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CENTRO DE LE TR A S E ARTES
TAROCK N’ ROLL
Rodolfo Gomes
2018.2
RIO DE JANEIRO
SUMÁRIO
CapItulo 2 Tarot à jouer e tarot divinatoire �������������������� 18 Capitulo 6 Simbologia do tarô���������������������������������������� 46
Um bom fã de rock não é fascinado apenas por seus solos de guitarra e seus
riffs poderosos, mas também por sua história, origens e influências.
Bandas que se tornaram ‘lendas’ com letras que iam muito além do mote
‘sexo, drogas e rock n’ roll, com temas que abordam filosofia, mitologia
e temas históricos, fazem cada canção se tornar um ‘universo’ a ser
explorado, quando tentamos compreende-las. Um desses ‘universos’ é o
ocultismo e suas questões esotéricas, tema explorado por diversas bandas
clássicas, e para algumas pessoas, um prato cheio para associações à
demônios, seitas e o que mais a imaginação puder permitir.
Como diria o filosofo e teólogo Blaise Pascal, “O homem está sempre
disposto a negar tudo aquilo que não compreende”, a frase se encaixa
per feitamente quando analisamos diversas canções de rock.
A curiosidade é uma característica inata do ser humano, o desejo do
ser humano de explorar o universo para aumentar o conhecimento e,
dessa forma, desvendar o desconhecido. E é a par tir dessa característica
‘humana’ e a busca insaciável de conhecimento que tentamos compreender
o universo e seus mistérios e a nós mesmos. E a par tir das car tas de tarô
podemos identificar, além dessa, diversas características do ser humano
através de arquétipos, os personagens, vir tudes e situações descritas nas
car tas sinalizam pontos impor tantes da trajetória humana o que o torna uma
grande ferramenta de aprendizado e autoconhecimento.
01
HISTÓRIA
D O TA R Ô
O tarô era usado de forma lúdica pelos nobres e se
transformou em uma febre nos sécs. X V, X VI e X VII,
espalhando-se pela Itália, Espanha e França, seus principais
fabricantes na época. O custo de fabricação de um baralho
‘J o u e u r s d e c a r t e s’, P int u r a d o in i c i o d o s é c . X V I I ,
de tarô era muito alto pois tudo era feito manualmente, d e T h e o d o o r Ro m b o u t s , 15 9 7-16 3 7, p into r f l a m e n c o
alguns até folheados a ouro. Devido a isso, cada baralho d o p e r í o d o b a r r o c o q u e e s p e c i a l i zo u - s e e m c e n á r i o s
d o g ê n e r o c a r a v a g g e s co, c o m p int u r a s d e j o g a d o r e s
ficava restrito à elite, e inclusive era usado como forma de
de car tas e músicos.
pagamento de tributos, como presente real ou para diversão
e entretenimento da nobreza.
1.1 Etimologia
A palavra tarô, ou ‘tarot’, não possui uma tradução
específica — ninguém sabe ao cer to sua real etimologia.
Acredita-se que ele possa vir da palavra árabe ‘turuq’, que
significa “quatro caminhos”, ou talvez do árabe ‘tarach’, que
significa “rejeito”. Segundo a etimologia francesa, ‘tarot’ é
um empréstimo do italiano ‘tarocco’, derivado de tara,
“perda de valor que sofre uma mercadoria; ação de deduzir”
C a r t a s o r i g in a i s d o ‘ Ta r o cc h i V i s c o n t i -Sf o r z a’,
c o n ju nto d e c a r t a s p int a d a s p a r a a s f a m í l i a s
V i s c o n t i e Sf o r z a , g o v e r n a nte s d o D u c a d o d e
O CUSTO DE FABRICAÇÃO DE UM BARALHO DE M il ã o e nt r e 13 9 5 e 149 9.
M e r c ú r i o r e p r e s e nt a d o n o ‘ T h e M a r z i a n o Ta r o t ’,
b a r a l h o ilu s t r a d o c o m 16 d e u s e s r o m a n o s , r e c r i a d o
e m 2 015 . N e s s e b a r a l h o, o s a r c a n o s s ã o v i s to s n ã o
Capitulo 1 História do Tarot 9
como deuses mas como heróis deificados.
Nenhuma evidência corrobora com
o formato final de setenta e oito
car tas existente antes do poema dos
‘tarocchi Boiardo’ e ‘Sola Busca’.
Tr u nf o s o u a r c a n o s m a i o r e s , n o t a r ô S o l a - B u s c a :
0 . M a t o (L o u c o) , V I I . D e o Ta u r o (C a r r o) e X X . N e n b r o t o Por muito tempo, as car tas de
( J u l g a m e nto, p e l o n ú m e r o, o u To r r e , p e l a e v o c a ç ã o tarô permaneceram um privilégio
d a im a g e m). Re p r o d u ç õ e s d e Wo l f g a n g M a y e r
das classes altas e, embora alguns
sermões do séc. XIV adver tissem
para o mal existente nas car tas,
a maioria dos governos civis
geralmente não condenava as car tas
de tarô nos seus primórdios. O Tarô
Sola-Busca é absolutamente original
na história do Tarô, trata-se do
único baralho do séc. X V que chegou
completo até hoje. Todas as car tas
estão ilustradas com personagens,
inclusive os arcanos menores.
L e B a t e l e u r,“O M a g o” d o Ta r ô d e M a r s e l h a .
