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Universidade de Brasília

Departamento de Engenharia Civil e Ambiental


Teoria das Estruturas

Exercícios Resolvidos – Teoria das Estruturas

Método das Forças, Método dos Deslocamentos e Processo de Cross

Gabriel Andrade Lanzaro


Matrícula: 14/0020349
Professor: Lineu José Pedroso

Brasília-DF
Março-2017
APRESENTAÇÃO

Essa apostila objetiva apresentar exercícios resolvidos da disciplina de Teoria das Estru-
turas, com enfoque no Método dos Deslocamentos e no Método das Forças, além do Pro-
cesso de Cross.

Assim, este trabalho contém exercícios resolvidos majoritariamente da obra Curso de


Análise Estrutural – Volumes 2 e 3, de José Carlos Sussekind. Ainda, podem ser visuali-
zados exercícios propostos em listas de exercícios e provas anteriores na disciplina mi-
nistrada pelo professor Lineu Pedroso.

Os exercícios que forem nomeados apenas por números se referem à obra de Sussekind,
na sua última versão disponível.

Desejou-se tornar a resolução mais clara possível, inclusive com o cálculo das reações de
apoio quando necessário, de forma a sanar a maioria das dúvidas acerca do conteúdo.

Este trabalho é proveniente de um Trabalho Final de Curso de Disciplina, na qual fui


aluno no segundo semestre de 2016.

Em caso de erros e/ou sugestões, por favor entre em contato através do meu e-mail para
possíveis modificações em versões futuras.

Bons estudos!

Gabriel Andrade Lanzaro

2
SUMÁRIO

Método das Forças ............................................................................................................ 1


Sussekind Vol. II – 7.15 – adaptado (Página 241)........................................................ 1
Sussekind Vol. II – 7.16 (Página 241) .......................................................................... 5
Sussekind Vol. II – 7.35 (Página 248) .......................................................................... 9
Sussekind Vol. II – 7.36 (Página 248) ........................................................................ 12
Resolver o arco hiperestático ...................................................................................... 15
Sussekind Vol. II – Verificação de Diagramas – Ex. II-15 (Página 149) ................... 19
Sussekind Vol. II – Verificação de Diagramas – Ex. II-16 (Página 158) ................... 22
Sussekind Vol. II – Verificação de Diagramas – Ex. II-20 (Página 167) ................... 24
Sussekind Vol. II – 3.6 (Página 306) .......................................................................... 26
Sussekind Vol. II – 3.7 (Página 307) .......................................................................... 29
Método dos Deslocamentos ............................................................................................ 32
Sussekind Vol. III – 10.5 (Página 173) ....................................................................... 32
Sussekind Vol. III – 10.6 (Página 173) ....................................................................... 35
Sussekind Vol. III – 10.12 – adaptado (Página 175) .................................................. 40
Sussekind Vol. III – 10.15 (Página 176) ..................................................................... 42
Sussekind Vol. III – 10.16 (Página 176) ..................................................................... 46
Sussekind Vol. III – 10.17 (Página 176) ..................................................................... 50
Sussekind Vol. III – 10.18 (Página 176) ..................................................................... 55
Sussekind Vol. III – 10.22 (Página 178) ..................................................................... 60
Sussekind Vol. II – Ex. II-4 (Página 118)................................................................... 64
Resolver o pórtico hiperestático ................................................................................. 67
Resolver o quadro hiperestático .................................................................................. 71
Resolver o pórtico por Williot (Temperatura e Recalque).......................................... 74
Processo de Cross ........................................................................................................... 80
Resolver a viga hiperestática ...................................................................................... 80
Sussekind Vol. III – Ex. I-1 (Página 27)..................................................................... 83
Sussekind Vol. III – Ex. I-5 (Página 37)..................................................................... 87

1
Método das Forças
Sussekind Vol. II – 7.15 – adaptado (Página 241)

Obter o valor do esforço normal no tirante da figura abaixo devido a um encurtamento de


2 cm a ele imposto.

São dados:

= 10
= 5 ⋅ 10

SOLUÇÃO

O primeiro passo é obter a equação da parábola da parte superior do arco. O seguinte


gráfico ilustra isso:

( )= + +
(0) = ⋅ 0 + ⋅ 0 + = 0 ⇒ = 0
(8) = ⋅ 8 + ⋅ 8 = 0 ⇒ 64 ⋅ = −8 ⋅ ⇒ = −8 ⋅
(4) = ⋅ 4 + ⋅ 4 = 3 ⇒ 16 ⋅ + 4 ⋅ = 3

Assim,
1
3
16 ⋅ + 4 ⋅ (−8 ⋅ ) = 3 ⇒ 16 ⋅ − 32 ⋅ =3⇒ =−
16
3 3
= −8 ⋅ − =
16 2

3 3
( )=− +
16 2

Além disso, a estrutura é duas vezes hiperestática. Um sistema principal e a sua decom-
posição correspondente, excetuando o encurtamento, podem ser visualizados na figura a
seguir:

Estado 1

Calculando as reações de apoio:

=0⇒1−1+ ⋅8=0⇒ =0

=0⇒ + =0⇒ =0
=0⇒ ⋅9=1⇒ = 1/9
=0⇒ − =0⇒ = 1/9

A figura a seguir ilustra o cálculo para o diagrama na parábola, bem como o diagrama
correspondente, em t.m.

A equação do momento fletor é:

1
=(6 + )
9
1 3 3
= − + +6
9 16 2

2
Estado 1

Calculando as reações de apoio:

=0⇒− ⋅8−1⋅6+1⋅6 ⇒ =0

=0⇒ + =0⇒ =0
=0⇒ ⋅9= 1⋅3⇒ = 1/3
=0⇒ − =0⇒ = 1/3

A figura a seguir ilustra o cálculo para o diagrama na parábola, bem como o diagrama
correspondente, em t.m.

3
A equação do momento fletor é:

1 2 2 3 3
= (6 + ) − =2+ − = 2− = 2− − +
3 3 3 3 16 2
= − +2
8

Assim, procedendo ao cálculo dos hiperestáticos:

1 1 3 3
=2⋅ â â +2⋅ ⋅ =2⋅
⋅ ⋅ ⋅ +2 − + +6
3 9 16 2
1 2 2 − 16 + 512 + 1024 16 16 368
=2⋅ ⋅6⋅ ⋅ +2 = +2⋅ =
3 3 3 2304 9 5 45

=2⋅ â â +2⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅
1 2 10
=2⋅ ⋅ ⋅ ⋅ +2 − +2 + ⋅ ⋅ ⋅
3 8 5 ⋅ 10
1 − 16 + 96 − 256 + 256 16 192
=2⋅ ⋅6⋅2⋅2+2 + 2 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 8 = 16 + 2 ⋅ + 16 =
3 64 5 5

= = −2 ⋅ â â −2⋅ ⋅
1 1 3 3
= −2 ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ −2 − + +6 − +2 ⋅
3 9 16 2 8
1 2 1
= −2 ⋅ ⋅ 6 ⋅ ⋅ 2 − 2 − ( − 16 + 48 + 128 − 512) ⋅
3 3 384
16 32 48
=− −2⋅ =−
3 15 5

Ainda,

= ⋅ ⋅ =0
= ⋅ ⋅ = 1 ⋅ (−0,02) ⋅ 10 = −200

Pode ser montada a matriz:

368 48

0 0
+ ⋅ = ⇒ 45 5 ⋅ =
0 48 192 200

5 5
= 8,65
= 7,37

Aplicando = + 8,65 ⋅ + 7,37 ⋅ :

= 0 + 8,65 ⋅ 0 + 7,37 ⋅ 1 ⇒ = 7,37

4
Sussekind Vol. II – 7.16 (Página 241)

Qual a variação de comprimento que deve ser dada ao tirante AB da estrutura da figura
abaixo durante a montagem para que, quando atuar o carregamento indicado, o momento
fletor atuante em A e em B seja de 2 mt, tracionando as fibras externas?

