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III Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG

I Salão de Extensão & I Mostra Científica

http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao
ISSN 2318-8014

REFLEXÕES SOBRE O NARCISISMO NORMAL E PATOLÓGICO

Maria de Lourdes Terribile Rossi a Magda Medianeira de Mello b


a
Bacharel em Letras (Tradutor Português-Inglês) pela UCS e graduanda de Psicologia da FSG
b
Doutora em Psicologia pela Universidade de Lisboa e Docente da FSG.

Resumo
Maria.t.rossi@hotmail.com Esse artigo tem por objetivo tecer alguns comentários a respeito do
narcisismo, principalmente a diferenciação entre o normal e o
Rua Alfredo Chaves, 970 AP 21 patológico. Inclui o mito de Narciso, a origem da palavra narcisismo,
o processo de narcisização, o narcisismo primário e secundário, a
Caxias do Sul – RS função paterna, as patologias decorrentes do narcisismo e o papel da
Psicologia. Constitui um período intermediário entre o autoerotismo
CEP 95020-460 e o amor objetal. O conceito mais difundido é de que o narcisismo é
um enamoramento se si mesmo, uma forma de amor voltada para si
próprio. É um período de vital importância na vida do indivíduo,
Palavras-chave: pois possibilita o surgimento do Eu. O olhar da mãe é estruturante
Narcisismo. para a criança e desempenha papel decisivo nesse processo de
individualização. Quando não há o investimento libidinal necessário,
Patologias. corre-se o risco de desencadear futuras patologias de origem
narcísica, as chamadas patologias do vazio tão em voga na
Narcisização. atualidade.

Abstract

This article intends to make a few comments about the narcissism,


specially the differentiation between the normal and the pathological
one. It includes Narcissus myth, narcissism word origin,
narcissization process, primary and secondary narcissism, paternal
function, pathologies resulting from narcissism and Psychology role.
It is an interim period between the autoerotism and object-love. The
most widespread concept is that narcissism is a fall in love with
himself, a kind of love to himself. It’s a very important period in
one's life because it allows the appearance of the self. The mother's
gaze is structuring for the child and plays a decisive role in this
individualization process. When there isn’t the necessary libidinal
investment, there are many chances to arise narcissistic origin
pathologies, called emptiness pathologies so fashionable today.

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1. O MITO DE NARCISO

Segundo a mitologia grega, Narciso era um jovem detentor de uma beleza rara e
singular. O brilho de sua tez e a luminosidade de seus olhos equiparavam-se aos astros
fulgurantes. Exercia atração igualmente entre moças e rapazes. De aparência sedutora, dava
lugar a esperanças vãs, pois que repelia a todos os seus admiradores. Incendiava corações com
seu brilho reluzente e delicada suavidade. Dentre os tantos que consumiam-se nesse fogo,
estava a ninfa Eco que, ao ver Narciso, arde de desejo e segue furtivamente seus passos. Mas,
desprezada, ela aniquila-se. Assim como Eco, tantos outros viram-se desdenhados por Narciso
e sucumbiram ao peso dessa desdita.
Essa gélida acolhida de Narciso lhe traz repercussões. Uma das vítimas do seu
desprezo implora aos céus para que ele, Narciso, também possa jamais possuir o objeto do seu
amor, e sua prece é atendida. O castigo imposto à Narciso se dará segundo a lei de Talião,
receberá os mesmos castigos infligidos à outrem, porém em sentido inverso (jamais poderá
possuir a si mesmo).
Numa floresta, perto de um grande lago, Narciso encontra-se com seu destino. Havia
uma fonte de águas límpidas e intocadas. Nada jamais havia turvado a pureza daquelas águas
cristalinas. Assim como Narciso, essa fonte também era virgem. Sua mãe, Liríope, havia sido
uma ninfa, e seu pai Cefiso, o curso d’água que a enlaçara. Portanto, não se faz estranho que
Narciso encontre na água seu semelhante, visto que ele próprio já é espelho, assemelha-se a
essa superfície refletora.
Narciso enamora-se por essa beleza ímpar e é tomado por um amor súbito pela própria
imagem refletida na água. Seu rosto permanece impassível e seu corpo imóvel. Vítima de um
amor desesperado, tal qual costumava despertar, Narciso lamenta a sorte cruel por não poder
possuir esse ser que lhe seduz, mas que é inalcançável as suas mãos. É a ilusão do espelho, a
armadilha do duplo, pois que nada os separa efetivamente, nem mares ou montanhas ou
muralhas ou caminhos, simplesmente um pouco d’água. Narciso e seu objeto de desejo
aproximam-se até ficarem justapostos. O outro não é o outro, pois faz parte dele mesmo e o
objeto de seu amor é parte inseparável do mesmo sujeito. As duas faces fazem parte do mesmo
indivíduo. Embevecido com a própria imagem refletida nas águas límpidas, seu corpo verga-
se, cai na água e morre. Nesse mesmo lago nasce uma flor chamada narciso (NOOY, 2011).

