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Os Livros de Skyrim PDF
Os Livros de Skyrim PDF
Todo o material aqui encontrado foi retirado dos livros do jogo The Elder
Scrool V: Skyrim e traduzido para português em um projeto realizado no site
GameVicio por fãs brasileiros de The Elder Scrool V: Skyrim. Este e-Book está
sendo lançado com a autorização dos Administradores do projeto de tradução.
Tradutores:
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- Otho.Lord - Denes300
Revisores
JonhOliver – Gwibe
Diagramação e Design
JonhOliver
Sumário
A Rainha Loba Vol. 1 ..................................................................................... 6
A Rainha Loba Vol. II ................................................................................... 17
A Rainha Loba Vol. III .................................................................................. 24
A Rainha Loba Vol. IV ................................................................................. 33
A Rainha Loba Vol. V................................................................................... 41
A Rainha Loba Vol. VI ................................................................................. 47
A Rainha Loba Vol. VII ................................................................................ 51
A Rainha Loba Vol. VIII ............................................................................... 57
A Última Bainha de Akrash ......................................................................... 63
Biografia de Barenziah Vol. I ...................................................................... 70
Biografia de Barenziah Vol. II ..................................................................... 73
Biografia de Barenziah Vol. III .................................................................... 75
DE RERUM DIRENNIS .................................................................................. 80
O Luar de Lorkhan ...................................................................................... 86
A Rainha Loba Vol. 1
Por: Waughin Jarth
Escrito com a pluma do sábio Montocai, primeiro século da Terceira ERA
"Mas esqueça dele, sinto que deveria ter alguém de minha família
por perto, assim não pareceria um velho tolo depreciado pelas
pessoas mais próximas e queridas," disse o Imperador rosnando,
suspeitando, com razão, que este era o caso. "E a sua esposa? Onde
está ela e os meus netos?"
"Não me lembro de tal acordo", disse seu pai, "E você, meu
senhor?"
Potema ouviu um ruído estranho que supôs vir de seu avô, o velho
Imperador.
"Viu só?" disse o pai de Potema. "Eu disse que ele não existia."
"Mas é claro que não," admitiu com rapidez o Nórdico. "Mas o que
eu direi ao meu rei? Que ele não obterá a vinculação com a família
Imperial, e muito menos o ouro, que estavam estabelecidos no acordo
-- que ele e eu concordávamos existir?"
"Não queremos nenhum ressentimento entre o reino de Solitude e
nós," disse o Imperador, com a voz débil, porém clara o bastante. "E
se, ao invés disso, nós oferecêssemos ao Rei Mantiarco a nossa
neta?"
"Ela tem treze anos de idade," disse o seu pai. "Está com idade
suficiente para se casar."
"Ela seria uma cônjuge ideal para o seu rei," disse o Imperador.
"Devo reconhecer que, em minha opinião, ela é muito tímida e
inocente, mas tenho certeza que ela rapidamente iria compreender
com rapidez os costumes do cortejo, afinal de contas, ela é uma
Septim. Eu acho que ela daria uma excelente Rainha de Solitude. Não
tão empolgante, porém nobre."
"A neta do Imperador não é tão próxima dele quanto sua filha,"
disse o Nórdico, miseravelmente abatido. "No entanto, não vejo
motivos para recusarmos a oferta. Notificarei o meu rei a respeito."
"Por Lorkhan!" rugiu o pai dela. "Por que é que tudo neste lugar
está sempre fora do lugar? Volte para o Salão e continue procurando
até encontrá-lo!"
Potema olhou para o documento. Milhões de peças de ouro foram
prometidas ao Reino de Solitude caso a Princesa Galana não se
casasse com o rei. Ela poderia levá-lo até o seu pai, e talvez, como
recompensa, ele não a obrigasse a se casar com Mantiarco. Ou talvez
não. Ela poderia chantagear seu pai e o Imperador com ele, e ganhar
uma considerável quantia em dinheiro. Ou poderia apresentá-lo
quando se tornasse Rainha de Solitude para encher seus cofres, e
comprar qualquer coisa que quisesse. Com certeza, algo mais caro do
que uma Katana Daédrica.
82 da Terceira ERA:
97 da Terceira ERA:
"O que sabe do Oblivion um curador como você?" rosnou, mas com
voz mais calma e tranquila. A dor havia recuado. "Pode me dar o
espelho que arremessei em você?"
"Muito provável", disse ela olhando o seu reflexo. "E da próxima vez
não vou errar. Mas estou assustadora. É Lorde Vhokken, ainda
esperando no corredor?"
"Sim, Majestade."
"Bem, diga-lhe que só preciso arrumar o cabelo e logo o receberei.
