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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA

MOAGEM DA FARINHA

Profa.Valéria Terra Crexi


Continuação..

2.2) Teste do trigo

2.2.1) Aparência,odores estranhos e corpos estranhos

2.2.2) Peneiramento (impurezas)

2.2.3) Densidade do trigo

Densidade hectolitro

“Cilindro de volume conhecido é enchido por meio de um


método padrão, e depois pesado. O número obtido é
convertido em quilogramas por hectolitro (kg/hl).”
Densidade - Um dos primeiros testes para determinar a qualidade do
trigo

Qualidade
Trigos duros para panificação – densidade
maior, acima de 80kg/hl

Trigos mais macios – densidade 70 kg/hl

“ Indústria moageira – deve manter a quantidade ideal de farinha


produzida a partir do trigo – “TAXA DE EXTRAÇAO”
“ Após avaliação do grão, e considerando que o trigo, tenha

sido aprovado nos testes iniciais, uma amostra do trigo pode

ser triturada no moinho do laboratório, e um conjunto de

novos testes podem ser empregados.”


“ A escolha dos testes a ser realizados varia de acordo as

necessidades específicas do moleiro”

“ Não há um consenso em relação aos testes mais importantes,ainda

que, em geral, incluam :

Conteúdo protéicos

Propriedades associadas à formação


do glúten
2.2.4 ) Conteúdo protéico

- Conteúdo protéico do aceito como nitrogênio X 5,7

Kjeldahl (método clássico)

Dumas (substitui Kjeldahl)

Desvantagem:

- Os dois métodos são muito demorados


Método mais rápido

- NIR (infravermelho próximo)

- resultado em 25 segundos

“ O conteúdo protéico e a qualidade são fundamentais na moagem

da farinha”

São características que tornam o trigo único, e são as propriedades

principais pelas quais o trigo é comercializado, com os trigos de

maior conteúdo protéico alcançado em geral um valor maior”


“ Os conteúdos de proteínas podem variar amplamente de

uma carga para outra, e assim mensurações exatas são

necessárias para permitir segregar o trigo em faixas

protéicas adequadas de extração do trigo”


2.2.5) Conteúdo de glúten

Teste:

- Uma amostra de farinha é preparada a partir do trigo moído


por peneiramento

- Qualidade do glúten é testada mediante mistura da massa


(máquina de mistura), que amassa a massa por um tempo
predeterminado , antes de lavar o amido.

- Lava-se o amido (solução salina – manter a firmeza do


glúten)

- A amostra do glúten é pesada

- Avalia-se a amostra quanto a sua vitalidade e força


“ O trigo seco incorretamente pode apresentar a proteína danificada,

de modo que seu glúten aparecerá em pequena quantidade e com

aspecto “particulado”.

“ Em casos extremos, a amostra pode nem mesmo formar glúten.

Um glúten liso, geralmente, com uma boa cor cinza clara indica um

trigo adequado para panificação. “


2.2.6) Umidade

Importante: armazenamento do trigo 12 meses antes do uso

- umidade deve ser baixa para evitar deterioração

Umidade não deve ser maior que 15%

Determinação de umidade no laboratório :

- NIR (infravermelho próximo)

- Balança térmica (fonte de calor é montada sobre uma


balança eletrônica , e a amostra é aquecida até peso constante)
Métodos condutivos :

- secagem estufa
Tempo (recebimento do trigo)

São padrões em relação aos quais os


métodos rápidos são calibrados
2.2.7) Falling number de Hagber

- medida de α-amilase no trigo

Procedimento:

- suspensão de farinha e água é misturada em tubo de


ensaio
- aquecimento em recipiente com água em ebulição e
agitada continuamente por 60 segundos
- ao final dos 60 segundos o agitador é trazido para o
alto do tubo e liberado

- α-amilase converte o amido em dextrina

Agitador aos poucos afunda

No momento que o agitador atinge o


fundo do tubo de ensaio o teste é
interrompido

* O tempo resultante em segundo é o Falling number de Hagber


• O tempo resultante, em segundos, é o Falling number de Hagber

Quanto maior o tempo

Menor o conteúdo de α-amilase


2.2.8) Dureza

- Medida da textura do endosperma do trigo

Grãos duros utilizados na panificação

trigos mais moles empregados para biscoitos e


bolos

Testes de dureza:

- moinho de laboratório calibrado : tempo para moer um


volume padrão de material é medido

- NIR vantagem redução da quantidade de testes, acelerando


o processo de teste da amostra.
- Sistema de Perter

Produzir medida automatizada e objetiva da


dureza do trigo

Procedimento:

- Esmagamento de alguns grãos (300) , colocar no


equipamento

-Características :
força-deformação

peso, umidade do grão

diâmetro
2.2.9) Eletroforese

- Determinar a variedade específica do trigo

- Teste divide a fração da proteína em aminoácidos


individuais

Registrando estes aminoácidos como padrão único

Usado como comparação entre


padrões conhecidos

* Teste não comum no recebimento do trigo, no entanto, é muito


útil para assegurar a autenticidade na compra de variedades
especificas para aplicações especializadas.
2.3) Armazenamento do trigo

