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O que é o Tarô?

Constantino K. Riemma

O tarot ou arcanos maiores e menores ou baralho ou cartas de jogar ou naipes e trunfos, consistem numa única e
mesma coisa. Trata-se de um jogo de 78 cartas, que se difunde a partir da segunda metade do século 14, na Europa
cristã, com iconografia cristã.

Não dispomos de registros históricos que indiquem alguma escola ou corporação de ofício que tenha criado esse
conjunto ou feito adaptações de jogos tradicionais anteriores. Tudo indica que ganhou a forma que hoje conhecemos
pelas mãos de artistas e artesões que tinham conhecimentos e habilidades adquiridas entre os edificadores dos
palácios e igrejas no período pré-renascentista, bem como suas pinturas, imagens e vitrais.

É importante lembrar, do ponto de vista histórico, que existe um exemplar de baralho com 52 cartas, anterior às
versões que hoje conhecemos. Trata-se do baralho Mamlûk, utilizado pelos guerreiros mamelucos e que,
evidentemente, tiveram suas cartas copiadas pelos impressores europeus. Continua uma incógnita, até hoje, quais
foram os autores dos 22 trunfos (arcanos maiores) agregados ao modelo do baralho mameluco.

Trunfos ou arcanos maiores.


Tarô de Jacques Viéville - 1650

Naipes ou cartas ou arcanos menores.


Baralho de meados do séc. 20

Dada sua origem anônima, isenta de instruções e regras dogmáticas, esse jogo de cartas deu margem a incontáveis
fantasias e re-invenções mais ou menos arbitrárias. Desde seu aparecimento foi utilizado por nobres e plebeus, para
jogos, passatempos e, ao que tudo indica, como instrumento de mancias.

O cenário imaginativo que cerca o Tarô, profuso e contraditório, confunde o iniciante interessado em compreender
sua linguagem simbólica. Esse jogo maravilhoso, portanto, representa um real desafio para o estudo.

Se dependêssemos, por exemplo, apenas dos dicionários para saber o significado do Tarô, teríamos informações
muito pobres e distorcidas. O Aurélio é lacônico: "Tarô. Coleção de 78 cartas, maiores que as do baralho, de
desenho diverso, usadas sobretudo por cartomantes". Essa definição revela o desconhecimento de que "tarô" e
"baralho" vêm da mesma fonte e, também, de que as 78 cartas não ficam apenas em mãos de cartomantes e são objeto
de estudos simbólicos e aplicações terapêuticas, de elaborações de pintores e artistas gráficos.

Os dicionaristas esqueceram, ainda, de informar que a parte do tarô, que constitui o baralho comum, é também
utilizado por cartomantes e, igualmente, como fonte de lazer nos lares, nos clubes e cassinos. São produzidos no
mundo todo e movimentam milhões de dólares.

O dicionário Houaiss oferece um pouco mais: "Tarô. Conjunto de 78 cartas de baralho (também ditas lâminas)
ilustradas por figuras simbólicas e usado para supostamente predizer o futuro e conhecer o que, no passado ou no
presente, se encontra velado. O baralho é constituído de 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores". Neste caso, os
dicionaristas desconheciam que, na prática vigente até hoje, grande número de cartomantes utilizam o baralho comum
e não as versões mais caras e variadas conhecidas como "tarô".

O Louco, 1. O Mágico, 4. O Imperador, 6. Os Enamorados e 19. O Sol.


Arcanos Maiores do Tarô de Marselha, Editora Camoin

Para continuar nessa linha genérica de definição, podemos esclarecer que:


os 22 trunfos ou arcanos maiores são numerados de 1 a 21 e um deles, O Louco, não recebe número na maior parte
dos baralhos;


as 56 lâminas, atualmente denominadas arcanos menores, constituem cartas de jogar do baralho comum e se
subdividem em:


quatro naipes ou séries: Paus, Ouros, Espadas e Copas – cada um deles com 10 cartas numeradas de 1 a 10, com
desenhos que tornam os significados simbólicos mais abstratos que os dos “arcanos maiores”, num total de 40 cartas;

Ás, Dois, Três... Nove e Dez de Copas.


Arcanos Menores no Tarô de Marselha, Ed. Grimaud


quatro figuras: Rei, Rainha, Cavaleiro e Valete – mais parecidas com as dos “arcanos maiores”, também repetidas em
quatro naipes, num total de 16 cartas. São também conhecidas como cartas da corte.

Valete, Cavaleiro, Rainha e Rei de Ouros no Tarô Visconti Sforza - 1450

Para acrescentar um simples comentário a essa descrição sumária do Tarô, podemos lembrar que os quatro naipes
– Paus, Ouros, Espadas e Copas – correspondem aos quatro elementos tradicionais – Fogo, Terra, Ar e Água –
representação simbólica das forças-qualidades constitutivas do universo, que aparecem na Astrologia, na Alquimia,
na Cabala, nos textos sagrados, como é o caso do Gênesis, dos Evangelhos.

Os ases e suas correspondências simbólicas com os quatro elementos:


Copas (água), Espadas (ar), Ouros (terra) e Paus (fogo) no Tarot de Mitelli - 1665

Um sentido esotérico...

O Tarô pode, enfim, ser entendido como uma linguagem simbólica que traduz o cosmo em sua constituição e eterna
mudança, em sua estrutura e dinâmica. Ele aparece na Europa, num momento em que várias escolas esotéricas e
corporações de artistas, buscavam transmitir conhecimentos, não por palavras, mas por imagens que convidavam à
reflexão, à investigação, para serem corretamente assimiladas. É o caso, por exemplo, dos mestres e praticantes da
Alquimia, que produziram livros de gravuras, sem maiores comentários por escrito, conhecidos como Mutus Liber,
ou seja, Livro Sem Palavras, livro mudo...

Os 22 arcanos maiores, entre outros significados possíveis, descreveriam as 21 etapas evolutivas que o homem –
representado pelo Louco – pode percorrer em sua vida. O número 21 (= 3 x 7) também resulta da combinação de duas
leis fundamentais do universo: a Lei de Três (“tudo, para existir, necessita de três forças”) e a Lei de Sete, ou Lei
das Oitavas (“tudo se manifesta num processo de sete passos ou fases”).

Do mesmo modo que outros grandes sistemas simbólicos, o Tarô é apreciado como uma instigante fonte de
inspiração e de aplicação em variadas situações e propósitos.
... e um sentido lúdico

Os registros históricos, a partir do século 14, mencionam a utilização das cartas apenas como fonte de lazer, em jogos
e passatempos. Essa função lúdica permanece viva até hoje, pois o que chamamos de jogos de baralho ou baralho
comum, é exatamente o mesmo conjunto que os escritores modernos denominam arcanos menores.

Para mantermos uma atitude aberta em relação ao Tarô é bom não esquecer que esse conjunto simbólico sobreviveu
até hoje e se difundiu, não em razão do seu sentido mais profundo, mas pelo interesse que despertou como jogo de
lazer ou de apostas a dinheiro e, também, como instrumento de cartomancia.

Tal como um verdadeiro Mutus Liber, o Tarô não veio acompanhado de normas ou dogmas, para ser utilizado
obrigatoriamente deste ou daquele modo; todas as regras que hoje conhecemos foram inventadas posteriormente.
Portanto, as normas e regras de utilização que lemos e ouvimos, as afirmações do que é certo ou errado, devem ser
compreendidas de modo muito relativo e flexível. Os verdadeiros autores do Tarô, aqueles que sabiam do que se
tratava, permaneceram anônimos e sem palavras. Ninguém, hoje em dia, pode se arvorar em autoridade para falar em
nome dos mestres originais.

O Tarô permance um desafio em aberto. O que podemos fazer é nos associarmos para tentar decifrar os símbolos e
ensinamentos que se ocultam sob o conjunto das 78 cartas. E para fugir aos erros da subjetividade, nada melhor que
trabalhar em grupo, partilhar, colocar à prova nossas reflexões. É esse o propósito do Clube do Tarô.

Constantino K. Riemma - ckr@clubedotaro.com.br


Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores
Sugestões aos iniciantes no estudo do Tarô

Constantino K. Riemma

Para estudar os símbolos do tarô basta simplesmente ter interesse e reservar um tempo para leitura, tal como acontece
em relação a qualquer outra área de conhecimento. Dispomos para isso de muitos livros publicados e de inúmeras
linhas de abordagem divulgadas pela Internet.

O volume de informações é grande e uma questão inicial aparece: "por onde começar?" Se estivéssemos buscando
por símbolos arquitetônicos, dependendo do grau de profundidade desejado, poderíamos recorrer às escolas de
arquitetura, aos tratados técnicos e aos especialistas nessa área. Já no caso de artes informais, entre as quais se
encontra o jogo de baralho, o cenário pode se mostrar disperso e contraditório.

Dificuldades iniciais

Quando se trata da astrologia e do tarô, que compreendem conhecimentos não organizados em padrões acadêmicos
ou universitários, e cuja aplicação profissional não está sujeita a regulamentação oficial, a situação pode se mostrar
embaralhada para quem deseja iniciar seus estudos. A vantagem da astrologia é a de se tratar de um conhecimento
milenar que se mantém vivo até hoje, respaldado por incontável lista de sábios que registraram seus conhecimentos
sobre essa arte-ciência. Embora a astrologia também seja utilizada de modo simplista em revistas e publicações
populares, existem escolas respeitadas para transmitir o saber disponível.

Tarô e Astrologia - diferentes fundamentos simbólicos

Já o tarô está longe do respaldo existente na astrologia, pois se trata de um jogo recreativo, sem tradição milenar e
que apenas nos últimos dois séculos e meio passou a ser valorizado simbolicamente. Além disso, nos deparamos com
uma mistura confusa de inúmeras linhas de abordagem das cartas, sem contar os aproveitadores da crendice popular
que inventam de tudo para chamar atenção e que se passam por magos ou videntes.

Os primeiros passos

O que acabo de comentar não impede de encontrarmos estratégias simples para iniciar o estudo das cartas do tarô.
Vejamos quatro indicações básicas.

1º - escolher um bom manual

Se o interesse de estudo for simples e direto — conhecer os significados das cartas para aplicar em tiragens e leituras
— existem bons manuais de autores estrangeiros e brasileiros, como podem ser vistos na seção Livros & Autores.
Entre eles destaco o Manual do Tarô de Hajo Banzhaf.

Se o interesse for pelo o conhecimento simbólico em profundidade, tenho em alta conta dois livros: Jung e o Tarô de
Sallie Nichols e Meditações sobre os Arcanos Maiores do Tarô de Valentin Tomberg. Essas obras dispõem de
material suficiente para meses e meses de reflexão e de intercâmbio entre companheiros de estudo.

É bom lembrar que o Clube do Tarô tem muito material para estudo, com acesso pelo Menu: | O Tarô | Baralhos &
Galerias | Arcanos Maiores | Arcanos Menores | Aplicações-Tiragens. Nesse sentido o site constitui uma verdadeira
biblioteca, com diferentes níveis de textos, que partem de artigos básicos com links para estudos de aprofundamento,
sob vários pontos de vista, apresentados pelos diferentes colaboradores.

2º - aprender com quem sabe

Seja estudando manuais ou destrinchando o conteúdo do Clube do Tarô, daremos conta apenas das informações e
significados. Já para a prática e para desenvolver o pensamento simbólico será sempre importante o contato direto
com quem tem experiência. Ou seja, estude tudo o que puder em livros ou no site e, quando tiver oportunidade ou
chegar o momento, procure tarólogos com prática para dar o segundo passo.

Como acontece com todas as habilidades humanas, desde cozinhar para a família até aplicar alguma técnica
terapêutica, existem qualidades que ganham vida apenas pela transmissão direta daqueles que sabem realmente. É
indispensável praticar sob a orientação de quem tem conhecimento e experiência acumulada.

Educação: pesquisa-intuição e reverência-inspiração

Vitral de Louis C. Tiffany na Universidade de Yale - Estados Unidos


Para reforçar o significado da transmissão direta, podemos lembrar que no aprendizado tradicional da cartomancia,
nada existe de formal ou apoiado em livros. As parteiras ou benzedeiras, as avós ou tias, ensinavam sua arte
diretamente àqueles que estavam próximos e tinham assiduidade de contato. É pela convivência com as boas almas
que a atitude correta de ajuda ao próximo e o cuidado na expressão ganham vida e se tornam esteios valiosos para a
utilização das cartas do baralho.

3º - praticar com leveza

Uma atitude que pode ajudar muito o iniciante é praticar a utilização das cartas de modo despretensioso, como um
verdadeiro aprendiz. O que mais atrapalha é ser engolido pela obrigação de virar adivinho, de surpreender as pessoas
com revelações do outro mundo.

Um recurso que dá ótimos resultados e permite ganhar segurança crescente consiste em fazer leituras para amigos,
colegas e conhecidos próximos. O clima se torna mais leve e estimula o estudo, permitindo-nos inclusive rever
durante as jogadas o que dizem os manuais sobre o significado das cartas. "Pesquise o que desconhece e cuide para
não cair na tentação de se fazer de doutor", dizia um velho mestre.

Tudo ficará mais fácil se o iniciante substituir a pressão de adivinhar pela disposição de estudar, de validar na prática
o que está sendo mostrado pela cartas. E para isso é importante ouvir o nosso interlocutor, como de fato ele vive o
assunto que esta sendo tratado na tiragem. A validação do significado das cartas virá pela vida real e não pela
imaginação.

4 - utilizar técnicas simples

As tiragens complexas, como "mandala astrológica", "cruz celta", podem aumentar os embaraços do iniciante, pois a
qualidade da leitura não depende de formatos pré-estabelecidos. O rigor e o acerto são estimulados quando o próprio
leitor estabelece previamente a função de cada carta na tiragem. Essa e outras questões técnicas estão detalhadas
em Aplicações & Tiragens e no texto de apresentação do Índice de tiragens. Para ir direto às técnicas simples veja,
por exemplo, Tiragem por três.

Um bom exercício, que combina diferentes caminhos, é o de sortear uma carta toda manhã para retratar como será o
transcurso do dia. No final do período, avaliamos como se passaram as coisas na realidade e comparamos com a
carta. Esse exercício poderá ser muito revelador e ganhar força com a repetição. As conclusões obtidas em cada
experiência também poderão ser comparadas com o que dizem os manuais ou os textos disponíveis no Clube do Tarô.
Tais exercícios combinam prática, vivência direta e leitura, ampliando assim os conhecimentos sobre os significados
práticos e simbólicos do tarô.

Os passos seguintes

À medida que estudamos e entramos em contato com tarólogos e cartomantes experientes vão se tornando mais claras
as nossas afinidades com determinados estilos de leitura, assuntos colocados, níveis de compreensão. Esse processo
de estudo e observação é indispensável para definirmos de modo natural a nossa própria linha de utilização das cartas
e as formas mais adequadas para as tiragens.

O cuidado mais importante que devemos tomar é não nos aprisionarmos nas dezenas de regras arbitrárias que existem
por aí: "Isso não pode", "Só pode ser assim", "Tem que cortar com essa mão", "Embaralhar assim"... Não passam de
praxes discutíveis que nada acrescentam ao esforço de compreensão e de aplicação dos símbolos das cartas.

A seção Aplicações das Cartas e Tiragens oferece muito material para refletirmos sobre o problema dos formalismos
que limitam a relação criativa com o tarô. Quem quiser ir direto ao tópico que sugere a atitude livre em relação às
regras veja: Detalhes

É ótimo trocar experiências. O estudo das linguagens simbólicas mostra-se inesgotável e sempre nos encantam os
segredos revelados pelo caminho.

Origens do Tarô: referências históricas do séc. 14


Compilação de
Constantino K. Riemma

É para a Europa, especificamente o norte da Itália, que devemos nos voltar para encontrar as primeiras
manifestações do jogo do 78 cartas que hoje conhecemos pelo nome de Tarot. E, a julgar pelos mais
antigos exemplares conservados, as mudanças sofridas ao longo do tempo foram muito menores do que
se poderia esperar: os quatro naipes conhecidos hoje são os mesmos dos jogos italianos desde sempre:
Copas, Espadas, Paus e Ouros. Além das dez cartas numéricas, as figuras são em número de quatro,
para cada naipe: um rei, uma rainha (ou dama), um cavaleiro e um valete. Restam ainda 22 cartas
especiais que, de certo modo, formariam um quinto naipe e que os documentos italianos denominam
de trionfi (trunfos) e, os franceses, atouts, com o mesmo sentido de trunfo, ou seja, de cartas que se
sobrepõem às demais.

Cada um dos vinte e dois arcanos maiores do Tarô permitem paralelos com
Alquimia, Astrologia, Sufismo, Cabala, Mística Cristã...

Restaram inúmeras cartas de tarô pintadas à mão, do século XV. São os mais antigos legados históricos,
que estão sob guarda de museus ou em posse de colecionadores.

Registros concretos
Não se sabe ao certo a origem das cartas do baralho tradicional. Nem se pode afirmar, com certeza, se o
conjunto dos 22 trunfos ou Arcanos Maiores – com seus desenhos emblemáticos – e as muito bem
conhecidas 56 cartas dos chamados Arcanos Menores – com seus quatro naipes – foram criados
separadamente e mais tarde combinados num único baralho, ou se, desde seu nascimento, tiveram a
forma de um baralho de setenta e oito cartas.
Tudo indica que as 56 cartas do baralho comum foram copiadas do jogo difundido entre os
guerreiros mamelucos. Os autores da adição das 22 cartas, hoje denominadas "arcanos maiores" entre os
tarólogos, permanecem desconhecidos.
Existe, no entanto, um ponto de concordância entre a maior parte dos estudiosos: raros imaginam que
se trataria de alguma manifestação ingênua de “cultura popular” ou de “folclore”. Ao contrário, a
abstração das 40 cartas numeradas, bem como as evocações simbólicas dos trunfos, permitem
associações surpreendentes com inúmeras outras linguagens simbólicas. Sugerem uma produção muito
bem elaborada, um trabalho de Escola.

Entre os mais antigos exemplares, encontra-se o célebre jogo pintado


para a família Visconti-Sforza, de Milão, que pode datar dos anos 1430-50.
De outro conjunto, conhecido por “Tarot de Charles VI”,
restaram 17 cartas, conservadas na Biblioteca Nacional de França,
que parecem datar da segunda metade do séc. XV.

A maior parte dos estudiosos considera os 22 trunfos – atualmente denominados "arcanos maiores" –
uma criação do norte da Itália, como atestam as cartas do Tarot Visconti Sforza.

Já as dúvidas aparecem quando se trata do conjunto das cartas numeradas –


atualmente conhecidas por "arcanos menores" ou "baralho comum" –, que teriam sido
levadas pelos gurreiros mamelucos à Europa durante a Idade Média. Existem menções
às "cartas sarracenas" em registros do séc. 14. Veja, por exemplo, o artigo: O Tarô
Mamlûk.

A carta ao lado é do baralho sarraceno ou Mamlûk,


contemporâneo ou pouco anterior ao Visconti Sforza.
[Museu Topkapi de Istambul, réplica por Aurelia-Carta Mundi, Bélgica]

Anteriores às lâminas apresentadas acima, encontramos apenas referências a um “jogo


de cartas”. É bastante citado, nos estudos de Tarô, o relato de Johannes, monge alemão
de Brefeld, Suíça: “um jogo chamado jogo de cartas

(ludus cartarum) chegou até nós neste ano de 1377”, mas declara expressamente não saber “em que
época, onde e por quem esse jogo havia sido inventado”. Sobre as cartas utilizadas, diz que os
homens “pintam as cartas de maneiras diferentes, e jogam com elas de um modo ou de outro. Quanto à
forma comum, e ao modo como chegaram até nós, quatro reis são pintados em quatro cartas, cada um
deles sentado num trono real e segurando um símbolo em sua mão”.
Há outra menção, ainda no século XIV, embora não tenha restado exemplar algum das referidas cartas:
nos livros de contabilidade de Charles Poupart, tesoureiro de Carlos IV, da França, existe uma passagem
que declara que três baralhos em dourado e variegadamente ornamentados foram pintados
por Jacquemin Gringonneur, em 1392, para divertimento do rei da França.

Variantes
Numa composição diferente, com 50 cartas divididas em 5 séries de 10 cartas cada, existem vários
exemplares do jogo chamado Carte di Baldini (c. 1465), também conhecido como Tarocchi de Mantegna,
nome de um um importante pintor do norte da Itália no séc. XV.
As 50 lâminas do Tarô de Mantegna (c.1465) têm um fino acabamento gráfico.
Suas 5 séries de 10 cartas, porém, não mantêm equivalência nem com seu
contemporâneo Visconti-Sforza, nem com o que hoje se denomina Tarô Clássico.

Alem de estruturas diferentes, exemplificada com o Tarô de Mantegna, existem inúmeros exemplos
posteriores de acréscimo de cartas – como é o caso do I Tarocchi Classici – e também de cortes e
supressões que acabaram por originar jogos reduzidos que se tornaram populares: Baralho Petit
Lenormand, também conhecido como Baralho Cigano.

Hipoteses e paralelos sobre a origem das cartas

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A origem do Tarô continua em questão e são muitas as teorias propostas. Na verdade, porém, nada
existe de idêntico em outras culturas, pintado ou impresso em cartões, que pudesse ter estabelecido um
modelo direto para o jogo de 78 cartas que vem à luz, na Europa, no final do séc. 14. E os desenhos
mais antigos de cartas que chegaram até nós são coerentes com a iconografia cristã dessa época. Se
essa afirmação vale em particular para os 22 arcanos maiores, não cabe inteiramente para o conjunto
das 56 ou 52 cartas do baralho sarraceno, já mencionado no séc. 14.
Cruzados ou árabes?
Há estudos que afirmam que as cartas de jogar foram levadas para a Europa pelos cruzados. Contudo,
a última Cruzada terminou mais ou menos em 1291 e não existem referências que comprovem a
presença de cartas de jogar na Europa até pelo menos cem anos mais tarde.
Uma justificativa para a origem sarracena das cartas é o nome espanhol e português naipe, que
derivaria do árabe naibi. Também a palavra hebraica naibes se assemelha a naibi, o antigo nome italiano
dado às cartas e, em ambas as línguas, a palavra indica bruxaria, leitura da sorte e predição. No
entanto, não se encontram na história dos árabes e judeus referências ao jogo de cartas, anteriores aos
século 15.
Esse tipo de restrição histórica, no entanto, não invalida a hipótese de uma criação ou re-criação "multi-
tradicional" do Tarô. Sabemos que, em especial na Penísula Ibérica, sábios cristãos, árabes e judeus,
mantiveram uma criativa convivência durante o período em que o Tarô dá sinal de vida.
Do ponto de vista das provas históricas, o que se pode afirmar com segurança é que
os árabes utilizavam, já em meados do séc. 14, um baralho de 52 cartas, com estrutura idêntica aos
que hoje conhecemos como "arcanos menores" ou "baralho", cuja procedência, contudo, não está
esclarecida.
Sobre o baralho sarraceno, veja:

• O Tarô Mamlûk - o baralho árabe: apresentação de Bete Torii.

Origem cigana?
Hipótese muito difundida no Brasil, porém discutível do ponto de vista histórico, é a que associa a
origem das cartas de ler a sorte aos ciganos provenientes do Hindustão.

Os registros disponíveis indicam que apenas no começo do


séc. XV esse povo começou a entrar na Europa. Sabe-se que
em 1417, um bando de ciganos chegou às proximidades de
Hamburgo, na Alemanha; outros relatos situam os ciganos
em Roma, no ano de 1422, e em Barcelona e Paris, em
1427. Há, porém, claras evidências de que os grupos ciganos
só estenderam suas peregrinações para o interior da Europa
depois que as cartas já eram conhecidas ali há algum tempo.
Povo nômade, recorria aos mais variados recursos e talentos
para sobreviver. As mulheres particularmente utilizavam as
artes mânticas para "ler a sorte" dos habitantes das
comunidades que visitavam. Nessa área, a técnica
tradicional mais importante parece ter sido a quiromancia
(orientação e predição do futuro segundo as linhas e sinais
das mãos) e, bem mais tarde, a cartomancia (utilização dos
baralhos impressos na Europa). É esse um dos motivos pelos
quais os ciganos ficam intimamente associados às cartas.
Embora afastados da tradição escrita e da arte de impressão
das cartas os ciganos tiveram um grande papel na circulação
e na difusão da cartomancia.
Mulher Cigana
Tela de Nikolai Yaroshenko, 1886

É importante lembrar que o jogo de cartas comumente denominado Baralho Cigano, no Brasil, é o Petit
Lenormand (O Pequeno Lenormand), jogo com 36 cartas impresso na França a partir de 1840. Para
saber mais a respeito, veja:

• Exemplares mais conhecidos e as peculiaridades brasileiras: Baralho Cigano e seu imaginário.


• História da cartomante francesa, Mademoiselle Lenormand, e de seus baralhos: Lenormand
• A exposição completa das 36 cartas do Baralho Lenormand-Cigano pode ser visitada na: Galeria
• Baralho Gitano Petit Lenormand de Nádia Oliveira e Marcel Mello: Galeria das cartas
• O Jogo da Esperança. Alexsander Lepletier relata a história do jogo de tabuleiro que se transformou no conhecido
• Como ajuda aos iniciantes do Baralho Cigano-Lenormand Geraldo Spacassassi fez: Resumos

O Clube do Tarô reuniu informações sobre a cultura do povo cigano e sua experiência tradicional com a
cartomancia:

• Ciganos, os intocáveis: informações históricas sobre esse povo nômade (Conhecer).


• A cultura cigana: Sarani Barrios, cigana de origem Dohm, relata suas experiências de vida em comunidade. O texto
reune entrevista dada para Bete Torii e exemplos durante os cursos de tarô.
• Pinturas e gravuras: Galeria de arte sobre ciganos.
• A prática cigana na cartomancia: Registros dos cursos ministrados por Sarani Barrios sobre a utilização dos arcanos
de acordo com a experiência viva do povo cigano.
• Os falsos ciganos e sua propaganda: É o tema que Abelard Gregorian discute em seu artigo "Fantasias
cartomânticas e tarológicas", aberto aos comentários.

Origem egípcia?
A hipótese da origem egípcia do Tarô foi aventada por Court de Gebelin em sua obra, Le Monde Primitif
analysé et comparé avec le monde moderne, publicada a partir de 1775.

Gebelin foi um apaixonado estudioso da mitologia antiga e estabeleceu


inúmeras correlações entre os ensinamentos tradicionais e as cartas do tarô
que, segundo ele, seriam alegorias representadas em antigos hieróglifos
egípcios.
Um ponto, no entanto, não pode ser esquecido: embora existam
necessariamente similaridades entre as linguagens simbólicas mais
consistentes, isso não quer dizer que tenha existido influência direta de uma
sobre a outra.
O significado das correspondências entre linguagens simbólicas constitui um
tema delicado. Nem sempre é possível chegar a uma conclusão, pois
similaridades e correspondências não querem dizer, necessariamente, que
tenha havido cópia ou simples adaptação de uma cultura nacional para outra. Court de Gebelin
(1725-1784)

A favor da correção intelectual de Court de Gebelin, é importante lembrar que as cartas utilizadas por
ele continuaram a ser as do Tarô clássico. Ele não falsificou nem inventou um "baralho egípcio" para
justificar suas hipóteses. Sómente após a publicação de seus estudos é que começaram a aparecer
baralhos desenhados com os motivos egípcios, sem maiores compromissos com a história comprovável
desse desafiador jogo de cartas.

Reprodução das cartas 17-Estrela, 18-Lua e 19-Sol, que acompanharam


o famoso trabalho de Court de Gebelin, publicado em 1781.
Ele próprio não redesenhou o Tarô com motivos egipcios...
Seja como for, é com Gebelin que se inicia a divulgação de textos e de estudos que assinalam um
sentido mais alto para o Tarô, como uma linguagem simbólica, como um meio de transmissão dos
conhecimentos esotéricos, espirituais, que vai muito além de sua utilização como jogo de baralho.

• Detalhes sobre os baralhos inspirados na iconografia egípcia estão em: Baralhos egípicios

• Um bom artigo sobre Gebelin e seu papel na valorização esotérica e simbólica do tarô, foi elababorado por James W.
Revak e traduzido por Alesander Lepletier em Antoine Court de Gébelin: pai do tarô esotérico moderno: Pastor, maçom
e historiador

Múltiplas influências
Uma boa parte dos estudiosos da origem das cartas jogar e do Tarô reconhecem que não se trata de
uma invenção casual. Indica claramente um fundamento simbólico que, para muitos, traduziria o
significado e as propriedades do Cosmo, bem como o papel do homem na Criação. Seria produto de
uma Escola (escola dos criadores de imagens da Idade Média, como sugere Oswaldo Wirth). Nessa
direção de pensamento, o Tarô seria uma criação de Escolas francesas e/ou italianas, no final do séc.
XII, sem qualquer relação com indianos ou chineses. A favor desse ponto de vista pesa o fato de não ter
sido encontrados jogos iguais aos arcanos maiores em outras culturas.

Boa parte das imagens do dos arcanos maiores do tarô clássico guarda íntima relação
com a iconografia cristã presente nas catedrais góticas, construídas a partir do séc. XI
[Ilustração da mandorla: www.pitt.edu]

Há muitos estudos que apontam as relações entre o Tarô e Cabala. De fato, as 22 lâminas dos
“trunfos”, ou “Arcanos Maiores”, são em igual número ao das letras do alfabeto hebraico e ao dos 22
“caminhos” ou conexões entre os sefirot do desenho simbólico denominado “Árvore da Vida”. As 40
cartas numeradas, dos Arcanos Menores, representam o mesmo número de sefiroth da "Escada de
Jacó", esquema resultante da superposição de quatro "Árvores da Vida".
Tal constatação, porém, não exclui a hipótese de contribuições árabes, que tiveram um forte e
prolongado impacto, através do sufismo, sobre a mística cristã, em particular na Península Ibérica.

Um período de ouro
Não é implausível, para alguns autores, imaginar o nascimento do Tarô por
volta de 1180, período de grande força criativa na Europa, embora as
primeiras menções registradas ocorram apenas duzentos anos após, em 1391.
A razão para isso, segundo eles, seria simples: na origem, o Tarô não tinha a
função lúdica de jogo de paciência ou de apostas em dinheiro, mas
desempenhava o papel de estimular a reflexão pessoal sobre o caminho
espiritual. Desse modo, ele não poderia ser mencionado como jogo de lazer
nas crônicas da época.
“A essência do Tarô – escreve Kris Hadar – se funde de modo maravilho à
mística que fez do séc. XII um século de luz, de liberdade e de profundidade
da qual não temos mais lembrança. Nessa época, a mulher era mais liberada
que hoje."
É no correr desse período que são erigidas as catedrais góticas, em memória Trovadores,
da elevação do espírito, e que aparece igualmente a busca de um ideal porta-vozes do "Fin'amor"
cavalheiresco que alcançará sua perfeição graças aos trovadores e o Fin’Amor,
www.ocmusic.org/
que colocará em evidência a arte de crescer soc_oc/societ_p.htm
no amor.
Para corroborar tal ponto de vista, pode ser lembrado que nesse mesmo período se desenvolvem os
primeiros romances iniciáticos sobre os cavaleiros da Távola Redonda, a lenda do Rei Artur e a Demanda
do Santo Graal.
Contemporâneo dos primeiros romances, o Tarô poderia ser considerado como um dos livros sem
palavras (comuns na alquimia) para a reflexão e a meditação sobre a salvação eterna e a busca de Si,
mesmo para quem não soubesse ler. Era uma porta aberta à verdade, tal como as catedrais, que
permitiam aos pobres e aos ricos crescerem na comunhão com Deus.
“O Tarô” – afirma Kris Hadar – “é uma catedral na qual cada um pode orar para descobrir, no labirinto
de sua existência, o caminho da Salvação”.

Paralelos do Tarô com outros jogos


Quando deixamos de lado as tentativas – algumas delas forçadas – de encontrar para o tarô uma origem
necessariamente fora da Europa, em outras culturas e povos, abre-se um outro campo muito atraente
para os estudos simbólicos.
Tal como foi mencionado mais acima, a propósito da similaridades entre o Tarô e o jogo indiano do
Chaturanga, os estudos comparativos permitem reconhecer princípios básicos e universais que estão
presentes em diferentes jogos criados em culturas diversas sem que houvesse um contato próximo
entre elas, sem que uma expressão em dado contexto cultural tenha sido necessariamente copiado de
outro. Podemos encontrar provas de que o conhecimento das leis primordias se revela por caminhos
criativos e renovados.

O Papel especial dos impressores


Compilação de
Constantino K. Riemma

O estudo atento dos “trunfos”, atualmente denominados Arcanos Maiores, mostra –


conforme ressalta Thierry Depaulis – que se trata de uma iconografia tipicamente européia,
misturando alegorias:
• cristãs: a Morte, o Diabo, a Casa-de-Deus, o Julgamento, as virtudes cardinais,
• populares: o Amor, a Roda da Fortuna, o Pendurado, o Tempo – que o Tarô de Marselha
denomina Eremita,
• humanísticas ou os estados da sociedade: o Louco, o Mágico, o Imperador e a Imperatriz, o Papa
e a Papisa – estes últimos substituídos, como é o caso do Tarot de Besançon, do séc. XVIII, por
Júpiter e Juno,
• cosmológicas: a Estrela, a Lua, o Sol, o Mundo; e o Carro, antigo símbolo do triunfo muito
apreciado durante o Renascimento.

Em meados do séc. XVII existia uma grande quantidade de casas editoras, com
desenhos muitos próximos aos que, atualmente,são designados Tarô Clássico
ou Tarô de Marselha. As lâminas acima, são do Tarô de Jean Noblet,
impressos em Paris, no ano de 1650, e restaurados por Jean-Claude Flornoy.

Segundo boa parte dos historiadores, o jogo do tarô teria entrado na França durante as guerras
contra a Itália, bem no início do séc. XVI. Sua mais antiga menção, nesse país, aparece em Gargantua,
de Rabelais (1534), que cita o "tarau" em sua longa lista de jogos de seu herói. A partir de meados do
séc. XVI, as referências se multiplicam. Estão conservadas, aliás, as 38 cartas de um jogo feito em Lyon,
em 1557, por Catelin Geoffroy. Isso quer dizer que o tarô possui, na França, tal como na Itália,
verdadeiro selo de nobreza. Os gravuristas franceses desempenharam um papel fundamental na difusão
do jogo.
Os jogos eram estampados por meio de gravações em madeira, e pintados à mão. Além disso, por
serem destinadas a jogadores, as cartas eram levemente ensaboadas, para garantir que deslizassem
com facilidade.
O papel especial da França
No séc. XVIII, o tarô é produzido por toda parte, na Europa e, principalmente, na França: Marseille,
Avignon, Lyon, Paris, Rouen, Dijon, Chambéry, Besançon, Colmar, Strasbourg, Belfort, para citar os
centros mais destacados.
Na Itália e na Suíça também aparecem importantes gravadores e impressores das cartas. É o caso do
chamado Tarô Clássico, impresso na Suíça nessa mesma época, cujas gravuras são similares às
produzidas em Marselha. Ainda existem os blocos de madeira originais utilizados para estampagem do
baralho, entalhados em 1751 por Claude Burdel, cujas iniciais CB estão impressas no brasão do Carro
(lâmina 7).

Cartas do tarô denominado “Clássico” que se difundiu pela Europa. Acima, três cartas
restauradas dos “trunfos”originalmente gravados e impressos por Claude Burdel,
na Suíça. O Dois de Ouros é uma foto do original, que traz a informação:
“Claude Burdel - Cartier et Graveur - 1751”.

Um modelo específico dominou amplamente entre os impressores franceses: trata-se do célebre Tarô
de Marselha, assim denominado porque essa cidade era sua principal produtora na segunda metade do
séc. XVIII. Essas cartas foram tão difundidas que até mesmo os italianos se puseram a importar e a
copiar os jogos impressos em Marselha. Uma referência básica dessa linha marselhesa encontra-se nas
gravuras de Nicolas Conver.Esse modelo foi bastante copiado e as cores utilizadas sofreram
inúmeras alterações em razão dos processos tipográficos adotados.

1760 Tarô Conver Desenho do 1880 Tarô Camoin Com 1898 Tarô Besançon Após 1930, o traçado do Tarô
fundador da Maison Camoin, novas máquinas são usadas Não possui as mesmas cores de Besançon é retomado com
impresso por máquina e colorido apenas quatro cores no mesmo do Tarô Clássico e substitui as misturas de cores, sob critérios
à mão em várias cores. gravado de Conver (1760). cartas da Papisa e do Papa. discutíveis.
Persistem até hoje divergências entre os estudiosos e restauradores do Tarô, com respeito à versão
do Tarô de Marselha que seria mais adequada, seja quanto aos detalhes das gravuras, seja em relação
às cores utilizadas.
1931 Grimaud 1997 Camoin 2000 Kris Hadar
Edição compilada por Redesenhado como Proposta do autor
Paul Marteau, com cópia fiel dos gravados de canadense a partir das
quatro cores chapadas. Nicolas Conver, de 1760. ed. Grimaud e Camoin.
A cada século que se seguiu, aumentou a difusão das cartas e a invenção de novos desenhos, mais
ou menos afastados do modelo clássico.

As variações modernas

As cartas do baralho moderno para jogos de entretenimento


ou apostas mantiveram o padrão clássico, com os quatro
naipes e as figuras. Mas não são mais chamadas de "Tarô",
pois descartaram os trunfos (os "arcanos maiores"), mantendo
tão somente o Louco com a função de Coringa.
Apenas no início do século XX começou a se impor
mundialmente, vindo da Alemanha, o desenho moderno do
baralho comum, com seu grafismo simplificado para facilitar o
manuseio das cartas, mas sem que as regras dos jogos se
alterassem.

Jogos e mancias: um percurso de mãos dadas

Constantino K. Riemma

Está ainda por ser feito, no Brasil de hoje, um levantamento para sabermos qual a proporção
quantitativa da utilização das cartas:

(a) para estudos simbólicos, terapia e cartomancia;

(b) para jogos de lazer, nos lares e nos clubes, bem como para o carteado valendo dinheiro, nos
cassinos e outros recintos fechados.

Jogos e lazer

Os registros históricos mais antigos sobre a existência do Tarô são encontrados na Europa, em particular
na Itália e França. E o que neles se mencionam são o jogos e o lazer. Tal utilização das cartas se
estende até hoje, passando pelas apostas retratadas nos filmes de "faroeste" americano, cassinos,
clubes, bares.

Muitos clubes e comunidades organizam torneios de jogos de baralho: buraco, canastra, tranca e bridge,
entre outros, como forma de lazer e de integração.

Acima: um torneio de tranca


entre associados do Clube
Monte Líbano de S.P. (2005)

Ao lado: 1º Torneio de Truco


(fev. 2007) promovido pelo
Abrigo Vicentino de Agudos (SP)
O baralho moderno, herdeiro dos Arcanos Menores do Tarô, também anima jogos na família, que vão
dos mais simples, para crianças, até os elaborados e complexos, para os adultos, sem contar as
"paciências" que podem ser jogadas solitariamente, não só com baralhos impressos, mas igualmente
pelas telas dos computadores.

Cartomancia

A febre da aplicação do Tarô à cartomancia, na Europa, torna-se visível com Etteilla, na seqüência da
divulgação do trabalho de Court de Gebelin (1775).

Etteilla, pseudônimo de Alliette, ora descrito como peruqueiro, ora como professor de álgebra, foi
considerado por muitos como um oportunista. Tornou-se um dos mais ardorosos seguidores de Gebelin
e se dedicou a promover suas idéias para acumular grande fama e fortuna.

Os desenhos do baralho do “Grande Etteilla” afastam-se das figuras simbólicas encontradas na maioria
dos tarôs até então. Hoje em dia, é possível encontrar reproduções, das cartas originais de Etteilla, que
parece ser sido um exemplo marcante de simplificação e popularização dos símbolos.

O baralho redesenhado sob a direção de Jean-Baptiste Alliette "Etteilla" (1738-1791)


revela claramente sua finalidade adivinhatória. Os significados das cartas
são reduzidos à umas poucas referências práticas, próprias à cartomancia:
"Doença", "Fortuna", "Nobre", "Homem Loiro"...

A prática popular da cartomancia, entretanto, já corria há muito por toda Europa, graças aos ciganos e
sensitivos espalhados por toda parte. E, hoje em dia, todas as pessoas conhecem a utilização mântica do
baralho (seja chamado de "tarô" ou de "jogo de cartas"), quer nos grandes centros urbanos, quer nas
pequenas cidades.

Lazer e Cartomancia no Brasil

Na primeira metade do século passado, com o grande afluxo de imigrantes europeus e árabes, muito
antes da TV e dos eletrônicos, os baralhos dominavam a cena dos jogos de mesa. Sua versatilidade de
regras permitia entreter crianças, adultos competitivos, idosos dispostos aos passamentos, tantos nos
lares, nos encontros familiares, como nos clubes.

Os jogos de baralhos eram e continuam sendo relativamente baratos e acessíveis, o que facilitava e
facilita sua difusão.

Ao lado da utilização lúdica, o baralho comum aparece nas mãos de uma certa parcela de mulheres
interessadas em outra vertente: ler a sorte pelas cartas.
Exemplo de um baralho comum, dos anos 40 ou 50, bem marcado pelo uso, com anotação dos
significados das cartas segundo a cartomancia popular: "Sucesso garantido pela ajuda de um
amigo", "Viagem de negócios", "Inimiga maledicente e invejosa", "União feliz, vantajosa"...

No Interior brasileiro, ainda é possível encontrar curandeiras, benzedeiras, paranormais, que utilizam o
baralhos comuns, muitas vezes sobras dos jogos de carteado dos homens, para realizar seus trabalhos
de ajuda e para fazer predições.

Sob a designação genérica de 'tarólogos' existem, entre nós, inúmeros praticantes que conciliam a
cartomancia com uma visão simbólica mais ampla. Muitos deles são profissionais que dedicam
exclusivamente ao atendimento de pessoas, combinando em diferentes graus e níveis, as previsões com
o aconselhamento psicológico e existencial.

A história do baralho no Brasil ainda está por ser registrada como merece. E o Clube do Tarô oferece
espaço para isso. Aguarda participações.
As múltiplas faces do Esoterismo e o Tarô

Compilação de
Constantino K. Riemma

O jogo de baralho já circulava por volta de quatro séculos na Europa, com finalidade de lazer, quando
começaram a ser divulgados os primeiros estudos sobre seus aspectos simbólicos ou esotéricos e suas
possíveis ou imaginárias origens ocultas.

Apresentamos, a seguir, uma súmula sobre cada figura marcante nessa nova e crescente linha de
abordagem das cartas, incluindo links para estudos de aprofundamento.

Court de Gebelin

A publicação por Court de Gebelin (1719-1784) de Le Monde Primitif analysé


et comparé avec le monde moderne (O mundo primitivo analisado e
comparado com o mundo moderno), em 1775, constitui um marco importante
na história moderna do Tarô. O baralho passa a ser considerado não apenas
assunto de jogos de lazer ou de adivinhação e ingressa no rol de interesse dos
esotéricos e intelectuais a partir do final do século 18.
É de Gebelin o primeiro texto de que se tem notícias que oferece outras
informações simbólicas sobre as cartas que vão muito além do receituário para
a cartomancia popular.
Court de Gebelin

• O papel de Court de Gebelin na história mais recente do tarô é discutido no tópico sobre as origens do jogo de
cartas : Tarô egípicio? e Hipóteses

• Um bom artigo sobre Gebelin e seu papel na valorização esotérica e simbólica do tarô, foi elababorado por James W.
Revak e traduzido por Alexsander Lepletier em Antoine Court de Gébelin: pai do tarô esotérico moderno : Antoine Court
de Gébelin

• Original, em francês, "Du Jeu des Tarots", p.365-410, vol.8, Monde primitif... no qual Court de Gebelin sugere uma
origem egípcia para o tarô e discute o significado e aplicação das cartas : http://www.tarock.info/gebelin.htm
Etteilla - Jean-Baptiste Alliette

Etteilla, pseudônimo de Jean-Baptiste Alliette (1738-1791), também francês


e contemporâneo de Gebelin, é outro nome de referência na história do Tarô,
tanto pela divulgação do baralho quanto pelos livros que escreveu, Manière
de se récréer avec le jeu de cartes nommées tarots (Maneira de se divertir
com o jogo de cartas denominadas tarôs), em 1785, e pelo até hoje
reeditado O Livro de Thoth, acompanhado das 78 cartas.
Etteilla não se prende aos aspectos simbólicos ou eruditos e se limita a
apresentar um texto com indicações práticas que tiveram grande influência
sobre os cartomantes da época, como foi o caso da conhecida e controversa
Mademoisele Lenormand. Etteilla

• O Livro de Thoth - Tarô de Etteilla. Resenha do historiador Giordano Berti sobre o livro e o jogo com 78 cartas, agora
disponíveis no Brasil: O livro e o baralho

• Etteilla e o seu tarô egípcio é um dos tópicos preparados por Constantino Riemma sobre os baralhos temáticos
surgidos a partir de 1791: “Grande Etteilla”

• Etteilla, o primeiro tarólogo profissional. Biografia de Etteilla, elaborada por James W. Revak e publicada no site
Villa Revak: www.villarevak.org/bio/etteilla_1.html. A tradução ao português foi feita por Alexsander de Abreu
Lepletier: Etteilla, um tarólogo profissional

• Etteilla e seu método divinatório. A primeira integração conhecida entre Tarô e Astrologia . Elizabeth
Hazel e James W. Revak apresentam a técnica de tiragem de cartas segundo a proposta de Etteilla, traduzida
por Alexsander de Abreu Lepletier. Para aqueles que têm alguma familiaridade com os símbolos astrológicos, oferece
muitos estímulos para aprofundar a tiragem também conhecida por "Mandala astrológica": 1. Histórico, 2. O Método
de Etteilla e 3. Exemplo

Mais franceses

Eliphas Levi

Autor respeitado, Eliphas Levi (1810-1875) foi um filósofo, esoterista, que se dedicou ao estudo dos
símbolos e que deixou muitos seguidores. Seminarista da Igreja Católica Romana, artista plástico, seu
nome verdadeiro era Alphonse Louis Constant.

Em seu famoso livro "Dogma e ritual da Alta Magia" (1856), descreve o


Tarô como uma síntese da ciência e chave universal da Cabala.
Estabeleceu a correspondência entre as 22 letras do alfabeto hebraico, os
22 caminhos da Árvore da Vida – que ligam os Sephirot entre si – e os
22 trunfos ou Arcanos Maiores.
Ao invocar ao mesmo tempo a Cabala, a alquimia e a astrologia, bem
como a tradição hermética, Eliphas Levi reiterava que o Tarô oculta os
segredos dos antigos conhecimentos.
Eliphas Levi e Court de Gebelin são, de certo modo, dois marcos da
profusão de publicações, irmandades e círculos esotéricos mais ou menos
secretos que se espalhariam por toda Europa durante o século 19 e
seguintes.
Éliphas Lévi

• O Iniciado (ou O Recipiendário). Texto de Eliphas Levi em seu Dogma e Ritual da Alta Magia. Cap. I do 1º volume, em
• Éliphas Lévi, sacerdote, radical, mago. Biografia do ocultista francês que ressalta seu papel no renascimento moderno
da magia como caminho espiritual e no desenvolvimento do tarô esotérico. Elababorada por James W. Revak e traduzida
por Alexsander Lepletier: Mago e tarólogo

• Biografia de Éliphas Lévi. Reprodução de texto da Sociedade de Ciências Antigas com ilustrações recolhidas pelo Clube
do Tarô: Eliphas Levi

• Em seu Manifesto para o futuro do Tarô, Nei Naiff focaliza os principais autores envolvidos com o Tarô, no período em
que as cartas ganham novas histórias e um novo status: História do Tarô

• História do esoterismo. Para compreender melhor o clima cultural da Europa nos séculos 18 e 19, e o surgimento de
organizações ocultistas, consulte a tese de Rui Sá Silva Barros sobre esse período: Tomando o céu de assalto...

Stanilas de Guaita

Outros nomes também se destacam nesse período efervescente, como é o caso de Stanislas de
Guaita (1861-1897), fundador da "Ordem Kabalística da Rosacruz", que congregou muitos dos assim
chamados "ocultistas" e "magos".

Oswald Wirth

Entre os estudiosos franceses desse período, muito próximo de Stanilas de


Guaita, destaca-se Oswald Wirth (1860-1943), de origem suíça, autor de obras
que se tornaram clássicas, como "O simbolismo hermético em suas relações com
a alquimia e a franco-maçonaria", "O simbolismo astrológico" e, sobretudo, "O
Tarô dos santeiros da Idade Média" (Le Tarot des imagiers du Moyen Âge).
Embora muitos autores queiram atribuir a Wirth a primeira tentativa de conceber
e editar um Tarô especificamente esotérico, conhecido por Tarô Oswald Wirth, a
série que idealizou e desenhou, em 1889, é visivelmente inspirada no no estilo
do Tarô Clássico ou Tarô de Marselha. Além disso, ele ficou apenas na revisão
dos arcanos maiores.
Oswald Wirth

Nesse sentido, embora fosse maçom, seu trabalho não constituiu um "tarô maçônico", exclusivo, como
alguns defendem, a menos que também se considere os desenhos dos antigos "cartiers" franceses, entre
eles o jogo marselhês, como herdeiros dos antigos construtores das catedrais, o que aí, sim, seria
cabível.

• As imagens do Tarot de Oswald Wirth podem ser apreciadas numa das galerias do Clube do Tarô, onde são oferecidas
algumas informações históricas sobre essas cartas: Galeria Wirth

• Oswald Wirth trabalhou os agrupamentos dos arcanos maiores, oferecendo exemplos estimuladores para o estudo de
combinações em pares, grupos e tétrades. Conheça sua visão de conjunto dos arcanos: Indícios reveladores

• Flávio Alberoni, colaborador do Clube do Tarô, é um dos tarólogos que aplica a indicações dos pares dos arcanos, tal
como proposto por Wirth. Veja exemplos de suas interpretações: Leituras

• Quanto a idéia de um tarô maçônico, além da resenha sobre o Tarô de Marselha, dois textos de Jean-Claude
Flornoy mencionam as vicissitudes das corporações de ofício: O Tarot de Jean Noblet (1650) e Tarôs de Jean Dodal e
Jean-Pierre Payen (1701-15)

Papus - Gérard Encause

Já um outro francês, contemporâneo de Oswald Wirth, inspirado nos esboços


egípcios de Eliphas Levi, arriscou-se num novo desenho do Tarô. Foi
ele Papus, nome ocultista utilizado por Gérard Encause (1865-1917), médico
francês, fundador e líder da "Ordem espiritual e maçônica dos Martinistas",
autor do Tarot des Bohémiens (Paris, 1889), obra até hoje traduzida e
publicada em várias línguas, inclusive em português.
O desenhos originais do Tarô dos Boêmios, elaborados por Jean-Gabriel
Goulinat, apareceram apenas reproduzidas no livro, publicado em 1889 e
revisto em 1911. As estampas ganharam o formato de baralho somente
Papus quando seus desenhos originais foram reproduzidos e coloridos, em 1981.

