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D E R E F E R Ê N C I A D A SA Ú D E D A
M U L H E R D E R I B E I R Ã O PR E T O
MATER
- C RSM-M A T E R -
F A C U L D A D E D E M E D I C I N A D E R I B E I R Ã O PR E T O E
ESC O L A D E E N F E R M A G E M
D A U N I V E RSI D A D E D E SÃ O PA U L O
H OSPI T A L D AS C L Í N I C AS D A F A C U L D A D E D E M E D I C I N A D E R I B E I R Ã O
PR E T O
SE C R E T A R I A D A SA Ú D E D O EST A D O D E SÃ O PA U L O
2011
F aculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
E D I T O R ES ASSO C I A D OS
A lessandra C ristina M arcolin
Professora Doutora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
Diretora Acadêmica do Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-
Mater
Ricardo de C arvalho C avalli
Professor Doutor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
C O L A B O R A D O R ES
A lexandre Pavan G arieri
Mestre em Tocoginecologia pela FMRP-USP
A ntonio E mídio Sor rentino
Médico Assistente da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA)
C aio A ntonio de C ampos Prado
Médico Assistente da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA)
C arolina Sales V ieira
Professora Doutora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
C laudia de O liveira Baraldi
Mestre em Tocoginecologia pela FMRP-USP
Conrado M ilani Coutinho
Médico Assistente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
Mestre em Tocoginecologia pela FMRP-USP
F lávia Raquel Junqueira
Médica Assistente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
Mestre em Tocoginecologia pela FMRP-USP
F rancisco Javier A lvarez C amayo
Pós-graduando do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
Geraldo Duarte
Professor Titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
G uilherme L una M artinez
Médico Assistente da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA)
G ustavo A ntonio Neppelenbrock
Mestre em Tocoginecologia pela FMRP-USP
H ermes de F reitas Barbosa
Professor Doutor do Departamento de Patologia e Medicina Legal da FMRP-USP
Diretor Clínico do Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-Mater
Júlio C esar Rosa e Silva
Médico Assistente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
Diretor de Assistência à Saúde do Centro de Referência da Saúde da Mulher de
Ribeirão Preto-Mater
L uiz A ugusto Beltramin M artins
Médico Assistente da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA)
e do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
Diretor de Assistência à Saúde do Centro de Referência da Saúde da Mulher de
Ribeirão Preto-Mater
L uiz G ustavo de O liveira B rito
Médico Assistente da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA)
e do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
Pós-graduando do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
M aurício Tsuguio K obayashi
Médico Assistente da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA)
Pós-graduando do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
Pedro Sérgio M agnani
Médico Assistente da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA)
e do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP
D E PA R T A M E N T O D E E N F E R M A G E M D E SA Ú D E M A T E R N O I N F A N T I L E
SA Ú D E PÚ B L I C A D A E E RP-USP
13.7. F L U X O G R A M AS
F luxograma 1- F atores determinantes da assistência pré-natal de qualidade e
humanizada
F luxograma 2- Esquema vacina dupla adulto na gestação
F luxograma 3- Esquema para diagnóstico e seguimento dos quadros de anemia
durante a gestação
F luxograma 4 - Roteiro para rastreio e diagnóstico do Diabetes gestacional sem
fator de risco
F luxograma 5 - Rastreamento de D M G em pacientes com fatores de risco
F luxograma 6 - Roteiro para rastreio e diagnóstico da sífilis na gravidez
F luxograma 7 - Roteiro para rastreio e diagnóstico da toxoplasmose na gravidez
F luxograma 8 - Roteiro para rastreio e diagnóstico da bacteriúria assintomática na
gravidez
F luxograma 9 - Assistência pré-natal estendida ao parceiro: panorama ideal
F luxograma 10 - O ferecimento de contracepção no pós-parto imediato
F luxograma 11 - O ferecimento de contracepção na alta hospitalar
F luxograma 12 - C ausas sangramento 1º trimestre gestacional
F luxograma 13 - A bordagem da gestante com crise hipertensiva
F luxograma 14 - Conduta para corioamnior rexe prematura
F luxograma 15 - Profilaxia intra-parto para E G B baseada em fatores de risco
F luxograma 16 - Conduta para corioamnior rexe prematura a termo em relação a
profilaxia para E G B
F luxograma 17 - C ausas sangramento da 2ª metade da gravidez
F luxograma 18 - A bordagem na hemor ragia pós-parto: prevenção e tratamento
F luxograma 19 - A bordagem racional para indicação dos métodos contraceptivos
reversíveis de alto custo
F luxograma 20 - Diagnóstico da incontinência urinária
F luxograma 21 - Conduta na incontinência urinária por lesão intrínseca do
esfíncter uretral
F luxograma 22 - Conduta na incontinência urinária por bexiga hiperativa
F luxograma 23 - Conduta no leiomioma uterino
F luxograma 24 - A tendimento da M U L H E R A PÓS a menopausa com
F luxograma 25- Recomendações Especificas
F luxograma 26 - F luxograma de manejo da hipoglicemia neonatal
F luxograma 27 - F luxograma De M anejo De Desconforto Respiratório
F luxograma 28 - F luxograma geral de decisão sobre a abordagem inicial de R N
assintomático com suspeita de toxoplasmose congênita
13.8. Q U A D R OS
Q uadro 1- Rotina dos exames solicitados durante a assistência pré-natal de acordo
com o trimestre gestacional
Q uadro 2 - Esquemas terapêutico das principais verminoses durante a gestação
Q uadro 3 - G anho de peso materno ( Kg) recomendado
Q uadro 4 - Dieta de 2000 caloria fracionadas em 5 refeições
Q uadro 5 - A limentos para substituição dos grupos A e B
Q uadro 6 - A limentos para substuição dos grupos C , D e E
Q uadro 7 - A limentos para substiuição dos grupos F, G e H
Q uadro 8 - Índice de Bishop modificado (1964)
Q uadro 9 - Diagnóstico diferencial entre falso e verdadeiro trabalho de parto
Q uadro 10 - Protocolo assistencial utilizando os recursos não farmacológicos na
fase ativa do trabalho de parto
Q uadro 11 - Definição de período expulsivo prolongado de acordo com o A C O G
Q uadro 12 - T ipos de fórcipe utilizados
Q uadro 13 - C lassificação da L B da F C F
Q uadro 14 - C lassificação da variabilidade da F C F
Q uadro 15 - Parâmetros e interpretação do Índice C ardiotocométrico de
Q uadro 16 - Pontuação obtida no PB F, sua interpretação obstétrica e conduta
Q uadro 17 - C lassificação da F requência C ardíaca F etal Intraparto (National
Institute of H ealth, 2009)
Q uadro 18 - C aracterísticas dos lóquios
Q uadro 19 - Modelos de prescrição para o puerpério
Q uadro 20 - Especificações das dietas de acordo com a forma de perparo dos
alimentos
Q uadro 21 - T ipos de dietas de acordo com o tipo de restrição de substâncias no
preparo dos alimentos
Q uadro 22 - V antagens do aleitamento materno para a mulher, para a criança e
para a família e sociedade
Q uadro 23 - A ções para promoção do aleitamento materno
Q uadro 24 - &RUUHODomRHQWUH,*QtYHLVGHȕ+&*HPDUFDGRUHV
ultrassonográficos.
Q uadro 25 - Diagnóstico diferencial e conduta para os diferentes tipos de aborto
Q uadro 26 - F atores de risco ante e intraparto para rotura uterina
Q uadro 27 - F atores associados às lacerações de terceiro ou quarto graus
Q uadro 28 - E quipe obstétrica de médicos, assistentes e residentes do C RSM-
M ater
Q uadro 29 - Pontuação para avaliar risco de tromboembolismo pulmonar
Q uadro 30 - Conduta de acordo com a classificação do risco de T V P/T E P
Q uadro 31 - Cor relação entre achados histeroscópicos e as fases do ciclo menstrual
Q uadro 32 - C lassificação do leiomioma intracavitário
Q uadro 33 - C ategorias das massas anexiais
Q uadro 34 - C lassificação de risco segundo os achados da ultrassonografia
morfológica.
Q uadro 35 - A chados clínicos, ultrassonográficos e laboratoriais caracterisiticos
das massas anexiais
Q uadro 36 - Principais causas de desconforto respiratório agudo no período
neonatal
Q uadro 37 - T T R N: taquipnéia transitória do recém-nascido, R N T : recém-nascido
de termo, R NPT : recém-nascido pré-termo, D M H : doença de membranas hialinas,
RP M O : rotura prematura das membranas, A T B : antibiótico, SA M : síndrome de
aspiração meconial, H PP: hipertensão pulmonar persistente, C O T : cânula
orotraqueal
13.9. M N E M Ô N I C OS
M N E M Ô N I C O A LSO 1 - P A R T O F Ó R C IPE
M N E M Ô N I C O A LSO 2 - V Á C U O E X T R A T O R
M N E M Ô N I C O A LSO 3 - C T G I N T R A-PA R T O
M N E M Ô N I C O A LSO 4 - D IST Ó C I A D E O M B R O
13.10. F I G U R AS
F igura 1 - M anobras de L eopold Z weifel (retirada do M anual T écnico Pré-natal e
Puerpério-A tenção Q ualificada e H umanizada. M inistério da Saúde, 2006)
F igura 2 - C arimbo padronizado para evolução das consultas de pré-natal
F igura 3 - G ráfico para registro do ganho de peso materno durante a gestação ±
C urva de A talah
F igura 4 - G ráfico para registro do ganho de peso
F igura 5 - Imagens microscópicas de cristalização do líquido amniótico em lâminas
F igura 7 - Estreito médio da bacia obstétrica (ponto zero de De L E E)
F igura 6 - Estreito superior da bacia obstétrica e avaliação da conjugata obstétrica
pelo toque vaginal Retirado de O bstetrícia F undamental ± Rezende &
Montenegro, 2003
F igura 8 - Estreito inferior da bacia obstétrica e ângulo subpúblico
F igura 9 - G ráfico das diferentes fases do período de dilatação
F igura 10 - Recorte do partograma utilizado no C entro de Referência-M ater
referente a identificação da parturiente e principais dados clínicos e obstétricos
F igura 11 - Recorte do partograma utilizado no C entro de Referência-M ater
F igura 12 - Recorte do partograma utilizado no C entro de Referência-M ater
referente ao diagnóstico de bossa
F igura 13 - Recorte do partograma utilizado no C entro de Referência-M ater
referente ao número e intensidade das contrações uterinas
F igura 14 - Recorte do partograma utilizado no C entro de Referência-M ater
referente a F C F, a integridade das membranas coriomnióticas e características do
L A
F igura 15 - Recorte do partograma utilizado no C entro de Referência-M ater
F igura 16 - Recorte do partograma utilizado no C entro de Referência-M ater
F igura 17 - Partograma utilizado no C entro de Referência-M ater com as
informações referentes a presença do acompanhante, a conduta obstétrica definida
a cada avaliação e os dados do avaliador
F igura 18 - Assoalho pélvico
F igura 19 - Fórcipe Simpson B raun. Detelhe da articulação Inglesa.