São dados:

= 10
=5 ²

SOLUÇÃO

Primeiramente, nota-se que a estrutura é simétrica, podendo ser utilizado esse artifício
para simplificar a resolução do problema. Nas seções de simetria, deve ser inserido um
engaste deslizante, mas como a barra AB é um tirante (somente submetido ao esforço
normal), tem-se:

5
Assim, o sistema principal e os seus estados correspondentes podem ser vistos na figura
a seguir:

Estado 0

=0⇒ = 1⋅4∴ =4

=0⇒1⋅4⋅2= ⋅3∴ = 1,33

=0⇒ = ∴ =4

A equação do momento fletor para a barra AE é, para 0 < z < 5:

= 0,798 − 0,32

= 0,798 − 0,64 = 0 ∴ = 1,25


( = 1,25) = 0,5

6
Estado 1

=0∴ =0

=0⇒ ⋅6=1∴ = 0,167

=0⇒ = ∴ = 0,167

Estado 2

=0∴ =0

=0⇒ ⋅6=1⋅3∴ = 0,5

=0⇒ + =1∴ = 0,5

Procedendo-se ao cálculo dos hiperestáticos:

= −( â ⋅ â )− á , . ⋅ é +( á , . ⋅ é )
1 1 1
=− ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅ ⋅( +3 )⋅ + ⋅ ⋅( + )⋅ ′
3 12 3
1 1 1
= − ⋅ 3 ⋅ 4 ⋅ 0,5 − ⋅ ⋅ 2,5 ⋅ (0,5 + 3 ⋅ 0,75) ⋅ 4 + ⋅ ⋅ 2,5 ⋅ (0,75 + 1) ⋅ 0,5
3 12 5/3 3 5/3
= −2 − 1,375 + 0,4375 = −2,9375

7
= −( â ⋅ â )− á , . ⋅ é +( á , . ⋅ â )
1 1 1
=− ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅ ⋅( +3 )⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ ′
3 12 3
1 1 1
= − ⋅ 3 ⋅ 4 ⋅ 1,5 − ⋅ ⋅ 2,5 ⋅ (0,75 + 3 ⋅ 1,5) ⋅ 4 + ⋅ ⋅ 2,5 ⋅ 0,75 ⋅ 0,5
3 12 5/3 3 5/3
= −6 − 2,625 + 0,1875 = −8,4375

= =( â ⋅ â )+( â ⋅ é )
1 1 1 1
= ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ (2 ⋅ + ) = ⋅ 3 ⋅ 1,5 ⋅ 0,5 + ⋅ ⋅ 5 ⋅ 1,5 ⋅ (2 ⋅ 0,5 + 1)
3 6 3 6 5/3
= 0,75 + 1,5 = 2,25

=( â ⋅ â )+( é ⋅ é )
1 1
= ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅( ⋅ (2 + )+ ⋅( +2 ))
3 6
1 1
= ⋅ 3 ⋅ 0,5 ⋅ 0,5 + ⋅ ⋅ 5 ⋅ (0,5 ⋅ (2 ⋅ 0,5 + 1) + 1 ⋅ (0,5 + 2 ⋅ 1))
3 6 5/3
= 0,25 + 1,75 = 2,0

=( â ⋅ â )+( â ⋅ â )+ ⋅ ⋅ ⋅
1 1
= ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅
3 3
1 1
= ⋅ 3 ⋅ 1,5 ⋅ 1,5 + ⋅ ⋅ 5 ⋅ 1,5 ⋅ 1,5 + 5 ⋅ 4 ⋅ 1 ⋅ 1
3 3 5/3
= 2,25 + 2,25 + 20 = 24,5

Temos que = + ⋅ + ⋅

=2= + ⋅ + ⋅ = 4 − 0,5 ⋅ − 1,5 ⋅


2 = 4 − 0,5 ⋅ − 1,5 ⋅ ⇒ 0,5 ⋅ + 1,5 ⋅ = 2 ( çã )

Ainda, pelas equações de compatibilidade:

( + )+ ⋅ + ⋅ =0
−2,9375 + ⋅ ⋅ + 2 ⋅ + 2,25 ⋅ =0
2 ⋅ + 2,25 ⋅ = 2,9375 ( çã )

( + )+ ⋅ + ⋅ =0
−8,4375 + 1,0 ⋅ ⋅ 10 + 2,25 ⋅ + 24,5 ⋅ =0
2,25 ⋅ + 24,5 ⋅ = 8,4375 − 10 ⋅ ( çã )

Resolvendo o sistema linear das Equações 1 e 2:

0,5 1,5 2 = −0,05


⋅ = ∴
2 2,25 2,9375 = 1,35

Substituindo X1 e X2 na Equação 3:

2,25 ⋅ (−0,05) + 24,5 ⋅ (1,35) = 8,4375 − 10 ⋅ ∴ = 0,0024

Como se trabalhou com metade da estrutura, o encurtamento é de 4,8 mm.

8
Sussekind Vol. II – 7.35 (Página 248)

Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro da figura abaixo, que tem inércia
constante.

SOLUÇÃO

Trata-se de uma estrutura simétrica com solicitação também simétrica. Entretanto, o eixo
de simetria corta uma barra da estrutura, indicando a necessidade de dois engastes para a
sua simplificação. Dessa forma, a estrutura pode ser resolvida da seguinte forma:

Nota-se que o quadro se torna uma única vez hiperestático. Assim, o sistema principal e
as decomposições nos estados 0 e 1 podem ser visualizados na figura a seguir:

9
Quanto ao Estado 0, tem-se:

Em que VA = VB = 3 tf, conforme o sentido da figura.

Para o Estado 1, por sua vez:

Em que VA = VB = HA = HB = tf

Assim, os coeficientes do sistema de equações de compatibilidade são:

10
1 1
=( á â )−( á â )= ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅ ⋅ ⋅
3 3
1 1
= ⋅ 6 ⋅ 4,5 ⋅ 1 − ⋅ 6 ⋅ 4,5 ⋅ 1 = 0
3 3
1 1
=3⋅( â â )=3⋅ ⋅ ⋅ ⋅ =3⋅ ⋅6⋅1⋅1= 6
3 3

Portanto,

+ ⋅ = 0⇒0+6⋅ =0∴ =0

Assim, temos:

= + ⋅ =

Resultando no mesmo diagrama do Estado 0, pautando-se no fato de que o diagrama de


momentos fletores é simétrico para estruturas simétricas:

11
Sussekind Vol. II – 7.36 (Página 248)

Calcular os esforços normais atuantes nos tirantes da estrutura da figura abaixo.

( ) = 2 ⋅ 10
( ) = 10

SOLUÇÃO

Trata-se de uma estrutura simétrica com solicitação também simétrica. Entretanto, o eixo
de simetria corta uma barra da estrutura, indicando a necessidade de um único engaste.
Deve ser levado em conta o efeito do esforço normal no tirante, conforme a figura abaixo.

Nota-se que a estrutura se torna duas vezes hiperestática. Assim, o sistema principal e as
decomposições nos estados 0, 1 e 2 podem ser visualizados na figura a seguir:

12
Quanto ao Estado 0, tem-se:

Em que VA = VB = 2 tf, conforme o sentido da figura.

Para o Estado 1, por sua vez:

Em que VA = VB = 0,25 tf, conforme o sentido da figura.

Ainda, para o Estado 2, tem-se:

13
Em que VA = VB = 0,25 tf e HB = 1,0 tf, conforme sentido da figura.

Assim, os coeficientes do sistema de equações de compatibilidade são:

1 1 10
=( á â )= ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅5⋅2⋅1=
3 3 3
=0
1 1 5
=( â â )= ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅5⋅1⋅1 =
3 3 3
2 ⋅ 10
= ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅4⋅1⋅1 =8
10
= =0

Temos que:

+ ⋅ + ⋅ = 0 10/3 + 5/3 ⋅ + 0 ⋅ = 0 = −2
⇒ ⇒
+ ⋅ + ⋅ =0 0+0⋅ +8⋅ = 0 =0

Aplicando = + ⋅ + ⋅ , temos:

= −2⋅ =0

Assim, os esforços no tirante são nulos.

14
Resolver o arco hiperestático

Resolver o arco a seguir, considerando o momento fletor e o esforço normal. Considere


EI = 104 tf.m², EA = 10³ tf, R = 1 m e P = 2tf.

