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Maristela Zamoner
Museu Botânico Municipal, de Curitiba, Herbário MBM
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Maristela Zamoner
2017
COMFAUNA
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
MARISTELA ZAMONER
ETIQUETA PARA
DANÇA DE SALÃO
PRIMEIROS PASSOS
1ª Edição
CURITIBA
COMFAUNA CONSERVAÇÃO E MANEJO DE FAUNA SILVESTRE LTDA.
2017
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Direitos desta edição: Maristela Zamoner. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial
desta obra, desde que mencionados os créditos e sem objetivo de venda ou qualquer fim comercial.
1ª edição – 2017
Z25e
Zamoner, Maristela
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos / Maristela Zamoner. –
Curitiba: Comfauna, 2017.
164 p. : il. color. ; 21x29,7cm.
CDU 793.3
Capa: Mario S. Trella. Imagem principal: Recorte da pintura: An Elegant Soirée, do pintor
Victor Gabriel Gilbert (1847-1933),1897 (há controvérsias sobre a data exata da pintura).
Imagem em domínio público.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Maristela Zamoner
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
ETIQUETA PARA
DANÇA DE SALÃO
PRIMEIROS PASSOS
ISBN 978-85-66017-06-9
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Prefácio
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Dedicatória
Agradecimento
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Quem despertou meu gosto por uma mesa bem-posta, um traje combinado, um
comportamento cortês e tudo mais que agrada aos olhos e mexe com as
emoções, foi minha mãe, Ursula. Exemplo de dama em tudo, postura, fala,
comportamento, porte, integridade... alma. A essência de seus ensinamentos, o
caminho mais doce e delicado para a paz entre homens e nações, é a conduta
civilizada. Se hoje aceitei o desafio de arriscar-me falando sobre etiqueta, é
porque tive a melhor referência da primeira dama de minha família.
Deni Filho. Chegou em minha vida como uma lucidez original, me permitiu ver
o que eu não via e mudar minha ótica sobre o que eu acreditava enxergar.
Ensinou-me o que eu não sabia sobre o amor e a realização feminina,
mostrando-me, na prática, a essência histórica da condução. Não esperava por
isto, mas o tempo me trouxe o melhor parceiro. Presenteia-me a cada dia,
participando intensamente da formulação de novos saberes, envolvendo-se
genuinamente com a prática da dança de salão, de forma a me levar a outra
dimensão de vivência desta arte.
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Homenagem de Mérito
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Sumário
PARTE I ......................................................................................................................... 13
ABERTURA .............................................................................................................. 13
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13
PARTE II ........................................................................................................................ 17
ETIQUETA DE CORPO .......................................................................................... 17
CORPO ................................................................................................................. 17
INDUMENTÁRIA .................................................................................................. 35
PARTE III ...................................................................................................................... 59
ETIQUETA DE ATITUDE ....................................................................................... 59
ATITUDE ............................................................................................................... 59
EGO ....................................................................................................................... 85
PARTE IV ...................................................................................................................... 90
ETIQUETA NO SALÃO ........................................................................................... 90
INTRODUÇÃO À ETIQUETA NO SALÃO DE DANÇA ................................. 90
CADA SALÃO UMA CONDUTA ........................................................................ 99
ETIQUETA AMBIENTAL NO SALÃO DE DANÇA ....................................... 100
ETIQUETA NOS SALÕES QUE SERVEM REFEIÇÕES ........................... 103
PARTE V...................................................................................................................... 113
ETIQUETA EM OUTROS AMBIENTES............................................................. 113
ETIQUETA NAS ESCOLAS DE DANÇA ....................................................... 113
ETIQUETA DE PLATEIA .................................................................................. 130
ETIQUETA DO AMBIENTE VIRTUAL DE DANÇA DE SALÃO................. 134
ETIQUETA NO ESPAÇO ACADÊMICO ........................................................ 148
PARTE VI .................................................................................................................... 152
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 152
BIBLIOGRAFIAS ........................................................................................................ 154
GLOSSÁRIO ................................................................................................................ 160
ANEXO ........................................................................................................................ 162
Um toque de infidelidade ...................................................................................... 162
REFLEXÃO: Quem é você na dança de salão? ........................................................... 163
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PARTE I
ABERTURA
INTRODUÇÃO
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PARTE I
ABERTURA
INTRODUÇÃO
Allen Dodworth. Dancing and its relations to education and social life.
New York and London. Harper & Brothers Publishers. Ano de 1900.
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Boa leitura!
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PARTE II
ETIQUETA DE CORPO
CORPO
INDUMENTÁRIA
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PARTE II
ETIQUETA DE CORPO
CORPO
Dançamos com o corpo que utilizamos por toda a vida. Ele exige cuidados
para estar e parecer sempre bem.
Na dança de salão, os corpos de cavalheiros e damas se tocam
permanentemente. Esta condição faz com que notemos em nosso par uma
diversidade de aspectos que ultrapassam, em muito, apenas o visual.
Percebemos cheiro, textura de pele, altura, peso, tônus muscular, temperatura,
umidade, vibração, ritmo respiratório e, às vezes, até mesmo os batimentos
cardíacos.
O que fazemos com nosso corpo e como o preparamos para dançar pode
ser agradável ou não ao nosso par. Isto significa que é necessário estarmos
atentos a um tipo de etiqueta muito mais sutil do que imaginamos.
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Boa Apresentação
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Higiene
Transpiração
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Por fim, nunca é demais lembrar deste conselho, sempre válido: tomar
banho antes de sair para dançar, ficar com o corpo limpo, bem seco e fazer uso
de antitranspirantes. Ao perceber excesso de transpiração, ir ao banheiro, lavar
o rosto, as mãos e secar-se bem com papel toalha antes de retornar. Sempre
que possível, higienizar as axilas e reaplicar antitranspirante sobre a pele seca.
Desodorantes
Perfumes
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
mantêm-se mais intensas e no frio tornam-se mais voláteis. É bom não esquecer:
em geral, os ambientes de dança são mais quentes.
Gosto é algo muito particular e o que é agradável para um, pode não ser
para outro. Assim, o uso de perfumes no salão de dança merece ser feito
criteriosamente, aplicando-se todo este conhecimento. No entanto, o melhor
conselheiro é sempre o bom senso.
Cremes
Dez especialistas ouvidos pela Folha dizem que boa parte dos
benefícios prometidos por fabricantes de cremes caríssimos não tem
comprovação científica (,,,) em se tratando de cremes para o rosto e
para o corpo, o efeito obtido por um produto que custa R$ 600 pode
ser muito similar ao proporcionado por outro que custa R$ 30.
O uso de cremes é mais comum entre as mulheres. Mas a cada dia que
passa, os homens vêm se cuidando mais, utilizando este e vários outros
recursos, para se apresentarem atraentes e confortáveis diante das mulheres.
Ao se tratar de dança, o uso de cremes pode ser inconveniente. Além do
odor que alguns exalam, os cremes oleosos nas mãos podem deixá-las
deslizantes, o que é desastroso para dançar zouk, swing ou salsa, por exemplo.
Os produtos de absorção mais imediata são preferíveis.
Tinturas de cabelo
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
utilizar produtos de qualidade, que não manchem tecidos. Mas se seu produto
costuma perder tinta, é melhor usar os cabelos presos, ou bem curtos, para
minimizar o problema.
Boca
Não faltam ocorrências curiosas para relatar o que se faz com a boca
enquanto se dança. Precisamos sempre pensar no que incomodaria nosso par.
Manter objetos na boca, falar junto com som alto, mascar chicletes e outras
atitudes semelhantes não favorecem seu conforto.
Pensar no que o outro sente sobre o que estamos fazendo com nossa
boca é um bom começo para perceber o que foge da etiqueta.
Hálito
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Cigarro
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Unhas
Eis que surge a sua vontade de usar algo por você, pelo seu gosto e
querer. Portanto, mulheres maravilhosas, saiam por aí desfilando
suas unhas vermelhas, sinal do seu poder, elegância e feminilidade.
Via de regra, são as damas que mantém as unhas mais compridas. Mas
também há cavalheiros que as usam longas, às vezes em um único dedo.
Dançando a dois, as unhas compridas podem trazer dificuldades e
constrangimentos. Os casos de arranhões não são raros, chegando até a
provocar, eventualmente, sangramentos. Também acontecem situações em que
as unhas engatam nas vestes que, em movimentos rápidos, correm o risco de
ser rasgadas ou até arrancadas. As unhas nem precisam estar muito longas para
causar danos. Mesmo quando seguidos de desculpas, estes acidentes são muito
desagradáveis.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Depilação e barba
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fármaco. A soda cáustica é outra substância que teria sido usada por romanos
como um dos principais produtos de seus compostos depilatórios.