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2. INTRODUÇÃO

Goethe ressaltou que ninguém pode nos dar amor, nem alegria, nem calor ou prazer, se
não tivermos tudo isso dentro de nós, pois que o outro só pode despertar o que já pulsa latente
em nosso âmago. Ainda que tenhamos um coração pleno de felicidade, impossível fazer o
outro feliz se ele permanecer frio, sem forças e indiferente diante de nós (RIOS, 2008).
Para elucidar um tema de dimensão primordial para a constituição da saúde mental do
ser humano, foi pensado um referencial teórico que contemplasse a devida importância desse
tópico. O presente trabalho intitulado “Reflexões sobre o Narcisismo Normal e Patológico”,
tem como objetivo geral compreender o narcisismo normal e patológico. A pesquisa tem como
objetivos específicos, entender o processo de narcisização da criança para a normalidade da
constituição psíquica, analisar os aspectos que diferenciam o narcisismo normal do patológico
e estudar a problemática resultante do narcisismo patológico. A problematização diz respeito a
como o narcisismo pode se tornar patológico.
A palavra “narcisismo” data do final do século XIX. Há um consenso entre os
estudiosos que pesquisaram a origem de tal signo de que o termo foi cunhado por dois clínicos,
Havelock Ellis (médico e psicólogo) e Paul Näcke (médico criminologista e psiquiatra). De
acordo com esses estudiosos, em 1898, Ellis teria elaborado um texto intitulado “Auto-erotism:
a study of the spontaneous manifestation of the sexual impulse” (Autoerotismo: um estudo
sobre a manifestação espontânea do impulso sexual) e teria usado a expressão “Narcissus-like”
(tal como Narciso), fazendo alusão ao mito grego. Paul Näcke, um ano depois, em 1899, teria
feito referência ao texto de Ellis e cunhado o referido termo, que expressaria uma forma de
amor voltada para a própria pessoa. A definição mais conhecida e divulgada é a de que o
narcisismo é um enamoramento por si mesmo (ENDO; GUIMARÃES, 2014). O narcisismo
refere-se a um estágio do desenvolvimento psicossexual da criança (DALGALARRONDO,
2008).
Narcisicamente, quando um casal está “grávido”, o filho que está por vir já ocupa um
lugar ideal na vida dos pais. Ele já é amado, sentido e idealizado. O nascimento da criança é
um marco decisivo em sua vida. Como ilustre visitante que chega à paragens desconhecidas, é
portador de uma sensibilidade exacerbada. As primeiras impressões deixam marcas fundantes
no seu psiquismo. São as chamadas marcas mnêmicas. Reage profundamente ao primeiro
toque, ao primeiro afago, à luminosidade, ao som a sua volta, às expressões que o recebem, ao

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ambiente de aconchego ou de hostilidade. Intimamente ele registra as primeiras impressões


desse vasto continente a ser desbravado. Essas impressões constituem as primeiras
representações da criança e vão delinear seu futuro jeito de ser. Sua primeira linguagem é o
choro. Através dele expressa todas as suas angústias.

3. METODOLOGIA

Esse trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica e da articulação teórica a


respeito de algumas reflexões sobre o narcisismo, sua origem, diferença entre narcisismo
normal e patológico e suas possíveis consequências. Abrange o mito de Narciso, narcisismo
primário e secundário, função paterna, patologias de origem narcísica tais como depressões,
borderline e do vazio e o papel da Psicologia. A pesquisa bibliográfica caracteriza-se por
utilizar “material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material
impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”
(GIL; 2010, p. 29). Além das características acima citadas, essa pesquisa assume o caráter de
qualitativa, que “...aborda o objeto de pesquisa sem a preocupação de medir ou qualificar os
dados coletados” (COSTA; FINDLAY; GUEDES, 2006, p. 16). O material bibliográfico está
restrito aos últimos dez anos (2005 a 2015). O presente artigo justifica-se pela relevância de
analisar a problemática que constitui uma porta aberta para o surgimento de várias
psicopatologias como neuroses e psicoses, quando a questão primária do narcisismo não é bem
resolvida. A seguir, breve citação ratificando a importância desse tema para que o indivíduo
tenha uma boa autoestima, um dentre os tantos benefícios resultantes do narcisismo bem
constituído: “El sentimiento de estima de sí es un residuo del narcisismo infantil y de las
realizaciones acordes al ideal. Un compuesto sostenido en mayor o menor grado por las
relaciones objetales y sus repercusiones narcisistas” ¹ (HORNSTEIN, 2006, p. 67).

