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Contabilidade Financeira PDF
Contabilidade Financeira PDF
Contabilidade Financeira
© Copyright 2013 da Laureate. É permitida a reprodução total ou parcial,
desde que sejam respeitados os direitos do Autor, conforme determinam a
Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, art. 5º, inc.
XXVII e XXVIII, "a" e "b".
P426c
CDD:657.3
Apresentação
Prezados alunos,
Dando continuidade à trajetória evolutiva do nosso
plano de aprendizado, neste semestre vamos estudar a
Contabilidade Financeira.
Por que a denominação Contabilidade Financeira? Logo
veremos.
Na disciplina anterior – Contabilidade Introdutória –
tivemos a oportunidade de conhecer o Balanço Patrimonial,
demonstrativo contábil que mostra a “saúde” do patrimô-
nio das entidades, e aprendemos os primeiros passos de sua
elaboração. Nesta disciplina vamos aprofundar um pouco
mais nosso conhecimento dessa tão importante demonstra-
ção contábil e agregaremos a ele mais um demonstrativo, a
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
O Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados
são demonstrativos fundamentais no processo de gestão e
controle dos patrimônios das entidades e a Contabilidade
Financeira vai propiciar a compreensão dos seus conteúdos
e de suas estruturas, além de introduzir conceitos básicos de
análise financeira desses demonstrativos.
A disciplina terá como objetivo geral:
Contabilidade Financeira:
conceito, definições e utilização
no processo decisório
Olá prezados alunos,
Bem-vindos à primeira aula de Contabilidade Finan-
ceira! Vamos juntos “abrir” a porta que nos levará a mais um
estágio do nosso aprendizado!
O sucesso de toda tarefa depende, quase sempre, de
como a iniciamos. Planejarmos como alcançar nosso objetivo
é o primeiro passo para conduzirmos nossas ações de forma
produtiva. Mas para planejar é preciso saber o que se quer
alcançar.
Em cada uma das nossas aulas iremos estabelecer obje-
tivos intermediários que nos levarão à consecução do objetivo
geral pretendido. Vamos acompanhar se realmente estare-
mos cumprindo esses objetivos intermediários para não ter-
mos surpresas no final do nosso percurso. Mas como faremos
isso? Esse acompanhamento requer que saibamos:
1º Ler com atenção os objetivos propostos no início da
aula;
2º Analisar se, no decorrer da aula, os objetivos pro-
postos estão sendo alcançados e, na hipótese de não
estarmos seguros sobre isso, retornar até o último
ponto sobre o qual estamos certos de ter conseguido
atingi-los e revermos a nossa compreensão do conte-
údo. Este será o momento de esclarecer dúvidas, pes-
quisar a bibliografia indicada, trocar experiências com
os colegas, enfim, “de correr atrás”.
3º Analisar com total comprometimento com a rea-
lidade se, ao final da aula, os objetivos iniciais foram
atingidos.
Quer mais dicas de como estudar? Consulte o site:
http://www.brasilescola.com/dicas-de-estudo/
Então, vamos começar estabelecendo os objetivos que
pretendemos alcançar com esta aula, dentro do contexto do
nosso objetivo geral.
Objetivos de aprendizagem
Entender o que é Contabilidade Financeira e por que ela
recebe esse nome.
Conhecer as principais definições relacionadas à
Contabilidade Financeira.
Compreender a utilização da Contabilidade Financeira
no processo decisório das entidades.
22
Contabilidade Financeira
1.1
O que é Contabilidade
Financeira?
Existem várias justificativas para a denomina-
ção “Contabilidade Financeira” que, por sua vez, origina a
expressão “Demonstrações Financeiras”. Entre essas justifi-
cativas, pode-se destacar:
• A escrituração contábil, assim como os respecti-
vos relatórios e demonstrativos gerados pela contabili-
dade, deve ser elaborada em moeda. Ou seja, o caráter
financeiro está intrínseco à contabilidade;
• Os demonstrativos contábeis, também conhecidos
como Demonstrações Financeiras, são imprescindíveis
23
para a gestão financeira das entidades.
Contabilidade Financeira: conceito,
definições e utilização no processo
decisório
1.2
Contabilidade Financeira no
processo decisório
Quando estudamos a Contabilidade Introdutória
aprendemos que a Ciência Contábil é o principal instru-
24 mento a ser utilizado para a gestão de uma entidade. É por
meio das informações geradas pela Contabilidade, embasa-
Contabilidade Financeira
CURTO PRAZO
GERAM SAÍDA
DE CAIXA NO
NO CURTO
Circulante
Circulante
PRAZO
Passivo
Ativo
LONGO PRAZO
GERAM SAÍDA
DE CAIXA NO
Passivo Não
Circulante
lante
GERAM
9.372,60
Consolidado
CAIXA NO
Circulantes
Ativos Não
Patrimônio
LONGO
GERAM
Líquido
PRAZO
Outros
29
Tais conclusões são particularmente interessantes para
o gestor financeiro que deve suprir as deficiências de caixa,
Contabilidade Financeira: conceito,
definições e utilização no processo
decisório
Importante
As análises foram realizadas somente para efeitos didá-
ticos, tomando-se por base um número restrito de dados
e, portanto, não devem ser consideradas absolutas ou
conclusivas.
1.3
O rigens e aplicações de
32 recursos: decisões financeiras
Contabilidade Financeira
Imobilizado 9.372,60
Contabilidade Financeira
35
Trata-se do Balanço de abertura da empresa e ele nos
mostra que:
Contabilidade Financeira: conceito,
definições e utilização no processo
decisório
Patrimonial, em razonetes:
Bancos - Conta
Capital Subscrito Capital a Integralizar
Movimento
D C D C D C
100.000 70.000 30.000
Objetivos de aprendizagem
Entendemos o que é Contabilidade Financeira e por que
ela recebe esse nome?
Já conhecemos os principais conceitos e definições rela-
cionados à Contabilidade Financeira?
Compreendemos a utilidade da Contabilidade Financeira
38 no processo decisório das entidades?
Contabilidade Financeira
Qu estões pa r a r e f l e x ão
Analise o texto abaixo e, com base no conteúdo teórico
estudado, responda as seguintes questões:
LIN K S INDICADOS
Abertura de Capital (IPO): Um caminho para o crescimento
[Workshop Completo]: http://www.endeavor.org.br/videos/es-
trategia-crescimento/workshops/abertura-de-capital-ipo/aber-
tura-de-capital-um-caminho-para-o-crescimento-workshop-
-completo?gclid=cmi68m3pvlgcfzrj7aodquoasg
REFER ÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços. 8 ed. São
Paulo: Atlas, 2009.
Objetivos de aprendizagem
Entender por que o lucro é a principal origem de recur-
sos para uma entidade;
Apurar o resultado contábil de uma entidade, utilizando
os regimes de caixa e de competência, de acordo com os
princípios contábeis; e
Apropriar o resultado apurado ao patrimônio da
entidade.
PASSIVO
ATIVO
E PL
Capital de Diversos
Aplicação
terceiros
48
os
Lucro
cr os
Lu trib endo
u
Contabilidade Financeira
L tid
dis ivid
cro uíd s)
(D
Re
s
Capital
os
Aplicação
Próprio (PL)
Capital
Aplica-
Origens
ções Investimentos
dos proprietários
Receitas
(-)
Despesas
=
Contas de Resultado
• São as contas que registram as receitas e as despe-
sas da entidade;
• Servem de base para a apuração do resultado das
organizações e para a elaboração da Demonstração do
Resultado do Exercício – DRE.
De acordo com a Resolução CFC nº 1374/2011 do
Conselho Federal de Contabilidade que aprovou a Estrutura
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro emitido pelo Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC), os elementos de receitas e de despesas são
definidos como segue:
(a) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos
durante o período contábil, sob a forma da entrada de
recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de
passivos, que resultam em aumentos do patrimônio
líquido, e que não estejam relacionados com a contri-
buição dos detentores dos instrumentos patrimoniais;
(b) Despesas são decréscimos nos benefícios econômi-
cos durante o período contábil, sob a forma da saída
de recursos ou da redução de ativos ou assunção de
passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio
líquido, e que não estejam relacionados com distribui-
ções aos detentores dos instrumentos patrimoniais.
50 Despesas
Despesas podem ser relacionadas a gastos, desembol-
Contabilidade Financeira
Receitas
Receitas são recursos recebidos ou a receber provenien-
tes das atividades da entidade e que aumentam o patrimônio.
Exemplos: vendas de mercadorias, produtos ou serviços, recei-
tas de aluguéis, receitas de juros etc.
As receitas que resultam das operações da entidade,
ou seja, que são derivadas da realização das atividades para
as quais a entidade foi criada, são denominadas Receitas
Operacionais.
As receitas provenientes de aplicações financeiras e 55
que representam uma alternativa para a utilização de recur-
Principal origem de recursos: o lucro
2.2
56
Contabilidade Financeira
R egimes de apuração do
resultado
Revistos importantes conceitos relacionados às contas
que permitem a apuração do resultado, pode-se estabelecer
uma relação entre tais resultados e a gestão dos financiamen-
tos e investimentos das entidades.
Pudemos observar que o lucro é apurado mediante a
confrontação entre as receitas e as despesas corresponden-
tes e que, quando este permanece na empresa, aumenta o seu
patrimônio, sendo uma excelente fonte de recursos, ou seja,
excelente fonte de financiamento das operações.
Por outro lado, também observamos que os gastos que
a entidade realiza para fazer face às suas operações podem
ser custos, despesas ou investimentos. Quando os custos
tornam-se despesas, ou seja, são reconhecidos no resultado,
quando da ocorrência das receitas correspondentes e, quando
investimentos, permanecerão no Ativo até que sejam reali-
zados por consumo, desgaste (depreciação), perda de valor
(amortização) ou venda. Isso significa dizer que, enquanto
os gastos não forem apropriados ao resultado, eles permane-
cerão no Ativo como aplicações das quais se espera retorno
suficiente para cobrir os custos de financiamento (origens de
recursos) das operações.
Continuando, vamos conhecer ou relembrar as for-
mas pelas quais é possível apurar os resultados das entida-
des de acordo com os fins para os quais se pretenda utilizar
tal informação.
O resultado (lucro ou prejuízo) das entidades pode
ser apurado de duas formas, de acordo com o fim a que se 57
destine.
Principal origem de recursos: o lucro
os impostos e contribuições.
• Ano base - Período base de um ano (uso fiscal).
• Ano calendário - É o período de doze meses consecuti-
vos, contados de 1o de janeiro a 31 de dezembro (uso fiscal).
Total de Despesas
(175.000)
Incorridas
Resultado do Período
195.000
(Lucro)
3. Grifo nosso.
efetivamente “contratadas” pelo compromisso formal assu-
mido com a respectiva seguradora. Utilizemos a seguinte
situação para exemplificar um desses casos:
• A Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos Ltda.
contratou um seguro com a Seguradora XYZ, no valor
total de R$50.000,00 para cobrir possíveis riscos de
sinistros com um dos veículos de sua frota, nas seguin-
tes condições:
1. Vigência do seguro: de 01.07.XX a 30.06.XX – 12
meses
2. Valor do prêmio de seguro contratado, a ser
pago em 4 parcelas iguais: R$6.000,00
3. Data da contratação: 29.06.XX
4. Vencimento da primeira parcela: 30.06.XX
Vejamos como seria feita a contabilização correspon-
dente:
• Na data da contratação (29.06.XX):
Despesas Antecipadas a Seguros a Pagar - R$6.000,00
Obs.: Lançamento pelo valor total do prêmio de seguro
contratado
• Na data do pagamento da primeira parcela (30.06.XX)
Seguros a Pagar a Caixa ou Bancos - R$1.500,00
65
Obs.: O mesmo lançamento será feito quando forem
pagas as parcelas subsequentes.
Principal origem de recursos: o lucro
Ativo Despesas
Despesas Antecipadas Ativo Caixa Administrativas
c/ Material Escritório Material de Escritório
(A) 500 150 (B) 500 (A) (B) 150
(A) Compra de papel sulfite, conforme NF 1200 - Kalunga - tem natureza de um INVES-
TIMENTO
(B) Quando o material é consumido pelos departamentos, este é alocado como DESPESA
Contabilização:
(A) Para a Indústria de Alimentos Pão Nosso, a aqui-
sição do lote de papel sulfite, inicialmente, é um inves-
timento a ser registrado como Despesas Antecipadas
– Material de Escritório. Trata-se, neste momento, de
um Ativo que deverá gerar resultados futuros. Como o
pagamento do papel foi feito à vista, ocorreu um desem-
bolso, representado pelo lançamento na conta Caixa;
(B) O consumo do papel sulfite, pelos departamentos
administrativos da indústria de Alimentos Pão Nosso,
constitui uma despesa administrativa com material de
escritório, uma vez que esse consumo não faz parte da sua
atividade operacional principal que é “fabricar alimentos”.
Constata-se, então, que sempre que ocorrer a aquisição
de Ativos (Investimentos) que irão se tornar despesas futu-
ras, desde que não representem custos de produção de bens
ou serviços, elas deverão ser diferidas pelo tempo no qual
forem consumidas/utilizadas.
A apropriação, no resultado, dessas despesas pagas ante-
cipadamente, deverá ocorrer no período ao qual elas se refe-
rem, de forma proporcional ao consumo ou utilização efetiva.