U m a c a r t a o r i g in a l d e t a r ô d e J e a n D o d a l d o
b a r a l h o c l á s s i c o d o Ta r ô d e M a r s e l h a q u e
d at a d e 17 01-1715
Capitulo 1 História do Tarot 11
176 0 , Ta r ô C o n v e r D e s e n h o
1.3 O papel especial da França do fundador da Maison
C a m o in , im p r e s s o p o r
Segundo boa par te dos franceses: trata-se do célebre Tarô m á q u in a e c o l o r i d o à m ã o
historiadores, o jogo do tarô teria de Marselha, assim denominado em várias cores.
OS GRAVURISTAS FRANCESES
DESEMPENHARAM UM PAPEL
FUNDAMENTAL NA DIFUSÃO DO JOGO.
1898 1930
Philippe Camoin e os
m o l d e s d e m a d e ir a
d e N i c o l a s C o n v e r,
e nt a l h a d o s e m 17 51
C a r t a ‘ L e C h a r i o t ’, “O C a r r o”
im p r e s s o p o r C l a u d e B u r d e l
, c u j a s in i c i a i s C B e s t ã o
im p r e s s a s n o b r a s ã o d o c a r r o .
D e s t a q u e d a c a r t a n ú m e r o 15 ,
‘ l e d i a b l e’ im p r e s s o p e l a G r i m a u d .
A p a r te s u p e r i o r d a to c h a é c o l o r i d a
c o m o s e f o s s e p a r te d a a s a .
1.4.1 Baralho Cigano: escola brasileira
NAMUR
O Tarot Namur, é um jogo com as
22 car tas dos arcanos maiores,
publicado no Brasil, em 1986, por
Marcos da Silva Bordallo, conhecido
por Namur Gopalla. A s ilustrações
são da ar tista argentina Mar tha
Leyrós, feitas com bico-de-pena,
lápis-de-cor e canetas hidrográficas.
NEIL NAIFF
Claudinei dos Santos, tarólogo
brasileiro conhecido por Nei Naiff, é
o autor do livro Curso Completo do
Tarô, de 2002, que vem acompanhado
de 78 car tas do tarô. As ilustrações
ficaram a cargo de Thais Linhares.
As ilustrações dos arcanos maiores
seguem o padrão do tarô clássico,
com eventuais detalhes de desenhos
que começaram a se difundir após os
trabalhos da ar tista Pamela Smith.
OGAM
Lady Mirian Black, publicou em 2017
um oráculo com 25 cartas inspiradas
‘O L o u c o’, Ta r ô N a m u r, 19 8 6 O M a g o, Ta r ô N e il N a i f f, 2 0 0 2 C a r t a E b a d , t a r ô O g a n , 2 017
no Livro de Kells: Ogam – O Oráculo
Celta das Árvores. As ilustrações
são de Bianca de Triana Franco e o
verso das cartas foi desenhado por
Nahya Black Pagliarini
‘ TA R O T À J O U E R ’ E
‘ TA R O T D I V I N AT O I R E ’ Ta r ot à j o u e r: t a r ô d e j o g a r
Ta r ot d i v in ato ir e: t a r ô a d i v in h ató r i o
Historicamente, desde 1380, que o O livro “Tarô dos Boêmios” (Paris, C a p a d o l i v r o ‘O Ta r ô d o s
B o ê m i o s ’ d a e d i to r a M a r t in s
tarô se tornou instrumento de jogo, 1889) é o primeiro na história do
F o nte s , p u b l i c a d o e m 2 0 0 3 .
de vício, de diversão em ‘Casas de tarô a abordar os arcanos, tanto
Jogos’ e adivinhação entre os nobres sob a ótica da metafísica cabalística
da cor te europeia. quanto dos jogos adivinhatórios em
Nos países lusófonos, onde uma única obra. O livro em questão
esse jogo é bastante desconhecido, foi escrito pelo médico espanhol,
as car tas de tarô são usadas radicado na França, Gérard Anaclet
principalmente para uso Vincent Encausse (1865-1917),
divinatórios, para o qual os trunfos conhecido como Papus.
e o curinga são conhecidos como Papus, entretanto, é mais lembrado
arcanos maiores e as cinquenta e como um ocultista que promoveu o
seis car tas de naipe são arcanos misticismo, o tarô e magia.
menores. Com relação ao tarô, ele o via
Desde o séc. X VIII as car tas como um grande repositório de
passaram a ser usadas para a sabedoria esotérica e mística e
previsão do futuro e desde fins do uma ferramenta para divinação. Em
séc.XIX elas integram o cerne do 1889, com apenas 24 anos, publicou
esoterismo moderno juntamente com seu mais conhecido trabalho sobre
a cabala, a astrologia e a alquimia o tarô, ‘Le Tarot des bohémiens: le
medieval. plus ancien livre du monde’ (O Tarot
dos ciganos: O Livro mais antigo do
mundo). Todavia, os leitores de língua
inglesa e por tuguesa, conhecem-no
como Tarô dos Boêmios.
uso era evidente por volta de 1540. que, nessa altura e mais tarde,
Um livro intitulado ‘Os Oráculos possibilitariam a revisão de
de Francesco Marcolino’ da Forli fundamentos e mesmo o aparecimento
apresenta um método divinatório de outros sistemas divinatórios
simples usando o naipe de ouros de semelhantes, particularmente, no que
um baralho comum. Manuscritos de diz respeito aos oráculos.