Os egípcios teriam sido os primeiros a utilizar extrato de sândalo, argila e
cera de abelhas, iniciando uma técnica que permanece até os dias atuais. A
depilação a cera quente é relatada como tendo sido utilizada por Cleópatra.
Aplicava-se uma camada de cera sobre faixas de tecidos que eram colocadas
sobre a pele com pelos, sendo arrancados em seguida.
No Sul Asiático e Médio Oriente, fazia-se a depilação com uma linha de
algodão que se entrelaça e desliza sobre a pele, extraindo os pelos com a raiz.
Atualmente, esta técnica ainda é utilizada em alguns locais do planeta. Para se
depilarem, as muçulmanas passavam no corpo todo um xarope espesso, feito à
base de açúcar e limão.
Em 2.000 a.C., conta-se que, na Grécia, as mulheres arrancavam os pelos
com as mãos ou os queimavam com cinzas quentes colocadas sobre a pele.
Segundo historiadores, o processo era tão doloroso que as sacerdotisas dos
templos de Creta ingeriam bebidas alcoólicas para entorpecer o corpo e reduzir
o sofrimento. O primeiro instrumento de depilação, o estrigil, também teria sido
utilizado na Grécia Antiga. Era feito de uma varinha de 16 a 30 cm com ponta
curva. Nas áreas com pelos, passava-se uma pasta produzida a partir de
vegetais, cinza e argila, que era raspada com o estrigil.
Nas décadas de 20 e 30, depilavam-se apenas as pernas. Os pelos das
axilas e região púbica mantinham-se intactos. Foi no início da segunda metade
do século que também as axilas começaram a ser depiladas.
No século XX, em muitos países a depilação passou a ter relação com a
higiene, bom gosto e elegância. Nas últimas décadas, disseminou-se entre as
mulheres tanto quanto entre os homens, também a depilação na região púbica.
As técnicas atuais variam muito, indo desde os métodos mais antigos
como o uso de ceras, que ainda permanecem em voga, até os depiladores
elétricos. A aplicação de laser é usada para depilação definitiva.
Mesmo com todo este histórico, a depilação não é um hábito de todos os
povos. Há países na Europa em que os pelos do corpo são considerados
charmosos, sensuais e até eróticos.
No Brasil, as mulheres costumam depilar-se. Buço, axilas, pernas, braços,
região púbica e até a entrada das narinas são cuidadosamente mantidos livres
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Postura e elegância
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
A postura, aqui, será abordada no limiar que separa corpo e atitude. Ela
reflete nosso estado de espírito, concepção que temos de nós mesmos e do
outro e, ao mesmo tempo, envolve muitos aspectos corporais. Diz muito ao
mundo a respeito do que somos.
Há quem diga que parte da elegância é decorrente da postura correta,
que, no dia a dia, passa uma imagem de altivez nos movimentos. Lembremos
que esta postura “correta” pode ser entendida como a que é boa para nosso
corpo. Izabela Lucchese Gavioli publicou na Revista Dança em Pauta, em 29 de
agosto de 2012, o artigo “O abraço saudável na dança de salão”, com muitas
informações preciosas. É indicada sua leitura na íntegra. Cada um precisa
conhecer seu corpo para descobrir qual a melhor forma de alinhar-se, até mesmo
por uma questão de saúde. Alguns trabalhos corporais são especialmente
favoráveis para se descobrir e manter a melhor postura possível: fortalecimento
da musculatura de apoio, relaxamento minimizador do que provoca tensão
muscular, exercícios de conscientização corporal para autocontrole, percepção
das partes do corpo e domínio de movimentos e posturas.
As aulas de dança de salão, quando bem conduzidas, podem ser grandes
aliadas neste processo. Entretanto, a atenção durante as atividades mais
simples do dia a dia pode fazer uma diferença muito grande para a manutenção
da postura mais apropriada.
A boa postura é indispensável para a saúde da coluna, dos músculos e
articulações. A coluna saudável tem três curvas naturais: cervical (para frente,
na região do pescoço), torácica (para trás, na parte superior das costas) e lombar
(para frente na parte baixa das costas). A manutenção destas curvas em
alinhamento equilibrado implica em uma boa postura. As musculaturas
abdominais, de bacia, de pernas, participam deste alinhamento. As articulações
da bacia, do joelho e tornozelo devem equilibrar as curvas naturais da coluna
quando nos movemos. A má postura é aquela posição em que colocamos nosso
corpo de maneira a distorcer o alinhamento vertical e as curvas naturais da
coluna, o que pode ocorrer de várias formas.
A avaliação de um médico, um fisioterapeuta, professor de educação
física ou outro profissional é a melhor maneira de verificar a qualidade da
postura. Bons professores de dança de salão, com formação na área de
anatomia, também podem notar distorções, recomendando um serviço de saúde.
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INDUMENTÁRIA
A roupa que você veste não diz o quanto você dança, mas é
necessário estar apropriadamente vestido para um baile.
Vista sua melhor roupa, calce seu melhor sapato, acerte no perfume,
afine os ouvidos, estufe o peito e convide aquela bela dama para um
passeio pela pista.
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A dança de salão não foge deste padrão geral, embora sua moda mude
mais lentamente. Seus ambientes influenciam a escolha da indumentária dos
participantes, definindo seus próprios valores sociais.
Sapatos
Breve histórico
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calçados diferentes para cada pé. Na Roma Antiga, a cor dos calçados indicava
a classe social: branco para cônsules, marrons para senadores.
O formato de sapatilhas apareceu na Idade Média, sendo usado por
homens e mulheres. As botas também eram usadas por homens, as mais
simples confeccionadas em couro de vaca e as mais sofisticadas, em couro de
cabra.
Consta que em 1642, Thomas Pendleton teria fornecido quatro mil pares
de sapatos e seiscentos pares de botas para o exército inglês. Eduardo I, rei da
Inglaterra, uniformizou as medidas. É o primeiro relato que se tem de
padronização de numeração.
As máquinas para confecção de calçados surgiram no século XIX. A
máquina de costura, em especial, tornou os calçados mais acessíveis. A
substituição do couro pela borracha e materiais sintéticos veio no século XX.
Jornais e revistas do século XIX nos revelam que os calçados específicos
para as danças de sociedade, como eram chamadas na época, não são uma
novidade.
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a autora, a escolha está relacionada à dança que será estudada, podendo variar
de sapatilhas para zouk, a saltos altos para o tango. Podemos fazer o mesmo
paralelo com o tipo de evento. Nos “bailes do descalço”, onde as pessoas
simplesmente tiram os calçados para dançar, não faz muita diferença o calçado
escolhido para chegar ao local. Outros eventos ocorrem na rua e a maioria das
pessoas utiliza tênis, inclusive para dançar zouk.
A citada autora aborda ainda outros tópicos importantíssimos sobre a
questão dos calçados. Recomenda como ideais para dançar os que não
deslizam facilmente e nem prendem demais ao chão podendo forçar estruturas
anatômicas de articulações, provocando lesões. Sugere solas de couro ou
camurça para pisos de madeira não encerados. Neste sentido, é válido lembrar
que o calçado adequado é um dos fatores que pode evitar os constrangedores
e deselegantes escorregões. Considera que superfícies de linóleo não são
compatíveis com solados de borracha como os tênis. Izabela ressalta que
trocamos a direção dos pés frequentemente ao dançar, mantendo o antepé em
contato com o chão. Por isto, não é desejável muito atrito entre o calçado e o
piso, o que pode forçar articulações de joelhos e tornozelos, provocando lesões
que, com o passar do tempo, podem se tornar sérias. Por esta razão, o tênis
esportivo não é considerado pela autora como o melhor calçado para a dança
de salão. Entretanto, existem os tênis específicos para se dançar, tendo um
solado que permite a flexão dos pés e com menor aderência que os demais. São
adequados especialmente para danças como zouk, soltinho e lindy-hop. Para o
tango, a autora sugere solado de camurça ou couro, porque a técnica exige
deslocamento dos pés muito próximo ao solo. Pisos de concreto ou cerâmica
devem ser evitados em virtude da falta de absorção dos micro impactos e da
presença de emendas. A sugestão da autora é que os profissionais levem
sempre consigo pelo menos dois pares de sapatos com solas de diferentes
materiais. É comum os lugares de apresentações serem inadequados para a
dança de salão.