Apuração do Resultado
72 (b) 12.000 18.400 (a)
(c) 250
Contabilidade Financeira
(k) 495
(l) 297
15.892 18.400 SUBTOTAIS
Podemos, agora, levantar o segundo Balancete de
Verificação e contabilizar a transferência do lucro final para
o Patrimônio Líquido, “encerrando” o período e fechando o
Balanço Patrimonial:
IRPJ e CSLL a
- - 792 - 792
Recolher
TOTAL DO PASSIVO 1.800 - 792 - 2.592
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
Capital 10.000 - - - 10.000
Lucros acumulados 2.600 - - - 2.600
TOTAL DO PATRI-
12.600 - - - 12.600
MÔNIO LÍQUIDO
TOTAL DO
PASSIVO E DO
14.400 - 792 - 15.192
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
CONTAS DE
RESULTADO
Receita de vendas 18.400 18.400 - - -
Custo das Mercador-
12.000 - - 12.000 - -
ias Vendidas
Despesas
1.000 - - 1.000 - -
administrativas
. Salários 300 - - 300 - -
. Aluguéis 500 - - 500 - -
. Material de
50 - - 50 - -
escritório
. Energia elétrica 80 - - 80 - -
. Depreciação 70 - - 70 - -
Despesas de vendas 1.850 - - 1.850 - -
IRPJ - - 495 495 - -
CSLL - - 297 297 - -
Despesas financeiras 250 - - 250 - -
APURAÇÃO DO
- - 15.892 18.400 15.892 18.400
RESULTADO
TOTAL DAS
CONTAS DE 15.100 18.400 35.084 35.084 - -
RESULTADO
TOTAIS 33.600 33.600 35.084 35.876 34.392 34.392
Ltda.
Apuração do Resultado
(b) 12.000 18.400 (a)
(c) 250
(d) 300 Lucros Acumulados
(e) 500 2.508 (m)
(f) 50
(g) 80 2.508 SF
(h) 70
(i) 1.850
(k) 495
(l) 297
297 2.508 (m)
TOTAL DO
Material de escritório 500 2.592
PASSIVO
PATRIMÔNIO
NÃO CIRCULANTE 9.200
LÍQUIDO
Imóveis 10.000 Capital 10.000
Depreciação acumulada (800) Lucros acumulados 5.108
TOTAL DO
PATRIMÔNIO 15.108
LÍQUIDO
TOTAL DO ATIVO 17.700 TOTAL 17.700
Terminamos, assim, de estudar o que pretendíamos
nesta aula, mas será que conseguimos alcançar os objetivos
iniciais propostos? Chegou a hora daquele momento de refle-
xão, superimportante na evolução do nosso aprendizado.
Não podemos deixar nenhuma dúvida pendente para poder-
mos evoluir com segurança!
Objetivos de aprendizagem
Entendemos porque o lucro é a principal origem de
recursos para uma entidade?
Somos capazes de apurar o resultado contábil de uma
entidade, utilizando os regimes de caixa e de competên-
cia, de acordo com os princípios contábeis?
Sabemos como apropriar o resultado apurado ao patri-
mônio da entidade?
76 Vamos relembrar?
A nossa segunda aula permitiu que entendêssemos o
Contabilidade Financeira
Qu estões pa r a r e f l e x ão
O miniartigo transcrito a seguir aborda, de forma bas-
tante interessante, o tema que acabamos de estudar. O autor
sugere formas de reinvestir o lucro na empresa, ressaltando
aspectos importantes que podem resultar dessa decisão.
Após leitura atenta do artigo, procure responder às seguintes
questões. Será uma forma de checar o quanto você entendeu
sobre o conteúdo estudado.
http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v6_
n2/06_Luciano%20e%20Elis.pdf
LIN K S INDICADOS
www.cfc.org.br
www.receita.fazenda.org.br
REFER ÊNCIAS
GOLDRATT, E. M.; COX, J. A meta. 2 ed. São Paulo: Nobel,
2002.
Objetivos de aprendizagem
Entender qual a diferença entre “provisões” e
“previsões”;
Usar corretamente o termo “provisão” de acordo com o
seu real significado;
Contabilizar as principais provisões contábeis;
Conhecer e contabilizar as principais despesas que não
afetam o caixa.
84
Com esses propósitos, esta aula será estruturada da
Contabilidade Financeira
seguinte forma:
3.1 Provisões: conceito e efeitos no resultado
3.1.1 Diferença entre provisões contábeis e
previsões/estimativas
3.1.2 Constituição de provisões
3.1.3 Reversão de provisões e de perdas estimadas
3.1.4 Principais provisões
• Perdas estimadas para créditos de liquidação
duvidosa
• Provisão para ajuste ao valor de mercado ou ao
valor justo
• Ajuste ao valor presente
3.2 Despesas que não afetam o caixa
3.2.1 Depreciação do Imobilizado
3.2.2 Amortização e Exaustão
3.1
R$400.000
= Valor “estimado” da
provisão
400.000 400.000
94
aquele valor que, provavelmente, será efetivamente recebido.
Primeiramente, vamos calcular qual seria o valor da
Contabilidade Financeira
perda estimada:
20% x 800.000 = 160.000
160.000 160.000
Vejam os razonetes:
Provisão para reparos
Caixa
de Bens
D C D C
320.000 400.000 320.000
80.000
80.000
98
Os razonetes seriam os seguintes:
Contabilidade Financeira
752.000
2 – Pela reversão parcial da perda estimada
Perdas estimadas
Receita de Reversão
para Créditos de Liq
de Provisões
Duvidosa
D C D C
48.000 160.000 48.000
112.000 48.000
entidade;
• Provisão para penalidades por quebra de contratos;
• Provisão para contratos de construção;
• Provisão para ajuste ao valor de mercado;
• Provisão para ajuste ao valor presente; entre outras.
• São exemplos de perdas estimadas:
• Perdas estimadas para créditos de liquidação
duvidosa;
• Perdas estimadas em estoques;
• Perdas estimadas para redução ao valor realizável
líquido;
• Perdas estimadas por valor não recuperável de ati-
vos imobilizados; entre outras.
Vamos destacar algumas dessas provisões e perdas
estimadas para ilustrar o nosso estudo.
Mensuração
A mensuração do valor a ser contabilizado como per-
das estimadas em créditos de liquidação duvidosa está con-
dicionada às peculiaridades de cada empresa. Geralmente
são estudadas as situações que envolvem os clientes já em
inadimplência ou, ainda, que já estejam prestes a serem
declarados inadimplentes, além de outros aspectos relativos
à probabilidade ou não de recebimentos dos créditos como,
por exemplo, experiências já ocorridas ou outras mudanças
no contexto de atuação da entidade.
Como se pode perceber, deve ser feita uma “seleção”
dos casos que possam ser considerados na composição do
valor da perda.
Contabilização
Contabilmente, as perdas com estimativas de crédito
de liquidação duvidosa contemplam as seguintes situações:
• Constituição da perda estimada (já estudada no
item 3.1.2);
• Reversão da perda estimada quando constituída
em excesso, buscando adequá-la ao valor efetivamente
perdido (já estudada no item 3.1.3);
• Realização da perda estimada quando a entidade
considerar que os créditos aos quais ela se refere real-
mente não serão recebidos, ou seja, são incobráveis; e 101
Usando razonetes:
Perdas Estimadas
Provisão para reparos
para Créditos de Liq
de Bens
Duvidosa
D C D C
48.000 48.000
160.000 800.000
83000 83.000
102
Contabilidade Financeira
29.000 669.000
614.000 26.000
Importante:
O ajuste do valor dos estoques somente será contabili-
zado quando o valor justo for MENOR que o valor contábil.
Deverá ser apurado o custo de reposição de CADA mate-
rial componente do estoque.
105
Bem, vamos ver como funciona na prática?
Imagine que uma indústria moveleira tem em seus Provisões contábeis e despesas que não afetam o caixa
estoques os seguintes materiais:
or unitário abaixo
Diferença de val-
Valor realizável
Custo unitário
Quantidade
do mercado
Custo total
Materiais
líquido
Valor unitário
Valor contábil
Quantidade
de mercado
provisão ≠
Valor total
(mercado)
Materiais
Valor da
PARAFUSOS 1,50 1.500 2.250,00 2.700,00 450,00
Conta de
D Duplicatas a Receber R$600.000,00
Ativo
Receita Bruta de Conta de
C R$600.000,00
Vendas Resultado
Conta de
D Estoques R$300.000,00
Ativo
Custo dos Produtos Conta de
C R$300.000,00
Vendidos Resultado
Pelo valor
VP – Receita
da parcela Conta de
D Financeira Comercial a
mensal dos Ativo
Apropriar
juros
Receita Financeira Conta de
C Idem
Comercial Resultado
Valor referente à apropriação de re-
ceita financeira comercial no período
Vimos um exemplo sobre uma conta de Ativo, mas e
para as contas de Passivo, o ajuste ao valor presente também
é aplicável? Sem dúvida! Se a entidade tem uma obrigação,
cujo valor contempla juros embutidos, deverá efetuar o ajuste
da mesma forma.
Para exemplificar, vamos supor que uma entidade
adquiriu uma máquina a prazo no valor total de R$27.865,00,
correspondente a cinco parcelas iguais de R$5.573,00. Os
juros embutidos correspondem a uma taxa de 20% ao ano.
Quando descontamos os juros do valor total, trazendo-o ao
seu valor presente, temos que o seu valor real na data da com-
pra é de R$20.000,00, ou seja, o valor dos juros corresponde a
R$7.865,00. Vamos contabilizar esse ajuste:
Conta de
Máquinas (pelo valor
D R$20.000,00 Ativo Não
presente)
Circulante
Conta de
Encargos Financeiros a
D R$7.865,00 Passivo
Decorrer
(Redutora)
Conta de
C Financiamentos R$27.865,00
Passivo 111
Valor referente ao ajuste ao valor pre-
sente na compra de máquina a prazo Provisões contábeis e despesas que não afetam o caixa
Financiamentos R$27.865,00
Encargos Financeiros a Decorrer (R$7.865,00)
112
Despesas que não afetam o caixa
Contabilidade Financeira
5. Grifo nosso
fins de análise, mas, sobretudo, no que se refere à gestão finan-
ceira das organizações. Tanto é assim, que elas são expurgadas
do cálculo de um dos indicadores financeiros mais utiliza-
dos atualmente – o EBITDA – Earning Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization que, traduzido literalmente
para o português, significa “lucro antes dos juros, impostos,
depreciação e amortização”, o qual vamos aprender a usar
futuramente. Por ora, vamos conhecer tais despesas.
Depreciação do Imobilizado
Os bens do Ativo Imobilizado têm um tempo limi-
tado de durabilidade, exceto os terrenos que não têm limi-
tação para sua vida econômica. Todos os demais sofrem
desgaste pelo uso ou outras intercorrências como, por
exemplo, obsoletismo, muito comum em equipamentos
114
de alta tecnologia.
Contabilidade Financeira
Valor depreciável
Para determinar o valor a ser depreciado, deverá ser
considerado o valor estimado da vida útil econômica do bem
e seu valor residual6, considerando as condições gerais do
respectivo uso, as características técnicas e outros fatores que
possam influenciar essa estimativa.
O valor a ser apropriado a título de depreciação de
cada bem do Ativo Imobilizado deve ser determinado pela
diferença entre o valor de custo do bem e o seu valor residual.
Tal valor deverá ser apropriado, periodicamente, no decorrer
da vida útil estimada do bem.
O valor residual e a vida útil de um ativo imobili-
zado devem ser reavaliados, no mínimo, uma vez por ano,
regularmente.
116
A estimativa de vida útil econômica de um bem do
Contabilidade Financeira
6. Valor residual é o valor que a entidade espera obter por um ativo ao final da sua vida útil, líquido
dos custos necessários para a sua venda, com razoável certeza.
O Pronunciamento Técnico – CPC 27 – Ativo
Imobilizado cita a necessidade de se considerar os seguintes
fatores na determinação da vida útil de um ativo:
• Uso esperado, avaliado com base na capacidade de
produção física esperada do ativo;
• Desgastes físicos normais relacionados a fatores
operacionais como uso em vários turnos, manutenção,
reparos, entre outros;
• Obsolescência técnica ou comercial por mudanças
ou melhorias na produção ou demanda pelo produto
gerado pelo ativo;
• Limites legais, contratuais ou semelhantes ao tempo
de uso do ativo (leasing, por exemplo).
Como vimos, há várias formas de calcular o valor Provisões contábeis e despesas que não afetam o caixa
Amortização e Exaustão
• Amortização
O significado do termo amortização, aqui utilizado,
7. Custos de Produção: quando se tratar de bens utilizados diretamente na produção de bens ou ser-
viços, a depreciação deve compor o custo desses bens ou serviços.
não deve ser confundido com o que se usa quando se paga
uma parcela de qualquer dívida, isto é, com “amortização
de dívidas” ou quaisquer outros. A amortização que vamos
estudar agora diz respeito à perda de valor do capital apli-
cado em certos direitos.