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¹ “O sentimento de autoestima é um resíduo do narcisismo infantil e das realizações de acordo com o ideal. Um
composto sustentado em maior ou menor grau pelas relações objetais e suas repercussões narcisistas”.

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. Processo de Narcisização


Na abordagem psicanalítica o narcisismo está ligado à sexualidade. Integra a imagem
corporal e possibilita uma identidade, o surgimento do Eu. O narcisismo vai além do
autoerotismo e permite que se instaure um indivíduo diferenciado do outro. É uma relação auto
centrada, um estado de contemplação de si mesmo, de autossuficiência e perfeição. É um
processo onde o indivíduo apodera-se da imagem do próprio corpo, identificando-se com ela.
Olha-se no espelho e reconhece a imagem como sendo sua. O narcisismo é uma fase
intermediária entre o autoerotismo e o amor objetal (O CONCEITO..., 2015).
O narcisismo ocorre a partir do encontro do sujeito com o Outro. Na relação primordial
com os pais está a origem da saúde mental ou de futuros dissabores. O olhar da mãe é
estruturante para a criança. A mãe serve de espelho para ela. O tom de sua voz também é de
extrema importância, posto que esse foi o vínculo mantido desde as suas primeiras horas de
vida intrauterina. A palavra da mãe é acolhedora, aconchegante, promove segurança. Quando
não tem a palavra instituída corre-se o risco de surgir várias patologias.
O narcisismo reporta-se à fase pré-edípica. Caracteriza-se pelo olhar, amor e
investimento libidinal maternos. À mãe cabe o papel da sexualização do bebê. Concomitante
ao processo de libidinização, deve ocorrer a narcisização desse pequeno ser. Isso se dá na
relação mãe-bebê. A mãe imprime amor e carinho no momento em que o cerca de cuidados e
atenções e à medida em que aprende a interpretar a natureza dos diversos choros de seu
rebento. A narcisização ocorre também por meio do desvelo que lhe dedica nas mamadas
aconchegantes, nas trocas de fralda carinhosas, no toque suave e delicado, nas doces canções
de ninar, nos banhos reconfortantes e no olhar pleno de amor que promovem prazer e bem
estar acolhedores e envolventes.
A partir do seu nascimento a criança começa a ser invadida por uma energia que vem
de fora, visto que se fazem necessários cuidados imediatos como alimentação e higiene. Ela
não entende prontamente o que vem a ser essa energia, pois não faz sentido para ela, mas é
uma invasão que promove grande excitação em seu organismo. A partir desses cuidados
básicos que lhe são dispensados, vai ficando impregnada dessa energia e ela não tem como
pensar, imaginar ou sequer saber o que está sentindo, pois ainda não tem um aparelho psíquico
formado.

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Essa energia que num primeiro momento entra desligada e que excita o bebê por ele
não saber o que é e nem o que fazer com isso, vai tomando forma, vai se delineando e fazendo
sentido para a criança, através do “plus” que a mãe lhe devota constantemente. É o sexual
entrando no bebê. Energia que entra desligada e que, a princípio, é traumática. Tudo o que a
criança ainda não sabe nomear é traumático, trata-se de um excesso para o psiquismo que ela
dispõe no momento. Ela não tem condições de lidar com esse montante de energia, pois ainda
não tem uma subjetividade estruturada. No entanto, deixa de ser traumático à medida em que
essa energia vai sendo ligada, vai se tornando plena de sentido e bem estar para o bebê, por
meio dos cuidados dispensados pela mãe. A mãe é que faz esse trabalho de ligação. Como a
mãe é um ser psiquicamente constituído e possui um inconsciente, ela possibilita a fundação
do inconsciente e do aparelho psíquico do bebê através de todos os cuidados dispensados a ele.
O inconsciente é a primeira instância do aparelho psíquico a se formar. Surgem as primeiras
marcas que vão constituir as primeiras representações. Isso se dá por meio de um cheiro, um
cabelo, um toque. Posteriormente, com o olhar da mãe, constitui-se a segunda instância, o ego.
Em meio a essa atmosfera de cuidados e atenções, a mãe oferece ao bebê uma descarga
com satisfação, fazendo com que ele se destensione e libere a energia considerada, a princípio,
traumática. A pessoa que promove essa descarga com satisfação fica inscrita no psiquismo do
bebê de forma positiva. Para ele, essa pessoa sempre vai estar associada ao prazer, à satisfação,
à alegria e ao bem estar. Narcisizar é imprimir amor, é constituir o ego, é fazer com que o bebê
se sinta um ser diferenciado dos demais. O narcisismo se estrutura até um ano de idade
(MELLO, 2015).

