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Índice Geral
Nota à 6a Edição
A Revisora
Á GUISA DE PREFÁCIO
RAZÕES DO PRESENTE LIVRO
SISTEMA DE EXPOSIÇÃO
a) O Direito é uma ciência; a Advocacia é uma arte. Essa arte tem como
instrumento principal a Lógica, e, ainda, a auxiliá-la, a Retórica e a Dialética.
b) Os elementos de Lógica que contém o presente livro estão relacionados à
técnica da arte de advogar tão somente; para tanto quase todos os exemplos e
aplicação dizem respeito àquela arte. Cada parte da Lógica, termo, proposição e
argumento, prende-se ao trabalho do advogado de requerer, responder, recorrer,
argumentar e refutar argumentos.
O Autor
Capítulo I
A filosofia grega começa com Tales de Mileto, um dos Sete Sábios da Grécia,
segundo Aristóteles. Cícero disse na República “que os sábios eram homens de
grande sabedoria e prestígio entre seus contemporâneos; todos foram versados
na administração pública e tinham grande liderança administrativa; realmente,
em nada se aproxima tanto a virtude humana da divina como a fundação de
novas nações ou a conservação daquelas já fundadas”.
Sabe-se que a maioria dos sábios provinha da próspera Jônia (Ásia Menor,
hojeYenikõy,Turquia), e que viveram entre os anos 428 a 348 a. C. Eles
presenciaram momentos de significativa conturbação interna desde a
remodelação das cidades até a corajosa resistência às invasões de povos
estrangeiros, entre outras dificuldades. Seus nomes: • Bias de Priene — viveu
no século 6 a.C.
Surpreso pela novidade do nome filósofo, Leon indagou o que eram os filósofos,
e em que se diferençavam de outros homens. Pitágoras respondeu que “ele
compara a vida do homem ao comércio que se faz na assembleia grega durante a
solenidade dos jogos públicos. Uns vão (aos jogos públicos) para brilhar nos
exercícios corporais (ginástica); outros, vendendo ou comprando, são levados
pelo lucro; ao passo que uma terceira classe, a mais nobre, não procura aplausos
nem lucro (qui nec plausum nec lucrum quaerent), porém (está ah) para
observar atentamente o que se faz e como as coisas se passam.
Na grande feira, uns vão para procurar a glória, outros o dinheiro, porém, um
pequeno número desdenha todo o resto, e se aplica a estudar profundamente a
natureza das coisas (rerum natura studio se in-tuerentur). Esses homens são
chamados estudiosos (ou amigos) da sabedoria, isto é, filósofos (Hos se
appellare sapientiae studiosos id est enim philosophos).
Sob o ponto de vista dos jogos públicos, o partido mais nobre é o que presencia
sem espírito de lucro, e da mesma maneira acontece na vida - o estudo e a
contemplação (conhecimento) das coisas excedem a tudo (sic in vita longe
omnibus studiis contemplationem rerum cognitionem praestare) (Tusculanarum,
Lib. V, III, Virtutem ad beate vivendum se ipsa esse contentam — Da virtude —
ela é suficiente para ser feliz)”.
BREVE HISTÓRICO
No mesmo sentido, Aristóteles diz que o desejo de saber é inato no ser humano e
se manifesta na forma de perguntas — como, por quê - desde a infância. E
continua “se o desejo de saber é essencial ao homem, deve, então ser universal
no tempo e no espaço. E esta, de fato, a lição da história; não há povo em que
não se manifeste essa inclinação natural da inteligência. O desejo de saber é,
assim, tão velho quanto a humanidade, e o conhecimento filosófico é a mais
elevada expressão da necessidade de saber” (Metafísica, cit.).
Para Aristóteles, a Filosofia consiste “em todas as coisas que o homem conhece,
e o conhecimento dessas coisas”. Desde Aristóteles emprega-se a palavra
Filosofia com o sentido de totalidade do conhecimento humano. A Filosofia até
então englobava as coisas divinas e humanas (Scientia divinamm
humanarumque rerum).
Acreditamos que não é apropriado para a didática deste livro discutir as várias
definições de Filosofia, porém, para ilustrar, apresentamos algumas:
2~ Platão distingue doxa - que é a opinião que temos sem tê-la procurado — e
epistéme — a ciência, o saber que temos porque o procuramos. Para Platão a
palavra filosofia adquire o sentido “de saber racional, reflexivo, saber adquirido
mediante o método dialético” (G. Morente).
3~ Cícero define Filosofia como o “conhecimento das coisas divinas e humanas
e dos princípios e causas de cada fato particular”.
7-Jolivet define que a Filosofia “é a mais elevada e a mais perfeita das ciências,
primeiro porque é perfeitamente racional ou sistemática, enquanto visa descobrir
as causas e os princípios primeiros; segundo porque ela dispõe de método
rigoroso apropriado ao seu objeto formal” (op. cit.).
DIVISÃO
Filosofia
Lógica
Psicologia
Moral
Metafísica
Metafísica
6fl De acordo com alguns historiadores, Platão nasceu em Atenas no ano 426
a.C., ou, segundo outros, em 430 a.C. Platão aprimorou o método de Sócrates e o
transformou na Dialética, que se funda “não em opiniões distintas, mas em uma
opinião e sua crítica”, ou ainda, trata-se de “passar de conceito em conceito, de
proposição em proposição até atingir os conceitos mais gerais e os primeiros
princípios” (op. cit.). Parte-se de uma hipótese que vai sendo melhorada com as
críticas. Sabe-se que é no diálogo, mediante afirmações e negações, que são
aprimoradas as ideias. Assim, por empregar o diálogo, Platão chamou o seu
método “dialética”. Verifica-se que a Dialética de Platão e a Maiêutica de
Sócrates conservam o método de iniciar com uma hipótese ou ideia, e melhorá-la
por meio do diálogo.
4° Princípio — Fazer para cada caso uma enumeração tão exata e previsões tão
gerais que se esteja certo de que nada foi omitido (op. cit.).
Trata-se de uma dedução, porque por meio de duas proposições atingimos uma
conclusão.
SUMULA
Filosofia:
1. Origem do Termo.
5. Heráclides do Ponto.
Breve histórico: Morente e Aristóteles.
Ia Na Grécia: sabedoria.
5a Sócrates: Maiêutica.
6a Platão: Dialética.
7a Aristóteles: Lógica.
EXERCÍCIOS
Escolha a ou b para preencher corretamente as lacunas:
movimento; b. virtude)
10. Platão entende que doxa é a opinião que temos_. (a. porque a procuramos;
b. sem tê-la procurado)
12. Aristóteles fixou-se no movimento da razão intuitiva que, por meio da_de
opiniões, vai passando de uma afirmação a outra. (a.
contraposição; b. justaposição)
contraposição; b. justaposição)
14. Para Descartes, o método passa a exercitar-se_obter a intui ção. (a. depois
de; b. antes de)
com; b. sem)
Capítulo II
Breve História da Lógica:
Parmenides e Aristóteles
A Lógica surgiu há mais de vinte séculos, embora em tempo anterior aos gregos,
no século VII a.Q, tenha havido a Escola Nyaya, cujo fundador foi Gautama. A
Escola produziu o texto Nyaya-Sutra para expor a construção de um sistema
lógico e analítico, a partir do qual toda a filosofia indiana teve origem. A Lógica
grega, entretanto, surgiu e desenvolveu-se de modo independente da Escola
Nyaya, bastando para tanto observar-se o silogismo claro e preciso da Lógica de
Aristóteles, e o silogismo de Nyaya, com cinco proposições.
Outra forma de expressar este princípio é: A é A, o que significa que “uma ideia
ou conceito é igual a ele mesmo, pelo menos no momento em que se está
reafizando o pensamento” (Nérici, op. cit.).
O termo ideia foi formado por Platão, de uma raiz grega que significa visão,
intuição intelectual, ou “a simples apreensão de um objeto”. E o que se
denomina terminologia.
A LOGÍSTICA
Também devem ser citados Hilbert (1862-1943) e Russell sob a influência dos
quais a Lógica simbólica tem sido objeto de inúmeros estudos. Tais estudos
visam “pôr em evidência que a linguagem é decididamente inutilizável em
Lógica, porque ela não apresenta sempre um paralelismo rigoroso com os fatos,
d’onde a possibilidade da ambiguidade e de erros” (Marcell Boll).
SÚMULA
1. De Proedicamentis — categorias;
A Logística
O exemplo de Nérici.
EXERCÍCIOS
Analise as proposições e marque Sim ou Não:
8. ( ) Platão formou o termo ideia a partir de uma raiz grega que significa
visão, intuição intelectual, ou “a simples apreensão de um objeto”.
9. ( ) “Logística é aquela forma de Lógica que se apresenta num sis tema de
sinais e que permite operar com estes de modo similar ao da Matemática”.
14. ( ) M.Villey entende que a solução do Direito não pode nascer do choque
dos discursos contraditórios.
Capítulo III
Lógica: Origem do Termo —
Definição — Divisão — Importância
ORIGEM DO TERMO
Não há certeza sobre quem criou o termo Lógica, nem sobre a época em que
referido termo começou a ser empregado no sentido moderno. Supõe-se que
tenha sido criado por comentadores de Aristóteles. O termo Lógica foi
empregado por Cícero (De Jlnibus 1,7) e se tornou corrente a partir dos estoicos.
O estoico Chrysippe entendeu o termo Lógica como uma das três espécies de
Filosofia.
Para Stuart Mill, 'Lógica é a ciência das operações do espírito que concernem à
estimação da prova”.
Definição: “Lógica é a Arte que dirige o próprio ato da razão, isto ê, arte que nos
permite pensar com ordem, facilmente e sem erro” Ç‘Ars directiva ipsius actus
rationis, per quam scilicet homo in ipso acto rationis ordenate, faciliter et sine
errore procedat”).
Sem erro - Todo o homem é dotado de bom senso, no entanto, somente bom
senso não é suficiente para quem pretende estudar as ciências, principalmente a
ciência do Direito. O bom senso é a faculdade de distinguir o falso do
verdadeiro, porém, no Direito e nas ciências é necessário demonstrar o que é
falso e o que é verdadeiro. Nesse ponto, a Lógica é o único instrumento da
inteligência.
DIVISÃO DA LÓGICA
A fim de propor a definição adotada por este livro, devemos proceder à divisão
da LógicaVamos considerar o raciocínio como uma obra de arte: observemos
uma estátua. Distinguimos nela a matéria de que é feita e sua forma. Se o artista
é bom (forma) e o material é ruim, a estátua será imperfeita; se o material é bom
e o artista é ruim, do mesmo modo a estátua será imperfeita. A perfeição da
estátua depende da matéria e da forma que lhe dá o artista. Assim ocorre com o
raciocínio. Consideram-se no raciocínio as matérias ideais com que se
raciocina e a forma que se dá às matérias, isto é, a disposição delas de maneira
a sustentar uma conclusão.
Jolivet entende que a noção de verdade, dominante em toda a Lógica, tem duplo
significado, ou seja, toda proposição que pretenda ser verdadeira terá,
necessariamente, estrutura formal e validade. “Entende-se por validade todas as
condições derivadas da matéria do pensamento que lhe afetam a estrutura ou a
própria forma. E daí que se origina a divisão da Lógica em Lógica formal ou
menor, e Lógica material ou maior” (op. cit.).
construído. Para I. G. Nérici, raciocínio é “o ato pelo qual o espírito, com o que
ele já conhece, adquire um novo conhecimento”. O raciocínio bem construído
leva à conclusão coerente em relação à disposição da matéria. Sob esse aspecto a
Lógica é arte do pensamento; porquanto visa realizar uma obra bem-feita, ou
seja, a concordância do pensamento com o objeto.
Para Jolivet, na Lógica menor, “trata-se de definir as condições do pensamento
coerente consigo mesmo, independentemente de qualquer matéria determinada”.
IMPORTÂNCIA DA LÓGICA
“Quando uma pessoa deve executar um trabalho, em primeiro lugar, ela começa
por experimentar de diversos modos o instrumento que lhe foi dado a fim de
compreender bem o uso que pode e deve fazer dele.
