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Hugo Chávez
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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17/07/2020 Hugo Chávez – Wikipédia, a enciclopédia livre
Apesar de ser muito criticado pelos grandes veículos de imprensa da Venezuela e do exterior, e de
adotar uma postura desafiante em relação aos Estados Unidos, muitos simpatizaram com sua
ideologia, com as políticas sociais do seu governo e com sua política externa, voltada à integração
latino-americana e às relações sul-sul, mediante incremento de trocas bilaterais e acordos de ajuda
mútua.[17][18]
Índice
Vida pessoal
Atividade política
Golpe de Estado contra Carlos Andrés Pérez
Presidente da Venezuela
Primeiro mandato presidencial (1999-2001)
Reeleição em 2000
Segundo mandato presidencial (2001-2007)
O Golpe de 2002
Greve de 2002 e referendos
Terceiro mandato presidencial (2007-2013)
Economia da Venezuela no governo Chávez
Análise da distribuição de renda 2003 — 2005
Redução da pobreza
Política externa
Morte
Referências
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Bibliografia
Ligações externas
Vida pessoal
Hugo Chávez nasceu em Sabaneta, no estado venezuelano de Barinas. Era o segundo dos seis filhos
de Hugo de los Reyes Chávez e Elena Frías, ambos professores primários. Cresceu em ambiente
modesto.[19] Ainda pequeno, seus pais o confiaram à sua avó paterna, Rosa Inés Chávez.
Frequentou a escola primária no Grupo Escolar Julián Pino, em Sabaneta. O ensino secundário foi
cursado no Liceu Daniel Florencio O'Leary, na cidade de Barinas.
Aos 17 anos, Hugo Chávez ingressou na Academia Militar da Venezuela, graduando-se, no ano de
1975, em Ciências e Artes Militares, ramo de Engenharia. Prosseguiu na carreira militar, atingindo o
posto de tenente-coronel.[20]
Chávez casou-se duas vezes: a primeira com Nancy Colmenares, com quem teve três filhos (Rosa
Virginia, María Gabriela e Hugo Rafael), e a segunda com a jornalista Marisabel Rodríguez, de quem
se separou em 2003 e com quem teve uma filha, Rosinés. Além disso, enquanto era casado com a sua
primeira esposa, Chávez manteve uma relação amorosa durante cerca de dez anos, com a
historiadora Herma Marksman.[20]
Atividade política
No dia 4 de fevereiro de 1992, o então tenente-coronel Hugo Chávez, comandando cerca de 300
efetivos, protagonizou um golpe de Estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez, da Acción
Democrática (1974-1979 e 1989-1993).[6]
Os partidários de Chávez justificaram essa ruptura constitucional como uma reação à crise econômica
venezuelana, marcada por inflação e desemprego decorrentes de medidas econômicas neoliberais
adotadas por Pérez, logo após a sua posse, em face da grave situação econômica por que passava o
país.[6]
Violentas manifestações populares contra o governo vinham ocorrendo ao longo dos anos anteriores.
A maior delas, foi o chamado "Caracazo", que ocorreu no dia 27 de fevereiro de 1989, em Caracas e
que resultou em uma reação militar repressiva dirigida ao protesto. Nesse acontecimento morreram
aproximadamente trezentas pessoas, de acordo com dados oficiais, e mais de mil segundo fontes
extra-oficiais.