Os cavalheiros mais preparados têm aguçada percepção deste atrito que
a sola do calçado da dama faz com o chão. Consideram, em suas conduções, a
escolha de movimentos compatíveis com a proteção da saúde da dama e ainda
atentam para evitar manobras que tragam desconforto por falta ou excesso de
atrito. Por exemplo, quando o cavalheiro nota que a sola do calçado da dama
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oferece atrito reduzido, não faz movimentos que a deixem insegura e diminui o
tamanho dos passos para evitar que ela deslize sem desejar. Quando nota que
a sola do calçado da dama está atritando mais que o desejado, evita pivôs que
possam sobrecarregar articulações. Mesmo quando a dama não nota seu par
tomando este cuidado, é uma gentileza sutil e de rara inteligência, que leva o
cavalheiro a ser considerado nos salões como um excelente parceiro de dança.
Para escolher o calçado, Izabela comenta que existem vários modelos e
marcas disponíveis no mercado, seja para dança ou não. Sugere que sejam
observados aspectos como: preferir saltos mais grossos que facilitam a
distribuição do peso; optar por calçados que fiquem firmemente presos ao pé,
favorecendo o equilíbrio; não utilizar plataformas que prejudicam o
funcionamento normal das articulações dos dedos, oferecendo riscos à saúde
(tendinites e fasceíte plantar); não utilizar calçados bicudos, incompatíveis com
as técnicas de dança. A autora ainda recomenda: os calçados escolhidos para
dança devem ser bem cuidados, evitando seu uso para outras finalidades.
Lembra que já se observam dançarinos trocarem o calçado quando chegam ao
salão. Calçados bem cuidados, além de favorecer a saúde dos pés, são
indispensáveis na composição da boa apresentação do dançarino.
Izabela nos presenteia com um conjunto de dicas relevantes sobre os
cuidados com os calçados e pés: deixar em lugar arejado; usar spray
neutralizador de odores para calçados ou para ambientes domésticos (neste
caso, sempre usar com meias); antes do uso, espalhar talco; preferir as meias
de algodão; procurar manter o calçado sempre seco para prevenir a proliferação
de microrganismos e seus odores; manter os pés sempre limpos, higienizados
com água, sabonete e escova ou esfoliante, para remover as células mortas que
favorecem os microrganismos e odores; após o banho, secar bem os pés inteiros
e aplicar talco; procurar um médico se aparecer alguma afecção como: calos
dolorosos, unhas encravadas, micoses ou abscessos. Também é indicado
comprar calçados de dança com a numeração correta (nem sempre é a mesma
dos outros calçados) para que o atrito com o pé seja adequado. Cavalheiros e
damas que calçam sapatos do tamanho adequado tem maiores possibilidades
de dominar o espaço que seu pé calçado ocupa no salão, e assim, proteger-se
do risco de tocar ou pisar seu par de forma inapropriada e, portanto, deselegante.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Uma coisa que tive que aprender foi a me vestir para o baile. A
apresentação de si através do vestuário é um ponto importante na
prática da dança de salão.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
evento, notei que era a única de preto, o que me deixou um tanto desconfortável.
Perguntei a uma conhecida a razão pela qual ninguém estava usando preto. Ela
respondeu que não sabia bem ao certo. Acreditava que isto estaria relacionado
ao clima da cidade, mas que eu não deveria me preocupar, porque o carioca era
muito acolhedor. Para minha sorte, isto é verdade. Esta historinha em muito se
assemelha ao que Glória Kalil relata em seu livro “Chic”. Ela conta que fora
convidada informalmente para uma cerimônia de homenagem fora de sua
cidade, poucas horas antes do evento. Vestiu-se também informalmente e, como
ela mesma definiu, teve uma “visão aterradora: social absoluto”.
A idade de quem convida pode ser um indicativo interessante para compor
um visual em sintonia com a ocasião. Quando somos convidados por alguém
muito jovem e que não conhecemos bem, podemos supor que muitos outros
jovens estarão presentes. Logo, não cabe vestir traje muito conservador. O
mesmo vale para a atenção que se deve dispensar à personalidade de quem
convida ou à característica do evento, que pode variar do excêntrico ao
tradicional. Estas observações contribuirão decisivamente para a escolha correta
do traje a ser usado.
A característica social dos outros participantes também é muito
importante. Apresentar-se de forma nivelada aos demais convidados pode ser
muito mais conveniente do que destacar-se por uma sofisticação inapropriada –
o que poderia denotar arrogância – ou por uma aparência muito despojada – o
que refletiria pouca consideração ao evento. Acompanhar a tendência da
ocasião é garantia de acerto.
De qualquer forma, cada pessoa tem seu modo de ser. Há quem goste de
chamar a atenção, sendo muito diferente no trajar. E há os que preferem a
discrição. A característica individual precisa ser levada em conta na hora de
escolher a indumentária. Afinal, é muito mais importante que a pessoa se sinta
à vontade e feliz consigo mesma do que quaisquer costumes sociais, desde que
suas escolhas não causem constrangimentos.
Há um conceito geral que classifica as categorias de trajes. Essa
classificação é variada e dinâmica, apresentando mudanças ao longo do tempo.
Glória Kalil classifica os trajes em: 1 - Esporte; 2 - Passeio, Esporte fino
ou tênue de ville; 3 - Passeio completo ou social; 4 - Black-tie, tênue de soirée
ou rigor.
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Esporte;
Esporte fino;
Passeio;
Passeio completo;
Rigor.
Esporte
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Passeio completo
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Maquiagem
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Rímel, ou máscara de cílios, é recurso que pode ser usado sempre, seja
incolor, marrom ou preto.
O blush é um ponto crítico da maquiagem. Exige um pouco mais de
conhecimento, para não conferir ao rosto uma aparência adoentada, febril ou até
de esfoladura. O ideal é uma tonalidade que atribua um contorno ou desenho
suave às maçãs ao rosto, sem evidenciar demais a cor. Os tons que tendem
ligeiramente para o marrom, geralmente caem bem em qualquer ocasião. Mas
na dúvida sobre como usar o blush, é melhor não o usar, bem como a sombra.
O batom é uma das maquiagens mais gostosas de se aplicar, pois
modifica rápida e facilmente o visual. Para o dia, uma “cor de boca”
acompanhada por gloss, para quem gosta, fica muito bem. Bocas volumosas
podem dispensar o uso de gloss.
Lápis de olho ou delineador deixam os olhos destacados, mas é preciso
muito cuidado. O uso inadequado pode modificar a expressão, entristecendo ou
deformando o olhar. Também para os lápis e delineadores a cor marrom é
interessante para o dia por não chamar muito a atenção, trazendo um efeito
natural. É bom lembrar de combinar a cor do lápis ou do delineador com a do
rímel ou máscara de cílios.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Natural
Elegante
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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PARTE III
ETIQUETA DE ATITUDE
ATITUDE
EGO
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PARTE III
ETIQUETA DE ATITUDE
ATITUDE
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Condução
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Fundamento histórico
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
sempre dança com o mesmo par pode responder a comandos que não são
conduções, constituindo-se, aí sim, o “ir sozinha”, embora em sua interpretação,
esteja agindo em “resposta”. Também ocorre a ausência de resposta ao que o
cavalheiro inexperiente pensa ser uma condução e não é. Da mesma forma,
acontece de cavalheiros experientes conduzirem damas que, por inexperiência,
não percebem a condução e não respondem.
Em determinados casos, nota-se ainda uma aparente sincronia no casal
habituado a dançar entre si. Na verdade, formaram o hábito de realizar a maioria
dos movimentos em harmonia, sem, necessariamente, dominar perfeitamente a
técnica da condução. São dançarinos que passam uma imagem de experiência
na linguagem estabelecida para dança, resultante simplesmente da prática,
mesmo que viciada. Nenhum problema por si só, mas ambos precisam estar
cientes da sua verdadeira condição para não criarem situações constrangedoras
numa eventual troca de par.
Sem dúvida, dançarinos experientes também aprendem com
inexperientes, mas de forma muito diferente e, naturalmente, em outra escala.
Independente destes aspectos o importante é saber situar-se criteriosamente no
contexto em que se está para não cometer gafes ou indelicadezas.