E a razão.
Será então preciso que, antes de iniciar o trabalho, os advogados comecem por
examinar a razão, a fim de determinar a maneira pela qual devem usá-la. O
estudo da razão, do ponto de vista de seu uso no conhecimento, ou como meio
de chegar à verdade, é o que se chama Lógica” (op. cit.).
São tão complicadas as condições que governam nossa atividade prática que,
para tornar alguma coisa factível, muitas vezes é indispensável conhecer a
natureza e as propriedades de grande número de outras coisas.
A Lógica, portanto, inclui a ciência do raciocínio tanto quanto uma arte fundada
nessa ciência. Mas a palavra raciocínio, como muitos outros termos científicos
de uso popular, é cheia de ambiguidades.
SÚMULA
Divisão da Lógica:
EXERCÍCIOS
Assinale as sete asserções equivocadas:
1. Supõe-se que o termo Lógica, criado por Aristóteles, denominava uma das
espécies de Filosofia.
4. “Lógica é a Arte que dirige o próprio ato da razão, isto é, arte que nos
permite pensar com ordem, facilmente e sem erro”. A expressão com ordem
significa dispor a cadeia de raciocínios de modo a demonstrar se a verdade é
concludente ou não.
6. Sobre o raciocínio: o raciocínio que tem matéria e forma corretas não pode
ser falso. No raciocínio há: as matérias com que se raciocina e a forma ou a
disposição das matérias, de modo a sustentar uma conclusão.
12. Para Jolivet, “determinar a forma que o pensamento deve tomar, atendendo
aos diferentes objetos aos quais o pensamento pode se aplicar” é o objetivo da
Lógica Maior ou Lógica Aplicada ou ainda Lógica Material.
Capítulo IV
Os Princípios Lógicos e sua Aplicação
à Advocacia
OS QUATRO PRINCÍPIOS LÓGICOS
2a O Princípio de Contradição;
pode ser demonstrada. Admite-se que esse princípio não se prende a outro
princípio anterior.
O PRINCÍPIO DE IDENTIDADE
a) AéA.
b) Pessoa é pessoa.
“O que quer dizer que uma ideia ou conceito é igual a ele mesmo, pelo menos no
momento em que se está realizando o pensamento” (I. G. Nérici, op. cit.).
Platão afirmou que: uma coisa é o que ela é, ou seja, uma ideia é igual a ela
mesma.
2. petição inicial, libelo cível inaugural, peça vestibular, peça introdutória etc.
Parmênides critica a teoria de Heráclito desta forma: para Heráclito uma coisa é
e não é ao mesmo tempo, visto que está sempre mudando. Dentro dessa ideia de
mudança constante, uma coisa muda de ser o que é, para tornar-se outra coisa, e
tornando-se outra coisa
não é a coisa que era e nem a coisa que virá a ser na próxima mudança.
A essa teoria opõe um princípio de razão: o que é, é - o que não é, não é. o ser é
(existe) — o ser não é (não existe).
Parmênides não deu nome ao princípio que descobriu, porém, mais tarde, os
lógicos passaram a identificar este princípio com o nome de Princípio de
Identidade.
O PRINCÍPIO DE CONTRADIÇÃO
Desse modo dizemos que: das duas afirmações — x é x — x não é x — uma das
afirmações será falsa, necessariamente.
Observe o exemplo: Um ambiente não pode ser frio e quente ao mesmo tempo.
O brocardo não há direito contra direito é a aplicação desse princípio.
Nota - “Todas as vezes que dois homens têm sobre uma mesma coisa um
julgamento contrário, é certo que um deles está enganado. Há mais: nenhum dos
dois está com a verdade, porque se um estivesse com a verdade teria uma vista
clara e nítida (evidência) e poderia expor a seu adversário de tal maneira que ele
acabaria se convencendo” (E. Garcia Máynez, op. cit.).
Uma coisa deve ser ou não ser — ou seja, de duas coisas contraditórias uma
coisa deve ser verdadeira e a outra coisa deve ser falsa.
O princípio não determina qual juízo é verdadeiro, mas afirma que dois juízos
contraditórios não podem ser simultaneamente falsos. No estudo das proposições
veremos a aplicação do princípio; no entanto, desde já queremos mostrar-lhes
estes dois exemplos:
E certo que uma proposição exclui a outra. Para que o princípio tenha aplicação
é preciso que se trate de matéria necessária. Neste início de curso, adiantamos
dois conceitos básicos em Filosofia, ao dizer que:
A = C B = C A = B
Em Lógica há várias outras fórmulas para enunciar este princípio, das quais
destacamos as quatro mais usuais:
2a “Duas coisas idênticas a uma mesma terceira (coisa) são idênticas entre si”.
3a Ainda, para aplicação em Direito, pode-se enunciar desta forma: Duas coisas
iguais a uma terceira, sob certo aspecto, são iguais entre si, sob esse mesmo
aspecto.
4a Na forma negativa: Duas coisas das quais uma é idêntica e outra não é
idêntica à mesma terceira são diferentes entre si.
a) O cão ladra.
Rex é cão.
Rex ladra.
Verifica-se que o termo cão é a mesma coisa em relação a ladra e Rex, isto é, um
animal.
Cão ladra.
“Silogismo é uma série de palavras em que, sendo admitidas certas coisas, delas
resultará necessariamente alguma outra, pela simples razão de se terem admitido
aquelas” (Aristóteles, op. cit.).
infere um consequente que une esses dois termos entre si” (I. G. Né-rici, op.
cit.).
Assim, dizer: Toda pessoa não é imortal significa que todas as pessoas não são
imortais. O que nego da classe, nego dos objetos pertencentes à classe, ou ainda,
o que nego do todo, nego da parte.
o que nego do todo, nego da parte.
E o entendimento de P. Lacoste: “En un mot, l’idée qui doit servir de guide pour
savoir s’il y a ou non identité d’objet est la suivante: en statuant sur l’objet d’une
demande, le juge est-il exposé à contradire une décision antérieure, en affirmant
un droit nié ou en niant un droit affirmé par cette précédente décision? S’il ne
peut statuer qu’en s’exposant à cette contradiction, il y a identité d’objet, et
chose jugée” (op. cit.).
Tradução livre do autor: “Em uma palavra, a ideia que deve servir de guia para
saber se há ou não identidade de objeto é a seguinte: decidindo sobre o objeto de
uma demanda, o juiz está sujeito a contradizer uma decisão anterior, quer
afirmando um direito negado,quer negando um direito afirmado pela decisão
precedente? Se o juiz não pode julgar senão supondo-se aquela contradição, há
identidade de objeto, e (portanto) coisa julgada”.
Para Lacombe Eugène, “Lorsque, tous les autres éléments des deux instances
étant d’ailleurs identiques, la seconde demande ne diffère de la première que par
le choix d’une action différente pour arriver au même but, l’exception (de la
chose jugée) ne cesse pas d’être applicable” (op. cit.).
Tradução livre do autor: “Quando todos os outros elementos das duas instâncias
são de certo modo idênticos, a segunda demanda não difere da primeira senão
pela escolha de uma ação diferente para chegar ao mesmo fim, a exceção de
coisa julgada não cessa de ser aplicável”.
(...)
(...)
d) Dar à lei federal interpretação divergente da que lhe tenha dado outro tribunal
ou o próprio Supremo Tribunal Federal”.
A Lógica Jurídica aplica os princípios lógicos de maneira teórica. Ainda que este
trabalho não tenha a pretensão de invadir o campo da Lógica jurídica, cremos ser
de utilidade prática apontar os conceitos dos cinco princípios que se seguem,
extraídos da obra La lógica jurídica, de Eduardo Garcia Máynez:
Segunda - Todo objeto que não pode ser afastado sem que o efeito cesse, deve
ser considerado como causa ou parte da causa.
SÚMULA
2a O princípio de contradição: uma coisa não pode ser e deixar de ser ao mesmo
tempo.
O entendimento de P. Lacoste.
EXERCÍCIOS
Assinale as sete asserções corretas:
5. E. Garcia Máynez entende que “todas as vezes que duas pessoas têm,
sobre uma mesma coisa, um julgamento contrário, um dos dois está com a
verdade, e poderia expor a seu adversário de tal maneira que ele acabaria se
convencendo”.
nega que dois juízos contraditórios não podem ser falsos ao mesmo tempo.
enunciado desta forma: duas coisas iguais a uma terceira, sob certo aspecto, são
iguais entre si, sob esse mesmo aspecto.
13. O Princípio da Tríplice Identidade afirma: duas coisas das quais uma é
idêntica, e a outra não é idêntica à primeira coisa, são iguais entre si.
Capítulo V
Definição: Nominal e Real -Leis de
Definição: Gredt
“Omnis definitio periculosa est in Jure” (Javolenus).
DEFINIR - LIMITAR
Para Sinibaldi, definir é “dizer o que uma coisa é, ou uma palavra significa” (op.
cit.).
Para J. Maritain, “definição é um conceito complexo que expõe o que uma coisa
é, ou o que um nome significa” (op. cit.).
Definir é limitar. Limitar o quê? Limitar a extensão de um termo. Para quê? Para
torná-lo distinto de todos os demais termos. Observe o exemplo:
d) Art. 79. “São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente”.
b) Art. 92. “Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal”.
d) Art. 1.591. “São parentes em Unha reta as pessoas que estão uma para com
as outras na relação de ascendentes e descendentes”.
a) Art. 103. “Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum
o objeto ou a causa de pedir”.
b) Art. 234. “Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e
termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa”.
Ver também os arts. 54, 104, 213, 748, 852, 967, 1.020, entre inúmeros outros.
I - Semântica.
II - Etimológica.
b) Art. 89. “São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per
si, independentemente dos demais.”
a) Jurisdição — dictio = dizer e juris = direito — dizer o direito (CPC, art. Ia).
I - Essencial.
II — Descritiva.
a) Art. 213. “Citação é o ato pelo qual se chama ajuízo o réu ou interessado a fim
de defender-se.” Verifica-se que o gênero ato é a característica que torna esse
determinado ato (citação) diferente de todos os outros atos imagináveis (trata-se
da diferença específica).
h) Art. 234.“Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos
do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.”
c) Art. 467. “Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e
indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.”
Ver também os artigos do Código Civil: 79, 85, 86, 87,89, 92,
586,710,818,1.198 e 1.200, entre outros.
11-A Definição Real Descritiva se faz pela enumeração dos caracteres mais
marcantes de uma coisa, na falta de elementos essenciais que são: o gênero
próximo e a diferença específica. São três exemplos do Código Civil:
a) Art. 243. “A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela
quantidade.”
c) Art. 1.200. “E justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária”.
b) Art. 92. “Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal”. Convertendo: E principal
o bem que existe sobre si abstrata ou concretamente.
a) Art. 70. “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.”
Tradução: O que se define não deve entrar na definição. Conforme esta regra —
O homem é um animal racional não é definição porque a definição é apenas
animal racional. A definição é um termo complexo, assim, estão incorretas
definições como: impedimento é o ato de impedir.
Em outras palavras, o objeto deve ser definido pelo que ele é, e não pelo que ele
não é.Ea lição de Aristóteles: “E possível que em alguns casos o definidor seja
forçado a empregar também uma negação; por exemplo, ao definir privações,
porquanto cego designa uma pessoa que é incapaz de ver”. Fora esse caso, são
viciosas as definições: Propriedade é o que não é posse - Branco é o que não
é preto.
Pode ser difícil definir com estrita observância simultânea da segunda lei
(dejinitio sit clarior definito) e da quinta lei, isto é, definir com clareza e com
brevidade, porém entre as duas leis é preferível optar pela clareza.
A definição deve convir ao definido todo, inteiro, e somente a esse definido. Ou,
em outras palavras, a definição deve servir apenas a um definido.
ser — e — substância.
Observe que a metáfora tem uma forma de definição, porém, não constitui uma
definição:
A cachoeira é um véu de noiva.