E nos deixe só. Grito por você quando a dor voltar".
Sim, Majestade."
"Sim, me lembro."
"Não é muito amigo, meu ou seu, Alteza, mas deve dar ao homem
o devido respeito. Ele se move como um raio. Quase não se nota, mas
sempre parece demonstrar inabilidade e usa isso como vantagem para
se livrar dos oponentes. Dizem que aprendeu o estilo com os Orcs do
sul. Dizem que aprendeu com eles a antecipar um ataque inimigo com
algum tipo de poder sobrenatural."
Quatro horas depois, o rei Mantiarco entrou no quarto para ver seu
filho. A rainha sorriu fracamente quando ele lhe beijou a testa. Quando
ela lhe entregou a criança, uma lágrima correu pelo seu rosto. Logo,
outra e mais outra.
"Não?"
"Antíochus não é meu filho. Ele tinha onze anos quando me casei
com seu pai e nunca fomos íntimos. Acho que ser um provável
herdeiro atrapalhou seu crescimento. Ele é velho o suficiente para ter
uma família com filhos jovens, mas ainda gasta todo o tempo em
devassidão e prostituição. Suponho que não será um imperador muito
bom”, suspirou Quintilla e então se virou para Potema. "É ruim para a
família semear discórdia. É fácil dividirem-se, e muito difícil unirem-se
novamente. Eu temo pelo futuro do Império."
"Tudo isso soa só como palavras... Mãe, por acaso, não está
morrendo?"
"Você viu se...?" Potema parou, não querendo revelar muito sobre
seus planos, mesmo para sua mãe moribunda.
"Se vai ser Imperador? Sim, eu sei a resposta para isso também,
filha. Não tenha medo: Você vai viver para ver a resposta, de uma
forma ou de outra eu tenho um presente para ele quando for maior de
idade. “A Imperatriz viúva retirou um colar com uma joia única, grande,
amarela em volta do pescoço”. “É uma Pedra da Alma, infundida com
o espírito de um grande lobisomem que seu pai e eu derrotamos em
batalha há trinta e seis anos atrás”. Eu a encantei com magias da
Escola de Ilusão, tanto para seu charme quanto o que ele quiser
escolher. Uma importante habilidade para um rei”.
"O príncipe Antiochus é meu mestre", disse ele com uma voz morta.
"Eu sou seu espião."
"Não, senhora."
"Sim, senhora."
Assim que a janela foi fechada, houve uma batida na porta. Era
Spymaster. Sorriu para o príncipe e lhe entregou uma folha de papel.
"Acho que isso será útil, sua majestade. Sua irmã está aqui para lhe
ver."
Potema continuava a sorrir. Seu irmão era mais esperto do que ela
pensava.
"Sim irmão, você vai,", disse ela. "Mas não por muito tempo."
A Rainha Loba Vol. IV
Por: Waughin Jarth
Escrito com a pluma do sábio Montocai, primeiro século da Terceira ERA
"Por favor, diga a sua alteza que ele é bem-vindo aqui e que estou
inteiramente à sua disposição", disse Potema, sorrindo. E então
acrescentou: "Entendeu o contexto? Que estou apenas sendo
educada?"
"Mas não se satisfaça com isso", disse Potema. "Por todos direitos,
deveria ser o imperador, você entende isso, não é?"
"Bom dia Mestre Iachesis" disse ele, pronunciando cada sílaba com
um acento real que fez o coração de Potema saltar. "Espero que tenha
aprovado seus alojamentos no Castelo Solitude".
"Aprovei, Rei Uriel, obrigado", disse Iachesis, feliz e encantado.
"Não foi uma viagem tão longa", disse um dos mantos cinzentos
raivoso. "Não tanto quanto se tivéssemos navegado desde
Pyandonea."
"Ah. Você viu meus hóspedes mais recentes, Rei Orgnum e sua
comitiva", disse Potema jovialmente. "Suponho que acha inadequado
que os receba, quando sabemos que Pyandonea planeja invadir
Tamriel. Vocês estão, suponho, neutros nesta, como em todas outras
questões políticas?"
Pela manhã, quando ele a beijou no rosto e disse com seus vazios
olhos brancos que estava saindo, ela sentiu uma pontada de remorso.
O navio deixou o porto naquela manhã, a caminho das Ilhas
Summerset e das invasões iminentes. Ela acenava para o mar quando
ouviu passos atrás de si. Era Levlet.
Durante uma rara visita de sua irmã e de seu sobrinho Uriel, Antiochus, que
sofrera várias doenças durante seu reinado, entrou em coma. Durante meses,
ele permaneceu entre a vida e a morte, enquanto o Conselho Ancião preparava
a ascensão de sua filha Kintyra de quinze anos ao trono.
