Você está na página 1de 24

DIÁRIO DA REPÚBLICA

Segunda-feira, 12 de Abril de 2010 I Série — N.º 67

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA


Preço deste número — Kz: 250,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURAS O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do ‹‹Diário da Ano da República 1.ª e 2.ª séries é de Kz: 75,00 e para a
As três séries . … … … … Kz: 400 275,00 3.ª série Kz: 95,00, acrescido do respectivo
República››, deve ser dirigida à Imprensa
A 1.ª série … … … … … Kz: 236 250,00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Nacional — E. P., em Luanda, Caixa Postal 1306 A 2.ª série … … … … … Kz: 123 500,00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na Tesouraria
— End. Teleg.: ‹‹Imprensa›› A 3.ª série … … … … … Kz: 95 700,00 da Imprensa Nacional — E. P.

SUMÁRIO Havendo ainda necessidade de se instituir um modelo de


acompanhamento e avaliação dos projectos de investimento

Presidente da República público;

Decreto Presidencial n.º 31/10: Nestes termos, ao abrigo da alínea l) do artigo 120.° da
Aprova o regulamento do processo de preparação, execução e Constituição da República de Angola, o Presidente da Repú-
acompanhamento do Programa de Investimento Público. — Revoga blica, decreta o seguinte:
toda a legislação que contrarie o disposto no presente decreto
presidencial, nomeadamente o Decreto n.º 120/03, de 14 Novembro.
Artigo 1.º — É aprovado o regulamento do processo de
preparação, execução e acompanhamento do programa de
investimento público, anexo ao presente decreto presidencial
e que dele é parte integrante.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
——— Art. 2.º — É revogada a legislação que contrarie o
Decreto Presidencial n.º 31/10 disposto no presente decreto presidencial, nomeadamente
o decreto n.° 120/03, de 14 de Novembro.
de 12 de Abril

Art. 3.º — As dúvidas e omissões resultantes da inter-


Considerando que o Decreto n.° 120/03, de 14 de Novem-
pretação e aplicação do presente diploma, são resolvidas por
bro, que regulamenta o processo de preparação, execução e
despacho do Presidente da República.
acompanhamento do programa de investimento público,
contribuiu para a introdução de um novo quadro de referência
Art. 4.º — O presente diploma entra em vigor na data da
teórica e de novas práticas na gestão de projectos de
sua publicação.
investimento do País, com ganhos de eficiência e eficácia;

Considerando que a dinâmica de transformação operada Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda,


no País, tornou menos ajustadas determinadas normas aos 26 de Março de 2010.
daquele regulamento;
Publique-se.
Havendo necessidade de se proceder a ajustamentos que
o conformem a actual realidade no sentido de clarificar as Luanda, aos 26 de Março de 2010.
fases do processo de programação do investimento público
de forma a permitir a sua melhor apreensão; O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
522 DIÁRIO DA REPÚBLICA

REGULAMENTO DO PROCESSO DE 6. Preparação do projecto — fase do ciclo individual do


PREPARAÇÃO, APROVAÇÃO, EXECUÇÃO, projecto que corresponde à sua identificação e seu desenvol-
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO vimento.
PROGRAMA DE INVESTIMENTO
PÚBLICO 7. Estudos — correspondem a levantamentos, pesquisas,
análises e tratamento de informações; trabalhos técnicos de
CAPÍTULO I engenharia, arquitectura e meio ambiente; estudos de
Disposições Gerais viabilidade económico-financeira; análises de custo/benefício
e de custo/efectividade e outros trabalhos técnicos neces-
ARTIGO 1.º sários à preparação dos projectos de investimento público.
(Objecto)
8. Matriz de Enquadramento Lógico (MEL) — matriz
1. O presente diploma estabelece as regras e proce- utilizada como ferramenta de gestão de projectos, sendo útil
dimentos relativos ao processo de elaboração, aprovação, na elaboração, acompanhamento e avaliação do projecto;
elegibilidade, execução, acompanhamento e avaliação de auxilia na definição dos principais componentes do projecto
projectos de investimento público. - objectivo geral, objectivo do projecto, resultados imediatos,
actividades, indicadores e premissas (factores de risco),
2. O presente diploma define, organiza, e disciplina as
favorecendo o entendimento das relações de causa e efeito
fases do processo de Programação do Investimento Público,
das situações envolvidas e antecipando os resultados preten-
nomeadamente:
didos e os indicadores de sua avaliação.
a) define os procedimentos, métodos e critérios a
utilizar, em todas as fases do processo de pro- 9. Projecto de execução — conjunto de peças, resultantes
gramação; da realização dos estudos, desenhadas e/ou escritas, des-
b) caracteriza e define as tarefas a realizar em todas crevendo a forma de realização de um investimento nas suas
as fases do processo de programação; diferentes vertentes.
c) delimita os diferentes níveis de competência,
responsabilidade e decisão em todas as fases do 10. Carteira de Projectos — banco de dados contendo
processo de programação. informações sobre todos os projectos considerados
preparados e elegíveis pela entidade de tutela, departamentos
ARTIGO 2.º ministeriais ou governos provinciais, e pelo Departamento
(Definições) Ministerial responsável pela programação e gestão do
desenvolvimento, para integrar a proposta da Programação
1. Projecto — acção planificada, estruturada em objec- Plurianual do Programa de Investimento Público; são
tivos, produtos e actividades desenvolvidas com o auxílio de mantidas as Carteiras de Projectos Provincial, sectorial e
uma quantidade limitada de recursos (humanos, materiais, nacional, esta última gerida pelo Departamento Ministerial
técnicos e financeiros), durante um dado período de tempo. responsável pela programação e gestão do desenvolvimento;
os projectos do âmbito municipal são integrados na Carteira
2. Programa — conjunto de projectos e actividades que se de Projectos Provincial.
completam e se relacionam entre si para a solução de um pro-
blema ou aproveitamento de uma oportunidade para o 11. Projecto de Investimento Público — projecto
beneficio socioeconómico da população. promovido por ente público administrativo não empresarial,
com a finalidade de prover bens e serviços públicos.
3. Processo de Programação — conjunto de actividades
relativas ao Investimento Público, compreendendo desde a 12. Projecto de estudos — projecto de estudos técnicos
preparação do projecto até o acompanhamento e avaliação para a preparação de projectos de investimento público.
dos projectos.
13. Projecto de investimento público sectorial, provincial
4. Ciclo individual do projecto ou ciclo de vida do ou municipal — projecto de investimento público tutelado
projecto — evolução de um projecto, compreendendo a pelo departamento ministerial, governo da província ou
preparação, a negociação, a aprovação, a execução, a município, respectivamente.
operação, o acompanhamento e avaliação.
14. Projecto de investimento público da administração
5. Identificação do projecto — fase em que surge uma indirecta — projecto de investimento público promovido por
ideia de intervenção e a mesma é especificada para que seja empresa pública, empresa de capitais maioritariamente
autorizada a sua transformação em projecto. públicos, institutos e fundos públicos.
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 523

15. Projecto de investimento público de carácter 28. Programa de Investimento Público (PIP) — documento
empresarial — projecto promovido por ente administrativo e/ou banco de dados, contendo informações sobre projectos
da Administração Indirecta, com a finalidade de prover e de investimento público e projectos de estudo, a serem
comercializar bens e serviços. implementados ao longo de um período definido.
16. Projecto multissectorial — projecto que envolve
acções em mais de um sector de actividade e que requer 29. Programação Anual do Programa de Investimento
gestão compartilhada. Público — documento a incluir no Orçamento Geral do
Estado, contendo informações sobre as metas físicas e
17. Projecto novo — projecto inscrito no Programa de
financeiras a serem executadas no ano de referência, para os
Investimento Público com execução a ser iniciada no ano;
projectos de investimento e projectos de estudo integrados
18. Projecto em curso — projecto inscrito no Programa de no Programa de Investimento Público.
Investimento Público e em execução desde o ano anterior,
pelo menos. 30. Projecto elegível — projecto submetido ao processo
de elegibilidade, nos termos deste diploma, e apto a ingressar
19. Entidade promotora de projecto — entidade que em
primeira instância toma a iniciativa de identificar e propor na Carteira Provincial, Sectorial ou Nacional de Projectos.
que se iniciem os estudos.
31. Projecto com execução autorizada — projecto
20. Investidor ou Entidade de Tutela — órgão que integrante do Programa de Investimento Público, que tenha
superintende o projecto. meta financeira do ano de execução inscrita no Orçamento
Geral do Estado e que tenha contrato de execução aprovado
21. Entidade gestora do projecto, ou investidor directo nos termos deste diploma e devidamente assinado.
— entidade à qual é atribuída a responsabilidade de
implementar o projecto. 32. Classificação dos investimentos — classificação dos
investimentos relativa ao órgão responsável (orgânica), local
22. Entidade decisória — entidade à qual é atribuída
de intervenção (territorial) e finalidade (funcional); natureza
competência para a tomada de decisão relativamente à
económica e patrimonial da despesa; natureza estruturante e
afectação de recursos ao projecto.
multissectorial; integração em um programa (programática)

