Você está na página 1de 17

Técnico em Segurança no Trabalho

SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

PSICOLOGIA

Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano e animal.

 Ciência: conjunto de conhecimentos sistematizados.


A Psicologia contemporânea criou seus conhecimentos, suas teorias,
através de observação cuidadosa e mensuração de acontecimentos.
 Comportamento: resposta observável de uma pessoa ou animal diante
de uma situação.
 Animal: muitos experimentos para compreender o comportamento
humano foram obtidos através do estudo com animais.

A IMPORTANCIA DA PSICOLOGIA NA FORMAÇÃO DO


TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO:

O Técnico em Segurança do Trabalho, além de promover a saúde e


integridade física do trabalhador, deve avaliar o que pode dar errado na
execução do serviço e implementar programas para a prevenção de acidentes
 e quem realiza o trabalho e comanda os equipamentos, está sob o domínio
de vários fatores: aprendizagem anterior, emoção, percepção, motivação e
outros.

Estamos o tempo todo dando sinais de nosso “estado interior”. São


atitudes que podem interferir positivamente ou negativamente no resultado
final dos serviços prestados.

É a partir da compreensão do comportamento do ser humano que podemos


nos relacionar melhor com ele e, muitas vezes, prever suas respostas a
determinadas situações.

“O ser humano é o mais complexo, o mais variado e o mais inesperado


dentre todos os seres do universo conhecido”.
Relacionar-se com ele, lidar com ele, haver-se com ele é por isso a mais
emocionante das aventuras.
Em nenhuma outra assumimos tanto risco de nos envolver, de nos deixar
seduzir, arrastar, dominar, encantar...”

J. A. Gaiarsa

1
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

RELAÇÃO MENTE-CORPO E A DOENÇA MENTAL

Tanto os médicos como os sofistas afirmam que a medicina não pode ser compreendida se não se
sabe o que é o homem
(Hipócrates)

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS

Na Grécia antiga, a medicina era dominada por concepções mágicas


sobre as influencias dos elementos da natureza agindo sobre os homens, os
doentes mentais eram expulsos dos templos e apedrejados.

Alguns filósofos antes de Sócrates, já começavam a se interessar pelos


temas que séculos depois contribuíram para a estrutura da Psicologia moderna
e da Psicanálise:
 Hieráclito_ foi talvez o primeiro a chamar a atenção para a
importância do indivíduo como tal;
 Protágoras_ disse que “o homem é a medida de todas as coisas”;
 Empédocles_ dava importância para as emoções, definiu o amor
e o ódio como as principais fontes da vida e suas modificações.

Contudo, naquela época a mente era domínio exclusivo da filosofia, e


não da medicina.

Hipócrates foi consagrado o pai da medicina porque dava importância


para o sofrimento humano – ele dizia:
“nada ao acaso; nada a ser visto por alto”

Ele examinava cuidadosamente seu paciente, conversava com ele,


perguntava sobre suas queixas com também conversava com parentes de
pacientes sobre o que sabiam sobre sua doença.
Para Hipócrates o objetivo era a doença _ não parte _ e sim o
todo _ o indivíduo.

Ele considerou o cérebro como parte do pensamento e escreveu que as


doenças mentais tinham causas naturais e não sagradas.

Na Idade Média, com o declínio da cultura, das artes e dos rudimentos


da ciência, as práticas médicas foram profundamente atingidas,
principalmente as doenças mentais.

2
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

 Com o domínio total da igreja, as funções mentais passaram a cargo


dos sacerdotes e os males do corpo para os médicos.

 Era o período da demonologia, toda a perturbação mental era atribuída


ao demônio, fazia-se rituais de exorcismo para curar a doença mental.
Grande número dos torturados e queimados na Idade Média eram
doentes mentais.

O Renascimento trouxe um sopro de liberdade e uma orientação


humanística que apagou a fogueira da inquisição e abriu caminho para os
grandes avanços científicos _ aí temos Galileu, Newton e outros bem como
algumas idéias sobre o homem e as perturbações mentais.

A partir de Pinel, o doente mental começou a ser tratado de maneira


menos cruel.