Embora seja muito mais popular que Eliphas Levi e Oswald Wirth, há estudiosos, entre entre eles P.
Ouspensky, que apontam deslizes e generalizações indevidas em seus textos.

• Papus, médico e mago. Um apanhado da vida e obra de Gérard-Anaclet-Vincent Encausse (1868-1916) e sua influência
nos estudos sobre a dimensão simbólica do tarô. Texto de James W. Revak traduzido por Alesander Lepletier: Sua vida:
estudante de medicina e de ocultismo

• Papus e sua versão simbólica das cartas: O Tarô dos Boêmios

• Nei Naiff tem algumas observações pontuais sobre Papus: Manifesto...

René Guénon

Na segunda metade do séc. 19 amplia-se a quantidade de escritores e publicações ligados ao


esoterismo. Proliferam ordens, irmandades, sociedades, lojas, sob várias designações: rosacruzes,
maçônicas, ocultistas, templárias, esotéricas, mágicas, secretas... Joio e trigo se misturam
irremediavelmente.

No cenário contemporâneo e caótico, em que reina uma sintomática confusão entre


o rito sagrado e a magia pessoal, entre o estar a serviço de algo mais alto e a
busca de poder egóico, surge um pensador pontual e rigoroso diante das fantasias
que continuam a proliferar no mundo moderno: René Guénon (1886-1951).
Sua experiência se diferencia em relação à maioria dos autores de seu tempo.
Participou, durante sua formação, de várias escolas e passou por diversos ritos
existentes na França. Teve, porém, a oportunidade de encontrar e de reconhecer
outras fontes ligadas de modo mais direto aos ensinamentos tradicionais e soube
propor uma clara distinção entre o sagrado e o profano, resultado de longos anos
de trabalho. Capa do livro
de D. Gattegno

René Guénon teve força e coragem para remar contra a maré e dedicou sua vida ao estudo e à
transmissão do saber que se encontra além da ciência moderna.

• A crise do mundo moderno, por René Guénon. Um estudo publicado pela primeira vez em 1927, mas que mantém uma
inquietante atualidade em razão do agravamento dos indicadores apontados pelo autor: prevalência da quantidade sobre a
qualidade, do profano sobre o sagrado, do poder pessoal sobre o servir. Tradução de Bete Torii: Baixar ou ler
Formato pdf com 495KB. 108 págs. 14x21cm, imprimíveis em 54 folhas tamanho A4.

• Os símbolos da Ciência Sagrada. Quatro textos de René Guénon que tratam dos atributos fundamentais dos símbolos,
que não podem ser confundidos ou reduzidos aos conceitos das ciências ou das psicologias modernas: Simbolismo
tradicional

• Verdadeiros e falsos instutores espirituais. René Guénon oferece indicações para distinguir a verdadeira transmissão
iniciática e os enganos e equívocos crescentes no mundo atual: Instrutores

• René Guénon - dados biográficos, por Antonio Carlos Carvalho, tradutor do livro A crise do mundo moderno para uma
edição portuguesa: Biografia

Os ingleses

Na esteira do que se passa no continente europeu, a Inglaterra é igualmente palco para personagens
que incluem o Tarô em seus estudos.

MacGregor Mathers

MacGregor Mathers (1854-1918) obteve grande notoriedade e está associado


ao ressurgimento do ocultismo e da magia na virada do século XIX. Ele adotou o
Arthur Waite

Entre os ingleses ligados aos estudos esotéricos e que se dedicaram ao


tarô, Arthur Edward Waite (1857-1942) é um dos mais apreciados e traduzidos.
Pesquisou em diversas fontes e escreveu vários livros, entre eles, The Key to the
Tarot e The Holy Kabbalah.
Sob sua iniciativa e supervisão, um baralho de 78 cartas – conhecido como
baralho Rider – foi desenhado por Pamela Colman Smith.
Esse baralho engrossa a tendência moderna de dar figurações aos Arcanos
Menores, como recurso para traduzir de modo factual seus significados, o que
acarreta, por outro lado, o empobrecimento simbólico.
Waite

• O baralho de Arthur Waite e Pamela Colman Smith: Galeria das cartas

• O Tarô de Arthur Waite & Pamela Smith é situado por Constantino K. Riemma, que focaliza alguns aspectos críticos
desse baralho que acabou por se tornar uma referência para os re-desenhos modernos: O Tarô de Waite


O Tarô Rider-Waite, texto de Lívia Krassuski de apresentação do baralho e menções ao contexto no qual ele aparece,
como é o caso do movimento Aurora Dourada (Golden Dawn): Introdução

Aleister Crowley

Ao lado dos estudiosos e autores que se dedicaram ao propósito de investigar as


correspondências entre o Tarô e demais linguagem simbólicas, tornou-se
conhecido um outro nome bastante controvertido: Aleister Crowley (1875-
1947). Seus dons, embora reais, foram utilizados segundo seus críticos de modo
banal e repleto de fanfarrices.
Foi ele quem inspirou Lady Frieda Harris a redesenhar as cartas do Tarô. Esse
trabalho, de apreciável valor estético, se afasta por completo dos desenhos
clássicos dos arcanos. O Tarô de Crowley só foi impresso pela primeira vez em
1971, com o livro The Book of Thoth.
Aleister Crowley

• O baralho de Aleister Crowley e Frieda Harris: Introdução e Galeria

• Galeria das cartas desenhadas por Frieda Harris para o baralho de Aleister Crowley:
Arcanos Maiores | Naipe de Paus | Naipe de Ouros | Naipe de Espadas | Naipe de Copas

• Apresentação do Tarô de Crowley. Valéria Fernandes oferece indicações básicas sobre o Thoth Tarot desenhado por
Frieda Harris: Um baralho com toque surrealista

• O Tarô de Crowley-Harris ou Tarô de Thoth. Cláudio Carvalho, apresenta e discute a história da elaboração dos
desenhos: Explicação do baralho

• Heavy Metal: A Ponte entre Crowley e o mundo da Música. Simone Gomes Omega discute as relações dos
metaleiros com a aura polêmica de Aleister Crowley: Provas das influências

• A própria besta. Colin Wilson conta as peripécias, os poderes e a sombra de Crowley: O Oculto

• Horóscopo de Crowley, análise dos astrólogos Elizabeth Nakata e Douglas Marnei: Mapa astral

Dois russos: estudos em profundidade

Entre os estudos muito importantes sobre os fundamentos simbólicos do tarô, alguns deles representam
um verdadeiro desafio para os iniciantes. É o caso de dois autores russos – Mebes e Tomberg –
produziram obras que vão muito além do esoterismo para consumo em feiras e bijuterias.

G. O. Mebes

O professor e esoterista russo Gregory Ottonovich Mebes morreu em campo de concentração do regime
comunista.

O que nos restou de seus cursos foram anotações de alunos, portanto sem muitas explicações de
detalhes para aqueles que desconhecem a simbólica da Árvore de Vida e não participavam diretamente
do contexto prático em que Mebes realizava o seu trabalho.

Mebes está longe do papel de personalidade popular, mas deixou para a posteridade importantes
estímulos para novas direções de pesquisa sobre as cartas ao estabelecer inusitados nexos entre
símbolos cabalísticos e os arcanos maiores e menores.

• Enigmas do tarô de G. O. Mebes, trabalho de Constantino K. Riemma que reune referências obtidas com estudiosos
russos: Os tarôs de GOM na Rússia

• Dados biográficos de Mebes, por Martha Pécher, tradutora dos livros de GOM para o português e publicados pela
Editora Pensamento: Biografia

• Galeria das cartas do tarô de Mebes, reúne as ilustrações originais do livro publicado na China, bem como
restaurações e outros jogos por ele inspirados: 1. Cartas originais, 2. O Tarot Cabalistico de G.O.M. por Yeremyan-
Ayvazians, 3. O Arcanos Maiores no Tarô de Vasily Masiutins,

• El Tarot - Curso Contemporáneo de La Quinta Esencia del Ocultismo Hermético. Texto de Mouni Sadhu, que apresenta
os 22 arcanos maiores do tarô tal como foram ensinados por Mebes em suas aulas. Esse texto está disponível
na Biblioteca Digital.

Valentim Tomberg

Outro nome que permanece afastado do espaço circence cultivado por algumas
personalidades, mas que pode ser considerado como o autor mais consistente na
indicação dos vínculos possível do tarô com diferentes correntes de ensinamento, é o
de Valentim Tomberg, contemporâneo de Mebes e que conseguiu manter-se anônimo
por algumas décadas.
Embora também dependamos de muito estudo para compreender todo o alcance das
afirmações de Tomberg, o seu texto Meditações sobre os arcanos maiores do Tarô foi
especialmente preparado para publicação e, dentro do possível, ele se mostra bem
Valentin didático. Pode ser considerado como o ponto alto dos estudos sobre o Tarô.
Tomberg

• Valentim Tomberg. Apresentação do livro Meditações sobre os 22 arcanos maiores do Tarô por Constantino K.
Riemma: Anonimato e reconhecimento
O cenário nas Américas

Dada a receptividade do tarô nas Américas, muitos livros foram publicados com ampla diversificação de
público e de propósitos. Na maior parte dos casos consistem em manuais de introdução e estudo prático
das cartas. Não vieram à luz pesquisas e tratados como aqueles que foram elaborados por autores
europeus. A notável exceção, nesse sentido, é o trabalho do argentino J. Iglesias Janeiro, autor de La
Cábala de Predición e criador de um tarô egípcio que obteve grande aceitação e que foi reproduzido
inclusive pela USGames, a importante editora norte-americana de baralhos.

Entre os norte-americanos destaca-se a figura de Paul Foster Case, que se vinculou a fontes européias
de linha rosa-cruz e Golden Down, entre outras. Escreve um livro sobre o tarô no qual revê e redesenha
as cartas de Waite.

Também podem ser encontradas muitas adaptações do baralho tradicional às múltiplas referências
culturais que ganharam espaço no continente, como é o caso das tradições africanas, indígenas, e do
cenário cigano. Tratam-se, porém, na grande maioria dos casos de edições dos próprios autores, com
distribuição limitada.

Indicamos, abaixo, links para artigos, resenhas e produções artísticas produzidos nas Américas ligados
ao tarô:

• La Cabala de Prediccion, de J. Iglesias Janeiro, tratado sobre as práticas mânticas e que inclui o seu Tarô Egípcio,
apresentado por Eduardo Escalante: Resenha da obra

• Textos completos do "O Tarot Egípcio da Kier" de J. Iglesias Janeiro traduzidos e compilados por Constantino K.
Riemma: Arcanos Maiores: 1-22 | Menores: 23-36 | 37-50 | 51-64 | 65-78

• Paul Foster Case, dados biográficos compilados por Frater AEC, sobre o ocultista americano filiado a diversos
movimentos esotéricos: O Tarô – uma chave para a Sabedoria das Idades

• Os Arcanos da Era de Aquário – Henrique José de Souza. Resenha de Alexandre Domingues sobre os arcanos
propostos pelo fundador da Eubiose: O Autor e seus arcanos

• Galeria de jogos e criações artísticas no Brasil. Cartas e obras de arte nacionais

Cartas, lâminas, arcanos

No clima europeu do século XIX, em que o Tarô foi revalorizado pelos estudiosos de temas esotéricos,
torna-se compreensível que seria bem recebida a troca de termos para designar as cartas e o baralho.
De fato foi o que aconteceu a partir da publicação, em 1865, da obra "L’homme rouge des Tuileries" de
Paul Christian, pseudônimo de Jean-Baptiste Pitois (1811-1877). Discípulo de Eliphas Levi, atribui-se a
Paul Christian ter "inventado os termos lâminas e arcanos para designar as cartas dos Tarots".

A partir da segunda metade do século XIX, tornou-se usual a utilização dos termos lâmina e,
principalmente, arcano em substituição a carta.

Estudos sobre o esoterismo e o Tarô


• A escada mística do Tarô. Andrea Vitali oferece um belo e consistente texto que remonta às fontes medievais – cristãs
e alquímicas – dos trunfos ou arcanos maiores. Referência segura para aqueles que buscam os fundamentos simbólicos
das cartas, traduzida por Leonardo Chioda: História

• O herético no Tarô. Ricardo Pereira faz um levantamento das versões que cercam o
surgimento do Tarô na Europa, a partir do Grande Cisma Cristão (1054), sua possível relação
com os templários, movimentos esotéricos e as restrições clericais às cartas: O herético no Tarô

• Tomando o céu de assalto – esoterismo, ciência e sociedade. 1848-1914 - França,


Inglaterra e EUA. Rui Sá Silva Barros apresenta o quadro cultural e social, de 1848 a 1914,
durante o qual ocorreu uma grande difusão dos ensinamentos herméticos. Desse movimento
• Manifesto para o futuro do Tarô. Nesse texto Nei Naiff trata dos diferentes modos que as cartas têm sido utilizadas e
repassa os principais registros históricos e autores, sob um olhar meticuloso e crítico. Uma boa ajuda para separar a
história real e as fantasias: História do Tarô

• Confira mais indicações em: Pesquisas históricas e estudos sobre o Tarô


Personalidades & famosos na história das cartas
Biblioteca Digital: Estudos de esoteristas sobre o Tarô

Cenário atual do Tarô e de suas reinveções

Afastamento das origens e produções contraditórias


Constantino K. Riemma

Nos dois últimos séculos surgiram inúmeros desenhos diferentes, com as mais variadas inspirações
artísticas, que animam os colecionadores de todo o mundo.
Hoje podemos encontrar editoras especializadas, em especial nos Estados Unidos e Europa, com
centenas de baralhos redesenhados livremente nos últimos cinqüenta anos. Existe de tudo, e em tal
profusão, que torna difícil para o iniciante distinguir as invenções livres, subjetivas, sem compromisso
com qualquer fonte de conhecimento, e os trabalhos que buscam os vínculos do Tarô com os
Ensinamentos antigos.

Oito exemplos do trunfo 2. A Sacerdotisa: uma evidente contradição de sinais.


No alto, à esquerda, a carta do Tarô de Jean Noblet (1650), seguida dos desenhos do
início do séc. XX: White (Rider), Crowley e, mais recente, o "egípicio" da Editora Kier.
Abaixo, da esquerda para a direita, representações da Sacerdotisa em alguns
dos tarôs contemporâneos: de Manara, dos Santos, Aquarian e Salvador Dali .

Nessa situação, torna-se recomendável aos interessados em estudar e compreender os ensinamentos contidos no Tarô,
que comecem sua investigação pelos desenhos clássicos; estes possivelmente estão mais próximos da fonte e menos
distorcidos pela subjetividade de artistas que nem sempre conhecem a amplitude de significados simbólicos das
antigas figuras que se propõem a reinventar.

Quanto aos manuais e livros sobre o Tarô, é bom lembrar que só começaram a ser publicados nos últimos 200 anos.
Nos séculos anteriores não circulava qualquer "manual de instrução". As cartas talvez fossem entendidas de modo
mais direto e seu sentido transmitido na convivência, de forma espontânea. Hoje, porém, temos necessidade de
manuais e professores e não é muito fácil, à primeira vista, distinguir os diferentes níveis de qualidade e de
compreensão. Uma profusão de fantasias, atraentes do ponto de vista artístico, mas carentes de consistência,
convivem com – e no mais das vezes encobrem – os testemunhos de uma outra ordem de conhecimento.

Mais estudos sobre a diversidade de jogos


• Dez baralhos lúgubres. Giancarlo Kind Schmid seleciona dez jogos de cartas considerados góticos, que se não
sinistros, são no mínimo sombrios: Demônios, zumbis, espíritos, monstros
______________________________________

• Hipóteses livres sobre a origem das cartas: As lendas e o imaginário sobre o tarô

• Amostra da pluralidade de versões dos jogos de cartas: Opiniões & Apreciações de conjunto


Para conhecer detalhes dos baralhos antigos e modernos veja: Baralhos - resenhas e galerias

Arcanos Maiores - Apresentação


As 22 cartas ou lâminas, chamadas tarocchi ou trionfi, na Itália, triomphes ou atouts, na França,
são hoje denominadas Arcanos Maiores nos manuais de Tarô.
Nos dois jogos mais antigos que chegaram até nós – Visconti Sforza (1440) e Gringonneur (1455) –
essas 22 cartas não estão numeradas. Veja: Baralhos
Mesmo nas publicações em que aparecem numeradas, as cartas não têm uma seqüência facilmente
compreensível, como acontece com os 56 arcanos menores. Esse talvez seja o motivo de a utilização
popular do baralho – no lazer e jogos de azar – ter dispensado os 22 Arcanos Maiores. Seu único
vestígio no baralho comum, para o carteado, é o Coringa ou Trunfo, que corresponde ao Louco, a
figura que permaneceu sem número.
Os estudiosos do tarô, no entanto, encontraram muitos arranjos para dar coerência ao conjunto dos
Arcanos Maiores, estabelecendo diferentes critérios de agrupamentos, o que prova a maleabilidade das
linguagens simbólicas.
Clique sobre a carta para conhecer os textos explicativos
0 - 22 1 2 3 4 5 6 7
Louco Mago Papisa Imperatriz Imperador Papa Namorados Carro

8 9 10 Roda 11 12 13 14
Justiça Eremita da Fortuna Força Pendurado Morte Temperança

15 16 17 18 19 20 21
Diabo Torre Estrela Lua SoL Julgamento Mundo

Os caminhos de estudo dos Arcanos Maiores no Clube do Tarô


• Os textos que podem ser linkados pelas imagens acima estão subdivididos em quatro tópicos:
- imagem e descrição da lâmina
- significados simbólicos
- interpretações usuais na cartomancia
- história e iconografia.

No final de cada texto de apresentação estão indicados os estudos disponíveis de aprofundamento.

• Estudos de conjunto: diversos autores propõem um sentido global para os arcanos maiores, seus arranjos e variações
possíveis, que nos ajudam a construir um visão integradora das cartas.
- Estudos clássicos de conjunto -->>
- Agrupamentos e sequências -->>
- Analogias e aplicações simbólicas -->>
- Cursos de tarô on-line -->>
- Bibliografia -->>
(0 ou 22) O Louco

O Arcano da Busca e da Peregrinação


Compilação de
Constantino K. Riemma

Ao contrário do que ocorre nos demais arcanos, a margem superior da


lâmina não tem numeração, razão pela qual se costuma atribuir-lhe o
valor de arcano 0 ou 22, segundo a necessidade.
Um homem anda com um bastão na mão direita. Está de costas, mas seu
rosto, bem visível, aparece de três quartos. Sobre o ombro direito leva
uma vara em cuja extremidade há uma pequena trouxa.
O personagem está vestido no estilo dos antigos bobos da corte: as
calças rasgadas deixam ver parte da coxa direita. Um animal que poderia
ser um felino parece arranhar esta parte exposta ou ter provocado o
rasgão.
De um chão árido, acidentado, brotam cinco plantas.
O viajante tem a cabeça coberta por um gorro que desce até a nuca e lhe
cobre as orelhas; esta estranha touca transforma seu rosto barbudo
numa espécie de máscara. Veste uma jaqueta, presa por um cinto
amarelo; seus pés estão cobertos por calçados vermelhos.

Significados simbólicos
A busca e o Filho Pródigo. A experiência de ultrapassar os limites.
Tarô de Marselha (1750)
www.krishadar.com

Espontaneidade, despreocupação, admiração, saudade.


Impulsividade. Inconsciência. Alienação.

Interpretações usuais na cartomancia

Passividade, completo abandono, repouso, deixar de resistir.


Irresponsabilidade. Inocência.
Escolha intuitiva acertada. Domínio dos instintos; capacidade mediúnica.
Abstenção. O não-fazer.
Mental: Indeterminação devida às múltiplas preocupações que se
apresentam e das quais se tem apenas uma vaga consciência. Ideias em
processo de transformação. Conselhos incertos.
Emocional: Revezes sentimentais, incerteza com os compromissos,
sentimentos vulgares e sem duração. Infidelidade.
Físico: Inconsciência, desordem, falta à palavra dada, insegurança,
desprazer. Abandono voluntário dos bens materiais. Assunto ou negócio
enfraquecido. Do ponto de vista da saúde: transtornos nervosos,
inflamações, abscessos.
Desafios e sombra: Enquanto andarilho, o Louco significa queda ou
marcha que se detém. Abandono forçado dos bens materiais; decadência
sem muita possibilidade de recuperação. Complicações, atoleiro,
incoerência.
Nulidade. Incapacidade para raciocinar e autodirigir-se, entrega aos
impulsos cegos. Automatismo. Confusões inconscientes. Extra-vagância.
Castigo causado pela insensatez das ações. Remorsos vãos. Il Matto (1450)
Tarocchi Visconti-Sforza
restaurado por Scarabeo

História e iconografia
Reis e senhores, desde épocas remotas, tinham bufões em seus palácios, verdadeiras caricaturas da
corte. Histórias sobre eles, bem como as representações gráficas desse personagem, podem ser
contadas às dezenas.

Mas a imagem deste Arcano – um louco solitário que


atravessa os campos e é agredido por um animal – não
havia sido representada até então: é própria do Tarô e,
nesse sentido, representa uma de suas contribuições
mais originais do ponto de vista iconográfico.
Van Rijneberk arrisca a hipótese de que o espírito
burlesco e irreverente da Idade Média teria parodiado,
neste personagem, a classe dos Clerici vagante que,
segundo ele, eram “estudantes migratórios e inquietos,
sempre em busca de novos mestres de quem
pudessem aprender ciências e ideias, e de novas
tabernas onde pudessem beber fiado um pouco de
vinho bom”.
Mais de um autor vê nesses viajantes insaciáveis e
pouco escrupulosos os primeiros agentes – talvez
ignorantes da sua missão, mas de grande eficácia real
– da Reforma religiosa.
O Filho Pródigo
Tela de Jheronimus Bosch (1450-1516)
No desenho feito por Wirth aparece pela primeira vez impresso o termo Le
fou (O Louco) para designar o arcano sem número, embora tradicionalmente
fosse conhecido por este nome desde muito antes. Tanto o baralho Marselha
original, bem como seus numerosos contemporâneos franceses (e os
exemplares dos copistas espanhóis) chamam Le Mat a esta carta.
Paul Marteau levantou a hipótese de que este nome seria uma alusão ao
jogo de xadrez, já que o protagonista está em cheque (pelos outros, pelo
mundo), numa situação de encurralamento semelhante à do xeque mate. A
palavra mat, no francês, significa "fosco, abafado, indistinto" e ainda o
"xeque mate", no xadrez. Já o termo mât, quer dizer "mastro".
Outro estudioso do Tarô, Gwen Le Scouézec, sugere duas variantes
etimológicas: o nome viria literalmente do árabe (mat: morto), ou seria
uma apócope do italiano matto (louco, doido), nome com que aparece no
tarocchino de Bolonha.

Tarô de Oswald Wirth

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Estudos sobre o Louco ou o Bobo (o arcano sem número)


• Não tire o Diabo, nem o Louco, para dançar. Observações de Vera Vilanova sobre as energias ativadas nos festejos
carnavalescos : "Está começando o Carnaval, neste país tropical...

• Curinga ou trunfo? Bete Torii, comenta as diferentes figurações e nomes dados às carta do Curinga ou Joker : A
questão dos nomes para a carta do "Louco"

• Coringa: a trágica trajetória do Louco. Giancarlo K. Schmid examina as figuras dos em tricksters (trapaceiros) na
literatura e nos estudos psicológicos: O filme Coringa (Joker)

• Il Matto - O Louco. Um excelente estudo da história e iconografia das cartas compilado por Iolon - Tarot Wheel : Il
Matto - O Louco

• O crocodilo e a serpente no tarô: nossas jornadas e seus riscos. Estudo de Giancarlo K. Schmid sobre a presença
desses répteis em versões modernas dos arcanos : Louco e Eremita

• O Louco e a gaita de fole. Apreciações de Yeda Braz sobre o detalhe da gaita no arcano Il Mato no tarô italiano Sola
Busca (1490) : O sopro mágico do personagem
• Os homens no Tarô - O Louco. Nanda Oliver destaca as qualidades masculinas, iniciativas e busca de liberdade no
arcano zero : Seja você mesmo

• O Louco e a pergunta do corvo. Apreciações de Yeda Braz sobre o arcano Il Mato no tarô italiano Sola Busca do século
XV : O Louco e seus desafios

• O Crocodilo e o Louco no Tarot. Sara Bonfim comenta a presença do crocodilo em alguns baralhos do tarô : O Louco e
sua relação com os impulsos

• O Louco e seu mapa astrológico. Artigo de Titi Vidal na série de estudos sobre as relações simbólicas entre as cartas
do tarô e os signos astrológicos : Avaliaçao astrológic a do Louco

• Os animais nos Arcanos Maiores do Tarot. Artigo de Betoh Simonsen sobre a integração das forças instintivas na
personalidade do homem : O Louco, a Força e a Lua

• O Louco. Texto do tarólogo italiano Andrea Vitalli traduzido e ampliado por Leonardo Chioda, com gravuras clássicas
sobre o personagem do arcano sem número: Entre o sagrado e o profano

• Uma pequena reflexão sobre o Arcano Zero - O Louco. Rubens Lacerda comenta os diferentes modos de abordar o
tarô e a carta sem número: Jornada do coração

• Tarot: o Caminho do Louco. Ivan Mir ressalta a proximidade do personagem com todos nós e o situa como síntese dos
arcanos: O caminho em direção à nos mesmos.

• Quem é o Louco no tarô: o 0 ou o 22? Tinah Lima faz uma apresentação do arcano sem número e coloca algumas
questões para os que estudam: O papel do Louco nas tiragens

• A tríade existencial: o Louco, a Papisa e a Temperança. Glória Marinho relata de modo coloquial o nexo que
encontra entre os três arcanos: A simbologia do três na vida e nas cartas

• O Louco e A Força – nascendo duas vezes. Rose Villanova considera as correlações possíveis entre os dois arcanos e
os símbolos astrológicos: Uma visão das cartas através da lente astrológica

• O Louco nos poemas e nas canções. Bete Torii, recolheu em diversas fontes literárias, em estudos sobre símbolos e
ensinamentos, referências que ajudam a entender o arcano: O Louco

• Poema para o Louco. Dharma Dhannyael evoca as múltiplas facetas do personagem anadarilho e herói: magos,
músicos, ciganos, artistas, mágicos

• É melhor começar do zero, ou melhor, do louco. Texto de conclusão de curso preparado por Adriana Krüger, num
tom leve e comunicativo: Louco, o meu velho companheiro

• De Mago e Louco todo mundo tem um pouco... Texto em que João Cláudio Fontes, estabelece relações entre as duas
cartas e suas correspondências com outras fontes simbólicas, entre elas a Árvore da Vida da Cabala: Arcanos I e 0

• Quem é o amigo de Deus no Tarô? Cristina Guedes resgate a face luminosa de O Louco; recorre às raízes cristãs, à
Epístola de São Paulo aos filipenses: O sentido maior do arcano

• Arcano 0 ou 22 - História e Símbolos, por Cid Marcus Vasques. O Louco e suas relações simbólicas. Estudo do
respeitado astrólogo e professor de Mitologia: 0 ou 22

• A trouxa do Louco, um segredo abordado com textos e poemas de Betoh Simonsen, Constantino, Flávio Alberoni,
Lindalva Rodrigues de Barros, Maria Celeste Rodrigues, Sérgio Barboza, Sérgio Frug, Sônia Blota Belotti: A trouxa

• O Louco no tarô, em nós e na Astrologia, por Titi Vidal. A liberdade do coringa para estar em qualquer posição que
desejar: Caminhos

• O Zero no Tarô - Um giro pelos Arcanos Maiores, por M. J. Stone. Passeio histórico-simbólico pelos 22 arcanos
maiores, apoiado em personagens religiosos, míticos e artísticos. Tradução de Bete Torii: Giro

• O Tarô e algumas questões semânticas, por Cid Marcus Vasques. Uma aula sobre o significado de
"arcano": Semântica

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de
cada idade: Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do jogo completo
das cartas: O Louco

Arte e Iconografia
• As obras de arte antigas que podemos associadar à figura de O Louco no Tarô cabem em dois grupos: o dos Bufões e
Bobos da Corte e o dos Peregrinos. Alguns exemplos podem ser apreciados em O Louco: Arte e Iconografia

• O Louco nas gravuras clássicas. Ótimo estudo do tarólogo italiano Andrea Vitalli, traduzido por Leonardo Chioda,
sobre o personagem sem número: Entre o sagrado e o profano

• Galeria de baralhos. Para pesquisar a variedade de representações da carta de O Louco no Tarô no correr dos séculos,
visite: Galeria de baralhos - por ordem cronológica

• Arte Moderna. Exemplos da livre reinvenção artística do baralho, que hoje existem aos milhares, podem ser acessados
O Louco : Crônicas & Artes
• Crianças. Crônica de Denise Fernandes Marsiglia envolvendo: O Mago, a Papisa, a Força e o Louco.

• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : O Louco

I. O Mágico ou O Mago

O Arcano da Mística, da Concentração, do Impulso Criador


Compilação de
Constantino K. Riemma

O título francês desta carta, Le Bateleur, pode ser traduzido também


como Prestidigitador, Malabarista, Pelotiqueiro, Bufão, Acrobata ou
Cômico. O termo Prestidigitador talvez fosse o mais adequado ao
simbolismo dinâmico do personagem, mas é comum que seu nome seja
traduzido do inglês Magician, Mágico ou Mago.
Um prestidigitador, de pé, frente à mesa onde coloca os seus
instrumentos, segura uma esfera ou um disco amarelo entre o polegar e
o indicador da mão direita, enquanto com a mão esquerda aponta
obliquamente para o chão uma vareta curta.
O personagem é representado de frente, com o rosto voltado para a
O Prestidigitador (Mágico) esquerda. (Nas referências aos protagonistas de cada carta, será
considerada sempre a esquerda e a direita do leitor). Usa um chapéu
Tarô de Marselha (1750) cuja forma lembra o símbolo algébrico de infinito ( ) e seus cabelos,
Restaurado por
em cachos louros, escapam desse curioso chapéu. Veste uma túnica
Camoin-Jodorowsky
multicolorida, presa por um cinto amarelo.
Sobre a mesa, da qual se veem apenas três pernas, há diversos objetos:
copos, pequenos discos amontoados, dados, uma bolsa e uma faca com
a lâmina descoberta ao lado de sua bainha.
O prestidigitador está só, no meio de uma campina árida com três tufos
de erva; no horizonte, entre as pernas da figura, uma árvore se
desenha contra o céu incolor.

Significados simbólicos

Arcano da relação entre o esforço pessoal e a realidade espiritual.


Domínio, poder, autorrealização, capacidade, impulso criador, atenção,
concentração sem esforço, espontaneidade.
O ser, o espírito, o homem ou Deus; o espírito que se pode
compreender; a unidade geradora dos números, a substância
primordial. Ponto de partida. Causa primeira. Influência mercuriana.

Interpretações usuais na cartomancia


Destreza, habilidade, finura, diplomacia, eloquência, capacidade para
convencer, espírito alerta, inteligência rápida, homem inquieto nas suas
atividades e negócios.
Mental: Facilidade para combinar as coisas, apropriação inteligente dos
elementos e dos temas que se apresentam ao espírito.
Emocional: Psicologia materialista; tende para a busca das sensações, O Mágico
do vigor, da qualidade criativa. Generosidade unida à cortesia. Tarocchi Visconti-Sforza. Original
Fecundidade em todos os sentidos. de 1450.

Físico: Muita vitalidade e poder sobre as enfermidades de ordem


mental ou nervosa, neuroses e obsessões. Indica uma tendência
favorável para questões de saúde, mas não assegura a cura. Para
conhecer o diagnóstico é necessário considerar outras cartas.

Desafios e sombra: Charlatão persuasivo, sugestivo, ilusionista, intrigante, politiqueiro, impostor,


mentiroso, explorador de inocentes. Agitação vã, ausência de escrúpulos. Discussões, brigas que podem
se tornar violentas, dado o vigor do personagem. Mau uso do poder, orientação defeituosa na ação,
operações inoportunas. Tendência à dispersão nas ações, falta de unidade nos processos e atividades.
Dúvida. Indecisão. Incerteza frente aos acontecimentos.

História e iconografia
Desde a Idade Média são bem conhecidos esses personagens que ganhavam a vida com suas
habilidades. Seu ofício combinava frequentemente a apresentação de danças e a prática de
charlatanismo – muitos deles passavam o tempo a vagabundear pelas feiras.

"L’Escamoteur", O Ilusionista – Pintura de Jerome Bosch (1453-1516)

Não há muitas marcas literárias de sua passagem pela cultura europeia, mas, em compensação, foi um
personagem de prestígio nas artes gráficas desde os primeiros tempos. As gravações medievais
costumam mostrá-lo no desempenho de suas mágicas frente a um grupo de espectadores absortos.
O Tarô suprime as testemunhas e acrescenta detalhes originais (a mesa de três pernas, a posição das
pernas e dos braços do protagonista, entre outros), mas o seu parentesco com os registros sobre as
feiras é evidente.
Pode-se acrescentar que, no mundo islâmico, o Prestidigitador foi também
um personagem de vasta popularidade.
Num sentido mais geral, o Prestidigitador pode ser considerado símbolo da
atividade originária e do poder criador existente no homem. Como ponto de
partida do Tarô, é também o primeiro passo iniciático, a vontade básica no
caminho para a sabedoria, a matéria primordial dos alquimistas, o barro
paradisíaco do qual será obtido o Adão Kadmon.
“Se o mundo visível não passa de ilusão – pergunta-se Oswald Wirth – o
seu criador não será o ilusionista por excelência?”
Neste plano, o Prestidigitador identifica-se com a materialidade do ser
Tarô de Oswald Wirth criado, até que o demiurgo e a criatura tornam-se o mesmo: certamente há
aqui um sentido psicológico, para o qual a identidade é produto da
experiência pessoal (o homem é o resultado das suas próprias ações). Desta
maneira, pode-se interpretar a supressão da quarta perna da mesa como
representativa do ternário humano no mundo (espírito-psique-corpo).

Uma das especulações em torno do personagem do Arcano I pode ser estabelecida a partir da
sua atividade intensa, de seu dinamismo sem repouso (produto de seu caráter de
intermediário entre o sensível e o virtual), atributo que o relaciona de modo estreito ao
simbolismo de Mercúrio.

Nesse sentido, a vareta que traz na mão esquerda seria a evocação do


caduceu, assim como seu estranho chapéu corresponde quase exatamente
ao capacete alado da divindade. Seu nome grego significaria “intérprete,
mediador”, o que confirmaria essa hipótese.
Muito já se estudou sobre o papel fundamental desempenhado por Hermes
Trimegisto na história do ocultismo; os alquimistas desenvolveram boa parte
de suas sutis investigações em torno do simbolismo de Mercúrio; não é
absurdo, portanto, supor que o Tarô tenha sido colocado sob sua invocação.

O arcano do Mago é também relacionado ao Aleph – –, primeira letra do


alfabeto hebraico, e pode ser associado à ideia de princípio e também ao
primeiro som articulável ( a ) que, segundo a tradição “expressa a força, a
causa, a atividade, o poder” e seria o paradigma do homem em sua relação
com as demais criaturas.

Hermes (Mercúrio)

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre O Mago


• O Mago. Texto de Valentin Tomberg no livro Meditações sobre os 22 arcanos maiores do Tarô. Um inigualável estudo em
profundidade simbólica : O Mago e seu hermetismo
• O Mago no Rider-Waite Tarot. Leonardo Niederauer faz uma introdução aos significados do arcano I : Simbololismo e
iconografia

• Quando o Mago encontra o Dez de Paus. Sara Bonfim indica correlações símbólicas entre o arcano maior nº 1 e a
décima carta numerada do naipe de paus : Os desafios do excesso de vontade

• O Mago e sua arte de convencer. Simone Gomes Omega apresenta o arcano do mago em suas múltiplas relações
simbólicas : O arcano, os elementos, Crowley e o Heavy Metal

• O Mago e seu mapa astrológico. Artigo de Titi Vidal na série de estudos sobre as relações simbólicas entre as cartas do
tarô e os signos astrológicos : O Mago

• Papai Noel, o Mágico endiabrado. Abelard Gregorian faz correlações da figura natalina com três arcanos maiores: O
Mago, o Eremita e o Diabo

• O Iniciado (ou O Recipiendário). Texto de Eliphas Levi em seu Dogma e Ritual da Alta Magia. Cap. I do 1º volume, em
que trata da Unidade do dogma, da Disciplina e das qualidades exigidas do Adepto: A ciência que nos vem dos Magos

• Abrindo o jogo do Mago: criação e refinamento. Cristina Guedes relata sua visão e experiências com o arcano que
dá início à caminhada: Combinações das gavetas do inconsciente

• O Mago - O Aprendiz. Helena Gerenstadt apresenta sentidos e aplicações do simbolismo da carta ao plano mental,
emocional e físico: Meditação e prática com o Mago

• De Mago e Louco todo mundo tem um pouco...Texto em que João Cláudio Fontes, estabelece relações entre as duas
cartas e suas correspondências com outras fontes simbólicas, entre elas a Árvore da Vida da Cabala: Arcanos I e 0

• O mês do Mago. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano I é selecionado para orientar um mês de
vida: Talentos e aptidões

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de cada
idade: Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do jogo completo
das cartas: O Louco

O Mago: Crônicas & Artes


• Crianças. Crônica de Denise Fernandes Marsiglia envolvendo: O Mago, a Papisa, a Força e o Louco.

• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : Poemas sobre o Mago

II. A Papisa (ou A Sacerdotisa)

O Arcano da Sabedoria, da Gnose, do Princípio Receptivo


Compilação de
Constantino K. Riemma

Uma mulher sentada, com um livro aberto sobre a saia e uma


Interpretações usuais na cartomancia
Reserva, discrição, silêncio, meditação, fé, confiança atenta. Paciência, sentimento religioso, resignação.
Favorável às coisas ocultas.
Mental: Grande riqueza de ideias. Responde a problemas concretos melhor do que a questões vagas.
Emocional: É amistosa, recebe bem. Mas não é afetuosa.
Físico: Situação garantida, poder sobre os acontecimentos, revelação de coisas ocultas, segurança de
triunfo sobre o mal. Boa saúde, mas com um ritmo físico lento.
Desafios e sombra: Dissimulação, hipocrisia, intenções secretas. Mesquinharia, inação, preguiça.
Beatice. Rancor, disposição hostil ou indiferença. Misticismo absorvente, fanático. Peso, passividade,
carga. As intuições que traz invertem seu sentido e se tornam falsas. Atraso, lentidão nas realizações.

História e iconografia

A tradução exata do nome que o Tarô de Marselha dá a este


arcano (La Papesse) é A Papisa. Outras versões, como A Sacerdotisa
ou A Alta Sacerdotisa, vêm do nome que lhe é atribuído
modernamente em inglês (The High Priestess).
Muitos autores acreditam que a figura da Papisa faça alusão a um fato
histórico, ou melhor, lendário, que ocupa um lugar notável na
literatura da Idade Média: a pretensa existência de um Papa do sexo
feminino. A tradição popular diz que uma mulher ocupou a cadeira de
São Pedro sob o nome de João VIII.
Embelezada com o correr do tempo, uma de suas versões combina
com o simbolismo maternal que se atribui à estampa: segundo tal
versão, a papisa teria ficado grávida de um dos seus familiares e,
como não se recolheu na época devida, o parto teria se dado em plena
rua, durante uma procissão entre a igreja de São Clemente e o palácio
de Latrão.
Com a dramática descoberta do embuste, o enfurecido séquito papal
teria assassinado Joana e seu filho. Segundo tradições romanas, no
lugar do homicídio, permaneceu durante séculos um túmulo ornado
por seis letras P, que poderiam ser lidas de diferentes maneiras
(jogando com a inicial comum de Papa, Pedro, pai e parto).
II. Papisa
Tarô de Catelin Geoffroy
Lion (França), 1557
Ainda com relação a essa lenda, deve-se assinalar um fato notável: na
célebre Bíblia ilustrada alemã do ano de 1533, a grande prostituta do
Apocalipse está representada com uma tiara na cabeça, A tradição afirma
que foi desenhada deste modo por desejo expresso e sugestão de Martinho
Lutero.
De qualquer modo, para o estudo tradicional e iconográfico do Tarô, é
importante distinguir claramente entre o sentido simbólico e o registro de
fatos históricos.
Também podemos entender que a carta de número 2, passiva, feminina,
yin, está revestida na simbologia do tarô da mesma dignidade receptiva do
pontífice, o Papa, carta de número 5.
Enquanto o Mágico não poderia permanecer em repouso (numa unidade
andrógina onde tudo é impulso e estímulo), a Sacerdotisa é o próprio
repouso: sentada, majestosa, receptiva, seu reino é binário, uma etapa na
distinção da polaridade do universo. Se o binário equivale a conflito, no
sentido de rompimento da unidade, de abandono do caos essencial onde
não existem as magnitudes nem os nomes, é também a primeira etapa
dolorosa e imprescindível das vias iniciáticas, o começo da busca da
Tarô de Oswald Wirth identidade.
Publicado em 1927

A Sacerdotisa representa a submissão majestosa às exigências dessa iniciação, o equilíbrio que a


repartição elementar de forças produz no conflito.

O que o Arcano I era para a encarnação das energias espirituais o


Arcano II o é quanto à aceitação dessa metamorfose: o
reconhecimento prévio da luta entre os princípios negro-branco,
noite-dia, yin-yang.
Alguns autores veem na Sacerdotisa a representação de Ísis, com
todas as suas conotações noturnas e ocultas. Também a associam
a Cassiopeia, a rainha negra da Etiópia e mãe da constelação
Andrômeda, e a Belkis, a belíssima rainha de Sabá, para quem
Salomão teria composto o Cântico dos Cânticos. Essa relação da
Sacerdotisa com deusas e rainhas negras (ou escuras) não parece
casual e acentua a contrapartida com a carta a seguir: o
simbolismo branco, luminoso e diurno do Arcano III (A Imperatriz),
com quem a Sacerdotisa forma a dupla oposta e complementar da
feminilidade.
Este símbolo subterrâneo, que se refere ao aspecto esotérico da
revelação, teria passado para o cristianismo sob a forma das
virgens negras, cujo ritual se realiza com frequência numa cripta ou
num lugar inacessível.
Mãe, esposa celeste, senhora do saber esotérico, a Papisa ou
Sacerdotisa ocupa na estrutura do Tarô o lugar da porta, da
passagem entre o exterior e o interior, do ponto imóvel e comum
entre a casa e a rua. Isis, deusa do amor
e da magia, que se tornou
a deusa-mãe do Egito

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia
Outros estudos sobre a Papisa
• A Papisa: Suma Sacerdotisa do Tarô. Capítulo do livro de Sallie Nichols Jung e o Tarô - Uma jornada
arquetípica : Transcrição integral do capítulo cinco

• A Papisa e seu mapa astrológico. Artigo de Titi Vidal na série de estudos sobre as relações simbólicas entre as cartas
do tarô e os signos astrológicos : A Papisa

• A Papisa acorrentada. Victor Souza interpreta o arcano II como representação de um caminho com três vibrações
originais : Decadência, neutra e ascensão

• Mapa Estático dos Arcanos Maiores Tarot. Estudos de Mauro Franco estabelecendo correlações do conjunto dos
arcanos com diferentes fontes simbólicas : O binário Sacerdotisa-Torre

• A Sacerdotisa do Tarot. Cláudia Hauy faz uma recapitulação histórica dessa carta, compara com o Mago e sintetiza
seus significados simbólicos : Guia dos caminhos misteriosos e desconhecidos

• A pose da Papisa ou como vive a Suma Sacerdotisa em nós? Cristina Guedes, jornalista e taróloga, faz um relato
inspirado na misteriosa figura feminina do tarô : Toques e poemas

• A tríade existencial: o Louco, a Papisa e a Temperança. Glória Marinho relata o nexo que encontra entre os três
arcanos : A simbologia do três na vida e nas cartas

• Perséfone, Papisa e o signo de Virgem. A astróloga e taróloga Titi Vidal conta o que a deusa grega nos ensina e
sugere relações com o arcano II do tarô e os virginianos : Senhora dos mistérios

• A Sacerdotisa Cabalistica de Arthur Edward Waite: uma interpretação iconográfica. O tarólogo Emanuel José
dos Santos tece correlações entre o Arcano II e os símbolos da Árvore da Vida da tradição cabalista : O caminho 13

• O mês da Sacerdotisa. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano II é selecionado para orientar um
mês de vida : A voz interior

• Uma experiência. Relato de Flávio Alberoni de uma tiragem com o arcano 2: Papisa.

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de
cada idade : Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto do livro que Betoh preparou para a apresentação do jogo completo das
cartas : A Alta Sacerdotisa

• Saturno, os planetas transaturninos e o Tarot. Betôh Simonsen apresenta os significados dos quatro planetas mais
lentos e suas correlações com alguns arcanos : Planetas e arcanos maiores - Papisa, Eremita, Morte, Torre...

A Papisa: Crônicas & Artes


• A Papisa no cinema. Denise Fernandes Marsiglia indica os filmes em que reconhece relações com o arcano A
Papisa : "A Poesia" e "Samsara".

• Crianças. Crônica de Denise Fernandes Marsiglia envolvendo : O Mago, a Papisa, a Força e o Louco.

• O Livro. Crônica de Denise Fernandes Marsiglia no colo da Papisa : Eu quero o meu livro...

• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : Poemas sobre a Papisa

III. A Imperatriz

O Arcano da Magia Sagrada, da Força Mediadora, da


Mãe
Compilação de
Constantino K. Riemma

Uma mulher coroada, sentada num trono, mantém contra si, com sua
mão direita, um escudo ornado com uma águia amarela, enquanto que
com a esquerda sustenta um cetro que termina por um globo encimado
pela cruz.
Está representada de frente, com os joelhos separados e com os pés
ocultos nas dobras da túnica. A cintura da Imperatriz está marcada por
um cinto, que se une a uma gola dourada. A coroa leva florões amarelos
e permite que os cabelos da figura se derramem sobre os ombros.
O trono está bem visível e seu espaldar sobressai à altura da cabeça da
Imperatriz. No ângulo inferior esquerdo da estampa cresce uma planta. A
águia desenhada no escudo olha para a direita.
Significados simbólicos
O verbo, o ternário, a plenitude, a natureza, a fecundidade, a geração
nos três mundos.
Sabedoria. Discernimento. Idealismo. Influência solar intelectual. É o
arcano da Magia Sagrada, instrumento do poder divino.

Marselha-Camoin (1750)

Interpretações usuais na cartomancia

Gravidez, criatividade, sucesso. Compreensão, inteligência, instrução,


encanto, amabilidade. Elegância, distinção, cortesia. Domínio do espírito,
abundância, riqueza.
Mental: Penetração na matéria por meio do conhecimento das coisas
práticas. Os problemas vêm à tona e podem ser reconhecidos.
Emocional: Capacidade para penetrar na alma dos seres. Pensamento
fecundo e criador.
Físico: Esperança, equilíbrio. Soluciona os problemas. Renova e melhora
as situações. Poder contínuo e irresistível nas ações.
Desafios e sombra: Desavenças, discussões em todos os planos. As
coisas se embaralham e ficam confusas. Atraso na realização de um
acontecimento que, no entanto, ocorrerá.
Afetação, pose, coqueteria. Vaidade, presunção, desdém.
Futilidade, luxo, prodigalidade. Deixa-se levar pelas adulações, falta de
refinamento, modos de novo-rico.

História e iconografia
O arcano da Imperatriz, adornada com os símbolos atribuídos à
feminilidade triunfante, relaciona-se a um amplo repertório: A Imperatriz
Tarocchi Visconti-Sforza
Restaurado por Scarabeo
Ela é a Madona cristã, a esposa do rei ou mãe do herói; a deusa primordial de todos os ritos matriarcais; as quatro
damas do baralho.

Sobre a figura da Imperatriz parece ser mais importante considerar a sua


localização no Tarô (como a terceira da série) e a sua relação com outras
figuras do que o seu simbolismo individual, já que o caráter difuso da carta
torna sua amplitude inesgotável. Assim, será interessante recapitular tudo
que foi escrito sobre o simbolismo do três e a ordem do ternário, bem como
às variadas significações atribuídas às damas dos Arcanos Menores.
Na versão de Wirth, a Imperatriz aparece aureolada por doze estrelas, das
quais somente nove são visíveis: é evidente o duplo sentido alegórico desta
representação em sua referência simultânea aos signos do Zodíaco e ao
período da gestação. Como o 9 é também representação da inteligência, no
momento da sua maturidade, é possível associar os atributos centrais do
Arcano III: feminilidade-experiência-sabedoria.
Relacionada em todas as cosmogonias ao simbolismo lunar e à face oculta
do conhecimento (Sacerdotisa), a mulher admite também um período solar
(Imperatriz), do qual há correspondências nas organizações culturais mais
remotas da humanidade.

Tarô de Oswald Wirth


França, 1912

Do ponto de vista matriarcal, a Imperatriz não é ainda a Eva


protagonista do pecado e da queda, mas a que aparece em
certas tradições talmúdicas: a fundadora, que reencontra Adão
depois de trezentos anos de separação; a que aniquila Lilit – a
rival estéril e luxuriosa – para organizar junto ao primeiro pai a
família dos homens.
Alguns comentaristas do Islã veem nesta Eva triunfante do
adultério a representação da passagem das sociedades
anárquicas ao princípio de ordem dos tempos históricos. Seu
túmulo mítico se localiza em Djeda ou Djidda, às margens do
mar Vermelho e próximo da montanha sagrada de Arafat, onde
o teria ocorrido seu reencontro com Adão, para formar o casal
primordial.
A Imperatriz, finalmente, é símbolo da palavra e representa o
envoltório material do corpo, seus órgãos e suas funções.
Ouspensky a imagina repousando sobre um trono de luz, bela e
fecunda, em meio à interminável primavera.
Lilit e a rebeldia feminina

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed.
Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.

Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia


Outros estudos sobre a Imperatriz
• As mulheres do Tarô : a Imperatriz. Nanda Oliver, destaca as qualidades femininas e maternais do arcano 3 : A minha
carta predileta do Tarô

• O lado sombra da Imperatriz: impedindo a expansão. Pettrus - Petrônio Tales, relata suas experiências de leituras
com o terceiro arcano maior: O arquétipo da Grande Mãe

• A Imperatriz e seu mapa astrológico. Artigo de Titi Vidal na série de estudos sobre as relações simbólicas entre as
cartas do tarô e os signos astrológicos : A Imperatriz

• A Imperatriz, tudo nela cresce e prospera! Cristina Guedes, jornalista e taróloga, faz a celebração do princípio
feminino no tarô: Poderes e potenciais são revelados!

• Ao definir seus prognósticos para o ano de 2010 alguns tarólogos partiram da Imperatriz
e contribuiram, dessse modo, para o estudo dos múltiplos significados práticos do arcano:
A Imperatriz e o ciclo gestacional terrestre, por Giancarlo K. Schmid: O Universo Feminino
Assim no Céu como na Terra, por Emanuel J. Santos: Vênus e Helena de Tróia
A influência do Arcano III, por Julio Cesar: A Imperatriz e o Mundo

• O mês da Imperatriz. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano IV é sorteado para orientar um mês
de vida: Essência criadora

• Os pássaros: elementos simbólicos da cartomancia. Emanuel J. Santos examina o detalhe das aves na Imperatriz,
Imperador, Estrela, Mundo e na carta 12 do baralho Lenormand: Os pássaros

• O poder da Imperatriz, por Valéria Fernandes: O arcano III

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de cada
idade: Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do jogo completo das
cartas: O Louco

A Imperatriz : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : A Imperatriz
IIII. O Imperador

O Arcano da Autoridade, da Paternidade e da


Obediência
Compilação de
Constantino K. Riemma

Sentado num trono com as pernas cruzadas, um homem


coroado é visto de perfil. Em sua mão direita traz um cetro
que termina por um globo e pela cruz, enquanto a outra mão
segura o cinto.
No primeiro plano, à direita, um escudo com a imagem de
uma águia parece apoiar-se no chão.
Um colar amarelo prende uma pedra (ou um medalhão) de
cor verde. A coroa se prolonga extraordinariamente por
detrás da nuca.
O trono, uma cadeira em cujo braço esquerdo se apoia o
Imperador, repousa — como a mesa do Arcano I — sobre um
terreno aparentemente árido, do qual brota uma solitária
planta amarela.
Ao contrário do emblema da Imperatriz, a águia do Arcano
IIII olha para a esquerda. O desenho das águias, por outro
lado, difere notavelmente num e noutro caso.
A notação IIII, no topo do desenho, que ocorre também nos
arcanos VIIII, XIIII e XVIIII não é habitual na numeração
romana (que registraria IV, IX, XIV e XIX).
Essa forma de grafar, porém, faz parte da tradição gráfica do
IIII. O Imperador Tarô, tal como aparece na versão de Marselha e na maioria
Tarot de Marseille (1750) das coleções de cartas antigas.

Significados simbólicos
O poder, o portal, o governo, a iniciação, o tetragrama, o quaternário, a pedra cúbica ou
sua base. Proteção paternal.
Firmeza. Afirmação. Consistência. Autoridade. Poder executivo. Influência saturnina-
marciana. Concretização, habilidades práticas, ordem, estabilidade, prestígio.

Interpretações usuais na cartomancia


Direito, rigor, certeza, firmeza, realização. Energia perseverante, vontade inquebrantável,
execução do que está resolvido. Protetor poderoso.
Mental: Inteligência equilibrada, que não despreza o plano utilitário.
Emocional: Acordo, paz, conciliação dos sentimentos.
Físico: Os bens, o poder passageiro. Contrato firmado, fusão de sociedades, situação do
acordo. Saúde equilibrada, mas com tendência à exuberância excessiva.
Desafios e sombra: Resultados contrários ao pretendido, ruptura do equilíbrio. Queda.
Perda dos bens, da saúde ou do domínio sobre coisas e seres. Oposição tenaz, hostilidade
preconcebida. Teimosia, adversário obstinado; assunto contrário aos interesses.
Autodestruição, grande risco de ser enganado. Autoritarismo, tirania, absolutismo.
História e iconografia

Alguns estudiosos chamam atenção para um aspecto


significativo desta figura: o Imperador tem as pernas
cruzadas. Este detalhe corroboraria a tese de inspiração
germânica do arcano, visto que no antigo direito alemão
esta posição era prescrita ritualmente para os altos
magistrados (1220). No entanto, imagens semelhantes e
igualmente antigas aparecem nas iconografias francesa e
inglesa, representando altos dignitários.
O caráter cerimonial e prestigioso do cruzar as pernas pode
ter uma origem mais remota, possivelmente oriental, já que
isso não é habitual no panteão greco-romano.
O antigo simbolismo, convertido em liturgia pela codificação
alemã, admite também um profundo sentido psicológico:
cruzar as pernas e os braços indica concentração volitiva,
encerra o protagonista na sua esfera pessoal e, do ponto de
vista gestual, afirma claramente o desejo de individuação.
Outros detalhes merecem ser assinalados a propósito desse
personagem. É comum, associar o simbolismo
do Tetragrammaton à figura do Imperador. É sabido que o
tetragrama traduz ao nome de Deus omitindo-o, ao
decompô-lo no nome das letras que o formam: Yod – He –
Vau– He.
A leitura do nome das letras (grafadas da direita para a
esquerda, em hebraico), dá Jehová, que não é o nome de O Imperador (1455)
Deus, mas alusão a ele. Tarot Gringonneur
ou Charles VI

Os cabalistas, como demonstra este exemplo, trabalham também com o pensamento


analógico, tal como se vê nos demais estudos tradicionais.

“A ideia é perfeitamente clara” – escreve Ouspensky – “se o Nome


de Deus está realmente em tudo (ou seja, se Deus está presente
em tudo), então tudo deve ser análogo a tudo mais: a parte
menor deverá ser análoga ao Todo, a partícula de pó análoga ao
He <- Vau <- He <- Yod Universo, e todos análogos a Deus”.

Do ponto de vista cabalístico, a relação Tetragrama-Imperador parece muito fecunda, já


que, comparada com as três letras anteriores (ou os três arcanos), consideradas
respectivamente como o princípio ativo (I), o princípio passivo (II) e o princípio do
equilíbrio ou neutralizador (III), a quarta letra ou carta é considerada o resultado e,
também, o princípio da energia latente.
Isto se harmoniza perfeitamente com a versão de Wirth sobre
o Arcano IIII, segundo a qual ele não é apenas o Príncipe deste
mundo, que "reina sobre o concreto, sobre o que está
corporificado", mas é também o paradigma do homem
estritamente normal, em posse de suas potencialidades, mas
ainda não realizado pela iniciação.
Nesse sentido, representa o quaternário de ordem terrena, de
organização da vida sensível, e pode ser relacionado também
ao demiurgo dos platônicos, às divindades inferiores em geral
(os heróis, antes dos deuses), e a toda tentativa de criação de
vida no nível terreno e perecível.
Também se vê nele, enquanto rei que propicia a prosperidade e
o crescimento de seu povo, uma correspondência ao mito de
Hércules, “portador da maçã, que leva as maçãs de ouro ao
jardim das Hespérides”.
Hércules, enquanto herói solar, que resume como nenhum
outro as fases do processo iniciático no sentido da liberação
individual que, esotericamente, só se pode alcançar através do
trabalho e do esforço.

Tarô de Oswald Wirth


Publicado em 1912
Como Hércules, também o Imperador não transcende a condição humana, embora o
princípio indique que poderá levá-la à sua mais alta manifestação.
É considerado, em sua face não trabalhada, como representante do aspecto violento e
agressivo do masculino, mas também como dispensador da energia vital e, neste aspecto,
como a Natureza abundante, divisível, nutritiva.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre o Imperador


• O Imperador e seu mapa astrológico. Artigo de Titi Vidal na série de estudos sobre as relações
simbólicas entre as cartas do tarô e os signos astrológicos : A Imperador

• Eu poderia pensar como um Imperador? A taróloga e jornalista Cristina Guedes comenta, como em
uma conversa entre amigas, os atributos do Imperador: O poder físico, material e sexual

• O mês do Imperador. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano IV é selecionado
para orientar um mês de vida: Concretização

• Os pássaros: elementos simbólicos da cartomancia. Emanuel J. Santos examina o detalhe das aves
na Imperatriz, Imperador, Estrela, Mundo e na carta 12 do baralho Lenormand: Os pássaros

• Alma e Personalidade. O Imperador e o Sol são os arcanos de referência utilizados por Flávio
Alberoni para discutir o tema: A relação alma-personalidade

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no
segundo semestre de 2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes
ciclos de vida e às particularidades de cada idade: Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do
jogo completo das cartas: O Louco

• Aplicações práticas em prognósticos e previsões. Alguns tarólogos apoiaram suas previsões para
2011 no arcano IV, oferecendo variados significados e aplicações para essa carta:
Adriana Carneiro: Reverencianado o ano... Maysa
Rodrigues: O
Imperador e
Dilma

Emanuel J Santos: O Monge e o Imperador

O Imperador e as Artes
• Meu pai, o Imperador. Crônica de Denise Marsiglia Fernades sobre a figura paterna, incluindo os
arcanos da Morte e do Julgamento : Eu gosto do cheiro do meu pai

• Encontros com o Tarô na Vida. Artigo de Joneth de Carvalho sobre os seus estudos e sobre o
depoimento de um bom homem que o fez lembrar do Imperador : Gestos de acolher e de servir

• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : Poemas sobre o Imperador

V. O Papa (O Pontífice ou o Hierofante)

O Arcano da Transcendência, da Iluminação, da Pobreza


Compilação de
Constantino K. Riemma

Um grupo de três personagens em que um deles é visto de frente,


sentado, com a mão direita levantada no sinal da benção, tendo em sua
mão esquerda o eixo de uma cruz de seis braços; sua cabeça está coroada
por uma tiara. Os outros dois personagens que se encontram em primeiro
plano, de costas para quem contempla a imagem, têm os rostos voltados
para o primeiro personagem.
Este, protagonista da figura, tem veste azul, capa vermelha ornada de
amarelo. Sua mão esquerda está fechada e, na maior parte dos tarôs
clássicos, coberta por luva que tem impressa uma cruz dos templários. A
barba e o cabelo do Pontífice são brancos.
Percebe-se apenas vagamente a cadeira em que o personagem central
está sentado, com duas colunas ao fundo.
Os dois personagens que estão de costas mostram a tonsura. O da
esquerda aponta sua mão direita para o solo, com os dedos separados. O
homem da direita aponta para o alto com sua mão esquerda, com os
dedos juntos.

Significados simbólicos
É o arcano da bênção, da iniciação, da demonstração, do ensino.
Tarô de Marselha (1750)
www.camoin.com
Dever. Moral. Consciência. Santidade.
Lei, simbolismo, filosofia, religião. Evoca os níveis mais altos de consciência.
Interpretações usuais na cartomancia
Autoridade moral, sacerdócio, instrução. Proteção, lealdade. Observância das convenções,
respeitabilidade. Ensino, conselhos equilibrados. Benevolência, generosidade, indulgência,

perdão. Mansidão.
Busca de sentido, revelação, hora da verdade, confiança, indicações do
caminho da salvação.
Mental: O Pontífice representa a forma ativa da inteligência humana,
que traz principalmente as soluções lógicas. Significa também os
pensamentos inspirados por um nível mais alto de consciência.
Emocional: Sentimentos poderosos, afetos sólidos, solicitude, sem
cair em sentimentalismos. O Pontífice indica os sentimentos normais,
tal como devem ser manifestados na vida, de acordo com as
circunstâncias.
Físico: Equilíbrio, segurança na situação e na saúde. Segredo
revelado. Vocação religiosa ou cientifica. Especialista em sua área.
Desafios e sombra: Indica um ser desconectado de sua razão e seus
instintos, na obscuridade, carente de apoio espiritual. Projeto
retardado.
Chefe sentencioso, moralista estreito, rígido, prisioneiro das
formalidades, metafísico dogmático, professor autoritário, teórico
limitado, pregador da “boca pra fora”.
Conselheiro desprovido de sentido prático.
Problemas com saúde, indecisão, negligência.
O Papa
Tarô Gringonneur (1455)

História e iconografia
O Arcano V é uma das figuras que permitiram precisar com maior exatidão a antiguidade do Tarô, já que
seus detalhes iconográficos remontam a um modelo perdido em que se inspirou necessariamente o
desenho de Fautrier (Tarô de Marselha), o que é confirmado pelas diferenças e semelhanças com maços
mais antigos, como os de Baldini (1436-1487) e Gringonneur (1450).
Em primeiro lugar, é preciso destacar que o Pontífice do Tarô de Marselha é barbudo, enquanto seus
precursores renascentistas e medievais não o são. Há estudos que estabelecem uma curiosa cronologia
da moda papal neste aspecto. Torna-se assim evidente que o tarô clássico copia um modelo mais antigo
que não chegou até nós, mas que assegura a continuidade evolutiva do Tarô desde os imagiers du
moyen age até a atualidade.
Outro detalhe interessante é o da evolução da tiara papal na iconografia do Tarô. A tiara (com seu
simbolismo sobre a existência dos três reinos ou mundos) não é um elemento litúrgico que permaneceu
invariável ao longo da História. Boa parte dos estudiosos tende a concluir que as composições das tiaras
representadas no Tarô clássico foram inspiradas em gravações anteriores ao século XV, possivelmente
dos fins do primeiro milênio.
A luva papal ornada com a cruz-de-malta indica também a origem remota
da imagem, já que desde os tempos de Inocêncio III (1197-1216) a cruz
havia sido substituída por uma plaqueta circular.
Arcano da capacidade adivinhatória, da intuição filosófica, do conhecimento
espontâneo, o Pontífice simboliza também (por seu número) o homem como
intermediário entre a divindade e o plano das coisas criadas.
A soma destes simbolismos permite associá-lo ao mediador por excelência, o
pacifista, o construtor de pontes, o que encontra a saída para situações
aparentemente insolúveis, mediante um luminoso clarão intuitivo.
O Papa também é visto como representante da lei moral, não escrita, que
domina a consciência. As sete pontas da cruz que segura em sua mão direita
simbolizam o setenário (A Lei de Sete) em suas diversas expressões, entre
elas as sete virtudes necessárias para vencermos os sete pecados
capitais. Na abordagem astrológica associa-se: orgulho-Sol, preguiça-Lua,
inveja-Mercúrio, cólera-Marte, luxúria-Vênus, gula-Júpiter e avareza-Saturno.
Tarô de Oswald Wirth

Para correlações entre as virtudes e as cartas do Tarô, veja As Sete Virtudes Cristãs e o Tarô com
comentários de vários tarólogos.
Wirth o imagina o Papa como um ancião pleno de indulgência para com as debilidades humanas,
pontificando ante duas categorias de fiéis: aqueles que compreendem (representados pelo personagem
com a mão para o alto); e os que formam o rebanho cego e inconsciente que obedece por temor ao
castigo, e não por autodeterminação (representados pelo personagem que aponta a mão para o chão).
Estas combinações (alto e baixo, direita e esquerda) voltam a colocar a ordem do quaternário como
modelo de organização.
Considerado do ponto de vista do quaternário formado pelos arcanos anteriores, o Pontífice
representaria o conteúdo da forma, a quintessência concebível (se bem que imperceptível), o domínio da
quarta dimensão.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre o Papa (ou Pontífice ou Hierofante)


• O Hierofante – a individuação e a empatia. Verbenna Yin examina o arcano sob diferentes ãngulos: individuação e
identificação; conflitos e empatia: Uma abordagem psico-social

• O Hierofante e a Consciência de Si. João Cláudio Fontes, estabelece correlações do arcano com os cinco elementos da
medicina chinesa, com um caminho da Árvore da Vida da Cabala e com o clássico sufi A Conferência dos
Pássaros: Arcano V

• O mês do Hierofante. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano V é selecionado para orientar um
mês de vida: Partilhar o saber

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de
cada idade: Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do jogo completo
das cartas: O Papa

• Aplicações práticas em prognósticos e previsões. Vários tarólogos apoiaram suas previsões para 2012 no arcano V,
oferecendo assim um amplo painel de significados para essa carta:
Adriana Carneiro: Sintonia com a divindade José
Roberval: O
Ano do Pai
Oxalá

Cristina Guedes: Papa, Impulso e Céu Prem Mangla: Da razão à sensibilidade


Emanuel J Santos: O Hierofante e reflexões Valéria Fernandes: O Papa - arcano regente
Helena Gerenstadt: O Ano da mudança

O Papa : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : Poemas sobre O Papa
VI. Os Namorados (Os Enamorados ou Os Amantes)

O Arcano da Iniciação, da Castidade e do Livre arbítrio


Compilação de
Constantino K. Riemma

Um homem, entre duas mulheres, é visado por uma flecha que parece
pronta para ser disparada por um anjo, Cupido, à frente de um disco
solar.
O homem, no centro do grupo, olha para a mulher da esquerda. Ele tem
cabelos louros, as pernas descobertas, e sua vestimenta é uma túnica de
listas verticais, com um cinto amarelo, sobre o qual se apoia a sua mão
direita.
A mulher da direita, com os cabelos louros soltos sobre os ombros, tem
um rosto jovem, fino. A mão esquerda está pousada sobre o peito do
homem. Já o seu braço direito, conforme é muitas vezes descrito, aponta
para baixo, de modo que seus braços parecem cruzados. Mas esse braço a
altura de seu ventre pode, também, ser descrito como sendo do homem.
A outra mulher, a da esquerda, está representada de costas, mas o rosto
aparece de perfil. Tem cabelos que escapam livremente de um curioso
chapéu. Dirige a mão direita para a terra e pousa a esquerda sobre o
Os Enamorados (1750) ombro do jovem.
Tarô Marselha Camoin
O anjo, de cabelos louros e asas azuis, segura uma flecha branca com
uma das mãos enquanto com a outra segura um arco da mesma cor.
Do disco solar surgem 24 raios pontiagudos, um dos quais é superposto pela asa do anjo.

Significados simbólicos
Envolvimento afetivo, disposição amorosa, sentimentos.
Matrimônio, ligação, união. Integração de ambos os sexos ao
poder gerador do universo.
Livre arbítrio, escolha. Maioridade. Prova.
Encadeamento, combinação, equilíbrio, enredo, abraço. Luta,
antagonismo.

Interpretações usuais na cartomancia


Decisão, escolha por vontade própria. Votos, aspirações, desejos.
Exame, deliberações, responsabilidades. Afetos.
É a carta da união e do matrimônio. Pode representar para os
consulentes de ambos os sexos a iminência de uma escolha a ser
realizada.
Mental: Amor pelas belas formas e pelas artes plásticas.
Emocional: Dedicação e sacrifícios.
Físico: Os desejos, o amor, o sacrifício pela pátria ou pelos ideais
sociais, assim como todos os sentimentos manifestados fortemente
no plano físico.
Desafios e sombra: Dúvida, indecisão, impotência. Má conduta,
infidelidade, libertinagem. Debilidade, falta de prumo.
Os Enamorados no Tarô
Charles VI (1368-1422)
Ruptura, separação, divórcio, desordem. Prova a ser vivida. Tentações perigosas, risco de ser seduzido.

O detalhe dos braços da mulher


Nas descrições do tarô classico fica muitas vezes uma dúvida com relação ao braço na altura do ventre
da mulher da direita. O braço é dela ou do homem que se encontra no centro da carta? De fato, nas
xilogravuras antigas os traços não são nítidos e a avaliação dependerá em grande parte do modo como a
estampa foi colorida, conforme poderá ser apreciado nos exemplos abaixo:

No tarô de Marselha da editora Grimaud (1760) as mangas brancas da mulher dão a entender que é
dela o braço em questão, embora o perfil da mão só pudesse ser a do personagem masculino no centro.
Já no jogo restaurado em 1998 por Camoin e Jodorowsky (a primeira ilustração no alto da página), o
homem e a mulher têm mangas azuis e, assim, a ambiguidade persiste. Apenas na versão do tarô de
Marselha restaurado por Kris Hadar (acima, à direita), há uma alteração de detalhe no encontro dos
ombros dos dois personagens e faz com que a cor amarela da manga marque o braço como sendo do
homem, o personagem no centro da carta. Ou seja, como é comum na história das cartas, não faltam
questões e ambiguidades...
História e iconografia
Em vasos e quadros da época romana, encontra-se com frequência a imagem de um casal de
namorados ante uma terceira pessoa ou elemento (em geral um Cupido).
O Arcano VI parece referir-se de forma alegórica a uma ideia diferente: a famosa parábola
de Hércules na encruzilhada entre a Virtude e o Vicio, tal como conta Xenofonte nas suas lembranças
de Sócrates. É bem provável que esta parábola – e suas variantes, como a de Luciano, o Jovem,
disputado pela Arte e pela Ciência, entre as mais conhecidas– tenha sido popular na Idade Média, visto
que é citada por vários autores dessa época (Cícero, no Tratado dos Deveres; São Basílio, no
seu Discurso aos Jovens).

A idéia fundamental deste tema – ou seja, a necessidade de


escolha entre dois caminhos – encontra-se igualmente em
muitas imagens cristãs. Pode-se citar como exemplo uma
miniatura bizantina do século X, onde Davi está
representado entre duas mulheres que simbolizam a
Sabedoria e a Profecia: a pomba que pousa sobre a cabeça
do rei lembra em muito o Cupido do Arcano VI.
A antiguidade desta parábola é indiscutível, mesmo que as
suas representações gráficas mais remotas não tenham
chegado até nos. Na vida de Apolônio de Tiana, narrada por
Filostrates no final do século II, há uma curiosa passagem
em que um sábio egípcio diz a Apolônio:
“Tu conheces, nos livros de imagens, a representação de
Hércules em que ele, jovem, ainda não escolheu o seu
caminho. O Vício e a Virtude o rodeiam, tentam atraí-lo,
cada um o quer para si...”

Davi, entre a Sabedoria e a Profecia

É preciso remontar mais uma vez aos pitagóricos para encontrar o simbolismo gráfico do tema,
representado entre eles pela letra Y, emblema da escolha vital que todo homem realiza no final da
infância.

O traço da metade inferior da letra Y representaria precisamente a infância,


isenta de vícios ou virtudes; os braços que partem da bifurcação da letra
representariam cada uma dessas tendências, enquanto que o ponto onde a
bifurcação se produz seria o momento exato em que a puberdade se
manifesta.
É comum encontrar nos manuscritos medievais esta referência à letra Y:
“bifurcação, ou letra de Pitágoras”. Não é casual, assim, que alguns
desenhos modernos do Tarô mencionem esta lâmina como A Dúvida ou A
Prova.
Esse mesmo significado é mencionado no Antigo Testamento – no
Deuteronômio, no primeiro dos Salmos, e mais explicitamente ainda em
Jeremias. A ideia não reaparece no Novo Testamento, mas sim no começo
dos Ensinamentos dos Doze Apóstolos, texto não canônico,
presumivelmente composto por volta do século II: “Dois são os caminhos;
um leva à Vida e outro à Morte”.
Uma interpretação totalmente diferente vê nessa estampa o ato do
compromisso matrimonial dos noivos diante do sacerdote, ou seja, a
cerimônia matrimônio enquanto sacramento. É o caso de alguns dos
Tarô de Oswald Wirth

célebres pintores renascentistas – Rafael, Perugino – deram testemunho dessa cerimônia na vida da
Virgem.
Wirth vê no Enamorado a primeira fase individual da trajetória iniciática, quando o homem terminou a
sua formação, mas não começou ainda o seu trabalho.
Outra vertente de interpretação menciona o simbolismo sexual do “senário”,
partindo do sentido literal do nome da Carta.
“Entre os pitagóricos – disse Clemente de Alexandria – o seis é um numero
sexual, chamando-se por esta razão O Matrimônio”.
Nas analogias geométricas, o Enamorado se identifica ao selo de Salomão, ou
seja, tem claro vínculo com cópula dos triângulos entrelaçados.
Do ponto do vista psicológico, é sem dúvida a metáfora mais transparente do
caminho para a identidade, que apenas se realiza no conflito e no intercâmbio com
o mundo e com os outros.

Selo de Salomão

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Frase
• O amor, a dois, fica entre o amor impróprio, a três, e o amor próprio, individual. Millôr Fernandes

Outros estudos sobre Os Namorados


• Os Amantes. Estudo de Verbenna Yin estabelecando relações do arcano com o pensamento psicológico de Jacques
Lacan e seu Estádio do Espelho : A aptidão humana de se relacionar

• Os meandros dos relacionamentos. Glória Marinho dá um toque literário na interpretação do arcano 6 : O


Enamorado: vítima do erro dourado de Cupido

• Arcano 6: gula, gordofobia e sabores. Denise Fernandes Marsiglia trata dos prazeres do paladar e de seus desafios no
corpo e nas imagens : A gula não nos deixa

• Os Enamorados nas Previsões para 2013. O recurso de definir a carta significativa para cada ano com a soma de
seus algarismos (2013 -> 2 +0+1+3 = 6) pode ser avaliado nas Previsões para 2013, em particular nos artigos de
Bete Torii, Cláudio César de Carvalho, Cristina Guedes, Helena Gerenstadt, Júlio César, Malu Pereira, Prem Mangla

• Livre-arbítrio e equilíbrio das emoções. Betoh Simonsen reflete sobre as emoções equilibradas e o caminho que
permite acesso direto à intuição : Escolhas e equilíbrio

• Nós e Eros apontados para a vida? Cristina Guedes recorre aos mitos e à arte para ampliar nosso olhar para as
questões do amor e dos corações : A força motriz das escolhas e das decisões

• A falsa dúvida dos Enamorados (e dos librianos). Titi Vidal comenta diferentes aspectos no processo de escolha e
compara com as aparentes dúvidas dos librianos: Seguir o coração

• Os quatro Anjos do Tarô. Giancarlo Kind Schmid examina a presença das figuras angélicas nos arcanos dos
Enamorados, Diabo, Temperança e Julgamento : Os mensageiros e seus atributos

• O mês dos Amantes. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano VI é selecionado para orientar um
mês de vida : Confronto com as aspirações
• O caminho que sobe é o caminho que desce, por Ken Wilber. Os movimentos de ascensão e de queda,
personificados por Eros e Tanatos, são discutidos pelo autor em seus significados psicológicos e simbólicos. Embora não
cite o Tarô, o estudo ajuda a ampliar as reflexões sobre Os Enamorados. Tradução de Bete Torii: O caminho

• Escolhas e decisões é o tema que Valéria Fernandes trata com base no arcano dos Enamorados incluindo ainda
indicações do Sete de Ouros, Oito de Espadas e Rei de Copas : As escolhas no Tarô

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de
cada idade : Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do jogo completo
das cartas : O Louco

Os Namorados : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : Os Namorados

• Livre arbítrio e destino em "La Vida es Sueño" de Calderón de la Barca. Estudo de Catharina Klie Dupont com
correlações da obra com os arcanos 10 e 6 : Roda da Fortuna e Enamorados

VII. O Carro

O Arcano do Domínio, do Repouso


Compilação de
Constantino K. Riemma

Dois cavalos arrastam uma espécie de caixa, montada sobre duas rodas e
coberta por um dossel, onde se encontra um homem coroado, que traz
um cetro em sua mão direita. Na parte frontal do carro (a única visível),
em boa parte dos tarôs clássicos, há um escudo com duas letras, que
variam com as editoras.
Mais do que citar dois simples cavalos, podemos ressaltar que se tratam
de corpos dianteiros fundidos ao carro. Os dois animais olham para a
esquerda, mas a sua disposição é tal que parecem andar cada um para o
seu lado. O cavalo da esquerda levanta a pata direita, e o da direita, a
pata esquerda. O dossel repousa sobre quatro colunas.
O homem, que tem uma coroa do tipo das de marquês, tem a mão
esquerda sobre um cinto amarelo, na altura da cintura, e na mão direita
traz um cetro que termina por um ornamento esférico encimado por um
cone. O peito do personagem está coberto por uma couraça. Cada um dos
O Carro no Tarô Marselha seus ombros está protegido por uma meia-lua, com rostos de expressão
Restauro de Kris Hadar diferente.
Os cabelos do personagem são amarelos e seu olhar se encontra
ligeiramente voltado para a esquerda, no mesmo sentido que o dos
animais atrelados à carruagem.

Cinco plantas brotam do solo. Não aparecem rédeas ou qualquer outro meio de guiar o carro.

Significados simbólicos
Contemplação ativa, repouso. Vitória, triunfo.
O setenário sagrado, a realeza, o sacerdócio.
Magistério. Superioridade. Realização.

Interpretações usuais na cartomancia


Êxito legítimo, avanço merecido. Talento, dons, capacidade,
aptidões postas em marcha. Tato para governar, diplomacia,
direção competente.
Conciliação dos antagonismos, condução de forças divergentes.
Progresso, mobilidade, viagens por terra.
Mental: As coisas se realizam, mas falta ainda montar as peças
de conjunto.
Emocional: Afeto manifestado; protetor, serviçal.
Físico: Grande atividade, rapidez nas ações. Boa saúde, força,
atividade intensa. Do ponto de vista do dinheiro: gastos ou
ganhos, movimento de fundos.
Significa também notícia inesperada, conquista.
Pode ser interpretado igualmente como difusão da obra ou
atividades do consulente através de palavras e, segundo sua
localização na tiragem, significa elogios ou calúnias.
Desafios e sombra: Ambições injustificadas, vanglória,
O Carro no Tarô Gringonneur ou Charles VI
megalo-mania. Falta de talento e de consideração. (1368-1422)
Governo ilegítimo, situação usurpada, ditadura. Oportunismo perigoso. Preocupações, cansaço,
atividade febril e sem repouso. Perda de controle.

História e iconografia
O desfile dos heróis triunfantes de pé sobre seus carros de guerra é um costume pelo menos tão antigo
quanto os próprios carros de guerra. Court de Gébelin – e com ele os que acreditam numa origem
egípcia do Tarô – imagina que o Arcano VII nada mais é que a reapresentação do Osíris triunfal, e que
os cavalos são uma herança vulgar da Esfinge.
Mais coerente, contudo, é relacionr essa figura às apoteoses lendárias que comoveram a Idade Média,
época em que se localiza sua iconografia.

Pode também lembrar um conto do ciclo mítico


de Alexandre, o Grande, reproduzido desde a
Antiguidade até o Renascimento.
Levado até o Oriente pela sucessão de seus
triunfos, Alexandre teria chegado até o fim do
mundo. Quis então saber se era verdade que a
Terra e o Céu se tocavam num ponto comum. Para
isto seduziu com ardis – é preciso recordar que a
astúcia é também prerrogativa dos heróis – os dois
pássaros gigantes que existiam na região; prendeu-
os e acomodou entre eles uma cesta.
Com uma lança na mão, em cujo extremo havia
atravessado um pedaço de carne de cavalo, o
conquistador subiu ao seu carro improvisado. Com
a promessa de comida que oscilava diante de seus
olhos, os Grifos começaram a mover-se e alçaram
voo.
Apolo e o Grifo

Os heróis não podem, contudo, sobrepor-se aos deuses: na metade do caminho Alexandre recebeu um
emissário dos deuses, um enfurecido Homem Pássaro que insistiu para que ele desistisse de seu projeto.
Muito a contragosto, Alexandre aceitou a censura e atirou a lança para a Terra, para onde desceram os
Grifos, impacientes e vorazes.
Essa lenda, nascida certamente no Oriente, foi introduzida na Europa no fim do século II. Estendeu-se
em seguida por todo o Ocidente cristão e era conhecida desde a baixa Idade Média. Numerosas
ilustrações e várias esculturas que a representam chegaram até nós. A Crônica Mundial, de Rudolph von
Ems (século XIII) a reproduz em uma detalhada miniatura; em São Marcos de Veneza está o relevo
talvez mais significativo para rastrear as fontes inspiradoras do Arcano VII: a cesta de Alexandre é ali
uma caixa semelhante à de O Carro; aparecem também as rodas esboçadas.

Elias no Carro de Fogo (A visão de Ezequiel)


Tela de Giuseppe Angeli, 1712 - 1798

Durante a Idade Média, a arte dos imagiers parece ter-se servido desta lenda como uma alegoria
do orgulho.
Por sua amplitude simbólica e pela beleza da sua composição, O Carro figura entre os arcanos de maior
prestígio do Tarô. É, também, um dos que oferecem maiores lacunas de interpretação.
O arcano 7 é associado à Zain, sétima letra do alfabeto hebreu, que corresponde ao nosso Z; representa
mobilidade, inquietude, deslocamentos rápidos, ação em ziguezague.

Há autores que relacionam as rodas do Carro aos torvelinhos de


fogo da visão de Ezequiel.
Quando se traduz a lâmina pela palavra carro – protótipo dos
sistemas de troca – representa o que é móvel, transferível,
interpretável. Nesse caso, seu aspecto oracular é associado às
mudanças provocadas pela palavra: elogios, calúnias, difusão da
obra, boas ou más notícias; e, por extensão, aos sistemas de
intercâmbio em geral (economia, movimento de fundos).
Aponta-se aqui a questão das relações entre esta mobilidade e o
dinamismo mercurial do Prestidigitador, já que esses arcanos se
encontram no início e no fechamento do primeiro setenário do
Tarô.
Talvez esta analogia possa ser levada mais longe, e não parece
impossível que a figura toda seja uma ilustração desta passagem
bíblica. Em Ezequiel (I, 4-28), com efeito, aparecem não só as
rodas, o carro e os animais, mas também “sobre o trono, no alto,
uma figura semelhante a um homem que se erguia sobre ele. E
o que dele aparecia, da cintura para cima, era como o fulgor de
um metal resplandecente”, o que é uma descrição bem próxima
do personagem do Arcano VII. Nessa mesma passagem podemos
encontrar também analogias válidas para o simbolismo geral do
Arcano XXI (O Mundo).
Currus Triumphalis
Amsterdã, 1671

Há quem veja ainda, nos animais presos, uma anfisbena (serpente de duas cabeças), ou poderes
antagônicos que é necessário subjugar para prosseguir – “assim como no caduceu se equilibram as duas
serpentes contrárias”. O veículo representaria o simbolismo do Antimônio (ou a Alma Intelectual dos
alquimistas), mencionado como Currus Triumphalis num tratado de Basílio Valentin (Amsterdã, 1671).
A totalidade do arcano sugere, para Wirth, a ideia do corpo sutil da alma, graças ao qual o espírito pode
se manifestar no campo do material. Esta ideia de um halo ou dupla transubstancial que não pode ser
relacionada a nenhum dos três aspectos do homem (corpo –> alma –> espírito), mas que tende a
relacioná-los entre si, gozou de um vasto prestígio esotérico: é o corpo sideral de Paracelso (ou astral,
na linguagem teosófica), como também o “corpo aromático”, de Fourier, ou o Kama rupa do budismo
soteriológico.

Siglas no escudo
Finalmente, cabe examinar as letras inscritas no escudo – S e M – tal como aparecem no Tarô de
Marselha da Editora Grimaud.

Alguns supõem que sejam as iniciais do título Sua Majestade, o rei vitorioso
em seu regresso de batalhas que comandou. Outros acreditam, que as
letras S e M representem os princípios alquímicos Sulfur e Mercurius,
antagônicos e complementares, tais como parecem reiterados pela
disposição da parelha de cavalos.

O Carro em tarôs clássicos: sem letras no escudo da carruagem – Jacques Vieville (1650) – e com
letras IN no Jean Noblet (1650), VT no Nicolas Convert (1760) e FT no François Tourcaty (1800)

Ao observamos, porém, as gravuras antigas dos baralhos podemos constatar que existem evidências de
que a inclusão de sílabas têm razões menos esotéricas do que alguns supõe. Há gravuras em que o
escudo permanece vazio, mas em boa parte dos baralhos clássicos, o espaço é preenchido com letras
que variam de jogo para jogo, usualmente com as iniciais do proprietário da casa impressora, como
exemplificam as cartas acima que circularam amplamente pela Europa. Algo semelhante se passa com a
carta Dois de Ouros (veja), que traz uma faixa quase sempre preenchida com o nome dos editores.
Não é este, porém, o único ponto controverso do arcano que Éliphas Lévy chamou de “o mais belo e
mais completo de todos que compõem a chave do Tarô”.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre o Carro


• O Carro - luz e sombra. Verbenna Yin aborda aspectos psicológicos e terapêuticos do arcano 7 : O conflito não impede
o movimento

• Todo cuidado é pouco ao interpretar O Carro. Daiana Rodriges relata suas experiências nas tiragens em que aparece
o Arcano VII: O sim e o não

• O Carro ou a Carruagem - vitória garantida. Giancarlo Kind Schmid apresenta referências historicas e imagens do
Triunfo militar que podem ser associadas ao lado luminoso e à face sombria do Arcano VII: Ganhos e perdas

• O Carro nas Previsões para 2014. Muitos tarólogos focam suas previsões anuais com apoio na soma dos algarismos:
2014 -> 2 +0+1+4 = 7. Esse recurso numerológico pode ser apreciado nas Previsões para 2014, como nos artigos
de Cristina Guedes, Harah Nahuz, Helena Gerenstadt, Lis Silveira, Malu Pereira, Mercedes Requena, Tiago Lopes

• Sobre Heróis. Jaime E. Cannes estabelece correlações entre os escolhidos para o título O Maior Brasileiro de Todos os
Tempos (programa do SBT) e os arcanos: O Carro e os Cavaleiros

• O carro que anda pelas fendas do rei que roda! Cristina Guedes oferece vários ângulos de significados do Carro e
relembra o mito de Apolo: Movimento, progresso e determinação

• O mês do Carro. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano VII é selecionado para orientar um mês
• O arcano 7 e sua relação com o 16, por Flávio Alberoni: O Carro e relações

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de
cada idade: Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que o Autor preparou para a apresentação do jogo completo
das cartas: O Louco

A Imperatriz: Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : O Carro

VIII. A Justiça

O arcano do Equilíbrio, da Imparcialidade


Compilação de
Constantino K. Riemma

Uma mulher, sentada num trono, tem em sua mão direita uma espada
desembainhada com a ponta virada para cima, e na esquerda uma
balança com os pratos em equilíbrio. A mão que segura a balança
encontra-se à altura do coração.
Este personagem, que é visto de frente, está vestido com uma túnica cujo
panejamento sugere uma mandorla (figura geométrica em forma de
amêndoa; veja arcano 21 – O Mundo), espaço de conciliação das
polaridades.
Não se veem os pés da mulher nem a cadeira propriamente dita. Aparece,
em compensação, com toda nitidez, o espaldar do trono: as esferas que o
arrematam estão talhadas de maneira diferente.

Significados simbólicos
Justiça, equilíbrio, ordem.
Capacidade de julgamento.
Conciliação entre o ideal e o possível. Harmonia. Objetividade,
regularidade, método.
Balança, avaliação, atração e repulsão, vida e temor, promessa e ameaça.

Tarô Marselha-Camoin
(1750)

Interpretações usuais na cartomancia


Estabilidade, ordem, persistência, normalidade. Lei, disciplina, lógica,
coordenação. Flexibilidade, adaptação às necessidades. Opiniões
moderadas. Razão, sentido prático. Administração, economia. Obediência.
Soluções boas e justas; equilíbrio, correção, abandono de velhos hábitos.
Mental: Clareza de juízo. Conselhos que permitem avaliar com justeza.
Autoridade para apreciar cada coisa no momento oportuno.
Emocional: Aridez, secura, consideração estrita do que se diz,
possibilidade de cortar os vínculos afetivos, divórcio, separação. Este arcano
representa um princípio de rigor.
Físico: Processo, reabilitação, prestação de contas. Equilíbrio de saúde,
mas com tendência a problemas decorrentes de excessos (obesidade,
apoplexia), devido à imobilidade da carta.
Desafios e sombra: Perda. Injustiça. Condenação injusta, processo com
castigo. Grande desordem, perigo de ser vítima de vigaristas.
Aburguesamento.

Visconti Sforza (1450)

História e iconografia
A representação da Justiça como uma mulher com balança e
espada (ou livro) data provavelmente de um período remoto da
arte romana.
Durante a primeira parte da Idade Média, espada e balança
passaram a ser atributos do Arcanjo Miguel, comumente
designado por Micael ou São Miguel, que parece ter herdado as
funções do Osíris subterrâneo, o pesador de almas.
Mais tarde estes elementos passam para as mãos da impassível
Bamberg (1237)
dama, da qual há figurações relativamente antigas na arte
medieval: um alto-relevo da catedral de Bamberg, datado de 1237,
a representa deste modo.

Tudo indica que a iconografia do Arcano VIII seguiu com bastante


fidelidade a tradição artística.
A espada e a balança são, para Aristóteles, os elementos
representativos da justiça: a primeira porque se refere à sua
capacidade distributiva; a segunda, à sua missão equilibradora. Ao
contrário das alegorias inspiradas na Têmis grega, a Justiça do Tarô
não tem venda sobre os olhos.
É comum relacionar este arcano ao signo zodiacal de Libra. Ele
representa, como aquele, nem tanto a justiça exterior ou a legalidade
social, mas sim a função interior justiceira que põe em movimento
todo um processo psíquico (ou psicossomático) para determinar o
castigo do culpado, partindo já da ideia de que “a culpa não é, em si,
diferente do castigo”.
Também se atribui à balança uma função distributiva entre bem e
mal, e a expressão do princípio de equilíbrio. A espada, por sua vez,
representa a sentença, a decisão psíquica, a palavra de Deus.

Miguel Arcanjo

Na repartição do Tarô em três setenários, a ordem que Oswald


Wirth estabelece é descendente, correspondendo aos arcanos I-VII a esfera
ativa do Espírito; aos VIII-XIV, a esfera intermediária, anímica; aos arcanos

XVI-XXI, a esfera passiva do Corpo.

O segundo setenário – que se inicia com a Justiça – corresponde à Alma ou


ao aspecto psicológico da individualidade.
“O primeiro termo de um setenário – diz Wirth – desempenha
necessariamente um papel gerador. Assim, o espírito emana da Causa
Primeira (O Prestidigitador), a alma procede do Arcano VIII, e o corpo, do
XV (O Diabo)”.
Examinado do ponto de vista dos ternários, a Justiça (8), ocupa o segundo
termo do terceiro ternário, sendo precedida pelo Carro (7), que cumpre aí a
função geradora, enquanto ela, a Justiça, passa a exercer a função de
organizadora.

<-- A Justiça no Tarô de Oswald Wirth

Neste sentido – confirmado por sua localização na ordem dos ternários –


Wirth ressalta o caráter esotérico do Arcano VIII: nada pode viver sem
cobrir a distância entre a origem e o equilíbrio, já que os seres não
existem a não ser em virtude da lei à qual estão submetidos.
É interessante também analisar a correspondência simbólica entre
a Justiça (8) e o Imperador (4), já que há uma aliança evidente entre
os princípios de Poder e Lei e a busca da harmonia do governo (de um
estado, de uma situação, da individualidade). Vale lembrar a esse
respeito que, tradicionalmente, cabe ao soberano a aplicação da justiça.
Na mitologia grega, Zeus gera em Têmis (a fraternal divindade justiceira
do Olimpo), entre outras filhas, as Horas ou Quatro Estações, e Diké (ou
Diqué), a personificação da Justiça. Essa filiação permite relacionar o
Arcano VIII à ordem do quaternário, detalhe que já se evidencia a partir
de seu número (8 = 2 x 4).

Diké, a deusa grega da Justiça -->


Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre a Justiça


• As virtudes Justiça e Temperança no Tarô. Giancarlo Kind Schmid recorre ao conhecemento das virtudes tradicionais
para esclarecer os arcanos : Confusões conceituais

• Justiça - Arcano 8. Transcrição do capitulo do livro Tarô, Vida e Destino, de Nei Naiff, publicado em 2013 com estudos
das 78 cartas do baralho: Justiça pessoal, social e divina

• A Justiça, Lei ou Karma. Roseli Melo faz a sua recapitulação dos atributos da Justiça que se aplicam ao arcano do
Tarô: Garante os direitos, mas também cobra os deveres

• Justiça: há uma balança aí? Cristina Guedes apresenta os símbolos da balança, suas referências mitológicas e seus
significados para o arcano VIII: Símbolos e poemas

• Rider-Waite e o motivo da troca numérica dos arcanos Justiça e Força . Luna Solis discute as relações entre as
duas cartas e sua troca de posição em alguns tarôs: 8 versus 11

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de
cada idade: Os Arcanos Maiores

• O mês da Justiça. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano VIII é selecionado para orientar um
mês de vida: Firmeza e flexibilidade

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do jogo completo
das cartas: A Justiça

A Justiça : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : A Justiça

IX . O Eremita

O Arcano da Busca do Conhecimento e do Iniciado


Compilação de
Constantino K. Riemma

O Eremita ou Ermitão (VIIII) é representado por um homem,


de pé, tem na mão esquerda um bastão que lhe serve de
apoio, enquanto que com a direita levanta uma lanterna até
a altura do rosto. Está representado de três quartos, com o
rosto voltado para a esquerda. Veste uma grande túnica e
um manto azul com o forro amarelo. Seu capucho, caído
sobre as costas, parece continuar a túnica e é arrematado
por uma borla amarela.
A lâmpada, aparentemente hexagonal, tem apenas três de
seus lados visíveis, sendo o central vermelho e os restantes
amarelos.
O fundo da gravura é incolor, e o chão de um amarelo
estriado de listas negras, muito semelhante ao reverso do
manto.

Significados simbólicos
O Iniciado, o buscador incansável. Sabedoria, iluminação,
estudo, autoconhecimento.
Meditação, recolhimento, saber desligar-se. Reavaliação da
vida e dos objetivos.
Concentração, silêncio. Profundidade.
Prudência. Reserva. Limites. Influência saturnina.

Tarô de Marselha-Camoin
(1750)

Interpretações usuais na cartomancia


Austeridade, moderação, sobriedade, discrição. Médico
experiente, sábio que cala seus segredos. Celibato.
Castidade.
Mental: Contribuição luminosa à resolução de qualquer
problema. Esclarecimento que chegará de modo espontâneo.
Emocional: Alcançar as soluções. Coordenação, encontro de
afinidades. Significa também prudência, não por temor, mas
para melhor construir.
Físico: Segredo descoberto, luz que se fará sobre projetos
até agora ocultos. Na saúde: conhecimento do estado real,
consultas que podem remediar os problemas.
Desafios e sombra: Obscuridade, concepção falsa de uma
situação. Dificuldades para nadar contra a corrente. Timidez,
isolamento, depressão, recusa de relações. Ritualismo
Mutismo, circunspecção exagerada, isolamento, caráter
fechado. Avareza, pobreza. Conspirador. Taciturno.
Obssessivo.
Tarô Visconti Sforza (1450) -->

História e iconografia
O Ermitão é, sem dúvida, um dos arcanos menos alegóricos do Tarô. A imagem de um
peregrino em hábito de monge, portando um cajado, pode ser encontrado em dezenas de
iluminuras em manuscritos dos séculos XV e XVI. O único detalhe que o afasta desta
monotonia é a lâmpada que leva na mão direita: por ela imagina-se que seja uma
ilustração da conhecida história de Diógenes em busca de um homem honesto. Esse relato
foi muito popular na alta Idade Média e no Renascimento e, de fato, vários modelos
renascentistas do Tarô chamam o Arcano VIIII de Diógenes.
Alguns estudiosos acreditam que boa parte do simbolismo do Ermitão liga-se aos princípios
fundamentais desse filósofo cínico: desprezo pelas convenções e vaidades, isolamento,
renúncia à transmissão pública do conhecimento.
Mas este mutável personagem teve ainda outras
representações: no tarocchino de Bolonha, aparece com
muletas e asas; no de Carlos VI, tem uma ampulheta no lugar
da lâmpada (o que o associa a Cronos ou Saturno, medidores
do tempo).
Outra interpretação surge ainda do aparente erro ortográfico
que se pode ver no Tarô de Marselha, onde a carta figura
como L'Hermite em lugar de L'Ermite. Etimologicamente, o
nome não derivaria então do grego eremites, eremos = deserto,
mas provavelmente de Hermes e seu polivalente simbolismo. A
esse respeito, podemos lembrar que é precisamente a Thot,
equivalente egípcio de Hermes, que Gébelin e seus seguidores
atribuem a invenção do Tarô.
Wirth explica os atributos do Eremita como termo final do
terceiro ternário do Tarô, relacionando-o com os arcanos VII e
VIII, que o precedem nesse ternário. Nessa relação, O
Carro aparece como o homem jovem e impaciente para realizar
a obra do progresso, que A Justiça se encarrega de retardar,
amiga como é da ordem e pouco amante das improvisações; O
Ermitão seria o conciliador deste antagonismo, evitando tanto a
precipitação quanto a imobilidade.

Tarô de Oswald Wirth

Muitos autores interpretam o seu significado como oposto e complementar ao do Arcano V


(O Pontífice): o Eremita não é o codificador da liturgia, o responsável executivo de uma
igreja, o pastor de um rebanho: seu pontificado é silencioso e sutil, seus discípulos são
escolhidos. Na relação iniciática, é evidente que representa o “guru” e por isso foi definido
como “o artesão secreto do futuro”.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia
Outros estudos sobre o Eremita
• O Eremita - Conhece-te a ti mesmo e deixa as projeções! Ana Maria Rangel parte da alegoria da
caverna, de Platão, para estudar a luz e sombra do arcano : Conheça a ti mesmo

• O crocodilo e a serpente no tarô: nossas jornadas e seus riscos. Estudo de Giancarlo K.