SOLUÇÃO

Como se trata de um carregamento simétrico, há momento fletor e esforço normal no eixo


de simetria. Assim, a estrutura pode ser representada da seguinte forma:

Retirando um vínculo, o sistema principal isostático é:

Este, por sua vez, pode ser decomposto nos estados 0 e 1 a seguir:

15
Estado 0:

P P P
N0  cos( )  sin( )  0  N 0   (sin( )  cos( ))
2 2 2
P P PR
M 0  R sin( )  ( R  R cos( ))  0  M 0  1  cos( )  sin( ) 
2 2 2

Estado 1:

1 sin( )
N1  sin( )  0  N1 
R R
1
M 1  R sin( )  M1  sin( )
R

Aplicando o método das forças, considerando o esforço normal e o momento fletor para
metade do arco:

l N 0  N1 l M M
10   ds   0 1 ds
0 EA 0 EI
 
1  P  sin( ) 1  PR
 2    (sin( )  cos( ))    Rd   2  1  cos( )  sin( )    sin( )  Rd
0 EA  2  R 0 EI  2 
P 2 2 PR 2 2

2 EA 0
sin ( )  sin  )  cos( )  d 
2 EI  0
sin( )  sin( )  cos( )  sin 2 ( )  d
 
P  2 1  cos(2 ) 
  0 d   2 sin( )  cos( )  d  
2 EA  2 0

PR 2  2 1  cos(2 )  
 0 sin( )   d   sin( )  cos( )  d 
2 EI  2 0

Usando a substituição:

1
0
2
sin( )  cos( )  d   u  du
0

16
Temos:

P  2 1  cos(2 ) 1  PR 2  2 1  cos(2 ) 1 
10    0 d   u  du    0 sin(  )   d   0 u  du 
2 EA  2 0
 2 EI  2 

  1  2 1
P   sin(2 )  2  u 2   PR 2     sin(2 )   2  u  
     cos( )     
2 EA   2 4  0  2  0  2 EI   2 4   0  2  0 
   
P   1  PR   1 
2
   1 
2 EA  4 2  2 EI  4 2 
P   1  PR 2  1  
      
2 EA  4 2  2 EI  2 4 

2
l N1  N1 l M M 1 2  sin( )  1 2 2
11   ds  
EA 0  R 
ds    Rd  0 sin ( )  R d
1 1

0 EA 0 EI EI
1 2 1  cos(2 ) R 2 1  cos(2 )
EAR 0
 d   d
2 EI 0 2
 
1   sin(2 )  2 R   sin(2 )  2 1  R 
           
EAR  2 4  0 EI  2 4  0 EAR 4 EI 4

Substituindo os dados do problema:

P   PR  1  
2
2   1  2 12  1  
10     1          
3
    1, 31 10 m
2 EA  4  2 EI  2 4  2 103  4 2  2 104  2 4 
1  R  1  1 
11      3   4   8, 64 104 m
EAR 4 EI 4 10 1 4 10 4

Aplicando a equação de compatibilidade:

10 1,31 103


10  11  x1  0  x1     x1  1,52
11 8, 64 104

Para obter os momentos fletores, tem-se:

E  E0  x1  E1  M  M 0  1,52  M 1
PR 2 1
M0  (1  cos( )  sin( ))  (1  cos( )  sin( ))  1  cos( )  sin( )
2 2
M 1  sin( )
Assim, M  1  cos( )  0,52  sin( )

Calculando o momento para alguns ângulos de forma a traçar o diagrama da estrutura:

17
M  0   1  cos(0)  0, 52  sin(0)  0
     
M    1  cos    0, 52  sin    1, 62
8 8 8
     
M    1  cos    0, 52  sin    0,92
4 4 4
 3   3   3 
M    1  cos    0,52  sin    1, 07
 8   8   8 
     
M    1  cos    0, 52  sin    1,91
2 2 2

Assim, tem-se o DMF:

Como a estrutura é geometricamente simétrica e o carregamento também, pode-se afirmar


que o diagrama de momentos fletores também é simétrico. Por esse motivo, tem-se o
DMF do arco:

18
Sussekind Vol. II – Verificação de Diagramas – Ex. II-15 (Página 149)

Verificar a correção do diagrama de momentos fletores para a estrutura abaixo:

SOLUÇÃO

Será necessário calcular a flecha ou a rotação em algum dos pontos para um sistema prin-
cipal isostático.

A configuração da deformada pode ser visualizada abaixo:

Nota-se que a flecha é máxima no meio do vão e, por esse motivo, a rotação é nula. Assim,
será calculada a rotação à tangente elástica sob o ponto de aplicação da carga

Os estados utilizados para o cálculo do diagrama, conforme visto no livro texto, foram:
19
Cujas equações obtidas para os momentos fletores foram:

= sin (tracionando as fibras superiores)


= cos (tracionando as fibras inferiores)

Além disso, também pelo livro texto, tem-se a equação = + ⋅

Resultando em, como equação do DMF:

= sin − cos
2

Assim, serão utilizadas as equações M (hiperestático) e M1 (isostático), este último refe-


rente ao momento no meio do vão.

⋅ = ⇒ ⋅ =

⋅ = sin − cos (− cos ) ⋅ ⋅


2

⋅ = cos − sin cos ⋅


2
1 + cos 2
⋅ = − sin cos
2 2

Usando a substituição:

= sin ⇒ = cos
=0⇒ =0
= ⇒ =1
2

Prosseguindo,

20
1 sin 2
⋅ = + −
2 2 2 2

⋅ = − = − =0
2 2 4 4 4

⋅ =0∴ =0

Assim, o diagrama está correto.

21
Sussekind Vol. II – Verificação de Diagramas – Ex. II-16 (Página 158)

Verificar a correção do diagrama de momentos fletores para a estrutura abaixo:

SOLUÇÃO

Será necessário calcular a flecha ou a rotação em um dos apoios (valores estes iguais a
zero por se tratar de um pórtico biengastado) para um sistema principal isostático.

Decidiu-se liberar os três apoios do nó A, aplicando uma rotação unitária neste pelo prin-
cípio dos trabalhos virtuais. Isto foi feito tendo como base o teorema de Pasternak, que
afirma que, para se calcular as deformações numa estrutura hiperestática, deve-se empre-
gar o teorema dos trabalhos virtuais com dois estados: o de carregamento ou o de defor-
mação como hiperestático e o outro num sistema principal isostático.

Assim, o sistema principal adotado e o diagrama correspondente para a rotação podem


ser visualizados na figura a seguir.

22
Assim,

⋅ = ⇒ ⋅ =

A rotação será calculada por etapas para facilitar os cálculos.

Barra AB: â ( â + â )

1 1 1 1
− + = − ⋅ 3 ⋅ 1 ⋅ 1,85 + ⋅ 3 ⋅ 1 ⋅ 3,39 = 2,310
2 2 2 2

Barra BC: â ( â + â + á )

1 1 2 1 1 2
− + − = − ⋅ 5 ⋅ 1 ⋅ 0,08 + ⋅ 5 ⋅ 1 ⋅ 3,39 − ⋅ 5 ⋅ 1 ⋅ 4
2 2 3 2 2 3
= −5,058

Barra CD: â ( â + â )

1 1 1 1
− + = − ⋅ 5 ⋅ 1 ⋅ 0,08 + ⋅ 5 ⋅ 1 ⋅ 1,97 = 4,725
2 2 2 2

Barra DE: â ( â + â )

1 1 1 1
− + = + ⋅ 3 ⋅ 1 ⋅ 1,97 − ⋅ 3 ⋅ 1 ⋅ 3,27 = −1,950
2 2 2 2

Portanto,

0,027
⋅ = 0,027 ⇒ = ≅0

Assim, o diagrama está correto.

23
Sussekind Vol. II – Verificação de Diagramas – Ex. II-20 (Página 167)

Verificar a correção do diagrama de momentos fletores para a estrutura abaixo:

SOLUÇÃO

Será necessário calcular a flecha ou a rotação em algum dos pontos para um sistema prin-
cipal isostático.

A configuração da deformada, para metade da estrutura, pode ser visualizada abaixo:

Nota-se que a flecha é máxima no meio do vão e, por esse motivo, a rotação é nula. Assim,
será calculada a rotação à tangente elástica sob o ponto de aplicação da carga

Os estados utilizados para o cálculo do diagrama, conforme visto no livro texto, foram:

24
Cujas equações obtidas para os momentos fletores foram:

= sin (tracionando as fibras superiores)


= 1 (tracionando as fibras inferiores)

Além disso, também pelo livro texto, tem-se a equação = + ⋅

Resultando em, como equação do DMF:

= sin −
2

Assim, serão utilizadas as equações M (hiperestático) e M1 (isostático), este último refe-


rente ao momento no meio do vão.

⋅ = ⇒ ⋅ =

⋅ = sin − (−1) ⋅ ⋅
2

⋅ = − sin ⋅
2
⋅ = − cos
2 2
⋅ = − =0
2 2

⋅ =0∴ =0

Assim, o diagrama está correto.

