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DDIISSCCIIPPLLIINNAA
DDIIDDÁÁTTIICCAA DDOO EENNSSIINNOO SSUUPPEERRIIOORR
PPRROOFFEESSSSOORR RREESSPPOONNSSÁÁVVEELL
PPaauulloo AAllccaannttaarraa
Período: nov/2004 a jan/2005
Pós-Graduado em Educação
Especialização em Formação de Educadores
Pós-Graduado em Direito do Trabalho
Juiz do Trabalho
e-mail: alcantara@prof.mauricionassau.com.br
PPLLAANNOO DDAA DDIISSCCIIPPLLIINNAA
Justificativa
Objetivos
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• (re)significar práticas pedagógicas docentes, com base num processo de
reflexão/ação coletiva, a partir de situações concretas observadas
e/ou vividas no cotidiano do ensino superior;
• (re)organizar experiências de ensino, sob a forma de um plano de
disciplina e de aula, ou de projetos integrados (interdisciplinar),
observando os elementos constitutivos de um plano: dados de
identificação, justificativa, objetivos, conteúdos,
meios/procedimentos metodológicos/avaliativos.
1º Encontro – 22 de novembro
• Sondagem para caracterização do grupo
• Apresentação e discussão da proposta da disciplina
• A formação do professor como intelectual e os desafios da sociedade
contemporânea
Texto básico:
SANTOS, Milton. "O professor como intelectual na sociedade
contemporânea”. Conferência de Abertura do IX ENCONTRO NACIONAL DE
DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, realizado em Águas de Lindóia - SP, de 4 a
8 de maio de 1998.
2° Encontro – 29 de novembro
• O caminho percorrido pelo conhecimento
• Características requeridas do professor
• As perspectivas em contraste
Texto básico:
EGARTER, Elisabeth Johanna. O caminho do conhecimento Disponível em:
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=273. Acesso em
02.agosto.2004
3° Encontro – 06 de dezembro
• A didática e o contexto do ensino superior
• Conhecimentos e habilidades pedagógicas
• O domínio cognitivo e afetivo
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Livro básico:
PIMENTA, Selma Garrido e ANASTASIOU, Lea das Graças Camargos. Docência no
Ensino Superior. São Paulo: Cortez, 2002, 279 p.
Capítulo do livro:
Cap. 1. "Docência no Ensino Superior: Problematização“.
4º Encontro – 13 de dezembro
• Formação, docência e currículo no ensino superior
• A atividade docente
Livros básicos:
1) MASETTO, Marcos (org.). Docência na universidade. Campinas: Papirus,
1998.
Capítulo do livro:
Cap. 1. "Professor universitário: um profissional da educação na
atividade docente" – Marcos Tarciso Masetto
5° Encontro – 10 de janeiro
• A didática e as tendências pedagógicas
Textos básicos:
LIBÂNEO, José Carlos. "A didática e as tendências pedagógicas”. In
Revista Idéias. São Paulo, 11. 1991: 28-38.
6º Encontro – 17 de janeiro
• O processo de avaliação do ensino
• A avaliação: conceito, funções pedagógicas e sociais
• Cultura avaliativa e as questões de poder
• Procedimentos de avaliação/critérios/contrato didático e
• Avaliação geral da disciplina
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Textos básicos:
ZABALA, Antoni. A prática educativa. Porto alegre: ArtMed, 1998 (Cap. 8)
Metodologia
Avaliação
Atividades individuais:
Resenhas, esquemas, observação e registro de aula no ensino e
produção de relatos.
Atividades de grupo:
Planejamento/execução/avaliação de seminários;
Produção de textos;
Sistematização de um texto sobre o tema: a Didática do ensino
superior.
Critérios de avaliação:
Assiduidade e participação nos encontros na sala de aula;
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Leitura e produção de textos (apresentando os critérios de
sistematização teórico-prática, fundamentação lógica,
contextualização, crítica, criatividade).
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METODOLOGIA DO ENSINO
O PROFESSOR
AS PERSPECTIVAS EM CONTRASTE
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CONHECIMENTOS E HABILIDADES PEDAGÓCICAS
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O DOMÍNIO COGNITIVO ENVOLVE SEIS CATEGORIAS:
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O DOMÍNIO AFETIVO
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A ATIVIDADE DOCENTE
Este é o canal.
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REQUISITOS TÉCNICOS
CULTURA GERAL
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Sabemos, por exemplo, dos benefícios positivos que alcançam os
estudantes cujo objetivo é incrementar a própria competência e conhecer a
fundo o que estudam. Já quanto aos contextos, destacam-se quatro aspectos
essenciais:
— O começo da aula
— A organização das atividades
— A interação do professor com seus alunos e
— A avaliação da aprendizagem.
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Aluno cuja meta é Aluno cuja meta é Diferenças
aprender salvar sua auto-estima
A B
É interessante. Como O que posso contar? Para o aluno A a
poderia contar o que Que chateação! Vai tarefa apresenta um
vi? Vou tentar fazer valer nota! desafio; para o B, uma
um bom trabalho. ameaça.
Vejamos... Vou Vejamos... Segunda- O aluno A se concentra
imaginar que conto feira fomos visitar um no processo a seguir;
para X. Como tornar o museu... Que mais o aluno B, no
texto interessante? conto? Só tenho uma resultado.
hora...
Prof.: A, você cometeu Prof.: B, você O aluno A procura
um erro com o verbo empregou errado o esclarecimento e
“tinha”. verbo “tinha”. valoriza o professor
A: Por que? Escrevi B: Não me dei conta. como um recurso para
corretamente “tinha”. (pensando consigo aprender; ao
Prof.: Mas, quando diz mesmo: Que coisa, não contrário, o aluno B
“tinha muitos deixa passar uma. Será se mostra defensivo,
quadros”, o verbo que que consegui boa nota? se concentra nos
deveria usar é resultados e considera
“havia”. o professor um juiz
A: Obrigado, não vou hostil.
mais esquecer
Mas como posso saber (Voltando para seu O aluno A procura a
se se trata um verbo lugar e dirigindo-se a informação que lhe
ou outro? um colega): O que ele permita aprender,
Prof.: Se substituir falou para você? enquanto o aluno B
“havia” por Corrigiu-lhe quatro procura uma que lhe
“existiam”, o sentido erros? A mim só um. permita salvar sua
continua o mesmo. auto-estima.
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Como aumentar a motivação dos alunos não é um tema fácil.
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APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
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Comparativo entre as chamadas pedagogia do êxito e pedagogia do erro.
PEDAGOGIA DO ÊXITO PEDAGOGIA DO ERRO
1. Consideração do erro
Desvio da norma. Desajuste entre o esperado e o
Comportamento inadequado. obtido
Elemento regressivo, prejudicial Elemento construtivo, inovador
na aprendizagem
Caráter de sanção, punitivo Condição concomitante com a
aprendizagem
Evitação do erro Aceitação e análise do erro.