Schmid sobre a presença desses répteis em versões modernas dos arcanos : Louco e Eremita

• O Eremita sob um olhar freudiano. Verbenna Yin apresenta suas reflexões sobre o arcano com
referências à obra de Freud, o fundador da psicanálise : O arquétipo do isolamento

• Tempo e Destino: Kairós-Occasio e Chronos-Fortuna. Artigo de Giancarlo Kind Schmid sobre os


deuses gregos e romanos que ampliam as visões do arcanos : Tempo e Destino

• O Papai Noel, as linhas da mão e o Eremita. Jorge Purgly relata suas experiências como pergonagem
natalino : Associações das cartas do tarô com as linhas da mão

• Papai Noel, o Mágico endiabrado. Abelard Gregorian faz correlações da figura natalina com três
arcanos maiores : O Mago, o Eremita e o Diabo

• O Eremita - um encontro à beira do poço. Eduardo Pereira Gomes relata as suas percepções e
imagens referentes ao arcano IX : A contemplação do Eremita

• Eremita: uma intensidade alquimista! Cristina Guedes reflete sobre diferentes as faces do arcano e
sua capacidade de síntese : O buscador e o bom conselheiro

• A representação do Eremita. A música de Caetano Veloso cantada por Maria Gadú inspira Mara Rubia
Ribeiro a estabelecer relações do arcano com a natureza e os mito : O tempo em uma canção

• O mês do Eremita. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano IX é selecionado para
orientar um mês de vida : Interiorização e paciência

• Eremita - um guia de luz, por Valéria Fernandes. Trata dos elementos simbólicos portados pelo
personagem : Luz

• 2007: o ano do Eremita, por Giancarlo Kind Schmid, Jaime E. Cannes, Roberto Dantas, Tânia Regina
Soares e Tiago Lopes. Cinco ângulos de apreciação do Eremita a propósito do Ano Novo : Previsões

• O Eremita, a peregrinação e o turismo, por Fátima Belo. Comentário e apresentação de um texto


de Rupert Sheldrake : Peregrinação

• Símbolos cristãos do eremita, por Constantino K. Riemma. Figuras lendárias que inspiram significados
do arcano 9 : Santo Antão

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no
segundo semestre de 2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes
ciclos de vida e às particularidades de cada idade : Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do
jogo completo das cartas : O Louco

• Percurso do Mago ao Eremita. Cinthia Cristina Doula relata sua vivência de infância com a figura do
Papai Noel. Um texto que segundo a autora poderia ser associado ao arcano 13, a Morte. Mas cabe
também como um parelelo ao percurso de amadurecimento do Mago ao Eremita : Papai Noel

• Saturno, os planetas transaturninos e o Tarot. Betôh Simonsen apresenta os significados dos quatro
planetas mais lentos e suas correlações com alguns arcanos : Planetas e arcanos maiores - Papisa,
Eremita, Morte, Torre...

O Eremita : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : O Eremita
X. A Roda da Fortuna (ou Roda do Destino)

O Arcano dos Ciclos de Ascensão e Queda


Compilação de
Constantino K. Riemma

Sobre o aro de uma roda de seis raios, suspensa no ar por


um suporte, seguram-se três animais estranhos. O fundo é
branco; o chão está cortado por listas negras. A roda se
apóia sobre dois pés ou suportes paralelos; o da esquerda
não chega ao eixo.
Do centro da roda saem seis raios – azuis até menos da
metade e em seguida brancos – que se fixam na parte
interna do aro: dois deles formam ângulo reto com o chão;
os outros quatro representam um xis (ou o dez romano,
número da carta, ou ainda uma cruz de Santo André).
À direita, um animal intermediário entre cachorro e lebre
(com patas traseiras que não combinam com esses animais)
parece subir pela roda; à esquerda, uma espécie de macaco
desce de cabeça para baixo. Na parte superior, uma
plataforma suporta uma figura que pode ser vista como uma
esfinge coroada; três das suas patas repousam sobre a base,
enquanto a pata anterior esquerda empunha uma espada
desembainhada.
<--Tarô de Marselha-Camoin (1750)

Significados simbólicos
Os ciclos sucessivos na natureza e na vida humana. As fases da manifestação, o
movimento de ascensão e de declínio.
A mobilidades da coisas, as Influências lunares e mercurianas.

Interpretações usuais na cartomancia


Boa sorte, louvor, honra.
Alternativas da sorte. Instabilidade.
Esperteza, presença de espírito que não deixa escapar as
boas oportunidades. Iniciativa feliz, adivinhação de ordem
prática, sorte. Êxito casual, como o ganho na loteria.
Espontaneidade, disposição inventiva.
Animação, brio, bom humor.
Mental: Lógica, regularidade. Juízo equilibrado e sadio.
Emocional: Traz animação e reforça os sentimentos.
Físico: Os acontecimentos não serão estáveis, porque
necessitam de uma mudança, uma evolução. Esta mudança
tende a ser para melhor, no sentido do desenvolvimento.
Segurança na dúvida. Do ponto de vista da saúde: não
haverá problemas circulatórios. Bons augúrios para um
futuro casamento.
Desafios e sombra: A transformação se fará com
dificuldade, mas poderá ocorrer quando fizer falta. É
preciso modificar desde o princípio, partir de outras bases.
Descuido.
Especulação, jogo, abandono ao azar.
Insegurança. Imprevisão, caráter boêmio, pouca seriedade.
Situação instável de ganhos e perdas. Aventuras, riscos.
Diminuição da sorte.

Tarô Visconti Sforza


1450 (restaurado)

História e iconografia
Uma das alegorias mais antigas e populares, a imagem que reproduz o Arcano X causa
uma impressão estranha ao observador contemporâneo. Isto se deve ao fato de que nos
últimos séculos a iconografia do tema tornou-se puramente verbal: qualquer um entende o
conceito de “roda do destino”, mas dificilmente se faz dela uma representação visual.
Desde a Antiguidade Clássica, contudo, até o Renascimento, foi justamente o contrário que
aconteceu. Em vários textos romanos descreve-se o Destino como uma mulher cega, louca
e insensível, que atravessa a multidão caminhando sobre uma pedra redonda (para
simbolizar a sua instabilidade); a roda aparece com frequência nos sarcófagos, como
evidente alusão ao caráter cíclico da vida.
Até o final do primeiro milênio não se encontram outros exemplos valiosos sobre o tema,
mas depois de alguns séculos ele ressurge com total esplendor. É na sua plenitude
iconográfica que o reencontramos a partir de meados do século XIII em rosetas de várias
catedrais góticas (Amiens, Trento, Lausanne) e de numerosas igrejas: pequenas figuras,
representando os momentos e estados da vida, que sobem e descem pelos raios de uma
roda.
Roda da Fortuna numa gravura de 1165

Ilustração no livro Hortus Deliciarum (Jardim das Delícias)

Um exemplo muito antigo pode ser visto no Hortus deliciarum, de Herrade de Landsberg,
abadessa do claustro de Santa Odília (Estrasburgo), morta em 1195. Nesta imagem
completa, como em muitas posteriores, quatro personagens que aparecem representados
como reis, são movidos pela roda que é manejada pelo Destino ou Fortuna em pessoa.
As legendas que acompanham os personagens não deixam dúvida sobre o significado da
alegoria: Spes, regnabo (esperança, reinarei), diz o rei ascendente da esquerda; Gaudium,
regno! (Alegria, reino!), exclama o que se encontra sobre a plataforma superior; Timor,
regnavi... (Temor, reinava...) murmura o da direita, que desce de cabeça para baixo;
enquanto que o quarto, que foi atirado da roda e jaz na terra, aceita a evidência da sua
condição: Dolor, sum sine regno (Dor, estou sem reino).
É evidente que, numa leitura alegórica, os quatro personagens não passam de apenas
um, submetido às variações do destino.

O simbolismo deste personagem quatro-em-um refere-se


também às fases da lua e às idades do homem (infância,
juventude, maturidade, velhice).
A substituição dos reis por animais ou monstros é um pouco
mais tardia (século XIV, ou final do XIII), mas a ideia que este
arcano simboliza é certamente mais antiga que a civilização
ocidental.
Wirth vê no livro de Ezequiel, o profeta que antecipa a queda
de Jerusalém, a explicação transparente do Arcano X. No plano
simbólico, segundo esse autor, muitos dados podem ser
extraídos do simbolismo geral da roda. “Refere-se em última
instância à decomposição da ordem do mundo em duas
estruturas essenciais e distintas: o movimento rotatório e a
imobilidade; a circunferência da roda e seu centro, imagem do
'motor imóvel' aristotélico”.
O aspecto solar e zodiacal do simbolismo da roda a relaciona
sem dúvida com o conceito dos ciclos (o dia, as estações, a
vida do homem), ou seja, daquele que nasce para morrer, mas
que também morre para ressuscitar.
Tarô de Oswald Wirth

René Guénon afirma que a roda é símbolo de origem céltica e assinala seu parentesco com
as flores emblemáticas (rosa no Ocidente, lótus no Oriente), com as rosetas das catedrais
góticas e, em geral, com as figuras mandálicas. No taoísmo aparece como metáfora do
processo ascendente-descendente (evolução e involução, progresso espiritual e regressão).

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

XI. A Força

O Arcano da Virtude e do predomínio da Qualidade


Compilação de
Constantino K. Riemma

Uma mulher abre com as duas mãos as mandíbulas de um


leão. É vista de três quartos e olha para a direita; o leão, por
sua vez, está de perfil. A mão direita da mulher, está
apoiada no focinho do leão, enquanto que a esquerda segura
o maxilar inferior.
O personagem veste uma saia azul e uma capa ou manto
vermelho, com laterais de tamanhos diferentes, já que a da
direita chega ao chão enquanto que a da esquerda não passa
da cintura.
Todas as partes visíveis de seu corpo estão representadas
em cor carne; tem ainda um chapéu, cuja forma lembra o do
Prestidigitador (O Mágico).
Do leão, vê-se apenas a cabeça, a juba e as patas
dianteiras. O fundo e o chão são incolores. Em algumas
versões, a sandália da mulher, que surge sob a roda da saia,
parece apoiar-se no ar.

Significados simbólicos
Virtude. Coragem. Potência anímica. Integração harmoniosa
das forças vitais.
Força moral, autodisciplina, controle.

Tarô de Marselha-Camoin
(1750)

Interpretações usuais na cartomancia


Energia moral, calma, coragem. Espírito que domina a
matéria. A inteligência que doma a brutalidade.
Subjugação das paixões.
Lucro nos empreendimentos empresariais.
Mental: Esta carta traz uma grande agudeza para
distinguir entre o verdadeiro e o falso, o útil e o inútil, e
uma clareza precisa na avaliação.
Emocional: Domínio sobre as paixões, poder de
conquista. Para uma mulher que está para se casar:
conseguirá que sua personalidade não seja anulada pelo
afeto que sente pelo marido. Proteção afetuosa.
Físico: Vontade para vencer os obstáculos, domínio da
situação; faz valer seus legítimos direitos. Capacidade
para tomar direção em todos os assuntos materiais.
Desafios e sombra: A pessoa não é dona da sua força;
é brutal, desatenta, deixa-se levar pelo poder em vez de
utilizá-lo. Os fatos ou as pessoas o abatem; sua força
será aniquilada, e será vítima de forças superiores.
Impaciência.
Cólera, ardor incontido. Insensibilidade, crueldade.
Incêndio.
'Forteza' - Força (1465)
Lutas, conquista violenta. Cirurgia. Veemência,
discórdia. Carta 36 no Tarô de Mantegna

História e iconografia
A Força, simbolizada pelo homem triunfante sobre os animais ou sobre a natureza, foi
amplamente glorificada na literatura antiga e na arte medieval. No Antigo Testamento
aparece a história de Sansão, e na mitologia greco-latina a saga dos trabalhos
de Hércules. A batalha do herói com o leão de Nemeia foi usada provavelmente como
alegoria da força desde a antiguidade mais remota: nas escavações realizadas nos
arredores de Troia, encontrou-se um capacete do século VII a.C. com o desenho de um
homem que abre com as mãos as mandíbulas de um leão. A Idade Média recorre com
frequência a esta imagem, como símbolo da força moral e espiritual, usando como
protagonista Sansão ou então o Rei Davi.
No Tarô, porém, trata-se de uma
mulher que representa a Força, na
mais difundida alegoria do leão
(versão de Marselha), aos lado da
representação que incluias colunas
(Tarô de Carlos VI e Mantegna).
O antecedente mais ilustre desta
transposição alegórica é a lenda
grega de Cirene, a ninfa caçadora
que envergonhou e seduziu o
instável Apolo.
Píndaro conta de uma excursão do
deus até o monte Pelion, na
Tessália, para a qual ele teria
partido excepcionalmente bem
armado, a fim de se prevenir dos
perigos que poderiam lhe acontecer
em tão longa travessia; ali
encontrou Cirene, que “sozinha e
sem lança alguma combatia um
imenso leão..."
Cirene coroada por Líbia. Baixo relevo do séc. IV
www.ed-dolmen.com

Embora o Arcano XI seja uma ilustração perfeita desta lenda, não se encontra um só
exemplo que a reproduza nos manuscritos medievais. Iconograficamente, a carta da Força
seria assim uma das contribuições mais originais do Tarô.
Uma instrução curiosa, escrita na margem de uma página de La Somme du Roi,
manuscrito do ano de 1295, orienta o pintor que iria ilustrar os textos. Embaixo do número
12, pode-se ler: “Aqui vai uma dama de pé que domina um leão. O nome da dama é
Força”. Mas a miniatura nunca foi executada.

A dama serena e triunfante do Arcano XI encerra a primeira


metade do Tarô; representa, assim, a culminação da via seca
e racional inaugurada pelo Prestidigitador. Do ponto de vista
iconográfico, liga-se a ele pela expressão corporal – de pé, em
atitude de ação repousada e, fundamentalmente, pelo chapéu
que segue no seu desenho o signo do infinito.
Um exercício curioso de “adição e redução mística” permite
relacionar as quatro figuras femininas da primeira parte do
Tarô. Com efeito: 3 (Imperatriz) + 8 (Justiça) = 11 (Força),
que se reduz a: 11 = 1 + 1 = 2 (Sacerdotisa). Partindo da via
seca (masculina) dos arcanos, este esquema feminino (úmido e
intuitivo) se presta a múltiplas especulações combinatórias.
Alguns estudiosos vêem na Força uma clara
alusão zodiacal: Leão vencido por Virgem, ou, o que dá no
mesmo, o calor ardente, que corresponde à plenitude do verão,
domado pela antecipação serena do outono (no hemisfério
norte).

Neste sentido é preciso interpretar a parábola esotérica do Arcano XI: o personagem não
mata o leão, mas o doma; a sabedoria consiste em não desprezar o inferior, em não
aniquilar o que é bestial, mas sim em utilizá-lo. Não é outro o resultado natural que se
depreende da Grande Obra alquímica.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia
Outros estudos sobre a Força
• A Força Nua. Verbenna Yin faz uma apreciação simbólica e psicanalista de versões modernas do arcano
da Força : O poder pessoal com consciência e habilidade

• A Força e seu Arcano Sucessor e Ressoante. Cláudia Ferrari aplica os conceitos de Nei Naiff sobre a
correlação entre os arcanos : As energias básicas das cartas

• Os animais nos Arcanos Maiores do Tarot. Artigo de Betoh Simonsen sobre a integração das forças
instintivas na personalidade do homem : O Louco, a Força e a Lua

• O Louco e A Força – nascendo duas vezes. Rose Villanova considera as correlações possíveis entre os
dois arcanos e os símbolos astrológicos: Uma visão das cartas através da lente astrológica

• O Sol e o Leão na Alquimia e no Tarot. Tereza Kawall coloca dois símbolos alquímicos, Sol e Leão, em
paralelo aos arcanos maiores do Sol e da Força: O processo de individuação

• Rider-Waite e o motivo da troca numérica dos arcanos Justiça e Força . Luna Solis discute as
relações entre as cartas da Justiça e da Força e sua troca de posição em alguns tarôs: 8 versus 11

• O ano da Força. Este arcano serviu de base para várias previsões relativas a 2009:
Abelard Gregorian: A Força nos Três Poderes brasileiros
Alessandra Fonseca: Luz e energia redobrada
Ana Corrêa: De olho em 2009
Bete Torii: Ano de contenção e busca do centro
Giancarlo Schmid: Força ou Fortaleza: ano da resistência
Marcelo Bueno: comentários sobre arcanos X e XI: O Leão, o Sol e a Força

• O mês da Força. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano XI é selecionado para
orientar um mês de vida: Disposição e vigor

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo
semestre de 2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e
às particularidades de cada idade: Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do
jogo completo das cartas: O Louco

A Força: Crônicas & Artes


• Crianças. Crônica de Denise Fernandes Marsiglia envolvendo: O Mago, a Papisa, a Força e o Louco.

• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : Poemas sobre a Força
XII. O Pendurado (O Enforcado)

O Arcano da Fé, da aspiração Espiritual


Compilação de
Constantino K. Riemma

Um homem está suspenso, pelo pé, numa trave de madeira


que se apoia em duas árvores podadas. Os dois suportes
são amarelos e cada um conserva seis tocos da poda,
pintados de vermelho; terminam em forquilha, sobre as
quais repousa o pau superior. São verdes as duas bases das
quais nascem as árvores da provação, e nos quais brotam
plantas de quatro folhas. A corda curta que suspende o
homem desce do centro da barra transversal. [Conf.
ilustração, ao lado, do Tarô de Marselha - Grimaud]
O personagem veste uma jaqueta terminada em saiote
marcado por duas meias-luas, à direita e à esquerda, que
podem ser bolsos. O cinto e o colarinho da jaqueta são
brancos, assim como os dez (ou nove) botões – seis acima e
quatro (ou três) abaixo da cintura.
A cabeça do Enforcado encontra-se no nível da base das
árvores. Suas mãos estão ocultas atrás da cintura.
Naturalmente, a perna pela qual está suspenso – a esquerda
– permanece esticada, enquanto que a outra está dobrada
na altura do joelho, cruzando por trás a perna esquerda.

Significados simbólicos
Abnegação. Aceitação do destino ou do sacrifício.
Provas iniciáticas. Retificação do conhecimento. Gestação. Exemplo, ensino, lição pública.

Interpretações usuais na cartomancia


Desinteresse, esquecimento de si mesmo. Submissão ao
dever, sonhos generosos. Patriotismo, apostolado.
Filantropia, entrega a uma causa. Sacrifício pessoal.
Ideias voltadas para o futuro. Semente.
Mudança de vida, iniciação, abertura espiritual, sacrifício
por algo valioso. Paz interior, nova visão do mundo.
Mental: Possibilidades diversificadas, flutuações. Indica
coisas em processo de amadurecimento; não define nem
conclui nada.
Emocional: Falta de clareza, indecisão, particularmente
no campo afetivo.
Físico: Abandono de algumas coisas, renúncias, projetos
duvidosos. Impedimento momentâneo para a ação. Um
assunto iniciado é abandonado e só poderá ser resolvido
através de uma ajuda. Do ponto de vista da saúde:
transtornos circulatórios.
Desafios e sombra: Êxito possível, mas parcial, sem
satisfação nem prazer, sobretudo em projetos de ordem
sentimental.
Reticências, planos ocultos. Resoluções acertadas, mas
que não se executam; projetos abortados; plano bem
concebido que fica na teoria. Promessas não cumpridas,
amor não correspondido.
Impotência. Perdas. Autorrenúncia, passividade. Risco de Tarô Gringonneur
ou Charles VI (1392)
bons sentimentos serem desviados para ações
condenáveis.

História e iconografia
Em 1591 – tomando como testemunho a História Eclesiástica de Eusébio – Galônio
descreveu as torturas sofridas pelos mártires dos primeiros séculos da cristandade.
“As mulheres cristãs – escreve – eram frequentemente suspensas pelo pé durante
todo um dia, e os algozes faziam de tal modo que suas partes mais íntimas ficavam
a descoberto, de maneira a mostrar o maior desprezo possível à santa religião de
Cristo”.
A suspensão pelo pé foi
amplamente executada pelos
supliciadores romanos e há
testemunhos também de
vítimas medievais. Uma canção
de gesta do século XIII informa
que este castigo foi aplicado a um
trovador por um dos duques de
Brabante, quando este o
surpreendeu em diálogo mais que
musical com a duquesa.
Mas o enforcamento pelo pescoço,
mortal, tem histórias mais
remotas e, no caso de Judas,
trata-se de um gesto autoimposto
na sequência do sacrifício que fez
para que se cumprissem as
profecias.
Uma tradição que vem dos
primórdios da Igreja cristã é a de
que um outro apóstolo, Pedro,
teria insistido em ser crucificado
de cabeça para baixo por não se
sentir digno de reproduzir o
suplício de Cristo.
No que diz respeito às artes
gráficas, há inúmeras miniaturas
dos séculos XIII e XIV com
reproduções de santos e mártires
pregados pelos pés a uma barra
elevada. Mas é preciso chegar aos
fins do século XV para descobrir
uma imagem análoga à do
Crucificação de Pedro. Enforcado do Tarô.
Afrescoi de Filippino Lippi (1457-1504),
na Cappellla Brancacci, Florença, Italia. De outro ponto de vista, pode-se
dizer que a Antiguidade nos
www.jesuswalk.com
deixou vários testemunhos
de figuras invertidas que em
nenhum caso poderiam ser
ligadas ao suplício.
Essa postura é adotada com frequência por divindades nuas assírio-babilônicas, nos
cilindros de argila que reproduzem cenas de conjunto.
É possível imaginar que as deusas nesta posição significavam outra coisa: propunham uma
leitura ritual que, agora, parece absurda ou incompreensível.

Alguns estudiosos lembram, a esse respeito, os


ensinamentos que atribuem ao homem o papel de
estabelecer a ligação entre o Céu e a Terra, num espaço
definido que o preserva de influências e contaminações.
“Toda suspensão no espaço participa do isolamento místico,
sem dúvida relacionado à ideia de levitação e de vôo
onírico”.
Muitas lendas, de diferentes origens, atribuem aos
enforcados características mágicas e os dotam de vidência e
mediunidade.
Para Wirth, interessado pelo simbolismo iniciático, o
protagonista do Arcano XII é homólogo ao
do Prestidigitador (I), já que também inicia uma das vias,
mas partindo do extremo oposto. Vê, assim, o Pendurado
como o princípio de intuição pelo qual o ser humano pode
alcançar um resplendor de divindade: como colaborador da
grande obra que mudará para o bem a carga negativa do
universo; como a vítima sacrifical para a redenção.
Tarô de Oswald Wirth
Atribuem-se ainda, ao arcano, virtudes divinatórias e
telepáticas; é com frequência relacionado com a arte e a
utopia. Alguns o veem como arcano possessivo, mas é
necessário compreendê-lo num sentido puramente idealista,
como manifestação de amor que carece de objeto individual
(amor ao próximo).
Uma especulação interessante pode ser feita partir de seu número na ordem do Tarô, que o
relaciona ao décimo-segundo signo do zodíacao, Peixes, ou ainda ao conjunto
do simbolismo zodiacal e ao dodecadenário: os doze signos e os doze meses do ano,
os doze apóstolos, as doze tribos de Israel...

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre o Pendurado


• As qualidades inatas do Enforcado. Verbenna Yin reflete sobre os múltiplos significados do personagem
pendurado : Significados do Enforcado

• Enforcado: o momento que antecede as grandes mudanças. Titi Vidal indica diferentes facetas da
figura XII dos arcanos maiores: Saber esperar

• A Fé do Enforcado ou a Esperança da Estrela? Roseli C. Melo estabelece as relações possíveis dos


arcanos 12 e 17 com as virtudes teologais: Fé e Esperança

• O Enforcado não nega realização. Um texto bem prático de Cynthia Domingues, no qual relata suas
experiências com essa carta em tiragens para clientes: Um arcano surpreendente

• O mês do Pendurado. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano XII é selecionado
para orientar um mês de vida: Renúncia e renovação

• O Mapa Estático dos Arcanos Maiores. Mauro Franco comenta um certo arranjo dos arcanos maiores e
faz correlações com a Árvore da Vida. Exemplo com o Pendurado

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo
semestre de 2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e
às particularidades de cada idade: Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do
jogo completo das cartas: O Enforcado

O Pendurado: Crônicas & Artes


• O Enforcado na vida e no cinema. Ana González encontra vários significados do arcano O Pendurado
no filme Mil vezes boa noite : O repertório coletivo de imagens

• O sentimento do mundo. Tatyani Quintanilha apresenta o Pendurado à luz do mito de Prometeu, no Tarô
Mitológico: A missão do Enforcado
XIII. A Morte (ou Arcano sem Nome)

O Arcano das Transmutações e da Vida Eterna


Compilação de
Constantino K. Riemma

Esta carta, comumente designada como “Morte”, não tem nome algum
inscrito no tarô de Marselha ou em suas suas variantes mais recentes. No
entanto, em jogos similares franceses, do século 17, o título "La Mort"
está presente, como se vê, mais abaixo, na carta do baralho impresso por
Jean Noblet.
Um esqueleto revestido por uma espécie de pele tem uma foice nas mãos.
Do chão negro brotam plantas azuis e amarelas entre restos mortais de
seres humanos. O fundo não está colorido.
No primeiro plano, à esquerda, uma cabeça de mulher; à direita, uma
cabeça de homem com uma coroa.
Um pé e uma mão aparecem também no chão; outras duas mãos – uma
mostrando a palma e outra as costas – brotam atrás, ultrapassando a
linha do horizonte.
O esqueleto está representado de perfil e parece dirigir-se para a direita.
Maneja a foice, sobre a qual apoia as duas mãos. Em algumas variantes,
seu pé direito não está visível.
Para o iniciante, mostra-se como a carta mais temível, mas os estudos
simbólicos ajudam a entender um outro sentido no plano da evolução
humana.
Tarô de Marselha (1750)
Camoin-Jodorowsky

Significados simbólicos
Grandes transmutações e novos espaços de realização.
Dominação e força. Renascimento, criação e destruição.
Fatalidade irredutível. Fim necessário.

Interpretações usuais na cartomancia


Fim de uma fase. Abandono de velhos hábitos.
Profundidade, penetração intelectual, pensar metafísico.
Discernimento severo, sabedoria drástica. Resignação, estoicismo,
dom para enfrentar situações difíceis. Indiferença, desapego,
desilusão.
Mental: Renovação de ideias, total ou parcial, porque algo vai
intervir e tudo transformar; como um fenômeno catalisador ou um
corpo novo que modifica totalmente a ação do corpo atual.
Emocional: Afastamento, dispersão. Destruição de um sentimento,
de uma esperança.
Físico: Morte, perdas, imobilidade. Completa transformação nos
negócios ou atividades.
Desafios e sombra: Do ponto de vista da saúde, estagnação de
enfermidade ou processo. A morte poderá ser evitada, mas em
troca de uma lesão incurável. Segundo sua posição, pode significar
a morte, em seus múltiplos matizes, mas também maus, más
notícias.
La Mort (A Morte)
Tarô Jean Noblet (1650)
Prazo fatal. Xeque-mate inevitável, mas não provocado pela vítima.
Ânimo baixo, pessimismo, perda de coragem.
Interrupção de um processo para começar de modo diametralmente oposto.

História e iconografia
E provável que a alegoria da morte representada como um esqueleto com a foice, seja original do Tarô;
se isto for verdade, trata-se de uma das contribuições fundamentais feitas pelas cartas à iconografia
contemporânea, considerando a ampla popularidade desta metáfora macabra.
Van Rijneberk divide o estudo deste arcano em três aspectos: o número treze, o esqueleto, a foice.
Como emissário de uma premonição sombria, o treze tem seu antecedente cristão nos comensais
da Última Ceia, de onde a tradição extraiu um conto bastante popular da Idade Média: quando treze
pessoas se sentam à mesa, uma delas morrerá em breve.

Esta superstição seria herdeira de outras


versões mais antigas: Diodoro da Sicília,
contemporâneo do imperador Augusto,
explica desse modo a morte de Filipe da
Macedônia, cuja estátua havia sido colocada
junto as dos 12 deuses principais, dias
antes de ser assassinado.
Simbolicamente, o número 13 representa
a unidade superadora do duodecimal, ou
seja, a morte necessária de um ciclo
completo, que implica também – ainda que
este aspecto tenha sido esquecido na
transmissão popular – a ideia consequente
de renascimento.
Na arte cristã primitiva não há traços da
representação devastadora deste símbolo.
Tal fato não será estranho se lembarmos
das ideias centrais dos catecúmenos, ou
seja, a morte entendida como pórtico de
uma vida melhor. Dança da morte
Gravura em madeira (1493) - www.deathreference.com

A arte dos primeiros séculos transmite a confiança na proximidade do Juízo Final (e a consequente
ressurreição da carne), o que traduz a absoluta falta de medo frente a um estado transitório.
O esqueleto propriamente dito só aparece em todo o seu esplendor nas Danças da morte,
disseminadas pelos cemitérios e claustros europeus, quase que simultaneamente, e com certeza não
antes do séc. XV.

As pestes, no final do séc. XIV, evocam a morte inelutável. Reis ou vassalos, todos são afetados.
Danse Macabre de Bernt Notke, 1440-1509, na Igreja de S. Nicolau, em Tallinn, Estônia. (www.wikipedia.com)

O tema das composições desse período mostra-se idêntico em todos os lugares: o esqueleto se apodera
(o matiz está apenas no grau de violência ou gentileza) de criaturas humanas de ambos os sexos, de
qualquer idade e condição.
Outro elemento que as Danças da morte têm em comum é que todas são posteriores ao Tarô, de cuja
popularidade puderam extrair o encanto de suas imagens.
Nestas danças, no entanto, não há esqueletos com foices, mas sim com
diversos objetos (uma espada, um arado, um par de tesouras, um arco e
flechas) que se referem em geral ao ofício da pessoa que será levada pela
morte.
Em Joel (4,13), Mateus (13,39), Marcos (4,29) e no Apocalipse (14,14-20)
podem ser encontradas metáforas bíblicas em que se fala
da foice como instrumento de justiça empunhado por Jeová, pelo Filho
do Homem e, mais tarde, pelos anjos: como derivação deste princípio moral.
Oswald Wirth
também não coloca Os esotéricos não veem a morte como falha ou imperfeição: as formas se
nome na carta 13 dissolvem, variam de aparência quando se tornam incapazes de servir ao
seu destino. Desse modo, entre o Imperador e a Morte (primeiros termos
do segundo e do quinto ternário, respectivamente), há apenas uma
diferença de matizes: ao esplendor máximo do poder e da matéria sucede
sua extinção, que é uma conseqüência lógica e também uma necessidade.
Como parábola do processo iniciático em oposição à vida corrente, é talvez o
arcano mais explícito: “O profano deve morrer – lembra Wirth – para que
renasça a vida superior que a Iniciação concede”.
A morte guarda relações simbólicas com a terra, com os quatro elementos, e com a gama de cores
que vai do negro ao verde, passando pelos matizes terrosos. Também é associada ao esterco, menos
pelo que este possa ter de desagradável do que pelo processo de transmutação material que representa.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre o arcano da Morte


• A Morte, os desligamentos e os desapegos. Verbenna Yin apresenta diversas compreensões simbólicas do arcano
temido e indesejado : O fim de todas as coisas

• A morte é inevitável, o velório é opcional. Artigo de Harah Nahuz sobre os desafios na leitura prática do arcano 13 : A
• Nosso encontro com a Morte. Denise Fernandes Marsiglia comenta o arcano XIII e apresenta o trabalho de Pedro Indio
Negro no estilo de xilogravura : Galeria dos vinte e dois arcanos

• Não tenha medo da Morte. Tinah Lima examina o simbolismo de mais um dos "arcanos malditos" e lembra as
superstições ligadas ao número 13 : Arcano difícil, mas poderoso

• O Triunfo da Morte. Cláudio Carvalho repassa a história do Arcano 13 e oferece informações sobre a iconografia da
Dança da Morte : Da Divina Comédia ao tarô de Crowley

• Da Morte e da Torre ou o medo é uma questão de escolha . Emanuel J. Santos examina os temores associados a
essas duas cartas : Reflexões sobre a Morte e a Torre

• O mês da Morte. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano XIII é selecionado para orientar um mês
de vida : Corte dos velhos hábitos

• Arcano 13. A Morte x Doença x Saúde, texto de Flávia Castellar (Ilankay Soncco) no painel sobre Tarô e Saúde : A
Morte x Doença x Saúde

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de cada
idade : Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do jogo completo
das cartas : A Morte

• Aprendendo a viver, cuidando de quem está morrendo. Monografia apresentada por Maria Sílvia Junqueira
Wolff para conclusão do Curso de Psico-Oncologia, do Instituto Sedes Sapientiae, em 2004. Um texto bem didático que
nos ajuda a refletir sobre a questão da morte e a aprofundar os conteúdos referentes ao arcano 13 do Tarô. O texto pode
ser lido on-line ou copiado para impressão [26 págs. 14x21cm, para imprimir em 14 folhas tamanho A4.
Formato pdf com 186KB] : baixar

• Saturno, os planetas transaturninos e o Tarot. Betôh Simonsen apresenta os significados dos quatro planetas mais
lentos e suas correlações com alguns arcanos : Planetas e arcanos maiores - Papisa, Eremita, Morte, Torre...

A Morte: Crônicas & Artes


• Morte e Casa Oito. Débora Gregorino parte das referências astrológicas e partilha suas reflexões sobre o tema : Viver
cada dia como se fosse o último

• A cilada da Caveira. Crônica de Joneth de Carvalho em que comenta suas reflexões, os intercâmbios e provocações dos
amigos sobre a caveira : Ver além das aparências

• Cenários com a Morte. Instalação do artista plástico venezuelano Pedro Tineo em seu ateliê, próximo a Guanoco, o
maior lago asfáltico da Terra : O esqueleto no asfalto

• Fragmentos que a filosofia do Arcano sem Nome me inspira, por Eliane Accioly Fonseca. Reflexões sobre uma
lâmina desafiadora e inquietante. Com ilustrações da autora : Fragmentos que a filosofia...

• Minha história com o 13, por Morgand. Comentários sobre o simbolismo dessa carta do Tarô na vida pessoal e nas
leituras : História

• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : Poemas sobre a Morte
XIV. A Temperança

O Arcano da Inspiração e da Alquimia


Compilação de
Constantino K. Riemma

Um anjo com rosto feminino derrama o conteúdo de um vaso em outro.


O personagem é visto de frente, com o rosto ligeiramente inclinado para
a esquerda e para baixo, e o tronco voltado na mesma posição.
Sua vestimenta tem várias cores: azul, de cada lado do corpete, e na
metade esquerda da saia; vermelho, nas mangas e na outra parte da
saia. As asas são azuis (ou cor de pele, na edição Grimaud). Os pés
permanecem ocultos pelas pregas da saia.
A flor no topo da cabeça, o botão amarelo no meio do peito (ou um
panejamento dourado, em outras versões), salientam chacras ativos do
personagem.
Três linhas onduladas unem os vasos que o anjo segura; o líquido
derramado pode representar as energias em transmutação.
Na edição Camoin (ilustração ao lado), a barra do vestido, em amarelo,
representaria serpentes entrelaçadas, sob controle do anjo, aos seus pés.
Ou seja, representa seu vínculo com a circulação das energias em
diferentes níveis de manifestação.

Significados simbólicos
A elaboração cuidadosa das polaridades. A transmutação dos elementos e a alquimia.
Renovação da vida, abertura às influências celestes, circulação, adaptação, flexibilidade.
Serenidade. Harmonia. Equilíbrio.

Interpretações usuais na cartomancia

Tolerância, paciência, praticidade, felicidade. Aceitação dos


acontecimentos, flexibilidade para adaptar-se às circunstâncias.
Educação, trato social. Caráter elástico para enfrentar as
transformações. Temperamento descuidado.
Mental: Espírito de conciliação, ausência de paixões no julgamento; dá
o sentido profundo às coisas, na medida em que representa um princípio
eterno de moderação. Exclui a rigidez, o emperramento. Corresponde à
disposição de flexibilidade e de maleabilidade.
Emocional: Os seres se reconhecem e se encontram por suas
afinidades. Sob a influência desta carta são felizes, mas não evoluem e
não conseguirão se livrar um do outro.
Físico: Conciliação nos negócios, atividades e empreendimentos. Dá
estímulo para pesar os prós e contras, encontrar a maneira de
estabelecer um compromisso, mas sem preocupações se o
empreendimento será ou não coroado de êxito. Reflexão, decisão que
não pode ser tomada de imediato.
Do ponto de vista da saúde: enfermidade difícil de curar, porque se
alimenta de si mesma.

Dellarocca - 1836
Desafios e sombra: Desordem, discordâncias. Indiferença. Falta de personalidade, passividade.
Inconstância, humor irregular, desequilíbrio. Tendência a se deixar levar pela corrente, submissão à
moda e aos preconceitos. Resultados não conformes às aspirações. Derramamento, saída, fluxo
involuntário. As coisas seguem o seu curso.
História e iconografia do arcano da Temperança

A mulher que derrama líquido é uma alegoria muito


comum durante a Idade Média para representar
a virtude da temperança: supunha-se que misturava
água no vinho para diminuir os seus efeitos.
Curiosamente, a mesma imagem serviu durante os
primeiros séculos do cristianismo para ilustrar o
contrário: o milagre das bodas de Caná, onde – por
ordem de Jesus – a água se transforma em vinho.
Com outros significados pode ser encontrada nos versos
de Horácio: “O cântaro reterá por longo tempo o
perfume que o encheu pela primeira vez”.
Mistura de anjo e mulher, A Temperança evocou
sempre, para os investigadores do Tarô, o mito
do hermafrodita. Tema recorrente e vastíssimo, por
um de seus aspectos – que é o que aqui interessa –
a androginia tem sido considerada desde tempos
antigos como premonição feliz. Isto faz da Temperança
uma carta amável, do ponto de vista adivinhatório, cuja
presença alivia a densidade do oráculo.
Arcano de reunião, e portanto de equilíbrio –
a coniunctio oppositorum, em sua fase anterior à
bissexualidade – onde o derramar do líquido já foi
interpretado como metáfora das transformações:
a passagem do espiritual ao físico, do sentimento à
razão.
Do ponto de vista astrológico está em paralelo com as
representações aquarianas, que por sua vez guardam
correspondência com o simbolismo de Indra, divindade
hindu da purificação.

Temperance, Pedro del Pollaiuolo, 1470


www.aiwaz.net

Wirth relaciona a androginia da Temperança ao quinto ternário do Tarô,


que provém da morte assexuada (XIII) e culmina no Diabo bissexual (XV). É
preciso assinalar também sua localização como último termo do segundo
setenário, que corresponde à Alma ou psique, plano da personalidade
fluente, flexível e instável na natureza, relacionada às águas em quase todas
as teofanias, assim como o Espírito é associado à luz (fogo, ar) e o Corpo à
terra.
O derramamento entre vasos gêmeos e opostos levam, por outro lado, as
especulações sobre os prodígios terapêuticos: o Arcano XIIII é claramente
o curador, o agente reparador e reconstituinte, aquele que verte harmonia
universal sobre o desequilíbrio individual. Como o Eremita, lembra os
médicos, curandeiros e charlatães; mais ainda, lembra conselheiros,
confessores e terapeutas.
A Temperança pode ser vista, ainda, no contexto do
inesgotável simbolismo aquático, pois se refere à matéria unívoca (o
oceano primordial), à corrente circulatória que mantém a vida (chuva, seiva,
leite, sangue, sêmen), à mãe (meio aquoso no plano pré-natal) e às
imersões como rito de morte e ressurreição (batismo).
Tarô de Oswald Wirth

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.
Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.
Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre a Temperança


• As virtudes Justiça e Temperança no Tarô. Giancarlo Kind Schmid recorre ao conhecemento das virtudes tradicionais
para esclarecer os arcanos : Confusões conceituais

• A Temperança e a integração das experiências. Estudo de Verbenna Yin sobre o arcano que conclui a segunda
oitava na sequência das cartas : Alquimia, psicologia e trabalho interior

• A Temperança ou A Arte de Crowley. Ensaio de Cláudia Ferrari sobre as correlações da carta com personagens
mitológicos e outras linguagens simbólicas : A Arte

• Tempera-me! É Tempo ainda. Cristina Guedes apresenta as os diversos atributos do arcano XIV e suas virtudes
próprias : Símbolo da luminoso da moderação e do equilíbrio

• O Anjo Solar. Flávio Alberoni expressa seus dons poéticos e intuitivos ao trabalhar as ressonâncias do arcano da
Temperança e seus significados : Apreciações e um poema

• A Temperança e o signo de Aquário. A astróloga e taróloga Rose Villanova examina certas correspondências do
arcano com signos e inclui a Alquimia e Virgem : Outras correlações possíveis

• A tríade existencial: o Louco, a Papisa e a Temperança. Glória Marinho relata o nexo que encontra entre os três
arcanos : A simbologia do três na vida e nas cartas

• Os quatro Anjos do Tarô. Giancarlo Kind Schmid examina a presença das figuras angélicas nos arcanos dos
Enamorados, Diabo, Temperança e Julgamento : Os mensageiros e seus atributos

• O mês da Temperança. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano XIII é selecionado para orientar
um mês de vida : Flexibilidade e moderação

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de
cada idade : Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do jogo completo
das cartas : A Temperança

A Temperança : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : A Temperança
XV. O Diabo

O Arcano da Contra-inspiração e da Sedução


Compilação de
Constantino K. Riemma

Três personagens estão representados de pé. No meio, sobre um


pedestal vermelho em forma de cálice, um hermafrodita com asas e
chifres. Abaixo, duas figuras, uma delas feminina e a outra masculina,
pequenas e dotadas de atributos animais; estão presas, por uma corda
que lhes passa ao pescoço, a um aro que se encontra no centro do
pedestal.
O personagem central está totalmente marcado pela dubiedade: despido,
veste apenas cintos vermelhos que parecem segurar seios e genitais
postiços; tem na cabeça uma curiosa touca amarela, da qual sobem dois
chifres de veado; duas asas amarelas (ou azuis, na ed. Grimaud), de
formato semelhante à dos morcegos, brotam das suas costas. Tudo
indica que o personagem é do sexo masculino, mas seus seios estão
desenvolvidos como os de uma mulher. Uma face se inscreve em seu
ventre e, nos joelhos, dois olhos. Suas mãos e pés apresentam
características simiescas; a mão direita, erguida, mostra o dorso; a
esquerda segura a haste de uma tocha.
O par acorrentado é visto de três quartos. Estão completamente nus,
mas têm uma touca vermelha da qual sobem chifres negros. Os dois têm
rabo, patas e orelhas de animal; escondem as mãos atrás das costas e
ficamos sem saber se estão atadas ou não.
Tarô de Marselha-Hadar

No nível em que os dois personagem menores se encontram, o chão é preto, mas na altura do pedestal
torna-se azul (ou ou vermelho) com listras variadas. O fundo é incolor.

Significados simbólicos
As provas e provações. As tentações e seduções.
Magias. Desordem. Paixão. Luxúria. Dependência.
Intercâmbio, eloquência, mistério, força emocional.

Interpretações usuais na cartomancia


Paixões indomáveis. Atração sexual. Ação mágica, magnetismo. Capacidade milagreira. Poder
oculto, exercício de influências misteriosas.
Proteção contra as forças obscuras e os encantamentos.
Mental: Grande atividade, mas totalmente egoísta e sem qualquer
preocupação pela justiça.
Emocional: Pluralidade, diversidade, avidez, inconstância. Busca em
todas as direções para atrair tudo. Sem a menor preocupação com o
próximo. Libertinagem.
Físico: Grande irradiação neste plano, em particular no domínio
material e nas realizações concretas. Poderosa influência sobre os
outros.
Forte atração pelo poder material. Tem, contudo, uma deficiência:
todo o sucesso que promete tende a ser obtido por vias censuráveis.
Desta forma a fortuna será alcançada e os delitos têm grande
probabilidade de permanecerem impunes.
Inclui também a punição: de acordo com a sua relação com as outras
cartas, pode significar que os sucessos serão efêmeros e que o castigo
virá na sequência.
Do ponto de vista da saúde: instabilidade nervosa, transtornos
psíquicos; aparição de enfermidades hereditárias.
Tarô Minchiate Etruria (1725)

Desafios e sombra: A ação parte de uma base má e seus efeitos podem ser calamitosos. Desordem,
inversão de planos, coisas obstruídas. Do ponto de vista da saúde: ampliação do mal, complicações.
Disfunção. Superexcitação, sensualidade. Ignorância, intriga. Emprego de meios ilícitos. Enfeitiçamento,
fascinação repentina, escravidão e dependência dos sentidos. Debilidade, egoísmo.

História e iconografia
Durante a baixa Idade Média o Diabo era representado usualmente como um dragão ou serpente,
imagem derivada, sem dúvida, de seu papel no Gênese.

Por um processo simbiótico – característico da iconografia – Eva e o


Diabo se fundiram com frequência na figura da serpente com cabeça
de mulher: isto pode ser visto quase sempre nas ilustrações dos
mistérios franceses que falam da Queda.
O desenvolvimento antropomórfico, que levou o Diabo a se converter
na figura que conhecemos tem sua origem, provavelmente, nas
tradições talmúdicas e nas lendas pré-cristãs, segundo as quais
a serpente edênica teria tido mãos e pés de homem, membros que
perdeu como castigo por sua maldita intervenção no drama do Paraíso,
ficando condenada a arrastar-se até o fim dos tempos.
De modo similar o Diabo aparece no Apocalipse de Abraão, onde
o Tentador é descrito como um homem-serpente, descrição
retomada por Josefo e por boa parte dos autores judeus dessa época.
Já no Antigo Testamento (Jó 1,6-12 e 2,1-7) menciona-se
esta humanização de Satã, e em Mateus (4, 3-11) aparece com toda
clareza o antropomorfismo do personagem. Ele é assim descrito num
manuscrito de Gregório de Nicena, onde toma a forma de um homem
jovem, alado e nu da cintura para cima.
São Miguel e o Dragão
Mont St. Michel - França

No final do primeiro milênio a imagem do Diabo sofre a sua mais


cruel metamorfose, que transforma o mais formoso dos anjos em
sinônimo de abominação e horror.
Van Rijneberk atribui aos miniaturistas anglo-saxões essa mudança
iconográfica, que correspondia à simplicidade analógica da época.
Se o Diabo continha a soma de todos os pecados e escândalos,
seria lógico, dessa forma, que fosse representado como o apogeu
de feiúra e pavor.
O homem com garras das figuras mais tênues sofreu a inclusão
de chifres, dentes enormes, pêlos, cascos de bode, seios
enrugados, rabo que terminava em seta. Assim aparece nos
manuscritos alemães dos séculos X e XI, e no Missel Oxonien do
bispo Léofric (960-1050). O Diabo da lâmina do Tarô –
um morcego hermafrodita – mostra-se como herdeiro dessa
representação.
Van Rijneberk destaca o sentido metafísico de Satã para os Pais da
Igreja, longe ainda dessas representações. Entre os séculos III e
IV, Atanásio relatou as fadigas que costumavam acompanhar os
tentados: o aspecto do Maligno produzia mais angústia do que
repulsa; sua voz era terrível e seu movimento oculto como o de São Miguel e o Diabo
um assassino.
Normandia, 1480

Tanto Cirlot como Oswald Wirth – a partir de seus


respectivos planos de observação – evitam entrar no
complexo campo da demonologia ao comentarem o
Arcano XV.
Assim, o primeiro destes autores se limita a
compará-lo ao “Baphomet dos templários, bode na
cabeça e nas patas, mulher nos seios e braços” e a
mencionar que o personagem tem como finalidade
“a regressão ou a paralisação no fragmentado,
inferior, diverso e descontínuo”.
Oswald Wirth, por outro lado, afirma que o Diabo é
o inimigo do Imperador (IV) na luta política pelo
Primeira tentação de Jesus Cristo poder no mundo material, e se pergunta quem é
Copenhague, 1222 “que opõe os mundos ao Mundo, e os seres entre
si”.
Para Ouspensky, o Diabo “completa o triângulo cujos outros dois lados são a morte e o tempo”, no
sentido da formalidade do ilusório.

Ele dá origem ao terceiro e último setenário do Tarô, plano do mundo


físico ou do corpo perecível do homem. Do ponto de vista da finitude
temporal, não é menos importante do que o Prestidigitador para o reino do
espírito, ou o triunfal protagonista de O Carro (VII) para a análise
psicológica.
"Na medida em que sempre houve áreas sombrias e ainda desconhecidas
para o conhecimento e que presumivelmente, os enigmas subsistirão sempre
– diz Jaime Rest no seu artigo Satanás, Suas Obras e Sua Pompa —, o
demoníaco foi e continuará sendo uma constante de nossa realidade, já que
esta experiência parece nutrir-se primariamente de algo que se desdobra
além do domínio humano, e cuja índole tremenda e estremecedora suscita
em nós este abalo íntimo que os teólogos denominam temor numinoso”.
O estudo dessa figura pode incluir as metamorfoses sofridas pelo Diabo
(incluindo a variabilidade do aspecto: da beleza resplandecente com que
Milton e William Blake o imaginaram até o horror da sua corte nas telas de
Goya) para retornar ao memorável ponto de partida de onde se concebe sem
dificuldades a permanência do demonismo: Satã como “um desafio da ordem
que os homens atribuíram a Deus”.
Tarô de Oswald Wirth

A figura do Tentador, por outro lado, é inseparável das


legiões que o servem (ou seja, da ideia do Inferno), e o
Tarô repete esta associação ao representá-lo junto com o
casal acorrentado – seres que podem ser tanto seus
prisioneiros como seus colaboradores. A repetição do
esquema dantesco é atribuída por Carrouges à paralisia
imaginativa dos séculos posteriores em relação ao tema;
daí a fixação e o empobrecimento do ciclo mítico na
literatura europeia.
Esta visão demonológica contemporânea, que faz do
Diabo uma metáfora conflitante da dignidade humana,
não é menos importante que a tradicional. Impõe-se, ao
menos, como mais uma referência para a análise
atualizada do Tarô.
Os comentários reunidos até aqui, porém, estão longe de
esgotar as indicações para o estudo deste personagem
tão ambíguo.
Vale a pena conhecer as reflexões de G. O. Mebes,
em Os Arcanos Maiores do Tarô, sobre o papel de
Baphomet, enquanto representação "da bipolaridade do
turbilhão astral", passagem inevitável no processo
evolutivo.

Baphomet
Gravura de Eliphas Levi (1810-1875)

O Livro de Jó e o curioso papel de Satanás


Nos estudos do arcano 15 costumo lembrar de um contraponto às abordagens usuais dessa figura
ambígua. Gosto de citar a passagem inicial do Livro de Jó (Jó 1, 6-12):

Um dia, foram os filhos de Deus apresentar-se ao Senhor.