No Século IX, Freud revolucionou o pensamento as vidas e a imaginação


de uma era pela audácia de suas posições.
“Seria difícil encontrar na história da religião alguém cuja influencia
fosse tão vasta e profunda”

Freud explorou áreas da Psique que eram escondidas pela moral e filosofia
vitoriana e descobriu novas abordagens para o tratamento da doença mental.
Seu trabalho contestou tabus culturais religiosos, sociais e científicos_ ele
influenciou e ainda influencia estudiosos da mente e comportamento humano.

Breve histórico da vida de Freud

 Sigmund Freud nasceu em 06 de maio na Moravia (hoje


Tchecoslováquia), aos 04 anos mudou-se para Viena, era judeu, o
primogênito de uma família pobre de 08 membros e excelente aluno;
 Entrou para a faculdade de medicina em 1873;
 Fez pesquisas independentes sobre histologia e publicou artigos sobre
anatomia e neurologia;
 Aos 26 anos recebeu diploma de médico. Trabalhou primeiro como
cirurgião, depois em clínica geral;
 Fez curso de psiquiatria o que aumentou seu interesse pelas relações
entre os sintomas mentais e distúrbios físicos;
 Fez estudos com cocaína e ficou impressionado com suas propriedades
_ impedir a fome, o cansaço e etc, mas depois interrompeu essas
pesquisas por causa de seu poder viciante;

3
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

 Descobriu que se podia aliviar os sintomas da histeria com hipnose;


 1896 Freud usou pela 1ª vez o termo Psicanálise para descrever seus
sintomas;
 Na América, fez conferencias e passou sua vida desenvolvendo e
divulgando a Psicanálise, deixando assim para nosso tempo:

“ a revelação do mundo que repousa sob nossa consciência”

Aparelho Psíquico

Freud inicia seu pensamento teórico afirmando que “nada ocorre ao acaso”
e muito menos o processo mental, que há uma causa para cada pensamento,
para cada memória revivida, sentimento ou ação e que cada evento mental é
causado pela intenção consciente ou inconsciente.

Consciente:
Inclui tudo que estamos cientes num dado momento

Inconsciente:
 Onde estão os elementos instintivos, que nunca foram conscientes e que
não são acessíveis á consciência;
 Onde está o material que foi excluído da consciência, censurado ou
reprimido _ este material não é esquecido ou perdido, mas não lhe é
permitido ser lembrado;
 Onde estão os principais determinantes da personalidade, as fontes de
energia psíquica e instintos.

Para Freud certas inadequações de nosso funcionamento psíquico e


certas ações que são aparentemente involuntárias demonstram ter
motivo quando submetidas à investigação psicanalítica.

Pré consciente:
 Parte do inconsciente do cérebro, mas parte que pode tornar-se
consciente com facilidade;
 Área que possui lembranças de que a consciência precisa para
desempenhar suas funções.

Instintos:
Forças propulsoras que incitam as pessoas à ação;
“a suprema causa de todas as ações”

4
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

Quando Freud usava o termo instinto ele não se referia ao complexo


padrão de comportamento herdado dos animais, mas seus equivalentes nas
pessoas;
No ser humano, as reações iniciais de busca, podem ser instintivas,
contudo há possibilidades de satisfazer o instinto plena ou parcialmente de
várias maneiras (idéias anteriores , hábitos, opções disponíveis), isso o difere
dos animais que possui capacidade limitada para a satisfação de seus instintos
Instintos básicos: instinto de vida (libido) e de morte.

Estrutura da Personalidade

Os conflitos e acordos psíquicos dos pacientes observados por Freud,


tal como um instinto que se opunha ao outro; proibições sociais bloqueavam
pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações, freqüentemente
chocavam uns com os outros, foi “explicado” por Freud através de três
componentes básicos estruturais da psique: ID – EGO – SUPER EGO.

Id:
 Estrutura da personalidade original, básica e mais central. Contém tudo
que é herdado, que se acha presente no nascimento _ o ego e super ego
se desenvolvem a partir do id;
 Os conteúdos do id são quase todos inconscientes;
 As leis lógicas do pensamento não se aplicam ao Id, impulsos
contraditórios existem lado a lado sem que um anule o outro, o id não
conhece o bem nem o mal, nem a moralidade.
“O Id pode ser comparado a um rei cego cujo poder e autoridade são totais e
cerceadores, mas que depende de outros para distribuir e usar de modo
adequado seu poder”.