F igura 20 - Fórcipe Simpson B raun. A mpla curvatura pélvica na colher acima e
curvatura cefálica entre as colheres articuladas abaixo.
F igura 21 - ³&KHFN/LVW´GDSHJDLGHDO
F igura 22 - T ração suave para desprendimento do pólo cefálico. (E xtraído de
W illians O bstetrícia ± 20ª edição)
F igura 23 - C ardiotocografia ante-parto evidenciado padrão sinusoidal
F igura 24- Desaceleração Precoce
F igura 25 - Desaceleração T ardia
F igura 26 - Desaceleração variável
F igura 27 - M assagem do corpo uterino no manejo ativo do 3º período
F igura 28 - Involução normal do útero pós-parto
F igura 29 - Níveis de magnésio sérico (mg/dl)
F igura 30 - Demonstração da técnica de medida do comprimento do colo uterino
ao UST V
F igura 31 - Formatos de funis do colo uterino a ultrassonografia transvaginal
F igura 32 - Desenho esquemático ilustrando o sangramento no DPPN I
F igura 33 - C lassificação da Placenta Prévia
F igura 34 - T ipos de rotura uterina quanto a localização e di reção
F igura 35 - Diagnóstico das distócias de acordo com a fase do trabalho de parto
F igura 36 - Partograma ilustrando a Distócia fase ativa prolongada
F igura 37 - Partograma ilustrando a Distócia parada secundária da dilatação
F igura 38 - Partograma ilustrando a Distócia parto taquitócico ou precipitado
F igura 39 - Partograma ilustrando a Distócia parada secundária da descida
F igura 40 - Partograma ilustrando a Distócia período expulsivo prolongado
F igura 41 - Desenho esquemático das manobras internas para a distócia de ombro
(A LSO)
F igura 42 - Niveis de Icterícia
13.11. T A B E L AS
T abela 1 V alores do Indice de L iquido A mniótico (I L A) durante a gestação normal
T abela 2 ± V alores de Referência para medidas seriadas
T abela 3 ± V alores do Indice de Pulsatilidade (IP)
T abela 4 ± Condições Potencialmente ameaaçadores da vida
T abela 5 ± C ritérios de near miss materno
T abela 6 ± Números de óbitos
T abela 7 ± Definições de casos de infecção por Toxoplasma gondii em gestantes
1. H IST Ó R I C O
13
com os recursos provenientes do SUS tornou imperiosa a busca de alternativas para que
a Mater não tivesse qualquer redução no número de atendimentos e na qualidade da
assistência. Em dois de março de 2009 o Presidente da FMSJ, Dr João Paulo Musa
Pessoa, doou a Mater para a Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo
repetindo a história referida previamente. A partir desta data, foi ampliada a assistência
prestada a população de Ribeirão Preto e região e a Mater foi transformada em Centro
de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-Mater.
14
2. M ISSÃ O , V ISÃ O E V A L O R ES
da mulher
V ISÃ O : Tornar a instituição capaz de oferecer assistência integral à saúde das mulheres
de Ribeirão Preto e região
15
3. D E Z PASSOS D O H OSPI T A L A M I G O D A C R I A N Ç A (I H A C)
Passo 1: Ter norma escrita sobre o aleitamento materno, que deve ser transmitida
rotineiramente para toda a equipe.
Passo 2: Treinamento da equipe de saúde.
Passo 3: Educação no pré-natal (orientar as gestantes sobre as vantagens e o manejo
do aleitamento materno).
Passo 4: Início precoce de aleitamento materno (ajudar as mães a iniciar o
aleitamento materno na 1ª meia hora após nascimento para parto normal e 1 hora no
parto cesárea).
Passo 5: Ajudar as mães para aleitamento materno (mostrar as mães como
amamentar e como manter a lactação, mesmo se vier a ser separados de seus filhos).
Passo 6: Aleitamento exclusivo (não dar ao RN nenhum alimento ou bebida além do
leite materno).
Passo 7: Alojamento conjunto (permitir que a mãe e o bebê permaneçam juntos 24
horas por dia).
Passo 8: Aleitamento materno sob livre demanda.
Passo 9: Nenhuma chupeta ou mamadeira.
Passo 10: Alta hospitalar (apoio às mães após alta)
16
4. H U M A N I Z A Ç Ã O D A ASSIST Ê N C I A A O C I C L O G R Á V I D O -PU E RPE R A L
E R E C É M-N ASC I D O
³Considerar o outro como sujeito e não como objeto passivo da nossa atenção
é a base que sustenta o processo de humanização´.
17
fortalece os vínculos familiares, condição básica para o desenvolvimento saudável do
ser humano.
É cada vez mais freqüente a participação do pai no pré-natal, devendo sua
presença ser estimulada durante as atividades de consulta e de grupo, para o preparo do
casal para o parto. A gestação, o parto, o nascimento e o puerpério são eventos
carregados de sentimentos profundos, momentos de crises construtivas, com forte
potencial positivo para estimular a formação de vínculos e provocar transformações
pessoais. É importante acolher o(a) acompanhante de escolha da mulher, não
oferecendo obstáculos à sua participação no pré-natal, no trabalho de parto, parto e pós-
parto. O benefício da presença do(a) acompanhante já foi comprovado. Vários estudos
científicos, nacionais e internacionais, evidenciaram que as gestantes que tiveram a
presença de acompanhantes se sentiram mais seguras e confiantes durante o parto. Foi
reduzido o uso de medicações para alívio da dor, a duração do trabalho de parto e o
número de cesáreas. Além disso, alguns estudos sugerem a possibilidade de outros
efeitos, como a redução dos casos de depressão pós-parto.
O diálogo franco, a sensibilidade e a capacidade de percepção de quem
acompanha o pré-natal são condições básicas para que o saber em saúde seja
colocado à disposição da mulher e da sua família ± atores principais da gestação e
do parto. Uma escuta aberta, sem julgamento nem preconceitos, que permita à mulher
falar de sua intimidade com segurança, fortalece a gestante no seu caminho até o parto e
ajuda a construir o conhecimento sobre si mesmo, contribuindo para um parto e
nascimento tranqüilos e saudáveis.
Na prática cotidiana dos serviços de saúde, o acolhimento se expressa na relação
estabelecida entre os profissionais de saúde e os(as) usuários(as), em atitudes como: os
profissionais se apresentando, chamando os(as) usuários(as) pelo nome, informando
sobre condutas e procedimentos a serem realizados, escutando e valorizando o que é
dito pelas pessoas, garantindo a privacidade e a confidencialidade, incentivando a
presença do(a) acompanhante, entre outras atitudes. O acolhimento, portanto, é uma
ação que pressupõe a mudança da relação profissional/usuária. O acolhimento não é um
espaço ou um local, mas uma postura ética e solidária. Desse modo, ele não se constitui
como uma etapa do processo, mas como ação que deve ocorrer em todos os locais e
momentos da atenção à saúde.
18
5. PR O T O C O L OS D E C O N D U T AS ASSIST E N C I A IS
Felizmente 90% das gestações são de baixo risco materno e perinatal, ou seja,
iniciam, evoluem e terminam sem complicações. Os 10% restantes são gestações de alto
risco materno e/ou perinatal ou por já apresentarem problemas desde seu início ou por
desenvolverem doenças durante a evolução da gravidez. Vários autores já tentaram
determinar o risco obstétrico da paciente, porém não há fórmula ideal, SENDO O
ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL A PRINCIPAL FERRAMENTA PARA A
DETERMINAÇÃO DO RISCO.
19
5.1.1. Projeto Nascer: consiste na realização das consultas de pré-natal de baixo
risco após a 36ª semana de gestação. As gestantes são referenciadas da Unidade
Básica de Saúde (UBS), para o Centro de Referência e o principal objetivo é
proporcionar a gestante conhecer o ambiente e as equipes que prestarão a
assistência ao momento do parto. No Centro de Referência, a grávida também
poderá participar de cursos de gestantes da instituição, conhecer a sala de parto e as
equipes que atuam na instituição. A gestante, quando encaminhada para o Projeto
Nascer, já deve ter realizado todos os exames da rotina pré-natal. Na falta de algum
exame, este deverá ser solicitado pela equipe do Centro de Referência da Saúde da
Mulher de Ribeirão Preto-Mater. Silvana Maria Quintana
a1) Identificação da paciente: sempre chamar a paciente pelo nome e calcular a idade
cronológica.