Entre eles, também Satanás. O Senhor disse, então, a este:
“De onde vens?” – “Acabo de dar umas voltas pela terra”,
respondeu ele. O Senhor disse-lhe: “Reparaste no meu servo
Jó? Na terra não há outro igual: é um homem íntegro e reto,
teme a Deus e afasta-se do mal.” Satanás respondeu ao
Senhor: “É sem motivo, que Jó teme a Deus? Não levantaste
um muro de proteção ao redor dele, de sua casa e de todos
os seus bens? Abençoaste as obras de suas mãos, e seus
bens cresceram na terra. Estende, porém, um pouco a tua
mão e toca em todos os seus bens, para ver se não te
lançará maldições na cara!” Então o Senhor disse a Satanás:
“Pois bem, tudo o que ele possui está a teu dispor. Contra
ele mesmo, porém, não estendas a mão”. E Satanás saiu da
Jó e o Diabo
presença do Senhor.
Xilogravura de autor desconhecido
Fica explícito que Satanás dialoga com o Senhor e é
autorizado a realizar as provas. Jó sofre toda sorte de
revezes que se estendem mesmo depois de o Diabo se
convencer das virtudes desse santo homem. Mas, no final de
tudo, o Senhor restituiu em dobro a Jó tudo que lhe fora
tirado: "Jó viveu ainda cento e quarenta e quatro anos e viu
seus filhos e os filhos de seus filhos até a quarta geração. E
morreu velho e cumulado de dias."
Costumo recorrer ao bom humor para traduzir um certo papel do personagem do arcano 15: ele é
o inspetor de qualidade autorizado por Deus para colocar os homens à prova. E esse mesmo papel se
repete quando Cristo se prepara para sua missão final nesta terra: o Diabo vem testar o próprio filho de
Deus oferecendo tentações de poderes. Sem maiores problemas o Cristo passa pelas provas e o Diabo
sai de cena.
Essa conotação de "inspetor de qualidade" pode nos ajudar, entre outros atributos, a refletir sobre
estratégias de ação, quando o arcano 15 sai numa tiragem com a função de indicar o conselho ao
consulente para enfrentar algum desafio ou para corrigir uma situação difícil.
Pensar simbolicamente exige muito mais do que classificar sumariamente as cartas como "boas" ou
"ruins". Esse alô vale também para buscamos compreensão mais ampla da carta 13, A Morte, e da 16, A
Torre.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre o Diabo


• Não tire o Diabo, nem o Louco, para dançar. Observações de Vera Vilanova sobre as energias ativadas nos festejos
carnavalescos : "Está começando o Carnaval, neste país tropical...

• Brother Satã. Comentário de Leila Pereira sobre o texto de Nílton Bonder, capítulo O corpo e a ausência de si no
livro Alma Imoral : O corpo e a ausência de si

• Mas será o Diabo?! Tinah Lima discute esse personagem ambíguo em sua faceta estimuladora e nos aspectos
desafiadores: O arcano 15 como conselho ou na posição mental nas tiragens

• Papai Noel, o Mágico endiabrado. Abelard Gregorian faz correlações da figura natalina com três arcanos maiores: O
Mago, o Eremita e o Diabo

• O Diabo: Paixão e Amor. As diferentes faces desse enigmático arcano maior são trabalhadas por Denise Fernandes
Marsiglia em suas leituras das cartas : O Diabo não entende o amor

• Obesidade: o Diabo e a Torre. Denise Fernandes Marsiglia amplia seu exame da gula e da obesidade, já examinadas à
luz dos Enamorados : Estados de instabilidade

• Exu é o Diabo? Alberto Roberto Costa mostra a enorme distância entre a entidade dos cultos africanos e a figura do
tentador na tradição cristã... : O co-participante na criação do universo

• Como o Diabo não gosta. Cristina Guedes comenta as múltiplas versões e os diferentes níveis de significados desse
personagem multifacetado : As miragens do diabo

• Satanás, Lúcifer, Exu, Diabo, Bafomé, Choronzon... Kimon reune referências nos mitos e nas religiões sobre a figura
demoníaca e contribui para a abordagem do arcano : O diabo, o que é?

• Os quatro Anjos do Tarô. Giancarlo Kind Schmid examina a presença das figuras angélicas nos arcanos dos
Enamorados, Diabo, Temperança e Julgamento: Os mensageiros e seus atributos

• O Diabo positivo. Cynthia Domingues exibe o outro lado do controvertido arcano : poder, alegria, magnetismo,
sedução, paixão...: Brilho e luz própria

• Diabo ansioso: artigo raro no mercado. Luna Solis discute os significados da carta 15 e suas relações com outros
arcanos maiores. O bom-humor da autora é de grande ajuda : O ardiloso
Na Parte II de seu estudo sobre o arcano XV a autora examina as relações do Diabo com a Lua astrológica, que por sua
vez também pode ser reconhecida em outras cartas : Diabo e Lua

• O Diabo e seu magnetismo sedutor. Cynthia Domingues mostra a ligação do arcano com a vaidade, o luxo, o conforto
material, o requinte e o mais alto bom gosto e qualidade : Magnetismo

• Ternos nas Sombras. Giancarlo Kind Schmid promove um desfile de figuras poderosas em seus belos e impecáveis
ternos e revela a sombra do Diabo em seus passos : Ternos

• O mês do Diabo. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano XV é selecionado para orientar um mês
de vida : Enfrentar as fraquezas

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo semestre de
2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e às particularidades de
cada idade : Os Arcanos Maiores

• O arcano XV nas tiragens. Valéria Fernandes apresenta suas impressões do arcano do Diabo e dá um exemplo de
como o interpreta na prática : Exemplo

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betoh preparou para a apresentação do jogo completo
das cartas : O Louco

O Diabo : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : O Diabo

XVI. A Torre ou Casa de Deus

O Arcano da Libertação e da Construção


Compilação de
Constantino K. Riemma

O céu está coberto de esferas coloridas; dois homens caem


de uma torre fulminada por um raio. A torre – localizada num
terreno montanhoso, do qual brotam seis plantas verdes –
tem três janelas azuis; a maior delas parece estar num andar
mais alto que as outras. Não aparece a porta de entrada, na
edição Grimaud.
Um raio com várias cores, linhas exuberantes, decapita o
edifício, que é arrematado por quatro ameias. Sobre o fundo
incolor do céu podemos contar 4 esferas na parte superior,
14 esferas à esquerda, 19 esferas à direita.
Um dos homens está caindo na frente da torre; do outro,
mais atrás, vê-se apenas a parte superior do corpo. Os dois
estão de perfil. No Tarô clássico, não aparecem tijolos ou
pedras caindo sobre os homens, como se colocassem suas
vidas em risco.
As pequenas manchas que se observam no chão, na frente
da torre, não têm uma definição clara: podem ser pedras,
líquido, pegadas.

Significados simbólicos
Tarô de Marselha Rompimento das formas aprisionadoras, liberação para um
novo início. Desafios dos momentos de transição.
www.krishadar.com

Destruição da rigidez e das cristalizações desnecessárias. Abertura. Conhecimento.


Desmoronamento e queda. Quebra dos limites de segurança.

Interpretações usuais na cartomancia


Alterações, subversões, mudanças, debilidades. Libertação da alma aprisionada; quebras.
Conhecimento súbito. Relances esclarecedores. Parto, crise saudável, transmutações.

Modificação traumática, separação repentina e


inesperada. Perdas, insegurança. Desconfiança em si
mesmo, inquietação provocada por negócios arriscados.
Benefício recebido devido aos erros de outras pessoas.
Austeridade, uma tendência à timidez. Temperamento
piedoso, religiosidade prática que não deprecia o
material.
Mental: Indica o perigo que pode haver em insistir
numa certa direção, em manter uma ideia fixa.
Advertência para evitar tropeços e precipitações que
poderão aniquilar os planos em andamento.
Emocional: Domínio sobre os seres, mas sem caridade
nem amor, já que se exerce com despotismo. Tarde ou
cedo, sofrerá uma rejeição afetiva.
Físico: Projeto brutalmente abortado. Sinal ou anúncios
que não foram levados em conta; deve-se buscar
cautela nas atividades e negócios.
A chama que decapita a torre pode ser interpretada, no
entanto, como uma liberação. Do ponto de vista da
saúde: não passar os limites das forças vitais, já que
uma enfermidade espreita.
A Torre no Tarocchi
Minchiate Etruria (1725)

Se há alguma enfermidade, indica o restabelecimento após um período penoso.


Desafios e sombra: Cataclismo, confusão. Enfermidade. Falta castigada, catástrofe
produzida por imprudência. Maternidade clandestina. Escândalo, hipocrisia desmascarada.
Excesso, abuso. Presunção, orgulho. Empreendimentos utópicos.

História e iconografia
A imagem de um homem que se precipita no vazio, do alto de uma torre, é uma das
alegorias mais remotas que se conhece para representar o orgulho. Custa pouco intuir que
esta metáfora – e a aniquilação celeste que a acompanha – tem filiação direta ao destino
da torre de Babel.
Alguns estudiosos pensam que a sua inclusão no
Tarô pode ser devida a uma impressionante
corroboração histórica: o processo contra
os templários e a sua queda vertiginosa,
contemporânea dos imagiers que compuseram o
Tarô.
Mais ambígua parece ser a chuva de esferas
multicolores, cuja leitura não admite outra
interpretação que a da influência do “alto” (com
variações, esta chuva se repete nas cartas XVIII e
XIX, arcanos de evidente simbolismo sideral).
Em uma miniatura pertencente a um manuscrito da
Bíblia Pauperum (1350 a 1370), vê-se que o fogo
do altar é aceso por meio de uma chuva
semelhante à destes três arcanos. “Celita flamma
Baixo relevo do século 13 venit / Et plebis pectora lenit” ("Vem a chama
Catedral de Notre Dame de Amiens celeste / E aplaca o peito do povo"), é o que diz a
França legenda, clara paráfrase do milagre concedido a
Elias diante da multidão cética (I Reis 18, 38-39).
Além do nome com que figura aqui, o Arcano XVI é também
conhecido como A Torre ferida pelo raio, e pelo
enigmático La Maison-Dieu, que aparece no Tarô de Carlos VI,
na versão de Marselha, e que Oswald Wirth aproveita no seu
desenho atualizado.
O próprio Wirth, porém, não dá uma explicação satisfatória
para este último nome, limitando-se a corroborar o evidente
simbolismo arquitetônico da figura, que se refere ao homem
por sua verticalidade; à casa e às obras que ele constrói sobre
a Terra – de onde se poderia deduzir também uma parábola
sutil sobre o orgulho, pelo despropósito da tentativa de imitar o
Grande Arquiteto.
Em certas versões do Tarô, parcialmente conservadas, o Arcano
XVI apresenta um diabo que bate um tambor. Mas sua figura é
secundária porque em primeiro plano aparece a goela de um
monstro, entre cujos dentes se debate um ser humano.
Isso parece indicar que o fundo simbólico desse arcano, vale
dizer, as analogias que se pode estabelecer na série torre-
casa-goela-vagina-gruta-caverna primordial são muito
anteriores à sua representação no jogo de cartas. Tarô Oswald Wirth

Podemos constatar que este é o primeiro edifício que figura no Tarô e, de longe, o mais
destacado. Neste sentido é preciso agregar à série analógica proposta as seguintes
indicações: toda torre é emblemática do simbolismo ascensional e na Idade Média
representou frequentemente a escala intermediária entre a Terra e o Céu. Por seu aspecto
murado, cuidadosamente defendido, também estabelece analogias com a virgindade.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre a Torre ou Casa de Deus


• Os arcanos malditos... Uma Torre em minha vida! Tinah Lima mostra que a temida carta nem
sempre é ruim : Um olhar de entendimento para as cartas desafiadoras

• Época de libertação: a queda da Torre e o encontro com o Tarô . Simone Gomes Omega conta sua
superação dos temores infantis : Heavy Metal e Tarô

• Mapa Estático dos Arcanos Maiores Tarot. Estudos de Mauro Franco estabelecendo correlações do
conjunto dos arcanos com diferentes fontes simbólicas : O binário Sacerdotisa-Torre

• Obesidade: o Diabo e a Torre. Denise Fernandes Marsiglia amplia o exame da gula e da obesidade, já
examinada à luz dos Enamorados : Estados de instabilidade

• Rupturas e Libertações. Ana Marques trata das atitudes que nos aprisionam numa torre e das
oportunidades de libertação : As várias torres em que podemos viver

• Cronica sobre a Torre. Denise Fernandes Marsiglia comenta as múliplas impressões que a carta do tarô
pode nos evocar : Lágrima inesperadas

• Da Morte e da Torre ou o medo é uma questão de escolha. Emanuel J. Santos examina os temores
associados a essas duas cartas : Reflexões sobre a Morte e a Torre

• A temida Torre, é avaliada por Titi Vidal: Os desafios e o conselho do arcano 16

• A necessidade de mudança, por Edgar Ferreira da Costa Neto. O sentido dessa carta : Alerta
• O mês da Torre. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano XVI é selecionado para
orientar um mês de vida : Abandono da rigidez

• Por que o nome Casa de Deus? por Jean-Claude Flornoy, cartier e escritor francês. Iconografia, história
e o sentido sutil da carta: Maison Dieu

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no
segundo semestre de 2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos
de vida e às particularidades de cada idade : Os Arcanos Maiores

• Significado da Torre nas tiragens, por Valéria Fernandes. Os significados positivos e negativos do
arcano 16 na tiragem de cartas : A Casa de Deus

• A Torre no século 21, por Jaime E. Cannes. O arcano 16 como metáfora do episódio com as Torres
Gêmeas, de Nova Iorque, em 2001 : Séc. 21

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do
jogo completo das cartas : O Louco

• Saturno, os planetas transaturninos e o Tarot. Betôh Simonsen apresenta os significados dos quatro
planetas mais lentos e suas correlações com alguns arcanos : Planetas e arcanos maiores - Papisa,
Eremita, Morte, Torre...

A Torre : Crônicas & Artes


• A Torre: segurança ou colapso. Simone Gomes Omega estabelece paralelos entre as cartas do tarô e
a música heavy metal de Bruce Dickinson e Roy Z : Consulta com a cartomante

• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : A Torre


XVII. A Estrela

O Arcano da Esperança, do Crescimento e da


Geradora do futuro
Compilação de
Constantino K. Riemma

Uma mulher com um joelho apoiado no chão tem uma


jarra em cada mão, derrama o conteúdo de uma delas
numa superfície de água (rio ou lago) e, da outra, na
terra. No céu há oito estrelas.

A mulher é jovem e está completamente nua; seus cabelos


caem livremente sobre as suas costas e ombros. O joelho
que está apoiado no chão é o esquerdo; a ponta do pé
direito está em contato com a água. Representada
ligeiramente de três quartos, seu olhar parece ignorar o
trabalho que realiza. Do chão brota uma planta com três
folhas e, um pouco mais atrás, dois arbustos diferentes se
destacam contra um céu incolor; sobre o que se encontra à
direita da mulher um pássaro negro de asas abertas parece
estar pousado ou a ponto de levantar voo.
No céu podem ser vistas duas estrelas de sete pontas e
cinco estrelas de oito pontas. Estão dispostas
simetricamente em volta de uma estrela muito maior, que
tem dezesseis pontas, oito amarelas e oito vermelhas.

<-- A Estrela no Tarô de Marselha (1750) restaurado por Kris Hadar

Significados simbólicos
Esperança, confiança. Idealismo. Imortalidade. Plenitude. Beleza. Natureza.
O céu da alma. Influência moral da ideia sobre as formas.

Interpretações usuais na cartomancia


Pureza, entrega às influências naturais, sadias. Confiança no Ilustração clássica
destino. Plenitude e sensibilidade poética, intuição. Bondade, in www.letarot.it
espírito compassivo. Energia, convalescença.
Mental: Alguém traz uma força para ser utilizada, mas não
diretamente. É a inspiração do que deve ser feito.
Emocional: Uma corrente de equilíbrio e de esplendor.
Físico: A satisfação, o amor humano em toda a sua beleza;
o destino dos sentimentos que animam o ser. Realização das
coisas através da ordem e da harmonia.
Em questões referentes à arte, esta carta fala do dom de
encantamento, ou seja, o resplendor que atrai o próximo.
Desafios e sombra: Harmonia desviada de seu objetivo
inicial; estabilidade física pouco duradoura; falta de
atetnção; descuido e displicência.
Falta de vergonha, despudor, leviandade. Falta de
espontaneidade. Coações, moléstias. Natureza artificial e
anti-higiênica.
Tendência para a evasão e para o romantismo exagerado.
Falta de aptidão para a vida prática. Estreiteza de visão,
doenças.
A Estrela no Tarô de Bartolomeo Colleoni, Milano 1460-1470 -->
História e iconografia
O número de estrelas representadas neste arcano varia, segundo o modelo do Tarô, de seis
a oito. Astronomicamente, parece referir à constelação das Plêiades (uma estrela grande,
rodeada de sete menores) ou ao setenário sideral com o Sol no centro.
“Fala-se de sete Plêiades – disse o sutil Ovídio
– mas na verdade não vemos mais que seis."
Devido à reprodução quase textual da alegoria
do signo de Aquário , muitos vêem no Arcano
XVII uma herança zodiacal. Mas van Rijneberk
nota, com razão, que tanto este signo bem
como suas alegorias das correntes de água,
foram tradicionalmente representados com
figuras masculinas.
Outra diferença entre a carta e seu pretendido
modelo é o número de ânforas: tanto Aquário
quanto os seus similares alegóricos (que
incluem representações do Dilúvio)
transportam um só recipiente.
É possível, desse modo, atribuir à Estrela uma
relativa originalidade, o que permite supor
que a frequente mudança de sexo de Aquário,
em imagens posteriores ao século XVI, teria
se inspirado no Tarô.
Representação de Aquário
Ganimedes, o mais belo mortal, levado No verbete dedicado a este signo zodiacal no
por Zeus ao Olimpo, para ser escanção seu Dicionário de Símbolos, Juan-Eduardo
(= servidor de vinho) dos deuses. Cirlot passa uma informação que vale a pena
citar:
“No zodíaco egípcio de Denderáh o homem de Aquário dispõe de duas ânforas, troca que
explica melhor a transmissão dupla das forças, em seus aspectos ativo e passivo, evolutivo
e involutivo, duplicidade que aparece substantiva no grande símbolo de Gêmeos”.
Uma fonte menos provável, mas não impossível, da
iconografia desta estampa pode ser encontrada no
Livro do Apocalipse (XVI, 3, 12): ali é dito que os sete
anjos derramarão suas taças sobre o solo e o ar, mas
sobretudo sobre os cursos d'água.
A estrela – individual e guia; sinal da divindade sobre
o céu do herói – é um emblema comum a diversas
mitologias. Delas passa para a tradição e a arte cristãs,
e na atualidade pode ser encontrada em numerosas
manifestações folclóricas no seu sentido alegórico mais
transparente: a pureza, o destino prometido, a
elevação.
São João Crisóstomo (Patrística grega, tomo LVI)
parece ter recolhido a seguinte lenda: um povo
oriental, do qual só sabemos que vivia perto do oceano
e que tinha entre as suas tradições um livro atribuído a
Set, escolheu em época remota doze homens dentre os
mais sábios, cuja missão era única e surpreendente: A Estrela
vigiar o nascimento de uma estrela que o livro previa;
Tarô Visconti Sforza(1450)
se algum deles morria, seu filho ou parente mais
próximo era eleito para substituí-lo. Mantiveram este
rito durante gerações, até que a estrela da sorte
apareceu no horizonte: três deles foram então
encarregados de segui-la, o que fizeram por dois anos,
durante os quais nunca lhes faltou bebida nem comida.
“O que fizeram depois – conclui o curioso pergaminho – é explicado de forma resumida nos
Evangelhos."

Quanto ao arbusto que aparece à esquerda, Wirth acredita que


seja uma acácia, “mimosa do deserto, cujo verdor persistente
simboliza uma vida que se recusa a extinguir-se”. O prestígio
mítico da acácia é tão vasto quanto intrincado: além de ser a
planta emblemática da esperança na imortalidade, é
também protagonista de histórias notáveis: entre suas raízes
teria sido enterrado Hiram Abiff — o lendário mestre dos
construtores do templo de Salomão e detentor da tradição
perdida — depois de ser assassinado; da sua madeira teria sido
construída a cruz de Jesus Cristo.
Podemos acrescentar que a jovem da figura lembra o princípio
feminino de certos ritos primordiais, “a mãe sempre jovem, a
consoladora, a clemente, a natureza amável e bela, a terna
amante dos homens”. É sob este aspecto que os oráculos
tendem a relacioná-la à juventude e ao bom humor, ao sonho
e às suas revelações, e à realidade da poesia.
<-- A Estrela no Tarô de Oswald Wirth

Fulcanelli acrescenta ainda o duplo sentido simbólico da estrela, como


concepção e nascimento, e faz uma bela descrição de um vitral da sacristia de Saint-
Jean de Rouen, onde estão representados Benito e Felicitas, pais de São Romão; os
esposos estão deitados na cama totalmente nus; sobre o ventre da mulher, que acaba
talvez de conceber o santo, pode-se ver uma estrela.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia
Outros estudos sobre a Estrela
• Quem estrela sempre alcança. Cristina Guedes apresenta o "arcano da plenitude, da feminilidade, da
fecundidade, da sexualidade sagrada e da imortalidade" : Estrela e sua simbologia

• O Tarô e a Saúde: a Estrela e a Lua. Michele Serinolli, apresenta suas constatações sobre as questões
de saúde da mulher com destaque para os arcanos 17 e 18 : Estrela e Lua

• A Estrela como Caminho de Toth. Abraão Zuza Costa apresenta relações do arcano 17 com o caminho
de Netzach a Yesod na Árvore da Vida e sugere visualização : O décimo sétimo caminho

• A Fé do Enforcado ou a Esperança da Estrela? Roseli C. Melo estabelece as relações possíveis dos


arcanos 12 e 17 com as virtudes teologais : Fé e Esperança

• A Estrela no Tarô Egípcio e na leitura da borra de café. Mirta Herrera Camerini demonstra a
importância dessa carta no tarô e na cafeomancia : A Mensagem das borboletas

• Estrela, a nossa mais profunda essência. Titi Vidal percorre o mundo sutil representado pelo arcano
XVII e relata suas percepções : Sorte e proteção

• Os pássaros: elementos simbólicos da cartomancia. Emanuel J. Santos examina o detalhe das aves
na Imperatriz, Imperador, Estrela, Mundo e na carta 12 do baralho Lenormand : Os pássaros

• O caminho para a Estrela. Titi Vidal fala da estrela guia, da carta que nos conduz rumo à nossa mais
profunda essência e em direção ao nosso futuro : Rumo à essência

• Estrelinha, estrela minha... Luna Solis faz um exame minucioso do arcano a Estrela para estabelecer
relações de significados dos detalhes simbólicos com aspectos da saúde : Tarô e Saúde

• O mês da Estrela. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano XVII é selecionado para
orientar um mês de vida : Receber e conceder

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no
segundo semestre de 2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes
ciclos de vida e às particularidades de cada idade : Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betoh preparou para a apresentação do
jogo completo das cartas : A Estrela

A Estrela: Crônicas & Artes


• Conversando com a Star. Crônica de Joneth de Carvalho acolhendo as ressonâncias do arcano da
Estrela na vida de todo dia : Ler, escutar e vivenciar

• A Hora da Estrela. O livro de Clarice Lispector, o filme, o inseto-Esperança são referências, na crônica
de Denise Fernandes Marsiglia, para traduzir o arcano dezessete : Estrela-Esperança

• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : Poemas sobre a Estrela
XVIII. A Lua

O Arcano da inteligência instintiva, dos ciclos vitais


Compilação de
Constantino K. Riemma

A Lua parece atrair (ao contrário do Sol) dezenove


manchas de cor, em forma de lágrimas. Essa direção
das gotas varia com os diferentes desenhos, mesmo
entre as versões clássicas.

Embaixo da Lua há dois cães e, mais atrás, duas torres. Alguns autores
reconhecem um dos animais como cão e, o outro, como lobo.

Em primeiro plano, um lagostim (a maioria das descrições fala em “caranguejo”)


encontra-se num tanque que, com suas bordas retas, parece construído; os dois
cães têm a língua para fora, dando a entender que querem lamber as gotas. Do
chão brotam várias plantas (ou apenas três, em algumas versões).

As duas torres parecem delimitar e proteger o espaço no qual se encontram os


animais e o tanque.

A Lua está ao mesmo tempo cheia e crescente; dentro desta última figuração
vê-se o perfil humano; os raios são de dois tamanhos. As dezenove lágrimas
estão dispostas em forma de colar, numa fileira dupla e com a ponta para baixo.

Significados simbólicos
A inteligência instintiva, os ciclos vitais e emocionais.
Tarô de Marselha
www.camoin.com
Os elementos da natureza, o mundo em sua aparência, a luz refletida, as imagens, as
formas materiais, as expressões simbólicas e as analogias.
Imaginação. Reflexão, reflexos e relances. Aparências. Ilusões.
O momento de reavaliar a direção, de buscar inspiração no retorno à fonte.

Interpretações usuais na cartomancia


O mundo sensível, instintivo, vital. Experimentação, trabalho, penosa conquista da
verdade. Instrução pela dor; trabalho cansativo, mas necessário.
Vidência passiva, receptividade, sensibilidade, lucidez.
Navegação, mudança. Inconstância, insegurança, medo.
Irracionalidade, fantasias, penumbra.
Mental: Em caso de negociações: mentira; em caso de
trabalho pessoal: erro. Olhar superficial em todos os
níveis.
Emocional: Sentimentos conturbados ou em desordem,
passionais, aparentemente sem saída. Ciúmes.
Hipocondria. Ideias quiméricas.
Físico: Obscurecimento. Agitação.
Escândalo, difamação, denúncia, segredo que fica
público.
Se a pergunta se refere à saúde, pode significar
desordens no sistema nervoso, o que pode tornar
recomendával uma mudança de ambiente, para buscar Tarô italiano de 1835
lugares secos e com calor. Carlo Dellarocca - Milão
Desafios e sombra: O instinto – causa de miragens –
acentua seus efeitos pela situação ascendente do
pântano. Estado de consciência confuso que permanece
latente e sem se manifestar. Erros dos sentidos, falsas
suposições. Embustes, enganos, decepção, desilusão.
Teorias equivocadas, falso saber, vidência histérica.
Ameaça, chantagem.
Viagem inoportuna, caprichos. Caráter perturbado,
neurótico.

História e iconografia
Em vários desenhos do Tarô anteriores ao de Marselha –
como é o caso do denominado Gringonneur, de
aproximadamente 1455 – o arcano XVIII representa
dois astrólogos, elaborando cálculos sob uma lua
minguante. Os diversos elementos do baralho de
Marselha – os cães, o caranguejo, o tanque, as torres –
não aparecem neles. A própria Lua só é apresentada ao
contrário do desenho concêntrico (perfil humano,
crescente), tal como aparece no Tarô de Marselha.
Já nos desenhos mais conhecidos, as duas torres podem
ser consideradas como pórticos monumentais, que
defendem ou protegem o espaço interno, no qual se
encontram os animais.
É imporante lembrar que a Lua (Diana-Hécate, na
mitologia grega) é ao mesmo tempo Janua Coeli e Janua
Inferni: a porta do Céu e a porta do Inferno, o que as
coloca em estreita relação com os dois cães (ou lobos) a
uivar. Constituem indicadores da ideia de dualidade,
bipolaridade.
Athanasius Kircher (1601-1680) localizava Anúbis e
Hermanúbis (divindades representadas com cabeça de
chacal) ante as duas portas do Céu: Anúbis no solstício
de inverno, frente à porta da ascensão, indicada pelo
signo de Capricórnio no hemisfério
Tarot Gringonneur norte; Hermanúbis no solstício de verão, frente à porta
ou Charles VI (1445) da descida, ou do homem, indicada pelo signo de Câncer.
Clemente de Alexandria, por outro lado, descreveu as
procissões egípcias, que incluíam o passeio de dois cães-
deuses: “segundo eles, guardiães das portas no Sol, no
norte e no sul”, o que poderia ter relação com os solstícios
do inverno e da primavera.
Embora não haja exemplos de zoolatria entre os gregos, é
verdade que consagraram diversos animais para a
companhia dos deuses. No caso de Artemisa – afirma
Plutarco, em Isis e Osíris – seu cortejo era formado por
dois cães; é significativo lembrar que a caçadora celeste
era, para seu povo, uma divindade lunar.
Quanto ao caranguejo, sua relação com a Lua é antiga e
constante, aparecendo em ritos e lendas em numerosas
culturas. Isto pode ser atribuído à marcha para trás do
animal, comparável ao movimento da Lua na observação
direta do céu.
Do ponto de vista astronômico, o caranguejo se relaciona
com o simbolismo geral da carta e das torres em
particular: Câncer é, como se sabe, signo do solstício de
verão, no hemisfério norte.

Hermanubis

As gotas coloridas em forma de lágrimas que chovem da Lua (ou se dirigem para ela) estão
desenhadas de ponta para baixo; no arcano seguinte (O Sol) aparecem com a ponta para
cima, em particular no Tarô de Marselha.

Ouspensky viu nas imagens do Arcano XVIII uma alegoria


da viagem heróica, um resumo claro do simbolismo
relacionado ao trânsito e a passagem: o tanque de água
(matéria primordial), o caranguejo que emerge (devorador do
transitório, como o escaravelho entre os egípcios), os cães que
interceptam a passagem (guardiães, qualificadores da aptidão
do viajante para enfrentar o mistério), as torres no horizonte
(cheias de ciladas e também de portas – meta, fronteira).
Cirlot imagina que os cães impedem a passagem da Lua para o
domínio do logos (conhecimento solar) e comenta a descrição
de Wirth sobre o que não se vê na gravura: “Atrás dessas
torres há uma estepe e atrás um bosque (a floresta das lendas
e contos folclóricos), cheio de fantasmas. Depois há uma
montanha e um precipício que termina num curso de água
purificadora. Essa rota parece corresponder à descrição dos
xamãs em seus êxtases."
<-- A Lua no Tarô de Oswald Wirth

O que se mostra evidente é que o Arcano XVIII está mais relacionado que qualquer outro
com o plano iniciático da via úmida (lunar). É por essa razão que Oswald Wirth
relaciona a Lua à intuição e ao imaginativo, ainda que entre suas interpretações mais
recorrentes em relação à Lua figure a sensualidade.
A aproximação do Arcano XVIII com o vasto simbolismo lunar seria interminável, desde a
sua relação com o ciclo fisiológico feminino até o panteão das divindades noturnas,
passando por suas implicações cósmicas, mágicas e astrológicas.
Parece mais prudente considerar que a Lua não se refere a tudo que nomeia, mas sim à
situação específica que compõe com os outros elementos da carta. É bom cuidar para não
limitar este arcano ao repertório específico da Astrologia.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia
Outros estudos sobre a Lua
• Arcano XVIII - A Lua e sua relações. Flávio Alberoni reflete sobre as ressonâncias simbólicas e práticas
da Lua com outros arcanos de refência : Personalidade e talentos

• Os animais nos Arcanos Maiores do Tarot. Artigo de Betoh Simonsen sobre a integração das forças
instintivas na personalidade do homem : O Louco, a Força e a Lua

• Música da Jornada Lunar. Joneth de Carvalho lembra de momentos vulneráveis representados pela Lua
e relata sua experiência com a evoção musical : Long Long Journey

• A Lua como Caminho de Toth. Abraão Zuza Costa apresenta relações do arcano 18 com o caminho de
Netzach a Malkut na Árvore da Vida e sugere visualização : O décimo oitavo caminho

• O Tarô e a Saúde: a Estrela e a Lua . Michele Serinolli, apresenta suas constatações sobre as questões
de saúde da mulher com destaque para os arcanos 17 e 18 : Estrela e Lua

• O Karma e o Tarot. Jaime E. Cannes apresenta o conceito de carma e suas representações no tarô, com
foco no arcano XVII - A Lua : Ação e reação

• Labirintos - caminhos para o sagrado. O milenar símbolo do labirinto é o tema que Jaime E.
Cannes apresenta e relaciona ao arcano da Lua no tarô : Arcano XVIII

• O mês da Lua. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano XVIII é selecionado para
orientar um mês de vida : A natureza instintiva e as imagens da alma

• O alimento para a Lua. Ao estabelecer correlações do arcano com várias fontes simbólicas, João Cláudio
Fontes mostra uma das explicações para as gotas serem atraídas pela Lua : Arcano XVIII

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo
semestre de 2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e
às particularidades de cada idade : Os Arcanos Maiores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do
jogo completo das cartas : O Louco

A Lua : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : A Lua
XVIIII ou XIX. O Sol

O Arcano da consciência, clareza e intuição


Compilação de
Constantino K. Riemma

Dois meninos estão de pé diante de um muro, sob um


sol com rosto humano, do qual chovem treze lágrimas
coloridas.
Os dois personagens vestem apenas uma tanga ou
calção (azuis, na ed. Grimaud). O menino que vemos
à direita apoia sua mão na nuca de seu camarada,
estendendo o braço esquerdo um pouco para trás. O
outro tem a sua mão esquerda na altura do plexo
solar de seu companheiro, e o braço direito numa
posição mais ou menos paralela.
No chão, duas pedras, similares às que aparecem na
carta XVI - A Torre. O muro que está por detrás dos
meninos é amarelo, com a borda superior vermelha.
Na restauração, ao lado, a base é de tijolos azuis.

Do disco solar, humanizado pelo desenho de um rosto


visto de frente, surgem 75 raios; 16 têm forma
triangular – a metade com as bordas retas e a outra
metade com as bordas onduladas — e os 59 restantes
são simples raios negros. Treze gotas, ou lágrimas,
ocupam o espaço entre o Sol e os meninos.

Significados simbólicos
- Vitalidade, alegria. Ressurreição diária ao final da
noite.
- Intuição, clareza. O princípio celeste. Luz. Razão.
- Concórdia. Influência solar.
Tarô de Marselha (1750)
Interpretações usuais na cartomancia
Discernimento, clareza de juízo e de expressão. Talento
literário ou artístico. Paz, harmonia, bom acordo.
Felicidade conjugal. Fraternidade, inteligência e bons
sentimentos.
Reputação, glória, celebridade. Alegria, sucesso,
vitalidade, força, vivacidade. Compreensão, calor, amor,
crescimento.
Mental: propósitos elevados. Sabedoria nos escritos,
difusão popular harmoniosa; pensamento que alcança
grande altura.
Emocional: Afeto cavalheiresco, desvelo, altruísmo. Os
grandes sentimentos.
Físico: A saúde, a beleza física. Elemento de triunfo,
saída para qualquer situação adversa que se esteja
atravessando.
Desafios e sombra: Grande adversidade, sorte
contrária, tentativas na escuridão.
Deslumbramento. Vaidade, pose, fanfarrice.
Susceptibilidade, amor-próprio.
Miséria dissimulada sob uma fachada exuberante.
Aparência simuladora, decoração. Artista fracassado,
incompreendido.

O Sol no Tarot Visconti Sforza (1450) - restauro Lo Scarabeo -->

História e iconografia

Para van Rijneberk, o arcano XVIIII não tem originalidade


iconográfica, já que a sua figura central – o Sol – é a mesma
que pode ser encontrada em qualquer figuração do astro, e que
os elementos restantes são também especialmente pobres.
Talvez os dois meninos façam uma alusão astrológica ao signo
de Gêmeos, período do ano que, no hemisfério norte,
corresponde ao solstício de verão.
No desenho ao lado, que Oswald Wirth concebeu para este
arcano, os integrantes do par de protagonistas são de sexo
diferente e, embora pareçam adolescentes, já não são crianças.
O autor atribui a eles a condição de filhos da luz, e também a
de uma alegoria das bodas entre o sentimento e a razão.
Na escala individual, simbolizam a tarefa de regeneração que o
universo começou a realizar a partir da queda. É por isso que
Wirth os considera como “aqueles que reconquistarão o
Paraíso”.

No Tarô de Carlos VI, no lugar do par aparece uma


fiandeira com o fuso entre as mãos; provavelmente trata-
se de uma referência a Penélope e ao ardil com o qual
conseguiu preservar-se até a volta do herói.
Nas variantes contemporâneas ao Tarot Gringonneur ou
Charles VI, por volta da metade do século XV, pode-se ver
também a reprodução dos quatro cavaleiros do Apocalipse.
Não é impossível que, como sugere van Rijneberk, o par de
crinças, que aparece no tarô clássico, represente o rico e
complexo simbolismo do signo de Gêmeos. É importante
lembrar que a passagem do Sol pelo signo de Gêmeos
indica, no hemisfério norte, o ponto de nascimento do
verão, estação associada ao reino solar e luminoso.
A alternância de raios retos e ondulados da efígie solar
do Tarô de Marselha, seria uma alusão ao duplo efeito das
radiações do astro (luz e calor).
No campo divinatório costuma-se opor o Sol à Lua
por analogia de contrários: luz quente x luz fria; luz
potente x luz fraca; dia x noite; masculino x feminino...

Tarô Charles VI (1455)

Relacionado ao aspecto Filho das divindades


trinitárias, as qualidades do Sol aparecem
frequentemente como atributos dos heróis, seja
porque estes são exaltados à altura do Sol, ou porque
o Sol se manifesta de maneira excepcional em alguma
circunstância de suas vidas. Um exemplo é que o Sol
se oculta prodigiosamente como protesto pela morte do
eleito, nas lendas de Héracles e Sigfrido.
No Antigo Testamento pode-se rastrear a filiação solar
de Sansão (Juízes 13.16), desde o seu nome até o
lugar em que acontecem suas façanhas (Betsemer,
que significa "casa do Sol"), passando pelas relações
entre força e cabelo, análogas às peripécias do Sol no
seu trânsito pelas estações.
Uma variante deste tema pode ser encontrada no
drama do Gólgota, tal como o contam os Evangelhos
(Mateus 27, 45; Marcos 15, 33; Lucas, 23, 44-45).
Como no caso do arcano XVIII (A Lua), no entanto, é
necessário prevenir contra uma excessiva ênfase no
simbolismo solar do arcano XVIIII, o que lhe daria uma
Castor e Pólux, importância desmedida no conjunto das vinte e duas
os gêmeos mitológicos.
cartas.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.

Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre o Sol


• Sol, o potencial de vida e de realização. Verbenna Yin sublinha os símbolos e as conotações
psicológicas no arcano dezenove : Alegria, vitalidade, sucesso e bem estar

• Caridade ou Amor: a virtude primordial e o tarô. Roseli C. Melo, após a Fé e a Esperança, completa
com a Caridade suas reflexões sobre as virtudes tealogais: Arcanos próximos e o Sol

• O Sol e o Leão na Alquimia e no Tarot. Tereza Kawall coloca dois símbolos alquímicos, Sol e Leão, em
paralelo aos arcanos maiores do Sol e da Força: O processo de individuação

• O Sol como Caminho de Toth:. Abraão Zuza Costa apresenta relações do arcano 19 com o caminho de
Yesod a Hod na Árvore da Vida: O décimo nono caminho

• O mês da Sol. Significados que Valéria Fernandes ressalta quando o Arcano XIX é selecionado para
orientar um mês de vida: O momento de resplandecer

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no segundo
semestre de 2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes ciclos de vida e
às particularidades de cada idade: Os Arcanos Maiores

• Alma e Personalidade. O Sol e o Imperador são os arcanos de referência utilizados por Flávio
Alberoni para discutir o o tema: A relação alma-personalidade

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do
jogo completo das cartas: O Louco

O Sol : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : O Sol

XX. O Julgamento

O Arcano da Ressurreição
Compilação de
Constantino K. Riemma

Na parte superior da carta, rodeado de nuvens, um anjo toca


uma trombeta. Na parte inferior, três personagens nus – um
dos quais, o do centro, está de costas – parecem estar em
atitude de oração.
O personagem que está de costas emerge de uma espécie de
sarcófago ou túmulo; seus cabelos são azuis e tem uma
tonsura. Ao seu lado, visíveis somente até a cintura, os dois
personagens restantes – uma mulher à sua esquerda e um
homem com barba, à sua direita – parecem olhar para a
figura do centro. Têm as mãos juntas, como numa prece.
Sobre um céu incolor, o anjo está rodeado de um círculo de
nuvens azuis, das quais saem vinte raios: dez são amarelos;
os outros dez, vermelhos. De suas vestes vê-se apenas um
corpete branco e umas mangas azuis (ou vermelhas, em
O Julgamento algunas versões). Segura a trombeta com a mão direita, que
está próxima da boca; a esquerda apenas a toca, segurando
Tarô de Marselha-Camoin
um retângulo com uma cruz.

Significados simbólicos
Os julgamentos essenciais, a avaliação dos rumos da
existência.
O despertar. Exame de consciência. Sopro redentor.
Renovação. A promessa da vida eterna.

Interpretações usuais na cartomancia


Entusiasmo, exaltação emocional, intensidade dos
sentimentos, espiritualidade. Capacidades ocultas, dom de
adivinhação.
Atos prodigiosos, medicina milagrosa. Santidade, doação.
Renovação, nascimento, retorno de assuntos do passado
ou sua atualização. Recados, propaganda, proselitismo,
apostolado.
Estar sujeito à avaliação de outros, ser julgado por suas
ações.
Mental: O homem convocado a um estado superior;
tendências e desejos de elevação.
Emocional: Devoção, exame de consciência.
Físico: Estabilidade nos assuntos que estão encaminhados.
Saúde e equilíbrio.
Desafios e sombra: Erro em relação a si mesmo e a todas
as coisas; provas e trabalhos que resultarão de um juízo
falso.
Vacilação espiritual, ofuscamento da inteligência. Bobo
evocador de fantasmas.
Ruído, alvoroço, agitação inútil.
O Juizo - Tarô Lombardo Dellarocca (1810) -->

História e iconografia do Juizo Final


As gravuras cristãs, em geral, mostram duas
diferentes ideias de ressurreição. A primeira, dos
Evangelhos, refere-se aos fenômenos no momento
da morte de Jesus:
“Abriram-se os sepulcros e muitos corpos de
santos, que dormiam, ressuscitaram, e, saindo
dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus,
entraram na cidade santa e apareceram a
muitos” (Mateus, 28, 52-53).
Um exemplo desta versão pode ser visto numa
miniatura do século XII. “A terra recebeu ordem
de devolver os seus mortos”, diz a legenda que a
acompanha. A ilustração, ao lado, oferece ideia
similar.
A segunda, mais amplamente difundida, é a
do Juízo Final. Sobre ela escreveram Mateus (25,
31-46) e, com maior detalhe, João (Apocalipse,
20, 12).
Os artistas que se inspiraram nesta última versão
se viram obrigados a selecionar, cada um à sua
maneira, dentre a profusão de símbolos e
alegorias verbais, aqueles evocados por João para
narrar esta cena.
← Juízo Final na igreja Notre-Dame des Fontaines (França)

As primeiras representações do Juízo


Final remontam ao ano mil, aproximadamente, mas
alcançaram a perfeição nos séculos XII e XIII, nas
catedrais. Conhece-se apenas um exemplo anterior a
estas datas: trata-se de um baixo-relevo em marfim
(Tours, c. 800).
Em todas essas imagens, os mortos surgem
inteiramente nus dos seus túmulos, o que
seguramente foi tomado de fontes tradicionais
(o Livro de Jó; a carta de São Columban a Hunaldus
– ano 615; o opúsculo Desprezo do Mundo, de
Inocêncio III – cerca de 1200).
Uma tradição popular, surgida nesta mesma época,
acredita que os mortos surgiriam de seus túmulos
como esqueletos, mas que se revestiriam então da
carne e da pele perdidas assim que tomassem Vitral da St. Chapelle - Paris
contato com a luz.
A presença dos ressuscitados, bem como o anjo com a
trombeta que parece convocá-los, remetem claramente o
arcano XX do Tarô a essas imagens do Juízo Final; até a
bandeirola da trombeta, que reproduz uma cruz de malta, é
frequente nos modelos em que a carta provavelmente se
inspirou.
Num sentido geral, o simbolismo do Arcano XX refere-se à
morte da alma, ao esquecimento da sua finalidade
transcendente, no qual o homem pode cair: o sarcófago ou
túmulo representaria as fraquezas e apetites carnais, e o anjo
com a trombeta faz a convocação do espírito: a oportunidade
pela qual desperta o anseio latente de ressurreição que se
supõe adormecido em todo ser humano.
Para Wirth, o trio de ressuscitados representa a família
essencial (Pai-Mãe-Filho) no momento de sua regeneração, e
o último dos seus termos (o Filho) representa uma nova
metamorfose do protagonista do caminho iniciático.
Quando se admite que o Tarô constitui uma alegoria da
Iniciação, é possível reconhecer o Prestidigitador-Enamorado-
Carro-Enforcado no homem nu do túmulo, “pronto para receber
Tarô de Oswald Wirth
o Magistério”.

Fontes:

Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar . Rio, Ed. Labor, 1977.


Fonte básica para a descrição inicial dos 22 arcanos maiores e para o ítem História e Iconografia.
Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô . São Paulo, Ed. Paulinas
O subtítulo da tradução espanhola (Herder, 1987) foi copiado nesta compilação.

Paul Marteau, O Tarô de Marselha .São Paulo, Ed. Objetiva, 1991.


Essa obra serviu de base para o ítem Interpretações usuais na cartomancia.
Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia

Outros estudos sobre o Julgamento


• Eu e o Julgamento. Denise Fernandes Marsiglia faz um depoimento, no estilo de crônica, em que relata
várias facetas de sua relação com o arcano XX: Diálogos e reflexões

• O Julgamento como Caminho de Toth:. Abraão Zuza Costa apresenta relações do arcano 20 com o
caminho de Hod a Malkut na Árvore da Vida: O vigésimo caminho

• Nós e o Julgamento. Mais um passo que Denise Fernandes Marsiglia dá em suas reflexões sobre o
arcano XX: A primeira pessoa do plural

• Os quatro Anjos do Tarô. Giancarlo Kind Schmid examina a presença das figuras angélicas nos
arcanos dos Enamorados, Diabo, Temperança e Julgamento: Os mensageiros e seus atributos

• Olhar livre. Reflexões de Titi Vidal sobre a importância de libertarmos nosso olhar dos pré-julgamentos,
dos grilhões que nos aprisionam: Olhar livre

• O Apocalipse... agora? O alarde em torno das previsões sombrias para 2012 é tema de comentários
de Jaime E. Cannes: O calendário maia e o Julgamento

• O mês do Julgamento. Significados que Valéria Fernandes destaca quando o Arcano XX é selecionado
para orientar um mês de vida: Espaço para reabilitar e restaurar

• Os Arcanos Maiores na Tradição Cigana. Transcrição do curso que Sarani Barrios ministrou no
segundo semestre de 2008, em que revela a singular integração dos arcanos maiores aos diferentes
ciclos de vida e às particularidades de cada idade: Os Arcanos Maiores

• OJulgamento. Uma sentença arbitrária? por Valéria Fernandes: O arcano XX

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen. Texto integral do livro que Betô preparou para a apresentação do
jogo completo das cartas: O Louco

O Julgamento : Crônicas & Artes


• Na seção de Artes e Poemas encontram-se versos inspirados no arcano : O Julgamento
Arcanos Menores - Apresentação
Compilação de
Constantino K. Riemma

O conjunto de 56 cartas — modernamente denominadas “Arcanos Menores” — é constituído por


quatro grupos de 14 cartas, cada um deles com a mesma seqüência de 10 cartas numeradas de 1 a
10 e mais quatro figuras: Valete (ou Pajem), Cavaleiro, Rainha (ou Dama) e Rei, também
conhecidas como figuras da corte.

O naipe de Ouros: as dez cartas de 1 a 10 e as quatro figuras.

Cada grupo de 14 cartas possui um diferencial simbólico: bastão, moeda, espada e taça. Esses
grupos são popularmente reconhecidos como naipes de paus, ouros, espadas e copas, os mesmos
do baralho comum que utilizamos nos jogos e passatempos.

Os naipes de Paus e Espadas representam forças impulsionadoras (fogo e ar),


indicação reforçada pela mão que porta o símbolo na primeira carta de cada naipe.

Os naipes de Ouros e Copas representam forças maleáveis (terra e água).


O Ás de Copas lembra, no Tarô de Marselha, o cálice de guardar hóstias.

Os naipes, ou séries, têm inúmeras correspondências, por exemplo, aos quatro elementos da Astrologia
e da Cabala: fogo (paus), terra (ouros), ar (espadas) e água (copas). Há quem veja, inclusive,
analogia com as quatro classes sociais da Idade
Média: clero (copas), nobreza (espadas), comerciantes (ouros) e camponeses (paus).

Os baralhos modernos
O baralho ocidental, impresso modernamente, mantém constante o número das séries ou naipes:
são sempre quatro, seja no baralho espanhol ou francês, seja no alemão, italiano ou provençal. O
baralho francês, produzido para jogos e passatempos, reduziu os naipes a apenas duas cores —
vermelho e preto — mas o número de naipes permaneceu constante.
As representações dos naipes de Paus e Ouros no Tarô e no baralho moderno.

Os naipes de Espadas e Copas no Tarô e no baralho moderno para os jogos de lazer.

Para efeito dos jogos de cartas — como passatempo (no lar ou nos clubes) e como jogos “de azar”
(valendo dinheiro, nos cassinos) — não importa o significado simbólico das cartas, mas apenas o valor
que se convenciona para cada tipo de jogo (pôquer, buraco, canastra, tranca, bridge, truco, rouba-
montinho, etc, etc...). Cada jogo define livremente suas próprias regras.

Baralhos modernos para jogos. As cartas de jogar foram redesenhadas


para facilitar a visualização do que se tem na mão.

Embora os Arcanos Menores tenham sido muito difundidos pelo mundo afora, como cartas de jogar, seus
significados simbólicos são relativamente mais difíceis de serem traduzidos que os dos Arcanos Maiores.
Para os cartomantes e os estudiosos do Tarô, contudo, não há como fugir da questão dos significados.
De fato, estamos frente a duas ordens de símbolos: os quatro naipes, ou quatro elementos, que se
combinam com o significado numerológico do 1 ao 10. É possível portanto, para as 40 cartas
numeradas, estabelecer uma base de compreensão a partir da associação dos quatro elementos com os
símbolos numéricos.
As quatro figuras de cada naipe, no total de 16, parecem formar um sub-grupo à parte. Têm desenhos
similares aos dos trunfos ("arcanos maiores") e, ao mesmo tempo, reptem-se em quatro naipes, do
mesmo modo que as cartas numeradas ("arcanos menores").
Os Tarôs de hoje
Na prática, reina hoje uma grande profusão de versões e de reinvenções. Já a partir do séc. 19, alguns
interessados no Tarô começam a substituir as representações abstratas das lâminas dos arcanos
menores por ilustrações mais ou menos subjetivas, que traduziriam visualmente, de modo mais
compreensível, o significado das cartas. Se esse recurso ajuda a fixar um sentido possível, levanta na
grande maioria dos casos a questão de alterar drasticamente o leque simbólico da figuração clássica,
sem contar o risco de acentuar, de modo unilteral, apenas um dos múltiplos significados da lâmina.

