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UFCD 3290
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Benilde Fernandes
Crianças com NEE
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O atraso mental ligeiro (QI de 52 a 67) pode ser provocado por fatores do tipo
psicossocial, evidenciando-se ao longo dos primeiros anos de vida, durante os quais é
possível observar dificuldades de índole psicomotora e intelectual (por exemplo, na
locomoção, linguagem ou capacidade de concentração). As crianças afetadas por esta
forma de atraso mental, normalmente, não conseguem atingir um quociente de
inteligência equivalente ao de uma criança de 11 anos, tendo um fraco rendimento
numa escola normal, necessitando por isso de um ensino especializado.
O atraso mental moderado (QI de 36 a 51), normalmente provocado por lesões
no sistema nervoso central, evidencia-se por dificuldades na locomoção, dicção,
capacidade de concentração e compreensão, na aprendizagem e na memória. As
crianças com atraso mental moderado, regra geral, apresentam uma expressão que
demonstra a falta de controlo adequado da musculatura facial, o que leva a criança a
adotar, inúmeras vezes, posições corporais atípicas. Para além disso, como o seu
estado de humor é instável, costumam ser muito inquietas e manifestam tendência
para rir e chorar facilmente. Estas crianças necessitam de uma educação especializada
para aprenderem a comer, a vestirem-se e a limparem-se, alcançando o seu máximo
desenvolvimento intelectual entre os 10 e os 12 anos de idade, apesar de terem um QI
equivalente ao de uma criança entre os 5 e os 8 anos.
O atraso mental grave (QI de 20 a 35) é sempre provocado por alterações
genéticas ou lesões orgânicas e evidencia-se pelo aspeto físico do recém-nascido ou
pelas dificuldades da criança em se manter de cabeça erguida, permanecer sentada e
caminhar nos primeiros meses de vida. É igualmente comum que estas crianças
realizem gestos repetidos com as mãos, dedos ou cabeça ou que permaneçam imóveis
durante longos períodos. Apesar de tudo, a criança com atraso mental conserva a
capacidade de reagir instintivamente perante uma ameaça física e pode aprender, com
o estímulo adequado, a reconhecer o seu nome e o das pessoas que a rodeiam, a
utilizar os talheres, a vestir-se, a limpar-se e a controlar as necessidades fisiológicas.
No entanto, precisa de ser constantemente acompanhada por uma pessoa responsável
e o topo do seu desenvolvimento intelectual, atingido entre os 8 e os 10 anos de idade,
raramente supera o QI médio de uma criança de 5 anos.
O atraso mental profundo (QI inferior a 20), sempre provocado por lesões
neurológicas muito graves, manifesta-se logo após o nascimento, pois o bebé não
reage com normalidade aos estímulos. Estes bebés encontram-se num estado
praticamente vegetativo, necessitam de acompanhamento constante e não chegam a
superar o quociente de inteligência de uma criança de 3 anos de idade.
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O Atraso Global do Desenvolvimento Psicomotor pode ser definido como um
atraso significativo em vários domínios do desenvolvimento, nomeadamente ao nível
da motricidade fina/grosseira, da linguagem, da cognição, das competências pessoais e
sociais, das atividades da vida diária, etc.
Características:
Motricidade grosseira: não rebola, não puxa, não fica de pé, não anda
em linha, …
Motricidade fina: não segura, não junta as mãos, não faz construções,
tem dificuldades de preensão, …
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Linguagem: não palra, não diz palavras, não constrói frases, não
compreende, não fala de um modo inelegível, …
Cognição: não procura, não se interessa por jogos, não categoriza
semelhanças, não sabe o nome próprio ou apelido, não sabe contar, não
sabe as cores ou qualquer letra…
Psicossocial: não ri, não estranha, não se consola nem aceita mimos,
agride sem provocação, não brinca com outras crianças, …
Crianças hiperativas
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Impulsividade (impaciência, dificuldade em aguardar a sua vez,
interrompe com frequência os assuntos dos outros, respondem
precipitadamente antes das perguntas terem sido completadas);
Alteração da sociabilidade (não se manifestam sempre da mesma
forma);
Baixa tolerância (não compreendem nem aceitam atitudes e decisões
com facilidade);
Baixa autoestima (sentem-se diferentes e marginalizados);
Comportamentos desafiadores (testam os limites das pessoas que os
envolvem, provocando situações);
Transtorno psicomotor (incoordenação motora (apraxia));
Distúrbios na fala;
Alterações do processo auditivo.