4.2. Função Paterna


Em casos em que a mãe não dispõe de condições de libidinizar e narcisizar a criança,
por meio do olhar, do encantamento e do amor, é condição sine qua non que outra pessoa
desempenhe esse papel que originalmente caberia a ela. Pode ser o pai, uma tia ou a avó. O
importante é que ocorra a maternagem. Isso, certamente, evitará a instalação de futuras
patologias. O homem é o balizador da saúde mental da dupla mãe-bebê. Quando o pai percebe
que algo está errado nessa relação, ele pode assumir o bebê, olhar para ele e fazer com que
esse se desenvolva de forma plena e saudável em todos os aspectos. A função paterna organiza
a dupla, impede o surgimento de patologias em função dessa etapa não ter sido bem resolvida.
À ele cabe a responsabilidade pela saúde mental da família, pois ele harmoniza a dupla, tanto o
psiquismo da criança como da mãe. Se a mãe não estiver bem e o pai não se der conta de que o

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processo não está se desenvolvendo de forma saudável, instala-se o caos (MELLO, 2015).
A criança que recebe um bom investimento libidinal e grande riqueza afetiva,
seguramente levará para a vida uma bagagem ímpar, sem preço, inestimável, sob a forma de
autoestima, confiança e segurança.

4.3. Narcisismo Primário


No narcisismo primário a libido do sujeito fica investida nele mesmo. O bebê não
mantém uma relação com o ego, que ainda não dispõe, nem mesmo com o mundo exterior. Em
seu ínfimo universo só existe ele e sua mãe, melhor dizendo, sua mãe e ele como sendo um
prolongamento desta. “Não há, portanto, diferenciação entre o Eu e o não-Eu”
(DALGALARRONDO, 2008, p. 245). O Eu não é uma estrutura inata no ser humano. É
constituída a partir de uma ação psíquica chamada narcisismo. O Eu resulta do narcisismo.
Narcisismo não é sinônimo de autoerotismo. Uma estrutura como o ego tem que ser
desenvolvida, enquanto que os instintos autoeróticos são intrínsecos ao ser humano. No início
da existência o bebê tem dois objetos sexuais: ele próprio e a figura feminina, sua cuidadora. O
ego desenvolve-se com o afastamento do narcisismo primário, isto é, a libido que estava
centrada/investida no próprio sujeito desloca-se para um objeto externo (O CONCEITO...,
2015).
O amor sem limite que a criança nutre por si mesma nos primórdios de sua existência,
característico da fase do narcisismo, não desaparece (PESCE, 2013). Num dado momento da
relação mãe-bebê a criança percebe que o olhar materno desvia-se dela. Acompanhando esse
olhar, ela se dá conta de que a mãe deposita sua atenção em outra pessoa. Nesse momento,
ocorre a quebra narcísica, ou seja, outra pessoa entra nessa relação. Esse relacionamento que
até então era dual, a mãe e o bebê, passa a ser triangular: a mãe, o bebê e o estranho que atraiu
o olhar materno. Esse amor autocentrado da criança é substituído por uma instância psíquica
chamada ideal do ego. Esse estranho que entra na relação funciona como um modelo ao qual a
criança procura adaptar-se, pois julga ideal, oportuno e perfeito, afinal atraiu a atenção de sua
mãe. A criança vai perseguir esse ideal do ego ao longo de sua vida. Quanto mais conseguir
achegar-se a esse ideal do ego, maior sua satisfação e autoestima (PESCE, 2013).
A criança, paulatinamente, constitui seu Eu por meio de: contato com a realidade, que
sempre oferece uma resistência aos desejos do indivíduo; investimento libidinal dos pais;
projeção dos desejos inconscientes dos pais sobre ela; identificação com os pais, que tornam-
se modelos a serem seguidos (DALGALARRONDO, 2008).