O "Tarô Mitológico" e o "Tarô Egípcio" da editora Kier.


Tentativas para figurar os arcanos Menores com o mesmo padrão dos Maiores.

Um rumo possível
Esse quebra-cabeça de pontos de vista sobre os Arcanos Menores faz parte dos desafios que o estudo do
Tarô nos propõe.
Para dar conta da grande variedade de enfoques, acreditamos que é importante, para
começar, compreender a natureza dos quatro naipes do baralho a partir de uma base simbólica mais
ampla que a do receituário popular. O segundo passo consiste no estudo dos simbolos numéricos de 1
a 10. Também neste caso, o resultado se torna mais consistente quando consegue transpor os
significados corriqueiros da numerologia usual. Caso contrário, corremos o perigo de cair num
esquematismo acanhado e contraditório, feito mais para ser decorado do que compreendido.
Quanto mais ampla for a compreensão do símbolo, mais rica e profunda será sua aplicação prática.

Os textos sobre os Arcanos Menores


Para organizar o conteúdo sobre os Arcanos Menores, foram criadas três seções.
No final de cada uma delas estão os links para estudos de diferentes autores.

• Naipes: apresenta o simbolismo do quatro ou da quadruplicidade como base para se compreender a divisão dos grupos
de cartas – paus, ouros, espadas e copas: Os quatro naipes

• Figuras: trata dos personagens conhecidos como "cartas da corte" – o Rei, a Rainha, o Cavaleiro e
o Valete (ou Pajem) – repetidos nos quatro naipes, ou seja 4 x 4 = 16: As figuras

• Cartas de 1 a 10: apresenta as 40 cartas numeradas repartidas entre os quatro naipes, o que combina o simbolismo do
1 ao 10 com o do quaternário: As cartas de 1 a 10
Estudos do conjunto & Correlações simbólicas
• Ao contrário do que ocorre com os Arcanos Maiores, são raros os estudos de profundidade sobre os Arcanos Menores, à luz
de um ensinamento coerente, como fez G. O. Mebes em Os Arcanos Menores do Tarô como caminho iniciático.
Hermetismo Ético. Nesta obra, o autor trata do simbolismo, iniciações e passos para a realização espiritual traduzidos
pela seqüência dos naipes e das cartas numeradas. No entanto, tal como acontece com as grandes obras sobre os arcanos
maiores, não está preocupada com sua utilização nas tiragens práticas e na cartomancia. A ponte entre o ensinamento e
sua aplicação prática exige uma longa elaboração do estudante. Veja: GOM

• Baseado na Árvore da Vida, da Cabala, um outro autor, Gareth Knight, oferece um painel das significações superiores dos
arcanos em A Practical Guide to Qabalistic Symbolism.

• Dentre os manuais de introdução ao tarô, um deles apresenta um bom apanhado prático sobre os arcanos menores. Paul
Marteau, em O Tarô de Marselha. Tradição e Simbolismo. São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. Dá uma boa atenção à
descrição das cartas clássicas, apresentando dois aspectos principais: Sentido Sintético e Sentido Analítico. Inclui também
indicações para a utilização prática dos arcanos menores sob o título Significados úteis nos três planos: mental, anímico,
físico; invertida.

• Hajo Banzhaf, em Manual do Taro. São Paulo, Ed. Pensamento, [1986], reune de modo coerente os significados usuais
na cartomancia. Faz uma apresentação didática dos dados agrupados em: Interpretação tradicional, Carta Invertida e, no
caso das figuras, Qualidade, Sombra, Profissões típicas.

• Links para textos e artigos sobre a simbologia dos naipes •

• Na seção Arcanos Menores / Os quatro naipes existe um quadro com links para estudos de fundamentos simbólicos
para os quatro naipes: Textos sobre o conjunto dos Naipes

• Para ajudar a compreender de modo mais amplo os símbolos das cartas, na seção de Simbologia existem vários estudos
que examinam as relações do Tarô com outras linguagens simbólicas, em especial nos
tópicos Astrologia, Numerologia e Cabala.

Cursos on-line no Clube do Tarô


• Jaime E. Cannes em Arcanos Menores - os mensageiros da Alma apresenta os arcanos menores num resumo bem
diático. Ao identificar as quatorze cartas de cada naipe utiliza como ilustração o Osho Zen Tarot: Os quatro
naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• Joana Trautveter trata especificamente das cartas que correspondem ao baralho tradicional em seu Curso sobre os
Arcanos Menores do Tarô e os Símbolos da
Cabala: Naipes: Paus, Copas, Espadas e Ouros. Figuras: Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• Sarani Barrios, no curso dado em 2008 – Cartomancia Cigana – apresenta o modo próprio como os ciganos da tradição
Dohm organizam os significados atribuídos aos arcanos menores:
Os Arcanos Menores

• Betoh Simonsen em seu O Tarô como caminho de vida propõe paralelos entre os signos zodiacais e as cartas
numeradas dos arcanos menores. Um belo exercício para ampliar os signficados das cartas: Apresentação
Os quatro naipes
Compilação de
Constantino K. Riemma

Do mesmo modo que os quatro elementos, os naipes podem ser vistos como
representações das forças ou energias constitutivas do universo: são quatro atributos em
pé de igualdade, tal como os quatro pilares do Trono de Deus; não se pode dizer que um
seja menos importante que os demais. No entanto, os naipes, tal como os elementos,
também podem ser entendidos como um referêncial simbólico para a ordenação evolutiva:
degraus sucessivos no desenvolvimento do homem e do cosmo.
A origem da palavra naipe é incerta. Os registos mais antigos na Europa aparecem no
catalão naíp (1371), no italiano naìbo (1376) e no espanhol naipe (1400). Ao que tudo
indica são termos derivados do árabe naibbe ou naib, que pode ser traduzido por "Vice-rei"
ou "Representante" e que se refere às cartas do "Rei' e do "Vice-Rei" no Baralho Mamlûk.
No baralho comum — hoje denominado "arcanos menores" por aqueles que utilizam as
cartas com sentido simbólico ou de cartomancia — os naipes receberam diferentes
designações nas linguas européias, como retrata o quadro abaixo:

Copas ♥ Ouros ♦ Paus ♣ Espadas ♠


EUA e Hearts Clubs Spades
Diamonds (diamantes)
Inglaterra (corações) (bastões) (pás)

Copas (taças) Oros (ouros) Bastos (bastões) Espadas


Espanha
Corazones (corações) Diamantes Tréboles (trevos) Picas (lanças)

Cuori Quadri ou Denari Fiori ou Bastoni Picche


Itália
(corações) (quadrados) (flores) (lanças)

Schilten Schellen Eicheln Rosen


Suíça Alemã
(escudos) (sinos) (bolotas) (flores)

Harten Ruiten Klaveren Schoppen


Países Baixos
(corações) (losangos) (trevos) (espadas)

O quadro acima foi copiado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Naipe

Para oferecer uma visão de conjunto dos significados simbólicos e cartomânticos atribuídos
às cartas, apresentamos um resumo compilado a partir dos manuais mais conhecidos,
indicados na bibliografia.

PAUS (bastão, vara, trevo) e o elemento FOGO


• Vontade, inspiração, criação, força, ânimo. Iniciativa, progresso,
empreendimento. Desenvolvimento, animação, invenção. Energia. Vivências,
acontecimentos.
• Vara mágica, bastão do comando, cetro da dominação viril.
• Pai, poder gerador do masculino. Idealista, moralista.
• No plano da identidade individual significa força.
• Socialmente representaria os políticos, produtores e
agricultores; operários, empregados e camponeses. Relaciona-se
ao governo civil.
• Corresponde ao rei, entre as figuras do baralho.
• São as salamandras, entre os espíritos elementares.

Aspecto masculino de Paus: o Herói arquetípico (Aquiles, Hércules, Sansão).


Lado luminoso: o Guerreiro como Protetor, o Homem de Negócios, o Político.
Dinâmico, autoconfiante, corajoso, perseverante, voluntarioso, tenaz.
Lado sombrio: o Mercenário, o eterno Caçador. Sedento de poder,
materialista, brutal, insensível, destrutivo. O estrategista de gabinete.
Aspecto feminino de Paus: Guerreira (Amazonas, Ártemis, Joana d'Arc).
Lado luminoso: a Companheira das lutas, independente, com coragem
para
assumir riscos; dinâmica, prestimosa, divertida, bem-disposta.
Lado sombrio: Mulher-macho, dogmática, dominadora, que gosta de rebaixar e influenciar
demais, sádica.

Estudos sobre o naipe de Paus


• Apresentação das cartas numeradas de Paus. Compílação preparada por Constantino Riemma e que
oferece um resumo dos significados usuais: As cartas de 1 a 10 de Paus

• As cartas de 1 a 10 no naipe de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre as cartas desse


naipe em seus Significados gerais, no Tarô Mitológico e no Baralho Petit Lenormand

• As figuras da corte. Compílação preparada por Constantino Riemma, que oferece um resumo dos
significados usuais das figuras dos arcanos menores: Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz o resumo para: Iniciantes

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen: Cartas da Corte

OUROS (moeda, estrela, diamante) e o elemento


TERRA

• Concretização, manifestação, realização. Apoio da vontade,


resultado da ação espiritual. Esforço, estudo, inteligência prática.
• Preservador, operativo, realista, sensível, sensual.
• Dinheiro, ganhos, lucros, frutificação, negócios

em expansão.
• No plano da identidade individual significa esforço,
estudo,

inteligência prática, dedicação.


• Socialmente representaria a burguesia, as finanças, o comércio e os bens patrimoniais.
• Relaciona-se ao poder econômico.
• Corresponde ao valete, entre as figuras do baralho.
• São os gnomos, entre os espíritos elementares.

Aspecto masculino de Ouros: o Patriarca (Zeus, Odin, Moisés, Abraão).


Lado luminoso: o Bom Pai. Provedor, bondoso, exemplar, forte, protetor.
Lado sombrio: o Padrasto. Severo, inalcançável, tirânico, que impede o
desenvolvimento.
Aspecto feminino de Ouros: a Mãe (Mãe Terra, Mãe Coragem, Deméter).
Lado luminoso: a boa Mãe, nutridora, protetora, cuidadosa,
fecunda, que perdoa e oferece proteção.
Lado sombrio: a Madrasta, devoradora, destruidora, má, possessiva, enganadora,
ambiciosa.

Estudos sobre o naipe de Ouros


• Apresentação das cartas numeradas de Ouros. Compílação preparada por Constantino Riemma e
que oferece um resumo dos significados usuais: As cartas de 1 a 10 de Ouros

• O naipe de ouros no tarô de Waite. Apresentação de Vera Chrystina com indicações dos significados
práticos das cartas: Arcanos de 1 a 10 e Figuras da corte

• Naipe de Ouros - Curso de Tarot para Iniciante - módulo 2. Apostila de Vera Vilanova sobre as
cartas numeradas e da corte: Arcanos menores - Ouros

• As figuras da corte. Compílação preparada por Constantino Riemma, que oferece um resumo dos
significados usuais das figuras dos arcanos menores: Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen: Cartas da Corte

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz o resumo para: Iniciantes
ESPADAS (gládio, machado, lança) e o elemento AR

• Pensamento, inteligência, trocas e intercâmbio. Fusão, cooperação dos opostos,


ação penetrante do Verbo.
• Maturidade e equilíbrio.
• Racional, teórico, filosófico, intelectual.
• Esforço, dificuldades, energia para a renovação.
• Arma que desenha uma cruz e recorda a união fecunda

dos princípios masculino e feminino. A espada simboliza também uma


ação penetrante como a do Verbo ou do Filho.
• No plano a identidade individual significa maturidade e equilíbrio.
• Socialmente representaria os militares e os guerreiros; policiais e
fiscais; toda atividade que toma das armas para manter uma ordem
ou modificá-la. Relaciona-se ao poder apoiado pela força.
• Corresponde ao cavaleiro, entre as figuras do baralho.
• São os silfos e os gigantes, entre os espíritos elementares.

Aspecto masculino de Espadas: o Adolescente (Átis, Adônis, Narciso).


Lado luminoso: o Intelectual. Espírito crítico. Tático, móvel, vivo, bom
passatempo, perspicaz.
Lado sombrio: o Pretensioso. O eterno adolescente. Frio, cruel, sem
consideração, cínico.
Aspecto feminino de Espadas: Musas Inspiradoras (a Noiva do vento, as
Sereias, a Estrela de cinema).
Lado luminoso: a Sacerdotisa (“prostituta” do templo), a Mulher independente, a Musa, a
Esteticista, a Intelectual, encantadora, distante.
Lado sombrio: a prostituta das ruas, a Mulher calculista, fria, impiedosa, cínica, histérica.

Estudos sobre o naipe de Espadas


• Apresentação das cartas numeradas de Espadas. Compílação preparada por Constantino Riemma e
que oferece um resumo dos significados usuais : As cartas de 1 a 10 de Espadas

• Das cimitarras bastardas: para o estudo do naipe de Espadas nos baralhos clássicos. Emanuel J
Santos encara, com bom humor, o desafio de refletir sobre os arranjos das espadas no desenhos antigos
do tarô e associá-las à prática da cartomancia : Espadas bastardas

• O Naipe das Espadas nas Previsões e Reflexões do Tarot . Vídeo no


Youtube com João Caldeira da Casa de Tarot de Lisboa e Constantino K.
Riemma do Clube do Tarô de São Paulo em trocas sobre o naipe de
Ar : Significados simbólicos e pontos críticos

• O peso da Espada. Emanuel J Santos estuda o naipe de Espadas no Tarô de A. Waite com P. Smith e
relata sua conclusões: As cartas numeradas do naipe de Espadas no tarô Waite-Smith

• As figuras da corte. Compílação preparada por Constantino Riemma, que oferece um resumo dos
significados usuais das figuras dos arcanos menores : Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• As espadas e os distúrbios psicossomáticos e somatopsíquicos. Ricardo Pereira faz um histórico


dos estudos corpo-psiquismo. Distúrbios e suas relações com o naipe de Espadas : Saúde

• O Naipe de Espadas e as Quatro Nobres Verdades, por Marcelo Bueno: Ensinamentos do Buda

• Uma reflexão sobre o Naipe de Espadas: Instinto. Ivan Mir apresenta sua versão sobre as
correlações entre os quatro elementos e os naipes com foco nas cartas de espadas : Instinto

• Caminhos de Liberdade, por Betoh Simonsen : Naipe de Espadas e os Cavaleiros

COPAS (taça, ânfora, coração) e o elemento ÁGUA


• Sentimentos e emoções. Receptividade feminina, ânfora divinatória.
Sensibilidade, ideais, criações artísticas. Amores, afetos, prazeres. Paixões e
sentimentos profundos. Intuitivo, místico, romântico.
• A Mãe. Artistas, religiosos, intelectuais e poderes adquiridos por meio da
cultura.

• No plano da identidade individual significa a sensibilidade, o


amor, os ideais, a criação artística.
• Corresponde à dama, entre as figuras do baralho.

• São as ondinas e as sereias, entre os espíritos elementares.

Aspecto masculino de Copas: o Místico (Mestre Eckhart, Nostradamus,


Rasputin).
Lado luminoso: o Sábio Mediúnico, o Profeta. O caloroso ajudante na
vida, o Mago, um sentimental.
Lado sombrio: o capacho humano, o caótico. O Mago Negro. Fanático,
demagogo.
Aspecto feminino de Copas: a Médium (Sibila, Hécate, Circe,
Cassandra, a Fada madrinha.
Lado luminoso: A mulher intuitiva, que realiza curas, espontânea, dedicada, que se
sacrifica, desapegada, inspiradora, imaginativa.
Lado sombrio: a mulher “angelical”, vaidosa, boba, seduzível. A mulher Bruxa, a Fúria, a
fanática, a destrutiva, possuída pela sede de poder.

Estudos sobre o naipe de Copas


• Apresentação das cartas numeradas de Copas. Compílação preparada por Constantino Riemma e
que oferece um resumo dos significados usuais: As cartas de 1 a 10 de Copas

• O naipe de Copas. Apresentação de Betoh Simonsen com indicações dos significados práticos das cartas
baseados nos signos astrológicos: Arcanos de 1 a 10 e Figuras da Corte

• As figuras da corte. Compílação preparada por Constantino Riemma, que oferece um resumo dos
significados usuais das figuras dos arcanos menores: Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• Cinema e Tarô: a relação entre o filme 'Cavaleiro de Copas' e a simbologia tarológica . Trabalho
de conclusão do Curso de Cinema e Vídeo, por Luiz Mira, na Faculdade de Artes do Paraná (FAP -
UNESPAR), para obtenção do título de bacharel em Cinema e Vídeo : Ler ou baixar em PDF

• O vício do alcoolismo e as cartas de Copas. Um dos estudos de Emannuel J Santos para encontar
nexos entre os vícios e as carta: Oito, Sete e Quatro de Copas

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen: Cartas da Corte

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz o resumo para: Iniciantes

• Michael Jackson e o Valete de Copas, por Giancarlo Kind Schmid: Analogias significativas

Textos sobre o conjunto dos Naipes


• O naipe como imagem e símbolo - Evoluções ao longo do tempo. Texto de Catharina Klie Dupont -
trabalho acadêmico no Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal de Alfenas -
UNIFAL -MG : História dos naipes

• A viagem da Alma nos arcanos Menores. Artigo de Jaime E. Cannes indicando como a jornada
evolutiva pode ser retratada pela sequência das 40 cartas numeradas: A jornada no mundo prático

• Arcanos Menores - os mensageiros da Alma por Jaime E. Cannes. Apresenta os arcanos menores num
resumo bem diático. Ao identificar as quatorze cartas de cada naipe utiliza como ilustração o Osho Zen
Tarot: Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen: Apresentação dos arcanos menores

• As figuras da corte e suas associações elementais. Texto de Leonardo Dias, tarólogo e responsavel
pelo blog "Descobrindo o Tarot": Os quatro elementos e a corte

• O Naipe de Espadas e as Quatro Nobres Verdades . O texto de Marcelo Bueno tem o mérito de
indicar uma série de significações sutis do naipe em ressonância com outras linguagens simbólicas e
ensinamentos: Espadas e o ensinamento do Buda

• Os naipes. Texto de Joana Trautvetter em que a taróloga apresenta as figuras por grupos de
personagens – Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes – e estabelece suas relações com o Tetragama da
Cabala. A ilustrações da própria autora: Os naipes dos arcanos menores

• Os cinco mundos interiores, Jaime E. Cannes. O significado simbólico e prático da predominância de


um ou de outro naipe na leitura das cartas. Para o autor, os arcanos maiores simbolizam o quinto
elemento da vida: Mundos

• Estágios evolutivos, G. O. Mebes. Uma seqüência dos naipes dos Arcanos Menores como modelo de
etapas de desenvolvimento: Estágios evolutivos

• As figuras da corte e os profissionais da saúde. Giancarlo Kind Schmid estabelece nexos entre os
Ases, os Naipes e as figuras da Corte com os sistemas e funções biológicas: Tarô e Saúde

O simbolismo do Quatro: para compreender a natureza dos quatro naipes


• O simbolismo do quatro, Constantino K. Riemma. Apresentação simplificada do quaternário nos
elementos, nos signos astrológicos e naipes do Tarô: O quatro

• Quadro sinóptico dos elementos, Hajo Banzaf. Correspondências dos quatro elementos com dezenas
de aspectos simbólicos. Extraído do Manual do Tarô (Ed. Pensamento): Quadro sinóptico

• Os elementos, Jean Chevalier e Alain Gheerbrant. Simbolismo dos quatro elementos, tal como aparece
no Dicionário de Símbolos (José Olympio Ed.). Compilação dos dos verbetes Elementos, Água, Ar, Fogo e
Terra: Os elementos

• Os temperamentos, Rudolf Lanz. Uma aplicação do conceito de elementos ao estudo dos


temperamentos humanos, tal como utilizado na Pedagogia Waldorf. Extraído de Pedagogia Waldorf: Os
temperamentos

• Notas sobre IHVH, o Tetragrama, Rui Sá Silva Barros. Comenta as comparações usuais do
Tretragrammaton (o nome de D'us) com os quaternários nos estudos simbólicos e oferece indicações
específicas da pesquisa cabalística: IHVH

• Os Arcanos Menores e a Kabbalah, por Pedro Henrique. Estabelece correlações entre os quatro naipes
do tarô e o Tetragrama, bem com entre as cartas numeradas e as emanações da Árvore da
Vida: Tetragrama, Árvore da Vida e arcanos menores

• Água: a música celebra a vida. Simone Gomes Omega apresenta o simbolismo tradicional da Água
(Copas) e faz um link para o heavy metal : Wash Away The Poison e Holy Water
As Dezesseis Figuras da Corte
Compilação de
Constantino K. Riemma

As 16 figuras dos arcanos menores – Reis, Rainhas (ou Damas), Cavaleiros e Valetes (ou
Pajens), repetidos em quatro naipes — Paus, Ouros, Espadas e Copas — constituem
personagens intermediários entre a abstração dos números — cartas de 1 a 10 — e os
arcanos maiores com suas representações humanas e animais claramente diferenciadas
entre si. As figuras ocupam, desse modo, um posto duplo no baralho: estão encadeadas à
ordenação dos naipes e, ao mesmo tempo, fazem ponte com os modelos dos arcanos
maiores. Embora repetidas em cada naipe, são muitas vezes consideradas como um
terceiro grupo de cartas.
Essa dualidade talvez explique o fato de encontrarmos poucos estudos de profundidade
sobre as figuras dos arcanos menores. São raros os textos que trazem uma visão de
conjunto das 16 cartas.

Rei, Rainha, Cavaleiro e Valete.


São quatro as figuras, no Tarô clássico, para cada naipe.

Parece coerente que as figuras dos arcanos menores do Tarô obedeçam aoprincípio do
quaternário (quatro séries de quatro figuras). É assim que estão desenhados os mais
antigos tarôs dos quais se tem registros históricos, a partir do final do século XIV. No
entanto, o conjunto das quatro figuras dos tarôs mais antigos foi inexplicavelmente
reduzido no baralho comum, utilizado hoje em dia, com a supressão do Cavaleiro, na maior
parte dos casos, restando apenas o Rei, a Dama e o Valete.
No caso dos jogos destinados à recreação, os baralhos mais difundidos — o francês e o
espanhol — suprimem arbitrariamente uma das figuras de cada série.
O baralho espanhol moderno suprimiu a Rainha.
Foram mantidos o Rei, o Cavaleiro e o Valete.

No que diz respeito ao baralho espanhol, é provável que esta supressão tenha sido
estabelecida para aproveitar as possibilidades combinatórias da dezena (já que neste
baralho as cartas númeradas vão apenas do ás ao sete). Neste caso, cada naipe fica
constituído por 10 cartas: 7 numeradas, mais 3 figuras.

O baralho francês suprimiu o Cavaleiro.


Manteve o Rei, a Rainha (ou Dama) e o Valete.

A justificativa que podemos dar para a redução do número de cartas no baralho espanhol
não se aplica ao francês, que soma 13 cartas para cada naipe, isto é, 10 numeradas, mais
3 figuras.
Como não dispomos de registros suficientes, não podemos afirmar categoricamente que
essa redução de quatro para três figuras tenha sido uma simples mutilação dos tarôs mais
antigos, como é o caso do Visconti Sforza (1450). O antecessor árabe, o baralho Mamluk,
traz apenas três personagens da corte, o que pode sugerir que na adaptação européia foi
adicionada uma quarta carta.
Seja como for, uma constatação simbólica pode ser feita. Com apenas três figuras, por
naipe, cada uma delas poderá ser colocada em relação com a ordem do ternário (três
forças: positiva, negativa e neutra) que, combinadas com os 4 naipes (ou os quatro
elementos), resultaria no rico sentido do número 12, do dodecadenário, dos 12 signos do
zodíaco.
"Os doze signos do zodíaco, — como lembra Patrick Paul — os doze meses, os doze
apóstolos, os doze trabalhos de Hércules, os doze meridianos da acupuntura, os doze
semitons da oitava, as doze horas do dia nas civilizações tradicionais, são exemplos das
doze energias do homem em evolução no transcorrer do tempo pela diferenciação e
manifestação do princípio ativo, o espírito, no princípio passivo, a substância". Doze
simboliza os doze lugares nos quais o Tempo circula, ou seja, a interpenetração do Espaço
e do Tempo, que determina o limite do nosso mundo cósmico.

As figuras e os quatro elementos


Os significados simbólicos dos quatro elementos constitui a primeira grande chave para
compreensão dos quatro naipes e de suas respectivas figuras. Embora existam diferentes
pontos de vista sobre as correspondências entre os elementos e as figuras, encontramos
uma relativa concordância com relação aos vínculos entre os elementos e os naipes:
Fogo: naipe de Paus, figura do Rei
Água: naipe de Copas, figura da Dama
Ar: naipe de Espadas, figura do Cavaleiro
Terra: naipe de Ouros, figura do Valete
As 16 figuras também podem ser compreendidas como combinações dos quatro elementos,
ou seja: 4 x 4 = 16:

Figura Rei Dama Cavaleiro Valete


Naipe Fogo Água Ar Terra
Paus Rei Dama Cavaleiro Valete
Fogo de Paus de Paus de Paus de Paus
Copas Rei Dama Cavaleiro Valete
Água de Copas de Copas de Copas de Copas
Espadas Rei Dama Cavaleiro Valete
Ar Espadas Espadas Espadas Espadas
Ouros Rei Dama Cavaleiro Valete
Terra de Ouros de Ouros de Ouros de Ouros

Essa correspondência entre os os elementos e os naipes é bastante difundida.


Já na relação com as figuras – Rei, Rainha, Cavaleiro e Valete – não existe consenso.
O quadro acima reproduz o que G.O. Mebes apresenta em "Os Arcanos Menores do Tarô"

Nesse quadro de referência, as figuras dos Arcanos Menores podem ser consideradas
expressões dos quatro naipes e dos quatro elementos. Cada uma das quatro figuras de
cada naipe concentra em si as características de um dos elementos, além de possuir as do
naipe a qual pertence. Desse modo, o Rei de Paus representará uma dupla influência de
Paus e do elemento fogo. Pela mesma razão, a Dama de Copas representa a pura essência
desse naipe, o mesmo acontecendo com o Cavaleiro de Espadas e o Valete de Ouros.

Fontes e detalhes sobre as figuras


Nos tópicos sobre as figuras — Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes — apresentamos
significados que lhes são atribuídos comumente nos manuais sobre o Tarô e a cartomancia.
Constituem uma simples referencia para o estudo e não devem ser consideradas como
tabelas de leitura, nem sínteses adivinhatórias.
Não podemos esquecer que o Tarô é uma linguagem simbólica que nos ajuda a desenvolver
a arte combinatória. Reduzi-lo a um simples receituário é depreciar sua maior riqueza.
Mesmo em sua utilização mais ampla, como orientação prática para situações de vida, cada
carta pode ser lida por oposição, contraste ou analogia com todas as outras restantes que
compõem uma tiragem. O significado de cada carta varia em relação ao conjunto, à
questão colocada e, principalmente, com o nível de compreensão de quem faz a
leitura.

Significados das Cartas da Corte


• Introdução. Compílação preparada por Constantino Riemma com a finalidade de oferecer um resumo
bem simples dos significados mais comumente encontrados sobre as
figuras: Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• As figuras da corte e suas associações elementais. Texto de Leonardo Dias, tarólogo e responsavel
pelo blog "Descobrindo o Tarot": Os quatro elementos e a corte

• Cartas da corte - exercícios para ampliar a percepção. Jaime E. Cannes oferece três exercícios
imaginativos para ampliar o sentido dos arcanos : Caneta e caderno na mão...

• Cartas da corte: figuras emblemáticas. Glória Marinho discute os conceitos de arquétipo e de símbolo
e os relaciona às Figuras da Corte, em particular com o Rei e Rainha: Casal arquetípico

• Arcanos Menores - os mensageiros da Alma por Jaime E. Cannes. Apresenta os arcanos menores
num resumo bem diático. Ao identificar as quatorze cartas de cada naipe utiliza como ilustração o Osho
Zen Tarot: Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• As espadas e os distúrbios psicossomáticos e somatopsíquicos. Ricardo Pereira faz um histórico


dos estudos corpo-psiquismo. Os distúrbios e as cartas da corte: Saúde

• Cartas da corte, máscaras da alma. As diferentes funções que a cartas da corte podem assumir nas
tiragens é o tema que Jaime E. Cannes desenvolve: Aplicações

• As Figuras. Texto de Joana Trautvetter em que a taróloga apresenta as figuras por grupos de
personagens – Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes – e estabelece suas relações com o Tetragama da
Cabala. A ilustrações pertencem ao Tarô da própria autora: As figuras dos arcanos menores

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen: Cartas da Corte


• Cartomancia com o Baralho Espanhol. Emanuel J Santos apresenta uma resenha histórica do baralho
e a interpretação de suas 40-48 na cartas: Naipes, cartas e figuras

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz o resumo para: Iniciantes

As Cartas da Corte por naipes


• Naipe de Ouros - Curso de Tarot para Iniciante - módulo 2. Apostila de Vera Vilanova sobre as
cartas numeradas e da corte: Arcanos menores - Ouros

• Figuras da corte no naipe de Ouros. Apresentação de Sandra Ayana na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô: Realizações de bens materiais

• Figuras da corte no naipe de Espadas. Apresentação de Christiane Carlier na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô: As figuras de Espadas

• Figuras da corte do naipe de Copas. Apresentação de Ana Magalhães Corrêa na Jornada sobre os
Arcanos Menores promovida pelo Clube do Tarô: As figuras de Copas

• Figuras da corte do naipe de Paus. Exposição de Luiza Papaleo na Jornada sobre os Arcanos Menores
promovida pelo Clube do Tarô: As figuras de Paus

• O naipe de ouros: os arcanos de 1 a 10 e as Cartas da Corte. Apresentação de Vera Chrystina com a


indicações dos significados práticos das cartas: Arcanos de 1 a 10 e Figuras da corte

Fontes consultadas para os textos de Introdução


Nos resumos, sobre cada figura, constam comentários de Albert Cousté, em O Tarô ou a máquina de
imaginar. A interpretação de cada carta foi dividida em dois blocos:
O primeiro — Significados gerais — apresenta os conceitos mais amplos, que incluem o material
organizado por Paul Marteau, em O Tarô de Marselha, tradição e simbolismo, publicado pela Editora
Objetiva.
O segundo bloco — Interpretações usuais na cartomancia — apresenta o sentido adivinhatório das
figuras baralho de jogar, sem a Rainha) e são extraídos das definições estudadas por Gwen le
Scouézec (Encyclopédie de la Divination, Paris, 1965; págs. 257; 271), baseadas nos quatro métodos de
leitura mais antigos e populares usados na Europa:
• na primeira linha há a definição do chamado "Antigo Método Simbólico";
• na segunda, a que corresponde ao método sintético italiano;
• na terceira, o método francês;
• e na quarta um extrato do famoso e arbitrário "Grande Eteilla". Exceto no caso do
método italiano, os respectivos oráculos têm sentido positivo (+) e negativo (-).
• uma quinta linha tem como referência diferentes métodos populares de leitura (com as
quatro figuras do Tarô original).
• a última linha traz excertos do antigo livro da Editora Pensamento, Taro Adivinhatório.
Para conhecer as demais fontes veja: Bibliografia
Os Reis
Compilação de
Constantino K. Riemma

Nas tradições primordiais o rei era considerado o modelo do herói. Como imagem
arquetípica é a representação do homem universal; é o Adam Kadmon dos cabalistas, o
Adão terrestre, que leva o propóstito da encarnação ao seu maior potencial. Como Adão, é
também metáfora transparente do pai, do fundador dos povos, do poder gerador.

Num plano iniciático é o que concluiu seu


caminho, o guru ou instrutor, e pode ser
relacionado ao Ermitão (IX) dos Arcanos
Maiores. Por analogia simbólica tem relação
com o Sol entre os planetas, com Júpiter entre
os deuses, com o ouro entre os metais.
Com sua dignidade simboliza sempre o grau
mais elevado de evolução ou grandeza de uma
espécie (como é o caso do leão, rei da selva).
A coroa, seu elemento característico, é símbolo
universal de realização, de obra concluída, de
dignidade intransferível, e supõe a culminação
da trajetória individual em busca da identidade.
No Tarô de Marselha, dois dos reis (de Copas e
de Ouros) são mais velhos e têm barbas
brancas, enquanto que os outros dois são
jovens. O Rei de Ouros é o único que não tem
coroa, mas sim um chapéu de grandes abas, e
cujo trono se encontra ao ar livre, sobre a
terra. O Rei de Espadas lembra o protagonista
do Carro (VII) pelas luas crescentes que
adornam os seus ombros. O Rei de Paus é o
único que se encontra de frente e com as
pernas separadas. Já o Rei de Ouros tem as
pernas cruzadas, como o Imperador (IV) dos
arcanos maiores, enquanto o Rei de Copas
parece evocar relações simbolólicas com
Júpiter-Peixes (ou com Netuno) pelo aspecto
flutuante de sua vestimenta e pelo simbolismo
aquático da série.

Rei de Paus
Significados gerais
Sucesso material conquistado através de um trabalho preciso,
equilibrado e executado com firmeza.

• Mental: certeza de julgamento, clareza nas pesquisas com as coisas


que exigem energia. Decisão.
• Anímico: espírito de conquista, empreendedor. Desabrochar de
energia material. Procriação.
• Físico: arrojado nos negócios.
Saúde execelente. Caráter mutável, mas generoso.
• (-) má aplicação da energia em assuntos materiais. Embriaguez,
libertinagem por excesso de energia gasta com o prazer.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Personagem útil às necessidades e projetos do consulente.
(-) pode haver demoras.
• Amigo moreno.
• Homem casado ou viúvo. Amigo fiel. Para uma moça, casamento com quem ama. Para
um homem, rival.
• Chegada de um parente. (-) Amigo rigoroso.
• O amigo. (-) magistrado venal. Processo perdido.
• Homem do campo, homem bom e severo, pessoa bem intencionada e honesta.
Representa um agricultor, homem consciencioso e justo que protegerá o consulente. É o
símbolo do poder adquirido pelo mérito e o trabalho, sendo o emblema da proteção de
pessoas altamente colocadas. Este Arcano diz: "Procura para os teus empreendimentos
um poderoso protetor. Se tiveres vontade e fé, tu o encontrarás; e ele te elevará".

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 6 - Nuvens. É um chamado para enfrentar incertezas, dúvidas e
confusões de sentimentos diante dos desafios da vida (Nuvens), que podem
ser solucionados na medida em que se deixar o guerreiro interior agir,
encarando as questões e usando toda a sua força de vontade (Rei de
Paus). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Rei de Paus


• O magnetismo do Rei de Paus. Drika Gomes apresenta essa figura decidida, o tipo de homem que não
enrola, não faz média : O rei mais charmoso e sedutor de todos

• A Energia do Cavaleiro de Varas ou Rei de Paus. Isabela Cruz comenta as qualidades do Knigth of
the Wands do Thoth Tarot de Crowley : Fazer, trabalhar, exercitar

• Figuras da corte do naipe de Paus. Exposição de Luiza Papaleo na Jornada sobre os Arcanos Menores
promovida pelo Clube do Tarô : O Rei de Paus

• Que Rei você é? Titi Vidal relaciona os tipos masculinos às figuras da corte: O Rei de Paus

• Rei de Paus, o intelecto de fogo. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

Rei de Ouros
Significados gerais
Domínio das construções e realizações materiais, através da ciência e do
conhecimento prático..

• Mental: inteligência forte, universal, perspicaz; capacidade de


introspecção em todos os domínios.
• Anímico: neutro em assuntos de afeição. Materialização das esperança,
apoio na matéria.
• Físico: negócios variados e muitos ativos.
Saúde: conflitos devidos aos movimentos do temperamento.
• (–) extrema desordem, falência. Ausência de escrúpulos, imaginação
orientada para recursos desonestos.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Inimigo, traidor. Adversário muito perigoso por sua hipocrisia.
• Homem louro com as piores intenções para com o consulente.
• Homem casado ou viúvo, estrangeiro e insolente. Difícil nos negócios, volúvel no amor.
• Homem bem-vindo. (-) viciado.
• O pai. Homem leal e poderoso. (-) com boa vontade mas inoperante.
• Ascensão, proteção de um homem muito rico. Para as mulheres: casamento rico,
proteções importantes

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 34 - Peixes. Indica uma nova oportunidade para aprender que a
riqueza, a abundância e a prosperidade dependem muito de nossa disposição,
de nossa atenção e preparo para aproveitar as oportunidades que surgem
repentinamente em nossas vidas (Peixes). Para tanto, precisamos estar alertas
e definir metas claras e detalhadas, que traduzam adequadamente as nossas
necessidades de status e poder (Rei de Ouros). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Rei de Ouros


• Em sua vida tem um Rei de Ouros? Drika Gomes elabora um perfil prático e bem humorado desse
personagem : O senhor das posses e disposto a agradar

• Figuras da corte no naipe de Ouros. Apresentação de Sandra Ayana na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô : Realizações de bens materiais

• Rei de Ouros, o intelecto da terra. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

• Que Rei você é? Titi Vidal relaciona os tipos masculinos às figuras da corte : O Rei de Ouros

Rei de Espadas
Significados gerais
Sucesso, homem em sua inclinação para as atividades intelectuais,
mentais, quando acompanhadas pela reflexão.

• Mental: Julgamento equilibrado e profundo. Brilho em todos os


domínios. Capacidade de esclarecer e encontrar soluções.
• Anímico: Proteção e conforto.
• Físico: desperta o que estava adormecido.
Saúde incerta, com risco de desagregações vindas do passado.
• (–) cólera, grosserias, prazeres baixos.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Funcionário hostil ao consulente. (-) Processo perdido.
• Homem moreno mal-intencionado.
• Falso amigo. Pai ruim. Marido brutal e avarento. Para um homem: rival. Para uma
mulher: amante.
• Homem de beca, acadêmico ou professor. (-) dificuldades.
• O rival. Pessoa perigosa. (-) briga com um amigo.
• Homem togado, juiz, conselheiro, advogado, médico. (-) desarranjos de negócios,
homem togado, com o qual o consulente terá de tratar. Fortuna na carreira das armas ou
na magistratura, inimigos poderosos entre militares.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 30 - Lírios. É o momento para buscar o equilíbrio, a paz, a harmonia,
ou uma nova perspectiva para a vida (Lírios), que só poderá ser alcançada
quando agirmos como um diplomata, racionalmente planejando e
estabelecendo estratégias adequadas aos desafios que os acontecimentos
colocam em nosso caminho (Rei de Espadas). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Rei de Espadas


• Em sua vida tem um Rei de Espadas? Drika Gomes traça o perfil do personagem : Espadas

• Steve Jobs: O Rei de Espadas. Estudo em que Giancarlo Kind Schmid estabelece correlações entre o
famoso empreendedor no campo da informática e a figura da corte : Informática e Espadas

• Figuras da corte no naipe de Espadas. Apresentação de Christiane Carlier na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô : As figuras de Espadas
• Que Rei você é? Titi Vidal relaciona os tipos masculinos às figuras da corte : O Rei de Espadas

• Rei de Espadas, o intelecto do ar. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

Rei de Copas
Significados gerais
Renúncia à personalidade voluntária a fim de se abrir confiante ao
Universo.

• Mental: segurança no julgamento.

• Anímico: amor expandido, reconfortante. Sentimento dinâmico.


Proteção psíquica.

• Físico: Abundância. Negócios fortes, prosperidade, importância social.

• (–) abatimento, dificuldade para se desembaraçar, demorar para


alcançar os objetivos.
Interpretações usuais na Cartomancia
• Homem poderoso. (-) obstáculos para proteger o consulente.
• Amigo louro.
• Homem casado ou viúvo. Amigo afetuoso. Pode-se confiar.
• Homem feliz. (-) hostilidade por parte de um homem.
• O chefe. Amigo fiel. (-) avarento.
• Homem louro, honesto, íntegro e serviçal. Um homem justo e de posição. Amizade
sincera, benevolência de um homem poderoso. Para uma mulher indica casamento rico e
com pessoa de alta posição.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 4 - Casa. É o chamado a dar mais atenção à segurança material, à
família e à relação afetiva tão necessária para que possa atuar no mundo
(Casa), mas o fundamental é desenvolver a sua autoconfiança e autoestima.Se
você não se ama, torna-se difícil amar, servir e proteger aqueles que estão
perto de você (Rei de Copas). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Rei de Copas


• Quando o parceiro é um Rei de Copas Drika Gomes traça o perfil do personagem : Copas

• Figuras da corte do naipe de Copas. Apresentação de Ana Magalhães Corrêa na Jornada sobre os
Arcanos Menores promovida pelo Clube do Tarô : As figuras de Copas

• O Rei com olhar sereno e tranquilo. Por Beth Castro : O Rei de Copas
• Significados do Rei de Espadas. Por Valéria Fernandes : Escolhas e decisões

• Que Rei você é? Titi Vidal relaciona os tipos masculinos às figuras da corte: O Rei de Copas

• Rei de Espadas, o intelecto do ar. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

••• Mais estudos sobre os Reis •••

• Os Reis do Tarot. Pais e líderes. Jaime E. Cannes reavalia os significados masculinos desse
personagem nos arcanos menores : As figuras dos reis nos quatro naipes

• O Rei de Ouros e a Sagrada Coroa Húngara. Jorge Purgly repassa a história da Vovó Dora sobre o
homem que guardou a relíquia de Santo Estevão no Brasil : Um símbolo da coroa real

• Os Reis Magos e as cartas do tarô. Jorge Purgly ensaia correlações dos reis dos arcanos menores com
os Reis Magos : Os Três Magos e mais um quarto...

• Qual seu tipo de homem? Marte e os homens no tarot. Michele Serinolli apresenta os Reis e
Cavaleiros como protótipos masculinos associados à Astrologia : Oito tipos para escolher

• Curso de Tarô. Transcrição completa do Manual de introdução às cartas


preparado por Betoh Simonsen : Cartas da Corte e a síntese Naipe de Copas

• Os Reis. Texto de Joana Trautvetter em que a taróloga apresenta as figuras por


grupos de personagens – Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes – e estabelece suas
relações com o Tetragama da Cabala. A ilustrações pertencem ao Tarô da própria
autora : Os significados dos Reis

• As figuras da corte e os profissionais da saúde. Giancarlo Kind


Schmid estabelece nexos entre os Ases, os Naipes e as figuras da Corte com os
sistemas e funções biológicas : Tarô e Saúde

• Reis. Jaime E. Cannes apresenta os arcanos menores e examina as suas 56 cartas num resumo didático,
ilustrado com o Osho Zen Tarot : Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• As espadas e os distúrbios psicossomáticos e somatopsíquicos. Ricardo Pereira faz um histórico


dos estudos corpo-psiquismo. Os distúrbios e as cartas da corte: Saúde

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz um resumo para : Iniciantes
As Rainhas

Compilação de
Constantino K. Riemma

O simbolismo da Rainha, ou da Dama, como é designada no baralho comum, tem relação


com o Naipe de Copas e a tudo que se refere à ânfora, ao recipiente que contém, à
capacidade feminina de concepção e ao desenvolvimento interno daquilo que é concebido.
Num primeiro nível, a Dama significa
claramente a Mãe, mas a importância deste
papel varia segundo seja considerada em
relação a cada uma das outras três figuras,
masculinas em sua totalidade. Para realizar
este ternário em si mesma, é evidente que
deve ser filha do rei, esposa do cavaleiro e
mãe do valete, mas as variáveis
interpretativas são múltiplas e não excluem
situações “menos respeitáveis”, por exemplo o
papel de amante.
Seja como for, é evidente que a figura da
Rainha participa de todo simbolismo do
feminino e que reúne – num plano geral – a
significação dos arcanos maiores 2. A Papisa,
3. A Imperatriz, 8. A Justiça, 11. A Força e 18.
A Lua.
No plano iniciático representa as diversas
etapas da via úmida e, por analogia, associa-
se à Lua, à Vênus e à prata. É a Eva
paradisíaca, mas também a Lilith das tradições
talmúdicas, e a Ísis dos mistérios.
Considerada na sua relação com o rei, é a
imagem mais perfeita da heterogamia ou
matrimônio do Céu e da Terra.
As rainhas de Copas e de Ouros têm o cetro
na mão esquerda, além do distintivo do naipe
que empunham na direita; a de Espadas
tem trono com espaldar, a de Ouros com
meio espaldar, e as outras duas ocultam o seu
com suas vestes. Os pés das quatro figuras
estão ocultos.

A Rainha de Espadas apóia a mão esquerda sobre o ventre, num gesto que a iconografia
relaciona com as mulheres grávidas.

Nota importante: As interpretações apresentadas a seguir podem se mostrar contraditórias


entre si. Têm, no entanto, o objetivo de registrar o painel que resulta da comparação de
diferentes livros e revistas sobre as cartas.
Nos receituários que acompanham os baralhos é comum a indicação de “cartas boas” e “cartas
más”, fortuna e infortúnios. Pode ser muito instrutivo estudar as fontes populares; basta apenas
não tomar as coisas ao pé da letra.

Rainha de Paus
Significados gerais
Princípio feminino e maternal. Fecundidade ou virgindade. Atração e
proteção. Simbolismo lunar; água, mar. Receptividade, temperança,
sabedoria. Mãe, esposa, namorada.

• Mental: Confiança absoluta nos empreendimentos.


• Anímico: proteção contra discórdias e desunião. Faz renascer a
confiança.
• Físico: grande energia interna, preservação nos negócios e na saúde.
• (–) abatimento, confusão, vulgaridade; dificuldade para se livrar dos
obstáculos.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Mulher influente, falsa e caluniadora. Grandes danos devidos a inimiga loura.
• Loura falsa.
• Mulher estranha, insípida, ciumenta. Tem valor variável, com tendência negativa.
• Mulher apaixonada. (-) relações com uma mulher pouco virtuosa.
• A amiga. Viúva, divorciada. (-) busca de novo parceiro.
• Mulher do campo, honesta, virtuosa e serviçal. Ao lado de uma figura masculina, denota
fidelidade a pessoa representada por esta figura. Junto a outra senhora, representa
alguém que se interessa pela pessoa que consulta. Símbolo de um nascimento em
posição elevada ou da proteção de uma senhora da alta sociedade. Este Arcano diz: "O
seu futuro depende do poder de uma mulher; se você souber procurá-la, por intermédio
dela, chegará ao poder."

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 7 - Serpente. É a indicação para defender o espaço pessoal e aprender
que a falsidade, a inveja e as desarmonias que negativamente projetamos ou
das quais somos alvo (Serpente) resultam da falta de autoconfiança e
autoestima, da insegurança ante os desafios da vida. Só crescemos quando
adotamos um elevado padrão ético e moral e nos conscientizamos dos nossos
valores e talentos reais (Rainha de Paus). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados da Rainha de Paus


• Figuras da corte do naipe de Paus. Exposição de Luiza Papaleo na Jornada sobre os Arcanos Menores
promovida pelo Clube do Tarô: A Rainha de Paus

• Que Rainha você é? Titi Vidal relaciona os tipos femininos às figuras da corte: A Rainha de Paus

• Rainha de Paus, o sentimento de fogo. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem
* * *
• Carta 7 - Serpente, no baralho Petit Lenormand. Geraldo Spacassassi apresenta os significados da
Rainha de Paus no também chamado Baralho Cigano: Texto completo

• A Serpente no baralho Cigano. Cynthia Domingues oferece sua versão de algumas facetas dessa carta
feminina: A serpente personificada na mulher fatal

• A ligação estreita entre a Árvore, a Serpente e a Cruz no Tarô Cigano-Lenormand. Cynthia


Domingues reflete sobre a relação entre as três cartas: O quesito espiritual

Rainha de Ouros
Significados gerais
O trabalho intuitivo que deve preceder qualquer construção, qualquer
troca, a fim de que sejam realizadas do melhor modo possível.

• Mental: Certeza de sucesso nas pesquisas, principalmente nos


assuntos práticos e estruturais.
• Anímico: conforto, afeição sólida, poderosa, radiante.
• Físico: Físico: Saúde boa; no caso de doença, certeza de recuperação.
Negócios bem equilibrados, conduzidos de modo prático e racional.
• (–) embaraços, confusão, dificuldades para se livrar de situações
difíceis.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Boa mulher que ama o consulente e que está satisfeita com ele.
(-) desconfiar de uma amiga morena.
• Amiga morena.
• Mulher casada ou viúva. Amiga fiel, Amante. Para uma mulher: rival; para um homem:
casamento.
• Chegada de uma mulher da família com quem não se vive.
(-) uma mulher se opõe.
• A mãe. Honrada e amorosa. (-) superprotetora e superficial
• Moça loura. Opulência, riqueza, luxo, segurança, liberdade. Significa, para um homem,
casamento rico e feliz, fortuna pela proteção de senhoras influentes.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 22 - Caminhos. É o momento para usar o livre-arbítrio: fazer escolhas,
tomar decisões responsáveis e ser persistente (Caminhos), para que seja
possível enfrentarmos a força instintiva que nos incita à busca do prazer sem
limites. Essa força, quando bem canalizada, gera a abundância e a
prosperidade que merecemos (Rainha de Ouros). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados da Rainha de Ouros


• Figuras da corte no naipe de Ouros. Apresentação de Sandra Ayana na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô: Realizações de bens materiais

• Rainha de Ouros, o sentimento da terra. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem

• Que Rainha você é? Titi Vidal relaciona os tipos femininos às figuras da corte: A Rainha de Ouros

Rainha de Espadas
Significados gerais
Escutar a intuição antes de agir; despertar através da concentração
experiências sobre as questões que devem ser enfrentadas.
• Mental: julgamento baseado na intuição.
• Anímico: proteção dos sentimentos pela percepção íntima de suas
possíveis conseqüências.
• Físico: Físico: sem muita ação no plano material; sua força está mais
no planejamento que na ação. No caso da saúde, pode indicar médicos
ou remédios pouco eficazes.
• (–) injustiças, calúnias.
Interpretações usuais na Cartomancia
• Viúva triste e atormentada. (+) deseja um novo parceiro.
• Viúva triste, morena e invejosa.
• Mulher má, ciumenta e rancorosa. Desfavorável.
• Viuvez, divórcio, separação. (-) mulher má.
• A mulher. Caluniadora. Causa danos
• Viuvez, pobreza, privação, falta. Mulher triste e embaraçada nos seus negócios ou viúva.
Se for uma moça que consulta, será traída por aquele a quem ama. Grandes lutas por
causa de mulheres, ódios femininos, perigos por ciúmes de mulheres.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 9 - Buquê. Representa o convite para ampliar o relacionamento social e
entender que as relações harmoniosas, a generosidade e a cooperação entre
as pessoas geram oportunidades para todos os envolvidos (Buquê). Quando
essas oportunidades são racionalmente percebidas e canalizadas, muito
contribuem para o aperfeiçoamento tecnológico e o avanço da sociedade do
qual devemos participar (Rainha de Espadas). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados da Rainha de Espadas


• Figuras da corte no naipe de Espadas. Apresentação de Christiane Carlier na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô: As figuras de Espadas

• Que Rainha você é? Titi Vidal relaciona os tipos femininos às figuras da corte: A Rainha de Espadas

• Rainha de Espadas, o sentimento do ar. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem

Rainha de Copas
Significados gerais
Sentimentos de altruísmo que o ser humano tem no fundo de si, mas
que só pode manifestar atráves do esforço cotidiano de dedicação e
afeição.

