observações, chame a atenção dos es-
Sementes de ervilha
• Quatro placas de Petri ou pratos de • Etiquetas adesivas (Pisum sativum) tudantes para a importância do rigor nas
plástico transparentes • Sementes comerciais de hortaliças, flo- germinadas. análises experimentais, a fim de alcançar
• Papel-filtro ou coador de papel res, frutos etc. de pelo menos dois tipos. resultados confiáveis. A atividade estimu-
• Filme plástico • Tesoura com pontas arredondadas la o pensamento científico, colaborando
• Água • Canetas ou lápis para o desenvolvimento da competên-
Procedimento cia geral 2 da Educação Básica e a com-
1. Em grupos, escolham dois tipos de sementes entre as disponíveis para a execução da ATENÇÃO petência específica 2 de Ciências da
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
103
3. Para representar os resultados, os estudantes podem construir gráficos de colunas, barras ou de setores.
a) Resposta variável. Entre as placas que receberam água, as taxas de germinação dependem das espécies
utilizadas. b) Resposta pessoal. A germinação das sementes é influenciada por outros fatores ambientais,
além da umidade, como luminosidade, temperatura etc. ou, ainda, por fatores internos, característicos da
espécie, que caracterizam o período de dormência. c) Dado que não houve germinação das sementes para
ambas as espécies quando essas não receberam água, conclui-se que provavelmente/com certeza (possí-
veis qualificadores) a água é um fator essencial para a germinação das sementes (conclusão), pois apenas
nas placas que não receberam água não houve germinação (justificativa). Pode acontecer de mesmo sem
água algumas sementes germinarem, se elas estiverem úmidas. Isso vai refletir na escolha dos qualificadores
pelos estudantes. A atividade desenvolve a competência geral 7 da Educação Básica prevista pela BNCC.
103
Orientações didáticas
• A seção Atitudes para a vida aborda
a discriminação de mulheres na carreira
científica. Durante muitos anos, a pro- Atitudes para a vida REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
palheiro: reflexões sobre História Natural.
preensão e empatia, ou seja, prestar aten- São Paulo: Companhia das Letras, 1997. a genética do milho; uma de suas primeiras
ção e considerar as ideias, as opiniões e os experiências ainda se encontra entre as mais
sentimentos de outras pessoas. Esses são Barbara McClintock: geneticista importantes experiências biológicas do sé-
passos importantes do processo de apren- ganhadora do prêmio Nobel de Medicina culo XX. [...]
e Fisiologia em 1983
dizagem, já que ampliam a visão a respei- Fonte: McGRAYNE, S. B. Mulheres que
to de um determinado tema, permitindo [...] A Universidade de Missouri era “horrível, ganharam o Prêmio Nobel em Ciências.
que as próprias convicções sejam revistas. horrível, horrível!”, reclamou Barbara anos São Paulo: Marco Zero, 1994.
EMANU
como o fator gênero é gerador de desi-
gualdades no mercado de trabalho, prin-
cipalmente, nesse tipo de carreira. Essa
abordagem permite, assim, trabalhar as
competências gerais 6 e 9 da Educa-
ção Básica previstas pela BNCC.
• Em relação à atitude de escutar com
compreensão e empatia, comente que es-
sa é uma habilidade complexa, que requer
monitoramento dos próprios pensamen-
tos enquanto, ao mesmo tempo, presta
atenção às palavras do outro. Destaque
que isso não significa que não podemos
discordar de alguém e que um bom ou-
vinte tenta entender o que a outra pes-
soa está dizendo. Podemos discordar dela,
mas, justamente por ter ouvido com aten-
ção, é possível compreender com o que e
por que discordamos, para, assim, expor 104
a nossa opinião.
• De modo complementar às atividades
dessa seção, você pode solicitar aos gru-
pos que pesquisem exemplos de mulheres Sugestão de recurso complementar
importantes na Ciência. Com o conteúdo Site
da pesquisa, elaborem cartazes contan- MULHERES na Ciência, 2022.
do a história e as descobertas científicas O site apresenta notícias, entrevistas e textos que tratam da participação feminina na Ciência, seus desa-
dessas mulheres. Com a turma, escolha fios passados e atuais e como algumas mulheres têm lutado para superar as dificuldades impostas pela
um local na sala de aula para expor esse sociedade.
conteúdo. Disponível em: http://mulheresnaciencia.com.br/. Acesso em: 31 jul. 2022.
104
Respostas – Atitudes para a vida
1. Tanto os textos como as imagens tratam
das dificuldades enfrentadas pelas mulhe-
res na Ciência. O primeiro texto expõe a
105
Orientações didáticas
• Ao trabalhar o conteúdo da seção Com-
preender um texto, possibilite aos es-
tudantes que façam reflexões sobre as Compreender um texto
relações estabelecidas entre os seres vi-
vos, compreendendo que as espécies não
vivem isoladas no ambiente. Explique que A importância da polinização para a produção
a ausência das abelhas na natureza preju- de plantas usadas na alimentação humana
dica a polinização/reprodução de muitas
A maior parte – 76% – das plantas utilizadas para produção de
espécies de plantas. A ausência de deter- alimentos no Brasil é dependente do serviço ecossistêmico de po-
minadas plantas, por sua vez, pode afetar linização realizado por animais. [...]
outros seres vivos que dependem delas [...] há atualmente informação para 91 plantas quanto à depen-
de algum modo, seja utilizando-as como dência da polinização por animais para a produção de frutas, hor-
alimento ou como abrigo, para a constru- taliças, legumes, grãos e oleaginosas utilizadas
PEDRO_TURRINI/GETTY IMAGES
ção de ninhos, por exemplo. Dessa forma, para o consumo humano. A polinização atua
a turma deve concluir que a conservação diretamente na frutificação e reprodução des-
sas plantas e o grau de dependência varia de
das espécies de abelhas é uma forma de pouco até essencial. Esses animais são moscas,
combater desequilíbrios nos ecossiste- vespas, borboletas, mariposas, morcegos, be-
mas e manter a biodiversidade do pla- souros e, principalmente, as abelhas. Estas [...]
neta Terra. Essa proposta contribui com são responsáveis por quase 80% dos cultivos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o desenvolvimento do TCT – Educação polinizados.
Ambiental. Alguns fatores ameaçam a ação dos polini-
zadores, como a perda de hábitat, mudanças
• Comente com os estudantes que os
climáticas, poluição ambiental, agrotóxicos,
seres humanos também compõem as re- 3 cm
espécies invasoras [e] doenças [...]
lações que existem entre os seres vivos, As abelhas (Apis sp.) têm Fonte: LIMA, A. L. Relatório aponta a importância da polinização para a agricultura
mas, devido à forma como desenvolve- papel fundamental na brasileira, Embrapa, setembro 2019. Disponível em: https://www.embrapa.
polinização das plantas.
mos nossa sociedade, passamos a agir co- br/busca-de-noticias/-/noticia/41144724/relatorio-aponta-a-importancia-
da-polinizacao-para-a-agricultura-brasileira. Acesso em: 30 jun. 2022.
mo se as ações que infringimos a essas
relações não nos afetassem. Por isso, para
que a conservação das espécies, incluin- Sem ferrão e muito sensíveis
do a espécie humana, seja efetiva, preci- Depois de uma intensa mortandade de abelhas no início dos anos
samos mudar nossa maneira de pensar e 2000, causada possivelmente pelo uso excessivo de inseticida no
de agir no mundo, colocando-nos como campo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Na-
turais Renováveis (Ibama) convidou os biólogos Osmar Malaspina,
seres vivos que compartilham com milha-
da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro, e Roberta
res de outros os recursos da Terra. Nocelli, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), para apro-
fundar os estudos sobre a situação das abelhas no Brasil. Em 2017, o
governo aprovou uma lei estabelecendo que os agrotóxicos a serem
comercializados no Brasil devem passar por testes de avaliação de
risco em abelhas Apis mellifera, espécie adotada internacionalmente
nos testes dessa natureza, por viver em quase todo o mundo. No
entanto, a mortalidade continuou. [...]
O grupo de trabalho criado pelo Ibama para avaliar o risco de
agrotóxicos concluiu que era necessário incluir abelhas sem ferrão
que fossem representativas das cerca de 350 espécies exclusivas do
Brasil. “Temos de criar metodologias de análise de toxicidade para
as abelhas nativas para não fazer apenas testes com Apis antes de
lançar um produto novo”, enfatiza Malaspina [...].
Fonte: FIORAVANTI, C. Sem ferrão e muito sensíveis. Pesquisa
Fapesp, maio 2019. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.
br/sem-ferrao-e-muito-sensiveis/. Acesso em: 30 jun. 2022.
106
106
Respostas – Compreender
um texto
1. A polinização.
A importância ecológica das abelhas 2. Alguns fatores que ameaçam esses
Podemos encontrar cavidades – ou buracos, A importância ecológica de abelhas e vespas animais são: a perda de hábitat (causada
como se diz popularmente – em toda parte: em [...] tem feito com que pesquisadores de várias pelo desmatamento e pela expansão de
árvores, no chão ou em fendas de rochas, tanto partes do mundo desenvolvam técnicas para seu áreas urbanas, industriais e para a pecuá-
em florestas quanto em nossas ruas e até em manejo e sua conservação, já que a crescente
ria), mudanças climáticas, poluição am-
nossos quintais. Essas cavidades são extrema- perda florestal para expansão de áreas urbanas
mente importantes para os animais – sejam eles e industriais e da pecuária tem levado ao de- biental, agrotóxicos, espécies invasoras
grandes ou pequenos, vertebrados ou invertebra- saparecimento regional de populações inteiras e doenças.
dos – e podem abrigar desde um simples ninho desses insetos e a uma grande perda de biodi- 3. a) Respostas pessoais. b) Resposta
de coruja até insetos que vivem em sociedade, versidade. Entre essas técnicas, o fornecimento pessoal. c) Nos textos são citadas ações
como algumas espécies de abelhas. [...] de cavidades artificiais para abelhas e vespas em
áreas urbanizadas vem se expandindo em todo como avaliação do risco de agrotóxicos
Algumas espécies de abelhas-sem-ferrão
sociais, como a jataí, têm variada gama de mundo, principalmente na América do Norte. [...] em abelhas, assim como a comercializa-
comportamentos de nidificação e usam os mais Fonte: ARAÚJO, G.; ANTONINI, Y. Hotéis da floresta.
ção desses produtos, e o fornecimento
diversos tipos de substratos, ocupando ninhos Ciência Hoje On-line. Disponível em: https://cienciahoje. de cavidades artificiais em áreas urbanas
org.br/artigo/hoteis-da-floresta/. Acesso em: 30 jun. 2022.
abandonados por outros animais, ocos no solo, para abelhas e vespas (técnica para con-
mourões de cerca e cavidades em árvores. servação e manejo desses polinizadores).
WONSANHA/SHUTTERSTOCK
Também são muito comuns em ambientes Glossário
urbanos, onde a disponibilidade de cavidades 4. Espera-se que os estudantes perce-
Controle biológico:
bam que o projeto de lei não contem-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
107
Objetivos da Unidade
• Compreender as características comuns
aos animais e sua origem de um mesmo
ancestral.
• Conhecer alguns filos de animais inver-
tebrados – poríferos, cnidários, platelmin-
UNIDADE
UNIDADE O reino dos
tos, nematódeos, anelídeos, moluscos,
artópodes e equinodermos – e as princi-
animais
pais características deles.
• Reconhecer alguns acidentes causados
por cnidários.
• Conhecer algumas doenças causadas
por platelmintos e nematódeos e medi-
das de preveni-las. Espécies invasoras
• Investigar animais invertebrados que Espécies invasoras são organismos que são introduzidos − de forma acidental ou intencional −
habitam locais do cotidiano. fora da sua área de distribuição natural, podendo causar desequilíbrios nos ecossistemas.
• Reconhecer a análise de insetos na pe- O javali (Sus scrofa), por exemplo, é uma espécie da Europa, da Ásia e do norte da África que
rícia criminal como uma das aplicações do foi introduzida em alguns países da América do Sul, inclusive no Brasil, com o objetivo de
estudo das características e ciclo de vida exploração comercial de carne. A introdução de animais dessa espécie em ambientes natu-
desses animais. rais brasileiros causou diversos impactos, como a redução acentuada de algumas plantas em
• Conhecer os cinco grupos de animais determinadas regiões de floresta e a destruição de plantações, consequências da alimentação
vertebrados – peixes, anfíbios, répteis, desses animais.
aves e mamíferos – e as principais carac- Outra espécie invasora no Brasil é o caramujo-gigante-africano (Achatina fulica). Os animais
terísticas deles. dessa espécie foram trazidos para serem utilizados na culinária, como alternativa ao escar-
• Refletir sobre a importância do desen- got (Helix aspersa maxima). A introdução desses animais em ambientes brasileiros colocou
volvimento tecnológico e da colaboração em risco de extinção espécies de caramujos nativas, além de contribuir para a propagação
entre pesquisadores para a produção do de doenças, já que podem ser hospedeiros de parasitas humanos e de animais domésticos.
conhecimento científico.
• Diferenciar animais venenosos de ani-
mais peçonhentos.
• Comunicar ideias que promovam a
conscientização sobre os benefícios da
conservação do ambiente e das espécies
de seres vivos.
• Refletir sobre a importância de denun-
ciar maus-tratos aos animais.
ILUSTRAÇÃO: NELSON CONSENTINO/ARQUIVO DA EDITORA
FOTO: MICHAEL S. NOLAN/ALAMY/FOTOARENA/
Temas contemporâneos
transversais (TCTs) em foco
nesta Unidade
• Educação Ambiental: abordar as re-
MICHAEL S. NOLAN/ALAMY/FOTOARENA
lações entre as características dos seres
vivos e os ambientes em que são encon-
trados; estimular a reflexão sobre impac-
tos ambientais e medidas de conservação. A produção comercial do javali (Sus scrofa) não se desenvolveu
• Saúde: discutir prevenção e tratamen- como esperado, e diversos animais escaparam ou foram soltos
na natureza, provocando impactos em outras espécies da fauna
to de algumas verminoses, bem como de nativa. (Poconé, MT, 2017.) 2m
acidentes com animais venenosos e pe-
çonhentos.
108
108
Orientações didáticas
• Explore o texto e as imagens de abertu-
ra desta Unidade a fim de que os estudan-
tes reflitam sobre como uma espécie que
habita naturalmente um país pode chegar
a outros países, bem como os efeitos de
sua instalação para outras espécies. Essa
análise mobiliza aspectos da habilidade
EF07CI08 da BNCC.
• Comente com eles a respeito de outras
espécies introduzidas no Brasil, discutindo
os impactos ambientais causados por essa
ação, destacando o principal deles, que é
a perda de biodiversidade. Um exemplo é
a abelha comum (Apis mellifera), originária
da África, da Ásia e da Europa. Essa espé-
cie de abelha foi trazida com o objetivo
de aumentar a produção de mel no Bra-
sil e acabou se adaptando a diversos am-
bientes no país, prejudicando as espécies
nativas. Outro exemplo é Aedes aegypti,
mosquito transmissor da dengue, zika,
chikungunya e febre amarela, originário
da Etiópia e do Egito. Estudos indicam
que esse mosquito chegou ao Brasil no
período da colonização e hoje pode ser
encontrado, principalmente, nas áreas
urbanas do país.
20 cm
Respostas – Começando
a Unidade
1. Resposta pessoal. Os animais podem
ser encontrados em diversos ambientes,
entre eles os aquáticos (água salgada,
A comercialização do caramujo-gigante-africano (Achatina doce ou salobra), os terrestres e até am-
fulica) para a culinária não obteve muito sucesso, o
que levou ao abandono das criações desses animais,
bientes com condições extremas, como
possibilitando a sua proliferação por grande parte do fossas abissais ou grandes altitudes, por
território brasileiro. (Rio de Janeiro, RJ, 2017.) exemplo.
ILUSTRAÇÃO: NELSON CONSENTINO/ARQUIVO DA EDITORA
CREDITO IMAGENS/
109
Orientações didáticas
• Sugerimos realizar a Oficina 4 – Uma
proposta de classificação dos vertebrados
ao longo do desenvolvimento deste Te-
ma. A atividade proposta aborda a classi-
TEMA
1
ficação de grupos de animais por meio da
utilização de um algoritmo, desenvolven-
do assim o pensamento computacional.
As características
• A classificação dos animais em verte- dos animais
brados e invertebrados, que abordare-
mos nesta Unidade, embora não reflita
os aspectos evolutivos dos animais, é co- O reino dos animais é composto de grande número de seres vivos
mum e amplamente utilizada. Neste nível Algumas
que podem ser muito diferentes entre si, como uma água-viva, um
de ensino, optamos por apresentar ape- características grilo e uma onça-pintada. Apesar da grande diversidade, todos os
nas os vertebrados (animais com coluna são comuns animais são organismos eucariontes, pluricelulares e heterótrofos.
vertebral e crânio), sem descrever os cra- a todos os Os animais podem ser classificados em invertebrados e vertebrados,
niados (animais com crânio, mas que não animais. de acordo com a ausência ou a presença de coluna vertebral e de crânio,
necessariamente possuem coluna verte- entre outras características.
bral), que incluem, além dos vertebrados, Os invertebrados representam a maioria dos animais. Os principais
outros grupos, como os peixes-bruxas. filos de invertebrados são: Porifera, Cnidaria, Platyhelminthes, Nematoda,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Mollusca, Annelida, Arthropoda e Echinodermata.
• Além das características gerais apre-
Os vertebrados pertencem ao filo Chordata, entre eles estão os
sentadas, existem outras que unem os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Eles apresentam crânio e
animais, mas não serão abordadas neste coluna vertebral, eixo principal do esqueleto interno constituído de
nível de ensino. A principal é a presença cartilagem, ou de ossos e cartilagens. As estruturas que compõem o
da blástula, estágio embrionário repre- esqueleto estão relacionadas com a sustentação e a movimentação
sentado por uma esfera celular oca. do corpo e a proteção de órgãos internos.
• Ajude os estudantes a entender a ima-
Relações filogenéticas entre os animais
gem que mostra as relações filogenéticas,
Diplópodes e
quilópodes Insetos Representação esquemática da história evolutiva dos
animais. Os principais filos de invertebrados estão
FILO FILO FILO representados em azul e, em verde, os principais grupos
MOLLUSCA NEMATODA ARTHROPODA do filo Chordata. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
Fonte: Ilustração elaborada com base em DUNN, C. W. et al. Animal Phylogeny and Its
Evolutionary Implications. Annu. Rev. Ecol. Evol. Syst, v. 45, p. 371-395, 2014. Disponível em:
https://scholar.harvard.edu/files/ggs/files/dunn_et_al._2014.pdf. Acesso em: 7 jul. 2022.
110
110
Orientações didáticas
• O trabalho realizado ao longo desta
Unidade apresenta um grande número de
Simetria Planos de simetria conceitos, o que implica aprendizagem
de nomenclatura específica. A impreci-
111
111
Orientações didáticas
• Ao longo do estudo dos invertebrados,
enfatize a importância deles em diversos
processos ecológicos, como agentes etio-
lógicos de doenças, polinizadores e fontes
TEMA
2
de alimento.
• Embora alguns grupos, como os filos
Arthropoda, Mollusca, Annelida e Echi- Poríferos e cnidários
nodermata, tenham representantes mais
familiares aos estudantes, outros, como
os filos Porifera e Nematoda, podem ser
pouco conhecidos. Nesses casos, explore
detalhadamente as ilustrações e fotogra- Poríferos e Poríferos
fias do Tema para caracterizar morfologi- cnidários são Os poríferos, animais pertencentes ao filo Porifera, são popular-
camente os diferentes grupos e mostrar animais aquáticos mente chamados de esponjas. São animais aquáticos; a maioria vive
a diversidade de animais que os com- com estrutura em ambientes marinhos, embora também existam espécies de água
põem. Se julgar interessante, antes de corporal simples. doce. Os indivíduos adultos são sésseis, ou seja, vivem fixados em
substratos, como rochas e conchas.
iniciar esse Tema, apresente imagens e
Os poríferos são filtra-
JOHN ANDERSON/ALAMY/FOTOARENA
vídeos desses animais. Você poderá en- dores. Eles mantêm um flu- 1,15 m
contrar essas imagens na página Cifo- xo contínuo de água através
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nauta, produzida pelo CEBIMar (Centro de seu corpo, o que lhes
de Biologia Marinha da Universidade de possibilita obter alimento,
São Paulo), indicada no quadro Entran- realizar trocas gasosas e
do na rede da próxima página. eliminar resíduos.
• As imagens deste Tema podem ser in-
teressantes para trabalhar os conceitos de
simetria e segmentação corporal ao lon-
go da Unidade.
• Comente que a descrição dos grupos
de animais no livro do estudante mostra Esponja tubular da espécie Aplysina
as características gerais, mas que há uma archeri. Muitas espécies de esponjas
diversidade maior que a mostrada, co- tubulares abrigam em seu interior
diversos organismos, como peixes,
mo pode ser visto no endereço indicado camarões e alguns equinodermos.
na Sugestão de recurso complementar Esses organismos aproveitam a proteção
desta página. oferecida pelo corpo da esponja e o
fluxo de água para se alimentar.
• Além de apresentar diferentes grupos
de animais, o conteúdo desta Unidade
SCUBALUNA/GETTY IMAGES
traz informações sobre a relação deles 70 cm
com o ambiente. Essa abordagem fa-
vorece o trabalho com o TCT – Educa-
ção Ambiental –, uma vez que fornece
subsídios para que os estudantes conhe-
çam a biodiversidade dos ecossistemas
e identifiquem consequências de inter- A esponja de dedo vermelho
(Negombata magnifica) é uma
ferências neles. espécie encontrada no Mar
Vermelho e no Oceano Índico.
Ela possui uma toxina que
pode prejudicar outros animais,
que evitam se aproximar dela.
112
112
Orientações didáticas
• Embora os poríferos sejam sésseis em
sua fase adulta, esses animais apresentam
Os poríferos possuem organização corporal relativamente simples: uma fase larval móvel. Após a larva ser ge-
Glossário
não apresentam tecidos nem órgãos. Algumas espécies de esponjas rada, ela se locomove até encontrar um
são assimétricas, ou seja, não existe um plano imaginário que divida Larva: estágio prévio de
desenvolvimento no qual
local onde se desenvolverá em uma es-
o corpo desses animais em metades iguais. ponja adulta.
um animal apresenta
Podem se reproduzir assexuada ou sexuadamente. Na reprodução características morfológicas e • Aulas que promovam observações são
sexuada, a fecundação é interna (ocorre no interior do organismo) comportamentais diferentes
e o desenvolvimento é indireto (ou seja, o organismo, ao nascer, é interessantes para o processo de apren-
das dos adultos.
completamente diferente do adulto. No caso das esponjas, ocorre dizagem. O desenho das estruturas e dos
uma fase de larva). organismos observados pode representar
Os poríferos já foram utilizados como esponjas de banho, e diversas uma forma de avaliação, além de auxiliar
pesquisas científicas que podem auxiliar a desenvolver medicamentos no aprendizado. A expressão pela mistura
e novos materiais são desenvolvidas com esses animais. das linguagens científica e artística auxi-
lia no desenvolvimento da competên-
Anatomia de uma esponja
cia geral 4 da Educação Básica prevista
Fonte: BRUSCA, R. C. et al. Invertebrados. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
Entrando na rede
Na página do Cifonauta, disponível em: http://cifonauta.cebimar.usp.br, há
imagens e informações sobre diversos seres vivos marinhos.
Acesso em: 7 jul. 2022.
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113
Orientações didáticas
• Durante a apresentação dos grupos ta-
xonômicos, considere também a possibili-
dade de construir com os estudantes um Cnidários
quadro para reunir as principais caracte-
rísticas de cada grupo, a fim de sistema- Os cnidários pertencem ao filo Cnidaria, que inclui animais como
as águas-vivas, as anêmonas-do-mar e os corais. Apresentam simetria
tizar a aprendizagem. Ele pode servir de radial e vivem apenas em ambientes aquáticos, principalmente mari-
resumo dos Temas sobre invertebrados, nhos, mas também há espécies de água doce.
facilitando a compreensão dos estudan- O corpo dos cnidários pode se organizar de duas formas: pólipo e
tes e possibilitando a comparação entre medusa. Algumas espécies apresentam apenas uma dessas formas em
os grupos. As seguintes características de seu ciclo de vida e outras possuem as duas. Os pólipos geralmente têm
cada grupo podem ser listadas no quadro: formato cilíndrico, com a boca localizada na parte superior do corpo. São
simetria, revestimento, sustentação, lo- sésseis, vivendo fixados a muitos tipos de superfície, como a das rochas.
comoção, nutrição, digestão, circulação, As medusas são de vida livre e muitas são capazes de nadar. Seu
corpo geralmente tem formato semelhante ao de um guarda-chuva,
respiração, excreção, sistema nervoso, re-
com a boca localizada na parte inferior.
produção, fecundação, desenvolvimento
e hábito de vida. Corpo dos cnidários
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
formas de organização do corpo
dos cnidários em corte. (A) Pólipo. Tentáculo
(B) Medusa. (Imagens sem escala;
cores-fantasia.)
IRINA NAOUMOVA/ALAMY/FOTOARENA
Medusas da espécie Chrysaora
achlyos, conhecida como água-viva 6m
negra, uma das maiores espécies de
cnidários descritas na natureza.
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114
Orientações didáticas
• Geralmente, existe uma confusão entre
os conceitos de recifes de coral e coral.
Nos cnidários, pode ocorrer tanto a reprodução assexuada (geralmen- Os recifes de coral são formações produ-
De olho no tema
te realizada pelos pólipos) quanto a reprodução sexuada (geralmente zidas, ao longo de muitos anos, pelo acú-
realizada pelas medusas). A fecundação pode ser interna ou externa Em relação aos poríferos e mulo de esqueletos de animais e vegetais,
(quando o encontro dos gametas acontece fora do organismo), e, na cnidários, cite:
inclusive de corais. Comente que os re-
maioria das espécies, o desenvolvimento é indireto. a) o ambiente em que vi- cifes de coral abrigam uma grande bio-
No ciclo de vida de diversas espécies de cnidários ocorre alternância vem;
diversidade. Já os corais são animais que
de gerações. Gerações de pólipos (fase assexuada do ciclo) se alternam b) animais representantes
com gerações de medusas (fase sexuada do ciclo). pertencem ao filo Cnidaria. Se julgar inte-
de cada grupo;
ressante, explique essas diferenças entre
c) uma característica rela-
Ciclo de vida de cnidários com alternância de gerações recifes de coral e coral e cite que os reci-
cionada à organização
fes de coral abrigam muitas espécies ma-
PAULO MANZI/ARQUIVO DA EDITORA
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115
Orientações didáticas
• Um ponto de especial atenção neste
Tema são as doenças causadas por platel-
mintos e nematódeos. Dada a importância
social dessas doenças, é necessário deta-
TEMA
3
lhar as formas pelas quais elas podem ser
prevenidas e/ou controladas por ações do
setor público de saúde, bem como por ati-
Platelmintos, nematódeos
tudes individuais. A relação entre saúde co-
letiva e melhoramento das condições de
e anelídeos
saneamento básico é um tema transversal
que deve estar presente ao longo desse es-
tudo. É importante também tratar da defi- Embora possam Platelmintos
nição de ações governamentais integradas ser parecidos Os platelmintos pertencem ao filo Platyhelminthes. Apresentam
que possam impedir o avanço das parasi- externamente, simetria bilateral e corpo alongado e achatado. Algumas espécies
toses. Ao fazer isso, deve-se tomar cuidado platelmintos, são de vida livre e vivem no mar, em água doce ou em solos úmidos,
para que esses grupos não fiquem marca- nematódeos e como as planárias. Há também espécies parasitas, que causam doenças,
dos apenas como causadores de doenças, anelídeos possuem inclusive no ser humano, como tênias e esquistossomos.
existem diversas espécies de vida livre e de características Platelmintos de vida livre alimentam-se de pequenos animais ou
diversas que os de restos de animais em decomposição. Sua boca está localizada na
grande importância ecológica.
extremidade de um tubo alongado, a faringe, localizado na face ventral
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Apresente e exemplifique outros mo- diferenciam.
do corpo. O intestino ramifica-se por todo o corpo, auxiliando na distri-
dos de vida desses três grupos, além do buição dos nutrientes. A digestão ocorre dentro e fora das células, ou
parasitismo, para que não sejam necessa- seja, intracelular e extracelular. Os platelmintos não possuem ânus; por
riamente associados a doenças. Ressalte Glossário isso, os restos não aproveitados dos alimentos são eliminados pela boca.
as espécies de vida livre, dizendo que es- Platelmintos parasitas, ou seja, que vivem no interior de outro
Ventral: relativo à parte
ses animais podem viver em ambientes anterior ou inferior do corpo
organismo, denominado hospedeiro, consomem nutrientes dele. As
aquáticos, como rios, lagos e mares, e em dos animais. tênias, por exemplo, não têm boca nem sistema digestório e absorvem
os nutrientes pela superfície corpórea.
solo úmido.
Os platelmintos não possuem sistema respiratório, as espécies de
vida livre trocam gases diretamente com o ambiente pela superfície
corpórea, e as espécies parasitas realizam respiração anaeróbica, ou
seja, sem a presença de gás oxigênio. Também não possuem sistema
circulatório, e os alimentos digeridos são enviados de célula a célula.
Os platelmintos podem se reproduzir assexuada ou sexuadamente.
Nos parasitas, o hospedeiro onde ocorre a reprodução assexuada é
chamado hospedeiro intermediário, enquanto o hospedeiro onde
ocorre a reprodução sexuada é chamado hospedeiro definitivo.
Algumas espécies são hermafroditas, enquanto outras apresentam
indivíduos macho e fêmea.
BLICKWINKEL/HECKER/ALAMY/FOTOARENA
Ocelos
116
116
Orientações didáticas
• O trabalho com parasitoses humanas
pode ser aprofundado por meio de pes-
Doenças causadas por platelmintos quisas sobre a incidência dessas doenças
no país e as ações governamentais rea-
Esquistossomose lizadas para combatê-las. No caso de a
É causada pelo esquistossomo, platelminto da espécie Schistosoma escola estar localizada em uma região
mansoni. Machos e fêmeas adultos instalam-se nos vasos sanguíneos comumente afetada por determinada
que irrigam o intestino, o fígado e o baço do ser humano, onde se doença, podem-se promover debates
reproduzem sexuadamente; por isso, o ser humano é considerado o entre estudantes e autoridades locais e
hospedeiro definitivo. profissionais do sistema de saúde sobre
A esquistossomose, também conhecida como barriga-d’água, traz formas individuais e coletivas de reduzir
complicações que podem levar à morte. Entre os sintomas estão diarreia, essa incidência. Os resultados das pesqui-
coceiras, vômitos, aumento do baço e do fígado e acúmulo de plasma sas e dos debates podem ser apresenta-
(parte líquida do sangue) nos tecidos, acarretando a distensão do abdome.
dos na escola na forma de uma campanha
O tratamento da doença é feito com o uso de medicamentos especí-
ficos. A prevenção envolve medidas de saneamento básico, como coleta
de conscientização da comunidade. Pro-
e tratamento de esgoto, tratamento de doentes, ações educativas em ponha um trabalho articulado com o com-
saúde e eliminação de possíveis criadouros de caramujos do gênero ponente curricular Língua Portuguesa e
Biomphalaria, que é o hospedeiro intermediário. peça a elaboração de um folheto informa-
tivo para distribuir na comunidade. Essa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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117
Orientações didáticas
• O termo “verme” é popularmente uti-
lizado, porém não tem significado taxo-
nômico. Ele geralmente se refere aos filos Teníase e cisticercose
Platyhelminthes, Annelida e Nematoda, Ambas as doenças são causadas por platelmintos do gênero Taenia.
cujos organismos apresentam o corpo Na teníase, o platelminto também é chamado de solitária, pois
alongado e ausência de apêndices ar- pode ser encontrado um único indivíduo no hospedeiro. Adquire-se
ticulados. Por causa disso, os estudan- teníase pela ingestão de carne de boi ou de porco malcozida e conta-
tes podem achar que estão diretamente minada por larvas de tênia, os cisticercos. Duas espécies de tênia são
relacionados evolutivamente. Convém parasitas dos seres humanos: a Taenia solium, que é contraída ao se
ingerir carne de porco contaminada, e a Taenia saginata, que pode ser
destacar as características que distin- contraída pela ingestão de carne bovina contaminada. O adulto vive
guem esses grupos entre si, bem como preso ao intestino do hospedeiro por ganchos e ventosas localizados
as que os unem a outros grupos, por na cabeça.
exemplo: os Annelida são mais próxi- As tênias são hermafroditas, e seu corpo é dividido em partes chama-
mos dos Mollusca, e os Nematoda, dos das proglótides. A reprodução sexuada ocorre por autofecundação
Arthropoda (essa relação pode ser mos- (fecundação entre gametas de um mesmo indivíduo), formando muitos
trada na imagem “Relações filogenéticas ovos que são eliminados com as proglótides nas fezes. No ambiente,
entre os animais” do Tema 1). A aparência os ovos podem contaminar água e alimentos.
vermiforme é uma característica, portan- Os sintomas da teníase são diarreia, cansaço, alterações no apetite,
to, que não reflete maior afinidade evo- emagrecimento e dores abdominais. Entre as medidas preventivas
pode-se citar educação sobre saúde e higiene, saneamento básico,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lutiva entre eles.
controle sanitário das carnes e tratamento adequado dos doentes.
Na cisticercose, os sintomas variam dependendo da localização
dos cisticercos no organismo do hospedeiro. Quando se instalam no
1 Cada proglótide produz cérebro, os sintomas podem ser graves e incluem dores de cabeça,
gametas masculinos
e femininos que se convulsões e confusão mental, podendo causar a morte do hospedeiro.
fecundam, formando Se os cisticercos afetarem os músculos, alguns sintomas são dor local,
muitos ovos. inchaço, inflamação e dificuldade nos movimentos.
2 As proglótides cheias A prevenção da cisticercose é semelhante à da teníase, mas inclui
de ovos destacam-se
do corpo da tênia e também a higienização adequada de frutas e hortaliças que serão
são eliminadas com as ingeridas cruas.
fezes da pessoa infectada.
3 Os ovos podem Ciclo de vida da Taenia solium
contaminar o ambiente
118
118
Orientações didáticas
• Em articulação com o componente cur-
ricular Língua Portuguesa, trabalhe com
Nematódeos a temática da doença ancilostomíase e o
personagem Jeca Tatu, do escritor Mon-
Os nematódeos pertencem ao filo Nematoda. Apresentam simetria teiro Lobato. Primeiro, levante os conhe-
bilateral e corpo cilíndrico, alongado e com extremidades afiladas.
cimentos prévios dos estudantes sobre
Muitas espécies têm vida livre – podem viver no mar, na água doce
ou em solo úmido – e alimentam-se de pequenos animais e plantas, Monteiro Lobato: questione se eles o co-
enquanto outras são parasitas de animais e plantas. As espécies para- nhecem, se sabem algo de suas obras e
sitas, como a lombriga, causam doenças, inclusive nos seres humanos. personagens. Em seguida, converse com
Nesses animais, o sistema digestório é completo, portanto, o ali- os estudantes sobre o livro Urupês, publi-
mento é ingerido pela boca, e os restos são eliminados pelo ânus. cado em 1918. Conte à turma que Montei-
A digestão começa no intestino e completa-se no interior das células, ro Lobato defendia o acesso das pessoas
sendo extra e intracelular. Os nematódeos não possuem sistemas ao saneamento básico, com o objetivo de
respiratório e circulatório. Geralmente apresentam sexos separados, melhorar as condições de saúde, princi-
sendo a fêmea maior que o macho. A reprodução é sexuada, e a fe- palmente, dos moradores de áreas rurais.
cuntação, interna.
Solicite a eles que pesquisem a relação en-
tre o personagem Jeca Tatu e a ancilosto-
Doenças causadas por nematódeos míase. Essa também é uma oportunidade
de abordar o preconceito. Questione se
Ancilostomíase
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1,2 mm
SCIENCE SOURCE/FOTOARENA
SCIENCE STOCK PHOTOGRAPHY/
Nematódeos da espécie
Ditylenchus dipsaci podem
ser parasitas de plantas
Nematódeo macho da espécie como alho, cebola e feijão.
Necator americanus. 7 mm
119
119
Orientações didáticas
• Após explorar os esquemas dos ciclos
de vida do esquistossomo, da tênia e da
lombriga, oriente os estudantes a com- Ascaridíase
pará-los apontando semelhanças e di- É provocada pelo Ascaris lumbricoides, popularmente conhecido
ferenças. Em relação às semelhanças, os como lombriga. A ascaridíase está associada à falta de saneamento
estudantes podem citar que a esquis- básico e de higiene: a ingestão de água e de alimentos contaminados
tossomose e a teníase apresentam um com ovos desse nematódeo causa a doença, assim como levar as mãos
hospedeiro intermediário. Na esquistos- contaminadas à boca. Embora a ausência de instalações sanitárias
somose, o hospedeiro intermediário é o adequadas e de coleta e tratamento de esgoto sejam situações mais
ser humano. Na teníase, o hospedeiro in- frequentes em países menos desenvolvidos, a ascaridíase é uma ver-
minose amplamente distribuída pelo mundo.
termediário é o porco ou o boi e o hospe-
Essa verminose provoca cansaço, dores abdominais e emagre-
deiro definitivo é o ser humano. Já sobre
cimento. Em casos mais graves, em que há grande quantidade de
as diferenças, eles podem discutir a for- lombrigas, podem ocorrer obstruções intestinais, e elas devem ser
ma de transmissão, que é diferente nos removidas por cirurgia.
três casos. Entre as medidas de prevenção da doença, destacam-se a constru-
• Uma medida profilática comum para as ção de instalações sanitárias adequadas que impeçam a contaminação
doenças abordadas é a ampliação do sa- de água potável e de alimentos, a fervura da água antes do consumo,
neamento básico, que evita o contato de a higienização dos alimentos consumidos crus, como frutas e verduras,
fezes contaminadas com o solo, a água e o tratamento dos doentes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e os alimentos que serão consumidos ou
utilizados pelas pessoas. Reforce essa re- Ciclo de vida da lombriga
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Orientações didáticas
• Explore com a turma as diferenças en-
tre o corpo dos platelmintos, nematódeos
Anelídeos e anelídeos. Questione-os sobre como po-
Grande parte dos anelídeos apresen- marinhos e terrestres. Destaque que nem
De olho no tema
1. Em relação à forma de contágio do ser humano, qual é a diferença entre a
teníase e a cisticercose?
2. Analise a frase a seguir, julgando-a verdadeira ou falsa; corrigindo-a caso
seja falsa.
Todos os nematódeos são parasitas de animais.
3. Cite algumas características das minhocas que as tornam importantes
agentes ambientais.
121
121
Orientações didáticas
• Sugerimos que a leitura do conteúdo
desta página seja feita acompanhando
a ilustração ”Anatomia de um caracol”.
Se possível, solicite aos estudantes que
TEMA
4
produzam o próprio desenho, com base
nessa imagem e no texto, elaborando as
cotas que acharem necessárias para faci-
Moluscos, artrópodes
litar a compreensão. É possível também
apresentar aos estudantes ilustrações da
e equinodermos
anatomia de outros moluscos, para com-
parar as similaridades, embora seus cor-
pos possam ser bastante diferentes. Artrópodes é o Moluscos
• As pérolas são produzidas por alguns grupo de animais São animais que pertencem ao filo Mollusca. Podem ser encontra-
moluscos bivalves, como a espécie de ostra com o maior dos em ambientes aquáticos, principalmente marinhos, ou terrestres.
Pinctada margaritifera como um mecanis- número de espécies. São exemplos desse filo a ostra, o marisco, a lula, o polvo, a lesma e
mo de defesa contra a entrada de partí- o caramujo.
culas ou de corpos estranhos (grãos de Os moluscos apresentam simetria bilateral e corpo mole, que
pode ser dividido em cabeça, saco visceral e pé. Na cabeça estão a
areia) entre a concha e o manto; pode-se boca e os órgãos relacionados à percepção de estímulos, como olhos
citar como curiosidade que a maior pérola e tentáculos. O saco visceral contém os órgãos internos relacionados
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
existente tem cerca de 34 kg. Atualmente, à digestão, respiração, excreção, circulação e reprodução. O pé é uma
já existem cultivos de algumas espécies estrutura musculosa responsável pela movimentação e pela fixação
de moluscos bivalves para a produção de do animal.
pérolas. As pérolas cultivadas são obtidas A digestão pode ser intra ou extracelular, e os restos não aproveitados
em tempo muito menor que as pérolas são eliminados pelo ânus. A respiração em alguns moluscos é realizada
em ambiente natural e reduzem o impac- por brânquias, estruturas de paredes finas pelas quais circula o sangue,
to ambiental da captura indiscriminada enquanto outros respiram por meio de cavidades internas revestidas
pelo manto e ricas em vasos sanguíneos, semelhantes a pulmões.
desses animais. No Brasil não existem es-
O corpo desses animais é recoberto por um tecido, o manto. Em
pécies de ostras que produzam pérolas
muitas espécies, esse tecido é responsável pela produção de uma concha
de valor comercial. As espécies que pro- calcária que os envolve parcial ou totalmente, protegendo-os.
duzem essas pérolas são encontradas ge-
ralmente nos oceanos Pacífico e Índico. Anatomia de um caracol
Cabeça Tentáculos
Olhos
Estômago
Pé Boca
Ânus
Representação esquemática da anatomia externa e da interna, em corte longitudinal, de um caracol.
O saco visceral dos caracóis localiza-se dentro da concha. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)
Fonte: HICKMAN JR, C. P. et al. Princípios integrados de Zoologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
122
122
Orientações didáticas
• Solicite à turma a elaboração de um pe-
queno texto que relacione os três grupos
Nos moluscos, a reprodução é sexuada, a fecundação é cruzada de moluscos (gastrópodes, bivalves e ce-
e, dependendo da espécie, pode ser externa ou interna. Há espécies falópodes) e apresente as estruturas co-
hermafroditas, como a maioria dos caramujos, e espécies em que os muns e as específicas de cada um deles,
sexos são separados, como as lulas e os polvos. Muitas espécies aquá- como a rádula nos gastrópodes.
ticas apresentam estágio de larva.
Os moluscos podem ser divididos em alguns grupos. Os gastrópodes • Se julgar interessante, comente alguns
apresentam uma língua raspadora, a rádula, e podem ter uma con- comportamentos do polvo, como a mu-
cha espiralada, como os caramujos e os caracóis, ou não, como as dança de cor de sua pele, que lhe permite
lesmas. Os bivalves habitam exclusivamente ambientes aquáticos e fugir de animais predadores ou se escon-
têm o corpo protegido por uma concha constituída de duas partes, der de suas presas. Dessa forma o polvo
chamadas valvas; são representados por ostras, mariscos e mexilhões. fica parecido com o ambiente, “enganan-
Os cefalópodes mais conhecidos são as lulas e os polvos; são molus- do” esses animais. Outro comportamento
cos exclusivamente marinhos e apresentam tentáculos que partem
interessante é a liberação de tinta preta na
da cabeça, daí o nome “cefalópodes” (cephalo = cabeça; podos = pés).
Os tentáculos são usados para locomoção e apreensão de presas. água. Essa ação gera uma oportunidade
para que ele fuja, já que acaba atrapalhan-
do os predadores. Apresente vídeos para
RUDMER ZWERVER/SHUTTERSTOCK
123
123
Orientações didáticas
• Deve-se notar que muitas das caracte-
rísticas didaticamente utilizadas para dis-
tinguir os grupos de invertebrados nem Artrópodes
sempre refletem a proximidade de paren-
tesco evolutivo entre eles por causa, por Os artrópodes, animais pertencentes ao filo Arthropoda, correspon-
dem a cerca de 80% de todos os animais já descritos. Eles apresentam
exemplo, de reversões (como o caso da si- apêndices articulados, especializados em diferentes funções, e um
metria radial nos equinodermos adultos) esqueleto externo, o exoesqueleto, rígido e impermeável, que mini-
e convergências (como a segmentação miza a perda de água por evaporação e fornece proteção e suporte
encontrada em anelídeos e artrópodes). para os músculos dos apêndices articulados. Em algumas regiões do
Existem características distintivas nas corpo, como nas pernas, o esqueleto tem articulações que possibilitam
quais são baseadas essas classificações, a movimentação.
porém são detalhes muito complexos pa-
FABIO COLOMBINI
ra serem tratados no Ensino Fundamen-
tal. Ao final do estudo dos invertebrados,
você pode propor a construção de uma
árvore evolutiva inserindo características
que diferenciam os grupos uns dos ou- Uma das maiores espécies
tros, promovendo essa discussão. de besouro do mundo,
o serra-pau (Macrodontia
• Popularmente, o termo “inseto” é mui-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cervicornis), habita a
tas vezes empregado erroneamente de Floresta Amazônica. Note
forma genérica, utilizado como sinônimo o exoesqueleto rígido e
os apêndices articulados
de artrópodes, ou seja, podendo incorpo- 12 cm
desse animal.
rar aracnídeos e outros. Espera-se que os
estudantes compreendam as característi- Por causa de sua rigidez, o exoesqueleto não
DOUG WECHSLER/NATURE PICTURE LIBRARY/FOTOARENA
cas comuns aos organismos de cada um permite o crescimento corporal, daí a necessi-
dade de os artrópodes trocarem-no periodica-
desses subgrupos de artrópodes e pas-
mente para poderem crescer, em um processo
sem a empregar esse termo com maior conhecido como muda ou ecdise. Durante esse
rigor científico. processo, o corpo do animal se expande, pois o
novo exoesqueleto se mantém flexível durante
um período. Passado algum tempo, ele se torna
rígido novamente. Em geral, as mudas ocorrem
várias vezes ao longo da vida do animal.
O corpo dos artrópodes é segmentado e di-
vidido em cabeça, tórax e abdome. Em alguns
artrópodes, como os camarões, os caranguejos
e as aranhas, a cabeça e o tórax formam uma
estrutura única, o cefalotórax. Vários represen-
tantes dos artrópodes têm capacidade de voar.
O sistema digestório dos artrópodes tem boca
e ânus, e a digestão é extracelular. A maioria
das espécies apresenta reprodução sexuada e a
fecundação pode ser externa ou interna.
Os artrópodes são classificados em alguns
grupos. Entre eles, destacam-se os crustáceos,
os aracnídeos, os insetos, os quilópodes e os
diplópodes.
124
124
Orientações didáticas
• Comente com os estudantes que o tama-
nho e a forma do corpo dos crustáceos va-
Crustáceos riam muito. Existem espécies cuja carapaça
O grupo dos crustáceos inclui animais como camarões, pode chegar a 50 centímetros de compri-
deos geralmente é dividido em cefalotórax e abdome. No cefalotórax, e possam avaliar sua grande diversidade.
há quatro pares de pernas, um par de quelíceras (apêndices relacionados
à manipulação de alimento) e um par de pedipalpos (apêndices que
têm funções diversas nos diferentes grupos de aracnídeos). Alguns
aracnídeos, como aranhas e escorpiões, produzem uma secreção tóxica
denominada peçonha. Acidentes envolvendo esses animais podem
causar problemas de saúde e até ser fatais, especialmente para crianças. Entrando na rede
No final do abdome, as aranhas possuem glândulas que produzem
Para informações sobre
seda. Associadas a essas glândulas, existem pequenos apêndices que
acidentes com animais
se movem e tecem a seda. Entre outras funções, a seda é empregada venenosos e peçonhentos,
na construção de teias, utilizadas como armadilhas para capturar incluindo aracnídeos e
alimento e na construção de ninhos e de abrigo para os ovos. insetos, consulte o material
Nesses animais, a digestão se inicia fora do corpo, quando subs- do Instituto Butantan,
tâncias são lançadas sobre a presa capturada; o líquido resultante disponível em: https://
da pré-digestão é ingerido. Geralmente, os aracnídeos têm sexos publicacoeseducativas.
separados e fecundação interna. butantan.gov.br/web/
animais-venenosos/pages/
pdf/animais_venenosos.pdf.
Acesso em: 7 jul. 2022.
20 cm
A tarântula-negra
WUTTIPAT JATHUTAIN/
(Grammostola pulchra)
SHUTTERSTOCK
é um exemplo de
aracnídeo. Sua captura e
sua comercialização são
proibidas no Brasil.
125
125
Orientações didáticas
• Os estudantes podem ter dificuldade
em compreender as diferenças entre os
tipos de metamorfose. Detenha-se na lei- Insetos
tura das imagens, destacando as princi- Os insetos constituem o grupo de artrópodes com maior número de
pais diferenças. Se possível, proponha a espécies. Seu corpo divide-se em cabeça, tórax e abdome. A cabeça
montagem de um terrário em sala de aula, possui um par de antenas, um par de olhos e apêndices relacionados
em que eles poderão acompanhar a me- à alimentação, chamados peças bucais. No tórax existem três pares
tamorfose de uma borboleta. Vídeos dis- de pernas e a maioria apresenta dois pares de asas, mas há grupos que
poníveis na internet também são opções apresentam um único par, como as moscas, e outros que não possuem
para mostrar esse processo. asas, como os piolhos.
• Se julgar pertinente, faça uma ativi- Os insetos apresentam indivíduos com sexos separados. A repro-
dução é sexuada com fecundação interna, e a fêmea põe ovos dos
dade de identificação de algumas ca-
quais eclodem novos indivíduos. O desenvolvimento pode ser direto
racterísticas morfológicas de diferentes ou indireto.
grupos de invertebrados. Para a realiza- No desenvolvimento direto, do ovo eclode um animal semelhante
ção da atividade, promova uma visita da ao adulto, porém menor em tamanho. No desenvolvimento indireto, o
turma até o jardim da escola ou, ainda, a indivíduo recém-eclodido passa por um conjunto de transformações
um parque ou praça próximo da escola. até adquirir a forma adulta, processo denominado metamorfose.
Tomando os devidos cuidados, como o A metamorfose pode ser completa ou incompleta. Na metamor-
uso de luvas grossas e outros instrumen- fose completa, do ovo nasce uma larva, de aspecto vermiforme, bem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tos adequados, faça a coleta de animais diferente do adulto. A larva transforma-se em pupa e, depois de pas-
como formiga, minhoca, caracol, besou- sar por profundas modificações, origina o adulto. Na metamorfose
incompleta, do ovo nasce a ninfa, indivíduo semelhante ao adulto,
ro, tatuzinho-de-jardim, piolho-de-cobra
porém menor e sem asas. A ninfa passa por sucessivas mudas, até
e larva de insetos (de preferência de bor- originar um adulto com asas.
boleta). Os estudantes não devem mani-
pular esses animais, para evitar que se Metamorfose completa Metamorfose incompleta
machuquem. Oriente-os a fazer obser-
Pupa
Adulto
Adulto
(A) Representação esquemática
da metamorfose completa de um
mosquito da família Culicidae. Saiba mais!
(B) Representação esquemática da
metamorfose incompleta de um
PEÇAS BUCAIS DOS INSETOS
gafanhoto. (Imagens sem escala; Há vários tipos de peças bucais, que variam de acordo com a forma de
cores-fantasia.) alimentação do inseto. As peças bucais são formadas por vários apêndices:
Fonte: FRANSOZO, A.; os palpos, as mandíbulas e as maxilas.
NEGREIROS-FRANSOZO, M. L. De modo geral, elas podem ser classificadas como: mastigadoras, como
Zoologia dos invertebrados. São
Paulo: Roca, 2017.
as dos gafanhotos, que comem folhas; picadoras-sugadoras, como as
dos pernilongos, que se alimentam de sangue; sugadoras, como as das
borboletas, que sugam o néctar das flores.
126
126
Orientações didáticas
• Ao terminar de abordar o tópico qui-
lópodes e diplópodes, peça aos estu-
Quilópodes e diplópodes dantes que pensem em exemplos de
artrópodes que já encontraram em suas
Os quilópodes e os diplópodes são ani-
Ânus
Madreporito Intestino
Placa do esqueleto Pés ambulacrais
Gônada
Dente
127
127
Orientações didáticas
• O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Iba-
ma) proíbe a retirada de equinodermos e Uma característica exclusiva desse grupo é a
de outros animais que compõem o subs- presença de um sistema ambulacral no interior
PICTURE LIBRARY/FOTOARENA
GEORGETTE DOUWMA/NATURE
trato marinho. Todavia, em diversos mu- do corpo. Esse sistema é formado por um conjunto
nicípios da região litorânea brasileira, é de canais preenchidos por um líquido composto
comum a coleta de equinodermos, princi- basicamente de água do mar. Esses canais se
comunicam com apêndices chamados pés am-
palmente estrelas-do-mar, para a produ- bulacrais, que podem ser usados na locomoção,
ção de artesanato e objetos de decoração. na alimentação e na fixação do animal. A água do
Converse com os estudantes a respeito mar entra no sistema por uma placa perfurada do
dessa prática e sobre o que pode ser fei- 10 cm
esqueleto, o madreporito.
to para evitá-la. Estrela-do-mar da espécie Grande parte dos representantes desse filo possui sexos separados.
Echinaster luzonicus em
• Ao propor a realização da atividade da processo de regeneração. A reprodução pode ser assexuada ou sexuada. A fecundação é externa,
seção Vamos fazer, oriente os estudan- com a liberação dos gametas na água do mar.
tes a interferirem o mínimo possível no Algumas estrelas-do-mar podem se reproduzir assexuadamente
ambiente visitado. Alerte-os para que não dividindo seu corpo em dois ou mais pedaços que contenham uma
parte do disco central. Cada pedaço é capaz de regenerar o resto do
manipulem os animais e caso precisem organismo e originar uma nova estrela-do-mar.
afastar algum material para visualizá-los,
que peçam ajuda a um adulto, que deve
Vamos fazer
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
REGISTRE EM SEU CADERNO
usar instrumentos adequados, como uma
luva grossa, para evitar acidentes. Os pro- Que invertebrados existem onde eu vivo?
cedimentos propostos nessa seção como
Animais variados podem ser encontrados em diversos ambientes. É comum
atividades de observação e registro e or- não prestarmos atenção no dia a dia e não perceber a riqueza de espécies
ganização de dados são abordagens pró- ao redor, principalmente de invertebrados. Uma forma de notar as dife-
prias da Ciência e, portanto, favorecem o rentes espécies é fazer um registro fotográfico delas e tentar identificar
desenvolvimento da competência es- suas diferenças.
pecífica 2 de Ciências da Natureza para o De olho no tema Material
Ensino Fundamental, prevista pela BNCC. 1. Cite características com-
• Câmera fotográfica digital ou celular com câmera. Se esses equipamentos
partilhadas por polvos, ca-
Respostas – Vamos fazer racóis de jardim e ostras.
não estiverem disponíveis, pode-se utilizar um caderno e desenhar os
1. Resposta pessoal. É possível que os 2. Indique uma característica
animais observados.
estudantes se surpreendam com a quan- comum a todos os artró- Procedimento
tidade de invertebrados à sua volta, que podes que contribui para 1. Que animais invertebrados você conhece que habitam os locais que você
muitas vezes não notam por falta de sua ocupação em quase frequenta? Faça uma estimativa desse número.
atenção. todos os ambientes da Ter-
ra. Justifique sua escolha. 2. Ao longo de uma semana, tire fotografias ou desenhe todos os animais
2. Resposta pessoal. Verifique se os estu- 3. Sabe-se que as estrelas-
invertebrados que você encontrar enquanto realiza suas atividades.
dantes identificam corretamente os ani- -do-mar alimentam-se de 3. Procure atentamente por animais em locais pelos quais você passa, mas
mais. Você pode auxiliá-los nessa tarefa ostras. Para eliminar estre- não observa com cuidado, como jardins, árvores, praças, parques etc.
chamando a atenção para as caracterís- las-do-mar de um tanque Tome cuidado, apenas fotografe ou desenhe os animais, não toque neles.
ticas mais fáceis de identificar. de cultivo de ostras, um Sempre peça a um adulto para acompanhá-lo.
criador decidiu cortá-las Observar e organizar
3. Resposta pessoal. Como a quantidade ao meio com o intuito de
de artrópodes é maior que as dos outros matá-las, mas devolveu 1. A quantidade de animais invertebrados que você registrou é diferente
filos, é possível que esse seja o mais en- as duas partes ao tanque. da sua estimativa inicial? Em caso positivo, como você pode explicar a
contrado, mas pode variar, dependendo A longo prazo, o que deve diferença?
acontecer com o tama- 2. Observe os registros e tente identificar o filo de cada animal. Organize-os
do local visitado. nho da população de nesses grupos.
estrelas-do-mar dentro
do tanque? Justifique. 3. Qual filo teve mais representantes encontrados?