Diagnóstico
Indicador de resultados não- Sintoma de processos de
conseguidos aprendizagem
2. Enfoque conceitual
Atende a resultados Atenção preferencial a processos
Predomínio de critério de eficácia Predomínio de critério de
eficiência
Relação entre objetivo e produtos Relação entre processo, meio,
produto
Origina pedagogia por objetivos Origina pedagogia de processo
Pesquisa de eficácia no ensino- Pesquisa de processos cognitivos
aprendizagem
3. Papel do professor
Corrige e sanciona erros, Diagnóstico por meio dos erros
equívocos
Planeja ações que assegurem êxito Apresenta situações de
aprendizagem
Dirige a aprendizagem Orienta e guia a aprendizagem
Atitude rígida diante do plano Atitude flexível diante do plano
inicial inicial
Avalia principalmente os Avalia também processos,
conhecimentos estratégias, etc.
4. Papel do aluno
Atitude receptiva para com o plano Atitude participativa no plano de
atividades
Predomina o princípio de Integra individualização e
individualização socialização
Aprendizagem centrada em objetivos Maior amplitude de aprendizagem
de conhecimento
5. Metodologia e avaliação
Exercícios e aplicação Heurística e aprendizagem autônoma
Centrada na avaliação de objetivos Avaliação de processos, meios e
conceituais resultados
Instrumentos objetivos ou Instrumentos objetivos e
objetiváveis subjetivos
6. Modelos e estratégias docentes
Aprendizagem pelo domínio de Método natural de Freinet.
Block. Ensino/aprendizagem criativos.
Ensino programado. Aprendizagem por resolução de
Planejamentos tecnológicos de problemas.
instrução. Aprendizagem compartilhada...
Ensino assistido por computador.
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RECURSOS PARA USAR NA SALA DE AULA
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UTILIZANDO TRANSPARÊNCIAS OU COMPUTADOR
Slide ___________________________________
1
___________________________________
DIDÁTICA DO ___________________________________
ENSINO ___________________________________
___________________________________
Paulo Alcantara
___________________________________
Pós-graduado em Direito e em Educação ___________________________________
Slide ___________________________________
2 DIDÁTICA DO ENSINO
• “O DOMÍNIO DE UMA PROFISSÃO ___________________________________
Slide ___________________________________
DIDÁTICA DO ENSINO
3
• Pedagogia vem do grego ___________________________________
• paidós = criança e gogein = conduzir
• Assim, a pedagogia referir-
referir-se-
se-ia apenas à ___________________________________
educação das crianças.
• Por essa razão é que alguns autores ___________________________________
preferem falar em androgogia (do grego:
andragos = adultos) para se referir aos ___________________________________
esforços sistemáticos destinados à
formação de adultos. ___________________________________
• Por pedagogia entende-
entende-se hoje o conjunto
de doutrinas, princípios e métodos de ___________________________________
educação tanto da criança quanto do adulto.
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Slide ___________________________________
DIDÁTICA DO ENSINO
4
• A preparação do professor universitário ___________________________________
ainda é bastante precária.
• Seguramente, a maioria dos ___________________________________
professores brasileiros que lecionam
em estabelecimentos de ensino ___________________________________
superior não passou por qualquer
processo sistemático de formação
pedagógica. ___________________________________
• E ainda mostra certo vigor a crença de ___________________________________
que o fundamental para o exercício do
magistério nesse nível é o domínio
adequado da disciplina que o professor ___________________________________
se propõe a lecionar.
Slide ___________________________________
DIDÁTICA DO ENSINO
5 • Mesmo tendo títulos como os de
Especialização, Mestre ou de Doutor, os ___________________________________
professores que lecionam nos cursos
universitários, na maioria dos casos, não ___________________________________
passam por qualquer processo sistemático
de formação pedagógica. ___________________________________
• De acordo com este raciocínio:
– O importante é o domínio dos ___________________________________
conhecimentos referentes à matéria que
leciona;
___________________________________
– Aliado à prática profissional;
– Seus alunos, por serem adultos, estariam ___________________________________
suficientemente motivados para a
aprendizagem.
Slide ___________________________________
DIDÁTICA DO ENSINO
6 • Necessidade de habilidades pedagógica.
• Se torna muito freqüente alunos: ___________________________________
– ao fazerem a apreciação de seus professores:
– ressaltar sua competência técnica; e ___________________________________
– criticar sua didática.
• A preparação pedagógica do professor, não ___________________________________
constitui tarefa fácil.
• Primeiro não há uma tradição de cursos
destinados à preparação desses professores ___________________________________
• Depois, porque, em virtude de:
– acomodação, temor de perda de status ou ___________________________________
– de não-reconhecimento da importância da
formação pedagógica
– muitos negam-se a participar de programa de ___________________________________
formação ou aperfeiçoamento nessa área.
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Slide ___________________________________
DIDÁTICA DO ENSINO
7
• Nem sempre se valoriza o professor no ___________________________________
desempenho de suas funções docentes.
• O prestígio de uma universidade é medido ___________________________________
por seus cursos de pós-graduação e pelas
pesquisas que promove. ___________________________________
• O professor, tende a ser valorizado por sua
titulação e por seus trabalhos científicos. ___________________________________
• Seu mérito como professor não é avaliado.
• Chega-se, portanto, à irônica conclusão de
___________________________________
que “nas instituições denominadas de ensino
superior, o ‘ensino’ nem sempre é levado em ___________________________________
conta”
Slide ___________________________________
DIDÁTICA DO ENSINO
8
• EVITAR O AMADORISMO PEDAGÓGICO ___________________________________
• NÃO SE PODE MINISTRAR AULAS
USANDO A TÉCNICA DE “ENSAIO E ___________________________________
ERRO”
• ENSINAR NÃO PODE SER CONSIDERADO ___________________________________
SIMPLESMENTE COMO UM “DOM”
• ENVOLVE O DOMÍNIO DE TÉCNICAS ___________________________________
ESPECÍFICAS
• E UM TIPO DE COMPETÊNCIA ___________________________________
PROFISSIONAL (A PEDAGÓGICA)
___________________________________
• NÃO SUBESTIMAR O PEDAGÓGICO NO
TRABALHO
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Slide ___________________________________
ESTRATÉGIAS DE ENSINO
10
• APLICAR PRINCÍPIOS PSICOLÓGICOS ___________________________________
– RECONHECER AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
– MOTIVAR OS ALUNOS
___________________________________
– MANTER OS ALUNOS ATENTOS
___________________________________
– ESTIMULAR REAÇÕES DOS ALUNOS
– FORNECER FEEDBACK ___________________________________
– FAVORECER A RETENÇÃO
– CRIAR CONDIÇÕES PARA POSSIBILITAR A ___________________________________
TRANSFERÊNCIA
• COMO SER UM FACILITADOR DA ___________________________________
APRENDIZAGEM
Slide ___________________________________
DIDÁTICA DO ENSINO
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• A ATIVIDADE DOCENTE ___________________________________
– PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ___________________________________
• EMISSOR Æ O Professor
• CODIFICADOR Æ Mecanismo Vocal
___________________________________
• MENSAGEM Æ Matéria a ser ensinada ___________________________________
• CANAL Æ Recursos Visuais/Sonoros
• DECODIFICADOR Æ Mecanismos
___________________________________
Auditivos e Visuais dos alunos ___________________________________
• RECEPTOR Æ Os Alunos
Slide ___________________________________
DIDÁTICA DO ENSINO
12
• A AULA EXPOSITIVA ___________________________________
– Caracterização
– Fundamentos teóricos da exposição ___________________________________
– O modelo clássico de exposição
– A exposição no contexto da moderna ciência ___________________________________
da comunicação
– Aplicação dos princípios de comunicação em
sala de aula ___________________________________
– Em relação à fonte
– Em relação à mensagem ___________________________________
– Em relação ao canal
– Em relação aos receptores ___________________________________
– O uso adequado da aula expositiva
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TEXTO - 01
1
Este texto, ligeiramente modificado pelo Autor, resulta da transcrição de gravação de conferência do Professor Milton Santos,
pronunciada a partir de notas.