25
Sussekind Vol. II – 3.6 (Página 306)

Obter o deslocamento vertical de C (ponto de aplicação da carga) para a grelha da figura


abaixo. São dados:

= 1,5; = 10 ; = 10

SOLUÇÃO

Nota-se que, para grelhas geometricamente simétricas, só ocorre momento em torno do


eixo para um carregamento também simétrico. Ainda, pode ser feita uma analogia da
mola sob a aplicação da carga pontual com um apoio de primeiro gênero. Tem-se:

Dessa forma, a estrutura é duas vezes hiperestática, cujo sistema principal é apresentado
a seguir:

26
Seja o Estado 0 devido ao carregamento e os Estados 1 e 2 conforme indicado na figura,
são obtidos os seguintes diagramas:

Assim, efetuando o cálculo dos hiperestáticos pelas equações de compatibilidade:

+ ⋅ + ⋅ =0
+ ⋅ + ⋅ =0

27
Numa grelha, devem ser considerados os efeitos do momento torsor. Ainda, em se tra-
tando de uma mola, devem ser avaliados os esforços cortantes onde esta se situa. Tem-se,
desse modo, os seguintes coeficientes:
1
=4⋅ − ⋅2⋅1⋅3 + ⋅ 2 ⋅ (−2 ⋅ 1 ⋅ 3) = −30
2
= 6 ⋅ − ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 3 − ⋅ 2 ⋅ 6 ⋅ (2 ⋅ 2 + 4) + 12 ⋅ (2 + 2 ⋅ 4) + ⋅ 4 ⋅ (−2 ⋅ 1 ⋅ 3) + ⋅ (−3 ⋅ 1) = −134

= 4 ⋅ (2 ⋅ 1 ⋅ 1) + ⋅ 2 ⋅ (2 ⋅ 1 ⋅ 1) = 14
1 1
= 6 ⋅ ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 1 + ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ (2 ⋅ 2 + 4) + 4 ⋅ (2 + 2 ⋅ 4) + ⋅ 4 ⋅ (2 ⋅ 1 ⋅ 1) + ⋅ (1 ⋅ 1) = 44,66
3 6
1
= = 4⋅ ⋅2⋅1⋅1 + ⋅ 2 ⋅ (2 ⋅ 1 ⋅ 1) = 10
2

Assim, deve ser resolvida a matriz:

−30 14 10 0
+ ⋅ =
−134 10 44,66 0

Resultando em:

−3,81 ⋅ 10 0,0
= =
3,0005 3,0

Assim, pode-se calcular o deslocamento em C:

10
= 10 ⇒ = ∴ = 1000 /
10
3
= = = 3,0
1000

28
Sussekind Vol. II – 3.7 (Página 307)

Calcular o deslocamento vertical de A para a viga-balcão da figura. São dados:

= 2,4 ⋅ 10
= 1,6 ⋅ 10
= 10 /

SOLUÇÃO

Pode ser feita uma analogia da mola sob a aplicação da carga pontual com um apoio de
primeiro gênero. Tem-se:

Dessa forma, a estrutura é uma vez hiperestática, cujo sistema principal é apresentado a
seguir:

Seja o Estado 0 o de carregamento, suas equações podem ser obtidas a partir do seguinte
figura, com a força de P = 2tf sendo aplicada na extremidade livre da viga:

29
= ⋅ ⋅ sin
= ⋅ ⋅ (1 − cos )

Para o Estado 1, com raciocínio inteiramente análogo, excetuando-se do fato de os senti-


dos estarem invertidos pela aplicação da carga unitária em sentido contrário:

= ⋅ sin
= ⋅ (1 − cos )

Assim, utilizando a equação de compatibilidade para um grau de hiperestaticidade:

+ ⋅ =0

Numa viga-balcão, devem ser considerados os efeitos do momento torsor. Ainda, em se


tratando de uma mola, devem ser avaliados os esforços cortantes onde esta se situa. Tem-
se, desse modo, os seguintes coeficientes:

= ⋅ + ⋅ +

=− ( ⋅ sin ) ⋅ ( ⋅ sin ) ⋅ ⋅

− ( ⋅ (1 − cos ))( ⋅ (1 − cos )) ⋅ ⋅ − (2) ⋅ (1)

30
Cabe ressaltar que o sinal negativo em todos os termos se deve aos sentidos contrários.
Além disso, deve-se lembrar de inserir o jacobiano quando utilizadas as coordenadas po-
lares. Desta forma:

=− sin ⋅ − (1 − cos ) ⋅ − (2) ⋅ (1)

(1 − cos 2 )
=− ⋅ − 1 − 2 cos + cos ⋅ − (2) ⋅ (1)
2
(1 + cos 2 )
=− 1 − cos 2 ⋅ − 1 − 2 cos + ⋅ − (2) ⋅ (1)
2 2
sin 2 sin 2
=− − − − 2 sin + + − (2) ⋅ (1)
2 2 2 2
=− − −2+ − (2) ⋅ (1)
2 2 2 4
3
=− − −2 − (2) ⋅ (1)
4 4

Substituindo os valores do problema, tem-se:

2⋅2 2,4 3
=− − 2⋅2 − 2 − 2,4 ⋅ (2) ⋅ (1) = −25,915
4 1,6 4

Calculando o outro termo, tem-se:

= ⋅ + ⋅ +

= ( ⋅ sin ) ⋅ ( ⋅ sin ) ⋅ ⋅

+ ( ⋅ (1 − cos ))( ⋅ (1 − cos )) ⋅ ⋅ + (1) ⋅ (1)

Agora, todos os termos são positivos pelo fato de ser utilizado um estado com ele mesmo.
Os dois primeiros termos já foram calculados na etapa anterior.

3
= + −2 + (1) ⋅ (1)
4 4
2⋅2 2,4 3
= + 2⋅2 − 2 + 2,4 ⋅ (1) ⋅ (1) = 23,515
4 1,6 4

Desta forma, tem-se:

+ ⋅ = 0 ⇒ −25,915 + 23,515 ⋅ =0∴ = 1,102

Assim, pode-se calcular o deslocamento:

0,102
= = = 0,102
10000

31
Método dos Deslocamentos
Sussekind Vol. III – 10.5 (Página 173)

Obter o diagrama de momentos fletores e as reações de apoio para o quadro da figura


abaixo.

SOLUÇÃO

A estrutura somente possui uma deslocabilidade interna. Desta forma, o sistema principal
é o apresentado na figura abaixo:

Carregamento Externo

Cabe ressaltar que a distância utilizada para este cálculo é perpendicular à aplicação da
carga, isto é, 4 m. Desta forma:

2⋅4
=− = = =1
8 8

32
Assim, = −1

Rotação Δ

BARRA AB: = = e = =
BARRA BC: = = 2 = e = = 2 =

Assim,
4 8 12
= + =
5 5 5

Calculando a única incógnita, tem-se:

+ ⋅ Δ = 0 ⇒ −1 + 2,4 ⋅ Δ = 0 ∴ Δ = 0,4167

Aplicando = + 0,417 ⋅ , obtém-se:

Resultando no diagrama:

33
Calculando as reações de apoio:

= 1,17 .
= 0,33 .
=0⇒ ⋅ 6 + 0,33 + 1,17 − 2 ⋅ 2 = 0 ⇒ = 0,42

=0⇒ = ∴ = 0,42
= 0 ⇒ 0,33 + 0,67 + ⋅3− ⋅4=0∴ = 0,57
=0⇒ + =2∴ = 1,43

34
Sussekind Vol. III – 10.6 (Página 173)

Obter o diagrama de momentos fletores e as reações de apoio para o quadro da figura


abaixo, cujas barras têm, todas, EJ = 104 tm2 e cujo engaste elástico tem K = 104 tm/rad.

SOLUÇÃO

Haverá duas deslocabilidades internas na estrutura: no nó A (devido à mola) e no nó B.


Não haverá, entretanto, deslocabilidade externa.

O primeiro passo é reduzir o balanço a um momento e uma força pontual aplicadas no nó


C, de forma a aplicar as tabelas de engastamento perfeito.

Assim, os Estados 0, 1 e 2 podem ser representados da seguinte forma:

35
Estado 0 – Carregamento

Tem-se, os momentos de engastamento perfeito:

⋅ ⋅
Barra AB: =− = = = 16
⋅ ⋅
Barra BC: = = = 13,5

Ainda, com o momento horário no apoio em C, este é transmitido para o apoio B.

Assim,

= +16
= −16 + 13,5 − 3 = −5,5

Estado 1 – Rotação Δ

Barra AB: = = = e = = =

Ainda, deve-se considerar a constante da mola aplicando uma rotação unitária. Assim,
deve ser somada ao Nó A o valor de 104 = EJ.