São apenas expressões literárias, e não são definições. Disse Aristóteles: “Com
efeito, os que usam metáforas sempre o fazem tendo em vista certa semelhança,
ao passo que esta espécie de expressão não esclarece nada” (Tópicos VI, 2).
muladas por Gredt e outros lógicos. Para facilitar, em alguns textos inserimos
observações:
í-Texto: “E mais difícil estabelecer uma definição do que demoli-la. Para lançar
por terra uma definição, basta arguir contra um ponto apenas (pois, se
conseguirmos refutar um único ponto, teremos demolido a definição); ao passo
que ao estabelecer uma definição termos de levar os outros (as outras pessoas) a
admitir que tudo que contém na definição é atribuível ao sujeito”.
3°Texto: “Uma regra é: ver se ele (o adversário) usou uma expressão metafórica,
porque uma expressão metafórica é sempre obscura”.
5~Texto: “E supérfluo tudo aquilo, cuja remoção não impede que o resto deixe
bem claro o termo que se está definindo. Assim, se definirmos alma como ‘um
ser que se move a si mesmo’ haveria um termo supérfluo porque alma é,
simplesmente,‘0 que se move a si mesmo’, como definiu Platão”.
SÚMULA
Definir é limitar.
A definição real descritiva se faz pela enumeração dos caracteres mais marcantes
de uma coisa.
EXERCÍCIOS
Aponte eventuais equívocos em cada uma das questões:
1. Sobre Definição:
b) Para Sinibaldi, definir é dizer o que uma coisa não é, ou o que uma palavra
significa.
a) O objeto deve ser definido pelo que ele é, e não pelo que ele não é.
Capítulo VI
Divisão: Extensão e Compreensão —
Definição -Elementos - Técnicas - Leis
EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS TERMOS
No capítulo IV, Princípios Lógicos, vimos que o todo abrange todas as partes,
pelo que devemos distinguir todas as partes de um todo, ou seja, devemos
distinguir todas as espécies de um gênero. Procedendo dessa maneira teremos
conhecimento perfeito do todo - pelo conhecimento de todas as partes e da
importância das partes — completando, assim, o conhecimento que tínhamos
pela definição.
Gênero “ou essência determinável é uma noção universal, que designa apenas
parcialmente, o sujeito ao qual é atribuído. O homem é um animal. O cachorro é
um ser vivo” (Jolivet, op. cit.).
Gênero: Vivente.
É a lição deT. Sinibaldi: “Pela definição que extrema o objeto de tudo que lhe é
estranho, reconhecemos a unidade do mesmo objeto; pela divisão que distingue
as partes ou elementos do objeto, reconhecemos a sua pluralidade ou
complexidade. Pela definição o objeto torna-se claro; pela divisão, o objeto se
torna distinto. A divisão, portanto, é um complemento da definição” (op. cit.).
Roque Lauschener esclarece que toda divisão do conceito exige uma clara e
completa explicitação da compreensão do conceito. Para o autor, há cinco
técnicas para se testar uma boa divisão:
3a Observar se uma parte não inclui outra parte. Exemplo: não seria correto dizer
que a Economia se divide em microeconomia, macroeconomia e estudo da renda
nacional, porque o estudo da renda nacional é uma parte da macroeconomia.
ELEMENTOS DA DIVISÃO
Observa-se que a divisão se constitui de: um todo por dividir; as partes em que
se divide o todo; o fundamento, princípio, razão ou critério pelo qual se procede
à divisão. Assim, resumimos os elementos da divisão:
2. As Partes.
Exemplo:
vamos dividir ser animado:
Ser animado
sensível
racional
irracional
insensível
Classificada como lei, a quinta lei repete a mesma técnica da quinta regra da
definição do mesmo Autor. A brevidade é qualidade da linguagem. Na divisão a
brevidade significa que se a divisão permite ver nela o dividendo, não será
necessário levá-la ao extremo. Não contradiz a segunda lei, porquanto a divisão
pode ser completa sem ser excessivamente minuciosa.
A terceira: trata-se de saber se aquilo que parece útil na aparência não se opõe ao
honesto, quando a honestidade nos retém de um lado e o interesse de outro;
nessa incerteza o espírito se encontra nos dois sentidos.
Nessa divisão há duas omissões, e omissão é grande defeito numa divisão: não
se examina somente se há honestidade ou desonestidade, mas de duas coisas
honestas qual a mais honesta, assim como de duas coisas úteis, qual a mais útil.
Aquilo que Panetius entendia dividir em três partes comporta cinco. Assim,
convém tratar do honesto, mas sob duplo ponto de vista; depois do útil, também
num duplo ponto de vista; enfim, comprovar o honesto e o útil” (De officiis, III).
SÚMULA
Extensão e compreensão:
EXERCÍCIOS
Indique as cinco proposições equivocadas:
2. A ideia limita a extensão de um termo e faz com que ele seja diferente de
todos os outros. Extensão é o número de sujeitos os quais o termo abrange.
12. Segundo Gredt, sit rite ordinata significa: a divisão deve ser
ordenada hierarquicamente. As espécies vêm em primeiro lugar, seguidas
do gênero. A divisão para ser completa, precisa ser minuciosa.
13. São duas Leis de R. Lauschener: Ia Verificar se foi usado o mesmo critério
de divisão, ou seja, o mesmo fundamento de divisão; 2a Não confundir divisões
primárias com divisões secundárias.
15. A definição faz conhecido o objeto, porque tiramos dele tudo o que não lhe
diz respeito. A divisão distingue as partes ou elementos do objeto, e exibe sua
pluralidade ou complexidade. A divisão é um complemento da definição.
Capítulo VII
A Ideia - O Termo - Gênero e Espécie
- O Acidente e a Essência
A IDEIA: DEFINIÇÃO
Para I. M. Copi, “ideia é a forma sob a qual um objeto é percebido pela nossa
inteligência” (op. cit.).
Em grego, ideia significa imagem, forma. “Entretanto, nem todas as ideias são
imagens. Muitas ideias são puramente intelectuais, fruto de abstração, para as
quais não há imagem interior alguma. O sentido e a significação substituem a
mera representação no intelecto” (I. G. Nérici, op. cit.).
Para J. Maritain, todas as ideias tendem para certa realidade e, “para que uma
ideia tenha realidade, ou possa tender para a realidade, é necessário que não
contenha, em sua compreensão, elementos que se excluam por serem
incompatíveis, como: sol sem luz, círculo quadrado e esfera plana”. E do mesmo
autor a regra: “A ideia não deve encerrar nenhum elemento contraditório” (op.
cit.).
As ideias têm extensão e compreensão que vão variar em ordem inversa, ou seja,
ao aumentar a compreensão de uma ideia, sua extensão diminui e vice-versa.
Ao detalhar o tema sobre a Ideia, Nérici afirma que quanto menos elementos
significativos tiver, mais geral, mais extensa será a ideia e, contrariamente,
quanto mais elementos significativos tiver, a ideia será menos geral, e irá se
isolando de seu grupo, chegando à individualidade. Observe: Ser — máximo de
extensão, mínimo de compreensão.
Processo tem mais extensão que Processo Civil, Processo Penal, Processo
Trabalhista.
Por outro lado, não poderíamos avaliar, calcular a extensão de ideias que não
tenham relação entre si. E impossível determinar a extensão entre ideias não
relacionadas, por exemplo, entre linha e vertebrado.
Assim, a classificação é a distribuição das ideias e termos, relacionados entre si,
conforme a extensão deles. Sabemos que gênero é o grupo mais extenso, e
espécies são os grupos menos extensos contidos no gênero. Dessa noção conclui-
se que: o gênero pode ser afirmado de todas as espécies; uma espécie pode ser
gênero para outras espécies.
A espécie não pode ser afirmada com relação ao gênero, porquanto sua
compreensão é maior do que a do gênero, segundo o princípio que a extensão
está em ordem inversa da compreensão.
Exemplificando:
linha
reta
curva
Interno
União
Estado
Município
Santa Sé
O ACIDENTE E A ESSÊNCIA
Astronomia
Física
Química
Biologia
Sociologia
SUMULA
Gênero e Espécie
O acidente: pode ou não existir junto a qualquer coisa sem que a essência seja
afetada.Tem qualidades contingentes.
EXERCÍCIOS
Complete as frases, preenchendo as lacunas indicadas por asterisco, com uma
das quatro opções abaixo: 1. A das ideias e , relacionados entre si, conforme a
deles, chama--se a) divisão — gêneros — extensão — compreensão.
3. Para Aristóteles: a * que representa somente não pode ser porque não
abrange outras , visto ser .
Termo * de Palavra.
Assim, quanto * elementos significativos tiver uma ideia, * extensa ela será.
É certo que uma espécie pode ser * para outras espécies. d) menos — mais
extensos — divisão — extensão.
Capítulo VIII
A Possibilidade da Verdade e sua
Relação com a Prova e a Sentença
NOÇÃO DE VERDADE
Para Jolivet “As coisas são verdadeiras, na medida em que são conforme as
ideias segundo as quais foram feitas” (op. cit.).
A VERDADE LÓGICA
A noção de ouro puro não exprime verdade nem erro. No exemplo acima, se
pureza é qualidade do ouro, enuncio uma verdade, pois há uma relação de
conveniência entre os termos. Também, poderíamos nos referir à verdade moral
que se opõe à mentira, e consiste na conformidade da linguagem com o
pensamento. É estudo que pertence à Ética.
Vencível
Invencível
1. Ignorância
Em estado de
2. Dúvida
Desculpável
Indesculpável
Universal (ceticismo)
Estatística
Lógica
3. Opinião - Probabilidade
4. Certeza e Evidência
5. Erro
2.4. Dúvida universal - Resulta do exame dos dados, que, ao final, se revelam
insuficientes para a inteligência que os examina, assim, impossibilitando que
seja assumida uma posição definida. A dúvida universal consiste em duvidar que
se possa chegar à verdade, ou seja, é ter por incerta toda a afirmação categórica,
ou asserção. E a dúvida dos céticos.
3. Opinião — Ao contrário da dúvida, a opinião consiste em afirmar, porém
admitindo que uma opinião contrária possa levar a negar. Na opinião existe o
receio de estar enganado. Kant afirma que a opinião é “uma afirmação em que
há consciência de que é insuficiente”. A opinião depende da probabilidade e dos
raciocínios das razões em que se baseia. A probabifidade estatística ou
matemática ocorre quando todos os casos possíveis são da mesma natureza em
número finito e conhecidos a priori. Nesses casos pode ser avaliado sob uma
forma de fração, na qual o numerador representa o número de casos favoráveis.
Guilherme é homem,
Para esquematizar:
Todo A é B,
X é A,
Chamamos critério o sinal pelo qual se reconhece uma coisa e se distingue essa
coisa de todas as outras. O critério da verdade é a evidência objetiva.Todos os
demais critérios são insuficientes.
William James pretendeu dar o êxito positivo como critério da verdade. Para o
pragmatismo a verdade é o que dá bons resultados. Essa teoria, fora dos limites
da indústria e do comércio, não pode prevalecer. O útil nem sempre é bom.
4~ Aprova é“a soma dos meios produtores da certeza” (Napoda-no, op. cit.);
logo, a prova, quer em processo civil, quer em processo penal, tem por objeto a
certeza. Malatesta define prova, como “o meio pelo qual a inteligência atinge a
descoberta da verdade” (op. cit.).
A INDUÇÃO E A DEDUÇÃO
A SENTENÇA É UM ATO DE FÉ
Ausência do objeto no espaço, pois não se encontra diante do juiz; como, por
exemplo, uma gleba de terra sobre a qual se discute no processo.
Essas inevidências são relativas ou, segundo alguns tratadistas, são acidentais,
pois a ausência é suprida por depoimentos e laudos. Diferem das inevidências
essenciais que dizem respeito a ato de fé autêntico, em que a ausência do objeto
é absoluta.
Ora, ainda diante da ausência de fato e da coisa o juiz sentencia; para tanto se
serve de testemunhas, ressalvados os impedimentos (CC, art. 228; CPC, art.
