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Herlander MATA‐LIMA, PhD
Funchal, 2010
www.uma.pt Universidade da Madeira
NOTA: a informação que se segue é apenas um excerto do documento cuja capa consta da
página anterior.
GENERALIDADES
É necessário, nalguns casos, colocar estruturas que promovam a redução da velocidade e a
dissipação de energia a jusante de estruturas hidráulicas (e.g. aquedutos – passagem hidráulica)
por forma a evitar a erosão e degradação do canal receptor (leito e margens). A dissipação de
energia passa pela criação de mecanismos de absorção do impacto do escoamento e redução da
velocidade para níveis aceitáveis ou seja não erosivos e degradantes para o meio.
Parece pertinente começar por fazer referência ao Ressalto Hidráulico. O ressalto hidráulico é um
fenómeno natural que ocorre quando o escoamento em regime rápido passa ao regime lento, i.e.
corresponde à transição entre o regime rápido e lento. Esta mudança de regime de escoamento é
acompanhada de apreciável turbulência e dissipação de energia. Por esta razão, para certas
U
gamas de número de Froude, Fr = , um simples Ressalto Hidráulico é um excelente
ghm
mecanismo de dissipação de energia que deve ser usado para o controlo de erosão e/ou
degradação do meio receptor.
O número de Froude, Fr, define três tipos de regime do escoamento:
• regime lento (Fr < 1);
• regime crítico (Fr = 1);
• regime rápido (Fr > 1).
A necessidade de instalação de Bacia de Dissipação de Energia bem como o seu tipo/capacidade
está relacionada com o Fr do escoamento e as características do meio receptor do escoamento.
Para Fr = 1 (escoamento em regime crítico) não ocorre Ressalto Hidráulico.
Para 1 < Fr < 1,7 o escoamento de montante está apenas ligeiramente abaixo da altura crítica e a
mudança do regime de rápido para lento corresponde à uma ténue perturbação da superfície do
escoamento.
Situações em que 1,7 ≤ Fr ≤ 2,5 correspondem a fase de “pré‐ressalto hidráulico” com uma taxa
de dissipação de energia muito baixa. Para esta gama de Fr não existe nenhum problema
particular concernente à Bacia de Dissipação de energia (USDOT, 1983). Deve seleccionar‐se
uma Bacia de Dissipação com comprimento adequado devendo dar‐se preferência às de pequeno
comprimento.
Geralmente o Fr do escoamento a saída das passagens hidráulicas situa‐se entre 1,5 e 4,5 (1,5 ≤
Fr ≤ 4,5).
Pelo exposto, considera‐se que o recurso à Bacias de Dissipação só se justifica para situações em
que Fr > 1,9. Devendo optar‐se por bacias de enrocamento em situações de baixos valores de
número de Froude (até um limite de Fr = 2,4).
A Figura 1 ilustra o ressalto hidráulico através do uso do diagrama de energia específica.
O escoamento imediatamente à montante do ressalto possui as características do regime rápido
U 12
com velocidade U1 e altura h1 e energia específica E 1 = h 1 + , sendo o termo de energia
2g
cinética predominante. Como a altura da água do escoamento aumenta ao longo do ressalto a
energia específica diminui. O escoamento abandona o ressalto em regime lento e com
predominância de energia potencial (h).
Figura 1 ‐ Definição do Ressalto Hidráulico (USDOT, 1983)∗.
Legenda: hr – altura do ressalto [m]; E1 – energia específica à entrada do ressalto [m]; E 2 – energia específica à saída do
ressalto [m]; h1, h2 – altura conjugada do ressalto; LR – comprimento do ressalto e os restantes termos já
foram definidos anteriromente.
∗
Para calcular o comprimento do ressalto LR consulte QUINTELA (2005), USDOT (1983) ou use a expressão LR = 6h2 de
acordo com HENDERSON, 1966 ou considere LR = 220 h1 tanh[(Fr1‐1)/22].
CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
ASPECTOS GERAIS
Considera‐se para o efeito de dimensionamento o caudal máximo (e.g. caudal correspondente a
um período de retorno de 100 anos para o caso de Auto‐estradas) e define‐se, com base em
valores tabelados, a máxima velocidade permissível em função do tipo do meio receptor – para
efeitos de verificação. Posto isto, a estrutura deve ser dimensionada de modo a reduzir a
velocidade a um nível permissível com o intuíto de evitar problemas de erosão e degradação do
meio.
A estimação da erosão a jusante de aquedutos é extremamente difícil devido aos complexos
factores que afectam a erosão. De entre os diversos factores destacam‐se os seguintes: o caudal, a
forma do aqueduto, tipo do solo, duração do escoamento, declive do aqueduto, altura do
aqueduto acima da base e altura do nível da água a jusante. Porém, USDOT (1893) apresenta um
método para predição de erosão a jusante de estruturas de descarga de caudais baseado nas
características do solo, dados do escoamento e geometria do aqueduto.
ALGUNS TIPOS DE BACIAS DE DISSIPAÇÃO DE ENERGIA
Podem ser adoptados os seguintes tipos de bacias:
1. Bacia de dissipação por Enrocamento (1,7 < Fr < 2,5);
2. PWD;
3. WES;
4. CONTRA COSTA ‐ para situações de Fr < 3;
5. SAF – para situações de 1,7 ≤ Fr ≤ 17.
6. USBR Tipo II (para 4 < Fr < 14), Tipo III (para 4,5 < Fr < 17) e Tipo IV (para 2,5 < Fr <
4,5). Essas bacias são pouco usadas – geralmente conduzem a um comprimento muito
superior ao da bacia do tipo SAF.
BACIA DE DISSIPAÇÃO POR ENROCAMENTO
É usual optar‐se por uma bacia de dissipação por enrocamento visto que implica baixo custo
económico e fácil instalação. O seu dimensionamento varia de acordo com as condições de
descarga e a capacidade do meio receptor.
Os fracassos associados a este tipo de estruturas está geralmente relacionado com erros de
dimensionamento, tais como:
• comprimento (extensão) insuficiente do enrocamento;
• colocação de enrocamento de dimensão demasiado pequena para a velocidade do
escoamento.
Para precaver esta situação recomenda‐se o seguinte (AASTHO, 1999):
• o enrocamento dever ser colocado até uma distância a jusante que corresponda ao
alcance das condições de estabilidade mesmo que exceda a distância correspondente ao
controlo da velocidade de dimensionamento;
• sempre que a descarga é feita num canal de secções bem definidas, o declive das
margens do canal não deve exceder 1:2 (vertical:horizontal);
A extensão em comprimento do enrocamento (medido a partir do local de descarga do aqueduto
no sentido de jusante) deve ser cerca de 6 vezes superior ao diâmetro do aqueduto (D).
A largura de colocação do enrocamento deve ser 4 vezes superior ao diâmetro do aqueduto (D).
Os dois últimos parágrafos indicam que o enrocamento deve ocupar uma área rectangular e com
as dimensões definidas na Figura 3.
Material
Deve utilizar‐se uma mistura de material rochoso razoavelmente bem calibrado onde
predominem as fracções de maior dimensão. O maior diâmetro não deve ser superior a 1,5 vezes
o diâmetro médio da rocha utilizada. É aconselhável a colocação de um filtro de geotextil {em
alternativa, o filtro pode ser feito de materiais de pequena dimensão (areia) – ver Figura 3} entre
o enrocamento e a terreno subjacente. Deve ter‐se em atenção o facto do enrocamento ter de ser
proveniente de rocha dura (e.g. ígnea), ser angular, resistente à abrasão e bem calibrado.