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4.4. Narcisismo Secundário


No narcisismo primário todo reservatório da libido fica investido no eu ideal. O bebê é
seu próprio objeto de amor, é o depositário de toda perfeição, graça e beleza. É um amor auto-
centrado e também o objeto para o qual converge o amor de seus pais, pois eles veem nesse
bebê seu próprio eu ideal há muito deixado para trás. É como se revivessem o amor auto-
centrado que um dia nutriram por si mesmos. São tomados por uma sensação de onipotência
de que nada nem ninguém pode atingir o objeto alvo do seu amor. A afeição e idolatria que os
pais dedicam aos filhos é um amor pela própria imagem (LIMA; POLLO, 2005).
Os traços do narcisismo aparecem no percurso normal de desenvolvimento sexual do
ser humano, embora alguns evidenciam esses traços de forma patológica. O narcisismo
primário está implícito no indivíduo e o acompanha ao longo de sua vida. Com o decorrer do
tempo a criança adquire a capacidade de voltar-se para fora de si, de expressar sua afetividade
para objetos externos. Afinal, os ciclos de desenvolvimento são inevitáveis. Quando o
indivíduo volta a retirar o investimento que fez no outro e o investe novamente no próprio Eu
(ego), diz-se narcisismo secundário (CATÃO; MELLO, 2013). “O narcisismo secundário seria
o retorno do amor, da libido, para o próprio Eu, depois de ter sido direcionado em algum
momento a um objeto do mundo externo” (DALGALARRONDO, 2008, p. 253). Isso equivale
dizer que a energia psíquica investida nos objetos retorna ao ego.
Para a saúde holística do indivíduo, o ideal é que haja um equilíbrio entre o dar e o
receber, entre a libido do ego e a libido objetal. O homem, por natureza, está sempre disposto a
receber a energia que retorna do outro. Sendo assim, o narcisismo secundário é um estado
permanente no indivíduo. O narcisismo secundário promove a cisão entre a libido do eu e a
libido do objeto (LIMA; POLLO, 2005).

4.5. Narcisismo Patológico


O indivíduo precisa de amor para se estruturar e se constituir. “Todo indivíduo
necessita investir amorosamente no seu próprio Eu para sobreviver, para cuidar de si mesmo e
também, para poder amar outras pessoas” (DALGALARRONDO, 2008, p.253). Importa
salientar a intensidade de amor que é investida no próprio Eu. O indivíduo integralmente
narcísico não consegue relacionar-se com o mundo e as pessoas a sua volta e com isso
empobrece seus vínculos afetivos. Diferentemente, o indivíduo sem investimento narcísico
esvazia-se de si, desvaloriza-se e sente-se indigno de conviver nesse mundo

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(DALGALARRONDO, 2008). Constata-se, portanto, que o desinvestimento narcisista induz a


pessoa a sentir-se vazia, desvalorizada e sem amor. Quando a questão primária do narcisismo
não é bem resolvida, constitui-se uma porta aberta para o surgimento de várias
psicopatologias, como neuroses e psicoses. Os processos de libidinização e narcisização são
primordiais para a saúde mental do indivíduo. Quando há falhas em uma dessas instâncias, há
o desencadeamento de patologias de origem narcísica. Torna-se prejudicial a partir do
momento em que a pessoa apresenta predomínio de defesas primitivas como negação,
idealização, identificação projetiva e cisão. Amor demais pode capturar. A falta de olhar pode
desencadear distúrbios que futuramente se farão sentir. Tanto o excesso quanto a ausência de
investimento libidinal podem induzir a uma patologia. O equilíbrio é o imperativo que deve
presidir qualquer relação.
A mãe que não tem a questão do narcisismo bem resolvida não pode fazer com que
esse processo resulte em êxito com seu filho, posto que só é possível dar o que se tem. A mãe
é que faz com que a criança se sinta o Outro, um ser individual, com desejos e vontades
próprias. Ela faz isso através do olhar. Tanto a falta como o excesso do olhar e amor maternos
podem desencadear patologias.
A fusão é uma patologia que caracteriza-se por não ter separação entre mãe e bebê,
existe uma forte dependência emocional e psíquica entre ambos. Se o indivíduo não se sente
um ser individual, se permanece fusionado à mãe, sempre vai depender da aprovação do outro
ao qual está fusionado para sentir-se bem e pensar que está agindo corretamente. Ele não
poderá ser ele mesmo, pois estará sempre atrelado à preocupação sobre o que o outro pensa a
seu respeito. O outro, por sua vez, também deverá ser como ele idealiza e não como é de fato
(MELLO, 2015).