O artigo 183, § 2º, da Lei nº 6.404/76, já citado anterior-
mente, define em seu item “b”, o que vem a ser a amortização
de que vamos tratar, determinando que:
A diminuição do valor dos elementos
dos ativos imobilizado e intangível será
registrada periodicamente nas contas
de: (...) (b) Amortização, quando cor-
responder à perda do valor do capital
aplicado na aquisição de direitos de
propriedade industrial ou comercial e
quaisquer outros com existência ou ex-
ercício de duração limitada, ou cujo ob-
jeto sejam bens de utilização por prazo
legal ou contratualmente limitado (...)
(Lei nº 6.404/76, art. 183 § 2º).
Extração do período
Quota de
=
Exaustão %
Possança total
8. Possança: termo utilizado em geologia para representar a espessura de um estrato geológico (cada
uma das camadas de rochas sedimentares); capacidade de produção de uma mina ou jazida.
Conta de
D Despesa de Exaustão R$5.000,00
Resultado
Conta de
C Exaustão Acumulada R$5.000,00
Ativo
Objetivos de aprendizagem
Entendemos a diferença entre “provisões” e “previsões”?
Aprendemos como usar corretamente o termo “provi-
são”, de acordo com o seu real significado?
Sabemos contabilizar as principais provisões contábeis?
Conhecemos e sabemos contabilizar as principais despe-
sas que não afetam o caixa?
125
Se ficou alguma dúvida, não siga adiante! Volte e tente
sana-la antes de começar a Aula 4. Mas, se está confortável com Provisões contábeis e despesas que não afetam o caixa
o aprendizado até aqui, vamos em frente. Na aula 4 o desafio
será elaborarmos juntos um demonstrativo contábil de funda-
mental importância para a avaliação do desempenho da enti-
dade – a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE.
Vamos relembrar?
Nesta aula, foram abordados conceitos importantes que
auxiliam em diversas análises sobre o patrimônio e a
gestão financeira das entidades.
Vimos os conceitos de provisões e a sua diferença em
relação às previsões para cumprimento de obrigações e
constatamos que:
- Os valores que correspondem a perdas estimadas pela
não realização de ativos (contas redutoras) devem ser tra-
tados como: PERDAS ESTIMADAS;
- Os valores resultantes de obrigações reais (contas a
pagar e provisões derivadas de apropriações por compe-
tência) devem ser tratados como: VALORES A PAGAR;
e que
- As provisões sobre as quais há incertezas sobre os pra-
zos e os valores de realização devem ser tratadas como:
PROVISÕES.
Também conhecemos os conceitos e aprendemos a con-
tabilizar a constituição e a reversão de algumas perdas
estimadas e provisões, entre elas a de Perdas Estimadas
para Créditos de Liquidação Duvidosa, uma das mais
conhecidas.
Na sequência, estudamos também os conceitos de valor
justo e de valor presente que, por sua vez, são causas de
126 ajustes que, assim como as perdas estimadas e as pro-
visões, têm por finalidade trazer ativos e passivos aos
Contabilidade Financeira
a) R$51,00
b) R$84,00
c) R$87,00
d) R$102,00
e) R$171,00
Solução:
Vamos montar os razonetes e fazer os lançamentos contábeis
dos eventos indicados no enunciado:
Contas a PECLD Bancos Conta
Receber Movimento
(SI) 2.800 980 (1) (2) 84 84 (SI) (1) 980
(3) 1.700 120 (2) 51 (5) (4) 500
128
(SF) 87
Contabilidade Financeira
E aí? Acertou?
Sim? Parabéns!
Não? Refaça passo a passo os seus cálculos para saber onde
errou.
LEITURAS RECOMENDADAS
DOMINGUES, J. C. de A.; GODOY, C. R. Redução ao valor
recuperável de ativos: um estudo nas empresas do setor pe-
trolífero mundial. Revista de Educação e Pesquisa em Con-
tabilidade. v. 6, nº 4 (2012). Disponível em: http://www.repec.
org.br/index.php/repec/article/view/306/679
LIN K S INDICADOS
www.cfc.org.br
www.cpc.org.br
www.receita.fazenda.org.br
REFER ÊNCIAS
GRECO, A.; AREND, L. Contabilidade: teoria e prática bási-
cas. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
130
MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 12 ed. São Paulo:
Atlas, 2006
Contabilidade Financeira
Provisões contábeis e despesas que não afetam o caixa
131
(4)
D emonstração do resultado do
exercício
Olá prezados alunos,
Vamos abrir mais uma porta?
Vocês notaram que não fechamos nenhuma, só abri-
mos? Sabem por quê? Porque a Contabilidade, como toda
ciência ou área do conhecimento, deve estar sempre sendo
estudada, atualizada! Além disso, estamos só começando a
nossa trajetória nessa área fascinante! Estamos nos prepa-
rando para abrir cada vez mais portas de conhecimento para
nos tornarmos profissionais de alto nível, certo?
Somos iniciantes no estudo da Ciência Contábil, mas,
vejam só, esta já é nossa quarta aula – metade da primeira
parte do caminho.
Nesta aula, vamos dar continuidade ao que já apren-
demos sobre o “resultado” das entidades. Já sabemos que
uma entidade pode obter lucro ou prejuízo ou, ainda, supe-
rávit ou déficit, se não tiver fins lucrativos, de acordo com o
desempenho apresentado em determinado período. O rela-
tório ou demonstrativo contábil que retrata esse desempe-
nho, por meio da sua representação na forma de contas de
receitas e de despesas, é a Demonstração do Resultado do
Exercício – DRE.
O Balanço Patrimonial das entidades nos dá condi-
ções de entender e analisar o comportamento dos respectivos
patrimônios, mas, para avaliarmos quais são os resultados
que estão sendo gerados por esses patrimônios, precisamos
complementar nossa análise como a DRE, pois nela sabe-
remos o quanto a entidade está auferindo de receitas com
a venda de seus produtos, por exemplo, ou quanto ela está
tendo de custos nas suas operações, entre outros importan-
tes detalhes.
Nossos objetivos nesta quarta aula serão:
136
Objetivos de aprendizagem
Contabilidade Financeira
R econhecimento de receitas e
despesas conforme as IFRS
Reconhecer receitas ou despesas de acordo com as
IFRS – Normas Internacionais de Contabilidade, nada mais
é do que aplicar corretamente as Normas Brasileiras de
Contabilidade, visto que, salvo poucas exceções, já contem-
plam, praticamente na íntegra, aquelas normas. A referência
às IFRS visa somente destacar esse momento importante que
a área contábil está vivendo, ressaltando que o dia a dia da
contabilidade já deve estar sendo conduzido com a certeza de
que estamos inseridos nesse ambiente internacional.
Reconhecer dados no Balanço Patrimonial ou na
Demonstração do Resultado, segundo o disposto na
138
Resolução CFC nº. 1374/11, que aprovou o Pronunciamento
Contabilidade Financeira
. Vendas
. Receita com Prestação de Serviços
. (-) IPI faturado
REDUTORAS DA RECEITA
OPERACIONAL BRUTA
144
RECEITA OPERACIONAL
Contabilidade Financeira
LÍQUIDA
Atividades fim
Indústria => atividade fim = fabricar produtos
Comércio => atividade fim = comprar e revender
mercadorias
Serviços => atividade fim = prestação de serviços
Por que receita bruta?
Quando se estabelece um preço para produtos, mer-
cadorias ou serviços, eles devem prever a incidência dos
impostos que são cobrados do cliente, porém repassados
ao Governo. Vamos exemplificar isso de uma forma sim-
ples, supondo que uma indústria está atribuindo o preço
do seu produto:
Contabilizando o faturamento:
Conta de
D Clientes R$500.000,00
Ativo
Conta de 147
C Receita Bruta de Vendas R$1.995.000,00
Resultado
Contabilizando o IPI:
Conta de
IPI sobre Faturamento Resultado
D R$225.000,00
Bruto (Redutora da
Receita Bruta)
Obrigações Fiscais – IPI a Conta de
C R$225.000,00
Recolher Passivo
Valor referente ao IPI incidente sobre o
faturamento bruto do período
11. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): imposto cujas alíquotas diferem de acordo com
produto.
Contabilizando a recuperação do IPI:
Obrigações Fiscais – IPI a Conta de
D R$100.000,00
Recolher Passivo
Impostos a recuperar – Conta de
C R$100.000,00
IPI Ativo
Valor referente à recuperação de IPI inci-
dente sobre faturamento bruto
Impostos a Re-
148
cuperar ICMS
(1) 90.000
Contabilidade Financeira
125.000
IPI sobre
Faturamento
Bruto
(3) 225.000
O recolhimento do IPI se dará pelo valor líquido, ou
seja, o valor devido pela entidade, compensado com o valor
de crédito ao qual ela tem direito e que corresponde ao
imposto que ela própria pagou quando adquiriu os materiais
para fabricar os seus produtos. Vamos, então, contabilizar o
recolhimento do IPI:
Obrigações Fiscais – Conta de
D R$125.000,00
IPI a Recolher Passivo
Bancos - Conta Conta de
C R$125.000,00
Movimento Ativo
Valor referente ao recolhimento e IPI
incidente sobre faturamento bruto
Obrigações
Bancos Conta
Fiscais IPI a
Movimento
Recolher
(5) 100.000 225.000 125.000 (5)
125.000
149
Vejam como ficaria na Demonstração do Resultado do
Vendas Canceladas
Conta de
D (Redutora da Receita R$12.000,00
Resultado
Bruta de Vendas)
Conta de
C Clientes R$12.000,00
Ativo
Vendas
Clientes
Canceladas
(6) 12.000 1.995.000 12.000 (6)
Desconto Comer-
Clientes
cial Concedido
(7) 500 1.995.000 12.000 (6)
500 (7)
Conta de
Resultado
ICMS sobre Fatura-
D R$270.000,00 (Redutora
mento Bruto
da Receita
Bruta)
Obrigações Fiscais – Conta de
C R$270.000,00
ICMS a Recolher Passivo
Valor referente ao ICMS incidente
sobre o faturamento bruto do período
Sendo:
EiPP = Estoque inicial de produtos prontos
CPP = Custo dos produtos prontos
EfPP = Estoque final de produtos prontos
No nosso exemplo, temos:
EiPP = R$1.100.000,00
CPP = R$340.000,00
EfPP = R$848.000,00
Apurando o CPV:
Em razonetes:
Custos dos Produtos Estoque Produtos
Vendidos Prontos
592.000 1..100.000 592.000
340.000
848.000
CMP = Ei + Co – Ef
Sendo:
• CMP = Custo da matéria-prima
• Ei = Estoque inicial de matéria-prima
• Co = Compras de matéria-prima
• Ef = Estoque final de matéria-prima
Além do custo das matérias-primas consumidas na
produção, o custo dos produtos prontos envolve uma série de
outros insumos, como mão de obra direta, custos indiretos
(aluguéis, energia etc.), encargos sociais sobre mão de obra
direta, outros materiais e demais custos. Assim, a apuração
do CPP – Custo dos Produtos Prontos – pode ser realizada
mediante a seguinte equação:
Sendo: 157
Valores
Estoque de Produtos em Fabricação
(R$MIL)
Estoque inicial de produtos em fase de
800
fabricação
Custo da matéria-prima 400
Mão de obra direta 200
Encargos sociais sobre mão de obra
100
direta
Gastos gerais de fabricação 80 = R$1000,00
Depreciação industrial 20
Custos indiretos de fabricação 130
Materiais diretos 70
Subtotal 1.800
Estoque final de produtos em fase de #???
1.460
fabricação
158
INDÚSTRIA DE BRINQUEDOS
Contabilidade Financeira
+ Custo
dos produ-
tos
- =
Estoque Estoque final
=
inicial em em
R$1.000,00
fabricação fabricação
R$800,00 R$1.460,00
Produtos
Prontos
R$340,00
Onde:
• CSP = Custo dos Serviços Prestados
• SiSA = Saldo Inicial de Serviços em Andamento
• CSp = Custos de Serviços do Período
• SfSA = Saldo Final dos Serviços em Andamento
CMV = Ei + Co – Ef
Onde:
• CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
• Ei = Estoque inicial de mercadorias
• Co = Valor líquido das compras de mercadorias no
período
• Ef = Estoque final de mercadorias
Exemplificando, temos que a Indústria de Brinquedos
160
que está servindo de base para o nosso estudo. Além de fabri-
car, também compra e revende mercadorias, isto é, brinque-
Contabilidade Financeira
12. Compras Líquidas: preço original deduzido das eventuais devoluções e abatimentos, somando-
-se o frete pago
Vamos contabilizar?
Estoque de Conta de
D R$300.000,00
Mercadorias Ativo
Conta de
C Fornecedores R$300.000,00
Passivo
Valor referente às compras de merca-
dorias no período
Custo das
Estoque de
Mercadorias Fornecedores
Mercadorias
vendidas
(2) 350.000 (SI) 500.000 350.000 (2) 300.000 (1)
(1) 300.000
450.000
Despesas financeiras
As “despesas financeiras” são representadas pelas des-
163
pesas de caráter financeiro, como: juros pagos nas operações
Receitas financeiras
As “receitas financeiras” são oriundas de operações de
caráter também financeiro, como: receitas obtidas em aplica-
ções financeiras; descontos financeiros obtidos; juros cobra-
dos, etc.
Despesas administrativas
As “despesas administrativas” representam todas
as despesas relacionadas com a administração da entidade.
Exemplos: aluguéis da administração; salários e encargos do
pessoal administrativo; material de expediente etc.