20
a5) Gestação atual:
b1) Geral:
21
-Pressão Arterial Diastólica (PAD): corresponde ao 5º som ou ruído de Korotkoff
(desaparecimento das bulhas). Se não houver desaparecimento das bulhas deve-se
considerar a PAD como abafamento das bulhas ou 4º ruído.
b2- Exame ginecológico: embora não seja a rotina para as gestantes encaminhadas
acima de 36 semanas no Projeto Nascer, quando realizado segue o mesmo roteiro das
pacientes não grávidas.
x Exame das mamas: inspeção estática, inspeção dinâmica, palpação dos linfonodos,
palpação das glândulas mamárias e expressão. Na gravidez as mamas apresentam
importantes modificações como proliferação das glândulas, aumento do volume,
edema, vasodilatação (Rede de Haller), aumento da pigmentação da aréola primária e
aparecimento da aréola secundária e hipertrofia das glândulas sebáceas do mamilo
(Tubérculos de Montgomery). O profissional de saúde deve avaliar os mamilos e
fornecer as orientações para cuidados com as mamas e amamentação (ver capítulo
amamentação)
x Exame pélvico: genitais externos, especular, coleta de colpocitologia e toque. A
avaliação dos genitais externos e internos evidencia aumento da pigmentação cutânea
e coloração arroxeada das mucosas. O conteúdo vaginal pode estar aumentado. Não
há restrição para coleta da citologia endocervical durante a gestação.
22
-3ª manobra: permite diagnosticar a apresentação fetal e sua altura em relação ao
estreito superior da bacia materna. Profissional está de frente para a gestante e
com os dedos médio/indicador e polegar da mão direita apreende o pólo fetal
realizando movimentos de lateralidade.
-4ª manobra: avalia se a escava materna está preenchida pela apresentação fetal. O
profissional se posiciona de costas para a gestante e com as extremidades dos
dedos tenta elevar a apresentação fetal.
F igura 1 - M anobras de L eopold Z weifel (reti rada do M anual Técnico Pré-natal e Puerpério-A tenção Q ualificada e H umanizada. M inistério
da Saúde, 2006)
23
c) Exames laboratoriais na assistência pré-natal: ao chegar para o Projeto Nascer a
gestante já deve ter realizado os exames de rotina para a atenção pré-natal que estão
expostos a seguir.
c1) Primeira consulta de pré-natal no Projeto Nascer : checar a realização e os
resultados dos seguintes exames:
x Realizados no início do pré-natal:
1. Tipo sanguíneo e fator Rh
2. Urina tipo I
3. Urocultura e antibiograma
4. Hemograma
5. Glicemia de jejum
6. Exame parasitológico de fezes
7. Exame preventivo de Câncer do colo uterino
8. Sorologia para sífilis (VDRL)
9. Sorologia ELISA anti-HIV
10. Sorologia para hepatite B (HBsAg)
11. Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM)
12. Ultrassom de 1º trimestre
24
Q uadro 1- Rotina dos exames solicitados durante a assistência pré-natal de acordo com o trimestre gestacional
ATENÇÃO
25
Nos casos de necessidade de restrição de açúcares, o aspartame e os adoçantes
naturais como sucralose ou stévia podem ser utilizados. Orientações nutricionais
(quanto à qualidade e quantidade dos alimentos) prevenindo o ganho excessivo de
peso são fundamentais durante o pré-natal.
x Cuidados com as mamas: usar soutien que proporcione sustentação (pode tirar para
dormir), colocar as mamas no sol para evitar rachaduras nos mamilos. Bastam 20
minutos antes das 10 e após as 16 horas. Evitar cremes nos mamilos.
x Evitar estrias: após o banho, massagear o corpo com creme hidratante fazendo
movimentos circulares principalmente nas mamas, abdômen, nádegas e coxas por
aproximadamente 10 minutos. A predisposição genética é o fator predisponente
mais importante, porém as massagens e o ganho adequado de peso podem evitar o
aparecimento das estrias.
x Usar meia elástica: fundamental nas gestantes que já apresentam varizes, mas deve
ser recomendada para todas as grávidas. O ideal é iniciar com a média compressão
e vestir a meia ao acordar, antes de levantar da cama. Caso não seja possível, após
levantar da cama, a gestante deve deitar novamente, elevar as pernas por 10 a 15
minutos e vestir a meia.
x Hábitos da paciente: proibir o uso de álcool mesmo que ocasional, reduzir ou SE
POSSÍVEL abandonar o tabagismo ou uso de drogas ilícitas, orientar sobre os
malefícios da restrição calórica excessiva e atividade física exaustiva
x Atividade profissional: em princípio deve ser mantida, entretanto quando a gestante
necessita ficar muito tempo em posição ortostática, esforço físico intenso e
exposição profissional a agentes químicos, físicos e tóxicos deve-se recomendar
que seja designada para outra função.
x Atividade física: os exercícios podem ser recomendados em gestantes e a escolha
da atividade física deve levar em consideração a preferência da gestante. As
atividades físicas orientadas são as caminhadas, natação ou hidroginástica. Os
exercícios de alto impacto proporcionam maiores riscos de lesões articulares.
x Atividade sexual pode ser mantida durante a gestação. O repouso sexual só será
recomendado se houver intercorrência como sangramento ou trabalho de parto pré-
termo.
x Higiene corporal não difere da paciente não grávida. Não se recomenda a prática de
duchas vaginais
26
x Cuidados com dentes e gengivas: estimular a escovação e o uso do fio dental. Se
houver necessidade a grávida será avaliada pelo dentista e, na necessidade de
procedimentos, as recomendações são a utilização de anestésico local sem
vasoconstritor e RX com proteção do avental de chumbo
x Evitar ingerir medicamentos sem prescrição médica
x Cosmiatria
-Usar protetor solar diariamente: A grávida pode apresentar manchas
hipercrômicas principalmente na face (melasma) que poderão permanecer após o
término da gestação se não forem protegidas. A maioria dos protetores solares
utiliza o filtro químico (fator de proteção solar-FPS), sendo recomendado o FPS
30. Atualmente existem os bloqueadores físicos que contém titânio para
bloquear a ação da radiação Ultra-Violeta. O filtro solar deve ser reaplicado a
cada 2 horas.
-Pinturas de cabelo: após o 1º trimestre são liberadas as colorações que não
contém chumbo nem amônia.
-Depilação com cera: não há evidência de prejuízo durante a gestação
-Isotretinoína e ácido retinóico estão PROIBIDOS na gestação
-Drenagem linfática pode ser realizada
x Viagens: permitidas com a orientação de movimentação frequente dos membros
inferiores para evitar tromboses. Incentivar a gestante a usar cinto de segurança.
Viagens aéreas podem ser liberadas até a 34ª semana de gestação.
x Dirigir automóveis: não há proibição, mas o uso correto do cinto de segurança deve
ser estimulado
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Cenários quanto a vacinação antitetânica:
* Segunda dose deve ser aplicada até 21 dias, no máximo, antes da data provável do
parto.
ATENÇÃO
Durante o pré-natal, o médico e todos os profissionais envolvidos (enfermagem,
assistente social, nutricionista, psicólogo, anestesista, pediatra, dentista,
fisioterapeuta), devem oferecer a complementação das informações em curso para
gestantes, facilitando que as pacientes possam tirar dúvidas sobre aleitamento,
puerpério e cuidados com recém-nascidos.
O preenchimento atualizado e legível do cartão de pré-natal, com todas as
informações e exames realizados, facilita a assistência adequada no momento do
parto ou em consultas de urgência.
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F luxograma 2- Esquema vacina dupla adulto na gestação
x C O NSU L T AS D E R E T O R N O
A partir da 36ª semana a gestante será avaliada semanalmente ou com intervalo
mais curto se a equipe julgar necessário. A cada retorno as queixas e dúvidas da
paciente devem ser escutadas e valorizadas, o risco gestacional deve ser reavaliado, o
exame físico reavaliado, os exames laboratoriais avaliados e interpretados, o prontuário
e cartão de pré-natal preenchidos adequadamente, a conduta estabelecida e discutida
com a paciente e o retorno agendado. No retorno de pré-natal será utilizado, como
cabeçalho da consulta, o carimbo padronizado no Centro de Referência (figura 2).
29
x O ganho de peso deve ser anotado em relação ao peso da última consulta, por
exemplo, aumentou 1Kg em 4 semanas. O ganho de peso em relação ao peso pré-
gestacional deve ser calculado e anotado no gráfico do impresso próprio.
ATENÇÃO
De acordo com os resultados de exames ou com a avaliação clínica que culmine com
diagnóstico de mudança de risco, isto é, a gestante passe a ser considerada de alto
risco, será necessário a referência para o Ambulatório de Gestação de Alto Risco do
Hospital das Clínicas da FMRPUSP. O profissional responsável pelo
encaminhamento deve preencher a ficha de referência com letra legível e com todos
os dados necessários para a equipe que receberá a paciente. A paciente deverá ser
agendada no Ambulatório específico do Setor de Gestação de alto risco do
HCFMRP-USP através do telefone (16) 3602-2000. As diferentes especialidades do
Ambulatório de Gestação de Alto Risco do Hospital das Clínicas da FMRPUSP estão
no capítulo 13.5.
e1)T ipo sanguíneo e fator Rh: A realização da tipagem sanguínea e fator Rh visa a
prevenção da Doença Hemolítica Perinatal (DHPN). Esta doença está associada à
incompatibilidade sanguínea mãe/feto, mas NÃO É EXCLUSIVA do antígeno Rh,
ainda que este seja o principal responsável. A DHPN também pode ocorrer por
anticorpos contra quaisquer outros antígenos do grupo sanguíneo.
30
C enário 1: gestante com tipo sanguíneo Rh negativo: solicitar o exame de Coombs
Indireto (CI) ou, conforme nomenclatura atual, Pesquisa de Anticorpos Irregulares
(PAI).
x CI positivo: o grupo sanguíneo específico do anticorpo deve ser identificado e,
de acordo com este resultado, a paciente deve ser referida ao pré-natal de alto
risco.
x Gestantes com fator Rh D e Du negativos, com CI negativo: este exame deve ser
realizado na 1ª consulta e repetido com 24 a 28 semanas. As pacientes Rh
negativas com CI negativo que receberam a imunoglobulina anti D durante a
gestação (28ª a 32ª semana) no início do 3º trimestre não repetirão o teste de
Coombs indireto até o parto.
