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Avanços em Nutrição Mineral de Ruminantes PDF
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Avanços em Nutrição
Mineral de Ruminantes
Suplementando com precisão
2. Suplementação mineral de
bovinos de corte
2.1.1 Consumo
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Capítulo 2
Suplementação mineral de bovinos de corte
O fato de um elemento mineral ser essencial não significa que deva ser suple-
mentado através de misturas minerais, pois a essencialidade apenas estabelece
que o elemento seja indispensável na dieta. O que precisamos saber é se a
dieta, por si só, já fornece as quantidades necessárias. Por isso, é fundamental
a avaliação constante das condições do rebanho e da pastagem. É importante
destacar que programas alimentares que incluem o uso de suplementos pro-
teinados, ou outros tipos de suplementos, normalmente já fornecem todos os
minerais necessários.
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Capítulo 2
Suplementação mineral de bovinos de corte
A relação ferro: zinco também é muito importante, e na dieta ela não deve ser
superior a 2: 1, pois sendo maior pode-se ter prejuízo na absorção de zinco.
Nas tabelas 2.1, 2.2 e 2.3 mostramos resultados de composição mineral de pas-
tagens de áreas onde há predominância de pecuária e podemos observar parte
das considerações já feitas neste capítulo e no capítulo anterior.
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Exigência
Mineral Concentração
NRC (2000)
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Capítulo 2
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Época do Ano
Forrageira
Chuvas Secas
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Capítulo 2
Suplementação mineral de bovinos de corte
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Capítulo 2
Suplementação mineral de bovinos de corte
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Suplementando com precisão
Alguns trabalhos mostram diferenças entre raças e grupos genéticos para exi-
gência de cobre. Pesquisas recentes têm demonstrado que as exigências de
cobre dos taurinos continentais podem ser de 1,5 vezes às exigências de taurinos
britânicos. Estas diferenças parecem estar associadas a maior excreção de cobre
através da bile dos primeiros.
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Capítulo 2
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1) Composição do ganho;
2) Sexo;
3) Grupo genético;
4) Idade;
5) Peso vivo.
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Assim, uma novilha com 250 kg de peso tem exigências para cál-
cio de 30,8 x PCJe = 30,8 x (250 x 0,96) = 7.392 mg/dia, ou
7,392 g/dia; e para fósforo de 23,5 x PCJe = 23,5 x (250 x 0,96) =
5.640 mg/dia, ou 5,64g/dia.
Para o cálcio, as exigências líquidas para ganho são de 7,1 g/100 g de PR, para
lactação são de 1,23 g de Ca/kg de leite produzido e para crescimento fetal são
de 13,7 g de Ca/kg de peso fetal.
Para o fósforo, as exigências líquidas para ganho são de 3,9 g/100 g de PR, para
lactação são de 0,95 g de P/kg de leite produzido e para crescimento fetal são
de 7,6 g de P/kg de peso fetal.
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Capítulo 2
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Tabela 2.4 - Estimativa das exigências para cálcio segundo NRC (2000).
Tabela 2.5 - Estimativa das exigências para fósforo segundo NRC (2000).
Conforme visto nas tabelas 2.4 e 2.5, necessitamos dos valores de proteína reti-
da no ganho (PR), que pode ser estimada através da seguinte formula:
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A energia retida por kg de ganho pode ser obtida multiplicando-se o peso vivo
por 0,012. Assim, na tabela 2.4 acima, para um animal de 400 kg teremos 400
x 0,012 = 4,80 Mcal/dia. Na tabela 2.6 encontramos 4,60 Mcal/dia, valor obtido
pontualmente. Este coeficiente estimará valores maiores para animais mais pe-
sados e valores menores para animais mais leves.
Nas tabelas 2.6 e 2.7 são apresentados valores de PR e ER para animais de dife-
rentes pesos em quatro taxas de ganho, ou seja, 0,50; 0,75; 1,00 e 1,25 kg/dia.
0,50 92 85 79 72 66 60
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Exigências (% na MS)
Vacas
Mineral
Crescimento e
terminação
Início da
Gestação
lactação
Vacas
Mineral
Crescimento e
terminação
Início da
Gestação
lactação
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Capítulo 2
Suplementação mineral de bovinos de corte
Nas próximas três tabelas serão mostrados dados de composição mineral (Ca, P,
Mg e S) de alimentos que comumente participam da dieta de bovinos de corte.
Além disso, são mostradas as exigências destes elementos para animais de dife-
rentes idades (pesos) e taxas de ganho diário.
