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I SENELCO

I Seminário Nacional de Estudos Linguísticos do Centro-Oeste

ENSINO DE LÍNGUAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS


CÂMPUS DE TRÊS LAGOAS

Três Lagoas, 08 a 10 de novembro de 2017.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL


CÂMPUS DE TRÊS LAGOAS

Reitor: Professor Marcelo Augusto Santos Turine


Vice-reitora: Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo

CURSO DE LETRAS

Coordenadora: Sheyla Cristina Araujo Matoso Silva

COMITÊ CIENTÍFICO

Ana Maria Ferreira Barcelos – Universidade Federal De Viçosa


Ana Paula Martinez Duboc – Universidade De São Paulo
Beatriz Gama Rodrigues – Universidade Federal Do Piauí
Celina Aparecida Garcia De Souza Nascimento – Fundação Universidade Federal
De Mato Grosso Do Sul
Denise Silva Paes Landim – Universidade Federal Do Tocantins
Eliabe Dos Santos Procópio- Universidade Federal De Roraima
Eliana Merlin Deganutti De Barros – Universidade Estadual Do Norte Do
Paraná/Cornélio Procópio
Elisa Borges De Alcantara Alencar -universidade Federal Do Tocantins
Fabricio Paiva Mota -universidade Federal De Roraima
Isabel Cristina Cordeiro – Universidade Estadual De Londrina
João Fábio Silva – Universidade Estadual De Mato Grosso Do Sul
Leticia Jovelina Storto – Universidade Estadual Do Norte Do Paraná/Cornélio
Procópio
Lucilene Machado Garcia Arf – Universidade Federal De Mato Grosso Do Sul
Mariana Perez Goncalves Da Silva – Universidade Federal Da Paraiba
Marlene De Almeida Augusto De Souza – Universidade Federal De Sergipe
Melissa Alves Baffi Bonvino – Universidade Estadual Paulista Júlio De Mesquita
Filho
Queila Barbosa Lopes – Universidade Federal Do Acre
Sérgio Ifa – Universidade Federal De Alagoas

COMISSÃO ORGANIZADORA

Coordenação Geral
Vanessa Hagemeyer Burgo - Presidente
Fabrício T. P. Ono

Docentes
Amaya Obata Mouriño de Almeida Prado
Claudete Cameschi de Souza
Renato Rodrigues
Ricardo Magalhaes Bulhoes
Solange de Carvalho Fortilli
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Taísa Perez de Oliveira


Ulisses Tadeu Vaz de Oliveira
Wagner Corsino Enedino

Discentes
Aline Rodrigues da Silva
Beatriz da Silva Nunes
Camila Fernandes da Silva
Claudia Poliana de Escobar de Araujo
Fernanda Camargo Aquino
Gabriel Lúcius dos Santos
Henrique Neri
Ingridy Inara Perico
João Paulo F. Tinoco
João Pedro Fernandes Gomes
Jullyene Louise de Souza Brasil
Kálita Gomes de Oliveira
Letícia de Almeida Barbosa
Letícia Reis de Oliveira
Maria Victória de Oliveira Moreira
Nayra Modesto dos Santos Nunes
Renata Motta Chicoli Belchior
Sabrina Reginatto
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SUMÁRIO

MINICURSOS....................................................................................................... 09
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS......................................................................... 15
SIMPÓSIOS.......................................................................................................... 48
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MINICURSOS
A FORMAÇÃO DE LEITORES EM ESCOLAS PÚBLICAS
Katiana Azambuja SILVA

RESUMO: O minicurso A formação de leitores em escolas públicas tem por objeto


de estudo a reflexão sobre a formação da competência leitora e o letramento em
escolas públicas de Três Lagoas – MS. Embasada em experiência in lócus do
desenvolvimento de atividades intermediadas pela leitura crítica e estudo dirigido
dos livros didáticos e paradidáticos do acervo escolar estadual. Os objetivos
específicos desse minicurso são: a) a formação do sujeito-leitor no universo escolar,
b) a formação discursiva (FD), c) as condições de produção na construção coletiva
da capacidade de letramento escolar por meio dos livros didáticos e paradidáticos.
Além da sugestão de práticas educativas e de estratégias para o desenvolvimento
das competências necessárias para fluência leitora.

PALAVRAS-CHAVE: Sujeito-leitor; letramento.

AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA E O CONCEITO DE GÊNERO


DISCURSIVO
Adriane Teresinha SARTORI (UFMG)

RESUMO: Sabemos que o conceito de gênero discursivo foi redimensionado a partir


dos estudos do Círculo de Bakhtin (1986, 2003) e trouxe ―inovações‖ para as aulas
de Língua Portuguesa, a partir de sua disseminação entre nós no início do milênio.
O propósito deste minicurso é discutir práticas de ensino de gêneros
textuais/discursivos, à luz do conceito proposto pelo grupo de estudiosos russos,
analisando possíveis aproximações e distanciamentos entre os dois (práticas e
conceito). Sem prescrever o ―certo‖ e o ―errado‖, buscamos construir hipóteses
acerca dos reflexos de diferentes posicionamentos docentes em relação ao conceito
de gênero adotado no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, envolvendo
alunos do Ensino Fundamental e Médio. Questões significativas relacionadas ao
objetivo da disciplina não podem ser preteridas dessa discussão.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Língua Portuguesa; Gênero discursivo, Círculo de


Bakhtin.

CRÍTICA, LETRAMENTOS CRÍTICOS E EXPANSÃO


INTERPRETATIVA/DE PERSPECTIVA NA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA
Profa. Dra. Walkyria Monte Mor (USP)

RESUMO: As recentes pesquisas e estudos sobre Letramentos (Novos letramentos,


Multiletramentos, Letramentos Críticos, Letramentos Digitais) levam em conta as
premissas freireanas de educação crítica, autonomia e cidadania. Entretanto, essas
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ideias vêm sendo reinterpretadas social, cultural e historicamente, respondendo às


mudanças sociais das últimas décadas, como no caso do fenômeno da globalização
e da comunicação digital. Nesse processo, novas noções se incorporam às
percepções de construção de conhecimento, de linguagens, valores, identidades,
expandindo as formas de interação, de produção, de relacionamentos – nas quais
incluem-se as relações de poder – em locais e campos de trabalho e na vida.
Nesses, observa-se a coexistência de novos e antigos paradigmas e a emergência,
por um lado, de contradições e conflitos e, por outro lado, de criação e inovação,
trazendo desafios para a aprendizagem e para o ensino das sociedades atuais e
futuras. Diante desse cenário, amplia-se o reconhecimento da pertinência da
perspectiva crítica da educação para a formação de cidadãos.
Este minicurso propõe abordar a percepção crítica como um dos conceitos-chave na
educação, defendendo a contribuição desta para a educação linguística e a
linguística aplicada. Pretende focalizar na relação língua-linguagem-crítica e na visão
sobre expansão crítica na reconstrução das representações linguísticas, culturais e
sociais, objetivando promover a discussão acerca das práticas voltadas ao
desenvolvimento crítico.
Algumas das referência teóricas para o minicurso são: Kalantzis, Cope (2008, 2012);
Lankshear, Knobel (2013; 2011); Luke (2004); Freire (1967, 1987, 2001) nos estudos
sobre Letramentos; Pennycook (2007, 2010); Canagarajah (2013; 2010; 2007);
Rajagopalan (2013; 2012; 2009; 2004) no diálogo com a Linguística Aplicada Crítica;
Biesta (2014; 2010; 2009); Janks (2014; 2008); Kubota (2004); Monte Mór e Souza.

DICIONÁRIO E ENSINO DE LÍNGUAS: REFLEXÕES SOBRE O


POTENCIAL DIDÁTICO DAS OBRAS LEXICOGRÁFICAS
Odair Luiz NADIN
(UNESP/ FCLAR - USP/PNPD/CAPES)
Renato Rodrigues PEREIRA
(UFMS/CPTL - PG/UNESP/FCLAR/CNPq)

RESUMO: Nos últimos anos tem sido enfatizada a importância do dicionário como
material didático complementar no processo de ensino e de aprendizagem de
línguas. Isso se deve, entre outras questões, à maior divulgação dos estudos
relacionados à Lexicografia Pedagógica. Essa vertente da Lexicografia é
responsável pelo estudo, seja do ponto de vista da elaboração, da análise ou do
uso, de obras lexicográficas que tem o propósito de contribuir com o ensino e a
aprendizagem de línguas. Embora a Lexicografia Pedagógica tenha alcançado
importante papel no cenário da pesquisa nacional e internacional, seu objeto de
estudo, o dicionário pedagógico, não ocupa ainda um lugar de destaque nas salas
de aula. Em face dessa realidade, esse minicurso tem por objetivo apresentar o
dicionário como um dos recursos didáticos mais importantes e eficazes para
promover o desenvolvimento e a ampliação da competência léxica do aluno no
ensino de línguas. Propomos, para tanto: i) oferecer subsídios teórico-metodológicos
introdutórios para que o professor/futuro professor possa usar o dicionário em sala
de aula e também motivar os alunos a usarem obras lexicográficas, sejam de língua
materna (dicionário escolar) ou de línguas estrangeiras (dicionários para
aprendizes), nas diferentes atividades em sala; ii) apresentar modelos de exercícios
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que permitam o aluno aprender a usar o dicionário e; iii) propor a elaboração de


atividades a fim de promover o uso do dicionário em sala de aula como um recurso
didático útil, importante e de uso prazeroso em atividades de leitura e de produção
de textos.

PALAVRAS-CHAVE: Lexicografia Pedagógica; Ensino de vocabulário; Uso de


dicionário.

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA SURDOS:


PROBLEMÁTICAS DA FORMAÇÃO E CONSTITUIÇÃO DE
METODOLOGIAS DE ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA COMO
SEGUNDA LÍNGUA
Adriano de Oliveira Gianotto (UFMS)
Sheyla Cristina Araujo Matoso Silva (UFMS)

RESUMO: O ensino de Língua Portuguesa para alunos Surdos ainda hoje levanta
muitos questionamentos, apesar do aumento no número de produções científicas e
materiais na área, percebe-se a insuficiência na organização de metodologias
efetivas acerca do trabalho com esse alunados. O presente minicurso tem como
objetivo principal discutir acerca desta temática, oferecendo aos professores
interessados e acadêmicos dos cursos de licenciaturas caminhos metodológicos
para o ensino de língua portuguesa como segunda língua para alunos surdos.
Propõe-se, portanto, discutir as concepções dos profissionais já atuantes nas
escolas, afim de compreendermos a realidade vivenciada pelos mesmos, bem como
as incertezas daqueles que ainda estão em formação. Busca-se neste minicurso
entender quais as dificuldades mais evidentes e assim refletir sobre como lidar com
tais questões por meio de metodologias aplicáveis aos alunos surdos, com intuito de
encaminharmos discussões e possibilidades de um ensino voltado ao ensino de
segunda língua.

PALAVRAS-CHAVE: Surdez; Formação de professores; Metodologia.

ENTRE A CANÇÃO, O DRAMA E O CORDEL: PERFORMENCE E


INTERATIVIDADE NA CULTURA POPULAR
Ricardo Magalhães Bulhões (UFMS)
Wagner Corsino Enedino (UFMS)

RESUMO: Ancorando-se nas contribuições de Bakhtin (2006) acerca do processo da


carnavalização literária e cultura popular, nos estudos de Zumthor (1993), sobre as
noções de performance e teatralidade, este mini-curso tem como objetivo apresentar
um percurso de leitura de textos contemporâneos que dialogam com as narrativas
de caráter popular de tradição originalmente oral, enraizadas na língua; dentre elas,
como recorte, escolhemos a letra da canção, o drama, e o folheto de cordel. Nesse
sentido, devemos compreender que ―nossos textos só nos oferecem uma forma
vazia, e sem dúvida profundamente alterada, do que,em outro contexto sensório-
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motor, foi a palavra viva‖ (ZUMTHOR,1993, p.221). O sistema operacional da letra


da canção, do drama e do cordel, quase sempre, compreende o entrelaçamento de
diversos códigos a partir da interatividade, da relação estreita entre enunciador e
enunciatário. O objetivo é propor e (re)avaliar experiências de leitura literária
voltadas para o ensino secundário.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura popular; Performance; Interatividade.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL PARA ATUAÇÃO


COM LÍNGUAS PARA FINS ESPECÍFICOS
Prof. Antonio Ferreira da Silva Júnior (CEFET/RJ, USP)

RESUMO: Este minicurso tem por objetivo apresentar o histórico da formação de


professores de espanhol para fins específicos no Brasil, expondo o que se entende
por tal abordagem e como o professor pode planejar cursos de línguas com o
objetivo de atender asnecessidades profissionais e/ou acadêmicas de seus
aprendizes. Para pensar a formação de professores de línguas para fins específicos
em nosso país faz-se necessário revisitar o histórico do Projeto Nacional de Inglês
Instrumental , iniciado na década de 1970, com o intuito de problematizar alguns
mitos sobre essa abordagem de ensino (CELANI, 2002; RAMOS, 2005). Sabe-se da
carência de discussão dessa abordagem nos cursos de formação inicial e/ou
continuada da área de Letras e Linguagens em nosso país, diante disso, busca-se
oportunizar reflexões sobre conceitos norteadores dessa perspectiva de trabalho: a
noção de análise de necessidades, o design/ planejamento de cursos e a produção
de materiais didáticos direcionados para o ensino de espanhol para fins específicos
(AGUIRRE BELTRÁN, 2004, 1999; CONCHA MORENO, 1998; ONODERA, 2010;
TUTS, 2004). Com este minicurso, espera-se que os interessados se apropriem da
fundamentação teórica referente ao assunto e sejam capazes de analisar e produzir
materiais didáticos mais adequados aos diferentes interesses profissionais e/ou
acadêmicos de seus alunos.

PALAVRAS-CHAVE: formação de professores de espanhol, ensino de línguas para


fins específicos, desenho de cursos.

IMPACTO DAS REFORMAS EDUCACIONAIS PARA A POLÍTICA DE


FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL
Paulo Fioravante GIARETA(UFMS)

RESUMO: Compreender a agenda reformista em curso como proposta de


contrarreforma do estado brasileiro, consequentemente, de sua caracterização legal
(Constituição de 1988) como espaço de garantias no âmbito da seguridade social,
especialmente, a educacional. Aproximação crítica ao texto da reforma do Ensino
Médio e da nova Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Elucidar os
disciplinamentos que as referidas reformas demandam para o sistema de ensino
brasileiro. Indicar e debater o impacto destas reformas para a política de formação
de professores no Brasil: desafios, possibilidades e iniciativas em curso.
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PALAVRAS-CHAVE: Políticas Públicas. Reformas Educacionais. Formação de


Professores.

LER-NOS LENDO: OS LETRAMENTOS, LETRAMENTOS CRÍTICOS,


MULTILETRAMENTOS E NOVOS LETRAMENTOS NA EDUCAÇÃO
LINGUÍSTICA
Daniel de Mello Ferraz
Universidade Federal do EspíritoSanto
RESUMO: Com base nos recentes trabalhos de Ferraz (2016, 2017), Duboc (2016,
2017) e Duboc e Ferraz (2018, no prelo), pretendo, de maneira teórica (discussão de
partes de artigos) e prática (vivência de atividades) responder às seguintes
perguntas: Estamos nos lendo quando defendemos ou ‗praticamos‘ os
letramentos/letramentos críticos? Estamos falando de letramento, no singular, ou de
letramentos, no plural? Há diferenças? Quais são os papéis dos Ls na educação
linguística contemporânea? Quando pensamos nas micro versus macro relações, os
Ls dão conta de ambos? Deveriam? Para buscar responder a estas questões (e às
demais que surgirem no workshop), discutiremos, inicialmente, algumas
semelhanças, diferenças, potencialidades e fraquezas dos letramentos, letramentos
críticos, multiletramentos e novos letramentos. Em seguida, inspirado em Monte Mór,
Menezes de Souza, pretendo discutir o complexo conceito da escuta freireana (ler-
se lendo). Em uma segunda etapa, vivenciaremos algumas atividades comumente
consideradas L, LCs, ML e NL e discutiremos se: São atividades de L, LCs, ML e/ou
NL? Fazem sentido para os diversos contextos locais em que as LE (LI) são
ensinadas?

LUZ, CÂMERA, AÇÃO: POSSIBILIDADES DE USO DE VÍDEOS NAS


AULAS DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
Álvaro José dos Santos GOMES (UFMS)
Ana Karla Pereira de MIRANDA (UFMS/PG-PUC-Rio)
Daniela Sayuri Kawamoto KANASHIRO (UFMS)

RESUMO: Com os avanços da tecnologia e o surgimento de novas formas de


comunicação, é fundamental que a escola trabalhe aspectos da multimodalidade. O
vídeo, por exemplo, pode evidenciar recursos linguísticos, visuais, sonoros, culturais,
entre outros elementos, o que permite contextualizar uma situação comunicativa
espacial e temporalmente, bem como observar padrões interativos dos falantes.
Nesse sentido, o minicurso se propõe a apresentar algumas possibilidades de
atividades com base em: (i) anúncios publicitários e propagandas; (ii) adaptações de
obras literárias ao cinema; e (iii) curtas-metragens. No que se refere à publicidade e
à propaganda, abordaremos vídeos que possibilitem a discussão de alguns temas
transversais, além de outros elementos relevantes. Com relação às adaptações de
obras literárias para o cinema, a proposta consiste em ampliar as possibilidades de
ensino de língua espanhola por meio da literatura. Por fim, relativo a curtas-
metragens, trataremos de sequências que propiciem reflexão sobre aspectos
culturais.
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PALAVRAS-CHAVE: Vídeos; Espanhol; Educação Básica.

QUE É LINGUÍSTICA FORENSE?


André Luiz dos SANTOS (IFG)

RESUMO: A linguística forense é uma disciplina recém- criada, advinda dos estudos
discursivos em contextos profissionais e vem se consolidando rapidamente como
nova área de atuação, ampliando o mercado de trabalho para especialistas em
linguagem. Assim, o objetivo desse minicurso é abordar de maneira sucinta como
Direito e Ciências da Linguagem podem dialogar e evidenciar a relação entre Direito
e Linguagem dentro de uma das quatro perspectivas de análise, a saber: A
linguagem no e para o Direito; A linguagem em interações em contexto jurídicos
(tribunais e delegacias)nos quais prevalecem a interação face a face; A linguagem
em documentos jurídicos e A linguagem no ensino da prática jurídica.Para tal,
abordaremos a definição de Linguística Forense, suas subáreas, seu percurso
histórico e seus principais estudiosos/ pesquisadores. Também ressaltaremos a
relevância da interdisciplinaridade nas escolas de Direito e da Linguagem para a
prática jurídica.

PALAVRAS-CHAVE: Linguística forense; Direito; Linguagem.

UMA REFLEXÃO A RESPEITO DA NOÇÃO DE


TRANSDISCIPLINARIDADE
Icléia Caires MOREIRA (PG/UFMS)
João Paulo TINOCO (PG/UFMS)
Laura Cristhina Revoredo COSTA(PG/UFMS)

RESUMO: Este minicurso tem por objetivo, de forma geral, problematizar os


princípios norteadores da noção de transdisciplinaridade, perspectiva que é baseada
no entrelaçamento da heterogeneidade presente nos fios teórico-metodológicos
conclamados por um corpus eleito em seu processo de emergência de efeitos de
sentidos. Especificamente, nós pretendemos compreender sua evolução teórica,
bem como os diálogos por ela estabelecidos no campo das dimensões
interpretativas erigidas dos processos analíticos. Para tanto, valemo-nos,
epistemologicamente, da visada discursivo-desconstrutivista de CORACINI (2007;
2010) e GUERRA (2016; 2017) e de recortes extraídos das dissertações dos
propositores com o intuito de demonstrar possibilidades de gestos interpretativos
que levem em conta a mobilização transdisciplinar de compreensão de diversas
materialidades discursivas. O minicurso está voltado para pesquisadores de
diferentes áreas, que se interessam por questões relevantes ao sujeito, sociedade e
história.

PALAVRAS-CHAVE: Transdisciplinaridade; Prática analítica; Discurso-


desconstrutivista.
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COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
ENSINO DE LÍNGUAS

"EU NÃO CONHEÇO PABLO VITTAR": REFLEXÕES SOBRE


PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE LÍNGUA INGLESA
João Pedro Fernandes GOMES (G-UFMS)

RESUMO: O presente trabalho propõe algumas reflexões resultantes da produção


de material didático de língua inglesa para um curso de nível iniciante. A produção,
realizada coletivamente em âmbito acadêmico na UFMS/CPTL para uso em projetos
de extensão, tem por base os pressupostos de Tilio (2015), que propõe um ensino
que considera os multiletramentos, a integração do indivíduo nos discursos e a
resistência à cultura hegemônica. Mostra-se aqui, contudo, como a recepção do
material por turmas de diferentes projetos foi bastante distinta, apesar de estarem no
mesmo nível de aprendizagem da língua. Após momento de relatos e reflexão
crítica, encerra-se o trabalho ressaltando a importância do professor considerar as
particularidades contextuais da turma no momento da produção de material didático.
Em contrapartida, são expostos os benefícios de se ter professor e autor de material
didático em um só profissional, viabilizando as relações de significação que o aluno
pode estabelecer com o livro.

PALAVRAS-CHAVE: Produção de material didático; Ensino de língua inglesa;


formação de professores.
INDICAÇÃO: Fabrício Tetsuya Parreira ONO (UFMS)

A LÍNGUISTICA DE CORPUS (LC) E SUA UTILIZAÇÃO NO ENSINO E


APRENDIZAGEM DE INGLÊS COM FINS ACADÊMICOS
Anna Luisa Lopes ALVES (PG - UNESP)

RESUMO: No mundo globalizado onde vivemos notamos a necessidade da


aquisição da língua inglesa (LI), principalmente por alunos de instituições estaduais
e federaisbrasileiras, que visam à publicação de suaspesquisas, a participação em
congressos internacionais e também almejam ingressar no mercado de trabalho no
exterior. A fim de que os alunos possam alcançar seus objetivos, apresentaremos,
por meio deste trabalho, como a LC e os corpora de aprendizes são utilizados no
ensino e na aprendizagem mais autônoma dos alunos de Inglês com Fins
Acadêmicos.Berber Sardinha (2004; 2010), Scott (2010) e Sheperd (2012) fazem
parte do nosso aporte teórico quando tratamos da LC em contexto de ensino de
inglês em meio acadêmico. Ademais, trataremos a respeito da utilização de
programas computacionais e linguísticos (AntConc e Sketch Engine) que trazem à
tona a inserção da tecnologia ao ensino de Inglês com Fins Acadêmicos, como
também ao ensino de outras línguas estrangeiras.
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PALAVRAS-CHAVE: Linguística de Corpus;Inglês com Fins Acadêmicos; Ensino e


Aprendizagem.

