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Estudo do Novo Diretório papa a catequese

APRESENTAÇÃO

Este texto não representa só o percurso feito a partir da renovação do Concílio


Ecuménico Vaticano II, pois constitui também a síntese do contributo de numerosos Bispos do mundo
reunidos no Sínodo de 1977.

Este Diretório para a Catequese posicionasse numa dinâmica de continuidade com os dois que o
precederam. A 18 de março de 1971, São Paulo VI aprovava o Diretório Catequético Geral, redigido
pela Congregação para o Clero.

No trigésimo aniversário do Concílio, a 11 de outubro de 1992, São João Paulo II publicava o Catecismo da
Igreja Católica. Segundo as suas palavras, «este Catecismo não se destina a substituir os Catecismos locais
[…]. Destinasse a encorajar e ajudar a redação de novos catecismos locais, que tenham em conta as diversas
situações e culturas»4. Por conseguinte, a 15 de agosto de 1997, vinha à luz o Diretório Geral para a
Catequese.

A breve panorâmica histórica mostra que cada Diretório foi redigido no seguimento de alguns documentos
importantes do Magistério. O primeiro teve como referência o ensinamento conciliar; o segundo, o
Catecismo da Igreja Católica; e o nosso, o Sínodo sobre A nova evangelização para a transmissão da fé
cristã, juntamente com a Exortação apostólica do Papa Francisco Evangelii gaudium.

Não se deve pensar que, na catequese, o querigma é deixado de lado em favor duma formação supostamente
mais «sólida».

É o anúncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo o coração humano. (EG 164a165)

Por um acaso totalmente fortuito, a aprovação deste Diretório aconteceu na memória litúrgica de São
Turíbio de Mogrovejo (1538a1606). Um santo que talvez não seja muito conhecido, mas que, no entanto,
deu um forte impulso à evangelização e à catequese.
Fazendo eco a Tertuliano, gostava de repetir: «Cristo é verdade, não costume». Reiterava-o sobretudo em
relação aos conquistadores que oprimiam os índios em nome de uma superioridade cultural e aos sacerdotes
que não tinham coragem de defender a sorte dos mais pobres.

A santidade é a palavra decisiva que se pode pronunciar ao apresentar um novo Diretório para a Catequese.
Ela constitui-se como portadora de um programa de vida que os catequistas também são chamados a seguir
com constância e fidelidade.

2 -A catequese querigmática
-A catequese como iniciação mistagógica

3 -Catequese que se esforça para que cada pessoa amadureça a sua resposta de fé original comunhão íntima
com Cristo.

4 -Reitera-se a firme confiança no Espírito Santo


-fé nasce do amor que deseja conhecer cada vez mais o Senhor Jesus que vive na Igreja
-papel da comunidade cristã
-superação de todas as contraposições entre conteúdo e método,
entre fé e vida.

5 -nova etapa da evangelização


- caminho a seguir: a centralidade do crente e da sua experiência de vida, o papel relevante das relações e
dos afetos, o interesse por aquilo que oferece significados verdadeiros, a redescoberta daquilo que é belo e
que eleva a alma.

7 -A Revelação de Deus e a sua transmissão na Igreja abrem a reflexão sobre a dinâmica da evangelização
no mundo contemporâneo, recuperando o desafio da conversão missionária

PRIMEIRA PARTE
A catequese
na missão evangelizadora da Igreja

CAPÍTULO I
A Revelação e a sua transmissão

JESUS CRISTO, REVELADOR E REVELAÇÃO DO PAI

A Revelação do desígnio providencial de Deus

11 - A Igreja existe pra comunicar Deus

12 - Deus se manifesta em seu Filho


- A Revelação é iniciativa do amor de Deus e está orientada
para a comunhão
13 - Deus revelou o seu amor e do íntimo do desígnio divino surge a novidade do anúncio cristão
14 - a oferta da salvação a todos os homens, através do mistério pascal de Jesus Cristo
- o chamamento definitivo a reunir na Igreja a humanidade dispersa, realizando a comunhão
com Deus e a união fraterna entre os homens

Jesus anuncia o Evangelho da salvação

15 - No início do seu ministério, Jesus anuncia o advento do Reino de Deus


- o Reino de Deus é destinado a todos os homens (DGC 163) a começar pelos mais pobres e pecadores
- Ele revela-nos que “Deus é amor”(1Jo 4,8) e ensina-nos ao mesmo tempo que a lei fundamental da
perfeição humana e, portanto, da transformação do mundo é o novo mandamento do amor» (GS 38).
- Entrar em comunhão com Ele e segui-lo confere plenitude e verdade à vida humana.

16 - A evangelização é, portanto, uma realidade «rica, complexa e dinâmica» e, conforme se desenvolve,


incorpora diversas possibilidades: testemunho e anúncio, palavra e sacramento, mudança interior e
transformação social.