4.6. Patologias de origem narcísica


Dentre as patologias relacionadas ao narcisismo, encontram-se ampla gama de
depressões, borderline e patologias do vazio. A depressão está incluída no DSM-V
(Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5th. Ed.²) no capítulo dos
Transtornos Depressivos e o borderline e narcisista estão incluídos no capítulo dos
Transtornos de Personalidade (ARAÚJO; NETO, 2014).
Antes de abordar essas patologias cabe ressaltar a importância da estrutura psíquica do
indivíduo para defrontar-se com qualquer contexto do cotidiano. Uma estrutura saudável
consegue contornar a problemática diária, enquanto que uma estrutura deficitária não tem

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² Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª ed.
condições de confrontar-se com as controvérsias e frustrações que envolvem a realidade.

Há uma gradação da normalidade tanto em relação às neuroses como às psicoses. As


síndromes limítrofes são alvos cada vez mais frequentes tanto na clínica como no pensamento
psicanalítico (ARMONY, 2015). São indivíduos que convivem com a normalidade beirando a
anormalidade.

4.6.1 Depressão
Vive-se num mundo pleno de ambiguidades, de controvérsias, de cobranças internas e
externas. É praticamente impossível atender às exigências de tantas demandas. Conflitos entre
o que é permitido e o que é proibido são constantes, gerando sofrimentos e angústias. A
finitude é inerente ao ser humano, é uma das raras certezas que o indivíduo traz consigo. Mas,
essa certeza provoca vergonha e sensação de insuficiência. Existem situações em que o
indivíduo sente-se onipotente. Exemplo disso é uma mulher no período de gestação. Ela tem a
ilusão/sensação de que nada poderá atingir aquela vida que está se formando em suas
entranhas. Por isso, se algo sai errado ela pode cair em depressão.
Atualmente, quanto mais o indivíduo dispõe de autonomia e independência, melhor.
Não permanece atrelado a ninguém. Mas o homem é um ser gregário por natureza. Não é
possível viver só. Então, para suprir esse vazio, a válvula de escape volta-se para o uso de
drogas lícitas ou ilícitas. Isso gera vergonha e um sentimento de não ser bom o bastante, de
desvalorização, de menos valia. Em décadas passadas, com outra escala de crenças e valores
vigente na sociedade, o indivíduo preocupava-se com seu semelhante e com as consequências
provenientes de seus atos. Caso tivesse lesado alguém, segundo sua consciência, procurava
retratar-se junto a sua vítima, pois tal feito lhe causava culpa e mal-estar. Hoje, com a inversão
de valores, o indivíduo preocupa-se consigo e com seu desempenho pessoal. Quando esse não
corresponde as suas expectativas e exigências, é tomado por uma sensação de incompetência.
Julga-se desvalorizado. A autoimagem precede a autoestima. A consequência dessa
desvalorização de si o induz a um estado depressivo e sem ânimo.
No universo corporativo atual o indivíduo é valorizado/rotulado pela sua competência
ou insuficiência, gerando um profundo desgaste emocional e um constante estado de alerta a

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fim de corresponder às exigências da corporação. O mercado de trabalho privilegia a


responsabilidade, a iniciativa e a independência. O sujeito é instigado a corresponder a tais
expectativas da empresa, pois esta recruta seu narcisismo, seu ideal do ego, isto é, o modelo ao
qual ele procura conformar-se para manter sua autoestima elevada. A partir desse imperativo,
o próprio indivíduo passa a ter uma auto-cobrança exacerbada. Em não correspondendo a essa
expectativa, instala-se a vergonha e a frustração, induzindo-o à depressão. Sentindo-se ferido
em sua unidade narcísica, sua identidade abala-se, levando-o a um estado de paralisia e
incapacidade de resposta frente à situação que está vivenciando. O que aniquila o indivíduo se
reduz ao que ele pensa dele mesmo, à autoimagem abalada e também aos pensamentos que lhe
ocorrem sobre o olhar do outro. Depressão e vergonha caminham juntas. (VERZTMAN et al,
2012). Como diz o adágio popular, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.