Outras despesas operacionais
No grupo de “outras despesas operacionais” são classi-
ficadas as demais despesas que, embora necessárias às opera-
ções da entidade, não têm relação direta com vendas ou com
a administração. Exemplos: quebras de estoques; mercadorias
danificadas, etc.
Normalmente são despesas de pequeno valor e, nesse
caso, embora apareçam na DRE em uma única linha, devem
ser destacadas nas Notas Explicativas às Demonstrações
Contábeis, mas, quando não o forem, devem ser destacadas
na própria DRE.
Ganhos na venda
de Imobilizados
3.000
Ganhos na venda
de Imobilizados
3.000
CSLL e IRPJ
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
A CSLL é um tributo federal cobrado das empre-
sas, cujo cálculo segue regras específicas determinadas pela
legislação tributária. O detalhamento do seu cálculo será
estudado futuramente, mas, por ora, vamos aprender como
170 contabiliza-la.
Vamos supor uma CSLL de 9% incidente sobre o
Contabilidade Financeira
Contribuição Social
Conta de
D sobre Lucro Líquido R$40.725,00
Resultado
(CSLL)
Conta de
C CSLL a Recolher R$40.725,00
Passivo
Conta de
D CSLL a Recolher R$40.725,00
Passivo
Bancos - Conta Conta de
C R$40.725,00
Movimento Ativo
Valor referente ao pagamento da
CSLL do período
Imposto de Imposto de
Renda s/Lucro Renda a Recolher
Conta de
D IRPJ a Recolher R$61.766,00
Passivo
Bancos - Conta Conta de
C R$61.766,00
Movimento Ativo
Valor referente ao pagamento do IRPJ
do período
Imposto de Bancos Conta
Renda a Recolher Movimento
(2) 61.766 61.766 (2)
Demonstração do Resultado do Exercício
Vejamos a DRE até este ponto:
RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTESDO IMPOSTO
411.775
DE RENDA SOBRE O LUCRO (LAIR)
(-) Imposto de Renda sobre o Lucro (61.766)
RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS IMPOSTO DE
350.009
RENDA
(-) Participações sobre o Lucro
Contabilizando:
Constituição da obrigação
Participações de Conta de
D R$30.000,00
Debêntures Resultado
Participações de Conta de
C R$30.000,00
Debêntures a Pagar Passivo
174 Valor referente às participações de
debêntures no lucro do período
Contabilidade Financeira
Constituição da obrigação
Participações de Conta de
D R$27.000,00
Empregados Resultado
Participações de Conta de
C R$27.000,00
Empregados a Pagar Passivo
Valor referente às participações de
empregados no lucro do período
Pagamento da obrigação
Participações de Conta de
D R$30.000,00
Debêntures a Pagar Passivo
Bancos - Conta Conta de
C R$30.000,00
Movimento Ativo
Valor referente ao pagamento das par-
ticipações de debêntures no período
Pagamento da obrigação
Participações de Conta de
D R$27.000,00
Empregados a Pagar Passivo
Bancos - Conta Conta de
C R$27.000,00
Movimento Ativo
Valor referente ao pagamento das par-
ticipações de empregados no período
Razonetes:
175
Objetivos de aprendizagem
Conhecemos e sabemos aplicar as normas de reconhe-
cimento de receitas e despesas, de acordo com as Normas
Brasileiras de Contabilidade, já em consonância com as
Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS?
Conhecemos o escopo básico da Demonstração do
Resultado do Exercício?
Sabemos calcular e contabilizar o Custo das Mercadorias
Vendidas – CMV?
Conhecemos as características de cada subgrupo de con-
tas representadas na DRE?
Aprendemos como elaborar a Demonstração do
Resultado do Exercício – DRE?
Vamos relembrar?
Nesta aula, relembramos os critérios para reconhecimento
de receitas e despesas, que são os “elementos” que com-
põem a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE.
A seguir, estudamos, linha a linha, as características des-
ses elementos e a forma dedutiva como eles são apre-
sentados na DRE, separando-os em operacionais e não
operacionais (ganhos e perdas).
Estudamos e aprendemos a contabilizar a “receita bruta” e as
suas deduções, assim como os custos dos produtos ou mer-
cadorias vendidas e dos serviços prestados. Também apren-
demos a apurar o valor desses custos (CPV / CMV / CSP).
A cada resultado apurado nos grupos de contas discuti-
mos o que tal resultado representava, até chegarmos ao
Resultado antes da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL), quando, simulamos um cálculo simples
desse tributo e o contabilizamos. Fizemos a mesma coisa,
em seguida, com o Imposto de Renda (IRPJ) e chegamos
ao Resultado Líquido antes das Participações.
Relacionamos quais as principais participações sobre o
lucro (debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias) e vimos como é efetuados o cálculo básico e
a contabilização dessas participações.
Por fim, apresentamos da Demonstração do Resultado do
Exercício – DRE em sua versão final.
179
1.Analise a DRE da TAM (Transportes Aéreos Meridionais),
em 31/03/2012 e 31/03/2011 e compare com o modelo de DRE
0,0 M 0,0 M
Descontinuadas
Lucro/Prejuízo Consolidado do
117,8 M 148,1 M
Período
31/03/2012 31/03/2011
Dados por Ação (Reais / ação)
(3m) (3m)
http://www.econoinfo.com.br/demonstracoes-financeiras/demonstracao-do-
-resultado?ce=TAMM
R esolução:
Demonstração
do Resultado 2.
1. 1.
valores em POSSÍVEIS
SEMELHANÇAS DIFERENÇAS
milhões de JUSTIFICATIVAS
reais (M)
Receita de Primeira Denomi- A denominação das
Venda de Bens linha englo- nação: não contas pode variar, de
e/ou Serviços bando as consta a acordo com a empresa,
receitas das palavra desde que tal denomina-
principais “bruta” no ção represente adequa-
atividades que se refere damente o conteúdo;
realizadas às receitas de É possível que a empre-
pela TAM. vendas; sa não tenha deduções a
Não são serem demonstradas.
apresentadas
deduções da
Receita de
Vendas
Custo dos Bens Apresentação Denomina- Idem 1º. parágrafo
e/ou Serviços dos custos ção
Vendidos
Resultado Apresentação Denomina- Idem
Bruto do resultado ção
Despesas/ Apresentação Não foram A publicação sob
Receitas Ope- das despesas abertas as análise está resumida, 181
racionais / receitas contas de mas as Demonstrações
3.
a) Operações “continuadas” são as operações normais da entidade.
b) O Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo, em seu item 32,
assim define as operações descontinuadas:
32. Uma operação descontinuada é um componente da
entidade que foi baixado ou está classificado como man-
tido para venda e:
(a) representa uma importante linha separada de negócios
ou área geográfica de operações;
(b) é parte integrante de um único plano coordenado para
venda de uma importante linha separada de negócios ou
área geográfica de operações; ou
(c) é uma controlada adquirida exclusivamente com o
objetivo da revenda. As operações descontinuadas são as
vendas relativas a divisões, produtos ou atividades que
a empresa abandonou, que não existirão mais no futuro.
Na DRE, a linha sobre Resultado Líquido das Operações Des-
continuadas, diz respeito às receitas, já deduzidas das despe-
sas, correspondentes às operações assim definidas.
LEITURAS RECOMENDADAS
GRECO, A.; AREND, L. Contabilidade: teoria e prática bási-
cas. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
LIN K S INDICADOS
www.cfc.org.br
www.cpc.org.br 183
www.receita.fazenda.org.br
Objetivos de aprendizagem
Conhecer os principais Passivos Circulantes e Não
Circulantes que se constituem em fontes/origens de recur-
188
sos para as entidades;
Conhecer as principais características das contas que
Contabilidade Financeira
13. Endividamento: representa o quanto a entidade “deve”, o quanto ela tem de obrigações exigíveis
(capital de terceiros) e não exigíveis (capital próprio).
5.4.4 Encargos sociais e FGTS a recolher
5.4.5 Dividendos a pagar
5.4.6 Ajuste ao valor presente
5.4.7 Outras obrigações a pagar
5.5 Empréstimos e financiamentos 5.5.1 Registro contá-
bil de empréstimos e financiamentos
5.5.2 Registro contábil de financiamentos bancários a
curto prazo
5.5.3 Outras obrigações por empréstimos e
financiamentos
Financiamentos diretos com fornecedores
Financiamentos com outras pessoas jurídicas ou
físicas
5.6 Debêntures e outros títulos de dívida
5.6.1 Debêntures 189
5.1
R evisão de conceitos
Antes de destacarmos as contas de passivo mais
comuns e os seus respectivos conteúdos, vamos rever alguns
conceitos importantes acerca dessas fontes de recursos.
Passivo circulante
Segundo Iudícibus et al (2010, p. 277):
Passivo Circulante é representado pelas
obrigações da companhia cuja liquida-
ção se espera que ocorra dentro do ex-
ercício social seguinte, ou de acordo
com o ciclo operacional14 da empresa,
se este for superior a esse prazo.
190
14. Ciclo operacional: período de tempo que abrange desde o momento de aquisição das matérias-
-primas ou mercadorias, até o “recebimento” pelas respectivas vendas dos produtos ou mercado-
rias.
longo prazo, que forem vencíveis em até doze meses após a data
do balanço, deverão ser transferidas para o Passivo Circulante.
Mas, vejam só, os autores e os normativos, ora se refe-
rem ao período de doze meses após a data do balanço como
principal condição para a classificação de um passivo como
circulante, ora se referem ao ciclo operacional. Afinal, qual
prazo deve ser observado?
O artigo 180 da Lei nº 6.404/76, alterado pela Lei nº
11.941/09, deixa bem claro que é o prazo do ciclo operacional
que deve ser observado. O que acontece é que a grande maioria
das entidades tem seu ciclo operacional compreendido dentro
do prazo de doze meses, o que faz com que este seja o prazo
mais conhecido. No entanto, há entidades cujo ciclo operacio-
nal é mais longo, como indústrias de máquinas e equipamen-
tos pesados, construtoras, indústria naval, aeronáutica etc. 191
• Retenções contratuais;
• Imposto sobre a Renda e Contribuição Social
diferidos;
• Resgate de partes beneficiárias;
• Provisão para riscos fiscais e outros passivos
contingentes;
• Provisão para benefícios a empregados; e
• Programa de recuperação fiscal.
Agora que já revimos e estudamos alguns conceitos
básicos, podemos conhecer maiores detalhes sobre alguns
desses grupos de contas.
5.2
Fornecedores
No grupo de contas de Fornecedores são registradas
as obrigações contraídas pela compra de matérias-primas, de
mercadorias ou quaisquer outros materiais utilizados nas ati-
vidades da entidade para pagamento a prazo.
Exemplo: A Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos
Ltda. adquiriu, para pagamento em 45 dias, mercadorias para
revenda no valor de R$280.000,00.
Vejamos como será a contabilização desse Passivo
Circulante e do seu respectivo pagamento, feito em cheque,
na data do vencimento: 195
No pagamento ao fornecedor
Conta de
D Fornecedores R$280.000,00
Passivo
Bancos - Conta Conta de
C R$280.000,00
Movimento Ativo
Valor referente ao pagamento de
mercadorias adquiridas a prazo
Razonetes:
Estoques de
Fornecedores
mercadorias
(1) 280.000 280.000 (1)
Bancos Conta
Fornecedores
Movimento
(2) 280.000 280.000 (2)
Estoque de Conta de
D R$60.000,00
Mercadorias Ativo
Fornecedores Conta de
C R$60.000,00
Estrangeiros Passivo
Valor referente à aquisição de
mercadorias a prazo
Razonetes:
Estoques de
Fornecedores
mercadorias
(1) 60.000 280.000 (1)
5.3
5.4
199
O utras obrigações
Razonetes:
Adiantamentos Bancos Conta Receita de
de Clientes Movimento Vendas
(2) 75.000 75.000 (1) 75.000 (1) 150.000 (2)
75.000 (2)
201
Conta de
D Despesa R$
Resultado
Conta de
C Contas a Pagar RS
Passivo
Valor referente a...
5.4.3 Ordenados e salários a pagar
Este é mais um grupo de contas que suscita dúvidas
quanto ao fato de ser origem ou fonte de recursos para a enti-
dade. O fato é que, sempre que uma obrigação pode ser cum-
prida posteriormente à ocorrência do evento que a originou,
estará ocorrendo um “financiamento” das atividades da enti-
dade, mesmo que por poucos dias.
No caso de ordenados e salários, quando a entidade
efetua o pagamento no mês seguinte àquele em que o serviço
foi prestado pelo empregado, ela estará deixando de desen-
caixar os valores correspondentes e, consequentemente,
poderá utiliza-los para outras finalidades.
A contabilização é feita com base na “folha de paga-
mentos” da entidade e deve contemplar todas as remune-
202 rações de direito dos empregados, inclusive horas extras e
quaisquer outras.
Contabilidade Financeira
Contabilização:18
Ordenados e Salários –
Conta de
D Despesa R$
Resultado
Administrativa18
Ordenados e Salários Conta de
C S
a Pagar Passivo
Valor referente aos ordenados e
salários do mês X, conforme folha de
pagamento
18. No caso de pessoal ligado à produção de bens ou serviços, o valor dos ordenados e dos salários
será apropriado ao custo dos produtos (ativo).