Evitar o recebimento de lote e trigo indesejáveis

Todos os testes de laboratório devem ser


realizados rapidamente , de preferência enquanto caminhão ou
vagão aguardam para descarregar o trigo no moinho

Após o descarregamento do trigo e antes de ser colocado a


granel

Equipamentos preliminares de limpeza:


Peneiras para remoção de impurezas grosseiras
Ímãs para remoção de impurezas maiores

* Impurezas maiores capazes de danificar os equipamentos do


moinho, e podem bloquear a carga, ou descarga dos granéis.
Silos de armazenamento

Trigo pode ser separado em diferentes tipos

Separações dependem do tipo de farinha a ser moída:

- Tipos para pão e biscoito são separados


- Variedade
- Falling number de Hagber
- Faixas protéicas diferentes

* Ao separar o trigo dessa forma, e depois, no fim, realizar


misturas em níveis controlados , será obtido um produto
final mais consistente
2.3.1) Processo de limpeza do trigo

Do armazenamento o trigo será retirado dos silos e


encaminhado para o processo de limpeza.

Processo de limpeza a seco:

- Tamanho
- Magnetismo
- Resistência ao ar
a) TAMANHO

Peneiras

- remoção de impurezas grosseiras (deck superior)

Barbantes, palhas, papéis

- remoção de pequenas impurezas (deck inferior)

Areia e pó

* Contaminantes do mesmo tamanho do trigo não serão


removidos, exigindo outra técnica para sua remoção
b) MAGNETISMO

- magnetos de placa: coletar qualquer contaminação de


metal ferroso

proteção do equipamento do moinho

- detectores de metal: setor de limpeza do trigo moído

Rejeitar materiais não ferrosos, além de


ferrosos
c) Resistência ao ar (aspiração)

- Impurezas leves (poeira e sujeira fina)

Remoção por fluxo controlado de ar

- O trigo é espalhado sobre um cortinado, para expor ao máximo a área

superficial ; em seguida ,o ar é aspirado

- Aspiradores são utilizados em diversos locais do setor de limpeza do

trigo, já que o manuseio dos grãos gera mais poeira, que precisa ser

controlada e removida.
2.4) Condicionamento

Processo final referente a limpeza

- Adiciona-se água ao grão em um nível predeterminado,


deixando umedecer por até 24 horas.

- A quantidade de água utilizada e o tempo de umedecimento


variam de acordo com o tipo de trigo.

Trigo macio menos umedecido e menor tempo

Tempo de condicionamento – capacidade de armazenamento de


moinhos
OBJETIVO DO CONDICIONAMENTO:

- Auxiliar a remoção das camadas de farelo do endosperma

“ Ao manter as camadas de farelo umedecidas, elas vão se

separar com mais facilidade e se apresentar em peças maiores, o

que facilita sua remoção do endosperma através do restante da

maquinaria do moinho”
Trigo insatisfatoriamente condicionado

Camadas de farelo se rompam em pedaços pequenos

-Dificuldade na sua remoção

- Farinha de aparência manchada

- Aumento da cor grau padrão

- Taxa menor de extração

* Depois de ser completamente limpo e condicionado,o trigo


agora está pronto para a operação de moagem propriamente
dita.”
2.6) O moinho

Princípio:

“ O Trigo é triturado entre pares de rolos de ferro

fundido, e separado sobre uma peneira em diversos tamanhos e

frações de qualidade, que são novamente triturados”


Processo moderno de moagem da farinha:

a) sistema de trituração: estágios de moagem do trigo;

b) extração e classificação : separação dos materiais moídos


depois de cada um dos rolos de trituração;

c) sistema de extração: remoção final do farelo do sistema,


ainda que sistemas de classificação por tamanho sejam mais utilizados
nas instalações mais modernas;

d) purificadores: limpeza das semolinas (fragmentos do


endosperma) mediante classificação e aspiração, removendo os
fragmentos do farelo;
e) sistema de redução: redução da semolina em farinha

f) finalização da farinha: separação da farinha dos outros materiais


(principalmente farelo)
Rolos de Trituração

Extração, classificação e
desempoamento

Purificadores Sistema de
Extração

Rolos de redução

Finalizadores de
farinha

Figura 1: Fluxograma do processo de moagem de farinha


a) Sistema de trituração

- Inclui um conjunto de três a cinco rolos

Em geral de quatro pares de rolos estriados, projetados

para triturar o grão e extrair o máximo possível de

endosperma para a produção de farinha branca.

- Semolina (endosperma na forma de partículas grosseiras)

Devem ser separadas de cada grão com


um mínimo de desintegração do farelo
Após cada conjunto de rolo

Produto passa por uma peneira para separação em uma série


de subfrações antes de seguir para a próxima etapa do
processo
b) Extração e classificação

Termos empregados para descrever a separação dos


estoques depois da ação de cada um dos rolos de trituração.