C enário 2: gestante com tipo sanguíneo Rh positivo que realizou exame de Coombs
Indireto (CI) ou, conforme nomenclatura atual, Pesquisa de Anticorpos Irregulares
(PAI).
x CI positivo: o grupo sanguíneo específico do anticorpo deve ser identificado e,
de acordo com este resultado, a paciente deve ser referida ao pré-natal de alto
risco.
31
x CI negativo: este exame deve ser realizado APENAS na 1ª consulta de pré-natal,
não sendo repetido posteriormente, pois, neste caso, o risco de DHPN por
antígenos irregulares é remoto.
A T E N Ç Ã O: O CI ou PAI não faz parte da rotina pré-natal das gestantes RH positivas
na Rede Municipal de Saúde
e2) H emograma
x 'RVDJHP +HPRJORELQD JGO DXVrQFLD GH DQHPLD 6XSOHPHQWDomR GH IHUUR D
partir da 14ª semana de gestação. A OMS recomenda a ingestão de 30mg de Ferro
Elementar. Na rede básica de saúde, há disponível o ferro na forma de sulfato
ferroso, na dose de 300mg, que corresponde a 60mg de ferro elementar (5mg Ferro
Elementar = 25mg Sulfato Ferroso). O Ministério da Saúde do Brasil orienta a
suplementação com ácido fólico associado ao sulfato ferroso, portanto prescreve-se
um comprimido de sulfato ferroso e 1 comprimido de ácido fólico (5mg) ao dia
durante toda a gestação. Recomenda-se ingerir antes das refeições.
x Hemoglobina <11g/dl e >8g/dl (anemia leve e moderada): tratar a anemia com três
drágeas de sulfato ferroso, via oral/dia e 1 comprimido de ácido fólico (5mg) ao dia.
Repetir a dosagem de hemoglobina no 3º trimestre. Se a hemoglobina atingir 11g/dl,
diminuir para dose de suplementação de sulfato ferroso (uma drágea ao dia) e manter
a dose de ácido fólico.
x Hemoglobina 8g/dl (anemia grave): referir ao pré-natal de alto risco.
32
F luxograma 3- Esquema para diagnóstico e seguimento dos quadros de anemia durante a gestação
33
x Fator de risco presente: realiza GTT 75g direto
F luxograma 4 - Roteiro para rastreio e diagnóstico do Diabetes gestacional sem fator de risco
34
e4) Sorologia para sífilis (V D R L)
x VDRL negativo: repetir exame no 3º trimestre (após a 28ª semana) e no momento do
parto.
x VDRL positivo: no Centro de Referência o Laboratório realizará imediatamente o
teste confirmatório para infecção pelo Treponema pallidum (Hemaglutinação ou
FTA ABs). Se o teste confirmatório for positivo ou reagente deve-se realizar o
tratamento, conforme esquema a seguir:
-Sífilis recente primária (fase do cancro duro): tratar com penicilina benzatina
2.400.000 UI (1.200.000 UI em cada nádega) em 2 aplicações com intervalo de uma
semana, dose total de 4800.000UI
-Sífilis recente secundária (disseminação do agente): tratar com penicilina benzatina
2.400.000 UI (1.200.000 UI em cada nádega) em 3 aplicações com intervalo de uma
semana, dose total 7.200.000 UI
-Sífilis latente ou tardia (mais de um ano de evolução ou duração desconhecida)
tratar com penicilina benzatina 2.400.000 UI (1.200.000 UI em cada nádega) em 4
aplicações com intervalo de uma semana, dose total 9.600.000UI. O Ministério da
Saúde do Brasil utiliza o esquema de 3 doses de 2.400.000 UI, dose total 7.200.000
UI.
ATENÇÃO
Toda a paciente com sífilis cujo intervalo entre o término do tratamento e o parto for
inferior a quatro semanas, deverá ser notificada como sífilis congênita.
Realizar controle do tratamento com realização de VDRL 2, 4, 6 e 8 meses após o
tratamento. Espera-se redução de pelo menos duas diluições do título inicial do
VDRL na 1ª avaliação.
35
F luxograma 6 - Roteiro para rastreio e diagnóstico da sífilis na gravidez
36
x Explicar os benefícios do diagnóstico precoce na gravidez: redução da transmissão
vertical, o acompanhamento especializado e as medidas profiláticas para a gestante e
para o RN em relação às infecções oportunistas.
x Mencionar o caráter confidencial e voluntário do teste.
Pós-teste
Resultado Negativo
x Discutir o significado deste resultado
x Informar que o teste deve ser repetido em caso de nova gestação
x Informar que o teste negativo não significa imunidade
x Reforçar os conceitos de modo de transmissão do HIV e outras DST e as
medidas preventivas
Resultado Positivo
x Discutir o significado deste resultado
x Informar sobre a necessidade de acompanhamento médico especializado
x Oferecer informações sobre como, quando e onde poderá ser feito este
acompanhamento.
x Informar sobre as medidas disponíveis para diminuir a transmissão vertical
x Orientar sobre a necessidade de não amamentar
x Discutir a necessidade da testagem do parceiro e do uso de preservativos nas
relações sexuais
x Fornecer suporte psicoterápico
x Encaminhar para serviço de alto risco
37
x IgG positivo/IgM positivo: Na Rede Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, o
laboratório realizará o Teste de Avidez para toxoplasmose na mesma amostra
sanguínea do 1º ELISA reagente. Dependendo da idade gestacional, a paciente
terá o diagnóstico de que a infecção ocorreu há menos de 12-16 semanas ou há
mais de 12-16 semanas. Caso não seja possível descartar que a infecção tenha
ocorrido previamente a gravidez a gestante deverá ser referenciada ao AMIGO-
HC.
x IgG negativo/IgM positivo: repetir a sorologia em 7 a 14 dias. Se IgG se tornar
positivo, a hipótese diagnóstica será de infecção aguda, o profissional deverá
prescrever espiramicina (3g VO) e encaminhar para AMIGO-HC. Caso a IgG
permaneça negativa, considera-se falso positivo da IgM e a gestante será
mantida no Centro de Referência-Mater sendo considerada susceptível para este
agente recebendo, portanto, as orientações para prevenção da infecção aguda.
38
F luxograma 7 - Roteiro para rastreio e diagnóstico da toxoplasmose na gravidez
e9) U rocultura (U C A)
Se paciente está assintomática e a urocultura identificar um agente, com mais de
100.000 colônias, a conduta será tratar de acordo com o antibiograma. A droga de
escolha deve ser a disponível na rede municipal de saúde. Após o tratamento da
bacteriúria assintomática a paciente NECESSITA fazer o controle do tratamento
-UCA controle: deverá ser colhida 7 a 10 dias após o término do antibiótico
39
-Resultado negativo: UCA de acompanhamento em 30 dias
-Resultado positivo: devem-se pesquisar fatores de risco (cálculos, malformações do
trato urinário) ou tratamento incorreto. A paciente deverá ser tratada novamente.
-UCA de acompanhamento: se o resultado for negativo a paciente repetirá novamente a
UCA em 30 dias.
ATENÇÃO
Caso a gestante apresente infecção urinária pelo Estreptococo do Grupo B ou
agalactiae (EGB), deverá ser realizado o tratamento desta infecção. No caso de
bacteriúria assintomática, a prescrição será de acordo com o antibiograma e se for
ITU sintomática deverá receber o antibiótico e repetir a UCA conforme já descrito.
Independente do tratamento da ITU realizado, esta gestante DEVERÁ RECEBER
ANTIBIOTICOPROFILAXIA PARA ESTREPTOCOCO DO GRUPO B
DURANTE O TRABALHO DE PARTO. Estas informações deverão estar anotadas
no prontuário e no cartão de pré-natal, além de informadas a paciente.
As drogas de escolha para o tratamento da ITU na gestante:
x Bacteriúria assintomática: escolha de acordo com o antibiograma
x ITU sintomática:
-Cefuroxima via oral 250mg de 12/12 horas por 10 dias
-Macrodantina: 100mg via oral de 6/6 horas por 10 dias
-Norfloxacina: 400mg via oral de 12/12 horas por 7 dias
40
e10) E xame parasitológico de fezes
x Negativo: orientações higieno-dietéticas
x Positivo: tratamento conforme agente etiológico identificado após a 12ª semana
41
linguagem de fácil entendimento e esclareça que o serviço tem 24 horas de atendimento.
As principais orientações devem ser para que volte ao serviço antes do retorno
programado se:
x Observar perda de líquido via vaginal: esclarecer que pode escorrer pelas pernas, que
o líquido costuma ter odor de água sanitária, mas que também pode ser em pequena
quantidade, porém de forma repetitiva
x Observar diminuição da movimentação fetal (mínimo de dois movimentos após as
principais refeições)
x Observar perda de sangue pelos genitais: a perda sanguínea, em qualquer quantidade,
deve ser valorizada. Explicar para a paciente que deve procurar o serviço se
apresentar sangramento via vaginal de coloração vermelho vivo acompanhado ou
não de dor abdominal
x Observar contrações rítmicas (duas a cada 10 minutos por, pelo menos, uma hora).