2
Professor Emérito da Universidade de São Paulo.
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seus aparelhos, à situação de apenas secundar a política exigida pelo
"mercado global", ao qual se subordina.
Ao mesmo tempo, essa técnica assim imposta leva a uma crescente
separação entre ciência e verdade, entre ciência e saber, ciência e
filosofia. Até o começo deste século, quando nos referíamos a "ciência",
inclinávamo-nos diante dela, certos do que era portadora da verdade.
Hoje, sabemos que freqüentemente ela está em divórcio com a verdade,
quando subordinada a razão técnica, que, ela própria, é subordinada ao
mercado. Neste caso, escolhe algumas ações e afastam outras e desse modo
torna-se distante da verdade. E, sendo cada vez mais algo do interesse
das coisas, isto é, do mercado.
Num mundo cada vez mais dominado pela técnica, considerada como
autônoma, e pelo mercado, considerado como irresistível, a técnica e o
mercado estão se impondo como baluartes da produção e da vida, e
penetrando assim, nos fundamentos do ensino.
Devemos estar atentos para Isso. O mundo que nos cerca não é,
apenas, uma criação do espírito; ele existe concretamente. É dele, pois,
que devemos partir para construir outra coisa, isto é, outro mundo. Será
um equívoco colocarmo-nos de fora do mundo, a pretexto de criticá-lo. Ao
contrário, o que devemos fazer é tentar uma analise do que o mundo é
hoje, porque apenas a partir dessa análise seremos capazes de propor
outra coisa. Toda analise é por si só uma crítica. Não há forma de
analisar que não seja paralelamente uma forma de criticar, Já que a
análise não é nada congelado, nem predeterminado, resultando da
apreciação das condições históricas que se realizam em um dado momento.
As coisas produzidas devem ser vistas de forma dinâmica, já que a
história é jamais repetitiva. Assim também, por mais que alguns dos
malefícios da era presente sejam imputados às técnicas, não devemos
descuidá-las do nosso interesse analítico, se queremos a partir deste
mundo - que é o único que temos - tentar construir outra coisa, outro
mundo.
O nosso tempo consagra a união da técnica com a ciência e marca
uma grande mudança histórica, com a emergência do que se chama de “tecno-
ciência”. Agora, e de um modo geral, já não é a ciência que comanda a
técnica, mas esta que comanda a ciência. E como as técnicas acabam
sendo comandadas pelo mercado, o trabalho de pensamento dos homens
torna-se limitado o estreito. É essa a tragédia da atividade científica
na era da globalização.
Estamos vivendo, neste ano de 1998, uma formidável mudança de
patamar na história da economia mundial, diante das concentrações
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extraordinárias que se estão dando nas duas áreas centrais da história
contemporânea, isto é: a área do dinheiro e a área da informação. Não
esqueçamos de que a nossa era caracteriza-se pela tirania do dinheiro e
pela tirania da informação, sendo esta indispensável para que se exerça a
tirania daquela.
A tirania da informação não é, apenas, a da mídia, porque inclui,
também, o nosso trabalho na universidade. Quero insistir nessa tecla,
porque o nosso trabalho como professores é a base com a qual se educam e
se re-educam as gerações. Quanto mais o nosso trabalho for livre, mais
educaremos para a cidadania. Quanto mais o nosso trabalho for
acorrentado, mais estaremos produzindo individualidades débeis. É
urgente que o ensino tome consciência dessa situação, para esboçar a
merecida reação, sem a qual corremos o grande risco de ficar cada vez mais
distante da busca ideal da verdade. Sabemos que nunca a alcançaremos
completamente, mas essa busca é o nosso destino, o nosso dever e é,
também, a forma com a qual encontramos a nação, que tanto espera do nosso
trabalho. Do outro lado, fica a ameaça do divórcio entre a função de
ensinar e o papel do intelectual.
As conseqüências dessa encruzilhada em que nos encontramos são
várias e algumas das razões dessa situação devem ser de
alguma forma relembradas.
Esse absolutismo das técnicas, a que nos temos referido, tem muito
que ver com a forma como o ensino, hoje, é dado e com a forma como o
ensino é hoje um resultado da perversidade dos nossos tempos. Há, em
primeiro lugar, esse imaginário das técnicas, um enorme, um
extraordinário, imaginário. Um outro dado, levando ao absolutismo das
técnicas, é o papel da informação. Todos somos, mais ou menos, seduzidos
pelos progressos técnicos, sobretudo na área da informação e, com
freqüência, os aceitamos sem nenhuma crítica, como se o progresso técnico
valesse por si só e não como função da maneira como a sociedade se
organiza. Cremos, também que esse despotismo das técnicas vem do fato de
que, neste fim de século, aquilo que, desde o século XVIII, os
economistas desejavam e os filósofos temiam, acabou por se dar: a
interdisciplinariedade, isto é, a forma como as diversas disciplinas
conversam, passou a ser comandada pela economia, em vez de ser comandada
pela filosofia. E aí nos encontramos, os geógrafos e os educadores. Os
geógrafos sabemos que, seja qual for a ação do homem – técnica,
econômica, política, cultural, moral – ela é um dado da criação dos
lugares na superfície da Terra. Os lugares abrigam todo tipo de atores –
os mais ricos, os mais pobres, as empresas grandes e pequenas, as
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instituições poderosas e as instituições subalternas – ali formando uma
unidade, apesar da diversidade de seus componentes. A interpretação dos
lugares – assim unitários e complexos – é, ao seu modo, uma filosofia das
técnicas, também empreendida pela Educação. Da mesma forma como
pretendemos – os geógrafos – realizar uma tal filosofia, os educadores
são também filósofos, quando recusam a aceitar as coisas como se fossem
apenas objetos e buscam entender o que dentro delas representa para o
homem, na realização da sua história e da sua vida.
Ora, nas circunstâncias atuais, as técnicas parecem exatamente
conduzir a algo que se opõe à vida, com a matematização da existência, e
a algo que se opõe ao pensamento abrangente, impondo um pensamento
calculante, e com este todas as formas de utilitarismos, que conduzem a
imediatismos, levando ao banimento da idéia de futuro. Quando, porém,
consideramos as técnicas em conjunto com a história possível e não apenas
a história existente, passamos a acreditar que outro mundo é viável. E
não há intelectual que trabalhe sem idéia de futuro.
Para ser digno do homem, isto é do homem visto como projeto, o
trabalho intelectual e educacional tem que ser fundado no futuro. É dessa
forma que os professores podem tornar-se intelectuais: olhando o futuro.
