RELATÓRIO LES MISERABLES

A adaptação do romance Les Misérables, de Victor Hugo, é um dos maiores clássicos

da história do teatro musical.
O figurinista espanhol retratou o filme com fidelidade a época que se passa na França
em meados do século XIX, que vai desde o núcleo aristocrata, com a riqueza de
detalhes, tecidos ricos, cores fortes contrastando com o mais miserável e triste
representado por roupas desgastadas, trapos e cores escuras.
O figurinista teve 5 meses para criação e construção de mais de 4.000 figurinos, ele se
inspirou na própria obra de Victor Hugo de 1862, e é apontado como um dos maiores
artistas de superproduções. O figurinista já trabalhou com Almodóvar, isso explica o
exagerado nas cores e texturas na composição do figurino de "Os Miseráveis" e por
isto o filme não tenha conseguido o prêmio, porém não deixa de encher os olhos com
sua perfeição.
O dramático figurino do musical "Os miseráveis" exagera nas cores e texturas para
fazer uma ponte entre o épico e a fantasia, segundo o figurinista Paco Delgado, um
espanhol ligado à tradição dos diretores Pedro Almodóvar e Alex de la Iglesia.
A equipe usa as cores de uma maneira dramática. Vermelhos em momentos onde há
muito dramatismo, cores apagadas em momentos de tristeza. É notável que tudo isso
distorce a realidade para transformá-la na história que se quer contar.
Para criar essa arte hiperrealista, que não economiza na sujeira e em cheiros que o
espectador quase pode sentir, Delgado, o figurinista da peça se inspirou nas obras de
pintores da época como Delacroix, Goya, David e Ingres.
No figurino das primeiras cenas, quando o protagonista Jean Valjean é um ex-
condenado, Delgado elegeu tons azulados e texturas rugosas, com fios mais grossos,
como linhos e lãs brutas.
A intenção principal da peça é reproduzir a realidade com muita exatidão. Já que é um
musical, e que essa é uma situação que não se dá na vida real, a equipe teve que
abordar algo de fantasia. Separando a fantasia e a realidade.