42
5.1.2. A valiação Nutricional Para A Gestante De Baixo Risco: É realizada por meio
do IMC expresso em kg/m2, preferencialmente avaliado na consulta pré-concepcional
ou durante o decorrer do primeiro trimestre da gestação. Porém, se a primeira consulta
da gestante ocorrer após a 13ª semana, o IMC baseado na biometria desta primeira
consulta será definido como IMC basal para o acompanhamento do ganho de peso. A
principal vantagem da utilização do IMC é a boa relação deste índice com a massa
gorda do paciente, além da facilidade de interpretação. A avaliação do estado
nutricional da gestante utilizando o IMC utilizaa Curva de Atalah que foi padronizada
para a população chilena considerando o IMC e a idade gestacional. Este autor
classificou o estado nutricional nas categorias descritas a seguir:
x %DL[R 3HVR %3 ,0& Dos valores expostos na faixa correspondente a baixo
peso
x Adequado (A): IMC estiver compreendido na faixa de valores expostos na coluna
correspondente a adequado
x Sobrepeso (SP): IMC estiver compreendido na faixa de valores expostos na
coluna correspondente a sobrepeso
x 2EHVLGDGH2,0&Dos valores expostos na coluna correspondente a obesidade
43
F igura 3 - G ráfico para registro do ganho de peso materno durante a gestação ± C urva de A talah
44
materno-fetais que alteram o metabolismo placentário, gestação múltipla, e sem dúvida,
os hábitos alimentares da gestante. Durante o acompanhamento pré-natal, no que diz
respeito aos limites do ganho de peso materno, pode-se definir três tipos de
comportamentos: ganho de peso adequado, ganho de peso insuficiente ou ganho de peso
aumentado. O ganho de peso ao longo da gestação será anotado em um gráfico que está
exposto na figura 4.
Gráfico para registro do ganho de peso durante a gestação de acordo com a idade
gestacional
A avaliação do GPMG tem-se consolidado como ferramenta importante para a
assistência pré-natal de qualidade, tanto pelo seu valor no acompanhamento obstétrico
quanto por seu valor preditivo de desfechos gestacionais indesejáveis quando se
encontra alterado. Apesar da facilidade desta avaliação que utiliza medidas biométricas
básicas, o controle deste ganho demanda orientações nutricionais adequadas
preferencialmente fornecidas por equipe multidisciplinar.
Frente a um GPMG insuficiente deve-se suspeitar sempre de RCIU, hiperemese
gravídica, bulimia ou anorexia (principalmente nas gestantes adolescentes), infecções
crônicas (HIV como causa principal), desnutrição e tabagismo. Frente ao GPMG
aumentado a hipótese diagnóstica deve ser de Diabetes Mellitus, gestação múltipla,
malformação fetal (aumento do líquido amniótico), obesidade, doenças crônicas
(hipertensão, dislipidemia).
45
O R I E N T A Ç Õ ES A L I M E N T A R ES: uma adequada orientação nutricional durante a
gestação é a pedra angular do controle do GPMG podendo ser realizada pelo próprio
obstetra durante a assistência pré-natal ou, de preferência, em conjunto com a
nutricionista.
46
Q uadro 5 - Alimentos para substituição dos grupos A e B
47
5.2.Pré-Natal Do Parceiro
48
partir deste apoio, o abono da falta do parceiro ao serviço para acompanhar sua parceira
na consulta pré-natal passará a ter aspectos de legalidade e parte dos direitos de cidadão.
x Fase inicial para implantação do pré-natal do parceiro: refere-se apenas à presença
do parceiro na consulta pré-natal da gestante, não havendo ônus para o sistema de
saúde.
x Fase de inclusão do parceiro na assistência pré-natal da gestante: visa a saúde do
homem e a redução da transmissão vertical das DST. As primeiras dificuldades
divisam a inclusão de mais um custo à diversidade de recursos necessários e
dirigidos a este cuidado, entendidos como cronicamente insuficientes para atender a
demanda das próprias gestantes. Entretanto, os benefícios cobrem largamente os
eventuais custos destas medidas.
Um dos principais problemas que existe no controle das DST durante a gravidez é
justamente a abordagem do parceiro. As tentativas de alguns países que quiseram
instituir esta notificação ao parceiro recuaram após verem que as tentativas não
resultaram em aumento da adesão e as gestantes se afastavam do cuidado médico em
decorrência da pressão e medo de seus parceiros. A gravidez é uma situação que
demanda intervenções objetivas, visto que o espectro da transmissão vertical está
sempre presente e não há tempo nem espaço para falhas de manuseio. Se o parceiro tem
adesão a esta intervenção o resultado é adequado. No entanto, sem adesão, o resultado
médico é inadequado, com grande risco de ruptura de relacionamento e de gerar
violência. No caso de gestantes, se o parceiro fosse aconselhado para fazer os exames
sorológicos de detecção dessas infecções na primeira consulta da gestante, esta situação
estaria resolvida para aquelas doenças cujo diagnóstico sorológico já faz parte da rotina
laboratorial do pré-natal, dentre eles o vírus da hepatite B (VHB), hepatite C (VHC),
Treponema pallidum e vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1). Imagina-se
que o pré-natal conjunto gestante-parceiro seja uma alternativa ética, exeqüível e
coerente, com elevado potencial de reduzir as taxas de transmissão vertical das
infecções aqui abordadas. No seu contexto, além da possibilidade de se resolver a
questão da convocação do parceiro da gestante portadora de DST, a extensão do
cuidado pré-natal ao parceiro da gestante cria a possibilidade de evitar tanto a exposição
(gestante não infectada) quanto a re-exposição (gestantes infectadas) a microrganismos
com potencial de transmissão perinatal. Sob a perspectiva profilática, a relação
custo/benefício é evidente.
49
F luxograma 9 - Assistência pré-natal estendida ao parceiro: panorama ideal
50
5.3. Assistência Ao T rabalho De Parto E Parto
51
6. Fornecer camisola e encaminhar a gestante ao banheiro para trocar a roupa e, se
necessário, esvaziar a bexiga.
7. Realizar o exame físico:
x Gestante em decúbito dorsal com a cabeça e o dorso mais elevados
x Avaliar estado geral, mucosas e verificar pulso e pressão arterial
x Realizar ausculta cardíaca materna
8. Realizar exame obstétrico:
x Medir a altura uterina
x Avaliar estática fetal em gestantes após 26 semanas através da palpação
abdominal realizando as quatro manobras de Leopold Zweifel (figura 1).
x Observar a presença de movimentos fetais (MF) e se ocorre aceleração ou
desaceleração do BCF durante a MF
x Avaliar dinâmica uterina (DU) num período de 10 minutos, concomitante com a
ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF) com o sonar Doppler. Na
presença de contrações uterinas a ausculta dos BCF deve ser realizada,
obrigatoriamente, durante e após as contrações.
x Caracterizar a freqüência e a intensidade das contrações uterinas.
9. Realizar exame especular: quando necessário, o profissional deve explicar o exame
para a gestante e acompanhante. O exame deverá ser realizado em ambiente privativo e
com toda gentileza possível.
x Paciente SEM queixa de perda líquida ou sanguínea: exame especular pode ser
realizado com lubrificante.
x Paciente COM queixa de perda líquida: realizar exame especular sem lubrificante,
preferencialmente com a presença de um orientador para que, se houver dúvida,
não seja necessária a repetição do exame. Durante o exame especular é necessária
a visualização do colo uterino e a observação da saída ativa de líquido amniótico
(LA) pelo orifício cervical externo (OE). Caso não haja saída ativa deve-se
orientar a paciente a realizar esforço como, por exemplo, a Manobra de Valsalva e
observar o OE. Se durante a manobra não for visualizada a saída da LA pode-se
solicitar para um auxiliar movimentar o polo fetal na bacia materna. Durante a
mobilização observa-se o OE para visualizar, ou não, a saída de LA.
52
A T E N Ç Ã O : Todas as gestantes com queixa de perda líquida via vaginal deverão ser
submetidas a coleta de material para realização do Teste de Cristalização. Este teste
consiste na coleta de material do OE com espátula e esfregaço em lâmina. Aguarda-se a
secagem do material e observa-se ao microscópio (aumento 40xx) para visualizar a
formação de cristais no formato de folhas de samambaia. As pacientes com Teste da
Cristalização positivo serão conduzidas como corioamniorrexe e devem ser submetidas
ao menor número de toques vaginais possíveis. A luva deverá ser estéril e o examinador
deve utilizar o povidine ou clorohexidine aquoso na realização do exame. Aquelas com
teste negativo terão sua conduta determinada pela associação de outros testes
diagnósticos.
53
x Avaliação da Bacia materna: é fundamental avaliar os três estreitos para definir
se a bacia é favorável ou não.
54
-Estreito inferior: é o último estreitamento da bacia e corresponde a saída do
canal de parto. Este estreito tem uma característica importante que é a
possibilidade de aumentar seus diâmetros pela retropulsão do cóccix (9,5 cm
para 11,5 cm). Raramente temos distócias de estreito inferior, mas é muito
importante o posicionamento da parturiente na mesa de parto, pois caso ela
fique com o cóccix preso na mesa, terá dificuldade para realizar a retropulsão
do cóccix. O ângulo subpúbico também faz parte deste estreito e nas bacias
ginecóides costuma ser > 90º.
55
Q uadro 8 - Índice de Bishop modificado (1964)
56
A T E N Ç Ã O : É muito importante não confundir período premonitório ou pré-parto com
fase latente da dilatação do trabalho de parto.
Cenário 2:
x Hipótese diagnóstica: Período prodrômico ou fase latente do trabalho de parto?
(interrogado). Na prática é uma situação muito freqüente na sala de admissão.
x Conduta: A gestante deverá ser reavaliada após um período de tempo que deve ser
combinado com a paciente e familiar(es). É fundamental explicar que após esta
reavaliação, a conduta poderá ser alta ou internação.
Ao decidir pela reavaliação da gestante a equipe pode optar por:
x Solicitar que a gestante deambule na maternidade e marcar um horário para
reavaliação, em geral, duas horas.
x Orientar a paciente para retornar para casa e voltar ao hospital no período estipulado,
ou antes, se as contrações aumentarem ou se modificarem as queixas.
Cenário 3:
x Hipótese diagnóstica: Fase ativa da dilatação ou Período expulsivo
x Conduta: Internação para assistência ao trabalho de parto
- Se baixo risco permanecerá no Centro de Referência da Saúde da Mulher de
Ribeirão Preto-Mater
- Se alto risco, dependendo da dilatação cervical e da paridade, será referenciada para
hospital de maior complexidade
ATENÇÃO
Evitar internar a paciente na fase latente da dilatação, mas se alguma circunstância
clínica ou social exigir, não abrir partograma, anotando o motivo da admissão na
folha de evolução.