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entorno. Isto pode ser um estilo de dançar, mas para a dama, nem sempre é
agradável. Especialmente quando ela se sente usada por um cavalheiro que
quer aparecer para os demais. A dança a dois se fragmenta. Bons cavalheiros
não dançam simplesmente com suas damas, dançam para suas damas e nunca
perdem o foco em satisfazê-las.
De um modo geral, o cavalheiro que é capaz de colocar-se no lugar da
dama, de entender o que ela pode sentir em cada situação, tem as melhores
chances de ser agradável e, portanto, demonstrar elegantemente sua noção de
etiqueta.
Movimentos
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Deslocamento
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Passos aéreos
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
querem ou não ser servidos. Outros salões adotam métodos semelhantes para
demonstrar a intenção de dançar, como é o caso do uso de broches indicativos.
Quando a pessoa a ser convidada não pertencente ao rol de conhecidos,
vale a pena conferir se está ou não acompanhada. É preciso muito tato, por
exemplo, para convidar uma dama que está acompanhada do marido e vice-
versa. É prudente certificar-se sobre o tipo de salão em que se encontra, para
saber se não é uma gafe tirar para dançar alguém acompanhado. Se não for,
vale verificar qual seria a melhor maneira de proceder naquele lugar: solicitar ao
marido e depois para a dama ou pedir licença ao marido e, em seguida, convidar
a dama. Quando a pessoa que se deseja convidar faz parte de seu grupo e está
acompanhada, é apropriado pedir licença ao acompanhante. É muito
desagradável para um casal quando um dos dois é tirado para dançar,
ignorando-se seu acompanhante. Em turmas de amigos, ou conhecidos,
conforme a relação entre os partícipes do grupo, é possível tirar para dançar uma
pessoa acompanhada convidando-a diretamente, sem que esta atitude seja
constrangedora ou inconveniente.
Ao convidar alguém conhecido, mas não muito próximo, é inconveniente
iniciar a conversa com uma frase do tipo: “Lembra de mim?”. Se a pessoa
lembrar, tudo bem, não haverá constrangimento. Mas se não lembrar, gerou-se
um embaraço desnecessário. Caso queira identificar-se antes, é mais seguro
dizer algo como: “Sou o fulano, nos conhecemos no evento tal. Gostaria de
dançar?”.
É indispensável prestar atenção às características do salão, verificando a
forma adequada de proceder em cada caso. Havendo dúvida, é mais seguro não
tirar alguém para dançar nas circunstâncias aqui mencionadas, ou em outras
igualmente desconhecidas.
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Assédio
Alimentação e bebida
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
das piores agressões aos frequentadores e à etiqueta dos bons salões de dança.
Não sendo possível resistir à bebida, consultar um médico será de grande valia
e, conforme o caso, outros tipos de auxílio poderão ajudar muito, como as
reuniões dos Alcoólicos Anônimos.
É muito simples acatar a etiqueta em um salão de dança: basta manter
atitudes discretas, sem cometer qualquer tipo de exagero e respeitar os outros.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Celular
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
evitado. Se for assunto urgente, melhor pedir licença e afastar-se, até que a
questão seja resolvida. No retorno, não esquecer de desculpar-se com grupo.
Toques discretos, ou apenas a vibração, são mais elegantes. O celular é
de uso particular. Seus sons e toques não precisam ser ouvidos por ninguém
mais que seu dono. Profissionais como médicos, jornalistas, negociantes,
policiais precisam manter o celular ligado o tempo todo. Assim, basta configurar
corretamente o aparelho, não sendo necessário desligá-lo em atividades
coletivas.
Vou falar que para mim quem deixa as coisas muito no público é
porque falta muito na privacidade
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
em alto e bom som, frases como: “você sempre quer mandar em mim”, ou “você
nunca me obedece”. Uma das principais recomendações da etiqueta no salão:
nunca erguer a voz, especialmente com seu par.
Movimentos bruscos e agressivos são mais inapropriados ainda. Sugere-
se “manter a classe”, sustentar os sorrisos até deixar o salão. A intimidade de
seu lar é o local mais adequado para resolver produtivamente suas diferenças.
Uma dica valiosa, especialmente quando lidamos com pessoas muito
próximas e com as quais temos bastante liberdade: imagine dizer a mesma
coisa, e no mesmo tom, para um chefe, amigo, ídolo ou uma criança. Se esta
projeção trouxer qualquer desconforto, é sinal que a pessoa da nossa intimidade
merece tratamento mais delicado.
Há também dançarinos que, ao dançar com um par eventual, criticam seu
par habitual, queixando-se e expondo desnecessariamente seu parceiro
permanente. Também há os que elogiam demasiadamente seu par habitual, o
que pode soar como crítica ao par eventual. É preciso sensibilidade. Na dúvida,
melhor não dizer nada. Não é agradável, em qualquer circunstância, dançar com
alguém que fica elogiando ou criticando outro dançarino, especialmente se quem
está fazendo isto é a pessoa que escolhemos para partilhar nossa vida afetiva.
Sempre é prudente pensar como nosso par do momento se sentirá com o
comentário que pretendemos fazer, imaginar como nos sentiríamos se
ouvíssemos do outro o que intencionamos dizer. A partir do que sentimos,
saberemos se não é melhor ficar em silêncio...
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
EGO
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Narzis, de Caragaggio (1573-1610). Óleo sobre tela datada entre 1594 e 1596. Localização da
obra: Galleria Nazionale d´Arte Antica, Roma, Itália.
Passos aéreos
Nada contra quem se acha o rei da cocada preta. Desde que respeite
o espaço coletivo. Em pista cheia não dá para fazer show, muito
menos movimentos perigosos, que possam atingir alguém.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Este fenômeno pode ser notado quando um dançarino que vem de uma
escola de danças vai a salões leigos. Quando a pessoa se dá conta de que
outros acham sua dança melhor em um determinado grupo, mesmo que este
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
PARTE IV
ETIQUETA NO SALÃO
INTRODUÇÃO À ETIQUETA NO SALÃO DE DANÇA
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
PARTE IV
ETIQUETA NO SALÃO
Muitas escolas relacionam itens gerais sobre o que deve ser respeitado
nos ambientes sociais em que há prática de dança, desenhando o que seria a
etiqueta nos salões da atualidade.
Entretanto, um dos livros brasileiros mais antigos que trata deste assunto,
“A arte da dança de sociedade”, de Lúcio Borelli, teve a primeira edição publicada
já em 1846. Esta edição foi seguida por cerca de uma dezena de outras, até o
início do século XX. Não é um livro de etiqueta para a dança de salão, mas no
primeiro capítulo, elencam-se regras de salão como:
Manter a circulação;
Evitar choques entre os casais;
Atentar à elegância da postura e leveza ao dançar;
Cuidar do asseio;
Ter educação nas palavras e gestos;
Seguir mesuras no ato de convidar a dançar;
Adequar os movimentos ao salão de baile.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
autores como, por exemplo, Maria Amália Corrêa Giffoni. Em 1971, ela publica
na Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, o trabalho “Considerações
históricas sobre as danças sociais no Brasil”, acrescentando ainda outras
informações. Como resultado de entrevistas com pessoas que frequentavam
bailes regularmente, o trabalho da autora constata que estas regras incluíam:
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Estatuto da gafieira
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Hoje, parte destas regras são conhecidas como “Estatutos das Gafieiras”.
O Jornal Dance News, número 70, datado de março de 2006, informa que Isidro
Page Fernandez, como proprietário da gafieira “Estudantina Musical”, teria
escrito este documento. No citado endereço eletrônico da Estudantina Musical
há uma foto da placa, afixada na entrada do estabelecimento, contendo o que
se denomina “Estatutos da Gafieira”. A foto é da autoria de F. B. Veiga, datada
de 2 de junho de 2010. Este documento, cujo conteúdo reproduzimos abaixo,
traz em detalhes o que pode e o que não pode ser feito no ambiente de uma
gafieira.
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Atenção Damas:
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Até os salões de dança mais simples têm sua etiqueta própria, em certos
casos, muito bem definida.
No ano de 2009, Edinho Nunes descreve no blog “Programa Fusão”, um
salão de dança chamado “Forró do Zé Anísio”, cujas informações teriam vindo
de Bom Despacho, em Minas Gerais. Segundo o autor, neste referido salão de
dança se estabelecem regras como:
Diz, ainda, que na entrada do salão de dança há uma placa com o dizer:
“Divertimento da Amizade” e um cartaz que adverte: “Bar Danceteria José Lopes
do Couto – Não aceito mau elemento!”.