E para isto é preciso propor tal visão em cada uma das disciplinas, mas
não numa pretensa disciplina específica do futuro, como agora estão
propondo uma disciplina chamada “educação ambiental”... Não é criando uma
disciplina que alcançaremos essa meta, mas levando como ponto de partida,
em todas as disciplinas, essa idéia de que nada existe para durar
eternamente, de que tudo é movimento e de que o futuro não é um só. O que
é um só é o presente, ainda que, nas interpretações, seja vário. Mas, o
futuro é, por definição e a priori, vário. Sem essa atitude, seremos
levados a um pensamento calculante, à matematização das idéias fundada na
primazia da técnica, conduzindo a instrumentalismos e reducionismos, em
vez de abrangências.
E nada é mais perigoso para cada um de nós, no trabalho de
educadores, que as diversas formas de instrumentalização: a
instrumentalização pelo mercado, a instrumentalização pelas militâncias,
a instrumentalização pela “politicaria”, a intrumentalização pelo
público, a instrumentalização pela mídia, a instrumentalização pela
carreira.
O mercado instrumentaliza a partir de lógicas externas à pessoas
humana. As militâncias instrumentalizam pela prisão dos slogans e das
palavras de ordem. A “politicaria” instrumentaliza pela centralidade dos
resultados, o império dos meios. A mídia instrumentaliza convocando o
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intelectual a produzir manchetes e não verdade, levando-nos a todo custo
a ser fáceis e conduzindo-nos à vontade de ser vistos como artistas de
vaudeville, e não ouvidos naquilo que de sério tenhamos a dizer. Daí os
enormes riscos da televisão no trabalho intelectual.
Todos desejamos que o nosso trabalho seja reconhecido: isso faz
parte da essência do nosso trabalho, essa vontade e essa necessidade de
reconhecimento. Mas, cada vez que nos dobramos a essas diferentes formas
de instrumentalização, aí já não somos intelectuais, porque para ser
fácil a todo o custo, aplaudido a todo custo, e para ter o apoio, a todo o
custo, de colegas e correligionários, freqüentemente atrasamos a
chegada à meta desejada, abandonamos a linha reta da nossa, deixamos de
ser sérios.
O intelectual é aquele que resiste, e para resistir tem que ser
só. É a solidão a grande arma com a qual podem continuar sendo
intelectuais. Cada vez que dizemos "nós", afastamo-nos do ideal do
intelectual, porque estamos manifestando a necessidade do aplauso ou da
cooptação. O intelectual não é aquele que busca aplauso, mas o que busca
a verdade e que fica com ela, a despeito do que sejam, naquele
momento, as preferências dos seus contemporâneos.
É fácil entender porque, no fim do século XX, quando a maior parte
do trabalho humano se tornou trabalho intelectual, estreita-se a
possibilidade de ser intelectual. Por isso, as faculdades e as casas de
ensino abrigam cada vez mais letrados e cada vez menos intelectuais. Ser
professor não é obrigatoriamente ser intelectual, sobretudo, porque é,
freqüentemente, exercer uma repetição, seja como um porta-voz da
produção alheia, seja através de uma forma repetitiva de produzir. A
globalização agrava essa situação porque traz como uma de suas marcas a
difusão de um pequeno número de autores bafejados pelo mercado, e que se
instalam no mundo como os atores centrais, e dos quais vem a certificação
de validade do conhecimento dos outros. Segundo tais parâmetros, nossa
produção intelectual é considerada menos vigorosa, menos forte, menos
capaz, menos significativa que a produção de fora, chamada
equivocadamente de internacional, quando ela é apenas estrangeira. Estou
me referindo às formas como a carreira se organiza neste país, levando-a
a tornar-se, ao fim e ao cabo, uma grande inimiga da produção
intelectual. Devemos, urgentemente, erguer nossa voz, para reclamar das
autoridades universitárias que, entre outros problemas atuais, revejam a
questão da carreira, dentro de um quadro mais geral, mais abrangente,
agindo como intelectuais, e não como administradores.
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Numa universidade autêntica, os administradores apenas governam as
coisas. Os intelectuais são inadministráveis. Por isso, eles são o
fermento de uma verdadeira vida acadêmica, porque são movidos pela idéia
de universidade e pela fidelidade a uma dada universidade. Não há
universidade que possa crescer sem crítica interna. Não basta repudiar
a crítica externa. É preciso todos os dias exercitar a crítica interna
para sermos verdadeiros intelectuais. De outro modo, estaremos limitados
à produção e a prática de meias-verdades, ou de verdades-
interesseiras, que conduzem à teorias utilitárias e ao império das
razões utilitaristas fundadas nas exigências do mercado. Daí, a
tendência a transformar todo tipo de ensino em ensino
profissionalizante. Quantos de nós, ensinando na pós-graduação, já não
ouviu esta frase: "professor, eu não vou ao seu curso, porque o seu
curso não interessa à tese que eu estou escrevendo". É exatamente o
utilitarismo levado às últimas conseqüências. Com certo ceticismo,
pode-se até sorrir, ouvindo isso; e com certo cinismo, pode-se até
sorrir complacentemente, quando se precisa do voto do estudante para
ser eleito para alguma coisa. Só que esta forma de conivência já é uma
demonstração da renúncia a ser intelectual. Continua-se sendo
professor, mas se renuncia a ser intelectual. Quando renunciamos à
crítica deixamos também, que, dentro de nós, produza-se o assassinato
de um cidadão. Este, dotado de existência política, somente pode sê-lo
plenamente, ao entender criticamente o mundo em torno. Se assim não
entendo o mundo em torno, tampouco sei quem sou, nem posso propor
outro mundo, e passo a aceitar comodamente tudo que me mandam fazer. É
assim que se criam homens instruídos, mas não educados, desinteressados
de qualquer discussão mais profunda, subordinados ao pensamento técnico
e à lógica dos instrumentos. mantendo uma fé cega nos ritos já dados,
nos caminhos preestabelecidos.
Devemos ter muito claro o que fazer frente a certas solicitações
do nosso entorno, das quais mencionarei algumas, já que se estão
tornando tendências da moda. Entretanto, a moda não é o modo, mas
apenas uma escolha, num modo, ou fora dele, daquilo que é previamente
escolhido como comportamento a adotar. O modo é a forma como as coisas
se dão ou se podem dar dentro de uma lógica existencial. A moda é
instrumental a preocupações interesseiras, tendentes n falsear essa
lógica existencial.
Vejamos, por exemplo, as orientações curriculares distribuídas
pelo Ministério da Educação, onde se pede, com vigor, um ensino das
técnicas, mas propondo que sejam ensinadas como se elas fossem dotadas
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de um valor absoluto e abstrato. Em si mesmas, as técnicas são um
absoluto. Mas as técnicas são nada sem a vida e somente são inteligíveis
com a vida. E a vida nada tem de absoluto; é, sempre, um relativo.
Quando, naquilo que está escrito nesses famosos volumes, insiste-se
tanto em mostrar a importância da técnica hoje, esquece-se, porém, de
pedir aos professores que ponham abrangência no seu ensino, mostrando
como, a partir da maneira como são elas utilizadas ao longo da história,
desde os primeiro tempos até hoje, a técnica apenas ganha significado
através da política: a política considerada como exercício da ação humana,
a ação possível, ou a ação que se deseja, isto é, o projeto político, ou,
então, a ação é feita, isto é, a realidade política. Quando se exclui do
ensino esse elemento histórico e se apresenta a técnica como algo
indispensável à vida, mas separando-se do contexto, o que se está
fazendo, na realidade, é esconder dos alunos a história do presente que
determina uma forma particular de uso da técnica, e não outra, deixando
assim, de mostrar aos alunos que essa não é a forma única de seu uso.