A FÉ EM JESUS CRISTO: A RESPOSTA A DEUS QUE SE REVELA

17 - A Palavra de Deus manifesta a natureza relacional de cada um e a sua vocação filial para se configurar a
Cristo
- o crente «encontra o que sempre procurou e encontra-o em abundância

18 - o crer comporta uma dupla adesão: «à pessoa e à verdade

19 - a fé e a razão são complementares entre si: se a razão não permite que a fé caia no fideísmo ou no
fundamentalismo, «somente a fé permite entrar dentro do mistério, proporcionando a sua compreensão
coerente» (Fides et ratio, 43).

20 - Aceitando o dom da fé, o crente «é transformado numa nova criatura, recebe um novo ser, um ser filial,
Torna-se filho no Filho» (Lumen fidei, 19).

21- A fé é certamente um ato pessoal e, todavia, não é uma escolha individual e privada; tem um carácter
relacional e comunitário.
A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO NA FÉ DA IGREJA

23 - O próprio Espírito, a partir do coração da humanidade, semeia a semente da Palavra; suscita desejo e
obras de bem; prepara o acolhimento do Evangelho e concede a fé

24 - os apóstolos transmitiram tudo o que tinham recebido e, «para que o Evangelho permanecesse sempre
íntegro e vivo na Igreja, deixaram os Bispos como seus sucessores

25 - A transmissão do Evangelho segundo o mandato do Senhor foi realizada de dois modos: «mediante
a transmissão viva da Palavra de Deus (chamada também simplesmente a Tradição) e através da Sagrada
Escritura que é o próprio anúncio da salvação transmitido por escrito»

26 - A Tradição não é, primeiramente, um conjunto de doutrinas, mas uma vida de fé que se renova em
cada dia. Ela progride
- o Magistério desempenha o ministério de conservar a integridade da Revelação, Palavra de Deus contida
na Tradição e na Sagrada Escritura, e a sua contínua transmissão.

27 - A Igreja vive na certeza de que o seu Senhor,


tendo falado outrora, não cessa de comunicar hoje a sua Palavra na Tradição viva da Igreja e na
Sagrada Escritura.

Revelação e evangelização

28 - A Igreja, sacramento universal de salvação


- o mandato de evangelizar todos os homens constitui a sua missão essencial.
- «a Igreja começa por se evangelizar a si mesma

29 - Evangelizar não é, primeiramente, transmitir uma doutrina. É antes tornar Jesus presente e
Anunciá-lo.

30 - A evangelização tem como finalidade última a realização plena da vida humana.


- Ocidente cristão utilizou a categoria de salvação, ao passo que o Oriente cristão preferiu falar de
divinização.

O processo da evangelização

31 - mediante a educação permanente da fé, a celebração dos sacramentos e o exercício da caridade,


alimenta nos fiéis o dom da comunhão e suscita a missão

32 - A evangelização compreende várias etapas e momentos, que podem repetir-se

33 - A ação missionária é o primeiro momento da evangelização.


- O testemunho engloba a abertura do coração, a capacidade de diálogo e de relações de reciprocidade, a
disponibilidade para reconhecer os sinais de bem e de presença de Deus nas pessoas que se encontram.
- tocar o coração dos homens: à procura de Deus, não crentes, indiferentes, membros de outras religiões,
pessoas que têm um conhecimento superficial ou distorcido da fé cristã, cristãos com uma fé enfraquecida
ou que se afastaram da Igreja.
- O tempo de procura e de amadurecimento é necessário para poder transformar o primeiro interesse pelo
Evangelho numa escolha consciente.

34. A ação catequético`iniciática está ao serviço da profissão de fé.

35 - A ação pastoral nutre a fé dos batizados e ajuda-os no processo permanente de conversão da vida
Cristã (tempo da mistagogia no itinerário catecumenal).
37 - a homilia e a pregação
- a leitura orante
- a piedade popular
- o ensino da religião nas escolas
- estudos e encontros que colocam em relação a Palavra de Deus e a cultura contemporânea, também num
confronto inter-religioso e intercultural

A EVANGELIZAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Uma nova etapa evangelizadora

38 - A Igreja encontra-se diante de uma «nova etapa evangelizadora» (EN 17)


- Ainda assim, o Espírito Santo continua a suscitar nos homens a sede de Deus e, na Igreja, um novo fervor,
novos métodos e novas expressões para o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo.

40 - De modo particular, a espiritualidade da nova evangelização concretiza-se hoje numa conversão


pastoral, por meio da qual a Igreja é chamada a realizar-se em saída
- reforma das estruturas e das dinâmicas eclesiais, de modo que todas elas se tornem mais missionárias
- cada discípulo é um sujeito ativo desta missão eclesial

41 - Três âmbitos:
- o âmbito da pastoral ordinária
- o âmbito das pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigências do Batismo
- âmbito «daqueles que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre o rejeitaram.

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