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Ensaio de Compactação de Solos

1-Introdução

A compactação é um método de estabilização de solos que se dá por aplicação de alguma


forma de energia (impacto, vibração, compressão estática ou dinâmica). Seu efeito confere
ao solo um aumento de seu peso específico e resistência ao cisalhamento, e uma diminuição
do índice de vazios, permeabilidade e compressibilidade.
Através do ensaio de compactação é possível obter a correlação entre o teor de umidade e o
peso específico seco de um solo quando compactado com determinada energia. O ensaio
mais comum é o de Proctor (Normal, Intermediário ou Modificado), que é realizado através
de sucessivos impactos de soquete padronizado na amostra.
No Brasil, este ensaio é normatizado pelas normas ABNT NBR-7182/2016 e DNER-
M162/94.

2-Objetivo

Proceder a realização do ensaio de compactação tipo Proctor Normal, com a reutilização do


solo, para obtenção de sua curva de compactação.
3- Equipamentos

Os principais equipamentos são: Almofariz e mão com borracha; Perneira n°.4 (4,8mm);
Balança; Molde cilíndrico de 1000 cm³, com base e colarinho; Soquete cilíndrico pequeno
(2,5kg); Extrator de amostras; Cápsulas para determinação de umidade; Estufa.

4- Preparação da Amostra

- Toma-se uma certa quantidade de material seco ao ar e faz-se o destorroamento até


que não haja torrões maiores que 4,8mm;
- Peneira-se a amostra na peneira n°.4 (4,8mm) e em seguida determina-se sua
umidade higroscópica.

5- Procedimento

- Adiciona-se água à amostra até se verificar uma certa consistência. Deve-se atentar
para uma perfeita homogeneização da amostra;
- Compacta-se a amostra no molde cilíndrico pequeno (2,5kg) em 3 camadas iguais
(cada uma cobrindo aproximadamente um terço do molde), aplicando-se em cada
uma delas 26 golpes distribuídos uniformemente sobre a superfície da camada, com o
soquete caindo de uma altura de 0,305m. Se o cilindro for o grande (4,5kg),
compacta-se em 5 camadas iguais, aplicando-se em cada uma delas 12 golpes de
uma altura de 0,305m.
- Remove-se o colarinho e a base, aplaina-se a superfície do material à altura do
molde e pesa-se o conjunto cilindro + solo úmido compactado;
- Retira-se a amostra do molde com auxílio do extrator, e partindo-a ao meio, coleta-
se uma pequena quantidade para a determinação da umidade;
- No caso de reuso do material, desmancha-se o material compactado até que possa
ser passado pela peneira n°.4 (4,8mm), misturando-o em seguida ao restante da
amostra inicial;
- Adiciona-se, 2% de água à amostra para solos arenoso e 3% de água para solos
argilosos, da massa original de solo, em peso, para em seguida homogeneizar a
amostra. Repete-se o processo pelo menos por mais quatro vezes.

6- Cálculos

- Peso específico úmido γ = ((Peso Cilindro + Solo Úmido) – (Peso cilindro)) / (Volume
Cilindro)

- Peso específico seco: γd = (γ . 100) / (100 + w)

- Peso específico seco em função do grau de saturação:

γd = (Sr . γs . γw) / (w . γs + Sr . γw)

Onde:

Sr – Grau de saturação

W – Umidade

γs – Peso especifico das partículas solidas

γw – Peso especifico da água


7-Resultados

- Curva de compactação – é obtida marcando-se, em ordenadas, os valores dos pesos


específicos secos (γd) e, abcissas, os teores de umidade correspondentes (w);

- Peso especifico seco máximo (γdmáx) – é a ordenada máxima da curva de


compactação;

- Umidade ótima (Wot) – é o teor de umidade correspondente ao peso especifico


máximo;

- Curvas de saturação – relaciona o peso especifico seco com a umidade, em função do


grau de saturação.