23. Entidade responsável pela operação ou entidade


33. Tipos de projectos — projectos definidos segundo os
operadora — entidade encarregue de gerir o projecto após a
órgãos de tutela, a natureza da intervenção e o estágio de
conclusão do investimento, nos casos em que este resulte a
execução.
existência de bens materiais, tais como edificações, ou
equipamentos, cuja exploração deva ser realizada.
34. Projecto estruturante — projecto de carácter estra-
tégico, gerador de impactos positivos em um ou mais sectores
24. Entidade fiscalizadora — entidade nomeada pelo
de intervenção, com repercussões a médio e longo prazo,
investidor directo, ou unidade de tutela, a qual compete
causando transformações na realidade socioeconómica; que
comprovar de que a execução do investimento está em
pode ainda ser caracterizado pela dimensão do valor global
conformidade com o projecto, nos termos da legislação em
vigor. do investimento.

25. Fornecedores de bens e serviços — entidades com os 35. Acompanhamento e avaliação do projecto — aferição
quais se estabelecem relações contratuais para a prestação de dos resultados do projecto, em diferentes momentos do seu
bens ou serviços no âmbito da realização dos projectos de ciclo; o acompanhamento é uma actividade continuada de
investimento público. responsabilidade básica da Entidade Promotora, da Entidade
de Tutela, e da Entidade Operadora e do Departamento
26. Análise de elegibilidade — verificação feita pela Ministerial responsável pela programação e gestão do
Entidade de Tutela de que a preparação do projecto foi desenvolvimento; a avaliação é responsabilidade comparti-
concluída de forma adequada, estando o mesmo apto a lhada dessas entidades com outros departamentos minis-
integrar a Carteira Nacional de Projectos. teriais, conforme a metodologia definida neste diploma.

27. Hierarquização e Selecção de Projectos — metodo- 36. Tipos de avaliação:


logia adoptada para o ordenamento e selecção de projectos
das Carteiras Sectoriais e Provinciais de Projectos e da a) ex-ante — avaliação de consistência;
Carteira Nacional de Projectos, neste último caso para b) em curso — de desempenho ou de progresso;
compor a Proposta de Programa de Investimento Público. c) ex-post — de impacto.
524 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 3.º b) promover o acesso da generalidade dos cidadãos,


(Âmbito de aplicação)
em condições financeiras equilibradas, a bens e
1. O presente diploma aplica-se a toda a utilização de serviços essenciais;
recursos públicos visando a criação, reabilitação, ampliação, c) assegurar o cumprimento das exigências de pres-
manutenção ou renovação das capacidades de prestação de tação de serviços de carácter universal relati-
serviços e fornecimento de bens pela administração pública vamente a actividades económicas cujo acesso se
directa ou pela administração pública indirecta do Estado. encontre legalmente vedado a empresas privadas
2. Os recursos públicos, a que se refere o número anterior, e a outras entidades da mesma natureza;
são os fundos geridos pela administração directa e indirecta, d) garantir o fornecimento de serviços ou a gestão de
provenientes das receitas ordinárias do tesouro ou de fontes actividades consideradas prioritárias no Plano
de financiamento externo. Nacional, mesmo que sua rendibilidade não seja
assegurada no curto prazo.
3. Constitui investimento público, designadamente:
ARTIGO 5.º
a) a reabilitação ou construção de infra-estruturas (Recursos à celebração de contratos-programa)
económicas e sociais, qualquer que seja a natureza
desses gastos; Nos casos em que o Estado celebre contratos-programa
b) a criação, reabilitação ou reconstituição de capaci- com as empresas públicas e os entes públicos não em-
dades produtivas das empresas públicas, qual- presariais, nos termos da legislação específica em vigor, é
quer que seja a natureza desses gastos; obrigatória a inclusão nos contratos a celebrar de disposições
c) a valorização dos recursos humanos nacionais, em sobre os investimentos a realizar nos termos do presente
particular nos domínios da educação, formação diploma.
profissional, saúde e segurança alimentar; ARTIGO 6.º
d) a investigação científica e tecnológica, aquisição, (Investimentos de carácter militar)
adaptação e difusão de tecnologia e a cons-
tituição de redes de trocas de informação, quando Os investimentos de carácter militar, e que se destinem
de responsabilidade pública, relevante para o ao equipamento e potencialização das Forças Armadas e
processo de desenvolvimento económico e Defesa Nacional e dos órgãos vinculados à ordem pública e
social, bem como a prestação ou aquisição de segurança nacional, são regulados por diploma legal próprio.
assistência técnica.
ARTIGO 7.º
(Tipos de Projectos de Investimento Público)
4. Não se integram no conceito de investimento público
os gastos de natureza corrente aplicados à manutenção e Para efeitos de aplicação do presente decreto presidencial,
reparações normais e cíclicas dos empreendimentos. são os seguintes os tipos de projectos de investimento
ARTIGO 4.º
público:
(Investimentos das empresas públicas e de capitais
maioritariamente públicos) 1. Segundo os órgãos de tutela:
São regulados pelo presente diploma:
a) projecto de investimento público sectorial, provin-
1. Investimentos de empresas públicas, institutos públicos cial e municipal;
e fundos autónomos, de qualquer dimensão, e dos entes b) projecto de investimento público da administração
públicos administrativos, a realizarem para a criação, indirecta.
manutenção, reabilitação ou ampliação de capacidades
produtivas, sempre que a fonte de financiamento seja o 2. Segundo a natureza da intervenção:
Orçamento Geral do Estado e o valor igual ou superior a
Kz: 1 000 000 000,00. a) projecto de investimento público;
b) projecto de investimento público de carácter empre-
2. Investimentos de empresas públicas, de qualquer
sarial;
dimensão e dos entes públicos administrativos, encarregues
c) projecto de investimento público com impacto
da gestão de serviços de interesse económico e aos quais
ambiental.
compete prosseguir as missões que lhe estejam confiadas no
sentido de:
3. Segundo o estágio de execução:
a) prestar serviços de interesse económico no conjunto
do território nacional, especialmente nas zonas a) projecto novo;
rurais e do interior; b) projecto em curso.
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 525

ARTIGO 8.º 2. O Programa de Investimento Público deve sempre ser


(Sistema de Classificadores dos Projectos de Investimento Público)
elaborado e executado na perspectiva da estimulação da
1. Os projectos e programas do Programa de Investimento economia nacional, assente nos princípios da livre concor-
Público serão codificados de modo a que cada número rência e da coexistência da propriedade privada, pública,
corresponda a um só projecto e a um só programa, des- mista e cooperativa.
crevendo completamente a sua natureza.
ARTIGO 10.º
2. O sistema de classificadores dos projectos do PIP é (Órgãos do processo de investimento público)
composto da seguinte forma:
Nas fases do Processo de programação do Investimento
a) classificador orgânico, envolvendo as dimensões Público, intervêm os seguintes órgãos:
sectorial (departamentos ministeriais, organismos
autónomos); Administração Indirecta, (empresa a) o Chefe do Executivo;
pública, empresa de capitais maioritariamente b) os Departamentos Ministeriais;
públicos, fundos e institutos públicos); Provin- c) os Governos Provinciais;
cial, (governos provinciais); Municipal, (adminis- d) as Administrações Municipais;
trações municipais); e) os Institutos Públicos e Fundos Autónomos;
b) classificador Territorial, envolvendo as dimensões
f) as Empresas Públicas e de capitais maioritariamente
Nacional, (projectos para todo o país, ou mais de
públicos.
uma província); Provincial, (projecto localizado
em uma só província); Municipal, (projecto ARTIGO 11.º
localizado em um só município); Área-programa, (Financiamento do Programa de Investimento Público)
(áreas de abrangência de cluster, pólo de desen-
volvimento, pólo industrial, zona económica 1. O Programa de Investimento Público é financiado pelo
especial, dentre outros); Orçamento Geral do Estado.
c) classificador Funcional: função e sub-função de
actividade; 2. Sempre que os fundos para os projectos de investi-
d) classificador Económico da Despesa, compreen- mento público forem provenientes de outras fontes que não
dendo as despesas correntes e de capital; as receitas ordinárias do tesouro, devem ser registados como
e) classificador Patrimonial, envolvendo as classes de receitas de doação ou de financiamento, conforme o caso, e
equipamentos associados aos projectos de inves- contabilizada a sua utilização como despesa de capital.
timento.
f) classificador das Fontes de Financiamento: origem 3. No caso das empresas públicas, de capitais maiori-
do financiamento e tipos de cobertura financeira tariamente públicos e participadas em que o capital do Estado
do gasto a realizar;
seja realizado pela integração de activos públicos, sob a
g) classificador Intersectorial: projectos estruturantes
forma de entrega de terrenos, edifícios, equipamentos e
e projectos multissectoriais;
licenças, concessões ou outros, esses activos devem ser
h) classificador de Programa: indicador de projectos
valorados e registados na conta do Orçamento Geral do
pertencentes a um mesmo programa.
Estado como receitas ordinárias do tesouro e registada a sua
saída como despesa de capital.
CAPÍTULO II ARTIGO 12.º
Princípios Fundamentais (Proibições)

