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CURSO
ALUNO/A
CIDADE/ESTADO
2020
ALUNO/A
Orientador: Prof.
CIDADE/ESTADO
2020
PRINCIPAIS MÉTODOS PARA CALCULAR OS RISCOS OPERACIONAIS NAS
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS:
Zeca1
RESUMO
Este artigo busca discutir os fundamentos dos principais métodos para calcular os riscos
operacionais em instituições financeiras. Como método, parte-se de uma pesquisa bibliográfica,
na modalidade de uma revisão de literatura narrativa, buscando alicerçar o substrato teórico e
empírico para dar sustentação a discussão proposta neste trabalho. Constata-se que os métodos
são muito variados e que o método adequado depende do contexto do mercado e das
especificidades da organização financeira, suas principais fragilidades, pontos fortes, etc.
ABSTRACT
This article seeks to discuss the fundamentals of the main methods for calculating operational
risks in financial institutions. As a method, it starts from a bibliographic research, in the
modality of a review of narrative literature, seeking to support the theoretical and empirical
substrate to support the discussion proposed in this work. It appears that the methods are very
varied and that the appropriate method depends on the market context and the specifics of the
financial organization, its main weaknesses, strengths, etc.
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1 INTRODUÇÃO
1 METODOLOGIA
sistema bancário internacional. Este documento define o capital mínimo para suportar o risco
de crédito presente nos negócios e a Comissão posteriormente incorporou o risco de mercado
aos requisitos da definição de capital mínimo (TRAPP e CORRAR, 2005).
No entanto, as atividades intermediárias financeiras específicas de bancos têm uma
extensa lista de riscos associados a elas. Por exemplo, risco de taxa de juros, risco de mercado,
risco de crédito, risco extrapatrimonial, risco cambial, risco de liquidez, risco soberano, entre
outros. Além disso, eles estão sujeitos a riscos decorrentes de procedimentos internos
inadequados, como riscos técnicos, humanos, de documentação e fraude. Portanto, o risco
bancário pode ser dividido em dois grandes grupos: risco de intermediação financeira e risco
operacional (TRAPP e CORRAR, 2005).
Nesse sentido, na década de 1990, o sistema financeiro internacional enfrentou uma
onda de desastres financeiros com foco no risco operacional, além dos riscos já mencionados
no 1º Acordo de Capital da Basiléia. Como resultado, o primeiro Acordo de Capital da Basiléia
que foi emitido em 2001 e suas diretrizes deverão ser implementadas até o final de 2006. Entre
as mudanças, o risco operacional necessário para alocar capital a perdas esperadas e inesperadas
devido a eventos relacionados (TRAPP e CORRAR, 2005).
Assim, há uma necessidade internacionalmente reconhecida de criar mecanismos para
prever e combater as possibilidades de riscos operacionais para sobrevivência da empresa e
para auxiliar os órgãos superiores sejam eles internacionais ou nacionais (TRAPP e CORRAR,
2005).
Coimbra (2006) explica que, após as fraudes e escândalos financeiros dos anos 90
chamarem a atenção para o risco operacional das instituições financeiras, ele começou a se
tornar mais relevante para outros tipos de risco. Existe globalização, desregulamentação e
aumento da concorrência. Existem fusões e aquisições, aumentando a complexidade de
produtos e operações. Avanços em tecnologia da informação, comunicações e comércio
eletrônico.
A realidade atual da economia global coloca as empresas em maior risco e não há como
evitar, mas através da introdução e aprimoramento de técnicas de gerenciamento de riscos, é
preciso conhecer os riscos inerentes às suas atividades. Parcerias entre áreas de controle interno
e risco devem ser estabelecidas para permitir a identificação e o gerenciamento de riscos.
Segundo Camilo (2006, p. 56), o gerenciamento de riscos visa avaliar e gerenciar as
incertezas naturais enfrentadas por uma organização como uma maneira de criar valor,
estratégias, processos, pessoas, tecnologia e abordagem sistemática e disciplinada para
coordenar o conhecimento.
No gerenciamento de riscos, é importante identificar objetivos de negócios e
implementar procedimentos de gerenciamento que cumpram esses objetivos. Com base na
identificação dos objetivos de negócios, as atividades relevantes são validadas, as rotinas de
execução são descritas por meio de mapeamentos de processos e os riscos existentes podem ser
verificados e criados para reduzi-los e controlá-los. É necessária uma infraestrutura técnica
apropriada para monitorar e integrar outras funções da agência, como auditoria, controle e
comercialização, tanto para gerenciamento de riscos quanto para controle interno. A estrutura
de gerenciamento de riscos ajuda as organizações a antecipar e planejar mudanças regulatórias,
treinar os funcionários sobre o conhecimento de políticas e procedimentos internos e confiar
em clientes e acionistas.