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O tratamento tem como finalidade melhorar o comportamento dos doentes, e
não a obtenção de melhores notas na escola. Este facto será uma consequência da
evolução positiva desta síndrome, e não uma finalidade.
Os pais têm o direito de serem informados das consequências desse
tratamento, na medida em que a medicação por si só, traz vantagens só a curto prazo,
assim como as consequências do não-tratamento (baixa autoestima, insucesso escolar
e académico, aumento no risco de comportamento antissocial e continuação e
agravamento dos sintomas derivados desta patologia).
Quando as intervenções são realizadas em vários contextos (escola, casa,
sociedade, psicólogos), a eficácia do tratamento sai reforçada.
A criança hiperativa dispersa a atenção da turma devido ao seu
comportamento irrequieto, exigindo assim do professor uma atenção especial.
Relativamente às intervenções na sala de aula, existe um vasto número de
possibilidades:
Deficiência Motora:
Deficiência motora é uma disfunção física ou motora, a qual poderá ser de
caráter congénito ou adquirido. Desta forma, esta disfunção irá afetar a criança, no
que diz respeito à mobilidade, à coordenação motora ou à fala. Este tipo de deficiência
pode decorrer de lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas e ainda de mal
formação.
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Considera-se deficiente motor todo o indivíduo que seja portador de deficiência
motora, de caráter permanente, ao nível dos membros superiores ou inferiores, de
grau igual ou superior a 60% (avaliada pela Tabela Nacional de Incapacidades,
aprovada pelo decreto-lei nº 341/93, 30 de setembro).
Para além disso, para ser titular deste nome, é necessário que essa deficiência
dificulte, comprovadamente, a locomoção na via pública sem auxílio de outrem ou
recurso a meios de compensação, bem como o acesso ou utilização dos transportes
públicos.
É considerado portador de multideficiência profunda todo aquele que tenha
uma deficiência motora de carácter permanente, ao nível dos membros inferiores ou
superiores, de grau igual ou superior a 60%, e contenha, cumulativamente, deficiência
sensorial, intelectual ou visual de carácter permanente, daí resultando um grau de
desvalorização superior a 90% e que, deste modo, esteja comprovadamente de
conduzir veículos automóveis.
São vários os motivos que podemos encontrar na base da deficiência motora,
destacando-se as seguintes:
Acidentes de trânsito;
Acidentes de trabalho;
Erros médicos;
Problemas durante o parto;
Violência;
Desnutrição.
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A incontinência é um dos obstáculos mais desagradáveis, o professor
deverá estar a par do problema e explicar aos outros alunos a situação;
Deverá portanto ter em atenção os horários de evacuação da criança
para que não surjam situações embaraçosas.
Deficiência Mental:
Durante muito tempo havia um fraco conhecimento sobre o que era a
deficiência mental. A pessoa era considerada deficiente mental apenas por ter um
desenvolvimento intelectual abaixo do normal determinado pelos testes do Q.I.
elaborados por Binet.
Na segunda metade do século XX mudou progressivamente a nossa conceção
global sobre estas pessoas e sobre os comportamentos a manter com elas.
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Das conceções médicas – orgânicas [o atraso mental é uma manifestação
patológica e poderia ser curada a partir de tratamentos médicos] passou-se a
conceções psicológicas do tipo psicométrico [utilizando os testes do Q.I.], e, destas
últimas, passou-se recentemente a uma conceção multidimensional [proposta pela
Associação Americana sobre deficiência mental] centrada no funcionamento do
indivíduo inserido no ambiente que o rodeia” (Alonso e Bermejo, 2001).
Segundo Kirk e Gallagher (2002), a definição atual de deficiência mental inclui
dois componentes essenciais: a subnormalidade intelectual e o comportamento
adaptador. A esta definição também se acrescenta o papel do ambiente social onde o
indivíduo se desenvolve. E a Associação Americana para a deficiência mental
acrescenta que o problema se manifesta antes dos dezoito anos de idade.