8- Referências

NBR-7182 da ABNT;DNER-M162/94; D698-70 e D1557-70 da ASTM; T99-70 e T180-


70 da AASHTO.
9- Relatório e Questões

- A partir dos dados dos ensaios apresentados, traçar a curva de compactação, mostrando os
ramos seco e úmido e determinando o peso especifico seco máximo e a umidade ótima;

- Traçar as curvas de saturação a 80% e a 100% e determinar o grau de saturação do material


à umidade ótima;

- Qual a energia de compactação do ensaio em kilojoules por m3?

- Se usássemos um soquete mais pesado e caindo de uma altura maior, em que posição ficaria
a curva de compactação em relação a curva original?

- Quais as fontes de erro desse ensaio?

- Por que o ramo úmido da curva não chega a tangenciar a curva Sr=100%?
ENSAIO DE COMPACTAÇÃO - PROCTOR NORMAL

FICHA DE ENSAIO

PESO DO CILINDRO: 2.380g PESO DO SOQUETE: 2.500g


DIÂMETRO: 10,0 cm
ALTURA: 12,75 cm ALTURA DE QUEDA: 30,5 cm
VOLUME: _______ cm3

DETERMINAÇÕES 01 02 03 04 05 06
Peso Cilindro + Solo Úmido (g) 4.260 4.360 4.450 4.550 4.590 4.560
Peso Solo Úmido (g)
Peso Específico (g/cm3)
Peso Específico Seco (g/cm3)

Peso Específico Seco (kN/m3)

Peso Cápsula + Solo Úmido (g) 73,78 84,56 69,94 92,14 79,10 89,90
Peso Cápsula + Solo Seco (g) 71,87 81,70 66,76 88,08 74,61 84,95
Peso da Cápsula (g) 38,40 43,04 32,93 49,45 38,87 50,39
Peso de Água (g)
Peso Solo Seco (g)
Teor de Umidade(%)

Energia de Compactação: E = (P.h.N.n)/V, onde:

P - Peso do soquete
h - Altura de queda do soquete
N - Número de golpes por camada
n - Número de camadas
V - Volume do cilindro
ENSAIO DO ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA (CBR)

O ensaio deve ser realizado em conformidade com as normas; NBR-9895/ABNT; D1883-73

1.Introdução

O Índice de Suporte Califórnia (ISC ou CBR - Califórnia Bearing Ratio) é a relação, em


percentagem, entre a pressão exercida por um pistão de diâmetro padronizado necessária à
penetração no solo até determinado ponto (0,1” e 0,2”) e a pressão necessária para que o mesmo
pistão penetre a mesma quantidade em solo-padrão de brita graduada.

Através do ensaio de CBR é possível conhecer qual será a expansão de um solo sob um pavimento
quando este estiver saturado, e fornece indicações da perda de resistência do solo com a saturação.
Apesar de ter um caráter empírico, o ensaio de CBR é mundialmente difundido e serve de base para
o dimensionamento de pavimentos flexíveis.

No Brasil, este ensaio é normatizado pela norma ABNT NBR 9895.

2.Objetivo

Determinar o Índice Suporte Califórnia e a expansão do solo ensaiado.

3.Equipamentos

São os seguintes os equipamentos utilizados nesse ensaio: Molde cilíndrico grande com base e
colarinho; Prato-base perfurado; Disco espaçador, Prato perfurado com haste central ajustável;
soquete cilíndrico (4,5kg); Extensômetro mecânico ou transdutor elétrico de deslocamento; Papel-
filtro; Prensa com anel dinamométrico ou com célula de carga elétrica; Tanque de imersão;
Cápsulas para umidade; Estufa; Balança; Peneira de 19mm.

4.Preparação da Amostra

- Seca-se a amostra ao ar e faz-se a pesagem;

- Destorroa-se a amostra e faz-se o peneiramento na peneira de 19mm;

- Determina-se a umidade higroscópica;

- Adiciona-se água até atingir a umidade prevista para o ensaio (normalmente a umidade ótima).