128
128
Respostas – Atividades
1. A maioria dos poríferos são animais
filtradores, que mantêm um fluxo con-
Atividades TEMAS 1 A 4 REGISTRE EM SEU CADERNO
tínuo de água através de seu corpo, per-
mitindo obter alimento, realizar trocas
gasosas e eliminar resíduos. A digestão
ORGANIZAR a) Mesmo que a conclusão apresentada possa ocorre no interior das células. Cnidários
1. Compare a obtenção de alimento e digestão estar correta, é possível identificar fragilida- são animais predadores. Seus tentáculos
des argumentativas no texto. Indique qual
realizada por poríferos e cnidários.
componente está faltando: dados, justificati- apresentam cnidoblastos, que, ao serem
2. Observe as fases de desenvolvimento do inseto va ou qualificador. Explique como ele fragiliza estimulados, liberam um filamento que
ilustradas a seguir e responda às questões. a argumentação. perfura a pele da presa, paralisando-a.
b) Proponha um experimento com a intenção Os tentáculos direcionam a presa para a
PAULO MANZI/ARQUIVO DA EDITORA
eo
to
es 3. Possivelmente (qualificador) os cni-
s
in
s
ód
s
co
rio
od
ro
at
us
dá
ífe
ol
at
r
Ne
Cn
Po
Ar
M
Pl
129
Orientações didáticas
• A seção Explore é uma oportunidade
para que os estudantes compreendam
uma das aplicações possíveis do estudo Explore
das características dos animais e de seus
ciclos de vida. Incentive-os a pesquisar
outros exemplos, como o controle de pra- Larvas de insetos na perícia criminal
gas na agricultura, a criação de animais O estudo das larvas de moscas encontradas em cadáveres for-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e dos médicos legistas, profissionais estado de decomposição, o que impediu que a necrópsia e o exame
construção de argumentos pelos estu- que aliam os conhecimentos da toxicológico apontassem as causas da morte”, afirma.
dantes com base na estrutura que com- biologia ao trabalho investigativo das
“O exame das larvas no cadáver mostrou que elas eram de mosca-
preende os elementos: conclusão, dados, autoridades criminais.
-de-estábulo, inseto que não é endêmico em áreas urbanas. Se
justificativa e qualificador. houvesse um estudo indicando a região de origem, seria possível
investigar se o corpo foi trazido de outro local e averiguar a possi-
bilidade de homicídio.” [...]
Glossário
Fonte: BERNARDES, J. Larvas de moscas em cadáveres podem ajudar peritos
Endêmico: restrito a a esclarecer casos de morte. Jornal da USP, 2 set. 2016. Disponível em: https://
determinada região. jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/larvas-de-moscas-em-cadaveres-
podem-ajudar-peritos-a-esclarecer-casos-de-morte/. Acesso em: 7 jul. 2022.
130
Resposta – Explore
a) Conclusão: Calliphora vomitoria. b) Conclusão: no mínimo há 7 dias.
Dados: D1) Calliphora vomitoria procriam em subs- Qualificador: É esperado um qualificador com alto
tâncias derivadas de carne, e as outras larvas não; grau de incerteza. Pois, depois do falecimento da
D2) pupas de quase 2 cm de comprimento. pessoa, as moscas podem botar ovos ao longo de
Justificativa: J1) cadáveres são compostos em gran- vários dias. Então, é possível identificar um tem-
de parte de carne; J2) larvas têm cerca de 18 mm po mínimo, mas não um máximo. A expressão “no
(quase 2 cm), o que leva a pensar que as pupas de- mínimo” ou qualquer outra que identifique um
vem ter aproximadamente 2 cm de comprimento. tempo mínimo também pode ser entendida como
Qualificador: algum qualificador que apresente, um qualificador.
ante as três espécies de mosca, um alto grau de
possibilidade.
130
Orientações didáticas
• Sugerimos realizar a Oficina 5 – Flexí-
vel e rígido ao mesmo tempo? ao longo do
desenvolvimento deste Tema. A atividade
proposta contribui para a aprendizagem
TEMA
5
sobre o esqueleto dos vertebrados.
• Se possível, organize uma demonstra-
Peixes e anfíbios ção ou uma aula prática de dissecação de
um peixe, para que os estudantes possam
identificar as características morfológicas
desses animais.
• Como já sugerido para o estudo dos
Peixes Os peixes e os animais invertebrados, neste momento
Os peixes apresentam uma grande variedade de formas e tamanhos. anfíbios dependem também seria interessante que os estu-
Existem espécies que vivem em água doce e outras que vivem em de ambientes dantes providenciassem um caderno de
água salgada. As seguintes características são compartilhadas pela aquáticos ou esquemas para o registro da aprendiza-
maioria das espécies: úmidos. gem. Considere também a construção de
• a pele dos peixes secreta muco, que lubrifica a superfície do corpo
e ajuda no deslocamento do animal na água; uma tabela comparativa dos grupos de
cordados apresentados para sistematizar
• apresentam nadadeiras, órgãos responsáveis pela locomoção no
as aprendizagens obtidas. Na tabela, po-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
meio aquático;
• a respiração da maioria dos peixes ocorre por meio de brânquias, dem ser comparadas características como
FABIO COLOMBINI
estruturas ricas em vasos sanguíneos e especializadas na realização simetria, revestimento, sustentação, lo-
de trocas gasosas com a água. Em peixes com esqueleto ósseo, as comoção, nutrição, digestão, circulação,
brânquias são recobertas por uma estrutura óssea em forma de respiração, excreção, sistema nervoso, re-
lâmina denominada opérculo. Na respiração branquial, a água produção, fecundação, desenvolvimento
entra pela boca, é direcionada para as brânquias e sai pela abertura e hábito de vida.
branquial. A troca de gases ocorre quando a água atravessa as brân-
quias: o gás oxigênio dissolvido na água passa para o sangue nos
vasos sanguíneos, e o gás carbônico trazido pelos vasos sanguíneos
é liberado na água que sai pela abertura branquial. Há um grupo de
peixes que, além de brânquias, apresenta pulmões rudimentares
que lhes permitem passar algum tempo fora da água. São os peixes
pulmonados, também chamados de dipnoicos;
• os peixes apresentam nas laterais do corpo uma estrutura sensorial, 50 cm
a linha lateral, com a qual captam as vibrações aquáticas, que lhes
possibilitam a percepção do movimento e da direção das correntes A piramboia (Lepidosiren paradoxa)
de água em torno do corpo; é um peixe pulmonado que ocorre
na Amazônia e no Pantanal.
• a maioria das espécies é ectotérmica, ou seja, depende de fontes
externas de calor para regular a temperatura do corpo, que, em
geral, varia de acordo com a temperatura do ambiente.
Passagem de água pelas brânquias dos peixes
NELSON COSENTINO/ARQUIVO DA EDITORA
Representação esquemática, em
vista lateral, de peixe sem o opérculo
para visualização das brânquias.
Fluxo da água (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
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131
Orientações didáticas
• O Brasil é um país com extensa cos-
ta marinha. Essa característica favorece
a pesca e a extração de enormes quan- Peixes ósseos e cartilaginosos
tidades de pescado e frutos do mar. Em A maior parte das espécies de peixes pode ser dividida em dois
articulação com o componente curricular grandes grupos: peixes cartilaginosos, caracterizados pela presença
Geografia, solicite uma pesquisa interdis- de esqueleto cartilaginoso, sem tecido ósseo; e peixes ósseos, que
ciplinar sobre a importância econômica apresentam esqueleto ósseo com cartilagens.
da pesca para o Brasil, as espécies de pei- Entre os peixes cartilaginosos, podem ser citados os tubarões e as
xes mais consumidas, as que correm risco raias. Eles apresentam um esqueleto de cartilagem resistente e a
de extinção, as regras que regulam a ati- pele revestida por escamas muito pequenas, chamadas dentículos.
vidade pesqueira e outros aspectos que O fígado desses animais acumula óleo, que os auxilia na flutuação.
julgar relevantes, de acordo com a reali-
ALBERTO CARRERA/ALAMY/FOTOARENA
dade local. Após a pesquisa, uma visita a
um centro de pesca e distribuição de pes- 8m
cados pode ser bem proveitosa.
• Ao pensar em extinção, a maioria dos
estudantes relaciona esse fato a espécies
populares e, geralmente, de grande porte
como a onça-pintada e as baleias. Os gru-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pos dos peixes e dos anfíbios quase nun-
ca são lembrados, e a importância desses
animais para o ambiente é pouco divulga-
da. Assim, se possível, solicite uma pesqui-
sa sobre animais desses grupos em risco
de extinção e peça a eles que apresentem
propostas de medidas que poderiam mi- O tubarão-baleia (Rhincodon typus) é um exemplo de peixe cartilaginoso e se alimenta de
nimizar essa ameaça. plâncton, grupo de seres microscópicos que fica próximo à superfície.
MOMENT/GETTY IMAGES
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132
Orientações didáticas
• Solicite aos estudantes que compa-
rem as características de anfíbios e pei-
Anfíbios xes, citem as semelhanças e as diferenças
FABIO COLOMBINI
e justifiquem por que esses animais são
Os anfíbios são representados por sapos, rãs, classificados em grupos diferentes, embo-
pererecas, salamandras e cobras-cegas. O nome
anfíbio (do grego amphi = dupla; bios = vida)
ra tenham algumas semelhanças.
deve-se ao fato de a maioria das espécies passar • Há muitas crenças associadas aos an-
uma parte da vida na água e a outra, em terra fíbios, especialmente os sapos, mas eles
firme. Os animais desse grupo foram os primeiros não são capazes de “espirrar longe” seu
vertebrados a colonizar o meio terrestre, embora veneno, sua urina não provoca cegueira
parte de sua vida ainda dependa do meio aquá- 12 cm e, no caso das pererecas, suas ventosas
tico. Conheça a seguir algumas das principais não grudam na pele das pessoas. Co-
características dos anfíbios. Sapo-cururu (Rhinella marina), mo atividade complementar, sugira aos
• São animais ectotérmicos. um anfíbio anuro.
estudantes que criem folhetos explica-
• Na maioria das espécies adultas, a respiração é pulmonar e tivos desmistificando essas ideias e ex-
cutânea. Na pulmonar, as trocas gasosas ocorrem nos pulmões, plicando o importante papel ecológico
enquanto na respiração cutânea as trocas são feitas diretamente dos anfíbios. O trabalho pode ser feito
através da pele, que é dotada de glândulas mucosas. Nas fases em articulação com o componente curri-
larvais e nos adultos de algumas espécies, a respiração é branquial. cular Língua Portuguesa e auxilia no de-
Entrando na rede
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• A maioria das espécies é ovípara e apresenta fecundação externa. senvolvimento parcial da competência
No site do Museu de
Os ovos são colocados na água e originam larvas aquáticas chamadas Zoologia Virtual da específica 6 de Ciências da Natureza
de girinos, que sofrem metamorfose e se desenvolvem em indi- Universidade Federal da para o Ensino Fundamental, prevista pe-
víduos adultos. Bahia, disponível em: la BNCC.
http://www.mzufba. • A importância ambiental dos anfíbios
• Dependem do meio aquático, pois precisam viver em ambien- ufba.br/WEB/MZV_
tes úmidos para evitar a dessecação da pele, o que prejudicaria a arquivos/anfibios.html, e sua relação com os seres humanos são
respiração cutânea, e necessitam da água para a fecundação e a há informações sobre conteúdos trabalhados na seção Atitu-
postura de seus ovos. anfíbios brasileiros e des para a vida desta Unidade. Se julgar
Os anfíbios podem ser divididos em três grupos: os urodelos, que com- outros animais. pertinente, trabalhe-a durante o estudo
preendem as salamandras e os tritões; os ápodes, representados pelas Acesso em: 7 jul. 2022. deste Tema.
cobras-cegas; e os anuros, que incluem os sapos, as rãs e as pererecas.
Glândulas de veneno
As glândulas paratoides dos sapos liberam substâncias tóxicas ao
serem pressionadas. Essas glândulas servem de defesa contra predado-
res. Quando um sapo é abocanhado, suas paratoides são pressionadas De olho no tema
e liberam o veneno, fazendo com que o predador o solte.
1. Os peixes respiram ab-
sorvendo o oxigênio pre-
Glândulas paratoides
sente na água. Qual é o
NELSON COSENTINO/ARQUIVO DA EDITORA
133
133
Orientações didáticas
• Ao longo dos estudos sobre os corda-
dos, proponha atividades que levem os
estudantes a observar os animais corda-
dos, suas características e relações com o
TEMA
6
ambiente e, com isso, refletir sobre a im-
portância de cada espécie para o equilí-
brio do planeta. Visitas a ambientes não
formais de educação, como aquários e
Répteis
zoológicos, podem auxiliá-lo nessa tarefa.
Se possível, proponha um projeto coletivo
envolvendo fotos e desenhos dos animais
Os répteis são representados por lagartos, lagartixas, tartarugas,
e estudos e discussões sobre morfologia, A fecundação
jacarés, serpentes, entre outros. As principais características desses
comportamento e distribuição geográfica interna e os animais são:
das espécies em exposição nesses locais. ovos com casca
• ovo com casca rígida, que protege o embrião contra a dessecação
Considere ainda a confecção de uma ex- favoreceram a
e os choques mecânicos. Esse tipo de ovo contém reservas de água
posição de fotos desses animais. ocupação do e nutrientes, utilizadas pelo embrião durante seu desenvolvimento, e
• Para complementar as aulas exposi- ambiente terrestre apresenta estruturas que dificultam a perda de água para o ambiente;
tivas, é fundamental o uso de recursos pelos répteis. • a pele da maioria dos répteis é revestida por escamas ou placas
audiovisuais e de coleções biológicas córneas, que evitam a perda de água;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
no processo de aprendizagem. Em mui- • a maioria das espécies é ectotérmica;
tos estados existem instituições que em- • respiram por um par de pulmões que apresentam maior superfície
prestam ou disponibilizam material para para trocas gasosas do que os dos anfíbios;
observação, como coleções biológicas. É • geralmente são ovíparos com fecundação interna.
o caso do Museu de Zoologia da Univer- Os répteis estão distribuídos de maneira mais ampla em ambientes
sidade de São Paulo (USP), em São Paulo terrestres do que os anfíbios. Isso está relacionado, entre outras ca-
(SP), e do Museu Paraense Emílio Goeldi, racterísticas, à proteção do corpo dos répteis contra o ressecamento,
em Belém (PA). à fecundação interna e aos ovos com casca, que proporcionam inde-
• Há grande diversidade nos répteis. Po- pendência do ambiente aquático, inclusive para a reprodução.
de-se citar, por exemplo, que existe uma Há três grupos principais de répteis. Os quelônios são representados
espécie de lagarto constituída apenas por por tartarugas, cágados e jabutis, e apresentam uma carapaça dura,
constituída por placas ósseas em volta do tronco, que funciona como
fêmeas, que se reproduzem por parteno- proteção para os órgãos internos. Os crocodilianos abrangem os jacarés,
gênese, sempre gerando fêmeas. Nesse os crocodilos e os gaviais, e apresentam focinho alongado, dentes pon-
caso, é importante definir partenogênese tiagudos e corpo recoberto de placas córneas, formando uma couraça
com os estudantes. resistente. Os escamados incluem os lagartos e as serpentes, têm corpo
revestido por escamas e realizam mudas de pele ao longo da vida.
AMBLING IMAGES/ALAMY/FOTOARENA
Tartaruga-verde
(Chelonia mydas), um
1,1 m
réptil quelônio.
134
134
Orientações didáticas
• Verifique se os estudantes compreen-
dem a diferença essencial entre animais
peçonhentos e animais venenosos. Peça
RITA BARRETO/FOTOARENA
De olho no tema
Quais são as principais ca-
racterísticas dos répteis que
favoreceram a conquista do
meio terrestre por esse gru-
2m po? Justifique sua resposta.
Jiboia (Boa constrictor), um réptil escamado, durante o processo de muda.
135
135
Orientações didáticas
• Realize uma atividade prática para que
os estudantes conheçam as estruturas
que compõem o ovo de uma ave. Serão
necessários os seguintes materiais: 1 ovo
TEMA
7
de galinha, 1 colher de metal, 1 prato fun-
do. Segure o ovo com a extremidade mais
larga para cima e, com o auxílio da colher,
quebre delicadamente a casca nessa re-
Aves e mamíferos
gião. Retire os restos da casca com a mão,
de modo que a membrana existente abai-
xo dela fique intacta e exposta. Mostre à
turma a membrana da casca e a câmara A capacidade Aves
de ar, logo abaixo dela. Em seguida, abra de manter a As aves ocupam praticamente todos os ambientes da Terra. Há espé-
o ovo, despejando cuidadosamente seu temperatura cies que não voam, como a ema e o avestruz; outras que são voadoras,
conteúdo no prato. Solicite que identifi- corporal em diversos como os beija-flores e os gaviões; e existem ainda aquelas que podem
quem a gema, a clara e se possível o dis- ambientes é uma nadar e se alimentar no meio aquático, como os patos e os pinguins.
co germinativo e a chalaza. Ao final da característica A seguir algumas das principais características das aves:
atividade, solicite uma pesquisa sobre a comum a aves e • são animais endotérmicos, ou seja,
FABIO COLOMBINI
importância de cada estrutura do ovo no mamíferos. regulam a temperatura corporal, man- 1,3 m
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
desenvolvimento do embrião. tendo-a praticamente constante, pelo
controle da produção de calor interno;
• o corpo é recoberto por penas, que
auxiliam no voo e na manutenção da
temperatura corporal, pois retêm uma
camada de ar sob elas, exercendo a
função de isolante térmico;
• possuem bico e não têm dentes. O for-
mato e o tamanho do bico estão relacio-
nados ao tipo de alimentação;
• espécies aquáticas apresentam na pele
glândulas uropigianas, que secretam
uma substância oleosa, ajudando na
impermeabilização das penas;
A ema (Rhea americana) é
• respiram por pulmões, que estão liga- uma ave que não voa, mas é
dos a projeções chamadas sacos aéreos; excelente corredora.
Capacidade de voo
Ao facilitar o rápido deslocamento, o voo deu às aves a possibilidade
de chegar a lugares dificilmente alcançados por outros animais e de
ocupar diversos territórios.
Inúmeras características possibilitam o voo. Os membros anterio-
res são asas recobertas por penas; apresentam quilha ou carena,
estrutura na qual se prendem os músculos peitorais, responsáveis
pelo batimento das asas durante o voo; possuem ossos pneumáti-
cos, que são ocos, preenchidos de ar. Os sacos aéreos, expansões do
pulmão, maximizam a capacidade respiratória e influenciam a massa
e a densidade corpórea.
136
136
Orientações didáticas
• A sequência de apresentação dos gru-
pos de cordados proposta no livro do es-
Sistema esquelético e respiratório das aves tudante, aliada a algumas características
similares entre aves e mamíferos, como
NELSON COSENTINO/ARQUIVO DA EDITORA
FABIO COLOMBINI
tando os polos, os topos das montanhas, as florestas, os desertos e os • Para auxiliá-lo na tarefa de caracterizar
oceanos. Baleias, morcegos, cães, ratos e seres humanos são exemplos a história evolutiva dos dois grupos, reto-
de mamíferos. Algumas das principais características desses animais me a imagem relações filogenéticas entre
são citadas a seguir. os animais apresentada no Tema 1.
• São animais endotérmicos. 50 cm • Dentro da abordagem evolutiva utiliza-
• Apresentam glândulas mamárias. Nas fêmeas, essas glândulas da na Unidade, e pela ordem de apresen-
são desenvolvidas, podendo produzir o leite com o qual alimentam tação dos grupos de cordados, também
os filhotes. Fêmea de bugio da
espécie Alouatta caraya é possível que os estudantes considerem
• Sua pele é recoberta por pelos, que auxiliam na manutenção da amamentando filhotes. os mamíferos o grupo “mais evoluído”. É
temperatura do corpo. preciso tomar cuidado para evitar que isso
• Apresentam acúmulo de gordura sob a pele e entre os órgãos ocorra. Fique atento a afirmações basea-
internos, que funciona como reserva energética e auxilia na ma- das em um suposto direcionamento evo-
nutenção da temperatura corporal. lutivo e faça intervenções enfatizando a
• Algumas espécies apresentam glândulas sudoríparas, responsá- diversidade de formas e modos de vida
veis pela produção de suor, que participa dos processos de regu- em cada grupo, relacionando-as a adap-
lação da temperatura corporal.
tações. A compreensão da história evolu-
• Possuem glândulas sebáceas, que produzem uma substância tiva dos cordados pressupõe a leitura da
oleosa utilizada para lubrificar e impermeabilizar a pele e os pelos. árvore filogenética do grupo e possibilita
• Respiram por pulmões. Os movimentos respiratórios são executa- rever relações entre adaptação e evolução
dos por músculos torácicos e pelo diafragma, um músculo que só De olho no tema
biológica e os processos de especiação.
está presente nos mamíferos. 1. A presença de penas nas
• Apresentam dentes de diversos formatos e tamanhos. A arcada den- aves é uma característica
tária é adaptada à dieta e ao modo de alimentação de cada espécie. relacionada exclusiva-
mente ao voo? Explique.
• A maioria é vivípara e apresenta fecundação interna. Os filhotes
2. Cite características que
geralmente se desenvolvem dentro do corpo da mãe. Após o
permitem reconhecer um
nascimento, continuam dependentes da mãe durante o período mamífero.
de amamentação.
137
137
Respostas – Atividades
1. Ver quadro no rodapé desta página.
2. Dados: D1) a maioria das espécies de
anfíbios passa uma parte da vida na água Atividades TEMAS 5 A 7 REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mal como um todo. cas a seguir com a capacidade de voo das aves. em sua fisiologia, o que pode causar ataque
a) Músculos peitorais fortes. cardíaco. A introdução dessa espécie não afeta
4. a) Incorreta. Todos são endotérmicos, apenas os anfíbios, mas também todo o ecos-
b) Sacos aéreos.
mas nem todas as espécies apresentam c) Ossos pneumáticos. sistema em que eles vivem.
glândulas sudoríparas. b) Correta.
4. Identifique as afirmações incorretas sobre os a) Como esse fungo pode afetar a respiração
5. a) Em temperaturas mais baixas há um mamíferos e corrija-as em seu caderno. dos anfíbios?
número maior de nascimentos de machos a) Todos são endotérmicos, com a regulação da b) Anfíbios podem ser alimentar de insetos,
em relação às temperaturas mais altas. temperatura corporal ocorrendo sempre por inclusive dos que são vetores de doenças.
b) Conclusão: a proporção de fêmeas vai meio da produção de suor pelas glândulas Se a população de anfíbios diminuir, o que
aumentar e a de machos, diminuir. Dados: sudoríparas. tende a acontecer com a de insetos? Como
de acordo com o gráfico, em uma tempe- b) Apresentam glândulas mamárias, respiram isso pode afetar as pessoas?
por pulmões, e a maioria é vivípara.
ratura de 30 °C, nascem a mesma quan- COMPARTILHAR
tidade de machos e fêmeas, mas quanto ANALISAR
mais a temperatura sobe maior a pro- 5. Em diversas espécies de répteis, a determina- 7. Há pessoas que criam anfíbios ou répteis como
porção de fêmeas e menor a de machos. ção do sexo dos filhotes está relacionada com a animais de estimação. Em algumas situações,
temperatura de incubação dos ovos. O gráfico esses animais são abandonados em terrenos
Com 38 °C nascem aproximadamente
a seguir mostra a porcentagem de nascimentos baldios ou em matas, onde podem morrer ou
70 fêmeas para 30 machos, ou seja, mais causar desequilíbrios ambientais. O abandono
de machos e de fêmeas de certa espécie incu-
que o dobro. Justificativa: com o aqueci- bados em diferentes temperaturas. Analise-o se dá, muitas vezes, pela dificuldade de cuidar
mento global, a tendência é haver um au- e responda às questões. deles: muitos desses animais precisam, por
mento da temperatura média do planeta. exemplo, alimentar-se de animais vivos, como
Qualificador: um qualificador com grau Sexo dos filhotes de acordo com a temperatura larvas e insetos.
de certeza equilibrado. • Com dois colegas, escolham um anfíbio
PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
ANDERSON DE ANDRADE
138
Orientações didáticas
• Nesta seção é possível desenvolver dois
aspectos relacionados à produção do co-
Pensar Ciência nhecimento científico: (1) a colaboração
entre pesquisadores, mesmo que geogra-
ficamente distantes, o que é viabilizado
O pulmão dos celacantos pelas atuais tecnologias de comunicação,
além da divulgação dos trabalhos cien-
Como a maioria dos peixes, o celacanto (esse animal tíficos e intercâmbios; (2) a importância
ARCO/G. LACZ/ALAMY/FOTOARENA
simpático aí na foto) respira pelas brânquias, captando
o oxigênio presente na água do mar. Apesar disso, ele
do desenvolvimento tecnológico, no ca-
carrega em seu corpo um pulmão. Que coisa sem pé nem so a tomografia de raio X, que viabilizou
cabeça! Mas a presença desse órgão pode dizer muito o estudo do interior dos embriões de ce-
sobre os antepassados dos celacantos atuais. Eles, sim, lacantos sem precisar abri-los. Dessa for-
provavelmente precisavam do pulmão para respirar, ma, a compreensão da Ciência como um
pois viviam em ambientes onde havia pouco oxigênio
empreendimento humano é favorecida,
disponível na água e era necessário complementar a
respiração pelo ar. contribuindo para o desenvolvimento da
competência específica 1 de Ciências
A presença do pulmão nos celacantos atuais foi con-
firmada por cientistas brasileiros e franceses que tinham 2m da Natureza para o Ensino Fundamental,
uma pulga atrás da orelha sobre este assunto. Eles anali- O celacanto da prevista pela BNCC.
saram, para isso, exemplares de peixes da espécie Latimeria chalumnae conservados espécie Latimeria
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Apesar de ter pulmões, os celacantos são con- algumas características que indicam essa se-
siderados peixes. Cite duas características que melhança.
apoiem essa classificação. 3. No estudo citado no texto, foi utilizada uma
2. Os ancestrais dos celacantos são considerados técnica para evitar danos aos peixes e aos em-
próximos aos primeiros animais que saíram briões, a tomografia de raio X. Por que é impor-
para conquistar o ambiente terrestre. Cite tante ter esse tipo de cuidado em pesquisas?
139
139
Orientações didáticas
• Caso tenha realizado a atividade com-
plementar proposta neste Manual para
o Tema 5, retome os resultados obtidos Atitudes para a vida REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Se a gente ficasse só na questão biológica, o anual de US$ 13 mil por quilômetro quadrado
ção ambiental ou expansão agrícola. Para trabalho não seria tão inovador”, explica Felipe de área preservada.
que a discussão seja proveitosa, é neces- Siqueira Campos, goiano que faz doutorado no
O valor é cerca de um quarto do valor mé-
sário promover um ambiente de escuta Departamento de Biologia Evolutiva da Univer-
dio que um fazendeiro dessas regiões poderia
com compreensão e empatia, buscando sidade de Barcelona. “A sacada da pesquisa é
obter com atividades agrícolas tradicionais.
entender as motivações deles para, se ne- levar em consideração os aspectos de custo-
“Não estamos falando em restauração florestal
-benefício também.”
cessário, questioná-las. nessas áreas, o que seria bem mais caro. A ideia
Campos e seus colegas do Brasil e da Espanha
• A compreensão a respeito da importân- é apenas manter o que já existe”, explica o
acabam de publicar a análise na revista espe- pesquisador brasileiro.
cia da conservação ambiental de áreas da cializada Science Advances. Os resultados obtidos
Mata Atlântica e do pagamento pelos ser- pelo grupo de cientistas indicam que a área-
viços ambientais é a base para que os es- -chave para evitar o sumiço em massa dos an- Glossário
tudantes possam pensar a respeito das fíbios da Mata Atlântica abrange basicamente
Iniciativa piloto: iniciativa inovadora sendo testada,
atividades propostas. Assim, abra espa- a Serra do Mar de São Paulo e do Rio de Janeiro,
antes de ser aplicada em outros locais.
bem como áreas do Espírito Santo e do sul da
ço para discussão e incentive-os a pes-
Bahia correspondentes ao chamado Corredor
quisar sobre o assunto, caso eles julguem Central do bioma.
JOAO BURIN/NATURE/FOTOARENA
necessário obter mais informações para
tomar a decisão de forma coerente e cons- Prestadores de serviços
ciente dos riscos e benefícios de sua es- Pensar nos benefícios econômicos da pre-
colha. A seção contribui, assim, para que servação de sapos e companhia pode parecer
os estudantes entendam a importância estranho, mas o fato é que tais bichos são re-
levantes prestadores de serviços ambientais
e pratiquem assumir riscos com respon-
– ou seja, sua presença e diversidade ajudam
sabilidade, avaliando prós e contras das a manter funcionando aspectos do ambiente
opções disponíveis. Ajude-os a refletir a que são vitais também para os seres humanos.
respeito da ética na tomada de decisões. Além do estereótipo do sapo comedor de mos-
• As informações apresentadas nessa cas – ou seja, um bicho que ajuda no controle da
seção contribuem para a abordagem população de insetos, inclusive os nocivos para
do TCT – Educação ambiental – ao a população –, os anfíbios ajudam a reciclar os
nutrientes do solo, tornando-o mais fértil, e a 3 cm
apresentar dados sobre impactos em um eliminar detritos dos rios e outros corpos d’água,
ambiente natural e fazer os estudantes o que contribui para que a água se torne potável. Perereca do gênero Scinax encontrada na Mata Atlântica.
refletirem sobre formas de reverter es-
sas situações. 140
• A seção auxilia também no desen-
volvimento parcial da competência
geral 7 da Educação Básica, prevista pela
BNCC ao permitir aos estudantes que ar-
gumentem, formulem e defendam ideias
que respeitem e promovam a consciência
socioambiental, com posicionamento éti-
co em relação ao cuidado com o planeta.
140
Respostas – Atitudes para a vida
1. Pode-se citar o controle de espécies de
insetos que transmitem doenças, a con-
Além de considerar esse custo, a análise II. Os benefícios e os malefícios não financeiros tribuição para a ciclagem de nutrientes
leva em conta ainda o número de espécies de (aumento da população de mosquitos trans- do solo, tornando-o mais fértil, e para a
anfíbios identificadas na Mata Atlântica (mais missores de doenças, possível infertilidade potabilidade da água (ao eliminar detritos
de 500, correspondendo a cerca de metade de do solo, desaparecimento de espécies pouco
todos os tipos de anfíbios encontrados no país), conhecidas etc.).
dos rios e outros corpos de água).
os diferentes grupos nos quais os bichos foram • Imagine que você e seus colegas são vizinhos 2. A estimativa do valor necessário para
se dividindo ao longo de sua evolução e seus e se juntaram para construir conhecimento conservar a floresta e o valor que poderia
aspectos funcionais (coisas como o tamanho, o para embasar as decisões individuais sobre ser ganho.
tipo de hábitat, o sistema de reprodução etc.). o que cada um pretende fazer com a própria 3. Pode-se citar, por exemplo, a conser-
Ao cruzar todos esses dados com informa- área de 10 km2.
vação da biodiversidade, a exploração
ções sobre o custo da terra e do pagamento dos a) Pense individualmente no que você faria,
sustentável de recursos naturais e de as-
serviços ambientais, foi possível estabelecer justificando-se por meio de argumentos
quais locais “cobririam” de forma mais ampla científicos. pectos turísticos etc.
a diversidade de anfíbios da Mata Atlântica e b) Compartilhe oralmente sua ideia e argu- 4. Resposta pessoal. É interessante con-
ajudariam a protegê-los. mentos e ouça atentamente aos colegas. verter o valor em reais, de acordo com a
Estima-se que um terço dos anfíbios do pla- Você faria mudanças na sua ideia inicial? cotação atual, para facilitar a resposta dos
neta estejam ameaçados de extinção. Além da É importante destacar que a intenção não é estudantes.
perda de hábitat trazida pelo desmatamento, apresentar a melhor argumentação, mas sim
5. a) Resposta pessoal. Se necessário,
infecções por fungos e alterações climáticas trabalhar em conjunto, considerando novos
auxilie os estudantes a analisar fatores fi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
141
141
Orientações didáticas
• Antes de iniciar o trabalho com o con-
teúdo desta seção, organize os estudantes
em grupos e solicite uma pesquisa sobre Compreender um texto
os temas a seguir: 1. O que é a declaração
dos direitos dos animais. 2. Como denun-
ciar maus-tratos a animais. 3. Quais são as Declaração dos direitos dos animais
leis que estão sendo criadas no Brasil re- A Declaração Universal dos Direitos Animais é Animais destinados ao convívio e serviço do
lacionadas aos direitos dos animais. Ca- uma proposta para diploma legal internacional, homem devem receber tratamentos dignos;
da grupo deve pesquisar sobre um tema, levado por ativistas da causa pela defesa dos Experimentações científicas em animais
de acordo com o número de estudantes direitos animais à UNESCO em 15 de outubro devem ser coibidas e substituídas;
da turma e os componentes dos grupos o de 1978, em Paris, e que visa criar parâmetros ju-
rídicos para os países membros da Organização A morte de um animal sem necessidade é
mesmo tema será pesquisado por mais de biocídio; de vários de uma mesma espécie,
das Nações Unidas, sobre os direitos animais.
um grupo. Peça aos grupos que organizem genocídio;
pequenas apresentações para explicar o Em seus artigos a proposta de Declaração
prescreve, principalmente, que: Animais destinados ao abate devem sê-lo
conteúdo pesquisado para a turma. Essa sem sofrer ansiedade nem dor.
proposta propicia o protagonismo e a au- Todos os animais são sujeitos de direitos e
estes devem ser preservados;
tonomia dos estudantes no processo de Fonte: CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA
O conhecimento e ações do homem devem VETERINÁRIA DO ESTADO DO AMAZONAS.
aprendizagem. Declaração dos direitos dos animais. Disponível em:
estar a serviço dos direitos animais;
• Após as apresentações, realize uma https://www.crmv.am.gov.br/declaracao-dos-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os animais não podem sofrer maus-tratos; direitos-dos-animais/. Acesso em: 7 jul. 2022.
leitura rápida dos textos da seção com a
turma e encaminhe a realização das ativi-
dades. Veja como denunciar maus-tratos ou crueldade contra animais
• O conteúdo proposto nesta seção bus- De acordo com a Lei 9.605/98, artigo 32, é crime Polícia Militar
ca a aplicação de conhecimentos, valores praticar maus-tratos contra animais domésticos, Número 190 deve ser acionado em casos de
silvestres, nativos ou exóticos. Várias condu- necessidade imediata ou socorro rápido. O 190
e atitudes desenvolvidos no processo de
tas podem caracterizar os crimes, tais como o está disponível de forma gratuita em todo o
aprendizagem na vida cotidiana dos es- abandono, ferir, mutilar, envenenar, manter em território nacional.
tudantes. locais pequenos sem possibilidade de circulação
Disque Denúncia
• Explique aos estudantes que resolu- e sem higiene, não abrigar do sol, chuva ou frio,
ções da Unesco não têm força de lei nos não alimentar, não dar água, negar assistência É possível denunciar anonimamente casos
de maus-tratos a animais através do Disque
países que elaboram as próprias leis sobre veterinária se preciso, dentre outros.
Denúncia. Pesquise o número de atendimento
esses temas, mas permitem criar pressão Hoje, a legislação prevê pena de três meses no seu estado.
para a elaboração de leis que atendam a a um ano de detenção para quem pratica os
atos contra animais silvestres, domésticos ou Federação Brasileira dos Animais
esses objetivos.
domesticados, nativos ou exóticos. A pena é No site da Federação há uma aba para fazer
• É comum que as pessoas sejam a fa- aumentada de um sexto a um terço se o crime denúncias. [...]
vor de direitos dos animais, mas que se causa a morte do animal – o que foi mantido Delegacias de polícia
refiram, principalmente, a animais do- no novo projeto.
mésticos ou animais mais conhecidos, O boletim de ocorrência pode ser registrado
Não tenha medo, é possível denunciar de em qualquer delegacia de polícia, inclusive
esquecendo de incluir outros animais, maneira anônima ou sigilosa. Veja [...] algu- eletronicamente em alguns estados. [...]
como moluscos e artrópodes. Peça aos mas opções.
estudantes que pensem sobre como o es- Linha Verde do Ibama
Ministério Público Federal
tabelecimento de direitos amplos, a todos É possível registrar ocorrências de maus-
os animais, impactaria a vida deles, espe- A denúncia de prática de maus-tratos contra -tratos contra animais silvestres através do
animais pode ser feita diretamente ao Minis- número 0800 61-8080 ou pelo e-mail para linha-
cialmente nos hábitos de consumo.
tério Público, que tem autoridade para propor verde.sede@ibama.gov.br.
ação contra os que desrespeitam a Lei de Cri- Fonte: VEJA como denunciar maus-tratos ou
mes Ambientais. O registro pode ser feito pelo crueldade contra animais. G1, 14 fev. 2021. Disponível
em: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2021/02/14/
site do MP ou pelas ouvidorias dos Ministérios veja-como-denunciar-maus-tratos-ou-crueldade-
Públicos estaduais. contra-animais.ghtml. Acesso em: 7 jul. 2022.
142
142
Orientações didáticas
• Alguns projetos de lei sobre direitos
dos animais buscam separá-los em gru-
O Projeto de Lei 6 054/19 (antigo PL 6 799/13) pos para evitar impactos mais severos em
NELSON MATSUDA/ARQUIVO DA EDITORA
THOMAS MARESCA/UPI/SHUTTERSTOCK
utilizados na agropecuária, em pesquisas
Aspectos jurídicos do Projeto de Lei 6054/19,
científicas e em manifestações culturais.
conhecido como “PL animal não é coisa”, colo-
caram em lados opostos [...] ativistas da causa 2. De acordo com os direitos, animais des-
animal e criadores. Para os ativistas, o texto tinados ao abate não devem sofrer ansie-
garante que animais vítimas de maus-tratos dade e nem dor, ou seja, deve-se reduzir
tenham, por via judicial, a devida reparação o sofrimento deles.
do dano a ele causado. Criadores, adestrado-
res e segmentos do agronegócio acreditam
3. Resposta pessoal. Veja se os estudan-
que a proposta abre brechas para demandas tes identificam essa proposta como uma
judiciais absurdas, tais como questionar a importante pressão, mas discutam que
pecuária e o adestramento sob a alegação de Dependendo da forma como for tratado, manter um animal também já haviam ocorrido outras ante-
proteção animal. preso pode ser uma violação de seus direitos. riormente.
4. Se o texto se referisse somente a ani-
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
mais, as leis poderiam ser aplicadas às
OBTER INFORMAÇÕES 5. Pelos dados mostrados, o que é possível concluir
pessoas, já que os seres humanos tam-
sobre as denúncias de maus-tratos a animais no bém são animais.
1. As leis que estão sendo feitas para coibir maus-
-tratos diferenciam tipos de animais? estado de São Paulo entre 2019 e 2021? A que 5. É possível concluir que houve um au-
você atribui esse fato? mento na ocorrência dessas denúncias. O
2. Como os direitos dos animais defendem os ani-
6. Dê exemplos de como alguém pode denunciar estudantes podem, livremente, elaborar
mais que serão abatidos para alimentação?
maus-tratos a animais. hipóteses para explicar esse fato, como
INTERPRETAR REFLETIR um aumento da conscientização da po-
3. Você concorda com a afirmação de que a pressão 7. Na sua opinião, todos os animais devem ter os pulação ou um aumento na ocorrência
por direitos dos animais começou em 15 de ou- mesmos direitos? Justifique sua resposta. de casos.
tubro de 1978, quando uma proposta de direitos 8. Você denunciaria alguém que praticasse maus-
dos animais foi entregue a Unesco? Por quê? -tratos com animais? Por quê?
6. Os estudantes podem mencionar os
4. Qual a importância de esclarecer que o Projeto de 9. O que pode ser feito para que todos os direitos
exemplos que aparecem no texto, como
Lei no 6054/19 se refere a “animais não humanos”? solicitados aos animais sejam atendidos? denúncia ao Ministério Público Federal
ou à Polícia Militar, entre outros.
7. Resposta pessoal. Verifique se as justi-
143 ficativas são pertinentes e aproveite para
discuti-las com a turma, promovendo um
debate sobre o assunto.
8. Resposta pessoal. A discussão sobre os
motivos de denunciar ou não também po-
dem ser trazidas para a reflexão de toda a
turma, estimulando a argumentação.
9. Resposta pessoal. Os estudantes po-
dem citar medidas diversas, que podem
ser discutidas com o restante da turma
em um debate. Verifique se eles apresen-
tam argumentos consistentes que emba-
sam as propostas apresentadas.
143
Objetivos da Unidade
• Conscientizar-se da importância das re-
lações ecológicas no equilíbrio dos ecos-
sistemas.
Relações ecológicas
5
• Diferenciar relações intraespecíficas e UNIDADE
UNIDADE
interespecíficas entre os seres vivos.
• Reconhecer que um domínio morfo- e ecossistemas
climático é constituído por certas carac-
terísticas de clima, relevo, hidrografia, brasileiros
vegetação e solo.
• Entender que as faixas de transição são
áreas de encontro de domínios morfocli-
máticos, reconhecendo algumas delas.
• Caracterizar a faixa de transição Panta-
Ambiente integrado
nal Mato-Grossense. O território brasileiro é formado por diversos ambientes e ecossistemas. Os ambientes
• Caracterizar os domínios morfoclimáti- litorâneos, como as restingas, os manguezais e a Mata Atlântica, são ricos em espécies de
cos brasileiros e os principais biomas que microrganismos, plantas e animais que interagem entre si e com as populações humanas
os compõem. que vivem na região. Rios e mares, por exemplo, são importantes fontes de alimento e de
• Identificar os principais impactos am- renda para as populações locais, como os caiçaras, habitantes tradicionais de regiões do litoral
bientais nos domínios morfoclimáticos Sudeste e Sul do Brasil. Muitos caiçaras e outros habitantes do litoral brasileiro vivem de pesca
brasileiros e suas consequências para a artesanal, agricultura familiar, extrativismo e artesanato, respeitando os limites do ambiente.
conservação da biodiversidade.
• Reconhecer mares, oceanos, rios, córre-
gos, lagos, lagoas, açudes e represas co-
TALES AZZI/PULSAR IMAGENS
144
Orientações didáticas
• Solicite aos estudantes que pensem
sobre as paisagens naturais do local on-
TALES AZZI/PULSAR IMAGENS
por miniaturas de barcos e canoas de pesca, além de elementos da flora e da fauna da região.
do Brasil. Sempre que possível, busque
apresentar e debater as atividades eco-
nômicas e as práticas culturais de popula-
ções que vivem nos diferentes domínios
morfoclimáticos. Essa abordagem, assim
como o tema abordado na abertura desta
Unidade, desenvolve o TCT – Diversida-
TALES AZZI/PULSAR IMAGENS
de cultural.
Respostas – Começando
a Unidade
1. Espera-se que os estudantes perce-
Começando a Unidade bam que na primeira imagem estão pre-
Por que estudar esta Unidade? 1. Que elementos do ambiente (componentes vivos e
sentes componentes vivos do ambiente,
No planeta Terra existe grande diversidade de ambien- não vivos) estão presentes nas imagens? representados pela vegetação, e compo-
tes: campos, florestas, desertos, montanhas, geleiras, 2. Que ideia as imagens passam sobre a relação dos nentes não vivos, como a água, a parte
mares, rios, entre outros. Nesta Unidade, vamos conhe- caiçaras com o ambiente onde vivem?
mineral do solo, o ar e a luz. Nas imagens
cer um pouco sobre as paisagens do Brasil e as relações 3. O que aconteceria com os caiçaras se o rio de onde
que os seres vivos estabelecem entre si e com o ambien- eles retiram os peixes fosse atingido por um volume de que representam o artesanato caiçara,
te. Com base nesse conhecimento, podemos compreen- poluentes que inviabilizasse a vida dos seres aquáticos? espera-se que eles percebam que essas
der melhor as características dos diferentes ambientes, 4. Pense nas paisagens naturais da região em que mora.
sua influência na vida dos seres humanos e na de outras Como são essas paisagens? Como ela influencia a
peças são fabricadas com madeira pro-
espécies, além da importância de conservá-los. população de sua região? veniente de árvores do ambiente. Ressal-
te que esses objetos são confeccionados
com madeira de manejo florestal. Expli-
145
que que o manejo florestal é uma técnica
em que ocorre a utilização racional dos
recursos florestais e que tem como prin-
2. Espera-se que os estudantes percebam que a vida dos caiçaras está intimamente relacionada ao ambien- cípio gerar o mínimo de impactos na ex-
te onde vivem. Por exemplo, eles pescam para obter alimento, usam madeira para fazer artesanato, etc. tração de produtos da floresta.
3. A poluição da água do rio reduziria a oferta de alimentos para os caiçaras, tanto para o consumo quan-
to para o comércio, pois causaria a morte de peixes e outros seres aquáticos, além de causar falta de água
para consumo e uso na agricultura.
4. Resposta pessoal. Estimule os estudantes a trocar ideias sobre as paisagens naturais da região em que
moram, buscando aproximar o conteúdo da Unidade ao cotidiano da turma.
145
Orientações didáticas
• Este Tema retoma o estudo da Ecologia
e tem como objetivo a compreensão das
interações dos seres vivos, a fim de que
os estudantes, por meio desse conteúdo,
TEMA
1
reconheçam a importância de conservar
os ecossistemas.
• Para facilitar o estudo, retome alguns
Relações ecológicas
conceitos fundamentais de Ecologia, nos ecossistemas
como ecossistemas e relações tróficas,
abordados no 6o ano.
• Os estudantes geralmente têm gran- O Brasil apresenta um território extenso e conta com uma grande
de curiosidade pelas diferentes formas de Entender as variedade de condições ambientais e ecossistemas, formados por
vida, como os seres vivos do fundo do relações entre diferentes espécies de seres vivos.
mar, de regiões geladas, do solo de uma os seres vivos é Fatores ambientais, como latitude, quantidade de chuvas, relevo
floresta, de um deserto ou de uma la- fundamental para e tipo de solo, influenciam o estabelecimento dos seres vivos que
goa. Sempre que possível, planeje visitas a conservação do habitam cada ecossistema, que também são afetados por eles.
com a turma a diferentes ecossistemas ou ambiente. As relações estabelecidas entre os seres vivos, e entre eles e os
mesmo a locais que os reproduzem, co- componentes não vivos, são características dos ecossistemas; o conhe-
mo zoológicos, aquários e jardins botâni- cimento sobre essas relações é fundamental para a conscientização
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cos. Desse modo, eles poderão observar da sociedade sobre a importância de conservar o ambiente.
variações na fauna e na flora, bem como
fatores físico-químicos próprios de seus Relações ecológicas interespecíficas
hábitats. São as relações que ocorrem entre seres vivos de espécies diferen-
• Aproveite as fotografias que retratam tes em um ecossistema. Esse tipo de interação pode trazer benefícios
PICTURES/FOTOARENA
KONRAD WOTHE/MINDEN
os animais no livro do estudante para para ambos; beneficiar um deles sem interferir no desenvolvimento
instigar a turma a estabelecer uma rela- do outro; ser vantajosa apenas para um deles, prejudicando o outro;
ção entre as estruturas dos animais e o ou trazer prejuízos para os dois.
meio em que vivem. Questione: “Como
se deslocam os animais da fotografia?”; Comensalismo
“Quais estruturas do corpo permitem que
O comensalismo é uma relação ecológica na qual uma das espé-
eles se desloquem nesse meio?”; “Como 7,5 mm cies se beneficia sem prejudicar a outra. Geralmente, está relacionada
se alimentam?”; “As estruturas bucais in- Formigas-correição da espécie à obtenção de alimentos.
fluenciam o tipo de alimentação (bico, Eciton burchellii em marcha. Um exemplo de comensalismo é a interação entre a formiga-correi-
aparelho picador etc.)?”. ção e certas espécies de aves. Essas formigas, nômades e carnívoras,
AGAMI STOCK/GETTY IMAGES
• A construção de modelos de ecossiste- usam suas fortes mandíbulas para cortar pedaços de suas presas e
mas, como terrários e aquários, constitui levá-los até seu ninho temporário. De tempo em tempo, todas as
uma maneira interessante de ilustrar a di- formigas-correição abandonam o ninho em busca de alimento e de
versidade de formas de vida e ambientes e um novo local para se abrigarem. Durante esse deslocamento, insetos
suas interações, facilitando o aprendizado e outros pequenos animais que habitam o solo da floresta tentam
das relações ecológicas. Ao pesquisar os fugir das formigas-correição. Esse evento beneficia outros animais,
principalmente as aves, que aproveitam para se alimentar dos indi-
cuidados necessários à sobrevivência dos
víduos em fuga.
seres vivos nos ambientes que construí-
Outro exemplo de comensalismo é a relação entre o tubarão e a
ram – condições de umidade, luz e tempe- 17 cm rêmora. A rêmora é um peixe que possui uma estrutura parecida com
ratura –, os estudantes entram em contato Papa-taoca-do-sul (Pyriglena uma ventosa, que permite sua fixação no corpo do tubarão. Enquan-
com a dinâmica de um ecossistema. leucoptera), espécie brasileira de
to o tubarão caça e devora a presa, a rêmora aproveita os restos de
ave que se beneficia da marcha das
formigas-correição capturando os alimento que sobram. Para a rêmora, a relação é benéfica, e para o
insetos desentocados. tubarão, neutra.
146
146
Orientações didáticas
• Esclareça aos estudantes a importân-
cia ecológica das conchas vazias nos
Inquilinismo ecossistemas marinhos, que podem ser-
DONG LEI/NATURE/FOTOARENA
O inquilinismo é uma relação ecológica em que uma espécie, o
vir de substrato ou abrigo para outros
inquilino, se beneficia obtendo abrigo ou suporte no corpo de outra organismos. Após sofrer decomposição,
espécie sem prejudicá-la. também são fonte de carbonato de cál-
Plantas como as orquídeas e as bromélias são exemplos de inqui- cio para o ambiente. Aproveite a ocasião
linas que crescem sobre os troncos e os galhos maiores de árvores para instruí-los a nunca retirar conchas
sem lhes causar nenhum prejuízo. A vantagem em crescer nos galhos do ambiente, assim como esqueletos de
superiores das árvores é que, desse modo, elas conseguem receber corais e de estrelas-do-mar, ou outro ser
mais luz para realizar fotossíntese do que receberiam se crescessem vivo. Aborde também a interferência do
sobre o solo, onde a luz pode ser escassa. lixo nos ecossistemas marinhos. Comen-
Muitas aves constroem seus ninhos em galhos e troncos de árvores, te o uso de plástico como abrigo pelos
estabelecendo com elas uma relação de inquilinismo.
40 cm caranguejos-eremitas, assunto do ví-
deo indicado na Sugestão de recurso
LUCIANO QUEIROZ/PULSAR IMAGENS
19 cm
João-de-barro (Furnarius rufus) construindo seu ninho sobre os galhos de uma árvore.
147
147
Orientações didáticas
• Um ponto importante no estudo desse
conteúdo é evitar interpretações segundo
valores humanos: predadores não são per- Mutualismo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
– naturais ou antrópicos. Isso se torna um e alimento.
desafio aos programas de conservação,
que devem ter um olhar amplo, para com- Predação e herbivoria
preender as relações e as conexões de um Predação, ou predatismo, é a relação em que um indivíduo se
ambiente e, assim, propor medidas real- alimenta de partes ou de todo o indivíduo de outra espécie, em geral,
mente efetivas de conservação. matando-o. Nessa relação, o indivíduo que se alimenta é o predador,
e o indivíduo que serve de alimento é a presa. Os predadores costu-
mam ser maiores em tamanho, porém suas populações tendem a ser
menos numerosas que as de suas presas.
O indivíduo que se alimenta exclusivamente de plantas é chamado
herbívoro; essa interação é denominada herbivoria.
JAH/ALAMY/FOTOARENA
148
148
Orientações didáticas
• Comente com os estudantes que as
relações ecológicas não são fixas, po-
Parasitismo dendo modificar-se ao longo do tempo.
NECHAEV-KON/GETTY IMAGES
O parasitismo é a relação em que um indivíduo de uma espécie,
Um exemplo é a relação entre as bacté-
o parasita, se instala no corpo de um indivíduo de outra espécie, o rias Escherichia coli e os seres humanos,
hospedeiro. O parasita retira alimento do corpo do hospedeiro, que pode ser de parasitismo – em que as
causando-lhe danos que podem levá-lo à morte. bactérias causam disenterias e infecções
Alguns parasitas, como pulgas, pulgões e piolhos, instalam-se sobre urinárias nos humanos – ou de comen-
o corpo do hospedeiro. Outros, como a lombriga e a tênia, vivem no salismo – em que as bactérias vivem no
interior do corpo do hospedeiro. intestino humano sem causar doenças.
3 mm
• Ao explicar o parasitismo, se julgar
Relações ecológicas que podem ser relevante, relembre alguns dos repre-
interespecíficas ou intraespecíficas
O carrapato (Dermacentor
variabilis) parasita outros animais, sentantes parasitas de platelmintos e
Algumas relações ecológicas podem ocorrer tanto entre organismos
incluindo o ser humano, e se nematódeos estudados na Unidade 4.
alimenta do seu sangue.
de espécies diferentes, que, conforme já estudamos, são chamadas in- Comente as parasitoses causadas por
terespecíficas, como entre organismos da mesma espécie; nesse caso, eles, como a esquistossomose, a tenía-
Glossário
fala-se em relação intraespecífica. Discutiremos um exemplo a seguir. se, a cisticercose, a ancilostomíase e a
Nicho ecológico: conjunto
ascaridíase.
Competição de variáveis ambientais
• Verifique se os estudantes compreen-
relacionadas a uma espécie,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Indivíduos de uma ou mais populações disputam alimento, água, como seu hábitat, sua dem que a competição é um exemplo de
espaço, luminosidade, locais para reprodução e refúgio e até mesmo função no ecossistema, sua relação ecológica que pode ocorrer tanto
parceiros sexuais. Esse tipo de interação é denominado competição. alimentação, seu modo de
entre organismos de uma mesma espécie
Espécies trazidas de outros continentes pelo ser humano podem vida, sua reprodução etc.
quanto entre organismos de espécies di-
competir com as que existem em determinado ambiente, causando
alterações no ecossistema. Foi o que ocorreu no fim da década de 1980 ferentes. Os demais exemplos que são da-
Entrando na rede dos no livro do estudante são de relações
com a introdução do caramujo-gigante-africano (Achatina fulica), es-
pécie proveniente do leste e nordeste africano, trazida para os estados Saiba como espécies ecológicas que ocorrem sempre entre in-
de São Paulo e do Paraná com o objetivo de substituir o escargot para trazidas de outros divíduos de espécies diferentes (como as
ambientes ameaçam
o consumo humano. vistas até aqui) ou entre indivíduos da
o equilíbrio de um
Acredita-se que alguns criadores do A. fulica soltaram esses animais no ecossistema. Assista mesma espécie (como as vistas a partir
ambiente após não obterem sucesso na comercialização. No ambiente, ao vídeo disponível da próxima página).
havia espécies nativas de caramujos com hábitos alimentares e nichos em https://www. • Caso julgue necessário, retome o con-
ecológicos semelhantes aos do caramujo africano. Por compartilhar um nationalgeographicbrasil.
mesmo hábitat, essas espécies passaram a competir por alimento e por com/video/tv/101-
ceito de hábitat: os locais de um ecossis-
outros recursos do ambiente. No entanto, a espécie invasora apresentou especies-invasoras. tema em que um ser vivo vive e pode ser
vantagens sobre as nativas, reproduziu-se em grande quantidade e encontrado. Nesse local, ele se alimenta,
Acesso em: 15 jul. 2022.
atualmente é encontrada na maior parte dos estados brasileiros. se reproduz e se abriga. É importante que
os estudantes consigam diferenciar o con-
NUNOLOPES/GETTY IMAGES
O caramujo-gigante-africano
(Achatina fulica) forma grupos
numerosos de indivíduos. Eles
podem transmitir doenças.