405), e de laudos, e pratica o ato de fé.
Observe o exemplo: Uma ação possessória, na qual o juiz não viu a gleba
esbulhada e suas confrontações, não presenciou quem praticou o esbulho,
portanto, o objeto é inevidente por ser ausente e passado; no entanto, o juiz
sentencia. Realizou um Ato de Fé.
2° O objeto, que é o fato ou coisa sobre o qual recai o ato. Não há ato de fé sem
o encontro desses dois elementos.
G. Morente entende que: “Assim, por exemplo, se ante um juiz se apresenta para
depor uma testemunha na qual, por qualquer razão, o juiz está disposto a crer e
esta testemunha não declara nada concreto, o juiz não pode verificar ato de fé,
porque não há matéria sobre a qual recaia o ato. Inversamente, se ante o juiz se
apresenta uma declaração terminante e concreta, prestada por uma testemunha
na qual o juiz, por qualquer motivo, não está disposto a crer, o juiz não
verifica um ato de fé, embora exista objeto sobre o qual possa recair este
ato” (Lecciones, cit.).
SÚMULA
A Verdade e a Prova:
A Indução e a Dedução:
EXERCÍCIOS
Indique as dez questões certas:
10. A certeza na prova é obtida pelo método indutivo, ou seja, parte de fatos
conhecidos para a causa desconhecida. A indução é a origem lógica da prova.
12. Os pareceres são raciocínios lógicos, muitas vezes presentes nas razões do
processo, e que podem não ser aceitos pela sentença, porque representam apenas
uma opinião. A verdade processual está no princípio: res judicata pro veritate
habetur.
Capítulo IX
A Ideia e o Termo do Ponto de Vista
Lógico - Classificação dos Termos
A IDEIA E O TERMO: CONCEITOS
SINAL é a coisa que faz conhecer outra. O sinal pode ser natural (a fumaça —
sinal de fogo etc.) ou convencional (sinalização do tráfego etc.).As palavras são
sinal de fogo etc.) ou convencional (sinalização do tráfego etc.).As palavras são
sinais convencionais.
Já vimos que a ideia só pode ser conhecida pelas outras pessoas, mediante o
termo. Logo, deste ponto em diante, podemos passar a usar apenas termo, isto é,
a expressão em uma ou mais palavras.
(B) quadrilátero
(C) quadrado
É certo que o termo A tem maior extensão que B, e B tem maior que C. Há mais
figuras geométricas que quadriláteros, e mais quadriláteros que quadrado.
(A) quadrado
(B) quadrilátero
1.2. Termo particular — aplica-se a parte de uma espécie. Vem quase sempre
com o pronome indefinido alguns ou equivalente. Assim: algumas advogadas,
cada técnico, várias professoras etc.
O mesmo termo pode ser, ao mesmo tempo universal e coletivo, como, por
exemplo: regimento é universal no sentido de que se refere a todos os
regimentos; é coletivo na significação de soldados que o compõem.
2.5. Termo positivo — exprime uma coisa real ou possível. Assim: inquilina,
escritora, imóvel residencial, justiça, indenização.
Nota - O espírito não pode pensar o abstrato. Ninguém pode pensar a caridade, a
amizade, o carisma, a felicidade, a ilusão, sem estar ligado a um ato ou a um
sujeito. Do mesmo modo, a brancura, a nitidez, o volume, a beleza, a experiência
e outros. E, pois, uma operação impossível ao pensamento, mas admissível por
uma espécie de ficção. Não há no Universo uma coisa que signifique justiça.
Esse termo exprime o mesmo que ações justas. Justiniano definindo ajustiça
exemplifica a tese: Sum cuique tribuere (dar a cada um o que é seu), o que quer
dizer praticar ações justas.
A lei não pode estar expressa na forma abstrata. A ficção observada no termo
abstrato não é estranha ao Direito, como, por exemplo, a atribuição de pessoa à
União, Estado e Municípios, às sociedades, et passim (CC, arts. 40 e 41).
O princípio que atribui a todos o conhecimento da lei (LINDB, art. 3e) é ficção
legal porque constitui um desencontro entre a verdade lógica e a verdade legal
(veja P. Miranda, op. cit.).
3.4. Termos relativos — exprimem uma ordem de tal maneira que um termo não
pode dar-se sem o outro. Assim: todo e parte, autora e ré, patrão e empregado.
Em Direito, os relativos são comuns. São alguns exemplos do Código Civil: a)
Segurador e segurado — art. 206, II, a.
O art. 747 do Código de Processo Civil assim está redigido: “Na execução por
carta, os embargos do devedor serão oferecidos, impugnados e decididos no
juízo requerido”. Houve dúvida acerca do termo requerido; uns entendenderam
que é o juízo deprecante, e outros, entenderam que é o juízo deprecado. Para
resolver logicamente a questão, basta verificar que — juízo requerido e juízo
requerente — são termos relativos, ejuízo requerido corresponde ajuízo
deprecado. Nesse sentido o Tribunal de Minas Gerais esclarece: “Ressalta à
evidência que na relação juízo deprecante e juízo deprecado tem de ser juízo
requerido não o que depreca, e sim aquele para onde se depreca” (Jurandyr Nils-
son, op. cit.).
SÚMULA
EXERCÍCIOS
Aponte a opção errada em cada questão:
a) E possível pensar o termo abstrato bondade, sem ligar esse termo a uma
pessoa ou a um ato.
a) O espírito não pode aprender alguma coisa sem nada afirmar ou negar sobre
ela.
b) O termo ser é o mais universal, por isso, é o termo que possui menor
compreensão.
8. Sobre Extensão e Compreensão dos Termos:
a) Os termos privativos representam uma qualidade que não é dos seres da sua
espécie.
Capítulo X
O Juízo é o ato pelo qual o espírito afirma ou nega um termo (o sujeito), de outro
termo (o predicado).
Resumindo:
Substituímos o esquema:
A Retórica pode encontrar uma relação de conveniência entre Sol e Filosofia,
como, por exemplo: A Filosofia é o Sol das ciências. O Sol das ciências é a
Filosofia. Porém, trata-se de metáfora sem nenhum valor lógico, porque não é
uma definição (veja Cap. V).
A PROPOSIÇÃO: ELEMENTOS
Ia O sujeito.
2a O predicado.
3a O verbo.
A PROPOSIÇÃO: COMPREENSÃO
A PROPOSIÇÃO: EXTENSÃO
A — Afirmativa Universal
E — Negativa Universal
I — Afirmativa Particular
0 — Negativa Particular
Ael - e^ c =
AeO-e^c^
Eel - e^c^
EeO-e^c=
Sujeito Predicado
QUADRADO LÓGICO
A E
I O
O domínio das leis das oposições das proposições, fundado nos princípios
lógicos, dá à inteligência elemento seguro para o raciocínio.
lógicos, dá à inteligência elemento seguro para o raciocínio.
Proposição 2. (A) O Sol é uma estrela. (E) O Sol não é uma estrela.
Usando v. para verdadeira, e f. para falsa, nas Proposições Contrárias temos que:
Se A é v. — E é f.
Se A é f. — E é v.
Se A é f. - E pode ser f.
Se E é v. — A é f.
Se E é f. — A é v.
Se E é f. - A pode ser f.
Se E é v. — I é f.
Se A é f. — O é v.
Se E é v. — I é f.
porque
Se I é v. — O pode ser v.
Se I é v. — O pode ser v.
SeAéf. - Iéf.
Se I é v. - A é indefinido.
Se I é f. - A é f.
Quadro da Conversão
E - Nenhum S é P Nenhum P é S - E
I - Algum S é P Algum P é S - I
O - Algum S é P -
Aplicação:
Convertenda Conversa
Quadro da Obversão
Obvertenda Obversa
A -Todo S é P Nenhum S é não P - E
Aplicação:
Obvertenda Obversa
Quadro da Contraposição
I - Algum S é P - -
Aplicação:
(1) Proposição
(2) Contrapositiva (3) Obversa contrapositiva
original
A-Toda estrela é Não não brilhante é estrela Algum não P é não não
brilhante (E) estrela (A)
I - Algum planeta é
- -
brilhante
O - Algum planeta Algum (astro) não distante Algum (astro) não distante é
não é distante é planeta (I) não planeta
SÚMULA
Elementos do Juízo: o ser, o predicado, uma afirmação ou uma negação que une
o sujeito ao predicado.
Afirmativas — é.
Negativas — não é.
quadros e exemplos.
EXERCÍCIOS
Procure as 6 proposições falsas:
uma negação.
ao mesmo tempo, mas podem ser falsas ao mesmo tempo, como nos exemplos:
todo filósofo é sensato; nenhum filósofo é sensato.
é verdadeiro a parte não pode ser falsa; se o todo é falso a parte não pode ser
verdadeira, refere-se às proposições contraditórias.
chamam-se contraditórias, como nos exemplos: todo homem é sábio (A); algum
homem não é sábio (O).
15. ( ) Uma das leis das oposições é: uma coisa não pode ser e não
Capítulo XI
1. Copulativas
2. Condicionais
3. Disjuntivas.
1. Exclusivas.
2. Excetivas.
3. Comparativas.
4. Reduplicativas.
A conjunção E pode estar presente, sem que haja uma proposição composta.
c) Art. 1.320.“Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu
da coisa E pelo dano que lhe causou”.
Veja, no Código Civil, também os arts. 40, 135, 218, 315, 481,
972,1.207,1.215,1.668, entre inúmeros outros.
Veja, no Código de Processo Civil, também os arts. 11, 91, 94, 228,230,348,363,
caput, 752, entre inúmeros outros.
b) Art. 150. “SE ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-
lo para anular o negócio, ou reclamar indenização”.
c) Art. 547.“O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu
patrimônio, SE sobreviver ao donatário”.
Veja, no Código Civil, também os arts. 151, parágrafo único, 218, 447, 458, 617,
863, 1.057, 1.199, 1.287, 1.407, 1.478, 1.678, 1.684, 1.698,1.904,1.905,1.995,
entre inúmeros outros.
c) Art. 32. “SE o assistido ficar vencido, o assistente será condenado nas custas
em proporção à atividade que houver exercido no processo”.
Na lei, “ou” pode ter valor de “e”. Ensina Black que “the word ‘and’ in a statute
may be read ‘or’ and vice versa, whenever the change is necessary to give
harmony to its different parts; or to carry out the evident intention of the
legislature” (op. cit.).
Tradução livre: “A palavra ‘e’ na lei pode ser lida ‘ou’ e vice--versa, sempre que
a mudança é necessária para dar à lei sentido e efeito ou para harmonizar suas
diferentes partes”. E o caso do art. 1.699 do Código Civil. Segundo tratadistas,
as condições “se para tal não tiver meios” e “ser de reconhecida idoneidade” são
concomitantes e não alternativas, isto é, o tutor deve ter ambas as condições (C.
Santos, op. cit.).
b) Art. 1.205.“A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende
OU por seu representante...”. Nota-se que o termo procurador equivale a
representante, é apenas sinônimo no texto. É uma Proposição Disjuntiva Falsa.
Veja no Código de Processo Civil os arts. 3a, 4a, I e II, 5a, 8a, 9a, 10, 11, 16, 572,
585, IV, 616, 647, III, 871, 873, 1.177, 1188, 1.195, entre inúmeros outros.
Veja no Código Civil os arts. 134,172, 207, 287, 296, 300, 311,
402,450,1.101,1.201, parágrafo único, 1.392,1.647, entre inúmeros outros.
b) Não é como amigo, mas como advogado que defendo o réu. Resolve-se em:
I — Defendo o réu como advogado.
d) A posse enquanto justa ou de boa-fé deve ser mantida. Sempre que se quer
tomar o sujeito de uma proposição de forma especial ocorre o emprego da
proposição reduplicativa; o que também na linguagem forense é, muitas vezes,
necessário. Entende-se na expressão — enquanto justa ou de boa-fé — a posse
sem vícios ou na ignorância dos vícios ou obstáculos impeditivos.