É razoável estimar o d50 através da equação clássica de ISBASH analisada por RICHARDSON et al.,
1990 e SAMORA, 1993:
0 ,68U 2 (1)
d 50 =
gγs γw
onde:
U – é a velocidade média do escoamento;
g – aceleração da gravidade (9,8 ms‐2);
γw e γs – são respectivamente o peso volúmico da água (9800 Nm‐3) e do material rochoso (e.g.,
26500 Nm‐3).
Considera‐se ainda que a equação desenvolvida para determinar o d50 do enrocamento a ser
colocado a jusante de Bacias de Dissipação do Tipo II (USBR), apresentada na nota técnica de
Repair‐Evaluation‐Maintenance‐Rehabilitation (REMR), pode ser utilizada para estimar o
diâmetro médio, d50 [m], do material a usar em Bacias de Enrocamento:
3
⎡⎛ γ ⎞
0 ,5
⎤2
d 50 = 0 ,40 D ⎢⎜⎜ w
⎟⎟ Fr ⎥ (2)
⎢⎣⎝ γ s − γ w ⎠ ⎥⎦
onde:
D ‐ altura do escoamento que pode considerar‐se, por simplificação, igual ao diâmetro do
aqueduto [m];
γw e γs – são respectivamente o peso volúmico da água (9800 Nm‐3) e do material rochoso de que
é feito o enrocamento (e.g., 26500 Nm‐3);
Fr – número de Froude do escoamento à saída do aqueduto [‐].
U (3)
Fr =
gD
Sugere‐se que após a aplicação das duas equações anteriores, equação (1) e (2) se opte‐se por
aquela que conduzir a maior valor de d50. Na Figura 2 apresenta‐se um diagrama para
determinar o diâmetro do enrocamento (SEARCY, 1967, p. 43).
Figura 2 – Dimensão do enrocamento a ser usado a jusante de dissipadores de energia (USDOT, 1983).
Declive
O declive de colocação do enrocamento deve ser igual ou inferior ao do canal receptor (deve ter
preferencialmente um declive de 0%).
Alinhamento
O enrocamento deve ser rigorosamente alinhado ao longo de toda a sua extensão em área e de
acordo com a morfologia do meio receptor.
O nível superior do enrocamento deve coincidir com o nível do meio receptor ou ser ligeiramente
inferior a este. Não deve nunca ser colocado a um nível superior.
Espessura
A espessura mínima da camada de enrocamento dever ser de 1,5 vezes o máximo diâmetro do
enrocamento utilizado.
Inspecção e manutenção
Este tipo de estrutura dever ser inspeccionada imediatamente após os primeiros intensos
acontecimentos de precipitação para verificar a ocorrência de erosão, deslocamento do material
e deposição de sedimentos.
Operações de manutenção devem ser feitas, sempre que se verifique alguma não conformidade
durante a inspecção, por exemplo para evitar a obstrução dos interstícios existentes entre os
materiais rochosos usados para o enrocamento.
Figura 3 – Bacia de dissipação por enrocamento a jusante do aqueduto (ADOT, 2001).
No caso de bacias de dissipação por enrocamento, CPYRWMA (2000) recomenda que o declive
do leito da bacia não seja superior a 4%.
Figura 4 ‐ Protecção de enrocamento a jusante da passagem hidráulica.
Em situações de declive e velocidade elevados (Fr ≥ 2,5) deve ponderar‐se a adopção doutros
tipos de bacias de dissipação de energia.
Contudo, importa salientar que, quando o dimensionamento da PH segundo um determinado
critério requer a instalação de uma bacia de dissipação de energia, o passo seguinte não deve ser
a escolha do tipo de bacia mas sim a análise de outras possibilidades de dimensionamento (e.g.
alteração do declive, rugosidade, secção da PH, etc.) que possam permitir reduzir o número de
Froude do escoamento (i.e. a velocidade de saída e o risco de erosão).
As bacias de dissipação do tipo SAF e USBR são especialmente adequadas em situações de
elevado desnível entre a descarga da Passagem Hidráulica (PH) e o leito da linha de água
receptora (a jusante).
Além das bacias supracitadas existem outros tipos de bacias (e.g. bacia de dissipação por
ressalto; bacia de dissipação por impacto; bacia de dissipação por poço; splash shield; boxinlet
drop structure, etc.)
BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO PWD
Os critérios de dimensionamento deste tipo de bacia são os seguintes (ver Figura 5):
• 450 mm ≤ D ≤ 1850 mm
• U ≤ 6,264 D , com U = Q/A
onde: D é o diâmetro da secção de entrada da bacia [m], U é a velocidade de aproximação do
escoamento [m/s], Q é o caudal de dimensionamento do aqueduto (passagem hidráulica) [m3/s]
e A é a área da secção transversal [m2].
