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Gabriela de Paulo Alexandria - 115024022

gabi.gpa@hotmail.com / gabipalexandria@gmail.com

979190057 / 26051399
COMENTÁRIOS ACERCA DOS TEXTOS

No texto “Corpo-narrativa: considerações a partir de um corpo que dança”, foi

citado que a dança foi um momento, bem pessoal, com o qual a autora se deparou no

trajeto de suas inquietações. Identifiquei-me com esse inquietar, dirigido a uma tarefa

tão pessoal, porque também me instiga uma experiência pessoal não muito distante da

dança – a arte marcial japonesa Aikido –, dentro da qual cabem algumas analogias

interessantes.

Segundo o texto supracitado, se por um lado “o corpo não é apenas um receptor

passivo”, por exemplo, das circunscrições que historicamente o interacionismo

simbólico fez e faz no corpo feminino, por outro “o corpo também é atuante”. Ou seja,

para efeito dessa analogia entre a dança e a arte marcial, o corpo também é digno de

resistência. Conforme citado na carta de intenção, tenho vontade de unir de alguma

forma a Psicologia às artes marciais a fim de ajudar a compor a resistência contra a

cultura de estupro. Nesse sentido, esse texto sugere que um olhar Psi sobre as defesas

pessoais pra mulheres pode ser muito bem vindo, uma vez que “a aquisição de qualquer

habilidade corporal não se apresenta de maneira puramente mecânica”, ou seja, existe

uma série de negociações de afetos incluídos no engendramento de um novo corpo.

Sendo assim, a arte marcial japonesa permitiu-me observar que não se trata

somente de aprender a aplicar chaves de braço e técnicas de desarmamento. É

demandado do corpo tanto quanto da mente, das emoções e do estado de espírito, que

são laboriosamente transformados a cada treino e que fazem uma intersecção incomum

com o circuito dos afetos que percorrem as potências da mente e do corpo femininos,

que podem ser mais ou menos trabalhados ao longo da trajetória.


Gabriela de Paulo Alexandria - 115024022

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Já acerca do texto “Como falar do corpo? A dimensão normativa dos estudos

sobre a ciência”, as abordagens tratadas são sobremaneira atraentes porque contrapõem-

se a tendências fortes historicamente engendradas e engessadas na sociedade. Uma delas

é a abordagem de uma relação de mão dupla com o corpo. “Concentrando-nos no corpo,

somos imediatamente conduzidos àquilo de que o corpo se tornou consciente”. E em

tempos dessa pavorosa negligência implicada pelo Biopoder, o corpo tem tanto a falar!

Ademais, há algumas considerações acerca do modo que o Latour aborda o “fazer”

ciência que merecem um lugar especial nos palcos das práticas Psi: “a questão do corpo

depende da definição do que é ciência”. Falar de corpo sem necessariamente pressupor

patologias, como tradicionalmente se teoriza sobre ele, foi uma ideia revolucionária, que

mostra como a ciência também é atravessada pelas vicissitudes do nosso tecido social.

O que mais gostei nesse texto é que o autor incentiva o papel articulador das disciplinas,

em vez de confrontar as duas concepções científicas hegemônicas sobre corpo. Essa é

uma nova maneira de se fazer ciência e parece muito fértil.

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