149
149
Orientações didáticas
• Caso haja na cidade ou região um apiá-
rio, verifique a possibilidade de realizar
uma visita, pois esse tipo de atividade po- Relações ecológicas intraespecíficas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por cada canal de comunicação. flutuabilidade da colônia.
• Se julgar relevante, ao finalizar o estudo
das relações ecológicas, proponha uma
Sociedade
pesquisa prévia sobre como os fatores Sociedades são agrupamentos de indivíduos de uma mesma
ambientais podem influenciar o clima e espécie, organizados de modo colaborativo, com divisão de trabalho.
os ecossistemas brasileiros. Esse conhe- Ao contrário do que ocorre nas colônias, nas sociedades os indivíduos
não estão fisicamente ligados.
cimento poderá auxiliar os estudantes a
É comum, nesse tipo de agrupamento, a presença de castas, que
compreender as diferenças ambientais são grupos de indivíduos especializados em cada tarefa, como a rainha,
dos diversos domínios morfoclimáticos o rei ou zangão, os soldados e os operários. Existem castas em formi-
brasileiros, conteúdo que será trabalha- gueiros, colmeias e cupinzeiros. As formigas, as abelhas e os cupins são
do nos demais Temas desta Unidade. conhecidos como insetos sociais devido a esse tipo de organização.
Nas colmeias, as abelhas (Apis mellifera) se dividem em três castas:
rainha, zangão e operárias. A função da abelha-rainha e do zangão é
de reprodução, a abelha-rainha é a única fêmea fértil e, portanto, res-
ponsável pela origem de todos os indivíduos da colmeia. As operárias
são fêmeas que exercem inúmeras funções, como produzir os favos de
cera e o mel, proteger a colmeia e recolher pólen e néctar das flores.
STOCKMEDIASELLER/SHUTTERSTOCK
1,5 cm
As abelhas (Apis mellifera) também apresentam diferenças quanto ao tamanho do
corpo; a abelha-rainha (no centro da imagem), por exemplo, é maior que a operária.
150
150
Orientações didáticas
• As ilustrações representam diferentes
relações ecológicas apresentadas nesta
Exemplos de relações ecológicas Unidade. Se julgar pertinente, sugira aos
De olho no tema
estudantes que elaborem imagens ou es-
Analise os esquemas de re-
SAMUEL SILVA/ARQUIVO DA EDITORA
151
151
Orientações didáticas
• Utilizamos o conceito de domínios mor-
foclimáticos do geógrafo brasileiro Aziz
Ab’Sáber, que classificou os padrões de
paisagens naturais do Brasil.
TEMA
2
• Os ecossistemas mundiais são comu-
mente classificados em sete biomas. Aziz Domínios morfoclimáticos
brasileiros
Ab’Sáber propôs uma nova classificação
para os ecossistemas brasileiros em seis do-
mínios e zonas de transição. Cada domínio
apresenta mais de um bioma, sendo um
deles predominante. Por se tratar de clas-
sificações distintas, os estudantes podem Um domínio Os seis domínios brasileiros
apresentar dificuldade de compreensão, morfoclimático Uma área geográfica na qual predominam certas características
portanto diferencie os conceitos de cada pode abranger de clima, relevo, hidrografia, vegetação e solo constitui um domínio
classificação e trace paralelos entre elas. diferentes biomas. morfoclimático. Isso significa que o domínio geralmente é constituí-
do por um bioma típico predominante, mas também pode incluir
O bioma mundial savana, por exemplo, é outros tipos de bioma em menor proporção. Um bioma corresponde
reconhecido em dois dos domínios brasi- a uma região geográfica com características uniformes, enquanto um
leiros, o da Caatinga e o do Cerrado. domínio morfoclimático pode ser mais amplo e heterogêneo ao
• Procure não utilizar generalizações ao longo de sua extensão.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
referir-se aos biomas e esteja atento a No Brasil podem ser encontrados seis domínios morfoclimáticos, além
generalizações feitas pelos estudantes. de áreas de encontro entre domínios, chamadas faixas de transição.
O Cerrado, por exemplo, apresenta dife- Domínios morfoclimáticos brasileiros
rentes fisionomias, que vão desde a vege-
tação com desenvolvimento limitado até
152
Orientações didáticas
• Para enriquecer o estudo dos domínios
morfoclimáticos e das áreas de transição,
• Domínio Atlântico. Região situada na área costeira, com predomi- sugira aos estudantes que, caso tenham
nância do bioma do tipo floresta tropical. amigos ou familiares que residam em um
• Domínio Amazônico. Região localizada no norte do país, com estado brasileiro diferente do dele, peçam
predominância do bioma do tipo floresta tropical. para eles enviarem uma foto de paisagem
• Domínio do Cerrado. Região que ocorre principalmente no centro natural próxima ao local em que vivem.
do país, com predominância do bioma do tipo savana. Os estudantes podem trocar as imagens
entre si, procurando associar cada região
• Domínio das Caatingas. Região que prevalece no nordeste do país,
com predominância do bioma do tipo savana. a um domínio morfoclimático e, possivel-
mente, verificar a variedade de paisagens
• Domínio das Pradarias. Região própria do sul do Brasil, com em um mesmo domínio. Esse trabalho po-
predominância do bioma do tipo pradaria.
de estimular um projeto de estudo em ar-
• Domínio das Araucárias. Região localizada no sul do Brasil, com ticulação com Geografia.
predominância do bioma do tipo floresta subtropical úmida.
• Comente com os estudantes que tanto
a paisagem quanto o bioma são conceitos
Faixas de transição ou categorias de análise e estudo que bus-
As faixas de transição são áreas que apresentam um conjunto de cam descrever e compreender os elemen-
características dos domínios que as cercam. Nessas áreas, as mudanças tos que compõem o ambiente, bem como
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nas características de relevo, clima, vegetação e fauna ocorrem de De olho no tema suas inter-relações. Ambos os conceitos es-
maneira gradual.
Descreva a relação entre tão sendo debatidos pelos estudiosos das
Exemplos de faixas de transição são o Pantanal Mato-Grossense, a
bioma e domínio morfocli- áreas de Geografia e Ecologia, entre outras,
Mata de Cocais e o Agreste, indicados, respectivamente, pelas letras A,
mático. o que significa que não são conceitos abso-
B e C no mapa apresentado anteriormente. Observe a seguir paisagens
típicas dessas áreas. lutos e fixos, havendo interpretações e pro-
postas distintas. Uma definição que serve
ADRIANO KIRIHARA/PULSAR IMAGENS
FABIO COLOMBINI
A B para esse momento diz que a paisagem é
tudo aquilo que a visão alcança, uma uni-
dade visível do território com uma identi-
dade, composta de todos os fatores que
fazem parte dessa unidade (sociais, natu-
rais, culturais e históricos); assim, engloba
tanto os aspectos visíveis quanto aqueles
que estão subjacentes a esse espaço. Já o
bioma se caracteriza por ser um conjunto
de ecossistemas adjacentes que compõem
um ambiente uniforme quanto aos padrões
de vegetação, fauna, clima, relevo e solo.
BETO CELLI/PULSAR IMAGENS
153
Orientações didáticas
• O conteúdo deste e dos próximos Temas
favorece o desenvolvimento das habilida-
des EF07CI07 e EF07CI08, previstas pela
BNCC, uma vez que apresentam e discu-
TEMA
3
tem as características dos principais do-
mínios morfoclimáticos brasileiros e faixas
de transição, considerando os impactos
ambientais que eles vêm sofrendo. Além
O domínio Atlântico
disso, o desenvolvimento do TCT – Edu-
cação Ambiental também é favorecido,
uma vez que, reconhecendo os ecossiste-
mas e os impactos relacionados a eles, os A Mata Atlântica A Mata Atlântica
estudantes refletem sobre as ações huma- é uma das O domínio Atlântico está localizado predominantemente no litoral
nas e suas consequências no ambiente, va- regiões de maior brasileiro. Recebe também o nome de Mares de Morros, por apresen-
lorizando a atitudes sustentáveis. biodiversidade do tar uma cadeia de montanhas ao longo da costa. O principal bioma
• Explique aos estudantes como os as- mundo e também que compõe esse domínio é a floresta tropical, que recebe o nome
uma das mais de Mata Atlântica.
pectos físicos do ambiente interferem na
ameaçadas. Entre as principais características da Mata Atlântica se destacam:
composição e na diversidade da vida do
local. Comente, por exemplo, que a Mata • clima quente e chuvoso;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Domínio Atlântico • solo, em geral, raso, pobre em nutrientes, úmido e com pouca
Atlântica, devido à sua posição geográ-
fica (tropical e subtropical), é um bioma incidência de luz. Na camada superior do solo, acumula-se grande
PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
ANDERSON DE ANDRADE
50º O
que recebe grande quantidade de luz 0º EQUADOR quantidade de matéria orgânica, a serrapilheira. Essas caracterís-
solar, tendo temperaturas relativamen- ticas favorecem a presença de microrganismos decompositores,
te elevadas boa parte do ano. Além dis- que liberam nutrientes necessários para o desenvolvimento da
vegetação. Muitos animais que vivem no solo contribuem para a
so, também por influência do relevo e de
fertilidade dele, como minhocas e insetos;
outros fatores, apresenta índices de plu- N
longo do ano.
SO
S
SE
OCEANO cedros, figueiras, ipês, bromélias, orquídeas e samambaias. A floresta
0 1 030 km ATLÂNTICO é densa, e há forte competição por luz e espaço. As árvores mais
• Procure trabalhar os conhecimentos altas, de cerca de 30 metros de altura, obtêm a maior quantidade
Domínio Atlântico
prévios dos estudantes durante a reso- de luz e barram grande parte dos raios solares para os estratos
lução de atividades e ao estudar novos Distribuição do domínio Atlântico
no território brasileiro. inferiores. Nos estratos mais baixos, há muitas plantas pequenas
conteúdos. que vivem sobre outras obtendo maior quantidade de luz. Existe
Fonte: Mapa elaborado com
• Ao apresentar este e demais domínios base em AB’SÁBER, A. N. Os
grande diversidade de briófitas e pteridófitas, que são favorecidas
morfoclimáticos aos estudantes, solicite domínios de natureza no Brasil: pela grande disponibilidade de água;
potencialidades paisagísticas.
que tentem identificar exemplos de rela- São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
Glossário
Estrato: porção ou camada
da estrutura vertical de uma
floresta.
154
154
Orientações didáticas
• A degradação da Mata Atlântica está
correlacionada à ocupação histórica do
• grande diversidade de animais, favorecidos pelo clima e pela De olho no tema
território brasileiro, mais intensa ao lon-
grande disponibilidade de alimentos e hábitats, como micos-leões, go da faixa litorânea do país. Mostre ima-
onças-pintadas, preguiças, cutias, tamanduás, insetos, serpentes e 1. Explique o que são es-
gens da área de distribuição original da
pererecas. Muitos desses animais se alimentam das plantas e acabam pécies endêmicas e a
importância de conservar Mata Atlântica e imagens da área restante.
auxiliando na polinização e na dispersão de sementes; Pode-se explorar com os estudantes essa
os locais onde elas vivem.
• uma das maiores biodiversidades do planeta, com muitas espécies 2. Quais as principais causas questão, fazendo conexão com conteúdos
endêmicas, ou seja, espécies que ocorrem exclusivamente em deter- de desmatamento na do componente curricular História.
minada região geográfica. Mata Atlântica?
3. Cite três relações eco- Respostas – De olho no tema
Impactos ambientais na Mata Atlântica lógicas que foram apre- 1. Espécies endêmicas são aquelas que
Mais de 70% da população brasileira e também grandes polos in- sentadas para o domínio ocorrem exclusivamente em determina-
dustriais, petroleiros e portuários do Brasil estão localizados em áreas Atlântico. da região geográfica. A conservação do
nas quais anteriormente havia Mata Atlântica. local onde elas vivem é uma maneira de
A Mata Atlântica ocupa cerca de 13% do território brasileiro, evitar a extinção dessas espécies.
estendendo-se do Nordeste ao Sul do país. Hoje, por causa da intensa 2. As principais causas de desmatamen-
ação humana, restam cerca de 27% de sua cobertura vegetal original. O muriqui-do-norte (Brachyteles
Os trechos de floresta mais preservados encontram-se na faixa litorânea hypoxanthus) é uma espécie to na Mata Atlântica são: o crescimento
endêmica da Mata Atlântica urbano desordenado, a agropecuária e a
dos estados de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. que está ameaçada de extinção.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Até mesmo esses trechos de floresta estão sob constante ameaça em extração de madeira.
função de desmatamento, degradação, poluição e caça. 3. Os estudantes podem citar relações
O crescimento urbano desordenado, a agropecuária e a extração como competição das plantas por luz e
de madeira são as principais causas de desmatamento. Muitas espaço ou de espécies endêmicas por
155
155
Orientações didáticas
• Embora seja comum referir-se à Flores-
ta Amazônica como brasileira e mesmo
que sua maior extensão esteja no Brasil,
é importante enfatizar que esse domínio
TEMA
4
abrange mais oito países da América do
Sul: Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia,
Equador, Suriname, Guiana e Guiana
Francesa.
O domínio Amazônico
• Realize com a turma uma atividade de
pesquisa sobre o uso sem planejamento
dos recursos naturais na Floresta Ama-
zônica em atividades como extração de A Floresta A Floresta Amazônica
madeira, mineração, produção de energia Amazônica é a Quase metade do território brasileiro é ocupado pelo domínio Ama-
elétrica e agropecuária. Em suas pesqui- floresta tropical de zônico. O principal bioma que compõe esse domínio é a floresta tropical,
sas, os estudantes devem avaliar como os maior extensão que recebe o nome de Floresta Amazônica. Essa floresta está localizada
impactos provocados por tais atividades do planeta. em nove países da América do Sul e sua maior extensão está no Brasil.
afetam as populações das espécies des- As principais características da Floresta Amazônica são:
se bioma. Por exemplo, a mineração po- • clima marcado por calor intenso e chuvas abundantes;
de causar poluição sonora, em razão do • solo pobre, mas com grande quantidade de matéria orgânica em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
uso de explosivos utilizados para o des- decomposição, processo favorecido pelo clima. Os nutrientes dispo-
monte de rochas, que afugenta muitas Domínio Amazônico nibilizados pela decomposição possibilitam que esse solo suporte
espécies da fauna local. Outro exemplo a vegetação exuberante típica do bioma;
PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
50º O
ANDERSON DE ANDRADE
156
156
Orientações didáticas
• Faça, com os estudantes, a leitura da
ilustração “Trecho da Floresta Amazônica”.
Peça a eles que indiquem na imagem on-
LIBRARY/FOTOARENA
SUZI ESZTERHAS/NATURE PICTURE
Trecho da Floresta Amazônica A
de seriam encontrados o macaco, a ave e
a rã. Comente que há disputa por luz so-
lar e que, quanto mais alta a planta, mais
acesso à luz ela tem.
• Ao longo do estudo dos domínios mor-
foclimáticos, proponha comparações
60 cm entre eles. Destaque que entre as seme-
lhanças entre os biomas predominantes
nos domínios Atlântico e Amazônico es-
KIKKERDIRK/GETTY IMAGES
C
CECÍLIA IWASHITA/ARQUIVO DA EDITORA
157
157
Respostas – Atividades
1. Ver tabela na parte inferior desta página.
2. A relação estabelecida é a de parasi-
tismo, em que o vírus da febre amarela Atividades TEMAS 1 A 4 REGISTRE EM SEU CADERNO
ARQUIVO DA EDITORA
ILUSTRAÇÃO: ADILSON SECCO/
brasileira (além de grandes polos indus- dicial (–) para a outra. Espécies isoladas Espécies reunidas
I II
triais, petroleiros e portuários do Brasil) 2. Em 2017 e 2018, houve um aumento conside-
No de indivíduos
No de indivíduos
No de indivíduos
está localizada em áreas nas quais havia rável nos casos de febre amarela no Brasil. Essa
Mata Atlântica. doença é provocada por um vírus e é transmitida A
ao ser humano pela picada de mosquitos. B A
4. a) O número de indivíduos das duas • Qual é o tipo de relação ecológica existente B
espécies diminui. b) Resposta possível: entre o vírus causador da febre amarela e o Tempo Tempo Tempo
A partir do dado que indica que o nú-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ser humano? Cite outro exemplo desse tipo
a) O que acontece com o tamanho das popula-
mero de indivíduos das duas espécies de relação.
ções quando elas são reunidas?
diminui ao longo do tempo quando ANALISAR b) A relação que as duas espécies estabelecem é
elas estão reunidas (o que pode ser ob- positiva, negativa ou neutra para cada espécie?
3. Compare o mapa a seguir com o mapa de do-
servado no gráfico II), conclui-se que a mínios morfoclimáticos do Tema 2. Em seguida, Que relação ecológica pode existir entre elas?
relação ecológica que pode existir entre responda. • Produza um argumento científico para res-
as espécies A e B é a competição. Essa é ponder a essas questões. O argumento deve
Distribuição da população brasileira – 2017 apresentar os seguintes elementos: dados – o
uma relação negativa para as duas espé-
que é observado nos gráficos; justificativa –
cies, pois ambas têm redução no número
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
158
Predação e parasitismo Vantajosa (+) para uma das espécies e prejudicial (−) para a outra.
Inquilinismo e comensalismo Vantajosa (+) para uma das espécies e neutra (0) para a outra.
158
Orientações didáticas
• A proposta desta seção é estimular os
estudantes a pensar como o registro da
Pensar Ciência realidade depende dos contextos social,
histórico e cultural, no qual a verdade e a
objetividade ganham significado.
A compreensão das paisagens • É interessante que os estudantes enten-
O modo de compreender e fazer ciência mudou muito ao longo do tempo. dam que, com base nessas representações
Observe, por exemplo, estas duas representações científicas da Mata Atlântica. artísticas, foi possível elaborar outras mais
A primeira ilustração foi retirada da obra Flora brasiliensis, produzida por Carl objetivas, com propósitos mais científicos
Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) e colaboradores, entre 1840 e 1906, do que artísticos. Dessa forma, ressalte a
durante uma expedição científica no Representação artística de trecho da Mata Atlântica necessidade, nesse tipo de discussão, de
Brasil. A segunda é de um artigo cien-
analisar o contexto social e científico da
-edáfico em formações
florestais de Restinga no
Sudeste do Brasil. Acta
fiquem as diferenças mencionadas no
Botanica Brasilica, São Paulo, texto, como a descrição em detalhes na
v. 24, n. 3, p. 734-746, 2010.
Disponível em: https://
primeira imagem (procurando transmitir
www.scielo.br/j/abb/a/zF até as sensações subjetivas que esses lo-
wgzg3cKrHrXMhTS6Qnc
Wh/?format=pdf&lang=pt.
cais proporcionavam) e a objetividade da
Acesso em: 15 jul. 2022. segunda, que indica o número de espé-
Representação esquemática da Floresta Inundável do Parque Natural Municipal de Jacarenema, cies vegetais e o tamanho delas.
em Vila Velha, Espírito Santo. Cada número indica uma espécie diferente de planta.
3. Espera-se que os estudantes percebam
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO que as representações artísticas como as
de Martius foram importantes e que essa
Converse com os colegas e responda às questões. era a maneira mais aceita pelos cientistas
1. Para vocês, quais informações na primeira imagem são objetivas? Quais são na época em que foram realizadas, em-
subjetivas? bora, atualmente, representações assim
2. Quais são as principais diferenças entre as duas imagens? Que informações estão façam menos sentido. Desenhar com de-
presentes em uma e ausentes na outra? talhes a fisionomia de um bioma auxiliava
3. Elaborem uma hipótese para responder às seguintes questões: A representa- a comunidade científica e leiga a entender
ção artística de Martius foi relevante para a Ciência realizada naquela época? as dimensões do local e suas caracterís-
De que modo? ticas. Uma vez que, na época, o mundo
ainda não era globalizado e não havia tec-
nologia suficiente para compartilhar infor-
159
mações como ocorre atualmente.
159
Orientações didáticas
• Peça aos estudantes que tentem iden-
tificar no mapa por quais estados do país
o domínio do Cerrado se estende. Embo-
ra seja desafiadora a identificação dos
TEMA
5
estados em um mapa sem demarcação
das fronteiras, é interessante o exercício
de ativar a memória e tentar traçar esses
limites mentalmente.
O domínio do Cerrado
• Promova uma conversa sobre a ex-
tração de recursos naturais do Cerrado.
Questione os estudantes sobre o que eles
pensam a respeito desse assunto, levan- O domínio do O Cerrado
tando aspectos positivos e negativos do Cerrado é constituído O domínio do Cerrado é o segundo maior domínio morfoclimático
extrativismo. Explique que essa é uma ati- principalmente brasileiro, ocupando cerca de 20% do território nacional. Está localiza-
vidade muito antiga, que acontecia antes pelo bioma savana do principalmente na região central do país, abrangendo dez estados
mesmo do desenvolvimento da agricul- e apresenta grande brasileiros. O bioma predominante nesse domínio é a savana, que
tura e da pecuária, porém, somente para biodiversidade. nessa região recebe o nome de Cerrado.
a subsistência dos povos antigos. Atual- O Cerrado é caracterizado por:
mente, o extrativismo abrange uma es- Domínio do Cerrado • clima com verão chuvoso e inverno seco;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cala muito maior. Comente a extração de • área cortada por três bacias hidrográficas: Tocantins, São Francisco e
PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
ANDERSON DE ANDRADE
50º O
ALEX SATSUKAWA/SHUTTERSTOCK
70 cm
1,2 m
Animais que habitam o Cerrado: (A) lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), mamífero carnívoro,
do mesmo grupo dos cães, lobos e raposas; (B) seriema da espécie Cariama cristata, ave cujo
canto marcante pode ser ouvido a mais de um quilômetro de distância.
160
160
Orientações didáticas
• Dê outros exemplos de uso da vege-
tação do Cerrado, além da alimenta-
Saiba mais! ção. A madeira do pequizeiro (Caryocar
brasiliensis), por exemplo, é utilizada na
FRUTOS DO CERRADO
indústria naval em razão da sua grande
Os frutos do Cerrado ainda são pouco conhecidos pela população brasileira em geral. resistência e alta durabilidade. Da palmei-
Muitos deles, como a cagaita e o buriti, são ricos em vitaminas. O umbu, a mangaba, o
cajá-manga e o murici são bastante utilizados em sucos e sorvetes. O pequi é um fruto
ra buriti (Mauritia flexuosa) são extraídos
muito apreciado na culinária do Cerrado. diversos produtos, aproveitando-se quase
Com a retirada da vegetação para a agricultura e a pecuária na região, o número de a planta inteira: o palmito é retirado da re-
árvores de muitas espécies diminuiu. Por esse motivo, alguns projetos de conservação gião de brotação das folhas; do caule, reti-
estão adotando estratégias de replantio e comércio dos frutos desse bioma. ra-se uma seiva, utilizada na produção do
vinho de buriti e da ipurana, um produto
As fisionomias do Cerrado semelhante a uma fécula (substância rica
em amidos); do fruto é fabricado sabão e
De modo geral, a vegetação do Cerrado apresenta características relacionadas
são produzidos doces; cordas, redes, cha-
ao clima seco, a ocorrência de incêndios periódicos e ao solo pobre em nutrientes,
que podem limitar o desenvolvimento das plantas. Elas apresentam adaptações, péus e balaios são fabricados das folhas;
como raízes profundas, que atingem reservatórios de água subterrânea, cascas brinquedos e utensílios domésticos são
grossas e folhas espessas, que diminuem a perda de água. Além disso, algumas feitos a partir do pecíolo; sua madeira é
árvores perdem as folhas na estação seca. usada em trapiches, por exemplo.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fisionomias do Cerrado
10
Altura (m)
Fonte: Adaptado de COUTINHO, L. M. O conceito de Cerrado. Revista Brasileira de Botânica, v. 1, p. 17-23, 1978.
ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS
ANDRE DIB/PULSAR IMAGENS
A B
(A) Campo limpo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. (Alto Paraíso de Goiás, GO, 2021.)
(B) Cerradão com vegetação mais densa e cachoeira. (Cristalina, GO, 2021.)
161
161
Orientações didáticas
• De acordo com o Inpe (Instituto Nacio-
nal de Pesquisas Espaciais), de janeiro a
agosto de 2021 foram registrados cerca de Impactos ambientais no Cerrado
31 566 focos de incêndio no Cerrado bra- A paisagem do Cerrado foi e continua sendo muito modificada.
sileiro, índice mais alto registrado desde Muitos rios foram contaminados com mercúrio, por causa do ga-
2012. As queimadas decorrentes de ações rimpo, e a vegetação nativa foi desmatada para a comercialização
humanas, em geral, são resultado de lim- de madeira, a produção de carvão, a expansão urbana e a agrope-
peza de pastos e preparo de plantios, ba- cuária. Essas alterações impactam diretamente os seres vivos que
lões, entre outros fatores. Comente com habitam esse bioma: muitas espécies endêmicas estão ameaçadas
os estudantes a importância de denun- de extinção, e alguns animais migraram para regiões que não cos-
ciar os incêndios criminosos. Essas de- tumavam ocupar.
núncias podem ser realizadas ao Corpo de
Bombeiros, às prefeituras, às secretarias O fogo
estaduais do Meio Ambiente e ao Ibama. O fogo é um importante fator ecológico no Cerrado e influencia o
• Como atividade complementar, você ciclo de vida de diversas espécies. Algumas plantas, por exemplo, só
pode propor aos estudantes que pesqui- produzem flores e frutos após eventos de queimadas.
sem os efeitos do fogo na temperatura do Eventos naturais como os raios podem provocar fogo na vegetação
do Cerrado, sobretudo na transição entre as estações seca e chuvosa,
ar e do solo, na ciclagem de nutrientes, na
quando as plantas estão secas.
estrutura e na composição da vegetação, Atualmente, muitas queimadas decorrem de ações humanas, em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
na dispersão e na germinação de semen- especial aquelas relacionadas à agropecuária. O uso frequente e in-
tes, além dos efeitos sobre a fauna. Após discriminado do fogo em vastas áreas, ao contrário do fogo natural
a pesquisa, eles podem construir coletiva- ocasional, pode levar à diminuição da diversidade de espécies e à
mente um quadro comparativo de efeitos alteração da vegetação do Cerrado.
positivos e negativos do fogo no Cerrado.
FABIO COLOMBINI
Essa atividade favorece o desenvolvimento
das competências específicas 5 e 6 de
Ciências da Natureza para o Ensino Funda-
mental, previstas pela BNCC.
Alguns benefícios da queimada no Cer-
rado são rebrotamento de espécies ve-
getais, renovação da fisionomia da vege-
tação e ciclagem de nutrientes do solo.
Entre os pontos negativos estão a morte
de espécies animais devido à falta de ve-
getação para fuga em áreas ao redor das
queimadas. Além disso, as queimadas pre-
judicam a população local com a poluição
do ar, devido às cinzas, podendo causar De olho no tema
problemas respiratórios, entre outros. 1. Quais são as caracterís-
ticas típicas das árvores
Respostas – De olho no tema do Cerrado? Como essas
1. As árvores típicas do Cerrado apre- características estão rela-
sentam raízes profundas, cascas grossas, cionadas ao clima?
folhas espessas, características que estão 2. Descreva as principais
relacionadas ao clima seco. A presença de modificações na paisa-
gem do Cerrado em de-
raízes profundas é uma característica que corrência de atividades
aumenta a captação de água, armazenada humanas.
em reservatórios subterrâneos; as demais Fogo na Terra Indígena Parabubure, que fica no Cerrado. (Campinápolis, MT, 2021.)
162
Orientações didáticas
• Destaque que os Pampas ocupam
63% do estado do Rio Grande do Sul e
se estendem para países como Uruguai
e Argentina.
TEMA
6
• Explique que os Pampas apresentam alto
índice endêmico, ou seja, muitas espécies
O domínio das Pradarias ocorrem exclusivamente nessa região. Se
julgar relevante, proponha uma pesquisa
sobre as espécies endêmicas desse bioma,
destacando aquelas ameaçadas de extin-
ção. Entre as espécies de fauna, podemos
Os Pampas O domínio citar: os mamíferos tuco-tuco (Ctenomys
O domínio das Pradarias é composto principalmente do bioma do das Pradarias flamarioni) e veado-campeiro (Ozotocerus
tipo pradaria, que nessa região recebe o nome de Pampas ou Campos é formado bezoarticus), a ave caboclinho-de-barri-
Sulinos. Esse domínio ocupa cerca de 2% do território brasileiro e por campos ga-vermelha (Sporophila hypoxantha) e
localiza-se no sul do Rio Grande do Sul. localizados no o anfíbio sapinho-de-barriga-vermelha
As principais características dos Pampas são: sul do Brasil. (Melanophryniscus atroluteus). Depois da
• clima com temperaturas amenas e estações bem definidas. pesquisa, promova uma reflexão sobre
As chuvas, embora não tão abundantes como nas florestas, estão Domínio das Pradarias
distribuídas ao longo do ano, e não há períodos longos de seca;
como os impactos ambientais no bioma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
ANDERSON DE ANDRADE
50º O
• solo fértil, por isso a região é muito utilizada para o cultivo de 0º EQUADOR
Esclareça que se determinada espécie só
trigo, soja, milho e uva;
ocorre naquela região, o seu risco de ex-
• vegetação predominantemente composta de gramíneas e arbustos tinção é muito grande. Peça também aos
de pequeno porte e esparsos. Nos campos podem ocorrer matas
ciliares, ou seja, vegetação ao longo das mar- estudantes que reflitam sobre como a ex-
N
gens de rios e pequenos trechos de mata NO NE tinção das espécies pesquisadas afetaria as
O L
isolados, chamados capões. A lumi- SO SE
TRÓPICO DE CAPR
ICÓRNIO
relações alimentares presentes no bioma.
nosidade e os ventos influenciam a 0
S
1 010 km
OCEANO • Estimule uma comparação entre os
ATLÂNTICO
DONYANEDOMAM/GETTY IMAGES
Paisagem de um banhado nos Pampas. (Viamão, RS, 2020.) Paisagem dos Pampas. (Quaraí, RS, 2020.)
163
163
Orientações didáticas
• Destaque a problemática da peque-
na porcentagem de áreas protegidas por
unidades de conservação nos Pampas e Impactos ambientais nos Pampas
a alta degradação desse bioma. Leve os Grande parte dos Pampas está devastada: mais de 50% de sua
estudantes a refletir sobre esse problema; paisagem natural já foi modificada, dando lugar principalmente à
a turma deve compreender a importân- agricultura e a pastos para a pecuária. Nesses pastos, o capim nativo
cia da criação de unidades de conserva- é substituído por capim exótico, isto é, que não é natural dessa região.
ção para a proteção da biodiversidade. Além disso, a criação dos animais prejudica o solo, compactando-o.
Se possível, com os estudantes, faça uma A intensa atividade agrícola, especialmente de arroz, milho, trigo
pesquisa sobre a existência de uma uni- e soja, também contribui para esse processo de degradação, promo-
dade de conservação na região onde a vendo o desgaste do solo.
escola está inserida, identifiquem a que O Pampa é o bioma com menor representatividade no Sistema
grupo ela pertence (proteção integral ou Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), com apenas 0,4% da
área protegida por unidades de conservação, áreas naturais protegidas
uso sustentável) de acordo com seus ob-
por lei para garantir a conservação da biodiversidade.
jetivos de manejo e tipos de uso. Informa-
ções sobre as unidades de conservação GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pampas que favoreceram a criação de
animais, destacam-se: solo fértil, vege-
tação composta de gramíneas e de ar-
bustos de pequeno porte; temperaturas
amenas e estações bem definidas.
2. Os banhados são regiões alagadas e
com densa vegetação de plantas aquáti-
cas. Eles são importantes para aves aquá-
ticas e migratórias porque são áreas de
alimentação e reprodução desses animais.
1,7 m 1,5 m
De olho no tema
1. As atividades pecuárias estão entre as principais causas da degradação dos
Pampas. O que favoreceu o desenvolvimento da criação de animais nesse
bioma?
2. Descreva como são as áreas chamadas de banhados nos Pampas e explique
por que elas são importantes para aves aquáticas e migratórias.
164
164
Orientações didáticas
• Comente que, nos estados do Paraná e
de São Paulo, a Mata de Araucárias ocorre
principalmente em regiões mais elevadas
e, portanto, em locais com temperaturas
TEMA
7
mais baixas.
• Explique aos estudantes as catego-
O domínio das Araucárias rias de classificação das espécies amea-
çadas de extinção. De acordo com a IUCN
(International Union for Conservation of
Nature, ou União Internacional para a
Conservação da Natureza) são elas: vul-
Mata de Araucárias Na vegetação nerável (VU), em perigo (EN), criticamente
O domínio das Araucárias situa-se nos estados do Rio Grande do Sul, do domínio das em perigo (CR), extinta na natureza (EW)
Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O principal bioma desse domínio Araucárias predomina e extinta (EX). Destaque a classificação da
é a Mata de Araucárias, um tipo de floresta úmida, mas com tempera- o pinheiro-do-paraná. araucária, criticamente em perigo de ex-
turas mais baixas que a das florestas tropicais. tinção. Esclareça que essas categorias são
Essa região caracteriza-se por: definidas por critérios como redução da
• apresentar altitudes, em geral, acima de 600 m; população, distribuição geográfica e ta-
Domínio das Araucárias
• clima ameno, com temperaturas moderadas e grande quantidade manho da população. Comente que espé-
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PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
50º O
cies animais que dependem da araucária,
ANDERSON DE ANDRADE
EQUADOR
7 cm
A De olho no tema
Diferencie a floresta típica
A
da Mata das Araucárias da
Mata Atlântica e da Floresta
Amazônica.
165
165
Orientações didáticas
• Comente que a Caatinga apresenta
grande diversidade de seres vivos, e, por
ser um bioma exclusivo do Brasil, muitas
das espécies são consideradas endêmi-
TEMA
8
cas. Isso aumenta a responsabilidade de
conservação dos ecossistemas que com-
põem essa região. O domínio das Caatingas
• Converse com os estudantes sobre o
baixo índice de chuvas na Caatinga e algu-
mas soluções para amenizar o problema
da seca nesse domínio, que afeta drasti-
camente as pessoas que vivem na região. A Caatinga A Caatinga
A mais popular dessas soluções é a cons- também é um tipo O domínio das Caatingas ocupa cerca de 10% do território brasileiro,
trução de cisternas, reservatórios de água de savana, com distribuindo-se pela maior parte da região Nordeste e pelo norte de
que permitem a captação e o armazena- clima mais seco do Minas Gerais. O principal bioma que compõe esse domínio é a savana,
mento da água da chuva. Trabalhe com o que o Cerrado. chamada de Caatinga. A Caatinga ocorre exclusivamente no Brasil e
levantamento de hipóteses por parte dos apresenta grande diversidade de espécies de plantas, muitas das quais
estudantes. Peça que desenhem no ca- são endêmicas.
derno como eles imaginam que funciona As principais características da Caatinga são:
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uma cisterna. Depois, mostre a eles ima- Domínio das Caatingas
• clima semiárido, ou seja, com pouca chuva e temperaturas altas.
gens de cisternas e explique que a água Ocorre pouca variação de temperatura ao longo do ano, e as chuvas
PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
são irregulares;
ANDERSON DE ANDRADE
50º O
é captada a partir de seu escoamento
EQUADOR
nos telhados das casas. Esse reservatório 0º
• solos rasos, que promovem o escoamento superficial da água na
é fechado, protegendo a água da evapo- época das chuvas, formando rios. Muitos rios que iniciam na Caa-
ração e das contaminações causadas por tinga só existem durante a época de chuvas, secando o resto do
animais e dejetos trazidos pelas enxurra- NO
N
NE ano. Porém, mesmo durante a estiagem (período de seca), os rios
das. Dependendo do tipo de cisterna, a O
SO SE
L
TRÓPICO DE CAPR São Francisco e Parnaíba não secam completamente;
ICÓRNI
água pode ser utilizada para beber ou so- S
OCEANO
O
(A) Caatinga seca. (B) Caatinga verde. Observe as diferenças da vegetação entre as duas fotos tiradas
no mesmo local em épocas do ano distintas. (Parque Nacional da Serra da Capivara, PI, 2015.)
166
166
Orientações didáticas
• Explorar as adaptações dos seres vi-
vos à Caatinga é uma oportunidade para
As adaptações dos seres vivos da Caatinga Entrando na rede
correlacionar as características climáti-
cas da região às espécies que vivem ali.
Muitos seres vivos da Caatinga possuem adaptações que permitem Conheça as características
sua sobrevivência durante o longo período de seca. Conheça alguns
Relembre com os estudantes que essas
do sapo da Caatinga
exemplos. (Pleurodema diplolistris) características são derivadas do proces-
assistindo à animação so evolutivo da espécie.
• As plantas, em geral, são de pequeno porte. Muitas têm folhas
reduzidas, galhos retorcidos com espinhos e cascas grossas, que
O curioso caso do sapo da • Nesse momento, há a possibilidade de
Caatinga. Disponível em: orientar os estudantes em uma pesquisa
evitam ou diminuem a perda de água para o ambiente. https://www.youtube.com/
watch?v=osdA00Xt4tM&ab_ sobre os projetos governamentais ou de
• Cactos, como o mandacaru, armazenam água em seus tecidos. organizações não governamentais (ONGs)
channel=GeenfUSP.
• Algumas espécies de peixes conseguem adiar o nascimento à espe- voltadas para a conservação e o desen-
Acesso em: 15 jul. 2022.
ra das chuvas, isto é, os ovos só eclodem com a chegada das águas. volvimento sustentável desse domínio.
• A perereca jia-de-parede (Corythomantis greeningi) tem uma fina Os estudantes também devem incluir na
camada de cálcio sobre a pele, que reduz a perda de água. No fim pesquisa os fatores que levaram o domí-
do período chuvoso, esse anfíbio se insere de costas em buracos nio das Caatingas ao seu atual estado de
nos troncos das árvores ou em rochas e usa a cabeça como tampa conservação. Esse tipo de pesquisa pode
e escudo, podendo ficar assim por meses ou até anos. ser estendido para os demais domínios
do Brasil, buscando conhecer os projetos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
HELISSA GRUNDEMANN/SHUTTERSTOCK
cacto típico da Caatinga, armazena água, e mais importantes em cada um deles, bem
suas folhas são modificadas em espinhos. como as principais ameaças que sofrem.
• Se julgar conveniente, apresente o ví-
deo do boxe Entrando na rede para a tur-
ma; ele apresenta informações sobre uma
espécie de sapo que vive na Caatinga, o
Pleurodema diplolistris. Com narração,
trilha sonora e imagens, o vídeo traz ele-
mentos que favorecem a percepção sobre
a natureza do conhecimento científico, fa-
vorecendo o desenvolvimento da com-
FABIO COLOMBINI
Glossário
Desertificação: processo de modificação do ambiente que leva à formação de uma
paisagem seca ou de um deserto propriamente dito.
167
167
Orientações didáticas
• O Saiba mais! aborda um assunto
polêmico – a transposição do rio São
Francisco. Na seção Atividades, esse te- Saiba mais!
ma será retomado, de modo que os estu-
dantes tenham a oportunidade de refletir A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO e flora, e ainda são questionadas as consequências
sobre argumentos científicos favoráveis A Caatinga é cortada por um rio muito importante do desvio da água do rio que já é comprometido pela
para a região, o rio São Francisco, ou Velho Chico, construção de barragens e pela destruição de matas
e contrários a esse projeto, posicionan- ciliares. Há dúvidas se o projeto é sustentável, ou seja,
como é conhecido. Com cerca de 2 700 km de ex-
do-se em relação à sua realização. Você tensão, ele percorre cinco estados (Minas Gerais, se ele pode gerar os benefícios prometidos de forma
pode realizar uma atividade comple- Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe). permanente sem comprometer o ambiente.
mentar, de debate sobre o assunto. Para Esse rio é usado como via de transporte, fonte de ener-
FABIO COLOMBINI
isso, divida a turma em dois grupos – o gia elétrica e na irrigação da região, além de fornecer
que defende e o que é contra as obras de oportunidades de lazer para os habitantes das proxi-
transposição do rio. Espera-se que no de- midades. Por atravessar regiões muito áridas, alguns
bate sejam apontados diferentes pontos de seus afluentes secam no período de estiagem.
de vista, possibilitando aos estudantes as- Atualmente, há um projeto de transposição das
águas do rio São Francisco, que tem o objetivo de
sumir um posicionamento em relação ao
direcionar parte da água desse rio para as regiões
tema, apresentando argumentos para jus- semiáridas da Caatinga. Algumas das etapas desse
tificá-lo. Essa abordagem favorece o de- projeto já foram concluídas, levando água para
senvolvimento da competência geral 7 quase cem municípios.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da Educação Básica, prevista pela BNCC. A transposição das águas do rio São Francisco ainda
é considerada preocupante. O projeto recebe críticas
quanto aos impactos ambientais da obra para fauna Vista aérea do rio São Francisco. (Lagoa Grande, PE, 2021.)
PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
ANDERSON DE ANDRADE
CE
MA 2 RN
3
PB
PI
1
De olho no tema
PE OCEANO
ATLÂNTICO A Caatinga é um tipo de
10° S
AL savana, assim como o Cer-
SE rado. Quais são as princi-
pais diferenças entre esses
BA
ambientes?
168
168
Orientações didáticas
• Relembre o conceito de faixa de tran-
sição, abordado no Tema 2 desta Unida-
de. Ao final do trabalho com esse tema,
solicite aos estudantes que realizem uma
TEMA
9
pesquisa sobre as outras faixas de transi-
ção: Agreste e Mata de Cocais, resumindo
O Pantanal Mato-Grossense em uma ficha suas principais caracterís-
ticas. Depois, eles devem listar caracte-
rísticas que incluam essas regiões como
faixas de transição, e não como domínios
morfoclimáticos.
Características do Pantanal O Pantanal é • Comente que, em 2021, apenas 4,68%
O Pantanal é uma grande planície inundável que ocupa cerca de um ambiente do Pantanal era protegido por unidades de
150 mil km2 do território brasileiro. Abrange regiões dos estados de caracterizado conservação. Ao todo eram 28 unidades,
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e também se estende pelo Paraguai por alagamentos das quais 6 correspondem a unidades de
e pela Bolívia. Trata-se de uma faixa de transição, com características periódicos. conservação de proteção integral (com
dos domínios Amazônico e do Cerrado.
objetivo de preservação, nas quais não
Essa região caracteriza-se por:
são permitidas atividades como coleta,
• clima marcado por verões úmidos e quentes, e invernos secos e frios; consumo, dano ou destruição dos recur-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• típico alagamento periódico dos rios relacionado ao clima e à baixa sos naturais) e 22 unidades de conserva-
inclinação da região. Há dois períodos que caracterizam o alaga- ção de uso sustentável (com objetivo de
mento periódico: o das cheias e o das vazantes; conciliar a conservação da natureza com
• solo pouco permeável, com excesso de água, o que torna a decom- o uso sustentável dos recursos naturais).
posição da matéria orgânica mais lenta, diminuindo sua fertilidade.
Nas épocas de seca, o solo torna-se mais fértil; Resposta – De olho no tema
De olho no tema Após a inundação, quando os rios voltam
• grande número de espécies, muitas das quais podem ser encon-
tradas em outros domínios brasileiros; Explique a importância do a seus leitos, formam-se lagoas com mui-
alagamento periódico para tos peixes, que servem de alimento para
• atividades humanas, como a pecuária, a pesca, o turismo, a mineração os seres vivos que vivem no outros animais.
e a agricultura. Muitas vezes, essas atividades são realizadas de manei- Pantanal.
ra ilegal e descontrolada, provocando a degradação desse ambiente.
Quando as chuvas
param e os rios voltam
Com a inundação, os peixes a seus leitos, milhões de peixes
espalham-se por toda a ficam aprisionados nas lagoas e se tornam
área inundada do Pantanal. alimento para aves, jacarés e ariranhas.
Representação esquemática de uma área do Pantanal
durante o período das cheias e o período das vazantes. Fonte: Ilustração elaborada com base em GOMES, L.; VILLELA, R. A.
(Imagem sem escala; cores-fantasia.) A descoberta do paraíso. Veja, São Paulo: Abril, ano 32, n. 22, 2 jun. 1999.
169
169
Orientações didáticas
• A respeito da classificação dos ecossis-
temas aquáticos, é interessante pedir aos
estudantes que citem exemplos de cada
um dos tipos, sinalizando aqueles que
TEMA
10
ocorrem na região em que vivem.
• Se julgar pertinente, solicite aos estu-
dantes um trabalho complementar, ela- Ecossistemas aquáticos
borando modelos ou maquetes desses
ecossistemas. Para guiar esse trabalho,
eles podem refletir sobre questões como:
“Que elementos devem ser considerados
ao representar esses ecossistemas?”; “Es- O Brasil apresenta Classificação dos ecossistemas
ses modelos serão semelhantes se forem abundância aquáticos
representados em domínios morfoclimá- de reservatórios
De maneira geral e simplificada, os ecossistemas aquáticos podem
ticos diferentes?”. Ao final deste trabalho, de água e, ser de água doce ou de água salgada. Os de água doce costumam ser
os modelos podem ser apresentados a consequentemente, classificados em dois grupos, de acordo com a existência de movi-
outras turmas do mesmo ano e os estu- muitos tipos de mento das águas:
dantes podem discutir as semelhanças e ecossistemas • ecossistemas de água corrente, como rios e córregos;
as diferenças entre eles. aquáticos.
• ecossistemas de água parada, como lagos, lagoas, açudes e reser-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vatórios artificiais (represas).
Os ecossistemas de água salgada correspondem aos mares e ocea-
nos e constituem o maior de todos os ambientes do planeta, pois
ocupam mais de 70% da superfície da Terra.
MAURICIO GRAIKI/GETTY IMAGES
Vista aérea de uma lagoa, ecossistema de água doce parada. Mar, um ecossistema de água salgada. (Maragogi, AL, 2018.)
(Aquidauana, MS, 2021.)
170
170
Orientações didáticas
• Assim como a Mata Atlântica, os man-
guezais foram muito prejudicados pela
Manguezais 60 cm O guará (Eudocimus
ruber) é uma das aves
ocupação humana no litoral desde o início
da colonização do Brasil. O aterro de áreas,
PICTURE LIBRARY/FOTOARENA
SYLVAIN CORDIER/NATURE
O manguezal é um ecossistema alagadiço, típicas dos manguezais
da América do o desmatamento, a deposição de lixo e o
com solo de lama. É inundado duas vezes ao Sul, geralmente
dia durante as marés cheias e sofre grande lançamento de esgoto são alguns dos im-
encontrado em
influência da água doce dos rios. A água nos bandos. pactos ambientais nos manguezais cau-
manguezais é salobra, ou seja, menos salgada do sados por ações antrópicas. Solicite aos
171
Respostas – Atividades
1. a) A: domínio das Araucárias; B: domí-
nio das Pradarias. b) O bioma predomi-
nante em A é a floresta úmida, chamada Atividades TEMAS 5 A 10 REGISTRE EM SEU CADERNO
PIMENTEL/ARQUIVO DA EDITORA
ANDERSON DE ANDRADE
50º O
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
S B ATLÂNTICO e H. Teixeira. In: 50 anos de chão. São Paulo:
ção da vegetação, além de causar a de- 0 890 km Ateliê Edito- BMG Brasil, 1996. Disco 1, faixa 4.
rial, 2003.
sertificação. • De qual domínio morfoclimático a música
3. Alternativa C. a) Identifique os domínios morfoclimáticos trata? Justifique.
característicos das regiões A e B. • Produza um argumento científico para res-
4. A música trata da Caatinga (conclu- b) Nomeie e caracterize os biomas predominan- ponder a essa questão. O argumento deve
são), porque se refere ao sertão, onde tes em cada um dos domínios em relação à apresentar os seguintes elementos: conclu-
é característico ter falta de água e altas vegetação, aos solos e ao clima. são – consiste na identificação do domínio
temperaturas (justificativa). Isso é evi- 2. Leia o texto e responda.
morfoclimático a que a música se refere;
denciado pelos trechos “que fornaia” e justificativa – explicação das características
O Manejo Integrado do Fogo (MIF) é uma téc-
“farta d’água”, representando as altas desse domínio morfoclimático; dados – o que
nica que propõe o uso de queimadas controladas
temperaturas e a escassez de chuvas é observado na música; qualificador – o grau
em alguns domínios morfoclimáticos do Brasil,
de certeza que você atribui ao seu argumento.
(dados). O qualificador varia de acordo como o Cerrado, objetivando a conservação dos
com os outros elementos. ecossistemas. Um dos argumentos dos defenso- COMPARTILHAR
res desse método é a renovação da vegetação 5. Reúnam-se em grupos e pesquisem mais
5. Em 2022 ainda estava em processo a
dessas áreas após as queimadas. informações sobre o projeto de transposição
construção de ramais nos eixos Norte • Alguns pesquisadores não concordam com o das águas do rio São Francisco. Produzam um
e Leste para abastecer mais regiões. O MIF, pois o uso do fogo tem sido mal emprega- vídeo, uma animação, um texto ou outro tipo
rio São Francisco tem fluxo constante do nessas áreas. Como o uso frequente e indis- de material, para divulgação nas redes sociais da
e estável ao longo do ano e não apre- criminado do fogo coloca o Cerrado em risco? escola, sob orientação do professor, expondo:
sentando seca durante a estiagem. Essa 3. Em suas fases iniciais de vida, grande número • Em que fase o projeto está atualmente.
característica o torna ideal para a trans- de espécies marinhas visita os manguezais. Isso • Qual característica do rio São Francisco o
posição para locais de estiagem e seca acontece porque nesses ambientes ocorrem as tornaria ideal para a transposição para locais
condições a seguir, exceto: de estiagem e seca no Nordeste.
no Nordeste. Observe se os argumentos • Argumentos científicos favoráveis e con-
científicos apresentam dados, justifica- a) As marés revolvem o fundo lodoso, dei-
trários à transposição do rio São Francisco,
tiva, qualificador e conclusão. Se algum xando em suspensão nutrientes e matéria
levando em consideração os ecossistemas
orgânica.
desses elementos não estiver presente, e as populações locais. Para produzir argu-
b) Folhas, frutos e galhos que caem dos man- mentos científicos com menos fragilidades
instigue os estudantes a complementar gues constituem rica fonte de alimento. argumentativas é necessário apresentar de
seus argumentos. c) As águas claras favorecem a penetração de forma clara seus elementos constituintes
As atividades 4 e 5 estimulam o exercício luz, estimulando a produção de alimento que, por enquanto, devem abranger: dados,
da argumentação, favorecendo o desen- pelas algas. justificativa, conclusão e qualificador.
volvimento da competência geral 7 da
Educação Básica, prevista pela BNCC. 172
172
Orientações didáticas
• A seção Explore destina-se a promover
o reconhecimento de alguns fatores cli-
Explore máticos, pluviosidade e temperatura, co-
mo importantes descritores dos biomas.
• A proposta é interdisciplinar, pois envol-
Fatores climáticos e biomas Pluviosidade e temperatura média ve conhecimentos dos componentes curri-
na identificação de biomas culares Matemática e Geografia. Essa é uma
Como você pôde perceber no estudo desta
boa oportunidade para trabalhar a valori-
Alta
dade de chuvas) estão entre as principais
Baixa
tidade anual de chuvas (no eixo vertical) com a C com o componente curricular Matemática.
temperatura média anual (eixo horizontal) para • Esta seção favorece o exercício da curio-
Baixa Alta
diferentes regiões. Temperatura média anual
sidade intelectual, além de promover o de-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Orientações didáticas
• O trabalho proposto nesta seção – a
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Mar (RRDM), um grupo de mais de 550 pesqui- [...] Os rejeitos da barragem desceram ao
tivas quanto um grupo. Assim, é necessá- sadores de 27 instituições de pesquisa tenta longo de três rios, o Gualaxo do Norte, o do
rio que eles entendam a importância de elucidar essas questões – dentre elas, o impacto Carmo e o Doce, desaguando na costa marinha
ouvir, buscar o consenso, desistir da sua em aves que vivem na foz do Rio Doce e nas do Espírito Santo, a 660 km do local do desastre.
ideia para trabalhar na do outro, ter em- águas marinhas próximas. [...] os pesquisadores Essa lama se espalhou pelo mar e decantou, ou
patia, espírito de liderança, saber apoiar concluíram que as espécies Phaethon aethereus seja, se depositou no fundo do oceano.
esforços do grupo, como forma de chegar
O caminho da destruição
ce
ao longo dos rios Doce e do Carmo, Linhares ATLÂNTICO
entre a barragem do subdistrito de Ipatinga Colatina
Bento Rodrigues e o mar. Aimorés
N
Belo Barragem Baixo
Horizonte de Fundão Regência
NO NE Guandu
O L 20° S
SO SE
Rompimento
S
da barragem Ponte Nova Vitória Bacia do Rio Doce
0 50 km
Mariana Rio do Rios contaminados
Carmo
ILUSTRAÇÃO: NELSON MATSUDA/ARQUIVO DA EDITORA
RICARDO MORAES/
REUTERS/
FOTOARENA
Surubim-do-doce
Traíra Cascudo Dourado Curimatã (ameaçado de extinção) Bagre
Fonte: Elaborado com base em GERAQUE, E. et al. Rastro da lama. Folha de S.Paulo. Disponível em: http://
arte.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/11/22/rastro-lama/index.html. Acesso em: 19 jul. 2022.
174
174
Orientações didáticas
• Com base nas questões propostas no
quadro Como eu me saí?, promova uma
“Toda vez que chove – e naquela região o período 3. Como a contaminação das aves marinhas pode reflexão sobre aspectos e comportamen-
chuvoso vai de outubro a março – o rejeito que está também significar a contaminação de diversos tos dos estudantes na realização das ati-
na calha do rio é lançado pra dentro do sistema mari- ecossistemas? vidades em grupo. Nesse processo, eles
nho novamente. E toda vez que entra uma ondulação 4. Vocês acham que o desastre de Mariana pode-
mais forte no mar, ou venta mais forte, aquele rejeito
devem reconhecer erros e acertos, com
ria ter sido evitado? Discuta com seus colegas o objetivo de perceber a importância da
depositado no fundo é suspenso novamente” medidas para evitar que outros desastres am-
bientais como esse aconteçam.
interdependência na maneira de pensar
Guilherme Tavares Nunes [professor do
Câmpus Litoral Norte da UFRGS e pesquisador
e trabalhar em grupo. Essas questões fa-
que integra o grupo de pesquisa] COMPARTILHAR vorecem o desenvolvimento das com-
[...] 5. Além de afetar o ecossistema, o desastre de petências gerais 9 e 10 da Educação
Mariana provocou a morte de moradores e de Básica, previstas pela BNCC.