PROCESSO DE DESTERRITORIALIZAÇÃO NO LIVRO DIDÁTICO DE


LÍNGUA INGLESA

Silvelena Cosmo DIAS (UFMS/CPTL)

RESUMO: Temos como objetivo apresentar resultados de uma pesquisa de


doutorado, que problematiza a maneira como uma coletânea de material didático de
língua inglesa (LI), para o ensino médio, - integrante do Programa Nacional do Livro
Didático 2012 - se apropria do discurso sobre as chamadas novas tecnologias, de
modo a entrever o imbricamento entre as representações sobre aluno, professor e
tecnologias. A partir arcabouço teórico-metodológico denominado discursivo-
desconstrutivista, balizado pelas teorias do discurso, pela desconstrução derrideana
e pela psicanálise lacaniana, trazemos para a discussão um recorte discursivo que
consiste em um texto com estrutura de e-mail. O LD de LI, ao apropriar-se de
páginas da internet, aplica o processo de didatização, além de ganhar
características estáticas, imóveis. Nesse movimento, o LD exerce a função de des-
re-territorialização (DELEUZE & GUATTARI, 2011), na medida em que
desreterritorializa o texto, ao retirá-lo de um determinado território e o reterritorializa,
ao colocá-lo em outro.

PALAVRAS-CHAVE: Livro Didático; Tecnologias; Desterritorialização.

E-LEARNING ECOLOGY E AS AFFORDANCES NO APRENDIZADO


DE INGLÊS E CINEMA
Gabriel Lúcius dos SANTOS (G - UFMS)
Fabrício Teysuya Parreira ONO (UFMS)

RESUMO:A pesquisa, ainda em curso, pretende descrever e analisar as plataformas


virtuais Facebook, Reddit, Youtube, Google Classroom e Docs, a fim de
compreender as possíveis características que as aproximariam de uma e-learning
ecology (Ecologia de aprendizagem virtual), quando sujeitas a situações de
aprendizagem, e refletir sobre até que ponto essas plataformas promovem ou
limitam o aprendizado em relação às affordances (COPE; KALANTZIS, 2016); com o
objetivo de estudar sobre possíveis maneiras de contornar as limitações por meio de
uma proposta pedagógica que conecta as plataformas a fim de expandir as
possibilidades do aprendiz. A pesquisa se inscreve na área da Linguística Aplicada,
debruçada nas teorias de Multiletramentos e e-learning ecologies (COPE;
KALANTZIS, 1996, 2010, 2016) e em ensino baseado em Tarefas (KARWOSKI,
2011). Metodologicamente elaborada como uma pesquisa-ação, o presente trabalho
propõe uma intervenção pedagógica que visa o aprendizado transdisciplinar de
Inglês e Cinema em ambientes de aprendizado virtual.

PALAVRAS-CHAVE: Affordances; E-learning ecology; Tarefas.


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ATIVIDADES INTERCULTURAIS NA AULA DE LÍNGUA INGLESA A


PARTIR DE SERIADOS DE TV: BREAKING DOWN STEREOTYPES
Fernando da Conceição SODRÉ (UNEB)

RESUMO: O ensino-aprendizagem de Língua Inglesa (LI) à luz da interculturalidade é


uma marca da contemporaneidade. Nesse sentido, esta comunicação pretende
sugerir possibilidades de atividades interculturais através de seriados de TV com o
objetivo de fomentar a discussão de aspectos (multi) (inter) culturais nas aulas de LI.
Além disso, buscamos provocar um posicionamento crítico sobre material didático
autêntico, assim como promover uma reflexão sobre o desenvolvimento da
competência comunicativa intercultural. Este trabalho tem como fundamentação
teórica o conceito de cultura e Interculturalidade (MENDES, 2007), a definição de
competência comunicativa intercultural (BYRAM, 1997), concepções sobre material
didático autêntico (TOMLINSON, 2001; BANDEIRAS, 2009), e estereótipos
(LIPPMANN, 2010). Acreditamos que uma intervenção nas aulas de LI por meios de
seriados de TV, a partir de uma perspectiva dialógica entre culturas, pode contribuir
para a formação de sujeitos que relativizam suas culturas e desconstroem
estereótipos.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino/aprendizagem de LI; Interculturalidade; Material


didático autêntico.

A POLÍTICA LINGUÍSTICA DO POVO TERENA E OS USOS


LINGUÍSTICOS DE ACADÊMICOS DO CURSO DE LICENCIATURA
INTERCULTURAL INDÍGENA POVOS DO PANTANAL (UFMS)
Onilda Sanches NINCAO (UFMS)

RESUMO:Esse trabalho tem como objetivo discutir a configuração dos usos


linguísticos de acadêmicos Terena do curso de Licenciatura Intercultural Indígena
Povos do Pantanal, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus de
Aquidauana.O uso das línguas portuguesa e Terena faz parte da política linguística
do povo Terena construída historicamente e privilegia o uso e aprendizagem da
língua portuguesa na escola como uma estratégia política de sobrevivência. Os
dados foram coletados por meio de questionários durante a disciplina de Introdução
à Pesquisa, ministrada por esta pesquisadora, junto aos acadêmicos do curso. Os
resultados parciais apontam para a constituição de uma mudança no quadro dessa
política linguística entre os acadêmicos do curso, já que após a Constituição de
1988, houve amparo legal para a valorização das línguas indígenas e incentivo a
seu uso no processo escolar.

PALAVRAS-CHAVE: Política Linguística; Língua Terena; Língua Portuguesa.

A (IN)VISISBILIDADE DO ALUNO SURDO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DESAFIOS


PARA A EDUCAÇÃO BILÍNGUE
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Sheyla Cristina Araujo Matoso SILVA (UFMS)


Claudineia da Silva e SILVA (SEMED)

RESUMO: Este artigo pretende discutir a atual proposta educacional para alunos
surdos na etapa da educação infantil, apontando algumas das necessidades mais
latentes das crianças surdas inseridas na etapa inicial do ensino comum.
Compreende-se esta etapa de escolarização como base de desenvolvimento para
as crianças e, é possível dizer que, no caso das crianças surdas, as diretrizes que
contribuem para seu desenvolvimento nem sempre são claras, dentre elas, o acesso
à língua de sinais. O presente ensaio traz algumas considerações sobre a inserção
de crianças surdas na educação infantil e discute a questão da (in)visibilidade destas
crianças.Dentre outros aspectos, observou-se que os profissionais envolvidos no
processo em questão ainda permanecem, em muitos casos, sem saber os principais
propósitos que compõem a proposta educacional para alunos surdos, desde os
primeiros anos escolares. O intuito deste trabalho é discutir a temática afim de
repensar o atendimento efetivo a esses alunos.

PALAVRAS-CHAVE: Crianças; Surdos; Língua.

O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DA GAMIFICAÇÃO


Maria das Graças Amorim de CASTRO (GIFPB)
Jamylle Rebouças OUVERNEY-KING (IFPB)

RESUMO: O ensino através da gamificação tem se tornado um objeto de estudo


para pesquisadores da educação que analisam métodos pedagógicos buscando
dinamizar o processo de ensino-aprendizagem. Este trabalho apresenta um recorte
de um projeto elaborado para o desenvolvimento de um aplicativo (app) educacional,
denominado Super-hífen, criado com o intuito de potencializar o emprego do hífen
conforme o Novo Acordo Ortográfico. A pesquisa tem caráter prático/aplicado, já que
analisamos a aplicação de conteúdos em sala de aula por meio do app Super-hífen.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi utilizado em conformidade com a
Resolução CNS 510-Abril/2016. Adotamos como sustentáculo teórico as reflexões
de Fadel et al. (2014), a gamificação nasce como uma possibilidade de ligar a escola
ao universo dos jovens com o objetivo de auxiliar o processo de ensino-
aprendizagem. Como achados iniciais apresentamos o referido app como um
recurso didático que contribui para apropriação de conhecimentos através do lúdico.

PALAVRAS-CHAVE: Língua Portuguesa; Aprendizagem; Super-hífen.

APRE(E)NDENDO UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA POR MEIO DO QUE


(NÃO) SE TRADUZ

Rita Elena MELIAN-ZAMORA(PUC-Campinas)

RESUMO: Este trabalho constrói-se na relação entre pedagogia, língua estrangeira


(LE) e tradução. Como já foi amplamente discutido, formar professorxs de LE requer
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que nelxs seja desenvolvido, além de competências linguísticas, o vasto


conhecimento de componentes culturais que acompanham essa língua. Mas o que é
essa cultura da qual tanto se fala e como ela pode ser abordada, primeiramente,
sem ficar separada delíngua (como ensinar línguas-culturas sem reiterar a
separação?); e em segundo lugar, sem correr o risco de limitar o uso da tradução ao
contraste estrutural das línguas? Nesse sentido, acreditamos que a tradução –
pensada com um viés mais antropológico– possa pautar um caminho mais reflexivo
para absorver o que significam as não-equivalências entre línguas-culturas – aquilo
que ―não cessa de (não) se traduzir‖, conforme reitera Barbara Cassin. Buscamos,
portanto, um caminho que permita despertar nxs alunxs uma maior conscientização
e um maior compromisso em relação ao que significa apre(e)nder e ensinar uma
língua estrangeira, vista muito além de um código de comunicação.

PALAVRAS-CHAVE: Tradução; Língua estrangeira; Língua-cultura.

CORREÇÕES E EMOÇÕES: OSTEXTOS DISSERTATIVOS DA


ESCOLA PÚBLICA
Prof ͣ . Me. Luciana Rueda SOARES (EEBJ)
Wesley da Silva MEIRA (GUFMS)

RESUMO: A produção textual é de extrema importância no ensino de língua


portuguesa e por meio dessa questão surgem diversas dificuldades que incomodam
os professores da área. Em especial o momento de correção, pois existem critérios
que vão desde a estrutura, argumentação, respeito aos direitos humanos, até o tipo
de abordagem utilizada pelo professor para realizar a retomada dos desvios, num
momento pós-correção. É essencial que nas universidades alunos de graduação em
Letras tenham essa experiência prática para entender como funciona a construção
da redação dissertativa das escolas. Dessa necessidade, surgiu a parceria entre a
Escola Estadual Bom Jesus e Acadêmicos do curso de Letras do
CPTL/UFMS. Estabeleceu-se a parceria para a troca experiências de
alunos/professores da escola pública e acadêmicos em uma ação que contribui para
formação de futuros profissionais de língua portuguesa e para a melhoria dos
textos produzidos em sala, numa abordagem diferenciada de observação da
complexidade da linguagem escrita.

PALAVRAS-CHAVE: Correção de redações; Pratica de ensino; Formação de


professores.

A CHARGE POLÍTICA NO ENSINO DE LPE: ESTRATÉGICA DE


APROXIMAÇÃO CULTURAL
Beatriz da Silva NUNES (G - UFMS)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma reflexão sobre charge enquanto estratégia
de aproximação cultural no ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para
haitianos. Entendida como forma de comunicação encontrada nos jornais, revistas,
bem como avaliações de vestibulares (se enfatiza aqui o uso desse gênero no
20

Exame Nacional do Ensino Médio, visto que os alunos se encontram em um


cursinho preparatório para o ingresso na universidade), percebe-se a existência de
uma ―barreira‖ cultural que dificulta a interpretação de charges por estrangeiros.
Dessa maneira, realizou-se um trabalho com os alunos do projeto de extensão Brasil
– Haiti: Troca de saberes, de modo que foi explorado o contexto político atual
brasileiro por meio das charges, bem como ampliação lexical com expressões
populares. Assim, conclui-se que a seleção das charges, acompanhadas de
discussões, mitigou as dificuldades na interpretação de ironia, bem como despertou
o interesse dos alunos pelo cenário político, integrando-os, desse modo, nas
discussões nacionais.

PALAVRAS-CHAVE: Charge; LE; Integração cultural.


INDICAÇÃO: Claudete Cameschi de Souza (UFMS)

PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA E CONTEXTOS DE ENSINO:


ENGLISH CLUB COMO AMBIENTE PRIVILEGIADO DE ATUAÇÃO
João Pedro Fernandes GOMES (G-UFMS)

RESUMO: O projeto de extensão English Club: On-campus conversation tem por


objetivo propiciar um ambiente favorável à prática da língua inglesa na cidade de
Três Lagoas - MS, até então inexistente nessa região fora de instituições privadas.
Isso acontece por meio de encontros bimensais, com tópicos de discussão
socialmente relevantes, que são mediados pelos discentes do projeto, orientados
pelo coordenador. Rumo ao encerramento do primeiro ano, é possível perceber que
o English Club UFMS/CPTL promoveu não apenas maior integração entre os alunos
do curso de Letras, mas também com docentes e discentes de outros cursos e a
própria comunidade externa. Também possibilitou o desenvolvimento dos alunos-
professores, voltando sua atenção para a metodologia (XAVIER, 1999), indicando
caminhos para o letramento crítico (SOUZA, 2011) e buscando alternativas ao
modelo de educação didático (COPE; KALANTZIS, 2012). O projeto se mostrou,
portanto, espaço de grande valia na formação pluralizada de professores de língua
inglesa.

PALAVRAS-CHAVE: Conversação em língua inglesa; English Club; Formação de


professores.
INDICAÇÃO: Fabrício Tetsuya Parreira ONO (UFMS).

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE APRENDIZES NO ENSINO DE


LPE
Ingridy Inara PERICO (PG) (UFMS/CPTL)
Laura Cristhina Revoredo COSTA (PG) (UFMS/CPTL)

Por meio dessa reflexão teórica e metodológica, embasada em pesquisas do âmbito


do ensino de línguas, transdisciplinaridade, valorizações culturais e de sujeitos,
objetiva-se sobretudo auxiliar práticas no processo do ensino de Língua Portuguesa
como língua Estrangeira (LPE), uma vez que se sabe da importância da integração
21

dos indivíduos no ambiente socioespacial e cultural a fim de promover um ensino de


fato transdisciplinar e integrador. Para tanto, diante das dificuldades superadasno
Projeto Brasil-Haiti: troca de saberes, desenvolvido durante o ano de 2017, no
campus de Três Lagoas da UFMS, destacou-se a necessidade de refletir sobre o
processo de formação dos aprendizes envolvidos, tanto alunos haitianos como
graduandos e pós-graduandos em formação, os quais atuaram como docentes,para
melhor atingir as finalidades a que se direcionam o ensino de LPE neste projeto de
extensão.

PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores; Ensino de Línguas; LPE.


INDICAÇÃO: Claudete Cameschi de Souza (UFMS).

A TRADUÇÃO INTRALINGUAL COMO FERRAMENTA DE APOIO NO


ENSINO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO COMO LÍNGUA
ESTRANGEIRA.
Maressa Garcia URBANO (G) (UFMS)

RESUMO: Este estudo apresenta algumas reflexões sobre a formação de


professores de português como língua estrangeira. O interesse justifica-se pelo
projeto Brasil-Haiti, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no qual atuam
acadêmicos do curso de Letras. O objetivo de tal projeto é a
aquisição/aprendizagem da língua portuguesa pelos aprendizes haitianos residentes
em Três Lagoas-MS, participantes do projeto em questão. Para tanto, é necessário
reconhecer que a dificuldade dos alunos em compreender aspectos da língua-alvo
parece advir, da pluralidade lexical decorrente da variação linguística do PB, o que
leva, quase sempre, à exigência de tradução intralingual durante as aulas. Partindo
disso é que surge a questão que vai nortear este trabalho: em que os estudos da
tradução intralingual poderiam contribuir para a formação do profissional de Letras,
na área do ensino de português como língua estrangeira? A resposta reforça a
afirmação de que ―devemos ser poliglotas dentro da própria língua‖ (Bechara, 2006,
p.14).

PALAVRAS-CHAVE: Linguística; Variação; Tradução.


INDICAÇÃO: Fabrício T. P. Ono (UFMS).

FORMAÇÃO DE PROFESSORES

FORMAR PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA


ENSINAR O QUÊ?

Adriane Teresinha SARTORI (UFMG)

RESUMO: O processo de formação de professores não pode ser apenas


instrumental, no sentido de apresentar o ―conteúdo‖ da especialidade da qual se
ocupará o futuro docente. A partir dessa constatação, este trabalho discute aulas de
Língua Portuguesa ministradas por professores da rede pública de Belo Horizonte,
22

durante os anos de 2015 e 2016, com a perspectiva de refletir sobre o que


realmente ensinamos através de nossas práticas. Aulas de gramática e de leitura,
desenvolvidas no Ensino Fundamental e Médio, estarão em evidência, fruto de
pesquisa amparada em abordagens de natureza qualitativa (LÜDKE; ANDRÉ, 1986),
cujos resultados apontam para a necessidade de construir alternativas para o
processo de formação docente, visto que práticas de letramento (crítico) são
indispensáveis para questionar pressupostos ainda vigentes de que o professor é
transmissor de um conteúdo pretensamente metalinguístico e neutro.

PALAVRAS-CHAVE: Formação docente; Aulas de Língua Portuguesa; Práticas de


letramento (crítico).

PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE O ENSINO DO


GÊNERO TEXTUAL “RESUMO ACADÊMICO”: UM OLHAR
DIRECIONADO AOS PROFESSORES DO CAMPO EM FORMAÇÃO
Thyago José da CRUZ (PG-UFMS)
Elizabete Aparecida MARQUES (UFMS)

RESUMO: Este trabalho consiste em apresentar uma proposta de sequência


didática (SD) sobre o ensino do gênero textual ―Resumo acadêmico‖, baseada nos
pressupostos teórico-metodológicos de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) e
Machado et alii (2004). Para tanto, escolheu-se como público-alvo, para sua
aplicação, os alunos pertencentes ao curso de Licenciatura em Educação do
Campo, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Cabe salientar
que esses estudantes são advindos da zona rural e mantiveram e (ainda mantém)
um vínculo (trabalho, moradia, etc.) com o ambiente campesino. Em um primeiro
momento, descrevemos brevemente o curso e o público-alvo. Em seguida, é
apresentada e explicitada a proposta de SD. Por fim, demonstramos como essa
sequência poderá, por meio de uma pesquisa-ação, contribuir para a formação do
indivíduo leitor e produtor de texto, levando-se em conta a especificidade do público
investigado neste estudo.

PALAVRAS-CHAVE: Sequência Didática; Gênero textual resumo acadêmico;


professores campesinos em formação.

ATIVADES NO CURSO DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL:


EXPERIÊNCIA DOCENTE NO NUPEL

Taila Jesus da Silva OLIVEIRA(G) (UFBA)

RESUMO:A presente comunicação visa discutir o trabalho realizado nas aulas de


Leitura e Produção de Textos no Núcleo Permanente de Extensão em Letras
(NUPEL). O núcleo funciona como um espaço para iniciação à docência de
estudantes de graduação e pós-graduação, permitindo que alunos de bacharelado e
licenciatura possam aliar saberes teóricos, mediados na fase da graduação e
praticados através do NUPEL. As atividades desenvolvidas especificamente no
23

supracitado curso têm por objetivo propiciar situações para que os alunos
participantes possam ser estimulados a ler e a desenvolver práticas relacionadas à
escrita, de forma que consigam aprimorar o senso crítico diante de textos e
propostas que são suscitadas durante as aulas e assumir atitude responsiva ativa.
As discussões serão pautadas em uma atividade realizada em sala com o conto
―Carta de amor‖, da autora Lionel Shriver; com essa atividade aprimorou-se uma
série decompetências e habilidades de leitura e de escrita.

PALAVRAS-CHAVE: Leitura; Escrita; Formação.


INDICAÇÃO: Iraneide Santos Costa (UFBA)

A TROCA DE CORRESPONDÊNCIAS NO 8° ANO DO ENSINO


FUNDAMENTAL: USO DA LÍNGUA E APERFEIÇOAMENTO DA
ESCRITA

Verônica do Nascimento Ferreira (PG) (UFMS/CPTL-PROFLETRAS)


Solange de Carvalho Fortilli (UFMS/CPTL-PROFLETRAS)

RESUMO: O trabalho retrata uma pesquisa-ação desenvolvida com alunos do 8º


ano do ensino fundamental,que visa a aprimorar as habilidades de elaboração de
correspondências pessoais e oficiais. O gênero epistolar foi selecionado porque, por
meio dele, as condições de aprendizagem são potencializadas, já que os alunos
vivem uma situação de interação mais próxima do real e podem observar sua própria
escrita. Tal situação comunicativa dá ao docente meios de trabalhar com questões
próprias do gênero e com aquelas da modalidade escrita de forma geral. Temos
como objetivo mostrar que, a partir de produções que têm um receptor real, os
alunos passam a entender a necessidade de dominar a linguagem padrão e, desta
forma, passam a aperfeiçoar diferentes aspectos estruturais e linguísticos presentes
nas cartas. A fundamentação teórica é pautada nas noções sobre gêneros
discursivos Bakhtin (1997), gêneros textuais Marcuschi (2011), além de obras que
lidam com projetos escolares, como Geraldi (2010) e os Parâmetros Curriculares
Nacionais. A pesquisa é de cunho intervencionista e classifica-se, portanto, como
pesquisa-ação Thiollent(1992), a qual visa a aquisição gradativa de aspectos da
escrita Soares(1999) e de conhecimentos sobre as cartas Bezerra(2010),
Mindilin(2000), Silva (2002), Siqueira (2013) e Blas (2003).

Palavras-chave: gênero carta; aspectos gramaticais, estilo formal e informal.

ENSINO E APRENDIZADO DE LÍNGUA PORTUGUESA:


APONTAMENTOS NO TRABALHO DOCENTE

Anderson José DE PAULA (PG) (UFMS/CPTL/PROFLETRAS)

RESUMO: Esta comunicação traz alguns apontamentos no trabalho do professor de


como é aprender e ensinar a Língua Portuguesa, após a oficialização dos
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997a, 1997b, 1998), pois, na prática
pedagógica, são encontradas, pelo docente, três variáveis: o aluno, o conhecimento
24

e a mediação entre ambos. Para isso, por meio de uma revisão bibliográfica,
ancorada nos pressupostos de Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2005), foi feita
uma leitura crítica dos documentos oficiais e de um recorte da literatura produzida
após essa oficialização. Como o foco da apresentação é o trabalho do professor
nesse contexto, espera-se que a comunicação possa suscitar uma reflexão na
prática docente, pois há uma concordância no texto de que os instrumentos e
artefatos funcionam como mediadores e que a apropriação deles por parte do
professor e do aluno gera – nessa situação - práticas sociais de linguagem.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino/aprendizagem de língua portuguesa; Instrumentos;


Artefatos; Gêneros textuais; Trabalho do professor

REFLEXÕES SOBRE A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA


COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS
NO CENTRO-OESTE BRASILEIRO
Silvia ReginaGomes MIHO (UFGD)
Carla Fabiana BARCARO (UEL)

RESUMO: Apresentamos algumas reflexões sobre questões que conjugam


influências, nem sempre mutuas, envolvendo as necessidades educacionais de
comunidades de aprendizes específicas frente às pressões das forças político-
econômicas que se desenham como pano de fundo na formação de professores de
inglês em um curso de Letras de uma universidade federal de Dourados, MS. Os
principais pontos de conexão entre o local e o global são: tecnologias da informação
e comunicação como instrumentos de ensino/aprendizagem de inglês. O artigo
discute aspectos teóricos e faz a descrição do contexto, seus problemas e possíveis
alternativas para a solução dos mesmos. Baseado em Kumaravadivelu (2016),
Freire (2008) e Coutrim, (2016), um projeto de pesquisa intitulado: ―Ensino de inglês
para a cidadania global: línguas, culturas e construção do conhecimento‖, cujo
objetivo principal é o de privilegiar a construção do conhecimento em língua inglesa
de modo crítico e participativo será apresentado como resultados das reflexões
desenvolvidas.