Garantia por Tempo de Serviço), também deverá ser reconhe-
cida no mês correspondente.
A base da contabilização, neste caso, também será a
folha de pagamento do mês e, no caso do INSS, a obrigação
deverá contemplar, inclusive, a contribuição que é descon-
tada do empregado para recolhimento à Previdência Social.
Contabilização:
Contribuições à Previdência Social
Encargos Sociais –
Conta de
D Despesa R$
Resultado
Administrativa (*)
Conta de
C INSS a Pagar R$
Passivo
Valor referente à contribuição previ-
denciária, parte da empresa, do mês 203
X, conforme folha de pagamento.
(*) No caso de pessoal ligado à produção de bens ou serviços, o valor dos encargos sociais e
Diferença = R$75,00
Na data do Balanço
Conta de
Lucros Acumulados
D R$450,00 Patrimônio
(PL)
Líquido
Conta de
Dividendo Adicional
C R$75,00 Patrimônio
Proposto (PL)
Líquido
Dividendo Obrigatório Conta de
C R$375,00
a Pagar Passivo
Valor referente ao dividendo sobre o
lucro líquido do exercício X
Após aprovação pela Assembleia Geral
Conta de
Dividendo Adicional
D R$75,00 Patrimônio
Proposto (PL)
Líquido
Dividendo Obrigatório Conta de
D R$375,00
a Pagar Passivo
Conta de
C Dividendos a Pagar R$450,00
Passivo
Valor referente aos dividendos a pagar
sobre o lucro líquido do exercício X
Razonetes:
Dividendo Dividendos
Lucros
Adicional Obrigatório
Acumulados
Proposto a Pagar
(2) 75 75 (1) (1) 100.000 1.500 (SI) (2) 375 375 (1)
205
(*) 1.050
presente)
Circulante
Conta de
Encargos Financeiros a
D R$7.865,00 Passivo
Decorrer (VP)
(Redutora)
Conta de
C Financiamentos R$27.865,00
Passivo
Valor referente ao ajuste ao valor pre-
sente na compra de máquina a prazo
Financiamentos R$27.865,00
Encargos Financeiros a Decorrer (R$7.865,00)
E mpréstimos e financiamentos
Os empréstimos e os financiamentos podem ser de
curto ou de longo prazo, contraídos com instituições finan-
ceiras do país ou do exterior.
Em linhas gerais, o que diferencia um empréstimo de
um financiamento é que ele costuma ter um fim específico,
como financiar a aquisição de um bem ou de um equipamento,
enquanto que o empréstimo não tem um objeto exclusivo, pode
ser para fazer face à necessidade de capital de giro ou, ainda,
para atender a amplos projetos com diversos componentes.
As contas mais comuns que compõem o grupo de
Empréstimos e Financiamentos, no Passivo Circulante e no
Não Circulante, são:
• Parcela a curto prazo dos empréstimos e dos finan-
ciamentos (*)
• Financiamentos bancários de curto prazo
• Desconto de duplicatas
• Desconto de promissórias
• Credores por financiamentos
• Títulos a Pagar
• Juros a pagar de empréstimos e financiamentos
• Encargos financeiros a transcorrer (conta redutora)
• Empréstimos e financiamentos a longo prazo
211
Empréstimos e Finan-
Conta de
C ciamentos (pela apro- R$220.000,00
Passivo
priação dos juros)
Custos de Emprésti-
Conta de
mos a Amortizar (pela
C R$72.700,00 Passivo
amortização dos custos
(Redutora)
diversos)
Valor referente à apropriação de encar-
gos financeiros sobre empréstimos
(*) O saldo da conta ficará negativo. Esta situação deve ser evitada na vida real
19. Capital de Giro: representa os recursos que a entidade possui para sustentar o giro dos negócios.
Resulta das entradas e das saídas diárias do fluxo financeiro relacionado às suas atividades operacionais.
Geralmente a operação de desconto de duplicatas e
outros títulos já inclui os encargos financeiros incidentes e
a entidade recebe o valor já descontado desses encargos. Em
atendimento ao regime de competência, faz-se necessário
registrá-los em uma conta redutora do Passivo para apropria-
ção pro rata temporis, ou seja, de acordo com o tempo trans-
corrido da operação que, nesse caso, se dá entre a data do
desconto e a data de quitação do título pelos clientes.
Vamos exemplificar:
Duplicatas a Despesas
Receber Financeiras
(SI) 100.000 20.000 (3) (2) 300
Vamos contabilizar?
216 Primeiramente, é necessário trazer o valor das instala-
ções ao seu valor presente, usando a taxa de 20% ao ano. Esse
Contabilidade Financeira
Conta de
D Despesas Financeiras R$20.000,00
Resultado
Conta de
Juros de Financia-
C R$20.000,00 Passivo
mentos a Apropriar
(Redutora)
Valor referente aos juros do financia-
mento com a FB Móveis Comerciais
5.6
5.6.1 Debêntures
Debêntures são títulos de dívida emitidos por empre-
sas constituídas sobre a forma de sociedades anônimas.
Geralmente são títulos com vencimentos de médio a longo
prazo, que conferem aos seus titulares os direitos de crédito
contra a entidade emissora, conforme estipulado na corres-
pondente escritura de emissão20.
As debêntures são títulos que serão liquidados
somente nos respectivos vencimentos e que podem pagar
juros periódicos, podendo a entidade emissora exercer o
direito de resgate antecipado. Constituem-se em fontes de
recursos para as entidades financiarem suas atividades
em médio e a longo prazo.
A emissão e a negociação das debêntures implicam em
gastos (custos de transação) a serem contabilizados como des-
pesas financeiras, de acordo com Pronunciamento Técnico
CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de
Títulos e Valores Mobiliários.
Saiba mais
Quer saber mais sobre “títulos de dívida”? Consulte o site:
http://www.bmfbovespa.com.br/empresas/pages/empre-
sas_titulosdedivida.asp
20. Escritura de emissão: documento legal em que constam todas as condições de emissão da debên-
ture, como prazo, periodicidade de pagamento de juros, garantias, remuneração etc.
5.7
P rovisões
O item provisões será revisto nesta aula por se tratar
de um tópico muitas vezes significativo para o Passivo. Além
disso, como os demais passivos, as provisões também carac-
terizam uma fonte de recursos. Vamos relembrar, a seguir,
um trecho importante visto na Aula 3 sobre o tema:
Provisões destinadas a cobrir possíveis
obrigações futuras, sobre as quais se
tenha razoável certeza da liquidação –
são provisões constituídas, utilizando-
se valores estimados, destinadas a fazer
face a “possíveis” obrigações futuras,
220
mas que ainda não são obrigações con-
stituídas. Por exemplo, no caso de pro-
Contabilidade Financeira
Objetivos de aprendizagem
Conhecemos os principais Passivos Circulantes e Não
Circulantes que se constituem em fontes/origens de recur-
sos para a entidade?
Conhecemos as principais características das contas que
compõem os Passivos Circulantes e Não Circulantes?
Praticamos e conseguimos aprender a contabilização dos
fatos contábeis mais comuns envolvendo os Passivos?
Vamos relembrar?
A Aula 5 possibilitou que conhecêssemos outras fontes/
origens de recursos. Aquelas que constituem o capital de
terceiros, ou seja, recursos que se originam de pessoas
jurídicas ou físicas externas à organização.
Aprendemos que essas origens de recursos estão
representadas no Passivo Circulante e no Passivo Não
Circulante e revimos os critérios para a classificação das
operações nesses grupos. Tais critérios estão vincula-
dos aos prazos das operações e, principalmente, ao ciclo
operacional das entidades.
Constatamos que todos os itens do Passivo devem ser
atualizados na data do Balanço e aprendemos que essa
atualização pode estar vinculada à variação cambial ou
a outras variações monetárias, assim como o registro das
obrigações deve obedecer ao regime de competência.
Tal obediência obriga a observar os diferimentos dos encar-
gos financeiros incidentes sobre os empréstimos, financia-
mentos e outras obrigações e, também, ao ajuste ao valor
presente, quando tiver efeito relevante no Circulante, e
sempre que operações de longo prazo assim o exijam.
Estudamos as características e as contabilizações dos seguin-
tes grupos de contas do Passivo: Fornecedores; Obrigações
Fiscais; Outras Obrigações, incluindo Contas a Pagar,
Ordenados e Salários a Pagar, Encargos Sociais e FGTS a
Recolher, Dividendos a Pagar, Ajuste ao Valor Presente e
Outras Obrigações a Pagar; Empréstimos e Financiamentos;
Debêntures e Outros Títulos de Dívida; e Provisões.
No grupo de Empréstimos e Financiamentos, abordamos
o diferimento de encargos financeiros, bem como ope-
rações de financiamento de curto prazo, destacando as
Duplicatas Descontadas.
R esolução:
não Circulante.
LEITURAS RECOMENDADAS
RIBEIRO, A. de C. Provisões, contingências e normas contá-
beis: um estudo de gerenciamento de resultados com con-
tencioso legal no Brasil. Dissertação de mestrado. FEA/USP.
Ribeirão Preto: 2012. Disponível em: http://www.teses.usp.br/
teses/disponiveis/96/96133/tde-17052012-114448/pt-br.php.
REFER ÊNCIAS
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução
CFC nº 1.180 de 24 de julho de 2009. Aprova a NBC T 19.7
– Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes. Bra-
sília, 2009.
225
P rincipais aplicações de
recursos: ativos circulantes e não
circulantes
Olá prezados alunos,
Aqui estamos, prontos para abrir mais uma porta e
agregar mais conhecimento. A cada porta aberta nos torna-
mos mais preparados para encontrar um futuro que também
nos receberá de “portas abertas”.
O futuro para o profissional contábil é extremamente
promissor. São mais de vinte áreas de atuação em uma pro-
fissão que tem taxa de desemprego “zero”. Vale a pena con-
tinuar investindo algumas horas de estudo para adquirir
conhecimento e desenvolver competências.
Vejam só quantas portas já foram abertas até aqui:
• Outras origens de recursos: passivos circulantes e
não circulantes;
• Demonstração do resultado do exercício;
• Provisões contábeis e despesas que não afetam o
caixa;
• Principal origem de recursos: o lucro;
• Contabilidade financeira: conceitos, definições e
utilização no processo decisório.
Em nossas aulas anteriores, vimos diversas fontes de
recursos para viabilizar a operacionalização das entidades. A
partir de agora, vamos começar a estudar o que é feito com os
recursos captados e como são “aplicados”.
A operacionalização de uma entidade nada mais é do
que ela cumprir a sua missão, o objetivo para o qual ela foi
230
criada, o exercício das suas atividades fim. Para tanto, ela
deve investir/aplicar os recursos, direta ou indiretamente,
Contabilidade Financeira
Objetivos de aprendizagem
Conhecer as principais aplicações de recursos e suas
peculiaridades;
Conhecer as características de cada grupo de contas;
Conhecer e aplicar os conceitos básicos de mensuração e
avaliação dos principais ativos de uma entidade;
Aprender e praticar a escrituração de fatos contábeis que
envolvam os ativos de uma entidade.
Ativo Circulante
A Lei nº 6.404/76, em seu artigo 179, inciso I, determina
que sejam classificadas no Ativo Circulante as contas repre-
sentativas de disponibilidades, direito realizáveis no curso do
exercício social seguinte, ressalvado o disposto no parágrafo
único do mesmo artigo e as aplicações de recursos em despe-
sas do exercício social seguinte, também considerando a citada
ressalva. Essa ressalva, dada pelo parágrafo único do artigo
179, esclarece que na empresa em que o ciclo operacional for
maior que doze meses (exercício social), deve ser considerado o
prazo desse ciclo para a classificação como circulante.
Os subgrupos que compõem o Ativo Circulante são:
• Disponível ou Caixa e Equivalentes de Caixa;
• Direitos e Créditos, abrangendo Clientes e Outros
Créditos;
• Investimentos Temporários;
• Estoques;
• Ativos especiais;
• Despesas do Exercício Seguinte.
Obedecendo a ordem de liquidez das contas na apre-
sentação do Balanço Patrimonial, a disposição desses grupos
facilita a análise sob o ponto de vista financeiro, visto que
o usuário da informação percebe que os valores registrados
em cada uma das categorias abaixo apresentam característi-
cas específicas.
• Disponível: estão imediatamente disponíveis para uso;
233
• Direito e créditos: embora ainda não imediatamente
21. Coligadas e Controladas: empresas do mesmo grupo econômico, nas quais a entidade participe
nos percentuais e nas condições estabelecidas pela Lei nº 6.404/76 e atualizações.
com as atividades usuais da empresa, como venda de ativos
permanentes e adiantamentos ou empréstimos.
Os grupos de Investimentos e Imobilizado caracteri-
zam o que, usualmente, é chamado de “ativos permanentes”,
ou seja, são ativos adquiridos com a intenção de permanência
para serem usados ou beneficiarem, direta ou indiretamente,
o processo operacional da entidade.
Também fazem parte do grupo de Investimentos, no
Balanço individual da investidora, as contas que registram
os valores pagos a título de “mais-valia” ou ágio/deságio
(Goodwill) nos investimentos em participações em coligadas
e controladas, recomendando-se que tais valores sejam regis- 235
trados em subcontas dos respectivos investimentos.
Ativo imobilizado
mente deve ser feita uma análise sobre
a recuperação dos valores registrados.