1735 (O Quadrado dos Setes) e 1750 Três anos após o lançamento
(Car tomancia Pratesi) documentam de sua obra sobre o tarô, em
o significado rudimentar divinatório cerca de 1788, Etteilla publicou o
das car tas de tarô, bem como um primeiro baralho – não para jogos
sistema de tirada de car tas. Em lúdicos como os outros anteriores
1765, Giacomo Casanova escreveu – mas exclusivamente para fins
em seu diário que sua criada russa esotéricos incluindo adivinhação.
frequentemente usava um baralho Todos os Tarô anteriores, incluindo
de jogar para ler a sor te. o Tarot de Marselha, eram feitos
Seria em 1770, pela mão de para jogos lúdicos. Desse modo
Jean-Baptiste Alliette (1738-1791), Etteilla inaugurou a longa tradição
“Etteilla” como era conhecido, de baralhos desenhados para fins
que o tarot ressurgiria com maior divinatórios e esotéricos.
significado. O autor se destacaria
por ter adaptado o Tarot de Marselha,
incluindo neste motivos de várias
crenças esotéricas, nomeadamente
figurando nas suas car tas textos
descritivos, motivos e elementos
associados à civilização egípcia e O Re i d e E s p a d a s . C a r t a d o ‘ P e t i t Et t e i l l a’,
de carácter astrológico. e d i ç ã o c o nte m p o r â n e a p u b l i c a d a p e l a Fr a n c e
C a r te s , b a s e a d a n o b a r a l h o d e Et t e i l l a d e 17 91.
C a r to m a n e r et r at a
p o r A l b e r t A n ke r
Capitulo 2 TAROT À JOUER E TAROT DIVINATOIRE 21
03
CLASSIFICAÇÃO
D A S C A R TA S
A s car tas podem ser divididas em
quatro categorias, Tarô Clássico, Tarô
Moderno, Tarô Transcultural e Tarô
Surrealista, segundo o autor Nei Naiff.
D a e s q u e r d a p a r a a d ir e i t a , C e l t i c (19 8 5) ,
M i t o l ó g i c o (19 8 8) , Ta r ô d o s O r i x á s (19 9 2 )
D a e s q u e r d a p a r a a d ir e i t a , Ta n t r i c (19 76) ,
U n i v e r s a l D a l i (19 8 4 ) , O s h o -Z e n (19 94 )
BARALHOS
N O TÁV E I S
4.1 Visconti Sforza
A casa Visconti Sforza, que
governava Milão no século 15,
encomendou alguns jogos de tarô a
ar tistas da época. Como testemunho
disso sobreviveram car tas de 16
baralhos diferentes, que estão entre
os mais antigos já encontrados.
O mais completo deles, com 74
car tas das 78 originais, é chamado
Pierpont-Morgan porque 35 de suas
car tas estão hoje na biblioteca-
museu Pierpont Morgan, em Nova
York. (A s demais car tas estão em
duas instituições na Itália). São
editadas atualmente pelo menos
duas versões desse tarô: Pierpont
Morgan e Atanassovi
D et a l h e d o b a r a l h o o r i g in a l
d e V i s c o nt S f o r z a , p int a d o à
mão e debruado a ouro.
‘ L A M O R T ’, D o Ta r ô d e
Marselha de Jean Noblet
Ta r ô d e M a r s e l h a , d e Ni c o l a s C o n v e r,
q u e c o m e ç o u a s e r im p r e s s o e m 176 0
4.2.2 O Tarô de Marselha - edição Grimaud
Em 1931, a editora francesa Grimaud passou a editar, sob orientação de A ssim Paul Mar teau apresenta a edição que preparou a par tir de 1928:
Paul Mar teau, um jogo de Tarô que reproduzia os valorizados moldes “Este Tarô é o que foi editado em 1761 por Nicolas Conver, mestre fabricante
gravados por Nicolas Conver. Tornou-se uma das edições mais divulgadas do de baralhos em Marselha, que tinha conser vado chapas de madeira e o
Tarô em todo o mundo. Esse é o motivo pelo qual a empresa France Car tes, colorido de seus predecessores remotos. É atualmente editado por B. P.
a única grande fabricante de car tas de jogar que ainda resta na França, Grimaud, que recebeu a sucessão de Conver e pôde assim continuar a
continua a editar as mesma versão com a marca original “Grimaud”. impressão do Tarô tradicional sob sua forma original”
C a r t a s d o “ L e Vé r i t a b l e Ta r o t d e M a r s e i l l e”
restaur ado por Kris Hadar – Editions de
M o r t a g n e , C a n a d á , 19 9 5
Capitulo 4 BARALHOS NOTAVÉIS 34
4.2.4 O Tarô de Marselha – restaurado por Jodorowsky e Camoin
C a r t a s d o t a r ô r e s t a u r a d o p o r J o d o r o w s k y e C a m o in , c o m
gr ande revalorixação das cores
Capitulo 4 BARALHOS NOTAVÉIS 35
4.3 Lenormand
Em nome da Mademoiselle Como já acontecia com o baralho
Lenormand foi impresso um jogo de Etteila, outro famoso car tomante
com 36 car tas, por volta de 1840, à francês, anterior a Mlle. Lenormand,
cargo da casa impressora Grimaud. foram adicionadas gravuras às
Ficou conhecido como o ‘Pequeno car tas numeradas. Trata-se de um
Lenormand’ e somente décadas após recurso que, para a car tomancia,
passou a ser reproduzido com a facilita a atribuição de significados
designação de “Baralho Cigano”. práticos às car tas. Tal medida, se
Esse jogo, na verdade, consiste por um lado dá maior proximidade
de uma utilização parcial de 9 car tas ao leitor, por outro, delimita e reduz
de cada um dos quatro naipes do drasticamente a amplitude simbólica
baralho comum, num total de 36 que pode ser atribuída a cada car ta.
car tas. Utiliza apenas o Á s e as A popularidade do baralho
car tas numeradas de 6 a 10 e, no Lenormand, estimulou incontáveis
caso das figuras da cor te, deixa o cópias e imitações por toda Europa
Cavaleiro de lado, como acontece, e, é redesenhado. Algumas variantes
em alguns casos, com as car tas anunciadas como “Tarô Cigano” são
de jogar utilizadas na França nos facilmente encontradas no Brasil.