A Organização Mundial de Saúde atendendo aos níveis de Q.I. propõem cinco
níveis/graus de deficiência mental:
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“Podem adquirir hábitos de autonomia pessoal e social, tendo mais
dificuldades, para os últimos” (Bautista, 1997);
Dificuldade de expressão oral e na compreensão dos convencionalismos
sociais;
Desenvolvimento motor lento;
Possibilidade de adquirir conhecimentos pré-tecnológicos que lhes
permitam desenvolver algum trabalho. Dificilmente chegam a dominar
técnicas instrumentais de leitura, escrita e cálculo;
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desenvolver a três níveis: educabilidade em assuntos académicos a nível primário e
avançado nos graus elementares; educabilidade em adaptação social até ao ponto em
que puder eventualmente progredir independentemente na comunidade; adequação
ocupacional a ponto de se poder sustentar parcial ou totalmente quando adultos.
Durante os primeiros anos de vida este tipo de deficiente mental não é
reconhecido como tal, pois o atraso não é evidente devido às exigências do currículo
do pré-escolar, acabando por ser reconhecido, só quando a criança ingressa no
primeiro ciclo, em que a capacidade de aprendizagem mais rápida é um fator
importante.
A criança deficiente mental treinável é aquela que tem dificuldades em
aprender as habilidades académicas em qualquer nível funcional, em desenvolver a
independência total em idade adulta e em alcançar adequação vocacional suficiente
para a nível adulto sustentar-se sem supervisão ou ajuda. Além disto, é capaz de
aprender habilidades de higiene pessoal e alimentar-se, de se proteger de perigos
comuns no lar, na escola e na vizinhança, e ainda consegue um ajustamento social ao
lar e à vizinhança, ou seja, aprende a partilhar, a respeitar os direitos de propriedade e
cooperar numa unidade familiar e comunitária. A criança deficiente treinável pode ter
uma utilidade económica no lar e na vizinhança, uma vez que pode auxiliar várias
tarefas, trabalhar em ambientes especiais ou mesmo em trabalhos rotineiros sem ser
preciso supervisão. Estes sujeitos são considerados deficientes nos primeiros anos de
vida, pois a deficiência é notada devido a estigmas, desvios físicos ou clínicos da
criança ou por ser tardios na fala e no andar.
No que se refere à deficiência mental grave e profunda, as crianças são
profundamente atrasadas a nível cognitivo, têm deficiências múltiplas (por exemplo,
além de ser uma criança deficiente, a criança pode ter paralisia cerebral ou perda
auditiva) que muitas vezes interferem nos procedimentos de instruções normais, o que
leva a que o desenvolvimento geral da criança fique extremamente restrito. O objetivo
da educação de uma criança deficiente metal grave limita-se ao estabelecimento de
algum nível de adaptação social num ambiente controlado. Para completar esta ideia,
Mª Goretti Ribeiro (1996) aponta como principais causas da deficiência mental
profunda, males de formações genéticas durante a gravidez, levando aos nascimentos
prematuros, sofrendo lesões adicionais que tornam a sua adaptação à vida
extrauterina muito complicada. No momento atual, uma grande parte das crianças
com este problema pertencem ao grupo de prematuros com baixo peso à nascença.
Por outro lado, as causas deste problema podem estar ligados a fatores ambientais,
tais como, as doenças infeciosas graves e mal controladas e os afogamentos que
podem levar traumatismo crânio-encefálicos graves.
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Em síntese, a deficiência mental pode ser definida como uma subnormalidade
intelectual e algumas limitações nas competências adaptativas. Algumas das
manifestações deste problema, em casos mais leves, podem ser visíveis só no período
escolar e nos casos mais graves podem ser evidentes desde os primeiros anos de vida.
Deficiência Visual:
Em Portugal, a designação de Deficiência Visual abrange a totalidade dos
indivíduos, razão porque utilizamos normalmente a designação genérica de DV. A
definição de "Cego", ao contrário do que pode parecer, não é "evidente" nem
universal. Sabe-se que a maior parte (cerca de 80%) dos designados "cegos" têm
alguns restos de visão.