ARTIGO 9.º
(Obrigações do Estado)
1. É proibida a execução de projectos de investimento de
carácter público que não estejam autorizados a executar, nos
1. O Estado, através do Chefe do Executivo, deve termos do presente diploma.
conduzir a política de investimento público no sentido de
promover o crescimento económico harmonioso e equili- 2. É proibida a inclusão no Programa de Investimento
brado de todos os sectores e regiões do País, a utilização Público, de projectos cuja execução seja susceptível de
racional e eficiente de todas as capacidades produtivas e afectar o meio ambiente e a qualidade de vida da população,
recursos estruturais e garantir o bem-estar e a elevação da sem que estejam previstas as acções mitigadoras recomen-
qualidade da vida dos cidadãos. dadas pelos estudos de viabilidade ou de impacte ambiental.
526 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. É proibida a inclusão no Programa de Investimento ii) justificação que compreende a relevância e


Público e a execução de projectos de investimento público aderência aos objectivos do programa e das
que violem o princípio da livre concorrência. prioridades sectoriais, territoriais e nacionais
e os benefícios ou resolução de problemas que
4. É proibido o fraccionamento de projectos e de despesas
o projecto pode originar;
de investimento público com vista a baixar o nível hierár-
iii) uma estimativa preliminar de custos e de
quico da entidade decisória no processo de tomada de decisão
duração do projecto com base na experiência
relativamente à afectação de recursos, ou para evitar o regime
de casos análogos e/ou prospecção expedita
de competências para decisão, previsto no presente diploma.
de mercado;
5. Para efeitos do número anterior, entende-se como valor iv) duração, tempo necessário para o desenvol-
do investimento o seu montante global, independentemente vimento do projecto;
do fraccionamento do desembolso. v) actividades para o desenvolvimento do
projecto;
CAPÍTULO III vi) financiamento ou origem dos recursos para o
Processo de Programação do Investimento Público desenvolvimento do projecto/necessidade de
recursos adicionais do OGE;
SECÇÃO I
vii) perspectiva de comparticipação da comu-
Dos Projectos
nidade no desenvolvimento e execução do
ARTIGO 13.º projecto;
(Ciclo individual do projecto)
viii) outras informações julgadas pertinentes.
1. O ciclo individual do projecto compreende fases que
b) análise pela Entidade de Tutela dos elementos da
ocorrem desde o estabelecimento da ideia básica do projecto
Ficha de Identificação do Projecto e decisão
até o acompanhamento e avaliação de sua execução.
sobre o desenvolvimento do projecto, observado
2. O ciclo individual do projecto compõe-se de cinco o regime de competência para decisão, previsto
fases: neste diploma, quanto à elaboração de estudos.

a) preparação do projecto; 4. Havendo decisão positiva, a realização dos estudos fica


b) negociação do projecto; autorizada e é garantida a afectação dos recursos necessários.
c) execução do projecto; 5. Durante a fase de desenvolvimento do projecto, a
d) operação do projecto;
Entidade Promotora adopta providências e realiza estudos
e) acompanhamento e avaliação do projecto.
com vista a constituir o dossier de documentos requeridos, o
ARTIGO 14.º
qual varia com os tipos de projectos definidos neste diploma,
(Preparação do projecto) devendo incluir, dentre outros, a análise de custo/benefício,
a análise de custo/efectividade e a análise da viabilidade
1. A preparação do projecto é a fase da vida do projecto económico-financeira, conforme a natureza do projecto.
que se destina a criar os pressupostos da sua execução com
sucesso. 6. O dossier do projecto de investimento público é cons-
tituído pelos seguintes documentos:
2. A preparação do projecto envolve dois procedimentos:
a) ficha de Caracterização do projecto (FCP), sob a
a) identificação do projecto;
forma da Matriz de Enquadramento Lógico do
b) desenvolvimento do projecto.
projecto (MEL), conforme os Anexos II e III;
3. Durante a identificação do projecto são realizados os b) indicação dos estudos técnicos ou de engenharia
seguintes procedimentos: requeridos ao caso, que tenham sido elaborados
e aprovados pela Entidade de Tutela ou decla-
a) apresentação da ideia básica do projecto pela ração desta de que não há exigência de estudos
Entidade Promotora, à sua Entidade de Tutela, técnicos;
sob a forma do preenchimento da Ficha de c) orçamento de Investimentos;
Identificação do Projecto, conforme o Anexo I, d) quadro de Fontes e Usos;
contemplando as seguintes informações: e) relatório sobre a perspectiva de financiamento
externo;
i) objectivo do projecto, ou seja, o benefício que f) programação física e financeira anual para o período
proporcionará à população; de execução do projecto.
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 527

7. A indicação dos estudos técnicos e de engenharia de 12. A Entidade de Tutela e a Entidade Decisória podem
cada projecto deve obedecer à melhor técnica vigente em solicitar a apresentação dos estudos integrantes da lista dos
cada sector de actividade, sendo responsabilidade da estudos técnicos e de engenharia constantes do dossier
Entidade de Tutela zelar por essa adequação e pela qualidade do projecto, podendo requerer a melhoria ou a estudos
dos estudos realizados, de modo a garantir a eficiência e a complementares.
eficácia no uso dos recursos públicos.
13. Os projectos que, durante a etapa de preparação,
8. Os Departamentos Ministeriais, em articulação com o tenham recebido recomendações para que sejam introduzidas
Departamento Ministerial responsável pela programação e alterações, são devolvidos à Entidade Promotora para que
gestão do desenvolvimento, devem definir os estudos e sejam modificados, correndo depois a sua tramitação normal
projectos técnicos necessários à preparação dos projectos para elegibilidade à Carteira Nacional de Projectos.
típicos de sua área, indicando ainda os padrões de qualidade,
formas de apresentação, sendo responsáveis pela guarda dos 14. Os projectos que não tenham concluído a sua fase de
documentos resultantes. preparação não podem integrar a Carteira de Projectos
Provincial, sectorial e nacional, sendo responsabilidade da
9. O dossier dos demais tipos de projectos deve conter, Entidade de Tutela e do Departamento Ministerial respon-
além dos documentos indicados no n.º 6 deste artigo, outros sável pela programação e gestão do desenvolvimento zelar
documentos específicos de sua natureza, nomeadamente: pelo cumprimento deste requisito.

a) para os projectos de investimento público estru- 15. Os projectos que tenham concluído a sua fase de
turante: preparação são submetidos à análise de elegibilidade.