Resolve-se em: I - A posse justa ou de boa-fé deve ser mantida.
AS PROPOSIÇÕES MODAIS
Nérici esclarece que “proposições modais são as que não realizam somente
atribuições ao sujeito, mas que também expressam o modo como as atribuições
lhes convém” (op. cit.).
QUADRADO EXPLICATIVO
contrárias
//
1
1
5
5 2
subcontrárias
— universal (necessário).
— particular (possível).
MODO DICTUM
Af. Af.
Af. N.
Af. Af.
Af. N.
N. Af.
N. N.
É impossível que não seja - proposição afirmativa
+ + = +
+ - = -
+ + = +
- + = -
- - = +
2a Condição Impossível.
SÚMULA
1.1. Copulativas — E.
EXERCÍCIOS
Encontre as doze questões certas:
8. Para que a proposição condicional seja falsa, a consequência não deve ser
decorrência da antecedente, como no exemplo: Se todo homem é mortal, três
menos dois é um.
12. No exemplo: é possível que o réu não seja condenado, o modo é afirmativo
e o dictum é negativo.
16. Para que a proposição copulativa seja falsa, basta que uma só
das proposições de sua formação seja falsa, como no exemplo: o Sol é uma
estrela e a Lua um planeta.
19. “A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade
como título de crédito...” (CC, art. 888) é exemplo de proposição exponível
comparativa porque se exprime por como.
Capítulo XII
O RACIOCÍNIO
Segundo Exemplo: O réu é mentiroso, portanto, não se pode dar fé à sua palavra.
Para J. Maritain, Raciocínio “é o ato pelo qual o espírito, por meio do que já
conhece, adquire um conhecimento novo” (op. cit.).
Assim como a ideia e o juízo, o raciocínio é uma operação mental, que só pode
ser comunicada por uma expressão verbal. O argumento é a expressão verbal, ou
material do raciocínio.
antecedente
antecedente:
consequente:
Todo cão uiva.
Exemplo 2:
antecedente:
consequente:
A CONSEQUÊNCIA E O ARGUMENTO
2. O Argumento Provável.
22 “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil” (CC, art. I2); ora,
Daniel é pessoa;
2.0 Argumento Provável tem, na proposição maior, uma verdade provável. São
dois exemplos: l2 Todo brasileiro fala português.
Gabriel é brasileiro.
X é criminoso.
A regra se funda no princípio de identidade: uma coisa não pode ser e deixar de
ser ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. Ou, ainda, toda coisa é o que é (A é
A), (veja Cap. IV Os Princípios Lógicos).
2a exemplo: “E justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária” (CC,
art. 1.200); ora, a posse de Gislaine não é violenta, clandestina ou precária;
Nas leis, a Possibilidade é geralmente representada por PODE, como nos dois
exemplos do Código Civil, entre inúmeros: d) Art. 356. “O credor pode
consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.”
b) Art. 1.247. “Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado
reclamar que se retifique ou anule.”
Veja no Código Civil os arts. 23, 220, 237, 244, 329, 976, 993, 1.015, parágrafo
único, 1.018,1.192, parágrafo único, entre inúmeros outros.
d) Art. 245. “A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade...”
g) Art. 460, parágrafo único. “A sentença deve ser certa, ainda quando...”
SÚMULA
Capítulo XIII
Silogismo: Definição, Composição,
Princípios, Regras e Crítica
DEFINIÇÃO DO SILOGISMO
Para Jolivet, o antecedente, como indica a palavra, é aquilo de que se parte, ou,
em outras palavras, aquilo que já foi adquirido. Compõe--se, necessariamente, de
duas proposições: premissa maior e premissa menor, pois o ponto de partida de
argumentação consiste na relação conhecida de dois termos -T e t - a um terceiro
termo - M. Consequente, ou conclusão, é o que resulta necessariamente desta
dupla relação (op. cit.).
COMPOSIÇÃO DO SILOGISMO
— Conclusão (C) aquela que une o Termo Menor (t) com o Termo Maior (T).
Sujeito.
Predicado.
Os Termos chamam-se:
O Termo Maior, representado porT, que tem a maior extensão; OTermo Menor,
representado por t, que tem a menor extensão; O Termo Médio, representado por
M, que tem extensão intermediária entre o Termo Maior (T) e o Termo Menor
(t); De modo simplificado, podemos afirmar que o silogismo é composto de:
Três termos que são:T, M, t.
PM
t M
Pm
t T
t T
Verificamos que:
T - O termo maior tem maior extensão, pois há mais mortais que homem. Os
animais são mortais.
M — O termo médio tem maior extensão que Paulo e menor extensão que
mortal.
t - O termo menor tem menor extensão que os dois primeiros. Desse modo, é
certo que: A premissa maior (PM) contém o termo médio (M) e o termo maior
(T).
A premissa menor (Pm) contém o termo menor (t), e o termo médio (M), comum
às duas premissas.
A conclusão (C) contém o termo menor (t) e o termo maior (T). Simbolizando,
temos: PM contém M e T.
Pm contém M e t.
C contém t e T.
Vivente é animal.
Gato é vivente.
Dos três termos é fácil verificar que por ordem de extensão estão em ordem
decrescente vivente (T), animal (M) e gato (t).
Simbolizando (t) por X; (M) porY e (T) por Z, teremos: Y não é Z Planeta não
tem luz própria.
X éY Terra é planeta.
t = X M = Y T = Z, teremos:
Todo Y = Z Todo X = Y Todo X = Z ou,
OS PRINCÍPIOS DO SILOGISMO
— Duas coisas iguais a uma mesma terceira são iguais entre si.
— Duas coisas das quais uma (coisa) é igual a uma terceira, e a outra (coisa)
não é igual a essa terceira (coisa), não são iguais entre si.
Tradução: “O silogismo terá três termos: o Termo Maior (T), o Termo Médio
(M) e o Termo Menor (t)”. Observa-se que esta regra é consequência da própria
definição do silogismo.
Segunda Regra: Latius hunc (terminum) quam premissae conclusio non vult.
Terceira Regra: Nequaquam médium capiat conclusio fas est (ou conclusio
oportet).
O Termo Médio (M) tem seu papel nas premissas. Representa o termo que serve
de comparação para o Termo Maior (T) e o Termo Menor (t). Exemplificando:
Toda planta é viva.
Observe que não há conclusão lógica porque o Termo Médio (M) vivo entrou na
Conclusão.
Tradução: “O termo médio (M) deve ser tomado ao menos uma vez em toda a
sua extensão”.
E certo que o silogismo mostra termos que se contêm uns nos outros. Se na
Premissa Maior (PM) ou na Premissa Menor (Pm) considerarmos apenas parte
do Termo Médio (M),não podemos concluir de forma afirmativa ou negativa.
Exemplificando:
E o princípio ex nihil, nihil, ou seja, de nada, não se pode tirar nada. Se os dois
termos não têm nenhuma relação de conveniência com um terceiro termo, não há
possibilidade de se concluir que convenham entre si. Não existe um Termo
Médio. Exemplificando: Paula não é tão alta como Henrique.
Liard mostra que certos silogismos que se referem a noções de quantidade, não
seguem a quinta regra e exemplifica: “lc As torres da Catedral de Notre Dame
não são tão altas como as de Estrasburgo.
Ora, as torres da Catedral de Estrasburgo não são tão altas como as pirâmides do
Egito.
Logo, as torres de Notre Dame não são tão altas como as pirâmides do Egito”.
No caso, o Termo Menor (t) está incluso no Termo Médio (M), e o Termo
Médio (M) está incluso no Termo Maior (T); logo, não se pode admitir que o
Termo Menor (t) não esteja incluído no Termo Maior T.
Exemplificando:
Exemplificando:
Para o exemplo ser correto, a Conclusão deve ser particular (porque uma das
premissas é particular), ou seja: alguma severidade deve ser evitada.
Exemplificando:
Alguns homens são virtuosos.
Nota I— Sobre NIHIL: jí vimos traduções que trazem nihil em vez de nil. Nil —
advérbio — significa pouca coisa, porém é usado comu-mente por nada. Em
latim há termos parônimos: — nil, significa tão pouca coisa, é empregado com
sentido de nada. Ex.: Nil ardui est mortalibus — “Pouca coisa (nada) de difícil
existe para os mortais” (Horácio).
— nihil, é advérbio e significa sem razão. Ex.: Homo sum, humani “nihil” a
me alieno puro! — “Sou homem e nada de humano julgo alheio a mim”
(Terêncio).
Parece aos autores orientalistas que o exemplo contribui mais para a clareza,
conforme entende Helmuth von Glasenapp (Filosofia de los Indus, Barcelona,
Ed. Barrai).
No monte há fumaça.
CRÍTICA AO SILOGISMO
ora o ser que vejo é homem, logo, esse ser é mortal, seria o mesmo que dizer:
todo homem é mortal, logo o ser que vejo é mortal; todo homem é mortal, logo
algum homem é mortal, porque o todo abrange todas as partes. A identidade, a
equivalência existiria do mesmo modo entre as duas proposições.
O arsênico é veneno,
ora a substância que tenho nas mãos é arsênico, logo, esta substância é veneno.
Evidentemente sem a verificação da Pm, de que a substância que tenho nas mãos
é arsênico, não poderia afirmar que o que tenho nas mãos é veneno.
SÚMULA
Composição e exemplos:
Três proposições: Premissa Maior (PM), Premissa Menor (Pm) e Conclusão (C).
Três termos: Termo Maior (T),Termo Menor (t) eTermo Médio (M) Princípios:
1Q Tríplice Identidade.
2a “Dictum de omni”.
3Q “Dictum de nullo”.
Ia “O silogismo terá três termos: o termo maior (T), o termo médio (M) e o
termo menor (t)”.
2a “Nenhum termo deve ter maior extensão na conclusão do que a extensão que
tem nas premissas”.
4a “O termo médio (M) deve ser tomado ao menos uma vez em toda a sua
extensão”.
EXERCÍCIOS
Indique as opções falsas nas questões a seguir: 1. ( ) O Silogismo é composto
de três proposições: PM, Pm, C.
3. ( ) Sobre Princípios do Silogismo: Duas coisas das quais uma coisa é igual a
uma terceira, e a outra coisa não é igual a essa terceira coisa, não são iguais entre
si.
4. ( ) Os três termos do Silogismo são: o termo maior (t), o termo menor (T) e
o termo médio (m).
João é homem.
João é mortal.
12. ( ) E uma regra do Silogismo: Nenhum termo deve ter maior extensão na
conclusão do que a extensão que tem nas premissas.
E certo que nada se pode concluir por força do princípio ex nihil, nihil, ou seja,
de nada não se pode tirar nada.
17. ( ) E uma regra do Silogismo: Se duas premissas forem afirmati vas, nada
se pode concluir.
20. ( ) E uma regra do Silogismo: O termo médio deve ser tomado ao menos
uma vez em toda a sua extensão.
Capítulo XIV
Silogismo: Tipos - Divisão -Figuras —
Regras — Modos legítimos
OS QUATRO TIPOS DE SILOGISMO
D emonstrativos.
Errôneos.
Prováveis.
Sofísticos.
DIVISÃO DO SILOGISMO
I - CATEGÓRICO.
II - EXPOSITÓRIO.
III - HIPOTÉTICO.
IV - IMPERFEITO OU INCOMPLETO.
2. Disjuntivo.
3. Conjuntivo.
Para que esse silogismo tenha validade de argumento é preciso que a premissa
maior (PM) seja uma proposição disjuntiva verdadeira, ou seja, não admitir
posição intermediária.
Os termos contrários podem apresentar silogismos ilegítimos. São dois
exemplos: 1. A casa é grande ou pequena; ora, é pequena; logo, não é grande.
A afirmação de a casa ser pequem, não leva à conclusão de não ser grande, pois
pode ser nem pequena nem grande, e sim média. Se, com termos contrários o
silogismo não tem validade, com termos aparentemente contrários, o erro é
maior.
E claro que ser possuidora não acarreta não ser proprietária, pois pode ser
proprietária e possuidora.