As fronteiras entre a designação de "Cegueira" e os vários níveis de "Deficiência
Visual" são estabelecidas, com mais precisão, com base em números relativos à
acuidade e ao campo visual (estes valores são medidos no melhor dos dois olhos, com
correção e as respetivas definições também variam de país para país).
O Grupo Consultivo do Programa da OMS, em reunião sobre a prevenção da
cegueira, Genebra em 1981, preocupado com a localização, notificação, incidência,
etiologia, prevenção e tratamento da deficiência visual, salienta a importância de uma
definição que, além de satisfazer as necessidades atuais, seja adotada em todo o
mundo. Recomenda também a diferenciação entre cegueira e visão subnormal.
A OMS propõe a seguinte classificação, de acordo com a Escala Optométrica
Decimal de Snellen:
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lacrimejamento, flashes, retração do campo de visão que pode provocar esbarrões e
tropeços em móveis.
Em todos os casos, deve ser realizada avaliação oftalmológica para diagnóstico
do processo e possíveis tratamentos, em carácter de urgência. Obtido através do
exame realizado pelo oftalmologista que pode lançar mão de exames subsidiários. Nos
casos em que a deficiência visual está caracterizada, deve ser realizada avaliação por
oftalmologista especializado em baixa visão, que fará a indicação de auxílios óticos
especiais e orientará a sua adaptação.
Nota: Práticas/Recursos didáticos para alunos com Deficiência Visual
encontram-se no início destes manual.
Deficiência Auditiva:
A deficiência auditiva, trivialmente conhecida como surdez, consiste na perda
parcial ou total da capacidade de ouvir.
É considerado surdo todo o individuo cuja audição não é funcional no dia-a-dia,
e considerado parcialmente surdo todo aquele cuja capacidade de ouvir, ainda que
deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva.
A deficiência auditiva é uma das deficiências contempladas e integradas nas
necessidades educativas especiais (NEE); necessidades pelas quais a Escola tanto
proclama.
Por vezes, as pessoas confundem surdez com deficiência auditiva. Porém, estas
duas noções não devem ser encaradas como sinónimos.
A surdez, sendo de origem congénita, é quando se nasce surdo, isto é, não se
tem a capacidade de ouvir nenhum som. Por consequência, surge uma série de
dificuldades na aquisição da linguagem, bem como no desenvolvimento da
comunicação.
Por sua vez, a deficiência auditiva é um défice adquirido, ou seja, é quando se
nasce com uma audição perfeita e que, devido a lesões ou doenças, a perde. Nestas
situações, na maior parte dos casos, a pessoa já aprendeu a se comunicar oralmente.
Porém, ao adquirir esta deficiência, vai ter de aprender a comunicar de outra forma.
Em certos casos, pode-se recorrer ao uso de aparelhos auditivos ou a intervenções
cirúrgicas (dependendo do grau da deficiência auditiva) a fim de minimizar ou corrigir
o problema.
Tipos de deficiência auditiva
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Deficiência Auditiva Condutiva
Deficiência Auditiva Sensório-Neural
Deficiência Auditiva Mista
Deficiência Auditiva Central / Disfunção Auditiva Central / Surdez
Central
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Esta deficiência ocorre quando há alteração na condução do som até ao órgão
terminal sensorial ou do nervo auditivo. A surdez mista ocorre quando há ambas as
perdas auditivas: condutivas e neurossensoriais.
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fomentar o apoio entre todos os agentes na escola agindo segundo as orientações da
família que por sua vez deve estar orientada pelo médico assistente.
Existem vários tipos de doenças crónicas:
Neurológicos: Epilepsia
Metabólicos: Diabetes
Respiratórios: Asma; Mucoviscidose
Renais
Hematológicos: Hemofilia; Anemia
Cardíacos
Sida
Toxicodependência.
Medo do abandono.
Interpretação da doença como um castigo.
Pobre autoconceito devido à existência de problemas físicos.
Insegurança em relação às suas possibilidades escolares.
Receio das restrições impostas pela doença.
Medo do que as outras crianças possam pensar em relação à sua
doença e aos seus efeitos.
Como agir:
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