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GABRIEL DA SILVA FARIA

Nº 11659953

SOBRE “O ORNAMENTO DA MASSA” - RESENHA

Sobre o ensaio de Kracauer, deve se contextualizar acerca de seu processo


investigativo. O crítico que esteve em contato com a Escola de Frankfurt se mantém
como um sujeito passivo das inúmeras ambiguidades existentes dos conceitos e é
notável a influência de Marx para plano de estudo acerca das ferramentas e
estratégias do controle capitalista dentro da cultura de massa. Nesse sentido,
massa como um ornamento se desenvolve com a análise de uma força interna
oculta que está dentro de produções desintelectualizadas e feitas para o
entretenimento público fora do ambiente culto. Kracauer também caracteriza que o
ornamento é composto por segmentos abstratos e matematizados que retira a
unidade de corpos individuais e mantém uma integridade racional única e
metafórica, referenciando padrões de condições de trabalhos existentes no
surgimento do taylorismo e do capitalismo industrial como um todo.

Nesse sentido, o teórico se preocupa com os possíveis riscos interpretativos que se


desenvolve para crítica do que vai além de uma compreensão de uma indústria de
massa; no entanto, os raciocínios se desenvolvem atenciosamente sobre os
perversidades do capitalismo e tem se o detalhe nítido da compreensão de razão,
natureza e da ratio capitalista na composição do ornamento em si. O esvaziamento
racional apontado pelas críticas intelectuais se mantém no cerne da questão de sua
ressignificação da força da natureza que contribui para a substituição de uma
racionalidade pela ratio capitalista. Essa razão capitalista – que não é puramente
razão – é intrínseca, subjetiva, oculta, mas é pela análise superficial da produção
cultural popular é que contraditoriamente faz com que a questão se torne viva e
entendida como fator fulminante do controle na cultura de massa (provável que
Kracauer convivesse de perto, dentro do seu cotidiano, consumindo produções do
ornamento da massa como as Tiller Girls). O ornamento se adequa na abstração
que permite a composição técnica retirar essa capacidade individual única: essa
capacidade se encontra como a força que necessariamente o capitalismo quer
“adestrar” a seus níveis de produção para acúmulo de lucros. O abstrato como meio
de negação à racionalidade no conceito de cultura de massa entrega a possibilidade
do domínio capitalista sobre à razão do ser humano, que não tem contato com essa
intelectualização e se mantém submisso à estrutura.

Em detalhe, o tema sobre cultura do corpo e regramento dos elementos corpóreos


que se minimizam em funções e algoritmos ritmados, idealizado pelo sistema
taylorista e refletido no ornamento de massa abre o questionamento – a razão da
falta de crítica racional da massa que consome das produções acerca desse
regramento manipulador; todavia, Kracauer retoma a atenção sobre o cuidado da
transformação dessas composições reimaginadas com um fator de representação
mitológico, místico, mas falso, conclusão essa que se mantém distante da
racionalidade crítica da massa. É necessário abraçar as forças da abstração que
ainda tem como seu profundo sentimento a presença racional individual que é
natural do ser humano e que lhe ocupa no espaço artístico e cultural, além do que
uma força única capitalista exploratória.

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