Através de peneiras oscilatórias

Extração :

- separação de resíduos grosseiros (fragmentos de farelo


com algum endosperma)

Através da peneira de extração, podem ser


divididos em semolinas grossas e finas , em
um processo conhecido como classificação
Classificação

Fração Semolinas (endosperma na forma de partículas grosseiras)

Sistema de purificação

Farinha

Transferida para o sistema de coleta

Farelo
Removido do sistema depois dos últimos separadores
do rolo de trituração
c) Purificadores

Limpar, ou purificar, os estoques de semolina


provenientes dos separadores de trituração.

Purificador

É um leito–peneira oscilatório , montado em um plano


inclinado, sobre diversas tremonhas receptoras

Ar é aspirado para cima, através do material em peneiramento,


que retira qualquer farelo presente.

Fluxo de ar pode variar enquanto os produtos passam no sentido


descendente pelo comprimento da máquina , deixando o produto
purificado cair nas tremonhas abaixo dele, para seguir na direção do
sistema de redução
“ Um purificador bem ajustado é importante para fornecer

semolina limpa ao sistema de redução, a fim de melhorar a

eficiência deste último.”

“ A farinha branca com manchinhas de farelo produz produtos

panificados sem atrativos e apresenta uma qualidade protéica

inferior, resultando em um desempenho reduzido da farinha de

panificação””
d) Sistema de redução

Estágio final da moagem do processo de produção de farinha

Semolina limpa
Reduzida em farinha acabada por um conjunto de
até doze pares de moinhos de rolos

Rolos de redução diferem dos rolos de trituração por serem lisos em


vez de estriados como apresentarem um diferencial reduzido de
velocidade entre cada rolo dos pares.
Primeira seção dos rolos

Atua sobre os estoques de semolina


limpa, principalmente do primeiro e do
segundo separadores de trituração

Produção de farinhas mais brancas , com melhor funcionalidade


para a panificação.

Seção intermediária

Atua sobre os resíduos da primeira e


sobre os estoques de pior qualidade dos
últimos purificadores
Dois ou três rolos finais

Agem sobre os estoques residuais das duas


primeiras seções

Farinhas de qualidade inferior


“ O ajuste e o desempenho do sistema de redução de um moinho de

farinha apresentam um efeito significativo sobre um dos mais

importantes parâmetros da panificação: ABSORÇÃO DE ÁGUA”

A três fatores importantes na especificação da farinha, que

podem ter efeito direto sobre a absorção de água:

1) Grau de umidade

2) Conteúdo protéico

3) Nível de dano do amido.


e) Separador de farinha

Cada par de rolos de redução é seguido por um


separador, que realiza entre três e cinco separações.

- Farinha é removida,

- Estoques remanescentes são classificados entre os rolos de


redução que seguem

Farinha removida apresenta qualidade de


panificação insatisfatória

Granel de ração de trigo


Rolos de redução
Produzem flocos pequenos (achatados) – se os flocos
passarem pelos separadores – ação de peneiramento
será ineficiente,e grande quantidade de material
restará como resíduo do sistema

Instalação de quebradores de flocos acima da maioria dos


rolos de redução

Final do processo de separação

Farinhas provenientes de diversas máquinas são reunidas e


misturadas, produzindo o que se designa farinha de “corrida
contínua”.
Farinha de “corrida contínua”

Farinha branca normal, ofertada para a maioria dos


consumidores, correspondendo a 76 a 78% da massa de trigo
inicial.

TAXA DE EXTRAÇÃO
(indicação da eficiência do moinho)

Farinha específica – cor mais branca (primeira seção do sistema de


redução)

Taxa de extração de 60%


No final do processo de moagem, haverá uma gama de diversos
produtos:

- Farinha branca de “corrida contínua” (ou farinha específica e


farinha de grau inferior);

- Farelos de trigo grosso e finos, para uso como ingredientes


em diversos produtos de panificação,alimentos saudáveis e cereais de
café-da-manhã;

- Ração de trigo, usada como alimento para animais, contendo


os farelos mais finos e possivelmente o gérmen de trigo, e farinhas de
grau inferior , se estas não podem ser vendidas separadamente.
2.7) Armazenamento e embalagem

Do moinho, a farinha passará através de um re-separador final antes do


armazenamento em larga escala.

re-separador : peneira fina – utilizada como precaução,


se houver rompimento de uma das outras peneiras do
moinho

Granéis de armazenamento em larga escala: madeira, concreto ou


aço

Madeira- primeiros granéis

Concreto – sujeitos a rupturas, são muito pesados e requerem


fundações muito profundas

Os granéis de madeira e concreto apresentam a desvantagem de


rompimento e possível contaminação da farinha
Granéis de aço:

- mais baratos

- não racham

- são mais leves e mais fáceis de instalar

- se necessários podem ser desmontados e remontados


“ Do armazenamento a farinha é transferida para entrega ou
embalagem em larga escala”

Embalagem
1 kg para uso doméstico
1 tonelada para padarias

Entrega
Sacas

“ Caminhões podem fazer entregas de 5 toneladas até uma tonelada


máxima – legislação de transporte”

“ Entregas menores requerem veículos especiais, com um


compartimento para diferentes farinhas ou apenas para um único
tipo de farinha”

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