Da definição conclui-se que uma das proposições da premissa maior (PM) deve
ser negativa, a fim de um dos predicados não servir para o sujeito. E constante a
aplicação do princípio: uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo.
Exemplo 1:
Ramon é empregador
Exemplo 2:
Maurício não está em Salvador e em João Pessoa ao mesmo tempo; ora, ele está
em Salvador;
Redução ao condicional:
ora, é dia;
Mirela não está em Belo Horizonte e em Porto Alegre ao mesmo tempo; ora, ela
não está em Belo Horizonte; logo, ela está em Porto Alegre.
Redução ao condicional:
Se Mirela está em Belo Horizonte não está em Porto Alegre; ora, ela está em
Belo Horizonte; logo, ela não está em Porto Alegre.
2. epiquerema.
3. polissilogismo.
4. sorites.
5. dilema.
1. Entimema é o silogismo usado nos argumentos, pois apresenta facilidade no
discurso, sem recorrência ao silogismo completo. Por definição, entimema é um
silogismo imcompleto porque falta uma premissa, que está subentendida. Os
entimemas são encontrados, desde a linguagem científica até a linguagem
informal, como nos dois exemplos abaixo: 1. Edmundo é advogado;
Todos os B são A, porque são E; todos os C são B, porque são H; logo, todos os
C são A.
O epiquerema é uma forma das petições iniciais em que o autor busca provar o
fato e adequação dele na lei.
bens.
aquilo que faz barulho se mexe; aquilo que se mexe não está gelado; aquilo que
não está gelado é líquido; aquilo que é líquido sucumbe pelo peso; logo, este
riacho não pode me levar”.
Esse dilema pode ser retorquido, ou contraposto, da seguinte forma: “Você vai
gerir os negócios públicos; gerirá bem ou mal. Se gerir bem descontentará aos
homens. Se gerir mal descontentará a sua consciência; logo, em qualquer caso
não será bom gerir os negócios públicos”.
Ou: Mé S na PM e Pr na Pm.
Ou: Mé S na PM e S na Pm.
Ou: M é Pr na PM e S na Pm.
Explicação:
A regra é: A premissa menor não deve ser negativa e a premissa maior deve ser
universal. Exemplificando: PM — Todo homem (M) é mortal (T);
universal. Exemplificando: PM — Todo homem (M) é mortal (T);
A regra é: Na segunda figura, uma das premissas deve ser negativa e a Premissa
Maior (PM) deve ser universal. Observe: Toda estrela (T) é brilhante (M); ora,
nenhum planeta (t) é brilhante (M); logo, nenhum planeta (t) é estrela (T).
Predicado - Victor
ora, todo homem (T) é mortal; logo, algum mortal (t) é Shion (T).
Assim sendo, haverá para a premissa maior quatro casos (A EI O) e para cada
caso da premissa maior haverá quatro casos possíveis da premissa menor,
portanto dezesseis casos assim demonstrados: PM A A A
A EEEE I I I I OOOO
I I I I I I I I I I I I I I I I
A E I O A E I O A E I O A E I O
Sendo quatro as figuras, esses dezesseis casos se podem dar em cada uma das
quatro, o que daria 16 x 4 = 64 combinações possíveis. Ocorre que muitos desses
possíveis sessenta e quatro modos vão contra as leis do silogismo, donde os
lógicos mostram que apenas dezenove modos são legítimos.
Esses dezenove modos são designados por palavras latinas, sendo que:
EA E-AAI O - A I I - A E O IEO
T M
T T
SÚMULA
I — Categórico.
II — Expositório.
3. Conjuntivo.
IV — Imperfeito: 1. Entimema.
2. Epiquerema.
3. Polissilogismo.
4. Sorites.
5. Dilema.
Modos do Silogismo.
EXERCÍCIOS
Qual é a opção correta: a ou 6?
Aline é brasileira;
6. a) Juliana é advogada;
Capítulo XV
1
Viviane é uma mulher prudente.
Logo,Viviane é feliz.
Assim:
Primeiro Argumento:
Segundo Argumento:
Sabemos que toda pessoa que é honesta obedece às leis. Thais, segundo todas as
testemunhas, é obediente às leis do país; portanto, o promotor de justiça não
pode negar que Thais é uma pessoa honesta; logo, merece a consideração do júri.
Ordenando as proposições:
Observe que não ficou provado que Thais é uma pessoa honesta.
Terceiro Argumento:
Ordenando as proposições:
A Política (M) é complexa (T). ora, a Política é uma arte; logo, a arte é
complexa.
O Silogismo pertence à 3a figura, porque o termo médio (M) é sujeito nas duas
premissas. A regra da 3a figura exige que a premissa menor seja afirmativa e a
conclusão particular.
“O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos”
— norma legal (CC, art. 1.214) (PM).
A - advogado tem
honorários por receber de (Pm) fato provado (verdadeiro)
B.
A - propõe ação de
procedimento sumário (PM) norma relacionada com o fato (verdadeira)
(CPC, art. 275).
A - pede a condenação de
pedido deferido
B nos honorários.
B está construindo um
prédio prejudicando o fato verdadeiro
prédio vizinho de A.
Os formulários são condenados pela OAB porque não atendem aos casos
propostos, uma vez que o fato tem grande variação de casos. Também, os
formulários representam uma restrição à inteligência dos advogados, e à arte de
requerer em juízo. Deve-se procurar elaborar a petição inicial à luz da Lógica e
das determinações prescritas nos arts. 282 e 284 do Código de Processo Civil.
I - o fato;
II — o fundamento jurídico;
III - o pedido.
II - A Sentença
II - questões de direito;
Esclarecendo:
O Indício tem função probatória acidental” (M. Amaral Santos, op. cit.).
O fato (Pm).
O fato (Pm).
A consequência (C).
Em vista do exposto quem argui presunção legal não precisa prová-la, porém é
obrigado a provar o fato ou os fatos (Pm) nos quais a lei fundamenta a
presunção.
Na Lei, as presunções são identificáveis, de forma prática, pelo uso dos termos:
induzem, entende-se, reputa-se, considera-se.
Veja também no Código Civil os arts. 129, 183, 184, 283, 322,
323,324,325,421,428,1, 432, 574, 581,610, § l2,658,1.171,1.208, 1.215,1.436, §
l2,1.598, entre inúmeros outros.
Veja também no Código de Processo Civil os arts. 261, parágrafo único, 302,
334, IV, 343, § l2, 371, 402,1, 593, 600, 661, 671, 672, 694,803,838,842, § l2,
entre inúmeros outros.
22“Art. 305. Presume-se que existe ou existiu sociedade, sempre que alguém
exercita atos próprios de sociedade, e que regularmente se não costumam
praticar sem a qualidade social”.
32“Art. 316. (...) Não havendo no contrato designação do sócio ou sócios que
tenham a faculdade de usar privativamente da firma social, nem algum excluído,
presume-se que todos os sócios têm direito de fazer uso dela”.
III - Os Recursos
II — o fato (Pm);
III - o pedido de nova decisão (C).
II - o fato (Pm);
II — o fato (Pm);
SÚMULA
1 — A petição inicial (CPC, art. 282 e s.) e a contestação (CPC, art. 301
e s.)
II — A sentença:
III — Os Recursos:
EXERCÍCIOS
Aponte todas as opções incorretas em cada uma das questões:
1. Sobre presunção:
4. Sobre premissas:
b) a PM relaciona o M com o T.
c) a Pm relaciona o T com o t.
5. Analisando os antecedentes:
a) não há consequente.
8. Sobre presunção:
a) são identificadas na lei porque vêm associadas aos verbos: induzir, entender,
considerar, reputar, entre outros.
b) aquele que arguir a presunção legal não precisa prová-la, apenas provará os
fatos onde a lei fundamenta tal presunção.
c) nas presunções legais, o silogismo se arma com: presunção legal (PM); fato
(Pm) e consequência (C).
Capítulo XVI
Argumentos Gerais e Forenses:
Definições e Regras. Aristóteles:
Tópicos
O ARGUMENTO
OS ARGUMENTOS GERAIS
I - Silogismo
II — Indução
III - Dilema
IV — Entimema
V — Paradoxo
o pedido (a conclusão).
Titus é um juiz.
Há juízes injustos.
Titus é injusto.
E correto dizer que: aquilo que contém uma coisa, que encerra uma outra coisa,
contém, também, essa outra coisa. Ora, o termo juiz contém Titus, porém não
contém injusto.
Para Nérici, três regras se impõem para orientar o trabalho de indução e evitar
equívocos:
indutivo a conclusão está para as premissas como o todo está para as partes”. E
exemplifica:
Para Nérici, dilema “é um duplo silogismo com uma única conclusão, pelo qual
o adversário é obrigado a uma alternativa, conduzindo, porém, ambos, a uma
idêntica conclusão” (op. cit.).
Jolivet ensina que “para ser válido, o Dilema deve apresentar, na premissa
maior, uma disjunção completa, e considerar todos os casos possíveis e depois,
deduzir de cada um dos casos, uma consequência legitima”. E apresenta o
dilema que incide contra esta regra:
“Do pedido referido no artigo anterior, será citado o outro cônjuge, em cuja
“Do pedido referido no artigo anterior, será citado o outro cônjuge, em cuja
resposta não caberá reconvenção.
Desse artigo se conclui, a contrario sensu, que qualquer outra razão alegada,
como, por exemplo, maus-tratos ao filho sob a guarda ou parcela de alimento
insuficiente, não obsta a conversão da separação em divórcio, porque são objetos
de ações diferentes, com diferentes procedimentos.
“Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não,
de algum dos poderes inerentes à propriedade” (CC, art. 1.196).
Em uma ação de usucapião a autora pode argumentar que mantém posse, porque
é locadora da gleba usucapienda. Ora, o fato provado se insere nos poderes
inerentes à propriedade, donde sua posse pode ser reconhecida.
tira.
Tópicos - Livro I
5. “Os meios pelos quais lograremos estar bem supridos de raciocínio são
quatro:
I — prover-nos de proposições;
7. “Descobrir as diferenças das coisas nos ajuda tanto nos raciocínios sobre a
identidade e diferença como também a reconhecer a essência de cada coisa
particular, pois após descobrirmos uma diferença qualquer entre os objetos, já
teremos mostrado que eles não são os mesmos.”
8. “O exame da semelhança é útil para os argumentos indutivos, porque é por
meio de uma indução de casos individuais semelhantes que pretendemos pôr em
evidência o universal.”
Tópicos - Livro II
11. “É bom, além disso, trocar um termo por outro mais familiar, ao descrever
uma concepção, pois, quando a expressão é mais familiar, torna-se mais fácil a
tese.”
13. “Sempre que duas coisas se assemelham muito entre si e não podemos ver
nenhuma superioridade numa delas sobre a outra, devemos examiná-las sob o
ponto de vista de suas consequências.”
Tópicos - Livro IV
14. “Se for sugerido um gênero para alguma coisa existente, devemos primeiro
considerar todos os objetos que pertencem ao mesmo gênero que a coisa
mencionada, e ver se o gênero sugerido não se predica de uma delas (uma coisa
não pertence ao gênero sugerido), como acontece no caso de um acidente; se o
bem é indicado como o gênero de prazer, deve-se verificar se algum prazer
particular não é bom, porque se assim acontecer evidentemente bem não é
gênero de prazer.”
15. “Uma vez que de todo gênero há mais de uma espécie, veri-fique-se se é
impossível haver alguma outra espécie além da apontada, que corresponda ao
gênero proposto; porque, se não houver nenhuma, evidentemente, o que se
propôs como gênero não pode sê-lo, em absoluto.”
16. “Veja-se também se ele (o adversário) atribuiu uma afecção como gênero,
o objeto por ela (a afecção) afetado; definindo, por exemplo, o vento como: o ar
em movimento. Em termos mais exatos, o vento é o movimento (afecção) do ar
(coisa afetada), pois o ar mesmo persiste quando está em repouso e quando está
em movimento.”