• Mental: transcendência. Relacão com forças universais, com grandes


inteligências.
• Anímico: amor universal, o altruísmo superior.
• Físico: domínio, sucesso. Assunto sentimental que se realiza
plenamente. Saúde perfeita.
• (–) obscurecimento, alucinação. Necessidade de ajuda (do Valete ou
do Cavaleiro de Espadas)

Interpretações usuais na Cartomancia


• Mulher virtuosa de quem se podem esperar favores.
(-) esperanças retardadas.
• Mulher loura serviçal.
• Amiga afetuosa. Presságios em geral alegres. (-) rival das mulheres e amante dos
homens.
• Mulher desejável. Amizade com uma mulher.
• A irmã. Amorosa e tranqüila. (-) renitente ao matrimônio.
• Casamento rico e feliz para um homem. Em geral indica amizade de senhoras de posição.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 17 - Cegonhas. É o momento para entender que as mudanças, as
viagens e os imprevistos da vida, tais como morte, gravidez e a quebra de
rotinas (Cegonhas), nos obrigam a mergulhar fundo em nosso próprio ser, na
busca das causas reais da existência, para encarar nossos medos, limitações e
desejos ocultos, bem como a nossa capacidade de lidar com as questões de
poder, controle e sexualidade (Rainha de Copas). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados da Rainha de Copas


• Entre a Rainha de Copas e Alice, quem sou eu? Mônica Barcelos coloca o filme de Tim Burton em
paralelo com o arcano menor e propõe questões estimulantes : Uma opção em aberto

• Vossa Majestade, a Rainha de Copas. Cristina Guedes aprofunda sua abordagem do arcano diante dos
atropelos e desconsiderações que se tornaram usuais : A crise afetiva no mundo moderno

• Figuras da corte do naipe de Copas. Apresentação de Ana Magalhães Corrêa na Jornada sobre os
Arcanos Menores promovida pelo Clube do Tarô: As figuras de Copas

• A vida líquida da Rainha de Copas. O olhar de Cristina Guedes percorre luz e sombra dessa figura
mutável: Como está nossa Rainha de Copas?

• Rainha de Copas, o sentimento da água. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem

• Que Rainha você é? Titi Vidal relaciona os tipos femininos às figuras da corte: A Rainha de Copas

••• Mais estudos sobre as Rainhas •••

• As Rainhas do Tarot. Mães e Sensitivas. Jaime E. Cannes ressalta os significados femininos dessa
personagem nos arcanos menores : As rainhas nos quatro naipes

• Teste: qual Rainha você é? Michele Serinolli propõe as questões de referência: Os quatro elementos e
as quatro rainhas

• A Fidelidade das Rainhas. Luna di Ana aborda os personagens femininos nas cartas da corte,
estabelecendo relações com os significados quatro elementos: Copas – Paus – Espadas – Ouros

• Que Rainha você é? Titi Vidal relaciona os tipos femininos às figuras da corte: Seus atributos

• O que as rainhas indicam. Doze tarólogos comentam uma jogada em que, curiosamente, as quatro
rainhas do arcanos menores sairam ao mesmo tempo. Um rico painel com vários ângulos de
interpretação: Os aconselhamentos das rainhas
Links para os autores: [1] Anamaria Traldi, [2] Betoh Simonsen, [3] Flávio Alberoni,
[4] Isabel Cristina Roveda, [5] Joana Trautvetter, [6] Lya Córdoba, [7] Lívia Krassuski,
[8] Luiz Felipe Camargo Pinheiro, [9] Teca Mendonça, [10] Titi Vidal, [11] Constantino

• Curso de Tarô. Transcrição completa do Manual de introdução às cartas


preparado por Betoh Simonsen: Cartas da Corte e a síntese Naipe de Copas

• As Rainhas. Texto de Joana Trautvetter em que a taróloga apresenta as figuras


• As espadas e os distúrbios psicossomáticos e somatopsíquicos. Ricardo
Pereira faz um histórico dos estudos corpo-psiquismo. Os distúrbios e as cartas da
corte: Saúde

• As figuras da corte e os profissionais da saúde. Giancarlo Kind


Schmid estabelece nexos entre os Ases, os Naipes e as figuras da Corte com os
sistemas e funções biológicas: Tarô e Saúde

• Os Arcanos Menores. Jaime E. Cannes apresenta as 56 cartas em um resumo bem didático, ilustrado
com o Osho Zen Tarot: Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz um resumo das 36 cartas
para: Iniciantes

Os Cavaleiros
Compilação de
Constantino K. Riemma

A figura do cavaleiro talvez seja a mais rica quanto às possibilidades de relatos históricos,
visto responder a um simbolismo relacionado ao ritual das ordens de cavalaria.
Neste sentido, é notável a coincidência entre o
período de formação do Tarô e a histórica e
lendária Ordem dos Templários, fundada sob
os muros de Jerusalém, em 1118, e aniquilada
pela aliança entre o papa Clemente V e o rei
francês Filipe, o Belo, entre 1307 e 1314.
O caráter esotérico dos Templários, seus ritos,
seus contatos comprovados com os
sobreviventes orientais da gnosis alexandrina,
e seu fim espetacular devem ter influído na
visão que os gravuristas — Les imagiers du
Moyen Age — projetaram nas cartas da corte.
A terrível conclamação de Jacques de Molay*,
na fogueira do suplício foi amplamente
comentada entre os iniciados medievais e não
é impossível que a sombra dos cavaleiros
brancos tenha dado origem a esse personagem
que rompe o simbolismo trinitário e familiar
das figuras do Tarô.

* Nota histórica: Jacques de Molay, Grande


Mestre do Templo, foi queimado vivo em
Paris, na manhã de 18 de março de 1314. No
patíbulo, negou publicamente todas as
acusações contra a Ordem dos Templários e
convocou seus carrascos a comparecerem
naquele mesmo ano ante o tribunal de Deus.
Clemente V morreu em 20 de abril, apenas
transcorrido um mês, e Filipe pouco mais
tarde, a 29 de novembro de 1314.

Num sentido geral, podemos afirmar que o


símbolo do cavalo está relacionado ao papel de
intermediário entre o mundo inferior ou
terrestre e o mundo do espírito ou logos,
representado pelo cavaleiro, aquele que
buscou e encontrou o caminho de prevalecer
sobre a matéria.
Esta figura encontrará sua explicitação nos arcanos maiores 6. Os Enamorados e 7. O
Carro e, no aspecto iniciático, corresponde ao período dos trabalhos e dos esforços
concretos para a realização. Psicologicamente, refere-se aos estados intermediários ou de
transmutação, presentes também na fase transformadora da Grande Obra alquímica
Três dos cavalos do Tarô são mais ou menos idênticos, de cor carne e com cascos azuis,
mas o de paus é branco e seu corpo está coberto por uma manta.
Somente um o Cavaleiro de Espadas traz armadura e elmo. Dois deles — o Cavaleiro de
Paus e o de Ouros — estão com chapéu. O Cavaleiro de Copas é o único que se apresenta
com a cabeça descoberta. Os quatro são jovens e sem barba, e levam a marca da sua
série: os de copas e ouros na mão direita, e os outros dois na esquerda. Três dos cavalos
andam da direita para a esquerda, mas o de ouros caminha na direção oposta.

Cavaleiro de Paus
Significados gerais
Dinamismo unificador, poder de atuar. Transmissor de vida e atividade.
Os fatos imediatos e transformadores, clima e disposição dos
acontecimentos. Incubação de energias materiais e de ação colocadas à
disposição do ser humano.
Executivo, filho mais velho, namorado.
• Mental: atividade inteligente e intuitiva para lidar com questões
práticas, ação e realizações felizes.
• Anímico: amizades, afetos, associações. Atividade protetora.
• Físico: realização harmoniosa. Sucesso em negócios.
Saúde: restabelecimento, renovação de vida.

• (–) atrasos, resistências.


Interpretações usuais na Cartomancia
• Partida. Uma viagem. Avanço para o desconhecido. Arrojo. Mudança de residência.
• Discórdia. Interrupção. Mudança inesperada. Desentendimento. Rompimento de relações
pessoais. Descontinuidade.
• O protetor. A liberdade em perigo. (-): Perigo de traições.
• Partida, mudança, fuga, dissensão, separação, abandono. Indicador dos altos empregos
secundários, da luta para conquistar uma posição, do poder adquirido pelas lutas. Este
Arcano diz: “Age e trabalha; o futuro é um campo que é preciso cultivar. Tanto no bem
como no mal, todo trabalho produz frutos.”

Outros significados do Cavaleiro de Paus


• O Príncipe de Paus e seu significado energético. Por Isabela Cruz : Em busca da maturidade

• O Cavaleiro de Paus: o herói impuro. Estudo de Glória Marinho : ...E um possível super-herói

• Figuras da corte do naipe de Paus. Exposição de Luiza Papaleo na Jornada sobre os Arcanos Menores
promovida pelo Clube do Tarô : O Cavaleiro de Paus

• Os rapazes do tarô. Titi Vidal compara a carta com os tipos masculinos: O Cavaleiro de Paus

• Cavaleiro de Paus, a ação do fogo. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

Cavaleiro de Ouros

Significados gerais
Condução calma das energias práticas e mentais para construir uma obra
sólida e durável.
• Mental: inteligência para construir na matéria; resolução de problemas
geométrico e arquitetônicos.
• Anímico: sentimentos afetivos, calmos, estáveis, progressivos.
• Físico: orientação segura para resolver problemas nos negócios e nos
empreendimentos. Saúde boa. Cura assegurada.
• (–) impedimentos na ação

Interpretações usuais na Cartomancia


• Pessoa amadurecida e responsável. Digna de confiança. Metódica, paciente. Persistente,
tem capacidade de levar uma tarefa a bom termo. Organizada, capaz, digna de
confiança.
• Estagnação, descuido, inércia. Falta de determinação ou de orientação. Mentalidade
tacanha. Limitado por opiniões dogmáticas. Preguiça.
• O marido. Namorado. (-) embusteiro.
• Chegada inesperada, visita, vantagem, ganho, lucro, interesse, paz, tranqüilidade. Êxito,
porém com grandes lutas, conquista de fortuna, apesar de todos os obstáculos. Paz e
tranqüilidade final.

Outros significados do Cavaleiro de Ouros


• O Cavaleiro de Ouros: o herói sintético. Estudo de Glória Marinho : Apoio para alcançar as alturas

• Figuras da corte no naipe de Ouros. Apresentação de Sandra Ayana na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô : Realizações de bens materiais

• Cavaleiro de Ouros, a ação da terra. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

• Os rapazes do tarô. Titi Vidal compara a carta com os tipos masculinos : O Cavaleiro de Ouros

Cavaleiro de Espadas

Significados gerais
Comando rápido; prontidão diante de acontecimentos inesperados e dos
imprevistos do destino.
Interpretações usuais na Cartomancia
• Bravura, perícia. Força e ímpeto de um homem jovem. Ação heróica. Investida
impetuosa para o desconhecido, sem temor.
• Antagonismo, guerra.
• O inimigo. Notícia destorcida. Más notícias. Incapacidade, imprudência.
• Ataque, agressão, crítica, sátira, zombaria, calúnia, difamação, oposição, resistência.
Perigo pelo fogo ou por inimigos ocultos, lutas com pessoas de posição. Aptidão para a
carreira militar, porém perigo de morte nesta profissão.

Outros significados do Cavaleiro de Espadas


• Figuras da corte no naipe de Espadas. Apresentação de Christiane Carlier na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô : As figuras de Espadas

• O Cavaleiro de Espadas: o herói puro. Estudo de Glória Marinho : Todos nascemos para ser heróis

• Cavaleiro de Espadas, a ação do fogo. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

• Os rapazes do tarô. Titi Vidal compara a carta com os tipos masculinos : O Cavaleiro de Espadas

Cavaleiro de Copas
Significados gerais
O elemento sensível e afetivo do ser humano, capaz de impulso generoso
e de devoção.
• Mental: ideias fecundas, inspiração, intuições espontâneas, acuidade,
dom de pressentir.
• Anímico: florescimento de dons artísticos. Ânimo para a realização dos
ideais.
• Físico: casamentos felizes, bem combinados.
Ótima saúde.
• (–) atrasos e embaraços

Interpretações usuais na Cartomancia


• Convite ou uma oportunidade em breve. Boa notícia. Chegada, aproximação, progresso.
Atração, estímulo. Encanto, sedução.
• Armadilha, falsidade. Fraude. Pessoa hipócrita e astuta. Escândalo, ciúme e rejeição.
• O filho. Alegre e vivaz. (-) ciumento e rejeitado.
• Chegada, acolhimento, viagem, proposta, convite, aproximação. Rivalidade no amor,
lutas por causa de uma mulher; casamento atrasado, adultério perigoso.

Outros significados do Cavaleiro de Copas


• O Cavaleiro de Copas à flor da pele. Bernard Aiê partilha seus comentários sobre as disposições
afetivas do Caveleiro no naipe de Copas: O Cavaleiro e seu profundo amor

• Figuras da corte do naipe de Copas. Apresentação de Ana Magalhães Corrêa na Jornada sobre os
Arcanos Menores promovida pelo Clube do Tarô : As figuras de Copas

• O Cavaleiro de Taças: herói místico. Glória Marinho liga a figura ao mitolígco: Percival e o Graal

• Os rapazes do tarô. Titi Vidal compara a carta com os tipos masculinos : O Cavaleiro de Copas

• Cavaleiro de Copas, a ação da água. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

Mais estudos sobre os Cavaleiros


• Os Cavaleiros no Tarot : A ação expansiva. Jaime E. Cannes faz apreciações sobre essa figura em
diferentes contextos históricos. Inclui significados seus simbólicos : Os Cavaleiros nos quatro naipes

• O guerreiro germânico. Douglas Marnei em sua obra – O Anel do Nibelungo – nos ajuda a enriquecer o
significado dos Cavaleiros no Tarô. Veja o capitulo : A Presença do Sagrado

• Chris Evans e os Dois Cavaleiros. Jaime E. Cannes estabelece relações dos personagens Tocha
Humana e Capitão América os Cavaleiros do Tarô : Paus e Ouros
• Qual seu tipo de homem? Marte e os homens no tarot. Michele Serinolli apresenta os Reis e
Cavaleiros como protótipos masculinos associados à Astrologia : Oito tipos para escolher

• Sobre Heróis. Jaime E. Cannes estabelece correlações entre os escolhidos para o título O Maior
Brasileiro de Todos os Tempos (programa do SBT) e os arcanos : O Carro e os Cavaleiros

• Os quatro cavaleiros. Valéria Fernandes apresenta as quatro figuras a partir dos detalhes que aparecem
nos tarôs Rider-Waite e Mitológico : Os Cavaleiros

• Os Cavaleiros. Texto de Joana Trautvetter em que a taróloga apresenta as figuras


por grupos de personagens – Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes – e estabelece suas
relações com o Tetragama da Cabala. A ilustrações pertencem ao Tarô da própria
autora : Os significados dos Cavaleiros

• Curso de Tarô. Transcrição completa do Manual de introdução às cartas preparado


por Betoh Simonsen : Cartas da Corte e a síntese Naipe de Copas

• As figuras da corte e os profissionais da saúde. Giancarlo Kind


Schmid estabelece nexos entre os Ases, os Naipes e as figuras da Corte com os
sistemas e funções biológicas : Tarô e Saúde

• Rastreamento de símbolos: Cavaleiros do Tarot. Glória Marinho relaciona as quatro figuras ao


Arquétipo dos Nove Elementos (AT-9) de Yves Durand : Quatro heróis

• Jaime E. Cannes apresenta os arcanos menores e examina as suas 56 cartas em um resumo bem
didático, ilustrado com o Osho Zen Tarot : Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• As espadas e os distúrbios psicossomáticos e somatopsíquicos. Ricardo Pereira faz um histórico dos


estudos corpo-psiquismo. Os distúrbios e as cartas da corte : Saúde

Os Valetes ou Pajens
Compilação de
Constantino K. Riemma

Seu simbolismo básico é o de filho, num


sentido estático, e de mensageiro ou peregrino,
num sentido dinâmico. É o que soluciona os
conflitos emanados das outras três figuras e,
por contraposição, o grau inicial da via
iniciática. Nesta acepção – e também por sua
riqueza potencial – pode ser relacionado aos
arcanos maiores como o 1. O Mago, 12. O
Pendurado e 22. O Louco.
O Valete (ou Pajem), como o próprio nome
sugere, pode ser entendido como o ajudante,
aquele que presta serviços pessoais. Esse nome
vem do francês valet (séc. XII: vaslet, varlet),
e significa "jovem proveniente de uma casa da
nobreza, ainda não armado cavaleiro, que
executava vários trabalhos, em geral funções
de pajem ou de escudeiro a serviço de um
senhor". [Dic. Houaiss]
Dois dos valetes do Tarô clássico (copas e
paus) estão em atitude de marcha: um deles
para a esquerda, e o outro para a direita. Os
dois outros permanecem de pé, de frente, e
com as pernas separadas. Trazem os atributos
das suas séries: chapéu (espadas e ouros) e
gorro (paus).
O Valete de Copas tem a cabeça descoberta, e
um barrete amarelo na mão esquerda: a taça
que leva na direita está meio coberta por uma
dobra do manto, o que lhe dá um aspecto de
cálice consagrado.

Valete de Paus
Significados gerais
Fruto, produto, acabamento. Mensageiro, ajudante, servidor. Ofertas e
oportunidades que vêm de fora. Coisas em potencial, ainda sem força
suficiente para se concretizar.
Filho mais novo, o jovem, o dependente.
Fermentação das energias materiais de que o ser humano dispõe e que
sempre o incentivam a agir.
• Mental: coisas levadas ao ponto de realização, prontas para serem
utilizadas. Planejamento de algo que dará certo.
• Anímico: união próxima que prepara sua manifestação, sua realização
física.
• Físico: atividade próxima. Saúde recuperada. Encaminhamento de algum
negócio que está sendo preparado e passará do projeto à concretização.
• (-) atraso, confusão em projetos recentes.
Interpretações usuais na Cartomancia
• Casamento. (-) oposição dos pais à esperada união.
• Amante.
• Filho fiel. Amigo favorável.
• Tentativa de unir. (-) intenção de desunir.
• O parente. (-) fracasso, prisão, desgraça. O mesmo, embora atenuado.
• É o enviado, o empregado; comunicação, aviso, advertência. Um namorado, um jovem
que procura uma moça. Ao lado de uma senhora, anuncia êxito. Ao lado de uma figura
masculina, indica que alguém falará por ele. (-): obstáculo e oposição dos pais do moço
ao casamento. É o símbolo da ruína por empreendimentos infrutíferos e combinações
errôneas. Profissões inferiores. Mau emprego das faculdades. Este Arcano diz: “Seus
trabalhos são infrutíferos; jamais colherá os frutos e a miséria o alcançará, se não
abandona os seus vãos projetos. Desconfia dos interesses egoístas e das paixões dos
que orodeiam, se não quiser cair na servidão”.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 11 - Chicotes. Significa que podemos confiar em nossa força espiritual
e intuição; utilizar nossa autoridade para restabelecer a harmonia,
principalmente no lar, quando surgem discórdias (Chicotes); e buscar novas
alternativas, quebrando rotinas com jovialidade e otimismo, de acordo com a
lei (Valete de Paus). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Valete de Paus


• O Chicote. Uma rica abordagem do chicote, como arma e como instrumento de usos variados, feita
por Beth Castro para subsídiar a carta 11 do Petit Lernomand ou Baralho Cigano: Chicotes

• Figuras da corte do naipe de Paus. Exposição de Luiza Papaleo na Jornada sobre os Arcanos Menores
promovida pelo Clube do Tarô: O Valete de Paus

• Valete de Paus, o corpo de fogo. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem

• Os rapazes do tarô. Titi Vidal compara a carta com os tipos masculinos: O Pajem de Paus
Valete de Ouros
Significados gerais
Anúncio de realizações dos projetos, concebidos em harmonia com o Alto
e o baixo.
Avaliação dos recursos disponíveis para a execução dos projetos.
• Mental: inteligência realizadora, escolha acertada dos meios
necessários a um empreendimento.

• Anímico: escolha dos meios para realizar os objetivos.

• Físico: equilíbrio nos negócios e na saúde.

• (–) falta de conexão, ação improdutiva.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Mensageiro de más notícias. Guerreiro perigoso.
• Soldado ou civil jovem, louro, será perverso.
• Jovem estrangeiro, interesseiro e adulador.
• Homem serviçal. Nenhuma ajuda.
• O irmão. Fortuna. (-): inconseqüência.
• Moço louro, mensagem, notícia, trabalho, ocupações, generosidade, aplicação. Atividade
nas ocupações profissionais e notícias favoráveis sobre assuntos monetários.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 10 - Foice. Somos chamados a fazer cortes e aprender que todo
processo de transformação e mudança exige ajustes para restabelecer o
equilíbrio necessário (Foice). Ao mesmo tempo, podemos enfrentar o trabalho
duro e rotineiro de forma saudável, sem esmorecer ou perder a alegria de
viver (Valete de Ouros). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Valete de Ouros


• Pajem de Ouros. Transcrição integral do capítulo do livro Tarô, Vida e Destino de Nei Naiff - volume 2
de Estudos Completos do Tarô: A energia juvenil do elemento terra

• Figuras da corte no naipe de Ouros. Apresentação de Sandra Ayana na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô: Realizações de bens materiais

• Os rapazes do tarô. Titi Vidal compara a carta com os tipos masculinos: O Pajem de Ouros

• Valete de Ouros, o corpo da terra. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem

Valete de Espadas
Significados gerais
Planejamento.
Elaboração mental do ser humano quando se dispõe a agir.
Reunião das informações necessárias para os planos futuros.
• Mental: acontecimentos em marcha, que estão próximos.

• Anímico: isenção e impessoalidade.

• Físico: distanciamento das questões materiais.

• (–) obstruções, impotência, incapacidade de organizar os


pensamentos.
Interpretações usuais na Cartomancia
• Homem jovem e moreno; negativo. Traição da sua parte.
• Homem jovem e moreno, triste.
• Moço avarento, cruel e orgulhoso. Traidor.
• Dificuldades com um homem uniformizado. Necessidades.
• O credor. Viagem. (-) viagem fracassada.
• Espião, vigilante, observador; traição, cálculo, exame. Perigo de morte pública, grande
perigo por inimigos ocultos e mesquinhos.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 13 - Criança. O caminho é o de se livrar de todo tipo de prevenções e
preconceitos, e passar a encarar a vida com alegria e otimismo, sempre aberto
para o novo (Criança). Isso implica em manter a mente receptiva e flexível;
desenvolver a capacidade de comunicação, através do estudo e da pesquisa
(Valete de Espadas). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Valete de Espadas


• Figuras da corte no naipe de Espadas. Apresentação de Christiane Carlier na Jornada sobre os Arcanos
Menores promovida pelo Clube do Tarô: As figuras de Espadas

• Valete de Espadas, o corpo do ar. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem

• Os rapazes do tarô. Titi Vidal compara a carta com os tipos masculinos: O Pajem de Espadas

Valete de Copas
Significa
dogerais
Recurso espiritual, feliz, que alcança o ser humano quando sua evolução
psíquica é acompanhada pela oferenda da alma.

• Mental: conforto nos pensamentos espirituais, nos projetos. Extinção


da dúvida
• Anímico: reconforto nas esperanças, reanimação. Chegada de apoio
afetivo.
• Físico: desligamento de casos sentimentais, libertação da tristeza.
Saúde: esperança de cura de uma doença grave.
• (–) abatimento, pobreza psíquica, sensação de abandono.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Homem jovem ou uniformizado procura ser útil. Inconvenientes para que esta ajuda se
concretize.
• Homem jovem e louro é favorável ao consulente.
• Jovem de bons sentimentos. Para uma moça: seu pretendente.
• Elogios que não serão aproveitados. Traição.
• O devedor. Alegria, surpresa. (-) ligeira inquietação.
• Representa um rapaz louro e esperto. Denota estudo, trabalho, reflexão, observação;
jovem serviçal ou militar que deve aparecer dentro de poucos dias e que estará muito
relacionado ao consulente. (-) amores infelizes, traição por falsos amigos, grandes
contrariedades nas afeições, casamento infeliz.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta Coração. Oportunidade para entender que a paixão, a entrega, as
atitudes loucas e impensadas, bem como o carinho e a proteção que tanto
buscamos, seja em relação a uma pessoa ou uma causa (Coração), são apenas
uma faceta, geralmente efêmera, do Amor Maior, altruísta e infinito, que
governa o Universo. Ele exige entrega, doação e comprometimento, mas
confere alegria e plenitude (Valete de Copas). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Valete de Copas


• Figuras da corte do naipe de Copas. Apresentação de Ana Magalhães Corrêa na Jornada sobre os
Arcanos Menores promovida pelo Clube do Tarô: As figuras de Copas

• Michael Jackson e o Valete de Copas, por Giancarlo Kind Schmid: Analogias significativas

• Valete de Copas, o corpo da água. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem

• Os rapazes do tarô. Titi Vidal compara a carta com os tipos masculinos: O Pajem de Copas
• Fé, Esperança e Caridade no Petit Lenormand. Emanuel J. Santos associa as virtudes teologais a três
cartas: Cruz (Seis de Paus), Âncora (Nove de Espadas) e Coração (Valete de Copas)

Mais estudos sobre os Valetes ou Pajens


• Jaime E. Cannes faz apreciações sobre essa figura em diferentes contextos e inclui os seus principais
significados : Os Valetes do Tarot - crescendo e aprendendo

• Os Pajens. Texto de Joana Trautvetter em que a taróloga apresenta as figuras por


grupos de personagens – Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes – e estabelece suas
relações com o Tetragama da Cabala. A ilustrações pertencem ao Tarô da própria
autora: Os significados dos Pagens

• Curso de Tarô. Transcrição completa do Manual de introdução às cartas preparado


por Betoh Simonsen: Cartas da Corte e a síntese Naipe de Copas

• As espadas e os distúrbios psicossomáticos e somatopsíquicos. Ricardo


Pereira faz um histórico dos estudos corpo-psiquismo. Os distúrbios e as cartas da
corte: Saúde

• Jaime E. Cannes apresenta os arcanos menores e examina as suas 56 cartas em um resumo bem
didático, ilustrado com o Osho Zen Tarot: Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• As figuras da corte e os profissionais da saúde. Giancarlo Kind Schmid estabelece nexos entre os
Ases, os Naipes e as figuras da Corte com os sistemas e funções biológicas: Tarô e Saúde

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz um resumo para: Iniciantes

As 40 cartas numeradas dos Arcanos Menores


Compilação de
Constantino K. Riemma

Dispomos de duas ordens de informações básicas para compreender as 40 cartas


numeradas dos arcanos menores, as mesmas do baralho comum:
• os quatro elementos, que dão conta das qualidades de cada naipe, e
• os símbolos numéricos, que traduzem os atributos de cada uma das cartas numeradas
de 1 a 10.
Os ases de cada um dos quatro naipes no Tarô de Marselha

Em princípio, bastaria combinar os significados dos quatro elementos com os dos


números de 1 a 10 para obtermos um bom ponto de partida para traduzir as 40 cartas
numeradas do Tarô.
Na prática, o repertório de significados para as cartas de 1 a 10 é bastante contraditório,
variando de escola para escola, de autor para autor. Dificilmente o iniciante conseguirá
atravessar esse cenário relativamente confuso sem ajuda de alguém com experiência. Só o
tempo e o contato com os diferente estilos permitirá que cada um encontre sua praia.

Roteiro das 40 cartas numeradas dos Arcanos Menores


As 40 cartas numeradas dos Arcanos Menores são apresentadas em 5 seções.
No final de cada uma delas são indicados textos de diversos autores sobre o tema.

• O Números: apresenta um resumo simbólico para iniciantes e oferece links para estudos de
aprofundamento: Símbolos numéricos
• Paus: As cartas numeradas do Ás ao Dez no naipe de Paus
• Ouros: As cartas numeradas do Ás ao Dez no naipe de Ouros
• Espadas: As cartas numeradas do Ás ao Dez no naipe de Espadas
• Copas: As cartas numeradas do Ás ao Dez no naipe de Copas

Estudos de conjunto das Cartas Numeradas


• As cartas numeradas. Glória Marinho apresenta um resumo de correlações simbólicas para as cartas
numeradas: os quatro elementos, os tipos e os signos zodiacais : Associações simbólicas

• A imagética dos Ases. Glória Marinho faz um estudo dos quatro ases, de seu simbolismo em relação a
cada naipe e dos significados nas tiragens das cartas : O aval para as cartas numeradas

• A viagem da Alma nos arcanos Menores. Artigo de Jaime E. Cannes indicando como a jornada
evolutiva pode ser retratada pela sequência das 40 cartas numeradas: A jornada no mundo prático

• Arcanos Menores - os mensageiros da Alma por Jaime E. Cannes. Apresenta os arcanos menores
num resumo bem diático. Ao identificar as quatorze cartas de cada naipe utiliza como ilustração o Osho
Zen Tarot : Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen : Apresentação dos arcanos menores

• As espadas e os distúrbios psicossomáticos e somatopsíquicos. Ricardo Pereira faz um histórico


dos estudos corpo-psiquismo. Os distúrbios e as cartas da corte : Saúde

• O Naipe de Espadas e as Quatro Nobres Verdades . O texto de Marcelo Bueno tem o mérito de
indicar uma série de significações sutis do naipe em ressonância com outras linguagens simbólicas e
ensinamentos: Espadas e o ensinamento do Buda

• O Naipe das Espadas nas Previsões e Reflexões do Tarot . Vídeo no


Youtube com João Caldeira da Casa de Tarot de Lisboa e Constantino K.
Riemma do Clube do Tarô de São Paulo em trocas sobre o naipe de
Ar : Significados simbólicos e pontos críticos

• Uma reflexão sobre o Naipe de Espadas: Instinto. Ivan Mir apresenta sua versão sobre as
correlações entre os quatro elementos e os naipes com foco nas cartas de espadas : Instinto

• Cartomancia com o Baralho Espanhol. Emanuel J Santos apresenta uma resenha histórica do baralho
e a interpretação de suas 40-48 na cartas : Naipes, cartas e figuras

• Estágios evolutivos, G. O. Mebes. Uma seqüência dos naipes dos Arcanos Menores como modelo de
etapas de desenvolvimento : Estágios evolutivos

Fontes consultadas para os textos de Introdução


As interpretações que apresentamos nas sessões seguintes, sobre os símbolos numéricos – Os
números – e as dez cartas de cada naipe – Paus | Ouros | Espadas | Copas – não são
necessariamente coerentes entre si, mas têm o objetivo de registrar o contraditório painel que aparece
nos livros e revistas sobre as cartas.
Nesses receituários são muito comuns os critérios de “cartas boas” e “cartas más”, fortuna e infortúnios,
dos quais é necessário guardar uma distância crítica. Mas é instrutivo estudar também essas fontes
populares; basta apenas não tomar as coisas ao pé da letra.
Aqui, os dados sobre as cartas de cada naipe, estão divididos em duas partes:
• Significados gerais, de acordo com Paul Marteau, em O Tarô de Marselha, tradição e simbolismo;
com indicações de significados nos planos Mental, Anímico e Físico, bem como o sentido negativo.
• Interpretações usuais na cartomancia, com:
– indicações de Arthur Edward Waite em The Pictorial Kay to the Tarot
– e, na última linha, compilação de fontes populares da cartomancia.

Para conhecer as demais fontes veja: Bibliografia

• Para ajudar a compreender de modo mais amplo os símbolos das cartas, na seção
de Simbologia existem vários estudos que examinam as relações do Tarô com outras linguagens
simbólicas, em especial nos tópicos Astrologia, Numerologia e Cabala.

As cartas numeradas do naipe de Paus


Compilação de
Constantino K. Riemma

O Tarô é um estímulo para desenvolvermos a arte da linguagem


simbólica. Reduzi-lo a um mero receituário factual diminui sua riqueza. Por essa
razão é importante ressaltar que os significados apresentados a seguir constituem
apenas um simples resumo do que se encontra nos manuais de cartomancia.
Estudos de aprofundamento podem ser linkados no correr dos textos abaixo.

Ás de Paus
Significados gerais
Representa a energia material posta nas mãos do Homem para
permitir que resista aos choques vindos do exterior e para servir de
impulso na construção no plano físico.
• Mental: Inspiração no domínio prático, idéia ativadora que surge no
decorrer de um empreendimento.
• Anímico: Sentimentos além dos limites, um tanto exagerados, mais
expressivos que afetivos.
• Físico: Negócios ativos, brilhantes. Êxito através da força. Saúde
superabundante, excesso de sangue gerando uma atividade
constante.
• (–): Falta de energia. Constante recomeço. Forças que se anulam
entre
si. Impulsividade.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Criação, invenção, empreendimentos, poderes; princípio, começo, fonte; nascimento,
família, origem e um sentido de virilidade. O início de empreendimentos. Dinheiro,
fortuna, herança.
• (-) Queda, decadência, ruína, perdição, perecimento; também uma certa alegria
obscurecida
• Significa nascimento, começo, criação, anuncia dinheiro, herança, fortuna próxima, êxito
nos negócios financeiros. Seguida de Ás de Ouros ou de Sete de Paus, indica lucro,
grande êxito nos negócios, entrada de dinheiro, prosperidade no comércio. Denota
inteligência criadora, trabalhos úteis, êxito, empreendimentos que trazem consigo seus
elementos de êxito.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 25 - Anel. É o momento para analisar a nossa capacidade de se
associar, de buscar criteriosamente a cooperação e o apoio de outras pessoas
(Anel), quase sempre indispensável quando o entusiasmo e a paixão nos
impelem a desenvolver novos projetos, a assumir um compromisso de
noivado-casamento ou a embarcar numa aventura que poderá mudar
radicalmente o rumo de vida (Ás de Paus). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Ás de Paus


• Ás de Paus, a força do elemento fogo. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem

• O Ás de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais,
no Tarô Mitológico e no Baralho Petit Lenormand

• A imagética dos Ases. Glória Marinho faz um estudo dos quatro ases, de seu simbolismo em relação a
cada naipe e dos significados nas tiragens das cartas: O aval para as cartas numeradas

• O Ás de Paus e o Bóson de Higgs. Giancarlo Kind Schmid comenta as recentes experiências na Física
com o Colisor de Partículas e faz analogias com o tarô: Física e Simbologia

Dois de Paus
Significados gerais
Simboliza um potencial interior que tende a se expandir.
• Mental: Bom julgamento, compreensão racional, idéias bem
• Também pode significar surpresa, admiração, encantamento, emoção, perturbação,
temor.
• Indica sofrimento físico, doença, tristeza, melancolia, aflição, desolação, temor. Denota
divisão dos empreendimentos, obstáculos imprevistos.

Outros significados do Dois de Paus


• O Dois de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais e
no Tarô Mitológico

Três de Paus
Significados gerais
Indica o emprego da energia necessária para tomar consciência de
suas próprias resistências a fim de as disciplinar, coordenar, para que
sirvam de apoio aos trabalhos futuros.
• Mental: Discernimento; desvendamento de segredos ou de assuntos
incompreensíveis. Intuição das coisas ocultas.
• Anímico: Demasiado ativo para ser sensível; a pessoa se afasta do
lado afetivo, evita as sutilezas.
• Físico: Negócios ativos, direção exercida com autoridade. Saúde boa,
nervosa, ativa.
• (–): Atividade sem descanso.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Simboliza a força estabelecida, o empreendimento, o esforço, as transações, o comércio,
o transporte de mercadorias. Também significa cooperação eficaz em negócios, como se o
bem-sucedido príncipe olhasse para o nosso lado com a finalidade de nos ajudar. Fim de
perturbações, suspensão ou cessação de adversidade, fadigas e decepções.
• Significa empreendimento, começo, descoberta, esforço, achado. Denota começo de êxito
nos empreendimentos, inovações felizes, espírito de invenção.

Outros significados do Três de Paus


• O Três de Paus: visão para seguir. Rosane Kurzhals comenta os significados da carta e utiliza o
exemplo do toureiro Alvaro Munera: Enxergar e avançar

• O Três de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais e
no Tarô Mitológico

Quatro de Paus
Significados gerais
Representa o trabalho proveitoso do Homem para atingir seus fins
através da energia material.
• Mental: Decisão, autoridade nos julgamentos.
• Anímico: Proteção, segurança nos afetos. Espírito de fraternidade.
• Físico: Conclusão de empreendimentos. Segurança nos assuntos a
serem realizados. Saúde excelente.
• (–): Confusão, hesitação, promessa inadequada.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Vida campestre, porto de refúgio, festa pela boa colheita doméstica,

concórdia, harmonia, prosperidade.


• Repouso, paz e o perfeito trabalho. Progresso, felicidade.
• Significa descanso, associação, aliança, reunião, contrato, êxito, adiantamento. Pressagia
realização dos empreendimentos, empresas sérias e estáveis.

Outros significados do Quatro de Paus


• O Quatro de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais e
no Tarô Mitológico

Cinco de Paus
Significados gerais
Afirmação do livre arbítrio do ser humano para não se estagnar nas
energias opressoras do mundo material e elevar-se a planos
vibratórios mais sutis.
• Mental: Espírito de decisão, podendo voltar-se para a dominação,
para o autoritarismo.
• Anímico: Sentimento dominador, protetor; vontade individualista.
• Físico: Sucesso que repousa em bases sólidas. Negócios de grande
alcance; transportes, importação e exportação. Boa saúde, com
excesso de energia vital.

Interpretações usuais na Cartomancia

• Imitação, como, por exemplo, um combate simulado, mas também competição


encarniçada e luta na busca de riquezas e fortuna. Nesse sentido, relaciona-se com a
batalha da vida.
• (-) Litígio, disputas, impostura, contradição.
• Significa ouro, riqueza, opulência, luxo, abundância. Pressagia a ajuda de circunstâncias
favoráveis ao êxito dos empreendimentos, se o consulente não exceder o fim a que se
propõe. Deve evitar a cólera, o orgulho e as paixões brutais.

Outros significados do Cinco de Paus


• O Cinco de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais e
no Tarô Mitológico

Seis de Paus
Significados gerais
Simboliza o esforço do ser humano para disciplinar seus instintos e,
com isso, garantir segurança para o seu futuro.
• Mental: Invenções, capacidade para concretizar os projetos.
• Anímico: Amor profundo. Perpetuação, renascimento das cinzas.
• Físico: Desenvolvimento contínuo, porém lento. Boa saúde, mas às
vezes sujeita à apatia. Indolência.
• (–): Lentidão, risco de desvios.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Tem várias significações: é um vencedor triunfando, mas é também
uma
grande notícia, que pode ser levada solenemente por um mensageiro; é a expectativa
coroada com o seu próprio desejo, a coroa da esperança, etc.
• (-) Apreensão, temor, como se um inimigo vitorioso estivesse às portas; traição,
deslealdade; também retardamento indefinido.
• Denota obstáculo, restrição, temor; assuntos relacionados a empregados. Pressagia:
obstáculos, embaraços, atrasos, indecisões e, às vezes, insucessos nas empresas, se
houver falta de vontade, de firmeza e de perseverança.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 36 - Cruz. É um chamado para entender que as provações, os
sofrimentos e as tristezas que surgem em nosso caminho são testes para
avaliar nossa força espiritual, incitando-nos a recordar que existe uma Força
Maior sempre pronta a amparar (Cruz). Quando estmos abertos e sintonizados
com essa energia espiritual, a vitória está garantida e oesforço sincero é
recompensado e reconhecido por todos (6 de Paus). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Seis de Paus


• O Seis de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais,
no Tarô Mitológico e no Baralho Petit Lenormand

• Fé, Esperança e Caridade no Petit Lenormand. Emanuel J. Santos associa as virtudes teologais a
três cartas: Cruz (Seis de Paus), Âncora (Nove de Espadas) e Coração (Valete de Copas)

• A ligação estreita entre a Árvore, a Serpente e a Cruz no Tarô Cigano-Lenormand. Cynthia


Domingues reflete sobre a relação entre as três cartas: O quesito espiritual

Sete de Paus
Significados gerais
Representa a possibilidade de sucesso para o Homem através do
esforço e do trabalho ativo e contínuo.
• Mental: Determinação. Poder de decisão em qualquer assunto.
• Anímico: Grande irradiação, efeito mais em extensão do que em
profundidade. Sentimentos expansivos. Facilidade para falar, realizar
pregações, fazer animações.
• Físico: Negócios em plena atividade e rendimentos, provocando
muita movimentação. Saúde excelente, atividades em excesso.
• (–): Excesso de trabalho.

Interpretações usuais na Cartomancia


• É uma carta de valor, de uma posição vantajosa. No plano intelectual, significa discussão,
disputa; nos negócios: conversações, guerra comercial, barganha, competição. É uma
carta de sucesso, pois os inimigos são incapazes de atingi-lo.
• (-) Perplexidade, embaraço, ansiedade. E também uma advertência contra a indecisão.
• Significa conferencia, colóquio, conversa, discussão, troca, comércio, negócio,
correspondência. Conforme o consulente, anuncia fraqueza de amor; porém, seguido de
Sete de Ouros e de Nove de Paus, denota abundância de bens e herança de parentes
afastados. Representa a posse de todos os meios que fazem triunfar. Empreendimentos
que trazem grandes lucros. É o emblema da matéria submetida as mil combinações da
inteligência. Empreendimentos bem sucessidos, coroados de êxito.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 23 - Ratos. Momento para examinar as rotinas diárias que geram um
desgaste excessivo de energias, afetam a saúde ou provocam danos e perdas
(Ratos), resultantes da competição acirrada de todo tipo a que estamos
expostos, e que só pode ser enfrentada por um caráter íntegro, forte e
corajoso (7 de Paus). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Sete de Paus


• O Sete de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais,
no Tarô Mitológico e no Baralho Petit Lenormand
Oito de Paus
Significados gerais
Indica boas condições, fruto de um equilíbrio geral, que prometem
êxito ao homem quee souber vencer as resistências da acomodação e
colocar suas energias em ação.
• Mental: Abatimento, muita passividade a ser vencida.
• Anímico: Maus modos e apatia a ser combatida. Lentidão emocional.
• Físico: Negócios em desordem, mas que podem ser reorganizado.
Excesso de guardados e de estoques. Saúde apática e desordens
glandulares que uma dieta rigorosa pode corrigir.

Interpretações usuais na Cartomancia

• Atividade nos empreendimentos, os caminhos possíveis, prontidão, como a de um


mensageiro expresso; grande pressa, grande esperança, rapidez no rumo de um objetivo
que promete felicidade assegurada. De um modo geral, fala de tudo que está em
movimento; e também das flechas do amor.
• (-) Dardos do ciúme, disputa interna, aflições de consciência, disputas; brigas domésticas
para as pessoas casadas.
• Significa campo, agricultura, bens imóveis, divertimento, alegria, paz, tranqüilidade. É
sinal de viagens por causa de dinheiro e de grandes negócios, felicidade certa. Denota
empreendimentos que podem trazer lutas e discussões, porém serão bem sucedidos.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 21 - Montanha. É um chamado para enfrentar, após criteriosa
avaliação da situação, os desafios ou inimigos, com equilíbrio, firmeza e
perseverança (Montanha); para tanto, deve-se aguardar o momento propício,
quando as condições se mostrarem favoráveis e estiver presente o sentimento
de segurança e confiança quanto ao resultado esperado (8 de Paus). [G.
Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Oito de Paus


• O Oito de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais,
no Tarô Mitológico e no Baralho Petit Lenormand

Nove de Paus
Significados gerais
Simboliza o Homem que sabe aproveitar o equilíbrio que realizou em si
próprio para controlar suas energias e tem condições de determinar o
momento exato para tomar suas decisões.
• Mental: Clareza de julgamento, inspiração no uso das energias.
• Anímico: Sentimentos humanitários, cavalheirescos. Devotamento e
proteção física.
• Físico: Invenções, negócios criativos. Liderança estimuladora e
inovadora. Ótima saúde, harmoniosa.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Indica vigor na oposição. Se atacada, a pessoa enfrentará o ataque com ousadia; e
poderá se mostrar um opositor formidável. Com essa significação principal, há todos as
suas possíveis conseqüências: demora, suspensão, adiamento.
• (-) Obstáculos, adversidade, calamidade.
• Significa atraso, suspensão, adiamento, demora, obstáculo, contrariedade. Dinheiro a
receber pelo trabalho. Ao lado do Dez Ouros: alegria por dinheiro. Este Arcano denota:
empreendimentos científicos ou mistérios, para cujo êxito é preciso ter prudência e
discrição.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 14 - Raposa. Indica a importância da flexibilidade e da sagacidade
como qualidades essenciais à sobrevivência; recomenda o exercício dessas
qualidades para nos ajudar a evitar sérios prejuízos e perdas (Raposa)
principalmente nos momentos em que somos forçados a enfrentar novos
desafios e as dificuldades da vida já exauriram as nossas energias (9 de
Paus). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Nove de Paus


• O Nove de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais,
no Tarô Mitológico e no Baralho Petit Lenormand

Dez de Paus
Significados gerais
Representa a vontade enérgica e esclarecida do Homem, que poderá
manifestar, com persistência e independência, as experiência que
acumulou no plano material.
• Mental: Inspiração com relação ao domínio que pode ser alcançado
no plano psíquico.
• Anímico: Sentimentos familiares elevados. Fundação de uma
linhagem, com bases sólidas.
• Físico: Prosperidade nos negócios e empreendimentos. Saúde
equilibrada.

Interpretações usuais na Cartomancia

• Significa a opressão, mas é também fortuna, lucro, qualquer espécie de sucesso; pode,
então, representar a pressão das próprias conquistas. E também uma carta de falsa
aparência, disfarce, traição. Se o assunto for uma demanda judicial, pode haver certo
prejuízo.
• (–) Contrariedades, dificuldades, intrigas.
• Indica cidade estrangeira, o exterior. Denota prosperidade, ganho, êxito. Porém, se for
seguida de Nove de Espadas, indica insucesso, perda de processo. Representa viagens,
empreendimentos que têm toda a probabilidade de êxito e estabilidade. Êxito, reputação,
celebridade pelas artes ou ciências. Alta recompensa devida ao mérito. Realização de atos
que darão alegria e segurança.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 15 - Urso. Trata-se do momento de defender o próprio território e de
aprender que a inveja, o ciúme e todas as energias negativas geradas pela
busca desequilibrada do poder (Urso) encontrarão um campo propício para se
instalar e expandir quando nos deixarmos abater pelo desânimo e pelo excesso
de preocupações ou de responsabilidades (10 de Paus). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Dez de Paus


• Quando o Mago encontra o Dez de Paus. Sara Bonfim indica correlações símbólicas entre o arcano
maior nº 1 e a décima carta numerada do naipe de paus : Os desafios do excesso de vontade

• O perdão Dez de Paus. Flávio Siqueira apresenta significados desse arcano menor inspirados no
desenho de Waite e seus seus seguidores: O ato de perdoar

• O Dez de Paus. Apresentação de Geraldo Spacassassi sobre essa carta em seus Significados gerais,
no Tarô Mitológico e no Baralho Petit Lenormand
Mais estudos sobre os Naipes de Paus
• Introdução às figuras da corte. Compílação preparada por Constantino Riemma com a finalidade de
oferecer um resumo bem simples dos significados mais comumente encontrados sobre as
figuras: Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• Arcanos Menores. Jaime E. Cannes apresenta as 56 cartas em um resumo bem didático, ilustrado com o
Osho Zen Tarot: Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen: Cartas da Corte

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz o resumo para: Iniciantes

Atu

As cartas numeradas do naipe de OUROS


Compilação de
Constantino K. Riemma

O Tarô é um estímulo para desenvolvermos a arte da linguagem simbólica. Reduzi-lo a um mero


receituário factual diminui sua riqueza. Por essa razão é importante ressaltar que os significados
apresentados a seguir constituem apenas um simples resumo do que se encontra nos manuais de
cartomancia.
Estudos de aprofundamento podem ser linkados no correr dos textos abaixo.

Ás de Ouros
Significados gerais
Simboliza o reservatório das atividades em todos os planos, em todas as partes do
Cosmo. Representa o desejo que o Homem tem de projetar obras completas feitas à
sua imagem e capazes de vir à luz espontaneamente.
• Mental: Contribuição ativa, bem equilibrada e realizadora.
• Anímico: Brilho, crescimento.
• Físico: Oportunidades que tanto podem ser adiadas ou antecipadas. Lucros
ampliados. Afirmação de sucesso. Saúde exuberante.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Contentamento perfeito, felicidade, êxtase; também inteligência pronta;

recursos materiais; ouro.


• (-) O lado mau da riqueza, inteligência deficiente; também grandes riquezas. Em qualquer caso mostra
prosperidade, condições materiais confortáveis, mas depende do conjunto das cartas para saber se
tais condições trazem ou não vantagem para o possuidor.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 31 - Sol. Indica o chamado para reconquistar a vitalidade, a força, a autoconfiança, o
otimismo, a consciência e a clareza de propósitos (Sol) como condição básica e necessária
para concretizar a realização material, a riqueza e a prosperidade que tanto sonhamos (Ás
de Ouros). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Ás de Ouros


• O naipe de ouros no tarô de Waite. Apresentação de Vera Chrystina com indicações dos significados práticos das
cartas: Arcanos de 1 a 10 e Figuras da corte

• Ás de Ouros, a força do elemento terra. Texto de Jaime E. Cannes: A figura e sua mensagem

• A imagética dos Ases. Glória Marinho faz um estudo dos quatro ases, de seu simbolismo em relação a cada naipe e dos
significados nas tiragens das cartas: O aval para as cartas numeradas

Dois de Ouros
Significados gerais
Representa iluminação íntima que dinamiza a inteligência com vistas a realizações
futuras.
• Mental: Apoio para uma atividade, desde o espiritual ao material, como uma
inspiração que provoca idéias realizadoras e soluções aos problemas.
• Anímico: Facilidade de aproximação dos seres tanto no espírito como no
sentimento.
• Físico: Confiança, mas de forma sutil. Apoio que tem base no plano da alma,
como a fé, que facilita a realização.