36
Assim,
3
= + =
2 2
=
4

Estado 2 – Rotação Δ

Barra AB: = = = e = = =
Barra BC: = = =
Barra BE: = = = e = = =

Assim,
=
4
= + + =2
2 2

Calculando as incógnitas e dividindo os coeficientes da matriz de rigidez por EJ, tem-se:

3 1
Δ 0 Δ −16
+ ⋅ = ⇒ 2 4 ⋅ =
β Δ 0 1 Δ 5,5
2
4
Δ = −11,37
Δ = 4,18

Basta aplicar a fórmula = − 11,37 ⋅ + 4,18 ⋅ , em que E1 e E2 são os coefici-


entes que multiplicam o termo EJ em cada uma das rotações.

Dessa forma, aplicando a equação para todos os nós, atentando-se à convenção de que o
momento horário é negativo e o anti-horário, positivo, obtém-se:

37
Resultando no seguinte diagrama, lembrando de reestabelecer o balanço:

Para o cálculo das reações de apoio, buscam-se VA, HA, VC, VE, HE e ME.

= 2,1

: =0⇒ ⋅ 8 − 11,4 + 16,8 − 3 ⋅ 8 ⋅ 4 = 0 ∴ = 11,33

: = 0 ⇒ 11,33 + −3⋅8=0∴ = 12,67

38
: =0⇒ ⋅ 6 + 12,6 − 6 − 6 ⋅ 6 − 3 ⋅ 6 ⋅ 3 = 0 ∴ = 13,90

: = 0 ⇒ 13,90 + −6−3⋅6 =0∴ = 10,10

: = 0 ⇒ 4,2 + 2,1 − ⋅4=0∴ = 1,58

: =0⇒ − =0∴ = 1,58

Pelo equilíbrio do nó B, VE = 10,10 + 12,67 = 22,77 t.

Também pelo equilíbrio do nó B, HÁ = 1,58 t.

39
Sussekind Vol. III – 10.12 – adaptado (Página 175)

Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro de inércia constante da figura


abaixo:

SOLUÇÃO

Nota-se que a estrutura possui somente um grau de deslocabilidade interna, não havendo
graus de deslocabilidade externa. Dessa forma, deve ser inserida uma chapa no nó B. Isto
pode ser visualizado na figura a seguir.

Com somente um grau de deslocabilidade, deve ser resolvida a equação:

+ ⋅Δ =0

Usando as tabelas de engastamento perfeito, para o Estado 0, tem-se:

40
Para uma carga pontual, pela tabela de engastamentos perfeitos, temos:

⋅ ⋅
= ⋅ (1 + 2 )
2⋅( + )

Com a carga aplicada no apoio, o momento seria igual a zero no engaste para as três
barras do Estado 0

Assim,
=0

Diante disso, não é necessário calcular o outro coeficiente, tendo em vista que:

+ ⋅Δ =0⇒ 0+ ⋅Δ =0∴Δ =0

Aplicando = + ⋅Δ :

Como MB = 0, E = 0 para todas as barras.

Assim, não há DMF para a estrutura.

41
Sussekind Vol. III – 10.15 (Página 176)

Obter o diagrama de momentos fletores e as reações de apoio para o quadro simétrico da


figura abaixo, cujas barras têm EJ = 104 tm² e cujo engaste elástico tem K = 0,5 x 104
mt/rad.

SOLUÇÃO

Nota-se primeiramente que a estrutura é simétrica, com um eixo que passa pelo ponto E.
Dividindo a estrutura ao meio, há apenas duas deslocabilidades internas nesta: no nó A
(devido à mola) e no nó B. Assim, temos o seguinte sistema principal:

Estado 0 – Carregamento

Tem-se, os momentos de engastamento perfeito:

42
⋅ ⋅
Barra AB: =− = = =3
⋅ ⋅
Barra BC: =− = = = 12

Assim,

=3
= −3 + 12 = 9

Estado 1 – Rotação Δ

Barra AB: = = = e = = =

Ainda, deve-se considerar a constante da mola aplicando uma rotação unitária. Assim,
deve ser somada ao Nó A o valor de 0,5 x 104 = 0,5 x EJ.

Assim,
4 1 11
= + =
3 2 6
2
=
3

Estado 2 – Rotação Δ

43
Barra AB: = = = e = = =
Barra BE: = = = e = = =
Barra BC: = = =

Assim,
2
=
3
4 4 1 37
= + + =
3 5 3 15

Calculando as incógnitas , tem-se:

11 2
Δ 0 3 ⋅ Δ −3
+ ⋅ = ⇒ 6 =
β Δ 0 2 37 Δ −9
3 15
Δ = −0,34
Δ = −3,56

Basta aplicar a fórmula = − 0,34 ⋅ − 3,56 ⋅ , em que E1 e E2 são os coeficien-


tes que multiplicam o termo EJ em cada uma das rotações. Tem-se, assim:

Resultando no seguinte diagrama, tendo em vista que o DMF é simétrico:

44
Para obter as reações de apoio, tem-se:

= 0,17

: =0⇒ ⋅ 3 + 7,97 − 0,17 − 4 ⋅ 3 ⋅ 1,5 = 0 ∴ = 3,40

: = 0 ⇒ 3,40 + −4⋅3=0 ∴ = 8,6

Na Barra BC, o carregamento é simétrico, bem como os momentos. Diante disso,

4⋅6
: = = 12
2

: = 12 + 8,6 = 20,6
: = 0 ⇒ −2,84 − 1,43 + ⋅3+ ⋅4 =0∴ = 14,38

Dividindo essa reação entre as barras AB e BC, temos HA = 7,19 t.

Temos ainda que HE e ME são nulas quando considerado o sistema como um todo devido
à simetria existente. Além disso, VE = 40,20 t, também pela simetria.

45
Sussekind Vol. III – 10.16 (Página 176)

Tirando partido da anti-simetria existente (e escolhendo o método hiperestático que acar-


retar menor número de incógnitas), calcular o deslocamento horizontal da barra AB para
o quadro da figura abaixo, que tem EJ = 104 tm².

SOLUÇÃO

De forma a serem utilizadas as simplificações provenientes da simetria e da anti-simetria


de uma estrutura, deve ser utilizada a técnica do arranjo de cargas.

Assim, serão analisadas separadamente as partes simétrica e anti-simétrica da estrutura.

 Parte Simétrica

Observa-se claramente que as cargas aplicadas somente comprimem a barra AB, não ge-
rando momentos fletores na estrutura. Isso é reforçado pela geometria existente na estru-
tura. Dessa forma, a estrutura simétrica não gera DMF.

 Parte Anti-simétrica

Tendo em vista que, embora o método das forças acarrete o menor número de incógnitas,
o problema aqui calculado será pelo método dos deslocamentos. Isso ocorre pois se pede
o deslocamento da barra AB, que seria fornecido diretamente pelos Δs das equações de
compatibilidade.

Caso fosse utilizado o método dos deslocamentos, seria necessário recorrer ao Teorema
de Pasternak, objeto de estudo de módulos anteriores.
46
Dessa forma, com o carregamento anti-simétrico, teríamos a simplificação:

Assim, com três deslocabilidades (duas externas e uma interna), podemos resolver a es-
trutura.

Carregamento externo

Como a carga está aplicada no nó não há momentos na estrutura no estado de carrega-


mento. Dessa forma,

=0
= −2
=0

Rotação Δ

47
BARRA CE: = = = e = = =
BARRA AC: = = = e = = =
BARRA CD: = = =

Assim,
3 7
= 1+1+ =
2 2
1
=
3
1 1
= − =0
3 3

Deslocamento Δ

BARRA AC: = = = e = = =

Assim,
1
=
3
1
=
9
1
=−
9

48
Deslocamento Δ

BARRA AC: = = = e = = =
BARRA CE: = = = e = = =

Assim,
1 1
= − =0
3 3
1
=−
9
1 1 2
= + =
9 9 9

Calculando as incógnitas, tem-se:

7 1
0
Δ 2 3 Δ
0 1 1 1 0
+ ⋅ Δ = 0 ⇒ − ⋅ Δ = 2
Δ 0 3 9 9 Δ 0
1 2
0 −
9 9
Δ = −8,0
Δ = 84,0
Δ = 42,0

Deseja-se o Δ , referente ao deslocamento da barra AB. Para obter o deslocamento real,


deve-se dividir por EJ diante das simplificações adotadas na resolução do problema.