Quando também, páginas e páginas referem-se à educação ambiental, o
que se está propondo é uma educação ambiental enviesada, uma forma de
reducionismo, substituindo a expressão "meio geográfico" pela expressão
"meio-ambiente". Quando escrevo "meio-ambiente", posso estar excluindo
ou fragmentando a história, propondo uma história parcializada, ou
desconsiderando a inteireza do processo histórico ao apresentar uma
natureza existindo fora da sociedade. No começo da história humana, a
sociedade era contida pela natureza. Hoje, não. A natureza é contida pela
sociedade. Por conseguinte, é enganoso o ensino de educação ambiental que
escamoteia o fato de que, a cada momento, é sociedade em movimento que dá
valor a cada pedaço da natureza. Desse modo, a formação oferecida aos
alunos acaba por lhes recusar a condição de poder intervir na produção
da história do país. É tempo de multiplicar essa advertência, para
evitar que a grande sedução da juventude - e da população em geral - pelos
temas da ecologia e, em geral, do chamado meio ambiente, seja canalizada
de modo inadequado. Neste fim de século, a natureza, como realidade
histórica, não existe por si só. Como o espaço e como o planeta,
inteiro, a natureza é objeto do exercício das idéias do homem, do seu
trabalho e das suas intenções e paixões.
No pensamento do que o mundo representa para a humanidade, a
natureza em si deixou de existir. Vejam o caso do turismo chamado
ecológico...O mais remoto rincão da Terra, aquele que pareça o menos
conhecido, está hoje cheio de intenções; pode não ser o domínio imediato
do capital, pode não ser objeto de povoamento, mas é sempre objeto de
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 29
intenções, e estas, num mundo globalizado, fazem parte da produção de uma
política global.
O ensino da globalização exige, também, redobrada cautela.
Vivemos, neste fim de século, uma forte tendência para o totalitarismo, o
que, inclusive, aparece no discurso de certos governantes, quando, por
exemplo nos dizem: "penso assim, se você pensa diferente, você está
contra a nação". Então, o desejável papel pedagógico dos homens de governo
é substituído por um discurso autoritário, que freqüentemente vai buscar
fundamento na chamada "globalização" - a globalização perversa atual -
apresentada como um caminho único, quando, na realidade, é apenas uma
maneira de fazer a história. Somos, freqüentemente, solicitados a tratar
as idéias hegemônicas sobre o mundo atual como se fossem um dogma,
aceitando o pensamento único sob os seus disfarces mais diversos. Esse
pensamento único conduz a discussão sobre o mundo a partir de premissas
viciadas - a respeito das quais somos convocados a nos pronunciar, em
lugar de adotar o caminho correto, isto é, buscar as premissas
verdadeiras.
Outro risco que ameaça o professor, separando-o da possibilidade
de também ser um intelectual, é o de oferecer um ensino fragmentado,
portanto acrítico. Todo o ensino que é separado da história, isto é, do
mundo como atualmente ele é, não supõe crítica. Então, por mais que
apareça como sendo renovador, ele é repetitivo. O mundo é um conjunto de
possibilidades. Nos tempos de Pedro Álvares Cabral, havia um conjunto
determinado de possibilidades. Hoje, esse conjunto de possibilidades é
outro. O nosso mundo, o mundo nosso contemporâneo, que desejamos
entender e temos de ensinar, é um mundo datado, não é um mundo sem
data, abstrato. E a data do mundo – sua certidão de idade - são as
possibilidades reais existentes em cada momento. Dessas
possibilidades, algumas são colhidas por quem as pode colher, e que as
colhem como as podem colher, e... outras não o são. No mundo de hoje,
os que podem colher as melhores possibilidades são cada vez em número
menor e a maioria esmagadora da humanidade fica fora do essencial das
escolhas; apenas segue incompletamente ou inutilmente protesta.
O essencial é saber que, entre as possibilidades que o mundo
oferece em cada momento, muitas ainda não foram realizadas. Uma análise
que pretenda ajudar a enfrentar o futuro deve partir desse fato muito
simples: não se pode analisar uma situação apenas a partir do que
existe. A análise de uma situação exige que consideremos também o que
não existe, mas que pode existir. Não basta nos fixarmos apenas no que
não existe, sob o risco de sermos voluntaristas. É indispensável tomar
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 30
como referência aqueles elementos de construção do novo oferecidos pela
história do presente e ainda não utilizados.
Como o futuro jamais é um só, é isso que nos pode unir na tarefa
de pensar os futuros e escolher um. Como essa forma de analisar deve ser
feita a partir de tudo o que existe, trata-se de uma forma
existencialista de construção do pensamento. Essa forma existencialista
não exclui a emoção. Esta é, na vida dos homens, freqüentemente uma
expressão despojada, e é por isso que exclui o cálculo. Os compositores
são muito mais expressivos de um povo que os intelectuais acorrentados
a uma linguagem escolástica. Mas nós também podemos evitá-la,
tentando, através da análise, encontrar caminhos que conduzam a formas
de comunicação mais diretas e pessoais, cada vez menos freqüentes entre
nós.
O trabalho do professor é arriscado. Quem teme perigos deve
renunciar à tarefa do ensino. E se quiser ser ao mesmo tempo professor-
intelectual, está fadado a correr riscos ainda maiores. Para avançarmos
nesta direção, entrevejo algumas possibilidades, seja qual for o tema
da nossa conversa com os estudantes, enquanto não nos substituem
completamente por máquinas. Em primeiro lugar, urge reconhecer que, em
qualquer circunstância. Impõe-se um caminho duplo: da análise para a
síntese e da síntese para a análise, porque somente assim estaremos
fazendo, ao mesmo tempo, a crítica das situações e a nossa própria
autocrítica. Da minha experiência, direi que cada vez que me
encontro nessa posição (caminhar da análise para a síntese e da
síntese para a análise) descubro que algo está faltando na minha
formulação. A crítica obriga à consideração das situações como algo
dinâmico, a partir desses dois pólos: a síntese e a análise.
Toda forma de crítica é, também, uma forma de visão dinâmica. É
preciso, também, buscar visões sistêmicas para o que aconteceu ou
acontece, e oferecê-Ias aos alunos. O que temos a ensinar a um
estudante são situações. E as situações são construções sistêmicas,
já que, os elementos de uma dada situação dependem uns dos outros. Isso
pode ser oferecido no ensino de maneira simples. Esses sistemas são
vivos, dinâmicos. Como as situações são também constituídas
por coisas, lembremo-nos de que os objetos não têm vida por si, de modo
a preencher esses sistemas de coisas com a história do presente
Neste fim de século, tal procedimento torna-se bem mais fácil e
cômodo. Antes não tínhamos a capacidade de saber cabalmente o que se
passava no resto do mundo. Nossa geração tem o privilégio, do que
podemos chamar do cognoscibilidade do planeta, com a capacidade de
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 31
saber o que passa em qualquer que seja o lugar. Devemos tirar partido
dessa possibilidade para buscar a construção dos sistemas explicativos
das diversas situações. E temos que, através disso, passar do empirismo
abstrato, isto é, do valor dado às coisas em si e alcançar uma
abstração empírica, isto é, uma generalização que parta do que
realmente exista e que não seja um mero produto da nossa imaginação,
por mais fértil e mais treinada que ela seja. Será assim, creio, que
poderemos construir os novos humanismos, diferentes daqueles do
passado, embora a sua essência continue sendo a essência do homem. O
discurso de alguns pensadores que a todo preço, trazem exemplos do
passado, às vezes nos empolga, mas não nos pode sempre convencer,
porque para serem verazes os exemplos devem ter como conteúdo a
história do presente. Se os homens para os quais estamos propondo
políticas não são considerados como homens do presente, tampouco como
homens: são sombras. Ora, o trabalho do educador, do professor tornado
educador, é esse trabalho de interpretação do mundo, para que um dia
este mundo não nos trate mais como objetos e para que sejamos
povoadores do mundo como homens. Muito obrigado!