últimos três séculos.
A explicação para isso é a
existência de jogos populares como
o “Piquet” que utilizava apenas 32
car tas do baralho comum, excluindo
as car tas do 2 ao 6 de cada naipe.
C a r t a s d o “ ‘P e q u e n o L e n o r m a n d ’
4.3.1 ‘La Sibylle des Salons’ e
‘O Grande Lenormand’
O L o u c o n o s t a r ô s V i s c o nt i S f o r z a (14 5 0 ) ,
N o b l et (16 5 0 ) e W a i te (1910 )
LINHA CRONOLÓGICA
( S É C X V -X X I )
Em cerca de 1788, Etteilla publicou o
Primeiros baralhos surgiram
primeiro baralho exclusivamente para
entre os se.c XIV-X V
fins esotéricos, incluindo adivinhação.
A prática do manuseio das car tas
foi proibida em 1367 na cidade de
Berna e ressurgiu dez anos mais
tarde em Firenze. 1931 1985 1995 1998
A s mais antigas car tas de tarô existentes A par tir do séc. X VIII, o tarot,
são três conjuntos dos meados do séc. X V, assumia-se enquanto ferramenta de
todos feitos para membros da família Visconti. ocultistas, místicos e instrumento
de uso de sociedades secretas.
1400 1451 1455 1465 1490 1583 1650 1707 1710 1760 1783
Mamlûk Visconti Chales VI Mantegna Sola Busca Mexicano Noblet Espanhol Dodal Marselha Etteilla
Entre 1583 e 1811 na Espanha, e entre 1769 e
1832 em Por tugal, haviam empresas estatais que
produziam car tas de tarot para consumo interno
e nas colônias ao redor do mundo
1827 1828 1854 1860 1889 1896 1910 1820 1926 1937 1944
Sibylle Lenormand Eliph.Levi Zingara Papus Falconnier Waite Masiutin Wir th G.O.Mebes Crowley
A par tir do séc.XIX alguns interessados no
Tarô começam a substituir as representações
abstratas das lâminas dos arcanos menores
por ilustrações mais ou menos subjetivas, uma
grande profusão de versões e de reinvenções
1955 1963 1976 198 3 1988 1989 1992 1993 1996 1998 2001
Egíp. Kier Mouni Sadhu Balbi Motherpeace Mitológico Cigano Lovers Symbolon Master Sephiroth Osho
06
SIMBOLOGIA
D A S C A R TA S
Muitos historiadores e analistas do Tarô se recusam a estabelecer um nexo
entre a aparição do Tarô – súbita e “do nada” – no nor te da Itália, entre
1375-77 e a civilização da Idade Média. A razão para isso, provavelmente,
é o elo perdido. Esses analistas de estilo universitário têm necessidade de
pistas escritas irrefutáveis. Isso se torna ao mesmo tempo sua grandeza e
sua fraqueza. Sua grandeza porque nada avança sem provas e, sua fraqueza
porque, no caso de tradição oral, não existem escritos. Desse modo, eles
cor tam toda riqueza de ligações com uma tradição que ainda se encontrava
viva na época do aparecimento dos trunfos.
Em situações como essa – a pesquisa sobre origem do Tarô –
parece impor tante ultrapassarmos tais modos formais de pesquisa e
apresentarmos opções e lendas. São os grafismos e os temas das imagens
que estabelecem as ligações, os nexos.
W a i te s u b s t i t u i a im a g e m c r i s t ã d o s
b a r a l h o s a nt i g o s , s u b s t i t u in d o a c a r t a d a
“P a p i s a” p e l a “ S a c e r d ot i s a”.
Capitulo 6 SIMBOLOGIA DAS CARTAS 46
6.1 Arcanos Maiores
A s 22 car tas ou lâminas, chamadas O estudo atento dos Arcanos
‘tarocchi ’ ou ‘trionfi ’, na Itália, Maiores, mostra que se trata de uma
triomphes ou atouts, na França, são iconografia tipicamente européia,
hoje denominadas ‘Arcanos Maiores’ misturando alegorias:
nos manuais de Tarô. •Cristãs: a Mor te, o Diabo, a
Nos dois jogos mais antigos que Casa-de-Deus, o Julgamento, as
chegaram até nós – Visconti Sforza vir tudes cardinais,
(14 40) e Gringonneur (1455) – essas •Populares: o Amor, a Roda da
22 car tas não estão numeradas. For tuna, o Pendurado, o Eremita,
Mesmo nas publicações em •Humanísticas ou os estados
que aparecem numeradas, as da sociedade: o Louco, o Mágico, o
car tas não têm uma seqüência Imperador e a Imperatriz, o Papa e a
facilmente compreensível, como Papisa – estes últimos substituídos,
acontece com os 56 arcanos como é o caso do Tarot de Besançon,
menores. A s imagens nas car tas do séc. X VIII, por Júpiter e Juno,
esotéricas dos arcanos maiores •Cosmológicas: a Estrela, a Lua,
são frequentemente repletas de o Sol, o Mundo; e o Carro, antigo
simbolismos ocultos; escondido, símbolo do triunfo muito apreciado
há muito mais na ilustração do que durante o Renascimento.
uma mera descrição da car ta título.
Os Arcanos maiores são geralmente
considerados por leitores de car tas
como relativas a questões de maior
efeito ou profundo significado, ao
contrário dos arcanos menores que se
relacionam com o mundo quotidiano e
questões de importância imediata.