Em pacientes multíparas, dar maior crédito a dinâmica uterina em detrimento da
dilatação cervical. Nas primíparas a dilatação deve ser mais valorizada que as
contrações uterinas. O uso de critérios claros para o diagnóstico de fase ativa de TP
reduz o uso de ocitocina e analgesia (Nível A de evidência).
Cenário 4:
x Hipótese diagnóstica: Independente de estar em trabalho de parto ou não, a equipe
julga necessária a avaliação da vitalidade fetal (cardiotocografia, ultrassonografia)
e/ou necessidade de medicação e/ou solicitação de exames (coleta de urina e/ou
sangue, etc) e/ou transferência para hospital de maior complexidade.
58
x Conduta: A paciente será encaminhada para observação na enfermaria 11 onde
realizará a avaliação da vitalidade fetal ou colherá os exames ou receberá a
medicação. Após a reavaliação da paciente, a equipe adotará uma das condutas
anteriormente descritas nos demais cenários.
A T E N Ç Ã O:
Todos os casos devem ser discutidos com o residente mais graduado que deve
conferir os dados anotados e o exame da paciente. O chefe do plantão deve estar
ciente da avaliação e conduta. Nos impressos do Centro de Referência deve constar o
nome de toda a equipe que participou da avaliação e condução do caso.
Independente do cenário descrito, explicar a paciente e familiar(es) que a conduta foi
decidida PELA EQUIPE, e caso observe resistência ou temor da paciente/familiar
solicitar ao chefe do plantão para auxiliar a reforçar a conduta.
59
5.3.2. Assistência Ao Período De Dilatação: realizado o diagnóstico de trabalho de
parto, a parturiente está na fase ou período de dilatação. Este período apresenta:
1ª) F ase latente: a dilatação cervical tem velocidade menor que 1cm por hora, portanto
a curva da dilatação desta fase tem tendência horizontal, com pequena inclinação. A
dilatação cervical evolui de 2-3cm para 4cm.
2ª) F ase ativa: a velocidade de dilatação cervical é maior que 1cm por hora (em média,
de 1,2cm/h em nulíparas e 1,5 cm/h em multíparas), portanto a curva da dilatação desta
fase tem tendência vertical, com evidente inclinação. A dilatação cervical evolui de 4cm
para dilatação completa ou total. A fase ativa da dilatação é dividida em:
x Fase de aceleração
x Fase de inclinação máxima
x Fase de desaceleração
60
classificação para alto risco. Uma dificuldade na assistência obstétrica é a definição de
parto normal. De acordo com a OMS, considera-se parto normal aquele que se inicia
espontaneamente, a paciente é considerada de baixo risco no início do trabalho de parto,
permanecendo assim durante todo o processo, até o nascimento. O feto nasce
espontaneamente, apresentação cefálica fletida (de vértice), entre 37 e 42 semanas
completas de gestação. Após o nascimento, mãe e filho estão em boas condições.
61
c) Rotina assistencial
A limentação da parturiente: Após a internação será prescrita dieta para parturiente
(líquida sem resíduos). No caso de cesariana imediata ou presumida deve ser prescrito
jejum. As pacientes que internam para indução do trabalho de parto receberão dieta
geral até desencadearem contrações, quando será prescrita dieta para parturiente.
Q uando realizada a analgesia de parto, de acordo com o protocolo do Serviço de
A nestesia, será prescrita dieta líquida. Toda gestante com idade gestacional acima
de 20 semanas será considerada de estômago cheio, e, portanto de risco para
aspiração pulmonar. Para que não haja repercussões metabólicas e hemodinâmicas
do jejum prolongado, é prudente permitir a ingestão de líquidos sem resíduos (água,
chá, suco de maçã, suco de caju, gelatina, café) cada 2-3 h nas pacientes em trabalho
de parto, já hospitalizadas, que provavelmente serão submetidas a um procedimento
anestésico.
1- Jejum a partir da realização da analgesia ou indicação de cesariana
2- Ingestão somente de líquidos sem resíduos a cada 2-3 horas nas pacientes em
trabalho de parto, que provavelmente serão submetidas a procedimento anestésico
A T ENÇÃ O:
A indicação de analgesia se baseia na dor da paciente e na indicação da equipe da
Obstetrícia.
Realizada a analgesia a paciente permanecerá em jejum sendo realizada a prescrição
desta orientação pela equipe de Obstetrícia.
A orientação de jejum deve ser comunicada à paciente e seus familiares pelas
equipes de Obstetrícia, Anestesia e Enfermagem.
Casos de indicação e realização de analgesia precoce (fase latente da dilatação)
devem ser individualizados e a prescrição do jejum discutida entre os responsáveis
pelas equipes
62
- Técnicas farmacológicas: a analgesia de condução por meio da peridural com a
possibilidade da aplicação de dose de manutenção por meio do cateter instalado no
ato da punção lombar, além da raquianestesia no final da fase ativa da dilatação e
no período expulsivo consistem em recurso valioso na assistência ao trabalho de
parto. A equipe médica indica a analgesia e, a paciente estando de acordo, é
encaminhada a sala de parto para realização do procedimento. Um dos
componentes da equipe obstétrica deve acompanhar o procedimento anestésico e,
ao término deste será realizada avaliação clínico-obstétrica detalhada, com
dinâmica uterina, ausculta dos batimentos cardíacos fetais e toque vaginal.
Dependendo da dilatação cervical a paciente será encaminhada ao pré-parto ou
permanecerá na sala de parto para realização do parto. A analgesia de parto pode
promover redução da dinâmica uterina sendo necessária correção com uterotônicos
e também aumenta a probabilidade de parto vaginal assistido (Nível A de
evidência).
x Posição: sempre dentro das possibilidades clínicas da parturiente, permitir que ela
escolha a posição mais confortável: supina, ortostática, deambulando, sentada, quatro
apoios entre outras. Não deve ser rotina orientar que a paciente permaneça deitada, mas
se parturiente preferir esta posição deve-se orientar o decúbito lateral esquerdo (DLE)
que possibilita aumento na intensidade e diminuição na freqüência das contrações
uterinas melhorando o aporte sanguíneo ao território útero-placentário. Se a paciente
desejar, poderá deambular livremente até completar a dilatação cervical.
63
A T E N Ç Ã O : Alguns acompanhantes não estão preparados para visualizar as secreções
e líquidos corporais como sangue e podem apresentar lipotimia.
x Punção venosa e infusão de líquidos: não deve ser rotineiramente empregada, uma
vez que cerca de 80% das pacientes admitidas no período de dilatação terão o parto
dentro de 8 horas. É recomendado o uso de fluidos endovenosos somente naquelas que
evoluírem com trabalho de parto prolongado ou que necessitarem de uso de medicação
endovenosa.
x Enteroclisma NÃO faz parte da rotina, pois não se mostrou capaz de reduzir
infecção materna ou fetal e causa desconforto à paciente. Além disto, aumenta o custo
do procedimento (Nível A de evidência).
64
cada 30 minutos com sonar Doppler. A ausculta deve ser feita durante e após as
contrações com o objetivo de detectar possíveis desacelerações. O uso rotineiro da
cardiotocografia em gestações de baixo risco está contra indicado devido ao alto
índice de resultados falso-positivos (Nível A de evidência).
x Prescrição de ocitocina: este medicamento deverá ser prescrito para indução de
WUDEDOKRGHSDUWRFRPËQGLFHGH%LVKRSRXSDUDcorreção de distócias funcionais
ou discinesias.
No Centro de Referência o esquema preconizado para infusão de ocitocina é:
- Diluir 5 UI em 500 ml de soro glicosado;
- Utilizar em bomba de infusão ou equipo comum;
- Diluir 5UI de ocitocina em 500 ml de SG5%. Isto corresponde a concentração
de 10mUI/ml. Cada 4 gota corresponde a 2mUI. Deve-se iniciar com 4mUI (8
gotas) por minuto e reavaliar em 30 minutos. Se a atividade uterina estiver
satisfatória, o gotejamento será mantido, caso contrário, dobrar o gotejamento a
cada 30 minutos até 40 gotas/minuto (20mUI/ml).
- Durante o uso, avaliar constantemente as contrações uterinas e a freqüência
cardíaca fetal.
- Se o padrão contrátil exceder 5 contrações em 10 minutos (taquissistolia) e
houver desaceleração da freqüência cardíaca fetal (síndrome de
hiperestimulação) a conduta deve ser descontinuar o uso do ocitócico e aplicar
uma ampola (0,5mg) de terbutalina subcutânea. As contrações com duração
maior que um minuto ou subentrantes devem ser cuidadosamente avaliadas, pois
podem repercutir na FCF
x Toque vaginal: a cada duas horas se a gestante apresenta atividade uterina
característica de trabalho de parto. Caso contrário pode ser realizado em intervalos
maiores, sendo no máximo a cada quatro horas.
M anejo ativo do T P consiste em uma série de medidas, que demonstraram ser capazes
de encurtar o tempo de trabalho de parto, reduzindo o risco de trabalho de parto
prolongado e, possivelmente, reduzindo a taxa de cesarianas. Dentre as medidas que
compõem o manejo ativo destaca-se a amniotomia, pois esta intervenção reduz a
duração do trabalho de parto em 1 a 2 horas, reduz o risco de Apgar abaixo de 7 no 5º
minuto e também reduz a necessidade de ocitocina. O manejo ativo está indicado
especialmente para as pacientes internadas na fase ativa da dilatação, pois a rotura
65
artificial precoce das membranas (dilatação cervical menor que 5 cm) deve ser evitada,
em virtude, sobretudo, de promover um maior risco de corioamnionite. Por outro lado, a
rotura artificial das membranas com dilatação cervical superior a 5 cm parece reduzir
significativamente a duração do trabalho de parto (em 1 a 2 horas), sem promover
aumento da morbimortalidade materno-fetal, reservando-se a mesma para aquelas
condições onde sua pratica seja claramente benéfica como é o caso das distócias
funcionais que estejam prolongando o trabalho de parto (Nível B de evidência).
x 1º toque vaginal realizado 1 hora após a admissão hospitalar (na fase ativa da
dilatação): se dilatação não progrediu pelo menos 1cm recomenda-se realizar
amniotomia.
x 2º toque vaginal realizado 1 hora após amniotomia: se não houver progressão de
pelo menos 1 cm na dilatação cervical, iniciar infusão de ocitocina (Nível A de
evidência).