Foi uma grande insurreição popular - basicamente dos setores mais pobres da população, vindos dos
cerros e dos ranchos de Caracas, como são conhecidas as favelas na Venezuela[21] - contra as medidas
neoliberais de Pérez. A revolta foi motivada principalmente pelo aumento do preço das passagens de
ônibus.[22] Durante a revolta, ônibus eram apedrejados e queimados em todo o país, e lojas,
supermercados, shopping centers, pequenos comércios, nada escaparia aos saques de uma
turbulência em que já não se podia discernir o que eram trabalhadores em protesto ou simples
miseráveis famintos. Gangues urbanas se juntaram à confusão para promover vandalismo, roubos
e invasões de estabelecimentos".[22] O exército foi chamado a intervir, seguindo-se uma violenta
repressão que resultou na morte de centenas de pessoas.[23][21]
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Embora fracassada, a tentativa de golpe em 1992 acabou por projetar Hugo Chávez no cenário
nacional.[24] Em 1993, o presidente Carlos Andrés Pérez foi afastado do governo, sob a acusação de
corrupção.[21] Chávez, depois de cumprir dois anos de prisão, foi anistiado pelo novo presidente,
Rafael Caldera Rodríguez, e abandonou a vida militar, passando a se dedicar à política. O
agravamento da crise social e o crescente descrédito nas instituições políticas tradicionais o
favoreceram.[25]
Presidente da Venezuela
Reeleição em 2000
Em razão da nova ordem constitucional, foram realizadas novas eleições presidenciais e legislativas
em 30 de julho de 2000, nas quais Chávez reelegeu-se presidente da República e o Polo Patriótico
conquistou a maioria dos assentos na Assembleia Nacional. Novembro de 2000, o parlamento da
Venezuela aprovara a chamada lei habilitante,[29] que concedia poderes extraordinários ao
presidente, permitindo que o Executivo legislasse acerca de determinadas matérias, através de
decretos com força de lei, submetendo-os posteriormente à aprovação do Legislativo. Dentre esses,
incluíam-se os decretos-leis de Terras, acerca da reforma agrária;[30] a nova Lei de Hidrocarbonetos,
sobre o controle público do setor petrolífero[31] e a Lei de Pesca.[32] A lei habilitante foi muito
criticada pela oposição, alegando-se que concedia poderes ditatoriais ao presidente da república.
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No final de fevereiro de 2002, Chávez decidiu demitir os gestores da companhia estatal Petróleos da
Venezuela (PDVSA) e substituí-los por pessoas da sua confiança.[37] Em protesto, e para tentar forçar
a saída do presidente, seus opositores se apoderaram do controle dos poços de petróleo. A PDVSA
controla 95% da produção venezuelana, operando 14.800 poços de petróleo. Metade deles foi
paralisada devido à greve dos trabalhadores da empresa.[38] O descontentamento com a liderança de
Chávez começa a atingir alguns sectores do exército e antigos apoiantes o abandonam, como Luis
Miquilena um dos fundadores do partido. A CTV decide convocar uma nova greve, em solidariedade
com os gestores demitidos da PDVSA.[39] A greve foi convocada para o dia 9 de abril de 2002 e
deveria ter a duração de dois dias, mas acabou por se prolongar.[40][41]
O Golpe de 2002
No dia 12 de abril o general Lucas Rincón, chefe das Forças Armadas, anuncia que Chávez havia
renunciado, tendo o presidente da Fedecámaras, Pedro Carmona, assumido a presidência da
República.[48] Na meia noite de sábado para domingo Hugo Chávez conseguiu enviar uma mensagem
dizendo: "No he renunciado al poder legítimo que el pueblo me dio. Por siempre Hugo Chávez".[49]
protagonizados por
apoiantes do presidente
deposto.
Segundo membros do governo de Chávez, os Estados Unidos apoiaram o golpe de estado e, nos dias
do golpe, os radares do país detectaram a presença de navios e aviões militares americanos em
território venezuelano. Nos meses e principalmente nas semanas anteriores ao golpe, membros do
governo Bush haviam mantido frequentes contatos com líderes golpistas.[55] Todavia o governo
americano negou, por diversas vezes, que estivesse patrocinando, ou sequer apoiando, qualquer
solução não-democrática para a Venezuela: Os Estados Unidos não sabiam que haveria essa
tentativa de derrubar ou de tirar de Hugo Chávez do poder, declarou um alto oficial do governo
americano (Newsday, 11/24/2004).
Em 4 de junho de 2002 a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos aprovou uma
Declaração Sobre a Democracia Na Venezuela, condenando o golpe de 11 de abril.[56]
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A oposição alegou que tinha sido cometida fraude,[62] mas os observadores internacionais presentes
durante o processo (entre os quais se encontravam o antigo primeiro-ministro português António
Guterres e Jimmy Carter) consideraram que o referendo ocorreu dentro da normalidade e
legalidade.[62] A vitória de Chávez foi reconhecida como legítima, com algum atraso, pelos Estados
Unidos.[62]
Em 28 de dezembro de 2006, Chávez anunciou em uma cerimônia militar que não renovaria a
concessão de funcionamento do canal Radio Caracas Televisión (RCTV), de tendência claramente
opositora. Em 27 de maio de 2007, a emissora, a mais antiga e assistida da Venezuela, deixou de
transmitir, sendo substituída pela estatal Televisora Venezolana Social (TVes).