DEBATE
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 32
primeiro: pessoas diferentes podem chegar a resultados diferentes
partindo da mesma situação e todas elas, apesar de suas divergências
ocasionais, estarão ativos na mesma busca da verdade, o que não
desmerece qualquer deles, não importam os resultados alcançados. Se
quiserem, vamos mais adiante nisto. Segundo lugar: na situação do mundo
atual, em que as idéias com freqüência são, menos do que no passado, um
resultado das situações, as idéias ganham autonomia em relação com as
situações, isto é, as idéias são preparadas adrede. Como hoje a gente
sabe, a história do presente é uma história em que as coisas, os
comportamentos, as relações, tudo tem como base idéias que são previamente
elaboradas e esse é o fundamento mesmo do que a gente talvez chamasse de
ideologia, palavra que, no mundo de hoje, ganha um novo contorno,
porque se as coisas na sua realização dependem de idéias, as
ideologias se tornaram concretas, e elas entram na história juntamente
com o que, no passado, a gente chamava de verdade. Então, é possível que
eu houvesse cometido um equívoco usando a palavra verdade, já que as
palavras ganham significados diferentes quando a história muda. Apenas eu
tenho que usar as palavras que tenho. Parece que foi Kant que disse "eu
descubro as idéias, são meus alunos que vão descobrir as palavras... que
vão encontrar as palavras". Porque as idéias são produzidas num contexto
que inclui as palavras presentes naquele momento. Então, pedimos perdão
por usar essa palavra "verdade" e eu pretendo aproximar esta resposta a
partir do que disse. Quanto ao pós-modernismo, é uma expressão que eu
nunca consegui levar muito a sério; não porque os seus autores sejam
pouco sérios, não é isto. Eu sou um geógrafo. Qual é meu trabalho? Aí
está o mundo: o mundo, repito, como esse conjunto de possibilidades
latentes, porque o mundo é latência, o mundo pairando sobre nossas cabeças
e nós colhemos dele as possibilidades que plantamos nos lugares, criando
oportunidades; é isso o mundo. Eu não construo um mundo de pós. Só que
parar por aí pode ser considerado como um desrespeito a quem perguntou,
a quem fez a pergunta, e não farei isso. Mas, insisto em que o meu
papel é entender o que o mundo é hoje. Aquilo que há uns vinte anos
atrás propus como forma de interpretação dos lugares, a consideração do
que eu chamava de modernizações sucedendo-se umas as outras e criando
outros mundos... Então, o meu ponto de partida não seria a pós-
modernidade, o que me exclui de uma definição substantiva do que hoje está
se passando; e pode me conduzir, como freqüentemente essa expressão
conduz, a apreciações de ordem adjetiva. E eu não trabalho com
adjetivos, e busco trabalhar com substantivos, quer dizer, as situações
tal como são elas. Então, o que eu vou buscar são as variáveis históricas
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 33
do presente que conduzem a produção desta latência, que é o mundo
atual, e dessas existências, que são as situações concretas atuais.
Eu acho que é um pouco isto. Então, a pós-modernidade, ela pode ser
crítica do essencialismo, mas se eu adoto como ponto de partida o
entendimento do atual sistema de tempo, característico deste pedaço
do transcurso e desta fração da história na qual vivemos, eu estou,
pela mesma ocasião, dando as costas a um enfoque essencialista, e
tentando produzir um enfoque existencialista, onde as essências são
pura possibilidade, se acaso, e onde o que existe é aquilo que, junto
com o que efetivamente pode existir, me interessa. Eu não pretendo ter
respondido; apenas quero dar sinal do esforço que ando fazendo para
não desonrar a pergunta tão inteligente que me foi endereçada.
2a questão: Há um conjunto de questões que dizem respeito ao
trabalho individual, à solitude do trabalho intelectual, à possibilidade
do trabalho conjunto, esse falar "nós"... Como fica esta questão da
solitude do trabalho do professor, do pesquisador, diante da necessidade
da mediação humana, diante da concepção de práxis política coletiva,
diante da necessidade de que as pessoas não sejam sós para poder
resistir, e de uma produção que possa ser mais coletiva, não
individualista. Então, há um conjunto de questões que se referem ao eixo
da fala do senhor sobre a questão da solitude versus o coletivo em
diversas caracterizações que o senhor fez.
Prof. Milton: Muito obrigado por esta pergunta. Eu creio que se
nenhuma outra pergunta houvesse sido feita, esta somente justificaria
a minha presença aqui. Porque eu acho que esse debate é extremamente
importante e a pergunta que foi feita com tanta delicadeza, parece-me
que vai nos colocar no coração da discussão do mundo contemporâneo.