Ego:
 Parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade
externa;
 É originalmente criado pelo Id, afim de reduzir a tensão (evitando o
desprazer) e aumentar o prazer controlando e reduzindo os impulsos
do Id;
 Tem a tarefa de proteção do Id, de garantir a saúde, segurança e
sanidade da personalidade.
O Ego controla as exigências dos instintos, decidindo se elas devem ou não
ser satisfeitas, adiando estas satisfações para ocasiões e circunstancias
favoráveis no mundo externo ou suprimindo inteiramente as suas excitações.

5
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

Super Ego:
 Desenvolve-se a partir do Ego e é o depósito dos códigos morais e
modelos de conduta;
O Super Ego atua como juiz ou censor sobre as atividade e pensamentos do
Ego

Relação entre os três subsistemas

A meta fundamental da Psique é manter, e recuperar, quando possível,


um nível aceitável de equilíbrio dinâmico que aumenta o prazer e diminui o
desprazer.

ID busca prazer imediato o EGO tenta satisfazer o ID com soluções


imediatas  o SUPER EGO proíbe ou fixa normas para a atuação do EGO.

Aula : 19/05/09
Assunto: Aparelho Psíquico

Fonte:
Concepção Psicossomática: Visão Atual (Júlio de Melo Filho)
Teorias da Personalidade (James Fadiman/Robert Frager)

6
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

MECANISMOS DE DEFESA

Tipo de processo psíquico cuja finalidade consiste em afastar um


evento gerador de angústia da percepção consciente. O Ego protege toda a
personalidade contra a ameaça, falsificando a natureza desta, e o modo pelo
qual se dão as distorções são denominados mecanismos de defesa:
 São inconscientes;
 É função do ego.
Os mecanismos de defesa surgem a partir de uma situação que gera
ansiedade.

Ansiedade:
É provocada por um aumento esperado ou previsto da tensão ou
desprazer. Pode desenvolver-se em qualquer situação (real ou imaginária),
quando a ameaça parte do corpo ou da psique é muito grande para ser
ignorada, dominada ou descarregada.

Há duas maneiras de reduzir a ansiedade:


1. Enfrentar e resolver o problema;
2. Usar mecanismos de defesa.

Diante de um sinal de perigo o ego é mobilizado e desencadeia uma


série de mecanismos repressores que impedirão o indivíduo da vivência de
fatos dolorosos.
Como o ego situa-se parte no inconsciente, poderá mobilizar
mecanismos inconscientes, que não serão percebidos pelo sujeito.

PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA:

 Repressão:
É o principal mecanismo de defesa, do qual derivam os demais.
É a força que mantém um evento traumático inconsciente.

 Negação:
É a tentativa de não aceitar na realidade um fato que perturba o ego.

 Racionalização:
É o processo de achar motivo aceitável para pensamentos e ações
inaceitáveis. É um modo de aceitar a pressão do Super ego. Disfarça
nossos motivos tornando nossas ações moralmente aceitáveis.

7
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

 Formação reativa:
Substitui comportamentos e sentimentos que são opostos ao
sentimento real. É uma inversão clara e, em geral, inconsciente do
desejo.
 Projeção:
Ato de atribuir a uma outra pessoa, animal ou objeto as qualidades,
sentimentos ou intenções que se originam em si próprio.

 Isolamento:
É um modo de separar as partes da situação provocadora de
ansiedade, do resto da psique. È o ato de dividir a situação, de modo
a restar pouca ou nenhuma reação emocional ligada ao
acontecimento.

 Regressão:
Retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de
expressão mais simples ou mais infantil. È escapar do pensamento
realístico, para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram
a ansiedade.

 Sublimação:
É o processo através do qual a energia originalmente dirigida para
propósitos sexuais ou agressivos é direcionada para novas
finalidades, com freqüência metas artísticas, intelectuais ou
culturais.

RESUMO

As defesas são formas que a psique tem de se proteger da tensão interna ou


externa.
As defesas evitam a realidade (repressão), excluem a realidade (negação),
redefinem a realidade (racionalização) ou invertem-na (formação reativa).
Elas colocam sentimentos internos no mundo externo (projeção), dividem a
realidade (isolamento) ou dela escapam (regressão).