"Mãe, eu não posso casar com Kintyra", disse Uriel, mais entretido com a
sugestão do que ofendido. Ela é minha prima de primeiro grau. E, além disso,
acredito que ela está noiva de um dos senhores do conselho, Modellus.
"Você é tão sensível. Há um tempo e um lugar adequado para isso", disse
Potema. "Mas você está completamente correto sobre Modellus, não devemos
ofender um Ancião do Conselho neste momento crítico. Como se sente sobre a
princesa Rakma? Você passou uma boa parte do tempo na sua companhia em
Farrun."
"Ela está bem", disse Uriel. “Não me diga que quer ouvir todos os detalhes
sujos."
"Por favor, poupe-me o seu estudo de anatomia", Potema fez uma careta.
"Mas você vai se casar com ela?"
"Muito bom. Então vou fazer os arranjos a seu tempo", Potema fez uma nota
para si mesma antes de continuar. "Rei Lleromo tem sido um aliado difícil de
manter e um casamento político deve manter Farrun do nosso lado.
Precisaremos deles. Quando é o funeral?"
"É claro", suspirou Potema. "Que outra pessoa importante morreu nos últimos
dias?"
Mas pouco tempo foi desperdiçado, antes dela chegar a seu ponto: "A
Imperatriz Gysilla, infelizmente, não fez nada para moderar o espírito lascivo de
meu irmão. Na verdade, nenhuma prostituta da cidade passou em tantas camas
quanto ela. Se ela tivesse atendido os seus deveres no quarto de dormir imperial
com mais fidelidade, teríamos um verdadeiro herdeiro do Império, e não a
imbecil e bastarda menina que se diz filha do Imperador. A menina chamada
Kintyra, acredita-se ser filha de Gysilla e do Capitão da Guarda, ou seja, a filha
de Gysilla e do rapaz que limpa a cisterna. Nunca poderemos saber com certeza.
Não tão certo quanto sabemos a linhagem de meu filho, Uriel, o filho mais
velho de verdade da Dinastia Septim. Meus senhores, os príncipes do Império
não tolerarão que uma bastarda ocupe o trono, isso pode assegurar”.
Terminou suavemente, mas com uma chamada à ação: "A Posteridade irá
julgá-los. Vocês sabem o que deve ser feito."
"Quando você vai falar ao Conselho", perguntou Potema quando o jantar foi
servido.
"Nem sei se eu vou", disse Magnus. "Não acredito que tenho algo a dizer."
"Sim, falei", disse Potema, fazendo uma pausa para saborear uma fatia de
faisão assado. "Dei-lhes um breve discurso sobre a coroação nesta tarde."
"Você é muito gentil", disse Potema, rindo. "Eu faço muitas coisas melhor do
que falar."
"Eu disse ao Conselho que eu daria todo o meu apoio para a coroação, desde
que proceda com sabedoria. O que poderia ter de sinistro sobre isso?" Potema
disse, e levou o copo de vinho com ela para a porta. "Se me desculparem, minha
sobrinha Kintyra deseja ter uma palavra comigo."
Kintyra ficou na sala com a Guarda Imperial. Ela era apenas uma criança,
mas no reflexo, Potema percebeu que com sua idade, ela já era casada a dois
anos com o Mantiarco. Havia uma semelhança, certamente. Potema podia se ver
em Kintyra como uma rainha jovem, com olhos escuros e pele lisa, pálida e firme
como o mármore. A raiva brilhou nos olhos de Kintyra, momentaneamente ao ver
sua tia, mas a emoção saiu, substituída por uma calma presença Imperial.
"É pura e simplesmente medo," disse o duque. "Esta é sua melhor arma."
"Preciso perguntar", disse Kintyra, esperando que sua voz não demonstrasse
o medo de que o Duque falava. "Você viu seu exército? É verdade que ela
convocou a ajuda de uma força de guerreiros mortos-vivos?"
"Na verdade, não é um fato confirmado, mas certamente ela estimula esse
boato. Seu exército ataca à noite por razões estratégicas, mas em parte para
reforçar temores como este. Ela não tem ao que sei, nenhuma ajuda
sobrenatural além dos Magos de Batalha e lâminas noturnas, normais em
qualquer exército moderno."
"Sempre à noite", disse Kintyra pensativa. "Suponho que seja para disfarçar
os seus números."
"E posicionar suas tropas antes de estarmos conscientes delas", acrescentou
o duque. "Ela é mestra no ataque furtivo. Se ouvir uma marcha ao leste, esteja
certa que seu ataque virá do sul. Mas venha, discutiremos tudo isso amanhã de
manhã. Preparei os melhores quartos do castelo para você e seus homens."