PALAVRAS-CHAVE: formação de professores; TICs; Centro-oeste.

PRÁTICAS DE ENSINO DE LEITURA E LITERATURA: DESAFIOS E


PERSPECTIVAS
Camila Gonçalves da COSTA (SED/MS)

RESUMO: Objetivo explorar as relações entre Leitura e Literatura, partindo das


concepções de Antônio Candido (1995) e Umberto Eco (2003) os quais entendem
que educar é humanizar. Nesse sentido, a leitura constitui o sujeito como cidadão,
confirmando seu papel social dentro da sociedade. Portanto, o ensino da literatura,
intenciona-se em criar e mediar situações de aprendizagem, através da interação do
aluno com o texto. Contudo, as aulas de Literatura no Ensino Médio nem sempre
25

atendem as expectativas dos alunos, pois geralmente são alicerçadas ao uso quase
que exclusivo do livro didático, não dando assim, o devido e merecido destaque à
leitura e fruição de textos. Através das reflexões de Maria do Rosário Mortatti (1992;
1995; 2001) propõe-se práticas que favoreçam aos estudantes o hábito de ler obras
literárias por prazer e não somente com a finalidade de cumprir uma obrigação de
aula.

PALAVRAS-CHAVE: Leitura; Literatura; Práticas de Ensino.

RECONSTRUINDO PRAXIS A PARTIRDA EPISTEMOLOGIA DE


PERFORMANCE : ESTUDOS DE CASO EM PROGRAMAS DE
FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LÍNGUA INGLESA NOS
ESTADOS DA BAHIA E TOCANTINS
Cristina Arcuri ELUF (UNEB)
Fábio Nascimento SANDES (UFT)

RESUMO: Partindo do conceito de "aprendizagem por design" (MONTE MÓR,


2015), apresentamos estudos de caso em dois programas de formação de
professores nos estados da Bahia e Tocantins, baseados em―knowledge processes‖
– experiencing, conceptualizing, analyzingandapplying,(MONTE MÓR, 2015),a fim
deintegrar graduandos em pré-serviço, professores-universitários e
educadores/pesquisadores de Língua Inglesa (LI) como coprodutores de
conhecimento.Ao integrar tais processos com os princípios da―epistemologia
deperformance‖ (LANKSHEAR & KNOBEL, 2013) e ―novos‖ movimentos
pedagógicos parare-design de currículos (LUKE et al, 2004), o corpus dessa
pesquisa apresenta práxis de LI construída a partir dos Multiletramentos,
Multimodalidade e jogos. Participantes ―atuam‖em diferentes posições,como em
atividades voltadas para aprendizagem por game. (GEE, 2009). Seguindo Lankshear
& Knobel (2013), essa práxis representa uma alternativada construção do
conhecimento na formação do professor de LI na pós-modernidade (LYOTARD,
1979), quando interfaces conceituais, teórico e metodológicas são necessárias.

PALAVRAS-CHAVE: Epistemologia de performance; Aprendizagem por design;


Formação do professor de Língua Inglesa.

ANÁLISE E DESCRIÇÃO DE LÍNGUAS

A POLISSEMIA DO VERBO CALCULAR


Solange de Carvalho FORTILLI (UFMS)
Letícia de Almeida BARBOSA (PG-UFMS/CAPES)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar a polissemia do verbo


calcular que, em contexto prototípico, significa determinar valor ou grandeza
numérica por meio de cálculo matemático. Como fundamentação teórica, a análise
apoiou-se em estudos como os de Neves (2000), Heine (1995), Hopper; Traugott
26

(1993), Martelotta (2010) e Sweetser (1990), que tratam de mudanças de significado


no âmbito da Gramaticalização. Assim, notou-se, em situações reais de
comunicação, a existência de empregos diversos para tal predicado, ora
expressando o valor ou a quantidade de algo concreto ou abstrato, ora funcionando
como um parêntese, um adendo ou informação extra que está relacionada ao
posicionamento do falante quanto ao que é dito.Para o levantamento e análise de
dados, foram selecionados casos encontrados entre os séculos XVIII, XIX e XX, no
Corpus do Português, além de ocorrências da Folha de S. Paulo.

Palavras-chave: Funcionalismo; polissemia; verbos cognitivos.

PADRÕES CONSTRUCIONAIS EM CONDICIONAIS NO PB: uma


análise de orações com caso e desde que
Camila Fernandes da Silva (PG) (UFMS/CPTL)
Ingridy Inara Perico (PG) (UFMS/CPTL)

Objetivamos, neste estudo, sistematizar os padrões construcionais de orações


condicionais introduzidas por caso e desde que no Português do Brasil, a fim de
propor uma relativa padronização da categoria condicional e auxiliar na
compreensão do funcionamento destas construções na língua alvo. Bybee (2010) e
Dancygier (1998) apresentam uma visão de base funcional-cognitivista, as quais nos
embasamos teórico-metodologicamente para análise das orações, bem como
Traugott e Trousdale (2013), Hoffman e Trousdale (2013), que possibilitam uma
associação com as perspectivas construcionais. Observou-se, por meio da
correlação das construções, que os contextos de uso são distintos, assim como os
domínios cognitivos ativados no uso de cada uma. Assim, ainda que a estrutura
superficial seja parecida, notamos que os padrões construcionais e a funcionalidade
não o são.

PALAVRAS-CHAVE: Construção; Padronização; Condicionais.


INDICAÇÃO: Taísa Peres de Oliveira (UFMS)

MODALIZAÇÃO EPISTÊMICA E PARENTETIZAÇÃO EM TEXTOS DO


@FOLHA
Lucas Borel CRISTIANO (G-UFMS)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo analisar os verbos cognitivos imaginar,
acreditar, supor, nos tweetsde usuários da @Folha. Trata-se de um ambiente online
que serve como um microblogging pessoal, no qual os usuários podem interagir uns
com outros e com instituições públicas/privadas. Os verbos cognitivos expressam
atividades mentais que dão origem a percepções, crenças ou julgamentos. Por
manifestarem processos internos, esses verbos estão ligados à subjetividade do
falante e ao campo das modalidades. Quando parentetizados, são unidades
externas à estrutura canônica da sentença e têm como domínio o enunciado todo ou
parte dele, modificando o conteúdo proposicional. O corpus constitui-se de tweets de
27

usuários do perfil @Folha no Twitter. Observaremos se a presença desses verbos


parentetizados se mostra como estratégia relevante em certas seções e diálogos.
Como participantes de uma interação aberta ao público, os usuários podem utilizar
mais esses elementos, como mediadores de sua relação com o outro.

PALAVRAS-CHAVE: Modalidade epistêmica; Parentetização; Funcionalismo.


INDICAÇÃO: Profª. Dr. Solange de Carvalho Fortilli (UFMS)

A NÃO ASSERTIVIDADE EM CONECTORES CONDICIONAIS


Camila Gabriele da Cruz CLEMENTE (UFMS)

RESUMO: Partindo de uma investigação funcionalista da linguagem, este trabalho


constitui-se de uma análise diacrônica, no período que compreende os séculos XX e
XXI, de dados coletados do banco de dados Corpus do Português, disponível em
http://www.corpusdoportugues.org/, para que se compreenda a inter-relação entre o
significado e a estrutura. Considerando que as
estruturascondicionaissãoformadasporproposiçõesquenãopodemserafirmadassempr
e, toma-se como objeto de descrição o traço básico não assertividade em relações
condicionais do português brasileiro, na qual nem sempre a conjunção consegue
marcar a não realização do fato (irrealis ou não assertividade), e assim, recorre a
elementos como tempo e modo verbal. Logo, este trabalho baseia-se, em especial,
nos teóricos Bybee (2010) e Dancygier (1998), considerando o caráter maleável da
gramática. Como resultado, espera-se que contribua para compreender como a não
assertividade manifesta-se no complexo processo da condicionalidade e a relação
entre a construção do significado e a estrutura.

PALAVRAS-CHAVE: Funcionalismo; Condicionalidade; Não Assertividade.

O USO DA TERCEIRA PESSOA EM CARTA DE CLEMENTINA DE


JESUS COMO FERRAMENTA DE CONSTRUÇÃO DE EFEITO DE
SENTIDO
Mahatma José Lins Duarte (G-UFMS)

RESUMO:O presente trabalho analisa textualmente a carta que a artista Clementina


de Jesus enviou ao ministro da previdência social, Jair Soares, na data de 20 de
março de 1979. Esta análise toma como ponto de estudo principal o uso da terceira
pessoa do interlocutor para se referir a si mesmo e os efeitos de sentido que isso
causa ao leitor. O trabalho também fala sobre a vidada autora, Clementina de Jesus,
pois trata-se de uma análise sobre a perspectiva sociointeracional. Para
metodologia, o estudo se baseia nas ideias da linguista Ingedore G. Villaça Koch
(2002) sobre a perspectiva interacional de texto, e também as ideias de Ataliba
Teixeira de Castilho sobre a categoria pessoa na construção do discurso. A análise
tem cunho principalmente interpretativo com o objetivo de valorizar a vida e obra de
Clementina de Jesus.
28

PALAVRAS-CHAVE: Análise textual; Clementina de Jesus, Interacionismo.


INDICAÇÂO Prof.ª Dr.ª Vanessa Hagemeyer Burgo (UFMS)

MARCADORES TERRITORIAIS: UMA PROPOSTA PARA OS


ESTUDOS LINGUÍSTICOS
Michele Ester de Moura Campos FURLAN (PG/UFMS)

RESUMO: Este estudo objetiva mostrar que é possível encontrar marcas dos
processos de formação de territórios que são expressas por meio da língua, as quais
podem ser consideradas Marcadores Territoriais Linguísticos, sendo possível o seu
estudo por meio da Linguística.O arcabouço teórico ancora-se na Semântica de
Contextos e Cenários e na noção de Territorialidade, Territorialização e Território da
Geografia. O território é constituído por todas as relações que os comportamentos
vividos em uma porção do espaço foram capazes de produzir em um determinado
momento histórico. Neste sentido, a constituição de territórios é um processo
complexo, abrangente e multidimensional, incluindo a linguagem e todos os meios
pelos quais o ser humano expressa sua vivência e conhecimento, o que torna
possível a presença de marcas linguísticas desse processoem meio aos discursos.

PALAVRAS-CHAVE: Território; Língua; Marcadores Territoriais.

ANÁLISE SOBRE PROBLEMAS DE COESÃO ENCONTRADOS EM


PRODUÇÕES TEXTUAIS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
ESTADUAL EM CORUMBÁ/MS

Camila Candido Oliveira MENEZES (PG/UFMS)


Luciene Paula Machado PEREIRA (UFMS)

RESUMO: Com o surgimento da Linguística Textual em 1960, constatou-se que o


texto é configurado por fatores de textualidade, dentre eles, a coesão. Este trabalho
analisa recursos coesivos presentes em textos escritos por alunos do Ensino Médio
da rede pública estadual de ensino de Corumbá/MS. Para tanto, foram utilizadas as
obras de Koch (2005; 2015) e Marcuschi (2008; 2012). O estudo apontou que, nos
textos analisados, houve o aparecimento de usos inadequados de recursos
coesivos, comprometendo a progressão textual, salientando a ausência de
argumentação, a redundância de informações e a carência de vocabulário. Nesse
sentido, foram apresentadas algumas reflexões sobre a construção textual que
podem contribuir com as aulas de Língua Portuguesa: o texto como unidade básica
do ensino de língua materna, uma ―unidade significativa global‖ que deve ser
estudada por meio de análise linguística, no entendimento das funções das
categorias gramaticais e da sua colaboração para o sentido do texto.

PALAVRAS-CHAVE: Linguística Textual; Coesão textual; Análise de texto.

VERBOS COGNITIVOS PARENTETIZADOS E ESTRATÉGIAS DE


ARGUMENTAÇÃO NA ESFERA JORNALÍSTICA
29

Melissa Henrique de SOUZA (G UFMS)


Solange de Carvalho FORTILLI (UFMS)

RESUMO: Os verbos cognitivos, grupo no qual se incluem admitir, imaginar, pensar,


supor e outros, têm a função prototípica de predicados, nos quais podem ser
encaixadas orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Porém, há no
português outra estrutura sintática envolvendo tais verbos, aquela em que eles são
parentetizados. Os parentéticos são unidades que não integram a estrutura canônica
da sentença e podem ter como escopo o enunciado ou parte dele. Servem como
instrução sobre como interpretar o conteúdo proposicional e se relacionam à
modalidade epistêmica, pois mostram o julgamento do falante acerca da informação
veiculada na oração. Este trabalho objetiva investigar a presença desses verbos em
jornais, exemplares da mídia escrita digital, analisando os efeitos argumentativos
alcançados ante as especificidades das diferentes seções. O material será coletado
na Folha de S. Paulo on line. Como resultado, espera-se relacionar as estratégias
argumentativas viabilizadas pelos parentéticos às finalidades e interlocutores
presentes no jornal.

PALAVRAS-CHAVE: Verbos; Cognição; Parentetização.

LINGUAGEM, DISCURSO E SUBJETIVIDADE

ÍNDIO SURDO E EDUCAÇÃO BÁSICA EM SUAS


(DES)IDENTIFICAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO
Michelle Sousa MUSSATO (UFMS)

RESUMO: A maneira como a sociedade majoritariamente ouvinte enxerga o surdo, o


índio surdo, estabelece práticas didáticas que insistem em reverberar discursos que
ressoam na representação patologizante do sujeito da falta, ―anormal‖ (FOUCAULT,
1997), aquele que precisa ser corrigido (FOUCAULT, 1987), e para isso precisa
aprender a falar, a escrever, a ser como os ―normais‖, como ―ouvintes‖. Ao observar
isso sob o viés da Análise do Discurso de vertente francesa, este artigo busca
entender se dá a representação do índio surdo inserido no ensino educacional
regular e como o discurso colonialista de poder assujeita o sujeito e (des)constrói
vontades de verdades no bojo da sociedade hegemônica. Por meio do gesto
interpretativo com aporte teórico transdisciplinar, que comunga de concepções
discursivas advindas da Análise do Discurso e dos estudos culturalistas observa-se
a constituição identitária do sujeito surdo terena, residentes na aldeia Cachoeirinha,
município de Miranda/MS, destacando as (des)identificações dentro do processo de
ensino-aprendizagem.

PALAVRAS-CHAVE: Identidade; Educação de Surdos; Surdo Terena.


30

EQUÍVOCOS NOS DISCURSOS DE INCLUSÃO: O QUE DIZEM


PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO?

Marilza Nunes de A. NASCIMENTO (PG/UFMS-CPTL/CRE-9)


Vânia Aparecida de Almeida BAGI (CRE-9)
.
RESUMO:

Esta pesquisa se inscreve na Análise do Discurso de Linha Francesa e tem como


objetivo analisar, interpretar e problematizar os efeitos de sentidos materializados
nos discursos sobre a inclusão. Como corpus de análise, tem-se recortes de
enunciadode professores regentes, professores intérpretes, diretor e coordenador
pedagógico de escolas da rede pública de Nova Andradina MS. A metodologia
utilizada segue a AD em que os corpora foram colhidos por meio de questionários.
Partimos da hipótese que a inclusão é um assunto que todos a defendem, porém
não é ainda efetivamente realizada no espaço escolar, pois há pistas discursivas de
um equívoco histórico e ideológico, tendo em vista que a prática de ensino e
aprendizagem não visa incluir as diferenças ou tratá-las de modo singular, mas
inserir o sujeito no ambiente escolar sob um olhar homogêneo, tornando o aluno
apenas um observador, recebedor de informações prontas, imerso no espaço
escolar. Para realização desse trabalho, teremos como aporte teórico
Pêcheux(1997), Orlandi (2008) e outros teóricos que trabalham com a língua numa
relação ideológica, histórica e social.

PALAVRAS-CHAVE: Sujeito, Discurso e Sentidos

EXCLUSÃO PÓS-MODERNA DO SUJEITO IDOSO


Silvana Cosmo DIAS (UEMS)

RESUMO: O objetivo neste trabalho é analisar o discurso de um idoso inserido no


processo de Letramento do sistema EJA, da Escola Municipal Cirley Volpe Lopes, no
Município de Santa Fé do Sul-SP, ao relatar suas memórias, assim como interpretar
as representações que circulam no imaginário desse idoso, estabelecendo,
possíveis relações com o processo de constituição identitária. O arcabouço teórico é
o da Análise do Discurso de linha francesa, mediante os pressupostos teóricos de
Foucault (1997), Pêcheux (1999), Coracini (2007) e outros. O corpus foi constituído
pelos dizeres desse idoso. A metodologia utilizada, nesta pesquisa, advém do
método arqueológico de Foucault, aliando aos pressupostos teóricos da Análise do
Discurso de linha francesa. Assim, ao analisar esse discurso, foi possível entender
que esse idoso é um produto social, sendo que suas identificações e as múltiplas
identidades constitutivas estão em processo mutável e contínuo.

PALAVRAS-CHAVE: Desigualdade; Idoso; Processos Identificatórios.


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UMA ANÁLISE DISCURSIVA EM REFLEXÕES PEDAGÓGICAS


SOBRE O ENSINO DA EJA: RELAÇÃO PODER-SABER

Cristiane Liberato EUGÊNIO (PG-UFMS)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo analisar e discutir discursivamente o


material destinado a professores e coordenadores do ensino da EJA. Com base na
análise desse documento, essa pesquisa insere-se numa perspectiva histórica que
pretende chamar a atenção para a dimensão política, com o interesse em estudar o
discurso educacional tendo como objetivo o questionamento das relações de pode-
saber. Partimos da hipótese de que o discurso político educacional desses
documentos referentes ao ensino da EJA encontra-se atravessado por muitas vozes,
dentre as quais se mostram o poder e saber, assim como também o da resistência,
ressaltando a heterogeneidade constitutiva desse discurso. Para tanto, nos valemos
do arcabouço teórico da Análise do Discurso de origem francesa (AD), a partir dos
estudos de Coracini (2003; 2007; 2011), de Pêcheux (1988; 1990); de Orlandi (1999)
e de Authier-Révuz (1990; 1998), a partir do método arqueogenealógico de Foucault
(1990; 1997; 1999; 2007).

PALAVRAS-CHAVE: Discurso; efeito de sentido; Poder.


INDICAÇÃO: Professora Drª Celina Aparecida Garcia de Souza Nascimento
(UFMS).

REPRESENTAÇÕES IDENTITARIAS DO SUJEITO IDOSO NOS


ESPAÇOS EDUCATIVOS EJA E UNATI: CIDADANIA E EDUCAÇÃO
INTERGERACIONAL

Silvane Aparecida de FREITAS (UEMS)


Celso Ricardo Ribeiro de AGUIAR (UEMS)

RESUMO: Ao problematizar os discursos sobre cidadania e educação


intergeracional do sujeito idoso na UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade) e
EJA (Educação de Jovens e Adultos) na cidade de Fernandópolis-SP, utilizamos do
arcabouço teórico da Análise do Discurso de orientação francesa em Pêcheux
(1988) e da arqueologia do saber de Foucault (1986). Outros pesquisadores são:
Guimarães & Orlandi (1996) sobre as discursividades de língua e cidadania; Pfeiffer
(2000) sobre o sujeito escolarizado; Bauman (2001) sobre os espaços atrelados à
civilidade/incivilidade e Foucault (2001) com as heterotopias, lugares delineados
pela instituição sociedade. Após a análise do corpus da pesquisa, composto por
entrevistas orais de sete sujeitos idosos, concluimos que os sujeitos representam a
educação como um caminho para a cidadania, sendo que o cidadão deve ser
civilizado, moralizado, mas contraditoriamente o efeito de sentido é que alteridade
com o jovem não faz parte desse processo de emancipação social.

PALAVRAS-CHAVE: Idoso, Discurso, Educação.


32

UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS NO CONTO DE


TERROR: “A NOITE DO ENFORCAMENTO”

Aline Rodrigues da Silva (PG – UFMS CAPES)


Ines dos Reis Santos Passos (G – UFMS CAPES)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo interpretar os efeitos de sentido


construídos em um texto (conto de terror) produzido por uma aluna do 6º ano de
uma escola estadual localizada na cidade de Três Lagoas - MS. Para a realização
da análise discursiva do texto, considera-se as suas condições de produção, que
contemplam anotações de campo acerca da regência de quatorze aulas a partir do
PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à docência), tendo como suporte
noções teóricas metodológicas da Análise do Discurso de linha francesa a partir da
arqueogenealogia proposta por Foucault (1988; 2005). Dessa forma, foi possível
apreender como são construídos os efeitos de sentido de um conto de terror. O
conto se constrói a partir de marcas enunciativas que denotam sentidos articulados a
termos como ―pessoa com chifres‖, ―madrugada‖, ―filme‖ e recursos como o
destaque em vermelho de enunciados proferidos por meio do discurso direto.

PALAVRAS-CHAVE: conto de terror; condições de produção; efeitos de sentido.

GLADSTONE CHAVES DE MELO: ESTILÍSTICA BRASILEIRA E A


RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E ESTILO

Vanessa GHILARDI (PG / UFG)


Dr. Sebastião Elias MILANI (UFG)

RESUMO:Com uma significativa produção acadêmica, Gladstone Chaves de Melo é


considerado um dos mais profícuos pesquisadores brasileiros e teve a iniciativa de
estudar a estilística da língua portuguesa em um período em que essa disciplina
ainda era recente no Brasil. Então, este trabalho pretende apresentar um estudo
sobre a estilística da língua portuguesa desenvolvida por Melo, com objetivo de
descrever como se produziram os conceitos estilísticos presentes em suas obras,
além de mostrar como a relação entre língua e estilo foi estabelecida pelo autor.
Dessa forma, para alcançar nosso intento, utilizamoso método de revisão
bibliográfica e análise de corpus e, como aporte teórico, contribuições de autores
como Melo (1975; 1976), Possenti (1993), Altman (1997; 1998), entre outros.
Portanto, destacaremos as principais ideias de Melo sobre a estilística da língua
portuguesa, passando pelas suas possíveis influências de trabalhos anteriores e/ou
contemporâneos para a elaboração de seus estudos sobre estilística.

