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A Nobreza Brasileira NÃO FOI
A Nobreza Brasileira NÃO FOI
1º) o Império começa em 1822 com cerca de 4 milhões de habitantes e termina em 1889 com
cerca de 14 milhões de habitantes e nesses 67 anos de Império apenas 986 pessoas receberam
1.211 títulos do Imperador, ou seja, apenas 0,0070% da população do Império o que amplia,
em muito, as possibilidades de parentesco e contraparentesco entre esses titulares e clãs
familiares daí o cuidado em destacar os avós comuns e dar a teia de parentescos entre os
titulares.
2º) quanto ao brasão é muito mais restritivo ainda, pois foram concedidos apenas 239 brasões
nesses 67 anos o que significa que, apenas 0,0017% da população do Império foi agraciada
pelo Imperador com um brasão e é meritório que as poucas famílias que os tenham, os
conheçam.
UM POUCO DE HISTÓRIA
No séc. XVI: com o aumento do poder dos reis nas monarquias absolutas houve uma mudança
substancial de ordem jurídica quando se legitimou a noção da nobreza como uma dignidade
provida/concedida pelo rei (fons honorum). A partir de 1551, o rei de Portugal unificou todas
as ordens militares colocando-se como o Grão Mestre de todas elas. Em 1572: D. Sebastião
estabelece regras mais brandas para a nobreza e para novas concessões de títulos. Alguns
membros da nobreza delas se aproveitam e utilizam as concessões régias para fazer o
comércio das Índias, para onde vão praticar o comércio clandestino, se enriquecem, e voltam
ao reino denegrindo quem, de fato, se dedicava unicamente às atividades mercantis.
Porem um fato novo e marcante se instala: a riqueza gerada pelo comércio toma o lugar da
gerada pela guerra, que fizera os nobres de sangue e espada no campo de batalha da Idade
Média, e passa a ser o fato gerador para a feitura dos novos nobres, agora, feitos pelo dinheiro
e dependendo do Rei absolutista e seu poder como fons honorum.
1757: o comércio de groo trato, em si próprio, é declarado uma profissão, nobre, que é
necessária e proveitosa e o exercício do comércio em companhias não impede a essa nobreza
ser hereditária, ao contrário, o comércio era considerado mais umaprofissão muito própria
para se adquirir nobreza.
1770: pela lei de 18 de Agosto, pode o comerciante instituirmorgados, (propriedade e/ou
conjunto de bens que passa para o filho mais velho preservando o conjunto dos bens e
estratificando a sucessão do patrimônio das famílias no primogênito) que é a estrutura básica
de toda a elite social, ou seja, manter todo o patrimônio com o filho mais velho, preservando o
poder da família e as alianças. A instituição do Morgado foi estabelecida na Idade Média em
Portugal para evitar o empobrecimento da nobreza com muitos filhos e fortalecê-la uma vez
que esta disciplina jurídica vinculava um conjunto de propriedades e proibia a sua alienação
em vida e a sua repartição por morte, concedendo ao primogênito o direito da herança por
sucessão.
Nos séc. XVIII a XIX: nos reinados de D. João 5º, D. José 1º, Dona Maria 1ª e D. João 6º, para
equilibrar as enormes despesas da Corte, foram dadas cartas de brasão aos Brasileiros ricos
que tinham dinheiro para comprá-las e este brasão podia ser usado pelos descendentes.
No Império, as rígidas leis para a concessão do título nobiliárquico e para o uso do brasão,
também não permitem o uso do título e do brasão aos descendentes do titular, extinguindo-se
qualquer direito com a morte do titular, que recebe o título ad personam (só para ele próprio,
enquanto vivo), e a partir de 1871 o uso indevido de título, e/ou brasão, foi considerado crime
de estelionato e dava cadeia para os infratores, que eram severamente punidos.
Esses novos nobres sustentam e protegem o Império dos perigosos ventos democráticos que
assolavam a Europa pós-napoleônica com toda a lealdade, fidelidade e interesse em perpetuar
esta Dinastia Bragança que os dignifica como nobres e que, provavelmente, teria se mantido se
houvesse um herdeiro masculino para ser Pedro III.
No Império os títulos foram dados prioritariamente aos fazendeiros e, depois, aos ocupantes
de cargos públicos, aos comerciantes, aos negociantes, aos intelectuais e, por último, aos
capitalistas sempre respeitando os impedimentos tradicionais: bastardia, crime de lesa
majestade, ofício mecânico, sangue infecto.
A cor da pele não foi empecilho para a outorga de títulos e, no 2º Reinado, 2 negros foram
titulados: o Visconde com Grandeza de Jequitinhonha a 2/12/1854 e o Barão de Guaraciaba a
16/9/1887.
Enviar# The Bee: Symbol of immortality and resurrection, the bee was chosen so as to link the
new dynasty to the very origins of France. Golden bees (in fact, cicadas) were discovered in
1653 in Tournai in the tomb of Childeric I, founder in 457 of the Merovingian dynasty and
father of Clovis. They were considered as the oldest emblem of the sovereigns of France.