Valor justo aos ativos biológicos
Método de equivalência patrimonial, ou
seja, com base no valor do patrimônio
Investimentos rel- líquido da coligada ou controlada, pro-
evantes em coligadas porcionalmente à participação da inves-
e controladas (inclu- tidora. Quando se tratar de controladas,
indo joint ventures) é obrigatória a consolidação proporcio-
nal. Tais critérios também se aplicam às
joint ventures.23
Outros investimentos
Igual aos instrumentos financeiros
societários
Custo, deduzidas estimativas para
reconhecimento de perdas permanentes.
Outros investimentos
Se propriedade para investimento, pode
ser avaliada a valor justo.
Custo incorrido na aquisição, deduzido
do saldo da respectiva conta de amor-
Intangível
tização, quando aplicável, ajustado ao
valor recuperável, se ele for menor.
6.2
237
6.2.1 Definição
A conta Caixa, além do “dinheiro” propriamente dito,
22. Commodities (plural de commodity): termo inglês para “mercadorias”, “usado como referên-
cia aos produtos de base em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industria-
lização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes pro-
dutores. Estes produtos “in natura”, cultivados ou de extração mineral, podem ser estocados por
determinado período sem perda significativa de qualidade. Possuem cotação e negociabilidade
globais, utilizando bolsas de mercadorias”. Fonte: http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.
php?area=5&menu=1955
23. Joint Venture: termo em inglês que significa “união com risco”, representa um tipo de associação
entre duas ou mais entidades para explorar ou realizar alguma atividade, por tempo determinado,
sem perda da identidade individual das entidades envolvidas.
disponível, considera valores que possam ser convertidos
em dinheiro, a curto prazo, sem riscos. Um investimento, por
exemplo, é classificável com equivalente de caixa se tiver ven-
cimento de curto prazo (3 meses ou menos), incluindo aplica-
ções em títulos de liquidez imediata.
Embora se inclua no conceito de equivalentes de caixa,
as aplicações financeiras resgatáveis em até noventa dias,
aproximadamente, devem ser demonstradas separadamente
no Balanço Patrimonial.
Segundo Iudícibus (2010, p. 49), “os equivalentes de
caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromis-
238 sos de caixa de curto prazo, não para investimento ou outros
fins, e devem ter conversibilidade imediata em um montante
Contabilidade Financeira
Ativo circulante
Hipótese 1 Hipótese 2
DISPONÍVEL DISPONÍVEL
Caixa e Equiva-
Caixa R$500,00 R$4.500,00
lentes de Caixa
Bancos - Conta
Movimento ou De-
R$3.500,00
pósitos Bancários
à Vista
Numerários em
R$200,00
trânsito
Aplicações de Li-
R$300,00
quidez Imediata
Conta de
D Fundo Fixo de Caixa R$1.500,00
Ativo
Bancos - Conta Conta de
C R$1.500,00
Movimento Ativo
Valor referente à constituição do fundo
fixo de caixa, conforme cheque xxxxxx.
Bancos Conta Fundo Fixo de
Movimento Caixa
(SI) 50.000 1.500 (1) (1) 1.500
Conta de
D Fornecedores R$
Passivo
Bancos - Conta Conta de
C R$
Movimento Ativo
Valor referente pagamento ao fornece-
dor XYZ, conforme cheque xxxxxx.
Porém, se na conta bancária não houver fundos sufi-
cientes para a cobertura do cheque emitido, a contabilização
deverá ocorrer em conta específica do Passivo.
Conta de
D Fornecedores R$
Passivo
Conta de
C Cheques a Pagar R$
Passivo
Valor referente ao pagamento ao for-
necedor XYZ, conforme cheque xxxxxx,
aguardando provimento de fundos.
Conta de
D Cheques a Receber R$
Ativo
Clientes (Contas a Conta de
C R$
Receber) Ativo
Valor referente pagamento ao cheque
xxxxxx, emitido pelo cliente ZZZ, para
pagamento da duplicata 000.
No depósito do cheque
Bancos - Conta Conta de
D R$
Movimento Ativo
Conta de
C Cheques a Receber R$
Ativo
Valor referente pagamento ao fornece-
dor XYZ, conforme cheque xxxxxx.
Conta de
D Cheques a Receber R$2.500,00
Ativo
Conta de
C Vendas (Receitas) R$2.500,00
Resultado
Valor referente venda de mercadorias
conforme NF 000, com recebimento
em cheque pré-datado de número
xxxxxx.
No depósito do cheque
Bancos - Conta Conta de
D R$2.500,00
Movimento Ativo
Conta de
C Cheques a Receber R$2.500,00
Ativo
Valor referente ao recebimento do
cheque pré-datado de número xxxxxx.
Contas negativas
A maioria das contas bancárias, atualmente, admite a 245
existência de saldos negativos. Na existência de saldos negati-
Pagamentos em cheques
No caso de pagamentos em cheque efetuados pela enti-
dade, eles devem ser contabilizados na data da respectiva
emissão, caso ocorra próxima à data da entrega aos respec-
tivos beneficiários, visto essa entrega ser o que caracteriza a
246 “saída” dos recursos.
Entretanto, se na data do Balanço, os cheques emitidos,
Contabilidade Financeira
Conciliação bancária
Um dos instrumentos mais importantes de controle
dos saldos bancários, e o que eles representam para a saúde
financeira da entidade, é a conciliação bancária.
A conciliação bancária consiste na comparação entre
os saldos contábeis e os saldos apresentados nos extratos
bancários. Ela deve ser realizada periodicamente, sendo
indispensável na data do Balanço. Por meio dela pode-se
identificar a ocorrência de pagamentos ou recebimentos
não contabilizados, sendo possível corrigir as pendências
em tempo hábil.
6.3
Aplicações financeiras
247
Aspectos gerais
As aplicações financeiras são instrumentos financeiros
Classificação
As aplicações financeiras serão classificadas no Ativo
Circulante quando os respectivos resgastes estiverem previs-
tos para ocorrer em até doze meses, observada a ressalva em
relação ao ciclo operacional, já estudada anteriormente.
As aplicações financeiras, cujos respectivos resgates esti-
verem previstos para ocorrer após esse prazo, devem ser classi-
ficadas no Ativo Não Circulante – Realizável em Longo Prazo.
Avaliação
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata
As aplicações financeiras de curtíssimo prazo, classifica-
das no Disponível e conhecidas como Aplicações Financeiras de
Liquidez Imediata são consideradas como equivalentes de caixa
e não apresentam regras especiais de avaliação.
Escrituração
Vamos exemplificar uma aplicação financeira realizada
pela Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos, nas seguin-
tes condições:
• Valor aplicado: R$100.000,00
• Data da aplicação: 01/12/XX
• Data do resgate: 30/01/XX
• Tipo de rendimento: pré-fixado (2,5% a.m.)
• Valor de resgate: R$105.063,00
• Imposto de renda na fonte: 22,5%
Na data da aplicação
Aplicações Conta de
D R$100.000,00
Financeiras Ativo
Bancos - Conta Conta de
C R$100.000,00
Movimento Ativo
Valor referente à aplicação financeira
de curto prazo
249
Em 31/12/XX pela apropriação dos juros pro rata temporis
Aplicações Rendimentos de
Financeiras Aplic. Financeiras
(1) 50.000 2.500 (2)
(2) 2.500
Aplicações Conta de
D R$2.563,00
Financeiras Ativo
Rendimentos sobre Conta de
C R$2.563,00
Aplicações Financeiras Resultado
Valor referente à apropriação pro rata
temporis de rendimentos de aplicação
financeira
Aplicações Rendimentos de
Financeiras Aplic. Financ.
(1) 100.000 2.500 (2)
(2) 2.500 2.563 (3)
(3) 2.563
No resgate
Financeiras Ativo
Valor referente resgate de aplicação
financeira
Aplicações
Financeiras
(1) 100.000 105.063
(2) 2.500
(3) 2.563
6.4
25. Borderô de Cobrança: listagem dos títulos enviados para cobrança. Serve como documento com-
probatório da entrega dos títulos.
Quando do recebimento do título pelo banco, comunicado
mediante aviso bancário26
Conta de
R$ (valor do
D Títulos em Cobrança Compensação
título recebido)
Passivo
Conta de
Banco conta R$ (valor do
C Compensação
Cobrança título recebido)
Ativo
Valor referente à baixa pelo recebi-
mento do título nº XXXX enviados
para cobrança bancária.
R$ (valor da
26. Lançamento contábil relativo, exclusivamente, à baixa nas contas de compensação. A baixa do
título do Contas a Receber, que será tratada no próximo tópico (5), deve ser feita, simultaneamente,
nas contas patrimoniais correspondentes.
6.5
Contas a receber
Classificação
O grupo de Contas a Receber geralmente faz parte do
Ativo Circulante, mas, eventualmente, pode figurar no Ativo
Não Circulante de acordo com o respectivo prazo de realização.
Para melhor controle e transparência para o usuário,
esse grupo de contas deve ser desmembrado em contas a
receber de Clientes e de outros devedores (Outros Créditos).
No subgrupo de Clientes estará contida a conta
Duplicatas a Receber que, por sua vez, também poderá estar
subdividida em Duplicatas a Receber de Clientes e Duplicatas
a Receber de Controladas e Coligadas.
Duplicatas a receber
As duplicatas a receber são títulos representativos de
crédito que têm sua origem nas vendas a prazo realizadas pela
entidade e já faturadas. Um conjunto de duplicatas é denomi-
nado “carteira”, expressão comum na linguagem empresarial.
Qual a diferença entre fatura e duplicata?27
A <box.fim>
fatura corresponde a um documento emitido pela enti-
dade vendedora de bens ou serviços, em que estão relacio-
nados. Caracteriza a entrega desses bens ou serviços, sem
o respectivo recebimento. Um bom exemplo é a sua fatura
do cartão de crédito.
Em casos que envolvem a cobrança de impostos (ISS,
ICMS, IPI) pode existir a figura da Nota Fiscal Fatura, ou
seja, uma fatura que atende aos requisitos fiscais.
Já a duplicata é um título de crédito27 emitido com base na
fatura; é o título que configura o compromisso do devedor
em pagar o que está contido na respectiva fatura.
255
As duplicatas a receber, por representarem o produto
Avaliação
As contas a receber devem ser avaliadas segundo o dis-
posto no artigo 183 da Lei nº 6.404/76 que, em se inciso I, item
“b”, determina que tais ativos serão avaliados pelo “valor de
emissão, atualizado conforme disposições legais ou contra-
tuais, ajustado ao valor provável de realização”. Entende-se
como valor provável de realização, o valor que a entidade
27. Título de crédito: “papel” representativo de uma obrigação de pagamento (cheque, duplicata,
nota promissória etc.). Cada tipo de título de crédito tem uma legislação específica que regulamenta
a sua emissão.
conseguiria obter por aquele ativo na data do Balanço, consi-
derando, inclusive, possíveis inadimplências.
Ajuste ao valor presente
Segundo o inciso VIII do artigo mencionado no pará-
grafo anterior, os ativos de longo prazo devem, ainda, ser ajus-
tados ao valor presente, sendo tal critério também aplicável
aos ativos de curto prazo que apresentem ajustes relevantes.
Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa<peso5>
O ajuste ao valor provável de realização da carteira de
contas a receber requer que se faça a estimativa das suas perdas
prováveis, ou seja, deve-se apurar o valor da incerteza de rece-
256 bimento dos valores que compõem essa carteira. Admite-se,
inclusive, que seja computada, no valor dessas perdas, a esti-
Contabilidade Financeira
Escrituração
Reconhecimento
O reconhecimento das contas a receber de clien-
tes e, particularmente, das duplicatas a receber, como já
mencionado, está diretamente relacionado ao reconheci-
mento das receitas de vendas.
Assim, o momento de reconhecimento das dupli-
catas a receber, assim como o das respectivas receitas, é
aquele em que ocorre a “transferência dos riscos e bene-
fícios significativos inerentes à propriedade dos bens”
(Pronunciamento Técnico CPC 30) para o cliente com-
prador. No caso de serviços, esse reconhecimento ocorre
quando o serviço é prestado.
Na maior parte dos casos de transações comerciais
e, particularmente, nas vendas a varejo, a transferência
dos riscos e benefícios inerentes à propriedade dos bens 257
ocorre juntamente com a transferência da titularidade
Duplicatas a
Vendas
Receber
(1) 8.000 8.000 (1)
258
Duplicatas a Bancos Conta
Receber Movimento
Contabilidade Financeira
Juros e Multas
80 (2)
E os razonetes?