Ele pode ser um indivíduo sem ser individualista. Assim, ele é eu, ele
não é nós. Imaginar que o indivíduo existe obrigatoriamente numa
situação de individualismo é descrer do indivíduo. O indivíduo forte
é aquele que busca aperfeiçoar a sua consciência, e todos os dias luta
para ser consciente, consciente do mundo, do seu lugar, da sua
sociedade, de si mesmo. A sociedade é forte quando ela é um conjunto de
indivíduos. Um indivíduo forte não recusa as opiniões opostas, ele
apenas constrói outra opinião, nada impede que amanhã ele abandone a
opinião de hoje. Ouando me meto a reler o que escrevi há quarenta
anos atrás, vejo que muitas coisas abandonei completamente. Talvez, as
houvesse abandonado mais rapidamente se houvesse uma interlocução. No
caso do Brasil, isso é muito difícil, porque isolados os
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 34
intelectuais freqüentemente acabam por se tornar remplis deles mesmos e
correm o risco de ficar vaidosos, pela ausência de crítica. A crítica
acelera a produção do pensamento e é a isso que podemos
chamar de produção coletiva do pensamento, mas sempre a
partir, naquele momento, daquilo que cada qual encontrou. Isso não
quer dizer que amanhã, ou que no minuto posterior, não se deixe de
lado o que foi encontrado. Mas, cada vez que consulto alguém para
emitir um pensamento, torno-me incapaz de ir adiante. É nesse
sentido que a solitude é fundamental. Eu não tenho que pedir licença a
ninguém para pensar. Eu não tenho que subordinar o meu pensamento ao
cânone que vai me levar a um promoção ou um prêmio. Eu não tenho que
ter o meu pensamento apoiado pelo partido, que seja o meu. E é por
isso que nas condições do Brasil atual é difícil, quase impossível,
ser intelectual e ser um homem de partido, porque a negociação prévia à
expressão da idéia, atrasa a elaboração da idéia. As idéias não são
feitas para serem postas na gaveta, mas elas têm que ser publicadas,
jogadas no mercado das idéias, e voltam aos autores que revêm os seus
pontos de vista, uma forma de revisão permanente. Por conseguinte,
falar "nós" já é uma recusa à idéia. O sujeito que sobe aqui e diz
"nós pensamos assim" é um candidato a partidário ou simplesmente a
vereador, mas não é candidato a intelectual. Eu tenho que arcar com
a responsabilidade sozinho, não tem nenhuma importância que a sala
inteira discorde. Essa coragem dos intelectuais vem da consciência do
exercício de aproximação da verdade. Aliás, os chamados "sucessos"
na vida acadêmica e na carreira intelectual, quando chegam cedo com
freqüência esterilizam os que os detêm. Cada vez que me fazem festas -
e atualmente há uma certa mania por me fazer festas - digo que "a
academia devia festejar também os insucessos dos professores, dos
intelectuais", porque é através dos fracassos que a nossa têmpera se
enrijece, o nosso caráter se torna mais cristalino, que à nossa força é
acrescida, essa vontade de nos manter como que imaginamos ser a verdade, a
despeito da não aceitação... Devemos valorizar a dúvida enorme que nos
assalta diante de um papel que acabamos de escrever, e que acabamos
guardando sem a coragem de dar a público. Quem já não conheceu essa
reação? Essa dúvida, uma forma de humildade diante dos fatos, derrotando-
me a mim mesmo na vontade de mandar para a rua um papel escrito, e
preservando a possibilidade de melhorar mais adiante. Uma vida acadêmica
feita apenas de sucessos raramente é uma vida acadêmica produtiva. A busca
do sucesso é uma forma de busca da não solitude, da companhia, pela qual
se paga um preço muito alto, o sucesso efêmero freqüentemente acompanhado
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por uma vocação à fatuidade, à esterilidade. Então, era isso um pouco que
eu quis dizer, é evidente que... a certa altura da vida, acho que meu
papel é esse mesmo, o de provocar, eu penso até que a Selma me convidou
exatamente para isso. Essa pergunta me pôs no centro da problemática que
é o professor-intelectual. Porque a práxis coletiva? A práxis coletiva não
é uniforme e é tanto mais rica quanto mais diferentes são os pontos de
vista. Quanto mais diferentes somos, mais rica é a nossa produção comum,
porque um debate mais amplo se instala, ainda que a partir dos nossos
silêncios. Eu creio que não há uma práxis coletiva totalitária. A práxis
coletiva é o lugar da presença simultânea de uma multiplicidade de
interpretações, porque a práxis é ação e sendo ação ela é
interpretação, interpretação do mundo, interpretação de cada um de nós
frente à necessidade de agir, frente à possibilidade de agir. Por
conseguinte, quando a práxis se dá a partir de verdades, de crenças
profundas, é uma práxis muito mais rica, e é por isso que as práxis a
partir do que é pragmático, das ordens verticais, as práxis comandadas
pelos comandos da globalização globalitária, são práxis pobres. E é por
isso que, a economia hegemônica no mundo de hoje não é dinâmica e o
dinamismo acaba ficando com as pequenas empresas. O dinamismo é dos
pobres, enquanto aqueles que, por andarem depressa, chamam-se dinâmicos,
são apenas velozes. Quem sabe um dia os pequenos e médios empresários
descobrirão que os seus aliados são os pobres, e aí, com a riqueza
desse pensamento, poderemos alcançar uma revolução política.
3ª questão: Há um outro conjunto de questões, professor, que diz
respeito ao trabalho intelectual enquanto condições de trabalho
adversas... horas de trabalho, como professores contratados em C.L.T., a
questão da carreira, concepções, critérios para ascensão na carreira, e
também o fato de que a educação, apesar de existirem pessoas que pensam
e que falem como o senhor, como os intelectuais, a despeito disso a
educação tem dado passos para trás. Há um conjunto de possibilidades
aqui que dizem respeito às condições de fato existentes para esse tipo
de trabalho e o avanço da educação.
Prof. Milton Santos: Bom, estamos entrando na crítica de dentro da
escola, quer dizer, estamos aceitando a idéia de criticar a escola de
dentro. Essa questão das horas de trabalho me apaixona, porque o trabalho
intelectual é feito sempre do bulício e da calma. É preciso bulício.
Então a gente vem aqui, se excita, e a discussão excita um pouco mais,
ela é um prêmio e ao mesmo tempo uma incitação. Depois vem a calma. O
que, hoje, está acontecendo na universidade brasileira? Conheci, antes,
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 36
uma universidade que tinha esses dois momentos, a calma e o bulício, eram
pelo menos quatro meses de calma. A ditadura estabeleceu as férias de
trinta dias, a democracia de mercado na qual estamos mergulhados manteve
as férias de trinta dias, sem que se veja muita gente protestar contra
isso. Quando é que as pessoas lêem um livro inteiro? Quando é que elas
escrevem um ensaio que vai ter vida longa, sem calma? E ainda mais, dentro
das férias a gente aceita com freqüência que um aluno simpático venha
nos seduzir solicitando que façamos passar um exame, que leiamos uma
tese, etc... Devíamos recusar em nome deles estudantes. Nosso trabalho
intelectual é feito de forma inadequada no Brasil atual, porque - não é
questão de oito horas de trabalho ou de quatro ou quarenta horas - é a
forma como esse tempo é distribuído que impede que a gente se debruce
longamente sobre um tema e que corra o barco atrás. E é por isso que, com
freqüência, a gente vê nas teses que nos são dadas para ler, citações de
citações e não mais busca original. O estudante – eu ia dizendo, o
colega também - com freqüência não vai ver adiante. Então como é que ele
sabe que o outro citou corretamente? Mas ele não vê. E, com freqüência, o
outro drama que vem daí é o desconhecimento da história dos conceitos.
Uma boa parte das pessoas não sabe como surgem e evoluem os conceitos.
Isso está ligado à moda das citações de textos que não têm mais de cinco
anos... "cinco anos está velho, não precisa mais"... Então, não se sabe
como tal ou qual idéia surgiu, como ela foi evoluindo ... e aí, passa-se
a imaginar estar a descobrir tudo de novo. E freqüente a gente ler essa
frase: "ninguém tinha escrito nada sobre isto, etc...".
TEXTO - 02
O Caminho do Conhecimento
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 37
It was based on thoughts of different authors expressed on
different books and on the attitudes developed by teachers and
schools in the beginning of the third millennium in Brazil. Some
opinions about the possible paths to be taken by education are
expressed aiming the development of human beings.
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 38
Dessa forma, o professor passou a escolher, quando livre para
isso, os conteúdos que julgava importantes para sua disciplina escolar,
sendo as disciplinas escolhidas para formar uma grade curricular que
atendia à formação de mão de obra. Estes conteúdos formavam uma seqüência
progressiva e encadeada das partes do conhecimento. Formavam partes, pois
o pensamento foi fragmentado e perdeu-se a noção do todo. As disciplinas
e os conteúdos diversos não se integravam, não dando uma visão da
construção. Havia o momento da Matemática, da Geografia, da História,
todos eles sem um elo para a formação do todo. Não tendo praticidade,
pois não eram úteis na vida real, os conteúdos precisavam de fixação
feita por exercícios que nada tinham que ver com a vida do estudante.