Era curto, e ela o leu rapidamente, antes do correio ter a chance de se retirar.
"Estou confusa com algo. Quando ele escreveu isso?"
"Uma semana atrás", disse o correio. “Disse ser urgente e que a entregasse o
mais rápido possível, enquanto ele mobilizava o exército”. Imagino que já
deixaram a cidade.
Kintyra dispensou o mensageiro. Modellus dizia ter recebido uma carta dela,
solicitando urgentemente de reforços para a batalha em Glenpoint. Mas não
houve batalha em Glenpoint, e ela acabara de chegar hoje. Então, quem
escrevera a carta com sua caligrafia e por que queriam Modellus trazendo um
segundo exército da Cidade Imperial para Pedra Alta?
Sentindo um frio no ar da noite pela janela, Kintyra se virou para fechá-la. Os
dois guardas não estavam mais nas ameias. Teve a atenção atraída pelo som de
uma luta surda atrás de uma das árvores desfolhadas e não ouviu a porta abrir-
se.
"Fique onde está, tia", disse ela após um momento de pausa. Virou-se para
Duque e disse: "O que fez você alterar sua lealdade ao Império? Medo?”.
"Todos seus homens estão mortos", sorriu Potema. "Mas não houve batalha
alguma. Apenas assassinato eficiente e silencioso. Porém haverá batalhas à
frente, contra Modellus nas Montanhas Rabo de Dragão e contra os
remanescentes do Exército na Cidade Imperial. Vou mantê-la informada sobre o
progresso da guerra."
"Então, estou sendo mantida aqui como sua refém?" perguntou Kintyra, sem
rodeios, de repente consciente das solidas pedras e da grande altura do quarto
na torre. "Maldita seja, olhe para mim! Sou a sua Imperatriz!"
Assim mesmo, no ano 125, a esposa de Magnus, Hellena, deu a luz ao seu
primeiro filho, um menino que acabou por ser batizado com o nome Pelágio, em
honra ao imperador pai de Magnus, Cephorus, do último Imperador Antíocus e
da temível Rainha Loba de Solitude.
Ano 127 da Terceira Era
"Irei ganhar esta batalha contra Magnus, apesar de sua posição ser mais
vantajosa, por conseguinte, conquistar as ruinas do Castelo Kogmenthist", disse
Potema. "E quando souber o que Cephorus pretende fazer com o Imperador,
responderei de acordo. Se pedir um resgate, pagarei; se deseja trocá-lo por mim,
assim será. Agora, por favor, tome um banho e descanse e tente manter-se
longe da guerra".
"Não é o cenário ideal", disse Lord Vhokken quando Potema entrou na tenda
do comandante. "Se atacamos o castelo pelo oeste, seremos presas fácil para
seus magos e arqueiros. Se viermos pelo leste, teremos que atravessar os
pântanos e os Argonianos defendem-se melhor nesse tipo de terreno que nós.
Muito melhor".
"Amigos", disse Potema, cuja voz ressoou pela calma neblina da manhã.
"Lutamos juntos em muitas batalhas, sobre montanhas e praias, em bosques e
desertos. Presenciei atos de valentia de cada um de vocês, os quais enchem de
orgulho meu coração. Também fui testemunha de confrontos sem piedade,
ataques pelas costas, atos de violência cruéis e gratuitos, que me satisfazem por
igual, pois, todos são atos guerreiros".
Ela via que suas palavras surtiam efeito. A seu redor, os olhos sedentos por
sangue se concentravam na iminente carnificina e os braços tremiam segurando
as armas. Continuou, gritando com tudo que podia: "Avancem pelos pântanos
como se uma força imensurável da parte mais escura do Oblivion desse-lhes
força e arranquem as escamas desses repteis do castelo de Kogmenthist. São
guerreiros e não devem apenas lutar, mas devem vencer. Devem vencer!"
Desde uma posição estratégica nas colinas ao sul, Potema e Lord Vhokken
tinham uma vista privilegiada dos acontecimentos da batalha. Pareciam como
nuvens de insetos de duas cores que se moviam ao redor de um ponto negro,
que eram as ruínas do castelo. De vez em quando, explosões de fogo e nuvens
de ácido provocadas pelos magos que estavam em meio a batalha e hora após
hora, a luta nada mais era que caos.
Uma jovem Redguard trajando o Emblema de Gilane, mas estava com uma
bandeira branca. Potema deixou que ela se aproximasse. Da mesma forma do
mensageiro daquela manhã, estava esgotada de viajar.
"Sua alteza", disse ela sem folego. "Envia-me seu irmão, meu senhor o Rei
Cephorus, para transmitir-lhe más notícias. Seu filho Uriel foi capturado em
Ichidag, no campo de batalha, e foi levado a Gilane".