PALAVRAS-CHAVE:Língua Portuguesa; Estilística; Gladstone Chaves de Melo.

A VARANDA DO FRANGIPANI:
MEMÓRIA E IDENTIDADE NA PROSA DE MIA COUTO
Soní Pacheco de MOURA (PG/UFSM)
33

RESUMO:A presente discussão foi norteada pelo caráter emancipatório do realismo


maravilhoso na literatura africana. Sua presença na obra A varanda do Frangipani,
de Mia Couto, é representativa do rompimento com os moldes tradicionais de
escrita. A análise realizada aponta para o caráter subversivo da literatura, capaz de
promover uma revisão crítica da história, especialmente de sociedades cuja
identidade foi marcada pela violência e o autoritarismo, como é o caso de
Moçambique.As hipóteses aqui mencionadas foram pautadas pelo estudo de
autores da Escola de Frankfurt, cujos pressupostos reconhecem a possibilidade de
que diferentes vozes, representativas de outras versões dos fatos históricos e
normalmente silenciadas, passem a ser ouvidas e não apenas a versão oficial,
notadamente, a versão dos vencedores. Contribuiram para a análise, ainda,
referencial teórico sobre memória, bem como conceitos de ZygmuntBauman,
Anthony Giddens e Stuart Hall, sobretudo no que se refere à identidade, no contexto
contemporâneo.

PALAVRAS-CHAVE:Identidade; Memórias; Realismo Maravilhoso


INDICAÇÃO: ROSANI KETZER UMBACH (UFSM)

TRANSCULTURALIDADE E INTERCULTURALIDADE

O NARRADOR EM CADERNO DE UM AUSENTE, DE JOÃO


ANZANELLO CARRASCOZA
Osmar CASAGRANDE JÚNIOR (PG/UFMS)
Ricardo Magalhães BULHÕES (UFMS)

RESUMO: Ao analisarmos o papel do narrador em Caderno de um ausente (2014),


segundo romance de João Anzanello Carrascoza, partimos das considerações sobre
o narrador pós-moderno, de Silviano Santigo, marcando as semelhanças e,
principalmente, as diferenças entre esse e o narrador de Carrascoza.
Acrescentamos ainda o debate envolvendo as observações de Silviano Santiago
sobre o papel do narrador em relação às de Walter Benjamin e Theodor Adorno.
Recorremos também à análise de Marcelo Conde para abordar as principais
características da escrita de Carrascoza e incluímos a contextualização
contemporânea de seus romances, recorrendo à análise da Ficção brasileira
contemporânea (2011), de Karl Erik Schøllhammer, assim como o debate sobre o
papel do narrador em O narrador na literatura brasileira contemporânea (2012), de
Jaime Guinzburg. Procuramos mostrar como o narrador de Carrascoza estabele um
contraste com algumas tendências da ficção brasileira contemporânea, pautadas
pela violência, com personagens em situações marginais.

PALAVRAS-CHAVE: Narrador pós-moderno; João Anzanello Carrascoza; Ficção


brasileira contemporânea.

METÁFORAS A MANCHEIA:
RESISTÊNCIA E MANIFESTO À MODA DE LOBATO
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Amaya Prado (UFMS/CPTL)

RESUMO: A pesquisa de dados folclóricos, do mesmo modo que a irreverência, a


zombaria e a gaiatice, são características presentes em O Saci Pererê: resultado de
um inquérito (1918), de Monteiro Lobato, que sugerem jogo lúdico na defesa de um
projeto estético. O tom incisivo e panfletário do epílogo aproxima-o dos manifestos
vanguardistas na medida em que anuncia e defende um projeto estético, se impõe
como o registro do contraditório ideário lobatiano, marcado por um contexto de
transição entre dois modos de se pensar a arte, de ver o mundo. O trabalho
apresenta uma análise das metáforas empregadas no epílogo da primeira obra
editada por Lobato, com o objetivo de apontar sua participação na construção do
sentido geral de sátira e da ironia, principais ferramentas de combate de seu autor.

PALAVRAS-CHAVE: Saci Pererê, resistência, Literatura Brasileira.

POR UMA ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA: PROJETO DE


LITERATURA BRASILEIRA ANTROPOFAGIA JÁ!
Prof ͣ . Me. Luciana Rueda SOARES (EEBJ)

RESUMO: Em 2017, com a aprovação BNCC – Base Nacional Curricular Comum


teve na Rede Pública Estadual de Mato Grosso do Sul a alteração na grade
curricular que extinguiu de vez a literatura dos anos finais do ensino básico.
Segundo a BNCC, a escola passa a ser responsável pelo contato do aluno com a
literatura e não pelo ensino. Assim surge o questionamento de como serão as
práticas na sala de aula, sem esquecer a literatura – que é um dos únicos meios dos
alunos oriundos da classe trabalhadora terem contato com arte – portanto desse
impasse elabora-se o Projeto de Literatura Brasileira Antropofagia Já!, na Escola
Estadual Bom Jesus. O projeto aborda autores, obras e tendências que
impulsionaram a Semana de Arte Moderna de 1922. Para finalização, os alunos
produziram vídeos-documentários, numa abordagem contemporânea, dinâmica e
com linguagem própria para o público jovem da Comunidade Escolar em que a
referida escola está inserida.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura brasileira, Arte moderna, Prática de ensino.

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS DE LEWIS CARROLL E A


MENINA DE LÁ E AS MARGENS DA ALEGRIA DE GUIMARÃES
ROSA: UM VIÉS COMPARATISTA
Isabella Pereira MARUCCI (PPGMEL UFMS)
Prof. Dr. Ramiro GIROLDO (UFMS/CNpQ)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise, sob uma
abordagem comparatista, entre a obra Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll
e os contos A menina de lá e As margens da alegria, ambos de Guimarães Rosa.
Procura-se estabelecer, nesse processo, um possível diálogo entre a literatura
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brasileira e a literatura estrangeira, nesse caso, inglesa, por meio de uma


observação acerca da constituição crítica social reflexiva, que permeia o enredo de
ambas as escritas, e como esta se dá entre narrativas compostas em diferentes
contextos culturais. Para tanto, parte-se, primeiramente, das semelhanças visíveis
entre os gêneros e as personagens, até as diferenças pautadas, como o enredo e a
linguagem utilizada, que ressaltam as particularidades de cada obra literária,
marcando o contexto sócio histórico; permitindo uma melhor compreensão do texto
literário e uma ponderação acerca da construção do efeito de sentido do mesmo,
enquanto gerador de questões críticas.

PALAVRAS-CHAVE: Lewis Carroll, Guimarães Rosa, Literatura.

O NOVO E O INSÓLITO: A INVENÇÃO VOCABULAR EM ARRANJOS


PARA ASSOBIO, DE MANOEL DE BARROS

Mateus Antenor GOMES (PG-UFMS)

RESUMO:A poética de Manoel de Barros apresenta como grandes características a


inovação e a ruptura, que se materializam ora pelas temáticas cotidianas, ora pelo
espaço pantaneiro transfigurado em espaço poético e ora pela linguagem insólita. A
linguagem insólita, portanto, trata-se de uma organização linguística que,
pragmaticamente, seria agramatical, todavia, literariamente, é carregada de valor
estético e carga significativa. Dito isso e dando importância maior para as inovações
de caráter lexical, o objetivo do presente trabalho consiste em efetuar uma análise
de Arranjos para Assobio, de Manoel de Barros, atrelando conceitos dos estudos
lexicográficos e lexicológicos aos dos estudos líricos. Assim, as inovações lexicais,
nesta análise, são consideradas a partir do fenômeno linguístico utilizado para
elaboração do insólito e, também, da perspectiva literária. Unindo análise literária e a
linguística, percebe-se que a poética de Manoel de Barros rompe com o habitual,
cotidiano e pragmático para fundar um valor estético e literário.

PALAVRAS-CHAVE: Léxico; Manoel de Barros; Poesia.

FIGURAÇÕES POLÍTICAS EM A HORA DA ESTRELA

Anny Caroline de Souza Marques (UFMS. NECC)


Edgar Cézar Nolasco (UFMS. NECC)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo erigir um debate teórico-crítico, no


campo da literatura, sobre o político-social no romance A hora da Estrela (1977) da
escritora brasileira Clarice Lispector. A partir de sua ótica, a escritoratrabalhouno
respectivo livro a questão político-social do Brasil,em que consta uma crítica social,
vista pela primeira vez nas obras de Clarice por meio da protagonista do romance,
uma pobre jovem nordestinachamada Macabéa. Mediante isso, realizaremos uma
leitura singular do livro fundamentada no recorte epistemológico da crítica biográfica
fronteiriça, a qual nos permite estabelecer uma aproximação metafóricaentre obra e
vida da intelectual, atravessada por nossas sensibilidades locais (MIGNOLO), a
partir do nosso lócus enunciativo. Além de contemplar os 40 anos de publicação
36

desse livro magistral, que se mantém atual, tanto na teoria quanto na prática social,
o texto abrange relações com alguns contos autobiográficos –―Felicidade
Clandestina‖, ―Ovo e Galinha‖ e ―Cem anos de perdão‖ − de Clarice, encontrados no
livro Felicidade Clandestina (1971), que contribuirão para estabelecer
taisaproximações metafóricas. A princípio o texto trata Macabéa em seu lugar de
origem, Recife (PE); posteriormente, no Rio de Janeiro (RJ); e,por fim, seu
posicionamento social e cultural em uma parceladesfavorecida economicamente da
sociedade brasileira. Este trabalho respalda-se teoricamente em autores como
Walter Mignolo, em Histórias locais\Projetos Globais (2003), Edgar Cézar Nolasco,
em Caldo de Cultura (2007),Eneida Maria de Souza, em Janelas Indiscretas (2011) e
Crítica Cult (2002), Silviano Santiago, em ―A Política em Clarice Lispector‖ (2014),
ecomCadernos de Estudos Culturais: Crítica biográfica (2010).

Palavras-chave: Crítica biográfica fronteiriça; A Hora da Estrela; Política.

A IMAGEM DE SI: A METALINGUAGEM EM NUMERAL, DE


ARMANDO FREITAS FILHO.
Mateus Antenor GOMES (PG-UFMS)

RESUMO: A poesia de Armando Freitas Filho se apresenta como um mergulho


subjetivo no mundo dos objetos, destacando-se as inúmeras tensões de extrema
carga significativa. O objetivo deste estudo é observar, na seção Numeral do livro
Numeral/Nominal a construção de imagens poéticas de caráter metalinguístico. A
hipótese central é que nesse livro – dividido em duas partes supostamente
contrárias: Numeral e Nominal – o aglomerado de poemas, que constituem a
primeira parte da obra, predominam, como recurso estilístico, imagens poéticas que,
enquanto tema literário, funcionam como mecanismo de caracterização poética da
própria poesia. Ou seja: são imagens de si. Para tanto, foram analisados os poemas
1, 4, 13 e 19 da secção Numeral do livro de Freitas Filho, buscando compreender a
configuração dessas imagens poéticas metalinguísticas.Deste modo, tendo os
estudos líricos como fundamentação, foi possível compreender que as imagens
poéticas permitem aos poemas dizer o indizível e irreproduzível em formas
linguísticas cotidianas.

PALAVRAS-CHAVE: Armando Freitas Filho; Imagem poética; Metalinguagem.

LITERATURA E OUTRAS ARTES: DIÁLOGOS


INTERDISCIPLINARES

Vitória Regina Xavier da SILVA (SED/MS-CRE12/TL)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma estratégia de aprendizagem de comprovado


êxito na Escola Estadual Fernando Corrêa, de Três Lagoas/MS. Podemos afirmar
que, em nossa experiência, construímos uma sequência didática em diálogos com
os jovens estudantes, na qual o processo de aprendizagem democrática formou uma
identidade cultural na unidade escolar. A estrutura interdisciplinar, nessa
metodologia ativa (Berbel, 2011), partiu de dois objetivos: motivar o jovem estudante
37

a ser protagonista, na interação com a comunidade escolar; e favorecer apropriação


de patrimônio cultural regional e nacional, com um acervo musical diferente daqueles
oriundos de uma cultura de massa, estabelecendo diálogos entre música e literatura.
Nessa perspectiva, contemplamos as diversidades culturais e de linguagens (Rojo e
Moura, 2012). Atingimos resultados maiores que nossos objetivos iniciais, entre
valores humanos, críticos e estéticos (Freire,1996). Encontramos vozes e
quebramos paradigmas, motivamos a permanência e progressão do estudante.
Contribuímos para a valorização da língua, da literatura e da arte.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Multiletramento; Protagonismo.

MIL ROSAS ROUBADAS: PAISAGENS TRANSCULTURAIS E


RELAÇÕES POLÍTICAS
Pedro Henrique Alves de MEDEIROS (G/UFMS/NECC)
Edgar Cézar NOLASCO (UFMS/NECC/PACC)

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo delinear uma discussão crítica acerca dos
conceitos de paisagens transculturais (LOPES, 2012), amizade (ORTEGA, 2009) e
homossexualidade (LOPES, 2002) no romance Mil rosas roubadas (2014) do
intelectual e escritor Silviano Santiago. Em síntese, buscaremos discutir as relações
de Silviano e Zeca enquanto amigos, amantes e homossexuais atravessados pela
paisagem transcultural de Belo Horizonte. O ambiente metropolitano pode ser um
lugar de aproximação, mas é, sobretudo, um espaço de distanciamento e solidão.
Para isso, nos apoiaremos nos postulados da crítica biográfica fronteiriça e nos
estudos de Denilson Lopes acerca das teorizações paisagísticas e homoafetivas.
Por fim, outros teóricos que sustentam a discussão crítica são: Edgar Cézar
Nolasco, Eneida Maria de Souza, Walter Mignolo, Diana Klinger, Francisco Ortega,
Jacques Derrida e Karl Posso.
PALAVRAS-CHAVE: Paisagens transculturais; Silviano Santiago; Bios.

LETRAMENTOS

PRÁXIS PEDAGÓGICA E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: DOS


LETRAMENTOS CRÍTICOS E MULTILETRAMENTOS A RE-
LEITURAS DE PÔSTERES DA 2ª GUERRA MUNDIAL: RE-
DESIGNING MEANING MAKING EM ESCOLAS PÚBLICAS DO
INTERIOR DA BAHIA
Tanisia Nascimento (UNEB_ Campus XIV)
Cristina Arcuri ELUF (UNEB_Campus XIV)

RESUMO: No contexto de formação do professor de Língua Inglesa (LI),


universidades e escolas públicas são desafiadas a construir práticas que dialoguem
com ―novas‖ demandas da sociedade em constante transformação. Ao promover
38

diálogos com os ‗novos letramentos‘ (Lankshear & Knobel 2003; 2006) buscam
revisitar ontologias e epistemologias de ensino-aprendizagem, ressaltando a
necessidade do posicionamento crítico, colaborativo e transformativo do cidadão
complexo, pluralizado, heterogêneo e instável (MENEZES DE SOUZA, 2011;
MONTE MÓR, 2013; OCEM-LE 2006) que possa ―obter o conhecimento que pode
ser de natureza multicultural, visual, midiática e informativa‖ (TAKAKI, 2007).
Neste trabalho, analisamos a construção de um blog e re-leituras de pôsteres norte-
americanos da 2ª guerra mundial, em práticas de LI construídas em comunidades do
interior da Bahia, durante entre 2014 e 2017. O corpus retrata investigação
etnográfica, voltada para formação crítica do educador, metodologicamente
fundamentados nos princípios Let´s See & Tryo nResearch, propostos por
Lankshear & Knobel (2013).

PALAVRAS-CHAVE: English Teaching Praxis, Letramento Crítico, Redesign de


pôsteres 2a Guerra

GOLDILOCKS AND THE THREE BEARS: PRÁTICAS E REFLEXÕES


SOBRE LETRAMENTOS CRÍTICOS EMERGENTES DA LEITURA DE
UMA ESTÓRIA INFANTIL
Luana Cristina Amorim Roja de LIMA (PG - UEMS)
Adriana Lúcia de Escobar Chaves de BARROS (UEMS)

RESUMO: Este trabalho é um recorte de uma dissertação em andamento e tem


como objetivo principal verificar em que medida a leitura e atividades relacionadas à
estória infantil Goldilocks and the three bears 1 em aula de Língua Inglesa podem
fazer emergir momentos de reflexões ligadas aos conceitos teóricos dos
Letramentos Críticos. Para tal, nos baseamos nas leituras de autores relevantes nas
áreas, como Monte Mór (2013), Rojo (2005), Jordão (2013), Menezes de Souza
(2011) e Atwell (2007). Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e cunho
etnográfico que se deu em uma turma de 22 alunos do 3º ano do Ensino
Fundamental de uma escola pública de Terenos – MS. A coleta dos dados foi feita
por meio de diário feito pela professora e pesquisadora deste estudo; produções dos
alunos; bem como, gravações de áudio.

PALAVRAS-CHAVE: Letramentos Críticos; Estória infantil; Ensino de Inglês.

O LETRAMENTO DE PAULO FREIRE NO ENSINO DA LÍNGUA


PORTUGUESA PARA IMIGRANTES HAITIANOS
Maria Lourdes de MOURA (PG-UNIOESTE)
Terezinha da Conceição COSTA-HÜBES (PROFª -UNIOESTE)

RESUMO: Nos últimos tempos, o ensino de português como língua estrangeira


(PLE), vem sofrendo muitas mudanças, em decorrência da nova demanda de
imigrantes que entra no Brasil. Estas pessoas chegam, muitas vezes, em situações
1
NAMM, D. GRAEGIN, S. Goldilocks and the three bears. Sterling children’s books: New York, 2013.
39

de vulnerabilidade e precisam aprender a língua em caráter de urgência para a


integração coletiva como convivência no trabalho e na comunidade.Conscientes
dessa realidade, o objetivo, neste trabalho é apresentar uma proposta de pesquisa
que visapromover formas de ensino que contemplem a necessidade de um grupode
imigrantes haitianos, adultos, trabalhadores da linha de produção em fabrica de fios
da cidade de Toledo, região oeste do Paraná, proporcionando práticas pedagógicas
dentro de metodologias que permitam utilizar recortes da comunicação das práticas
cotidianas destes sujeitos, apresentando-lhes um aprendizado da língua-alvo de
forma significativa, a partir da perspectiva do letramento e multiletramento, seguindo
como base a metodologia de Paulo Freire.

PALAVRAS-CHAVE:Ensino do Português; Imigrantes Haitianos; Letramento e


Multiletramento.

ANÁLISE DE TEXTOS MUTLIMODAIS: DISCUTINDO CONSTRUÇÃO


DE SENTIDO
Jairo Barrera CARDOSO (PG-UEMS) Apoio CAPES

RESUMO: Nossa sociedade atual está repleta de imagens. Diante disso, o


objetivodesse trabalho tem por finalidade:Analisar textos multimodais na pespectiva
do Letramento Visual,identificar de que maneira os sentidos são construídos, a partir
de uma perspectiva multimodal,na qual os sentidos (texto) são construídos pela
interdependência de várias semioses ou multimodalidade. Este trabalho tem como
base as teorias de Letramento Visual, que abordam a multimodalidade e a
consideram uma das mais visíveis ou dominantes na atualidade, ou seja, a
linguagem visual.Dessa forma, objetivo desse trabalho é mostrar a importância e o
impacto da visualidade nos dias, pois as imagens servem como uma prática social
por meio da qual os indivíduos possam expandir suas visões de mundo, seus
pensamentos críticos e criativos.

PALAVRAS-CHAVE: Letramento visual; Multimodalidade; Construção de Sentido.

ESTUDOS DO LÉXICO

PROVÉRBIOS COMO LEGADO CULTURAL: APONTAMENTOS


SOBRE ASPECTOS ETNOLINGUÍSTICOS
Cleuza Andrea Garcia MUNIZ (PG/UFMS)
Elizabete Aparecida MARQUES (UFMS)

RESUMO: A riqueza de um povo se revela por meio de suas diferentes


manifestações artísticas e culturais perpetuadas, no decurso dos anos, por aqueles
que fazem parte da comunidade social em que elas ocorrem. As tradições orais
formam parte do patrimônio de diferentes culturas, refletem seu modo de vida,
40

costumes, hábitos e crenças e estruturam modelos cognitivos por meio dos quais
seus falantes entendem e interpretam o mundo que lhes rodeia. Em uma perspectiva
interdisciplinar que propõe ainterface entre os âmbitos da Etnolinguística e da
Paremiologia, o presente trabalho tem como objetivo tecer algumas reflexõessobre a
importância dos provérbios de modo a entendê-los - para além de uma concepção
tradicional que os reveste apenas de um caráter folclórico - como legado cultural de
um povo, como um microcosmo que carrega em sua estrutura léxico-
semânticainformações de cunho histórico que possibilitam o entendimento de
inúmeros conceitos fixados no sistema social de uma cultura específica.

PALAVRAS-CHAVE: Etnolinguística; Paremiologia; Provérbios.

BRASIL GUIA DE CIDADES… PORTUGUÊS BRASILEIRO OU


PORTUGUÊS EUROPEU?

Meire de Souza LARA (FrameNet Brasil, UFJF)

RESUMO: O presente trabalho analisa as escolhas lexicais do ―Brasil Guia de


cidades‖ – guia turístico extraído do site oficial dos Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro 2016–,cujo texto compõe o corpus da FrameNet Brasil, o qual é constituído
de textos naturais do Português Brasileiro (PB). O processo se inicia na extração
automática de uma lista de palavras utilizando a ferramenta computacional
Sketchengine. Na busca por candidatos a termos do PB no domínio do Turismo,
nota-se a frequência de várias palavras que ocorrem em Portugal e não no Brasil,
tanto por escolha como por exclusividade. Depois de uma leitura atenta da listagem,
e com base no conhecimento de falante nativo do PB e de 15 anos de falante
passivo e ouvinte do Português Europeu (PE), os termos reconhecidos como sendo
do PE foram compilados e examinados. Por fim, utilizando contextos comprovantes,
o estudo foca na busca por explicações para cada caso. Os resultados revelam que
o texto do ―Brasil Guia de cidades‖, apesar de ser uma obra em PB, mistura duas
variedades da Língua Portuguesa – o PB e o PE –, demonstrando, assim, que o seu
autor não domina a variedade falada no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: FrameNet Brasil; Brasil Guia de cidades; Análise lexicográfica;


Português Brasileiro; Português Europeu.