# A revista VEJA, da ultima semana de Junho/2015, pgs: 80, 81, 82, 83, chama atenção para o
crescimento do interesse de se obter Títulos de Nobreza e Brasões de Armas no Brasil, que
podem ser obtidos após apresentação de documentos e, através de pagamento em 2 lugares:
#Portugal: Instituto da Nobreza Portuguesa, Lisboa, (cerca de R$ 10.000,00), sendo o fons
honorum, D. Duarte Pio, Duque de Bragança, um dos herdeiros do trono Português.
Enviar #Brasil: através da Casa Real de Ruanda, como fons honorum.
Nota2 : Caio Prado Jr. reconhecia que a monarquia, durante os anos de Império, garantiu a
unidade e a estabilidade do Brasil, sempre apoiada na aristocracia rural (Oliveira Vianna) que
continha em seus quadros o que havia de mais culto no Brasil e evitou exemplarmente a
desordem completa de nossos vizinhos sul-americanos, vivendo sob ditadura ou desenfreada
demagogia.
Bibliografia pesquisada para estruturar este trabalho:
O Brasil no Tempo de D. Pedro II, Fréderic Mauro, Cia. Das Letras, 1991.
A Cidade e o Planalto, Gilberto Leite de Barros, Martins, 1967, I Tomo, em especial as pgs: 9,
10, 11, 12, 13, 14, 15, 16,17, 19, 21, 22, 23, 27, 28, 29, 35, 36, 37, 38, 40, 41, 44, 45, 49, 53, 54,
57, 60, 82, 83, 85, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 123, 124, 164, 168, 169, 173, 174, 180, 186, 188, 191,
193, 196.
Estudos sobre o Direito Nobiliário, Mário de Méroe, Centauro Editora, São Paulo, 2000, em
especial as pgs: 14, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 38, 43.
As Barbas do Imperador, Lillian Schwarcz, São Paulo, 1996.
Titulares do Império, Carlos Rheingantz, Rio de Janeiro, 1960.
Ensaio Geral, 500 Anos de Brasil, Heródoto Barbeiro, Bruna Cantele, São Paulo, 1999.
Estudos sobre o Direito Nobiliário, Mário de Méroe, Centauro Editora, São Paulo, 2000, em
especial as pgs: 14, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 38, 43.
As 4 Coroas de D. Pedro I, Sérgio Correa da Costa, Paz e Terra, 1996.
Anuário Genealógico Brasileiro, 1º Anno pgs: 85, 258 a 260, 2º Anno pgs: 21 a 74 e Vol. IX
(Penúltimo), São Paulo, 1947.
Carlota Joaquina na Corte do Brasil, Francisca Nogueira de Azevedo, Civilização Brasileira 2003.
Brasil Terra à Vista Eduardo Bueno, L&PM 2003.
Brasil: uma História Eduardo Bueno, Ática, 2003.
Pedro II do Brasil, Glória Kaiser, Rio de Janeiro, 2000.
A Corte no Exílio, Jurandir Malerba, pgs: 18, 20, 21, 38, 39, 52, 53, 54, 55, 56, 60, 68, 69, 70, 71,
72, 88, 120, 121, 126, 127, 129, 130, 131, 135, 138, 139, 141, 142, 143, 145, 146, 148,149, 151,
152, 154, 155, 156, 157, 159, 166, 167, 168, 169, 172, 173, 174, 175, 176, 178, 179, 180, 181,
182, 184, 185, 189, 198, 199, 2001, 202, 203, 204, 205, 208, 209, 211, 212, 213, 215, 216, 218,
219, 220, 221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 231, 232, 233, 234, 235, 237, 238, 239,
242, 243, 246, 247, 249, 250, 251, 252, 253, 254, 255, 256, 257, 258, 259, 261, 262, 263, 264,
265, 266, 267, 268, 269,270, 271, 272, 273, 278, 279, 280, 281, 282, 283, 284, 285, 288, 289,
291, 292, 299, 326, 327, 328, 329, 330, 331, 336, 341, 342, São Paulo, 2000, e destacando a pg.
213:EnviarImpério à Deriva, Patrick Wilcken, Editora objetiva, RJ, 2004.
Estudos sobre o Direito Nobiliário, Mário de Méroe, Centauro Editora, São Paulo, 2000.
Mauá, Empresário do Império, Jorge Caldeira, Companhia das Letras, 1996.
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The Habsburgs, Andrew Wheatcroft, 1995.
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Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust.
O Leopardo, Tomaso de Lampedusa.
D. Leonor de Távora, O Tempo da Ira Luiz de Lancastre e Távora, 3ª Edição, Quetzal, Lisboa,
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História de Portugal 4º Volume José Mattoso, Estampa, Lisboa, 1998. Coletânea de Textos.
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Versalhes Tropical, Kirsten Schultz, Civilização Brsileira, 2008.
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Folha de São Paulo, Folha Ciências, 14/12/05. Folha de São Paulo, Folha Dinheiro, 8/4/2007.
Tribuna da Imprensa, Economia, 21/6/2007. Folha de São Paulo Folha Dinheiro, 7/11/2007.
Folha de São Paulo, Folha Dinheiro, 13/1/2008. Max Gehringer, Rádio CBN, 2. Folha de São
Paulo Élio Gaspari, Folha Brasil, 4/10/2009.