Despesa c/ Perdas Perdas Estimadas
Estimadas p/ Crédi- para Créditos de Liq
260
tos de Liq Duv Duvidosa
D C D C
Contabilidade Financeira
160.000 160.000
160.000 160.000
Razonetes:
1 – Pelo recebimento dos créditos
Caixa Duplicatas a Receber
D C D C
48.000 800.000 48.000
752.000
2 – Pela reversão parcial da perda estimada
Perdas Estimadas
Receitas de Reversão
para créditos de Liq
de Provisões
Duvidosa
D C D C
48.000 160.000 48.000
112.000 48.000
83.000 83.000
29.000 669.000
Despesas de Vendas
/ Perdas com cré- Conta de
D R$26.000,00
ditos de liquidação Resultado
duvidosa
Perdas Estimadas
Conta de
D para Créditos de Li- R$29.000,00
Ativo
quidação Duvidosa
Conta de
C Duplicatas a Receber R$55.000,00
Ativo
Valor da realização de perdas
efetivas com créditos incobráveis
Os razonetes seriam estes:
Perdas Estimadas Perdas Estimadas
Duplicatas a
para créditos de Liq com créditos de Liq
Receber
Duvidosa Duvidosa
D C D C D C
48.000 160.000 800.000 48.000 26.000
83.000 83.000
29.000 55.000
Contabilização da venda
Conta de
D Duplicatas a Receber R$600.000,00
Ativo
Receita Bruta de Conta de
C R$600.000,00
Vendas Resultado
Valor referente à venda de móveis
para escritório.
Estoque R$100,00
Origem R$100,00
(Aplicação)
Contas a Receber
R$100,00 + R$80,00 = CMV
R$180,00
Receita Origem
de Resultado = R$80,00
Caixa R$180,00 Vendas R$180,00- R$100,00
6.6
I nvestimentos permanentes
Investimentos permanentes são as aplicações de 267
6.6.1 Classificação
Os investimentos permanentes são classificados no
Ativo Não Circulante, no subgrupo Investimentos. O artigo
179 – III da Lei nº 6.404/76 determina que devem ser classifi-
cadas nesse grupo “as participações permanentes em outras
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificá-
veis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção
da atividade da companhia ou da empresa”. Entende-se aqui
que a lei é aplicável também aos investimentos não classificá-
veis no Realizável em Longo Prazo, tendo ocorrido uma falha
na sua redação.
Entre os investimentos permanentes, destacam-se
a) As participações permanentes em outras socieda-
des que representam a participação da sociedade no
capital de outras sociedades por meio da aquisição de
ações ou quotas;
b) As propriedades para investimentos são representa-
das por imóveis mantidos para aluguel, arrendamento ou
especulação, tendo em vista uma possível venda futura;
c) Outros investimentos permanentes representados
por imóveis destinados a uso futuro, obras de arte etc.
Investimentos não permanentes, mas classificáveis
no Realizável em Longo Prazo, são denominados
Investimentos Temporários.
6.6.2 Avaliação
Os investimentos permanentes são avaliados de acordo
268 com a sua natureza, destacando-se:
• Participações permanentes em outras sociedades:
Contabilidade Financeira
6.7
6.7.1 Classificação
Segundo o artigo 179 – IV da Lei nº 6.404/76, serão clas-
sificados como Imobilizado os direitos que tenham por objeto
bens corpóreos que se destinem à manutenção das atividades
da companhia, incluindo os direitos decorrentes de opera-
ções que transfiram para ela os riscos e controles desses bens.
Também são classificáveis no Imobilizado, as florestas
para exploração ou os direitos contratuais de exploração de
florestas de prazo maior que dois anos, florestas destinadas a
cortes e adiantamentos a fornecedores de máquinas, equipa-
mentos ou outros bens destinados à manutenção ou explora-
ção das atividades da entidade.
O grupo de contas do Imobilizado se subdivide nos
seguintes subgrupos:
269
• Bens em operação;
6.7.2 Avaliação
O artigo 183 – V da Lei nº 6.404/76 determina que os
direitos classificados no imobilizado serão avaliados pelo
270 custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva depre-
ciação, amortização ou exaustão.
Contabilidade Financeira
6.7.3 Escrituração
Vamos simular algumas situações que envolvem ativos
imobilizados.
Imobilizações em Conta de
D R$10.000,00
Andamento Ativo
Bancos conta Conta de
C R$10.000,00
Movimento Ativo
Valor referente a adiantamentos por
conta de imobilizações.
Pelo recebimento do bem e respectivo pagamento restante
Máquinas e Conta de
D R$20.000,00
Equipamentos Ativo
Imobilizações em Conta de
C R$10.000,00
Andamento Ativo
Bancos conta Conta de
C R$10.000,00
Movimento Ativo
Valor referente à aquisição de máqui-
na conforme NF XXX.
Ganho de
Capital
8.000 (1)
Perda de Capital
(1) 5.000
6.8
273
I ntangíveis
6.8.1 Classificação
Segundo o artigo 179 - VI da Lei nº 6.404/76, devem ser
classificados como Intangíveis “os direitos que tenham por
objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da compa-
nhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido”.
São exemplos de Intangíveis: marcas e patentes, fundo
de comércio28 adquirido, softwares, direitos de exploração de
serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder
Público etc.
6.8.3 Escrituração
A escrituração de um ativo intangível, seja na sua
aquisição ou baixa pela venda, bem como no que se refere
274
à sua amortização, quando aplicável, em nada difere de um
Imobilizado.
Contabilidade Financeira
Resolução:
Realmente os ativos citados no texto são muito valiosos para
qualquer entidade, entretanto, tais ativos não atendem às
condições necessárias para serem contabilizados e, portanto,
não aparecem nos balanços. O valor de uma marca pode cair,
vertiginosamente, de um dia para o outro; o capital intelectu-
al gerado pelos recursos humanos, também pode ser perdido
sem nenhum aviso, basta que as pessoas que agregam esse
valor resolvam sair da empresa! Tais ativos só podem ser di-
vulgados em textos promocionais como o que foi apresentado
e nos relatórios anuais das empresas.
LEITURAS RECOMENDADAS
BANCO DO BRASIL. Cartilha CDB final. Disponível em:
http://www.bb.com.br/docs/pub/voce/dwn/CartilhaCDB.pdf
REFER ÊNCIAS
GRECO, A.; AREND, L. Contabilidade: teoria e prática bási-
cas. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
278
Contabilidade Financeira
Principais aplicações de recursos: ativos circulantes e não circulantes
279
(7)
Objetivos de aprendizagem
Compreender a importância dos estoques na gestão
financeira das empresas;
Conhecer as principais formas de controle dos estoques;
Conhecer e escriturar as operações de compra e venda
de mercadorias;
Conhecer e escriturar as operações correlatas às com-
pras e às vendas de mercadorias;
Conhecer e escriturar mercadorias em consignação e
outros aspectos envolvendo transações com mercadorias.
• Mercadorias em trânsito;
Estoque R$100,00
Origem R$100,00
(Aplicação)
Contas a Receber
R$100,00 + R$80,00 = CMV
R$180,00
Receita Origem
de Resultado = R$80,00
Caixa R$180,00 Vendas R$180,00 - R$100,00
I nventários: periódico e
permanente
O que é inventário?
Qtde.
Qtde.
Qtde.
Unit. Acumulado Unit. Acumulado Unit. Acumulado
Saldo Anterior 10 810,00 8.100,00 - 10 810,00 8.100,00
Compra Dia 02 15 812,00 12.180,00 - - - 25 ? 20.280,00
Compra Dia 05 15 813,00 12.195,00 - - - 40 ? 32.475,00
Venda Dia 05 - - - 10 ? 30 ? ?
Controle do estoque de TVs
Qtde.
Qtde.
Qtde.
ções
Unit. Acumul. Unit. Acumul. Unit. Acumul.
Saldo Anterior 10 810,00 8.100,00 - 10 810,00 8.100,00
Compra Dia 02 15 812,00 12.180,00 - - - 25 812,00 20.280,00
Compra Dia 05 15 813,00 12.195,00 - - - 40 813,00 32.475,00
Venda Dia 05 - - - 10 810,00 8.100,00 30 810,00 24.375,00
Compra Dia 07 10 811,00 8.110,00 - - - 45 811,00 32.485,00
Venda Dia 07 5 811,00 4.055,00 15 812,00 12.180,00 30 812,00 24.360,00
295
Venda Dia 15 - - - 5 813,00 4.065,00 25 813,00 20.295,00
Compra Dia 16 15 811,50 12.172,50 - - 40 811,50 32.467,50
296
Compras Vendas Saldo
Opera-
Datas R$ R$ R$
seguinte:
ções
Qtde.
Qtde.
Qtde.
Unit. Acumul. Unit. Acumul. Unit. Acumul.
Saldo Anterior 10 810,00 8.100,00 - 10 810,00 8.100,00
Compra Dia 02 15 812,00 12.180,00 - - - 25 811,20 20.280,00
Compra Dia 05 15 813,00 12.195,00 - - - 40 811,88 32.475,00
após essa data;
CMV: 48.698,90
c) Apura-se o novo custo médio unitário, subtraindo-se do
7.4
Conta de
D Clientes R$120.000,00
Ativo
Conta de
C Vendas (Receitas) R$120.000,00
Resultado
Valor referente à venda de
mercadorias
Conta de
Impostos sobre Resultado
D R$21.600,00
Vendas (Receitas) (Redutora da
Receita)
Impostos a Recolher Conta de
C R$21.600,00
– ICMS Passivo
Valor referente ao ICMS sobre venda
Razonetes:
Mercadorias para ICMS a
Clientes
Revenda Recuperar
(1) 82.000 82.000 (4) (2) 120.000 (1) 18.000 18.000 (5)
ICMS a
Fornecedores Vendas
Recuperar
100.000 (1) 120.000 (2) (5) 18.000 21.600 (3)
(6) 3.600
7.5
Contabilidade Financeira
Compras de mercadorias
Para ilustrar a contabilização de uma operação de com-
pra de mercadoria, utilizaremos o mesmo exemplo indicado
na contabilização do ICMS:
Pela compra da mercadoria
Mercadorias para Conta de
D R$82.000,00
Revenda (Estoques) Ativo
Impostos a Conta de
D R$18.000,00
Recuperar – ICMS Ativo
Conta de
C Fornecedores R$82.000,00
Passivo
Valor referente à compra de
mercadorias para revenda
ICMS a
Recuperar
(1) 18.000
301
Mercadoria R$95.000,00
Fretes sobre compras R$5.000,00
Valor a ser contabilizado com custo da mercadoria R$100.000,00
Mercadorias ICMS a
Fornecedores
para Revenda Recuperar
(2) 82.000 100.000 (2) (2) 18.000
Conta de
D Fornecedores R$20.000,00
Passivo
Adiantamentos a Conta de
C R$20.000,00
Fornecedores Ativo
Valor referente à compensação do adian-
tamento efetuado ao fornecedor XYZ
Adiantamentos
Fornecedores
a Fornecedores
(1) 20.000 20.000 (3) (3) 20.000 100.000 (2)
7.6
Vendas
Conforme já estudado anteriormente, as vendas de
produtos, mercadorias e de serviços são registradas como
Receita de Vendas, ou ainda, Receita Bruta de Vendas.
Vamos retomar o exemplo utilizado na Aula 4 para tra-
307
tarmos das operações de vendas de mercadorias e revermos,
também, os impostos incidentes sobre as vendas.
Contabilizando o faturamento
Conta de
D Clientes R$1.995.000,00
Ativo
Conta de
C Receita Bruta de Vendas R$1.995.000,00
Resultado
Valor referente ao faturamento bruto do
período
Contabilizando o IPI
Conta de
Resultado
IPI sobre Faturamento
D R$225.000,00 (Redutora
Bruto
da Receita
Bruta)
Obrigações Fiscais – IPI Conta de
C R$225.000,00
a Recolher Passivo
Valor referente ao IPI incidente sobre o
faturamento bruto do período
29. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): imposto cujas alíquotas diferem de acordo com
produto.
Contabilizando a recuperação do IPI
Impostos a
Estoques Fornecedores
Recuperar IPI
(1) 500.000 690.000 (1) (1) 100.000 100.000 (4)
Impostos a Re-
cuperar ICMS
(1) 90.000
125.000
IPI sobre
Faturamento Bruto
(3) 225.000
O recolhimento do IPI se dará pelo valor líquido, ou
seja, pelo valor devido pela entidade, compensado com o
valor de crédito ao qual ela tem direito e que corresponde ao
imposto que ela própria pagou quando adquiriu os materiais
para fabricar os seus produtos. Vamos, então contabilizar o
recolhimento do IPI:
Contabilizando o ICMS
Conta de
Resultado
ICMS sobre Faturamento
D R$270.000,00 (Redutora
Bruto
da Receita
Bruta)
Obrigações Fiscais – Conta de
C R$270.000,00
ICMS a Recolher Passivo
Valor referente ao ICMS incidente sobre
o faturamento bruto do período
Contabilizando a recuperação do ICMS
Bancos Conta
Movimento
125.000 (5)
180.000 (10)
Receita de
Vendas
100.000 (1)
Devoluções de Vendas
Conta de
D (Conta redutora da R$50.000,00
316 Resultado
Receita de Vendas)
Clientes (Caixa ou Conta de
Contabilidade Financeira
C R$50.000,00
Bancos) Ativo
Valor referente à devolução de vendas
Devoluções de
Clientes
Vendas
50.000 (1) (1) 50.000
Conta de
D Estoques de Mercadorias R$20.000,00
Ativo
Custo das Mercadorias Conta de
C R$20.000,00
Vendidas Resultado
Valor referente ao custo de mercadoria
devolvida
Conta de
D ICMS a Recolher R$9.000,00
Passivo
ICMS sobre Vendas
Conta de
C (Conta Redutora da R$9.000,00
Resultado
Receita de Vendas)
Valor referente ao ICMS sem mercadoria
devolvida
Pela devolução
Devoluções de Vendas
Conta de
D de Exercícios Anteriores R$50.000,00
Resultado
– Despesa Operacional
Clientes (Caixa ou Conta de
C R$50.000,00
Bancos) Ativo
Valor referente à devolução de vendas
Dev. de Vendas de
Clientes
Exerc. Anteriores
50.000 (1) (1) 50.000
Pelo retorno da mercadoria ao estoque
Conta de
D Estoques de Mercadorias R$20.000,00
Ativo
Devoluções de Vendas
Conta de
C de Exercícios Anteriores R$20.000,00
Resultado
– Despesa Operacional
Valor referente ao custo de mercadoria
devolvida
Conta de
D ICMS a Recuperar R$9.000,00
Ativo
Devoluções de Vendas
Conta de
C de Exercícios Anteriores R$9.000,00
Resultado
– Despesa Operacional
Valor referente ao ICMS sobre
mercadoria devolvida
Abatimentos sobre
Conta de
D Vendas (Redutora da R$
Resultado
Receita de Vendas)
319
Clientes (Caixa ou Conta de
C R$
Bancos) Ativo
Bancos Conta
Movimento
(1) 9.500
320
Conta de
D Clientes R$45.000,00
Ativo
Conta de
C Receita de Vendas R$50.000,00
Resultado
Valor referente à venda de mercadoria
Obs.: os demais lançamentos de impostos e custos são
semelhantes àqueles já estudados.
