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UNIFRAN –Universidade de Franca
Resumo
O artigo busca conhecer o movimento impressionista, focando especialmente na obra do pintor Pierre
August Renoir, assim como entender qual a origem e as técnicas envolvidas em sua produção, em
especial na fase em que pintou as “ As Banhistas”, ou seja, no final de sua vida. A partir da pesquisa
histórico-bibliográfica, foi feito um levantamento em livros, artigos e textos acadêmicos a respeito de
Renoir, verificando que esse pintor tem ao menos três fases. As Banhistas pertence à última fase, a
chamada fase perolada.
Em 1858, aos 17 anos, passou a pintar leques para poder ganhar dinheiro,
após ter trabalhado também em uma fábrica de porcelana. Em 1862, Renoir passou
no exame de admissão na École des Beaux-Arts em Paris e entrou no ateliê de
Charles Gleyre, onde conheceu Claude Monet, Frédéric Bazille e Alfred Sisley,
também discípulos de Gleyre. Gleyre era um pintor acadêmico e professor muito
prestigiado e de bom nome. Uma forte amizade desenvolveu-se entre os quatro
jovens que costumavam pintar ao ar livre na floresta de Fontainebleau.
Seu relacionamento com Gleyre acabou se deteriorando e quando ele se
aposentou em 1864, Renoir deixou a Beaux-Arts. No entanto, ainda que o primeiro
trabalho que Renoir exibiu (Esméralda, datado de 1864) tenha sido um verdadeiro
sucesso, depois da exposição ele o destruiu.
2. Aspectos Conceituais
Pode-se dizer que Renoir teve ao menos três fases. A fase impressionista, a
fase inspirada pelo pintor Ingres (fase ingresca) e a última fase, a fase perolada
(quando foi pintada a tela As Banhistas). Jacqueline Loumaye explicou a respeito de
Renoir:
Queria uma pintura que durasse para sempre, fora do tempo. O movimento
impressionista estava mais preocupado em pintar o instante e a emoção.
Renoir hesita muito tempo entre essas duas tendências. Influenciado pelas
novas técnicas, usa cores mais claras, utiliza a tinta pura como sai do tubo e
que pode ser transportada ao ar livre, trabalha em pequenas pinceladas
umas ao lado das outras, procura captar os efeitos da luz na paisagem. Mas
nunca se afasta da figura humana. Durante muito tempo, se preocupa em
integrar os personagens na natureza, não aceita reduzir o ser humano a
uma silhueta perdida na vibração na luz (LOUMAYE, 1996, P. 6).
Mas é com a arte de pintar retratos que Renoir irá se manter financeiramente
durante sua vida, uma vez que os temas favoritos dos impressionistas eram
rejeitados nos salões (paisagens, cenas do campo) e não encontravam
compradores. O quadro Lise à L´Ombrelle (Lise com a Sombrinha) obteve crítica
positiva. É um retrato de corpo inteiro de sua amante, Lise Trehot, com quem Renoir
teve dois filhos, mas não chegou a assumir as crianças. Ajudou Lise com dinheiro,
mas manteve a relação em segredo, até o fim de seu relacionamento em 1872. Essa
é considerada a fase de juventude de Renoir e fase ainda de aprendizagem.
A fase perolada era um estilo composto, surgido numa fase em que o pintor
entre na velhice e passa a sentir dores reumáticas, posteriormente tornando-se
extremamente dolorosas. Isso ocorreu no final do decênio de 1880. Nessa fase, ele
faz evoluir novamente seu estilo, confrontando o desânimo. Esse período perolado
ao mesmo tempo confronta o impressionismo e o academicismo. Predominam as
cores em meio tom, em particular os rosas, os ocres (variações do castanho) e os
brancos. Nesse período, Renoir renuncia definitivamente aos contornos, utiliza cores
vivas, onde predominam os amarelos, vermelhos e laranjas, que são uma impressão
de luxo e conforto, características de suas últimas obras. Uma das primeiras obras
do período é o quadro de 1892, As Meninas Ao Piano. Esse quadro foi comprado
pelo estado francês e exposto no Museu de Luxemburgo. Sua produção é
considerável. Pintou nus de banhistas, retratos de meninas e mulheres, naturezas-
mortas e cenas mitológicas. Ele mesmo disse a respeito da fase perolada: “Retomei
a velha pintura suave e leve e não pretendo mais abandoná-la. Não é nada de novo,
mas sim a continuação dos quadros do século XVIII...Fragonard, pelo menos”
(RENOIR, apud: LOUMAYE, 1996, P. 38).
3. Contexto Histórico
O contexto histórico em que viveu Renoir foi o final do Segundo Império (por
volta de 1870), período em que alguns jovens artistas começaram a questionar a
arte oficial. Esses jovens artistas são chamados de "intransigentes" ou
"impressionistas", todos da mesma geração, cresceram e envelheceram num
contexto agitado: os acontecimentos de 1848, o golpe de Estado em 1852, o
segundo império, a guerra franco-prussiana. , a Comuna e a Terceira República.
4. Corpo do texto
As Banhistas (1918-19). Óleo sobre tela, 110 × 160 cm, Musée d'Orsay, Paris.
Esta pintura é emblemática da pesquisa de Renoir no final de sua vida. A partir de
1910, o artista retorna a um de seus temas favoritos: nus a céu aberto, aos quais
dedica grandes pinturas. Renoir celebra uma natureza intemporal, da qual qualquer
referência ao mundo contemporâneo é proibida [...] A paisagem do Mediterrâneo
remete à tradição clássica da Itália e da Grécia, quando "a terra era o paraíso dos
deuses" (RENOIR, apud: LOUMAYE, 1996, P. 23). "Isso é o que eu quero pintar",
acrescentou Renoir. Essa visão idílica é marcada pela sensualidade dos modelos,
pela riqueza das cores e pela plenitude das formas. Os Banhistas devem muito aos
nus de Ticiano e Rubens, tão admirados por Renoir. O quadro está no Museu D
´Orsay. O quadro As Banhistas traduz um prazer de pintura que a doença não tirou,
nem os sofrimentos sofridos pelo pintor no final de sua vida (LOUMAYE, 1996, p.
22).
5. Conclusão
O pintor Pierre Auguste Renoir tornou-se famoso por fazer parte do grupo dos
pintores impressionistas, grupo rebelde que marcou época no final do segundo
império francês (1870). Sisley e Renoir foram recusados nos salões de Paris, junto
com outros jovens que buscavam uma nova estética. Os quadros chocavam, uma
vez que rompiam em parte com o realismo. Nessa mesma época, a fotografia surgiu
e impactou a pintura. Os pintores passaram a relativizar a pintura realista, dando os
primeiros passos no caminho da abstração. Renoir e seus contemporâneos
inovaram por pintar com o tubo de pinta, não usar muito o preto e pintar paisagens
rurais, uma vez que, usando o tubo de tinta, os pintores ficaram mais livres para se
movimentar.
5. Referências bibliográficas:
<<
<<http://www.pitoresco.com/001_Renoir.pdf>>. Acesso em 02/03/2019.