84
= = 0,0084 ∴ = 8,4
10

49
Sussekind Vol. III – 10.17 (Página 176)

Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro da figura abaixo:

SOLUÇÃO

De forma a serem utilizadas as simplificações provenientes da simetria e da anti-simetria


de uma estrutura, deve ser utilizada a técnica do arranjo de cargas.

Assim, serão analisadas separadamente as partes simétrica e anti-simétrica da estrutura.

 Parte Simétrica

Quando há simetria no carregamento para uma estrutura geometricamente simétrica, em


que o eixo corta uma barra da estrutura, há de ser colocado um engaste, eliminando a
barra que coincide com o eixo.

Dessa forma, seria necessário resolver à estrutura:

50
Esta estrutura não apresenta graus de deslocabilidade (internos ou externos), inferindo
que não há um diagrama de momentos fletores. Assim, a solicitação simétrica não exerce
influência para o diagrama da estrutura como um todo.

 Parte Anti-simétrica

Quando há anti-simetria no carregamento para uma estrutura geometricamente simétrica,


em que o eixo corta uma barra da estrutura, a barra é mantida na estrutura, porém sua
inércia é reduzida à metade.

Dessa forma, seria necessário resolver à estrutura:

Tal estrutura apresenta dois graus de deslocabilidade, um externo e outro interno. Sendo
assim, o sistema principal a ser utilizado é:

51
Estado 0 – Carregamento

Tem-se, os momentos de engastamento perfeito:

Como há somente uma carga pontual aplicada no apoio, não há momento no Nó C em


qualquer uma das barras.

Ainda,

: =0⇒ +2=0∴ = −2

Assim,

=0
= −2

Estado 1 – Rotação Δ

BARRA BC: = = =
BARRA CF: = = =

Temos ainda que:

52
1
: =0⇒ + ⋅6=0∴ =
12

Pela notação da figura, nota-se que HB =

Assim,
1 3
=1+ =
2 2
1
=
12

Estado 2 – Deslocamento Δ

Utilizando a convenção de que, para um deslocamento ortogonal recíproco, o momento


será positivo se a extremidade direita da barra descer em relação à extremidade esquerda,
tem-se:

BARRA AB: = = =
BARRA CF: = = =

Assim, calculando HB e HC conforme notação da figura, para as barras AB e CF, respec-


tivamente, tem-se:

1
: =0⇒ + ⋅3=0∴ =
9
1
: =0⇒ + ⋅6=0∴ =
72

Assim,
1
=
12
1 1 1
= + =
9 72 8

Calculando as incógnitas , tem-se:

53
3 1
Δ 0 Δ 0
+ ⋅ = ⇒ 2 12 ⋅ =
β Δ 0 1 1 Δ 2
12 8
Δ = −0,93
Δ = 16,61

Basta aplicar a fórmula = − 0,93 ⋅ + 16,61 ⋅ , em que E1 e E2 são os coefici-


entes que multiplicam o termo EJ em cada uma das rotações / translações.

Dessa forma, aplicando a equação para todos os nós, atentando-se à convenção de que o
momento horário é negativo e o anti-horário, positivo, obtém-se:

O diagrama final deve ser obtido sabendo-se que o DMF é anti-simétrico. Por esse mo-
tivo, a barra CF está submetida a 1,86 tf.m (soma dos momentos fletores nas barras BC e
CD). Dessa forma,

54
Sussekind Vol. III – 10.18 (Página 176)

Obter o diagrama de momentos fletores e calcular as reações de apoio para o quadro da


figura abaixo, que tem inércia constante.

SOLUÇÃO

A estrutura é claramente simétrica, sendo possível simplificar a sua resolução. Além


disso, nota-se que os nós E e F são indeslocáveis externamente por estarem posicionados
entre dois nós deslocáveis. Por consequência, por estar entre os nós E e F, o nó G também
é indeslocável. Assim, a estrutura fica reduzida a:

Esta estrutura, portanto, possui uma deslocabilidade interna. Logo, o sistema principal é:

55
Estado 0 – Carregamento

Tem-se, os momentos de engastamento perfeito:

⋅ ⋅
Barra AE: =− = = =4
⋅ ⋅
Barra EG: =− = = =4
⋅ ⋅
Barra EF: = = =4

Cabe ressaltar que se usa l = 4 m para as barras inclinadas pois o carregamento atua na
direção vertical e não perpendicular à barra.

Assim,
= −4 + 4 + 4 = 4

Estado 1 – Rotação Δ

BARRA AE: = = = e = = =
BARRA EG: = = = e = = =
BARRA EF: = = =
BARRA EB: = = =

56
Assim,
4 4 1 57
= + + +1 =
5 5 4 20

Calculando a única incógnita, tem-se:

57
+ ⋅Δ =0⇒4+ ⋅ Δ = 0 ⇒ −80 = 57 ⋅ Δ ∴ Δ = −1,40
20

Basta aplicar a fórmula = − 1,40 ⋅ , em que E1 é o coeficiente que multiplica o


termo EJ em cada uma das rotações.

Dessa forma, aplicando a equação para todos os nós, atentando-se à convenção de que o
momento horário é negativo e o anti-horário, positivo, obtém-se:

O diagrama final é, portanto, sabendo-se que o DMF é simétrico:

As reações podem ser obtidas por:

57
: = 0 ⇒ 1,40 = ⋅3∴ = 0,47
: = 3,44
: = 0 ⇒ 3,44 − 5,12 + 3 ⋅ 4 ⋅ 2 − ⋅4+ ⋅3=0
3⋅ −4⋅ = −22,32

Ainda,

Por simetria,

= = 0,47 ; = = 3,44
= = ; = = ; = =

=0⇒2⋅ +2⋅ = 3 ⋅ 16 + 4 ⇒ + = 26

Em posse destas duas equações, uma terceira deve ser obtida para o cálculo completo das
reações de apoio. Diante disso, a estrutura deve ser separada novamente:

58
Em que R1 e R2 são as reações provenientes da rótula e, consequentemente, do corte.
Nota-se que foram empregadas as propriedades da simetria da estrutura e do carrega-
mento.

Assim,

=0⇒2⋅ = 4 + 3 ⋅ 8 = 28 ∴ = 14

Substituindo nas equações anteriores:

+ = 26 ∴ = 12

3⋅ −4⋅ = −22,32 ⇒ 3 ⋅ = −22,32 + 4 ⋅ 12 ∴ = 8,56

59
Sussekind Vol. III – 10.22 (Página 178)

Resolver a grelha da figura abaixo, se os engastes A e D sofrem os recalques indicados,


perpendiculares ao plano da grelha. Empregue as simplificações devido à anti-simetria
existente.

Dados:

= 2, sendo = 10 ,

SOLUÇÃO

Temos uma estrutura simétrica com carregamento anti-simétrico (neste caso, recalque).
Desta forma, há uma rigidez de anti-simetria à flexão e o dobro da rigidez à torção.

Ainda, há três deslocabilidades na estrutura no nó B: duas internas (chapas nas barras AB


e BC) uma externa (inserção de um apoio de primeiro gênero. Assim, utilizando o sistema
principal a seguir e adotando como referência a indicação da figura, tem-se:

Desta forma, devem ser calculados os estados referentes ao recalque, às rotações e ao


deslocamento.

60
Recalque

6 6⋅ ⋅ 10 3
= = = = ⋅ 10
4 8
12 12 ⋅ ⋅ 10 3
= = = = ⋅ 10
4 16

Assim,
=0
= −37,5
= −18,75

Rotação Δ

6 1 6 7
= + = + =
24 8 8
=0
12 12 3
=− =− =−
8 16

61
Rotação Δ

=0
4 2 4 2 9
=− − =− − =−
4 8⋅2 8
6 6 3
= = =
4 8

Deslocamento Δ

6 6 3
= − ⋅2=− ⋅2=−
8 16
6 6 3
= = =
4 8
12 12 12 12 15
= + ⋅2= + ⋅2 =
4 8 64

Cabe ressaltar que, para a barra BC, os termos foram dobrados tendo em vista que o des-
locamento de ambas as extremidades da barra se dá naquele ponto pela anti-simetria do
carregamento.