ESTUDO TOPONÍMICO DOS LOGRADOUROS DO MUNICÍPIO DE


NOVA ANDRADINA/MS
Vanessa Cristina Sant´Ana FERREIRA (G-UFMS)
Renato Rodrigues PEREIRA (UFMS/CPTL)

RESUMO: Com este trabalho, apresentamos resultados parciais da pesquisa de


iniciação científica que estamos realizando sobre a toponímia urbana de Nova
Andradina, município localizado na Região Geográfica Imediata de Nova Andradina,
em Mato Grosso do Sul. Objetivamos, portanto, i) inventariar os nomes de lugares
dos logradouros, a partir de mapas oficiais disponíveis no município, atas de câmara,
41

e classifica-los de acordo com as taxionomias de Dick (1992), como forma de


verificar as motivações das designações toponímicas; ii) identificar e registrar a
língua de origem dos topônimos, com a intenção de resgatar os estratos linguísticos
predominantes; iii) descrever os topônimos do ponto de vista linguístico (estrutura
formal, motivação semântica, etimologia etc). Nosso estudo é fundamentado pelos
princípios teóricos e metodológicos da Toponímia, em especial as contribuições de
Dick (1990, 1992), e os procedimentos metodológicos utilizados pelos pesquisadores
do Projeto ATEMS – Atlas Toponímico do Estado de Mato Grosso do Sul.

PALAVRAS-CHAVE: Toponímia humana; Município de Nova Andradina.


INDICAÇÃO: Renato Rodrigues Pereira (UFMS/CPTL).

INTERSECÇÕES ENTRE OS TOPÔNIMOS DA ÁREA RURAL DE


ANGÉLICA, DEODÁPOLIS, GLÓRIA DE DOURADOS E JATEÍ E O
HISTÓRICO DE POVOAMENTO DESTA REGIÃO
Carolina Montiel de SÁ (UEMS – Dourados)
Carla Regina de Souza FIGUEIREDO (UEMS – Dourados)

RESUMO: Este trabalho apresentará os resultados da análise dos topônimos na


área rural dos municípios sul-mato-grossenses de Angélica, Deodápolis, Jateí e
Glória de Dourados, que na década de 1940 pertenceram ao projeto CAND (Colônia
Agrícola Nacional de Dourados). Observou-se a relação entre as iniciativas de
políticas públicas, os processos migratórios e o perfil dos colonos à escolha da
denominação dos acidentes físicos e humanos dessa área. O corpus revelou a
predominância do sintagma Santo(a)+nome na designação de fazendas, sítios e
chácaras, enquanto entre os córregos e rios se destacaram os topônimos de índole
animal. O histórico do povoamento dessa região se solidificou na toponímia local
quando a) os colonos optaram pelos hagiotopônimos para expressar a fé ante a
mudança e b) os indígenas (guarani, terena e kaiowa) sedimentaram as
características físicas do acidente ou a fauna e flora da região na nomeação das
reservas hídricas.

PALAVRAS-CHAVE: Toponímia rural; Angélica, Deodápolis, Glória de Dourados e


Jateí; povoamento; colonização.

ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DOS FRASEOLOGISMOS NO LÉXICO


DA LINGUA DE SINAIS BRASILEIRA DE MATO GROSSO DO SUL

Veronice Batista dos SANTOS (PPG UFMS)


Elizabete Aparecida MARQUES (PPG UFMS)

RESUMO: Este trabalho pretende analisar e classificar os fenômenos linguísticos


presentes no léxico da LSB dos sinalizantes de Mato Grosso do Sul. Para Biderman
(1999),existem combinações específicas de palavras que não são explicáveis por
meio de critérios gramaticais. Na LSB encontramos lexias complexas. Entretanto, as
pesquisas sobre fraseologismos ainda são escassas . Assim, pretendemos analisá-
42

las e classificá-las,à luz da Fraseologia conceituada por Xatara(2006) como: subárea


da Lexicologia onde se inserem unidades lexicais complexas denominadas
Unidades Fraseológicas. Segundo Corpas Pastor (1996), as características
linguísticas que distinguem as unidades fraseológicas de unidades léxicas são a
frequência, a institucionalização, a fixação e a idiomaticidade.

PALAVRAS-CHAVE: Classificação; Fraseologia; Língua de Sinais Brasileira.

A CRIAÇÃO LEXICAL NA LINGUAGEM HOMOSSEXUAL


Gustavo Ribeiro LOURENÇO

O presente trabalho trata dos processos intralinguísticos mais recorrentes na


linguagem homossexual, tendo como foco a classificação neológica das palavras
incorporadas à linguagem do grupo. Ao considerar o panorama dos estudos voltados
para a língua portuguesa, constatamos que determinados grupos sociais carregam
uma peculiaridade em seu código linguístico. Grupos como homossexuais,
skinheads e surfistas, por exemplo, trazem características próprias no que se refere
à linguagem. Esse código linguístico diferenciado também é responsável pela
transmissão de uma cultura e a criação de uma identidade social específica de seus
falantes. Sabe-se que todas as línguas vivas estão continuamente renovando seu
acervo lexical, pois o léxico é um sistema aberto e em constante expansão
(Biderman, 2001). De acordo com a autora, um sistema lexical só se cristaliza
quando a língua morre. O neologismo é uma criação vocabular nova, incorporada à
língua. O português, como as demais línguas, tem utilizado vários recursos para
formar novas palavras: recursos linguísticos próprios, formações sinestésicas ou
onomatopaicas e importação de elementos de outras línguas. Os novos matizes
metafóricos e metonímicos para palavras já existentes ou a invenção de novas
formas são resultados de uma maior busca da expressividade por parte dos falantes.
Assim, neste trabalho foram analisados os neologismos formados por motivação
intralinguística na linguagem homossexual. Para tanto, nosso aporte teórico foi
baseado em Alves (2004), Barbosa (1981), Biderman (2001) e Basílio (1991).
Podemos verificar alguns exemplos como: “Capa” – Preservativo. ―Bater-Bolo” –
referência à masturbação masculina; “Bicha-pão-com-ovo” –Homossexual
culturalmente pobre. ―Fagzando‖ – Demonstrar a homossexualidade. ―GDF‖ – sigla
para ―gay de fato‖, pessoa que é um homossexual; ―Lacrar‖ –Fazer algo muito bem
feito; uma atitude memorável. ―GDC‖ – sigla para ―gay de cabeça‖, heterossexual
que simpatiza com ideias e comportamentos homossexuais. Foram realizadas
coletas sistematizadas em textos escritos (dicionários, aplicativos de relacionamento
e as redes sociais etc.), em falas espontâneas e em entrevistas. Como resultado da
pesquisa, foi confeccionado um vocabulário com as novas palavras e expressões.

DO CONCEITO À EXPRESSÃO: DICIONÁRIO ONOMASIOLÓGICO


SEMIBILINGUE (PORTUGUÊS-ESPANHOL) DE EXPRESSÕES
IDIOMÁTICAS

Jessica dos Santos PAIÃO (PG-UFMS)


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Elizabete Aparecida MARQUES (UFMS)

RESUMO: Este trabalho apresenta uma proposta inicial de pesquisa que tem como
objeto de estudo as expressões idiomáticas, doravante (EIs). As EIs refletem a
cultura de um povo, porém, a compreensão e a reprodução delas no discurso por
aprendizes de uma língua estrangeira nem sempre é uma tarefa fácil. Isso porque o
entendimento de uma EI extrapola o nível gramatical de uma língua. Dessa forma,
cabem aos dicionários repertoriar tais expressões, ajudando o consulente a sanar as
possíveis dúvidas. Entretanto, ainda são escassos os dicionários de cunho
fraseológico no Brasil. Assim, o objetivo desta pesquisa é elaborar um dicionário
onomasiológico semibilingue (português-espanhol). Do ponto de vista teórico serão
utilizados os preceitos advindos de Tristá (1988), Xatara (1998), Alvarez (2000),
Krieger (2006) Riva (2009), entre outros. Do ponto de vista metodológico,
inicialmente, serão utilizados quatro dicionários para a coleta das EIs: DUE (1994),
DFDEA (2004), (DRAE) e o DEPEINA (2014).

PALAVRAS-CHAVE: Dicionário; Onomasiologia; Expressões Idiomáticas.

DESIGNAÇÕES PARA BOLICHO: ASPECTO DA RELAÇÃO FALAR


RURAL/URBANO

Luciene Gomes Freitas MARINS (PG-UFMS)


Aparecida Negri ISQUERDO (UFMS/CNPq)

RESUMO: Este trabalho analisa variantes lexicais mencionadas pelos informantes


do Projeto do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), na Região Centro-Oeste, para
nomear o ―lugar pequeno, com balcão, onde os homens costumam ir beber [...] e
onde também se pode comprar alguma outra coisa‖, pergunta 202 do Questionário
Semântico-Lexical do ALiB, área semântica da vida urbana. Os dados foram
coletados em 24 localidades e resultou em quatorze unidades lexicais:
boteco/botequim/butiquim, bar/barzinho, bolicho, mercearia, venda/vendinha,
quiosque/quiosquinho, lanchonete, mercado/mercadinho, armazém, empório,
conveniência, quitanda, birosca e comércio. Para fins de análise quantitativa e
qualitativa e de exame dos dados do ponto de vista léxico-semântico, as variantes
lexicais foram distribuídas em três grupos considerando os semas ―comércio simples
e rústico comum em cidades pequenas‖, divididos em duas categorias: (i) venda,
sobretudo de bebidas e (ii) venda, sobretudo de produto alimentício; ―comércio
rústico ou moderno comum em pequenas e grandes cidades‖ e ―comércio moderno
comum em cidades grandes‖.

PALAVRAS-CHAVE: Léxico rural/urbano; Região Centro-Oeste; Projeto ALiB

A CRIAÇÃO NEOLÓGICA: UM ESTUDO DOS NOMES DE


OPERAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL

Roberto Soares FERREIRA (G-UEMS/CAPES/PIBID/UUC)


Camila André do Nascimento da SILVA (PG-UFMS/UEMS/UUC)
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RESUMO: O objetivo deste estudo é apresentar neologismos nas nomeações de


operações da Polícia Federal Brasileira, órgão da área de segurança pública que
costuma nomear todas as suas operações. O escopo principal é apresentar e
discutir 50 nomes de operações da Polícia Federal, com a intenção de demonstrar o
processo gerador do significado que sustenta essas nomeações. O corpus foi
extraído da mídia nacional digital, mais especificamente do site da Polícia Federal –
do período de 2003 a 2017. Os procedimentos metodológicos consistem em
pesquisas bibliográficas. Seguimos, como referencial teórico, obras referentes aos
processos de formação de palavras e aos neologismos dentro do conceito de
palavra expostas por Biderman (1978); Alves (1994); Carvalho (1989) e Basílio
(1991). Os resultados apontam que as unidades lexicais neológicas estabelecem
relações com os níveis da fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e do texto,
mostrando, assim, que, por meio da denominação dessas novas realidades, cria-se
um universo linguístico expressivo desvendado pela linguagem.

PALAVRAS-CHAVE: Léxico; Neologismo; Operações da Polícia Federal.

UM ESTUDO LEXICAL NAS REGIÕES NORTE E SUL:


DESIGNAÇÕES PARA “PENCA”

Mércia Cristina dos SANTOS (PG-UFMS)


Aparecida Negri ISQUERDO (UFMS)

RESUMO: Este trabalho analisa designações para ―cada parte da banana que se
corta do cacho da bananeira para pôr para madurar/ amadurecer? ‖, questão 42 do
QSL – Questionário Semântico-lexical, que integra o Questionário Linguístico do
Projeto ALiB (Atlas Linguístico do Brasil). O estudo tem como objetivo analisar a
norma lexical predominante nas regiões estudadas, examinando as diferentes
nomeações atribuídas a um mesmo elemento por 72 informantes pertencentes à
região Norte e 164 à região Sul do Brasil. O recorte analisado resultou quatro
variantes: penca, palma, cacho e mão e foi fornecido por falantes oriundos das
localidades do interior da rede de pontos do Projeto ALiB. O trabalho foi analisado
sob duas perspectivas: diatópica (distribuição espacial dos itens lexicais) e léxico-
semântica (natureza da motivação e dicionarização das variantes em estudo em dois
dicionários de língua portuguesa geral Houaiss, 2014, e Aulete, 2001). A abordagem
teórica adotada vem da Dialetologia e Geolinguística.

PALAVRAS-CHAVE: penca; norma lexical; Norte e Sul do Brasil.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O FENÔMENO DA EPONÍMIA


NA CRIAÇÃO DE NOMES DE TECIDOS
Marta de Oliveira Silva ARANTES (PG/ UNESP)
Orientadora: Professora Dra. Lidia Almeida Barros
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RESUMO: Esse trabalho tem como objetivo apresentar algumas considerações


sobre o fenômeno da eponímia na criação de termos que denominam tecidos. Trata-
se de um recorte de uma pesquisa de doutorado em andamento. Propomos um
estudodos termos eponímicos que denominam tecidos encontrados num córpus
composto de apostilas adotadas nos cursos técnicos e universitários de Indústria
Têxtil no Brasil. Nossa pesquisa se insere no campo da Terminologia e tem como
base os pressupostos teóricos da Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT) e dos
estudos sobre a eponímia de Van Hoof (2001).Em nossa pesquisa constatamos que
há presença de termos eponímicos formados em parte ou no todo por epônimos,
sendo estes antropônimos (nomes de pessoas) ou topônimos (nomes de lugares).
Nesse trabalho, apresentaremos reflexões sobre as análises referentes aos termos
eponímicos formados por topônimos.

PALAVRAS-CHAVE: Terminologia; termos eponímicos; Indústria Têxtil.

ENSINO E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

PRÁTICAS DISCURSIVAS DE INCLUSÃO NA ESCOLA:


V-LIBRAS: TECNOLOGIA ASSISTIVA(?)
Romilda Meira de Souza BARBOSA (PG-UFMS)
Celina Aparecida Garcia de Souza do NASCIMENTO (Profa. Dra. PG-UFMS)

RESUMO:O trabalho tem por objetivo descrever e problematizar práticas discursivas


de inclusão na rede pública de ensino, à luz da Análise do Discurso francesa. O
corpus se constituido experimento de uso do software V-Libras junto a um grupo de
sete estudantes com ―deficiência auditiva‖, numa escola estadual. A questão que
orienta a análise é: este software livre, promovido pelo Ministério da Educação e
Cultura, com fins de tradução do português escrito para a Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS), pode aumentar o desempenho dos sujeitos surdos na interpretação de
textos em ambiente virtual? Os resultados apontaram que, na ordem do discurso
escolar para inclusão, discursividades para uso de tecnologia assistiva se impõem
como fundamentais, no entanto, a funcionalidade do V-Libras, como tal, é discutível.

PALAVRAS-CHAVE:Tecnologias na aprendizagem;Leitura; Discurso.

O EMPREGO DAS TICS NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO NO


CONTEXTO ESCOLAR

Cássia Lacerda SOARES (UFMS)


Patrick AlifFertrin BATISTA (PG/UFMS)

RESUMO: Com o advento da era digital, a tecnologia se faz presente no cenário


escolar exigindo inovação na forma de ensinar e pensar. Consequentemente, novos
gêneros da Web instauram-se como meios de divulgação. Logo, este artigo objetiva
expor a importância do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC‘s) e
46

do gênero digital blog, ao abordar a prevenção do suicídio no Blog―Combate e


prevenção ao suicídio‖, produto de um projeto de Iniciação à Docência realizado em
uma escola públicade Campo Grande/MS. Para tanto, a autenticidade desse
trabalho fundamenta-se mediante o viés teórico de estudiosos como Marcuschi
(2001; 2004), Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004); Rojo (2012);Castells (1999);
Jensen (2002); Durkheim (2000) e Trigueiro (2015). Tal pesquisa justifica-se pelo
fato dosalunos estarem englobados na atmosfera digital, a qual exige novas
metodologias que incorporem as TIC‘s como recursos para a formação de
estudantes críticos, autônomos e participativos nos problemas sociais.

PALAVRAS-CHAVE: TIC‘s; Ensino; Suicídio.

EXTENSÃO: REFLETINDO PRÁTICAS NO ENSINO LPE NA ERA


DIGITAL
Leonardo da Silva MARTINS (G-UFMS/CPTL)

RESUMO: Objetivamos compreender as relações do sujeito/aluno no projeto de


extensão Brasil-Haiti: troca de saberes. A questão central é o processo de ensino-
aprendizagem de Língua Portuguesa para Estrangeiros (LPE) com a utilização de
ferramentas advindas da era digital. Será analisado um grupo no Whatsapp, que
integra a maioria do alunado do projeto, além de uma acadêmica. Compararemos o
perfil do grupo analisado por Garofalo (2017) ao perfil dos haitianos participantes do
projeto supramencionado, a fim de detectar especificidades baseadas em seus
contextos sócio culturais. As bases teóricas e aspectos de análise serão
fundamentados em Prensky (2001); Arimura (2014); Takaki (2014), os quais refletem
sobre era digital, letramento digital e brechas no ensino de língua estrangeira,
respectivamente. Espera-se, como resultado, cotejar o andamento do projeto em
2017 às prospecções de atividades para o próximo ano com vistas às possibilidades
de transformação no ensino destes alunos, utilizando-se cada vez mais de
ferramentas inovadoras.

PALAVRAS-CHAVE: LPE; Haiti, Ensino.

FILOSOFIA EM REDE
Thiago Jandre GARCIA (PG - CEFET/RJ)

As Redes Sociais estão cada vez mais presentes no cotidiano de nossos alunos, o
que tem constituído e modificado modos de ser, agir e pensar da sociedade. Essa
presença constante dos jovens nas Redes Sociais, como o Facebook, publicando e
compartilhando textos e discursos, permitirá por meio da Análise do Discursoanalisar
as postagens e identificar temas filosóficos. Estes que podem ser levados para
discussões, debates e como ferramenta para o ensinoda Filosofia. O referencial
teórico parte da compreensão de modernidade líquida de Bauman, pela Análise do
Discurso, em Bakhtin, pelas reflexões da Ontologia do Presente, em Focault e o
conceito de Rizoma, em Deleuze. Ainda propomos uma Filosofia enquanto ato, que
47

compreende o cotidiano do aluno, e a sua inter-relação com o ensino da língua e a


tecnologia que o rodeia.

PALAVRAS CHAVE: Filosofia; Redes Sociais; Análise do Discurso


INDICAÇÃO: Fábio Sampaio (CEFET/RJ)

O ENSINO DE VERBOS DO PORTUGUÊS NO BRASIL PARA HAITIANOS: UM


AUXÍLIO NA ERA DIGITAL

Glauciane da Silva PEREIRA (G UFMS)

RESUMO: Este trabalho objetiva contribuir para ensino de Língua Portuguesa como
língua Estrangeira (LPE), em específicohaitianos residentes na cidade de Três
Lagoas. No decorrer das aulas ministradas no projeto Brasil-Haiti: troca de saberes,
pode-se notar a dificuldade dos alunos na conjugação de verbos em Língua
Portuguesa, em especial a categoria de verbos defectivos. Com base em estudos
recentes sobre o ensino de LPE e a utilização de recursos tecnológicos em aulas de
ensino de gramática, compreende-se que estes materiais poderiam ter sido uma
solução para a fixação de alguns conceitos relativamente funcionais sobre uso de
verbos na língua ensinada. Para tanto, os instrumentos, como sites públicos,
dicionários de uso e aplicativos de celular, respectivamente, Google Tradutor,
Linguee e Duolingo, proporcionaram e podem auxiliar na reflexão metalinguística no
ensino de línguas.

PALAVRAS-CHAVE: Educação; LPE; Gramática.


INDICAÇÃO: Profa. Dra. Claudete Cameschi de Souza (UFMS)
48

SIMPÓSIOS
SIMPÓSIO: SUJEITOS E DISCURSIVIDADES

Celina Aparecida Garcia de Souza NASCIMENTO (UFMS)


Claudete Cameschi de SOUZA (UFMS)

Resumo: Este simpósio objetiva discutir pesquisas que analisem


questões de discurso, identidade e ensino de línguas, onde se
discute a relação entre ensino e questões como subjetividade,
ideologias, formações discursivas, saber/poder, inclusão/exclusão
por meio de corpora obtidos em entrevistas, textos orais ou escritos
de sujeitos (branco/índio, homens/mulheres, moradores de rua,
professores, alunos surdos ou não, escritores, migrantes e
imigrantes) nas mais diversas condições de produção, a fim de
discutir a relação entre sujeito, linguagem, subjetividade e a
formação identitária. Foucault (1998, p. 10-21) aborda sobre três
sistemas de exclusão que atingem o discurso: a interdição, a
separação e a rejeição; e a oposição do verdadeiro e do falso. Para
ele, esses sistemas põem em jogo ―o poder e o desejo‖, e ainda há
outros procedimentos de controle e de limitação do discurso. O
filósofo (2005, p. 114) aponta que ―a escola não exclui os indivíduos,
mesmo fechando-os, ela os fixa a um aparelho de transmissão do
saber‖, tendo por objetivo ligar o indivíduo a um processo de
formação, tratando-se portanto de uma ―inclusão por exclusão‖.
Dessa forma, o eixo deste simpósio encontra-se aberto a acolher
trabalhos cuja base teórica se dá pela Análise do Discurso (Foucault,
Pêcheux), ou interface com psicanálise (Freud, Lacan), Estudos
Culturais, Pós-Coloniais, Estudos subalternos e da desconstrução
(Derrida).

PALAVRAS-CHAVE: Discurso; Identidade; In(ex)clusão

MARCAS DE SI E DO OUTRO NO DISCURSO DA MULHER


DEPENDENTE QUÍMICA
Aline Rodrigues da SILVA (PG UFMS)
Celina Aparecida Garcia de Souza Nascimento (UFMS)

RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo interpretar formações discursivas


perpassadas nos discursos de mulheres dependentes químicas. Para tanto, foram
analisados recortes enunciativos advindos de textos produzidos por mulheres
dependentes químicas que frequentam o CAPS ad (Centro de Atenção Psicossocial
álcool e drogas) de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Parte-se, então, da
perspectiva teórica da Análise do discurso de orientação francesa a partir do método
arqueogenealógico com base em Foucault (1988; 2005). Assim, foi possível
entender que a presença dos parênteses na escrita de si marca uma introdução do
interdiscurso do sujeito que enuncia, demonstrando a duplicidade da linguagem do
sujeito que escreve de si por meio de marcas do Outro (AUTHIER-REVUZ, 1998).
49

Demonstra-se, dessa forma, a formação discursiva da lei, que proíbe o uso de


drogas, um discurso outro que se manifesta por meio da interdição da linguagem.