i) análise de custo/benefício ou análise de custo/ ARTIGO 15.º


/efectividade, o que for aplicável; (Elegibilidade do Projecto)

ii) eetodologia de avaliação de impacto do


1. A Entidade de Tutela procede à análise de elegibilidade
projecto;
do projecto, avaliando o dossier elaborado na fase de
iii) estudo de viabilidade económico-financeira,
preparação, e caso o considere adequado, inclui o projecto
quando gerador de receita própria.
na Carteira Sectorial ou Provincial de Projectos, conforme o
caso.
b) para os projectos de investimento público, de qual-
quer tipo, com impacto ambiental:
2. A análise de elegibilidade pela Entidade de Tutela
deverá contemplar os seguintes aspectos:
i) análise de custo/benefício ou análise de custo/
/efectividade, conforme o que for aplicável;
a) aderência do projecto às prioridades e objectivos
ii) estudo ambiental nos termos da legislação
nacionais e sectoriais e aos programas priori-
ambiental vigente ou declaração da Entidade
tários do sector;
de Tutela de que não há impacto ambiental
b) suficiência, qualidade e adequação dos estudos
negativo potencial, fundamentada em estudo
elaborado por especialista credenciado. realizados;
c) formulação adequada da Matriz de Enquadramento
c) para os projectos de investimento público de Lógico (MEL);
carácter empresarial, o estudo de viabilidade d) adequação dos custos e prazos de execução do
económica e financeira. projecto;
e) adequação da análise de custo/beneficio, análise
10. Os projectos que possam ser caracterizados pela de custo/efectividade ou estudo de viabilidade
combinação dos tipos mencionados neste artigo devem económico-financeira, conforme o caso;
atender cumulativamente às exigências de apresentação de f) adequação da proposta de mitigação de impactos
documentos e dos estudos respectivos. ambientais, se aplicável.

11. Constituído o dossier, na forma definida neste artigo, 3. A Entidade de Tutela, quando julgar necessário, deve
está concluída a fase de preparação do projecto, salvo recorrer à assistência de especialistas ou de empresas
recomendação adicional que venha a ser feita pela Entidade especializadas nos diversos tipos de projectos, de forma a
de Tutela e/ou pela Entidade Decisória; cumprir adequadamente a análise de elegibilidade.
528 DIÁRIO DA REPÚBLICA

4. A declaração de inelegibilidade do projecto pela 2. Para os projectos serem financiados com recursos do
Entidade de Tutela, por qualquer aspecto, implica a emissão Orçamento Geral do Estado, e de acordo com as disponibi-
formal de recomendações para revisão. lidades orçamentais para o Programa de Investimento
Público, a Entidade de Tutela avalia de forma conjunta os
5. A declaração de elegibilidade do projecto deve ser projectos de seu sector integrados na Carteira Nacional de
Projectos, com base na Metodologia de Hierarquização e
registada formalmente em parecer, que contemple a
Selecção de Projectos (Anexo IV), indicando os projectos a
apreciação sobre os itens do n.º 2 deste artigo, devendo esse
incorporar no Programa de Investimento Público.
documento ser integrado ao dossier do projecto.
ARTIGO 17.º
6. Considerado o projecto elegível, a Entidade de Tutela (Execução de projecto)

procede à inclusão na Carteira Sectorial ou Provincial de 1. A execução do projecto é a fase do ciclo individual do
Projectos, encaminhando o dossier ao Departamento Minis- projecto durante a qual se realiza o investimento projectado.
terial responsável pela programação e gestão do desenvol-
vimento, com pedido de inclusão na Carteira Nacional de 2. Para ser executado, o projecto deve atender cumula-
Projectos. tivamente às condições indicadas abaixo, que o qualificam
como autorizado a executar, nomeadamente:
7. O Departamento Ministerial responsável pela progra-
mação e gestão do desenvolvimento verifica a adequação da a) estar inscrito no Programa de Investimento Público
análise de elegibilidade realizada, podendo, para isso, aprovado pelo Chefe do Executivo;
solicitar qualquer informação adicional necessária ou pedir b) ter designação e valor da meta financeira anual
registados no Orçamento Geral do Estado,
qualquer documento ou estudo e projectos técnicos e de
aprovado pela Assembleia Nacional;
engenharia, que tenha baseado a formulação do dossier,
c) estar a respectiva contratação autorizada, de acordo
podendo emitir recomendações à Entidade de Tutela para o
com o regime de competências definidas neste
aperfeiçoamento dos estudos realizados ou para a realização diploma, e nos termos de outra legislação vigente.
de estudos complementares.
3. A competência para autorizar a contratação do projecto
8. Fica a critério do Departamento Ministerial respon- é do Chefe do Executivo ou da Entidade de Tutela, conforme
sável pela programação e gestão do desenvolvimento o o regime de competências para decisão.
recurso a assistência de especialistas ou de empresas
especializadas nos diversos tipos de projectos, de forma a 4. Os calendários de realização física do projecto devem
cumprir adequadamente a verificação da análise de elegi- ser coincidentes com os termos contratuais para a sua execução.
bilidade.
5. A entidade gestora deve organizar e possuir um arquivo
9. Considerado completo o processo de preparação do com toda a documentação relativa ao projecto em execução,
projecto pelo Departamento Ministerial responsável pela desde a sua concepção, até à sua operação, incluindo
programação e gestão do desenvolvimento, o mesmo será documentação técnica, actos administrativos, contratos,
relatórios de fiscalização e outros.
incluído na Carteira Nacional de Projectos.

ARTIGO 16.º 6. A comprovação da legalidade de aprovação de um


(Negociação do projecto) projecto ou programa é feita pela verificação das condições
das alíneas a) e b) do n.º 2 deste artigo.
1. A etapa de negociação é a fase do ciclo individual do
ARTIGO 18.º
projecto que sucede à sua inclusão na Carteira Nacional de (Operação do projecto)
Projectos e consiste na realização dos seguintes proce-
dimentos: 1. A operação do projecto é a fase do ciclo individual do
projecto que ocorre após a realização do investimento, ou
a) Identificação e negociação das fontes e condições parte substancial do mesmo.
de financiamento;
b) Preparação, pela entidade de tutela, dos dossiers 2. As capacidades criadas com a realização do inves-
correspondentes a cada operação financeira, em timento devem ser entregues a uma entidade operadora que
conformidade com os resultados das nego- fica com a incumbência da sua gestão, de acordo com os
ciações. planos operacionais e de exploração pré-estabelecidos.
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 529

3. As despesas a serem cobertas por recursos públicos 3. A inclusão de projectos na Carteira Sectorial e na
nesta nova fase, não são integradas no Programa de Inves- Carteira Provincial de Projectos é feita através da aplicação
timento Público, constituindo despesas correntes do da metodologia de elegibilidade, sem prejuízo dos projectos
Orçamento Geral do Estado e obedecendo, para a sua de estudos que podem ser incluídos com base no proce-
programação e execução, aos mecanismos e procedimentos dimento descrito na alínea b) do n.º 5 deste artigo.
estabelecidos para o efeito pelo Departamento Ministerial
responsável pelas finanças públicas. 4. A Carteira Nacional de Projectos é gerida pelo Depar-
tamento Ministerial responsável pela programação e gestão
ARTIGO 19.º do desenvolvimento.
(Acompanhamento e avaliação dos Projectos do
Programa de Investimento Público)
5. Os projectos para serem incluídos na Carteira Nacional
de Projectos devem atender às seguintes condições:
1. Cabe ao Departamento Ministerial responsável pela
programação e gestão do desenvolvimento, definir e manter, a) os projectos de estudo devem possuir a respectiva
em articulação com os demais Departamentos Ministeriais e Ficha de Identificação de Projecto e os estudos
Governos Provinciais, metodologias de acompanhamento e preliminares realizados, aprovados pela Entidade
avaliação dos projectos do Programa de Investimento de Tutela;
Público, conforme as seguintes directrizes: b) os projectos de investimento público devem ter a
preparação concluída, ser declarados elegíveis
a) avaliação ex-ante do projecto, contemplando a pela Entidade de Tutela e ter tal elegibilidade
análise da consistência das prioridades, da verificada pelo Departamento Ministerial respon-
capacidade de gestão e da situação institucional; sável pela programação e gestão do desenvol-
b) avaliação de progresso, do desempenho dos projec- vimento.
tos, a partir dos relatórios de execução da progra-
mação financeira e física e dos indicadores da 6. A inclusão de projectos na Carteira de Projectos não
Matriz de Enquadramento Lógico (MEL), autoriza a execução dos mesmos.
integrante do dossier do projecto, e por visitas
in loco; 7. Os projectos de estudos, integrantes da Carteira
c) Avaliação ex-post, de impacto. Nacional de Projectos, devem ser submetidos à decisão do
Chefe do Executivo, se forem enquadrados em qualquer uma
2. A avaliação ex-post é particularmente recomendada das seguintes condições:
para os projectos estruturantes.
a) se o investimento total dos estudos a ser realizado
for igual ou superior a Kz: 45 000 000,00;
3. Cabe ao Departamento Ministerial responsável pela
b) referir-se ao projecto de intervenção de qualquer
programação e gestão do desenvolvimento, divulgar as
natureza, com investimento global estimado em
metodologias específicas a serem utilizadas nos diversos
valor igual ou superior a Kz: 1 000 000 000,00.
tipos de avaliação; assistir e capacitar os órgãos de planea-
mento dos Departamentos Ministeriais e Governos Provin- 8. As Carteiras de Projectos de que trata este artigo devem
ciais para a aplicação das metodologias e para a utilização ser revistas periodicamente pela exclusão dos projectos já
dos resultados das avaliações, sem prejuízo dos procedi- integrados no Programa de Investimento Público, os que se
mentos estabelecidos para o controlo da execução do tornaram obsoletos ou desnecessários por qualquer razão, e
Programa de Investimento Público definidos neste diploma. pela inclusão de projectos novos que atenderam aos
processos de preparação e elegibilidade definidos neste
SECÇÃO II diploma.
Da Carteira de Projectos