66
5.3.3. Recursos F isioterapêuticos No T rabalho De Parto: A assistência
multidisciplinar ao trabalho de parto traz benefícios a parturiente e ao seu filho. Dentre
entre profissionais, os fisioterapeutas tem participado ativamente das atividades
tornando-se parte da equipe de saúde e auxiliando as parturientes. Dentre as técnicas
estimuladas por estes profissionais destacam-se:
67
fármacos pela maior tolerância a dor das parturientes e reduz a duração da fase
ativa da dilatação.
68
características da experiência dolorosa, porém pode efetivamente diminuir a
intensidade da dor e da ansiedade, além de fornecer suporte durante o trabalho de
parto
69
Q uadro 10 - Protocolo assistencial utilizando os recursos não farmacológicos na fase ativa do trabalho de parto
70
5.3.4. Partograma: É a representação gráfica do trabalho de parto permitindo
acompanhar sua evolução, documentar e diagnosticar alterações desta e indicar a
tomada de condutas apropriadas para a correção destes desvios, ajudando ainda a evitar
intervenções desnecessárias. A Organização Mundial de Saúde (OMS) tornou o seu uso
obrigatório nas maternidades desde 1994. Todos os dados maternos e fetais obtidos
devem ser transcritos neste impresso, inclusive as condições das membranas
corioamnióticas e do líquido amniótico, a infusão de fluidos e especificações da
analgesia. O uso do partograma deverá interferir na elevada incidência de cesáreas sem
indicação obstétrica. Identificada a distócia e reconhecida sua etiologia, a orientação
terapêutica será lógica e eficaz. Sem dúvida, a utilização desta ferramenta propedêutica
melhora a qualidade da assistência clínica ao parto, devendo ser incluída na rotina das
maternidades.
O partograma deve ser aberto quando a equipe assistente realizar o diagnóstico de
trabalho de parto, isto é, a paciente apresentar 3 contrações uterinas a cada dez minutos
com tríplice gradiente descendente, que produzam modificações cervicais com dilatação
de pelo menos 3cm. A anotação no partograma deve ser cuidadosa, sem rasura e
supervisionada pelo chefe da equipe.
F igura 10 - Recorte do partograma utilizado no Centro de Referência-M ater referente a identificação da partu riente e
principais dados clínicos e obstétricos
Identificação: colar a etiqueta, colocar a data, paridade, informação se a bolsa está rota
ou não, idade gestacional, se apresenta alguma doença e a tipagem sanguínea da
71
paciente. Não esquecer que o parto gemelar é apenas 01 parto, com 02 fetos e que a
prenhez ectópica é considerada aborto.
72
Figura 12 - Recorte do partograma utilizado no Centro de Referência-Mater referente ao
diagnóstico de bossa
F igura 13 - Recorte do partograma utilizado no Centro de Referência-M ater referente ao número e intensidade das
contrações uterinas
73
Contração uterina: A avaliação da dinâmica uterina deve ser realizada a cada
30minutos e a anotação no gráfico deve obedecer a legenda do gráfico.
F igura 14 - Recorte do partograma utilizado no Centro de Referência-M ater referente a F C F, a integridade das membranas
coriomnióticas e características do L A
F requência cardíaca fetal (B C F): A ausculta fetal deve ser realizada concomitante
com a avaliação da contratilidade uterina (durante e após a contração). Em gestantes de
baixo risco deve ser realizada a cada 30 minutos. Os batimentos cardíacos fetais devem
estar entre 110 e 160bpm.
Membranas corioamnióticas: se está íntegra colocar a letra I se estiver rota colocar a letra
R
L íquido amniótico:
x Quando for visualizado líquido amniótico claro: colocar CL
x Quando forem visualizados grumos: colocar CCG
x Quando for visualizado LA com mecônio: colocar as letras MEC e as cruzes 1+, 2+ e 3+.
O LA tinto de mecônio será indicado por 1+, o mecônio franco, porém fluido
corresponde a 2+ e o mecônio espesso a 3+.
74
x Quando for visualizado LA sanguinolento: colocar SG
Controle da dor: anotar se a paciente foi orientada a utilizar o banho de chuveiro (CH),
massagem ou analgesia.
75
F igura 16 - Recorte do partograma utilizado no Centro de Referência-M ater
referente a utilização de ocitocina
76
F igura 17 - Partograma utilizado no Centro de Referência-M ater com as informações referentes a presença do
acompanhante, a conduta obstétrica definida a cada avaliação e os dados do avaliador
77
5.3.5. Assistência Ao Período E xpulsivo: este período inicia quando a dilatação do
colo uterino está completa e termina com a expulsão fetal. Nesta fase ocorre a maioria
dos movimentos executados pelo feto ao transitar pelo canal de parto, sob efeito da
contração uterina, chamados de mecanismo de parto, portanto é no período expulsivo
que a curva da descida fetal será avaliada. São eles:
x Descida
x Rotação interna
x Hipomóclio
x Deflexão
x Rotação externa e desprendimento fetal
No assoalho pélvico o feto promoverá a compressão desta musculatura e do reto
materno, fazendo com que a gestante apresente movimentos involuntários e reentrantes,
semelhantes ao desejo de defecar (puxos). As contrações se tornam mais freqüentes e
intensas. A duração deste período varia com a paridade da paciente e também com o
fato da paciente estar sob analgesia e de acordo com o American College of
Obstetricians and Gynecologists (ACOG, Committee on Obstetrics, maternal and Fetal
Medicine: Obstetric Fórceps. N° 59, February 1988), o período expulsivo prolongado se
caracteriza por:
x Primigesta: duração acima de duas horas nas pacientes sem analgesia regional ou
mais de três horas com analgesia regional
x Multípara: duração acima de uma hora nas pacientes sem analgesia ou mais de duas
horas com analgesia regional
78
uterina, minimiza os riscos de compressão vascular e facilita para o obstetra realizar
o parto e intervir, quando necessário. Porém, as mulheres devem ser estimuladas a
experimentar a posição que for mais confortável e, para isso, os profissionais devem
estar treinados no manejo do parto em outras posições além da descrita. Não há
diferenças nos resultados perinatais, embora a posição de cócoras possa reduzir a dor
no terceiro período. Nas gestantes com insuficiência cardíaca recomenda-se o
decúbito lateral ou posição de Simms (Nível A de evidência).
80
x Rotação externa da cabeça fetal e desprendimento da cintura escapular : após
expulsão do pólo cefálico fetal, o obstetra deve segurá-lo com suas mãos espalmadas
sobre os ossos parietais, aguardando a rotação externa do mesmo, que ocor re de forma
espontânea. Caso não ocorra, esta rotação deve ser guiada pelo obstetra. A seguir, se
realiza o desprendimento dos ombros fetais, pressionando a cabeça fetal para baixo,
liberando o ombro anterior e, em seguida, para cima, sendo agora liberado o ombro
posterior. Na seqüência, ocorre a expulsão fetal completa.
81
diferenças de complicações em relação ao fechamento com pontos contínuos
apenas em mucosa, realizando pontos separados em muscular e pele.
Aparentemente há discreta redução da dor nos casos em que se utilizou a sutura
contínua em todos os planos
82
c3) Síntese da pele: Deve ser iniciada da borda inferior da incisão em direção ao
intróito vaginal, utilizando-se de pontos simples invertidos (nós ficam ocultos sob a
pele) ou de pontos intradérmicos contínuos não ancorados
c4) Transição cutâneo-mucosa: Deve ser realizado ponto simples superficial no local
da transição cutâneo mucosa para aproximar os lados da incisão de maneira
simétrica, visando melhor resultado estético
d) Revisão da episiorrafia: Observa-se se há pontos sangrantes ou não completamente
fechados após a sutura. Nestes locais recomenda-se realizar pontos simples com o
mesmo fio utilizado na episiorrafia
e-Toques retal e vaginal: Como em todo parto por via vaginal, deve ser realizado o
toque retal e vaginal ao término do procedimento, neste caso tendo-se atenção especial a
eventuais pontos que possam ter transpassado a parede do reto
Cuidados pós-episiorrafia
x Higiene
x Orientar uso de duchas ao invés de papel higiênico na primeira semana
x Utilizar água e sabonete, não havendo necessidade de utilizar anti-sépticos
x Analgesia
x Aguardar demanda da paciente
x Nos casos de episiotomias extensas, associadas a lacerações ou manipulações
maiores da genitália (por exemplo, parto vaginal assistido), pode-se deixar
prescrito analgésico ou antinflamatório por via oral nas primeiras 24 horas
associado a gelo no períneo a cada 4-6 horas
Pacientes que demandam analgesia frequente por dor na episiorrafia devem
receber cuidadosa reavaliação da região perineal e episiorrafia em busca de pontos de
deiscência ou formação de hematoma.
83
5.3.6. Parto V aginal Assistido: A habilidade no uso do fórcipe ou do vácuo extrator
para a condução do 2º período do trabalho de parto é muito importante. O trabalho de
parto é dinâmico e pode exigir da equipe assistente condutas habituais ou de
emergência, sendo fundamental capacitar os profissionais para indicar e realizar o parto
vaginal assistido. A conduta ativa durante o trabalho de parto, argumentando a favor de
abreviar o período expulsivo em todas as pacientes com a aplicação do fórcipe ou vácuo
extrator, se opõe a humanização do parto preconizado no Centro de Referência da Saúde
da Mulher de Ribeirão Preto-Mater. A conduta conservadora que advoga que o parto
assistido só deve ser realizado com indicação precisa é defendida por proporcionar a
mulher e ao recém-nascido o direito do nascimento espontâneo.