Aula : 26/05/09
Assunto: Mecanismos de Defesa
Fonte:
Teorias da Personalidade (James Fadiman/Robert Frager)

8
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

PERCEPÇÃO

A informação sensorial que usamos para aprender e pensar, vão do


mundo externo para nossas mentes, por dois níveis:
1. Sensação
2. Percepção

Sensação: Matéria bruta com a qual se constrói a experiência _ a altura de


um som, o calor de um café, a picada de um alfinete.
Nossos sentidos captam o mundo exterior e acolhem o estímulo do nosso
meio e do nosso íntimo.

Percepção: Processo de interpretar (dar significado) a sensação.


Perceber é organizar interiormente os elementos levados pelos sentidos.

Na vida diária, estamos sempre interpretando a informação sensorial que


recebemos_ interpretamos uma seqüência de sons como uma melodia.
A percepção converte informação sensorial em objeto_ um som distante
pode ser percebido como uma ambulância que se aproxima.

A APRENDIZAGEM anterior influi muito na percepção, pois a capacidade


de dar nome e função de objeto é aprendida.

Se conhecemos ou não um objeto podemos percebê-lo de forma diferente.

A percepção de objetos é determinada em parte, por tendências inatas de


organização:
 tendência de perceber um objeto no fundo  ex: as palavras estão
numa página_ as palavras aparecem como figura e a página como
fundo;
 tendência de agrupar objetos  por semelhança, por simetria e por
continuidade ;
 tendência de criar fechamento preencher os elementos que estão
faltando

A estabilidade do nosso mundo perceptivo é mantida, em grande parte pela


constância:

 constância de forma  as formas de um objeto conhecido é percebido


como constante sob várias condições de visão _ se não podemos
identificar um objeto, perdemos a constância da forma

9
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

 constância de tamanho  o tamanho da imagem retiniana de um objeto


se torna menor quando o objeto se distancia, apesar disso,
normalmente, percebemos o objeto como possuindo o mesmo tamanho,
porém:
- se conhecemos um objeto, o perceberemos do mesmo tamanho,
independente da distancia em que está;
- se não conhecemos um objeto, só se pode perceber a constância de
tamanho se souber a que distancia está;
 constância de brilho  os objetos parecem constantes em seu grau de
cinza, branco ou negro, independente da quantidade de luz que incide
sobre os mesmos.

Percepção de profundidade: as pessoas podem julgar a relativa distancia


de um objeto e podem vê-los num espaço tridimensional, apesar da retina
em que os objetos lançam sua imagem ser uma superfície bidimensional.

Percepção de movimento: consiste de movimento real ou aparente.

INFLUENCIAS NA PERCEPÇÃO

ATENÇÃO:
A percepção é seletiva_ entre várias coisas que ocorrem a cada momento, as
pessoas prestam atenção a apenas algumas.

PREDISPOSIÇÃO DE PREPARAÇÃO:
Nos dá prontidão para responder a um tipo de estímulos e não a outros_
existem fatores dentro do indivíduo e que fazem com que prestem atenção a
uma coisa e não em outra.

MOTIVAÇÃO:
Nos dá uma tendência a ver o que desejamos ver.
Nossas percepções são influenciadas por nossos motivos e isso pode ser
um meio importante de conservar o preconceito.

“Sentir è, de imediato, comunicação vital com o mundo.”

Aula : 02/06/09
Assunto: Percepção
Textos de Rosane Morgado.

10
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

EMOÇÃO:

“A emoção está na raiz de guerras, assassinatos e todos os tipos de conflitos entre as pessoas.
De outro lado é o sal da vida; a alegria que temos e nossa satisfação na realização de objetivos.”

E emoção é um estado de excitação do corpo, marcado por muitas mudanças


fisiológicas, como também um sentimento, que em parte decorre de um estado de
excitação.

A emoção é algo que a pessoa expressa, com a voz, com o rosto, com o
gesto e pode ser vista como motivos ou objetivos (positivos ou negativos).

Tanto emoção quanto sentimento dependem de um sistema sensorial, que nos


permite percebê-los. Essa percepção vale tanto para as emoções e sentimentos em
nós mesmos, quanto para as emoções nos outros (percebemos a tristeza de uma
pessoa, por exemplo, através de sua expressão facial).

As emoções e os sentimentos nunca são inconscientes e são reconhecidos


pelo nosso sistema cognitivo, ou seja, temos pleno conhecimento deles e podemos
refletir sobre eles.