"Já me informaram sobre isso tudo", disse Potema com desdenho. "Disponho
de mensageiros próprios. Diga a seu senhor que quando ganhar esta batalha
pagarei o resgate que peça por sua liberdade".
Potema virou a cara para a jovem e fixou seus olhos na batalha. Seus
soldados estavam prestes a vencer. O exército de Magnus estava em retirada.
"Tenho outra noticia mais, Alteza", disse a cavaleira. "O Rei Cephorus será
proclamado imperador".
Potema nem olhou para a jovem. Seu exército estava celebrando a vitória.
A Rainha Loba Vol. VIII
Por Waughin Jarth
Após a batalha de Ichidag, o Imperador Uriel Septim III foi capturado e, antes
que pudessem levá-lo ao castelo do seu tio no reino Gilade de Hammerfell,
encontrou a morte nas mãos da multidão enfurecida. Esse tio, Cephorus, se
autoproclamou Imperador e se dirigiu à Cidade Imperial. As tropas anteriormente
leais ao imperador Uriel e sua mãe, a Rainha Loba Potema, juraram lealdade ao
novo Imperador. Em troca de seu apoio, a nobreza de Skyrim, Pedra Alta,
Hammerfell, a ilha Summerset, Valenwood, Black Marsh, e Morrowind
demandaram e receberam um novo nível de autonomia e independência do
Império. A Guerra do Diamante Vermelho chegou ao seu fim.
Pelagius entrou no quarto. Era óbvio que ele estava acordado há horas.
Magnus ficou maravilhado com a sua energia e se perguntou a quão mais longa
seriam as batalhas se fossem lideradas por garotos de doze anos.
"Tenho ouvido algumas pessoas dizerem que ele está velho e fraco", disse
Pelagius.
"Ele não é tão velho" disse Magnus. "Ele tem sessenta anos. São só dois a
mais que eu".
"Sim, senhor", disse Pelagius. Compreendeu que seu pai devia continuar a
manter o certo no castelo da tia Potema. Depois de o terem conquistado e a
encarcerado, deixaria a pousada e se mudariam para o castelo. Pelagius não
gostava da ideia. A cidade toda tinha um odor estranho, adocicado, cheiro de
mortos, mas não podia nem chegar perto do fosso do castelo sem engasgar com
o mau cheiro. Poderiam espalhar milhões de flores pelo lugar que não faria a
menor diferença.
Caminhou pela cidade por horas, comprando algo para comer e uns laços de
cabelo para suas irmã e mãe, que estavam em Lilmoth. Pensou sobre a quem
mais deveria comprar presentes e ficou perplexo. Todos seus primos, filhos do
tio Cephorus, do tio Antiochus e tia Potema morreram durante a guerra, alguns
em batalha e outros devido à fome, pois grande parte das culturas foi incendiada.
Tia Bianki morreu ano passado. Só restavam ele, sua mãe, sua irmã, seu pai e
seu tio, o Imperador. E tia Potema. Mas ela não contava.
Quando chegou a guilda dos Magos cedo daquela manhã, decidiu não entrar.
Esses lugares sempre o assustavam com toda aquela fumaça estranha, cristais
e livros velhos. Dessa vez, ocorreu a Pelagius que ele poderia comprar um
presente para seu tio Cephorus. Um suvenir da guilda dos Magos de Solitude.
Havia uma anciã tendo problemas com a porta da frente, então Pelagius a
abriu.
"É uma Pedra da Alma", disse ela. "Contém o espírito de um grande demônio
lobisomem. Foi encantada há muito, muito tempo com o poder de enfeitiçar
pessoas, mas ando pensando em dá-la outro encanto. Talvez algo da Escola de
Alteração como abrir fechaduras ou como escudo". A anciã fez uma pausa e
olhou cuidadosamente para o garoto, com seus olhos claros e remelentos. "Você
me parece familiar, garoto. Qual o seu nome?".
"Pelagius," disse ele. Normalmente teria dito "príncipe Pelagius", mas foi
instruído para não atrair atenção para si enquanto estiver na cidade.
"Meu pai está... com o exército, atacando o castelo. Mas ele voltará quando
as paredes forem derrubadas".
"Atrevo-me a dizer que não tardará", suspirou a anciã. "Nada, por mais bem
feito que seja dura para sempre. Vai comprar algo na guilda dos Magos?".
"Quero comprar um presente para meu tio", disse Pelagius. "Mas não sei se
tenho ouro suficiente".