Independente do conceito que cada um possa ter sobre “mau elemento”,
este dizer é a primeira regra de etiqueta do seu salão de dança. Toma-se
conhecimento dela antes mesmo de entrar no salão. O relato é que, em 40 anos
de existência, esta casa nunca registrou uma única briga.
Na cidade de Urubici, em Santa Catarina, o estabelecimento “Planeta
Dance” apresenta um cartaz com regras bem diferentes:
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Não são raras as ocasiões em que a dança está unida a uma refeição.
Casamentos, formaturas, bailes de debutantes, almoços, jantares ou mesmo
cafés dançantes.
Reunimos aqui, algumas dicas simples sobre como se portar à mesa, para
evitar desconfortos e constrangimentos.
No dia 20 de dezembro de 2012, Fernanda Cury postou em “M de Mulher”,
espaço eletrônico da Editora Abril, a matéria “23 lições de etiqueta à mesa”.
Contendo dicas resumidas de como portar-se à mesa, o tema é particularmente
conveniente para este livro. Sucinta e objetivamente, orienta de forma apropriada
nosso comportamento em eventos dançantes com refeições. Na sequência,
comentaremos as 23 dicas de Fernanda.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
a classe”: falar baixo ou em tom o mais baixo possível; não fazer gestos
exacerbados, especialmente segurando talheres; não interromper a
conversa de outras pessoas; cuidar com movimentos bruscos ou muito
rápidos, o que favorece a derrubada de objetos sobre a mesa; evitar
gargalhadas que chamem a atenção, interrompendo diálogos; se
precisar ir ao banheiro ou sair, pedir licença discretamente.
5. Fuja das discussões: em evento não familiar ou que não seja só de
amigos íntimos, devem ser evitados assuntos polêmicos à mesa.
Amenidades distraem, sem despertar o desejo de defender opiniões
capazes de gerar discussões exacerbadas, ou até mesmo brigas.
6. Maneire na bebida: leia mais no tópico “Etiqueta de atitude”.
7. Preste atenção na postura: quem frequenta aulas de dança de salão
desenvolve o hábito de prestar atenção a uma boa postura. Entretanto, a
postura à mesa tem detalhes mais específicos. Tradicionalmente,
considera-se que apoiar os cotovelos sobre a mesa transmite a imagem
de desleixo, mas esta ideia está flexibilizada na atualidade. Na dúvida,
procure apoiar somente os pulsos ou, no máximo, o antebraço. Outra
dica valiosa, é não se curvar demasiadamente sobre a mesa.
8. Espere para comer: procure não ter pressa em servir-se nem ser o
primeiro a começar. Dará a impressão que está faminto, o que é muito
deselegante. Aconselha-se esperar o anfitrião, a não ser que ele mesmo
solicite aos convidados que se sirvam antes.
9. Abra o guardanapo de pano sobre o colo: se no evento estiverem
disponíveis guardanapos de pano, o seu deve ser aberto e colocado
sobre suas pernas. Muito cuidado se precisar se levantar: não esqueça
de colocar antes o guardanapo sobre a mesa, evitando que caia ao
chão. Ao final da refeição, pegue-o com a mão esquerda e coloque-o
mal dobrado ao lado esquerdo do prato, sem esticá-lo. Atenção:
guardanapos de papel ficam sempre sobre a mesa.
10. Acerte nos talheres: o uso de talheres sempre gera controvérsias.
Existem os costumes de origem francesa e inglesa, sempre muito
discutidos. E, mais recentemente, com a difusão dos restaurantes
orientais, o hachi – par de palitinhos, geralmente de bambu – faz o papel
dos talheres. Nesta reportagem que usamos como referência, orienta-se
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
usar o garfo com a mão direita, conforme costume inglês. Deixe a faca
apoiada na parte de cima prato enquanto não a usa, com a lâmina
virada para o lado de dentro, conforme a figura que segue.
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11. Não enfie a cara na comida: a comida é que deve ser levada à boca e
não a boca à comida. Evite curvar-se demasiadamente, levando a
cabeça quase para dentro do prato. Isto previne, também, que cabelos
longos varram o prato...
12. Dobre as folhas da salada: ao invés de cortá-las, recomenda-se dobrar
as folhas de salada com o auxílio do garfo e da faca, providência que
evita ruídos desagradáveis e a possibilidade de acertar os cotovelos nos
vizinhos. Esta regra surgiu na época em que os talheres eram de prata e
cortar folhas provocava sua oxidação, sendo, então, preferível dobrá-las.
13. Jogue os caroços no cinzeiro: alguns alimentos são servidos com
caroços ou partes que não podem ser engolidas e, portanto, precisam
sair da boca. Minha sugestão é que sejam evitados ao máximo. Mas
quando você quiser muito algum alimento deste tipo, evite cuspir o
caroço ou qualquer outro resíduo no prato. Aproxime seu garfo da boca
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
4. Mastigue de boca fechada, evite fazer ruídos e não fale enquanto está
comendo.
5. Antes de beber, engula o que estiver comendo e limpe os lábios se
necessário. Tome o gole e limpe os lábios novamente. Isto evitará os
resíduos de comida ou aquelas desagradáveis marcas de batom nas
bordas de seu copo.
6. Ao servir-se no buffet, só toque na exata porção que pretende levar ao
prato. Alimento tocado é alimento seu.
7. Seus talheres só podem ser utilizados com os alimentos do seu prato.
Nunca os use para servir-se diretamente de bandejas, travessas, outros
recipientes de onde os demais comensais também se servem e menos
ainda dos pratos de outras pessoas.
8. É falta de polidez pedir alimentos já selecionados nos pratos das outras
pessoas, mesmo que seja “só para provar”.
9. Não revire os alimentos das travessas, procurando os seus preferidos,
sejam morangos, azeitonas, passas ou o que quer que seja.
10. Recoloque sobre seu garfo ou colher o alimento que eventualmente não
conseguiu engolir por notar gosto ruim ou estranho. Como indicado nos
casos comentados sobre retirada da boca dos caroços de azeitonas ou
ameixas, recomenda-se cobrir a boca discretamente durante esta
operação. Procure não fazer expressões de desagrado para não causar
constrangimentos. Deposite o rejeito sobre o prato e disfarce-o com
outros alimentos para que não fique desagradavelmente visível. Não fale
sobre o assunto enquanto estiver à mesa. Caso considere que possa
haver algum risco para a saúde dos comensais, procure discretamente os
anfitriões.
11. Sirva-se apenas do que vai comer, evitando as sobras. Mesmo não sendo
possível esvaziar totalmente o prato, posicione os talheres como foi
orientado, indicando que terminou a refeição. Deixe os resíduos
minimamente organizados.
12. Não transfira alimentos do seu prato para o de outra pessoa, nem leve
qualquer talher à boca de outrem. O mesmo vale para as bebidas. Usar
sua taça ou talher para dar de beber ou comer a seu par pode parecer
romântico, mas, é deselegante.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
PARTE V
ETIQUETA DE PLATEIA
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
PARTE V
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Indumentária
Existe um tipo de roupa apropriado para cada ocasião, por isso, essa
é uma questão relevante para as danças de salão. Tanto nas aulas
quanto nas apresentações, a roupa deve ser uma aliada!
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Paquera
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
estava de costas. Terceiro: frustrei-me por não ter identificado logo no início o
verdadeiro interesse daquele aluno.
A dança de salão, embora comporte uma grande diversidade de
conhecimentos, é, primordialmente, uma atividade artística e de entretenimento.
Portanto, professores: saibam respeitar o fato de que existem os que não
encaram a dança de salão como objeto de aprendizado. Não imponham a
ninguém o seu próprio conhecimento. Alunos: procurem escolas que ofereçam
o que vocês realmente querem.
É muito diferente quando um interesse surge espontaneamente, enquanto
aprendemos a dançar. Isto pode ser levado com naturalidade e respeito, tanto
pela pessoa que se interessou por outra, quanto pela pessoa que despertou o
interesse, bem como pelo professor e pela sala de aula como um todo.
E quando um aluno se interessa por um professor? Esta questão é muito
crítica, porque envolve ética profissional. Nenhum tipo de flerte ou paquera
ocorrerá na sala de aula de um profissional sério e responsável. Se algum aluno
insistir nesta prática, seguramente correrá o risco de ser admoestado. Além de
inconveniente, é situação profundamente desagradável. Resumindo: professor,
respeite a ética profissional; aluno, contenha suas investidas românticas durante
a aula.