C a r t a s d o t a r ô R i d e r -W a i te r e p r e s e nt a n d o
a s a l e g o r i a s d a in o c o g r af i a e u r o p é i a
C a p a d o l i v r o J u n g e o Ta r ô: u m a
A r q u ét ip o (d o g r e g o - a r c h é: “p o nt a”, “p o s i ç ã o s u p e r i o r ”, “p r in c í p i o”, e - t ip ó s:
jornada arquetípica, publicado em
“ im p r e s s ã o”, “m a r c a”, “ t ip o”) é o p r im e ir o m o d e l o o u im a g e m d e a l g u m a c o i s a , a nt i g a s
19 8 8 p e l a e d i to r a C u l t r i x
im p r e s s õ e s s o b r e a l g o .
HISTÓRIA
DO ROCK
O rock and roll, é um estilo musical
que surgiu nos Estados Unidos no
final dos anos 1940 e início dos
anos 1950. Inovador e diferente
de tudo que já tinha ocorrido na
música, o rock unia um ritmo rápido
com pitadas de música negra do
sul dos EUA e o countr y. Uma das
características mais impor tantes
do rock era o acompanhamento de
guitarra elétrica, bateria e baixo.
Com letras simples e um ritmo
dançante, caiu rapidamente no gosto
popular. Apareceu pela primeira vez
num programa de rádio no estado de
Ohio (EUA), no ano de 1951.
Embora exista desde os anos 50,
o rock teve seu auge nas décadas de
1970 e, especialmente, 1980, quando
nasceram as principais bandas
do gênero, as quais passaram a
atrair multidões durante shows em
estádios e festivais.
‘D a n c in g r o c k ‘n’ r o l l in t h e s t r e et ’, 19 5 0 . D a il y
H e r a l d A r c h i v e / N at i o n a l S c i e n c e & M e d i a
M u s e u m / S c i e n c e & S o c i et y P i c t u r e L ib r a r y
ANOS 50
O PRINCÍPIO
O surgimento do rock enquanto
gênero musical é alvo de muita
controversa e sensibilidade. Por
muito tempo houve a noção difundida
de que Bill Haley e Elvis Presley
foram os grandes inventores do
rock’n’roll, a par tir de uma releitura
de elementos da música negra – em
especial o blues.
Bil l H a l e y e E l v i s P r e s l e y
Capitulo 8 Anos 50 56
8.1 O Rhythm and Blues
É o nome de onde derivou a O que dá para se ter cer teza,
sigla R&B. Designava basicamente porém, é que Elvis e Haley não
qualquer música destinada ao foram os primeiros a fazê-lo –
público afro-americano, feita pelos foram, apenas, os primeiros brancos
afro-americanos. É a principal raiz a lançá-lo. E isso, claro, fez do
do rock, em termos de estilo, letras gênero um sucesso.
e estética. O próprio termo rock prova sua
Os instrumentos de metal, como origem – veio da cultura gospel
o saxofone, foram deixados de lado negra, se referindo ao estado de
aos poucos, especialmente no pós- transe de rituais da igreja afro-
guerra. Nos anos 40, muitos negros americano, no começo do séc. X X .
faziam o que já era, para vários O termo passou a ser usado
críticos, o rock. Entre eles, Ike com sentidos terrenos, até chegar
Turner, Sister Rosetta Tharpe e em analogias sexuais. Cantores de
Fats Domino. R&B falavam de rock (como verbo)
Hoje em dia, por tanto, não é desde muito antes de ‘Rock and Roll’
bem assim. Com tanto acesso, aparecer no disco homônimo de Wild
tanta facilidade de pesquisa e Bill Moore.
comunicação entre pesquisadores e
pessoas que viveram a época, tem-
se mais claramente que a criação do
gênero foi resultado de um processo
gradual e, de cer ta forma, coletivo.
C a r t a z d a D e cc a Re c o r d s
Capitulo 8 Anos 50 57
8.2 O Rockabilly e o Doo Wop
O ‘rockabilly’ foi o estilo de rock’n’roll
cantando pelos brancos, principalmente do
sul estadunidense. O nome é uma junção de
rock com hillbilly (equivalente a “caipira”,
pejorativamente), pois a música sulista era
chamada de hillbilly music. O rockabilly é
reconhecidamente muito influenciado pelo
‘bluegrass’ e pela música countr y, tornando
o rockabilly um estilo diferente daqueles
cantados pelos negros.
São famosos pelo rockabilly ar tistas
como Elvis Presley, Johnny Cash, Buddy
Holly e Jerr y Lee Lewis.
Já o ‘doo wop’ era o rock feito
principalmente pelos negros (os
brancos viriam copiá-lo dali um tempo).
Considerado uma forma de R&B, tinha
esse nome pelos reconhecíveis backing
vocals sem palavras definidas. É, aliás,
essa característica que dá o seu nome. Um
exemplo célebre é o grupo The Platters,
responsável pelo hit The Great Pretender.
J e r r y L e e L e w i s , C a r l P e r k in s , E l v i s
P r e s l e y e J o h n n y C a s h e m 19 5 6
Capitulo 8 Anos 50 58
09
ANOS 60
C O N T R A C U LT U R A
A década de 60 foi decisiva para
o rock, firmando seu sucesso na
cultura mainstream. Foi nessa época
que se desenvolveram diversos
estilos de rock, de onde saíram as
bandas e músicas mais impor tantes
do gênero musical – e as mais
tocadas na história. Foi também
quando o estilo começou a impactar
e influenciar o Brasil.