4.6.2 Borderline
O indivíduo borderline possui uma organização psíquica que permeia ora a neurose,
ora a psicose. Daí a denominação border, fronteiriço ou falso self (aparência falsa, falso ego).
É uma patologia que deriva do narcisismo. O indivíduo borderline normalmente é agressivo e
coloca-se em risco, podendo machucar-se. Seus relacionamentos são muito instáveis pela
dificuldade e alternância dos estados de humor. A metamorfose é uma constante no seu dia a
dia. Inseguro com relação ao amor da família e das pessoas próximas, não tolera ser rejeitado e
nem consegue lidar com as frustrações. Difícil manter a autoestima e o auto-controle. Transita
na borda de várias patologias (MELLO, 2015).
Quando em grupo se fortalecem mutuamente e podem colocar a descarga afetiva em
ato (acting out). Conforme Aberastury e Knobel (2011, p. 38) “aparecem então condutas de
desafeto, de crueldade com o objeto, de indiferença, de falta de responsabilidade, que são
típicas da psicopatia, mas que encontramos na adolescência normal”.
O indivíduo borderline busca uma identidade e, muitas vezes, pode identificar-se com
líderes de grupos perversos. Toma para si os valores desses mentores. O relacionamento com
os pais falhou. Não interiorizou modelos a serem seguidos, regras ou moral. Não estabeleceu
laços afetivos, portanto não consegue configurar-se na vida. Ele reproduz os traços da cultura
adquirida. Costuma extrapolar, falar muito, não guardar informações para si. Muitas vezes
pode aparentar algo que não é, um falso self, um modelo de perfeição, mas com o tempo essa
imagem se desvanece cedendo lugar ao que realmente é.
Na verdade, toda provocação que o border exibe é um pedido de amor, de carinho e de

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reconhecimento que não recebeu nos primeiros meses de vida. Costuma responder muito bem
ao tratamento psicoterápico. Quando inserido num contexto adequado, esse quadro pode ser
revertido, recuperando a higidez mental (MELLO, 2015).

4.6.2.1 Tratamento psicanalítico para o transtorno de personalidade borderline


Segundo Rosa e Santos, 2011, “postula-se o lugar do terapeuta como alguém que
oferece um ambiente de confiança e acolhimento do sofrimento do paciente”. Essa relação de
confiança é capaz de produzir maravilhas no indivíduo. Na transferência, o profissional
consegue restabelecer laços que foram desfeitos, faz com que a pessoa volte a acreditar em si.
Funciona como um esteio para que o indivíduo possa seguir em frente com as próprias forças,
após ter se reabilitado internamente.
O indivíduo borderline geralmente traz resquícios de uma infância mal cuidada, de
abandono por parte dos genitores/cuidadores e experiências dolorosas e negativas como abusos
físicos, emocionais ou sexuais. Essa é a nascente de sua raiva e agressividade. Em função
disso, não apresentam noção de limites e sua vontade impõe-se de forma soberana.
Evidenciam dificuldade de estabelecer relacionamentos sérios e duradouros, podendo muitas
vezes beirar a promiscuidade.
É imprescindível que reine uma atmosfera de confiança e que seja construído um
cenário de segurança no setting terapêutico. O paciente borderline, em sua carapaça narcísica,
só consegue perceber suas próprias necessidades como sendo prementes. Ignora a situação dos
que estão a sua volta. Turbilhões emocionais abalam esse indivíduo. O borderline extravasa
sua ira, seu ódio e deboche, em palavras e gestos grotescos, muitas vezes com atitudes que
demonstram menosprezo pelo terapeuta. É necessário que o profissional consiga conter sua
própria raiva, culpa ou impotência na contratransferência com o borderline, a fim de que se
instale uma aliança terapêutica sólida, visando alcançar o êxito no processo psicanalítico
(ROSA; SANTOS, 2011).
Nas explosões emocionais que transferem ao profissional, estão implícitos aspectos
internos detestáveis e autoconceitos negativos, dos quais tentam se livrar por essa via.
Destarte, é imperativo que o profissional mantenha uma postura amistosa, que ofereça uma
escuta empática e que faça as intervenções adequadas para promover a reflexão desse ser em
sofrimento psíquico a fim de sustentar a relação transferencial entre ambos.