Estava perdida a noção do todo, da relação homem- universo, da relação
educação- vida. Nascia a competição, o desejo de ser o melhor para ocupar
a melhor posição, para ser mais competitivo, para produzir mais e ganhar
mais.
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 39
A escola avalia seus professores dentro do contexto da grade.
Poderíamos dizer que há uma grade de avaliação. Há uma avaliação de
posição enfileirada, de ordem, embora a escola não avalie sua própria
participação como escola, sua posição de produção de conhecimento, sua
maneira de ver o mundo e de se relacionar com ele como promotora de
educação.
A vida hoje é como uma rede que se entrelaça toda ou, melhor
definida por Deleuze, como um rizoma com suas centenas de brotos e
ramificações entrelaçadas e milhares de possíveis inícios e fins.
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 40
É necessário manter o apoio aos professores, às relações entre
os grupos e às relações entre professor e aluno.
Bibliografia
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 41
VISCA. Técnicas projetivas psicopedagógicas. Lisboa: Paidos
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 42
ANEXO - 01
FÍSICOS
♦ Aumento de freqüência cardíaca Pense em saúde e, desse modo, criará saúde e
♦ Palidez esta forçosamente dissolverá sua doença. Tudo o
que for bom obrigatoriamente precisa consumir
♦ Tensão muscular aquilo que não for. É você quem decide qual dos
♦ Alterações digestivas lados apoiar. (Erhard F. Freitag)
♦ Alterações do sono
Não é o cérebro que importa mais, mais sim o que
♦ Alteração da função sexual o orienta; o caráter, o coração, a generosidade, as
♦ Mudança de peso idéias progressivas. (Dostoievski)
♦ Dermatoses Lembra-te, o tempo não espera por ninguém.
♦ Baixa resistência a infecções Ontem é história.
♦ Quadros alérgicos O amanhã é um mistério.
O hoje é uma dádiva.
♦ Queda de cabelo Por isto é chamado de PRESENTE.
PSICOLÓGICOS
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 43
ANEXO - 02
( Este texto foi tirado do livro " Manual de Higiene Vocal para
Profissionais da Voz" Silvia Rebelo Pinho. Editora PRÓ- FONO 1997)
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 44
• Falar com golpes de glote;
• Falar demasiadamente;
• Rir alto;
( Este texto foi tirado do livro " Manual de Higiene Vocal para
Profissionais da Voz" Silvia Rebelo Pinho. Editora PRÓ- FONO 1997)
Isso é para todos
"A voz deve ser sempre pensada em relação à saúde geral do
paciente, em relação ao seu corpo todo, ao seu estado de saúde geral.
Segundo Sataloff (1991), todo o sistema corporal afeta a voz; Souza Mello
(1988) afirma que todo o corpo colabora na produção da voz; Bloch (1979)
refere que as condições ideais para uma boa produção vocal adequada
correspondem a um estado de saúde geral dentro das melhores condições
possíveis. Portanto, deve-se pensar não apenas nos aspectos que
prejudicam as pregas vocais, mas sim no trato vocal integrado na saúde
geral de cada paciente. Desta forma, podemos pensar que, apesar de as
orientações serem gerais, as necessidades, assimilações e repercussões
são absolutamente singulares. Por exemplo: o gelado, geralmente,
prejudica a voz, mas a quantidade e a forma deste prejuízo se manifestam
diferentemente em cada pessoa, dependendo do momento e da maneira em que
este abuso foi cometido. As reações do corpo humano são únicas e dependem
de cada indivíduo em cada momento." (Extraído do artigo " Saúde Vocal" de
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 45
Marta Assumpção de Andrada e Silva do livro Fundamentos em
Fonoaudiologia-Tratando os Distúrbios da Voz. Sílvia M. Rebelo Pinho.
Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998).
TÉCNICA VOCAL
CERTO
9 Alimentar-se de modo leve e equilibrado para evitar distúrbios
digestivos
9 Utilizar-se habitualmente de alimentos ricos em nutrientes
(vitaminas, minerais, proteínas)
9 Evitar agentes alergênicos como poeira, perfumes, etc
9 Manter o corpo hidratado, beber muita água, principalmente se a
umidade do ar estiver baixa (cuidado com ar condicionado)
9 Manter um programa regular de exercícios físicos aeróbicos
9 Dar o devido descanso ao corpo por dormir bem e uma quantidade
regular de horas
9 Manter a postura ereta com a cabeça no eixo
9 Corrigir erros posturais (RPG)
9 Utilizar-se de técnicas corporais para alongamento e relaxamento
ERRADO
¾ Hábito de pigarrear
¾ Gritar
¾ Falar durante muito tempo
¾ Falar alto por hábito
¾ Falar em ambientes poluídos sonoramente
¾ Fumar
¾ Usar anestésicos ou bebidas alcoólicas para "melhorar"a voz -
Exposição a choques térmicos como mudanças bruscas de temperatura
(ambientes com ar condicionado) ou bebidas muito geladas
¾ Evitar alimentação habitual à base de alimentos pobres em
nutrientes (lanches, etc.)
¾ Usar roupa ou acessórios apertados ou sintéticos
Prática de musculação ou de exercícios que reforcem o estado de
tensão do corpo.
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 46
ANEXO - 03
A B
Três belas, que belas são! Três belas, que belas são!
Me exigiram as três Me exigiram as três
Que diga delas qual é Que diga delas qual é
A que ama meu coração. A que ama meu coração.
Se obedecer à razão, Se obedecer à razão,
Digo que amo a Soledad; Digo que amo a Soledad?
Não a Júlia, cuja bondade Não. A Júlia cuja bondade
Pessoa alguma possui Pessoa alguma possui.
Não aspira meu amor a Irene, Não aspira meu amor a Irene
Que não é pouca sua beleza. Que não é pouca sua beleza.
C D
Três belas, que belas são! Três belas, que belas são!
Me exigiram as três Me exigiram as três
Que diga delas qual é Que diga delas qual é
A que ama meu coração. A que ama meu coração.
Se obedecer à razão, Se obedecer à razão,
Digo que amo a Soledad? Digo que amo a Soledad?
Não. A Júlia cuja bondade Não. A Júlia cuja bondade
Pessoa alguma possui? Pessoa alguma possui?
Não. Aspira meu amor a Irene Não. Aspira meu amor à Irene?
Que não é pouca sua beleza. Quê? Não. É pouca sua beleza.
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. 16. ed. Campinas:
Papirus, 2004, 184 p.
JESÚS, Alonso Tapia e FITA, Enrique Caturla. A motivação em sala de aula:
o que é, como se faz. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1999
MASETTO, Marcos (org.). Docência na universidade. Campinas: Papirus,
1998.
PERRENOUD, P.. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 2000. 192 p
PIMENTA, Selma Garrido e ANASTASIOU, Lea das Graças Camargos. Docência no
Ensino Superior. São Paulo: Cortez, 2002, 279 p.
VASCONCELOS, Maria Lúcia M. Carvalho. A Formação do Professor do Ensino
Superior. 2. ed. atual. São Paulo: Pioneira, 2000, 74 p.
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 48
SUGESTÕES DE LEITURA
Material para uso em sala de aula — Prof. Paulo Alcantara Nov.2004 - fls. 49