7.7
Mercadorias em consignação
O que é consignação?
321
Estoques Conta de
C R$900,00
(R$9,00 x 100) Ativo
Conta de
D ICMS a Recuperar R$360,00
Ativo
Conta de
C ICMS a Recolher R$360,00
Passivo
Valor referente ao ICMS sobre
mercadoria em consignação
ICMS a ICMS a
Recuperar Recolher
(2) 360 360 (2)
Pela venda parcial da mercadoria em consignação
Clientes – Livraria
Conta de
D Leitura R$1.000,00
Ativo
(R$20,00 X 50)
Conta de
C Receita de Vendas R$1.000,00
Resultado
Valor referente à venda de mercadorias
em consignação
Receita de 323
Clientes
Vendas
(3) 1.000 1.000 (3)
LIVRARIA LEITURA
Pelo recebimento da mercadoria em consignação
Estoques Consignantes
Conta de
324 D – Editora Lerdemais R$1.640,00
Ativo
(R$16,40 X 100) (*)
Contabilidade Financeira
Conta de
D ICMS a Recuperar R$360,00
Ativo
Fornecedores
Conta de
C Consignantes R$2.000,00
Passivo
(R$20,00 X 100)
Valor referente ao recebimento de
mercadoria em consignação da Editora
Lerdemais
Receita de
Clientes
Vendas
(2) 1.500 1.500 (2)
325
Fornecedores
Conta de
326 D Consignantes R$1.000,00
Passivo
(R$20,00 X 50)
Contabilidade Financeira
Conta de
C Fornecedores R$1.000,00
Passivo
Valor referente à venda de mercadorias
em consignação
Fornecedores
Fornecedores
Consignantes
1.000 (5) (5) 1.000 2.000 (1)
7.8
Conta de
D ICMS sobre Quebras de Estoques R$
7.9
CMV = Ei + Co – Ef
Onde:
• CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
• Ei = Estoque inicial de mercadorias
• Co = Valor líquido das compras de mercadorias no
período
• Ef = Estoque final de mercadorias
Exemplificando, temos que a Indústria de Brinquedos
que está servindo de base para o nosso estudo, além de fabri-
328
car, também compra e revende mercadorias, isto é, brinque-
dos. Vamos apurar o CMV do período sob análise, partindo
Contabilidade Financeira
Vamos contabilizar?
Conta de
D Estoque de Mercadorias R$300.000,00
Resultado
Conta de
C Fornecedores R$300.000,00
Passivo
Valor referente às compras de
mercadorias no período
30. Compras Líquidas: preço original deduzido das eventuais devoluções e abatimentos, somado
ao frete pago.
Transferindo o Custo das Mercadorias Vendidas para o
resultado
450.000
Objetivos de aprendizagem
Compreendemos a importância dos estoques na gestão
financeira das empresas?
Conhecemos as principais formas de controle dos
estoques?
Conhecemos e aprendemos a escriturar as operações de
compra e venda de mercadorias?
Conhecemos e aprendemos a escriturar as operações
correlatas às compras e às vendas de mercadorias?
Conhecemos e aprendemos a escriturar mercadorias em
consignação e outros aspectos envolvendo transações com
mercadorias?
Nossa próxima e última aula irá tratar de mais um
assunto fundamental para a gestão financeira das entidades
e tem destaque especial na Contabilidade Financeira, a DFC –
Demonstração dos Fluxos de Caixa.
Vamos relembrar?
Nesta aula estudamos um dos ativos mais importantes de
uma entidade: seus estoques. Compreendemos que essa
importância é explicada pelo fato de os estoques traduzi-
rem a principal atividade de uma entidade, ou seja, aquela
330 que representa o seu principal objeto.
Conhecemos os tipos de inventários necessários não só
Contabilidade Financeira
LIN K S INDICADOS
www.cfc.org.br
www.cpc.org.br
http://exame.abril.com.br/topicos/estoques
REFER ÊNCIAS
GRECO, A.; AREND, L. Contabilidade: teoria e prática bási-
cas. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Objetivos de aprendizagem
Conhecer os objetivos da DFC – Demonstração dos
Fluxos de Caixa;
Identificar quais são as atividades de investimento,
financiamento e operacionais;
Conhecer as peculiaridades de um fluxo de caixa em
moeda estrangeira;
Conhecer os principais componentes que compõem os
fluxos de caixa de uma entidade (juros e dividendos, tri-
butos, caixa e equivalentes de caixa);
Elaborar a DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa uti-
lizando os métodos direto e indireto.
Para atingir nossos objetivos, vamos compor nossa
aula da seguinte forma:
8.1 Antes de começar
8.1.1 Objetivos e Alcance
8.2 Definições
8.2.1 Componentes de Caixa e Equivalentes de Caixa
339
- Transações que não envolvem Caixa ou
Equivalentes de Caixa
A ntes de começar
O Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração
340 dos Fluxos de Caixa, aprovado pela Resolução CFC nº.
1.125/2008 – NBC T 3.8, é o normativo que estabelece os con-
Contabilidade Financeira
Alcance
O Pronunciamento Técnico CPC 03 não menciona
se a DFC deve ser elaborada por esta ou aquela entidade e
muito menos condiciona sua elaboração a qualquer valor de
Patrimônio Líquido. Alcançando, portanto, qualquer tipo de
entidade, o citado normativo determina que “a entidade deve
elaborar demonstração dos fluxos de caixa de acordo com os
requisitos desta norma e apresentá-la como parte integrante
das suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada
período”.
Como pode ser observado no texto do normativo, sem-
pre que forem “divulgadas” as demonstrações contábeis
de uma entidade, esta deverá elaborar a DFC. Pelas razões
já comentadas, o item 4 da citada norma “requer que todas
as entidades apresentem uma demonstração dos fluxos de
caixa” (grifo nosso).
8.2
D efinições
Para entendermos a utilidade da DFC, bem como para
342 elaborá-la e analisá-la, é preciso estabelecer algumas defi-
nições sobre os termos apresentados no Pronunciamento
Contabilidade Financeira
8.3
E laboração e apresentação da
DFC
Como já citado, a elaboração e a apresentação da
DFC podem ser realizadas utilizando o Método Direto ou o
Método Indireto. Qualquer que seja o modelo adotado, para
atingir seus objetivos, esse demonstrativo deverá atender a
alguns requisitos básicos que, segundo Iudícibus et al (2010,
p. 566), são os seguintes:
Evidenciar o efeito periódico das
transações de caixa segregadas por
atividades operacionais, atividades de
investimento e atividades de financia-
mento, nessa ordem;
Evidenciar, separadamente, em No-
tas Explicativas que façam referência
à DFC, as transações de investimento
e financiamento que afetam a posição
patrimonial da empresa, mas, não im-
pactam diretamente os fluxos de caixa
do período;
Conciliar o resultado líquido (lucro/
prejuízo) com o caixa líquido gerado ou
consumido nas atividades operacionais
(IUDÍCIBUS et al, 2010, p. 566).
Recebimentos de clientes
Pagamentos a fornecedores e empregados
Caixa gerado pelas operações
Juros pagos
Impostos de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
O CPC 03 incentiva as entidades a adicionarem às prin-
cipais classes de pagamentos e recebimentos todas as infor-
mações consideradas úteis para uma melhor evidenciação do
fluxo de caixa das operações.
Em síntese, a sistemática de elaboração da DFC pelo
Método Direto parte dos componentes da Demonstração
353
de Resultado, ajustando-os pelas variações ocorridas
entre os saldos iniciais e finais das contas Circulantes do
3. Informações Adicionais:
• Custo do Imobilizado vendido = R$15.000,00, já
depreciado em R$3.000,00;
• As despesas financeiras foram integralmente pagas;
• Foram pagos dividendos no valor de R$1.500,00;
• Aplicações financeiras em CDBs31 de 30 e 60 dias e
em caderneta de poupança.
Informações
Adicionais
Baixa pela Venda de Imobilizado 15.000
Aquisição de Imobilizado (20.000)
Depreciação (1.500) DRE
Variação sld. Depreciação Acumulada 1.500 BP
Caixa Líquido Consumido nas Atividades de
(5.000)
Investimento
358
Contabilidade Financeira
(X1) 20.000
1.500 (X1)
Prov. Perdas Custo das
Estimadas c/ Mercadorias Estoques
Créd. Liq. Duv. Vendidas
(3) 1.000 (5) 20.000 (X0) 12.000 20.000 (5)
(6) 23.000
(7) 10.000 10.000 (X0) (9) 2.000 2.000 (X0) (8) 1.300
23.000 (6) 1.300 (8)
Vreceitas
Salários a Pagar Salários
Financeiras
(b) 21.000 15.000 (X0) (a) 14.000 300 (c)
14.000 (a)
8.000 (X1)
Despesas Caixa e
Diversas Equivaletes de
Caixa
(f) 600
X0 5.600 10.000 (7)
(4) 29.500 2.000 (9)
35.000
361
Lucro na Venda Caixa e
de Imobilizado
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Empréstimos Dividendos a
Capital
Curto Prazo Pagar
5.000 (X0) 20.000 (X0) (o) 1.500 1.500 (n)
10.000 (k) 10.000 (l)
Apuração de
Reserva de Lucros Resultado
Acumulados
20.000 40.000
(n) 1.500 1.600 (X0)
1.000 300
3.900 (m)
1.300 3.000
4.000 (X1)
14.000
1.000
600
1.500
(m) 3.900
Caixa e
Equivaletes de
Caixa
X0 5.600 10.000 (7)
17.300
Despesas Despesas
Depreciação
Financeiras Diversas
(d) 1.000 1.000 (f) 600 600 (h) 1.500 1.500
Apuração de
Lucro na Venda de
Resultado
Imbilizado
20.000 40.000
3.000 3.000 (i)
1.000 300
1.300 3.000
14.000
1.000
363
600
XX (ano seguinte)
Atividades de Financiamento
(+) Recebimento pela emissão de ações
(+) Recebimento pela emissão de debêntures
(-) Pagamento de Passivos por arrendamento
(-) Pagamentos de Dividendos
Caixa Líquido Atividades de Financiamentos
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa ao fim do período
lados às operações;
7. Subtrair as reduções dos saldos das contas do
Passivo Circulante e Exigível a longo prazo vincu-
lados às operações.
Reservas de Lucros
Capital Total
Acumulados
Saldo em 31/12/X0 5.000 1.600 6.600
Aumento de Capital 10.000 - 10.000
Lucro Líquido - 3.900 3.900
Dividendos Pagos (1.500) (1.500)
Saldo em 31/12/X1 15.000 4.000 19.000
Fonte: Iudícibus et al (2010, p.576)
Objetivos de aprendizagem
Conhecemos os objetivos da DFC – Demonstração dos
Fluxos de Caixa?
Sabemos identificar quais são as atividades de investi-
mento, financiamento e operação?
Conhecemos as peculiaridades de um fluxo de caixa em
moeda estrangeira?
Conhecemos os principais componentes que compõem
os fluxos de caixa de uma entidade (juros e dividendos,
tributos, caixa e equivalentes de caixa)?
Aprendemos a elaborar a DFC – Demonstração dos
Fluxos de Caixa utilizando os métodos direto e indireto?
Fonte: http://www.econoinfo.com.br/demonstracoes-financeiras/fluxo-de-caixa?ce=TAMM
R esolução:
1. Método Direto.
LEITURAS RECOMENDADAS
376
QUINTANA, Alexandre C. Análise da utilização da de-
monstração do fluxo de caixa como um instrumento de ges-
Contabilidade Financeira
SITES RECOMENDADOS
www.cfc.org.br
www.cpc.org.br
http://www.econoinfo.com.br/demonstracoes-financeiras/
balanco-patrimonial?ce=TAMM
R e f e r ênci a s
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução
CFC nº. 1.125/08. Aprova a NBC T 3.8 – Demonstração dos
Fluxos de Caixa (DFC). Brasília, 2008. Disponível em: http://
www.cpc.org.br/pdf/Res_1125.pdf