O estimulo para a emoção ou sentimento pode ser um acontecimento, um


objeto ou uma pessoa. Conseqüentemente, a emoção ou sentimento é projetado,
através do nosso sistema afetivo, sobre esse acontecimento, objeto ou pessoa.

Somente a emoção gera uma resposta dramatizada. A emoção é a


manifestação externa do nosso corpo, ao contrário do sentimento que ocorre em um
plano interno, através da experiência mental e privada.

Essa dramatização acontece de duas formas.

1. Através do nosso sistema autonômico, que gera respostas do nosso


organismo à emoção: quando experimentamos a vergonha, por
exemplo, ficamos vermelhos; quando experimentamos o medo,
trememos ou suamos frio, e quando experimentamos a tristeza,
choramos. Essas respostas do sistema autonômico não são
controláveis.
2. Através do nosso sistema motor: quando estamos com medo ou
levamos susto, nos afastamos; quando estamos alegres, sorrimos.
Essas reações são controláveis.

É por causa dessa dramatização que as pesquisas psicológicas são feitas


sobre emoções e não sobre sentimento.

11
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

MUDANÇAS FISIOLÓGICAS NA EMOÇÃO:

O que ocorre em qualquer tipo de emoção (felicidade, tristeza, desespero,


medo e outros), é que ficamos excitados. A excitação consiste em maior tensão
muscular e se caracteriza principalmente por mudanças no sistema nervoso
autônomo.
A emoção intensa acontece quando estamos em estado de excitação ou
inversamente, quando não estamos excitados mas provavelmente reagimos com
intensa emoção às situações.

Sistema Nervoso Autônomo:

 Como vimos anteriormente, o sistema autonômico gera respostas do nosso


organismo à emoção;
 É composto por alguns centros no cérebro e nervos que saem para várias
partes do corpo;
 Diferencia-se do resto do sistema nervoso por que é ligado ao músculo
cardíaco, às glândulas, (salivares e endócrinas) e músculos lisos (localizados
no estomago, nos intestinos, paredes dos vasos sanguíneos e na íris do olho
que controla o tamanho da pupila);

O Sistema Nervoso Autônomo é dividido em duas partes:

Sistema Simpático Sistema Parassimpático


Sistema para excitação fisiológica. Se opõe ao sistema simpático.
Sistema de “emergência”, Sistema de “conservação”,
Pois tudo que faz é preparar o Pois suas ações geralmente tendem a
indivíduo para as ações exigidas para conservar e formar energia para o
enfrentar emergências; mobiliza corpo.
energia para o esforço extremo exigido
para fugir ou enfrentar uma situação
amedrontadora.

Mensuração de mudanças autônomas: para medir o grau de excitação de uma


pessoa, os estudiosos registram uma ou várias respostas que ocorrem na excitação;
as respostas mais freqüentes usadas como medidas de excitação emocional são a
resposta galvânica da pele, o ritmo cardíaco, a dilatação da pupila do olho.

Perturbações psicossomáticas: perturbação de algum órgão do corpo, provocada,


em parte, por tensão emocional prolongada. A tensão emocional apenas agrava a
tendência para alguma perturbação provocada por outros fatores, como por
exemplo, má alimentação (infecção e outros).

12
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

SITUAÇÕES EMOCIONAIS:

A maioria das emoções são combinações de três tipos básicos: o prazer, o


medo e a raiva.
 Prazer: resposta à satisfação de um motivo, realização de um objetivo;
 Medo: os temores são adquiridos através do condicionamento, pela
observação de outros ou ao ouvir histórias assustadoras.
 Raiva: resposta à frustração de motivos, insultos ou observação de
comportamento agressivo de outra pessoa.
Vimos anteriormente que a excitação é comum a todas as emoções, porém
temos sentimentos diferentes para cada situação, pois interpretamos nossos
sentimentos de acordo com o momento que se vive.

EXPRESSÃO EMOCIONAL

Existem alguns padrões de comportamento que distinguem uma


emoção da outra, porém estudos de expressão emocional indicam fatores
importantes:
1. Não se tem resultado muito preciso apenas com a observação de expressão
emocional (face, voz, postura e gestos). As pessoas não reagem de modo
coerente às mesmas situações.
2. Quanto mais observamos, melhores os palpites que temos a respeito da
emoção que se exprime.
Sabemos que as emoções exprimem o que sentimos, mas devemos ter cuidado
ao identificá-las, pois além de observar sua face, voz, postura e gestos, é
fundamental saber qual a situação que a provoca.