Interpretações usuais na Cartomancia

• Por um lado, é apresentada como uma carta de alegria, recreação, diversão; mas também é lida como
notícias e mensagens por escrito, obstáculos, agitação, perturbação, intrigas.
(-) Alegria forçada, prazer simulado, sentido literal, caligrafia, composição, letras de câmbio.
• Representa mensagem, carta, correspondência, bilhete. Obstáculos, embaraços, empreendimentos.
Significa fortuna dividida, porém probabilidade de associação produtiva.

Detalhe iconográfico
Dois de Ouros por: Jean Noblet (1650), Jean Dodal (1701), B.P. Grimaud (1748) e Joseph Feautrier (1762)

As cartas dos tarôs clássicos de Noblet e Dodal foram restauradas por Jean-Claude Flornoy;
a do P.B. Grimaud, revista por Paul Marteau; a de Joseph Feautier é foto da edição original.

Os tarôs clássicos trazem uma faixa que contorna as duas moedas. Em quase todos os exemplares, essa
faixa é preenchida com o nome do impressor e, muitas vezes, informam a data da gravura ou o nome
da cidade em que foi impressa.
Prática semelhante acontecia no escudo da carrugem do arcano VII, onde eram adicionadas as iniciais
dos impressores. Confira as ilustrações na parte final do texto O Carro.

Três de Ouros
Significados gerais
Indica uma expansão mental através de um trabalho construtivo e regenerador.
• Mental: Relação com grandes intuições, com revelações do conhecimento. É a
• (–): Abatimento, adiamentos.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Profissão, trabalho especializado. Também é considerada uma carta de nobreza, aristocracia, renome,
glória.
(-) Mediocridade, no trabalho e em outras atividades ou expressões, imaturidade, mesquinhez,
fraqueza.
• Representa nascimento, grandeza de alma, nobreza, celebridade, renome. Indica fortuna por
empreeendimentos habilmente dirigidos, pelo trabalho e pela genialidade.

Quatro de Ouros
Significados gerais
Simboliza o ideal interior do homem, que dirige suas manifestações em todos os
planos, dando força realizadora.
• Mental: Grandes inteligências organizadoras e realizadores, capazes de
concretizações importantes.
• Anímico: Realização impessoal, como é o caso do serviço à coletividade. Em
assuntos comuns representa uma corrente superior que pode ultrapassar a
capacidade de utilização pelas pessoas envolvidas.
• Físico: Negócios importantes, com grande repercussão. Boa saúde, vitalidade
excelente, longevidade.

Interpretações usuais na Cartomancia

• A segurança da posse, doação, legado, herança.


(-) Suspensão, retardamento, oposição.
• Significa recompensa, presente, legado, herança, generosidade, benefício. Representa aquisição certa
de riqueza, fortuna estável.

Cinco de Ouros
Significados gerais
Indica o homem diante das solicitações de sua consciência ativa em todos os
domínios, utilizando sua capacidade construtiva com uma atividade harmoniosa e
equilibrada.
• Mental: Ganhos em movimento. Projetos que tomam corpo.
• Anímico: Afinidades que podem levar às parcerias e casamento. Afeições
fortalecidas.
• Físico: Lucro assegurado, aumento de clientela. Segurança quanto à saúde.
• (–): Diminuição do impulso, mas sem impedir a realização dos propósitos.

Interpretações usuais na Cartomancia


• A carta prediz acima de tudo contratempos materiais. Para alguns cartomantes, é uma carta de amor e
amantes – esposa, marido, amigo, amantes; também concordância, afinidade.
• (-) Desordem, caos, ruína, discórdia, devassidão.
• Pode indicar ainda pensamentos, inspiração, idéia. Dissipação, prodigalidade, idéias variáveis.

Seis de Ouros
Significados gerais
Representa o aperfeiçoamento interno que o homem realiza através do esforço de
conciliação das correntes do Alto com as de baixo, que permite o equilíbrio nas
realizações.
• Mental: Esforço ou sacrifício necessário ao sucesso. Capacidade para realizar as
tarefas difíceis quando a obrigação se apresenta.
• Anímico: Renúncia a si mesmo; abnegação afetiva.
Interpretações usuais na Cartomancia
• Presentes, donativos, gratificação. Atenção, vigilância; também o tempo aceito, prosperidade
presente.
• (-) Desejo, cobiça, inveja, ciúme, ilusão.
• Indica aspirações, ambições, esperanças, desejos. Denota bens inesperados, porém perigo de perdê-
los por meio de falsos amigos.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 2 - Trevo. Significa o chamado para tomar ciência da importância de manter a
confiança e de buscar a sabedoria interior para enfrentar as situações adversas da vida
(Trevo), e, ao mesmo tempo, exercitar sua capacidade compartilhar: dar e receber,
proteção, generosidade, bondade; prenuncia uma provável entrada de recursos (6 de
Ouros). [G. Spacassassi - Resumos]

Sete de Ouros
Significados gerais
Indica o estímulo ao homem para a ação e as decisões que deve tomar a fim de
modificar por si mesmo um estado instável.
• Mental: Enorme atividade de espírito com facilidade de exposição e de
organização.
• Anímico: Brilho nos sentimentos, vibração incomum, que pode atingir as massas.
• Físico: Empreendimentos de envergadura e grande atividade. Saúde rica por seu
dinamismo interno.
• (–): Lentidão, entorpecimento. Parada e até falência.

Interpretações usuais na Cartomancia


• De um modo geral, trata-se de uma carta de dinheiro, negócios, trocas. Pode representar inocência,
candura, purificação; mas também é interpretada como indicadora de discussões, brigas.
• (-): Ansiedade relativa a dinheiro que se pode querer emprestar.
• Significa boas notícias, dinheiro, riqueza, compra, especulação, negócio. Indica fortuna adquirida pelo
trabalho pessoal.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 12 - Corujas. É o momento de enfrentar a dor com sabedoria, humor e inteligência,
sem se deixar dominar pelas emoções neste momento. Somos convidados a compartilhar
nossas dificuldades com alguém: um amigo ou profissional da área (Corujas), pois só assim
poderemos encarar a difícil tarefa de tomar uma decisão adequada diante de um impasse (7
de Ouros). [G. Spacassassi - Resumos]
Outros significados do Sete de Ouros
• Enquanto espera... Prem Mangla descreve algumas situações representantivas do Sete de Ouros e os conselhos que a
carta indica: Criar pausas

• Significados do Sete de Ouros. Texto de Valéria Fernandes: Escolhas e decisões

• Os pássaros: elementos simbólicos da cartomancia. Emanuel J. Santos examina o detalhe das aves na Imperatriz,
Imperador, Estrela, Mundo e na carta 12 do baralho Lenormand: Os pássaros

• O naipe de ouros no tarô de Waite. Apresentação de Vera Chrystina com indicações dos significados práticos das
cartas: Arcanos de 1 a 10 e Figuras da corte

Oito de Ouros
Significados gerais
Simboliza a compreensão do homem que, ao comparar o que está no Alto com o
que está embaixo, atua do conhecido para o desconhecido, recebendo à medida
que dá.
• Mental: Necessidade de um esforço exatamente proporcional ao que se deseja
obter. As coisas não acontecem por si mesmas: é preciso de esforços para obter
um resultado.
• Anímico: Proporciona segurança, mais na amizade do que no amor. Não é um
arcano sentimental.
• Físico: Trocas proporcionais. Empreendimentos bem encaminhados,
principalmente do ponto de vista comercial.

• (–): Perturbações no andamento dos projetos.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Trabalho, emprego, encargo, artesanato, habilidade em ofícios e negócios, talvez na fase preparatória.
• (-) Ambição frustrada, vaidade, avidez, extorsão, usura. Pode significar ainda a habilidade ou um
espírito engenhoso voltado para a astúcia e a intriga.
• Representa posição, emprego, processo, contestação. Significa perigo de roubo, grandes esperanças,
porém pouco resultado, estando a posição sujeita a dificuldades.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 33 - Chave. Indicada a oportunidade para aprender que o êxito, o crescimento e o
sucesso dependem, única e exclusivamente, de nosso empenho e dedicação em enfrentar e
equacionar eficientemente os problemas que surgem pelo caminho (Chave); muitas vezes,
para atingir nossa meta, somos forçados a parar, retroceder e nos submeter a um novo
aprendizado para nos reciclar (8 de Ouros). [G. Spacassassi - Resumos]

Nove de Ouros
Significados gerais
Representa o trabalho amplo, altruísta e equilibrado do homem com a finalidade de
sua união com o mundo.
• Mental: Conhecimentos vastos, aprofundados. Inteligência que se abre a
concepções amplas, à filosofia, aos ensinamentos.
• Anímico: Sentimentos ricos, elevados. Também amores à primeira vista, intensos.
Brilho.
Interpretações usuais na Cartomancia
• Prudência, segurança, sucesso, consecução, certeza, discernimento.
• (-) Trapaça, decepção, projetos vãos, má fé.
• Pequeno atraso nos negócios, êxito, segurança, realização. Significa fortuna proveniente de
falecimentos, fontes misteriosas e estudos científicos.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 8 - Caixão. Representa a oportunidade para entender que as grandes
transformações, o fim de um estágio ou ciclo, as perdas de todo tipo (Caixão) constituem
um teste para avaliar nossa capacidade de autossuficiência, forçando-nos a descobrir novas
formas de canalização de nosso potencial criativo que, no final, gerarão muito prazer e
contentamento (9 de Ouros). [G. Spacassassi - Resumos]

Dez de Ouros
Significados gerais
Simboliza a totalização harmoniosa que permite ao homem penetrar no fundo de
algumas coisas e organizá-las para o bem de outras.
• Mental: Espírito universal, sábio, conhecedor dos princípios da matéria.
• Anímico: Brilho, amor pelas grandes causas, apoteose.
• Físico: Saúde, beleza, harmonia física. Empreendimentos que envolve discussões
especiais, em laboratórios, centros de estudo. Ponto de vista coletivo e não
individual.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Lucros, riquezas; assuntos de família, arquivos, descendência, domicílio

de uma família. Às vezes, oportunidades, donativos, dotes, pensão.


• (-) Fatalidade, perda, assalto, jogos de azar.
• Representa dinheiro, ganho, retribuição, casa, residência, família, bens imóveis, grande alegria,
mudança. Aquisição de bens pelo trabalho, êxito em propriedades e terras.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 26 - Livro. É o momento oportuno para analisar a nossa relação com os estudos, o
esforço intelectual e a dedicação ao trabalho, que ampliam nossos horizontes e possibilitam
o crescimento (Livro), constituindo uma forma segura para alcançarmos a paz, a harmonia,
a segurança e a prosperidade almejada (10 de Ouros). [G. Spacassassi - Resumos]

Mais estudos sobre os Naipes de Ouros


• Introdução. Compílação preparada por Constantino Riemma com a finalidade de oferecer um resumo bem simples dos
significados mais comumente encontrados sobre as figuras: Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• Arcanos Menores. Jaime E. Cannes apresenta as 56 cartas em um resumo bem didático, ilustrado com o Osho Zen
Tarot: Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• O naipe de ouros no tarô de Waite. Apresentação de Vera Chrystina com indicações dos significados práticos das
cartas: Arcanos de 1 a 10 e Figuras da corte

• Naipe de Ouros - Curso de Tarot para Iniciante - módulo 2. Apostila de Vera Vilanova sobre as cartas numeradas e
da corte: Arcanos menores - Ouros

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen: Cartas da Corte

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz um resumo para: Iniciantes
As cartas numeradas do naipe de ESPADAS
Compilação de
Constantino K. Riemma

O Tarô é um estímulo para desenvolvermos a arte da linguagem


simbólica. Reduzi-lo a um mero receituário factual diminui sua riqueza. Por essa
razão é importante ressaltar que os significados apresentados a seguir constituem
apenas um simples resumo do que se encontra nos manuais de cartomancia.
Estudos de aprofundamento podem ser linkados no correr dos textos abaixo.

Ás de Espadas
Significados gerais
Representa a força ativa que o homem desenvolve com firmeza e
compreensão para o triunfo de seu ideal.
• Mental: Esclarecimento intelectual, precisão e clareza.
• Anímico: Ausência de sentimentalismo. Esta carta coloca o
sentimento apenas na fé, no misticismos ou nas convicções
profundas.
• Físico: Saúde. Desenvolvimento progressivo. Bom estabelecimento
das coisas. Recuperação do potencial nervoso.
• (–): Preguiça mental. Displicência. Falta de energia. Debilidade.

Interpretações usuais na Cartomancia

• Triunfo, o grau excessivo de tudo, conquista, vitória pela força. É uma carta de grande
força, tanto no amor como no ódio. A coroa pode ter um significado muito mais alto do
que tem habitualmente na esfera da leitura da sorte. Também é interpretada como
concepção, nascimento, aumento, multiplicidade.
• (-) Triunfo, mas os resultados são desastrosos. Em certos casos significa violência.
Interrupção brusca da vida.
• Relações, encadeamento, conquista, êxito no amor, paixão, vantagens conquistadas à
força. Seguida por Dez e Nove de Espadas, denota notícia de morte, grandes tristezas,
traições íntimas, roubo. Indica grandes lutas, empreendimentos que se realizarão, apesar
dos obstáculos.
No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:
Carta 29 - Dama. Se o consulente for uma Mulher indica que está sendo
convidada a se repensar como “Mulher”: avaliar se está conseguindo
harmonizar e equilibrar seu gênero biológico, feminino (Dama), com os
aspectos racionais e masculinos no íntimo de seu ser (Ás de Espadas).
Se for um Homem: representa o chamado para repensar seus conceitos a
respeito das mulheres, ou admitir que o desafio que enfrenta no momento
depende da ação, apoio ou ajuda de uma mulher. [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Ás de Espadas


• Ás de Espadas, a força do elemento ar. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

• A imagética dos Ases. Glória Marinho faz um estudo dos quatro ases, de seu simbolismo em relação a
cada naipe e dos significados nas tiragens das cartas : O aval para as cartas numeradas

Dois de Espadas
Significados gerais
Representa a interrupção de uma ação concreta, com vistas a um
posterior enriquecimento, que se destina a amadurecer este
empreendimento.
• Mental: Equilíbrio estático. Ausência de atividade.
• Anímico: Riqueza de sentimentos em potencial.
• Físico: Negócios frustrados, obstáculos, prostração. Hipertensão,
circulação lenta.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Boa parte dos cartomantes não vê harmonia e outros significados muito favoráveis no
naipe de Espadas, com relação aos assuntos humanos.
• (-): Impostura, falsidade, duplicidade, deslealdade.
• Denota rivalidades, afeição, ternura, simpatia, atração, afabilidade, benevolência.
Representa proteção contra os inimigos, grandes lutas por associações.

Três de Espadas
Significados gerais
Indica o trabalho ativo da consciência determinando ações precisas.
• Mental: Decisão, afastamento da hesitações.
• Anímico: Desprendimento, nitidez nos sentimentos, clara perspectiva
das coisas.
• Físico: Apoio, aporte de energia. Evolução clara e direta nos
negócios. Saúde muito boa.
• (–): Em caso de doença, pode indicar obstáculos, demora na cura.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Remoção, ausência, demora, divisão, rompimento, dispersão.

• (-): Alienação mental, erro, perda, distração, desordem, confusão.


• Afastamento, partida, ausência, incidente, atraso, horror, desprezo, aversão, antipatia.
Luta, controvérsia, desgosto, situações embaraçosas.

Quatro de Espadas
Significados gerais
A alegria, o ardor interior do ser humano, criado através do trabalho e
da atividade construtiva.
• Mental: Riqueza de fluidez.
• Anímico: Sentimentos seguros e profundos; união sem perturbação.
• Físico: Criação, organização com grande potencial, que permite a
realização de qualquer empreendimento. Assuntos muito ricos em
espiritualidade.
• (–): Desgosto, depressão, tristeza, sentimento que se empana e
extingue.

Interpretações usuais na Cartomancia

• Vigilância, retiro, solidão, repouso do ermitão, exílio, túmulo e féretro. Boa administração,
circunspecção, economia, avareza, precaução, testamento.
• Indica solidão, retiro, ermida, segurança, vigilância, economia, boa conduta. Afastamento
da vida social, em conseqüência de contrariedades e desgostos.

Outros significados do Quatro de Espadas


• Quatro de Espadas: da desistência à meditação. Giancarlo Kind Schmid mostra as conexões da carta
no tarô Rider-Waite com simbolos das artes marciais : Reflexões sobre a Arte da Guerra

Cinco de Espadas
Significados gerais
Decisão tomada pelo homem para acabar com as dificuldades trazidas
por sua estagnação no mundo material.
• Mental: Pensamento instintivo, claro. Decisão. Percepção
compreensiva dos acontecimentos.
• Anímico: Tende a ver o lado intelectual dos problemas psicológicos.
ou interrupções muito sérias.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Degradação, destruição, revogação, infâmia, desonra, perda. Enterro e funerais.
• Roubo, perda, engano, falsidade, desperdício, destruição, detrimento, diminuição,
infelicidade, desonra, infância, sedução. Idéias fixas, vinganças, perigo de ruína por uma
idéia má.

Seis de Espadas
Significados gerais
Atividade mental do ser humano dirigida por ele para realizar a
organização e a conciliação das forças materiais.
• Mental: Idéias criativas, percepção de empreendimentos a serem
realizados, início de idéias renovadoras.
• Anímico: Proteção efetiva e reconfortante. Relações práticas entre as
pessoas.
• Físico: Gestação, maternidade. Negócios que se desenvolvem com
equilíbrio. Harmonia. Segurança.
• (–): Desordens materiais. Problemas nos negócios. Prejuízos e
diminuições. Afinidades com o lado mal e com a discórdia.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Viagem por água, roteiro, caminho, mensageiro, comissão, expediente. Declaração,
confissão, publicidade. Também pode ser uma declaração de amor.
• Indecisão, instabilidade, caminho, passagem, viagem, passeio. Enviado, mensageiro.
• (-): grandes desgostos por falta de firmeza e de iniciativa. Contudo é favorável para as
viagens e as notícias.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 19 - Torre. Momento para aprender a desenvolver a capacidade de
reflexão e análise para melhor equacionar os problemas da vida,
provavelmente como este que está sendo enfrentando (Torre), para só então,
depois da preparação necessária, partir para a luta, enfrentando os desafios
com firmeza e dignidade (6 de Espadas). [G. Spacassassi - Resumos]

Sete de Espadas
Significados gerais
Representa a prova a que o ser humano é obrigado a se submeter para
tomar ciência de um saber sem o qual não conseguiria penetrar em
seu sentido interior.
• Mental: Compreensão das coisas, idéias claras, julgamento
equilibrado.
• Anímico: Harmonia, psiquismo, altruísmo, união, concordância de
pontos de vista.
• Físico: Encaminhamento harmonioso, bons resultados.
• (–): Depressão, dúvidas, falta de inspiração, tentativas tímidas para
se libertar.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Intenção, tentativa, desejo, esperança, confiança; também briga, um plano que pode
falhar, aborrecimento. Bom conselho, instrução.
• (-) Calúnia, tagarelice.
• Significa catástrofe imprevista, queda de lugares elevados, perda de posição, numerosas
No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:
Carta 27 - Carta. Alerta para estarmos atentos aos acontecimentos
inesperados, revelações, convites; e para tomarmos conhecimento de novos
aspectos ou fatos de uma dada questão ou situação que está sendo revelada
(Carta) e que nos obriga, neste momento, a agir com discrição, tato,
diplomacia e até absoluto sigilo, a fim de evitar problemas maiores ou perdas
irreparáveis (7 de Espadas). [G. Spacassassi - Resumos]

Oito de Espadas
Significados gerais
Esforço de libertação do homem através de uma evolução interior,
resultante de suas atividades mentais, como uma recompensa dada
pelo destino.
• Mental: Elevação de espírito, compreensão do esforço espiritual, do
impulso místico.
• Anímico: Desinteresse, amor dirigido às massas, apostolado.
• Físico: Estabilidade na ação, melhores resultados mais de ordem
espiritual que material
• (–): Estagnação devido a uma posição alcançada, que deverá ser
rompida para estender-se em outras direções.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Más notícias, grande aborrecimento, crise, censura, obstáculos, conflito, calúnia; também
doença. Inquietação, dificuldade, oposição, acidente, traição; o que é imprevisto;
fatalidade.
• Crítica, posição duvidosa, conflito, combate, portador de más notícias. Se for seguida de
Sete de Ouros e se estiver junto de uma figura qualquer, representa lágrimas, discórdia,
perda de emprego e de prestígio. Perda de processo, condenação, desgostos, ansiedade.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 20 - Jardim. Oportunidade para defender o espaço pessoal das
invasões externas; desenvolver a capacidade de cuidar e defender o próprio
domínio, e, ao mesmo tempo, nutrir e proteger os que lhe são caros (Jardim)
até mesmo diante de situações adversas e opressivas, quando o medo dificulta
uma ação adequada e justa (8 de Espadas). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Oito de Espadas


• O Oito de Espadas e o medo da morte. Reflexões de Cris Muiños sobre a aceitação ou não do cenário
proposto pelo 8 de Espadas no Waite Tarot : O medo de morrer e o medo de viver

• Jardim x Colheita. Baralho Cigano e Orixás. Observações de Alexsander Lepletier sobre o baralho
Lenormand na Europa e sua versão como Baralho Cigano no Brasil : O Jardim e a Árvore

• Vícios. Emanuel J. Santos mostra o Oito de Espadas na luta contra o vício de fumar : Cigarro

• Escolher. Valéria Fernandes comenta mais significados desta carta em : Escolhas e decisões
• Carta 20 - Jardim, no baralho Petit Lenormand. Geraldo Spacassassi apresenta os significados do
Oito de Espadas no também conhecido como "Baralho Cigano" : Texto completo

Nove de Espadas
Significados gerais
Representa a necessidade do homem realizar um trabalho
perseverante para se livrar daquilo que significaria uma estabilidade
Interpretações usuais na Cartomancia
• Morte, fracasso, malogro, atraso, decepção, desaponto, desespero. Prisão, suspeita,
dúvida, temor fundado, vergonha.
• Decepção, desengano, atraso em negócios. Sendo seguida de Nove de Ouros ou de Ás de
Paus, denota dinheiro que será recebido com atraso. Indica também desgosto, lutas
misteriosas, perigo de morte, moléstia grave, envenenamento, inimizades poderosas. É
necessário prudência e discrição para vencer obstáculos.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 35 - Âncora. Representa o momento para compreender que a
segurança e a estabilidade, material e emocional, resultam unicamente da fé;
de um sistema de crenças, flexível e sem fanatismo, que possa nos orientar e
servir de apoio para levar à vitória (Âncora). Isso é verdadeiro quando as
situações pressionantes da vida, que geram toda sorte de medos, ansiedades,
culpas e sofrimentos, tentam inibir nossa capacidade de reagir e vencer (9 de
Espadas). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Nove de Espadas


• A culpa e o Tarô. Vanessa Mazza Furquim fala do Nove de Espadas : Significados

• Fé, Esperança e Caridade no Petit Lenormand. Emanuel J. Santos associa as virtudes teologais a
três cartas : Cruz (Seis de Paus), Âncora (Nove de Espadas) e Coração (Valete de Copas)

Dez de Espadas
Significados gerais
Representa o senso anímico do homem que, quando iluminado pelo
equilíbrio harmonioso de suas experiências, pode agir com
conhecimento de causa e consegue realizar à sua volta envolvimentos
afetivos, que cuidam e protegem suas criações.
• Mental: Julgamento eqüitativo, humanitário.
• Anímico: Satisfação e acordo místico, principalmente sentimento,
num amor depurado. Afeição muito elevada.
• Físico: Atitude feliz diante dos acontecimento, através de
autodomínio e de equilíbrio sentimental. Negócios ajudados
providencialmente. Saúde que precisa mais de apoio nervoso do que
físico; possibilidade de anemia.

• (–): Desordem sentimental que falseia o julgamento.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Sofrimento, aflição, lágrimas, tristeza. Vantagem, lucro, sucesso, mas nada permanente.
Poder e autoridade
• Lágrimas, tristezas, lamentos, aflição. Alternativas de lucros e perdas, infortúnios,
desgostos e moléstias.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 3 - Navio. É uma indicação para dar um novo rumo à vida; a explorar
novos horizontes (Navio). Felizmente você sobreviveu; o grande desafio
terminou, apesar de tê-lo deixado sem energias, sentindo-se frustrado e sem
muitas esperanças (10 de Espadas). [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Dez de Espadas


• 10 de Espadas: todo fim é doloroso? Giancarlo Kind Schmid expõe diferentes percepções e
entendimentos da décima carta do naipe de Espadas : O Dez de Espadas ou Gládios

Mais estudos sobre o Naipe de Espadas


• O Naipe das Espadas nas Previsões e Reflexões do Tarot . Vídeo no
Youtube com João Caldeira da Casa de Tarot de Lisboa e Constantino K.
Riemma do Clube do Tarô de São Paulo em trocas sobre o naipe de
Ar : Significados simbólicos e pontos críticos

• Figuras da corte no naipe de Espadas. Apresentação de Christiane Carlier na Jornada sobre os


Arcanos Menores promovida pelo Clube do Tarô : As figuras de Espadas

• Arcanos Menores. Jaime E. Cannes apresenta as 56 cartas em um resumo bem didático, ilustrado com
o Osho Zen Tarot : Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• As Espadas de Crowley: as cartas numeradas no Thoth Tarot . Emanuel J Santos reflete sobre os
desafios levantados pelo baralho de Aleister Crowley e Frieda Harris : As cartas numeradas do naipe de
Espadas de Crowley-Harris

• Das cimitarras bastardas: para o estudo do naipe de Espadas nos baralhos clássicos. Emanuel J
Santos encara, com bom humor, o desafio de refletir sobre os arranjos das espadas no desenhos antigos
do tarô e associá-las à prática da cartomancia : Espadas bastardas

• O peso da Espada: tarô de Arthur Waite. Emanuel J Santos estuda o naipe de Espadas no Tarô de A.
Waite com P. Smith e relata sua conclusões : As cartas numeradas do naipe de Espadas no tarô Waite-
Smith

• Uma reflexão sobre o Naipe de Espadas: Instinto. Ivan Mir apresenta sua versão sobre as
correlações entre os quatro elementos e os naipes com foco nas cartas de espadas : Instinto

• O Naipe de Espadas e as Quatro Nobres Verdades . O texto de Marcelo Bueno tem o mérito de
indicar uma série de significações sutis do naipe em ressonância com outras linguagens simbólicas e
ensinamentos : Espadas e o ensinamento do Buda

• Caminhos de Liberdade, por Betoh Simonsen : Naipe de Espadas e os Cavaleiros

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen : Cartas da Corte

As cartas numeradas do naipe de COPAS


Resumos compilados por
Constantino K. Riemma

O Tarô é um estímulo para desenvolvermos a arte da linguagem


simbólica. Reduzi-lo a um mero receituário factual diminui sua riqueza. Por essa
razão é importante ressaltar que os significados apresentados a seguir constituem
apenas um simples resumo do que se encontra nos manuais de cartomancia.
Estudos de aprofundamento podem ser linkados no correr dos textos abaixo.

Ás de Copas
Significados gerais
Representa no ser humano a elaboração íntima das riquezas adquiridas
em todos os plano do sentimento.
• Mental: Julgamento claro, inspirado, contra o qual não há recurso.

• Anímico: Beleza de sentimentos, que se elevam acima da observação


pessoal. Altruísmo, obras filantrópicas. Educação das massas.

• Físico: Contato com as coisas elevadas no plano material. Grandes


empreendimentos. Produções artísticas geniais.

• (–): O ser se prende à matéria e perde a espiritualidade.


Materialismo. Ou se perde em sonhos irrealizáveis.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Casa do verdadeiro coração, alegria, contentamento, permanência, nutrição, abundância,
fertilidade. Mesa Sagrada, felicidade ali reinante.
(-) Casa do falso coração, mutação, instabilidade, revolução.

• Representa casa, residência, mesa, festim, alimento, nutrição, convivas, perseverança,


assiduidade, coragem. Em assuntos de amor, denota perigo de sedução, paixão violenta e
invencível.
No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:
Carta 28 - Cavalheiro. Se o consulente for um homem indica que está sendo
convidado a se repensar como “Homem”: avaliar se está conseguindo
harmonizar e equilibrar seu gênero biológico, masculino (Cavalheiro), com os
aspectos emocionais e femininos no íntimo de seu ser (Ás de Copas).
Se for uma mulher: indica o chamado para repensar seus conceitos a respeito
dos homens; ou aceitar que o desafio que você enfrenta no momento depende
da ação, apoio ou ajuda de um homem. [G. Spacassassi - Resumos]

Outros significados do Ás de Copas


• Ás de Copas, a força do elemento água. Texto de Jaime E. Cannes : A figura e sua mensagem

• A imagética dos Ases. Glória Marinho faz um estudo dos quatro ases, de seu simbolismo em relação a
cada naipe e dos significados nas tiragens das cartas : O aval para as cartas numeradas

• Carta 28 - Cavalheiro, no baralho Petit Lenormand. Geraldo Spacassassi apresenta os significados


da Ás de Copas que também se aplicam ao Baralho Cigano : Texto completo

Dois de Copas
Significados gerais
Representa o impulso dos desejos materiais que se desagregam e
nutrem as tendências instintivas e egoístas, mas que deixam
experiências, fonte de uma evolução futura.
• Mental: Esclarecimento após um período de obscuridade.

• Anímico: Força íntima, sólida, sobre a qual se pode apoiar, a menos


que se transforme em paixão devoradora.

• Físico: Assuntos ricos em potencial, necessitando de uma ação


externa para se revelar. Saúde equilibrada, se estamos bem;
estacionária se estamos doentes.

• (–): Desordem ou complicações sentimentais nos relacionamentos.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Amor, paixão, amizade, afinidade, união, concórdia, simpatia, interação dos sexos.
Também aquele desejo que não está na Natureza, mas pelo qual a Natureza é
santificada.

• Indica amor, paixão, inclinação, simpatia, atração, amizade, afeição, benevolência, união,
concórdia.
(–): No amor, este arcano significa que trará rivalidades e obstáculos.
Três de Copas
Significados gerais
Representa a sublimação de uma receptividade instintiva em riquezas
dos sentimentos superiores.
• Mental: Penetração espiritual para organizar assuntos materiais.
• Anímico: Realização psíquica.
• Físico: Aporte espiritual. Encarnação do espírito na matéria.
• (–): Materialismo. Superficialidade. Apego excessivo à matéria.

Interpretações usuais na Cartomancia


• A conclusão de algo com plenitude, perfeição e deleite; desfecho
feliz, vitória, consecução, alívio, saúde. Expedição, despacho,
consumação,
fim. Também significa o lado do excesso no gozo físico e os prazeres dos sentidos.

• Êxito, ciência, vitória, cura, alívio, realização, expedição, despacho, conclusão,


descoberta, achado. Novas afeições, ternura, poesia, realização de esperanças, amor
delicado por uma moça de grandes qualidades.

Estudos sobre o Três de Copas


• O Três de Copas e o cinema. Fábio Leite Monteiro comenta uma pesquisa sobre o idealismo romântico
de algum filmes e estabelece relações com o Três de Copas : Os filmes românticos

Quatro de Copas
Significados gerais
Simboliza as reservas que o ser humano acumula através de seus
esforços físicos e que para ele se traduzem em proveito quanto a
qualidade e duração.
• Mental: Confiar na intuição e agir sem se perder em análises.
• Anímico: Realização psíquica, contribuições favoráveis e estáveis.
• Físico: Negócio bem estabelecido, bem organizado, que promete ser
estável e duradouro. Segurança quanto à saúde.
• (–): Estagnação, atravancamento, problemas circulatórios.

Interpretações usuais na Cartomancia

• Cansaço, desgosto, aversão, vexames imaginários. Presentes são oferecidos ao


perdulário, mas não lhe trazem consolo. Novidade, novas referências, novas relações.

• Parentesco, família, meio social. Amores sólidos e duráveis, amizades úteis, realização
das esperanças, aproximação de uma grande alegria.

Cinco de Copas
Significados gerais
Representa, por parte do homem, a organização das percepções e da
sensibilidade absorvidas nos níveis mais profundos, para dar impulso
aos sentimentos materiais e atingir o plano espiritual.
• Mental: Clareza de concepção. Domínio sobre os elementos
presentes.

• Anímico: Impulso místico, ternura maternal, sacrifício por amor,


impregnação pelo amor universal.

• Físico: Nos negócios traz segurança para orientar os acontecimentos


ou para dirigir os assuntos com sutileza. Na saúde indica vitalidade
delicada, saúde frágil sustentada por uma grande força de espírito e
pelo equilíbrio nervoso.
• (–): Interrupção na evolução, efeitos graves, tristeza, desânimo, angústia, desespero.

Interpretações usuais na Cartomancia


• É considerada uma carta de perda, mas algo permanece; é uma carta de herança,
patrimônio, transmissão, mas que não corresponde às expectativas. Também é vista
como uma carta de matrimônio, mas não sem amargura ou frustração. Notícias, alianças,
afinidade, consangüinidade, ancestralidade, regresso, falsos projetos.

• Legados, heranças, donativos, patrimônio, testamento. Em assuntos de amor, este


Arcano denota contrariedades e questões. Para um homem: perigos por uma mulher.
Para uma mulher solteira: perigo de sedução.

Seis de Copas
Significados gerais
Representa a evolução dos instintos, dos sentimentos e das intuições
que o homem busca pra realizar o equilíbrio de suas percepções.
• Mental: Julgamento ativo, sólido, completo, definitivo e benéfico,
pois o Arcano representa uma harmonia entre o espiritual e o
material.
• Anímico: Sentimentos fortes, protetores, equilibrados.
• Físico: Negócio estável, garantido, quase inabalável. Saúde robusta,
com tendência a excesso de sangue
• (–): Mal-estar, lentidão, mas momentâneos.

Interpretações usuais na Cartomancia

• Uma carta do passado e de lembranças, olhando para trás, para a infância; felicidade,
prazer, porém vindo do passado. Também novas relações, novos conhecimentos, novos
ambientes. O futuro, renovação, que passará logo.

• O passado, o anterior. Novas ralações, novos conhecimentos, novo meio. Má escolha no


casamento, por influência de parentes; abandono ou ruptura de casamento.
No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:
Carta 16 - Estrelas. Indica que somos chamados a entender que o êxito e a
boa sorte dependem da canalização adequada de nosso potencial criativo e do
quanto confiamos em nosso brilho pessoal (Estrelas); se estivermos
enfrentando uma crise é sinal de que devemos parar e meditar seriamente a
fim de identificar o que gera algum sentimento de culpa que nos bloqueia e,
imediatamente, adotarmos medidas corretivas (6 de Copas). [G. Spacassassi
- Resumos]

Sete de Copas
Significados gerais

Simboliza o desejo de expansão do homem, a compreensão e a


Interpretações usuais na Cartomancia
• Belos favores, imagens de reflexão, sentimento, imaginação, coisas vistas no espelho da
contemplação; mas nada é sugerido de permanente ou substancial. Desejo, vontade,
determinação, projeto.

• Pensamento, alma, espírito, entendimento, reflexão. Êxito por meio de uma mulher,
felicidade pelo encontro de uma mulher amorosa, porém depois de muitas lutas e
peripécias.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 5 - Árvore. Indica o momento de buscar o crescimento e a
prosperidade pessoal, que dependem do equilíbrio correto dos aspectos
materiais e espirituais da existência e de se guiar por princípios éticos e
morais, aliados à avaliação criteriosa e racional das possibilidades e dos
recursos disponíveis (Árvore), ao invés de permanecer iludido, esperando um
milagre, fantasiando, ligado apenas à aparência e glamour das coisas ou
pessoas (7 de Copas). [G. Spacassassi - Resumos]

Estudos sobre o Sete de Copas


• A ligação estreita entre a Árvore, a Serpente e a Cruz no Tarô Cigano-Lenormand. Cynthia
Domingues reflete sobre a relação entre as três cartas : O quesito espiritual

Oito de Copas
Significados gerais
Representa uma clareza decorrente de um julgamento equilibrado e
seguro que, no entanto, o homem só consegue utilizar quando é
estimulado a abandonar sua passividade.
• Mental: Fixação nos pensamentos e idéias obsessivas.
• Anímico: Afeição de dois seres que não se libertam de si mesmos.
• Físico: Negócios estáveis, que vão bem, mas precisam evoluir.
Saúde: estado doentio que persistirá se não forem tomadas
providências.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Significa alegria, doçura, tumidez, honra, modéstia. Habitualmente a
carta
mostra o declínio de uma questão que foi considerada importante, mas é na realidade de
pouca significação, para o bem ou para o mal. Grande alegria, felicidade, deleite.
• Temor, modéstia, alegria, prazer, satisfação. Perigo de escândalos em amor, amores
proibidos, paixões violentas, divórcio, mau casamento, perigo de sedução. É favorável
aos negócios.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 32 - Lua. Representa o chamado para focalizarmos os aspectos
emocionais e cíclicos da vida; para refletirmos sobre a nossa necessidade de
reconhecimento e aprovação pública; para reconhecer e respeitar as nossas
reais necessidades interiores (Lua). Isto implica em desistir, renunciar alguma
coisa, pois a verdade dos fatos deve ser encarada e é preciso caminhar de
mãos vazias em direção ao desconhecido (8 de Copas). [G. Spacassassi - Resumos]
Nove de Copas
Significados gerais
Simboliza relações de alma harmoniosa do homem com o Mundo.
• Mental: Clareza de julgamento, pois o espírito se reveste de uma
inteligência baseado no conhecimento.
• Anímico: Aplicações na coletividade, obras altruísticas, em grupos e
congregações, e não individualmente.
• Físico: Negócios em franco progresso, equilibrados em todos os
aspectos. Saúde boa, cura de doença, temperamento resistente e
dotado de grande força nervosa.
• (–): Desordem ou confusão; persistência no erro.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Concórdia, contentamento, bem-estar físico. Vitória, sucesso, vantagem, satisfação para
o consulente ou para a pessoa para quem é feita a consulta. Verdade, lealdade,
liberdade; mas também erros, imperfeições, etc
• Vitória, êxito, ganho, triunfo, prosperidade, lealdade, boa-fé, franqueza, verdade. Indica
união com um velho ou com uma pessoa viúva, amores estranhos, celibato. É necessário
prudência nos desejos e na escolha das afeições, embora o conjunto seja favorável.

No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:


Carta 1 - Cavaleiro: É indicação para agir de forma correta e ousada. Abrir-se
para o novo e deixar o espírito de liderança guiar seus passos (Cavaleiro). O
momento possibilita a realização de um sonho, a concretização de um projeto
ou uma união afetiva (9 de Copas). [G. Spacassassi - Resumos]

Dez de Copas
Significados gerais

Representa o homem que, tendo completado seu trabalho,


volta-se pra a oração e pede a ajuda divina para seguir com
sucesso o novo caminho de sua evolução.
• Mental: Êxito no pensamento. Julgamento equilibrado.

• Anímico: Amor equilibrado, sadio. União que se completa em todos


os planos.

• Físico: Sucesso num empreendimento. Continuidade nos negócios. No


caso de um projeto, desfecho. Saúde magnífica.

• (–): Demoras.

Interpretações usuais na Cartomancia


• Contentamento, repouso de todo o coração; perfeição nesse estado; também perfeição
do amor e da amizade humana. Ao lado de várias cartas de figura, uma pessoa que está
defendendo os interesses do consulente; também a cidade ou o país habitado pelo
consulente.
(-) Falso repouso do coração, indignação, violência.

• Cidade, país, habitação, alegria, contentamento. Se estiver junto a várias figuras,


representa uma pessoa que se interessará pelo consulente. Vida feliz e rodeada de
afeições, família numerosa, muitos amigos e amores na mocidade, porém conservação
dos primeiros amores.
No Baralho Lenormand e Baralho Cigano:
Mais estudos sobre o Naipes de Copas
• O caminho do amor - as cartas de Copas no Tarô Mitológico. Titi Vidal apresenta uma síntese do
mito de Eros e Psiquê : As cartas de 1 a 10

• Arcanos Menores. Jaime E. Cannes apresenta as 56 cartas em um resumo bem didático, ilustrado com o
Osho Zen Taro t: Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• Das taças: um subsídio para o estudo do naipe de Copas nos baralhos clássicos . Uma tradução
sugestiva e original que Emannuel J Santos propõe : As cartas numeradas de Copas

• O vício do alcoolismo e as cartas de Copas. Um dos estudos de Emannuel J Santos para encontar
nexos entre os vícios e as carta : Oito, Sete e Quatro de Copas

• Introdução. Compílação preparada por Constantino Riemma com a finalidade de oferecer um resumo
bem simples dos significados mais comumente encontrados sobre as
figuras : Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen: Cartas da Corte

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz um resumo para : Iniciantes

• Água: a música celebra a vida. Simone Gomes Omega apresenta o simbolismo tradicional da Água
(Copas) e faz um link para o heavy metal : Wash Away The Poison e Holy Water

Arcanos menores: estudos de conjunto e relações


simbólicas

Estudos clássicos
• São raros os estudos de profundidade sobre os Arcanos Menores, à luz de um ensinamento
coerente, como fez G. O. Mebes em Os Arcanos Menores do Tarô como caminho
iniciático. Hermetismo Ético. Nesta obra, o autor trata do simbolismo, iniciações e
passos para a realização espiritual traduzidos pela seqüência dos naipes e das cartas
numeradas. Veja: G.O.M.

• Baseado na Árvore da Vida, da Cabala, Gareth Knight oferece um painel das significações superiores dos
arcanos em A Practical Guide to Qabalistic Symbolism. Veja excertos em Caminhos

Textos sobre o conjunto dos Naipes


• A viagem da Alma nos arcanos Menores. Artigo de Jaime E. Cannes indicando como a jornada
evolutiva pode ser retratada pela sequência das 40 cartas numeradas: A jornada no mundo prático

• Arcanos Menores - os mensageiros da Alma por Jaime E. Cannes. Apresenta os arcanos menores num
resumo bem diático. Ao identificar as quatorze cartas de cada naipe utiliza como ilustração o Osho Zen
Tarot: Os quatro naipes – Paus – Copas – Espadas – Ouros

• Curso de Tarô com Betoh Simonsen: Apresentação dos arcanos menores

• As figuras da corte e suas associações elementais. Texto de Leonardo Dias, tarólogo e responsavel
pelo blog "Descobrindo o Tarot": Os quatro elementos e a corte

• O Naipe de Espadas e as Quatro Nobres Verdades . O texto de Marcelo Bueno tem o mérito de
indicar uma série de significações sutis do naipe em ressonância com outras linguagens simbólicas e
ensinamentos: Espadas e o ensinamento do Buda
• Os naipes. Texto de Joana Trautvetter em que a taróloga apresenta as figuras por grupos de
personagens – Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes – e estabelece suas relações com o Tetragama da
Cabala. A ilustrações da própria autora: Os naipes dos arcanos menores

• Os cinco mundos interiores, Jaime E. Cannes. O significado simbólico e prático da predominância de


um ou de outro naipe na leitura das cartas. Para o autor, os arcanos maiores simbolizam o quinto
elemento da vida: Mundos

• Estágios evolutivos, G. O. Mebes. Uma seqüência dos naipes dos Arcanos Menores como modelo de
etapas de desenvolvimento: Estágios evolutivos

• As figuras da corte e os profissionais da saúde. Giancarlo Kind Schmid estabelece nexos entre os
Ases, os Naipes e as figuras da Corte com os sistemas e funções biológicas: Tarô e Saúde

Relações e aplicações simbólicas


• Bird Box - nossas prisões mentais. Giancarlo Kind Schmid reflete sobre pontes simbólicas do filme
com o Dois e o Oito de Espadas : Bird Box e cartas do naipe de Espadas

• Estilo e Moda no Baralho Cigano. Valéria Fernandes estabelece relações entre os estilos de vestir, de
andar, de olhar, com as cartas do baralho : Tendências e modismos estéticos

• Fé, Esperança e Caridade no Petit Lenormand. Apreciador do bararalho da


célebre cartomante francesa, o tarólogo Emanuel J Santospreparou um artigo em
que estabelece as relações entre três virtudes da tradição cristã com as cartas do
baralho Lenormand: Estudo de três cartas

• Lenormand, saúde e astrologia. Marcos Alexandre apresenta as relações das


cartas do baralho Lenormand com a saúde e símbolos astrológicos em The Secrets
of the Lenormand Oracle (Os Segredos do Oráculo Lenormand) de Sylvie
Steinbach, cartomante francesa radicada nos Estados Unidos: Saúde e astros

• Baralho Petit Lenormand e Baralho Cigano. Geraldo Spacassassi faz um


resumo das cartas para facilitar o estudo: Para os iniciantes

• Os Temperamentos e os Elementos como instrumentos de análise da Personalidade nos Arcanos


Menores. Ivan Mir ensaia correlações entre temperamentos e elementos: Referências

• Links para mais estudos •

• Os Naipes: Textos sobre o conjunto dos Naipes


O simbolismo do quatro: Textos sobre os fundamentos dos Naipes

• As Figuras: Os significados das Cartas da Corte

• As Cartas de 1 a 10: Estudos de conjunto e por naipes


As aplicações numerológicas: Os fundamentos dos símbolos numéricos
Cursos on-line no Clube do Tarô
• Jaime E. Cannes apresenta os arcanos menores e examina as suas 56 cartas em um resumo bem
didático, ilustrado com o Osho Zen Tarot: Arcanos menores: Paus, Ouros, Espadas e Copas

• Joana Trautveter trata especificamente das cartas que correspondem ao baralho tradicional em
seu Curso sobre os Arcanos Menores do Tarô e os Símbolos da
Cabala: Naipes: Paus, Copas, Espadas e Ouros. Figuras: Reis, Rainhas, Cavaleiros e Valetes

• Sarani Barrios, no curso dado em 2008 – Cartomancia Cigana – apresenta o modo próprio como os
ciganos da tradição Dohm organizam os significados atribuídos aos arcanos menores:
Os Arcanos Menores

O tarô em quadrinhos, mangá e cultura jóvem

Indicações de sites e de blogs para serem visitados

Flamara
Harry Potter Halvorsen
Tarot
Judit Farkas, artista digital
Desenhos de Ellygator inspirados de nacionalidade húngara,
em Harry Potter. recria os arcanos inspirados
em marionetes.
Galeria completa das 78 cartas,
em ótima resolução: Veja sua galeria:
www.ellygator.deviantart. www.flamarahalvorsen.
com/gallery/33789 deviantart.com

Ao lado O Mago Ao
lado O Anjo (Julgamento)

O Tarô de
Commissioned
Vanessa
Cards
Lynyrd-Jym Narciso,
desenhou um tarô As "Cartas Comissárias" de
"feminino" e Crispy-Gypsy seguem o
descompromissado, estilo clássicos das histórias
• Em Promethea do inglês Alan Moore, ilustrados por J. H. Williams III & Mick Gray, a personagem aprende
ocultismo e misticismo. E com o tarô: www.tarotpassages.com/images/PrometheaLovers.jpg e
www.enjolrasworld.com/Annotations/Alan%20Moore/Promethea/Metaphore_files/12pg3.gif

Vitor Torao Akeda


O ilustrador e quadrinista Vitor
Akeda apresenta em seu site trabalhos
inspirados nas cartas do
tarô: http://www.vitorakeda.com/#00e/tumblr
E uma reprodução dos 22 arcanos
maiores: www.behance.net/gallery/Tarot-de-
Marselha/1600107
Está presente no Clube do Tarô: Galeria Brasil
Ao lado, o Louco, um quadrinho e a Estrela

• Um tarô da série animada Simpsons da Fox: www.fuckyeahtarot.tumblr.com/post/3853230169

• Morbidly Adorable Tarot Deck (O Jogo de Tarô Morbidamente Adorável) foi criado por Misty Benson com
caveirinhas bem mumoradas: www.behance.net/gallery/Morbidly-Adorable-Tarot-Deck-Images-done-in-
2009/407397

• A Alta Sacerdotisa da ilustradora Ulafish: www.ulafish.deviantart.com/gallery/?q=tarot#/d2d5fss

• Jessica Cantlope e o Louco como personagem infantil: www.behance.net/gallery/The-Fool/274346

Exemplos de mangás (estilo de quadrinhos


japoneses)

Magic Manga
Manga Tarot
Tarot
A taiwanesa Selena
Criação da suiça Viviane-ch, Lin desenhou uma série de tarô
que informa ter seguido o no estilo Shojo, quadrinhos
estilo de Kaori Yuki japoneses para meninas.
Amostras em: www.viviane- www.aeclectic.net/tarot/
ch.deviantart.com/art/Magic- cards/manga-lin
Manga-Tarot-72159530
Ao lado A Justiça
Ao lado Três de Espadas

O Tarô Mangá Bloop Tarot


Riccardo Minetti & Anna Jogo de cartas desenhado
Lazzarini, criaram um tarô no por Noriyuki Kishi
estilo dos quadrinhos japoneses. O trabalho pode ser
Veja resenha em e apreciado
imagens: www.aeclectic.net/manga em: www.behance.netgallery
-minetti /
bloop-tarot-card/241107
Ao lado Os Namorados
Ao lado a Sacerdotisa
• O Imperador e o Hierofante por LunaticRoseX: www.lunaticrosex.deviantart.com/gallery/?q=tarot

• Criações da brasileira Gabriele Mayla de Souza: http://tablis.deviantart.com/gallery/?q=tarot

• Três cartas de Keiko Chan: www.3-keiko-chan-3.deviantart.com/gallery/?q=tarot#/d2ofdy3

• Um Louco bem elaborado: www.hellobaby.deviantart.com/gallery/?q=tarot

• Dois desenhos para colorir, de Stefanie Morin: www.psycho-kitty.deviantart.com/gallery/?q=tarot

• A Força do animador brasileiro Gureiduson: www.gureiduson.deviantart.com/gallery/?q=tarot#/ddkjs8

• O Eremita e a Imperatriz de Ismael Alabado Rodriguez: http://isalro.deviantart.com/gallery/?q=tarot

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