ARTIGO 20.º 9. A revisão das Carteiras de Projectos não deve implicar


(Configuração da Carteira de Projectos) a perda de informações sobre os projectos executados e
respectivos resultados, que devem ser preservados em banco
1. As Carteiras de Projectos contemplam projectos de de dados à parte, para fins de consulta e elaboração de
estudos e projectos de investimento público. relatórios.

2. A Carteira Sectorial de Projectos e a Carteira Provincial 10. As entidades gestoras das Carteiras de Projectos
de Projectos são mantidas, respectivamente, pelos Depar- devem zelar pela confiabilidade, integridade e segurança das
tamentos Ministeriais e pelos Governos das Províncias. informações.
530 DIÁRIO DA REPÚBLICA

SECÇÃO III 5. A revisão do Programa de Investimento Público


Do Programa de Investimento Público e da Programação
Anual do Programa de Investimento Público obedece ao mesmo procedimento de aprovação da sua versão
original.
ARTIGO 21.º
(Configuração do Programa de Investimento Público e
da Programação Anual do Programa de Investimento Público) 6. Cabe ao Departamento Ministerial responsável pela
programação e gestão do desenvolvimento propor a estrutura,
1. Tendo como base o programa de governação do Exe- o conteúdo e a metodologia para elaboração do Programa de
cutivo, o Programa de Investimento Público é elaborado para Investimento Público e divulgar oportunamente o calendário
ser um instrumento plurianual de gestão económica do dos procedimentos da elaboração das propostas do Programa
Estado, que tem expressão financeira anual no Orçamento de Investimento Público e das revisões deste, e da pro-
Geral do Estado. gramação anual, de acordo com o definido neste diploma.

2. O Programa de Investimento Público deve contemplar 7. Anualmente, o Departamento Ministerial responsável


todas as informações necessárias à caracterização dos pro- pela programação e gestão do desenvolvimento, em
jectos de investimento público, de acordo com as seguintes articulação com os demais Departamentos Ministeriais,
categorias: elabora a Proposta de Programação Anual do Programa de
Investimento Público, com base nos procedimentos e
a) código do projecto; respeitadas as datas previstas no Calendário Anual do Pro-
b) principais informações da Ficha de Caracterização grama de Investimento Público e no calendário de elaboração
do Projecto, inclui: do Orçamento Geral do Estado.

i) designação, natureza e estágio de execução do 8. A proposta da Programação Anual do Programa de


projecto; Investimento Público contempla as metas financeiras e físicas
ii) prazo de execução;
anuais e outras informações que caracterizam os projectos
iii) valor global do investimento;
integrados no Programa de Investimento Público.
iv) valores das metas físicas e financeiras anuais
executadas e a executar;
9. A inclusão de projectos novos na Programação Anual
v) valores das metas financeiras segundo as
de Investimento pode ser excepcionalmente efectuada por
fontes.
autorização prévia do Chefe do Executivo.
c) informação necessária para a integração dos
projectos do Programa de Investimento Público 10. O encaminhamento, ao Chefe do Executivo, de pro-
no Orçamento Geral do Estado; posta de inclusão de projectos novos na Programação Anual
d) informações que permitam, de forma directa ou do Programa de Investimento Público, deve obedecer ao
através de análise, proceder à fundamentação seguinte:
relativamente às opções de afectação dos recursos
para investimento. a) os projectos novos de valor de investimento global
3. Os projectos de investimento público de carácter inferior a Kz: 1 000 000 000,00 cada, são subme-
empresarial são integrados num capítulo próprio do tidos em conjunto pelo Departamento Ministerial
Programa de Investimento Público, agrupados de acordo com responsável pela programação e gestão do desen-
a sua forma de financiamento. volvimento, com base na proposta da Entidade
de Tutela, com todas as informações requeridas
4. O Programa de Investimento Público pode ser revisto para o tratamento da excepcionalidade;
a cada dois anos, tendo em consideração: b) os projectos novos de valor de investimento global
igual ou acima de Kz: 1 000 000 000,00 cada, são
a) mudanças nas prioridades nacionais, sectoriais e submetidos individualmente pela Entidade de
provinciais; Tutela, com todas as informações requeridas para
b) inadequação ou inviabilidade de projectos ou pro- o tratamento da excepcionalidade;
gramas identificada em estudos adicionais ou c) independentemente do valor, não devem ser
como resultados de avanços científicos e tecno- submetidos à aprovação projectos novos que não
lógicos; estejam previamente integrados na Carteira
c) projectos concluídos; Nacional de Projectos.
d) necessidade de inclusão de projectos novos que
tenham sido integrados na Carteira Nacional de 11. A Proposta da Programação Anual do Programa de
Projectos; Investimento Público deve conter, dentre outras, as seguintes
e) outros factores a critério do Chefe do Executivo; informações:
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 531

a) código dos projectos; b) o Departamento Ministerial responsável pela pro-


b) designação e valor do investimento global dos gramação e gestão do desenvolvimento leva em
projectos; conta a priorização sectorial e provincial e
c) caracterização do projecto em curso ou novo; pondera esse resultado de acordo com os critérios
d) valores das metas financeiras propostas para os nacionais de prioridade, produzindo a hierar-
trimestres do ano e as já executadas; quização final;
e) valores das metas físicas correspondentes às metas c) a partir dos projectos hierarquizados, o Depar-
financeiras propostas e as já executadas; tamento Ministerial responsável pela pro-
f) valores das metas financeiras segundo as fontes de gramação e gestão do desenvolvimento, tendo
financiamento. em conta o Quadro de Despesas de Médio Prazo,
elabora a versão preliminar da Proposta do
Programa de Investimento Público;
12. Os valores das metas financeiras da Programação do
d) a versão preliminar da Proposta do Programa de
Programa de Investimento Público são incorporados
Investimento Público, relativa a cada sector ou
anualmente no Orçamento Geral do Estado.
província, é encaminhada aos Departamentos
Ministeriais e Governos Provinciais, para veri-
13. As informações constantes do Programa de Inves-
ficação, e para permitir entendimentos adicionais
timento Público e da Programação Anual do Programa de com o Departamento Ministerial responsável
Investimento Público são armazenadas em banco de dados pela programação e gestão do desenvolvimento;
do Sistema Informatizado do Programa de Investimento e) concluídos os entendimentos, a Proposta do Pro-
Público, gerido pelo Departamento Ministerial responsável grama de Investimento Público é encaminhada à
pela programação e gestão do desenvolvimento. apreciação e aprovação do Chefe do Executivo.