Outro ponto é que as aves marinhas atuam
trabalhadores da região e causou a destruição
como vetores – não só de nutrientes, mas de
contaminantes também – entre as áreas de
de muitas residências e a interrupção no abas- Respostas – Atitudes para a vida
tecimento de água e de energia. Muitos viviam 1. O rompimento da barragem provocou
alimentação e de reprodução. A ave vai ao mar
da pesca e da agricultura e com a contaminação a liberação de rejeitos de mineração, que
para se alimentar e volta a uma ilha para se
do ambiente não podem mais desenvolver
reproduzir. Nas ilhas, os animais deixam fezes, foram se deslocando por diversos mu-
essas atividades. Em grupo, proponham algu-
penas, cascas de ovos, etc., e tudo isso, aponta nicípios por meio dos rios até atingir o
mas medidas que poderiam ser tomadas para
Guilherme, é nutriente (ou contaminante) que oceano. A tragédia eliminou muitas es-
reparar os danos sofridos por essa população.
entra naquele ecossistema. Em resumo, conta-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pensem também em formas de recuperação dos pécies de peixes de água doce da região
minantes da barragem do Fundão estão sendo
ecossistemas afetados pelo desastre. e despejou lama e minério de ferro nos
transportados pelas aves para ilhas como o
arquipélago de Abrolhos e a ilha da Trindade [...] • Apresentem suas propostas ao restante da rios e no Oceano Atlântico.
turma e considerem as dos outros grupos. Em 2. Principalmente os ecossistemas aquá-
[...] Em termos de impacto a outros grupos
conjunto, façam uma seleção das melhores
animais, por exemplo, [...] a área marinha mais
propostas e, com o auxílio do professor, en-
ticos.
afetada é local de reprodução para espécies 3. A contaminação das aves marinhas tam-
viem um e-mail com as sugestões da turma
como a baleia jubarte, a tartaruga-de-couro e a
para uma instituição que esteja trabalhando bém causa a contaminação de todos os
toninha (essas duas últimas ameaçadas de ex-
na recuperação da região. outros seres vivos que, de algum modo, se
tinção). “[...] quando detectamos efeitos de um
evento como esse sobre os representantes da relacionam com elas. Além disso, as aves
megafauna marinha, que são predadores de COMO EU ME SAÍ? voam para diversos locais para se reprodu-
topo, é porque todo o restante da teia trófica zir e se alimentar e, ao liberar fezes, penas
já foi severamente impactado”. • Meu grupo pensou em diferentes soluções para e cascas de ovos contaminados, acabam
o problema ambiental?
O pesquisador ressalta que deveria haver contaminando todo o ecossistema.
um monitoramento permanente das áreas • Analisei cada solução de vários ângulos e avaliei
a viabilidade de cada estratégia? 4. Resposta pessoal. Espera-se que os
atingidas pelas próximas décadas: “Nós esta-
estudantes pesquisem e troquem ideias
mos monitorando há três anos e, para uma ave • Prestei atenção às propostas dos meus colegas
marinha que pode viver dezenas de anos, isso e fiz sugestões positivas com a intenção de sobre medidas para evitar que outros
é apenas a fração de uma geração”. [...] melhorá-las? desastres ambientais como o de Mariana
• Percebi que trabalhar coletivamente resulta em aconteçam. Eles podem sugerir uma me-
Fonte: BARRADAS, M. S. Seis anos após o rompimento
da barragem de Mariana, ecossistema marinho continua um número maior de ideias e em propostas mais lhor fiscalização para as barragens, propor,
sofrendo os impactos do desastre. JU Ciência, 16 dez. 2021. completas em razão da contribuição de todos por exemplo, um destino mais adequado
Disponível em: https://www.ufrgs.br/ciencia/seis- os integrantes do grupo?
anos-apos-o-rompimento-da-barragem-de-mariana- para os resíduos gerados pelas atividades
ecossistema-marinho-continua-sofrendo-os-impactos- • Aceitei críticas e sugestões dos colegas sobre a mineradoras etc.
do-desastre/. Acesso em: 8 jun. 2022. minha ideia?
5. A execução dessa atividade favorece
• Participei ativamente do trabalho, concentran-
TROCAR IDEIAS SOBRE O TEMA do meus esforços na ideia do grupo, indepen- o desenvolvimento de parte da com-
dentemente de ela ter sido proposta por mim? petência geral 7 da Educação Básica,
Em grupo, discutam as seguintes questões:
• Se eu fosse explicar por que trabalhar e pensar prevista pela BNCC.
1. Quais impactos ambientais do desastre de
de maneira interdependente é importante em
Mariana são apontados no texto e no infográfico?
um trabalho em grupo, eu diria que...
2. Que tipos de ecossistema foram afetados?
175
175
Orientações didáticas
• A seção Compreender um texto, além
de promover a compreensão leitora, tem
por objetivo proporcionar o conhecimen- Compreender um texto
to sobre a luta e as conquistas de Davi
Kopenawa, um representante da tribo
Yanomami que, a partir de 2021, passou a Nobel alternativo: líder yanomami Davi Kopenawa
integrar a Academia Brasileira de Ciência. é o sétimo brasileiro a ganhar o prêmio
• O povo Yanomami vive relativamente
isolado na Floresta Amazônica, na fron- O líder indígena Davi Kopenawa, do povo
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Thunberg (Suécia), a defensora dos direitos Povo indígena Yanomami com pintura corporal durante
senvolvimento dos TCTs – Educação
humanos, Aminatou Haidar (Saara Ocidental) festividade na Aldeia Toototobi. (Barcelos, AM, 2019.)
Ambiental e Diversidade cultural e a advogada Guo Jianmei (China).
ao estimular os estudantes a refletir so- [...] “Eu continuo a luta pelos direitos do
[...] meu povo, nossos direitos à terra, saúde, nossa
bre diferentes formas de exploração do
“Davi Kopenawa, junto à Hutukara Associa- língua e costumes, nosso xamanismo e muito
ambiente pelos seres humanos e suas
ção Yanomami, está resistindo exitosamente à mais” [...] “O papel de Hutukara é defender o
consequências, e sobre as relações cultu- impiedosa exploração de terras indígenas na povo Yanomami e a nossa terra contra políticos,
rais do povo Yanomami com o ambiente Amazônia, protegendo nossa herança planetá- garimpeiros, fazendeiros e outros que querem
em que vivem. ria comum”, afirmou Ole von Uexkull, diretor- roubar. Nossa terra é tudo o que sabemos. Eu
-executivo da Right Livelihood Foundation. não vou parar de lutar. Eu vou continuar até
[...] morrer.” [...]
Há mais de 30 anos, ele viaja pelo mundo em Fonte: NOBEL alternativo: líder yanomami
Davi Kopenawa é o sétimo brasileiro
defesa do seu povo [...] e foi chave para o reconhe- a ganhar o prêmio. BBC Brasil, 25 set. 2019.
cimento oficial do território yanomami na Ama- Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
zônia em 1992, depois de quase dez anos de luta. brasil-49823265. Acesso em: 15 jul. 2022.
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176
Respostas – Compreender
um texto
1. Davi Kopenawa luta pela proteção de
A mensagem do xamã, “para flechar corações florestas, pela biodiversidade da Amazô-
yanomami, povo ye’kwana e outros povos indígenas do Brasil. do ambiente – utilizando os recursos na-
A natureza é uma luz para segurar a cultura da terra. A terra não vai morrer, mas turais de forma sustentável, não poluin-
a floresta vai morrer. Quando o homem da cidade derrubar muito, ele vai acabar com a do, não desmatando etc.
floresta. Omama que está nos protegendo, Omama que está junto com a natureza, com 5. Porque as tribos indígenas estão em
a floresta que sustenta a nossa sobrevivência hoje, e a das futuras gerações. Nossos contato com a natureza há muito tempo,
filhos vão continuar a sustentar a floresta.
difundindo seu conhecimento por gera-
Fonte: CHAMORRO, P. É o “pouco índio” que está sustentando o ções. Conhecem plantas com proprieda-
planeta Terra, avisa Davi Kopenawa. National Geographic, 3 set.
2021. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil. des medicinais e compreendem bem as
com/cultura/2021/09/amazonia-entrevista-davi- relações entre os seres vivos, por exemplo.
kopenawa-yanomami. Acesso em: 15 jul. 2022.
6. Resposta pessoal. O livro e o docu-
mentário indicados na página anterior
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
e nesta são sobre a cultura yanomami e
são exemplos de recursos que podem ser
OBTER INFORMAÇÕES consultados pelos estudantes.
1. Pelo que Davi Kopenawa luta?
2. Por que ele foi premiado com o “Nobel alternativo”?
3. Por que Davi Kopenawa acredita que ”é o ‘pouco índio’ que está sustentando o planeta
Terra”? Justifique utilizando elementos encontrados nos textos.
PESQUISAR E COMPARTILHAR
4. Em que situações da vida cotidiana os conhecimentos indígenas podem nos ajudar
a viver de outra maneira?
5. Por que os conhecimentos das culturas dos povos originários indígenas interessam
às ciências?
6. Busque textos, filmes e livros sobre a cultura yanomami. Faça um breve texto argu-
mentativo sobre a importância dessa cultura para o Brasil. Depois, compartilhe com
seus colegas suas ideias em uma roda de discussão.
177
177
Objetivos da Unidade
• Reconhecer que o ar atmosférico é uma
mistura de gases.
• Conhecer os principais gases compo-
nentes do ar e sua proporção em baixas
O ar
UNIDADE
altitudes.
• Reconhecer a importância do gás oxi-
gênio na manutenção da vida.
• Identificar o gás oxigênio como combu-
rente necessário ao processo de combustão.
• Relacionar a presença do gás carbônico
Balão Brasil
na atmosfera com o efeito estufa. (4 de julho de 1898)
• Explicar a função do gás carbônico no
processo de fotossíntese. Santos-Dumont, Primeiro balão construído
por Santos-Dumont, aos 25 anos
• Associar a presença do vapor de água um brasileiro inventor de idade. Em vez de seda
chinesa, ele inovou, utilizando
na atmosfera com algumas características seda japonesa, material menos
do clima e sua regulação. Você sabia que o inventor do balão dirigível resistente, porém bem
• Conhecer algumas as propriedades do ar. foi um brasileiro? mais leve.
• Relacionar a variação da pressão atmos- Alberto Santos-Dumont nasceu em 20
férica com a altitude. de julho de 1873, na cidade de Palmira
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(que atualmente leva seu nome: Santos
• Compreender a importância do efeito
Dumont), em Minas Gerais.
estufa para manter a temperatura do pla-
neta dentro de limites adequados à vida. Em 1892, mudou-se para Paris a fim de
complementar os estudos e logo se in-
• Identificar as causas naturais e antró-
teressou por voo. Desenvolveu balões e
picas que provocam modificações na
fez progressos com o controle do voo,
composição da atmosfera.
construindo os primeiros dirigíveis. Com
• Discutir formas de controlar o aqueci-
o sucesso, passou a dedicar-se à obsessão
mento global.
dos engenheiros da época: a construção
• Explicar o papel de alguns poluentes de um aparelho voador mais pesado que Dirigível número 1
atmosféricos na acidificação da chuva. o ar. O 14-Bis, chamado de “Ave de Rapi-
(18 de setembro de 1898)
• Justificar a importância da camada de na” pelos franceses, tornou-se o primeiro Com o objetivo de
ozônio para o planeta Terra, considerando controlar a dirigibilidade do balão,
aparelho mais pesado que o ar a voar em Santos-Dumont desenvolveu o
as características da radiação solar. demonstração pública, sem o auxílio de número 1, com motor a explosão.
• Reconhecer o ozônio como poluente dispositivos externos, em 23 de outubro Na descida, uma bomba de ar
atmosférico em baixas altitudes. não funcionou adequadamente,
de 1906, percorrendo cerca de 60 metros.
e o balão começou
• Reconhecer os danos à saúde humana Pouco mais tarde, em 12 de novembro do a dobrar e caiu.
causados pela poluição atmosférica. mesmo ano, superou a marca, realizando
• Investigar a influência da temperatura o primeiro voo registrado da história.
na expansão e na compressão do ar.
• Aplicar os conhecimentos sobre o ar na
construção de um modelo de avião de pa- Dirigível número 6
178
Orientações didáticas
• O infográfico da abertura apresenta as
invenções de Santos-Dumont, que de-
senvolveu as primeiras máquinas de voar.
179
Orientações didáticas
• Esta Unidade trabalha temas associa-
dos à atmosfera e suas características, co-
mo a composição de gases atmosféricos e
sua importância para os seres vivos. Além
TEMA
1
disso, nela é abordado como atividades
humanas podem causar a poluição at-
mosférica, interferindo na composição da
atmosfera e causando danos ao ambiente
Os gases da atmosfera
e à saúde humana.
• Sugira aos estudantes que analisem a
ilustração “Proporção dos gases da at-
mosfera” e oriente-os a identificar quais A atmosfera A composição do ar
garrafas representam o gás oxigênio, o terrestre é Quando o planeta Terra surgiu, não havia atmosfera. Essa camada
gás nitrogênio e outros gases. Nesse es- fundamental para gasosa se formou aos poucos e, durante muito tempo, era constituí-
quema, há a oportunidade de se trabalhar a existência de vida da por gases diferentes dos atuais. Fenômenos como a fotossíntese e a
o conteúdo em conjunto com o compo- no planeta. Ela é emissão de gases pelos vulcões estão entre aqueles que provocaram as
formada por uma mudanças na composição da atmosfera.
nente curricular Matemática, no que se
mistura de gases Os principais constituintes do ar atmosférico são o gás nitrogênio,
refere à representação de proporções e o gás oxigênio, o gás carbônico e o vapor de água.
porcentagens por meio de ilustrações, em diferentes
Os mais abundantes são o gás nitrogênio e o gás oxigênio, que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
evidenciando sua importância para as proporções e com
correspondem, respectivamente, a 78% e a 21% do ar. Portanto, eles
Ciências. Sugira que eles representem es- características
representam 99% do total de gases da atmosfera.
sa mesma informação em um gráfico de próprias.
barras e em um de setores, e estimule-os a Proporção dos gases da atmosfera
opinar sobre qual dos gráficos representa
180
180
Orientações didáticas
• Relacione as funções dos componentes
do ar com fatos do cotidiano dos estudan-
Características de alguns componentes do ar tes, como a participação do gás oxigênio na
respiração e nos processos de combustão.
• Ao tratar da combustão, se julgar con-
Gás oxigênio veniente, comente com os estudantes que
A maioria dos seres vivos precisa do gás oxigênio para realizar transformações os incêndios são divididos em cinco clas-
químicas fundamentais para sua sobrevivência. Apenas algumas espécies de ses: A (fogo em materiais de fácil com-
microrganismos sobrevivem na ausência desse gás, como é o caso da bactéria bustão, como papel, tecido e madeira),
causadora do tétano (Clostridium tetani).
B (fogo em materiais inflamáveis, como
O gás oxigênio também participa do processo de queima ou combustão, uma
transformação química que libera grande quantidade de energia na forma de luz álcool, diesel e gasolina), C (relaciona-
e calor. Nesse processo, o gás oxigênio é chamado de comburente e os materiais dos à eletricidade, como em tomadas e
que queimam são chamados de combustíveis; são exemplos a madeira, o carvão transformadores), D (fogo em materiais
e a gasolina. A combustão só tem início quando se fornece energia, por exemplo, pirofosfóricos, que produzem chama
de uma faísca elétrica ou uma pequena chama. Nesse caso, a fonte de energia é branco-azulada com luz intensa, como
chamada de fonte de ignição. o alumínio e o magnésio) e K (do inglês
kitchen, relacionado ao fogo em óleos e
Gás carbônico gorduras de cozinha). Para cada classe há
Embora esteja presente em pequena quantidade no ar, o gás carbônico par- um tipo de extintor recomendado e técni-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ticipa de diversos processos importantes para os seres vivos. Com a água e a luz cas específicas de combate ao fogo. Para a
solar, esse gás participa do processo de produção de alimento dos seres fotossin- extinção das chamas, além do método de
tetizantes. O gás carbônico é produto da respiração dos seres vivos. abafamento, que evita o contato do gás
O gás carbônico retém na atmosfera parte da energia que a Terra recebe do Sol. oxigênio com o combustível, existem ou-
Esse fenômeno natural chama-se efeito estufa. Graças a ele e a alguns outros gases tras técnicas, como a de resfriamento, que
que também retêm energia, as temperaturas atmosféricas se mantêm dentro de diminui a temperatura; e a de isolamen-
limites adequados à existência da vida como a conhecemos. No entanto, o excesso
desses gases faz com que mais energia seja retida na atmosfera, aumentando a
to, que consiste na retirada do material
temperatura média do planeta. O gás carbônico é liberado na queima de matéria combustível que ainda não foi atingido
orgânica, como nos incêndios em florestas. No Tema 4, você estudará como esses da área da propagação do fogo. Ainda é
processos ocorrem e as consequências do aquecimento global. possível pedir aos estudantes que pesqui-
sem as classes de incêndios e produzam
GEORGECLERK/GETTY IMAGES
uma cartilha informativa, divulgando-a a
toda comunidade.
• Explique aos estudantes que, apesar de
o organismo humano absorver o gás oxi-
gênio e eliminar gás carbônico na respi-
ração, nem todo o gás oxigênio presente
no ar é absorvido pelos pulmões: apenas
cerca de um quarto do volume inspirado
é aproveitado.
• O gás carbônico não é tóxico, ou seja,
sua presença na atmosfera, nas concen-
trações adequadas, não afeta a saúde dos
seres vivos.
• Antes da leitura da legenda da foto no
Livro do Estudante, faça um exercício de
Na imagem, o bombeiro usa extintor à base de gás carbônico para apagar o fogo. Quando o jato de gás carbônico é direcionado à base
leitura de imagem com os estudantes
das chamas, a disponibilidade de gás oxigênio no local é diminuída e, com isso, a combustão não se mantém e o fogo se extingue. aproveitando para levantar alguns conhe-
cimentos prévios. Peça a eles que descre-
181 vam o que está acontecendo na imagem
e questione-os por que o fogo é contido
nesta situação.
181
Orientações didáticas
• Aproveite as discussões sobre o tema
para conversar com os estudantes sobre
o fato de a Amazônia não ser o pulmão do Gás nitrogênio
mundo. Esse equívoco vem se difundindo Por ser muito estável, o gás nitrogênio não se combina facilmente com outros
há muitos anos e deve ser desfeito. A Ama- compostos. Por isso, ele pode ser empregado para substituir o ar e evitar incêndios
zônia, assim como as demais florestas, em depósitos ou recipientes que abrigam materiais combustíveis, como alguns
consome, para o processo de respiração, metais na forma de pó que podem explodir quando entram em contato com o
quase todo o gás oxigênio que produz por gás oxigênio.
meio da fotossíntese. Se julgar oportuno,
proponha a eles uma pesquisa a respeito Argônio
do surgimento dessa explicação e apro- O gás argônio está presente em maior quantidade que o gás carbônico e, como
veite para conversar sobre a importância o gás nitrogênio, tem a propriedade de ser muito estável quimicamente (ele é tão
de verificar a veracidade das informações pouco reativo que faz parte de um conjunto de materiais conhecido como gases
que recebemos e compartilhamos. nobres). Ele é aplicado, por exemplo, como um substituto do ar em compartimen-
• Explique que o vapor de água se des- tos que armazenam peças de museus para sua melhor conservação. Ele também
loca pela atmosfera, principalmente sob é o principal componente de um tipo de laser utilizado em cirurgias dos olhos e
faz parte do mecanismo de funcionamento de lâmpadas fluorescentes.
a ação do vento. A evaporação de água é
muito maior nas regiões oceânicas do que
nos continentes. Como o vento carrega es- Vapor de água
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sa umidade para os continentes, onde se O vapor de água ajuda a regular o clima por meio do ciclo da água. Ao encon-
formam nuvens de chuva, parte da água trar camadas mais frias da atmosfera, o vapor de água se condensa formando
dos oceanos é transferida para a superfí- inúmeras gotículas. Essas gotículas aglomeram-se até atingir um tamanho em
que tendem a cair como chuva.
cie. O retorno dessa água para o mar ocor-
A quantidade de vapor de água na atmosfera varia de acordo com o clima de
re quando os rios deságuam nos oceanos. cada lugar e as condições do tempo em determinado momento. Em algumas
• As nuvens também podem conter, com regiões do planeta, como na Amazônia, a quantidade de vapor de água no ar
as gotículas de água ou separadamente, é maior; por isso esses locais são úmidos, e ocorrem chuvas quase o ano todo.
pequenos cristais de gelo, em função de Porém, há outras regiões em que a quantidade de vapor de água no ar é baixa e,
sua altitude. Relembre os estudantes por essa razão, apresentam clima seco, como o semiárido nordestino e os desertos.
de que, dependendo das condições cli- Quando essa quantidade de vapor de água diminui, podemos sentir que o ar
máticas, a água também pode voltar à está seco ao respirar. A baixa umidade provoca secura nas vias aéreas e nos olhos
superfície na forma de neve ou granizo. e costuma agravar problemas alérgicos e respiratórios, além de aumentar o risco
de incêndios na vegetação.
• As nuvens são muito diversas em suas
cores e formas. Talvez por isso sejam fon-
182
182
Orientações didáticas
• O objetivo da atividade da seção Vamos
fazer é identificar a presença de vapor de
água e do gás oxigênio no ar. O trabalho
Vamos fazer REGISTRE EM SEU CADERNO
com atividades experimentais possibili-
Como verificar experimentalmente ta o desenvolvimento da competência
que o ar é uma mistura? geral 2 da Educação Básica e da com-
petência específica 2 de Ciências da
Material
ATENÇÃO Natureza para o Ensino Fundamental, pre-
• 2 copos de vidro • 1 pires vistas pela BNCC.
Cuidado com a vela acesa!
• Geladeira • 1 vela (pelo menos 3 cm menor Um adulto deve super- • Considerando que os estudantes po-
• Palito de fósforo ou isqueiro que o copo) visionar a realização do dem ter dificuldade na compreensão de
procedimento II. que o ar é uma mistura de gases, realize
Procedimento I
a atividade do Vamos fazer como forma
1. Coloque um copo de vidro vazio no congelador por 10 minutos.
de verificação. Se julgar conveniente, ini-
2. Elabore uma hipótese sobre o que vai acontecer na superfície do copo cie a exploração do Tema realizando esta
depois que ele for retirado do congelador.
atividade, utilizando-a como disparadora
3. Retire o copo, deixe-o sobre a mesa por 10 minutos e verifique o que para o estudo da composição dos gases
ocorre.
da atmosfera.
Analisar
Respostas – Vamos fazer
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Orientações didáticas
• Conhecer as propriedades gerais da
matéria massa e volume é fundamental
para o trabalho com as propriedades do
ar. Por isso, retome com os estudantes es-
TEMA
2
ses conteúdos antes de iniciar o trabalho
com o Tema 2.
• Apresente aos estudantes o fato de o Propriedades do ar
ar não ter cheiro, sabor ou cor. Procure si-
tuações cotidianas nas quais isso possa ser
demonstrado. Cite que, ao contrário do ar,
alguns gases têm cheiro característico, co-
mo o gás metano e o dióxido de enxofre. O ar tem massa, Cor, cheiro e gosto
• Para mostrar que o ar tende a ocupar expande-se e O ar não tem cor (é incolor), não tem cheiro (é inodoro) e não tem
todo o espaço disponível, você pode usar exerce pressão. gosto (é insípido). O ar só deixa de ter essas características quando está
qualquer embalagem a vácuo, em que no misturado com outros componentes, como o material particulado
presente nas fumaças de escapamento de automóveis.
momento da abertura ouve-se o som do
ar entrando no recipiente. Explique aos
estudantes que, assim que se rompe a Glossário O ar tem massa e ocupa espaço
barreira feita para a embalagem, o ar en- Material particulado: Ao comparar a massa de um balão “vazio” com a massa desse mesmo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
conjunto constituído de balão inflado, nota-se uma pequena diferença nos números mostrados
tra no recipiente.
fumaça, poeira e qualquer pela balança, o que demonstra que o ar possui massa.
• O conceito de que o ar tem massa pode partícula sólida ou líquida
O termo “vazio” está entre aspas para deixar claro que é apenas
ser de difícil compreensão, tendo em vis- que fica suspensa no ar e
causa poluição. uma maneira de dizer, já que o balão não está completamente vazio,
ta que a ideia de massa é intuitivamente pois sempre contém uma porção de ar em seu interior, mesmo antes
relacionada ao esforço ou à sensação de de ser inflado.
peso, algo que não ocorre quando se trata Outra propriedade do ar está relacionada ao volume: ele ocupa
de ar, embora todos os corpos na super- todo o espaço disponível em um ambiente, adquirindo o formato
fície terrestre sejam submetidos à coluna do recipiente onde está contido. Podemos constatar essa propriedade
de ar atmosférico. Dessa forma, explore ao inflar o balão de borracha; observamos que ele estica por igual, ou
com eles as imagens dos balões, focando seja, o ar ocupa igualmente todo o espaço disponível.
a alteração da massa. O balão cheio con-
184
184
Orientações didáticas
• Explique aos estudantes que a
compressão permite o armazenamento
A matéria é descontínua, embora de uma quantidade grande de ar em
ASCENTXMEDIA/ISTOCKPHOTO/GETTY IMAGES
nossos sentidos nos levem a crer o um cilindro. O ar do cilindro é liberado
contrário. Isso porque toda matéria aos poucos; no caso de um cilindro de
é formada por partículas invisíveis a mergulho, essa liberação lenta permite
olho nu. Ao comprimir um gás, nós for- que o mergulhador permaneça submerso
çamos as partículas que o constituem
a se aproximarem umas das outras. Ao
por períodos longos. Caso julgue
contrário, ao se expandir, as partículas oportuno, cite o exemplo da Apollo 13.
que compõem o gás se afastam. Para maior aprofundamento, entre no
A propriedade de expansibilida- site: https://revistagalileu.globo.com/
de e compressibilidade dos gases Ciencia/Espaco/noticia/2020/04/apollo-
tem diversas aplicações práticas e 13-missao-lua-que-falhou-mas-que-e-
pode ser usada, por exemplo, nos considerada-um-sucesso.html. Acesso
pneus de automóveis, motos e bi- em: 28 jul. 2022.
cicletas.
Cilindros de mergulho contendo
• Para contextualizar a relação da com-
uma mistura de gases comprimidos pressão e da expansão do ar com a tem-
Vamos fazer REGISTRE EM SEU CADERNO possibilitam a um mergulhador peratura, mencione exemplos cotidianos,
explorar o ambiente aquático. (2020.)
como a calibragem dos pneus dos veícu-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A temperatura afeta as propriedades do ar? los. A calibragem deve ser feita com os
Material pneus frios, pois, ao rodarem pela rua, o
ATENÇÃO
• 1 balão de borracha • Água morna do chuveiro aumento da sua temperatura provoca a
• 1 elástico de borracha e água fria Cuidado para não aquecer expansão do ar, aumentando a pressão
• 1 bacia demais a água no chuveiro interna. Se for feita a calibragem com o
• 1 garrafa de plástico tipo PET
para não se queimar.
de 600 mL • Cubos de gelo ar expandido, ao esfriarem novamente,
Procedimento os pneus ficarão com uma pressão abai-
1. Acople o balão de borracha na boca da garrafa, usando o elástico para xo daquela recomendada.
mantê-lo bem preso. • A atividade proposta nesta seção Va-
2. Coloque a água aquecida na bacia e insira dentro dela a garrafa na po- mos fazer, que aborda a compressão e
sição vertical com o fundo virado para baixo. Elabore uma hipótese do a expansão do ar associadas à alteração
que pode acontecer com o balão. Aguarde alguns instantes e analise de temperatura, torna essas proprieda-
o que ocorre. des observáveis e, portanto, mais concre-
3. Retire a garrafa da bacia, mantendo o balão preso, e aguarde alguns tas. Considere utilizar esta atividade como
minutos até que ela esfrie. estímulo para o trabalho teórico. Por tra-
4. Substitua a água aquecida da bacia por água fria com alguns cubos de tar de algumas das etapas dos procedi-
gelo. Introduza a garrafa com o balão preso na mesma posição da etapa 2. mentos científicos, esta seção permite
Elabore uma hipótese do que pode acontecer com o balão. Aguarde o desenvolvimento parcial das compe-
alguns instantes e verifique o que ocorre.
tências específicas 2 e 3 de Ciências
Analisar e concluir da Natureza para o Ensino Fundamental,
1. O que aconteceu quando a garrafa com o balão foi colocada na bacia previstas pela BNCC.
com água aquecida? Faça um desenho do resultado e componha uma
De olho no tema Respostas – Vamos fazer
legenda explicativa para ele.
2. O que aconteceu quando a garrafa com o balão foi colocada na bacia Identifique uma evidência, 1. Quando a garrafa é colocada em água
contendo água fria e cubos de gelo? Faça um desenho do resultado, com diferente das apresentadas morna, espera-se que o balão de borra-
no texto, de que o ar existe,
legenda explicativa, e compare-o ao outro desenho. cha infle.
relacionando-a a uma das
3. Em relação às propriedades de expansibilidade e de compressibilidade propriedades dos gases 2. Quando a garrafa é colocada no gelo,
dos gases, a que conclusão podemos chegar com esta atividade? estudadas. espera-se que o balão de borracha fique
murcho.
185 3. A mudança de temperatura é um dos
aspectos que influencia a alteração no
volume de gases. Demonstre que a pres-
são também influencia o volume. Para tal,
Resposta – De olho no tema comprima o ar com o auxílio de uma serin-
Resposta pessoal. O estudante pode citar outros exemplos de compressibilidade e expansibilidade em ga sem agulha e com a abertura vedada.
objetos que se deformam ao se alterar a temperatura ou a pressão do ar contido neles.
185
Respostas – Atividades
1. a) A composição da atmosfera foi mo-
dificada desde a formação do planeta.
Justificativa: durante várias eras geoló- Atividades TEMAS 1 E 2 REGISTRE EM SEU CADERNO
ARQUIVO DA EDITORA
SELMA CAPARROZ/
mar um combustível. Êmbolo
2. I-b, II-d, III-a, IV-c.
3. A baixa umidade do ar. 2. Relacione os componentes do ar com suas
características.
4. a) Não, pois nenhum dos gases pre-
I. Gás oxigênio III. Gás carbônico
sentes na atmosfera de Vênus é um
comburente, como o gás oxigênio. As- II. Gás nitrogênio IV. Vapor de água
sim, embora o astronauta tenha com- a) Indispensável para o processo de fotossíntese.
bustível e fonte de ignição, a reação de b) Indispensável para a maioria dos seres vivos Representação esquemática de sistema dotado de recipiente
e para a combustão. com êmbolo. (Imagem sem escala, cores-fantasia.)
combustão não ocorrerá pela ausência
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte consultada: SEARS, F.; YOUNG, H. D.; ZEMANSKY,
do comburente. c) Está envolvido na regulação do clima por M.W. Física II. 12. ed., São Paulo: Pearson, 2008. v. 2.
meio da formação de nuvens e, consequen-
b) O efeito estufa ocorreria de forma mais temente, da chuva. COMPARTILHAR
acentuada no planeta Vênus do que na 6. O sistema de hipertexto presente na internet, di-
d) Gás mais abundante na atmosfera.
Terra porque o gás carbônico compõe ferentemente dos textos impressos, organiza-se
96,5% da atmosfera de Vênus contra me- 3. Qual é a característica do ar que pode ser asso- em uma estrutura associativa em vez de linear.
ciada à ocorrência de incêndios e queimadas? Nesse sistema, ao clicarmos sobre determinada
nos de 1% da atmosfera da Terra.
ANALISAR palavra, somos direcionados a uma nova pági-
5. A compressão acontece da esquerda na, que contém informações adicionais sobre
para a direita. Espera-se que o estudante 4. Analise a tabela e produza argumentos cientí- aquele tópico. Imaginem que o texto a seguir
relacione a compressão do gás com a re- ficos (com dado, justificativa, conclusão e qua- será inserido no site da escola e a turma ficou
dução do seu volume. lificador) como resposta às questões a seguir. responsável por selecionar as informações que
serão disponibilizadas ao leitor ao clicar nos ter-
6. Ar liquefeito: o ar seco é convertido Atmosfera de Vênus mos ar liquefeito e quimicamente inerte. Após
em ar líquido e este passa por um pro- Composição Proporção selecionar as informações, que podem ser textos
cesso de destilação fracionada, que con- Gás carbônico 96,5% e figuras, os grupos devem compartilhá-las com
siste na separação dos componentes do os colegas e a sala deve chegar a um consenso
Gás nitrogênio 3,5%
ar. Quimicamente inerte: não inflamável, sobre o que deve ser disponibilizado como
Fonte: HYPERPHYSICS. Department of Physics and hipertexto nesses dois casos. Publiquem o ma-
não reage com o combustível. Astronomy. Georgia State University. Disponível terial produzido, após análise e instruções do
em: http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/
Solar/venusenv.html. Acesso em: 21 jul. 2022.
professor, no site da escola, não se esquecendo
de indicar as fontes consultadas.
a) Possuindo aparas de madeira e fósforos, um
astronauta, em uma missão espacial nesse Em 1785, o físico britânico Henry Cavendish
planeta, conseguiria acender uma fogueira? (1731-1810), trabalhando com o ar isento de gás
oxigênio, observou que uma pequena porção
b) O fenômeno do efeito estufa no planeta
desse ar correspondia a um material de pro-
Vênus ocorre de forma mais ou menos acen-
priedades semelhantes às do gás nitrogênio,
tuada que no planeta Terra?
mas que apresentava maior densidade. Cerca
5. O esquema a seguir representa um gás confina- de um século depois, um químico e um físico
do em um recipiente que tem um êmbolo, o qual britânicos conseguiram separar esse material
permite controlar seu volume. No detalhe, estão do ar liquefeito. Tratava-se do argônio, cujo
representadas partículas desse gás. Duas situa- nome tem origem grega (argos, preguiçoso) e
ções são esquematicamente demonstradas. lhe foi dado por ser quimicamente inerte.
186
186
Orientações didáticas
• Esta seção Explore propõe um cam-
peonato de aviões de papel, em que os
Explore REGISTRE EM SEU CADERNO
estudantes vão desenvolver os aviões e
organizar uma competição para colocá-
-los em ação. Embora pareça uma ativida-
Campeonato de aviões de papel de simples, é bastante rica e complexa e
Não é tarefa simples projetar um avião de valoriza a vida cotidiana deles, evidencian-
• Cronômetro. Competidores em
senhando, montando e experimentando
• Outros materiais que julgar necessários (tesoura com pontas arredondadas, cola etc.). uma das etapas
do Campeonato os modelos. Depois dos testes, o modelo
Procedimento Mundial de Aviões final deve ser construído.
de Papel. (Áustria,
1. Cada estudante deverá escolher a categoria em que deseja competir: distância, tempo 2019.) • Atividades como esta permitem que
de voo ou acrobacia. o estudante busque soluções para uma
2. Para as categorias distância e tempo de voo, é importante padronizar o papel utilizado situação-problema (fazer com que o
pelos competidores. Pode ser definido, por exemplo, que todos devem usar folhas de avião voe por mais tempo), dividindo-a
papel sulfite no formato A4. Nessas categorias, os aviões devem ser feitos somente
por meio de dobras no papel, sem cortar, rasgar ou colar.
em partes, formulando hipóteses e as
testando, até chegar na solução final e
3. Na categoria acrobacia, o avião pode ser feito de qualquer tipo ou tamanho de papel
e são permitidas outras técnicas de construção, além da dobradura de papel.
na sua aplicação.
4. Determinem o dia para a competição, que deverá acontecer em ambiente fechado,
• Por meio da tentativa e do erro, bem
protegido do vento. como de seus conhecimentos prévios,
5. Os participantes das categorias distância e tempo de voo deverão lançar o avião de os estudantes poderão avaliar protóti-
um mesmo ponto (pode-se fazer uma marcação no chão), deixando o corpo relati- pos, experimentar, analisar e aplicar os
vamente estático, com os dois pés firmes no solo. conhecimentos adquiridos, possibilitan-
6. Os participantes da categoria acrobacia podem escolher livremente como lançar o do o desenvolvimento das competên-
avião e devem ser julgados em três critérios: técnica de fabricação do avião, criativi- cias gerais 1 e 2 da Educação Básica e
dade (arte e design) e desempenho durante o voo. da competência específica 2 de Ciên-
Interpretar e refletir cias da Natureza para o Ensino Fundamen-
1. Quais características você observou nos aviões que alcançaram distâncias maiores? tal, previstas pela BNCC.
E naqueles que permaneceram mais tempo no ar?
Respostas – Explore
2. Por que a categoria acrobacia tem mais liberdade no uso de materiais e técnicas? 1. Respostas variáveis. Em geral, aviões
3. É possível projetar um avião que seja competitivo em mais de uma categoria? Justifique. mais longilíneos alcançam distâncias
4. Discuta com os colegas a importância das regras mencionadas nos procedimentos maiores, e aviões mais robustos perma-
2, 4 e 5. necem mais tempo no ar.
5. Converse com os colegas sobre o processo de construção de seu avião: você se baseou 2. Para que os aviões possam girar ou
em seus conhecimentos cotidianos e científicos sobre os materiais e o ar ou se valeu realizar diferentes manobras no ar, é
de testes de tentativa e erro?
preciso fazer alterações específicas e ter
187 mais possibilidades de movimento para
lançá-los.
3. Espera-se que os estudantes percebam que é difícil que um avião seja competitivo em mais de uma
categoria, pois, para ter sucesso em somente uma, é necessário que ele tenha características específicas.
4. Espera-se que os estudantes percebam que, de acordo com as regras do procedimento 2, um mesmo
tipo de papel utilizado por todos os competidores permite um julgamento mais preciso da técnica de
construção do avião; já as determinações do procedimento 4 visam evitar que o vento afete de forma
pouco previsível os lançamentos dos competidores; e as regras do procedimento 5 visam impedir que o
impulso do corpo dos competidores interfira no voo dos aviões, o que prejudicaria um julgamento justo.
5. Resposta pessoal. É provável que tanto os conhecimentos cotidianos e científicos quanto os testes
de tentativa e erro tenham feito parte do processo de construção dos aviões adotado pelos estudantes.
187
Orientações didáticas
• O trabalho com o conceito de pressão
pode ser enriquecido optando-se por
uma abordagem investigativa, que auxi-
lia no desenvolvimento da competên-
TEMA
cia específica 2 de Ciências da Natureza
3
para o Ensino Fundamental, prevista pe-
la BNCC. A pressão atmosférica
• Para a realização da atividade descrita
a seguir, serão necessárias: uma garrafa
plástica de 1,5 L, fita adesiva, água e bacia.
Corte a garrafa, eliminando a porção afu- A atmosfera terrestre envolve todo o planeta e está presente des-
nilada e formando um copo. Faça 4 furos A pressão
de o nível do mar até altitudes de centenas de quilômetro se, como
no comprimento do copo: a 2 cm, a 6 cm, atmosférica
mencionado no Tema 2, o ar tem massa. Portanto, a presença da
a 8 cm e a 12 cm da base do copo. Pelo lado varia com a atmosfera faz com que tudo o que se encontra na superfície da Terra
de fora da garrafa, cubra cada um dos furos altitude fique submetido a uma pressão: a pressão atmosférica.
com fita adesiva. Posicione a montagem do local. Como a pressão atmosférica está relacionada à força exercida sobre
dentro da bacia e preencha a garrafa com a superfície terrestre pelas partículas que compõem a camada de ar,
água. Mantenha o copo sob uma torneira podemos afirmar que a pressão atmosférica varia de acordo com a
aberta, para que o nível da água seja man- altitude: quanto maior a altitude, menor será a camada de ar; portanto,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tido acima do furo mais alto. menor será a pressão atmosférica.
Ao levar um balão fechado e cheio de gás de uma praia para o alto de
Antes da execução do experimento, uma montanha, por exemplo, observa-se que no alto da montanha o balão
peça aos estudantes que descrevam o que fica maior que na praia, embora apresente a mesma quantidade de ar em
esperam que aconteça quando as fitas ade- seu interior. Isso acontece porque a pressão atmosférica sobre a parede
sivas forem retiradas dos furos e sugiram externa do balão diminui, provocando a expansão do ar em seu interior.
uma explicação para o acontecimento. Em grandes altitudes, a quantidade de gases é proporcionalmente
Após o levantamento e o registro das menor do que em altitudes próximas ao nível do mar. Dessa maneira,
hipóteses, retire as fitas e peça a eles que à medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui gra-
verifiquem se o que esperavam ocorreu e dativamente, e o ar se expande, ficando mais rarefeito.
avaliem se a explicação é coerente com o Em um local com ar rarefeito, a quantidade de gás oxigênio que che-
que é esperado cientificamente. Esta ativi- ga a nossos pulmões a cada inspiração é menor. Em altitudes a partir
dade tem como objetivo levar os estudan- de 5 mil metros, o ar é tão rarefeito que, para sobreviver, o ser humano
precisa usar cilindros de gás comprimido para conseguir respirar.
tes a verificar a relação entre o tamanho da
coluna de ar ou de água e a pressão exerci- A pressão atmosférica em altitudes diferentes
da. Ajude-os a relacionar o que verificaram
188
Orientações didáticas
• Utilize exemplos próximos à realidade
dos estudantes para trabalhar o conceito
Em altitudes elevadas, como a do monte Everest, localizado na de ar rarefeito. Além do exemplo aborda-
fronteira entre a China e o Nepal, o ar se torna rarefeito, e os alpinistas do no livro do estudante, mencione as di-
precisam de máscara de gás oxigênio para respirar. ficuldades que os esportistas sofrem ao
disputar competições em altitudes aci-
BETTMANN/ GETTY IMAGES
189
Orientações didáticas
• Informe aos estudantes que o experi-
mento de Torricelli não deve ser reprodu-
zido, pois o mercúrio é um metal tóxico. O experimento de Torricelli
• Comente que a unidade de medida de
Esquema do experimento A pressão atmosférica pode ser medida com um instrumento
pressão milímetro de mercúrio (mmHg) chamado barômetro. O funcionamento da maioria dos barômetros
de Torricelli
surgiu devido ao experimento de Torricelli. baseia-se em um experimento proposto em 1643 pelo italiano Evangelista
GL0CK/DEPOSIT PHOTOS/IMAGEPLUS
citam a criatividade, a exploração e a apli- vezes e em diversas altitudes.
Representação do barômetro Ele verificou que, ao nível
cação de conhecimentos. Dado o aspecto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
proposto por Torricelli, ao nível do
do mar, a coluna de mercú-
performático e teatral da mágica, esta ati- mar. As setas, em vermelho, ilustram
a pressão atmosférica que age sobre rio tinha sempre a mesma
vidade pode ser desenvolvida com o com- a superfície do recipiente. (Imagem altura, mas, à medida que
ponente curricular Arte. Pode ser muito sem escala; cores-fantasia.) a altitude aumentava, a
interessante e divertido desenvolver pro- Fonte: NUSSENZVEIG, H. M. altura da coluna diminuía (e
jetos em que os estudantes criem e apre- Curso de Física básica. São Paulo: o espaço vazio no interior do
Blucher, 2018.
sentem truques de mágica. Caso julgue tubo aumentava).
oportuno, sugira a eles que proponham Essa série de experimentos
truques de mágica utilizando conceitos permitiu a Torricelli concluir que a
aprendidos nas aulas de Ciência. Essa me- pressão atmosférica influenciava a altura O barômetro de parede mede a
da coluna de mercúrio no recipiente. pressão atmosférica do local.
todologia também pode ser utilizada por
outros componentes curriculares. Pode-
-se escolher, também, focar em pesqui- De olho no tema
sas mais básicas sobre o ilusionismo e Joana, uma estudante do 7o ano,
a capacidade e os limites da percepção montou uma “mágica” depois de
humana, buscando compreender como uma aula de Ciências. Ela vedou a
a mágica se utiliza desses conhecimen- boca de uma garrafa de suco com
uma rolha. Bem no centro da ro-
tos. Além disso, a prática de truques de
lha, colocou um canudo, tendo o
mágica exercita a motricidade, a concen- cuidado de vedar bem o espaço
tração e as habilidades de comunicação entre o canudo e a rolha. Então,
e socialização, possibilitando o desenvol- desafiou seus amigos a beber
190
190
Orientações didáticas
• No início deste Tema, são discutidas as
alterações na composição da atmosfera,
causadas por agentes naturais e antrópi-
cos, dando subsídios para consolidar o de-
TEMA
4
senvolvimento da habilidade EF07CI12
da BNCC.
Modificações na atmosfera • Solicite aos estudantes que citem ou-
tras causas naturais e antrópicas que pro-
vocam alterações na atmosfera, além das
apresentadas no livro. Liste as causas cita-
A composição da atmosfera pode ser alterada por fenômenos das e discuta com a turma quais podem
naturais, como as erupções vulcânicas, que lançam no ar grande A interferência ser evitadas e de que maneira.
quantidade de partículas e gases. humana na natureza • Ao descrever o mecanismo natural do
Algumas atividades humanas também provocam modificações na tem alterado a efeito estufa e sua importância para a vida
composição da atmosfera, por exemplo, a queima de combustíveis atmosfera, trazendo na Terra, os estudantes têm oportunidade
fósseis (como gasolina, óleo diesel, gás natural e carvão mineral), como consequências de desenvolver a habilidade EF07CI13 da
as queimadas e a derrubada de florestas e a poluição causada por o aumento do efeito BNCC. Outros aspectos dessa habilidade
indústrias, que emitem gases e material particulado. estufa, a destruição serão abordados mais à frente, ainda nes-
As alterações na composição da atmosfera podem causar proble- da camada de ozônio te Tema. Ressalte com eles a importância
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mas ambientais, como o aumento do efeito estufa, a chuva ácida e a e a chuva ácida.
destruição da camada de ozônio. desse fenômeno natural para a manuten-
ção da temperatura do planeta. Esse fe-
O efeito estufa e o nômeno não deve ser confundido com o
aquecimento global. Sugira a eles que dis-
aquecimento global cutam sobre as possíveis causas da inten-
O efeito estufa é o fenômeno relacionado com a retenção de sificação do efeito estufa provocada pela
Glossário
parte da energia solar por gases da atmosfera, o que permite manter emissão de gases resultantes de ações hu-
aquecida a superfície do planeta. Antrópico: provocado pelo ser manas. Comente que em outros astros do
humano.
Do total da radiação solar que atinge a Terra, cerca de 30% é refletido Sistema Solar, como a Lua, a ausência de
pela atmosfera e não chega à superfície do planeta. Os outros 70% são atmosfera faz com que as amplitudes tér-
absorvidos pela atmosfera, pelas águas (principalmente dos oceanos), Algumas causas naturais e micas sejam muito grandes.
pelo solo e pelas plantas. Parte da energia solar absorvida pela super- antrópicas das alterações
fície terrestre é reemitida para a atmosfera na forma de calor. Gases na atmosfera. (A) Erupção de
vulcânica. (Guatemala, 2021.)
como o gás carbônico, o gás metano e o vapor de água presentes na (B) Queima de combustíveis
atmosfera absorvem parte dessa energia e a enviam de volta para a por veículos. (Rússia, 2021.)
superfície. Essa troca contínua mantém estável a temperatura média (C) Desmatamento para
da superfície. a construção de rodovia.
(Tabaporã, MT, 2021.)
ANBUSIELLO TW/ALAMY/FOTOARENA
A B C
191
191
Orientações didáticas
• Explore com os estudantes o esquema
do efeito estufa, discutindo como as ati-
vidades humanas (desmatamento, pro- Os cientistas chamam de aquecimento global o aumento da temperatura mé-
dução de carne, produção de resíduos, dia atmosférica, que vem acontecendo gradualmente desde a Primeira Revolução
queimadas etc.) influenciam esse fenô- Industrial (século XIX). O aquecimento global é provocado pela intensificação do
meno natural, intensificando-o. Chame efeito estufa em consequência do aumento da quantidade na atmosfera dos cha-
a atenção para o fato de as criações de mados gases de efeito estufa, principalmente o gás carbônico e o gás metano.
A maior parte da comunidade científica acredita que as atividades humanas
animais ruminantes, como bovinos e ca-
são a principal causa do aquecimento global, pois elas liberam grandes quan-
prinos, serem também responsáveis pela tidades de gases de efeito estufa para a atmosfera, alterando sua composição
emissão do gás metano, um dos principais e aumentando a retenção de energia.
gases do efeito estufa.
• Dê um tempo para que eles repensem Infográfico sobre o aquecimento global
suas ações e criem propostas para rever-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Proponha a realização de uma pesqui-
sa sobre os argumentos de uma parcela 1
da comunidade científica que concorda
com a responsabilidade do ser humano
pelo aquecimento global e sobre os ar-
gumentos da parcela que considera que
este é um fenômeno natural que não tem 2
relação com ações antrópicas. Um debate
considerando esses argumentos pode dar
oportunidade aos estudantes de vivenciar
pontos de vista diferentes de um mes-
mo tema, contribuindo para o desenvol- 4
3
vimento das competências gerais 7, 9
e 10 da Educação Básica e das compe-
(Imagem sem escala; 5
tências específicas 5 e 8 de Ciências cores-fantasia.)
da Natureza para o Ensino Fundamental, Fonte: elaborado
previstas pela BNCC. com base em
FRANÇA, M. S. J.
Dossiê aquecimento
global. Infográficos
Cerca de 30% da radiação solar que chega à Terra não é absorvida; ela é refletida pela atmosfera e por
de William Taciro 1
e Infografe. Guia áreas cobertas por gelo e neve.
do Estudante: Parte da energia que atinge a superfície terrestre volta para a atmosfera e é refletida novamente para a
atualidades
2 superfície terrestre, mantendo a temperatura média do planeta.
vestibular. São O gás metano é emitido para a atmosfera pela decomposição dos resíduos em aterros sanitários e
Paulo, p. 36-37, 3 lixões, decomposição da matéria orgânica submersa em represas de hidrelétricas e pelas criações de
2008. Disponível
animais, contribuindo para o aquecimento global.
em: http://www.
escoladeformacao. 70% da energia solar atinge a superfície terrestre e é absorvida pelo solo, pelos rios e oceanos e pelas
4
sp.gov.br/portais/ plantas.
Portals/33/arquivos/ O desmatamento e a construção de grandes centros urbanos, com indústrias e meios de transportes
ATUA08_036E037_ 5
que queimam combustíveis fósseis, aumentam a quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera.
red.pdf. Acesso Mais energia é retida na superfície do planeta, contribuindo para o aquecimento global.
em: 21 jul. 2022.
192
192
Orientações didáticas
• Peça aos estudantes que analisem os
tipos de combustível usados na comuni-
Algumas consequências do aquecimento global já foram registra- dade em que vivem e as possibilidades de
das pelos cientistas, como a elevação do nível médio dos oceanos e mudança para aumentar a parcela de uso
uma incidência maior de eventos climáticos extremos, como verões de combustíveis renováveis e até incenti-
muito quentes ou invernos muito frios. var o uso de bicicletas.
A queima de combustíveis pode produzir gás carbônico. Depen-
dendo de sua origem, o combustível pode ter maior efeito sobre o • Ao discutir as formas de controlar a in-
aquecimento global. O uso de combustíveis renováveis, como o etanol, tensificação do efeito estufa, proponha
contribui menos para o aquecimento global do que o uso dos combus- inicialmente uma discussão sobre as ações
tíveis não renováveis, como o carvão mineral e os derivados de petróleo. globais que podem ser realizadas. Em se-
O álcool combustível, ou etanol, é produzido a partir da cana-de- guida, debata quais seriam as ações que
-açúcar, que realiza fotossíntese (processo no qual a planta absorve poderiam ser tomadas em nível local, co-
gás carbônico do ar). Assim, o gás carbônico liberado durante a mo alternativas menos poluentes para o
queima do combustível corresponde, em parte, ao que foi absorvido
transporte: o incentivo à carona e ao uso
da atmosfera pela cana no processo de fotossíntese.
O carvão mineral e os derivados de petróleo (gás natural e gasolina, de bicicletas, a diminuição do consumo de
por exemplo) estão em depósitos subterrâneos e foram formados há bens e objetos, a redução no consumo
Entrando na rede
milhões de anos. Já a lenha e o carvão vegetal têm como matéria-prima de energia elétrica, entre outras medidas.
a madeira, nas quais até mesmo árvores centenárias são derrubadas No endereço https:// Peça aos estudantes que anotem as ideias.
www.bbc.com/
para obtê-los. Com base nelas, é possível criar projetos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
portuguese/videos_e_
fotos/2014/11/141121_ voltados à conscientização da comunida-
Controle do aumento do aquecimento global estufa_nasa_lab, você de e ao incentivo à adoção de atitudes
Uma das ações de controle do aumento do aquecimento global é encontra uma animação, mais sustentáveis. Ações como essa ex-
diminuir a liberação de gases de efeito estufa para a atmosfera. Algu- criada pela Nasa, que trapolam a construção do conhecimento
mas das fontes principais desses gases são: mostra a variação da
quantidade de gás formal e favorecem o desenvolvimento
• as queimadas para a agricultura e a pecuária e o uso da madeira carbônico na atmosfera no das competências gerais 2, 9 e 10 da
como combustível; período de um ano. Educação Básica e das competências es-
• o desmatamento de áreas que não serão reflorestadas; pecíficas 6 e 8 de Ciências da Nature-
Acesso em: 21 jul. 2022.
• o uso de combustíveis fósseis em veículos e indústrias ou para a za para o Ensino Fundamental, previstas
geração de energia elétrica. pela BNCC.
• Explore as informações apresentadas
Saiba mais! na seção Saiba mais! e promova um de-
EMISSÕES BRASILEIRAS NO ANO DA PANDEMIA [...] Grandes emissores de gases de efeito bate com os estudantes sobre a posição
[...] No ano em que a pandemia da Covid-19 estufa, como o Brasil e os demais países do do Brasil nos painéis mundiais sobre a
parou a economia mundial e causou uma G20, têm a responsabilidade maior pela forte questão climática. Caso julgue oportu-
inédita redução de quase 7% nas emissões redução de emissões necessária para cumprir no, proponha a leitura de textos e notí-
globais, o país foi na contramão do resto do o objetivo do Acordo de Paris de estabilizar o
aquecimento da Terra em 1,5 °C neste século. cias a respeito dos encontros mundiais
mundo, tornando-se possivelmente o único
grande emissor do planeta a verificar alta. A janela para que isso ocorra, segundo o IPCC que tratam do clima e incentive um de-
[...] O nível de emissões verificado em 2020 é (Painel Intergovernamental sobre Mudanças bate com os estudantes sobre as propos-
o maior desde o ano de 2006. Climáticas), é estreita: o mundo inteiro preci- tas feitas pelos diferentes países que deles
saria derrubar suas emissões em 7,6% ao ano
[...] O principal fator a explicar a elevação foi participam.
todos os anos entre 2021 e 2030. [...]
o desmatamento, em especial na Amazônia e
no Cerrado. Os gases de efeito estufa lança- Fonte: POTENZA, R. F. Análise das emissões
brasileiras de gases de efeito estufa e suas
dos na atmosfera pelas mudanças do uso da implicações para as metas climáticas do Brasil
terra aumentaram 23,6%, o que mais do que 1970 – 2020. Sistema de Estimativas de
compensou a queda expressiva verificada no Emissões de Gases de Efeito Estufa do
Observatório do Clima, 2021. Disponível
setor de energia, que na esteira da pandemia em: https://www.oc.eco.br/wp-content/
e da estagnação econômica viu suas emissões uploads/2021/10/OC_03_relatorio_2021_
regressarem ao patamar de 2011. FINAL.pdf. Acesso em: 21 jul. 2022.