Figura 5 – Bacia do Tipo PWD (modificada de ARGUE, 1961).
BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO WES
Os critérios de dimensionamento deste tipo de bacia são os que se seguem (ver Figura 6):
a
Q h ⎛L⎞
• ≤ 2 ,90 3 ⎜ ⎟ , com L = 5D (4)
D5 / 2 D⎝D⎠
1/ 3
⎛D⎞
• a = 0 ,4⎜⎜ ⎟⎟ (5)
⎝ h3 ⎠
Procedimento de cálculo:
1. arbrita‐se um h3 ligeiramente superior a altura uniforme (hn) correspondente ao caudal
Q. A altura uniforme é a altura para a qual se obtém um caudal correspondente ao Q de
dimensionamento dado por:
Q = K s ARh
2 / 3 0 ,5
i , com Ks = 1/n (6)
Se se tratar de um canal rectangular largo pode‐se estimar a altura unifome pela seguinte
expressão:
q = Kh 5 / 3 J 0 ,5 (7)
2. determina‐se o parâmetro a através da equação (5);
3. verifica‐se se para o h3 arbritado a condição da equação (4) é satisfeita. Em caso de
‘insastifação’ arbrita‐se um novo h3 e assim sucessivamente.
Figura 6 – Bacia do Tipo WES (modificada de FLETCHER, 1972).
BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO CONTRA COSTA
(conteúdo eliminado intencionalmente)
Figura 7‐ Esquema da Bacia de dissipação do tipo Contra Costa (adptada de USDOT, 1983).
BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO SAF
A bacia de dissipação do tipo SAF ou St. Anthony Falls (BLAISDELL, 1959) é de uso generalizado e
usa o ressalto hidráulico para dissipar a energia. O seu dimensionamento baseia‐se nos modelos
estudados por Soil Conservation Service no Laboratório de Hidráulica de St. Anthony Falls na
Universidade de Minnesota. Este tipo de bacia contém blocos de queda (chute blocks), blocos de
leito (baffle or floor blocks) e uma soleira de jusante (end sill) que permite que o seu comprimento
seja muito mais curto que o das bacias com ressalto hidráulico livre.
O seu uso é recomendado em situações em que 1,7 ≤ Fr ≤ 17, sendo a sua instalação referida na
bibliografia como uma opção económica (e.g., USDOT, 1983).
RICE et al., 1999 realizaram um estudo comparativo entre as bacias do tipo SAF e USBR tipo III
em que concluíram que, para as mesmas condições de dimensionamento, a bacia do tipo SAF
conduz a um comprimento cerca de ½ do comprimento da USBR do tipo III sendo, por
conseguinte, a melhor escolha do ponto de vista económico.
Nota: o procedimento de dimensionamento consta dos apontamentos da aula.
Equações correspondentes aos
números 1 a 6:
(1): WB = largura da secção de
entrada da bacia ( a montante)
(2): n blocos com espaçamento de
0,75h1 ±
(3): 0,40 WB2 ≤ somatório da largura
de blocos ≤ 0.55 WB2
(4): n blocos com espaçamento de
0,75h1WB2/WB±
(5): WB2 = WB+2LB/3z
(6): WB3 = WB+2LBz
Sempre que possível faça SS = 1 e Var = 5
Figura 11a – Definição geométrica da bacia do tipo SAF (BLAISDELL, 1973).
Deve ser colocado a jusante da bacia do tipo SAF enrocamento com uma extensão mínima de 1,50
m; o muro de ala deve ter altura igual à da parede lateral da bacia e largura variável consoante os
taludes do canal natural (U.S. ARMY CORPS OF ENGINEERS, 1984). Uma alternativa à aplicação da
expressão de cálculo do diâmetro de enrocamento a ser colocado a jusante da bacia pode residir
na colocação de enrocamento de diâmetro ≥ 246 mm (RICE et al., 1999).
BACIA DE DISSIPAÇÃO POR QUEDA ABRUPTA
As estruturas de queda são frequentemente usadas para o controlo de escoamento e dissipação.