14. As informações de que trata o número anterior 3. As designações dos projectos do Programa de Inves-
servirão para produzir relatórios de diferentes formatos timento Público aprovado devem ser integralmente mantidas
necessários aos processos de aprovação, acompanhamento e no Orçamento Geral do Estado, para permitir a verificação da
avaliação do Programa de Investimento Público e da Pro- compatibilidade dos dois instrumentos.
gramação Anual do Programa de Investimento Público.
4. Os Projectos, nos quais se verifique a não observância
dos procedimentos estabelecidos neste artigo, não podem
15. O Departamento Ministerial responsável pela pro-
integrar o Orçamento Geral do Estado.
gramação e gestão do desenvolvimento divulgará, em
formato impresso e digital, o Programa de Investimento ARTIGO 23.º
Público e a Programação Anual do Programa de Investimento (Calendário de Elaboração e Aprovação da Programação
Público. Anual do Programa de Investimento Público)

ARTIGO 22.º
1. O calendário da elaboração da Programação Anual do
(Procedimentos para a elaboração e aprovação da Programa de Investimento Público deve estar harmonizado
Proposta do Programa de Investimento Público) com o cronograma de acção dos outros instrumentos
importantes de gestão económica, ao enquadramento
1. Integram a Proposta do Programa de Investimento macroeconómico, em particular com o de preparação com o
Público os projectos que forem seleccionados da Carteira Orçamento Geral do Estado.
Nacional de Projectos, a partir da aplicação da Metodologia
2. Com base nas orientações de política global e nos
de Hierarquização e Selecção de Projectos.
limites das despesas indicadas pelo Departamento Ministerial
responsável pelas finanças públicas, o Departamento
2. Para efeitos do número anterior, o procedimento de Ministerial responsável pela programação e gestão do
aplicação da Metodologia de Hierarquização e Selecção de desenvolvimento elabora e divulga as orientações para a
Projectos é o seguinte: elaboração da Programação Anual do Programa de Investi-
mento Público.
a) os Departamentos Ministeriais e os Governos
Provinciais submetem à Metodologia de Hierar- 3. A elaboração da Proposta da Programação Anual do
quização e Selecção de Projectos, os projectos Programa de Investimento Público faz-se com base nas datas
das respectivas áreas que estejam integrados na e procedimentos a seguir estabelecidos:
Carteira Nacional de Projectos, encaminhando os
resultados dessa análise ao Departamento a) envio, até o dia 30 de Junho de cada ano, pelo
Ministerial responsável pela programação e Departamento Ministerial responsável pela pro-
gestão do desenvolvimento; gramação e gestão do desenvolvimento, aos
532 DIÁRIO DA REPÚBLICA

demais Departamentos Ministeriais e Governos d) proposta da Programação Anual do Programa de


Provinciais, das orientações para a elaboração da Investimento Público;
Proposta da Programação Anual do Programa de e) inclusão de projectos novos na Programação Anual
Investimento Público, em estreita coordenação do Programa de Investimento Público.
com o Ministro responsável pelas finanças
públicas; ARTIGO 25.º
(Departamento Ministerial responsável pelas finanças públicas)
b) envio, até o dia 15 de Julho de cada ano, pelos
Departamentos Ministeriais e Governos Provin-
ciais, ao Departamento Ministerial responsável No processo da Programação do Investimento Público, o
pela programação e gestão do desenvolvimento, Departamento Ministerial responsável pelas finanças
das propostas sectoriais e provinciais da Pro- públicas tem as seguintes competências:
gramação Anual do Programa de Investimento
Público; a) produzir a proposta dos limites de despesa orça-
c) elaboração, até 15 de Agosto de cada ano, pelo mental para o investimento público;
Departamento Ministerial responsável pela pro- b) integrar no Orçamento Geral do Estado a Pro-
gramação e gestão do desenvolvimento, da gramação Anual do Programa de Investimento
Proposta Preliminar da Programação Anual do Público, aprovado pelo Chefe do Executivo;
Programa de Investimento Público, e sua c) acompanhar a execução financeira do Programa de
divulgação junto aos Departamentos Ministeriais Investimento Público.
e Governos Provinciais, para favorecer entendi-
ARTIGO 26.º
mentos adicionais sobre o conteúdo da Pro- (Departamento Ministerial responsável pela programação
gramação; e gestão do desenvolvimento)
d) elaboração, até o dia 30 de Agosto de cada ano, pelo
Departamento Ministerial responsável pela pro- No processo de programação do Investimento Público, o
gramação e gestão do desenvolvimento, da Departamento Ministerial responsável pela programação e
Proposta Preliminar da Programação Anual do gestão do desenvolvimento tem as seguintes competências:
Programa de Investimento Público, e seu encami-
nhamento ao Chefe do Executivo; a) elaborar e divulgar as orientações para elaboração
e) envio, após aprovação pelo Chefe do Executivo, do Programa de Investimento Público, e de suas
pelo Departamento Ministerial responsável pela revisões, e da Proposta da Programação Anual do
programação e gestão do desenvolvimento, ao Programa de Investimento Público;
Departamento Ministerial responsável pelas b) elaborar a proposta final do Programa de Inves-
finanças públicas, da Programação Anual do Pro- timento Público, e suas revisões, e a proposta da
grama de Investimento Público para efeitos de Programação Anual do Programa de Inves-
integração no Orçamento Geral do Estado. timento Público;
c) elaborar e divulgar a Metodologia de Elegibilidade
SECÇÃO IV dos projectos de Investimento Público;
Competências do Chefe do Executivo, dos Departamentos
Ministeriais, dos Governos Provinciais e das Administrações d) elaborar e divulgar a Metodologia de Hierar-
Municipais quização e Selecção dos projectos de Inves-
timento Público;
ARTIGO 24.º
(Chefe do Executivo)
e) produzir estudos e informações que permitam a
compatibilização dos investimentos públicos a
No processo de programação do investimento público, o incluir no Orçamento Geral do Estado e os
Chefe do Executivo tem competência exclusiva para aprovar: objectivos de política económica de médio e
longo prazos;
a) projectos de estudos de valor de investimento
f) compatibilizar o Programa de Investimento Público
global superior a Kz: 45 000 000,00; com as políticas globais e sectoriais da acção do
b) Projectos de investimento público, e a afectação Executivo;
dos recursos correspondentes, de valor global g) manter um Sistema Informatizado de Gestão do
superior a Kz: 1 000 000 000,00; Programa de Investimento Público, que possa
c) Proposta do Programa de Investimento Público, de compartilhar dados com o Sistema Integrado de
natureza plurianual; Gestão Financeira do Estado (SIGFE) e o
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 533

Sistema Nacional de Monitoria do Plano b) realizar, conjuntamente com outros Governos


Nacional; Provinciais, estudos preliminares relativos aos
h) gerir a Carteira Nacional de Projectos de Inves- projectos de investimento público cujos efeitos
timento Público; sociais, interesse económico e realização física
i) definir e actualizar os parâmetros de preços e custos ultrapassem os limites da província;
e de normas técnicas sobre elaboração de estudos c) dar continuidade dos estudos preliminares relativos
técnicos e de engenharia; aos projectos de investimento público referidos
j) definir e manter normalizadas as designações dos nas alíneas anteriores, caso haja viabilidade
projectos e zelar para que os mesmos expressem
técnica;
correctamente a sua natureza;
d) propor a afectação de recursos para conclusão dos
k) definir e manter, em articulação com os demais
projectos de investimento público a que se refere
Departamentos Ministeriais, a indicação dos
as alíneas anteriores deste artigo;
estudos e análises requeridos para a preparação
dos diferentes tipos de projectos; e) declarar a elegibilidade dos projectos de inves-
l) elaborar e divulgar a Metodologia de Avaliação de timento público referidos neste artigo e promover
projectos; a sua inclusão na carteira provincial de projectos;
m) acompanhar, definir metodologias, estratégias de f) realizar a hierarquização e a selecção dos projectos
implementação e de avaliação de projectos estru- da província que estejam integrados na Carteira
turantes. Nacional de Projectos, e propor a inclusão dos
mesmos no Programa de Investimento Público.
ARTIGO 27.º
(Departamentos Ministeriais responsáveis por
sectores de actividades) ARTIGO 29.º
(Administrações Municipais)

No processo de programação do Investimento Público, os No processo de programação do Investimento Público, as


Departamentos Ministeriais responsáveis por sectores de Administrações Municipais têm competências para:
actividade têm competências para:
a) realizar estudos preliminares relativos aos projectos
a) realizar estudos preliminares relativos aos projectos de investimento público do município;
de investimento público dos seus respectivos
b) realizar, conjuntamente com outras Administrações
sectores;
Municipais, e em articulação com os Governos
b) dar continuidade aos estudos preliminares relativos
Provinciais, estudos preliminares relativos aos
aos projectos de investimento público referidos
na alínea anterior, caso haja viabilidade técnica; projectos de investimento público cujos efeitos
c) propor a afectação de recursos para a conclusão dos sociais, interesse económico e realização física
estudos a que se refere as alíneas a) e b) deste ultrapassem os limites do município;
artigo; c) dar continuidade dos estudos preliminares relativos
d) declarar a elegibilidade dos projectos de investi- aos projectos de investimento público referidos
mento público, referidos neste artigo e a sua nas alíneas anteriores, caso haja viabilidade
inclusão na Carteira Sectorial de Projectos; técnica;
e) realizar a hierarquização e a selecção dos projectos d) propor ao Governo Provincial respectivo a afec-
do respectivo sector que estejam integrados na tação de recursos para conclusão dos projectos
Carteira Nacional de Projectos, e propor a inclu- de estudo a que se refere as alíneas anteriores
são dos mesmos no Programa de Investimento deste artigo;
Público;
e) declarar a elegibilidade dos projectos de investi-
f) propor ao Chefe do Executivo a aprovação de
mento público referidos neste artigo, e propor a
projectos de estudos e projectos de investimento
sua inclusão na carteira provincial de projectos;
público, conforme o regime deste diploma.
f) promover a execução de projectos de investimentos
ARTIGO 28.º sobre infra-estruturas locais, e outros, de acordo
(Governos Provinciais) com as normas deste diploma.