Dessa forma, seria necessário aplicar as equações de compatibilidade e resolver ao se-


guinte sistema linear:

62
7 3
0 −
Δ 8 16 Δ 0
0 9 3
+ Δ = 0 ⇒ 0 − ⋅ ⋅ Δ = 37,5
Δ 0 8 8 Δ 18,75
3 3 15

16 8 64

Δ 2,098 ⋅ 10
Δ = −6,993 ⋅ 10
Δ 9,790 ⋅ 10

Assim, aplicando a equação:

= + 2,098 ⋅ 10 − 6,993 ⋅ 10 ⋅ + 9,790 ⋅ 10 ⋅

Podem ser obtidos os diagramas:

63
Sussekind Vol. II – Ex. II-4 (Página 118)

Obter o diagrama de momentos fletores para a estrutura da figura abaixo:

SOLUÇÃO

A estrutura possui duas deslocabilidades: uma interna e uma externa. O apoio de primeiro
gênero pode ser inserido tanto no nó B quanto no nó E. Optou-se por inseri-lo ao lado da
carga de 4 toneladas.

Temos o sistema principal:

Carregamento externo


BARRA BC: =− = = =4

64
Cabe ressaltar que foi utilizado l = 4 m pela distância perpendicular àquela que atua o
carregamento.

Assim,
=4
= −4

Rotação Δ


BARRA BC: = = =
BARRA CD: = = =
⋅ / ⋅
BARRA CE: = = =

1
=0⇒ ⋅3=1∴ =
3
1
= =
3

Assim,
1 5
= 1+1+ =
2 2
1
=
3

Deslocamento Δ

BARRA CD: = = =
BARRA AB: = = =

65
Assim,
1
=
3
1 1 2
= + =
9 9 9

Calculando as incógnitas, tem-se:

5 1
Δ 0 3 ⋅ Δ −4
+ ⋅ = ⇒ 2 =
β Δ 0 1 2 Δ 4
3 9

Δ = −5,0
Δ = 25,5

Aplicando = −5⋅ + 25,5 ⋅ , tem-se:

Resultando no diagrama:

66
Resolver o pórtico hiperestático

Resolver a estrutura desenvolvida com os dados: H = 4 m; P = 2 t; E = 2.106 tf/m2; JC =


0,024 m4; L = 6 m; q = 1 t/m.

SOLUÇÃO

Nota-se que a estrutura possui três deslocabilidades (duas internas e uma externa). Assim,
um sistema principal para a figura seria:

Assim, devem ser resolvidos os estados de carregamento externo, as rotações Δ e Δ e o


deslocamento Δ .

Carregamento externo


BARRA AC: =− = = =1

BARRA CD: =− = = =3

67
Assim,
=3−1=2
= −3
= −1

Rotação Δ

BARRA AC: = = = e = = =
BARRA CD: = = = e = = =

Ainda, = = =

Assim,
2 5
=1+ =
3 3
1
=
3
3
=
8

Rotação Δ

68
BARRA CD: = = = e = = =
BARRA BD: = = =

Ainda, = = =

Assim,
1
=
3
2 3 17
= + =
3 4 12
3
=
16

Deslocamento Δ

BARRA AC: = = = =
BARRA BD: = = =

Ainda, = = = e = = =

Assim,
3
=
8
3
=
16
3 3 15
= + =
16 64 64

Calculando as incógnitas, tem-se:

69
5 1 3
Δ 3 3 8 Δ
0 1 17 3 −2
+ ⋅ Δ = 0 ⇒ ⋅ ⋅ Δ = 3
Δ 0 3 12 16 Δ 1
3 3 15
8 16 64
5 1 3
3 3 8 Δ Δ = −3,43
1 17 3 0
⋅ Δ = 2 ∴ Δ = 1,83
3 12 16 Δ 0 Δ = 8,30
3 3 15
8 16 64

Aplicando = − 3,43 ⋅ + 1,83 ⋅ + 8,30 ⋅ , tem-se:

Resultando no diagrama:

70
Resolver o quadro hiperestático

Obter o DMF e as reações para o quadro a seguir:

SOLUÇÃO

Nota-se que a estrutura possui somente um grau de deslocabilidade interna, não havendo
graus de deslocabilidade externa. Dessa forma, deve ser inserida uma chapa no nó C. Isto
pode ser visualizado na figura a seguir.

Com somente um grau de deslocabilidade, deve ser resolvida a equação:

+ ⋅Δ =0

Usando as tabelas de engastamento perfeito, para o Estado 0, tem-se:

71
Barra AC:
⋅ 1⋅4 4
=− = = =
12 12 3
Barra BC:
⋅ 1⋅4 4
=− = = =
12 12 3

Assim,
4 4
= − =0
3 3

Diante disso, não é necessário calcular o outro coeficiente, tendo em vista que:

+ ⋅Δ =0⇒ 0+ ⋅Δ =0∴Δ =0

Aplicando = + ⋅Δ :

Portanto, o digrama é o próprio do estado de carregamento, assim como as reações de


apoio associadas. Logo,

Para obter as reações de apoio:

72
4 4
: =0⇒ 1⋅4⋅2+ − = ⋅4⇒ =2
3 3
4 4
: =0⇒1⋅4⋅2+ − = ⋅4⇒ =2
3 3

Por simetria, VA = HB = 2tf.

Tem-se, assim, o DMF:

73
Resolver o pórtico por Williot (Temperatura e Recalque)

Obter o diagrama de momentos fletores do quadro abaixo para as seguintes solicitações


(traçar a cadeia cinemática e o Williot correspondentes):

a. Variação de Temperatura: Ti = 10ºC e Te = 50ºC


b. Recalque: No apoio A, 2 cm para baixo e 1,5 para a esquerda.

Considerar h = 0,5 m, EJ = 10-1 tm²/ºC, EJ = 104 tm² Δ = 10-3.

SOLUÇÃO

Tanto para a variação de temperatura quanto para o recalque, nota-se que a estrutura pos-
sui um grau de deslocabilidade. Assim, o sistema principal a ser empregado é:

Empregando as tabelas:

2 2
= = Δ = 10 ⋅ 10 =4
5
4 4
= Δ = 10 ⋅ 10 =8
5

74
Dessa forma, = 8 + 8 = 16

a. O primeiro passo é calcular os termos tg e Δ para verificar se estes exercem influência


na barra. Assim,

+ 10 + 50
= = = 30 ℃
2 2
Δ = − = 10 − 50 = −40 ℃

Dessa forma, as duas parcelas são relevantes e serão tratadas separadamente.

a.1 Efeito do tg

Estes devem ser calculados por Williot e as seguintes equações:

Δ = ⋅ ⋅ = 5 ⋅ 10 ⋅ 30 = 0,0015 = 1,5
Δ = ⋅ ⋅ = 5 ⋅ 10 ⋅ 30 = 0,0015 = 1,5

A cadeia cinemática pode ser obtida pelo prolongamento das deformações nas barras e,
em seguida, pelo traçado de arcos partindo da origem das barras até o fim destas após a
deformação. O encontro dos arcos é o ponto C’ (após a deformação).

Assim, a cadeia cinemática pode ser vista a seguir:

Em seguida, deve ser traçado o Williot pelo seguinte procedimento:

1. É definida a origem do sistema, pelos nós engastados.


2. As deformações calculadas (Δ e Δ ) são traçadas a partir da origem na direção
das barras correspondentes.
3. São traçadas perpendiculares às barras (e, consequentemente, às deformações).
4. O encontro das perpendiculares é o novo ponto C.
5. O comprimento das perpendiculares entre o fim da deformação da barra e o novo
ponto C é o deslocamento ortogonal recíproco.

Feito isso, o Williot para o tg é o seguinte:

75
Em que = =2

Dessa forma, utilizando a convenção de que um deslocamento ortogonal recíproco é po-


sitivo quando a extremidade direita da barra descer em relação à esquerda, tem-se:

⋅ ⋅ ⋅
BARRA AC: = = = = 4,8
⋅ ⋅ ⋅
BARRA BC: = =− =− = −4,8

Assim, = 4,8 − 4,8 = 0

a.2 Efeito do Δ

Nesse caso, há fórmulas para o cálculo dos momentos associados.

⋅( )
BARRA AC: =− = = ,
= −8,0
⋅( )
BARRA BC: =− = = ,
= −8,0

76
Assim, = −8,0 + 8,0 = 0

a.3 Superposição dos efeitos

Temos que, para o estado de variação de temperatura:

Dessa forma, calculando a única incógnita do problema,

+ ⋅Δ =0⇒ + + ⋅ Δ = 0 ⇒ 0 + 16 ⋅ Δ = 0
Δ =0

Assim, = , resultando no diagrama da figura anterior.

b. De forma a ter uma ideia acerca do comportamento mecânico da barra, deve ser traçada
a cadeia cinemática da estrutura.