Por estas e outras razões é tão importante identificar se os objetivos de
ambas as partes, escola e aluno, são compatíveis. Igualmente importante é o
domínio dos próprios sentimentos em respeito às outras pessoas e à sala
de aula.
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Ensinando o colega
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Intolerância prévia: há casais que chegam à sala de aula com uma carga de
sentimentos represados no dia a dia, mal tolerando um ao outro. A atividade se
torna uma válvula para extravasarem os problemas do relacionamento e tudo
que estava reprimido se libera durante a aula. O desgaste para alunos e
professor é evidente.
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Alunos: seu par não é seu subordinado. Na sala de aula, ele está em iguais
condições que você. Dê-lhe liberdade e apoio em seu aprendizado. É de bom
tom impedir que seus desacertos transpareçam para o restante da turma.
Professor: com discrição, controle os ímpetos dominadores de alunos
opressores. Mostre-lhes que a dança de salão depende de parceria, onde não
há “quem manda” e “quem obedece”.
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leva a crer que, além das diferenças individuais, homens e mulheres sentem
melodias e instrumentos musicais de forma distinta, desejando, portanto,
executar movimentos em consonância com partes diferentes da mesma música.
Esta diferença de sensibilidade pode se tornar uma fonte de atrito, favorecendo
o aflorar de conflitos pessoais do casal na sala de aula.
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pessoa, desenvolver o hábito de olhar primeiro para os erros de nosso par nos
faz perder oportunidades, às vezes raras, de melhorar nossa própria dança. É
comum notar casais em que ambos têm certeza de que o erro é do outro. E, por
incrível que pareça, quase sempre ambos são responsáveis pelo movimento não
sair como o esperado. É de muita utilidade reconhecer este fato. A relação com
o par fica protegida e é preservada a qualidade do aprendizado dos dois. Ao
procurar o responsável pela falha, analise primeiro você mesmo. Se pensarem
da mesma forma, os dois componentes do casal estarão abertos a sugestões
para evoluir. Enquanto tiverem certeza que a “culpa” é do outro, dificilmente
avançarão. Reconhecer primeiro os próprios erros ao invés de buscar pelos erros
do outro, torna o indivíduo melhor.
Trocar casais: dançar com outras pessoas durante a aula é experiência bem
produtiva. Frequentemente, após voltar ao par original, muitos problemas
sumiram. É uma estratégia que pode ser adotada por um tempo maior, até que
o casal já tenha superado suas dificuldades mútuas e possa ser reunido
novamente.
O erro de nosso par não é vitória nossa: ao ser apontado algum erro em um
dos dois, o outro pode sentir-se vitorioso. A aula não é uma competição. Não
tem como objetivo estabelecer vitoriosos e perdedores, mas sim uma parceria
harmoniosa entre o casal. Em uma aula, todos devem ganhar. Sempre é útil
colocarmo-nos no lugar do outro, agir como gostaríamos que fizessem conosco,
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se estivéssemos naquela situação. Frases como: “eu disse que você estava
errado” não contribuem com nada. Ser generoso e receptivo é muito mais
produtivo. Uma frase como: “ah, agora vamos melhorar juntos, obrigada” produz
efeitos mais positivos. Nem seria preciso mencionar que devemos desculpas a
quem imputamos alguma culpa indevida... O espírito deve ser colaborativo, não
competitivo. A dança não ocorre sem o par, portanto, a construção é conjunta.
Tem razão quem disse haver casais que levam o relacionamento como tênis:
competindo, um tentando derrubar o outro; enquanto outros o levam como
frescobol: ambos fazem de tudo para o outro acertar e o jogo continuar. Na sala
de aula de dança de salão, a cada momento você decide: ser um jogador de
tênis ou de frescobol. Se a opção for por tentar derrubar seu par, há grande
chance de você cair junto... A dança de salão só acontece a dois. Sobre este
assunto, Leonor Costa publicou em 2008, no Jornal Falando de Dança, um artigo
lindo: “A dança de salão é um jogo. E a condução é pressuposto necessário para
que esse jogo funcione”. Vale a pena ler.
Nossa evolução pode contar com a participação do par: o par com quem
dançamos habitualmente tem as condições ideais para nos ajudar a evoluir. Um
bom cavalheiro é aquele que, durante o aprendizado, perguntou várias vezes
para a dama: minha condução está sendo precisa, confortável? Como poderia
ser aprimorada? O melhor cavalheiro é aquele que ouve a dama e “sente” o
caminho para satisfazê-la. Em contrapartida, uma boa dama é aquela que,
durante o aprendizado, perguntou várias vezes para o cavalheiro: como você
sente minha reação à sua condução? A melhor dama é aquela que “ouve” e
“sente” o caminho que o cavalheiro indica, para reagir da forma mais
encantadora. As damas mais desejadas no salão são as que se dedicaram a
aprender e se especializaram em responder bem à condução, com técnica,
beleza e criatividade. Mas isto só funciona se ambos estiverem cientes da
necessidade de se formar uma verdadeira parceria.
O aluno deve lembrar sempre que, ali na sala, existem somente dama e
cavalheiro. O “homem” e a “mulher” que formam aquele casal, estão juntos em
outra dimensão.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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Celular: o celular não deve ser percebido em uma aula. Deixe-o desligado, num
modo de vibração ou outro qualquer que não seja notado pelos colegas e
professores. Ao perceber um toque ou um chamado, se não puder esperar o final
da aula, peça licença e saia da sala para atender. Ao retornar, desculpe-se
discretamente.
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Na escola, mas fora da sala de aula: em uma escola de dança de salão, nossa
participação começa já no estacionamento. A cordialidade, sinal indispensável
da boa educação, deve acompanhar o aluno desde a entrada pelos portões da
escola, às vezes, até mesmo antes. Uma escola é local procurado por pessoas
que buscam algum conhecimento. No caso da dança de salão, também buscam
outros objetivos, como diversão e sociabilização. Avançar portão adentro
buzinando, derrapando, acelerando, o rádio em volume exageradamente alto, é
desrespeito ao local e demais frequentadores. É inapropriado bater portas ou
portões, falar alto, assoviar, cantar, bater palmas, gritar, gargalhar, jogar objetos,
fumar ou tomar qualquer atitude fora da sala de aula que interfira no que
acontece dentro dela. O mesmo vale para o período em que se permanece em
qualquer ambiente da escola e também durante a saída. Em uma escola ocorrem
outras atividades, não só as aulas propriamente ditas e elas devem ser
igualmente respeitadas. Desde o momento em que o portão/porta é transposto
para dentro da escola até o momento que é cruzado para sair, é preciso cuidar
para não atrapalhar ninguém.
Etiqueta profissional
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ETIQUETA DE PLATEIA
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Eu acho que se não tem nada de bom pra falar, fica quieto! (...)
Melhor não opinar pra não arrumar confusão. Porque nesse vai e
vem as pessoas acabam falando coisas absurdas e sem nexo.
(...) Aí você me pergunta, e a liberdade de expressão, onde fica?
Continua onde sempre esteve. Você tem algo pra falar? Faça e
aconteça no seu espaço. (...) O que você vai ganhar metendo a boca
no post alheio? Nada. Não podemos obrigar as pessoas a pensar
iguais a nós, então RESPEITE. Simples assim.
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No momento em que alguém tem seu próprio espaço virtual para tratar de
assuntos sobre dança de salão, passa a ter responsabilidades, às vezes
desconhecidas, o que implica também em atentar para a etiqueta.
A seguir, registramos algumas dicas para a criação e manutenção de
espaços virtuais de qualidade.
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Críticas: não publicar textos ofensivos a quem quer que seja, especialmente se
o criticado não puder se defender. Agressões não são jamais esquecidas.
Críticas a trabalhos e opiniões podem e devem ser feitas de forma elegante,
simplesmente registrando as informações, dados, constatações ou mesmo
ideias diferentes, preservando a identidade de quem, em tese, mereceria a
crítica.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Uso de veículo alheio: quem publica artigos em um veículo virtual alheio tem
ali também um espaço virtual “seu”, porém, cedido com ou sem arbitragem
(editores). A atenção deve ser redobrada para não se publicar conteúdos
conflitantes com as finalidades do espaço cedido. O autor precisa ter certeza que
aquele veículo é compatível com suas ideias. Se, no entanto, receber uma crítica
desrespeitosa, a melhor resposta é ignorá-la. Mas se o responsável pelo veículo
da publicação solicitar uma resposta pública, faça-a na qualidade de autor e não
de comentarista, de forma técnica e impessoal, colocando toda fundamentação.