Se existe um evento cultural que
ser ve como divisor de águas entre a
visão de mundo da segunda metade
do séc. X X , este é o surgimento
dos Beatles. Praticamente todas as
músicas anos 60 e de outras épocas,
foram influenciadas por eles.
Antes dos The Beatles,
nenhum outro músico ou conjunto
havia passado os oceanos e se
popularizado no mundo todo. Os
Beatles foram líderes daquilo que se
chama ‘Invasão Britânica’.
Depois de ídolos como Chuck
Berr y e Elvis Presley, muitos
garotos foram inspirados a formar
bandas de rock and roll orientadas
por ar tistas nor te-americanos.
Nessa época, as bandas eram
restritas às suas cidades de origem T h e B e at l e s f o r a m o s l i d e r e s d a in v a s ã o B r i t â n i c a , te r m o u s a d o p e l a
m í d i a p a r a d e s c r e v e r o inf l u xo d e a r t i s t a s o r iu n d o s d o Re in o U n i d o
ou no máximo, seu país. q u e s e to r n a r a m p o p u l a r e s n o s E s t a d o s U n i d o s e C a n a d á
Capitulo 9 Anos 60 60
9.1 A influência do folk
Ao mesmo tempo em que o rock se A troca foi tão for te que a nova
desenvolvia, o a música folk norte- geração folk era de folk-rock –
americana passava por um importante totalmente elétrica e plugada.
revival que marcou sua história. Foi Grandes nomes do movimento,
quando surgiram grandes nomes além de Bob Dylan, foram Simon &
como Bob Dylan, Joan Baez e a Gar funkel, The Lovin’ Spoonful e The
canadense Joni Mitchell. Mamas and the Papas.
O folk se caracterizava pelo som O rock, por sua vez, além de
acústico, principalmente de violão. fazer covers de hits folk, abraçou a
Além disso, o folk era centrado no ideia da busca pela autenticidade.
singer-songwriter (o compositor Também foi reforçada a noção de
que canta suas canções), em letras canções, e várias bandas roqueiras
reflexivas e de protesto, sempre com passaram a falar de protesto e
a busca pela autenticidade. reflexões de vida em suas letras.
Embora o folk e o rock tivessem
seus respectivos públicos, os estilos
foram trocando elementos. O folk
se abriu para a instrumentação do
rock, especialmente com Like a
Rolling Stone de Bob Dylan, que foi
um hit.
C a p a d e S o u n d s of S il e n c e ,
d e S im o n & G a r f u n ke l –
um marco folk rock
Capitulo 9 Anos 60 61
9.2 Rock psicodélico
Os anos 60 foram marcados pela con-
tracultura. O rock, a par tir da música de
bandas como Beatles, Jimi Hendrix e The
Who, começou a experimentar com dis-
torções e efeitos. Houve uma impor tante
quebra no formato tradicional do esti-
lo, que ainda se baseava em estrutura de
blues e formato pop.
Jim i H e n d r i x n o N e w p o r t
F e s t i v a l e m 1969.
Capitulo 9 Anos 60 62
9.3 Roots, blues rock e rock sulista
Foi também nos anos 60 que O subgênero também influenciou
surgiram esses três estilos, que se muito bandas como Led Zeppelin e
misturariam em um só anos depois. Pink Floyd, que começou como um
Como o estilo sempre esteve grupo de blues.
alinhado com o blues, não é de O roots rock se refere a tudo
se espantar que um blues-rock o que é de raiz, especialmente
tenha se desenvolvido. Lonnie estadunidense. O estilo se voltava
Mack é considerado um pioneiro do para o countr y, o folk, as origens.
subgênero, especialmente com seu Não é à toa que tenha sido
single Memphis, de 1961. especialmente for te no sul dos EUA .
O blues-rock mantinha o formato A s bandas tinham características
tradicional de blues, amplificando for te de blues rock, por vezes
e pesando mais o som. A música de psicodelia. Seus principais
era mais rápida, especialmente expoentes foram Lynyrd Skynyrd,
na guitarra. Era o estilo de Janis Creedence Clear water Revival e a
Joplin, Jimi Hendrix, Fleetwood grande The Allman Brothers Band.
Mack e Rolling Stones.
Capitulo 9 Anos 60 63
9.4 A influência da ‘pop art’
Ao longo do séc. XX, os movimentos A pop ar t se expandiu para um
artísticos outrora radicais costumam grande movimento, contrapondo-se
mudar para a cultura dominante. à ar te abstrata, já que os ar tistas
Novas gerações de artistas assimilam introduziram muitas novas formas
as idéias do último movimento, depois de ar te pop no mundo da ar te.
se rebelam e empurram as fronteiras. Na década de 1960, o tema e
Isso aconteceu com a transição do as formas ar tísticas da ar te pop,
expressionismo abstrato para a arte assim como o rock, refletiam as
pop. Em um período de afluência características culturais daquele
e liberação sexual, muitos jovens tempo turbulento de uma maneira
buscaram a emancipação de valores que unia as ar tes e a vida cotidiana,
anteriores e um culto de estrelas como o trabalho de Duchamp.
musicais e de cinema desenvolvido, A ar te pop na América
incluindo Elvis Presley, James Dean desenvolveu-se a par tir da nova
e Marilyn Monroe. Essa ênfase autoconfiança que a ar te americana
resultante na mídia trouxe mudanças demonstr ar a nos anos 50, ao se
na forma como as pessoas olhavam liber tar da dominação européia com
para imagens, objetos e arte, e como o surgimento do expressionismo
seria de esperar, os artistas lideraram abstr ato. Os principais ar tistas
o caminho ao reunir a cultura pop pop americanos incluem: Richard
emergente nos meios de comunicação Ar tschwager, Jim Dine, Andy
e arte em galerias e museus. Warhol e Tom Wesselmann.