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4.6.3 Patologias do vazio


A condição humana é uma condição faltante porque a genética não traz consigo um
saber para dizer quem é o ser humano. Quando a pessoa é tomada pelo vazio tem cada vez
menos objetivos. Perde a força, a pulsão de vida, a motivação, o ímpeto que a faz sonhar. Tem
cada vez menos autocrítica, autorreflexão e consciência e é justamente esta que permite
ressignificar as coisas.
O mal desse século é a perda de sentido da vida. A subjetividade concretiza-se a partir
da relação com o outro e da história de vida do indivíduo. O ser humano nunca desfrutou de
tamanho conforto e tecnologia e, no entanto, jamais sentiu-se tão só, angustiado e vazio. A
conquista da liberdade trouxe a fragilização das referências. Isso gera angústia, pois faltam
parâmetros. A era do vazio desafia a clínica psicanalítica. Vivemos um tempo onde impera o
individualismo, a indiferença pelo bem estar alheio, a inversão/falta de valores. A realidade
virtual sobrepõe-se à real, abrindo espaço à apatia, à ânsia pelo imediatismo, à compulsão e à
drogadição. O indivíduo não teve investimento libidinal satisfatório na fase narcisista, por isso
que nada preenche esse vazio que carrega dentro de si (LISONDO, 2004).
A atualidade é marcada pela labilidade das relações e pelo empobrecimento dos laços
afetivos. Não existem mais referenciais ou modelos a serem seguidos. Tudo é facilmente
descartado e substituído. Se tudo é suprido instantaneamente não tem como organizar um
desejo. Uma das características da cultura contemporânea são as novas configurações
familiares e seus efeitos sobre as formas de subjetivação (BIRMAN, 2007), que podem levar a
uma desestruturação psíquica e crises de identidade (KEGLER, 2006). Nos novos lares, nem
sempre tem espaço para o diálogo e para a expressão da afetividade. Sabe-se que onde a
palavra é possibilitada, o convívio é possível. Onde não tem espaço para a fala, a agressividade
instala-se. A tentativa de auxílio para com esses pacientes é permitir a inscrição psíquica na
relação transferencial com o profissional, a fim de que possa ser construído o que não foi feito
em tempo hábil (LISONDO, 2004).

5. O PAPEL DA PSICOLOGIA

A Psicologia desempenha papel decisivo na recuperação do equilíbrio mental e


emocional do indivíduo. Os pacientes da clínica contemporânea são a expressão da sociedade
depressiva na qual estão inseridos, onde primam o niilismo, a solidão e a perda de identidade.
Destacam-se os distúrbios narcísicos ou depressivos (MONTI, 2008).

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É fato que as patologias de origem narcísica instigam os profissionais da área da


Psicologia. Cada vez mais a clínica depara-se com as flutuações emocionais, ausência de
relações significativas e predomínio de defesas primitivas (RAMOS, 2010). Essas
instabilidades permeiam o cotidiano dos indivíduos. Psicólogos e psicanalistas empenham-se
cada vez mais em encontrar modalidades mais eficientes a fim de amenizar o sofrimento
psíquico de seus pacientes (MONTI, 2008).
Através do precioso instrumento chamado transferência o indivíduo pode, em grande
parte, reconstruir-se, estabelecer laços, aprender a amar-se e a confiar em suas potencialidades
inatas. Tudo isso ocorre na figura do psicólogo, profissional treinado para amenizar as dores
humanas.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A criança é a matriz do adulto. Se a sociedade almeja possuir indivíduos psiquicamente


saudáveis, é primordial que a criança seja investida de amor e de afeto nos primeiros meses de
vida, a fim de que possa desenvolver-se de forma salutar e progressiva. Desse investimento vai
depender a estruturação e a saúde de sua vida psíquica, pois é sobre esse lastro afetivo que ela
vai embasar sua existência, suas buscas e realizações.
Se a pessoa precisa de amor para constituir-se e bem relacionar-se, por outro lado, o
indivíduo que não recebeu esse investimento narcísico cai num vazio existencial, num
desamparo, beirando a impotência e a desesperança. Esse investimento, quando recebido,
nunca se perde, permanece investido no sujeito ao longo de sua existência.
Quando bem constituído, o narcisismo promove autoestima, sensação de confiança e
segurança perante as adversidades da vida, além de uma identidade construída com firmeza e
convicção. O indivíduo dispõe de alicerces sólidos que as intempéries não abalam com
facilidade. O Eu é o grande reservatório da libido. Quando esse processo resulta em êxito
constitui um caminho que, seguramente, induz ao sucesso e à concretização das aspirações
mais caras.
Filhos! Deus entrega uma de suas joias em nossas mãos e nos tornamos responsáveis
pela lapidação dessa obra prima.

6. REFERÊNCIAS

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