193
193
Orientações didáticas
• A chuva ácida é um tema que pode
suscitar muita curiosidade por parte dos
estudantes. Explique que, apesar de não É necessário ter em mente que a queima de um combustível tem como objetivo
apresentar resultados catastróficos ime- obter energia. Então, a diminuição do consumo de energia também é necessária
diatos, a médio prazo a chuva ácida destrói para controlar o aquecimento global. Essa atitude está ao alcance de todos, anali-
objetos, como as esculturas mostradas nas sando seu dia a dia e adotando hábitos mais sustentáveis. Por exemplo: priorizar o
uso do transporte coletivo, fazer pequenos trajetos a pé ou de bicicleta, usar saco-
nas fotos do Livro do Estudante. las reaproveitáveis e não demorar no banho são atitudes simples que permitem
• É possível pesquisar imagens de ou- contribuir individualmente para a redução do problema. Outra atitude simples
tros monumentos que foram desgasta- para diminuir o consumo de energia é diminuir o consumo de produtos em ge-
dos pela ação da chuva ácida. Explique ral. Isso porque, por trás de todos os produtos que consumimos, há um gasto de
que o vento pode carregar nuvens de chu- energia na obtenção de matéria-prima, em sua produção e em seu transporte.
va ácida por vários quilômetros. Portanto,
não são afetadas apenas as regiões onde A chuva ácida
a poluição é gerada. Em ambiente não poluído, a chuva é levemente ácida, pois o gás carbônico
• Para ampliar as discussões, proponha interage com o vapor de água na atmosfera, formando o ácido carbônico, que é
um ácido fraco. No entanto, a atividade industrial e a circulação de veículos, além
aos estudantes a realização de experi- de outras ações humanas, liberam poluentes na atmosfera, que também podem se
mentos que simulam a chuva ácida e combinar com o vapor de água da atmosfera e formar ácidos mais fortes. Ao cair
seus efeitos. Uma sugestão pode ser en- no solo, nos rios e nos lagos, a chuva mais ácida que em ambientes não poluídos
contrada no link http://www.abq.org.br/ causa danos a plantas, animais, algas e microrganismos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cbq/2018/trabalhos/6/2069-26223.html. Muitas vezes referida apenas como chuva ácida, ela afeta principalmente as
Acesso em: 28 jul. 2022. regiões mais industrializadas, onde a quantidade de poluentes é maior, embora
o vento possa carregá-la para locais distantes. Nos centros urbanos, o fenômeno
da chuva ácida pode danificar monumentos, estátuas e prédios.
MONICA SCHROEDER/SCIENCE SOURCE/FOTOARENA
Glossário
Ácido: nesse contexto,
material que pode causar
corrosão, ou seja, provocar
desgaste.
MARCUS CABALEIRO
B
194
194
Orientações didáticas
• O reconhecimento das camadas da at-
mosfera é pré-requisito para o trabalho
A redução da camada de ozônio com a camada de ozônio. Retome o co-
NASA
nhecimento prévio dos estudantes sobre
O ozônio é um gás presente em maior quantidade na es- o assunto, relembrando-os da localização
tratosfera, que compreende a região da atmosfera entre 20
na estratosfera da camada de ozônio. Res-
e 50 quilômetros de altitude. Como a maior parte do ozônio
permanece dentro dessa região, dizemos que a camada de salte que a camada de ozônio não é uma
ozônio está contida na estratosfera. Mas, apesar do nome, espécie de “cobertor” que contém ape-
não significa que na região só exista ozônio; apenas que nas ozônio. Trata-se de uma região onde
a presença de ozônio é maior do que em qualquer outro a concentração de ozônio é maior que em
ponto da atmosfera. outros pontos da atmosfera.
A camada de ozônio é importante porque absorve boa • Ao levá-los a reconhecer a importância
parte da radiação ultravioleta que vem do Sol, impedindo-a da camada de ozônio para a vida e os fato-
de chegar à superfície da Terra. O excesso de radiação ultravio- res que influenciam sua concentração na
leta pode causar, por exemplo, câncer de pele, enfraquecimento do atmosfera, oportuniza-se o desenvolvi-
sistema imunitário (responsável pela defesa do corpo contra doenças) A imagem feita pelo satélite Aura,
da Nasa, mostra (em azul) a região mento da habilidade EF07CI14 da BNCC.
e catarata (doença que afeta os olhos). sobre o continente antártico em
Há alguns anos descobriu-se que, sobre o continente antártico, há que a concentração de ozônio na
• Atualmente, diferentes linhas de pes-
uma região na qual a presença de ozônio na estratosfera é muito me- estratosfera é menor em relação quisa científica apontam diversos agen-
nor do que em outras partes do planeta. Esse fenômeno é chamado a outras regiões do planeta. As tes como responsáveis pela degradação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Respostas – Atividades
1. O nível de acidez das chuvas depende
do local. Nas regiões industrializadas há
mais gases poluentes e a chuva é mais Atividades TEMAS 3 E 4 REGISTRE EM SEU CADERNO
NANI
habitantes dessa região no Chile foram consequência da diminuição da camada de
ozônio. As pessoas foram orientadas a usar
orientados a se proteger durante a expo-
óculos escuros, camisetas de mangas longas e
sição ao Sol. b) De forma coletiva, os go- chapéu sempre que se expusessem ao Sol.
vernos devem manter as proibições para
a) Por que essas recomendações foram feitas?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que as indústrias não utilizem gases que
b) Que medidas, individuais e coletivas, podem
diminuam a camada de ozônio em seus
ser tomadas para conservar a camada de
produtos. Individualmente, devemos nos ozônio? E para diminuir a presença de ozônio
manter informados a respeito dos produ- próximo à superfície do planeta?
tos que consumimos, verificando se eles
ANALISAR
não apresentam componentes nocivos Em sua análise considere que:
à camada de ozônio. Uma ação possível 4. Os carros de Fórmula 1 são projetados para ven- • a criação de gado é uma importante fonte
para reduzir a presença de gás ozônio na cer com mais facilidade a resistência do ar. Isso emissora de gás metano;
atmosfera é a reposição florestal, pois o permite que eles alcancem velocidades muito • o gás metano tem potencial 21 vezes maior
altas. Comparando a velocidade máxima que o que o gás carbônico de reter a radiação solar
plantio de novas árvores colabora com a
carro atinge em pistas diferentes, as equipes de relacionada ao efeito estufa;
absorção de gases que contribuem para • as florestas captam gás carbônico da atmos-
Fórmula 1 perceberam que na pista da cidade do
a deterioração da camada de ozônio. Essa fera para realizar fotossíntese.
México os carros alcançam velocidade máxima
atividade auxilia no desenvolvimento da COMPARTILHAR
maior do que na pista de Barcelona.
habilidade EF07CI14 da BNCC.
• Sabendo que a altitude da cidade do México é 7. De que forma os conhecimentos científicos e
4. Na cidade do México, a resistência do de 2250 metros e que Barcelona é uma cidade o desenvolvimento tecnológico podem contri-
ar é menor do que em Barcelona, em ra- litorânea, explique por que os mesmos carros buir para a resolução dos problemas relaciona-
zão de a altitude ser maior e, portanto, o atingem velocidades máximas diferentes. dos à qualidade do ar atmosférico?
ar ser mais rarefeito. Como a força a ser 5. Considere as figuras e responda. • Em grupo, façam pesquisas que ajudem a res-
vencida pelo carro é menor, ele alcança ponder a essa questão. Em seguida, simulem
PAULO MANZI/ARQUIVO DA EDITORA
196
Orientações didáticas
• A proposta principal desta seção Pen-
sar Ciência é abordar a relação entre
Pensar Ciência Ciência e o conceito de verdade. Foi esco-
lhida a noção de probabilidade para ser o
eixo dessa discussão, apresentando aos
Probabilidade e certeza estudantes a visão de que, em Ciência, a
Mudanças climáticas: saiba quando o ... [ser humano] começou certeza nunca é absoluta, pois há sem-
a afetar o clima pre probabilidades tanto do erro quanto
[...] um novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudança Climática da existência de outras explicações pa-
(IPCC, na sigla em inglês) subiu o tom de alerta sobre o aquecimento global. ra um mesmo fenômeno. Destaque que
Além de apresentar projeções sobre o futuro do planeta, o documento afirmou as comunidades científicas desenvolvem
ser “extremamente provável” (“95% de certeza”) que o aquecimento observado estratégias para que, mesmo diante das
desde a metade do século 20 seja resultado da influência humana no clima. [...] incertezas, sejam garantidas as relações
Fonte: MUDANÇAS climáticas: saiba quando o homem começou a afetar o clima. BBC Brasil. entre Ciência, progresso, verdade e con-
27 set. 2013. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/sustentabilidade/
meio-ambiente/mudancas-climaticas-saiba-quando-o-homem-comecou-a-afetar-o-cl fiabilidade. A leitura e a realização das
ima,88ab1f7c89d51410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html. Acesso em: 21 jul. 2022. atividades propostas nesta seção têm co-
mo objetivo o desenvolvimento da com-
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO petência específica 1 de Ciências da
Natureza para o Ensino Fundamental,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Cite um exemplo de algo que você possa afir- prevista pela BNCC.
19
4. Leia as frases a seguir e indique aquela que
ºC va ao longo do dia. Por exemplo, quando
está de acordo com o texto.
a) O relatório do IPCC provou que o ser hu- lemos que há 61% de chance de chuva,
Sábado 23/04/22 mano provocou o aquecimento do planeta significa que há 39% de chance de não
5 km/h
desde a metade do século XX. chover, ou seja, é mais provável que chova.
b) O documento indica que as atividades hu- 3. Espera-se que os estudantes respon-
6:00 18 ºC 61% 0,3 mm manas são a provável causa das mudanças dam que algo muito provável tem muitas
7:00 17 ºC 54% 0,2 mm climáticas no planeta desde a metade do chances de ser verdade ou de acontecer
8:00 17 ºC 40% 0,2 mm século XX.
e que o contrário ocorre com algo pouco
9:00 18 ºC 12% 0 mm c) De acordo com as pesquisas do IPCC, po-
provável.
10:00 19 ºC 9% 0 mm demos ter certeza de que as mudanças
11:00 19 ºC 6% 0 mm climáticas desde a metade do século XX 4. Alternativa b.
12:00 21 ºC 1% 0 mm foram provocadas pelos seres humanos. 5. Converse com os estudantes sobre
13:00 22 ºC 0% 0 mm 5. Pelo que estudou em Ciências até o momento, como a natureza da Ciência é trabalhar
você diria que os pesquisadores sempre têm com perguntas, e não com certezas ab-
Dados meteorológicos fictícios para certeza de suas descobertas? Cite exemplos solutas. Ao longo da História, muitas des-
fins didáticos. para fundamentar seu argumento. cobertas da Ciência já foram contestadas
e refutadas. Antigamente, por exemplo,
197 pesquisadores e médicos acreditavam
que o ar podia transmitir doenças. Só
mais tarde, com o conhecimento dos mi-
crorganismos patogênicos, é que a trans-
missão de doenças foi associada a eles.
197
Orientações didáticas
• Nesta seção Atitudes para a vida, os es-
tudantes são convidados a refletir sobre os
impactos ambientais e sociais relaciona- Atitudes para a vida REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ciências da Natureza para o Ensino Funda-
mental, previstas pela BNCC.
• Comente com eles que a escolha do
meio de transporte não afeta apenas a
rotina individual, mas todo o coletivo. O
uso do carro sempre gera poluição e, nas
grandes cidades, os engarrafamentos são
cada vez mais extensos. Desapegar-se de
C D
alguns hábitos e abrir mão de algum con-
forto pode trazer benefícios para toda a
coletividade. Usar o transporte coletivo
ou ir à escola a pé ou de bicicleta tam-
bém traz benefícios individuais, porque
as pessoas se tornam menos sedentárias.
• A abordagem comparativa entre os
meios de transporte e a poluição causa-
da por eles possibilita o desenvolvimento
dos TCTs – Educação para o Trânsito
e Educação Ambiental.
198
198
Respostas – Atitudes para a vida
1. Os trens transportam um número
maior de passageiros e, por utilizarem
TROCAR IDEIAS SOBRE O TEMA energia elétrica para sua movimentação,
1. Analisem as imagens e comparem o uso do ônibus e do trem (ou do são vantajosos do ponto de vista ambien-
metrô). Para os habitantes de um centro urbano, quais são as vantagens tal. Como desvantagem, podemos citar
e as desvantagens de cada um desses dois tipos de transporte? o fato de que a construção da infraes-
2. Qual é o principal meio de transporte que você e sua família usam trutura tanto do trem quanto do metrô
durante a semana? E nos fins de semana? Compare sua resposta com tem um custo muito alto em comparação
as dos colegas. Qual foi o meio de transporte mais frequentemente com a do ônibus, que pode usar as ruas
utilizado em cada caso? das cidades requerendo apenas algumas
3. A cidade de vocês oferece transporte público de qualidade e distribuído adaptações, como a criação de faixas com
igualitariamente para todas as regiões? Que experiências e informações pavimento mais resistente. Além disso, o
os levaram a essa conclusão? trem apresenta um trajeto mais restrito,
4. A cidade em que vocês moram oferece condições adequadas à loco- enquanto os ônibus podem acessar todos
moção por meio de bicicleta de forma segura? Que experiências e os bairros. A maioria dos ônibus em circu-
informações os levaram a essa conclusão? lação no Brasil ainda utiliza combustível
5. Em alguns estados brasileiros, existem órgãos públicos responsáveis de origem fóssil. O número de ônibus mo-
pela medição dos níveis de poluição atmosférica. Pesquisem se no vidos a etanol ou eletricidade é pequeno.
estado onde vocês moram há um órgão com essa finalidade. Discutam 2. Resposta pessoal. Essa questão propõe
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
199
Orientações didáticas
• O objetivo desta seção Compreender
um texto é trabalhar com a compreensão
leitora por parte dos estudantes. Avalie Compreender um texto REGISTRE EM SEU CADERNO
• Se julgar necessário, retome com a tur- Desrespeitam a natureza Retração do gelo e da neve
ma aspectos a respeito do efeito estufa e O poder é besta-fera Cresce a radiação solar
do aquecimento global. Global neoliberalismo: Mudança dos padrões climáticos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• O trabalho de leitura e a realização Capitali$mo: megera... Aumento do nível do mar...
das atividades desta seção propiciam o [...]
Metano, gases, carbono:
desenvolvimento das competências
gerais 3 e 7 da Educação Básica e da Petróleo e querosene Emissão de gases poluentes:
competência específica 3 de Ciências Óleo diesel, gasolina: Efeito estufa mortal
da Natureza para o Ensino Fundamental, Salve o bioquerosene Seca, fome, terremotos
previstas pela BNCC, e do TCT – Diversi- Biogás e biodiesel, use: O homem provoca o mal
dade Cultural. Pare o verbo envenene... Só progresso e consumismo
Chuva ácida...efeito estufa: Não preserva o natural...
Gera-se a calamidade [...]
T$unamis...hecatombe$
RAMONPARAIBA/SHUTTERSTOCK
Tufões, fome, tempestade
Enxofre, ácido sulfúrico:
CO2...Insanidade...
Queima de derivados:
Petróleo em combustão
Preservem a biosfera
Chega de poluição
É hora da biomassa:
Ilustração em xilogravura de violonistas em paisagem
Tempos de preservação... que remete ao Nordeste. Muito populares nessa região
do país, os chamados repentistas são músicos que se
[...] apresentam em duplas cantando versos improvisados.
Fonte: DOURADO, G. Cordel do aquecimento global. In: OLIVEIRA, S. M. L. Literatura de cordel e o aquecimento global:
uma possibilidade no ensino de ciências. 2015. 190 f. Dissertação (Mestrado em Ensino, Filosofia e História das
Ciências) – Universidade Federal da Bahia e Universidade Estadual de Feira de Santana, Salvador, 2015. Disponível
em: https://ppgefhc.ufba.br/sites/ppgefhc.ufba.br/files/silvana_maria_lima_de_oliveira_-_dissertacao_-_ensino_
de_ciencias_da_literatura_de_cordel_ao_texto_cientifico_sobre_as_causas_e_cons.pdf. Acesso em: 21 jul. 2022.
200
200
Respostas – Compreender
um texto
1. Pode ser citado o uso de versos, rimas,
Aquecimento global métrica, oralidade, humor, sarcasmo e
linguagem informal.
O assunto da moda Com a Terra aquecendo Eles ensinam o caminho
2. Chuva ácida.
É aquecimento global De maneira acelerada Que devemos tomar
3. No primeiro cordel pode ser citado o
Todo dia tá na mídia A mudança climática Economizar energia
trecho “Preservem a biosfera / Chega de
Televisão e jornal Está sendo notada Menos água gastar
poluição / É hora da biomassa: / Tempos
E todo mundo conhece Quando não é seca E combustíveis fósseis de preservação...” e, no segundo, “Eco-
O causador desse mal É chuva e enxurrada Deixar de queimar nomizar energia / Menos água gastar / E
O tal efeito estufa [...] Usar somente energia combustíveis fósseis / Deixar de queimar”.
A gente pode culpar Que seja renovável 4. Resposta pessoal. Uma possibilidade
Morreram crianças é os estudantes apontarem os cifrões
A atmosfera pesada faz Utilizar as florestas
E também idosos mesmo em termos não relacionados à
A temperatura aumentar De forma sustentável
Pois não resistiram economia, por se tratarem de fenômenos
E o calor fica preso Pra manter o clima
Aos efeitos danosos naturais, como forma de enfatizar que o
Sem poder escapar Em nível aceitável modo de vida consumista e capitalista
De seca e calor
Esse efeito é causado Assim tão rigorosos Diminuir a emissão pode destruir o planeta.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Por gases nocivos De gases poluentes 5. O verso que descreve o efeito estufa é
[...]
Gás carbônico e Metano Não poluir os rios
“O tal efeito estufa / A gente pode culpar
Os cientistas alertam / A atmosfera pesada faz / A temperatura
São os mais ofensivos Nem seus afluentes
Para o risco iminente aumentar / E o calor fica preso / Sem po-
E estão pondo em risco Preservar também
De catástrofes climáticas
der escapar”. O aumento da emissão dos
Todos os seres vivos Suas sagradas nascentes gases de efeito estufa deixa a atmosfera
Em qualquer continente
[...] “pesada”.
Alertando ao homem
Que para isso atente
Fonte: SECUNDINO, A. Aquecimento global. In: OLIVEIRA, S. M. L. Literatura de cordel e o aquecimento global: uma
possibilidade no ensino de ciências. 2015. 190 f. Dissertação (Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências)
– Universidade Federal da Bahia e Universidade Estadual de Feira de Santana, Salvador, 2015. Disponível em:
https://ppgefhc.ufba.br/sites/ppgefhc.ufba.br/files/silvana_maria_lima_de_oliveira_-_dissertacao_-_ensino_de_
ciencias_da_literatura_de_cordel_ao_texto_cientifico_sobre_as_causas_e_cons.pdf. Acesso em: 21 jul. 2022.
201
201
Objetivos da Unidade
• Diferenciar calor, temperatura e sensa-
ção térmica.
• Reconhecer a umidade relativa do ar e
a velocidade do vento como fatores que
Calor e
7
UNIDADE
UNIDADE
modificam a sensação térmica.
• Compreender que a energia térmica es-
tá relacionada com a agitação das partí- temperatura
culas e que pode ser transferida na forma
de calor.
• Reconhecer que o calor é o responsável
pela variação da temperatura dos corpos
e que se associa à contração e à dilatação
térmica.
• Concluir que a medida da temperatu-
A energia do Sol
ra é realizada de forma indireta por meio O Sol é a estrela mais próxima da Terra e por isso é uma impor-
dos termômetros. tante fonte de calor para o planeta. Parte da energia solar que
• Conhecer as escalas termométricas e chega à Terra é absorvida pelos materiais e pelos seres vivos,
os valores de temperatura para os pon- aquecendo-os de maneira diferente. Cada região do planeta
tos fixos. também recebe a energia solar de forma diferente. Estar em
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Realizar a conversão de temperaturas uma cidade no Polo Norte ou em uma cidade litorânea tropical
nas diferentes escalas termométricas. exige formas distintas de construir as habitações, vestir-se e
• Diferenciar as principais formas de viver para suportar as temperaturas do local.
transferência de calor.
• Identificar a principal forma de trans-
ferência de calor em situações cotidianas.
• Classificar os materiais como condu-
tores ou isolantes térmicos relacionando
essa propriedade ao seu uso.
• Valorizar o desenvolvimento histórico
de teorias sobre o calor.
• Identificar alguns fenômenos naturais
relacionados à transferência de calor.
• Entender como o equilíbrio termodinâ-
mico está relacionado à vida e a situações
cotidianas.
202
Orientações didáticas
• Explore as concepções prévias dos es-
tudantes sobre o assunto da Unidade uti-
Começando a Unidade Por que estudar esta Unidade? lizando, para isso, a primeira imagem da
abertura. Peça que eles identifiquem na
1. A pessoa segurando a bolsa que aparece na primeira imagem Compreender os fenômenos térmicos, isto é, imagem elementos relacionados à per-
está usando roupas adequadas para suportar o frio. Como aqueles relacionados ao calor, à temperatura e
essas roupas protegem do frio? à sensação térmicanos permite analisar por que cepção de temperaturas extremamente
2. O que acontece com a temperatura de um suco quando os materiais se aquecem de formas distintas, baixas. Peça que observem o termômetro,
a importância de haver padrões objetivos de
colocamos cubos de gelo dentro dele?
medida, como o calor se propaga em variadas
o solo, as roupas das pessoas que apare-
3. Como fazemos para medir a temperatura de um objeto ou cem na imagem. Pergunte se algum deles
situações e quais são as transformações que ele
do corpo humano?
4. Quando encostamos em um objeto de metal e em outro de
provoca nos diferentes materiais. Esses conceitos já vivenciou situações envolvendo tempe-
são importantes para entender, por exemplo,
madeira, parece que o metal está mais gelado que a madeira, diversas tecnologias presentes no cotidiano, raturas abaixo de 0 °C e quais as sensações
mesmo que ambos estejam com a mesma temperatura. Por desde o funcionamento de garrafas térmicas a que teve.
que isso acontece? motores de automóveis.
5. Que emoções a escultura da segunda imagem passa a você? • Explore a obra de arte do artista plásti-
Que recursos ela utiliza para passar a ideia de um ambiente co australiano Ron Mueck solicitando que
com temperatura elevada? comparem as percepções geradas pelas
duas imagens. Explore as cores, a lumino-
sidade e pergunte como a presença ou a
ausência da luz e dos ventos altera a sen-
sação de temperatura de um local.
• Solicite aos estudantes que respondam
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203
Orientações didáticas
• Os conceitos de energia térmica, ca-
lor e temperatura são fundamentais
para a compreensão de muitos fenôme-
nos do dia a dia, por exemplo a medida
TEMA
1
da temperatura do ar, nas previsões do
tempo. Assim, esse Tema possibilita o
desenvolvimento parcial da habilidade
EF07CI02 da BNCC, que será completa-
Energia térmica
da no Tema 2, quando os estudantes têm
a oportunidade de compreender o que é
a sensação térmica e quais são os fatores
No dia a dia, utilizamos as palavras temperatura e calor quase como
que a influenciam. A energia
sinônimos; entretanto, a Ciência atribui diferentes significados a elas.
• Na linguagem cotidiana, termos como térmica está
associada ao
“calor” e “temperatura” nem sempre são
utilizados com o significado que a Ciência movimento Temperatura
lhes atribui; a distinção e o uso adequado das partículas Todos os objetos são formados por partículas invisíveis a olho nu, as
que formam os quais interagem entre si. Essas partículas podem estar mais próximas
desses conceitos devem ser observados
objetos. ou mais distantes umas das outras, dependendo, por exemplo, do
atentamente durante o desenvolvimento estado físico da matéria. A temperatura de um corpo está relacionada
dessa Unidade. Ao trabalhar essas defini- ao movimento das partículas que o constituem. Esse movimento é
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ções, compare o seu uso de acordo com o chamado agitação térmica.
conhecimento científico e o utilizado de Nos sólidos, a agitação térmica refere-se principalmente ao movimen-
acordo com o senso comum, em situações to de vibração das partículas, pois elas não se deslocam dentro do corpo.
cotidianas. Glossário Já no caso de líquidos ou de gases, as partículas têm maior liberdade de
• Quando aquecemos uma porção de Vibração: movimento movimento; assim a agitação térmica refere-se à vibração e aos desloca-
água sobre a chama de um fogão, após
repetitivo de ida e volta mentos das partículas que formam o corpo. Dessa forma, a temperatura
em torno de uma posição. de um corpo é a medida da intensidade da agitação térmica de suas
algum tempo, notamos os efeitos desse partículas. Por exemplo, quando aquecemos a água, fornecemos energia
ganho de calor, como a formação de bo- às suas partículas tornando seu movimento mais intenso e provocando
lhas e de gotículas de água (vapor de água o aumento da temperatura; porém, quando a água esfria, a agitação de
condensado no ar). Contudo, não pode- suas partículas diminui e, por isso, a temperatura também diminui.
mos enxergar o que está ocorrendo na
dimensão microscópica, isto é, o aumen- Agitação térmica
to da velocidade das moléculas de água.
pecífica 2 de Ciências da Natureza pa- A energia cinética é uma forma de energia que está associada
ra o Ensino Fundamental, todas previstas ao movimento tanto do corpo como um todo quanto das partículas
individuais que fazem parte dele. A soma da energia cinética média
pela BNCC.
de todas as partículas que formam um corpo corresponde à energia
térmica do corpo.
A energia térmica é a forma de energia contida em um corpo que
está associada à sua temperatura.
204
204
Orientações didáticas
• Antes de iniciar o trabalho com o tó-
pico Equilíbrio térmico, proponha aos
Equilíbrio térmico estudantes questões sobre a variação de
temperatura dos corpos em situações co-
Se deixarmos uma xícara com chá quente sobre uma mesa, sabemos tidianas, de modo que possam refletir e
que após algum tempo a temperatura do líquido diminuirá.
buscar seus conhecimentos prévios sobre
Inicialmente, o chá e o ar do ambiente não têm a mesma tempe-
ratura, as partículas que compõem o chá têm maior energia térmica o tema, por exemplo: O que acontece com
que as partículas do ar. Com o passar do tempo, o chá transfere a temperatura de um suco quando colo-
para o ambiente parte de sua energia térmica e sua temperatura camos pedras de gelo dentro dele? O que
diminui. Esse processo termina apenas quando os dois corpos atin- acontece se deixarmos esse suco, com as
gem a mesma temperatura. Dizemos que, nesse caso, eles estão em pedras de gelo, sobre uma mesa por um
equilíbrio térmico. longo período de tempo? Procure orien-
tar a conversa de modo que os estudantes
Modelo de equilíbrio térmico
identifiquem o sentido do fluxo de calor,
Extremidade
temperatura
comportamento dos átomos durante a
quente
fria
205
205
Orientações didáticas
• Os conceitos básicos de calor e tempe-
ratura funcionam como base para os no-
vos conceitos que serão desenvolvidos
neste Tema. Ao diferenciar sensação tér-
TEMA
2
mica de calor e temperatura, os estudan-
tes têm a oportunidade de desenvolver a
habilidade EF07CI02 da BNCC. A medida da temperatura
• Comente com os estudantes a questão
do conforto térmico, explicando que se
trata da percepção de uma temperatura
ambiente termicamente confortável, na
qual você não sinta nem muito frio nem Os termômetros Sensação térmica
muito calor, e não tenha dificuldade para são os instrumentos Ao colocar a mão sobre um objeto, o tato nos permite perceber
manter a temperatura interna do corpo. de medida da a sensação térmica em relação a ele: se está quente, frio, gelado ou
O conforto térmico é uma preocupação temperatura. morno em relação à nossa temperatura corporal.
na construção de casas, na agropecuária Eles podem ser Provavelmente você já percebeu que em alguns dias temos a sen-
e nos ambientes de trabalho. Comente a construídos com sação de que a temperatura está mais elevada ou mais baixa do que
diferentes escalas. a indicada pelo termômetro. A percepção da temperatura ambiente
importância de considerar o conforto tér- pela pele, que pode ou não ser diferente da temperatura registrada
mico para a realização de atividades físi- No Brasil, utilizamos
em um termômetro, também é chamada de sensação térmica. Essa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cas, por exemplo, em dia de temperatura predominantemente
sensação depende de cada indivíduo, ou seja, não tem muita precisão
elevada e baixa umidade relativa no ar. a escala Celsius. e está relacionada ao processo de regulação térmica corporal.
• Peça a eles que sintam a temperatu- Pense, por exemplo, na sensação térmica que temos ao sair de uma
ra do próprio corpo colocando a mão no piscina ou um rio. Nesse momento, com o corpo molhado, há sobre
pescoço ou na testa. Eles devem tentar nossa pele uma fina camada de água que vai evaporando aos poucos.
interpretar se essa temperatura corporal Nessa evaporação, ocorre troca de calor do nosso corpo para a água;
como o corpo cede parte de sua energia térmica, temos a sensação
é adequada com base na sensação térmi-
de que o ar está mais frio do que antes de nos molharmos, mesmo
ca que tiverem. Aproveite para conversar que ele não esteja.
sobre como essa atitude é, muitas vezes, Apesar de estar associada a uma percepção
usada para perceber se alguém está com individual, a sensação térmica pode ser estima-
206
Orientações didáticas
• Os fenômenos de dilatação e de contra-
ção térmica estão ligados diretamente ao
Temperatura equivalente do UTCI aumento e à diminuição de temperatura
classificada em termos de estresse térmico de corpos; essa variação, em geral, altera
UTCI (°C) Classificação de estresse as dimensões dos corpos.
Superior a +46 Estresse por calor extremo • Se julgar pertinente, comente que, no
+38 a +46 Estresse por calor muito elevado
caso da água, no intervalo entre 0 °C e
4 °C, o aquecimento provoca uma con-
+32 a +38 Estresse por calor elevado
tração do volume; esse fenômeno é de-
+26 a +32 Estresse por calor moderado nominado dilatação anômala da água.
+9 a +26 Sem estresse térmico • Se possível, apresente aos estudantes
0 a +9 Estresse por frio ligeiro diferentes tipos de termômetro e comen-
Fonte: ALMEIDA, J. M. V.
0 a –13 Estresse por frio moderado Monitoramento de índice de
te suas funções. Há diversos exemplos na
conforto térmico humano no Brasil. Sugestão de recurso complementar. É
–13 a –27 Estresse por frio elevado 2018. 150 fl. Tese (Doutorado) –
Unidade Acadêmica de Ciências
provável que os mais conhecidos pelos es-
–27 a –40 Estresse por frio muito elevado Atmosféricas, Universidade tudantes sejam o termômetro de coluna lí-
Federal de Campina Grande,
Inferior a –40 Estresse por frio extremo
Campina Grande, 2018.
quida e o termômetro digital. Mencione a
importância e a precisão dos termômetros,
Termômetros principalmente em ambientes hospitala-
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PINCAREL/SHUTTERSTOCK
Em geral, a variação de temperatura de um material provoca altera- que a temperatura ideal do corpo humano
ções em algumas de suas características, por exemplo, cor e densidade. é em torno de 36,5 °C, e que de 37,8 °C em
Quando um corpo recebe energia, há um aumento na agitação diante já é considerado febre, ou seja, uma
térmica de suas partículas, fazendo com que elas se afastem umas pessoa que possui a temperatura corporal
das outras. Esse afastamento provoca o aumento das dimensões do acima desse valor pode estar com algum
corpo, processo denominado dilatação térmica. tipo de infecção, já que a febre é provocada
Mas, quando um corpo cede energia térmica, sua temperatura pelo organismo como forma de combater
diminui e suas partículas passam a se agitar com menor intensidade, agentes patogênicos externos, causados
aproximando-se umas das outras. Ocorre, então, a diminuição das
por vírus ou bactérias.
dimensões do corpo, denominada contração térmica.
• Discuta as diferenças entre o termôme-
O termômetro de coluna líquida tro para ambiente e o termômetro clíni-
O termômetro para ambiente mede
a temperatura ambiente do local. co, dando especial atenção à questão da
O princípio de funcionamento de alguns termômetros, como o de escala e como ela impacta as possíveis
coluna líquida, tem como base a dilatação e/ou a contração térmica
aplicações desses instrumentos. Você
de suas partes. Nesses instrumentos, existem componentes que se
modificam de forma regular quando entram em contato com outros também pode enriquecer a aula mostran-
objetos, possibilitando a aferição da temperatura. do outros tipos, como os passíveis de ca-
O termômetro de coluna líquida, em geral, utilizado para medir a libração e os digitais.
temperatura do corpo (humano ou de outros animais), do ambiente, • Se julgar oportuno, disponibilize dife-
de materiais em laboratórios e de alimentos na cozinha, comumente rentes tipos de termômetro e permita que
utiliza álcool etílico com adição de corantes. os estudantes meçam a temperatura de
objetos escolares ou a deles mesmos. Ex-
Termômetro de álcool
plore a escala termométrica e a forma de
ARQUIVO DA EDITORA
SELMA CAPARROZ/
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207
Orientações didáticas
• A escolha da temperatura de fusão e
da de ebulição da água como pontos fi-
xos deve-se ao fato de que a temperatura A temperatura de um objeto é medida colocando-o em contato
de qualquer substância pura se mantém com o bulbo. Após algum tempo, a temperatura do termômetro se
constante durante o processo de mudança iguala à temperatura do objeto, estabelecendo-se o equilíbrio térmi-
de estado físico. co entre eles. Se o objeto está a uma temperatura mais alta que a do
termômetro, ele transfere energia térmica ao vidro e ao líquido; nesse
• Explique aos estudantes que os valo- caso, ambos se aquecem. Com isso, o líquido aumenta seu volume
res utilizados para a fusão e a ebulição visivelmente, subindo pelo capilar. Se o objeto está a uma tempera-
da água foram obtidos ao nível do mar. tura mais baixa, é o termômetro que transfere energia para o objeto;
Quanto mais alto, menor a pressão at- o líquido, então, se contrai, descendo pelo capilar.
Glossário
mosférica e, consequentemente, menor Como a dilatação do líquido é diretamente proporcional à sua
a temperatura de ebulição. Logo, é pos- Temperatura de ebulição: temperatura, cada altura no capilar também corresponde a um valor
temperatura em que o dela, definido por uma escala de temperatura.
sível mostrar que a temperatura de ebu- material passa do estado líquido
lição da água não é constante, ou seja, é
As escalas de temperatura
para o gasoso pelo processo de
variável, dependendo da pressão atmos- ebulição (fervura).
Temperatura de fusão: O astrônomo sueco Anders Celsius (1701-1744) concebeu uma es-
férica no local. temperatura em que o
cala de temperatura muito utilizada até hoje. Inicialmente, ele precisou
material passa do estado
Resposta – De olho no tema sólido para o líquido. definir dois pontos fixos para sua escala e escolheu a temperatura de
A escala Celsius é dividida em 100 partes fusão e a temperatura de ebulição da água ao nível do mar. Atribuiu,
então, os valores arbitrários zero para a temperatura de fusão e 100
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
iguais, enquanto a escala Fahrenheit é
dividida em 180 partes iguais. Portanto, para a temperatura de ebulição. Para criar sua escala, Celsius dividiu o
intervalo entre essas duas marcas (0 °C e 100 °C) em 100 partes iguais.
a variação de 1 °C não corresponde à de Assim, cada divisão representa a variação de temperatura de 1 grau
1 °F. Oriente os estudantes a verificar esse Celsius (1 °C). Essa é a chamada escala Celsius.
fato na fotografia do termômetro para A escala Fahrenheit é utilizada em alguns países de língua inglesa.
ambiente. Foi criada pelo físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736).
De olho no tema Nessa escala, as temperaturas de fusão e de ebulição da água têm os
valores de 32 °F e 212 °F, respectivamente, e o intervalo entre essas
Alguns termômetros, como
marcas foi dividido em 180 partes iguais.
o da fotografia do termô-
metro para ambiente, infor-
Outra escala utilizada no meio científico e adotada pelo Sistema
mam a temperatura tanto
Internacional de unidades (SI) é a escala Kelvin, criada pelo físico
em grau Celsius quanto em britânico William Thomson (1824-1907), o lorde Kelvin. Nessa escala, as
Fahrenheit. Isso significa temperaturas de fusão e de ebulição da água têm valores aproximados
que a variação de tempe- de 273 K e 373 K, respectivamente. Essa escala é chamada absoluta,
ratura de 1 °C corresponde pois o valor de 0 K, também chamado zero absoluto, que corresponde
à de 1 °F? Justifique. a aproximadamente –273 °C, era considerado a temperatura mais baixa
que se poderia atingir.
72 360
100 71 180 100 359
partes partes 122 partes 1 kelvin (K)
iguais 1 grau iguais 121 iguais
Celsius (°C) 1 grau
Fahrenheit (°F)
0 °C 32 °F 273 K
Temperatura de
fusão da água
208
208
Orientações didáticas
• É possível que, na concepção de alguns
estudantes, o calor seja entendido como
uma característica, algo que um corpo
tem e passa para outro. Esteja atento a
TEMA
3
essa interpretação e argumente mencio-
nando a diferença com relação ao concei-
Trocas de calor to de temperatura. Na natureza, o calor se
apresenta como uma energia em trânsito,
que flui de um sistema para outro, e es-
se fluxo de energia térmica só acontece
quando esses sistemas estão em contato
Calor Duas medidas e em temperaturas diferentes.
O que acontece quando um corpo é aquecido? Quando colocamos da facilidade • Apresente aos estudantes o conceito de
um recipiente com água sobre a chama de um fogão, a temperatura com que os quantidade de calor. A energia em trân-
do líquido aumenta porque ele recebe energia. materiais têm sito pode ser medida em caloria ou em
Chama-se calor a energia térmica transferida em razão da diferença sua temperatura joule. Mostre as relações entre essas duas
de temperatura entre dois corpos; logo, calor é a energia térmica em alterada são o unidades, tão largamente utilizadas em
movimento, passando de um corpo a outro. De forma espontânea, calor específico diferentes situações, como por exemplo
o calor sempre é transferido de corpos com maior temperatura para e o calor latente. nos rótulos dos alimentos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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209
Orientações didáticas
• Apresente aos estudantes a importân-
cia de compreender o conceito de calor
específico e sua relação com a variação da Se um corpo estiver com temperatura abaixo da temperatura
NANISIMOVA/SHUTTERSTOCK
temperatura. Essa propriedade da matéria ambiente, ele receberá calor do ambiente. O sorvete derrete fora do
permite o estudo, por exemplo, da regu- congelador porque sua temperatura aumenta.
lação térmica eficiente, ou seja, como se É importante ressaltar que, embora estejam relacionados, tempe-
comporta a variação de temperatura de ratura e calor não são sinônimos: temperatura é a medida da energia
cinética média das partículas de um objeto ou um sistema, ao passo
um corpo ou objeto.
que calor é o fluxo ou a passagem dessa energia de um corpo para
• Comente com os estudantes que no o outro.
planeta Terra há uma grande variação de
temperaturas entre diferentes regiões e
a presença de água é um dos fatores re-
Quantidade de calor
O sorvete derrete ao ser deixado
lacionados a essa variação. Em regiões O calor é uma forma de energia e, portanto, sua unidade de me-
em temperatura ambiente.
dida no SI é o joule (J). É comum falarmos em quantidade de calor
de clima tropical e de alta umidade, co-
quando nos referimos ao valor da energia que está sendo transferida
mo no caso de florestas, as temperaturas e frequentemente utilizamos outra unidade de medida, a caloria (cal),
são mais estáveis. Já em regiões de do- ou um de seus múltiplos, a quilocaloria (kcal). Uma caloria equivale a
mínio morfoclimático das Caatingas, com 4,186 joules, e uma quilocaloria corresponde a 1 000 calorias. A caloria
menos umidade, as temperaturas sofrem é muito utilizada no dia a dia para expressar o valor energético dos
maior variação. Uma atividade possível é alimentos.
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pedir que os estudantes localizem essas A seguir, vamos analisar mais detalhadamente duas consequências da
regiões no mapa do Brasil. Essa proposta troca de calor: a variação de temperatura e a mudança de estado físico.
possibilita uma atividade interdisciplinar
com o componente curricular Geografia. Calor específico
• Um exemplo interessante para explorar Pense em um pernil com batatas que acabam de ser assados.
com os estudantes é a diferença entre as Se você tentar comê-los assim que saírem do forno, certamente
temperaturas da água e da areia na praia. queimará a língua. Esperando alguns minutos, o pernil atingirá uma
Quando chegamos à praia em um dia en- temperatura agradável, mas as batatas provavelmente demorarão mais
para esfriar a ponto de serem comidas. Por que isso ocorre? Será que
solarado, muitas vezes “queimamos” os
as batatas saíram do forno a uma temperatura maior que a do pernil?
pés na areia e, quando entramos na água, Não. Se esses alimentos foram preparados juntos, eles saem do forno
ela está fria. Isso acontece porque a água à mesma temperatura. Então, como explicar essa diferença?
precisa de uma quantidade maior de ca- Isso ocorre porque certos materiais cedem mais calor que outros
lor que a areia para ter sua temperatura ao sofrer a mesma redução de temperatura; esses materiais também
alterada. Isso também explica o fato de, requerem maior quantidade de calor para sofrer o mesmo aumento de
no final do dia, a água do mar estar mais temperatura. A propriedade da matéria relacionada a esses fenômenos
quente que a areia, pois aquela demora é chamada calor específico.
muito mais tempo para perder o calor O calor específico (c) é definido como a quantidade de calor que
recebido do Sol durante todo o dia. Ca- 1 g de determinado material recebe ou cede para que sua temperatura
so o município da escola seja distante do se altere em 1 °C. Essa grandeza pode ser entendida como a facilidade
ou a dificuldade de um material trocar calor com o meio. Cada ma-
litoral, pode-se substituir o exemplo da terial tem calor específico diferente. Por exemplo: para 1 g de ferro
praia por piscina, açude ou riacho e pe- aumentar sua temperatura em 1 °C, é necessário fornecer 0,11 cal; e
dir aos estudantes que comparem a tem- para aumentar em 1 °C a temperatura de 1 g de chumbo, é necessária
peratura da água com a temperatura de uma quantidade de calor menor: apenas 0,031 cal.
uma superfície coberta por concreto ou, A água é o material adotado como referência para a definição de calo-
ainda, que comparem a temperatura de ria: estipulou-se que 1 g de água pura precisaria de 1 cal para aumentar
uma superfície coberta por concreto com sua temperatura em 1 °C. A unidade mais utilizada de calor específico é
a de um gramado. cal · °C. Assim, o calor específico da água é 1 cal · °C.
g g
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210
Orientações didáticas
• Identifique com os estudantes ele-
mentos do cotidiano deles que mudam
Materiais com baixo calor espe- de estado físico conforme a variação de
ALGIRDAS MAZEIKA/
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cífico sofrem variação de tempe- temperatura e, se possível, mostre exem-
ratura mais facilmente que outros. plos do cotidiano. Cite o exemplo de uma
Confira os valores do calor especí- panela com água fervendo. Se o calor re-
fico de alguns materiais na tabela cebido pelo sistema for constante, a água
a seguir. Em geral, os metais têm
calor específico baixo e, por isso,
passará aos poucos do estado líquido para
esquentam e esfriam rapidamente. o gasoso e desaparecerá completamente
A batata tem calor
Os alimentos costumam apresentar específico alto porque
do recipiente.
calor específico alto porque con- contém muita água em • Se possível, demonstre graficamente
têm água em sua composição. sua composição. que, durante as mudanças de estado físi-
Voltemos à situação dos alimentos recém-saídos do forno. Por que co, a temperatura de uma substância pura
Calor específico
alguns alimentos queimam a língua e outros podem ser ingeridos após de alguns materiais permanece constante. A partir desse mo-
pouco tempo? Depois de um tempo fora do forno, a temperatura das Calor específico mento, é possível começar a introdução
batatas diminui menos que a da carne. Isso acontece porque as batatas Material
(cal/g · °C) dos conceitos que abordam o calor latente.
têm calor específico maior, ou seja, demoram mais para perder calor. Água 1,00 • Explique aos estudantes que uma subs-
Calor latente Tomate 0,95 tância pura, caso receba calor de forma
Batata 0,82 constante, terá a sua temperatura au-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Respostas – Atividades
1. a) O conceito estudado é a sensação
térmica. A percepção da temperatura
é uma sensação que depende de cada Atividades TEMAS 1 A 3 REGISTRE EM SEU CADERNO
CALVIN HOBBES, BILL WATTERSON © 1986 WATTERSON / DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION
peratura diminuída. (para a justificativa, use como base o conceito
2. a) Calor é a energia térmica em trânsito de calor latente).
que flui do corpo de maior temperatura 5. Dois corpos de materiais diferentes, cada um
para o de menor temperatura. b) A tem- com massa de 1 kg, recebem a mesma quan-
peratura é a medida da agitação térmica tidade de calor. O corpo A sofre um aumento
das partículas de um corpo. c) Portas e ja- de temperatura de 20 °C, enquanto no corpo B
nelas devem ser fechadas para que o calor o aumento é de 50 °C. Qual dos dois materiais
tem calor específico menor? Justifique.
do interior não seja transferido para fora
6. Analise o gráfico e faça o que se pede.
do ambiente. d) Quando um corpo recebe
calor, sua temperatura pode aumentar ou Condições diárias 2/2/2022 – BRASÍLIA-DF
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ele pode mudar de estado físico. 100% 27,5 ºC
Temperatura
90%
3. a) O suco deve receber calor e a água
Umidade
25 ºC
80%
ceder calor ao suco. b) Quando os corpos 70%
22,5 ºC
na mesma temperatura. 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Horas
4. Como dados, os estudantes podem Temperatura Sensação térmica Umidade
citar que são necessárias 540 calorias Fonte: Adaptado de INSTITUTO NACIONAL
DE METEOROLOGIA. Disponível em: https://
(por grama) para a água passar do esta- portal.inmet.gov.br/. Acesso em: 14 jun. 2022.
Calvin está reclamando da temperatura da
do líquido para o gasoso. E para o gelo
água do banho. Que conceito estudado está a) Identifique o tipo de gráfico representado.
atingir o estado líquido, é preciso apenas relacionado com essa reclamação?
80 calorias (por grama). A justificativa é b) Relacione a diferença entre a temperatura
b) Com base no que você estudou nesta Unidade, real e a sensação térmica com a variação da
que o calor latente é menor para o gelo que outro conceito a tirinha apresenta? umidade relativa do ar ao longo do dia.
derreter do que para a água ferver. A
2. Reescreva as frases fazendo as correções ne- COMPARTILHAR
conclusão é que para a água passar do cessárias.
estado sólido para o estado líquido é 7. Leia a propaganda fictícia a seguir.
a) Calor é a energia térmica contida nos corpos. O inverno chegou?
mais fácil do que para a água passar do
b) A temperatura é a medida do calor de um corpo. Não deixe o frio entrar na sua cama!
estado líquido para o estado gasoso. O
c) Portas e janelas devem ser fechadas para não Use cobertores Sempre Quente, os mais macios
qualificador é “mais fácil”. do mercado.
deixar o frio entrar no ambiente.
5. O material do corpo B tem calor espe- Escreva um e-mail de elogio, crítica ou su-
d) Quando um corpo recebe calor, sua tempe-
cífico menor, pois, para a mesma quanti- ratura sempre aumenta. gestão aos criadores do comercial. Considere,
dade de calor, ele teve um aumento maior na sua mensagem, o uso correto dos conceitos
3. Um copo de suco gelado é colocado dentro de
de temperatura em relação ao corpo A. científicos relacionados ao calor.
uma vasilha que contém água em temperatura
6. a) O gráfico apresenta a temperatura, a ambiente. Desconsiderando as trocas de calor 8. Reúnam-se em grupo para criar um pequeno
sensação térmica, a umidade relativa do com o ambiente, faça o que se pede. texto de propaganda (ou slogan) para promo-
ver a venda de roupas de inverno de uma loja.
ar e a precipitação ao longo do dia. b) Por a) Indique qual objeto deve receber calor e qual Atentem-se a empregar corretamente os con-
meio do gráfico, é possível perceber que a deve cedê-lo. ceitos aprendidos para influenciar os clientes
variação da sensação térmica ao longo do b) Em que momento a troca de calor entre os sem gerar uma propaganda enganosa. Produ-
dia está diretamente relacionada à umida- objetos deve acabar? zam um panfleto de divulgação dos produtos.
de relativa do ar. Quando a umidade do ar
é elevada, a sensação térmica é maior do 212
que a temperatura. Quando a umidade do
ar cai, essa relação se inverte.
7. Espera-se que os estudantes escrevam Para evitar a propaganda enganosa,
sobre os conceitos de calor e frio, asso- que é crime, é necessário certo cuidado
ciando-os a fluxos de energia, de manei- conceitual por parte dos estudantes. A
ra que o frio seja pensado em função da realização dessa atividade propicia o
ausência ou da perda de calor. desenvolvimento das competências
8. Resposta pessoal. É interessante que gerais 3, 4 e 9 da Educação Básica e das
sejam incentivadas as expressões artís- competências específicas 6 e 8 de
tica e visual, assim como a parte concei- Ciências da Natureza para o Ensino Fun-
tual relacionada ao calor. Explique aos damental, previstas pela BNCC.
estudantes que se o texto prometer algo
sobre as roupas, mas que não vai acon-
tecer, a propaganda é dita enganosa.
212
Orientações didáticas
• Esta seção Pensar Ciência apresenta
teorias que explicavam os fenômenos
Pensar Ciência térmicos pela proposição da existên-
cia de um fluido que era consumido ou
transferido de um corpo para outro, de
As teorias para o calor acordo com o conhecimento científico
As formas de explicar a natureza do calor, ao longo da história, disponível na época. Com base na leitura
sempre tiveram relação com a visão que se tinha do Universo e seus do texto, os estudantes têm a possibili-
fenômenos. As tentativas de explicar o calor mais antigas de que dade de comparar essas teorias com o
temos registro buscaram sua relação com o fogo. O filósofo grego conteúdo apresentado na Unidade, que
Empédocles de Agrigento (493-433 a.C.), por exemplo, preocupava-
associa o calor ao movimento, e anali-
-se em tentar explicar do que o Universo era feito e considerava que o
fogo era um elemento formador do Universo. Já Aristóteles de Estagira
sar a permanência de alguns elementos
(384-322 a.C.), outro filósofo grego, que buscava compreender as cau- dessas teorias anteriores na linguagem
sas dos fenômenos da natureza, expandiu as explicações de Empédo- científica atual.
cles, defendendo que a fumaça subia porque era constituída de fogo • A proposta dessa seção possibilita o de-
e ar. Na mesma época de Aristóteles, Epicuro de Samos (341-270 a.C.) senvolvimento da competência geral 1
acreditava que o Universo era feito de partículas – os átomos. Dentro da Educação Básica e da competência
dessa visão de mundo, sua proposta era a de que o calor era produzido específica 1 de Ciências da Natureza para
pelo movimento de átomos esféricos. Tudo podia ser explicado pelos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
movimentos da matéria.
o Ensino Fundamental, previstas pela BNCC.
Mais tarde, durante a Idade Média, o estudo passou a ser prático.
Já se construíam instrumentos capazes de medir a temperatura, mas
não havia grande preocupação em explicar a natureza do calor. A
alquimia, também bastante relacionada à prática, identificava o calor
com o fogo, mas no sentido de purificação. O fogo alquímico, cha-
mado de alcahest, não era o fenômeno do fogo que conhecemos, e
teria propriedades medicinais, entre outras. A partir de então, surgem
diversas explicações para a queima dos materiais, mas aqui vamos nos
concentrar somente na ideia de calor.
No século XVIII, a Revolução Industrial exige uma nova forma de
entender o calor. Havia uma demanda crescente por combustíveis
para as máquinas, e também crescente era a busca por combustíveis
de qualidade, que não gerassem tanta poluição e desmatamen-
to quanto o carvão. Ao mesmo tempo, se desenvolve na Europa
uma nova maneira de estudar o mundo, com a discussão entre os
pensadores, a experimentação e a divulgação do conhecimento: a
Ciência, como conhecemos hoje, estava começando a se desenhar.
Para fazer os experimentos, novos e mais precisos equipamentos
foram construídos. Sociedades científicas foram estabelecidas.
DESCHANKZ/SHUTTERSTOCK
213
213
Orientações didáticas
• Ressalte a relação entre as explica-
ções para o calor com a visão de mundo
em cada época. Chame a atenção para No final do século XVIII, havia muitas teorias sobre o calor, emba-
as transformações pelas quais a socieda- sadas em experimentos com instrumentos, mas ainda permanecia
de e a Ciência passavam, como a forma- muita confusão entre os conceitos de calor e de temperatura.
ção de sociedades científicas a partir de Joseph Black (1728-1799), médico e químico escocês, propunha
em seus trabalhos que o calor era algo material, um fluido que
demandas práticas da Revolução Indus- penetrava os corpos e que podia ser medido. Já o químico francês
trial, o que está presente na atividade 2. Antoine-Laurent de Lavoisier (1743-1794), fazendo experimentos
A atividade 1 procura desenvolver habi- com balanças de grande precisão, propõe que esse fluido, capaz de
lidades argumentativas, além de leitura provocar a queima das substâncias, não estava nelas, e sim no ar,
e interpretação de texto, possibilitando o e o denominou calórico. Ao lado dessas teorias, outras propunham
desenvolvimento da competência ge- que o calor não era um fluido, mas, sim, o movimento da matéria.
ral 7 da Educação Básica, prevista pela Os estudiosos que defendiam calor como movimento entendiam
BNCC. Para uma visão aprofundada so- a matéria sendo formada por partículas. Haveria vazios entre as
partículas, permitindo a vibração delas. Os que defendiam o calor
bre o assunto, consulte o texto indicado
como fluido argumentavam que ele seria capaz de penetrar nos cor-
na Sugestão de recurso complementar. pos, combinando-se com eles em maior ou menor grau, de acordo
Respostas – Pensar Ciência com a natureza do corpo. Havia um grande esforço das sociedades
científicas da época em determinar qual hipótese era mais correta,
1. A necessidade de encontrar soluções
e havia evidências em favor de ambas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para os problemas contemporâneos.
No final do século XVIII, o físico anglo-americano Benjamin
No período da Revolução industrial, por Thompson (1753-1814) obteve fortes evidências experimentais
exemplo, era necessário encontrar/de- de que o calor não era um fluido. Ele demonstrou como o atrito
senvolver combustíveis mais eficientes e na produção e no uso de canhões gerava calor, e essa geração era
que não gerassem tanto desmatamento. mantida enquanto houvesse atrito. Como se entendia que a matéria
2. “Nas décadas seguintes, o desenvol- não poderia ser produzida indefinidamente, o calor não poderia
vimento de máquinas térmicas veio a ser um fluido material. À época, os experimentos eram a maneira
mais conveniente de provar fatos, verdadeiros juízes da ciência, e
reforçar a hipótese de Thompson, e gra-
os experimentos de Thompson eram muito bem planejados.
dativamente a comunidade científica
Nas décadas seguintes, o desenvolvimento de máquinas térmicas
abandonou a ideia de calor como fluido. veio a reforçar a hipótese de Thompson, e gradativamente a comuni-
Assim funciona a Ciência: guiada pela dade científica abandonou a ideia de calor como fluido. Assim funciona
nossa visão de mundo em cada época, a Ciência: guiada pela nossa visão de mundo em cada época, e em
e em permanente mudança.” A pesquisa permanente mudança.
dos estudantes deve levar em conta pro-
blemas atuais, como o aquecimento glo- ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
214
Orientações didáticas
• Ao final do estudo deste Tema, é de-
sejável que os estudantes sejam capazes
de explicar e diferenciar três processos de
transferência de calor, utilizando o mode-
TEMA
4
3
lo atômico-molecular (condução térmica),
o movimento dos fluidos (convecção tér-
A propagação do calor mica) e a radiação eletromagnética (irra-
diação térmica).