‘ T R IP L E E LV I S’, 196 3 A n d y W a r h o l
Capitulo 9 Anos 60 64
Na Grã-Bretanha, os ar tistas
também perceberam que a
cultura inglesa era cada vez mais
influenciada pela mídia de massa,
bem como pela mudança social,
e que esse processo também
estava levando ao aumento da
americanização da Europa. Ar tistas
pop britânicos impor tantes incluem:
Peter Blake , Richard Hamilton ,
David Hockney , Allen Jones.
Peter Blake em parceria com
Jann Hawor th, criou uma das mais
icônicas capas de disco da história
do rock, o ‘Sgt. Pepper’s Lonely
Hear ts Club Band’, dos The Beatles.
Criado a par tir de um desenho em
tinta de Paul McCar tney, a frente
do LP inclui uma colagem colorida,
marcada pela presença do quar teto
em fantasias, a representar o grupo
fictício Sgt. Pepper’s Lonely Hear ts
Club Band, à frente de um grupo
de recor tes de papelão de pessoas
famosas em tamanho real. Pelo seu
trabalho em Sgt. Pepper, o então
casal Blake e Hawor th conquistou
um prêmio Grammy em 1968 na
categoria “Melhor Capa de Álbum”.
C a p a d o d i s c o S g t . P e p p e r ’s L o n e l y H e a r t s
C l u b B a n d . F oto d e M i c h a e l C o o p e r e a r te
e c o n c e i to d e P ete r B l a ke . 1967
Capitulo 9 Anos 60 65
10
ANOS 70
A E X PA N S ÃO D O R O C K
Os anos 70 foram muito especiais
para o rock. Não apenas o estilo
continuava com sua popularidade,
mantendo subgêneros; novos
subgêneros e derivados foram
criados. A década é famosa e
considerada, por muitos fãs do
gênero, a época que contém as
melhores músicas de rock de todos
os tempos. Além disso, foi a época
em que o rock pesado prosperou.
O rock countr y, sulista e o blues
rock, já de sucesso nos anos 60,
continuaram nos anos 70.
Va n H a l e n , g r a v a d o e m 19 7 7 e l a n ç a d o e m 10 d e f e v e r e ir o d e
19 7 8 . E s te á l b u m e s t á n a l i s t a d o s 2 0 0 á l b u n s d ef in i t i v o s n o
Ro c k a n d Ro l l H a l l of Fa m e
Capitulo 10 Anos 70 67
10.1 Hard Rock e o Heavy Metal
Apesar de o hard rock ter sido A par tir daí, bandas como
originado nos anos 60, foi na década Motorhead, Saxon, Iron Maiden e
de 70 que ele se expandiu. O gênero Judas Priest surgiram no fim da
foi para extremos, sendo facilmente década, configurando a ‘NWOBHM’
dividido entre soft e hard. – New Wave of British Heav y Metal
O hard rock manteve a nos anos 80. O heav y metal era bem
semelhança com o blues, porém mais pesado, com características
o som ficou mais pesado. Bandas próprias de vestimenta (couro e
como Led Zeppelin, Uriah Heep, jeans), gestos específicos e um
Rainbow, Nazareth e Deep Purple gosto maior pela vir tuose vocal
representam esse som, além e com maior foco nos solos de
de bandas como Queen e seus guitarra. Exemplos disso são Rob
hits gigantes We Will Rock You e Halford e os solos de Iron Maiden.
Bohemian Rhapsody. Derivado de hard rock e heav y
Ainda no campo do hard rock, metal, teve também o surgimento
deve-se ressaltar Black Sabbath. do Glam e do Shock Rock. David
Iniciada na década de 60, a Bowie e Alice Cooper representam,
sonoridade pesada, dissonante e respectivamente, ambos os estilos.
crua da banda foi uma das por tas
de entrada para o heav y metal.
A australiana AC/DC foi também
fundamental para o estilo.
L e d Ze p p e l in , J o e W a l s h e P r e t t y T h i n g s ,
p o s te r d e s h o w d e 19 7 5 , O a k l a n d St a d i u m
Capitulo 10 Anos 70 68
10.2 New Wave e Soft Rock
O soft rock era o estilo derivado
diretamente do folk-rock. A s
baladas eram Debbie Harr y, Blondie
reconhecidamente folk, porém com
maior instrumentação roqueira.
Foi um estilo popular com muitos
ar tistas e bandas: Cat Stevens,
Fleetwood Mack, Rod Stewart,
Elton John e Carpenters são alguns
exemplos. A música new wave era uma
espécie de synthpop – uma sonoridade
com experimentações eletrônicas e
sintetizadores. Em termos de atitude
(e até de sonoridade), tinha relações
com o então nascente punk. Blondie
e Talking Heads são famosos grupos
new wave.
D e b b i e H a r r y e m s h o w a o v i v o, e m 19 7 0
Capitulo 10 Anos 70 69
10.3 Rock progressivo
O estilo progressivo teve seu auge
no início da década, com grande
sucesso comercial. Bandas como
Jethro Tull, Pink Floyd
e Emerson, Lake and Palmer (ELP)
e Yes atingiram o topo das paradas
de discos. O estilo progressivo
atingia seu auge estético, com
influências psicodélicas, porém
com maior seriedade. A vir tuose
instrumental era o foco, com maior
erudição. Influências de jazz, música
erudita e de outras etnias entravam,
com estruturas complexas.
Ye s , f o r m a d a p o r P ete r B a n k s , To n y K a y e , Ch r i s
S q u ir e , Bil l B r u f o r d , a n d J o n A n d e r s o n .