Alterando o declive do canal de íngreme (steep) para suave (mild), através da colocação de
estruturas de queda ao longo do troço do canal, consegue transformar um declive continuamente
acentuado numa série de declives suaves e quedas vericais. As estruturas de queda vertical
controlam o declive do canal dum modo que impossibilita a ocorrência de velocidades erosivas
(USDOT,1983) e são por isso mais eficazes que as quedas com declives suaves que apenas
convertem as velocidades altamente erosivas em velocidades baixas e não erosivas.
O tipo de estrutura de queda que a seguir se apresenta são, em geral, aplicáveis em situações de
escoamento em regime lento (Fr < 1) a montante bem como a jusante do canal. Por isso, a sua
inclusão neste trabalho resulta apenas do facto de poder ser uma estrutura a ter em conta em
situações de dimensionamento de canais com declives elevados, não sendo importante como
opção para dissipação a jusante de aquedutos (PH).
A bacia de dissipação protege o canal contra a erosão a jusante da queda e dissipa a energia. A
Figura 13 apresenta uma estrutura de queda abrupta com dissipação de energia.
Caracterização de escoamento em estruturas de Queda Abrupta
A geometria do escoamento em estruturas e queda directa, Figura 12, pode ser descrita pelo
drop number:
q2 (16)
Nd =
ghd3
onde: q é o caudal por unidade de largura [m2/s], g é a aceleração da gravidade (9,8 m/s2), e hd é
a altura da queda [m].
As funções são as seguintes:
L1
= 4 ,30 N d0 ,27 (17)
hd
h1
= N d0 ,22 (18)
hd
h2
= 0 ,54 N d0 ,425 (19)
hd
h3
= 1,66 N d0 ,27 (20)
hd
onde:
L1‐ extensão da queda, é a distância entre a parede da queda e a posição de h2;
h1 – nível da água abaixo do nappe (veia líquida);
h2 – altura do escoamento correspondente ao início do ressalto hidráulico;
h3 – nível de água no canal a jusante do ressalto hidráulico.
Figura 12 – Geometria do escoamento numa estrutura de queda abrupta (USDOT, 1983).
Pela comparação do tailwater (nível de água no canal natural, ou artificial, a jusante), TW, com o
h3, pode determinar‐se o tipo de escoamento (USDOT, 1983):
• TW < h3 → o ressalto hidráulico recua para jusante. Nesta situação é necessário optar
por uma estrutura do tipo apresentado na Figura 13.
• TW > h3 → o ressalto hidráulico é submerso;
• TW = h3 → não ocorre escoamento rápido, e a distância L1 é mínima.
A escolha do tipo e dimensão da estrutura depende, para um dado caudal unitário (q), da altura
da queda (hd) e o nível de água a jusante TW (nível da linha de água). Deve‐se, no entanto, ter em
atenção que a colocação de blocos ou soleira a jusante reduz a extensão da bacia e o respectivo
custo económico.
A bacia de dissipação por queda abrupta, Figura 13, foi desenvolvida por Agricultural Research
Servi, St. Anthony Falls Hydraulic Laboratory, Universidade de Minnesota (DONNELLY & BLAISDELL,
1954).
O método de dimensionamento que aqui se apresenta é aplicável a todas as situações
independentemente do nível de água a jusante (tailwater∗). Este método é aplicável a quedas
hd h
relativamente elevadas variando entre = 1,0 e d =15. A estrutura de queda abrupta é
hc hc
eficiente se a altura de queda não ultrapassar 4.6 metros e se existir um nível de tailwater
suficiente.
∗
Tailwater influencia a quantidade de energia dissipada.
Figura 13 – Bacia de dissipação por queda abrupta (WALTER, 1955 in USDOT, 1983).
BACIA DE DISSIPAÇÃO POR POÇO (STILLING WELL)
A bacia de dissipação por poço é de fácil dimensionamento mas o seu uso tem vindo a diminuir‐
se ao longo dos últimos tempos. Na Figura 14 apresentam‐se as equações , os critério e ábacos
de dimensionamento deste tipo de bacia.
Figura 14 – Dimensionamento da Bacia de Dissipação por Poço (TDOT, 2002).
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