• Retome com os estudantes a ideia
apresentada no Tema 2 sobre sensação
Vimos que o calor é a energia térmica em movimento que se pro- térmica. Explique que essa sensação é in-
A transferência fluenciada pela capacidade dos materiais
paga espontaneamente de locais de maior temperatura para outros
de menor temperatura. A propagação do calor pode se dar de três de calor entre de conduzir calor.
maneiras: condução térmica, convecção térmica ou irradiação térmica. os corpos pode • Comente com os estudantes que, para
Vamos conhecer cada uma delas. ocorrer de três desenvolver um objeto ou novo produto,
formas distintas: é importante entender as características
Condução térmica condução, dos materiais em relação à transferência
Você já reparou que a maioria das panelas é feita de metal e pos- convecção ou de calor. Questione por que uma panela é
sui um revestimento de madeira ou de plástico no cabo e na tampa? irradiação. feita de metal, e seu cabo, normalmente,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você consegue formular alguma explicação para isso? de plástico. A ideia é mostrar que o metal
No fundo da panela, que está recebendo o calor da chama, as par- é um bom condutor térmico e que o plás-
tículas passam a agitar-se com maior velocidade e, ao se chocarem
STEPHEN CHAI/SHUTTERSTOCK
tico é um mau condutor térmico. Explore
com as partículas vizinhas, transferem para elas parte de sua energia
cinética. Assim, a agitação térmica aumenta pouco a pouco, partindo as características de outros materiais que
do fundo, e chega ao cabo. Esse processo de propagação de calor é são utilizados para a fabricação de objetos
chamado condução térmica e ocorre principalmente nos sólidos. que estarão em contato direto com altas
A rapidez com que um corpo conduz calor depende do material de temperaturas. Essa discussão possibilita
que ele é feito. Por exemplo, quando se utiliza uma colher de metal para Comumente, as panelas são
aos estudantes o desenvolvimento parcial
mexer um alimento preparado no fogo, em pouco tempo a colher fica produzidas com metais, por da habilidade EF07CI03 da BNCC, que
tão quente que pode queimar a pele. Isso não acontece se a colher for conduzirem o calor de forma será retomada mais adiante neste Tema,
de madeira ou de plástico, materiais nos quais o calor se propaga mais eficiente, e os cabos, de materiais
ao abordar o funcionamento da garrafa
não metálicos, para tornar seu
lentamente do que no metal. Por isso, o cabo das panelas tende a ser de manuseio mais seguro. térmica.
um material não metálico.
• Explique aos estudantes por que nunca
Esquema de condução térmica se deve segurar um objeto de metal, co-
lor Distância da barra de metal à chama
SELMA CAPARROZ/ARQUIVO DA EDITORA
mo um garfo ou colher, sobre uma chama.
ação de ca
a propag O calor da chama propaga-se pelo metal,
Sentido d
podendo causar queimaduras na pele.
• Proponha a realização da Oficina 8 –
Gelo, água e sal, como forma de aplica-
Barra de metal ção e sistematização dos conhecimentos
construídos sobre a ação do calor sobre
Fonte de calor
os materiais.
Muito agitado Agitado Pouco agitado
Representação esquemática das partículas de uma barra metálica durante a condução térmica.
As partículas mais próximas à fonte de calor se agitam e transferem energia para as partículas
vizinhas. Após algum tempo, toda a barra está aquecida. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
Fonte consultada: SEARS, F.; YOUNG, H. D.; ZEMANSKY, M. W. Física II. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2008. v. 2.
215
215
Orientações didáticas
• Proponha a análise de situações coti-
dianas nas quais estejam envolvidos pro-
cessos de transferência de calor, como uso Condutores e isolantes térmicos
de roupas leves no verão, tipo de reves- Os materiais que conduzem calor rapidamente são denominados
timento das casas de acordo com o clima condutores térmicos. Os metais são ótimos condutores de calor e, por
do local onde são construídas, materiais causa disso, são utilizados na fabricação de panelas e no interior de for-
com os quais são fabricadas as caixas tér- nos. Materiais como madeira, gelo, plástico, vidro, cortiça e ar são maus
micas, entre outros. Solicite aos estudan- condutores de calor e, por isso, são chamados isolantes térmicos. Essa
tes que classifiquem os materiais citados classificação permite entender por que, quando tocamos um objeto de
como isolantes térmicos ou condutores metal e um de madeira, ambos à temperatura ambiente, o metal parece
térmicos e que expliquem o porquê de estar mais frio que a madeira: como o metal é um bom condutor térmico,
sua aplicação. ele absorve rapidamente o calor da mão, resfriando-a.
Roupas de lã são boas opções para os dias mais frios porque a lã é
• Estimule os estudantes a pensar na co- um material isolante. Por essa razão, consegue minimizar as trocas de
bertura dos animais que vivem em am- calor do nosso corpo com o ambiente.
bientes muito frios ou muito quentes, A grandeza física que indica a eficiência na propagação do calor em
relacionando essas características aos materiais é chamada condutividade térmica. Os materiais condutores
processos de transferência de calor e à têm alta condutividade térmica, e os isolantes, baixa.
possibilidade de os animais viverem em
DANITA DELIMONT/ALAMY/FOTOARENA
diferentes locais. Cite outros exemplos de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
isolamento térmico, como o iglu, que é
um tipo de habitação ou ambiente para se
proteger do frio, pois, mesmo sendo feito
de neve ou de blocos de gelo, tem a fun-
ção de isolante, protegendo a área interna A gordura sob a pele de animais
da baixa temperatura externa. que vivem nas regiões polares,
como o elefante-marinho-do-sul
(Mirounga leonina), é um isolante
térmico e ajuda a diminuir a perda
4m
de calor para o ambiente.
Convecção térmica
Convecção térmica Nos líquidos e nos gases, o calor pode se propagar por convecção
térmica, um processo de transferência de calor no qual há desloca-
SELMA CAPARROZ/ARQUIVO DA EDITORA
216
216
Orientações didáticas
• Comente com os estudantes que mui-
tos processos utilizam a irradiação térmica.
Irradiação térmica Glossário
Um exemplo é o uso de lâmpadas incan-
descentes em granjas para aquecer os fi-
A energia radiante emitida pelo Sol viaja cerca de 150 milhões de Radiação: em geral, é
lhotes das aves por meio da luz emitida.
quilômetros e aquece a Terra. Esse calor chega até nós por um processo a energia que pode ser
de propagação de energia chamado irradiação. transmitida pelo espaço. • Analise com os estudantes as caracte-
A irradiação é a forma de propagação de calor que não depende
A luz que conseguimos rísticas da garrafa térmica apresentada no
enxergar e os raios X são
de um meio material para acontecer (ou seja, pode ocorrer no vácuo). quadro Saiba mais!. Explique sua função,
tipos de radiação.
Todos os corpos emitem, por exemplo, radiação infravermelha, um comentando que ela pode ser utilizada
tipo de radiação que é percebido pela maioria dos seres vivos na for- para conservar líquidos em uma tempe-
B. BOISSONNET/BSIP/ALAMY/FOTOARENA
ma de calor. É principalmente por meio da irradiação que sentimos, A 31,4 °C ratura fria ou quente. Mostre que a garrafa
por exemplo, o calor transferido de uma vela para o ambiente. térmica evita a transferência de calor para
A intensidade da radiação infravermelha emitida pelos corpos é tan- o ambiente, evitando a condução, a con-
to maior quanto maior for a temperatura do corpo e pode ser detectada vecção e a irradiação térmicas. A análise
por aparelhos sensíveis ao infravermelho, como nas imagens a seguir.
dos processos de transferência de calor
Alguns animais, como algumas espécies de serpentes, têm
órgãos sensoriais que detectam a radiação infravermelha, o que e do funcionamento da garrafa térmica
lhes permite localizar potenciais presas ou predadores mesmo em propicia o desenvolvimento da habilida-
locais escuros. de EF07CI03 da BNCC.
• Caso algum estudante questione por
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
20,8 °C
Saiba mais! que o líquido que está dentro de uma
A GARRAFA TÉRMICA: UM EXEMPLO DAS FORMAS garrafa térmica não consegue manter in-
DARIO SABLJAK/SHUTTERSTOCK
DE PROPAGAÇÃO DE CALOR B definidamente a temperatura constante,
A garrafa térmica foi desenvolvida para manter constante a temperatura comente que a garrafa térmica não pos-
do líquido no seu interior e pode ser usada para conservar a temperatura 33,0 °C 53,5 °C sui blindagem total aos efeitos físicos de
de líquidos frios ou quentes. Seu propósito é evitar a transferência de calor condução, convecção e irradiação térmi-
por condução, convecção e irradiação. cas e sempre acaba perdendo ou receben-
13,1 °C
Representação esquemáticade
Parede uma garrafa térmica vistapor
externa
transparência e em corte.
(Imagem sem escala; cores-fantasia.)
Cada um dos itens da garrafa térmica tem uma função para evitar a trans-
ferência de calor. Nas paredes de vidro espelhadas (I), o calor é refletido,
evitando a transferência por irradiação. O vácuo entre as paredes (II) evita
a propagação de calor por condução e convecção. O ar é bom isolante
térmico; logo, a transferência de calor por convecção nessa região (III) é
pequena. E a tampa (IV) evita a perda de calor por convecção.
217
217
Orientações didáticas
• O quadro Saiba mais! apresenta o de-
senvolvimento do fogão solar, que é um
exemplo de atuação da Ciência e do uso Saiba mais!
de suas tecnologias para resolver pro-
FOGÕES SOLARES
blemas sociais. Comente que diversos
profissionais de diferentes áreas do co- A capacidade de cozinhar os alimentos foi determinante para a evolução de
nossa espécie, pois o cozimento facilita a mastigação e a absorção de seus
nhecimento trabalham em conjunto pa-
nutrientes. Segundo pesquisadores, isso permitiu que os ancestrais da espécie
ra o desenvolvimento de tecnologias para humana aumentassem sua ingestão de calorias, o que possibilitou grande
o bem-estar da população. Incentive os desenvolvimento do cérebro.
estudantes a pesquisar e a trazer para a
No Brasil, a maioria dos fogões utiliza a queima de um gás para aquecer;
classe notícias com esse mesmo viés, mos- há ainda os fogões a lenha e os elétricos. No entanto, em regiões muito
trando a aplicação da Ciência no cotidiano pobres ou afastadas dos centros urbanos, o acesso a esses combustíveis ou
da população. à energia elétrica não é possível, o que dificulta, ou mesmo impossibilita,
• A abordagem dessa seção possibilita o cozimento dos alimentos.
o desenvolvimento da competência Com o intuito de resolver esse problema, cientistas, políticos e voluntários
geral 6 da Educação Básica e da com- de diversas partes do mundo têm se unido para fornecer às comunidades
petência específica 4 de Ciências da necessitadas uma solução que não precisa de nenhum combustível nem
Natureza para o Ensino Fundamental, pre- de energia elétrica: o fogão solar.
vistas pela BNCC.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fogão solar. (São José da Tapera, Alagoas, 2007.)
Esse tipo de equipamento pode ser produzido com materiais de baixo
custo, além de permitir o cozimento de alimentos utilizando apenas a
radiação solar como fonte de energia. As placas metálicas que compõem
esse equipamento refletem a radiação solar, concentrando-a sob o fundo
de uma panela. Com isso, é possível ferver água para cozinhar os alimentos
ou mesmo assá-los.
218
218
Orientações didáticas
• Na seção Vamos fazer, é apresentada
uma proposta prática que permite veri-
ficar a propagação de calor para o am-
Vamos fazer REGISTRE EM SEU CADERNO
biente e, ao mesmo tempo, a capacidade
Como um isolante térmico funciona? de isolamento térmico de uma luva de lã.
Leia a atividade com os estudantes e soli-
Material cite que levantem hipóteses, justificando
• 2 cubos de gelo de tamanho semelhante a colocação deles sobre o que acontecerá
• 2 luvas de lã no experimento. Dessa forma, a realiza-
• 2 termômetros ção da atividade oportuniza o desenvol-
vimento da competência geral 7 da
Procedimento Educação Básica e competência espe-
1. Coloque um cubo sobre a mesa. cífica 2 de Ciências da Natureza para o
2. Coloque o segundo cubo dentro da luva de lã. Ensino Fundamental, previstas pela BNCC.
3. Coloque um termômetro sobre a mesa.
Respostas – Vamos fazer
4. Coloque outro termômetro dentro da segunda luva.
1. Espera-se que o cubo de gelo mantido
5. Anote no seu caderno o que você acredita que vai acontecer com cada
cubo de gelo, explicando a sua hipótese.
dentro da luva de lã derreta mais lenta-
mente. A lã é um isolante térmico e, as-
6. Aguarde até o cubo que ficou sobre a mesa derreter completamente e
sim, diminui a troca de calor entre o gelo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
De olho no tema
1. Caso você queira que seu suco fique gelado da forma mais rápida possível
quando for colocado na geladeira, o que você deve optar na compra de mer-
cado: latas metálicas ou garrafas de vidro? Por quê?
2. Indique os três processos de transferência de calor entre corpos estudados
e apresente um exemplo para cada um deles.
219
219
Orientações didáticas
• Antes de explicar o mecanismo envol-
vido com as brisas marítima e continental,
questione os estudantes se já perceberam
esse fenômeno e peça que comentem
TEMA
5
suas experiências, perguntando, princi-
palmente, sobre o sentido da brisa e o pe- Fenômenos naturais
relacionados à
ríodo do dia.
• Podemos citar aqui o importante papel
do calor do Sol, que é irradiado por toda a
atmosfera terrestre, influenciando direta- transferência de calor
mente o movimento das massas de ar, o
tempo e o clima nas diferentes regiões do A formação dos Brisa marítima e brisa continental
planeta. As alterações nas caraterísticas ventos ocorre Em um dia ensolarado na praia, a areia quente pode até queimar
da superfície terrestre, como o desmata- por correntes de a sola dos pés, mas, quando entramos no mar, a água parece estar
mento de grandes áreas de floresta, ge- convecção. sempre a uma temperatura mais amena.
ram alteração nas correntes de convecção Durante o dia, a areia sofre maior aquecimento e torna menos denso
e, consequentemente, impactam o clima o ar sobre sua superfície, fazendo com que ele suba. O ar próximo à
do planeta como um todo. água é mais frio e, portanto, mais denso, passando a se movimentar
horizontalmente e ocupando a região sobre a superfície da areia.
Esse movimento é a brisa marítima.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
À noite, a situação se inverte: a água mantém-se mais quente
que a areia, já que por ter calor específico maior do que o da areia,
necessita trocar uma quantidade de calor maior para a água resfriar
(não apenas para aquecer). As camadas de ar sobre o mar estão mais
quentes e tendem a subir. Sobre a areia, a temperatura será menor,
e o ar, por ser mais denso, se deslocará em direção ao mar, dando
origem à brisa continental.
O ar quente O ar quente
sobe (convecção) sobe (convecção)
Brisa
marítima
Brisa
continental
Representação esquemática do deslocamento do ar sobre o mar em direção à areia, chamado de brisa marítima (A), e sobre a areia
em direção ao mar, chamado de brisa continental (B). (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
220
220
Orientações didáticas
• É importante que os estudantes com-
preendam que a inversão térmica é um
Saiba mais! processo natural que não ocorre apenas
nos centros urbanos, sendo comum, de
A ÁGUA E SEU PAPEL NO CLIMA
221
221
Respostas – Atividades
1. O calor passa da mão para a lata (prin-
cipalmente por condução) e da lata para
o refrigerante (principalmente por con- Atividades TEMAS 4 E 5 REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção quando Calvin levantou o cobertor,
7. De que forma refrigeradores como o da foto a
resultando na sensação térmica sentida
CALVIN & HOBBES, BILL WATTERSON © 1993
WATTERSON/DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION
ALF RIBEIRO/SHUTTERSTOCK
Ao passar pelo exaustor, o ar quente faz
as hélices girarem. Esse mecanismo de
propagação de calor é denominado con-
vecção. Enfatize que o funcionamento do
exaustor se deve a um processo natural,
o que permite o trabalho com o TCT –
Ciência e Tecnologia.
5. Espera-se que a placa sofra dilatação.
Logo, as suas dimensões sofreriam al-
gum acréscimo. Assim como a placa, o
furo tenderá a aumentar, pois se dilata Refrigeradores abertos em mercado. (São Paulo, 2019.)
na mesma proporção que a placa. 8. Os iglus são feitos de blocos de neve compac-
6. a) Porque a cerâmica conduz calor mais tada. Por que essas moradias podem ajudar a
rapidamente do que o tapete. b) O prin- 4. Os exaustores, como o da foto a seguir, são suportar ambientes com baixas temperaturas?
dispositivos usados para retirar o ar quente de
cipal processo de transferência de calor um ambiente. Embora eles não sejam movidos 9. Nos dias frios, é comum sermos orientados
nessa situação é a condução. a eletricidade, suas hélices giram constante- a usar roupas grossas, pois elas “esquentam
7. O ar resfriado é mais denso que o ar à mente durante o dia. Descreva esse movimento mais”. As roupas transferem calor para o corpo?
temperatura ambiente, e a maior parte utilizando o conceito de propagação de calor. Explique sua resposta.
dele permanece no interior do equipamen- COMPARTILHAR
I MAKE PHOTO 17/SHUTTERSTOCK
to, que é aberto apenas na parte de cima. 10. Em grupo, elaborem um folheto com exemplos
8. Os blocos de neve não são bons con- de materiais condutores e isolantes apresentan-
dutores de calor. Dessa forma, a tem- do situações em que é desejável usar materiais
peratura no interior do iglu é mantida isolantes por questões de segurança. Utilizem
maior que no exterior. Exaustor recursos visuais como fotos, recortes de revistas
eólico. ou desenhos.
9. Não. Como a roupa não tem nenhum
mecanismo que a faça esquentar, ela 222
está geralmente a uma temperatura me-
nor que a do corpo e, consequentemen-
te, recebe calor dele. Ocorre que tecidos
grossos, como a lã, são bons isolantes Orientações didáticas
térmicos, evitando as trocas de calor do • Após a realização das atividades, é possível retomar as questões da abertura de Unidade e pedir aos
corpo com o meio externo, que está a estudantes que as respondam novamente. Compare as respostas dadas nos dois momentos e verifi-
uma temperatura mais baixa. que o aprendizado deles a fim de identificar possíveis dificuldades em relação aos conceitos traba-
10. Resposta pessoal. Os estudantes po- lhados nos Temas.
dem citar a proteção fornecida por uten-
sílios de cozinha feitos de madeira ou de
plástico, o uso de luvas antitérmicas para
segurar objetos quentes, entre outros. O
trabalho em grupo propicia o desenvol-
vimento da competência geral 9 da
Educação Básica, prevista pela BNCC.
222
Orientações didáticas
• Para essa atividade da seção Explore, é
necessário produzir gelo antecipadamen-
Explore REGISTRE EM SEU CADERNO
te. Para obter a água morna em uma tem-
peratura boa para o experimento, aqueça
determinado volume de água até ferver e
Estudando a agitação térmica misture o mesmo volume de água à tem-
peratura ambiente. O gelo com corante
A construção de hipóteses e modelos para • Corante alimentício ou groselha
alimentício deve flutuar na água; por is-
o calor e a temperatura admite que toda ma- • Congelador
so, algumas substituições podem não ser
téria é formada por partículas em constante • Água gelada
movimento. adequadas.
• Água morna
Nesta atividade, mesmo não sendo possível
Procedimento I Resposta – Explore
visualizar diretamente essas partículas, pode- Ao abordar práticas típicas da investi-
mos inferir o comportamento delas por meio 1. Coloquem a água morna em um dos copos e a
água gelada em outro.
gação científica, como a elaboração de
da dissolução de um corante na água.
hipóteses, o teste e a análise de resultados
Elaborar hipóteses 2. Pinguem uma gota de corante em cada copo.
para confirmar ou refutar hipóteses, essa
3. Analisem atentamente o que ocorre com a gota atividade propicia o desenvolvimento da
1. Considere uma dissolução de um corante em co-
do corante em cada um dos copos com o passar
pos de água em temperaturas diferentes – água
do tempo.
competência específica 2 de Ciências
gelada e água à temperatura ambiente –, como da Natureza para o Ensino Fundamental,
você imagina que o corante vai se comportar Procedimento II
prevista pela BNCC. A resposta da ques-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nessas duas situações? 4. Completem o copinho de plástico com água, tão é pessoal. No Procedimento I, os es-
2. Quando pingamos corante na água, as partículas misturem 5 gotas do corante e levem-no ao
tudantes devem perceber que a veloci-
que o constituem chocam-se constantemente congelador até virar gelo.
com as partículas que constituem a água. Isso
dade de dispersão das gotas na água é
5. Coloquem água à temperatura ambiente em um
ocorre por causa da agitação dessas partículas diferente em cada um dos copos e inferir
copo de vidro.
e garante que o corante se misture à água após que a razão disso está na temperatura
algum tempo. Em dupla, elabore um argumento 6. Coloquem o cubo da água. A explicação deve abordar a
científico, para responder à questão a seguir, de gelo com co-
rante no copo e agitação térmica das moléculas de água.
e apresente-o às demais duplas da turma. O Como na água quente as moléculas têm
argumento deve conter dados, justificativa, analisem o derre-
timento. movimentos mais intensos, o corante se
qualificador e conclusão.
Analisar dispersa mais rapidamente. Na água fria,
• A temperatura influencia a rapidez com que
um corante se mistura à água? em que a agitação das moléculas é menor,
1. Confrontem os resul-
tados obtidos com as o corante se dispersa mais lentamente.
223
223
Orientações didáticas
• A seção Atitudes para a vida permite
relacionar os conceitos ligados aos fenô-
menos térmicos apresentados na Unidade Atitudes para a vida REGISTRE EM SEU CADERNO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gia em residências. Em seguida, mostre os
pontos positivos relacionados à economia
de energia elétrica ao utilizar coletores de RORAIMA AMAPÁ
energia solar, que proporcionam econo- EQUADOR
0°
mia de dinheiro e de recursos naturais.
• Estimule a reflexão sobre os impactos
ambientais e sociais relacionados ao uso AMAZONAS
PARÁ MARANHÃO CEARÁ RIO GRANDE
DO NORTE
excessivo e irrefletido da energia elétri-
PARAÍBA
ca. Discuta com os estudantes algumas PIAUÍ
PERNAMBUCO
ACRE
mudanças de atitudes em hábitos rotinei- ALAGOAS
ções cotidianas. O
NO NE
L
224
224
Respostas – Atitudes para a vida
1. A maior incidência está na Bahia, na
região próxima da fronteira com o Piauí.
Aquecendo a água com a energia do Sol A menor incidência está nos litorais de
Santa Catarina e do Paraná.
O coletor solar é um dispositivo onde pode-se TROCAR IDEIAS SOBRE O TEMA
verificar a transmissão do calor através dos três 1. Em quais regiões podemos observar a maior e
2. O Brasil teria resultados melhores do
processos: condução, convecção e radiação. A a menor incidência solar no Brasil? Cite carac- que os dos países europeus se utilizasse
energia solar que incide por radiação é absor- terísticas marcantes dessas regiões. a energia solar.
vida pelas placas coletoras. Estas transmitem 2. A que conclusão podemos chegar sobre o uso da 3. Ao instalar o coletor solar, o consumo
a parcela absorvida desta energia para a água energia solar no país analisando o primeiro texto? de energia elétrica para o aquecimento
(que circula no interior de suas tubulações
3. Considerando que a vida útil de um coletor de água diminui muito, sendo desneces-
de cobre), sendo que uma pequena parte é
refletida para o ar que envolve a chapa. [...] o
solar é de aproximadamente vinte anos, qual é sário nos meses mais quentes do ano.
o benefício econômico que uma família pode Isso diminui a conta de energia elétrica
coletor será mais eficiente quanto maior for a
ter ao instalá-lo em sua residência? da residência. Os chuveiros elétricos e os
quantidade de energia transmitida para a água.
COMPARTILHAR aquecedores costumam ser responsáveis
O reservatório térmico, ou boiler, é um re-
cipiente termicamente isolado onde a água 4. Em uma democracia, é possível participar de pela maior parte do consumo de energia
aquecida que será consumida posteriormente debates e grupos de trabalho promovidos pelo elétrica das famílias brasileiras.
é armazenada. Este reservatório é mantido governo como forma de contribuir mais direta-
mente com a definição e a implementação de
4. Resposta pessoal. Para auxiliar os
sempre cheio, sendo alimentado por uma caixa estudantes na execução dessa ativida-
de água fria. políticas públicas. Essa participação pode se dar
de, indique sites nos quais eles possam
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Chapa ab
sorvedora
de calor
Isolante té
rmico
Base de
alumínio
Coletores solares instalados em telhado residencial. Representação esquemática dos componentes de um coletor
solar. (Imagem sem escala; cores fantasia.)
COMO EU ME SAÍ?
225
225
Orientações didáticas
• A seção Compreender um texto traz
um artigo de divulgação científica sobre
o conceito de entropia e seu papel na regu- Compreender um texto
lação do fluxo de energia em um ambiente.
• Os conceitos abordados no texto fazem
parte da segunda lei da Termodinâmica, O caos e a ordem
que mostra que, sempre que realizamos A vida em grandes metrópoles – como São Paulo, Tóquio, Nova York e Paris –
alguma atividade, ou seja, sempre que apresenta uma série de vantagens que tornam essas cidades especiais. Nelas
realizamos um esforço, parte dessa ener- encontramos muitos dos atributos que consideramos sinônimos de progresso,
gia é perdida. como facilidades de acesso aos bens de consumo, oportunidades de trabalho,
• Alguns aspectos abordados dentro des- lazer, serviços, educação, saúde etc.
ses conceitos funcionam como base para Por outro lado, em algumas delas, devido à grandiosidade dessas cidades
a próxima Unidade, principalmente para e aos milhões de cidadãos que ali moram, existem muito mais problemas do
Glossário que benefícios. Seus habitantes sabem como são complicados o trânsito, a
os conceitos sobre as máquinas térmicas.
Trabalho: segurança pública, a poluição, os problemas ambientais, a habitação etc. [...]
• Essa seção permite o desenvolvimen- grandeza física A tendência de as coisas se desordenarem espontaneamente é uma carac-
to da habilidade EF07CI04 da BNCC, ao que relaciona o terística fundamental da natureza. Para que ocorra a organização, é necessária
abordar o papel do equilíbrio termodinâ- deslocamento
alguma ação que restabeleça a ordem. É o que acontece nas grandes cidades:
de um corpo
mico para a manutenção da vida na Terra. quando este
despoluir um rio, melhorar a condição de vida dos seus habitantes e diminuir a
violência, por exemplo, são tarefas que exigem muito trabalho e não acontecem
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sofre a ação de
uma força. espontaneamente. Se não houver qualquer ação nesse sentido, a tendência é
que prevaleça a desorganização.
[...]
Entropia
A existência da ordem/desordem está relacionada com uma característica
fundamental da natureza que denominamos entropia. [...]
Para facilitar a compreensão desse conceito, podemos fazer uma analogia
com algo bastante comum: cartas de baralho. Se inicialmente tivermos o ba-
ralho com as cartas organizadas de acordo com a sua sequência e naipes, o
nosso sistema (baralho) conterá um certo grau de informação. Rapidamente
descobrimos qual é a regra que está organizando as cartas.
Por outro lado, quando embaralhamos as cartas, bastam apenas alguns movi-
mentos para que a sequência inicial seja desfeita, ou seja, as cartas ficam mais
desorganizadas. Para recolocá-las na ordem inicial, necessitaremos de muito
mais informações a respeito da posição da carta (teremos que descobrir onde
está o 5 de copas para colocá-lo após o 4 de copas). As cartas embaralhadas
apresentam, então, uma entropia maior do que a das cartas organizadas.
226
226
Respostas – Compreender
um texto
1. Resposta pessoal. Como pontos posi-
A tendência do aumento da entropia está relacionada com uma das mais tivos, podem-se destacar: facilidade de
importantes leis da física: a segunda lei da termodinâmica. Essa lei mostra que,
acesso aos bens de consumo, oportuni-
toda vez que realizamos algum trabalho, parte da energia empregada é perdida
para o ambiente, ou seja, não se transforma em trabalho útil. Ao organizarmos dades de trabalho, lazer, serviços, educa-
as cartas, gastamos energia e, consequentemente, liberamos algum calor para o ção e saúde. E como pontos negativos:
meio ambiente. A energia liberada ajudará a desorganizar as [partículas do] ar ao trânsito, falta de segurança pública, po-
nosso redor, aumentando a entropia ao nosso redor. Dessa forma, para diminuir luição, problemas ambientais e dificulda-
a entropia de um determinado lugar é necessário aumentar a entropia em outro. des relativas à habitação.
Embate constante 2. Dotar um sistema de informação orde-
[...] nada significa diminuir sua entropia. Para
A entropia nos mostra que a ordem que encontramos na natureza é fruto da isso ocorrer, é preciso realizar trabalho
ação de forças fundamentais que, ao interagirem com a matéria, permitem que sobre o sistema e, nesse processo, parte
esta se organize. Desde a formação do nosso planeta, há cerca de cinco bilhões de da energia empregada é dissipada e não
anos, a vida somente conseguiu se desenvolver à custa de transformar a energia se transforma em trabalho útil. Para colo-
recebida pelo Sol em uma forma útil, ou seja, capaz de manter a organização.
car as cartas em ordem, é preciso realizar
Para tal, pagamos um preço alto: grande parte dessa energia é perdida, princi- trabalho sobre elas: gastamos energia e
palmente na forma de calor. Dessa forma, para que existamos, pagamos o preço
de aumentar a desorganização do nosso planeta. Quando o Sol não puder mais
liberamos calor para o meio ambiente,
que não é utilizado como trabalho útil.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fornecer essa energia, dentro de mais cinco bilhões de anos, não existirá mais vida
na Terra. Com certeza a espécie humana já terá sido extinta muito antes disso. 3. A entropia varia de acordo com a
[...] quantidade de calor recebida/cedida
Fonte: Texto adaptado de OLIVEIRA, A. O caos e a ordem. Ciência Hoje Online, 18 ago. 2006. pelo sistema. Se o sistema recebe calor,
Disponível em: http://cienciahoje.org.br/coluna/o-caos-e-a-ordem/. Acesso em: 14 jun. 2022. a entropia aumenta; se o sistema cede
Como o autor cita no texto, a existência da vida na Terra provoca o aumento da calor, a entropia diminui; se não há troca
entropia do Universo. Essa situação também ocorre quando usamos vários objetos de calor, a entropia se mantém.
e equipamentos no dia a dia. Por exemplo, os eletrodomésticos que utilizamos não 4. A vida na Terra conseguiu se desen-
conseguem aproveitar toda a energia que vem da rede elétrica. Isso pode ser cons- volver ao transformar a energia recebida
tatado quando verificamos que existem partes desses aparelhos que se aquecem
durante o funcionamento. Esse aquecimento provoca a liberação de calor para o pelo Sol em uma forma “útil”, ou seja,
ambiente e, como consequência, o aumento da entropia. sempre construindo uma organização.
5. A entropia de uma grande cidade sem-
pre tende a aumentar e, para mantê-la
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
organizada, é necessário muito trabalho,
OBTER INFORMAÇÕES como despoluir rios, melhorar a condi-
1. No primeiro e no segundo parágrafos, o texto traz alguns pontos positivos e negativos ção de vida dos seus habitantes, diminuir
quanto a morar nas grandes cidades. Considerando sua experiência, você concorda a violência, adequar o tráfego de veículos
com o autor? Por quê? motorizados, entre outros.
2. Como ocorre a ordenação de um sistema? Como isso é exemplificado pelas cartas do 6. Um sistema estará em desequilíbrio
baralho?
termodinâmico (entropia elevada) quan-
3. Como calor e entropia se relacionam? do ocorrer troca de energia, ou seja, um
4. Como o texto explica a manutenção da vida na Terra por meio da entropia? fluxo de energia entre os seus compo-
INTERPRETAR nentes. Em uma cadeia alimentar, por
5. Como você entende a associação que o autor faz entre a entropia e os problemas das exemplo, a energia solar é convertida
grandes cidades? em energia química passada de um ser
REFLETIR vivo para outro, e assim sucessivamente.
6. Pensando na transferência de matéria e energia que ocorre em uma cadeia alimentar, A transformação de uma forma de ener-
comente a variação da entropia no sistema. gia em outra e a perda de energia para o
meio em forma de calor resulta em um
fluxo de energia. Com base nesse racio-
227 cínio, é possível chegar à conclusão de
que, para que haja vida, é preciso exis-
tir um desequilíbrio termodinâmico, ou
seja, a entropia é elevada.
227
Objetivos da Unidade
• Compreender o funcionamento, as
aplicações e a importância das máqui-
nas simples.
Máquinas simples
8
• Diferenciar as máquinas simples das UNIDADE
UNIDADE
e máquinas
máquinas complexas.
• Propor soluções para situações cotidia-
térmicas
nas que envolvem a aplicação de forças e
o uso das máquinas simples.
• Construir equipamento composto de
máquinas simples, avaliando sua ade-
quação.
• Identificar os diferentes tipos de má-
quina térmica. Uma sociedade
• Relacionar o funcionamento das tur- de homens e Conheça o exoesqueleto que ajudou um jovem com deficiência
a dar o primeiro chute da Copa do Mundo de 2014
binas a vapor com a geração de energia
elétrica em uma central termoelétrica.
máquinas?
Touca com eletrodos capta sinais
• Conhecer os componentes de um motor Ao longo do tempo, os seres hu- elétricos emitidos pelo cérebro
a combustão e seu funcionamento. manos foram desenvolvendo di-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Reconhecer os impactos econômicos, ferentes tipos de máquina para Sinais são
sociais e ambientais associados ao pro- auxiliá-los nas tarefas cotidianas. transmitidos para
um computador
cesso de mecanização. As primeiras máquinas consistiam que fica nas
• Analisar historicamente o uso das má- em algum tipo de instrumento ca- costas do robô,
em um tipo de
quinas, entendendo-as como uma revo- paz de realizar apenas um tipo de mochila
lução tecnológica. movimento, como cortar, levantar,
empurrar ou girar. Computador
• Avaliar os impactos do uso indiscrimi- decodifica sinais
nado dos combustíveis fósseis, reconhe- Há quem diga que as máquinas cerebrais e envia as
ordens de movimento
cendo a importância do desenvolvimento vão substituir os humanos nos ao exoesqueleto, que
de formas alternativas e sustentáveis de postos de trabalho. Mas a tecnolo- passa a se locomover
228
Orientações didáticas
• Nesta Unidade, o estudo das máqui-
nas presentes no cotidiano introduzirá
Começando a Unidade a aprendizagem dos conceitos de força
para movimentar um corpo (máquinas
1. De que maneira as máquinas são usadas no seu dia a dia?
Cite exemplos dessas máquinas. simples) e de conservação de energia
2. Como você imagina que o trabalho realizado pelas máqui- (máquinas térmicas).
nas que você citou na questão anterior era executado há • A primeira imagem da abertura traz
cem anos? Na sua opinião, as máquinas ajudam os seres
humanos a viver melhor? Por quê? uma situação bastante nova. Embora se-
3. Você já deve ter se deparado com expressões do tipo “é jam tecnologias ainda não presentes no
preciso fazer mais força!”. Reflita sobre o que expressões cotidiano, elas já povoam o imaginário
como essa querem dizer e, com base em suas experiên-
cias e seus conhecimentos, tente definir o conceito força dos estudantes. Investigue que conheci-
do ponto de vista científico. mento eles têm sobre o assunto e sobre
4. Para você, faz sentido classificar as máquinas como boas o conceito de força. Na segunda imagem,
ou ruins? Ou seria mais apropriado avaliá-las em função
de sua eficiência e adequação para realizar uma tarefa? questione sobre como essa máquina aju-
Discuta com os colegas suas ideias, apresentando argu- da na aplicação ou na ampliação da força
mentos e contra-argumentos.
aplicada por uma pessoa.
• Proponha a reflexão sobre substituição
do ser humano por máquinas, comparando
com a situação das imagens da abertura.
Promova uma discussão sobre o papel das
formações escolar e profissional para a
especialização e recolocação profissional.
Utilize o texto indicado em Sugestão de
recurso complementar para embasar a
discussão.
Sugestão de recurso
complementar
Artigo
MARCONDES, P. As máquinas vão rou-
Por que estudar esta Unidade? bar nossos empregos. Meio & mensa-
Embora seu uso pela humanidade seja muito antigo e até
gem, 16 set. 2015.
intuitivo, o funcionamento das máquinas simples e das má- O artigo apresenta uma reflexão sobre
quinas térmicas envolve conceitos importantes, que são mais
bem compreendidos com o seu estudo científico. O estudo de a substituição do trabalho humano pelo
algumas máquinas simples permite entender a ação de uma trabalho dos robôs e da inteligência arti-
força para movimentar um corpo, por exemplo. Ao estudar as ficial, principalmente em atividades não
máquinas térmicas, você compreenderá conceitos como o da
conservação de energia, que é fundamental na compreensão de associadas a rotina e repetições.
fenômenos relacionados a diversas áreas, como a Engenharia, a
Física e a Química. Compreender a Ciência e as suas aplicações
Disponível em: https://www.
é importante para o exercício da cidadania em uma sociedade meioemensagem.com.br/home/
tecnológica como a que vivemos atualmente. marketing/2015/09/16/primeiro-as-m-
quinas-v-o-roubar-nossos-empregos.
html. Acesso em: 26 jun. 2022.
JANIECBROS/GETTY IMAGES
229
229
Orientações didáticas
• Inicie o trabalho com o Tema 1 pergun-
tando aos estudantes como eles podem
definir o que é força e solicitando que
apresentem exemplos de situações nas
TEMA
1
quais há aplicação de forças.
• Por meio das respostas dos estudan-
tes e dos exemplos fornecidos por eles,
defina força como uma ação que modi- Máquinas
fica o estado de movimento de um cor-
po. Solicite que, nos exemplos dados, eles
identifiquem essas situações. Em segui-
da, explore com os estudantes as imagens Uma máquina pode Força
presentes neste Tema, verificando se eles ser definida como Em Física, força é uma ação que modifica o estado de movimento
reconhecem todos os exemplos de má- um dispositivo que de um corpo ou objeto. A aplicação de uma força, indicada por F ⃗,
quinas apresentados. Nesse momento, permite modificar pode alterar a velocidade de um corpo: por exemplo, colocando em
diferencie máquina simples de máquina a intensidade, movimento um corpo que esteja parado ou fazendo com que um
complexa, mostrando a relação entre elas. a direção ou a corpo que esteja em movimento pare.
Em seguida, peça a eles que apresentem distância em que Para entender como uma força afeta o movimento de um corpo ou
uma força atua de objeto, é necessário saber sua intensidade, sua direção e seu sentido,
algumas situações cotidianas nas quais es- características que podem ser representadas graficamente por uma
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sas máquinas são utilizadas, como chave modo a nos auxiliar
seta denominada vetor.
de roda na troca do pneu de carro ou de na realização de
No levantamento de peso, os atletas erguem halteres do chão até
um simples abridor de latas. algumas tarefas. acima de sua cabeça. Durante a prática desse esporte, o halterofilista
• O livro do estudante apresenta uma exerce uma força sobre a barra e os halteres para erguê-los.
breve noção sobre vetores. Embora não A intensidade dessa força é uma medida do esforço utilizado para
haja pretensão em um trabalho aprofun- erguer o conjunto (halteres e barra), e a direção é uma linha imaginária
dado, é necessária a atenção às três ca- sobre a qual o objeto se movimenta. No levantamento dos halteres
Glossário
racterísticas fundamentais de um vetor: visto na imagem a seguir, a direção é vertical, e o sentido indica
Halteres: pesos fixos nas para que lado sobre a linha da direção o corpo se desloca. Logo, para
módulo, direção e sentido. Dê foco ao ca- extremidades de uma barra. levantar os halteres, o sentido da força é de baixo para cima.
ráter vetorial da grandeza força e ressalte
que o módulo de uma força é a intensi- 4 4
F F
dade dessa força, em geral, expressa em
newtons (N).
230
230
Orientações didáticas
• Apresente algumas ideias e conceitos
sobre força de atrito. Para isso, contex-
Força de atrito tualize com exemplos do cotidiano dos
A força de atrito é a força que se opõe ao movimento entre duas su-
estudantes: faça comparações entre des-
perfícies que estão em contato. Ela tem a mesma direção, mas sentido cer uma rampa seca e uma molhada ou
contrário ao movimento, e sua intensidade depende das características entre diferentes tipos de revestimento no
das superfícies em contato, sendo geralmente maior entre superfícies chão. Para complementar essa atividade,
irregulares do que entre superfícies mais lisas. Assim, quanto maior o é possível solicitar que eles representem,
atrito, maior deve ser a força aplicada para mover um corpo ou objeto. por meio de esquemas, as situações dis-
O atrito é importante para andarmos, mas pode causar dificulda- cutidas inserindo as forças aplicadas em
des quando precisamos movimentar objetos pesados sobre algumas cada situação.
superfícies.
• Se julgar pertinente, comente a diferen-
Vamos analisar a figura a seguir. Ao tocar o solo, o pé do corredor
aplica uma força que o impulsiona para a frente. A força de atrito
ça entre atrito estático (que atua quando
entre a sola do tênis e o chão, que possui sentido contrário ao da não há deslizamento dos corpos) e atri-
força exercida pelo atleta, impede que o seu pé escorregue. Para to dinâmico (que atua quando há desli-
conseguir correr, a intensidade da força feita pelo atleta tem que zamento dos corpos), sem mencionar os
ser maior que a da força de atrito. nomes. O importante, nesse momento,
é apresentar aos estudantes que o atrito
Forças agindo no pé do atleta pode ser o responsável tanto pelo movi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
231
231
Orientações didáticas
• Analise a ilustração “Forças no sistema
martelo-prego”, chamando a atenção
dos estudantes para o vetores que repre- dispositivos formados por duas ou mais máquinas simples trabalhando
sentam as forças presentes na situação. juntas. Elas também podem conter partes de diversas origens tecno-
Mostre que a intensidade da força aplica- lógicas, como componentes eletrônicos e analógicos. Uma bicicleta,
da pela pessoa é menor que a força que apesar de em geral não ter um sistema eletrônico, é uma máquina
o martelo exerce sobre o prego ao arran- complexa, pois combina diferentes máquinas simples, como os pedais
e as engrenagens que formam o sistema de transmissão. Um guindaste
cá-lo, por isso o vetor que a representa é é uma máquina complexa que combina máquinas simples e compo-
menor. Explique que as forças possuem nentes eletrônicos.
intensidades diferentes, e isso é eviden-
ciado pela diferença de tamanho das se-
GAJUS/SHUTTERSTOCK
SLAWOMIR KRUZ/SHUTTERSTOCK
JUPITERIMAGES/GETTY IMAGES
A B C
tas. Comente também que a direção e o
sentido das forças serão os mesmos du-
rante todo o movimento de extração do
prego da madeira.
• No De olho no tema, os estudantes
podem refletir sobre os conhecimentos
construídos e sobre as características da
utilização de máquinas em suas tarefas
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cotidianas, de modo a trabalhar parcial-
mente a habilidade EF07CI01.
Respostas – De olho no tema
1. Na situação da imagem A, a força é (A) O alicate aumenta a intensidade
aplicada no cabo do alicate e é transferi- da força aplicada pelo usuário sobre Fazemos uma máquina simples fun- Forças no sistema
da para a região do alicate que corta o fio.
o objeto. (B) O movimento que a cionar quando aplicamos nela uma força. martelo-prego
pessoa precisa fazer com os braços Por exemplo, ao usar um martelo para
Em B, a força aplicada no cabo do ancinho
arrasta as folhas. Em C, a força aplicada força que o praticante de atividade sidade, direção e sentido. O martelo, F1
na corda é transferida para o peso. Todos física precisa aplicar para levantar além de aumentar a intensidade da
os pesos do equipamento.
esses equipamentos são exemplos de má- força aplicada sobre o seu cabo, transfere
quinas simples (alavancas e polias). a ação da força aplicada para o ponto de
2. Um abridor de garrafas atua aumentan- contato com o prego. 4
Glossário F2
do a intensidade da força aplicada para
Ancinho: ferramenta agrícola
abrir a garrafa. constituída por uma travessa
dentada presa a um cabo,
própria para arrastar palha, F1⃗ indica a força feita para mover o
feno, folhas etc. cabo do martelo, e F2⃗ é a força que
o martelo exerce sobre o prego.
Fonte: SERWAY, R. A. College
Physics. Boston: Cengage
Learning, 2012.
De olho no tema
1. Os equipamentos representados nas imagens A, B e C anteriores são
máquinas simples ou complexas? Justifique.
2. Um abridor de garrafas é uma máquina simples. Ele atua aumentando a
intensidade da força aplicada, alterando a distância em que a força age ou
mudando sua direção?
232
232
Orientações didáticas
• Durante o desenvolvimento do Tema 2,
comente sobre a vantagem mecânica da
utilização das alavancas. Apresente-as
como um objeto rígido que é usado com
TEMA
X
2
um ponto de apoio fixo e que possibilita
erguer outros objetos usando uma força
Alavancas
menor do que a força usada sem a ala-
vanca, uma vez que a força aplicada so-
bre ela (força potente) é aumentada. Ao
longo do trabalho, solicite aos estudantes
que citem alguns exemplos cotidianos de
Como funcionam as alavancas As alavancas são uso de alavancas, explicando suas fun-
Uma alavanca é, em geral, um objeto rígido – uma barra, por exem- máquinas simples cionalidades.
plo – dotado de um ponto fixo adequado, também chamado ponto amplamente • A seção Vamos fazer, ao final desse
de apoio, que é usado para aumentar a força aplicada a outro objeto. usadas no Tema, propõe a montagem de uma ala-
O princípio de funcionamento das alavancas foi formalizado na An- nosso cotidiano vanca, a verificação de forma prática do
tiguidade pelo matemático grego Arquimedes (c. 287 a.C.-212 a.C.). para alterar a seu funcionamento e a percepção das
Na figura a seguir, uma pessoa usa uma alavanca para erguer intensidade da vantagens mecânicas do seu uso. Você
uma pedra. Uma das extremidades da barra que compõe a alavanca força aplicada.
está sob a pedra. Quando uma força para baixo é aplicada na outra
pode propor a realização das atividades
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
extremidade da barra, a pedra é empurrada para cima. O local da dessa seção antes de trabalhar este Tema
alavanca em que a força é aplicada é chamado ponto de ação, e a com os estudantes, levantando os conhe-
força aplicada é chamada força potente. O local em que é aplicada a cimentos prévios e despertando a curiosi-
força que ergue a pedra é o ponto de resistência, e a força aplicada dade deles sobre o assunto, por meio de
é chamada força resistente. A alavanca possibilita o aumento da procedimentos de investigação e possi-
força aplicada e transfere a força do ponto de aplicação para o ponto bilitando o desenvolvimento da compe-
de resistência; assim, a tarefa de erguer a pedra fica mais fácil. tência geral 2 da Educação Básica e da
Os elementos importantes para o funcionamento da alavanca são competência específica 2 de Ciências
as distâncias entre os pontos em que agem a força potente, a força
da Natureza para o Ensino Fundamental,
resistente e o ponto de apoio. Para funcionar, a força que a alavanca
exerce sobre o corpo deve ser maior que a força resistente. previstas pela BNCC.
Força exercida
pela alavanca
sobre a pedra
Força
potente
Ponto de Representação esquemática
apoio de uma alavanca utilizada para
levantar uma pedra. (Imagem
sem escala; cores-fantasia.)
233
233
Orientações didáticas
• Ao mostrar as particularidades de ca-
da tipo de alavanca, procure dar exem-
plos comuns do dia a dia dos estudantes, Tipos de alavanca
pedindo a eles que sempre indiquem on-
de se localizam o ponto de ação, a for- As alavancas são classificadas em três tipos, de acordo com as
posições do ponto de apoio e dos pontos de ação das forças potente
ça potente, o ponto de apoio e a força e resistente.
resistente. Se julgar necessário, elabore
um esquema na lousa, representando o Alavanca interfixa
exemplo dado e indicando esses pontos.
Na alavanca interfixa, o ponto de apoio está entre os pontos de
• Complemente a abordagem orientan- ação das forças potente e resistente.
do os estudantes a montar uma alavanca
em sala de aula usando objetos simples Forças em alavancas interfixas
do material escolar, como borracha, ré-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
fixas fornecidos no livro do estudante, é
possível citar outros, como a tesoura e a
balança de dois braços.
• Para trabalhar o assunto utilizando uma Força potente Força resistente
metodologia ativa, proponha que em gru-
pos de quatro, os estudantes leiam o texto B Força exercida pela
alavanca sobre o corpo
sobre os tipos de alavanca e pesquisem
imagens e situações cotidianas nas quais
elas são utilizadas. Cada grupo deve apre-
sentar sua pesquisa para os colegas de
turma, explicando o funcionamento e as
aplicações das alavancas nos contextos Ponto
de apoio
selecionados. Depois das apresentações,
realize o fechamento do trabalho tirando
as dúvidas remanescentes. Para finalizar, Força
resistente
peça que individualmente, no caderno ou
utilizando uma ferramenta digital, os es-
tudantes elaborem mapas conceituais so-
Força potente
bre as alavancas.
Representação esquemática de (A) alavanca interfixa. (B) A gangorra é um
exemplo de alavanca interfixa. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)
234
234
Orientações didáticas
• Em relação às alavancas inter-resisten-
tes, cite o quebra-nozes e o abridor de
Alavanca inter-resistente garrafas. Para enriquecer o trabalho, leve
Na alavanca inter-resistente, o ponto de aplicação da força resistente
para a sala de aula esses instrumentos e
fica entre os pontos de apoio e de ação da força potente. mostre como são usados.
Uma alavanca inter-resistente permite que o objeto seja levantado a • O tema máquinas simples possibilita
uma altura menor em relação ao ponto em que a força potente é aplicada. abordagem interdisciplinar com o com-
O esforço feito para erguer um objeto com uma alavanca inter- ponente curricular História, explorando
-resistente será menor se esse objeto estiver perto do ponto fixo. Essas o uso desses instrumentos nas grandes
alavancas, diferentemente das interfixas, não mudam a direção nem o construções da Antiguidade, como as
sentido da força aplicada. pirâmides maias ou as do Egito. Ques-
tione os estudantes sobre como os gran-
Forças em alavancas inter-resistentes
des blocos de pedra eram deslocados e
Ponto
de
apoio
Ponto de
Força resistente apoio
235
235
Orientações didáticas
• Converse com os estudantes sobre as
diversas alavancas que temos em nosso
corpo. Elas são principalmente do tipo in- Alavanca interpotente
terfixas e interpotentes e atuam na reali- Uma alavanca é interpotente quando a força potente é aplicada en-
zação de movimentos e na manutenção tre o ponto de resistência e o ponto de apoio. A distância entre o ponto
da postura adequada do corpo humano. de resistência e o ponto de apoio é maior que a distância entre o ponto de
Solicite aos estudantes que citem exem- ação da força potente e o ponto de apoio. Uma vantagem dessas
plos e expliquem as funções das alavan- alavancas é que elas são capazes de erguer um objeto a uma altura
cas presentes no corpo humano, sempre maior que a altura do ponto no qual a força é aplicada.
indicando os pontos de apoio, de ação e Nessas alavancas, quanto mais próximo o ponto de ação estiver
de resistência. do ponto de resistência, menor será o esforço. Assim como nas ala-
vancas inter-resistentes, a direção e o sentido da força que a alavanca
• Se houver disponibilidade de tempo e
interpotente exerce sobre o corpo são os mesmos da força potente.
de material, proponha a verificação prá-
tica da atividade 2 do De olho no tema, Forças em alavancas interpotentes
de modo que os estudantes vivenciem o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Força
potente
Ponto
Força
de apoio
resistente
B
Força exercida pela
alavanca sobre o corpo
Força Força
potente resistente
Representação esquemática
de (A) alavanca interpotente.
(B) Uma vara de pescar é uma
alavanca interpotente. (Imagens
Ponto
sem escala; cores-fantasia.)
de apoio
Fonte: ZITZEWITZ, P. W.
et al. Physics: principles
and problems. Ohio: Glencoe/
McGraw-Hill, 2009.
De olho no tema
1. Nossos músculos, ossos e articulações funcionam como alavancas. Que
tipo de alavanca o movimento de suspender o corpo na ponta dos pés
representa?
2. Qual deve ser a posição do ponto de apoio de uma alavanca interfixa para
levantar um objeto o mais alto possível?
236
236
Orientações didáticas
• A atividade proposta na seção Vamos
fazer possibilita aos estudantes verificar de
forma prática o funcionamento das alavan-
Vamos fazer REGISTRE EM SEU CADERNO
cas e perceber as vantagens mecânicas do
Quais são os princípios de funcionamento de uma alavanca? seu uso no dia a dia. Além disso, eles podem
fazer relações entre as forças potente e re-
Material
sistente sobre um ponto de apoio.
• Fita adesiva • Dois copos de plástico descartáveis
• Oriente-os a levantar hipóteses sobre
• Cola • 20 moedas de 5 ou 10 centavos o que acontecerá no experimento antes
• Etiqueta • Um prendedor de papel grande de iniciá-lo. Essa atividade prática envol-
• Uma régua de 30 cm de comprimento sem os braços móveis ve a verificação e o registro cuidadoso,
Procedimento bem como análise que não admite res-
1. Escreva “Força potente” em uma etiqueta e “Força resistente” em outra. posta meramente opinativa ou intuitiva.
Ao final dessa atividade, retome as hipó-
2. Fixe uma etiqueta em cada um dos copos des-
cartáveis. teses iniciais para análise e discussão. Ao
abordar algumas práticas de investiga-
3. Use a fita adesiva para fixar um copo sobre
cada uma das extremidades da régua. ção científica, essa atividade permite o
Ponto de apoio feito desenvolvimento da competência es-
4. Use a fita adesiva para fixar o prendedor de com prendedor de
papel na mesa, pois este será o nosso ponto
pecífica 2 de Ciências da Natureza para o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Força
potente
Força
resistente
A régua funciona como
uma alavanca. (Imagem
sem escala; cores-fantasia.)
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237
Orientações didáticas
• A máquina simples trabalhada no
Tema 3 é o plano inclinado e suas varian-
tes. Solicite aos estudantes que mencio-
nem situações cotidianas em que esses
TEMA
X
3
tipos de máquina são utilizados. É impor-
tante que eles percebam que os planos
Plano inclinado
inclinados são usados para levar objetos
pesados a um local mais alto, exigindo
menor esforço.
• Caso a atividade interdisciplinar pro-
posta no Tema 2 tenha sido realizada,
Um dos modelos de máquina simples mais básicos é o plano
retome-a nesse momento e sugira aos O plano inclinado
inclinado. Ele existe na natureza e já era usado antes mesmo que se
estudantes que a complementem com pode ser usado estudasse e compreendesse seu funcionamento. Registros feitos há
os aspectos relativos ao uso do plano in- para levar um mais de 4 600 anos mostram o uso do plano inclinado na construção
clinado nas construções, na Antiguidade. objeto a um local das pirâmides no Egito. Esse objeto passou a ser considerado uma
Dessa forma, oportuniza-se o desenvol- mais alto com máquina simples e a ter seus princípios científicos estudados siste-
vimento da competência geral 1 da menos esforço. maticamente pelo italiano Galileu Galilei (1564-1642).
Educação Básica e da competência es- O plano inclinado mais simples possível é formado por uma única
pecífica 1 de Ciências da Natureza para peça e não apresenta nenhuma parte móvel. Trata-se de uma superfície
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o Ensino Fundamental, ambas previstas plana, rígida e elevada em uma de suas extremidades.