A velha mulher deixou que o garoto desse uma olhada nas mercadorias
enquanto ia ao encantador da guilda. Era um jovem nórdico, ambicioso e novo
no reino de Solitude. Lhe custou um pouco de persuasão e muito ouro para
convencê-lo a remover o feitiço da Pedra da Alma e introduzir uma poderosa
maldição, um lento veneno que drenaria a sabedoria de quem o usasse, ano
após ano, até que ele ou ela perdesse a razão. Também comprou um anel
barato de resistência ao fogo.
"Por ser tão amável com uma velha senhora, lhe darei isto", disse ela
entregando o anel e o colar. "Você pode dar o anel ao seu tio e dizê-lo que foi
encantado com um feitiço de levitação, então se algum dia precisar pular de
lugares muito altos, ele irá protegê-lo. A Pedra da Alma é para você".
"Não há nada de bondade nisso", disse ela com sinceridade. "Olhe, eu estive
no Salão dos Arquivos no Palácio Imperial uma ou duas vezes e li sobre você
nas profecias dos Pergaminhos Antigos. Um dia será Imperador, meu jovem, o
Imperador Pelagius Septim III. Com a ajuda desta Pedra da Alma, você e seus
descendentes serão sempre lembrados no futuro".
O Imperador Cephorus Septim morreu ao cair de seu cavalo. Seu irmão foi
proclamado Imperador Magnus Septim.
Morre o imperador Magnus Septim. Seu filho, que seria conhecido como
Pelagius o Louco, é coroado.
A Última Bainha de Akrash
Por Tabar Vunqidh
Durante vários dias do caloroso verão de ano 407 da terceira ERA, uma bela
jovem Dunmer coberta com um véu, visitou um dos mestres armeiros da cidade
de Tear. Os locais presumiram que deveria ser jovem e bela por sua figura e por
sua postura, mesmo que não tenham visto em nenhum momento o seu rosto. O
armeiro e ela então, se recolhiam para os fundos da tenda, ele encerrava o
trabalho e davam algumas horas de tempo livre para seus aprendizes. Depois,
no meio da tarde, ela se ia, para no dia seguinte retornar exatamente no mesmo
horário. Os rumores começaram a se espalhar pelo vilarejo, mesmo que fosse
bobagem, o que um velho faria em sua tenda com uma bem vestida e atraente
mulher. Várias semanas depois, as visitas cessaram e a vida voltou ao normal
nos bairros baixos de Tear.
Tiveram que passar um ou dois meses desde que a ultima visita aconteceu,
para que em uma das muitas tavernas da vizinhança, um jovem alfaiate local,
que havia bebido além da conta, perguntasse ao armeiro, "Então o que
aconteceu com a sua mocinha? Você quebrou o coração dela?”.
"E por que então, ela ia todos os dias a sua tenda?", perguntou um jovem
taberneiro que aguardava ansiosamente que o assunto viesse à tona.
"Já que lhes interessa tanto, estou lhe ensinando o meu ofício", disse o
armeiro.
"Você esta debochando da gente," riu o alfaiate.
“Não, a jovem tem uma fascinação particular pela minha arte peculiar,” disse
o armeiro, com uma pontada de orgulho antes de começar a sonhar acordado.
Concretamente lhe ensinei a reparar espadas que haviam sofrido todo o tipo de
desgaste ou rupturas e fissuras muito finas, ou cujas empunhaduras estivessem
danificadas. Quando começou a fazer pela primeira vez, não tinha ideia de como
encaixar a empunhadura à alça da espada... claro que ela estava iniciando,
como não estaria? Mas não estava com medo de sujar as mãos. Ensinei-lhe a
recompor as pequenas incrustações da prata e as marcas d'agua que se pode
encontrar em boas espadas, lhe ensinou também a dar brilho a todas, ao ponto
que se podia ver o rosto refletido, parecendo que haviam acabado de ser
preparadas em bigorna feita pelos Deuses.
"Se eu fosse cinquenta anos mais jovem, arrancaria minha espada Akrash da
bainha", disse Minegaur fazendo um gesto expondo o brilho da espada, "e me
uniria a vocês para perseguir esse assassino. Procurem por ele nas tavernas,
nas Guildas... Depois deem a ele um pouco de seu próprio veneno".
"Seria uma tarefa interessante para Akrash", apontou Minegaur. "Porem jurei
que nos aposentaríamos juntos".
Minegaur chamou sua filha Peliah para servir mais Bourbon aos escravistas,
mas estes o dispensaram dizendo que não era conveniente no momento. Essa
noite seria dedicada a levantar a vida do podador e beber não solucionaria seus
problemas. Minegaur admirou de todo coração sua abnegação, especialmente
devido ao valor que estava custando a bebida.