5.Procedimento Experimental

1.Expansão

- Coloca-se o disco espaçador no cilindro, cobrindo-o com papel filtro; Compacta-se o corpo de
prova à umidade ótima em;

. (05 camadas e 12 golpes do soquete) – Proctor Normal

. (05 camadas e 26 golpes do soquete) – Proctor Intermediário

. (05 camadas e 55 golpes de soquete) – Proctor Modificado

Em todos os procedimentos o soquete deve cair de uma altura de 45cm e, invertendo-se o cilindro,
substitui-se o disco espaçador pelo prato perfurado com haste de expansão e pesos. Esse peso ou
sobrecarga corresponderá ao do pavimento e não deverá ser inferior a 4,5kg;

Obs: Entre o prato perfurado e o solo coloca-se outro papel-filtro.


- Imerge-se o cilindro com o corpo de prova e sobrecarga no tanque durante 96 horas, de tal forma
que a água banhe o material tanto pelo topo quanto pela base;

- Realiza-se leituras de deformação (expansão ou recalque) com aproximação de 0,01mm. a cada


24h;

- Terminada a “saturação”, deixa-se escorrer a água do corpo de prova durante 15 minutos e pesa-
se o cilindro + solo úmido.

2.Penetração

- Instala-se o conjunto, molde cilíndrico com corpo de prova e sobrecarga, na prensa;

- Assenta-se o pistão da prensa na superfície do topo do corpo de prova, zerando-se em seguida os


extensômetros;

- Aplica-se o carregamento com velocidade de 1,27 mm/min, anotando-se a carga e a penetração


a cada 30 segundos até decorridos o tempo de 6 minutos.

6.Cálculos

((h-hi)/hi).100, onde (h-hi) - h deformação até o instante considerando;

- hi altura inicial do corpo de prova

Com os pares de valores da fase de penetração, traça-se o gráfico com as pressões nas abscissas e
as penetrações nas ordenadas. Se a curva apresentar ponto de inflexão, traça-se por ele uma reta
seguindo o comportamento da curva, até que intercepte o eixo das abscissas. Esse ponto de
intersecção será a nova origem, provocando assim uma translação no sistema de eixos. Do gráfico
obtém-se, por interpolação, as cargas associadas às penetrações de 2,5 e 5,0mm.
Calculo do CBR: CBR = [(Pressão encontrada) / (Pressão padrão)].100.

Obs.: A pressão a ser utilizada será a carga obtida dividida pela área do pistão.

7.Resultados

O resultado final para o CBR determinado, será o maior dos dois valores encontrados
correspondentes às penetrações de 2,5 e 5,0mm.

8.Referências

NBR-9895/ABNT; D1883-73/ASTM; T193-83/AASHTO.

9.Relatório e Questões

A partir das informações contidas em ficha anexa, o aluno deverá:

- Determinar as expansões para cada instante;

- Construir a curva carga x penetração e determinar o CBR (comparar os CBRs para 2,5 e 5,0mm);

- Em rodovias, bons subleitos são aqueles que apresentam expansões inferiores a 3%. O presente
solo atende esse requisito?

- Quais são as possíveis fontes de erro do ensaio?


DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA

FICHA DE ENSAIO

EXPANSÃO:

TEMPO (h) LEITURA (mm) EXPANSÃO (%)


00 00
24 0,190
48 0,300
72 0,335
96 0,355

Altura do corpo de prova = 12,7cm

PENETRAÇÃO:

PENETRAÇÃO (mm) CARGA (kg) PRESSÃO(kg/cm2)


0,63 --
1,27 28
1,90 28
2,54 56
3,17 56
3,81 84
4,44 112
5,08 142
5,71 170
6,35 196

Área do pistão = 19,4 cm2


Pressão-padrão para penetração de 2,5mm = 70 kg/ cm2
Pressão-padrão para penetração de 5,0mm = 105 kg/ cm2

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