77
Em seguida, é necessário traçar o Williot para a estrutura, levando em consideração algu-
mas regras:

1. A partir da origem do sistema, dada pelo nó engastado, devem ser traçados os


recalques na ordem em que aconteceram.
2. Após estes traçados, é obtido a nova posição do ponto A.
3. Devem ser traçadas perpendiculares às barras nos pontos fixos (A e B).
4. O encontro destas perpendiculares é o ponto C.
5. O comprimento das perpendiculares entre os pontos A ou B e o novo ponto C é o
deslocamento ortogonal recíproco.

Cabe ressaltar que as linhas pontilhadas são as direções das barras. Além disso, mediu-se
= 2,5

Utilizando novamente a convenção de que um deslocamento ortogonal recíproco é posi-


tivo quando a extremidade direita da barra descer em relação à esquerda, tem-se:

⋅ ⋅ , ⋅
BARRA BC: = = = = 60

Dessa forma, calculando a única incógnita do problema,

+ ⋅ Δ = 0 ⇒ 60 + 16 ⋅ Δ = 0
Δ = −3,75

Assim, aplicando = − 3,75 ⋅ , tem-se:

78
Resultando no seguinte diagrama:

79
Processo de Cross
Resolver a viga hiperestática

Resolver a viga da figura pelo Processo de Cross:

SOLUÇÃO

Para aplicar as tabelas de engastamento perfeito, primeiramente é necessário reduzir o


balanço a um carregamento e uma força, isto é, calculando os esforços no nó E.

Assim, temos que:

a. Coeficientes de distribuição

Adotando J = 24 e trabalhando com rigidez relativa para as barras, tem-se:



Barra 1: = = = 12,0
Barra 2: = = = = 6,0
Barra 3: = = = = 6,0
Barra 4: = ⋅ = ⋅ = 4,5

Em torno do nó B:

12
= = 0,67
12 + 6

80
6
= = 0,33
12 + 6

Em torno do nó C:

6
= = 0,5
6+6
6
= = 0,5
6+6

Em torno do nó D:

6
= = 0,57
6 + 4,5
4,5
= = 0,43
6 + 4,5

b. Momentos de engastamento perfeito

Utilizando as tabelas, temos:

⋅ ⋅
Barra 1: =− = = = 4,0
⋅ ⋅
Barra 2: =− = = =4,0
⋅ ⋅
Barra 3: =− = = = 4,0
⋅ ⋅
Barra 4: = + ⋅ − = + 2 ⋅ 4 − = 4,5

Cabe ressaltar que os efeitos do carregamento distribuído, da força pontual aplicada e do


momento foram sobrepostos na barra 4.

c. Equilíbrio de momentos

Em posse dos coeficientes de distribuição e dos momentos de engastamento perfeito, es-


tes situados sobre o sistema principal, deve-se proceder ao equilíbrio do sistema. Inicia-
se pelo nó mais desiquilibrado (nó D) até uma precisão desejada. Neste caso, adotaremos
0,01 como precisão.

81
Pode ser feita uma ressalva quanto ao processo adotado para a construção desta tabela.

1. Feita a soma dos nós, verifica-se se há equilíbrio, isto é, somatório igual a zero;
2. Caso não seja verificado o equilíbrio, aplicar a proporção (pelos coeficientes de
distribuição) sobre o resíduo e utilizar seu resultado com sinal contrário;
3. Aplicar a transmissibilidade para vigas biengastadas (dividindo por 2);
4. Repetir o processo nos nós subsequentes até que seja verificado o equilíbrio em
todos ou até que seja atingida a precisão desejada.

Para traçar os diagramas, basta saber quais fibras estão tracionando ou comprimindo. Para
isso, basta aplicar a convenção adotada (momento anti-horário positivo e momento horá-
rio negativo). Assim, temos:

Pode ser obtido o diagrama de momentos fletores:

82
Sussekind Vol. III – Ex. I-1 (Página 27)

Obter o diagrama de momentos fletores e as reações de apoio para o quadro da figura


abaixo, cujo material tem E = 2.104 t/m2 e cujas barras possuem inércia constante e igual
a 0,024 m². Utilizar o Processo de Cross.

SOLUÇÃO

Para empregar o Processo de Cross, deve-se obter os coeficientes de distribuição e os


momentos de engastamento perfeito.

Temos, antes disso, o seguinte sistema principal:

a. Coeficientes de distribuição.

Usando J = 24 com o objetivo de simplificar as contas e trabalhando com rigidez rela-


tiva, tem-se:

BARRA AB: = = =4
BARRA BC: = = = =3
BARRA CE: = = =4
BARRA CD: = = =3

83
Em torno do nó B:

4
= = 0,57
4+3
3
= = 0,43
4+3

Em torno do nó C:

3
= = 0,30
3+4+3
4
= = 0,40
3+4+3
3
= = 0,30
3+4+3

b. Momentos de engastamento perfeito



BARRA BC: =− = = =6

BARRA CD: = = = 18

c. Equilíbrio de momentos

Em posse dos coeficientes de distribuição e dos momentos de engastamento perfeito, es-


tes situados sobre o sistema principal, deve-se proceder ao equilíbrio do sistema. Inicia-
se pelo nó mais desiquilibrado (nó D) até uma precisão desejada. Neste caso, adotaremos
0,01 como precisão.

Cabe ressaltar que haverá pequenas diferenças em relação ao diagrama da página 27 pelo
fato de o processo ser iterativo e, além disso, ser feita um arredondamento após cada uma
das iterações.

84
Resultando no diagrama:

85
Prosseguindo com o cálculo das reações de apoio:

= 1,24 .
= 2,26 .
= 0 ⇒ 2,46 + 1,24 = ⋅6 ∴ = 0,62
= 0 ⇒ 4,52 + 2,26 = ⋅6 ∴ = 1,13
=0⇒ + = = 1,13 + 0,62 ∴ = 1,75
=0⇒ ⋅ 6 + 14,68 − 4 ⋅ 6 ⋅ 3 = 0 ∴ = 9,56
= 0 ⇒ 1,24 + 10,26 + ⋅ 8 = ⋅6+6⋅4∴ = 2,03
=0⇒ + + =6+4⋅6∴ = 18,41

86
Sussekind Vol. III – Ex. I-5 (Página 37)

Obter o diagrama de momentos para a viga de inércia constante. Considere um engaste


elástico de K = 104 mt/rad e a viga tem EJ = 0,6 . 104 tm². Utilizar o Processo de Cross.

SOLUÇÃO

Para aplicar as tabelas de engastamento perfeito, primeiramente é necessário reduzir o


balanço a um carregamento e uma força, isto é, calculando os esforços no nó E.

Assim, temos que:

a. Coeficientes de distribuição

⋅ , ⋅
BARRA AB: = = = = 4000
⋅ , ⋅
BARRA BC: = = = 3000
APOIO ELÁSTICO: = 10000

Em torno do nó A:

10000
= = 0,71
10000 + 4000
4000
= = 0,29
10000 + 4000

Em torno do nó B:

4000
= = 0,57
4000 + 3000
3000
= = 0,43
4000 + 3000

87
b. Momentos de engastamento perfeito

Utilizando as tabelas, temos:

⋅ ⋅
BARRA AB: =− = = = 12,0
⋅ ⋅
BARRA BC: = − = − = 14,0

Cabe ressaltar que os efeitos do carregamento distribuído e do momento foram sobrepos-


tos na barra AB.

c. Equilíbrio de momentos

Em posse dos coeficientes de distribuição e dos momentos de engastamento perfeito, es-


tes situados sobre o sistema principal, deve-se proceder ao equilíbrio do sistema. Inicia-
se pelo nó mais desiquilibrado (nó D) até uma precisão desejada. Neste caso, adotaremos
0,01 como precisão.

Pode ser feita uma ressalva quanto ao processo adotado para a construção desta tabela.

1. Feita a soma dos nós, verifica-se se há equilíbrio, isto é, somatório igual a zero;
2. Caso não seja verificado o equilíbrio, aplicar a proporção (pelos coeficientes de
distribuição) sobre o resíduo e utilizar seu resultado com sinal contrário;
3. Aplicar a transmissibilidade para vigas biengastadas (dividindo por 2);
4. Repetir o processo nos nós subsequentes até que seja verificado o equilíbrio em
todos ou até que seja atingida a precisão desejada.

Assim, pode ser obtido o diagrama:

Cabe ressaltar que os valores não são exatamente iguais aos das iterações pelas aproxi-
mações feitas no processo, mas a diferença entre estes é pouco significativa.

88

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