PALAVRAS-CHAVE: Escrita; Discurso; Mulher dependente química.

UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA LEI 10.436


Marilza Nunes de Araújo NASCIMENTO PG(UFMS/CPTL)
Profa. Doutora Claudete Cameschi de SOUZA (UFMS/CPTL)

RESUMO:Esta pesquisa objetiva, investigar e analisar os efeitos de sentidos dos


discursos materializados na lei 10.436 de 24 de abril de 2002, a qual dispõe sobre a
Língua Brasileira de Sinais – Libras. Como corpus, temos os artigos 2° e 3° da
referida lei. A metodologia utilizada segue a Análise do Discurso de Linha Francesa
em que os enunciados discursivos foram recortados e agrupados de acordo com as
afinidades de sentido. Partimos da hipótese que há um paradoxo em que o Estado
assegura ao sujeito surdo o direito da Língua Brasileira de Sinais. No entanto por
meio de marcas linguísticas, no implícito discursivo, deixa pistas que o exime dessa
responsabilidade. Para isso,os teóricos lentes são Michel Pêcheux e EniOrlandi e
outros que trabalham com a língua numa relação com a historicidade, ideologia e
social.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão, discurso, efeitos de sentido.

SUJEITO E IDENTIDADE: O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO


IDENTITÁRIA DO SURDO TERENA NO ESPAÇO ESCOLAR
Michelle Sousa MUSSATO (UFMS)

RESUMO: Ao entender que não há identidade sem sujeito e também não existe
sujeito sem discurso, infere-se que a identidade é sempre plural, posto que a
tessitura de um lugar para si se institui na diferença com o outro. É a partir de
concepções teóricas pós-colonialistas, Análise do Discurso de origem francesa e dos
estudos culturalistas, que podemos refletir sobre o processo de constituição
identitária do surdo Terena, residente da Aldeia Cachoeirinha, em Miranda/MS. Este
artigo pretende observar o processo de constituição identitária desses sujeitos a
partir do gesto de interpretação da narrativa que o índio surdo faz sobre seu
processo educacional. Sob um recorte enxuto, observam-se as (des)construções de
representação acerca de si e do outro, bem como as movências e deslocamentos de
sentido, ao perceber que a escola é construtora de subjetividade. Em uma
(in)conclusão, este momento sócio-histórico-ideológico nos permitiu ver a
ressignificação da representação de si que o surdo terena (pro)move.

PALAVRAS-CHAVE: Identidade; Surdo Terena; Representação.


50

AS FORMAÇÕES DISCURSIVAS E AS REPRESENTAÇÕES DE


LÍNGUA NO REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA AS
ESCOLAS INDÍGENAS
Andréa Marques Rosa EDUARDO (PG/UFMS)
Claudete Cameschi de SOUZA (UFMS)

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo analisar as formações discursivas


presentes no texto ―A língua indígena na escola‖, que compõe o Referencial
Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (BRASIL: 1998, p. 117-121),
problematizando as representações sobre língua. Neste sentido, esta reflexão pauta-
se na Análise de Discurso de linha francesa, no método arquegenealógico de
Foucault (2007), em que são observadas as regularidades linguísticas no discurso
do documento analisado. Ao analisar odocumento, o efeito de sentido foi de que o
discurso do RCNEI é perpassado pelas formações discursivas colonial e positivista,
em que a língua é um instrumento de poder-saber, cujo caráter interacional, social,
histórico e dialógico é silenciado.

PALAVRAS-CHAVE: Formações Discursivas; Língua; Educação escolar indígena.

SIMPÓSIO: SUJEITO: OBJETO DE DESEJO DOS DISCURSOS

Vania Maria Lescano GUERRA (UFMS)


João Paulo Machado Tinoco (UFMS-PG)

RESUMO: Este simpósio tem como foco a discussão dos problemas


e os desafios epistemológicos e metodológicos que a complexidade
da subjetividade coloca para aqueles que trabalham com o tema, a
partir do objeto de pesquisa em diferentes campos. Com amplitude e
diversidade consideráveis, temos por meta privilegiar a discussão da
Epistemologia Crítica e seus desdobramentos metodológicos, tendo
como eixo a sua forma diferenciada de produção de conhecimento
acerca da subjetividade e sua pertinência para o estudo desta. O
intuito é mobilizar estudos que adotem a perspectiva discursiva
materialista de análise e procurem rompem com as visadas
conteudísticas pelo descentramento da noção de sujeito, pelo
reconhecimento da relação entre ideologia e inconsciente, pela
relativização da autonomia da língua, e por conceber a história como
prática social de constante demanda por sentidos no confronto com o
real.

PALAVRAS-CHAVE: Subjetividade; Discurso; Identidades.

A (DES)COLONIALIDADE INSCRITA NA SUBJETIVIDADE DE


MACABEIA: É A HORA DA SU(L)BALTERNA
51

Laura CristhinaRevoredo Costa (PG/UFMS)


Vania Maria Lescano Guerra (UFMS)

Temos por objetivo estudar os efeitos de sentidos que emergem do discurso


literário de Clarice Lispector, especificamente da tradução espanhola La hora de la
estrella, realizada por Ana Poljak (―A hora da estrela‖). Interessa-nos entender a
constituição identitária da personagem feminina Macabéa e problematizar as
representações sociais e as relações de poder, na investigação das práticas de
subjetivação desse discurso, ligadas à constituição da identidade da mulher. Para
isso, a fundamentação transdisciplinar traz a perspectiva discursivo-
desconstrutivista (CORACINI, 2007), o suporte teórico-metodológico foucaultiano
arqueogenealógico (1987), além do panorama pós-colonialista (MIGNOLO, 2003).
Como resultados preliminares, verificamos que na identificação de Macabéa
destacam-se, como marcas subjetivas, a profissão de datilógrafa, a questão da
virgindade, a ignorância/insignificâncianasociedade da época e a busca de
identificação com os ícones simbólicos transnacionais como, por exemplo, a Coca-
Cola, o McDonald e Marylin Monroe. Observamos que a virgindade, para a
personagem, constituí auma forma de poder, via resistência à sociedade constituída
de sua época, na qual ela fazia parte da massa subalterna. Vale ressaltar que este
trabalho, ao examinar a tradução para a língua espanhola, tem por meta, também,
entender a (des)colonização e a transculturação, assim como expandir a discussão
de temas cada vez mais recorrentes na cultura como exclusão e preconceito.

Palavras-Chaves: Subjetividade; Discurso; Colonialidade.

CONTROLAR SUA LÍNGUA... A VIOLÊNCIA COMO DISPOSITIVO DE


PODER A PARTIR DA ESCRITA DE GLORIA ANZALDÚA
João Paulo F. TINOCO (PG/UFMS)
Vânia Maria Lescano GUERRA (UFMS)

RESUMO: Esta pesquisa em andamento faz parte de minha tese de Doutorado cujo
objetivo geral é estudar o processo de constituição identitária da mulher Chicana, a
partir da obra Borderlands/La frontera: the new mestiza (2012) escrita por Gloria
Anzaldúa, sobretudo as possíveis representações de identidade de gênero social,
com o intuito de rastrear os efeitos de sentidos de violência. Para isso, é necessário
a crítica do estudo das relações de saber/poder (FOUCAULT, 2014), via Análise do
Discurso. Buscamos também noções sobre tradução (DERRIDA, 2001), sob a visão
discursivo-desconstrutivista (GUERRA, 2017); e a noção de lugar geoistórico
(NOLASCO, 2013). Nossa hipótese é que a escrita pode ser examinada como um
palimpsesto em que marcas sobrepõem a outras e que não conseguem ser
exauridas. Nas análises preliminares pudemos observar que a escrit(ur)a está
permeada de denúncias duma violência simbólica praticada pelo opositor através da
incitação ao ódio e pela discriminação étnica e sexual.

PALAVRAS-CHAVE: Construção Identitária; Violência; Mulher Chicana.


52

O DISCURSO INDIGENISTA DA FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO:


UMA REFLEXÃO SOBRE A CRIAÇÃO DISCURSIVA DA
REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO INDÍGENA
Sheila da Costa Mota BISPO (PG-UFMS)
Vânia Maria Lescano GUERRA (UFMS)

RESUMO: Esse trabalho configura-se como um gesto de interpretação a respeito do


discurso indigenista da FUNAI que se constitui por meio de reflexão sobre a
construção discursiva da representação do sujeito indígena no Documento Base,
elaborado pela FUNAI por ocasião da realização da 1ª Conferência Nacional de
Política Indigenista. Esta pesquisa se fundamenta no referencial teórico da Análise
do Discurso de origem francesa (PÊCHEUX, 1995; FOUCAULT, 1987, 1988, 2009;
AUTHIER RÉVUZ, 1998) e se vale do caráter transdisciplinar desse campo de
pesquisa para mobilizar também os estudos pós-colonialistas (QUIJANO, 1992;
MIGNOLO, 2008; NOLASCO, 2013). O método utilizado nesta pesquisa é
arqueogenealógico (FOUCAULT, 1987, 1988), por meio do qual propomo-nos a
problematizar as marcas deixadas na materialidade discursiva a fim de
comprovarmos ou não nossa hipótese de que a representação criada pelo órgão
indigenista contribui para a normalização da posição de subalternidade e exclusão a
que os povos indígenas estão submetidos.

PALAVRAS-CHAVE: indígena, exclusão, discurso indigenista.

REPRESENTAÇÃO DO INDÍGENA NO MERCADO DE TRABALHO


NO DISCURSO MIDIÁTICO.
Fabiana FERRARI (PG-UFMS)

RESUMO:Oindígena desde o descobrimento do Brasil tem sido motivo de discussão


e (des)construção de discursividades dentro e fora da aldeia. Este trabalho tem por
objetivo refletir sobre as representações identitárias dos indígenas no mercado de
trabalho em ambientes virtuais, por meio do arcabouço teórico da Análise do
Discurso de vertente francesa A partir do método arqueogenealógico de Foucault
(1990; 1997; 1999; 2007), analisam-se recortes de publicações on-line do/ sobre
trabalhadores indígenas postadas na rede social Facebook. Para tanto, utilizam-se o
subsidio teórico a partir dos estudos de Coracini (2003; 2007), Pêcheux (1988;
1990), Orlandi (1999), numa visada transdisciplinar de pesquisa que considera a
produtiva relação com a psicanálise (LACAN, 1973) e Freud (1929). Almeja-se
verificar os discursos postados acerca dos indígenas no mercado de trabalho na
sociedade hegemônica, pois observa-se discursos cristalizados que emergem em
formações discursivas excludentes que reverberam de uma forma silenciosa a
prática de um cyberbullying.

PALAVRAS-CHAVE:Indígenas; Identidade; Cyberbullying


53

REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO INDÍGENA EM DOCUMENTO


OFICIAL E SUA REPERCUSSÃO NO CENÁRIO EDUCACIONAL
BRASILEIRO
Icléia Caires MOREIRA (PG-UFMS)

RESUMO: Este estudo objetiva problematizar a representação do indígena


construída pela esfera jurídico-administrativa cujo eco discursivo repercute na esfera
educacional brasileira. O corpus constitui-se de recortes discursivos extraídos do
documento final da ―33ª Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade
das Expressões Culturais‖, ratificado pelo Decreto Legislativo 485/06. Nossa
hipótese é de que esta materialidade, entrelaçada ao texto legal da lei 11.645 e aos
aparatos didáticos, já em circulação, possibilita a (re)construção e /ou a
(re)significação do processo de colonização, do desejo de cristalizar uma
representação dos povos indígenas, e de seus patrimônios culturais de forma
marginalizada e subalterna.Pautamo-nos, transdisciplinarmente, na Análise do
Discurso francesa (PÊCHEUX, 1988; CORACINI, 2007-2015; GUERRA, 2016); na
Arqueogenealogiafoucaultiana (1988-1997); e no Pós-colonialismo (MIGNOLO,
2003; SOUSA SANTOS, 2004; GROSFOGUEL 2005-2008).

PALAVRAS-CHAVE: Discursos; Identidades; Povos indígenas.

SIMPÓSIO: FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL NO


ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Ana Karla Pereira de MIRANDA (UFMS/PG-PUC-Rio)


Daniela SayuriKawamoto KANASHIRO (UFMS)

RESUMO: O espanhol, língua oficial dos países fronteiriços a Mato


Grosso do Sul (MS), em virtude da constante luta por sua
permanência, faz-se presente no sistema de ensino brasileiro desde
1870. Com o surgimento da Lei 11.171/2005, houve um aumento
significativo no número de cursos de formação de professores do
referido idioma, de vagas para docentes e alunos em instituições de
ensino superior, bem como aumento de oferta de cursos livres,
produção de material didático, pesquisas relacionadas ao tema, entre
outros efeitos. Nas universidades públicas do MS, especificamente,
UEMS e UFMS, já foram licenciados, ao menos, 1.242 professores
de espanhol em cursos presenciais e 184, na modalidade a distância.
Levando em consideração tal contexto, este simpósio busca agregar
trabalhos que tratem sobre formação inicial e continuada do
professor de espanhol em MS, de modo a conhecer e analisar as
propostas que vêm sendo desenvolvidas, assim como fortalecer a
área.

PALAVRAS-CHAVE: Formação de Professores; Espanhol; Letras.


54

A RELEVÂNCIA DO PIBID NA FORMAÇÃO INICIAL DE


PROFESSORES DE ESPANHOL
Daniela Sayuri Kawamoto KANASHIRO (UFMS)

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo evidenciar as contribuições do


Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) na formação inicial
de docentes do curso de Letras Português e Espanhol, na modalidade a distância,
da UFMS, matriculados no polo de apoio presencial de São Gabriel do Oeste. Para
tanto, fundamentaremos nossas análises em estudos desenvolvidos por Eres
Fernández (2008, 2013), Gatti (2014), Leffa (2001, 2013), entre outros. Utilizaremos
instrumentos coletados nos quase quatro anos de execução do subprojeto
―Espanhol no ensino médio‖, quais sejam: (i) questionários respondidos pelos
graduandos, (ii) percepção dos alunos das rede pública evidenciada em respostas
de questionários aplicados, (iii) fichas de avaliação preenchidas pela supervisora e
(iv) observação da coordenadora de área. Além disso, integram-se às análises os
registros expressos no blog do grupo - http://pibidletraseadufms.blogspot.com.br/ - e
a página de atividades virtuais decorrentes das ações do subprojeto -
http://www.ead.ufms.br/atividades_linguas/.

PALAVRAS-CHAVE: Pibid; Espanhol; Formação de professores.

DOCENTES DE ESPANHOL NA CIDADE DE NOVA ANDRADINA -


MS: BREVE ESTUDO SOBRE A FORMAÇÃO E ATUAÇÃO
PROFISSIONAL
Márcio Palácios de CARVALHO (UFMS/IFMS)
Daniela Sayuri Kawamoto KANASHIRO (UFMS)

RESUMO: Propõe-se, neste estudo, realizar uma breve análise sobre a formação e
atuação dos professores de língua espanhola da cidade de Nova Andradina,
município localizado a 300 quilômetros de Campo Grande, capital do estado de Mato
Grosso do Sul. Tal análise tem por objetivo mostrar os caminhos percorridos durante
o processo de formação no ensino superior até a atuação em sala de aula. Com
esse levantamento, pretende-se, futuramente, discutir algumas ações para fortalecer
o ensino da referida língua na cidade como, por exemplo, a criação de projetos de
formação continuada. Para a obtenção dos primeiros dados, aplicou-se um
questionário, levantou-se o perfil dos docentes, o (s) material (is) que utilizam nas
aulas, se já passaram por algum tipo de formação específica de ensino de línguas e
quais são as dificuldades que têm no ensino do espanhol como língua estrangeira.
Na elaboração do texto, buscaram-se pesquisadores que se dedicam à formação
docente de língua estrangeira, em especial, de língua espanhola e à Linguística
Aplicada como: Kanashiro (2014); Dutra e Simioni (2017); Moita-Lopes (2006-2013),
Júnior (2017) entre outros.

PALAVRAS-CHAVE:Espanhol; Ensino; Formaçãodocente;


55

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE ESPANHOL DA


REDE ESTADUAL DE ENSINO DE MS
Elisângela Sanches da Silva PRIMO (UFMS)
Daniela SayuriKawamoto KANASHIRO (UFMS)

RESUMO: A presente comunicação tem por objetivo descrever e analisar o


panorama da formação continuada ofertada aos professores de Espanhol da Rede
Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul (MS). Para tanto, fundamentamos
nossa análise em estudos sobre formação continuada de professores, desenvolvidos
por Ibernón (2000) e Marli André (2001, 2016), e bem como em pesquisas a
respeito da formação do professor de línguas, na perspectiva da Linguística
Aplicada, verificado em Moita Lopes (2013), entre outros. Apresentamos dados
sobre o curso Educação em Tempo Integral: fortalecendo o educar pela pesquisa e
o protagonismo infanto-juvenil, ofertado aos professores das Escolas da Autoria-
Ensino Fundamental, de forma interdisciplinar, pela Secretaria de Educação de MS,
sob a consultoria do Professor Pedro Demo. A partir dos dados levantados,
analisamos a avaliação dos professores do curso em questão e discutimos a
perspectiva de continuidade do projeto estadual para o próximo ano.

PALAVRAS-CHAVE: Formação continuada; Espanhol; Educação básica

O QUE SIGNIFICA SER PROFESSOR DE ESPANHOL SOB A


PERSPECTIVA DE PROFESSORES RECÉM-LICENCIADOS
Ana Karla Pereira de MIRANDA (UFMS/PG-PUC-Rio)

RESUMO: A identidade profissional docente é um instrumento de reconhecimento


do próprio do indivíduo como professor e dos que o rodeiam como pertencente a um
determinado grupo profissional. Possuindo caráter dinâmico, ela constrói-se ao longo
da vida do sujeito, sendo iniciada antes mesmo de sua entrada na escola. Nessa
perspectiva, esta comunicação visa a apresentar resultados preliminares de nossa
pesquisa de doutorado, a partir das respostas obtidas à questão ―Para você, o que
significa ser professor de espanhol?‖. A referida pesquisa tem como foco verificar os
elementos que constituem a identidade profissional docente de professores de
espanhol recém-licenciados. Para tanto, foram realizadas entrevistas com um grupo
de professores formados em um curso de Letras Português e Espanhol. Emprega-se
a Análise de Conteúdo para analisar os dados e tem-se como referencial teórico os
estudos a respeito de identidade profissional, identidade profissional docente,
formação de professores e formação de professores de línguas.

PALAVRAS-CHAVE: Formação inicial; Identidade profissional docente; Espanhol.

SIMPÓSIO: INTERNACIONALIZAÇÃO, LINGUAGENS E


TRANSCULTURALIDADE

Ruberval Franco Maciel (UEMS)


56

Fabrício Ono (UFMS)

A Internacionalização está mudando o mundo do ensino superior


assim como a globalização esta mandando o mundo da
internacionalização (KNIGHT, p. 1, 2014). Esses dois aspectos inter-
relacionados possuem grandes implicações nas políticas locais das
universidades no sentido de buscar propor um redesenho de seus
currículos penando em um contexto que extrapole o mundo da sala
de aula. No entanto, a internacionalização requer uma reflexão uma
vez que, segundo Knight (2015), internacionalização pode significar
diferentes coisas para diferentes pessoas, trazendo, assim, uma
grande confusão sobre os termos. Neste simpósio, buscamos trazer
uma reflexão enfatizando que a internacionalização no campo
educacional pode ser vista como um processo que extrapola o
entendimento neoliberal de ranqueamento e mobilidade e que,
portanto vá além da atração de alunos estrangeiros e presença
internacional. Neste raciocínio, apoiamo-nos em Spring (2009, p.
113) que chama atenção para o fato de que internacionalizar significa
―permitir que o internacional perpasse tudo o que uma universidade
faz‖. Nesse sentido, apresentamos, nesse simpósio, trabalhos que
contemplem pesquisas que contemplem recortes voltados a
internacionalização em em seus contextos locais.

IMPLICAÇÕES DA INTERNACIONALIZAÇÃO DO CURSO DE


MEDICINA DA UNIVERISDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO
SUL
André Meyer Duchatsch (G-Medicina UEMS)
Ruberval Franco Maciel (Orientador -UEMS)

RESUMO: A globalização, traço marcante do período atual, tem se mostrado uma


das mais persuasivas forças que interfere no contexto educacional. Implica em um
aumento na circulação de pessoas, culturas, ideias, valores, tecnologia e
conhecimento, gerando grandes impactos no contexto educacional (Brydon, 2011,
Menezes de Souza, 2011, Monte Mór, 2012, Knight, 2009, Soares e Orosco, 2009,
Mattos, 2011, entre outros). Com isso, a internacionalização do ensino superior tem
sido discutida de forma ampla (Rocha e Maciel, 2016), tornando-se uma temática
vinculada à política e à pesquisa. Nesta linha, torna-se necessário avaliar as
implicações da internacionalização do curso de medicina da Universidade Estadual
de Mato Grosso do Sul (UEMS), relacionando à sua metodologia ativa de ensino, o
PBL (aprendizado baseado em problemas). Nesse sentido, o presente trabalho
busca apresentar um desenho que pesquisa que tem por objetivo investigar as
percepções de alunos de duas propostas metodológicas distintas no que se refere
às formas de estudar em um contexto de universidade no exterior. Trata-se de uma
pesquisa é qualitativa, de natureza interpretativa, com características exploratórias e
de epistemologia da emergência. Para isto, o estudo será realizado em quatro fases,
com alunos ou egressos de duas faculdades brasileiras de contextos metodológicos
diferentes, utilizando redes sociais para a coleta de dados. O critério para seleção
dos candidatos obedecerá dois aspectos: (1) o primeiro, se pautará naseleção de
alunos que tiveram durante a formação o modelo tradicional de transmissão de
conteúdo; (2) o segundo, aos acadêmicos de formação método PBL.
57

EXPERIÊNCIA DE MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNACIONAL:


POTENCIALIDADES E DESAFIOS PARA A POLÍTICA DE
INTERNACIONALIZAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
Kamila dos Santos (G- Medicina UEMS)
Ruberval Franco Maciel (orientador)

RESUMO: Internacionalização tem sido um aspecto importante que as universidades


busca implementar devido a vários fatores desde exigências externas de avaliação
universitária até aspectos curriculares que contemplem aspectos de linguagens e
transculturalidades (ROCHA E MACIEL, 2017). O presente trabalho visa discutir um
desenho de pesquisa que busca investigar as implicações da elaboração de política
de internacionalização para o curso de medicina da Universidade Estadual de Mato
Grosso do Sul. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza interpretativa e
exploratória. A coleta de dados pauta-se em entrevistas a alunos de medicina que
participaram do Programa Ciências sem Fronteiras e também acadêmicos do curso
de medicina da UEMS. Serão propostas estratégias de intervenção para a política de
internacionalização do curso de medicina da universidade a partir da análise das
potencialidades e dos desafios encontrados ao longo da presente pesquisa.

INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR COMO PRÁTICA


LOCAL: TELECOLABORAÇÃO BRASIL – CANADÁ

Carla Corsini (PG Letras - UEMS)


Ruberval Franco Maciel (Orientador)

RESUMO: O processo de internacionalização requer das universidades uma política


linguística que não somente planejam aspectos de mobilidade, mas também que
contemplem a ideia de internacionalização como pratica local. Isso implica um olhar
mais atento para como as identidades (RIVZI, 2000), as subjetividades e as
territorialidade (BIZON, 2013) estão sendo des/reconstruídas ou redefinidas nesse
processo. Requer, ainda, uma análise mais crítica sobre qual/quais direção(ões)
esses processos e práticas se movimentam, sobre quais transformações se fazem
presentes nesse contexto e como elas se realizam. Assim, ao ponderar esse
aspecto reflexivo da prática local da internacionalização, a presente apresentação
busca discutir um projeto de telecolaboração envolvendo 20 alunos da UEMS e 20
da Universidade de York no Canadá. Mais especificamente, busca-se de discutir a
percepção dos alunos em ambos os contextos sobre aspectos de formação de
professores de inglês no contexto global, bem como analisar como as percepções
dos alunos de ressignificam a partir de mementos transculturais promovido pela
interação a distância por meio online.

INTERNACIONALIZAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA COMO


PRÁTICA LOCAL: ENGLISH FOR MEDICAL PURPOSES
58

Lilian Mello Hodgson (PG Letras - UEMS)


Ruberval Franco Maciel (Orientador)

RESUMO: Ao se planejar a política linguística para internacionalização, abre-se


espaço para incorporar abordagens inovadoras com relação ao desenvolvimento do
currículo, mecanismos de apoio ao estudante, assim como renovadas iniciativas de
desenvolvimento acadêmico no desenvolvimento de aspectos de desenvolvimento
da proficiência linguística voltada para a internacionalização. Esses processos e
ações, segundo Robson (2011) podem fortalecer possibilidades de que se realizem
―transformações de consciência‖, ou seja, relativas à onto-epistemologias,
favorecendo práticas de natureza colaborativa, distribuída e transformativa nas
prática locais. Neste sentido, a presente apresentação, em consonância com Dlaska
(2003; 2012), busca discutir uma pesquisa em andamento sobre a inserção da
língua inglesa no curso de medicina como parte integrante de um módulo do curso e
não como uma disciplina isolada de língua inglesa para dar suporte ao curso. Busca,
se ainda, abordar aspectos de metodologias ativas aliada as aulas de língua inglesa
uma vez que o curso possui tal enfoque nas maioria das disciplinas. Trata-se de
uma pesquisa qualitativa, com características etnográficas e de epistemologia de
emergencia pós-moderna.

PROJETOS DE EXTENSÃO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O


PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO
Fabrício Ono (UFMS)

RESUMO: As universidades brasileiras constituem-se pelo tripé Ensino, Pesquisa e


Extensão. Neste sentido, esta apresentação busca discutir o papel de projetos de
extensão e suas possíveis contribuições para o processo de internacionalização a
partir de um uma ação de extensão intitulada ―English Club: On-campus
conversation” realizada na UFMS/CPTL. Este projeto tem como fim promover
encontros quinzenais gratuitos, e é aberto tanto para membros da universidade
quanto da comunidade externa, caracterizando-se pela possibilidade para que os
participantes possam praticar/exercitar seus conhecimentos em língua inglesa por
meio de rodas de conversa direcionadas à partir de um tema. Portanto, acredita-se
que esta ação possa proporcionar além da interação da comunidade interna com a
comunidade externa, a propulsão de práticas direcionadas ao aprimoramento de
línguas estrangeiras.

SIMPÓSIO: A CONSTRUÇÃO TEXTUAL NO DRAMA: QUESTÕES


DE LINGUAGEM E DISCURSO

Fábio Luis Silva NEVES ―PG‖ (UFMS)


Fabrícia Aparecida Lopes de Oliveira ROCHA ―PG‖ (UFMS)
59

RESUMO: no âmbito dos estudos acadêmicos na área de Letras e


no ambiente escolar de um modo geral, o gênero dramático não tem
o mesmo espaço de reflexão reservado aos textos narrativos e
líricos. Diante disso, é relevante pensar a importância da composição
dramática, enquanto construto literário, assim como questões de
linguagem e discurso, que são específicas desse tipo de texto.
Partindo desse pressuposto, o presente simpósio pretende debater
abordagens críticas da Teoria Literária, que ajudam a pensar os
modos de expressão no Drama, sobretudo no que diz respeito ao
uso de novas tecnologias na escrita cênica moderna. Também
espera-se refletir, especialmente pelo suporte dos Estudos Culturais
e da Literatura Comparada, a articulação dos discursos nas peças e
sua relação com as escolhas formais dos dramaturgos.

PALAVRAS-CHAVE: Linguagem dramática; Discurso teatral;


Escolhas formais no Drama.

OS ELEMENTOS CÊNICOS NA CONSTRUÇÃO TEXTUAL DO


DRAMA

Fernandes Ferreira de Souza (UEMS – UFMS)


Luciana Petroni AntiqueiraChirzóstomo (UFMS)

Na materialização do texto teatral surgem os elementos cênicos, desde os mais


tradicionais aos mais modernos, como a cenografia, a sonoplastia, a iluminação, a
maquiagem e a indumentária. Assim como num texto literário escrito a presença de
marcadores qualitativos e quantitativos, ou mesmo as didascálias nos textos
dramáticos, esses elementos vão para a cena com função semelhante, demarcando,
enfatizando e muitas vezes explicando as ações transcorridas a olhos vistos. Tais
recursos podem ainda afirmar ou negar a cena transcorrida, dependendo da sua
utilização ou mesmo intenção, interagindo como componentes da cena e elementos
da representação cênica. O aporte teórico será oferecido por Patrice Pavis e
Tadeusz Kowzan.

PALAVRAS-CHAVE: Texto dramático; Teatro; Elementos cênicos.

UM CANTO DRAMÁTICO EM CAIO FERNANDO ABREU. UMA POSSIBILIDADE


DE LEITURA DE PODE SER QUE SEJA SÓ O LEITEIRO LÁ FORA.

Maysa Bernardes BUZZOLO (PG-UFMS)

RESUMO:Reconhecido por seu trabalho na prosa, Caio Fernando Abreu, também


contribuiu como dramaturgo para o cenário literário brasileiro na segunda metade do
Século XX. Com fortes tendências dramáticas e poeticidade peculiar em sua prosa,
sua obra dramatúrgica não foge ao projeto estético caiofernandianojá conhecido por
seus leitores, porém seu texto teatral é ainda desconhecido do grande público e não
muito explorado por seus pesquisadores. O trabalho em questão guia-se pela
estética dramatica e busca compreender as características do autor enquanto
dramaturgo à luz de Ball (2009), Ryngaert (2013), Rosenfeld (2014), Prado (2014),
60

Maingueneau (1996), Bachelard (1993) e Szondi (2011). Desta maneira, pretende-


se explorar Pode Ser Que Seja O Leiteiro Lá Fora primeira investida sem parcerias
de Caio F. no teatro, que embora tenha sido premiada em 1976 pelo Serviço
Nacional de Teatro, acaba proibida em todo território nacional pela Censura Federal,
voltando à circulção apenas em 1983.

PALAVRAS-CHAVE:Teatro;Teatro-Contemporâneo-Brasileiro; Caio-Fernando-
Abreu.

A DRAMATURGIA DO VISCONDE DE TAUNAY EM MOMENTOS DE


TRANSIÇÃO E FORMAÇÃO DO TEATRO NACIONAL
Fábio Luis Silva NEVES

RESUMO: O teatro brasileiro teve suas primeiras produções somente no século XIX,
quando (utilizando a teoria da formação de Antonio Candido, 1975) surgiram
condições para encenação das peças, surgimento de um público leitor/espectador,
além dos primeiros dramaturgos conscientes de nacionalidade. Após tal formação,
ocorreu um crescimento de produções, principalmente, pelo sucesso obtido pelas
encenações de João Caetano das obras românticas, passando pela euforia de
vários autores com o surgimento do teatro realista, encenado no Ginásio Dramático,
e culminando na derrocada das produções literárias a partir da predominância do
gosto popular pelo teatro cômico e musicado. Não situado propriamente em nenhum
desses movimentos, o Visconde de Taunay, escreveu quatro obras teatrais, Da mão
à boca se perde a sopa (1874), Por um triz coronel (1880), Amélia Smith (1886) e A
Conquista do filho (1896), que contêm influências e dialogam com as tendências
literárias citadas. No entanto, a produção dramatúrgica de Taunay (talvez por não
situar-se cronologicamente em nenhuma das tendências) não é citada pela
historiografia e pela crítica literária. Assim, justificamos a proposta deste trabalho
pela ausência de uma fortuna crítica a respeito da produção dramática do autor e
por entendermos que esta contém características literárias semelhantes e contíguas
às que formaram o teatro nacional. Para tanto, partimos das críticas feitas por José
de Alencar e Machado de Assis ao declínio da qualidade literária das obras
dramáticas nas décadas finais do século XIX e utilizamos as leituras críticas de
Décio de Almeida Prado (2003), João Roberto Faria (2001) e Sábato Magaldi (1997)
a respeito da formação e transição do teatro nacional.

PALAVRAS-CHAVE: Visconde de Taunay; Dramaturgia; Formação do teatro


nacional.

A CONFIGURAÇÃO DA DRAMATICIDADE MODERNA


Fabrícia Aparecida Lopes de Oliveira ROCHA (PG-UFMS)
Wagner Corsino Enedino (UFMS)

RESUMO: Segundo Peter Szondi (2001), o drama moderno surge no Renascimento.


Depois da ruína do mundo medieval, as peças começam a desenhar personagens
livres, que escolhem. Nos textos gregos ou medievais, por exemplo, os seres
61

apareciam submissos à vontade dos deuses ou de alguma força sensível. Num


mundo onde a ideia do divino está em crise, os dramaturgos passam a buscar novas
escolhas para estabelecer a dramaticidade. Umas delas é valorizar o conflito
intersubjetivo, por intermédio da ênfase no diálogo, já que a ideia é mostrar pessoas
autônomas. Contudo, o desenvolvimento do drama apresenta pessoas alienadas,
coisificadas, isoladas e mudas. Como resultado, o embate intersubjetivo tão
essencial à construção da dramaticidade moderna cai um pouco em desuso e o
autor fala numa crise da forma dramática. Szondi (2001) discute então: como
conciliar os novos conteúdos, por princípio antidramáticos, com as estruturas formais
do drama? Este estudo tenta responder esse questionamento.

PALAVRAS-CHAVE: Dramaticidade moderna;embate intersubjetivo;Szondi.

SIMPÓSIO: TOPONÍMIA EM FOCO: resultados de pesquisas

Carla Regina de Souza FIGUEIREDO (UEMS)


Renato Rodrigues PEREIRA (UFMS/CPTL)

RESUMO: A Toponímia é um ramo da Linguística (de natureza


semasiológica) dedicado à investigação dos nomes de lugares por
entender que o signo toponímico apresenta caráter motivado e
identitário em relação ao referente nomeado. A interdisciplinaridade
inerente a este campo de estudo se justifica pelo fato dos topônimos
serem verdadeiros representantes de aspectos sócio-político-
culturais, o que lhes conferem o posto de marcadores territoriais. Na
tentativa de se descobrir as causas designativas dos acidentes
físicos e antropoculturais, áreas de conhecimento como a História, a
Geografia e a Antropologia, por exemplo, são acionadas para refutar
ou confirmar as hipóteses levantadas pelo pesquisador no tocante à
motivação toponímica. Os topônimos demarcam a apropriação de
um espaço e a percepção do denominador sobre este. Diante do
exposto, esse simpósio visa compartilhar resultados de pesquisas
bibliográficas e documentais (concluídas ou em andamento) voltadas
ao tema citado e desenvolvidas em programas de graduação, pós-
graduação e grupos de pesquisa oriundos dos diferentes estados da
federação, a fim de fomentar parcerias entre estudiosos e a
solidificação teórico-metodológica da área investigada.

PALAVRAS-CHAVE: Toponímia. Pesquisas toponímicas.

A HERANÇA INDÍGENA NA TOPONÍMIA RURAL DA


MICRORREGIÃO DE PARANAÍBA (MS): UM ESTUDO
ETNOLINGUÍSTICO
Camila André do Nascimento da SILVA (PG/UFMS)
Ana Paula Tribesse Patrício Dargel (UEMS)
62

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo investigara contribuição vocabular


ameríndia na nomeação dos espaços geográficos da microrregião de Paranaíba. O
escopo principal é analisar os zootopônimos e fitotopônimos- designativos relativos à
fauna e à flora -disponíveis no banco de dados do projeto ATEMS e coletadosdos
mapas oficiais do IBGE. Dentre os dados, foram selecionadostopônimos de natureza
física e humana, analisados segundo a língua de origem, a etimologia, a
classificação toponímica e a estrutura morfológica. Como base teórica para a análise
dos dados adotam-se essencialmente os conceitos de Dick (1990; 1992). Para as
questões de natureza etimológica e de língua de origem dos topônimos, recorrem-se
a obras lexicográficas de línguas indígenas. Enfim, estudamos a herança indígena
nos topônimos, a partir da formação linguística e dos condicionantes ambientais que
exerceram influência no ato de batismo dos nomes de lugares dessa microrregião.
PALAVRAS-CHAVE: Toponímia Indígena; Zootopônimos; Fitotopônimos; ATEMS.

REGIÕES GEOGRÁFICAS IMEDIATAS E INTERMEDIÁRIAS 2017:


EM QUE A DIVISÃO REGIONAL DO BRASIL INSTITUÍDA PELO IBGE
IMPLICARÁ NOS ESTUDOS TOPONÍMICOS DO ATEMS
Carla Regina de Souza FIGUEIREDO (UEMS – Dourados)

RESUMO: A partir da apresentação da resenha da publicação Divisão regional do


Brasil em Regiões Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas Intermediárias
2017, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pretende-se
averiguar o quão as informações geográficas e estatísticas apresentadas no
documento implicarão nas pesquisas desenvolvidas no âmbito do Projeto ATEMS
(Atlas Toponímico do Estado de Mato Grosso do Sul), uma vez que os estudos
implementados desde 2006 nesse projeto obedeciam à divisão do território brasileiro
em meso e microrregiões geográficas. Este quadro regional, produzido na década de
1980, previu quatro mesorregiões sul-mato-grossense (Centro-Norte; Leste;
Sudoeste; Pantanais sul-mato-grossenses) e onze micro (Alto Taquari; Campo
Grande; Cassilândia; Nova Andradina; Paranaíba; Três Lagoas; Bodoquena;
Dourados; Iguatemi; Aquidauana; Baixo Pantanal). Na atualização, a) Campo
Grande, b) Dourados e c) Corumbá são regiões geográficas intermediárias, que
abrangem, respectivamente, as imediatas: a.1) Campo Grande (13 municípios), a.2)
Três Lagoas (06), a.3) Paranaíba-Chapadão do Sul-Cassilândia (06), a.4) Coxim
(07), b.1) Dourados (13), b.2) Naviraí-Mundo Novo (06), b.3) Nova Andradina (07),
b.4) Ponta Porã (03), b.5) Amambai (05), c.1) Corumbá (02), c.2) Jardim (07) e c.3)
Aquidauana-Anastácio (04).

PALAVRAS-CHAVE: Divisão regional do Brasil em Regiões Geográficas Imediatas


e Regiões Geográficas Intermediárias 2017; Projeto ATEMS.

TAXIONOMIAS TOPONÍMICAS: ALGUMAS REFLEXÕES


Renato Rodrigues PEREIRA (UFMS/CPTL-PG/UNESP/CNPq)
63

A cada investigação toponímica, nos defrontamos com realidades designativas


possuidoras de características próprias. Nesse contexto, precisamos tomar decisões
teóricas e metodológicas que deem o suporte necessário para a concretização da
pesquisa. Ao realizarmos estudos da toponímia de acidentes físicos da zona rural,
dos acidentes humanos da zona rural, e dos acidentes humanos urbanos,
identificamos particularidades toponímicas importantes que nos permitem resultados
que demonstram diferentes anseios, intenções e crenças da sociedade. Os
topônimos, como representantes de aspectos sociolinguísticoculturais de uma
comunicade, possuem distintas motivações. As taxionomias toponímicas, nesse
cenário, possibilitam-nos classificar os nomes de lugares de acordo com o elemento
espacial de natureza humana ou geográfica, por exemplo, que serviu de motivação
no ato de batismo do lugar. Por isso, os estudos toponímicos permitem-nos aplicar
teorias e metodologias, bem como adaptá-las às necessidades investigativas do
pesquisador. Com este trabalho, refletimos sobre as taxionomias toponímicas de
Dick (1990, 1992), suas características estruturais e valores semânticos, e também a
necessidade de seguir os princípios norteadores de Dick para a proposição de novas
taxionomias toponímicas quando necessário. Para tanto, nos orientamos pelos
princípios teóricos e metodológicos da Toponímica, sobretudo nos trabalhos de Dick
(1990, 1992) e dos procedimentos metodológicos que temos utilizado no âmbito do
ATEMS – Atlas Toponímico do Estado de Mato Grosso do Sul.

PALAVRAS-CHAVE: Toponímia; Topônimo; Taxionomias.

TOPONÍMIA RURAL DE DOIS IRMÃOS DO BURITI/MS: UM ESTUDO


PRELIMINAR DOS NOMES DE ACIDENTES HUMANOS
Letícia Reis de OLIVEIRA – UFMS / PPG-LETRAS / CAPES
Aparecida Negri ISQUERDO – UFMS/ CNPq

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo mais amplo analisar a toponímia rural
(acidentes humanos) do município de Dois Irmãos do Buriti/MS, situado na
mesorregião Pantanais Sul-mato-grossense e na microrregião de Aquidauana. Para
isso foi utilizado o corpus disponível no banco de dados do projeto Atlas Toponímico
do Estado de Mato Grosso do Sul – ATEMS, que foi coletado dos mapas oficiais do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em escala 1:100.000. O estudo
centra-se, pois, na descrição da toponímia de acidentes rurais humanos (fazenda,
estância, retiro, sítio, chácara), examinando os topônimos catalogados em termos de
taxionomia, língua de origem e estrutura morfológica, além de verificar os padrões
toponímicos evidenciados na nomeação de acidentes rurais humanos desse
município. Para o desenvolvimento da análise dos dados foram utilizadas, como
base teórica, as orientações de Dick (1990; 1992); de Isquerdo (1996; 2008) e do
Projeto ATEMS.

PALAVRAS-CHAVE: Léxico; Toponímia rural; Dois Irmãos do Buriti.

TOPONÍMIA URBANA DA CIDADE DE CAMPO GRANDE: UM


ESTUDO ETNOLINGUÍSTICO DOS NOMES DE PRAÇAS
64

Janaina Domingues Verão das NEVES (PG/UFMS)


Aparecida Negri Isquerdo (UFMS/CNPq)

RESUMO: Este trabalho analisa nomes de praças de Campo Grande, examinando a


relação entre toponímia, meio ambiente e história social. Foram analisados os
nomes oficiais das vinte principais praças da capital sul-mato-grossense, segundo o
modelo teórico de Dick (1990a; 1990b; 1997). O nome da praça central Ary Coelho,
por exemplo, conforme o modelo taxionômico de Dick (1990), é um
antropotopônimo. Segundo os dados oficiais fornecidos pela Prefeitura Municipal de
Campo Grande, essa praça teve quatro nomes anteriores ao atual: Dois de
Novembro; Jardim, ou Praça Municipal; Independência; Liberdade. A mudança para
o antropotopônimo atual prestou uma homenagem a Ary Coelho, ex-prefeito de
Campo Grande, assassinado em Cuiabá (1952). Dentre os vinte topônimos de
praças analisados predominam, com 55% de ocorrências, a categoria dos
antropotopônimos (nomes individuais de pessoas); com 15%, os sociotopônimos
(nomes que remetem a locais de encontro e lazer); com 5% os corotopônimos,
zootopônimos, fitotopônimos, hagiotopônimos, axiotopônimos e etnotopônimos.

PALAVRAS-CHAVE: Toponímia urbana; Campo Grande; Nomes de praças.

ESTUDOS DA LÍNGUA FALADA: UMA ABORDAGEM


INTERDISCIPLINAR

Claudia Poliana de Escobar de ARAUJO (PG/UFMS)


Vanessa Hagemeyer BURGO (UFMS/CPTL)

Este simpósio compreende os estudos da língua falada em


suas diversas perspectivas, assim como as relações sociais
intrínsecas ao uso da língua sob uma abordagem
interdisciplinar. O texto verbal, na visão de Brait (2003, p.220),
―permite verificar as relações interpessoais, intersubjetivas,
veiculadas pela maneira como o evento conversacional está
organizado‖. Assim, é possível observar não apenas o que foi
dito, mas, principalmente, o modo como foi dito, a partir da
abordagem interacional do texto. O objetivo desse simpósio é,
portanto, reunir trabalhos que analisem os processos de
construção do texto falado com base em diferentes aportes
teóricos, como a Análise da Conversação, a Pragmática, a
Linguística Textual, os Estudos da Tradução, a Linguística
Forense e outras ciências aplicadas ao uso da linguagem.
Nesse sentido, buscamos oportunizar um espaço de discussão
teórica e analítica que contribua para os estudos da língua
falada em situações reais de interação. De acordo com Barros
(1998), os falantes desenvolvem papéis conversacionais com
base nos tipos de conversação em que estão inseridos, seus
65

argumentos são construídos de acordo com as intenções


comunicativas dos interactantes dentro de cada contexto.

Palavras-chave: Língua Falada. Interação Verbal. Abordagem


Interdisciplinar.