Quando o último escravista havia ido embora, o ancião encostou sua cabeça
em sua filha e deu mais uma última olhada de admiração a Akrash, e dirigiu-se
cambaleando a sua cama. Peliah então pegou a espada de seu suporte e saiu
sorrateiramente em direção ao campo que se encontrava detrás da mansão.
Sabia que Kazagh a estava esperando há horas no estábulo.
Saiu das sombras na direção dela e a envolveu com seus fortes e peludos
braços, dando-lhe um longo e doce beijo. Finalmente se separaram, recebendo
ele a espada. Ele avaliou sua lâmina.
"Nem o melhor armeiro Khajiit poderia afiar uma lâmina com tamanha
precisão", comentou, olhando orgulhoso para sua amada. "Eu irei fazer uns
bons cortes com ela".
"Faça isso", disse Peliah, "porém parece que irá ter que cortar couraças de
ferro".
"Os escravistas agora estão tomando precauções", respondeu. "Do que
falaram durante a reunião?"
"E seu pai não suspeita que sua querida Akrash esteja atravessando o
mesmo coração da opressão?"
"Por que haveria de suspeitar, se a cada manhã ela se encontra tão reluzente
quanto o dia anterior? Agora devo retornar antes que alguém de falta de mim.
Minha ama às vezes vem me perguntar algum detalhe do casamento, como se
minhas opiniões tivessem alguma relevância no assunto".
"Te prometo", disse Kazagh muito sério, "que não terás que se casar
obrigada para consolidar a dinastia escravista de sua família. A última bainha
que descansará Akrash será o coração de seu pai. E quando for órfã, poderás
libertar os escravos e se mudar para uma província mais avançada, aonde
poderá contrair matrimonio com quem desejar".
"Me pergunto que será o escolhido, o provocou Peliah antes de sair correndo
dos estábulos.
"É uma pena", comentou seu pai. "O garoto era um bom escravista, ainda que
haja muitos jovens que valorizam uma aliança com nossa família. O que me diz
Soron Jeles?"
Duas noites depois, Soron Jeles recebeu a visita do "Podador". A luta não
durou muito. No entanto, Soron, levava escondida em uma de suas mangas uma
pequena arma para se defender, uma agulha que havia mergulhado com uma
seiva de planta venenosa. Após receber a estocada mortal, ele conseguiu se
desvencilhar e encravar a agulha na panturrilha de Kazagh. Quando regressou a
mansão, já estava morrendo.
Entre os presentes se encontrava um ancião armeiro, que viu pela última vez
a jovem dama oculta atrás de um véu, antes de desaparecer para sempre de
Tear.
Biografia de Barenziah Vol. I
Por: Stern Gamboge, Escrivão Imperial
O ardiloso rapaz de nome Straw, disse que ela deveria fugir para preservar
sua estimada virtude e ele iria acompanhá-la a fim de protegê-la. Infelizmente,
Barenziah concordou com o plano e na mesma noite disfarçou-se como um
rapaz para fugir com Straw até Whiterun, a cidade mais próxima.
Depois de permanecerem alguns dias na localidade, conseguiram trabalho
como seguranças de uma caravana mercante. A caravana dirigia-se por
caminhos secundários, para evitar os pedágios impostos pelo Império. Desta
forma, seguiram viagem até chegarem à cidade de Riften, onde cessaram a
viagem por um tempo. Sentiram-se seguros em Riften, devido à proximidade
com Morrowind, fazendo com que a visão dos Elfos Negros ficasse cada vez mais
comum.
Biografia de Barenziah Vol. II
Por: Stern Gamboge, Escrivão Imperial
O cavalariço, Straw, não era de todo mau. Amava Barenziah à sua maneira
egoísta e achava que a enganando, ela acabaria sendo sua. Ela, é claro, sentia
apenas amizade por ele, mas ele tinha esperanças de que ela iria mudar
gradualmente. Ele queria comprar uma pequena fazenda e se estabelecer num
casamento confortável, mas no momento seus ganhos mal davam para
alimentá-los e abrigá-los.
Apesar da tristeza por sua partida, todos sabiam que ela estava pronta para
seu glorioso destino como soberana do reino de Mournhold.
Biografia de Barenziah Vol. III
Por: Stern Gamboge, Escrivão Imperial
No segundo volume desta série, foi dito que Barenziah foi gentilmente
convidada para a recém-construída Cidade Imperial, pelo Imperador Tiber
Septim e sua família que a trataram como a uma filha há muito perdida
durante a sua estadia de um ano e pouco. Depois de vários meses felizes,
aprendendo seus deveres como rainha vassala sob o Império, o general
Imperial Symmachus a escoltou para Mournhold onde ela tornou-se Rainha
de seu povo sob sua sábia orientação. Aos poucos, apaixonaram-se e
casaram-se em uma cerimônia esplêndida que foi oficializada pelo próprio
Imperador.