O plano inclinado pode ser usado para
PFE/GETTY IMAGES
pela BNCC, associadas à compreensão
levar um objeto de um lugar mais baixo
de que o conhecimento científico é pro- para um lugar mais alto, e vice-versa. Ao
visório, cultural e histórico. Além disso, a utilizá-lo, a força aplicada para mover
proposta possibilita que se desenvolva, um corpo é menor. Porém, é necessário
parcialmente, a habilidade EF07CI01. aplicá-la por uma distância maior. A
• Comente o uso de rampas de acesso força que uma pessoa faz para mover
para deficientes físicos em todos os tipos um objeto sobre um plano inclinado é
de estabelecimento, públicos ou particu- dividida entre essa pessoa e o próprio
Essas estradas são planos
plano inclinado. Quanto menor for a sua
lares. Aproveite para discutir e valorizar inclinados que cortam as
inclinação, maior será o comprimento
encostas das montanhas,
atitudes de promoção da acessibilidade, reduzindo a força que deve ser do plano e menor será a intensidade da
propondo reflexão sobre as condições da aplicada para atingir o seu topo. força necessária para mover um objeto
escola e do município em que ela está lo- (Montanha Tianmen, China.) para um lugar mais elevado.
calizada. Com base no que foi discutido, é
possível sugerir aos estudantes uma aná- Comparação de forças aplicadas para erguer uma caixa
lise detalhada da estrutura física da escola
238
238
Orientações didáticas
• Aborde a forma geométrica dos planos
inclinados e a relação com sua aplicação
Cunha Forças no sistema de forma interdisciplinar, envolvendo o(a)
cunha-madeira professor(a) de Matemática.
A cunha é formada por dois planos inclinados, tem forma trian-
gular e extremidade afiada. Quando empurrada em uma direção, ela
Força aplicada • Caso julgue oportuno e ainda não te-
transmite forças perpendiculares às superfícies inclinadas. A cunha nha sido explorada, realize a atividade
costuma ser usada para cortar ou separar objetos. proposta na seção Vamos fazer antes de
A intensidade da força a ser aplicada solicitar aos estudantes que realizem a
ZIVICA KERKEZ/SHUTTERSTOCK
para cortar um objeto, como um pedaço leitura do tópico “Parafuso”. Desse modo,
de madeira, depende da extremidade eles poderão refletir sobre essa máquina
da cunha. Se o ângulo entre as duas F
4
F
4
simples, levantando hipóteses e a testando,
superfícies inclinadas for grande, a for- antes da leitura do texto que sistematiza
ça aplicada para cortar será maior do esse conhecimento.
que usando uma cunha com ângulo
menor. Ou seja, quanto mais fina for a
extremidade da cunha, menor o esforço
necessário para cortar algo. A cunha converte a força aplicada
A talhadeira e o machado são exem- em forças perpendiculares às
A lâmina de uma talhadeira atua superfícies inclinadas. (Imagem
como uma cunha, alterando a
plos de máquinas complexas compostas sem escala; cores-fantasia.)
direção da força aplicada ao cabo de duas máquinas simples: uma cunha
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e tirando lascas do objeto. (lâmina) e uma alavanca (cabo). Fonte: ZITZEWITZ, P. W. et al.
Physics: principles and
Cilindro
Plano
inclinado Representação esquemática
de um plano inclinado
enrolado em um cilindro. Esse
mecanismo forma o parafuso,
uma máquina simples. (Imagem
sem escala; cores-fantasia.)
Fonte: ZITZEWITZ, P. W. et al. Physics: principles and
problems. Ohio: Glencoe/McGraw-Hill, 2009.
DIANA CRACIUN/500PX/
GETTY IMAGES
A B
De olho no tema
(A) Os soquetes de lâmpadas e
(B) o gargalo de alguns potes Quais são as utilidades do
de conserva são parafusos plano inclinado?
Soquete adaptados.
239
239
Respostas – Atividades
1. a) Alavanca. b) Parafuso. c) Plano incli-
nado.
2. I. Com o objetivo de colocar um guar-
Atividades TEMAS 1 E 3 REGISTRE EM SEU CADERNO
MARK GREENWOOD/IPS/
KELLY/GETTY IMAGES
REX/SHUTTERSTOCK
1. Identifique qual é a máquina simples descrita
JOHN LUND/DREW
sua casa exigisse menor aplicação de
em cada uma das seguintes situações:
força, Paulo resolveu colocar um siste-
a) Usada para levantar ou mover um objeto pe-
ma que permite que a maçaneta fique
sado. É classificada de acordo com a posição
localizada o mais longe possível das do- de seu ponto de apoio e das forças envolvidas.
bradiças da porta.
b) Comumente usada para fixar objetos. Pode
3. A escada é um plano inclinado modi- C D
ser descrita como um plano inclinado enro-
SHUTTERSTOCK
SHUTTERSTOCK
NARISAFOTOSS/
AFRICA STUDIO/
ficado com degraus. O parafuso é usado lado em um cilindro.
para fixar o lustre. A chave de fenda utili- c) Diminui o esforço para levantar um objeto
zada para fixar o parafuso é um exemplo pesado, mas aumenta a distância a que ele
de alavanca. deve ser carregado.
4. Fotos A, C e F: alavanca interfixa. Nesse 2. Leia as frases a seguir e identifique se as si-
tipo de alavanca, o ponto de apoio fica tuações descritas apresentam o uso correto E F
ATSTOCK PRODUCTIONS/
das máquinas simples. Caso não apresentem,
IMAGEBROKER/REX/
entre as forças potente e resistente.
SHUTTERSTOCK
SHUTTERSTOCK
FLORIAN KOPP/
indique o erro e como ele pode ser corrigido.
Fotos D e G: alavanca inter-resistente.
I. Com o objetivo de colocar um guarda-roupas
Nesse modelo de alavanca, a força de re- dentro de um caminhão, João resolveu utilizar
sistência fica entre o ponto de apoio e a uma alavanca.
força potente. II. Para que a abertura das portas em sua casa
Fotos B, E e H: alavanca interpotente. Nes- exigisse menor aplicação de força, Paulo re- G H
JAN_S/SHUTTERSTOCK
se tipo de alavanca, a força potente fica solveu colocar um sistema que permite que a
SHUTTERSTOCK
MAKROBETZ/
entre o ponto de apoio e a força resistente. maçaneta fique localizada no meio da porta.
5. Os cabos são formados pela combina- 3. A imagem mostra
ção de duas alavancas interfixas. O ponto uma pessoa instalan-
de apoio fica no local de junção das duas do um lustre. Identi-
fique cada uma das
alavancas, a força é aplicada nos cabos e máquinas simples que 5. A cavadeira articula-
da de cavadeira de
duas folhas, é uma
ferramenta usada
para abrir buracos
na terra. As chapas
de metal na sua
extremidade têm
Moça instalando dupla função: além
um lustre no teto. de cavar, retiram a
(Imagem sem escala; terra do buraco. Essa
cores-fantasia.) ferramenta é uma
máquina complexa,
ANALISAR
isto é, formada pela
4. Cada uma das imagens a seguir mostra objetos combinação de mais
usados no nosso cotidiano que são exemplos de de uma máquina Cavadeira de duas folhas.
alavancas. Classifique cada objeto como alavan- simples. Identifique
ca interfixa, alavanca interpotente ou alavanca quais são essas máquinas simples e explique
inter-resistente. Justifique suas respostas. como elas são usadas na ferramenta.
240
240
Orientações didáticas
• A atividade proposta da seção Explo-
re possibilita aos estudantes o desenvol-
Explore vimento de habilidades relacionadas ao
pensamento computacional, uma vez
que, para a construção da máquina de
Criando uma máquina maluca Rude Goldberg, é necessário dividir o
Até aqui você pode perceber que as máquinas são utilizadas para problema em partes para solucioná-lo: o
fazer com que tarefas complexas se tornem simples e demandem planejamento, a elaboração de um esbo-
menor esforço. Mas essa não era a proposta do engenheiro e cartu- ço, a definição dos materiais a serem uti-
nista estadunidense Rube Goldberg (1883-1970), criador de máquinas lizados, a montagem, o teste, os ajustes e,
divertidas que, ao contrário do que se espera, realizavam tarefas fáceis por fim, a finalização da proposta.
de forma extremamente complexa. Com muitas articulações, botões, • Auxilie os estudantes ao longo dos
alavancas, roldanas, bolas, correntes e fios, ele montava engenhocas processos de planejamento e constru-
para realizar tarefas simples como desligar um despertador ou espre-
ção, propondo questões que os auxi-
mer uma laranja. Acompanhe um exemplo a seguir. Self-operating napkin liem na reflexão sobre o tipo de material
A engenhoca da imagem propõe o seguinte funcionamento: (traduzido do inglês
Ao levar uma colher de sopa (A) à boca, ela puxa um barbante (B) sa- como “guardanapo e quais máquinas simples podem ser uti-
cudindo uma concha (C), que joga um biscoito (D) em direção a um automático”), Cartum de lizadas em cada uma das etapas. É fun-
Rube Goldberg, 1931. damental que eles planejem, primeiro,
papagaio (E). O papagaio pula
ARCHIVE PL/ALAMY/FOTOARENA
atrás do biscoito e o poleiro a sequência e a escrevam, para depois
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Orientações didáticas
• Inicie o Tema solicitando aos estudan-
tes que movimentem um objeto pesado
na ausência e na presença de rodas e com-
parem o esforço físico feito em cada uma
TEMA
X
4
das situações. É esperado que os estudan-
tes julguem mais fácil movimentar o obje-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que servia para fixá-las em um eixo.
Depois, criou-se a roda com raios (barras que unem o ponto central
da roda ao aro). Essa inovação deixou a roda mais fácil de manobrar,
além de tornar as carruagens e carroças mais velozes. O pneu feito de
borracha e ar comprimido foi inventado no século XIX e é usado até
hoje em automóveis e bicicletas.
Antigas carroças eram fabricadas
WACHIRA WACHARAPATHOM/
GETTY IMAGES
O eixo da roda-
-gigante fica no centro
do equipamento.
(Áustria, 2018.)
242
242
Orientações didáticas
• Para realizar o trabalho com o tópico
polias, é importante separar o funciona-
Polias mento desses dispositivos, considerando
as polias fixas e as polias móveis, mos-
A polia, ou roldana, é uma roda com um sulco por onde passa um trando exemplos de onde são utilizadas,
RAMONESPELT1/DEPOSIT PHOTOS/IMAGEPLUS
cabo, corda ou corrente. Quando esse cabo é puxado, a polia gira em bem como as vantagens que elas forne-
torno de seu eixo. Se uma das pontas do cabo for presa a um objeto, cem durante o levantamento de objetos.
a polia poderá ser usada para levantá-lo ou baixá-lo. Para que isso Um exemplo comum do uso de polias é
aconteça, é necessário aplicar uma força na outra extremidade do cabo. na construção civil, em que materiais são
É possível classificar as polias em dois grupos: fixas, se estiverem puxados de um andar para outro com o
presas a algum suporte ou a uma superfície (como o teto, por exem- uso de um sistema de polias.
plo); e móveis, se estiverem presas ao objeto que será movimentado. • Explicar aos estudantes que muitas ve-
zes, para funcionar de acordo com as ne-
Polia fixa cessidades, uma máquina é composta de
Nesse tipo de máquina simples, a polia fica presa a um suporte ou Polia, ou roldana, com corda
em uma embarcação.
uma associação de polias. Comentar que
superfície localizada acima ou ao lado do objeto que será movido. a invenção desse mecanismo é atribuída
A roda da polia gira quando a corda é puxada, mas a polia em si não a Arquimedes (287 a.C. a 212 a.C.). Conta-
sai do lugar. As polias fixas são usadas para içar a vela de um navio, Glossário -se que Arquimedes, no intuito de mostrar
um balde de água de um poço ou uma bandeira em um mastro, Içar: levantar, erguer, fazer subir.
por exemplo.
ao rei Hieron, a eficiência de um sistema
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Orientações didáticas
• Explique que a polia móvel gira livre-
mente sobre uma corda, e o objeto se
move com ela. Polia móvel
• Em geral, polias fixas não são usadas
Funcionamento de polia
Na polia móvel, ao menos uma das extremidades do cabo é fixada
sozinhas, pois exigiria que a força aplica- em um suporte. O corpo que se deseja mover é preso ao eixo da polia,
móvel
da tivesse direção vertical e sentido para como mostra a figura. Para mover o objeto, é necessário puxar ou soltar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Comente com os estudantes que o sen-
tido de rotação de uma ou mais engrena- Engrenagens
gens dependerá do sentido de giro das
outras engrenagens, e isso acontece de- Engrenagens são formadas por pelo menos duas rodas com dentes
Representação esquemática de
cortados em suas bordas. Essas rodas são acopladas umas às outras.
vido ao acoplamento entre elas. Explique objeto se movimentando usando
uma polia móvel. (Imagem sem Os dentes garantem que a força aplicada a uma engrenagem faça
também que a velocidade das engrena- escala; cores-fantasia.) com que as engrenagens vizinhas girem também, sem escorregar.
gens depende do seu raio. Assim, as en- Se as engrenagens forem de mesmo tamanho, a velocidade dos
Fonte: HEWITT, P. G. Física
grenagens com o mesmo raio sempre conceitual. Porto Alegre: giros será a mesma. Engrenagens são usadas para transmitir força e
possuem a mesma velocidade, mas as de Bookman, 2015. movimento dentro de um sistema.
raios diferentes apresentam velocidades
distintas. Glossário Funcionamento de engrenagens
• As engrenagens costumam fazer par-
244
244
Orientações didáticas
• Converse com os estudantes sobre a
importância das engrenagens na revo-
lução que as máquinas proporcionaram
RYZHOV/DEPOSIT PHOTOS /IMAGEPLUS
245
245
Orientações didáticas
• No Tema 5, são abordados os concei-
tos relacionados à transformação de ener-
gia nas máquinas térmicas, com foco na
transformação de energia térmica em
TEMA
X
5
mecânica. A máquina a vapor é um óti-
mo exemplo para ser apresentado; por
Máquinas térmicas
isso, nesse momento, contextualize utili-
zando imagens e vídeos de locomotivas,
selecionando também aqueles que apre-
sentam a inserção do carvão na fornalha,
como era feito no passado. Outros exem-
plos também podem ser citados, como as As máquinas A transformação de energia
turbinas utilizadas em usinas termoelé- também podem nas máquinas térmicas
tricas para a geração de energia elétrica. ser dispositivos
Para movimentarmos um corpo, é necessário fornecer a ele deter-
Ou, ainda, o funcionamento de uma pane- que transformam
minada quantidade de energia.
la de pressão, em que o vapor de água, ao um tipo de energia
De acordo com o princípio de conservação de energia, a energia
sair pela válvula, a faz girar, transforman- em outro, como as não pode ser criada nem destruída. Porém, ela pode ser transformada
do energia térmica em energia mecânica. máquinas térmicas. e/ou transmitida de um corpo a outro. É possível transformar energia
• Converse com os estudantes sobre os ti- mecânica em energia térmica. O contrário também pode ocorrer,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pos de transformação de energia e como como a transformação de energia térmica em energia mecânica, ge-
elas são importantes para a compreensão rando movimento. Quando a água ferve no interior de uma panela de
dos fenômenos que envolvem o funciona- pressão, o vapor de água, ao sair pela válvula, a faz girar. Nesse caso,
parte da energia térmica das partículas de água é transformada em
mento das máquinas térmicas.
energia mecânica na válvula.
• Comente com os estudantes a impor- As máquinas térmicas são dispositivos capazes de transformar a
tância da utilização da energia térmica no Glossário
energia térmica em energia mecânica. Isso acontece quando parte
processo de evolução das máquinas. Energia mecânica: soma da energia térmica de uma fonte de temperatura elevada é transfe-
da energia associada ao
• Se julgar oportuno, converse com os rida para uma fonte de temperatura mais baixa do que ela. A fonte
movimento de um objeto
estudantes sobre a geração de energia quente pode ser um líquido, ou gás, aquecido geralmente por meio
mais a energia associada
elétrica por meio das termoelétricas e os à posição dele. da queima de um combustível. Já a fonte fria pode ser o ar ou uma
impactos ambientais causados por esse grande quantidade de água fria a que essa máquina tenha acesso.
tipo de usina.
GRANGER/FOTOARENA
MOSAICO FOTOGRAFIA
FABIO YOSHIHITO MATSUURA/
Panela de pressão em
funcionamento. A névoa que
se vê na imagem é resultado da
condensação de gotículas de água;
o vapor de água é invisível.
246
246
Orientações didáticas
• No quadro Saiba Mais!, os estudantes
terão oportunidade de conhecer aspectos
Máquina a vapor históricos sobre a evolução tecnológica
das máquinas, citando alguns profissio-
Como no estado gasoso a água ocupa um volume maior do que no estado nais que contribuíram para esse desen-
líquido, se a água for fervida dentro de um recipiente fechado, o vapor exercerá
uma força nas paredes desse recipiente. A força exercida pelo vapor de água pode
volvimento. Aproveite para ressaltar que
ser usada para fazer um objeto se mover. a Ciência é uma construção coletiva, que
O físico francês naturalizado britânico Denis Papin (1647-1712), além de ter envolve a participação de diversos cien-
inventado a panela de pressão, foi o primeiro cientista a propor a construção de tistas. Abordar o carácter dinâmico da
uma máquina a vapor constituída de um cilindro e um pistão. construção dos conhecimentos científicos
e sua aplicação para o desenvolvimento
Saiba mais! de tecnologia possibilita aos estudan-
A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DO COMBUSTÍVEL DOS TRENS tes o desenvolvimento da habilidade
Em 1804, o engenheiro britânico Richard Trevithick (1771-1833) construiu o primeiro EF07CI05, da competência geral 1
trem a vapor, acoplando o motor a uma caldeira. A caldeira é uma máquina a vapor em da Educação Básica e da competência
que o vapor de água é mantido sob pressão. A criação de Trevithick desenvolveu-se com específica 1 de Ciências da Natureza pa-
base no trabalho de cientistas como Papin e outros inventores de máquinas a vapor. ra o Ensino Fundamental, ambas previs-
Até que pudesse ser usado em larga escala, o trem a vapor ainda passou por vários tas pela BNCC.
aperfeiçoamentos. Desde então, máquinas térmicas são usadas para o transporte de
• Aproveite o trabalho com o quadro
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
passageiros e cargas.
Saiba Mais! e destaque o nome de Irineu
O primeiro trem a vapor no Brasil começou a funcionar em 1854. A Baronesa, como
era chamado esse trem, foi fabricada na Inglaterra e usada na ferrovia construída por Evangelista de Souza, conhecido como
Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889), o Barão de Mauá. Barão de Mauá, que foi o responsável pelo
No final do século XIX, o engenheiro mecânico alemão Rudolf Diesel (1858-1913) in- primeiro trem a vapor do Brasil. Caso jul-
ventou o motor movido a óleo diesel, utilizado por trens a partir da década de 1930. gue pertinente, desenvolva um trabalho
A sua utilização como combustível agrava a poluição do ar, prejudicando a saúde das interdisciplinar com História, pesquisan-
pessoas e intensificando a emissão dos gases do efeito estufa. do as contribuições desse personagem da
Aos poucos, os combustíveis renováveis, que causam menores impactos ambientais, história do Brasil e destacando suas várias
estão substituindo o óleo diesel nos trens de carga e de transporte.
áreas de atuação.
O Trem Verde, usado para o transporte de minério na Estrada de Ferro Vitória-Minas,
é movido a gás natural. A tecnologia que transforma o gás em líquido foi desenvol-
vida no Brasil.
O Coradia iLint, desenvolvido por equipes da Alemanha e da França, é o primeiro trem de
passageiros movido a células de combustível. Nessas células, a eletricidade usada para
mover o trem é obtida pela combinação dos gases oxigênio e hidrogênio. Como não há
queima de combustível, o trem não emite poluentes no ar. CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS
Trem Verde carregado de minério de ferro na Estrada de Ferro Vitória-Minas. (Ipatinga, MG, 2018.)
247
247
Orientações didáticas
• Com os estudantes, analise a ilustração
“Funcionamento da máquina a vapor” e
identifique as etapas envolvidas no seu A figura a seguir mostra como o vapor de água pode ser usado para
Entrando na rede
funcionamento: a queima do combustí- movimentar uma roda em uma máquina.
Na página Física térmica
vel, o aquecimento da água na caldeira
da Universidade Funcionamento da máquina a vapor
que formará o vapor de água em alta pres- Federal do Rio Grande
são e que, consequentemente, moverá o do Sul, disponível em: Pistão
Roda
pistão, gerando movimento. http://www.if.ufrgs.br/
cref/leila/, há vídeos Cilindro
• Muitas termoelétricas, como a locali-
mostrando diferentes
zada na cidade de Caieiras, no estado de máquinas térmicas em
São Paulo, utilizam como combustível o funcionamento. Cada
gás metano, liberado na decomposição vídeo é seguido de links Caldeira
do lixo em aterro sanitário. O metano é que direcionam o leitor
para páginas que discutem Representação esquemática do
um dos gases relacionados ao efeito estu- Água
funcionamento de uma máquina a vapor.
o funcionamento da
fa. Em aterros comuns e não conectados a máquina. Para acessar
(Imagem sem escala; cores-fantasia.)
termoelétricas, o gás metano é geralmen- os vídeos, selecione a Fonte: TOLMASQUIM, M. T. Energia termelétrica:
gás natural, biomassa, carvão, nuclear. Combustível
te queimado, pois é considerado 20 vezes aba Máquinas Térmicas Rio de Janeiro: EPE, 2016.
mais prejudicial ao meio ambiente que o no topo da página e
clique na opção Vídeos. A água contida em um recipiente fechado, chamado caldeira, recebe
gás carbônico. O seu uso na termoelétri-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Acesso em: 21 jun. 2022. a energia térmica proveniente da queima do combustível. Com isso,
ca, embora produza gás carbônico que é
ela sofre um aumento de temperatura e passa para o estado de vapor.
liberado na atmosfera, gera energia elé-
ILUSTRAÇÕES: SELMA CAPARROZ/ARQUIVO DA EDITORA
O vapor de água passa por uma tubulação bastante fina, que au-
trica. Converse com os estudantes sobre
menta a sua pressão, e chega até um cilindro. O pistão, peça móvel
como essa alternativa de geração de ener- que fica dentro do cilindro, é empurrado, enquanto a quantidade de
gia que utiliza gás metano de aterros po- vapor de água aumenta. O cilindro tem uma válvula que, ao ser aber-
de ser uma opção sustentável. ta, deixa o vapor de água sair e, assim, o pistão volta a sua posição
• No Brasil, as usinas termoelétricas ope- inicial. O pistão pode estar conectado às rodas de uma locomotiva,
ram apenas quando os níveis dos reser- por exemplo, então o seu movimento fará com que o trem se mova.
vatórios das hidroelétricas estão baixos. Nas usinas termoelétricas, o calor gerado pela queima de carvão
Porém, há planos de instalação de novas mineral, óleo ou gás natural é usado para aquecer grandes quantida-
des de água. O esquema a seguir mostra como a eletricidade é obtida
usinas para que essa seja uma forma mais
nessas usinas.
constante de geração de energia elétri-
ca no país. Proponha aos estudantes que Funcionamento de uma usina termoelétrica
façam uma pesquisa sobre o assunto, ve-
A fornalha aquece
rificando quais são as condições atuais Rede elétrica 1
a água que está na caldeira.
Caldeira Turbina
das termoelétricas brasileiras, quais são O vapor de água é formado
durante a ebulição.
os planos futuros e quais são os impactos O vapor de água é
2
socioambientais e econômicos da gera- Gerador conduzido até a turbina,
2 de forma a movimentá-la.
ção de energia elétrica por termoelétri- O movimento de rotação
3
cas. Aproveite para discutir a importância da turbina faz o gerador
produzir a eletricidade.
do consumo consciente de energia e es- 3 4
4 A eletricidade é transmitida
timule os estudantes a refletir sobre as para a rede elétrica.
próprias atitudes. Essa proposta de ativi- 1 Depois de transferir parte
5 de sua energia para a
dade oportuniza o desenvolvimento da Representação esquemática das
Fornalha etapas para a obtenção de energia turbina, o vapor de água vai
competência geral 7 da Educação Bá- elétrica em uma usina termoelétrica.
para o condensador, onde é
5 esfriado, e se liquefaz.
sica e da competência específica 8 de (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
A água volta para a caldeira
6
Ciências da Natureza para o Ensino Funda- Fonte: TOLMASQUIM, M. T. Energia onde é novamente
6 aquecida, formando vapor,
mental, além do TCT – Educação para Condensador
termelétrica: gás natural, biomassa,
carvão, nuclear. Rio de Janeiro: EPE, 2016. que volta a percorrer o ciclo.
o Consumo.
248
248
Orientações didáticas
• Converse com os estudantes sobre o
fato de a queima do combustível liberar
Motor a combustão poluentes no ar e os impactos que isso
provoca no ambiente. Se possível, ex-
A energia térmica pode ser obtida por meio da queima de um mate- plique como o meio ambiente é afetado
rial combustível. Se essa combustão for acoplada a um motor, a energia
liberada pode ser aproveitada para fazer as rodas de um veículo girarem,
pelo uso contínuo dos combustíveis fós-
mas a queima de combustível pode liberar gases que poluem o ar. seis pela humanidade e quais são as con-
Dependendo de onde ocorre a queima do combustível, é possível sequências negativas a que já estamos
classificar os motores a combustão em duas categorias. No motor a submetidos, como as alterações nos ci-
combustão externa, a queima ocorre fora do motor. A energia térmica clos de chuva, e que poderemos sofrer a
é obtida pela queima de combustível e transmitida ao motor através das longo prazo. Estimule-os a se posicionar
paredes de uma caldeira. O combustível usado nesses motores é sólido, sobre o assunto e a propor alternativas
como o carvão e a madeira. O trem a vapor usa esse tipo de motor. ao uso desses motores, refletindo sobre
Nos motores a combustão interna, a queima do combustível suas atitudes; é importante que, duran-
ocorre dentro do motor. Esses motores são utilizados, por exemplo, te o debate sobre o tema, os estudantes
em automóveis e geradores elétricos. Os combustíveis para motores
a combustão interna podem ser líquidos ou gases. Entre os combus-
se posicionem e argumentem, de forma
tíveis líquidos, são usados os derivados de petróleo, como a gasolina consciente e com base em conhecimentos
e o óleo diesel, ou os biocombustíveis, que são obtidos de produtos de Ciências da Natureza e de outras áreas
agrícolas, como o álcool de cana-de-açúcar, de milho ou de beterraba. do conhecimento. Atividades como essa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nos motores a combustão interna, a energia liberada pela queima do propiciam o desenvolvimento das com-
combustível é transferida para os pistões, cujo movimento de sobe e desce petências gerais 7 e 10 da Educação
é convertido em movimento circular nas rodas, por exemplo. A figura a Básica e das competências específi-
seguir mostra a estrutura de um cilindro de motor a combustão interna. cas 5 e 8 de Ciências da Natureza para o
Ensino Fundamental, além de contribuí-
Cilindro de um motor a combustão interna
rem para o trabalho com o TCT – Educa-
ADILSON SECCO/ARQUIVO DA EDITORA
249
249
Orientações didáticas
• O Tema 6 apresenta aos estudantes
um enfoque filosófico e histórico sobre
o uso das máquinas pela humanidade,
propiciando a reflexão sobre como essa
TEMA
6
influência permitiu a diminuição do esfor-
ao longo do tempo
disso, aborda a importância das pesquisas
científicas para o desenvolvimento tecno-
lógico e seu constante aperfeiçoamento.
O trabalho com esse tema favorece o de-
senvolvimento da habilidade EF07CI11, As máquinas Máquinas na agricultura
das competências gerais 1 e 2 da Edu- diminuíram o Registros arqueológicos indicam que as máquinas simples são
cação Básica e das competências es- esforço para mover usadas há cerca de 2 milhões de anos. Os seres humanos em certo
pecíficas 1 e 2 de Ciências da Natureza objetos pesados, período pré-histórico usavam pedras lascadas (que funcionam como
para o Ensino Fundamental, além do cultivar a terra cunha) para caçar e cortar alimentos.
TCT – Ciência e Tecnologia. ou se locomover, O desenvolvimento da agricultura ocorreu de maneira independente
• Esse tópico possibilita o trabalho inter- influenciando em épocas e regiões diferentes do planeta. Os primeiros sistemas de
os avanços cultivo e de criação apareceram há menos de 10 mil anos. A agricultura
disciplinar em parceria com o componen-
trouxe novos desafios, entre os quais é possível destacar o preparo do solo,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
te curricular História, propiciando uma tecnológicos da
o plantio das sementes, a irrigação, a colheita e o transporte de alimentos.
reflexão mais ampla sobre os aspectos humanidade.
Os equipamentos desenvolvidos ao longo do tempo para ajudar no
históricos envolvidos no desenvolvimen- trabalho no campo utilizam máquinas simples e suas diversas combi-
to das máquinas, da tecnologia e seus im- nações. A cunha faz parte dos componentes da foice e do machado,
pactos sociais em diferentes épocas. por exemplo. As carroças contam com o sistema de roda e eixo. Já o
• Ao abordar a aplicação de máquinas arado, usado para preparar a terra para receber as sementes, emprega
simples em diversos contextos históri- o princípio da alavanca.
cos, realizar pesquisas e debater sobre o Com o aumento na quantidade de vilas e cidades, surgiram novas
tema, o estudante tem a oportunidade de necessidades e soluções. Trabalhadores especializados, como ferreiros,
pedreiros e carpinteiros, usam máquinas simples e complexas para
desenvolver a habilidade EF07CI01 e a
construir casas, templos, pontes e estradas, por exemplo. Entre os
competência geral 1 da Educação Bá- equipamentos usados, pode-se citar o martelo, que é uma alavanca, e
sica, prevista pela BNCC. a chave de fenda, que é uma cunha e um sistema roda-eixo.
A energia necessária para fazer as primeiras máquinas agrícolas
funcionarem vinha da força física dos trabalhadores e de animais como
o cavalo e o boi.
250
250
Orientações didáticas
• Além das máquinas térmicas, outros
exemplos focados na transformação de
O uso de máquinas térmicas energia podem ser apresentados, como
moinhos de vento, nos quais a energia
Em antigas civilizações, como a egípcia, a romana e a chinesa, a do vento é utilizada para mover grandes
força humana era a mais utilizada para fazer as máquinas funcionarem,
hélices, que convertem a energia eólica
seguida pela força dos animais e de recursos naturais como o vento e
em energia mecânica. As hélices estão co-
a água. Durante a Idade Média, moinhos usavam a energia do vento
ou da água corrente para moer grãos. nectadas por meio de um eixo a instru-
Na virada do século XIX para o século XX, esse quadro começou a se mentos com funções específicas, como a
alterar. A partir de então, teve início o domínio das máquinas a vapor moagem de cereais ou o bombeamento
e, na década de 1950, das máquinas a combustão interna. de água. Atualmente, é possível compa-
O aumento da população mundial ao longo do tempo gerou a neces- rar os antigos moinhos de vento aos avan-
sidade de intensificação da produção de alimentos. Nesse contexto, çados geradores eólicos, utilizados para
cada vez mais as máquinas desempenham um papel fundamental. a geração de eletricidade. Essa aborda-
Em campos de cultivo amplos, máquinas com motores a combustão gem possibilita explorar o TCT – Ciência
interna, como tratores e colheitadeiras, são essenciais para garantir a e Tecnologia.
produtividade das áreas agrícolas. • Caso julgue oportuno, proponha aos
estudantes que, em grupos, construam
Distribuição dos tipos de energia utilizados desde a Antiguidade protótipos de diferentes equipamentos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
251
251
Orientações didáticas
• Proponha o compartilhamento de
conhecimentos sobre os impactos
ambientais e sociais relacionados ao de- Impactos ambientais e
senvolvimento tecnológico. Oriente os es-
tudantes a comentar e refletir a respeito sociais relacionados ao
do uso de diferentes tipos de combustível desenvolvimento tecnológico
e máquinas térmicas ao longo do tempo, A intensificação do uso de combustíveis fósseis, como o carvão
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
machine making establishment in
que utilizamos atualmente, diferencian- Berlin, de Eduard Bierma, 1847. contribuam pouco para o aumento do efeito estufa. Eles também
do formas de energia renováveis de não Óleo sobre tela, 110 cm × 161,5 cm. não contêm impurezas que podem ocasionar o aumento da acidez
renováveis. das chuvas.
• Quanto maior é o desenvolvimento O desenvolvimento da tecnologia tornou as máquinas cada vez
ALEX TAUBER/PULSAR IMAGENS
252
252
Respostas – Atividades
1. a) As duas podem ser feitas do mesmo
de funcionamento da polia móvel se parece para puxar o cabo e levantar o peso? Nos dois tipos de máquina, há um pistão
com qual tipo de alavanca?
b) Qual é a quantidade de cabo que tem que ser que se move dentro de um cilindro.
3. Quais são as semelhanças e as diferenças entre puxada para levantar o corpo a uma altura de
as máquinas a vapor e os motores a combustão dois metros? 4. a) Porque os dentes das engrenagens im-
interna? 6. O que aconteceria em um motor a combustão
pedem que a corrente que transfere o movi-
interna se a vela de ignição não produzisse mento se solte. b) A engrenagem do pedal
ANALISAR
faísca? deve ser menor que a da roda traseira.
4. A correia da bicicleta transmite o movimento
da engrenagem que está conectada ao pedal
7. O desenvolvimento tecnológico gerou gran- 5. a) Quando o corpo é puxado, a inten-
des mudanças no mercado de trabalho com sidade da força é igual à metade do peso
para a engrenagem que está conectada à roda
o surgimento das primeiras máquinas, o que
traseira, fazendo com que a bicicleta se mova do objeto em razão da polia móvel. b) É
trouxe impactos positivos e negativos. Em du-
a cada pedalada. pla, produzam um argumento científico (com preciso puxar quatro metros de cabo, ou
a) Por que as bicicletas usam engrenagens em dados, justificativa e conclusão) para discutir seja, o comprimento do cabo a ser puxa-
vez de polias? esses impactos com as demais duplas da turma. do corresponde ao dobro da distância a
b) Algumas bicicletas apresentam um sistema A ideia é construir coletivamente um melhor que se deseja mover o corpo.
de mudança de marcha que é usado para entendimento sobre o assunto.
mudar o tamanho das duas engrenagens que
6. Não haveria a queima de combustível
COMPARTILHAR
são conectadas pela corrente. Para subir uma e, portanto, o movimento do pistão não
8. Os podcasts são uma forma de compartilha-
ladeira, o ciclista precisa pedalar com mais seria transferido para o objeto que pos-
mento de conteúdo em áudio. Eles podem ser
força. Qual deve ser a relação de tamanho sui esse motor.
no formato de painel, em que várias pessoas
entre as engrenagens conectadas pela
corrente para que a força aplicada à en-
debatem um assunto de entrevista; ou jorna- 7. Para analisar estas atividades, o profes-
lístico, em que o apresentador discorre sobre sor deve observar se os estudantes apre-
grenagem do pedal seja aumentada pela acontecimentos relevantes do período.
engrenagem da roda traseira? sentam argumentos científicos com os
Em grupo, pesquisem a história de Bertha Benz elementos pedidos: dados, justificativa
e sua relação com a indústria automobilística.
MASIK0553/SHUTTERSTOCK
8. Realize a audição de alguns podcasts em sala de aula para que os estudantes se familiarizem com
esse tipo de compartilhamento de conteúdo. Após a pesquisa do tema – história de Bertha Benz e sua
relação com a indústria automobilística –, estimule-os a decidir em grupo qual será o formato do podcast
(painel, entrevista, jornalístico). Auxilie-os a agir cooperativamente em toda a atividade. Oriente-os a
criar um texto organizando as informações que querem apresentar, a ensaiar a leitura desse texto com
ênfase na entonação a ser utilizada para destacar trechos julgados como relevantes, e a gravar o áudio.
Atente-os a garantir que o material gravado não ultrapasse 15 minutos. Combine com os estudantes que
os podcasts só devem ser divulgados depois de os áudios serem avaliados e validados. A realização des-
sa atividade favorece o desenvolvimento das habilidades EF07CI01 e EF07CI06, das competências
específicas 2 e 6 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental e das competências gerais 1,
4, 5 e 9 da Educação Básica, ambas previstas pela BNCC.
253
Orientações didáticas
• A seção Pensar Ciência tem como obje-
tivo evidenciar alguns aspectos da prática Pensar Ciência
científica, como a argumentação a respei-
to dos benefícios da pesquisa pura e da
pesquisa aplicada.
• Se julgar oportuno, para a realização Ciência Básica, Ciência Aplicada, Tecnologia
da atividade 1, separe os estudantes em
Entende-se por ciência “básica” ou “pura” aquele tipo de pesquisa
3 grupos, um deles representaria os de- cujo objetivo é a ampliação do conhecimento na respectiva área
fensores da pesquisa pura, o outro da (matemática, astronomia, psicologia etc.), sem um propósito de
pesquisa aplicada e o terceiro grupo re- Glossário aplicação de tais conhecimentos. Desse modo, a tentativa de de-
presentaria o governante que, com base Teorema: afirmação que pode
monstrar um teorema matemático, a indagação relativa à formação
nos melhores argumentos, deverá tomar ser provada como verdadeira
dos “buracos negros” no universo, ou a investigação do mecanismo
sua decisão. Proponha a leitura do tex- por meio de outras afirmações da memória, podem ser empreendimentos científicos em que não
já demonstradas. haja, ao menos inicialmente, noção da possível utilidade prática das
to da seção e uma pesquisa mais apro-
informações que venham a ser obtidas.
fundada sobre o tema, de modo que os
[…]
estudantes tenham subsídios para cons-
truírem seus argumentos de forma fun- A demonstração daquele teorema pode servir, suponhamos, para
resolver problemas de engenharia; os dados sobre os buracos negros
damentada. Essa atividade oportuniza
podem ser de proveito nas missões espaciais; e a compreensão do
o desenvolvimento das competências
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
funcionamento da memória pode ajudar a aprimorar a aprendiza-
gerais 1, 2, 7, 9 e 10 da Educação Básica gem. No entanto, ainda que tais aplicações não venham a ocorrer (e
e das competências específicas 1, 3, 5 talvez nem sejam cogitadas), considera-se que o esforço científico
e 8 de Ciências da Natureza para o Ensino já está justificado pelo aumento do saber (considerado […] como
Fundamental, ambas previstas pela BNCC. algo em si valioso).
[…] a ciência “aplicada” consiste na pesquisa que visa, desde o
início, a obtenção de um saber útil. Propor-se identificar as causas
de uma doença, com o intuito de curá-la e até erradicá-la; investigar
o surgimento e a evolução dos furacões para poder antecipá-los e
proteger as populações, ou pesquisar um episódio histórico para
fundamentar uma ação política, são casos de pesquisa aplicada.
Notem que a aplicação mencionada pode não consistir em pro-
dutos ou eventos que consideremos “bons”, desejáveis, necessários
etc. (como a saúde ou a segurança). Buscar conhecimentos que
aperfeiçoem armas de guerra, ou que permitam manipular a opinião
pública, é também dedicar-se à “ciência aplicada”.
Pura ou aplicada, a ciência é busca de saber, ou por ele mesmo,
ou pela sua utilidade. Já quando o propósito não consiste na busca
de saber, mas no alcance de um objetivo prático com o auxílio do
saber científico, fala-se em “tecnologia”.
A fabricação de um remédio, o aperfeiçoamento de uma máqui-
na, a organização e administração de uma escola, a correção da
dislexia (a dificuldade para a leitura) etc., são ações tecnológicas
porque, para obter resultados práticos (novos objetos, ou objetos
melhorados, melhores processos ou formas de trabalho, eliminação
de perturbações no comportamento etc.), apelamos, conforme os
casos, a informações procedentes da química, física, sociologia,
psicologia, linguística, fisiologia etc.
[…] essa distinção tradicional […] se trata, como em tantas outras
distinções didáticas, de uma diferenciação teórica que não implica
que, na realidade, essas três atividades (ciência pura, ciência apli-
cada, tecnologia) existam forçosamente separadas, ou que as suas
254
254
Respostas – Pensar Ciência
1. Oriente os estudantes a ler o texto e
a pesquisar sobre o tema para responder
fronteiras sejam sempre nítidas. […] A ciência aplicada e a tecnologia às questões. A atividade proposta nas
não excluem a possibilidade de que, ao serem praticadas, gerem Orientações didáticas pode auxiliá-los a
também, de maneira não prevista, conhecimentos “puros” (isto é, entender sua posição e selecionar argu-
cuja utilidade não é óbvia). […]
mentos para defendê-la.
CIÊNCIA Básica, Ciência Aplicada, Tecnologia. Centro de Educação
Superior a Distância, Universidade Federal de Sergipe. Disponível 2. O texto deve ser produzido individual-
em: https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/092338161020 mente. Peça para que alguns estudantes
17Filosofia_da_Ciencia_Aula_6.pdf. Acesso em: 21 jun. 2022.
leiam seus textos em voz alta, de acordo
com o tempo disponível, e disponibilize
REPRODUÇÃO - &+$5/(67+20$667$1)25'($5/<(',7,2162)(8&/,'·6(/(0(17
12:10
todos os textos para a turma. Os pontos
255
255
Orientações didáticas
• Na seção Atitudes para a vida, os es-
256
256
Orientações didáticas
• Antes de os estudantes iniciarem a re-
flexão sobre seu desempenho, explique
Atualmente, aproximadamente 50% da população do plane-
COMO EU ME SAÍ?
a importância de que eles reflitam so-
ta vivem em cidades e aglomerados urbanos e estão expostas bre a questão e respondam o que real-
a níveis progressivamente maiores de poluentes do ar. A
• Expressei-me de forma clara na mente aconteceu. Os resultados dessa
outra metade, principalmente nos países em desenvolvimen-
to, utiliza combustíveis sólidos derivados de biomassa (ma-
execução das atividades? autoavaliação possibilita a eles observa-
deira, carvão vegetal, esterco animal seco e resíduos agrícolas) • Busquei utilizar as palavras rem seus pontos fortes e o que ainda po-
e combustíveis líquidos, em menor proporção, como fonte de mais precisas em cada etapa? dem melhorar. Com base no resultado das
energia para cocção, aquecimento e iluminação. • Elaborei perguntas que me aju- autoavaliações, elabore atividades indivi-
Devido à grande área de contato entre a superfície do sis- daram na compreensão? dualizadas para auxiliar os estudantes na
tema respiratório e o meio ambiente, a qualidade do ar in- • Procurei respostas às perguntas melhora do seu desempenho.
terfere diretamente na saúde respiratória. em mais de uma fonte?
[...] Respostas – Atitudes para a vida
• Cuidei com atenção dos de-
talhes da tarefa para que a
1. A poluição atmosférica gerada pela
Fonte: ARBEX, M. A., et al. A poluição do ar e o sistema respiratório. Jornal
Brasileiro de Pneumologia, v. 38, n. 5, 2012. Disponível em: https://www. mensagem que queria passar utilização de combustíveis fósseis para
jornaldepneumologia.com.br/details/79/pt-BR. Acesso em: 12 jul. 2022. fosse clara? movimentar as máquinas da indústria é
TROCAR IDEIAS SOBRE O TEMA • Se eu fosse explicar por que é prejudicial à saúde, pois lança no ar com-
Em grupo, analisem os quadrinhos e o texto e discutam as importante comunicar-me com postos tóxicos.
seguintes questões: clareza, eu diria... 2. Espera-se que eles comentem que as
1. Quais são as consequências da queima de combustíveis abor- consequências da má qualidade do ar
dada nos quadrinhos? pode afetar as pessoas de maneiras dis-
2. As consequências da má qualidade do ar afetam todas as pessoas tintas, pois cada uma tem uma condição
do mesmo modo? diferente de saúde e que pode ser mais
3. Como está a qualidade do ar do município em que vocês moram? ou menos agravada pela poluição.
4. Existem ações governamentais para a redução da emissão de 3. Resposta pessoal. Estimule os estu-
poluentes pelas empresas na sua cidade? Se sim, quais são elas? dantes a explicar os motivos de suas
5. O que impede que providências mais efetivas sejam tomadas opiniões e, se possível, a mencionar os
tanto pelos governantes quanto pelos empresários? fatos que as embasaram. Explique que
COMPARTILHAR
existem sites nos quais é possível obter
dados confiáveis sobre a qualidade do
6. Em grupo, elaborem materiais com o objetivo de informar so- ar em alguns locais, e se julgar oportuno
bre a situação da qualidade do ar no município onde moram
mostre aos estudantes uma dessas pági-
e seus impactos na vida das pessoas. Incluam as ações gover-
namentais que já foram tomadas e exemplos de empresas nas explicando os dados, as unidades de
que implementaram programas de redução de emissão de medida e os gráficos apresentados. Ao
poluentes, quando houver. Sugiram também atitudes a serem solicitar aos estudantes que embasem
tomadas pela população no sentido de pressionar governantes com fatos e conhecimentos suas opi-
e empresários a se comprometerem com a resolução desse pro- niões e argumentos, propicia-se o desen-
blema. Busquem as informações necessárias sobre o assunto em
volvimento da competência geral 7
sites, revistas, jornais, livros ou conversando com professores
e outros profissionais. Vocês podem produzir textos, imagens da Educação Básica e da competência
ou vídeos. Após a análise do professor, compartilhem com os específica 5 de Ciências da Natureza
amigos, a família e os empresários locais. para o Ensino Fundamental, ambas pre-
DANIEL ZEPPO/ARQUIVO DA EDITORA
257
Orientações didáticas
• A seção Compreender um texto traz
um artigo sobre a importância da Ciência
para o aumento da expectativa de vida Compreender um texto
das pessoas e a utilização das tecnologias
digitais como forma de reduzir custos e
melhorar a qualidade do atendimento nos As tecnologias da informação podem
serviços de saúde. revolucionar o cuidado com a saúde?
• Inicie o trabalho perguntando aos estu-
Novas tecnologias têm potencial para reduzir custos, ampliar acesso e melhorar
dantes de que forma eles entendem que
serviços de saúde, mas requerem atuação ágil e eficiente dos governos em termos de
a ciência contribui para melhorar a saúde regulação e infraestrutura
das pessoas. Anote as principais ideias a
Muito provavelmente, os benefícios mais visíveis do avanço do conhecimento
serem retomadas após a leitura. Em segui- científico estejam na saúde. Uma pessoa nascida no final do século XVIII muito
da, questione se eles já tiveram oportuni- provavelmente morreria antes de completar 40 anos de idade. Alguém nascido
dade de utilizar ou se conhecem alguém hoje em um país desenvolvido deverá viver mais de 80 anos e, embora a desi-
que utiliza aplicativos que monitoram as gualdade seja muita, mesmo nos países mais pobres da África subsaariana, a
funções corporais durante o sono ou du- expectativa de vida, atualmente, é de mais de 50 anos.
rante as atividades físicas. Dê oportuni- A ciência e a tecnologia são os fatores-chave para explicar a redução da mor-
dade para que tragam para a sala de aula talidade por várias doenças, como as infecciosas, e o consequente aumento
os seus conhecimentos sobre o tema. Essa da longevidade dos seres humanos. [...] Nos anos 1900, as doenças infecciosas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
matavam entre setecentas e oitocentas a cada 100 mil pessoas, todos os anos.
retomada amplia a compreensão do tex- Foi a descoberta da penicilina a principal responsável pela queda na mortali-
to proposto, pois auxilia no processo de dade por esse tipo de doença, que, atualmente, mata menos de cinquenta em
inferência, permitindo que os estudantes cada 100 mil habitantes.
acessem conhecimentos que já possuem
SITTHIPHONG/SHUTTERSTOCK
sobre o tema de modo a tornar efetiva a
leitura.
• Solicite aos estudantes que realizem a
leitura silenciosa do texto. Quando indica-
rem que finalizaram, questione-os sobre
as palavras que não conhecem, buscando
que todos participem trazendo suas con-
tribuições sobre o vocabulário.
As pessoas podem
consultar algumas
medidas relacionadas
à sua saúde em
aplicativos em
seus dispositivos
eletrônicos.
[...]
Atualmente, o aumento da longevidade tem trazido outros problemas, tais
como condições de saúde crônicas e mais complexas. Na medida em que a
população envelhece e a demanda por melhores condições de vida continua
a aumentar, os custos com a saúde crescem substancialmente. Entre 2000 e
2015, os gastos mundiais em saúde passaram de 8,6 para quase 10% do produto
interno bruto (PIB) mundial. Nos países desenvolvidos, esse valor é ainda maior:
nos Estados Unidos, por exemplo, chega a 17% do PIB. [...]
As tecnologias da informação representam uma alternativa promissora
para a redução dos custos, para a ampliação do acesso e para a melhoria dos
serviços de saúde. [...]
258
258
Orientações didáticas
• Oriente-os a responder às questões
propostas em duplas, colocando suas opi-
O uso de aplicativos de celulares e apare- maneira de diagnosticar o câncer a partir de niões, ouvindo as do colega e sintetizando
lhos para monitorar condições crônicas de exames de sangue. [...] as conclusões na resposta. Em seguida, so-
saúde, como diabetes, e alertar os pacientes Os potenciais e as promessas dessas novas licite que os estudantes partilhem suas res-
da necessidade de providências antes que a tecnologias são gigantescos e podem ser ex-
situação se torne emergencial são alguns dos
postas com os colegas da turma. Peça que
tremamente benéficos para toda a sociedade. revejam as opiniões iniciais sobre o assunto
exemplos mais simples de como essas tecno- Dado isso, como os países poderiam estimular
logias podem ser impactantes. [...] o surgimento e acelerar a difusão dessas tec-
e identifiquem se as modificariam depois
Muito mais promissoras, contudo, são as tec- nologias? Como fazer isso salvaguardando a da leitura e discussões sobre o texto.
nologias que podem ser desenvolvidas a partir privacidade dos pacientes e impedindo a con- • As atividades propostas nessa seção fa-
da enorme e crescente disponibilidade de in- centração de informação e de conhecimento vorecem o desenvolvimento das compe-
formações sobre doenças e pacientes. O uso nas mãos de poucas empresas? [...] tências gerais 1, 7, 9 e 10 da Educação
e o compartilhamento dos registros médicos Um desafio adicional, especialmente no caso Básica e das competências específicas
dos pacientes são peças-chave para isso. [...] dos países em desenvolvimento, é a infraes- 1, 3, 4, 5 e 8 de Ciências da Natureza pa-
Em um prazo mais longo, o uso dos registros trutura para a coleta e o armazenamento de
ra o Ensino Fundamental, ambas previstas
de saúde de milhões de pessoas para fins de informações. O Sistema Único de Saúde (SUS),
pesquisa pode revolucionar nossa compreen- por exemplo, é o maior sistema público de saúde
pela BNCC, assim como do TCT – Proces-
são sobre as doenças e a forma como diagnos- do mundo, e, por isso, uma fonte gigantesca de so de envelhecimento, respeito e
ticamos uma série de problemas de saúde. [...] informações sobre saúde. No entanto, a imple- valorização do idoso.
Um exemplo de como a grande quantidade mentação de prontuários eletrônicos esbarra
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de dados disponíveis está sendo utilizada para em coisas simples, como a disponibilidade de Respostas – Compreender
o diagnóstico de doenças é uma [...] startup infraestrutura básica na ponta: computadores, um texto
que está analisando uma grande quantidade sistemas e acesso à banda larga.
de dados médicos a fim de desenvolver uma [...]
1. Resposta pessoal.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os es-
Fonte: NEGRI, F. D. As tecnologias da informação podem revolucionar o cuidado com a saúde? Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, 23 dez. 2020. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/ tudantes apresentem aspectos positivos,
artigos/107-as-tecnologias-da-informacao-podem-revolucionar-o-cuidado-com-a-saude. Acesso em: 21 jun. 2022. como a possibilidade de detecção precoce
de alguma doença, e aspectos negativos,
como a hipocondria e a automedicação.
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
3. No argumento do autor, os dados são
OBTER INFORMAÇÕES para responder à questão dada no título do “Uma pessoa nascida no final do sécu-
1. Você conhece alguém que utilize aplicativos texto. lo XVIII muito provavelmente morreria an-
que monitorem aspectos relacionados ao tes de completar 40 anos de idade. Alguém
REFLETIR nascido hoje em um país desenvolvido de-
funcionamento do organismo, como medidor
de frequência cardíaca, contador de passos ou 4. Segundo o autor, quais são os problemas ge- verá viver mais de 80 anos”; a justificativa
controle do sono? rados pelo aumento na expectativa de vida é “Novas tecnologias têm potencial para
das pessoas? Você consegue pensar em outros reduzir custos, ampliar acesso e melhorar
INTERPRETAR problemas não indicados por ele?
2. O autor considera o desenvolvimento dessa serviços de saúde”; e a conclusão é “os
5. Como as tecnologias da informação podem benefícios mais visíveis do avanço do co-
tecnologia positivo ou negativo? Justifique com
auxiliar na redução de custos causados pelo
base nas informações dadas pelo texto. Você nhecimento científico estejam na saúde”.
envelhecimento da população?
concorda com o autor? Comente. Na segunda etapa da questão, a resposta
6. Em 2018, foi sancionada no Brasil a Lei Geral
3. Nos dois primeiros parágrafos o autor elabora é pessoal. Verifique se os estudantes apre-
de Proteção de Dados. Nesse contexto, você
um argumento científico. Identifique: sentam argumentos científicos completos,
acredita que as preocupações levantadas pelo
• quais são os dados desse argumento; autor sobre o acesso e a segurança dos dados ou seja, com dados, justificativa e conclu-
• qual é a justificativa desse argumento; dos pacientes ainda são válidas? O que o leva a são, e auxilie-os no entendimento desses
• qual é a conclusão desse argumento. pensar assim? elementos, se necessário.
Em dupla, elaborem também um argumento 7. O autor faz um elogio e uma crítica ao sistema 4. O aumento da longevidade tem
científico (com dados, justificativa e conclusão) público de saúde brasileiro. Quais são eles? trazido outros problemas, tais como
condições de saúde crônicas e mais
complexas. Na medida em que a po-
259 pulação envelhece e a demanda por
melhores condições de vida continua a
aumentar, os custos com a saúde cres-
6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes argumentem aspectos positivos da lei, que leva as ins- cem substancialmente.
tituições de saúde a serem obrigadas a guardar os dados dos pacientes em sistemas seguros, e possivel- 5. O uso dos aplicativos que monitoram
mente aspectos negativos, como a invasão desses sistemas. doenças crônicas pode auxiliar no acom-
7. Espera-se que os estudantes abordem, como aspectos negativos, a dificuldade de pessoas de baixa panhamento do paciente evitando que
renda terem acesso a tecnologias, a questão da manutenção do sigilo sobre as informações pessoais de seu estado de saúde se agrave e isso de-
pacientes, a coleta de dados pelos sistemas de saúde. Como aspectos positivos, indiquem o que já foi mande procedimentos mais complexos
respondido nas questões anteriores. e internações. Também é possível, por
meio da coleta de dados sobre os dife-
rentes tratamentos, buscar alternativas
que permitam o diagnóstico precoce de
doenças, evitando casos graves.
259
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Oficinas
SUMÁRIO
Oficina 1. O calendário do Universo .......................................................................... 261
Oficina 2. Conservação de alimentos ........................................................................ 263
Oficina 3. Reservas de amido ...................................................................................... 264
Oficina 4. Uma proposta de classificação dos vertebrados .................................. 265
Oficina 5. Flexível e rígido ao mesmo tempo? ......................................................... 267
Oficina 6. Estudando o perfil da vegetação ............................................................. 268
Oficina 7. Intensificação do efeito estufa ................................................................. 269
Oficina 8. Gelo, água e sal ............................................................................................ 270
Oficina 9. Desenhando com algoritmos ................................................................... 271
260
260
Orientações didáticas
• A Oficina 1 tem como objetivo a cons-
trução de um calendário cósmico. Para
OFICINA 1 isso, solicite aos estudantes que tragam
um calendário do ano ou disponibilize um
O calendário do Universo
A Oficina 1 está relacionada à Unidade 1 e pode ser
trabalhada durante o desenvolvimento do Tema 3. modelo para auxiliá-los
• Optou-se por já apresentar as datas cor-
O Universo tem quase 14 bilhões de anos. e dias de um ano. Utilizem um calendário respondentes a cada evento da evolução
A Terra, cerca de 4,5 bilhões de anos. Os conti- oficial como modelo.
do Universo, para facilitar a realização da
nentes estavam juntos há 200 milhões de anos. 2. Em uma folha à parte, façam uma divisão hora atividade. Se julgar pertinente e se houver
O ser humano surgiu há cerca de 200 mil anos. a hora do dia 31 de dezembro.