LEGENDAGEM E MARCADORES DISCURSIVOS COMO RECURSOS


AUTÊNTICOS À LÍNGUA ADICIONAL/INGLÊS
Nayra Modesto dos Santos NUNES (SEMEC)

RESUMO:Este estudo visa analisar se as legendas de tradução mostram as


estratégias comunicativas, de modo a respeitar a intencionalidade, os contextos e os
objetivos comunicativos na interação verbal, empregados em diálogos da série
televisiva americana Friends, averiguando se a tradução estabelece e mantém os
mesmos efeitos de sentido em língua portuguesa. Pretende-se, sobretudo,
apresentar a legendagem e os marcadores discursivos como recursos autênticos à
língua adicional, mediante a análise do áudio e transcrição. O córpus é constituído
por fragmentos, extraídos dos primeiros episódios da série, transmitida pelo canal
Warner. Quanto aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa seguiu a
abordagem empírica, com natureza qualitativo-interpretativa. O aporteteórico está
ancorado em conceitos da Análise da Conversação, em relação de interface com
conceitos oriundos dos Estudos da Tradução. Reconhecer as estratégias
comunicativas como elementos essenciais no processo de significação da atividade
linguística implica reconhecer a dimensão interacional da linguagem.

PALAVRAS-CHAVE: Legendagem; Marcadores discursivos; Língua adicional.

AUDIÊNCIA JUDICIAL: UMA INTERAÇÃO COOPERATIVA?


Claudia Poliana de Escobar de ARAUJO (PG/UFMS)
Vanessa Hagemeyer BURGO (UFMS/CPTL)

RESUMO: Este trabalho visa a discutir, dentro de uma perspectiva sociointeracional


da língua falada, o atendimento ou a violação das máximas conversacionais de
Grice (1982) nas respostas de vítimas e acusados em processos judiciais. O aporte
teórico está fundamentado nos princípios da Análise da Conversação e da
Pragmática em relação de interface com a Linguística Forense, com base,
especialmente, nos trabalhos de Sacks, Schegloff e Jefferson (1974), Koch (2015,
2016), Marcuschi (1986), Caldas-Coulthard (2014), Couthard e Johnson (2010) e
Coulthard (2014). O corpus é composto por gravações de audiências judiciais,
transcritas conforme Preti (2003). Essa pesquisa é fruto de uma dissertação de
mestrado, na qual assinalamos em seus resultados que, os falantes violaram, na
maioria dos casos, a máxima conversacional de quantidade e, na tentativa de
66

demonstrarem que suas contribuições eram verdadeiras, eles procuraram atender à


máxima de qualidade. Vale ressaltar, também, que nas audiências analisadas, as
vítimas foram menos cooperativas que os acusados, especialmente, quando havia
alguma relação direta com o réu.

PALAVRAS-CHAVE: Língua Falada; Máximas Conversacionais; Audiências


Judiciais.

DEPOIMENTO ESPECIAL: UM ESTUDO DE CASO SOB A ÓTICA DA


LINGUÍSTICA FORENSE

Gleiton Candido de SOUZA (PG-UFMS)


Vanessa Hagemeyer BURGO (UFMS)

RESUMO: Com a criação da Lei nº 13.431 de 04 de abril de 2017, o depoimento


especial de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência tornou-se
obrigatório em todo o país. O depoimento especial tem como principal objetivo
minimizar a revitimização de menores que sofreram violência, e para isso, foi criado
um método diferente de escuta judicial que visa contribuir para um depoimento mais
fidedigno aos fatos. Tendo em vista que as audiências envolvendo menores são
gravadas em áudio e vídeo, torna-se importante analisar o depoimento especial em
um contexto de interação legal sob a ótica da Linguística Forense, especialmente
com as contribuições da Análise da Conversação, visando identificar os recursos da
fala que contribuem para que tal depoimento seja menos agressivo possível para a
criança ou adolescente. Para isso, será analisada uma audiência de depoimento
especial, na qual a entrevistadora utiliza de recursos de atenuação para dirigir as
perguntas feitas pelo juiz, promotor e defensor à criança vítima de abuso sexual.

PALAVRAS-CHAVE: Linguística Forense; Depoimento Especial; Análise da


Conversação.

O MARCADOR CONVERSACIONAL "SO" EMPREGADO POR


FALANTES DA LÍNGUA INGLESA EM JULGAMENTOS

Vanessa Hagemeyer BURGO (UFMS)


Jullyene Louise de Souza BRASIL (G/UFMS)

RESUMO: Este trabalho visa analisar as perguntas prefaciadas pelo marcador


conversacional ―so‖ empregadas por falantes da língua inglesa, de forma a assinalar
o modo como esses mecanismos são articulados em ambiente forense para a
obtenção de objetivos específicos. O aporte teórico está fundamentado nos
conceitos da Análise da Conversação em relação de interface com a Linguística
Forense, e o corpus foi formado por gravações oficiais de julgamentos,
disponibilizadas na Internet. De acordo com Johnson (2002), as perguntas
prefaciadas pelo marcador ―so‖, em interrogatórios policiais, são usadas para
construir um discurso comprobatório, assim como para avaliar e classificar as
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declarações anteriores produzidas pelo inquirido. O prefácio introduzido pelo


marcador ―so‖ possui um papel central para a elaboração das perguntas nesse tipo
de contexto. Por meio de uma abordagem sociointeracional da linguagem, é possível
evidenciar, o processo de construção das perguntas em tribunais e as estratégias
utilizadas pelos inquiridores nesse tipo de contexto forense.

PALAVRAS-CHAVE: Língua inglesa falada; Marcador conversacional; Contexto


forense.

O PAPEL DO MARCADOR CONVERSACIONAL “WELL” EM


PERGUNTAS E RESPOSTAS DOS PARTICIPANTES DA INTERAÇÃO
EM TRIBUNAIS

Maria Victória de Oliveira MOREIRA (G – UFMS)


Vanessa Hagemeyer BURGO (UFMS)

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo analisar o marcador conversacional ―well‖
empregado por falantes da língua inglesa, evidenciando suas variadas funções em
interações forenses. A escolha dessa proposta teve origem a partir de uma recente
pesquisa de Heritage (2015) acerca dos turnos prefaciados por ―well‖ na língua
inglesa. Essa orientação, portanto, nos despertou o interesse em expandir a análise
desse marcador conversacional para um contexto ainda pouco explorado: o
ambiente forense. Dessa forma, o arcabouço teórico está fundamentado,
principalmente, nos conceitos da Análise da Conversação em relação de interface
com a Linguística Forense. Este estudo segue o método empírico-indutivo. Quanto à
constituição do corpus, foram utilizadas gravações oficiais de julgamentos,
disponibilizadas na Internet. Como segundo procedimento, houve a seleção dos
textos e, em seguida, a realização das transcrições para a análise dos dados. Os
resultados mostram que os marcadores conversacionais são intrigantes objetos de
estudo, uma vez que possibilitam observar a tessitura da fala em construção.

PALAVRAS-CHAVE: Língua inglesa falada; Marcador conversacional; Interações


forenses.

"A MULTIFUNCIONALIDADE DOS MARCADORES DISCURSIVOS


DA LÍNGUA INGLESA "I MEAN", "YOU KNOW", “WELL” E "I THINK"
EM DEBATES POLÍTICOS"
Renata Motta Chicoli BELCHIOR (PG/UFMS)
Vanessa Hagemeyer BURGO (UFMS/CPTL)

RESUMO: Este trabalho, com base nos pressupostos teóricos da Análise da


Conversação, tem por objetivo a discussão do uso dos marcadores discursivos "I
mean" (quero dizer), "you know" (você sabe), “well” (bem / bom) e "I think" (eu acho /
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penso) nos três debates políticos televisionados realizados durante o período de


campanhas para as eleições à presidência dos Estados Unidos do ano de 2016 com
os candidatos Donald Trump e Hillary Clinton, disponibilizados na Internet e
transcritos conforme Preti (2002). O marcador discursivo é um elemento verbal que,
na interação discursiva oral assegura a fluência das trocas verbais, quer ao nível
cognitivo, quer ao nível interpessoal. Trata-se de mecanismos essenciais para a
organização e estruturação do texto falado, bem como para marcar a atitude do
falante em relação ao que está sendo expresso, facilitando o processo de
inferências pragmáticas.

PALAVRAS-CHAVE: Análise da Conversação; Marcadores Discursivos; Debate


Político.

ATOS AMEAÇADORES À FACE DOS FALANTES NO TRIBUNAL DO JÚRI

Fernanda Camargo AQUINO (PG/UFMS)


Vanessa Hagemeyer Burgo (UFMS)

RESUMO: Este trabalho visa a analisar as estratégias de polidez empregadas em


tribunais para atenuar os atos ameaçadores à face do defensor e do promotor de
justiça no ambiente forense. Nossa análise se ampara nos pressupostos de Goffman
(1974), que desenvolveu o conceito de face como o valor social positivo que uma
pessoa efetivamente reclama para si mesma através daquilo que os outros
presumem ser a linha por ela tomada durante um contato específico. Por meio do
método empírico-indutivo, verificamos quais estratégias de polidez são as mais
recorrentes em um plenário de Tribunal do Júri. O presente trabalho está ancorado
nas bases teóricas da Análise da Conversação em relação de interface com a
Linguística Forense. A pesquisa está fundamentada, principalmente, nos trabalhos
de Goffman (1985), Brown e Levinson (1987), Kerbrat-Orecchioni (2006), Coulthard
e Johnson (2010) e Caldas-Coulthard (2014). Para a constituição do corpus,
utilizamos gravações de audiências no plenário do tribunal do Júri na comarca de
Três Lagoas e transcritas conforme Preti (2002). Como descrito por Caldas-
Coulthard (2014), a Linguística Forense é uma disciplina que surgiu com o interesse
nos estudos discursivos em contextos profissionais, e é muito influente em países de
língua inglesa. No português do Brasil, há poucas pesquisas realizadas em
contextos legais utilizando nossa língua materna como objeto de pesquisa. Ao final,
esta pesquisa permite evidenciar que os mecanismos de preservação da face, além
de contribuírem para estabelecer, realçar, enfraquecer ou ameaçar as imagens dos
interlocutores, são utilizados, em determinados casos, para fortalecer a
argumentação dos interactantes envolvidos no ambiente forense.

PALAVRAS-CHAVE: Análise da Conversação; Polidez; Interações Forenses.

NEOLOGISMOS NA LINGUAGEM FORENSE CONTEMPORÂNEA

Jéssica Nágilla HAGEMEYER


Claudia Poliana de Escobar de ARAUJO (PPG Letras/ UFMS)
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RESUMO: Este trabalho visa a analisar e descrever os processos neológicos dos


termos jurídicos e sua repercussão no discurso dos operadores do Direito, além
disso, temos como objetivo final elencá-los em forma de um miniglossário. O aporte
teórico deste trabalho foi fundamentado no Direito em relação de interface com os
princípios da Lexicologia, especialmente a formação de neologismos. Baseado,
principalmente, nos estudos de Guimarães (2011) e Alves (1994). Por meio da
análise do corpus, obtido a partir de expressões jurídicas encontradas nos textos
escritos da área, como sentenças e petições. Concluiu-se que os processos
neológicos que aparecem com mais frequência nos referidos textos foram os
neologismos semânticos e, por conseguinte, os neologismos por empréstimos. A
partir dos elementos analisados, verificamos que a inovação lexical da área forense
favorece a particularização de sua linguagem técnica.

PALAVRAS-CHAVE: Neologismo; Termos Jurídicos; miniglossário.

O PAPEL DA ANALOGIA NA PARENTETIZAÇÃO DE VERBOS COGNITIVOS DO


PORTUGUÊS

Letícia de Almeida BARBOSA (PG-UFMS/CAPES)


Solange de Carvalho FORTILLI (UFMS)

RESUMO: Considerando que a analogia é um dos processos cognitivos mais


básicos, que consiste na adoção de um modelo para domínios diversos, objetiva-se
apresentar uma investigação sobre o papel desempenhado por ela no processo de
parentetização dos verbos cognitivos no português. Os verbos cognitivos são os que
expressam estados ou atividades que dão origem a percepções, conhecimentos,
ideias, crenças ou julgamentos, os quais revelam processos mentais com diferentes
nuances de significado. São verbos como pensar, imaginar, supor, deduzir, calcular
e outros que, quando parentetizados, revelam a subjetividade do falante funcionando
como modalizadores epistêmicos. Neste sentido, a pesquisa toma por base estudos
como os de Hopper; Traugott (1993), Bybee (2010), Martelotta (2010), Tavares
(2003) e Fortilli (2013). Para o levantamento e análise de dados, foram selecionados
casos encontrados entre os séculos XIX e XX, no Corpus do Português, bem como
dados de escrita do século XXI, coletados no jornal Folha.com.

PALAVRAS-CHAVE: Gramaticalização, analogia, verbos cognitivos.

SIMPÓSIO: LINGUAGENS FRONTEIRIÇAS LATINAS: ARTE,


CULTURA, LITERATURA

Edgar Cézar NOLASCO (NECC-UFMS)


Marcos Antônio BESSA-OLIVEIRA (NAV(r)E-UEMS)

RESUMO: A proposta do simpósio visa discutir acerca de


possíveis representações artístico-culturais da fronteira-Sul
(Mato Grosso do Sul/Paraguai/Bolívia) e América Latina, com o
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propósito de contornar as possíveis especificidades culturais e


estéticas de tais representações que acabam refletindo acerca
do bios e do lócus de onde elas se originam. Marcadas por um
lócusgeoistórico cultural e fronteiriço, as representações
artísticas, literárias e culturais trazem em seu corpo marcas que
sinalizam um possível método, se não de compreendê-las, pelo
menos de reinseri-las na cultura em que são estudadas. Tal
proposta sobressai em importância quando se percebe que
subjacente a essa preocupação erige-se uma proposição de
ordem teórica e crítica que já está, de alguma forma, inscrita na
representação desses corpos artístico-literário-culturais. Na
leitura de base pós-colonial proposta, discurso e objeto não
podem ser estudados separadamente, uma vez que ambos
produzem saber e teoria, respectivamente.

PALAVRAS-CHAVE: Arte; Cultura ; Literatura

BAIRRO DE NEGROS, LUGAR SUJO: SAROBÁ


Washington Batista LEITE (PG-UFMS)
Edgar Cézar NOLASCO (PG-UFMS)

RESUMO: As histórias locais ainda são escamoteadas e deixadas de lado pelos


projetos globais. O bairro de negros é apagado e silenciado dos livros e do álbum
gráfico da cidade, que mostra apenas portos de brancos e ricos. Este trabalho
propõe traçar uma leitura crítica sobre algumas poesias do livro Sarobá: poemas do
intelectual fronteiriço Lobivar Matos e descolonialmente ler suas poesias produzidas
na tríplice fronteira do Brasil-Paraguai-Bolívia. A relevância da pesquisa reside no
fato de poucos trabalhos terem sido abordados com tal temática, por conseguinte,
várias questões ainda precisam ser debatidas, ressaltando assim, a contribuição do
poeta marginalizado na fronteira e da literatura negra deixada de lado pelos grandes
centros que ilustram desde miséria e resquícios de escravidão no bairro de negros
de Corumbá narrado no livro. Sendo assim, procurarei observar o lócus
epistemológico de enunciação presente, e como sua poiesis marca uma opção
descolonial epistêmica.

PALAVRAS-CHAVE: Lobivar Matos; Crítica Biográfica Fronteiriça; Pós-


colonialidade; Sarobá.

CONVERSAS AO SUL: PACHAMAMA E A EPISTEMOLOGIA


FRONTEIRIÇA
José Gomes PEREIRA (PG) UFMS
Dr. Edgar Cézar NOLASCO UFMS

RESUMO: Já a partir de meados do século XX, pensadores e estudiosos da América


Latina passaram a revisitar as epistemologias vindas da Europa, especialmente
aquelas de ascendência grega e romana. O objetivo primordial desse trabalho é
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perfazer um caminho crítico embasado na pós-colonialidade que apresente uma


gnosiologia de pensamento que se baseia na narrativa mítica de pachamama. Esse
mito é de origem dos povos indígenas andinos (Quetúa e Aymará). Com as crises
globais ligadas a degradação ambiental, repensar as práticas e ações humanas no
mundo capitalista nos remete a apoiar a coexistência de epistemologias outras que
considerem as diferentes sabedorias. Nessa perspectiva, a cosmovisão indígena
tem muito a acrescentar. As discussões aqui propostas serão embasadas nos textos
de Eugênio Raúl ZAFFARONI La pachamama y el humano (2011), Walter
MIGNOLO Desobediência epistêmica (2008) e de Edgar Cézar NOLASCO Perto do
coração selbaje da crítica fronteriza(2013).

PALAVRAS-CHAVE: Pachamama; Pós-colonialidade; Epistemologia Fronteiriça.

NARCOTRÁFICO: DESOBEDIÊNCIA E INVERSÃO DE VALORES


Tiago Osiro Linhar (PG-PPGMEL\UFMS\NECC)
Edgar Cézar Nolasco (PACC\UFRJ\UFMS\NECC)

O presente trabalho parte de uma perspectiva epistemológica descolonial para


pensar o narcotráfico como a inversão de uma lógica estabelecida pela colonialidade
do poder. Para tanto, tomaremos como objeto de estudo a obra Trabajos del reino
do escritor mexicano Yuri Herrera que eleva a figura do narcotraficante à categoria
de um rei medieval. Dessa forma, partiremos da premissa de que o narcotráfico
possibilita inverter (ainda que em parte) o que foi estabelecido por um pensamento
hegemônico entre centro e periferia. Portanto abordaremos esse fenômeno e sua
dimensão cultural como produto latino americano por excelência. Nesse sentido,
compreende-se que é a partir de um lócus periférico que emergem sujeitos
monopolizadores de produtos globalmente comercializados na ilegalidade. A
relevância da pesquisa consiste em tratar sobre um tema pouco explorado por
pesquisadores brasileiros, ainda que o assunto seja de grande importância para os
atuais problemas que o país enfrente em ralação às facções criminosas, problemas
estes que se tornam mais presentes na tríplice fronteira do estado de Mato Grosso
do Sul, divisa com Paraguai e Bolívia, que serve de ponte para a entrada de drogas
no país.

NAVEGANDO EM PAPEL: CARTOGRAFIAS EPISTOLARES


Francine Carla de Salles Cunha ROJAS (UFMS)

RESUMO: A reflexão em torno de uma teorização das cartas de Fernando Sabino,


em Cartas na mesa, pautada pelas fronteiras geográficas e epistemológicas implica
em uma guinada epistêmica que rearticule os conceitos utilizados para a construção
crítica/teórica de sua fundamentação. Se, como pontua Eneida Maria de Souza, para
teorizar é necessário metaforizar (SOUZA, 2016), valemo-nos, portanto, da metáfora
de um barco de papel a navegar pelos mares do bios. Nesse sentido é necessário,
pela aproximação semântica, que a carta atue de forma semelhante aos mapas da
cartografia utilizados para traçar rotas de navegação. Para tanto são relevantes os
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apontamentos de Walter Mignolo no artigo ―Desobediência epistêmica‖ (2010) e no


livro Habitar lafrontera(2015), as considerações de Eneida Maria de Souza em ―O
espaço nômade do saber‖ (2007) e ―Teorizar é metaforizar‖ (2016) e a reflexão de
Hans BlumenbergemTeoria da não conceitualidade (2013).

PALAVRAS-CHAVE: Teorização; Correspondência; Fernando Sabino.

O ENSAIO DE CRÍTICA BIOGRÁFICA FRONTEIRIÇA: AS


FRONTEIRAS DA LINGUAGEM ENTRE O BIOS E O LÓCUS
(CLARICE LISEPCTOR A EXEMPLO)
Edgar Cézar NOLASCO ( NECC/UFMS; PACC/UFRJ)

RESUMO: Tendo como mote para a discussão a vida e a obra da escritora Clarice
Lispector, a discussão proposta visa contornar as especificidades inerentes, bem
como os cuidados necessários, que caracterizam e constituem, quase que
obrigatoriamente, o que aqui denomino de ensaio de crítica biográfica fronteiriça. Na
base de tal discussão, faz-se imperante a noção tanto de bios quanto de lócus, e por
uma questão muito lógica: ambos convergem tanto para a vida quanto para o
discurso de todos os envolvidos: seja do analista ( crítico, pesquisador etc) seja do
analisado (obra, autor etc). Postula-se que há um atravessamento entre as
sensibilidades locais e biográficas de ambos, bem como das linguagens ali
imbricadas, quer estas sejam da ordem da vida, da ficção ou do ensaio.

PALAVRAS-CHAVE: Clarice Lispector; Ensaio de crítica biográfica fronteiriça;


Fronteiras da linguagem

RODRIGO SM E AS MACABÉAS: O PÓS-OCIDENTALISMO E A


GNOSE FRONTEIRIÇA

Viviani Cavalcante de Oliveira Leite (PG-PPGMEL\UFMS\NECC)


Edgar Cézar Nolasco (PACC\UFRJ\UFMS\NECC)

O ocidentalismo teve/tem como uma de suas razões de ser/estar a filosofia


descartiana, na qual se concebe como modelo universal o homem (ocidental). Essa
ideia centralizadora exclui e despreza qualquer saber que não seja o do ―modelo‖,
assim ficam de fora os saberes subalternos e fronteiriços. Este trabalho propõe uma
leitura comparatista entre o conto ―Macabéa, Flor de mulungu‖, de Conceição
Evaristo (2012), publicado no livro Extratextos I – Clarice Lispector: personagens
reescritos, organizado por Mayara R. Guimarães e LuisMaffe (2012) a novela A hora
da estrela, de Clarice Lispector (1977), partindo da perspectiva do pós-
ocidentalismo. Assim, intenta-se ler ambas as narrativas, enquanto contraproposta
ao ocidentalismo, ressaltando a representatividade do pensamento ocidental em
Rodrigo SM e a presença da ―gnose liminar‖ (Mignolo) no conto de Conceição
Evaristo.
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SOBRE A ARTE DO AGORA EM MATO GROSSO DO SUL: BIOGEOGRAFIA NA


CULTURA BUGRESCA

Marcos Antônio BESSA-OLIVEIRA (UEMS/NAV(r)E)

RESUMO: A discussão neste trabalho pautar-se-á nas artes do agora.


Indistintamente se naquelas produções artísticas rotuladas de obras de Arte
Contemporânea ou naquelas obras artesanais que ―apenas‖ estão sendo produzidas
na atualidade e rotuladas de artes do agora porque pactuam de discursos
institucionais. Pretendo discutir e ampliar o que venho chamando de BIOgeografias
nas culturas bugrescas — sujeitos-bios, espaços-geos e narrativas-grafias nas obras
artísticas, a partir dessas produções artísticas situadas na fronteira como linguagens
que emergem de culturas periféricas, ancorado em epistemes culturais e pós-
coloniais —, a fim de evidenciar os prenúncios, lugares e autoinscrição em tempos
específicos na produção artística atual de Mato Grosso do Sul que está, volta e
meia, circunscrita em anseios, lugares e tempos dos outros: quase sempre históricos
e porque são predileções dos discursos hegemônicos de Arte, Cultura e
Conhecimentos.

PALAVRAS-CHAVE: Narrativas; Artes Visuais; BIOgeografias.

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