Tenho seiscentos e onze anos. Nunca tive meus próprios filhos, mas tenho
muitos sobrinhos e sobrinhas e primos que foram criados nas tradições do nosso
antigo, ilustre e notório Clã, Direnni. Poucas famílias em Tamriel podem gabar-se
de tantas figuras ilustres, tendo tanto poder sobre o destino de tantos. Nossos
guerreiros e reis são coisas de lenda e corre de boca em boca que foram
convertidos em lendas.
Eu mesmo nunca peguei uma espada ou redigi uma lei importante, mas sou
parte de uma tradição Direnni menos conhecida, mas ainda importante: o
caminho do feiticeiro. Minha própria autobiografia seria de pouco interesse para
a posteridade (embora os meus sobrinhos, sobrinhas e primos vivam me pedindo
que lhes conte sobre a vida selvagem na caótica Segunda Era de Tamriel), pois
tenho poucos antepassados cujas histórias devam ser contadas. Eles podem ter
mudado a história como a conhecemos, tão drasticamente como os parentes
mais conhecidos, mas seus nomes estão em perigo de serem esquecidos.
Mas é a história de um ancestral ainda mais antigo que Raven que quero
contar.
Asliel tinha uma fazenda agrícola particular, mas estava cheia de ervas
daninhas, o solo era ácido e havia muitas pedras, sendo assim imprópria para o
cultivo. Por necessidade se tornou especialista em todas os tipos de erva. A
maior parte, é claro, era usada como condimentos de cozinha, mas como você
sabe quase toda a planta que cresce na superfície do nosso mundo tem algum
potencial mágico.
Um dos contos aos quais eu credito veracidade, é aquele onde lhe foi trazido
uma jovem sobrinha que sofria de uma doença desconhecida. Apesar de seus
cuidados, ela ficava mais fraca a cada manhã. Finalmente, lhe deu uma bebida
de sabor amargo e na manhã seguinte, as cinzas foram encontradas ao redor de
sua cama. Um vampiro vinha alimentando-se da pobre menina e a poção de
Asliel fez com que seu sangue ficasse muito venoso, sem machucá-la.
Isto teria sido o suficiente para fazer dele uma figura menor, mas significativa
nos anais de nova Summurset, mas naquele ponto da história, uma tribo de
bárbaros chamada Locvar tinha encontrado um caminho ao rio Diren e Tyrigel
era conhecida como um alvo rico para invasão e saque. Os Direnni, não sendo
ainda guerreiros, mas apenas simples agricultores, eram impotentes e só podiam
fugir e assistir os Locvar tirarem o melhor de suas colheitas, invasão pós-
invasão.
Asliel, no entanto, estava fazendo experimentos com cinzas de vampiros, e
chamou seus primos, pois tinha um plano. Quando os Locvar foram avistados no
Diren, correu o boato de que os mais fortes deveriam ir ao laboratório de Asliel.
Quando os bárbaros chegaram em Tyrigel, encontraram as fazendas desertas e
assumiram que todos tinham fugido, como de costume. À medida que
começaram a saquear, de repente se viram sob ataque de forças invisíveis.
Acreditando que as fazendas Direnni estavam assombradas, fugiram
rapidamente.
Ainda tentaram invadir mais algumas vezes, pois sua ganância superava o
medo, mas a cada vez, foram atacados por seres que não podiam ver. Mesmo
bárbaros como eram, não eram estúpidos e eles mudaram de ideia sobre a
origem da sua derrota. As fazendas não poderiam ser fossem mal-
assombradas, pois as culturas ainda estavam sendo cuidadas e colhidas e os
animais não pareciam mostrar medo. Os Locvar decidiram enviar um olheiro
para a fazenda na tentativa de descobrir seus segredos.
Este informou aos Locvar, que nas fazendas Direnn, havia Altmerianos de
carne e osso. Mantiveram-se observando, o resto de sua tribo cercada pelo rio e
perceberam os velhos e as crianças fugindo para as montanhas, enquanto os
agricultores fortes e suas esposas foram para o laboratório de Asliel. Viram-nos
entrar, não viram ninguém sair.
O olheiro tinha dito que Asliel usara as cinzas de um vampiro para tornar os
agricultores invisíveis, mas não tinha certeza dos outros ingredientes usados.
Descreveu um pó incandescente que Asliel adicionara. Asliel, é claro, se recusou
a ajudar os Locvar, mas eles eram especialistas em tortura, assim como em
pilhagem e ele sabia que teria que falar ou morrer.