Tópicos - Livro V
Uma propriedade relativa é aquela que distingue o seu sujeito não de todas as
coisas, mas apenas de uma coisa particular definida.
21. “Não devemos mostrar-nos insistentes mesmo quando necessitamos que nos
concedam o ponto em apreço, porque a insistência sempre faz recrudescer a
oposição.”
22. “Deve-se mencionar em último lugar o ponto que mais se deseja fazer
admitir, pois as pessoas se inclinam especialmente a negar as primeiras
perguntas que se lhe fazem, uma vez que a maioria dos argumentadores ao
interrogar formula em primeiro lugar os pontos que pretende assegurar.”
23. “A conclusão não deve ser expressa sob a forma de uma pergunta; se o for
e o contendor sacudir negativamente a cabeça, dará a impressão de que o
raciocínio falhou.”
Tópicos I - 108 B
24. “Descobrir as diferenças das coisas nos ajuda tanto nos raciocínios sobre a
identidade e a diferença, como também a reconhecer a essência de cada coisa
particular. E evidente que nos ajuda a raciocinar sobre a identidade e a diferença
(das coisas); pois, após descobrirmos uma diferença qualquer entre os objetos
que temos diante de nós, já teremos mostrado que eles não são o mesmo; e
ajuda-nos a reconhecer o que uma coisa é, porque geralmente distinguimos a
expressão própria da essência de cada coisa particular por meio das
diferenças que lhe são próprias.”
SÚMULA
Os Argumentos Gerais:
EXERCÍCIOS
Aponte todas as alternativas corretas em cada uma das proposições a seguir:
d) é um raciocínio duvidoso.
b) é um raciocínio falso.
c) é um sofisma.
2. Sobre Argumento:
3. Entinema é:
5. Indução é:
c) o erro deste argumento fica evidente quando se oferece uma terceira opção à
parte contrária.
b) Sempre que duas coisas se assemelham muito entre si e não podemos ver
nenhuma superioridade numa delas sobre a outra, devemos examiná-las sob o
ponto de vista de suas consequências.
Capítulo XVII
Sofisma: Definição - Tipos -Técnicas
de Refutação. Aristóteles:
Argumentos Sofísticos
DEFINIÇÃO
Nérici afirma que: “No raciocínio, o espírito percebe relações entre os termos de
proposições conhecidas, graças às quais ele pode tirar uma verdade até então
desconhecida, implicitamente contida nas proposições conhecidas. A essência do
raciocínio é perceber essas relações que as proposições contém” (op. cit.).
Liard entende que “todos os sofismas são falsos raciocínios; o erro pode resultar
de um vício de forma ou de um engano na apreciação da própria matéria do
raciocínio” (op. cit.).
Nérici entende que “sofisma não é mais do que um raciocínio falso, e esta
falsidade pode nascer da má aplicação do raciocínio em premissas certas, ou do
raciocínio certo em premissas falsas” (op. cit.).
De modo muito simplificado, pode-se dizer que Sofisma é um enunciado falso,
porém, com aparência de verdadeiro; é a mentira que parece verdade. O que
caracteriza o Sofisma é a argumentação capciosa e aparentemente verdadeira,
porém com incorreções lógicas.Tais argumentos ou raciocínios se apresentam
por diversos modos. Assim, o Sofisma pode ser: I — Formal.
II — Material.
OS SOFISMAS FORMAIS
2° Sofisma de Composição.
3~ Sofisma de Divisão.
4~ Sofisma da Linguagem.
Já vimos que, fora do âmbito das ciências, um termo pode ter mais de uma
significação. Um termo que tem dois sentidos, pode ser empregado de modo a
sugerir apenas um sentido, para enganar, ou causar ambiguidade.
4. Aio te, Eacida, Romanos vincere posse, que significa, ao mesmo tempo que
os romanos vencerão ou serão vencidos. As profecias do oráculo de Delfos são
exemplos clássicos de sofisma de anfibologia.
logo, todas essas doses reunidas não dão para matar um homem” (Nérici, op.
cit.).
Regra sobre as partes: elas devem ser tomadas como tal, por todo o raciocínio,
ou seja, não pode ser atribuído às partes o que caracteriza o todo, ou, o que é
próprio do todo. Assim, o Sofisma é de Composição quando na premissa maior o
termo é distributivo, e na premissa menor o termo é coletivo.
22 “Quem está sentado não anda; ora, Cristina está sentada; logo, Cristina não
anda”.
Os nomes - Cristina e João Pedro - foram colocados apenas para dar maior
consistência ao exemplo, que originariamente não continha nomes, porém,
letras.
Regra sobre o Todo: o todo deve ser tomado como tal, ao longo do raciocínio; ou
seja, as características que são próprias das partes não podem ser atribuídas ao
todo.
O rato rói;
OS SOFISMAS MATERIAIS
í° Sofisma de Acidente;
b) O que você aprendeu ontem você sabe hoje; ora, ontem você não aprendeu
nada; logo, hoje você não sabe nada.
E evidente que ontem na primeira premissa significa todo o tempo passado até
hoje; ao passo que na segunda premissa, ontem significa o tempo de vinte e
quatro horas que antecede o tempo igual de hoje.
Sabemos que os textos sagrados são verdade, porque são as palavras de Deus.”
X tem o elemento E,
Note a extrapolação das semelhanças: o que é válido para dez ou vinte folhas,
não é válido para o total de folhas da árvore. b) “A Lua é um astro como a Terra:
Ora, a Terra é habitada;
Astros é o gênero para as espécies - Lua e Terra -, porém cada espécie, além dos
atributos comuns ao gênero, tem atributos próprios, ou seja, a diferença
específica.
De forma resumida, diz-se que este sofisma carateriza-se por tentar explicar o
desconhecido a partir das informações disponíveis, porém a conclusão poderá
ser falsa.
a) “Todo homem pode matar em caso de legítima defesa; logo, todo homem
pode matar.”
De modo bastante simples, e resumindo o que foi dito acima, pode-se dizer que,
ao refutar um argumento, é importante atentar para três aspectos: Ia Mostrar que
o argumento não está relacionado com a tese que o adversário pretende provar.
Arg. 10. “Não é uma verdadeira distinção entre argumentos aquela que fazem
algumas pessoas ao dizer que alguns argumentos se dirigem contra a expressão e
outros contra o pensamento expresso, pois é absurdo supor que alguns
argumentos tenham em mira a expressão e outros, o pensamento, e que eles não
sejam os mesmos.” Arg. l.“Os raciocínios repousam sobre juízos tais que
implicam necessariamente a asserção de outra coisa que não as afirmadas
inicialmente e em consequência destas. E a refutação por seu lado é um
raciocínio que conduz à contraditória da conclusão prévia. Ora, algumas não
alcançam realmente esse objetivo, embora pareçam fazê-lo, por diversas razões,
sendo a mais prolífera e usual destas o argumento que gira apenas em torno de
nomes. E impossível introduzir numa discussão as próprias coisas discutidas; em
lugar delas usamos os seus nomes como símbolos e, por conseguinte, supomos
que as consequências que decorrem dos nomes também decorram das próprias
coisas.”
Arg. 15. “Há a ira e o espírito de contenda, pois os que perdem a calma são
menos capazes de vigiar o que dizem. Regra elementar para provocar a ira é
simular o propósito de agir com deslealdade.” Arg. 15. “A fim de garantir a
nossa premissa, devemos incluí-la na mesma pergunta, lado a lado com sua
contrária. Por exemplo, se for necessário obter a concessão de que ‘um homem
deve obedecer ao pai em tudo’, pergunte-se:‘Deve um homem obedecer ao pai
em tudo ou desobedecer-lhe em tudo?”
Arg. 17. “Aquilo de que nos devemos acautelar não é de sermos refutados, mas
de parecer que o somos, porque, naturalmente, as perguntas anfibológicas — as
que giram em torno de uma ambiguidade - e todos os outros sofismas da mesma
espécie podem encobrir até uma refutação verdadeira e deixam na incerteza a
questão de quem foi refutado e quem não o foi.”
Arg. 30. “Para enfrentar as refutações que unem várias questões numa só
convém fazer a distinção entre elas logo de início, porque uma questão precisa
ser única para ter uma resposta única, de modo que não se devem afirmar ou
negar várias coisas de uma só, nem uma só de muitas, mas uma só de uma só.”
Arg. 33. “Um argumento incisivo é aquele que produz a maior perplexidade, por
ser o que morde mais fundo.”
SÚMULA
1 - Os Sofismas Formais:
II - Os Sofismas Materiais:
9a Sofisma da Petição de Princípio: tomar por aceito o que ainda não foi
demonstrado.
1. Sofisma de Palavras
2. Sofisma de Indução
3. Sofisma de Dedução
EXERCÍCIOS
Qual é a opção incorreta?
“Um homem sentado anda; ora, Lucas é um homem sentado; logo, Lucas
sentado anda”.
uma afirmação geral e uma afirmação limitada, com referência ao tempo, espaço
e modo, como no exemplo: O que você aprendeu ontem você sabe hoje; ora,
ontem você não aprendeu nada; logo, hoje você não sabe nada.
A Lua é um astro como a Terra; ora, a Terra é habitada; logo, a Lua é habitada.
Quem está sentado não anda; ora, Murilo está sentado; logo, Murilo não anda.
O rato rói;
10. a) Para Aristóteles, “um argumento incisivo é aquele que produz maior
ambiguidade, e evita a resposta única” (Arg. 33). b) Para Aristóteles, quando se
pretende refutar um argumento,“um expediente é prolongar a argumentação,
pois é difícil atender ao mesmo tempo a muitas coisas” (Arg. 15).
Capítulo XVIII Lógica e Linguagem
“In disputationibus nos utimur vocabulis loco rerum quia ipsas res in médium
afferre non possumos” (Aristóteles).
“Já que não podemos trazer as coisas para nossas discussões, trazemos em lugar
delas as palavras.”
Desses conceitos conclui-se a estreita ligação entre elas, que podemos mostrar
desta forma: Lógica - ordenação do pensamento.
De Plácido e Silva esclarece que “em relação aos prazos, dilatação, prorrogação
e renovação, aparentemente análogos no conceito vulgar, exprimem no sentido
jurídico conceitos próprios, que não se identificam nem se confundem, como
ocorre na linguagem vulgar” (op. cit.).
Sobre o mesmo assunto, R. Bielsa diz: “Para o leigo, convenção e contrato são a
mesma coisa, porém não para o Direito, pois para ser contrato é necessário que a
convenção crie obrigações, tenha um objeto, um regime de validez, uma causa”
(op. cit.). Ainda, sobre vocabulário e terminologia o mesmo autor entende que
“Los vocábulos no se definen; son los conceptos los que se definen”.
Stuart Mill esclarece que: “Há, porém, outra razão, ainda mais fundamental, pela
qual o valor das palavras deveria ser o primeiro objeto de consideração dos
lógicos; porque, sem isso, não poderão conhecer o valor das proposições. Ora, a
proposição é o primeiro objeto que se apresenta no limiar mesmo da ciência da
lógica” (op. cit.).
d) Art. 1.314. “Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação,
sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indi-visão, reivindicá-la de
terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.
c) Art. 234. “Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e
termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa”.
d) Art. 942.“ II — (...) § 2.c Serão cientificados por carta, para que manifestem
interesse na causa, os representantes da Fazenda Pública da União, do Estado, do
Distrito Federal, do Território e do Município”. Observe que o termo intimação
do art. 234 é sinônimo do termo cientificar do art. 942.
EXPRESSÕES LATINAS
J) conditio sine qua non — expressão que significa requisito essencial. Ex.: O
registro é conditio sine qua non para prova de propriedade.
g) ex nunc - diz-se do ato, condição ou contrato cujos efeitos começar a viger
desde quando é celebrado, sem retroatividade. O contrário é ex tunc que
significa ato, contrato ou condição que tem efeito sobre uma situação jurídica
anteriormente criada.
o) passim — aqui e ali. Usa-se para dizer que em diversos lugares da obra o
autor trata da matéria.
v) sic - assim, desse modo. Coloca-se entre parêntesis para ressaltar que a
transcrição foi feita exatamente como foi escrita.