"Parabenizo os meus adversários por esta vitória. Com o coração digo a vocês que por
horas estive em um dilema. Saí do dilema e já estou tranquilo, espero que o
venezuelanos também".
"Deste momento em diante, vamos manter a calma" (…) "Não há ditadura aqui (…)"
A Fedecámaras condenou aqueles que estavam propalando boatos de que Hugo Chávez tentaria
impor ao país as reformas, derrotadas no plebiscito: "Si alguien dijo que hay que oír al pueblo fue el
presidente y sabemos que el honrará sus palabras"[72]
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Em 2009, o país entrou numa profunda crise. O presidente chegou a propor que os venezuelanos
tomassem menos banho para economizar água e energia.[74] Não obstante, procedeu à nacionalização
de todos os bancos que se recusassem a oferecer mais crédito aos correntistas.[75]
O petróleo é a maior riqueza da Venezuela, e responde por 90% de suas exportações, 50% de sua
arrecadação federal em impostos, e 30% do seu PIB. Os maiores importadores de petróleo
venezuelano foram, em 2006, Bermuda 49.5% (paraíso fiscal, presumíveis re-exportações.), Estados Unidos
23.6%, e Antilhas Holandesas 6,9% (paraíso fiscal, presumíveis re-exportações.).[66]
O PIB por habitante passou de 4.100 dólares em 1999 para 10.810 dólares em 2011.[76]
De acordo com o estudo Perfil sócio-demográfico apresentado pelo Instituto Datos, numa
conferência realizada na Câmara de Comércio Venezuela-Estados Unidos, o grupo "E", que
corresponde a 15,1 milhões de venezuelanos da população mais pobre, com renda de até US$ 200 por
domicílio, teve sua renda aumentada em 53% entre 2003 e 2004 (33% descontada a inflação).
Segundo o mesmo instituto, em 2005 a renda do estrato "E" da população venezuelana (58% da
população da Venezuela) continuou aumentando mais rapidamente que a dos estratos de renda mais
alta. A renda da classe "E cresceu mais 32% em termos nominais (cerca de 16% em termos reais) de
2004 para 2005, enquanto que a da classe "D" cresceu 8%, e a da classe "C" cresceu 15% (valores
nominais).
Entretanto, o segmento "D" (23% da população venezuelana) viu seu padrão de vida declinar entre
2003 e 2005, não tendo sua renda conseguido sequer acompanhar a inflação. O grupo "D" é
composto pelos assalariados dos menores salários, um grupo que, por um lado, não é pobre o
bastante para ser incluído nos programas sociais do governo e, por outro lado, não teve força
suficiente para reivindicar melhores salários de seus empregadores. O segmento "C" (15% da
população), que representa a classe média baixa, mal conseguiu manter seu poder aquisitivo no
período.
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Redução da pobreza
A taxa de mortalidade infantil passou de 26,5 a cada mil, em 1998, para 17 a cada mil em 2006.[77]
Apesar da redução da pobreza, os índices de violência são elevados na Venezuela. No final de 2012, o
Observatorio Venezolano de Violencia informou que 21.692 pessoas tiveram morte violenta (73
mortes para cada 100.000 habitantes).[78]
Política externa
Chávez buscou alianças com governos de esquerda da América
Latina, culminando na formação da ALBA. Entre seus principais
apoiadores na região na época, podiam-se citar:-se os presidentes
da Bolívia (Evo Morales), do Equador (Rafael Correa) e do Brasil
(Luiz Inácio Lula da Silva). Chávez também defendeu numerosas
vezes o governo do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad,
além de ter se aproximado da Rússia e Bielorrússia.
Em 2005 e 2006, Chávez foi incluído, pela revista Time, entre as 100 pessoas mais influentes do
mundo.[87][88]
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