No processo de programação do Investimento Público, os ARTIGO 30.º


Governos Provinciais têm competências para: (Participação do Banco Nacional de Angola)

a) realizar estudos preliminares relativos aos projectos No processo de elaboração dos projectos e de pro-
de investimento público da província; gramação e gestão do Programa de Investimento Público
534 DIÁRIO DA REPÚBLICA

deve-se ter em conta os pareceres emitidos pelo Banco 2. A decisão quanto à elegibilidade de projectos inter-
Nacional de Angola, na sua qualidade de Conselheiro do sectoriais ou multissectoriais, e sua inclusão na Carteira
Estado nos domínios monetário, financeiro e cambial. Sectorial de Projectos é da competência de decisão da Enti-
dade de Tutela que concentre a maior parcela do valor global
ARTIGO 31.º do investimento.
(Regime de competências para decisão quanto à realização
de estudos para a preparação de projectos) ARTIGO 33.º
(Regime de competência para decisão quanto
a aprovação de projectos)
1. Estão autorizados a decidir pela realização de estudos
para a preparação de projectos e programas e pela afectação 1. É da competência exclusiva do Chefe do Executivo a
dos recursos necessários: aprovação de projectos com investimento global de valor
igual ou superior Kz: 1 000 000 000,00.
a) Chefe do Executivo, para estudos que tenham custo 2. A instrução dos processos de aprovação de que trata o
superior a Kz: 45 000 000,00; número anterior deve contemplar os seguintes documentos:
b) Departamentos Ministeriais, para estudos da área
de tutela que tenham custo igual ou inferior a a) ficha de caracterização do projecto;
Kz: 45 000 000,00; b) indicação dos estudos realizados;
c) Governos Provinciais, para estudos que tenham c) orçamento de investimentos;
custo igual ou inferior a Kz 30 000 000,00; d) quadro de fontes e usos;
d) Administrações Municipais, para estudos que e) relatório sobre a perspectiva de financiamento
externo;
tenham custo igual ou inferior a Kz 10 000 000,00;
f) certificado de elegibilidade à Carteira Nacional de
Projectos emitido pelo Departamento Ministerial
2. O pedido de autorização para a realização de estudos responsável pela programação e gestão do desen-
deve ser instruído com a Ficha de Identificação de Projectos volvimento;
com a indicação dos estudos que sejam julgados necessários; g) relatório executivo de impacto ambiental e de
acções mitigadoras, se for o caso;
3. A contratação de serviços de elaboração de estudos h) relatório do estudo de viabilidade económico-
deve atender aos dispositivos normativos e legais para a -financeira, se aplicável.
aquisição de bens e serviços pela administração pública.
3. Sem prejuízo dos projectos aprovados pelo Chefe do
ARTIGO 32.º Executivo, todos os demais projectos somente são
(Regime de competências para decisão quanto à elegibilidade de considerados aprovados se estiverem integrados no Programa
projectos e sua inclusão nas Carteiras de Projectos) de Investimento Público e tenham a expressão financeira
anual inscrita no Orçamento Geral do Estado aprovado para
1. A decisão quanto à elegibilidade de projectos e sua o ano de sua execução.
inclusão na Carteira de Projectos, respeitado o disposto no
4. A aprovação do projecto não permite a sua execução,
artigo 15.º, obedecerá ao seguinte:
a qual depende do processo de contratação nos termos deste
diploma.
a) na Carteira Provincial de Projectos, a competência
para decisão é do Governo da Província para ARTIGO 34.º
(Regime de competências para decisão quanto
projectos localizados nos limites geográficos de
à contratação de projectos)
sua província;
b) na Carteira Sectorial de Projectos, a competência 1. A competência para decidir a contratação de projectos
para decisão é dos Departamentos Ministeriais de valor igual ou superior a Kz: 1 000 000 000,00 e a
para projectos do respectivo sector de actividade, correspondente afectação dos recursos é do Chefe do
que estejam fora da competência para decisão Executivo.
dos Governos Provinciais;
2. Os Departamentos Ministeriais, após prévia autori-
c) na Carteira Nacional de Projectos, a competência
zação do Chefe do Executivo, têm competência para decidir
para decisão é do Departamento Ministerial
a contratação de projectos de sua tutela, de valor menor do
responsável pela programação e gestão do
que Kz: 1 000 000 000,00 e que estejam fora da competência
desenvolvimento;
dos Governos Provinciais.
d) a decisão para inclusão na Carteira Nacional de
Projectos, de projectos de valor igual ou superior 3. Os Governos Provinciais, têm competência para
Kz: 1 000 000 000,00, depende da aprovação decidir a contratação de projectos de sua tutela, a serem
prévia do Chefe do Executivo, nos termos do executados nos limites geográficos da província, de valor
regime de competência deste diploma. igual ou inferior a Kz: 500 000 000,00.
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 535

4. A contratação deve atender a todas as condições da planeamento, em articulação com os órgãos competentes dos
aprovação do projecto e respeitar os diplomas legais em vigor Departamentos Ministeriais responsáveis pela construção e
sobre a matéria, nomeadamente o Decreto n.° 7/96 de 16 de programação e gestão do desenvolvimento.
Fevereiro que estabelece o Regime de Despesas Públicas,
Prestação de Serviços e Aquisição de Bens e o Decreto 6. Cabe aos Departamentos Ministeriais o registo e a
n.° 40/05 de 8 de Junho sobre o Regime de Empreitadas de inclusão na base de dados do Sistema Integrado de Gestão
Obras Públicas. Patrimonial do Estado (SIGPE) dos projectos sob seu
controle, nos termos do número anterior.
CAPÍTULO IV
Execução e Controlo do Programa de 7. Tendo em conta os resultados do controlo físico dos
Investimento Público
projectos, observando-se necessidade de realização de obras
ARTIGO 35.º complementares, que não constem dos contratos originais, as
(Execução do Programa de Investimento Público) mesmas podem ser adjudicadas adicionalmente, desde que
atendam a uma das seguintes condições:
1. A execução do Programa de Investimento Público
inicia-se com o ano económico.
a) não serem técnica ou economicamente separadas
2. Na execução do Programa de Investimento Público do contrato principal sem causar sérios incon-
intervêm os seguintes órgãos: venientes à gestão da obra e à sua realização;
b) tratar-se de obras estritamente necessárias à
a) os Departamentos Ministeriais; continuidade e à conclusão das obras em curso.
b) os Governos Provinciais; Para efeitos do número anterior, o montante
c) as Administrações Municipais; acumulado dos contratos adjudicados não deve
d) os Institutos Públicos e Fundos Autónomos; exceder 30% do valor do contrato inicial.
e) as Empresas Públicas e de capitais maioritari-
amente públicos. 2. A avaliação dos efeitos económicos e sociais da
execução do Programa de Investimento Público é da
ARTIGO 36.º
(Controlo da Execução do Programa de Investimento Público) competência do Departamento Ministerial responsável pela
programação e gestão do desenvolvimento, em coordenação
1. O acompanhamento da execução do Programa de com os demais Departamentos Ministeriais, Governos
Investimento Público é da competência do Departamento Provinciais e Administrações Municipais.
Ministerial responsável pela programação e gestão do
desenvolvimento, dos Departamentos Ministeriais e dos ARTIGO 37.º
Governos das Províncias. (Procedimentos para o acompanhamento e controlo
do Programa de Investimento Público)
2. O controlo da execução financeira é da competência
do Departamento Ministerial responsável pelas finanças 1. Para efeitos de acompanhamento da realização física
públicas, em articulação com os órgãos de planeamento e de e da execução financeira do Programa de Investimentos
administração e gestão do orçamento sectoriais e provinciais. Públicos os órgãos envolvidos devem observar os seguintes
procedimentos:
3. Toda a despesa relacionada com o Programa de
Investimento Público deve ser executada em conformidade a) Departamentos Ministeriais e Governos Provinciais:
com os procedimentos orçamentais e de contabilidade
pública definidos na lei. i) enviar ao Departamento Ministerial respon-
sável pelas finanças públicas e ao Departa-
4. As dotações orçamentais, a inscrever na programação mento Ministerial responsável pela programação
financeira trimestral e nos planos de caixa do tesouro, e gestão do desenvolvimento, trimestral-
deverão ser feitas de acordo com os cronogramas financeiros mente, até o dia 10 do mês anterior ao do
dos projectos integrantes do Programa de Investimento trimestre de referência, a respectiva proposta
Público. de programação financeira trimestral;
ii) enviar ao Departamento Ministerial respon-
5. O controlo da realização física dos projectos é da sável pelas finanças públicas e ao Departa-
competência dos Departamentos Ministeriais de Tutela, mento Ministerial responsável pela programação
através dos órgãos técnicos sectoriais e provinciais de e gestão do desenvolvimento, até o dia 30 do
536 DIÁRIO DA REPÚBLICA