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Quando ignorar: só recebe crítica quem é lido. Portanto, só por este fato, o
autor já é uma referência. As críticas despolidas são, geralmente, postadas por
pessoas alheias à área. Ignorá-las é a melhor política, prática adotada pelos sites
de maior respeitabilidade. Deve ser excluída do espaço virtual a ofensa ou
indelicadeza exacerbada e uma advertência enviada, sempre particularmente,
ao ofensor. Em caso de necessidade de resposta, atribuir a menor importância
pontual possível, preferencialmente, conferindo caráter generalizado,
minimizando o valor da manifestação.
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Correspondência eletrônica
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Redes sociais
Hoje, a dança de salão também figura nas redes sociais e de forma muito
intensa. Por isto, a forma como nos portamos nestes ambientes também é
pertinente quando falamos em etiqueta para dança de salão.
Em 30 de novembro de 2011, Stephani Kokn publicou no site da Uol o
artigo “Etiqueta online: o que devemos (ou não) fazer nas redes sociais”, com
dicas sobre como portar-se neste ambiente. Stephani começa o artigo citando a
autora do livro “Net.com.classe”, a consultora de etiqueta Claudia Matarazzo,
que registra o quanto é importante trazer para os ambientes virtuais as regras
convencionais de etiqueta. O consultor de estilo Fabio Arruda, o jornalista
Gavroche Fukuma e o gestor de TI Wiliam Ribeiro também foram mencionados
como fonte de informações para o artigo de Stephani. Conforme estas fontes,
algumas dicas são relevantes, por isto as trago de forma comentada.
Não rejeitar uma solicitação para ser adicionado a sua rede social.
Procure uma forma educada de fazê-lo ou ignore, sem desrespeitar suas
próprias vontades. Sugestão: utilize recursos como “bloqueios” anônimos,
ótima forma de garantir discrição, evitando muita exposição;
Não expor indiscriminadamente fotos de outras pessoas, amigos,
familiares ou de si mesmo. Antes de postar qualquer foto, peça
autorização para quem aparece retratado, respeitando sua privacidade;
Os recursos de marcação de pessoas também só podem ser usados, com
autorização prévia, evitando constrangimentos a quem, simplesmente,
pode pensar de maneira diferente da sua;
Jamais expor devedores;
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Outras considerações
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Perdoar: é gentil perdoar erros alheios. Jamais corrigir quem não solicitou nossa
“avaliação” pública. Responder uma mensagem, usando corretamente uma
mesma palavra que veio escrita com erro, pode ser uma estratégia simpática. A
mesma gentileza vale para perguntas tolas que vemos postadas em diversos
sites. Ignore-as ou responda com polidez, para quem perguntou, pode não ser
tolice.
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Respeito à credibilidade
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Títulos falsos
Respeito à autoria
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
artigos científicos com vários autores que não participaram efetivamente de sua
construção; cópia de textos republicados sem autorização; plágio de ideias e
similares.
Assenhorar-se indevidamente de qualquer criação alheia é, no mínimo,
desonesto, por isto, afronta qualquer princípio elementar de etiqueta.
Respeito ao conhecimento
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
PARTE VI
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
PARTE VI
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A arte de viver
É simplesmente a arte de conviver...
Simplesmente, disse eu?
Mas como é difícil!
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
BIBLIOGRAFIAS
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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Maristela Zamoner
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
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159
Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
GLOSSÁRIO
Dança de salão – é a arte conservacionista que se universaliza em práticas sociais, não cênicas,
nem esportivas, consistindo na interpretação improvisada da música através dos movimentos
dos corpos de um casal independente, quando o cavalheiro conduz a dama.
Exemplos: samba de gafieira, bolero carioca, tango, lambada, swing (soltinho).
Dança de casal: conjunto de todas as danças cuja unidade é um par formado por um cavalheiro
e uma dama.
Dama: é a entidade feminina do casal, a unidade da dança de salão, que se comporta com
integridade, exercendo seu domínio ao selecionar o cavalheiro que irá conduzi-la, enquanto
demonstrará seu grau de satisfação.
Dança social: é a dança recreativa de prática social, não cênica, nem competitiva, sem natureza
artística, desprovida de técnica elaborada ligada a sua origem, que se universaliza e consiste em
movimentos dos corpos de um casal independente, sob a condução do cavalheiro.
Exemplo: curinga [dois e dois].
Dança erudita: é a dança recreativa, não cênica, nem competitiva, com formação de pares não
enlaçados que dançam de forma dependente uns dos outros, criada por mestres e ensinada aos
nobres, antes dos bailes, para ser praticada em salões aristocráticos antigos. Portanto, trata-se
de dança criada para o salão e não dança surgida de salão.
Exemplo: minueto, gavota.
Dança folclórica: é dança preservacionista derivada de dança popular que deixou de ter prática
social. Em geral é dançada com o uso de trajes típicos.
Exemplo: tarantela, italiana.
Dança popular: é uma manifestação cultural de um povo, mantida por prática social, passível
de evolução, que não se universaliza, não é competitiva nem cênica. Não é dançada
necessariamente com trajes típicos.
Exemplos: cueca, no Chile, frevo, no Brasil, ambas danças ainda praticadas; waltzer, dançada
popularmente por volta do século XV em algumas regiões como a periferia de Viena, era mais
grosseira que a valsa, entretanto, deu origem a ela quando adaptada para os salões
aristocráticos.
Dança popularizada: é a dança vinda dos meios aristocráticos, produzida por mestres, adotada
e adaptada imediatamente pelo povo.
Exemplos: polcas e mazurcas.
Discoteca: dança em que não se formam pares enlaçados, cada indivíduo movimenta-se
aleatoriamente, balançando o corpo. Pode-se dançar sozinho, um de frente para o outro ou
formando círculos de variados tamanhos.
Exemplo: dança da discoteca
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Dança de salão de projeção: termo sugerido por Cristovão Christianis para designar a
subdivisão da dança cênica resultante da transposição da dança de salão para o palco.
Exemplo: dança difundida pela Mimulus Cia de Dança, para a qual se sugere a denominação
específica de Técnica Mesquita, referenciando seu criador Jomar Mesquita.
Dança tradicionalista social: dança preservacionista de prática social, não cênica, nem
competitiva. Pode ser dançada socialmente com trajes típicos.
Exemplo: danças gaúchas disseminadas pelos CTGs.
Salão misto: é o salão de dança em que ocorrem diferentes tipos de danças em prática social.
161
Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
ANEXO
Um toque de infidelidade
Em 1989 a Paramount Pictures lança no cinema o filme “Um toque de infidelidade”, intitulado
originalmente de “Cousins”, dirigido por Joel Schumacher e produzido por William Allyn. Foi estrelado por
Isabella Rossellini, Ted Danson, Sean Young e William Peteresen nos papéis principais. O filme é uma
refilmagem de “Primo, Prima”, de 1975. Conta a história de Maria e Larry, que se conhecem na recepção
do casamento entre a mãe dela e o tio dele. Nesta festa, inicia-se um caso amoroso entre os cônjuges dos
protagonistas, que não passa desapercebido por ninguém. Incomodados com o caso dos seus cônjuges,
Larry e Maria aproximam-se tentando dar a impressão de que também estavam tendo um caso, o que
desemboca em um romance real entre ambos.
Apesar de ser antigo, vale a pena revê-lo, se não pelo enredo, por ter uma bela fotografia e uma
trilha sonora fantástica.
Mas, o que realmente marcou minha memória, foi uma cena de menos de 20 segundos,
aproximadamente aos 27 minutos do filme, em que Ted Danson (Larry), dança um cha-cha-cha com
Lorraine Butler (Ms. Greenblatt). Larry é um homem esbelto e elegante, que buscava a felicidade e para tal,
trocava seqüencialmente de empregos. No momento em que se passa o filme, ele atua ministrando aulas
de Danças de Salão, o que, segundo ele, o permite ser feliz. Como professor, aparece conduzindo uma
aula para terceira idade, em um clima agradabilíssimo, construído sobre tons claros característicos do
espírito daquele momento. Em determinado ponto, ele interrompe a aula no intuito de mostrar como é o
cha-cha-cha e convida para uma demonstração Misses Greenbaltt (Lorraine Butler), sua ajudante:
Misses Greenbaltt, com bela postura e elegância, dirige-se ao centro da sala de dança. Ambos
dançam brevemente com uma leveza impressionante e ao final, o professor olha para a Dama e se
pronuncia:
É uma cena que deve ter passado desapercebida pela maioria das pessoas que assistem a esta
produção envolvidas em seu enredo. Não é um destes filmes de dança que tanto chamam a atenção
trazendo histórias românticas pasteurizadas pelo envolvimento entre os dançarinos, seja entre professor(a)
e aluno(a) ou não. É uma cena mais real, característica da maioria das salas de aula de danças de salão
para terceira idade que estão espalhadas pelo mundo. Na época em que assisti este filme a primeira vez,
nem havia iniciado minhas aulas de dança de salão, mas, o fato é que o vi há mais de 20 anos e esta foi a
cena que ficou marcada em minha memória.