Ao longo da história do Universo, houve di-
tempo, incentive os estudantes a pesqui-
3. Depois, em outra folha, escrevam todos os se- sar a data estimada em que cada evento
versos acontecimentos com intervalos de tempo gundos do último minuto do ano (de 23:59:00
muito diferentes. São números tão grandes que ocorreu e a fazer os cálculos para trans-
até 23:59:59).
fica difícil imaginar. O calendário que será cons- pô-las ao calendário. Para isso, solicite a
Nesse calendário, cada segundo equivale a
truído nesta atividade nos ajudará a perceber a
cerca de 434 anos e 5 meses; cada minuto,
ajuda do professor de Matemática.
dimensão do tempo entre um evento e outro. • O calendário pode ser produzido ma-
a cerca de 30 mil anos; cada hora, a cerca de
Objetivo 1,6 milhão de anos; cada dia, a 38 milhões nualmente ou por programas de com-
• Construir um calendário cósmico, que apresen- de anos; e cada mês, a 1,1 bilhão de anos. putador. Veja qual é a disponibilidade
ta eventos da história do Universo e da Terra. 4. Utilizando o calendário confeccionado, façam de computadores na escola e, se possí-
as seguintes marcações: vel, utilize programas de computador que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Respostas – Oficina 1
1. Ocorreram diversas mudanças, como
o surgimento das estrelas e dos planetas. CONTINUAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mos danos ao ambiente de forma muito Mundiais; realização de viagens espaciais;
macacos e os seres humanos.
acelerada. desenvolvimento da robótica.
• 31 de dezembro (06:05) – Surgimento dos
macacos.
• 31 de dezembro (14:24) – Surgimento dos
hominídeos. ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
262
262
Orientações didáticas
• Para a realização da Oficina 2 recomen-
da-se que a montagem da atividade seja
OFICINA 2 feita por você ou por outro adulto respon-
sável, evitando que os estudantes mexam
Conservação de alimentos A Oficina 2 está relacionada à Unidade 2 e pode ser
trabalhada durante o desenvolvimento do Tema 5. com fogo e com material quente.
• Ferva todos os recipientes que serão uti-
Os alimentos apodrecem por causa da ação Procedimento lizados antes da realização da atividade. Is-
de microrganismos. Nesse processo, eles perdem so evita a contaminação e o crescimento de
1. Peçam ao professor, ou a um adulto respon-
suas características e podem causar problemas
de saúde se forem ingeridos.
sável, que faça um mingau com um copo de bactérias e fungos que estavam presentes
água e duas colheres de amido de milho. Os nas placas de Petri, causando interferência
É importante conhecermos os fatores que in- ingredientes devem ser aquecidos no fogo e
fluenciam a conservação dos alimentos de modo no resultado do experimento.
mexidos constantemente até engrossar.
a evitar a proliferação dos microrganismos que • Após os três dias, espera-se que a primei-
causam a sua degradação. Debatam em grupo 2. O mingau deve ser distribuído nas 3 placas de
Petri. A primeira deve ser fechada imediatamen-
ra placa tenha nenhuma ou poucas colônias
e formulem hipóteses sobre como é possível de bactérias e fungos, enquanto a segunda
retardar o aparecimento desses microrganismos. te; a segunda deve ser fechada após o conteúdo
esfriar; e a terceira deve ser deixada aberta. e a terceira apresentem uma proliferação
Objetivos maior de microrganismos. A última placa
3. Identifiquem as placas de acordo com o pro-
• Compreender que microrganismos decompo- cedimento de preparação de cada uma. será a com o conteúdo mais ressecado. O
sitores estão presentes em diversos lugares. 4. Durante três dias, registrem por meio de ano- aquecimento mata a maioria dos microrga-
• Reconhecer a importância da água para esses nismos, e, ao fechar a tampa logo após co-
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263
Orientações didáticas
• A Oficina 3 tem como objetivo que os
estudantes identifiquem a presença de
amido nas folhas, utilizando para isso o OFICINA 3
lugol. Esse reagente identifica a presença
Reservas de amido
A Oficina 3 está relacionada à Unidade 3 e pode ser
de amido por meio da mudança de cor. trabalhada durante o desenvolvimento do Tema 4.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
reagente, indicando ausência ou peque-
• 2 tubos de ensaio com tampa
na presença de amido na folha. Por outro
lado, a folha que não foi coberta exibe • 1 placa de Petri de plástico
reação com o lugol, indicando a presen- • 1 pinça com pontas arredondadas
ça de amido. • 1 conta-gotas
2. Espera-se que os estudantes relacio- Representação esquemática das etapas 8 e 9 do
• Reagente lugol procedimento, mostrando a retirada de uma das folhas
nem a fotossíntese à presença de amido • Papel-alumínio do tubo de ensaio e a aplicação de lugol sobre ela.
nas folhas. A fotossíntese é o processo (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
de produção de açúcares realizado pela • Caderno
maioria das plantas a partir de água, gás • Lápis
carbônico (CO2) e energia luminosa. Os Procedimento ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
açúcares produzidos são armazenados 1. Em grupo, cubram com o papel-alumínio uma
na forma de amido. A folha que ficou co- folha da planta, vedando bem a entrada de luz. 1. O que foi observado após pingar o lugol
berta por uma semana não recebeu luz em cada uma das folhas?
2. Identifiquem a planta com o número do grupo
e não realizou fotossíntese, portanto não e deixem-na em um local iluminado durante 2. Interpretem o resultado da atividade e ela-
produziu açúcares suficientes para serem uma semana. borem um relatório com suas conclusões.
armazenados na forma de amido. No en- 3. Após esse tempo, retirem o papel-alumínio e 3. Considerando que o amido é um tipo de
tanto, a folha que ficou exposta realizou observem o aspecto da folha. Façam registros carboidrato muito comum na dieta do ser
fotossíntese e armazenou amido. de suas observações. humano, expliquem por que os carboidra-
3. Os açúcares são fornecedores de ener- 4. Destaquem uma folha qualquer da planta e tos não podem estar ausentes de uma ali-
gia para o organismo, contribuindo para insiram-na em um tubo de ensaio. mentação saudável. Indiquem pelo menos
a execução das atividades diárias. Alguns 5. Façam o mesmo com a folha que estava co- mais três alimentos ricos em amido que
exemplos de alimentos ricos em amido berta com o papel-alumínio, inserindo-a em estão presentes na alimentação de vocês.
são: batata-inglesa, batata-doce, man- outro tubo.
4. Comentem a importância da fotossíntese e
dioca, mandioquinha, inhame, cará e ce- 6. Adicionem o álcool comum nos dois tubos até das reservas de amido para a humanidade.
reais (arroz, aveia, trigo). cobrirem as folhas.
4. O crescimento e o desenvolvimento
das plantas ocorrem graças à metaboli-
zação dos açúcares gerados pela fotos-
síntese. As plantas fazem parte da base 264
de muitas cadeias alimentares e estão
direta ou indiretamente relacionadas à
alimentação humana.
264
Orientações didáticas
• A Oficina 4 tem por objetivo auxiliar os
estudantes no desenvolvimento de habili-
OFICINA 4 dades relacionadas ao Pensamento Com-
putacional (PC) e envolve oito conceitos
Uma proposta de classificação do PC: a coleta de dados; a análise de
dos vertebrados dados; a representação de dados; a de-
composição de problemas; a abstração;
A Oficina 4 está relacionada à Unidade 4 e pode ser trabalhada durante o desenvolvimento do Tema 1.
a simulação; a elaboração de algoritmos
No Brasil, são conhecidas aproximadamente 8 930 espécies de animais ver-
e procedimentos; e o paralelismo.
tebrados e mais de 120 000 espécies de invertebrados. A classificação de tantas
espécies animais diferentes requer estudos sobre o grau de parentesco evolutivo • Inicie a atividade propondo aos estu-
entre as espécies e, para isso, os pesquisadores que estudam a sistemática e filo- dantes a leitura silenciosa do texto intro-
genética adotam critérios morfológicos, fisiológicos, comportamentais e genéti- dutório da oficina. Em seguida, solicite a
cos. Nesta oficina, adotaremos critérios mais simples para propor uma forma de eles que compartilhem o que compreen-
classificar alguns animais vertebrados. Para começar a resolver esse problema, deram e certifique-se de que tenham
podemos usar a estratégia do pensamento computacional. Essa estratégia nos compreendido que o PC é uma estraté-
mostra que é possível reconhecer padrões para decompor um problema em gia para a resolução de problemas.
partes menores e, portanto, mais fáceis de serem resolvidas. Para isso, usamos a • Analise com os estudantes os elemen-
abstração, ou seja, focamos somente naquilo que é importante e necessário para tos que formam o fluxograma e esclareça
resolver cada uma delas. O conjunto de etapas percorridas para solucionar cada que o algoritmo pode ser finalizado logo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
uma das partes individualmente constitui um algoritmo ou um procedimento após o grupo dos invertebrados, pois o fo-
que permitirá que outras pessoas, se precisarem, também resolvam o problema.
co da oficina está nos animais vertebrados.
A ordem de execução das etapas pode ser escrita em uma lista ou representada
graficamente, em um fluxograma, como o indicado a seguir. • Organize a turma em grupos de três
estudantes e proponha a realização das
atividades. Incentive-os a pesquisar os
Início conceitos apresentados nos Temas 5, 6
e 7 da Unidade 4 para a coleta e análise
Observar atentamente os dos dados. Permita que eles manifestem
indivíduos do Reino Animal
as suas observações e dúvidas, enfatizan-
do que, na primeira divisão do grupo dos
vertebrados, se leva em conta apenas a
Possuem
NÃO SIM característica escolhida – um recurso à
esqueleto
interno? abstração. Em seguida, será necessário
Animais determinar novas características que per-
invertebrados mitam dividir os grupos A e B em outros
Animais vertebrados quatro subgrupos.
(peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos)
• Ao final da oficina, proponha um mo-
mento de avaliação conjunta do desempe-
Nova nho das equipes reconhecendo os esforços
NÃO característica SIM individuais e coletivos que permitiram a
para classificar
os animais?
conclusão dos fluxogramas. O trabalho
com as atividades propostas nessa oficina
possibilita o desenvolvimento da compe-
A B tência específica 6 de Matemática para
Animais que Animais que
não possuem possuem a o Ensino Fundamental, prevista pela BNCC.
Fim a característica característica
• Caso julgue oportuno, reproduza os
fluxogramas elaborados pelos grupos
em cartazes (físicos ou digitais) e os di-
vulgue para as outras turmas. Para isso,
oriente a confecção dos materiais de di-
265 vulgação e combine a data para a entrega
e a apresentação.
265
Respostas – Oficina 4
1. Resposta pessoal. Os estudantes po-
dem escolher características específicas CONTINUAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Criar um algoritmo para classificar os animais vertebrados, representando-o
goritmo. Acompanhe o trabalho das na forma de um fluxograma.
equipes e, ao identificar que as equipes
Material
concluem adequadamente a construção,
indique que podem finalizar o fluxogra- • Folha de papel ou caderno, lápis e caneta
ma com setas até o quadro Fim para fi-
nalizar o algoritmo.
4. Oriente os estudantes a buscar outras
características que poderiam ter sido ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
utilizadas na elaboração do algoritmo. 1. Reúna-se com dois colegas e pensem em uma característica que pode ser uti-
Dessa forma, eles ampliam seus conhe- lizada na proposta de classificação dos animais vertebrados. Com base nessa
cimentos sobre o tema e refletem sobre característica, identifiquem quais animais estariam nos grupos A e B.
outras possibilidades de classificação dos
2. Em seguida, busquem outra característica que permita dividir o grupo A em
animais vertebrados.
outros dois grupos de animais e façam o mesmo com os animais do grupo B.
5. O compartilhamento de ideias com
os colegas possibilita que o estudante 3. Elaborem um fluxograma para representar o algoritmo com os critérios de
perceba a existência de outras propostas classificação da proposta de vocês. Lembrem-se de que o algoritmo deve
representar o passo a passo para desenvolver determinada atividade.
que permitirão alcançar um mesmo ob-
jetivo, um recurso ao paralelismo. 4. Conversem sobre outras características que poderiam ser utilizadas para dividir
os animais vertebrados e que ficaram de fora do algoritmo do grupo.
5. Apresentem o fluxograma e compartilhem as conclusões de vocês com o
professor e os demais colegas da turma. É possível melhorar o fluxograma
desenvolvido?
266
266
Orientações didáticas
• A Oficina 5 possibilita aos estudan-
tes examinar a flexibilidade dos ossos.
OFICINA 5 O vinagre reage com a parte mineral dos
ossos, descalcificando-a e tornando os os-
Flexível e rígido ao mesmo tempo?
A Oficina 5 está relacionada à Unidade 4
e pode ser trabalhada durante o sos flexíveis e facilmente dobráveis. Re-
desenvolvimento do Tema 5.
comenda-se que o procedimento seja
O esqueleto dos vertebrados protege seus ór- 2. Mergulhem um dos ossos no frasco com vina- demonstrativo, em razão da inflamabili-
gãos internos, sustenta o organismo e participa gre e tampem-no. Coloquem o outro osso no dade do gás utilizado no bico de Bunsen.
da movimentação do corpo, além de desempe- outro frasco, vazio, e tampem-no.
• Relembre aos estudantes que a classe
nhar outras funções. 3. Mantenham os frascos na geladeira e obser- Chondrichtyes reúne os animais com es-
A composição do esqueleto dos animais ver- vem-nos por uma semana.
tebrados é variável, mas na maioria dos grupos queleto cartilaginoso, como os tubarões e
4. Após esse período, usando luvas, retirem o as raias. Os demais vertebrados possuem
ele é constituído por ossos. osso do frasco com vinagre. Manipulem o osso
e tentem dobrá-lo. Comparem esse osso com
esqueleto ósseo com alguns componen-
BIOPHOTO ASSOCIATES/SCIENCE
SOURCE/FOTOARENA
o que está no outro frasco. Registrem suas tes cartilaginosos e de tecido conjuntivo
30 cm
observações. (tendões e ligamentos).
uso de fogo, que pode causar o osso submergido no vinagre, que ele
queimaduras. ficou flexível, passível de ser dobrado. O
Radiografia ácido acético do vinagre retira os com-
mostrando o 5. Com o auxílio de uma pinça, o professor vai ponentes minerais do osso, responsáveis
esqueleto de expor o terceiro osso a uma chama por dois a pela rigidez. O tecido conjuntivo, com-
uma galinha. três minutos.
posto principalmente de colágeno, man-
Objetivo 6. Após esfriar, manipulem o osso que foi aque- tido após a ação do ácido, proporciona
• Analisar algumas características dos ossos que cido e tentem dobrá-lo. Comparem esse osso
flexibilidade ao osso, que, por isso, pode
possibilitam a essas estruturas desempenhar com o do frasco sem vinagre e com o do frasco
com vinagre. Registrem suas observações. ser dobrado.
suas funções.
2. Espera-se que os estudantes perce-
Material bam que, nesse caso, o osso ficou mais
ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
• Vinagre rígido e quebradiço. Ao ser submetido ao
• 3 ossos de coxa ou asa de galinha limpos (sem 1. Interpretem o resultado da etapa do osso calor, o osso teve seu tecido conjuntivo
carne e outros resíduos, apenas o material mergulhado no vinagre. Proponham uma degradado e, portanto, perdeu sua parte
ósseo) hipótese para explicar o que ocorreu. flexível.
• 2 frascos de vidro com tampa 2. O que foi possível observar em relação ao 3. Com base nos resultados dos procedi-
osso exposto ao fogo? mentos, é possível concluir que os ossos
• Bico de Bunsen ou fogareiro
3. Com base na análise dos resultados dos dois possuem componentes que lhes confe-
• Pinça com pontas arredondadas
procedimentos, o que é possível concluir rem rigidez e outros que lhes conferem
• Luvas de látex sobre as características dos ossos? Como flexibilidade. Ambas as características
• Etiqueta autoadesiva essas particularidades são importantes para são importantes, pois a rigidez dos ossos
as funções que eles desempenham?
• Caneta ou lápis possibilita a sustentação e a movimenta-
4. Elaborem um relatório científico descreven- ção do corpo, enquanto a flexibilidade os
• Geladeira do o objetivo, o material, a metodologia, os torna menos quebradiços, o que colabo-
Procedimento resultados, a discussão da atividade reali-
zada e a conclusão do grupo. Em seguida,
ra para sua integridade. Toda a muscula-
1. Em grupo, identifiquem um dos frascos de comparem com os outros grupos: todos tura do corpo está associada aos ossos, e
vidro com o nome do grupo e despejem nele chegaram à mesma conclusão? toda a força promovida pelos músculos
o vinagre. precisa ser sustentada pelo esqueleto
sem que ele se quebre.
267 4. Apresente aos estudantes os compo-
nentes de um relatório científico e enfa-
tize a importância da reprodutibilidade
dos experimentos para a Ciência. Sugira-
-lhes que registrem suas observações por
meio de fotografias e anotações. Dessa
forma, eles terão material visual para
apresentar no relatório. Ao promover a
comunicação por meio de um relatório
científico, essa atividade possibilita o de-
senvolvimento da competência espe-
cífica 2 de Ciências da Natureza para o
Ensino Fundamental e da competência
geral 4 da Educação Básica, ambas pre-
vistas pela BNCC.
267
Orientações didáticas
• A Oficina 6 tem como objetivo a cons-
trução de um diagrama de perfil da ve-
getação de um ambiente natural nas OFICINA 6
proximidades da escola. Em um ambiente
Estudando o perfil da vegetação
A Oficina 6 está relacionada à Unidade 5
próximo à escola, oriente os estudantes a e pode ser trabalhada durante o
desenvolvimento do Tema 2.
demarcar o local com as espécies a serem
observadas, identificá-las por números, Uma maneira de estudar a composição de Material
estimar a altura das árvores e preencher plantas de um local é fazer um diagrama de perfil • Lápis • Trena
o diagrama. da vegetação.
• Borracha • Régua
Esses diagramas são elaborados com base em
• A análise do diagrama de perfil po- • Folha de sulfite • Quatro pedaços
uma área selecionada, que contenha a vegetação
de fornecer dados sobre a vegetação de típica da região. As plantas encontradas nessa • Prancheta de madeira
determinada região. Se possível, mostre área são ilustradas, respeitando a proporção de • Barbante
aos estudantes diagramas de perfil de re- tamanho e a distância entre elas. Cada espécie é
giões diferentes, analisando as principais Procedimento
identificada, por exemplo, por um número. Esse
diferenças entre eles e fazendo relações desenho é feito dentro de dois eixos: o vertical 1. Em grupo, visitem um ambiente natural, que
com os biomas ou ecossistemas a que indica a altura das plantas, e o horizontal, a lar- contenha vegetação nativa, próximo à escola.
correspondem. gura do trecho selecionado. 2. Com a trena, selecionem uma área de cerca
Com base no diagrama, é possível fazer de 3 por 10 metros que seja bem representa-
• Proponha aos estudantes que imaginem
inferências sobre a vegetação da região, como tiva da vegetação da região.
e façam desenhos do diagrama de perfil de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o seu grau de estratificação, a altura das plantas,
regiões típicas dos vários biomas brasilei- 3. Demarquem essa área com as madeiras e o
a diversidade, entre outras.
ros. Esse exercício pode ser útil como ati- barbante.
vidade de avaliação formativa para avaliar Glossário 4. Observem todas as espécies encontradas nessa
a aprendizagem acerca das características área e identifiquem-nas por números.
Inferência: meio de chegar a algumas conclusões com
da vegetação de cada bioma, comparati- base em outras informações. 5. Estimem a altura de todas as plantas da área. As
vamente. mais baixas podem ser medidas com a trena.
Calculem a altura das mais altas com base na
• A proposta dessa oficina possibili-
268
268
Orientações didáticas
• A Oficina 7 tem como objetivo a cons-
trução de um modelo usando garrafas
OFICINA 7 plásticas para verificar diferenças de tem-
peratura.
Intensificação do efeito estufa
A Oficina 7 está relacionada à Unidade 6 e
pode ser trabalhada durante o desenvolvimento • A leitura da temperatura nas duas gar-
do Tema 4.
rafas deve ser feita ao mesmo tempo; por-
A Terra está passando por uma fase de aqueci- Sem tampa tanto, será mais fácil realizar essa oficina
mento, que muitos cientistas atribuem à alta pro- em grupo.
dução de alguns gases, como o gás carbônico e o Barbante
gás metano, e a seu acúmulo na atmosfera. Como Fita adesiva • Sugestões de horários para a coleta
poderia ser construído um modelo para visualizar de dados: 6 horas da manhã; 9 horas da
manhã; 12 horas (meio-dia); 15 horas; e
• 1 garrafa de solo seco deve estar tampada. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
uso de modelos na Ciência.
• Barbante
• Ao considerar a situação de temperatu-
• 2 termômetros de ambiente ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
ras elevadas extremas, relacionando-as à
• Fita adesiva impossibilidade da existência de vida e à
1. Comparem os dados obtidos em um mes-
• Água mo dia e horário para as duas garrafas.
modificação das características do plane-
• Funil A temperatura é maior na garrafa tampada ta, é possível desenvolver o TCT – Educa-
ou na garrafa sem tampa? A que vocês ção Ambiental.
• Colher atribuem esse fato?
Procedimento Respostas – Oficina 7
2. É possível relacionar o aquecimento das 1. Espera-se que a temperatura seja
1. Em grupo, destampem uma das garrafas plás- duas garrafas com a energia solar? Justi-
ticas lavadas e coloquem o funil na boca da fiquem.
maior na garrafa com tampa, já que nes-
garrafa. sa situação os gases são mantidos no in-
3. A temperatura mais elevada em uma das terior da garrafa e a troca de calor com o
2. Coloquem o solo no funil, com a ajuda da garrafas pode ser relacionada a que fenô-
1 meno que ocorre na Terra?
ambiente à sua volta é reduzida.
colher, até completarem mais ou menos do
volume da garrafa.
3 2. Ajude os estudantes a relacionar o
4. Relembrem o que foi estudado sobre os
ciclos naturais. Redijam um parágrafo
aumento da temperatura com a adição
3. Coloquem 2 ou 3 colheres de água no funil
relacionando o modelo elaborado a esses de energia ao sistema, que acontece por
para umedecer o solo no interior da garrafa.
ciclos. meio da energia solar.
4. Amarrem uma das extremidades do barbante
no termômetro e fixem a outra na garrafa, 5. Tentem imaginar a situação a seguir: a 3. Ao efeito estufa. É interessante cha-
pelo lado de fora, com a fita adesiva. Deixem temperatura na Terra aumentou de ma- mar a atenção para o fato de que, nesse
o termômetro dentro da garrafa. neira radical e nenhuma energia térmica modelo, a tampa representa a presença
está sendo liberada. Discutam sobre o dos gases que intensificam a retenção da
5. De tempos em tempos, anotem a temperatura,
que poderia acontecer com a Terra se energia térmica na atmosfera.
bem como a data e o horário da observação.
essa situação fosse real. Elaborem um
6. Com a outra garrafa, repitam os passos anterio- argumento defendendo o ponto de vista 4. Resposta pessoal. Os estudantes de-
res, mas mantendo-a tampada após inserirem do grupo. vem citar em seu texto o ciclo do gás oxi-
o termômetro. gênio e do gás carbônico.
5. Resposta pessoal. Espera-se que os
estudantes relacionem as temperaturas
extremas à impossibilidade da existência
269 de vida e à modificação das característi-
cas do planeta.
269
Orientações didáticas
• Para a realização da Oficina 8 oriente os
estudantes de modo que eles compreen-
dam que, nesse experimento, quando o sal OFICINA 8
é misturado ao gelo, diminui a temperatu-
ra de congelamento da água; sendo assim, Gelo, água e sal A Oficina 8 está relacionada à Unidade 7 e pode ser
trabalhada durante o desenvolvimento do Tema 4.
a mistura se mantém a uma temperatura
abaixo de zero, “gelando”, ou retirando ca- Algumas bebidas costumam ser servidas ge- • 2 etiquetas de papel
lor, mais rápido da bebida. ladas, pois isso geralmente as deixa mais refres- • Lápis ou caneta
cantes. Em alguns eventos, pode ser necessário
• Comente que, em países em que neva • Folha de sulfite ou de caderno
gelar bebidas rapidamente. Existe alguma forma
muito, o sal é jogado nas ruas para causar de acelerar o processo de resfriamento delas? • Cronômetro ou relógio
o derretimento do gelo, mesmo em tem- Você já deve ter visto em alguma festa as pes- Procedimento
peraturas abaixo de 0 °C. soas colocarem as bebidas dentro de recipientes
cheios de gelo e sal. Por que salgar o gelo? O que 1. Em grupo, coloquem a mesma quantidade de
Respostas – Oficina 8 vai acontecer ao misturar esses dois materiais? gelo nas duas latas.
1. Espera-se que os estudantes verifi- 2. Uma das latas será usada como controle e
FABIO YOSHIHITO
MATSUURA/MOSAICO
FOTOGRAFIA
quem que o gelo em contato com o sal conterá apenas gelo. Identifiquem-na com a
derrete mais rápido. etiqueta.
2. O sal misturado ao gelo diminui a 3. Na segunda lata, acrescentem o sal de cozinha
temperatura de congelamento da água. e o sal grosso e misturem. Identifiquem essa
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, a água salgada da segunda lata É comum o uso lata com a etiqueta, indicando que ela contém
está a uma temperatura abaixo de zero. de embalagens a mistura de sal e gelo.
de isopor para
A umidade do ar congelará à medida que 4. Observem as duas latas e registrem como elas
adicionar gelo e
entrar em contato com a superfície fria resfriar bebidas. estão. Vocês também podem fotografá-las.
da lata. O derretimento do gelo na pri- Objetivo
5. Depois de 15 minutos, observem novamente as
meira lata (controle) e da mistura de gelo duas latas. Tirem novas fotos e façam registros
com sal na segunda lata acontece, pois • Investigar o que acontece quando se mistura para comparar com a situação inicial.
eles retiram o calor do ar e da própria gelo e sal.
FABIO YOSHIHITO
MATSUURA/MOSAICO
FOTOGRAFIA
lata, mas, como o sal diminui a tempera- Material
tura de congelamento da água, a mistura • 2 latas de conserva limpas
da segunda lata fica mais gelada que a • Cubos de gelo
água da primeira lata, ou seja, retira mais Representação
calor do ambiente que a primeira lata. • 3 colheres de sopa de sal de cozinha
da montagem
3. Para gelar as bebidas mais rápido e • 2 colheres de sopa de sal grosso da atividade.
270
Orientações didáticas
• A Oficina 9 tem por objetivo auxiliar os
estudantes no desenvolvimento de habili-
OFICINA 9 dades relacionadas ao Pensamento Com-
putacional (PC) e envolve oito conceitos
Desenhando com algoritmos A Oficina 9 está relacionada à Unidade 8 e pode ser
trabalhada durante o desenvolvimento do Tema 2. do PC: coleta de dados; análise de dados;
representação de dados; decomposição
Depois das aulas sobre máquinas simples, Lucas fez alguns desenhos para re- de problemas; abstração; simulação; al-
presentar o esquema de funcionamento das alavancas. Em um desses desenhos, goritmos e procedimentos; e automa-
ele representou uma alavanca interfixa, em que o ponto de apoio está entre o ção, por meio de atividades que também
ponto resistência e o ponto de ação.
visam reforçar a importância de escrever
um algoritmo isento de erros para que o
271
271
Respostas – Oficina 9
1. Um dos complementos possíveis para
a etapa II do algoritmo é: CONTINUAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que, voluntariamente, alguns estudantes • Lápis ou caneta
compartilhem essa etapa do algoritmo na
lousa e mostre a eles que o algoritmo pro-
duzido permite a repetição do desenho ATIVIDADES REGISTRE EM SEU CADERNO
quantas vezes forem necessárias, sendo
um recurso à automação. 1. Complete a etapa II do algoritmo do Lucas com uma sequência de setas que
permita desenhar, além do ponto de apoio, a barra e o objeto sobre o ponto
2. Acompanhe os estudantes na exe- de resistência da alavanca. Feito isso, prepare-se para desafiar os colegas de
cução do esquema e do algoritmo. Se classe a desenhar com algoritmos um esquema criado por você!
necessário, ajude-os na organização das
2. Em uma das metades da folha de papel quadriculado, faça o desenho es-
duplas de trabalho. quemático de uma alavanca (que pode ser interfixa, interpotente ou inter-
3. Oriente os estudantes a não revelar os -resistente) e, na folha de papel pautado, descreva o algoritmo que permitirá
desenhos originais e promova, então, o desenhar um esquema igual ao seu.
intercâmbio dos materiais. 3. Escolha um colega e entregue a ele a metade da folha de papel quadriculado
4. Os estudantes devem seguir o algo- (em que esteja indicado apenas o ponto de onde deve ser iniciado o desenho)
ritmo para fazer o desenho do esquema e a folha de papel pautado contendo o algoritmo.
proposto pelo colega. Para complemen- 4. Você também receberá de um colega o mesmo material. Siga o procedimento
tar a atividade, você pode solicitar a eles e faça o esquema da alavanca idealizada pelo seu colega.
que classifiquem o tipo de alavanca re-
5. Somente quando vocês terminarem, mostrem os desenhos originais. Com-
presentada pelo esquema. parem o resultado com o modelo. Vocês conseguiram cumprir o desafio?
5. Organize o processo de comparti- Compartilhem os resultados com os demais colegas de turma.
lhamento dos resultados da atividade.
6. Caso algum dos algoritmos não leve ao desenho esperado, a dupla deve
Promova um momento para a livre mani- identificar a origem da falha e, se for o caso, ajustar o algoritmo.
festação, com especial atenção à possível
ocorrência de reproduções incompatí-
veis com os originais.
6. Acompanhe o trabalho de verificação
dos possíveis equívocos na reprodução
dos esquemas, garantindo que ele ocor-
ra de forma respeitosa. Solicite que os 272
ajustes necessários sejam realizados e
o esquema seja reelaborado a partir do
novo algoritmo.
272
FIQUEunidade
POR DENTRO
273
273
X Fique por dentro
• UMA VERDADE inconveniente. Direção de Este livro trata de questões fundamentais sobre
Davis Guggenheim. Estados Unidos, 2006 problemas do clima da Terra e apresenta algu-
(96 min). O documentário alerta para os riscos mas possíveis soluções.
do aquecimento global, apresentando uma
visão do futuro do planeta e da civilização.
• NELLES, D.; SERRER, C. Mudança climática: fa-
tos como você nunca viu antes. Rio de Janeiro:
• VIDA. Direção de Martha Holmes. Inglaterra, Sextante, 2020.
2009 (580 min). Documentário da BBC Earth Livro que aborda mitos e verdades sobre o aque-
que mostra as estratégias de sobrevivência cimento global, apresentando a dimensão do
de várias espécies. problema e apontando possíveis soluções.
• OBEID, C. Aquecimento global não dá rima com
LIVROS legal. São Paulo: Moderna, 2009. (Série Saber
em cordel).
Animais Livro escrito em forma de literatura de cordel so-
bre o aquecimento global e suas consequências
• BERTOLUCI, J. Anfíbios. São Paulo: Ática, 2002.
para o planeta e os seres vivos.
(Coleção Investigando).
O livro apresenta aspectos gerais sobre os anfí- • PEACE CHILD INTERNATIONAL. A revolução
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
bios, como classificação, distribuição, reprodu- energética: as mudanças climáticas e o nos-
ção, alimentação e importância ecológica. so futuro pós-carbono. Tradução: Carmem
Fischer. São Paulo: Melhoramentos, 2010.
• IHERING, R. V. Dicionário dos animais do Brasil.
São Paulo: Difel, 2002. Guia com questões, estudos e entrevistas sobre
fatores que interferem direta e indiretamente no
Este livro apresenta informações sobre ani-
mais do território brasileiro, na forma de ver- aquecimento global.
betes e organizadas em relação à classificação • VEIGA, J. E. Aquecimento global. 2. ed. São
biológica. Paulo: Senac, 2011.
• MARQUES, O. A. V.; ETEROVIC, A.; NOGUEIRA, O livro apresenta o aquecimento global de duas
C. C.; SAZIMA, I. Serpentes do Cerrado: guia perspectivas: uma mentira e um fato, apresen-
ilustrado. Ribeirão Preto: Holos, 2016. tando estudos, dados e previsões futuras sobre
Guia ilustrado com fotografias e informações o clima do planeta.
sobre as serpentes que ocorrem no Cerrado.
Ecossistemas e diversidade de vida
• SANTOS, C. A vida secreta das formigas. São
• BRANCO, S. M. Natureza e seres vivos. 3. ed.
Paulo: Cortez, 2011.
São Paulo: Moderna, 2013. (Coleção Desafios).
Este livro apresenta informações sobre as for-
migas e demonstra como esses pequenos ani- Neste livro são abordados conceitos de Ecologia
mais influenciam quase todos os ecossistemas a partir de exemplos de cadeias alimentares.
terrestres do planeta. • FUTEMA, E. O ecossistema marinho. São Paulo:
Ática, 2000.
Atmosfera Com linguagem jornalística, o livro apresenta
• BRANCO, S. M. Poluição do ar. 2. ed. São Paulo: um panorama geral sobre seres vivos marítimos
Moderna, 2004. (Coleção Polêmica). e as relações entre eles.
O livro apresenta noções de fenômenos atmosfé- • JENNINGS, T. Ecologia: o estudo dos seres
ricos que modificam a composição do ar, abordan-
vivos. São Paulo: Melhoramentos, 2016. (Co-
do efeitos e agentes causadores dessas alterações.
leção Ciência ilustrada).
• MARCONDES, S.; BIDERMAN, R. Os guardiões O livro, que conta com fotografias e ilustrações,
do clima na Terra. São Paulo: Anubis, 2009. apresenta fatos e princípios essenciais da Ecologia.
274
274
• LEITE, M. A Floresta Amazônica. São Paulo: Plantas
PubliFolha, 2001. (Coleção Folha explica).
Neste livro, o autor aborda as principais carac-
• LAWS, B. 50 plantas que mudaram o rumo da
história. Rio de Janeiro: Sextante, 2013.
terísticas da Floresta Amazônica, os impactos
da atividade humana e as perspectivas futuras Além de apresentar características biológicas
para esse bioma. de diversas espécies de plantas, o livro informa
como cada uma delas fez parte da história.
• LEITE, M. Meio ambiente e sociedade. São Paulo:
Ática, 2005. (Coleção De olho na ciência). • RODRIGUES, R. M. O mundo das plantas. São
Ao introduzir conceitos ecológicos, este livro Paulo: Moderna, 2013.
apresenta o ser humano e os resultados de suas O livro apresenta informações gerais sobre as
atividades como mais uma variável na dinâmica plantas, como ambientes em que elas vivem, as-
ecológica global. pectos ecológicos, reprodução, fotossíntese e a
importância de sua conservação.
• MICHEL, F. A Ecologia em pequenos passos.
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2015.
(Coleção Pequenos passos).
O livro traz uma introdução à Ecologia, abrangen- CENTROS E MUSEUS DE CIÊNCIAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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275
X Fique por dentro
• Centro de Divulgação Científica e Cultural • Instituto Inhotim
(CDCC) Brumadinho, MG
Universidade de São Paulo – São Carlos, SP http://www.inhotim.org.br/
http://cdcc.usp.br/ Museu de arte contemporânea e jardim botâni-
Grupo que organiza materiais de divulgação co, onde são exibidas ao ar livre e em galerias
científica e cultural produzidos pela academia. diversas espécies de plantas e realizadas expo-
Também oferece cursos, empréstimos de kits e de sições de arte de vários países. Disponibiliza
livros, exibições de filmes, acesso à internet e ex- visitas mediadas e exposição on-line para o pú-
posições guiadas na área de Ciências da Natureza. blico geral.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
iniciação científica para estudantes de escolas • Jardim Botânico de João Pessoa
públicas.
Governo da Paraíba – João Pessoa, PB
• Fundação Parque Zoológico de São Paulo http://sudema.pb.gov.br/servicos/servicos-
Governo de São Paulo – São Paulo, SP ao-publico/jardim-botanico
http://zoologico.com.br/ O espaço possui uma coleção de plantas da Mata
Fundação com informações sobre quatro insti- Atlântica e do Nordeste para conservação da
tuições localizadas na capital paulista: Zoo SP, biodiversidade, exibição e pesquisa científica,
Zoo Safári, Mundo dos Dinossauros e Jardim além de contar com um programa de educação
Botânico, os quais oferecem serviços de visita ambiental e lazer.
guiada sobre a biodiversidade e a preservação • Museu Catavento
da natureza. Catavento Cultural e Educacional – São Paulo, SP
• Instituto Butantan http://www.cataventocultural.org.br/
Governo de São Paulo – São Paulo, SP Museu de ciência e tecnologia que visa desper-
http://www.butantan.gov.br/ tar a curiosidade e transmitir conhecimento por
O instituto possui coleções em exposição de di- meio de exposições interativas e visitas guiadas.
versas espécies de animais peçonhentos com vi- • Museu da Vida
sitação guiada, além de contar com um museu Fundação Oswaldo Cruz – Rio de Janeiro, RJ
de microbiologia. http://www.museudavida.fiocruz.br/
• Instituto de Ciências Morfológicas Museu que visa despertar a curiosidade cientí-
Universidade Federal de Minas Gerais – Belo fica sobre assuntos do cotidiano. Possui ativida-
Horizonte, MG des de divulgação científica, pesquisa, ensino e
documentação histórica da saúde e das Ciências
https://www.ufmg.br/rededemuseus/mcm/
Biomédicas do Brasil.
Museu com enfoque no corpo humano dedicado
ao entendimento de sua estrutura e funcionamen- • Museu de Ciências e Tecnologia
to. Desenvolve programas de divulgação científica Pontifícia Universidade Católica do Rio
e projetos sociais para a comunidade e para estu- Grande do Sul – Porto Alegre, RS
dantes dos Ensinos Fundamental e Médio. http://www.pucrs.br/mct/
276
276
Museu de ciências e tecnologia que visa gerar, experimentos e demonstrações interativas que
preservar e difundir o conhecimento por meio da contam com o auxílio de monitores treinados.
exposição de experimentos lúdicos e interativos.
Possui também um museu itinerante para divul- • Museu Paraense Emílio Goeldi
gação científica em feiras e eventos. Governo Federal – Belém, PA
https://www.gov.br/museugoeldi/pt-br
• Museu Dinâmico Interdisciplinar
Museu e parque zoobotânico que possui acer-
Universidade Estadual de Maringá – Maringá, PR vos e realiza investigação científica nas áreas de
http://www.mudi.uem.br/ Ciências da Natureza e de Ciências Humanas so-
Museu que visa integrar a universidade com o bre a Amazônia brasileira.
público do Ensino Básico e com a comunidade
em geral. Possui monitores e professores que • MZUSP – Museu de Zoologia da USP
realizam ações itinerantes como de visitas, pa- Universidade de São Paulo – São Paulo, SP
lestras, cursos, programa de rádio, espetáculos https://mz.usp.br/pt/pagina-inicial/
teatrais, musicais e eventos. Museu aberto a visitações orientadas, que con-
• Museu do Amanhã ta com apresentações de palestras e emprésti-
Prefeitura do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, RJ mo de materiais. Também dedicado à pesquisa
https://museudoamanha.org.br/pt-br e à publicação, com um acervo e uma bibliote-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
277
277
REFERÊNCIAS
unidadeBIBLIOGRÁFICAS
AB’SÁBER, A. N. Ecossistemas do Brasil. São Paulo: BRACKMANN, C. P. Desenvolvimento do pensamento
Metalivros, 2006. computacional através de atividades desplugadas na
O livro apresenta os principais aspectos dos ecossiste- Educação Básica. 2017. 226 f. Tese (Doutorado em
mas em território brasileiro, incluindo paralelos entre o Informática na Educação) – Universidade Federal do
período atual e o anterior à ocupação europeia. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
AB’SÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: po- Nesta pesquisa desenvolveram-se atividades sem o uso
tencialidades paisagísticas. 7. ed. São Paulo: Ateliê de computadores para trabalhar com o pensamento
Editorial, 2012. computacional na Educação Básica.
Neste livro o autor apresenta detalhes das grandes paisa- BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Co-
gens que compõem o mosaico ecológico brasileiro. mum Curricular (BNCC). Brasília: MEC, 2018.
ALBERTS, B. et al. Molecular Biology of the cell. 5. ed. Documento que normaliza um conjunto de ações e valo-
Nova York: Garland Science/Taylor & Francis Group, res a serem desenvolvidos com os estudantes durante a
2007. Educação Básica.
O livro é uma compilação dos conhecimentos mais re- BRASIL. Ministério da Educação e Cultura e Secre-
centes sobre a Biologia Molecular das células. taria de Educação Fundamental. Parâmetros Curri-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ALCÂNTARA, A. Parques nacionais: Brasil. São Paulo: culares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
Empresa das Artes, 2004. Documento com parâmetros a serem seguidos no Brasil
Documento com informações e imagens de parques bra- para a educação em todas as suas etapas.
sileiros. BRUNO, S. F. 100 animais ameaçados de extinção no
ART, H. W. Dicionário de Ecologia e Ciências Ambien- Brasil e o que você pode fazer para evitar. Rio de Janeiro:
tais. São Paulo: Unesp/Melhoramentos, 2001. Ediouro, 2008.
Dicionário que apresenta mais de oito mil termos e con- Neste livro são apresentados 100 animais ameaçados de
ceitos relacionados à Ecologia e às Ciências Ambientais. extinção no Brasil e discutidas possíveis soluções para
esse problema.
BARNES, R. D.; RUBERT, E. E. Zoologia dos invertebra-
dos. 7. ed. São Paulo: Roca, 2005. CAMPBELL, N. A.; MITCHELL, L. G.; REECE, J. B. Biology.
Este livro apresenta uma abordagem geral do conheci- 10. ed. Menlo Park: Benjamim Cummings, 2013.
mento sobre os animais invertebrados de uma perspec- O livro desenvolve variados temas relacionados às Ciên-
tiva funcional e evolutiva. cias Biológicas.
BARNES, R. S. K.; MANN, K. H. Fundamentals of CAMPBELL, N. A.; MITCHELL, L. G.; REECE, J. B.
aquatic ecology. 2. ed. Oxford: Blackwell Scientific Biology: concepts and connections. 6. ed. Menlo
Publications, 1991. Park: Benjamim Cummings, 2010.
O livro traz os fundamentos sobre a Ecologia de sistemas Este livro apresenta conceitos da Biologia e conta com
aquáticos, tanto marinhos quanto de água doce. o apoio de muitas imagens que auxiliam em sua com-
preensão.
BEGON, M.; TOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia:
de indivíduos a ecossistemas. 4. ed. Porto Alegre: CAPOBIANCO, J. P. R. et al. (org.). Biodiversidade na
Artmed, 2007. Amazônia brasileira: avaliação e ações prioritárias
O livro aborda variados conceitos fundamentais da Ecologia. para a conservação, uso sustentável e repartição de
BICUDO, C. E. M.; MENEZES, N. A. Biodiversity in Brazil: benefícios. São Paulo: Estação Liberdade/Instituto
a first approach. São Paulo: CNPq, 1996. Socioambiental, 2001.
O livro apresenta conceitos básicos de Ecologia e aborda O livro apresenta os resultados de um extenso estudo feito
aspectos relacionados à biodiversidade brasileira. na Amazônia brasileira sobre a conservação desse bioma.
BLOOMFIELD, L. A. How things work: the physics of CARVALHO-FILHO, A. Peixes: costa brasileira. São
everyday life. 4. ed. Nova York: John Wiley & Sons, 2009. Paulo: Melro, 2000.
Livro que busca explicar os conceitos científicos e técnicas Neste livro são apresentadas informações sobre diversas
envolvidos em mecanismos, objetos e tarefas do dia a dia. espécies de peixes da costa brasileira.
BORGES, R. C. Serpentes peçonhentas brasileiras: ma- DAVIDSON, J. P.; REED, W. E.; DAVIS, P. M. Exploring
nual de identificação, prevenção e procedimentos Earth: an introduction to physical geology. 2. ed.
em caso de acidentes. São Paulo: Atheneu, 1999. Nova Jersey: Prentice-Hall, 2001.
Este livro é um guia com informações sobre serpentes Livro sobre processos geológicos com integração da Física,
peçonhentas brasileiras. Química e Biologia.
278
278
DIAS, G. F. Atividades interdisciplinares de educação am- MAGRINI, A. et al. Impactos ambientais causados pelos
biental. 12. ed. São Paulo: Gaia, 2012. plásticos: uma discussão abrangente sobre os mitos
Livro dedicado aos professores que desejam aplicar e e os dados científicos. Rio de Janeiro: E-Papers, 2012.
trabalhar informações, definições, objetivos, princípios e O livro aborda o impacto do uso de produtos plásticos
estratégias didáticas relacionadas à educação ambiental. no ambiente e na saúde humana e o esgotamento de
DOW, K.; DOWNING, T. E. O atlas da mudança climá- matérias-primas não renováveis.
tica: o mapeamento completo do maior desafio do MANO, E. B.; PACHECO, E. B. A. V.; BONELLI, C. M. C.
planeta. São Paulo: PubliFolha, 2007. Meio ambiente, poluição e reciclagem. 2. ed. São Paulo:
Livro que trata das mudanças climáticas, apontando causas Blucher, 2010.
e apresentando possíveis soluções. O livro apresenta dados e imagens que relacionam a
FUNBEC. Investigando a Terra. São Paulo: McGraw-Hill, crescente conscientização da sociedade com a urgente
1973. v. 1 e 2. necessidade de preservação da natureza.
Obra em dois volumes que aborda questões geológicas MARGULIS, L.; SAGAN, D. O que é vida? Rio de Janei-
da Terra para serem trabalhadas em sala de aula. ro: Jorge Zahar, 2002.
GRINGS, E. T. O.; CABALLERO, C. Introduzindo o con- Com base na reflexão sobre o que é a vida, o livro desen-
ceito de trabalho através de situações-problema. volve diversos conceitos biológicos.
Meaningful learning review, v. 2(2), p. 65-79, 2012. MARGULIS, L.; SCHWARTZ, K. V. Cinco reinos: um guia
Artigo que apresenta propostas didáticas para traba- ilustrado dos filos da vida na Terra. 3. ed. Rio de Ja-
lhar os conceitos de temperatura, calor, energia interna neiro: Guanabara Koogan, 2001.
e entropia. O livro apresenta as principais classificações taxonômi-
HAYNES, W. M.; LIDE, D. R.; BRUNO, T. J. (ed.). CRC cas dos seres vivos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
handbook of Chemistry and Physics. 95. ed. Boca Ra- MARTINS, S. E.; WANDERLEY, M. G. L. Diversidade das
ton: CRC Press, 2015. bromélias da Mata Atlântica. São Paulo: Neotrópica,
Manual que apresenta diversos conceitos da Química e 2017.
da Física fazendo uso de tabelas e dados. Neste livro são apresentadas as principais espécies de
HETZEL, B.; CASTRO, C. B. Corais do sul da Bahia. Rio bromélia da Mata Atlântica.
de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. NEIMAN, Z. Era verde? Ecossistemas brasileiros
Neste livro são apresentadas informações e imagens so-
ameaçados. 24. ed. São Paulo: Atual, 2013. (Coleção
bre as principais espécies de coral que ocorrem no litoral
Meio ambiente).
sul da Bahia.
O livro apresenta os ecossistemas brasileiros e fatores an-
HEWITT, P. G. Física conceitual. 11. ed. Trad.: Trieste trópicos que os ameaçam.
Freire Ricci e Maria Helena Fravina. Porto Alegre:
Bookman, 2011. ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
Este livro apresenta, por meio de textos, ilustrações, ana- gan, 2012.
logias e cálculos, conceitos básicos de Física. O livro aborda conceitos gerais da Ecologia.
HILDEBRAND, M.; GOSLOW, G. Análise da estrutura PIANKA, E. R. Evolutionary Ecology. 6. ed. Nova York:
dos vertebrados. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2006. HarperCollins, 1999.
O livro trata da morfologia evolutiva e funcional dos ani- Neste livro a Ecologia é abordada de uma perspectiva
mais vertebrados. evolucionista.
IHERING, R. V. Dicionário dos animais do Brasil. São POSTLETWAIT, J. H.; HOPSON, J. L. The nature of life. 3.
Paulo: Difel, 2002. ed. Nova York: McGraw-Hill, 1995.
Neste livro há informações sobre diversos animais da O livro aborda temas das Ciências Biológicas como ge-
fauna brasileira, organizados por grupos biológicos. nética e saúde.
LENKO, K.; PAPAVERO, N. Insetos no folclore. São Pau- POUGH, F. H.; HEISER, J. B.; JANIS, C. M. A vida dos
lo: Plêiade/Fapesp, 1996. vertebrados. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
O livro contém histórias folclóricas e contos populares Este livro trata dos animais vertebrados por meio de exem-
relacionados a insetos. plos concretos da dinâmica de suas vidas.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identifica- PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da conserva-
ção e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. ção. Londrina: Planta, 2001.
São Paulo: Plantarum, 2012. v. 1. Partindo do pressuposto de que estamos vivenciando um
Este livro apresenta um compilado com informações di- evento de megaextinção decorrente de causas humanas,
versas sobre árvores brasileiras. este livro aponta caminhos para contornar esse problema.
LOVELOCK, J. Gaia: cura para um planeta doente. QUEIROZ, L. R. S. 100 animais brasileiros. 2. ed. São
São Paulo: Cultrix, 2007. Paulo: Moderna/O Estado de S. Paulo, 1999.
Neste livro é feita uma analogia da Terra como um orga- Neste livro são listados cem animais da fauna brasileira
nismo vivo que necessita de cuidado para não adoecer. e algumas de suas principais características.
279
279
X Referências bibliográficas
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia A obra traz informações sobre o reconhecimento de ani-
Vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, mais peçonhentos, a clínica e o tratamento adequado
2014. para acidentes com cada espécie.
O livro aborda conceitos relacionados à Biologia Vegetal, SPENCER, M. Energia solar. São Paulo: Melhoramentos,
como fisiologia vegetal, relações evolutivas e ciclos bio- 1997.
geoquímicos. O livro apresenta a viabilidade econômica da implemen-
REMMERT, H. Ecologia. São Paulo: EPU/Edusp, 1984. tação da energia solar em detrimento de outras fontes
Neste livro são abordados os principais conceitos sobre energéticas, sobretudo as não renováveis.
Ecologia. STORER, T. I. et al. Zoologia geral. 6. ed. São Paulo:
RICKLEFS, R. E.; MILLER, G. L. Ecology. 4. ed. Nova Companhia Editora Nacional, 1995.
York: W. H. Freeman & Company, 2000. Neste livro são apresentados conceitos gerais sobre
O livro trata sobre Ecologia com uma abordagem moderna Zoologia.
e abrangente. TEIXEIRA, M. H. G. O forno/fogão solar no Ensino Fun-
RODRIGUES, F. L.; CAVINATTO, V. M. Lixo: de onde damental: a Física enculturada e contextualizada. Re-
vem? Para onde vai? 2. ed. São Paulo: Moderna, 2003. vista Ensino Interdisciplinar, Mossoró, v. 3, n. 9, set. 2017.
O livro apresenta os impactos do lixo no ambiente e na O artigo discute conceitos físicos que podem ser traba-
saúde humana e discute possíveis soluções para esses lhados no Ensino Fundamental com base na tecnologia
problemas. do forno e do fogão solares.
SALDANHA, P. Mata Atlântica. São Paulo: Ediouro, TEIXEIRA, W. et al. (org.). Decifrando a Terra. 2. ed.
1996. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
Este livro é um guia com conceitos gerais sobre Geologia.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Após uma introdução sobre as principais características
da Mata Atlântica, o livro aborda o cenário de devastação TIME-LIFE. Ecologia. Rio de Janeiro: Abril, 1992. (Co-
constatado nesse bioma. leção Ciência e natureza).
SANTOS, E. Anfíbios e répteis do Brasil: vida e costumes. O livro traz uma abordagem básica sobre os principais
Belo Horizonte: Villa Rica, 1994. v. 3. conceitos da Ecologia.
Neste livro é apresentado um panorama geral sobre os TIPLER, P. A.; MOSCA, G. P. Physics for scientists and
anfíbios e os répteis que ocorrem no território brasileiro. engineers. 6. ed. Basingstoke: W. H. Freeman, 2009.
SANTOS, L. H. S. (org.). Biologia dentro e fora da escola: Livro sobre conceitos de Física com uma abordagem
meio ambiente, estudos culturais e outras questões. estratégica de assuntos ligados à Engenharia e à Física
Porto Alegre: UFRGS, 2000. no cotidiano.
O livro traz uma abordagem ampla sobre o ensino formal TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C.; SILVA, R. R. A
e informal de Biologia e temas correlatos. atmosfera terrestre. São Paulo: Moderna, 2004. (Co-
SCHMIDT-NIELSEN, K. Fisiologia animal: adaptação e leção Polêmica).
meio ambiente. 5. ed. São Paulo: Santos, 2002. O livro apresenta a composição da atmosfera terrestre,
Este livro apresenta o tema da fisiologia animal da pers- abordando como ela foi formada e como está sendo
pectiva da adaptação ao ambiente. alterada.
SCHMIEGELOW, J. M. O planeta azul: uma introdução às TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiolo-
Ciências Marinhas. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. gia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
O livro aborda os conhecimentos mais atuais, tanto de O livro trata de conceitos gerais sobre Microbiologia.
aspectos bióticos quanto abióticos, sobre a dinâmica dos TOWNSEND, C. R. Fundamentos em Ecologia. 3. ed.
mares e oceanos. Porto Alegre: Artmed, 2010.
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DE SÃO O livro aborda conceitos fundamentais da Ecologia.
PAULO. Currículo do Estado de São Paulo: Ciências da WALKER, J. O circo voador da Física. 2. ed. Rio de
Natureza. 1. ed. São Paulo: SE, 2020. p. 365-394. Janeiro: LTC, 2008.
Documento que disponibiliza um conjunto de objeti- Este livro apresenta a relação de objetos e fenômenos
vos pedagógicos, metodologias, ações e habilidades a cotidianos com a Física.
serem trabalhados e desenvolvidos com os estudantes
durante o Ensino Fundamental.
WING, J. M. Computational thinking. Communications
of the ACM, v. 49, n. 3, p. 33, 2006.
SIGRIST, T. Aves do Brasil: uma visão artística. 2. ed. Artigo que apresenta a importância do uso do pensa-
São Paulo: Avis Brasilis, 2006. mento computacional na ciência no dia a dia.
O livro conta com ilustrações e algumas informações sobre
WORTMANN, M. L. C.; SOUZA, N. G. S.; KINDEL, E. I. A.
a avifauna do Brasil.
(org.). O estudo dos vertebrados na escola fundamen-
SOERENSEN, B. Acidentes por animais peçonhentos: tal. São Leopoldo: Unisinos, 1997.
reconhecimento, clínica e tratamento. São Paulo: O livro apresenta orientações para o estudo de animais
Atheneu, 2002. vertebrados com foco no Ensino Fundamental.
280
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ISBN 978-85-16-13664-2
9 788516 136642