O ARESTO
Certamente do latim adveio o francês arrêt, de arreter (para fixar) e, desta língua,
para o português.
A decisão para a qual não houve recurso constitui aresto. Não cabe no
comentário a ação rescisória, que dada a sua natureza pode ser objeto de
sentença, acórdão e aresto.
SÚMULA
Stuart Mill: sem conhecer o valor das palavras não se pode conhecer o valor das
proposições lógicas.
EXERCÍCIOS
Marque Falso ou Verdadeiro nas questões abaixo:
3. ( ) O termo façanha, foi sucedido por caso julgado e posterior mente por
aresto.
13. ( ) Para Abbé Moreux, pensar é emitir ideias encadeadas e pro posições
que tenham ligações entre elas.
Capítulo XIX
A Gramática à Luz da Lógica — O
Estilo Lógico
“Minus suntferendi qui hanc autem ut tenuem atque ieunam cavillantur”
(Quintiliano, De institutione oratorio).
O nome não traz por si mesmo nenhuma noção de tempo. O verbo é a parte da
oração cuja função é significar a ação, o tempo e o modo.
GRAMÁTICA: O ADJETIVO
Sabemos que o adjetivo serve para modificar um substantivo, ou seja, o adjetivo
é a palavra que se junta ao substantivo e muda seu significado.
Os termos abstratos são universais e têm por si significação própria que não
admite limitações.
2° SÓ no sentido de sozinho (a) é adjetivo, por isso variável. Assim: Ela está só
(sozinha). Eles estão sós (sozinhos).
MEIO como advérbio é invariável. Assim: Ela ficou meio preocupada. Eles
ficaram meio preocupados.
5C ANEXO, INCLUSO são adjetivos e por isso são variáveis. Assim: folhas
anexas, documento incluso, matérias jornalísticas inclusas, pedido anexo.
2~ O adjetivo, na maioria das vezes, concorda com o substantivo que está mais
próximo. São exemplos: a) Selecionou bom curso e universidade. OU.
Selecionou boa universidade e curso.
b) Praticou maus atos e ações. OU. Praticou más ações e atos. Observe que, se
os substantivos forem pessoas, o adjetivo vai para o plural. São dois exemplos:
GRAMÁTICA: O ADVÉRBIO
5. Advérbios de lugar: aqui, aí, ah, além, aquém, adiante, atrás, abaixo, acima,
dentro, junto, defronte, perto, longe etc.
8. Advérbios de tempo: agora, ainda, antes, depois, cedo, ontem, tarde, logo,
nunca, sempre, jamais, breve, já, anteontem, amanhã etc.
(adv. de tempo).
O Advérbio Pouco
Tal advérbio também pode ser pronome indefinido como no segundo exemplo a
seguir: lc Ela estuda pouco. Qualquer que seja a modificação de gênero ou de
número (eles estudam pouco, ele estuda pouco, nós estudamos pouco) a palavra
pouco permanece invariável; nesse caso, pouco é advérbio.
AS LOCUÇÕES ADVERBIAIS
São advérbios expressos por frases e às vezes por orações compostas de duas ou
mais palavras, e exprimem as mesmas circunstâncias dos oito tipos de advérbios
descritos acima. São alguns exemplos: ao invés, às claras, às vezes, de súbito, de
vez em quando, nesse meio tempo, para todo o sempre, pouco a pouco etc.
2a Código Civil, art. 160: “Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda
não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente...” E certo que o
advérbio aproximadamente se objetiva em relação a preço corrente.
GRAMÁTICA: O VERBO
O Verbo é parte da oração cuja função é significar a ação, o tempo e o modo.
Assim:
Veja também, no Código Civil, os arts. 422, 675,693, 910, § Ia, entre outros.
GRAMÁTICA: A CONJUNÇÃO
GRAMÁTICA: A PREPOSIÇÃO
Assim: ela vai ler o manual de instrução. A preposição DE liga dois termos da
mesma oração.
Assim: ela tinha medo de perder a causa. A preposição DE liga duas orações.
DIVISÃO DA LINGUAGEM
A divisão que propomos serve somente ao fim deste trabalho, relegando outras
formas de linguagem.
Linguagem expressão de
Raciocínio persuasivo
sacra
política
forense
SUMULA
O Advérbio: é a palavra invariável que se relaciona com o verbo para lhe atribuir
uma circunstância.
O advérbio: pouco
As locuções adverbiais.
Divisão da linguagem.
EXERCÍCIOS
Marque C nas questões certas e nas outras marque E:
11. ( ) As locuções adverbiais são advérbios expressos por frases e às vezes por
orações compostas de duas ou mais palavras que não exprimem as mesmas
circunstâncias das oito tipos de advérbios.
13. ( ) Sobre a palavra pouco: verifica-se que é variável quando for pronome
indefinido.
Capítulo XX
A Retórica e a Dialética — Técnicas
de Persuasão
A RETÓRICA
Os elementos da Retórica aparecem sempre com nomes novos nos mais variados
cursos, porém não há o que possa ser alterado. Isso porque o tríptico clássico —
invenção, disposição e elocução — representa uma atividade lógica do espírito,
isto é, pensar antes de expressar o pensamento.
A DIALÉTICA
Para este curso vale a definição clássica de dialética: arte da discussão bem
organizada. Essa definição traz no termo organização, a presença da Retórica,
pois é a Retórica que organiza formalmente o pensamento.
pois é a Retórica que organiza formalmente o pensamento.
“XXIX-101 In onnibus igitur causis tres sunt gradus, ex quibus unus aliquid
capiendus est, si pluris non queas ad resistendum. Nam aut ita consistendum est
ut id quo de agitur dactus neges; aut, si factum fateare, neges eam uim habere
adque id esse quod adversarius criminetur; aut, si neque de facto neque de facti,
appellatione am-bigi potest, id quod argure neges tale esse quale elle dicat et
rectum esse quod feceris concedendumque defendas partitiones oratoriae”.
2a Reconhecer o fato, porém negar que ele tenha a importância que se lhe
atribui;
4a Se não se pode discutir sobre o fato, ou sobre o nome a lhe dar, negar que o
fato de que nos acusam seja tal como diz nosso adversário;
V - “As definições podem pecar por dois motivos: ou não abrangem o todo ou
não são exclusivas do objeto definido”. Neque omni, neque soli.
VII - “Há definições de cinco classes: a primeira está tomada das partes de que
uma coisa se compõe; a segunda dos efeitos que produz; a terceira manifesta o
que uma coisa não é; a quarta indica seus acessórios; a quinta procede por
semelhanças e por metáforas”.
Comentário: a definição deve ser feita pelo gênero mais próximo e diferença
específica. “Com efeito, o gênero deve distinguir o objeto das coisas em geral e a
diferença de quaisquer outras coisas contidas no mesmo gênero” (Tópicos, Liv.
VI, 3). Há, porém, a definição que mostra a causa eficiente do definido. Por
exemplo: O usucapião tem por causa a posse prolongada. O texto mostra as
diversas espécies de definição até a metáfora, que, em Lógica, não é definição.
9* Texto: Dialética —“As regras de Dialética são tão pouco numerosas que
acontece nos vermos obrigados a empregar em proveito próprio uma parte de
argumentação já empregada anteriormente contra o adversário. Então nos vemos
obrigados a admitir princípios que havíamos negado e negar outros que
havíamos admitido”.
15° Texto: Forma efundo — “Se não se pode combater uma afirmação, procure
fazê-lo por meio de uma ligeira alteração na forma ou no fundo”.
17~ Texto: Meio e fim — “A importância dos meios deve sempre medir-se e ser
proporcional à importância do fim”.
Comentário: o método deve servir a quem o emprega, de forma que somente ele
tenha conhecimento de como vai atingir a conclusão. Se o emprego do método é
evidente, o oponente poderá antecipar a conclusão e refutá-la antes que o
argumentador chegue a ela e o efeito seja desastroso ou inútil.
II — “Se a questão de que trata não responde logo ao seu intento, volte a
examiná-la por todos os ângulos”.
20r Texto: Objeção — “Se não encontrar argumento com que refutar o
argumento adversário, faça objeção a uma palavra dele”.
Comentário: as palavras têm quase sempre dois sentidos, pois os termos fora da
terminologia técnica são em geral equívocos. Assim sendo, pode o argumentador
desvirtuar uma proposição usando uma acepção da palavra diversa daquela em
que está empregada. Como exemplo há o termo prescrever, em Direito.
III — “A invenção serve para descobrir uma ideia; a fantasia para dar forma e
a elocução para vesti-la”.
Comentário: é certo que a razão deve proceder de modo silogístico, porém, como
forma de argumento, optará por não apresentar o argumento na ordem correta,
ou seja: premissa maior, premissa menor e conclusão. A inversão dos elementos
será propositada. Toda questão, por mais complexa, reduz-se a um silogismo, se
está bem proposta. Reduzindo-a a um raciocínio simples é mais fácil
compreendê-la e refutá-la.
I — notórios;
SÚMULA
Técnicas de persuasão.
EXERCÍCIOS
Analise e aponte as duas alternativas corretas:
1. Sobre Expressão:
b) Quando não tiver muita razão em seus argumentos, use expressões amplas e
gerais porque estas são unívocas.
d) A linguagem deve ser a mais clara possível, uma vez que seu objetivo é dar
a conhecer alguma coisa.
2. Cícero disse que em todas as causas existem apenas cinco posições
possíveis:
d) É preciso escolher e adotar apenas uma das posições possíveis, como forma
de resistência.
3. Sobre Análise:
b) Descartes ensina que, em assunto difícil, deve-se dividir cada uma das
dificuldades que se examina em tantas parcelas quantas forem exigidas para
melhor compreendê-las.
c) Descartes ensina que um assunto difícil deve ser analisado por inteiro, sem
complicá-lo pela divisão.
ã) Quando um assunto é difícil, sua divisão em partes vai torná-lo ainda mais
difícil.
4. Sobre Definição:
5. Sobre Dialética:
c) Através dos tempos, o termo dialética perdeu seu sentido próprio, em grego,
de “discussão” ou “discussão bem organizada”.
6. Sobre Comparação:
9. Sobre Método:
b) Para um bom argumentador, haverá sempre uma parte da questão que lhe
seja favorável, então tomar a parte pelo todo pode ser a única opção.
c) Se uma questão de que trata não responder ao seu intento, volte a examiná-
la à luz de outro método.
d) Para um bom argumentador, haverá sempre uma parte da questão que lhe
seja favorável, então tomar a parte pelo todo pode ser um erro.
b) É mais difícil afirmar do que negar, porque é suficiente negar uma parte da
afirmação para que ela não seja verdadeira.
d) E mais fácil afirmar do que negar, porque é suficiente negar uma parte da
afirmação para que ela não seja verdadeira.
c) Perceber que nem toda questão, ainda que bem proposta e complexa, pode
ser reduzida a um silogismo.
Capítulo I
Capítulo II
15. não.
Capítulo III
1 4 8 9 11 13 15
Capítulo IV
1 3 7 8 10 11 14
Capítulo V
Aponte eventuais equívocos em cada uma das questões: l.b-c 2. c 3.a-b 4.não
há equívocos 5.a 6.a 7.b
Capítulo VI
Capítulo XII
Capítulo XIII
2 4 7 8 13 16 17
Capítulo XIV
Capítulo XIV
Capítulo XV
8. c 9. a 10. a-b-c
Capítulo XVI
8. b-c 9. a-c 10. a-b 11. a-c 12. b-c 13. a-c 14. b
15.a-b-c
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
10. C
I. C 2.E 3.C 4.E 5.E 6.C 7. C 8.E 9. C
Capítulo XX
l.a-d 2. b-c
8. b-d 9. a-b
15. a-b
Bibliografia
CÍCERO. Tusculanarum.
-. De Finibus.
-. De Officiis.
-. De Orator.
G. FINGERMANN. Filosofie.
-. Lógica formal.
P. LACOSTE. De la chosejugée.