Com esta lembrança permanente, resolvi rever o filme apreciando novamente aquela cena em
especial, revivi a mesma sensação, de indescritível leveza. Busquei informações, especialmente sobre a
Dama chamada pelo professor para demonstrar, a atriz Lorraine Butler. Não foi possível encontrar muitos
dados sobre esta Dama/atriz, pude saber apenas que teria nascido em Melbourne, Austrália, atuado em
apenas pouquíssimos filmes com papéis secundários e seguido carreira em cassinos, teatros, restaurantes,
hotéis e, nos últimos anos, ensinando voz e performance.
Talvez alguns possam se perguntar o que será que havia de tão fantástico naqueles 20 segundos.
Bem, para a maioria das pessoas deve ser mesmo uma cena banal, mas, para mim, marcou a memória,
conservando um frescor único. Uma cena de beleza incrível, quem sabe, porque se tratava de uma Dama
notavelmente fora dos padrões de beleza aceitos pela sociedade.
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Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
É sempre bom que tenhamos ciência sobre o que acontece conosco, para respeitar o palco, o
salão, nosso par e a nós mesmos.
Abaixo seguem algumas perguntas que têm como finalidade favorecer a reflexão, o que pode
ajudar na autoconsciência e posicionamento realista diante de si mesmo. Ao ler as perguntas e
suas alternativas "a" e "b", pode ocorrer de não haver uma resposta certa, precisa para cada
caso. Então, é bom escolher a alternativa que mais se aproxima do que o leitor sente. O ideal é
ler a pergunta e as alternativas sem responder imediatamente. Será um bom exercício, a cada
pergunta, tentar lembrar de situações correlatas vividas, dos verdadeiros sentimentos tidos em
cada uma delas para, então, responder.
2. Quando você dança em um salão, procura notar se alguém está observando sua
dança? a. ( ) sim b. ( ) não
3. Se ocasionalmente você está em um salão e percebe que alguém está admirando sua
dança, você fica mais atento para fazer movimentos bonitos? a. ( ) sim b. ( ) não
4. Imagine por um momento a sua melhor dança, na qual você tem o melhor
desempenho. Você preferiria desfrutar dela compartilhando com outras pessoas que
tenham a oportunidade de vê-la ou preferiria vivê-la com seu par preferido em qualquer
lugar?
a. ( ) compartilhar com outras pessoas além do meu par
b. ( ) desfrutá-la com meu par preferido em qualquer lugar
5. Ao longo de uma dança, em um salão, você consegue manter a atenção em seu par
durante toda a dança, ou em alguns momentos se distrai com vontade de fazer
movimentos apreciáveis?
a. ( ) as vezes me distraio fazendo movimentos que me parecem apreciáveis
b. ( ) mantenho a atenção em meu par durante toda a dança
7. Caso você adore fazer determinado movimento e seu par preferido o deteste, você
deixa de fazer o movimento que gosta muito para não chatear seu par ou pensa que seu
par também tem que fazer sua parte para você fazer o que gosta?
a. ( ) as vezes faço o que gosto porque acho que meu par preferido pode me entender e
respeitar minha vontade
b. ( ) deixo de fazer o passo que meu par não gosta
163
Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
9. Você se imagina, algumas ou várias vezes, dançando para que outras pessoas o
vejam e apreciem sua dança? a. ( ) sim b. ( ) não
10. Quando você está se preparando para sair, você escolhe uma roupa e um sapato que
se destaquem no salão ou prefere se trajar da forma que seu(s) par(es) preferido(s) mais
aprecia(m)?
a. ( ) acho que os trajes que se destacam no salão são mais legais, combinam mais com
minha dança e me fazem sentir bem
b. ( ) prefiro que meu(s) par(es) preferido(s) gostem da forma como estou
11. Na situação de dançar para outras pessoas que estejam ali para ver sua dança,
compartilhando com você ao ver uma arte linda como a dança de salão sendo executada
por você, o que sente:
a. ( ) fico feliz quando as pessoas me veem dançando bem
b. ( ) gostaria de mostrar para as pessoas que elas também podem sentir o prazer da dança
Para pensar:
SALÃO: 1 a 4 respostas para letra "a": provavelmente você é um dançarino de salão em sua
essência, em geral prefere ver a satisfação do seu par a ser reconhecido por dançar bem ou
mostrar para outras pessoas os prazeres da dança. O cuidado a tomar é de não esquecer das
regras do salão ao satisfazer seu par.
ENTRE O SALÃO E O PALCO: 5 a 8 respostas para letra "a": você transita entre os prazeres
do salão e os do palco. Gosta de desfrutar de seu par na intimidade, mas também gosta de
compartilhar sua dança com outras pessoas que a admirem.
PALCO: 9 a 12 respostas para letra "a": você prefere o palco, é sempre saudável descobrir o
que o leva a preferir o palco, e para você vale a pena procurar experiências com
apresentações de dança, seja em iniciativas de outras pessoas ou próprias, para explorar este
mundo e se entender nele. Quem sabe você se descobre com um grande talento e desenvolve
um trabalho que se torna uma referência. O cuidado a tomar, é não desrespeitar ninguém na
busca da sensação de se sentir valorizado e reconhecido.
Estas são apenas sugestões e reflexões que naturalmente variam de pessoa para pessoa, não
servem como regra absoluta. Mas podem ser um ponto de partida para nos fazer pensar sobre
o que somos para nós e para os outros em cada ambiente de dança onde estamos. É um
ponto de partida para entender qual o papel da dança de salão em nossa vida, como
desfrutamos dela, como a usamos, que espaços vazios ela preenche. Sempre é bom estarmos
cientes e no controle sobre o que fazemos com esta arte em nossas vidas, para evitarmos a
perda de valores que nos são importantes.
Uma vez que estamos conscientes do que sentimos, do que queremos, do que precisamos,
podemos assumir o controle sobre o que fazemos e este é o caminho para que todos fiquem
bem e possam aproveitar o melhor da dança, seja curtindo os encantos do salão ou as alegrias
de se apresentar!
164
Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
165
Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Palam, Edite (org.). Recortes da história das danças de baile II. Liberi. Ano
2. Volume III. Comfauna, 2017.
Palam, Edite (org.). Recortes da história das danças de baile – RS, CE,
ES. Liberi. Ano 1. Volume II. Comfauna, 2016.
Este Volume II da Série Liberi, organizado por Edite Palam, vem a dar
continuidade à pesquisa documental iniciada em 2012 por Maristela Zamoner,
sobre a História da dança de salão no Brasil, ainda no mesmo formado das
primeiras publicações que disponibilizaram resultados dos seguintes estados
brasileiros: 1. São Paulo, 2013; 2. Rio de Janeiro, 2013 e 2015; 3. Paraná,
2014; 4. Pernambuco, 2014; 5. Maranhão, 2014; 6. Bahia, 2014; 7. Minas
Gerais, 2015; 8. Santa Catarina, 2015; 9. Sergipe, 2016. Na categoria
de Investigação científica trazemos agora os artigos referentes aos seguintes
estados: Rio Grande do Sul, Ceará, Espírito Santo.
166
Maristela Zamoner
Etiqueta para dança de salão: primeiros passos
Sandra Ruthes
É formada em Educação Física pela UFPR (1996) e
pós-graduada nos cursos de Pedagogia do Esporte
pela UFPR (1997) e Dança de Salão – Teoria e
Técnica pela FAMEC (2006)
Possui mais de 20 anos de experiência na área das
danças a dois e hoje, além de atuar como professora,
coreógrafa e DJ, coordena a área pedagógica e de
organização de eventos da iDance – Dança de Salão
em Curitiba.
ISBN 978-85-66017-06-9
167
Maristela Zamoner