mês posterior ao do trimestre de referência, o 2. A delimitação de atribuições e competências, em


relatório preliminar da execução financeira; matéria de investimento público, entre a administração cen-
tral e local do Estado e entre estas e as autarquias locais será
b) cabe ao Departamento Ministerial responsável pelas feita por diploma próprio.
finanças públicas enviar, ao Departamento
Ministerial responsável pela programação e ARTIGO 39.º
gestão do desenvolvimento, mensalmente, até o (Regime jurídico dos órgãos de carácter especial)
dia 30 do mês seguinte ao do mês de referência,
o relatório mensal da execução financeira dos Os órgãos de carácter especial não definidos neste
Projectos de Investimento Público; diploma como intervenientes no processo de investimento,
c) cabe ao Departamento Ministerial responsável pela nos termos do artigo 10.º e cujos projectos não constituem
programação e gestão do desenvolvimento: investimento de carácter militar, tal como definido no arti-
go 6.º ficam sujeitos às disposições deste diploma.
i) enviar, ao Chefe do Executivo, até o dia 30 do
ARTIGO 40.º
segundo mês posterior ao trimestre de
(Actualização de valores em Kwanzas)
referência, o balanço trimestral consolidado
da execução do Programa de Investimento
Os valores dos regimes de competência para decisão, ou
Público;
de qualquer outra referência, para fins de enquadramento de
ii) enviar, ao Chefe do Executivo, até o dia 30 de projectos neste diploma podem ser actualizados, por proposta
Maio do ano seguinte ao ano de referência, o conjunta do Departamento Ministerial responsável pela pro-
balanço anual consolidado da execução do gramação e gestão do desenvolvimento e do Departamento
Programa de Investimento Público. Ministerial responsável pelas finanças públicas.

2. Os relatórios de execução do Programa de Inves- ARTIGO 41.º


timento Público devem destacar o desempenho dos projectos (Anexos)
estruturantes.
Os anexos a seguir indicados são partes integrantes deste
3. Sem prejuízo das formas de controlo estabelecidas por diploma:
lei ou contratualmente, o controlo in-loco da realização física
dos projectos deve ser feito pelo Departamento Ministerial a) Anexo I — Sobre a Identificação do Projecto;
responsável pela programação e gestão do desenvolvimento, b) Anexo II — Ficha de Caracterização de Projecto;
pelo Departamento Ministerial de tutela do sector de c) Anexo III — Metodologia para a Elegibilidade de
actividade em que se desenvolve o projecto e pelos Governos Projectos;
Provinciais. d) Anexo IV — Metodologia de Hierarquização e
Selecção de Projectos.
4. A fiscalização da obra deve ser providenciada obriga-
toriamente pelos Departamentos Ministeriais de Tutela e ARTIGO 42.º
executores da obra, devendo ao seu final ser emitido relatório (Legislação Supletiva)
conclusivo com os indicadores de qualidade.
No que não estiver expressamente regulado no presente
5. A responsabilidade para fiscalização física de projectos diploma é aplicável a legislação sobre:
definida no número anterior não dispensa a realização do
controlo técnico de obras públicas a ser feito pelo Ministério a) organização e funcionamento dos órgãos auxiliares
responsável pela construção. do Presidente da República;
b) elaboração, aprovação e execução do Orçamento
CAPÍTULO V Geral do Estado;
Disposições Finais e Transitórias c) empresas públicas;
d) estruturação e a organização dos institutos públicos;
ARTIGO 38.º
(Regime jurídico da transitoriedade do processo do e) organização, gestão e controlo dos fundos autóno-
Programa do Investimento Público Local) mos;
f) regras para a realização de despesas públicas,
1. Enquanto não forem instituídas as autarquias locais, o prestação de serviços e aquisição de bens;
processo de Programação do Investimento Público a nível g) regime de empreitadas e concessão de obras
local é regulado pelo dispositivo no presente decreto. públicas.
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 537
538 DIÁRIO DA REPÚBLICA
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 539
540 DIÁRIO DA REPÚBLICA
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 541
542 DIÁRIO DA REPÚBLICA
I SÉRIE — N.º 67 — DE 12 DE ABRIL DE 2010 543
544 DIÁRIO DA REPÚBLICA

MINISTÉRIO DO PLANEAMENTO O propósito da adição desses critérios é o de contemplar


também a visão nacional de prioridade dos projectos e de seu
ANEXO IV
impacto sobre os beneficiários. Os critérios são os seguintes:
Metodologia de Hierarquização e Selecção de Projectos

No nível Sectorial e Provincial, será utilizada a Matriz a) adequação aos objectivos nacionais, definidos no
GUT combinada com um critério de aderência à prioridade Plano de Desenvolvimento de Médio e Longo
sectorial ou provincial. A metodologia GUT tem larga Prazo (An);
aplicação no sector público em nível internacional, sendo de b) grau de impacto esperado nos grupos dos benefi-
fácil aplicação e integra o Quadro Metodológico de Planea-
ciários do projecto (Gi).
mento do MINPLAN.

De acordo com essa metodologia, os projectos serão Os projectos serão hierarquizados no nível nacional pela
avaliados com base em uma escala de três pontos, tendo em pontuação total obtida pela seguinte fórmula:
conta os seguintes critérios: PTn= (GUT/A)*An*Gi (Resultado Matriz Priorização
Nacional), sendo:
i) Critérios componentes da Matriz GUT; An = adequação aos objectivos nacionais;
GI = grau de impacto esperado no grupo dos benefi-
1.1. Gravidade da situação objecto do projecto (G);
ciários.
1.2. Urgência da solução do problema (U);
1.3. Tendência de agravamento da situação sem a
imple-mentação do projecto (T). Hierarquizados os projectos, a selecção dos mesmos para
compor a proposta do PIP, no nível Sectorial e Provincial, e
ii) Aderência à prioridade sectorial e provincial depois no nível Nacional, é feita pela escolha dos projectos
(A). segundo a ordem decrescente de pontos obtidos. A selecção
ocorrerá até que o montante total de investimentos iguale os
A matriz básica da metodologia é apresentada no
limites sectoriais, provinciais e nacionais, divulgados.
quadro 1.

Os projectos serão hierarquizados pela pontuação total O quadro 2 apresenta o modelo da Matriz de Hierar-
obtida pelo produto dos valores de cada critério, ou seja: quização e Selecção de Projectos no nível nacional.

PT = (G*U*T)*A (resultado Matriz GUT/A)


Publique-se.

No nível nacional, a Metodologia de Hierarquização e


Selecção adoptará o ordenamento feito no nível sectorial ou Luanda, aos 26 de Março de 2010.
provincial, ponderando-o pela aplicação de dois outros
critérios. O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.

O. E. 205 — 3/67 — 2000 ex. — I. N.-E. P. — 2010

Você também pode gostar