O DESENVOLVIMENTO DAS EMOÇÕES:

A estrutura emocional dos seres humanos não é sempre a mesma durante sua
vida. Há diversas alterações, conforme a pessoa se submete a novas experiências.
Quando nascem, os bebês têm uma estrutura emocional fundamentalmente
simples. Os bebês sorriem, choram, sentem medo, irritação, surpresa, desconforto.
Todas essas emoções instintivas também existem nos adultos, mas estes podem, na
maioria das vezes, controlar sua expressão.
O crescimento (o bebê vira uma criança, depois vira um adolescente e
finalmente um adulto), é um período de aprendizado cognitivo e emocional, no qual
se ganham noções complexas como vergonha, culpa, preocupação, afeto, altruísmo,
dedicação, compaixão e muito mais. A nossa racionalidade tem que participar desse
processo - tem que crescer junto, justificando ou não algumas dessas emoções, nas
várias circunstâncias em que ocorrem. Portanto, embora sejamos seres muito
emocionais, é indispensável que usemos o bom senso para orientar nossa expressão
emocional.
É preciso haver algum tipo de convivência entre razão e emoção.

13
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

RAZÃO X EMOÇÃO

Para ter chance de sobreviver, o Homo Sapiens — assim como praticamente


todos os outros animais — têm reações instintivas que são muito rápidas. Qualquer
coisa que atravesse nosso campo visual rapidamente em direção a nós irá provocar
uma súbita e instintiva reação de piscar os olhos, ou até mesmo com a proteção de
nossa face com as mãos. Essas reações precisam ser muito rápidas, pois, caso
contrário, seríamos presas fáceis dos predadores e perigos naturais que
enfrentávamos em nosso passado distante.
Junto com essas reações, assaltam-nos diversas emoções, provocando uma
tormenta bioquímica em nosso corpo cujo principal objetivo é preparar-nos para
lutar ou fugir.
Contudo, a partir de um certo momento em nossa evolução, com a civilização
reduzindo muitos dos perigos naturais imediatos a que éramos submetidos, foi
tomando força a nossa área racional, mais ponderada e, por isso mesmo, um pouco
mais lenta que a área emocional.

A área racional, em contraste com a emocional, não dispõe de "circuitos prontos".


Aquilo que chamamos de "razão" ou de "raciocínio lógico" ou mesmo de "bom
senso" não é algo que tenha expressão explícita em nossos genes. É, na essência,
um comportamento aprendido.

Nosso primeiro impulso, após um ataque verbal maldoso de nosso oponente


em que este levante a voz, pode ser pular na jugular dele, retribuindo o ataque. Mas
alguns segundos de reflexão podem conceber um contra-ataque argumentativo
muito mais eficaz do que a mera resposta instintiva. É a famosa tática do "contar até
dez".

A razão pode redirecionar e modificar a expressão de certas emoções.


Aquilo que era apenas raiva pode virar agora energia para providenciar uma ação
culturalmente mais aceitável, como responder com determinação, bom senso e
argumentação.

Se para os "homens das cavernas" a reação instintiva era a mais valiosa,


para nós, que estamos em um meio social mais sofisticado, a reação ponderada
tem mais valor.
.

Aula: 23/06/09
Assunto: Emoção
Fonte:
Introdução à Psicologia: Clifford T. Morgan
Textos de Rosane Morgado,

14
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

MOTIVAÇÃO

Motivação é um termo que abrange qualquer comportamento dirigido para


um objetivo.
Nascemos com o impulso de crescimento e desenvolvimento físico,
emocional e intelectual. Com o passar dos anos, nos tornamos seres mais elaborados
e outros fatores nos “empurram” para que executemos as ações que satisfaçam
nossa ânsia de crescimento. Esses fatores se traduzem em vontades de atingir
metas, por exemplo, quando iniciamos o primeiro emprego no qual pretendemos
ganhar dinheiro para realizar muitas coisas.
Nossas vontades geram motivos que nos leva à ação  a MOTIVAÇÃO.
Usualmente a motivação é cíclica. Começa com uma necessidade (motivo),
o que provoca um comportamento instrumental para a realização de um objetivo.