Exigência
% de Exigência (%MSI)
Alimento (%MSI)
cálcio 0,4 – 0,9 kg GPV/dia
1,3 kg GPV/dia
Milho 0,04
Sorgo 0,05
Aveia 0,06
Farelo de
0,16
algodão
Cana-de-açúcar 0,21
0,31 – 0,51 (200 kg PV) 0,70 (200 kg PV)
Braquiária 0,29
Farelo de soja 0,30 0,25 – 0,36 (300 kg PV) 0,48 (300 kg PV)
Silagem de
0,46
sorgo
Coastcross 0,46
Tanzânia 0,48
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Cana-de-
0,06
açúcar
Braquiária 0,10
Polpa de
0,13
citrus
Coastcross 0,16
Tanzânia 0,18
Sorgo 0,34
Aveia 0,35
Farelo de
0,10
algodão
Farelo de
1,73
arroz
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Suplementando com precisão
% de Exigência % de Exigência
Alimento Alimento
Mg (%MSI) S (%MSI)
Polpa de
Coastcross 0,15 0,08
citrus
Polpa de Silagem de
0,17 0,12
citrus milho
Silagem de
Braquiária 0,20 0,12
sorgo
Silagem de
0,22 Tanzânia 0,13
milho
Cana-de-
0,25 Sorgo 0,14
açúcar
Silagem de Farelo de
0,28 0,20
sorgo arroz
Farelo de
0,32 Aveia 0,21
soja
Farelo de Farelo de
0,35 0,26
algodão algodão
Farelo de Farelo de
0,97 0,48
arroz soja
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Capítulo 2
Suplementação mineral de bovinos de corte
No primeiro caso a ser analisado temos duas situações diferentes para animais
confinados. Foram utilizados os mesmos alimentos para compor as duas dietas,
e a composição percentual e química das mesmas é mostrada na tabela 2.13. A
dieta 1 foi formulada para ganho mais moderado, da ordem de 1,05 kg/dia e a
dieta 2 para ganho de 1,40 kg/dia. Os animais confinados eram cruzados, cas-
trados, com peso vivo inicial de 380 kg, e o consumo estimado das duas dietas
são mostrados na tabela 2.14. Propositalmente, as dietas foram formuladas sem
inclusão de suplementos ou pré-misturas minerais, justamente para avaliar o
que ocorre com o suprimento de minerais. Obviamente que numa atividade com
orientação técnica isto não ocorreria.
Nutrientes
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Dieta1 1 2
Peso
380 kg 380 kg
vivo
NDT
65% 75%
dieta
Com o aumento do ganho, usando uma dieta com mais concentrado e, portanto,
com mais energia, dado aqui pela dieta 2 (tabela 2.13), observamos o seguinte:
1) Apesar da deficiência de cálcio ter ocorrido nas duas dietas, ela foi
maior com maior quantidade de grãos na dieta, o que mostra que
em confinamentos a deficiência de cálcio é muito comum e deve
ser avaliada com mais cuidado que a de fósforo;
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Capítulo 2
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Capítulo 2
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Então teremos:
NDT
50% 61%
pasto
1
Composição da pastagem: 0,30% de Ca; 0,10% de P; 0,10% de Mg; 0,03% de Na;
1,20% de K, 3 ppm de Cu; 200 ppm de Fe; 80 ppm de Mn e 20 ppm de Zn.
2
Composição da pastagem: 0,38% de Ca; 0,14% de P; 0,14% de Mg; 0,03% de Na;
1,40% de K, 3 ppm de Cu; 220 ppm de Fe; 100 ppm de Mn e 20 ppm de Zn.
3
Exigências de Ca, P, Mg, Na e K em %, e de Cu, Fe, Mn e Zn em mg/kg.
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Para a seca, a ingestão será de 45 gramas de suplemento por dia, assim haverá
um consumo de 2 g de P e 5,8 g de Na, atendendo o déficit. Nas águas, ocorrerá
uma ingestão de 55 gramas de suplemento por dia, assim haverá um consumo
de 2,48 g de P e 7,15 g de Na. Neste caso, o suplemento mineral não atende o
déficit de P que é de 3,6 g/dia, e o correto seria usar um produto com 65 g de
P/kg, ou 6,5% de P.
A análise do caso acima nos mostra claramente que o uso corrente do mesmo
suplemento para uma determinada categoria animal não é uma prática tecni-
camente viável, pois poderá corrigir plenamente a deficiência da pastagem em
uma determinada época do ano, e deixar a desejar na época mais importante,
que é a época das águas, período de maiores ganhos.
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Peso
350 kg
vivo
NDT
60%
pasto
Pastagem Pastagem
Mineral Exigência Déficit Déficit SM Fornecido
1 2
Cu 10 4 6 5 5 1500 13
Fe 50 180 240
Mn 20 76 110 500
Zn 30 18 12 22 8 3000 27
Pastagem 1: 0,30%Ca, 0,11%P, 0,11%Mg, 0,03%Na, 1,10%K, 4ppm Cu, 180ppm Fe,
76 ppm Mn e 18 ppm Zn.
Pastagem 2: 0,40%Ca, 0,16%P, 0,13%Mg, 0,04%Na, 1,30%K, 5ppm Cu, 240ppm Fe,
110 ppm Mn e 22 ppm Zn.
Neste caso observamos que ocorreram deficiências nas duas pastagens, mas
esta deficiência é mais acentuada na pastagem 1.
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Nos dois casos devemos subtrair o valor da coluna do déficit de cada pastagem
do valor obtido para fornecido (suplemento). Se o valor for positivo, o suplemen-
to atendeu às exigências, mas se o valor for negativo, não atendeu.
O cálculo é feito assim: (1,93 / 70) x 1000 = 27,6 gramas de fósforo por kg de
produto. Neste caso, para atender a deficiência da pastagem 1, deve-se usar um
produto com 87,6 g de P/kg ou 88 g/kg (8,8%).
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