No caso da resolução número 3.380 de 2006, esta trata da implementação de estruturas
de gerenciamento de risco operacional em instituições financeiras e outras instituições
autorizadas a operar pelo Banco Central do Brasil. A 3380 de 2006 estabelece que a estrutura
deve atender à natureza e complexidade dos produtos, serviços, atividades, processos e sistemas
da instituição.
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4 CÁLCULO E MENSURÇÃO
o evento futuro resultante. Em alguns casos, esses custos são maiores que o tamanho da própria
perda e, dependendo do tamanho da instituição e do valor de sua receita, não é prático fazer o
investimento necessário para medir o risco operacional (PEDOTE, 2002).
Segundo a pesquisa da RMA (2000), a implementação de estruturas de gerenciamento
tende a evoluir em cinco estágios.
Critérios tradicionais: O risco operacional é inerente a todas as atividades de uma
instituição financeira; portanto, o primeiro passo na implementação de sua administração é
considerado a existência de controles internos sob a responsabilidade dos gerentes da linha de
negócios e da área de suporte sobre olhar da Auditoria Interna (PEDOTE, 2002).
Conscientização: chega ao estágio em que o Conselho promove a discussão do risco
operacional como uma categoria separada e nomeia a pessoa responsável por sua estrutura de
gerenciamento. A seguir, o processo de avaliação de risco operacional começa com a definição
de políticas internas e a adoção de ferramentas para identificar a fonte de risco (PEDOTE,
2002).
Supervisão: é o estágio em que as estratégias de gerenciamento de risco operacional são
definidas e a implementação dos métodos de medição e controle começa. O foco atual é
determinar o nível de exposição ao risco operacional e validar a eficácia dos mecanismos de
controle interno. As medidas de exposição ao risco são integradas usando scorecards. Nessa
etapa, as áreas de negócios tendem a reconhecer a relevância dos processos de gerenciamento
e fornecer recursos dedicados para o monitoramento de indicadores de risco (PEDOTE, 2002).
Quantificação: À medida que uma instituição obtém uma melhor compreensão do estado
atual de sua exposição ao risco operacional, pode fazer estimativas de sua exposição futura. Em
seguida, é implementado um método quantitativo que permite uma análise empírica das causas
e fatores atenuantes das perdas operacionais (PEDOTE, 2002).
Integração: Nesta fase, o valor agregado do gerenciamento de riscos operacionais já foi
alcançado, e o foco do Comitê de Riscos Operacionais é integrar vários processos e ferramentas
e compartilhar informações e experiências com outros comitês de gerenciamento sobre gestão
do risco, tais como mercado e crédito (PEDOTE, 2002).
Os bancos medem o risco de crédito e de mercado, de acordo com Keck e Jovic (1999),
porque podem e não apenas porque precisam. Além do novo acordo de Basileia e alocação de
capital, existem razões comerciais sólidas além dos requisitos regulatórios para avaliar o risco
operacional. No cálculo dos projetos de investimento, a realidade da taxa de risco e do retorno
do investimento ainda não é conhecida, a menos que o impacto do risco operacional seja levado
em consideração.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo buscou discutir os métodos para análise de riscos operacionais a partir de
uma discussão teórica embasada na contribuição de diversos autores, a partir de uma sucinta
revisão de literatura narrativa para construção do substrato teórico a ser utilizado auxiliarmente.
A racionalização do mercado, aliado ao aumento da competitividade e da complexidade
das variáveis ambientais e internas as organizações fazem com que o “mundo dos negócios”
tenda a se tornar imprevisível. Dentro desse contexto, as Ciências Contábeis, aliada a uma boa
Administração, junto com outras ciências, desenvolveram métodos avançados para medição e
previsão de riscos operacionais.
Constata-se que existem diversos métodos e que a escolha de um deles para determinada
organização ou Banco depende de análise prévia realizada por profissionais que conheçam não
apenas um método, mas diversos. Isto porque embora haja métodos que possam ser aplicados
a diversas situações e diversas organizações financeiras, as especificidades da empresa e do
mercado precisam ser levadas em consideração na escolha do método mais adequado.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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