CICLO DA MOTIVAÇÃO

1. Motivo

3. Meta

2. comportamento
instrumental

1. O estado motivador leva a um comportamento;


2. O comportamento leva ao objetivo (meta);
3. E quando o objetivo é atingido o motivo se reduz.

Para a primeira fase do ciclo, geralmente usamos o termo motivo, que


significa movimentar-se, podemos considerar motivo como o motor do
comportamento. Várias palavras se referem a essa parte do ciclo: necessidade,
impulso, desejo, esforço, objetivo, aspiração, fome, sede, amor.
Embora os motivos sejam considerados estados internos, eles são
freqüentemente despertados por estímulos externos – um choque doloroso, por
exemplo, desperta um motivo para afastar-se do choque.

15
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

Através da aprendizagem todos os tipos de problemas do ambiente podem


tornar-se motivadores.

A segunda fase do ciclo de motivação é algum tipo de comportamento


provocado pelo motivo (impulso ou necessidade) – por exemplo, se uma pessoa está
com sede, movimenta-se em busca da água.

A terceira fase do ciclo é a realização do objetivo. Quando a pessoa que está


com sede encontra a água (objetivo), bebe e satisfaz sua sede, o que por esse
período, termina o ciclo de motivação.

Os objetivos na motivação podem ser:


 Positivos: a pessoa se aproxima do objetivo;
 Negativos: evita o objetivo;
 Primário: são inatos, como por exemplos: o alimento, a bebida;
 Aprendidos: o dinheiro, por exemplo, pode tornar-se um objetivo
aprendido quando uma pessoa aprende a associá-lo com o objetivo da fome.

Os motivos que a maioria das pessoas desenvolvem para a aprovação social


também são aprendidos. Quase todas as pessoas também aprendem uma
necessidade de realização para triunfar nas tarefas que empreendem, o que pode
gerar um conflito com certo grau de medo do fracasso.

Os motivos dirigem-se para um mesmo ponto quando um tipo de atividade


satisfaz simultaneamente vários motivos – por exemplo: trabalhar para ganhar
dinheiro e comprar comida para satisfazer a fome; ou comprar os ingressos para ir a
uma festa e satisfazer o motivo de socialização.

Vale destacar também o motivo para competência  todos temos o motivo para
exercer mais completamente nossas capacidades.

HIERARQUIA DAS NECESSIDADES

Abraham Maslow, um dos fundadores da teoria humanista, foi um Psicólogo


que se interessou pelo estudo do crescimento e desenvolvimento pessoal; instituiu
que uma teoria da personalidade precisa e viável deveria incluir não somente as
profundezas, mas também os pontos altos que cada indivíduo é capaz de atingir.

Maslow define a neurose e o desajustamento psicológico como “doenças de


carência”, isto é, são causadas pela privação de certas necessidades básicas. Para
ele, a satisfação das necessidades é a cura para as doenças.

Necessidades básicas fisiológicas:


 Fome, sede, sono;

16
Técnico em Segurança no Trabalho
SAPE

Psicologia do Trabalho Professora: Rosemary de Castro Mendes

Necessidades básicas psicológicas:


 Necessidade de segurança: estabilidade, ordem;
 Necessidade de amor e pertinência: família e amizade
 Necessidade de estima: auto respeito, aprovação;
 Necessidade de auto-atualização: desenvolver seus potenciais e
capacidades.

Auto-
Auto-
Atualização
Atualização

Necessidade de estima
Necessidade de estima

Necessidade de amor e pertinência


Necessidade de amor e pertinência

Necessidades de segurança
Necessidades de segurança

Necessidades fisiológicas
Necessidades fisiológicas

Segundo Maslow, as necessidades básicas fisiológicas devem ser


satisfeitas antes que apareçam aquelas relacionadas posteriormente. “É
inteiramente verdadeiro que o homem vive apenas de pão – quando não há pão.
Mas o que acontece com os desejos do homem quando há muito pão e sua
barriga está cheia? Imediatamente emergem outras (e superiores) necessidades e
são essas, em vez do apetite fisiológico, que dominam seu organismo. E quando
elas, por sua vez, são satisfeitas, novas (e ainda superiores) necessidades
emergem e assim por diante” ( Maslow, 1970).

Fonte: Introdução à Psicologia: Clifford T. Morgan


Teorias da Personalidade (James Fadiman/Robert Frager )

17

Você também pode gostar