Capitulo 10 Anos 70 70
11
ORIGENS DO
ROCK NO BRASIL
A história do rock no Brasil tem início nos anos 50, período das revoluções
compor tamentais e tecnológicas da segunda metade do séc. X X . Depois de
conquistar popularidade nos Estados Unidos a par tir do final da década
de 40, o rock apor tou no Brasil somente em outubro de 1955, quando a
cantora de samba-canção Nora Ney regravou o hit Rock around the Clock,
de Bill Haley & His Comets. A música foi regravada para a versão brasileira
da trilha do filme Sementes da Violência (Blackboard Jungle).
A cantora Marisa grava “Rock Around the Clock”, cantada em inglês,
em 1956, para o selo RCA Victor.
Em novembro de 1955 a cantora Heleninha Silveira grava “Ronda
das Horas” para o selo Odeon. É o primeiro disco de “rock” cantado em
por tuguês. A música era a versão brasileira de “Rock Around the Clock”.
A letra em por tuguês é de Julio Nagib.
N o r a N e y g r a v o u “Ro n d a d a s H o r a s” p a r a o s e l o C o nt in e nt a l , o q u e é
c o n s i d e r a d o o 1o . d i s c o d e “r o c k ” r e a l i z a d o n o B r a s il . Tr at a - s e d e u m a
v e r s ã o d a m ú s i c a n o r te -a m e r i c a n a “Ro c k A r o u n d t h e C l o c k ”
C a u b y P e i xo t o d e p o i s d e u m s h o w, e m 19 5 7.
Re c é m - c h e g a d o d o s E s t a d o s U n i d o s , s e to r n a
o p r im e ir o c a nto r b r a s il e ir o a g r a v a r u m r o c k
e m p o r t u g u ê s: Ro c k a n d Ro l l e m C o p a c a b a n a ,
c o m p o s to p o r M i g u e l G u s t a v o .
Ro b e r t o C a r l o s , W a n d e r l é a e E r a s m o:
a t r in d a d e d a J o v e m G u a r d a
O s M u t a n t e s , 1969
Tr o p i c a l i a o u P a n i s et Cir c e n c i s é u m á l b u m d e e s t ú d i o l a n ç a d o p o r C a et a n o Ve l o s o, G a l C o s t a ,
G il b e r to G il , N a r a L e ã o, O s M u t a nte s e To m Zé - a c o m p a n h a d o s d o s p o et a s C a p in a m e To r q u ato
N eto, e d o m a e s t r o Ro g é r i o D u p r at - e m ju l h o d e 196 8 p e l a g r a v a d o r a P h il ip s Re c o r d s .
TA R O C K N ’ R O L L
O PROJETO
12.1 Sobre o Projeto
12.1.1 Publico
Il u s t r a ç ã o ‘ T h e H e r m i t ’ p r e s e nte n o L P d a b a n d a
Led Zeppelin, clar a referêcia acar ta de tarô.
Capitulo 12 O Projeto 78
12.7 Namming
Resultado:
TAROCK ‘N’ ROLL
C ar t as e emb al agem
de um t ar ô alemão.
12.3 Conceituação
O primeiro passo para a conceituação foi analizar
as car tas originais do baralho Rider-Waite.
12.3.1 Elementos
12.3.2 Cores
O conjunto completo de car tas possui a mesma escala de cores,
com cores ‘sólidas’. O verso das car tas possuía um desenho em
estilo Tudor de rosas e lírios em azul pálido.
Ve r s o d a c a r t a o r i g in a l ,
d o b a r a l h o R i d e r -W a i te .
C a r t a ‘s e m n ú m e r o’, O L o u c o . Ilu s t r a d o
por Pamela Smith.
Capitulo 12 O Projeto 80
12.4 Relação artista X carta
Os 22 ar tistas relacionados ao
n o m e d o A r c a n o c o r r e s p o n d e nte THE MOON THE SUN THE JUDGEMENT THE WORLD
12.4.1 Referencia Fotográfica
Il u s t r a ç ã o ‘ T h e M a g i c i a n’ (l i n e a r t ) ,
d o p r o j eto Ta r o c k ‘n’ Ro l l .
Ref e r ê n c i a á p e r f o r m a n c e
de Jimi Hendrix.
Ro d o l f o G o m e s , 2 019.
Jim i H e n d r i x c o l o c a f o g o e m s u a
g u i t a r r a a o f im d a m ú s i c a ‘F i r e’.
e m 31 d e m a r ç o d e 1967.
12.7 Tipografia
Capitulo 12 O Projeto 84
12.4.3 Composição
A o l a d o, o p r o c e s s o d a
c o m p o s i ç ã o d a ilu s t r a ç ã o
‘ T h e F o o l ’, r ef e r e n c i a
Capitulo 12 O Projeto 85 f oto g r áf i c a , a c o m p o s i ç ã o
c o m o ‘c o l a g e m’ e l in e a r t .
12.4.4 Arte final
P r im e ir a et a p a: R a s c u n h o . S e g u n d a et a p a: L in e a r t c o m Bi c o d e p e n a e n a n k in . Te r c e i r a et a p a: D i g i t a l i z a ç ã o e t r at a m e nto .
12.6 Cores
Capitulo 12 O Projeto 87
12.5 Layout da carta
7CM X 12CM
COUCHÉ 300G
LAMINAÇÃO BRILHO
12.11 Cartas
7CM X 12CM
COUCHÉ 300G
LAMINAÇÃO BRILHO
12.2 Componentes do produto
2.5cm 2.5cm
7cm
7cm
12cm
12cm
BIBIOGRAFIA