Fetais:
x Cardiotocografia intra-parto categoria II ou III no período expulsivo e
x Distócia de rotação
84
Pré-requisitos para o parto vaginal assistido:
2SHUDGRUH[SHULHQWH
)HWRYLYR
'LODWDomRFHUYLFDOFRPSOHWDWRWDO
0HPEUDQDVFRULRDPQLyWLFDVURWDV
3yORFHIiOLFRXOWUDSDVVRXHVWUHLWRVXSHULRUHPpGLRDEDL[RGRSODQR]HURGH'H/HH
9DULHGDGHSRVLomRIHWDOLGentificada com certeza
3URSRUomRFpIDOR-pélvica
$QHVWHVLDDGHTXDGD
7HPSRHVSHUDSDUDTXHRSDUWRQRUPDORFRUUDHVWiHVJRWDGR
C lassificação:
De acordo com a altura da apresentação cefálica em que os instrumentos são aplicados o
fórcipe ou vácuo extrator são classificados em:
1) Fórcipe ou vácuo extrator de alívio:
x Vértice da apresentação está no plano +3 de De Lee (polo cefálico no períneo
materno);
x Variedade de posição: OP ou OS
x Rotação < 45 graus.
2) Fórcipe ou vácuo extrator baixo:
x Vértice da apresentação está no plano +2 ou +3 de De Lee;
x Variedade de posição: OP, OS, ODA, OEA
x Rotação poderá ser maior ou menor que 45 graus.
3) Fórcipe ou vácuo extrator médio: vértice da apresentação atinge o plano +1 ou +2 de
De Lee.
4) Fórcipe ou vácuo extrator alto: vértice da apresentação atinge o plano -1 ou 0 de De
Lee e o biparietal apenas tangencia o biciático da bacia.
85
A T E N Ç Ã O : Atualmente apenas o fórcipe e vácuo extrator baixo ou o de alívio são
utilizados, visto que o fórcipe e vácuo extrator médio e alto não tem lugar na obstetrícia
moderna.
a) Parto Fórcipe
Apesar do estigma negativo deste instrumento entre as pacientes e a evolução
das técnicas anestésicas e cirúrgicas no exercício da obstetrícia, o fórcipe ainda possui
seu lugar na prática obstétrica moderna (American College of Obstetricians and
Gynecologists, 1994).
86
Q uadro 12 - T ipos de fórcipe utilizados
T ipos de pega:
a) Biparietomalatomentoniana: é a pega ideal e as colheres são posicionadas ao longo
do diâmetro occipitomental
b) Frontomastoidea: também chamada oblíqua ou precária
c) Fronto-occipital: ou má pega por expor o feto a grande risco de tocotraumatismos
87
T écnica da aplicação do fórcipe:
Paciente em posição de litotomia
2EVWHWUDHDX[LOLDUSDUDPHQWDGRV
$QWLVVHSVLDGRSHUtQHRHFDPSRVFLU~UJLFRVHVWHULOL]DGRV
(VYD]LDPHQWRYHVLFDOcom sonda de alívio
$QHVWHVLDEORTXHLRSXGHQGRELODWHUDORXDQDOJHVLDUHJLRQDO
Certeza das condições de aplicabilidade do fórcipe
$SUHVHQWDomRIyUFLSHjYXOYDSHJDHVSDcial)
,QWURGXomRGRIyUFLSHHSUHHQVmRGRSyORFHIiOLFR
9HULILFDomRGDSHJD³FKHFNOLVW´
5RWDomRVHQHFHVViULD
7UDomRGHSURYD
(SLVLRWRPLD
7UDomRGHILQLWLYDUHVSHLWDQGRDDWLYLGDGHXWHULQD
2³FKHFNOLVW´GDSHJDLGHDOGHYHREVHUYDURVVHJXLQWes parâmetros:
a.Fontanela menor deverá estar à distância de um dedo transverso do plano dos cabos
b.Sutura sagital eqüidistante dos dois ramos
c.Não pode ser introduzido mais que a polpa digital entre a cabeça fetal e a fenestra
F igura 21 - ³&KHFN/LVW´GDSHJDLGHDO
E xtraído O bstetrícia Básica ± Bussamara Neme ± 3ª edição - 2006
88
uterina, e é considerada positiva quando há progressão do pólo cefálico e abaulamento
do períneo.
ATENÇÃO
No desprendimento cefálico na variedade de posição occipital posterior (OS), deve
ser aplicada tração horizontal até que a base do nariz fetal esteja sob a sínfise
púbica materna. Então os cabos devem ser elevados lentamente até que o occipital
apareça no períneo. Essa extração é mais difícil que na variedade de posição em
OP, e há maior distensão do períneo, sendo necessário uma episiotomia maior.
Recomenda-se antibioticoprofilaxia com 2g de cefalotina endovenosa no parto
fórcipe.
89
Após dequitação placentária é fundamental:
Cuidadosa revisão do colo uterino e canal de parto e sutura de eventuais lacerações.
A equipe deve estar preparada para conduzir eventuais hemorragias pós-parto.
Episiorrafia
Toque retal
ATENÇÃO
No pós-parto, a paciente pode referir dor pelo trauma perineal e maior dificuldade na
micção e evacuação. Nestes casos, recomendam-se compressas perineais de gelo e
prescrição de analgésicos.
O RN deve ser examinado minuciosamente para diagnosticar eventuais
tocotraumatismos.
A seguir está o mnemônico utilizado no Advanced Life Support Obstetrics (ALSO) para
utilização do fórcipe.
M N E M Ô N I C O A LSO 1 - P A R T O F Ó R C IPE
L etra A : ao decidir pelo parto assistido utilizando o fórcipe o obstetra deve avisar a
paciente que será necessário ajudar no nascimento utilizando um equipamento chamado
fórcipe. Recomenda-VHQmRXWLOL]DUWHUPRVFRPR³IHUUR´6ROLFLWDUDSUHVHQoDGRPpGLFR
assistente, pediatra e anestesista em sala
90
L etra B : esvaziar a bexiga com sonda de alívio seguindo os princípios da antissepsia
L etra C : Checar se o colo está completamente dilatado
L etra D : Descrever a variedade de posição, isto é, ter segurança da variedade de
posição da apresentação fetal. Sempre que o parto for assistido o profissional deve ter
em mente a possibilidade de ocorrer distócia de ombro, pois com a tração fetal pode
ocorrer abertura da cintura escapular.
L etra E : Antes de iniciar o procedimento todo o equipamento deve ser checado, ou
seja, os ramos do fórcipe estão corretos, material para episiotomia, pinças para clampar
o cordão.
L etra F : a técnica para aplicação do fórcipe já foi descrita, mas aqui o destaque é para
aplicação segura do instrumento. Utilizam-se as letras: PSF que indicam o check list da
³ERDSHJD´
P: posição da fontanela
S: sutura sagital eqüidistante dos ramos do fórcipe
F : não pode ser introduzida a polpa digital na fenestra, o que significa que os ramos
do fórcipe estão adequadamente introduzidos.
L etra G : cumpridos todos os passos inicia-se a tração que deve ser firme e
concomitante com a contração uterina
L etra H : hora de levantar o fórcipe, isto é, a tração deve facilitar a realização do
hipomóclio
L etra I: Incisão ou episiotomia
L etra J: ao visualizar a articulação temporo-mandibular do feto as colheres devem ser
retiradas
b) V ácuo E xtrator
91
Além disto, o vácuo extrator não necessita da realização da episiotomia e,
consequentemente proporciona menor risco de lacerações e rotura do esfíncter anal,
quando comparado com o fórcipe.
M N E M Ô N I C O A LSO 2 - V Á C U O E X T R A T O R
92
L etra A : ao decidir pelo parto assistido utilizando o vácuo extrator o obstetra deve
avisar a paciente que será necessário ajudar no nascimento utilizando um equipamento
chamado vácuo extrator. Solicitar a presença do médico assistente, pediatra e anestesista
na sala de parto.
L etra B: esvaziar a bexiga com sonda de alívio seguindo os princípios da antissepsia
L etra C : Checar se o colo está completamente dilatado
L etra D: Descrever a variedade de posição, isto é, ter segurança na definição da
variedade de posição da apresentação fetal. Sempre que o parto for assistido o
profissional deve ter em mente a possibilidade de ocorrer distócia de ombro, pois com a
tração fetal pode ocorrer abertura da cintura escapular.
L etra E : Antes de iniciar o procedimento todo o equipamento deve ser checado, ou
seja, a sucção do vácuo, material para episiotomia, pinças para clampar o cordão e a
equipe necessária em sala. A sucção do vácuo deve ser inicialmente testada na mão: a
campânula é adaptada na palma da mão, o auxiliar inicia a realização do vácuo
utilizando a bomba de sucção até 40 mmHg. Checado o funcionamento adequado, o
auxiliar solta a pressão e obstetra posiciona a campânula no pólo cefálico fetal. É
realizada nova sucção até 20 mmHg e mantem-se nesta pressão até iniciar a contração
(área amarela). Na contração uterina o auxiliar aumenta a pressão até 40 mmHg (área
verde) e é iniciada a tração da apresentação. Terminada a contração também suspende a
tração e libera a pressão no vácuo para 20 mmHg novamente.
L etra F : a técnica para aplicação do vácuo, isto é, para aplicação segura do
instrumento. Limpar o vértice da apresentação retirando sangue e secreções maternos.
Afastar os lábios vaginais. Dobrar a campânula de plástico e colocá-la a três centímetros
do bordo da fontanela occipital, sobre a sutura sagital. Verificar com o dedo em volta da
campânula posicionada sobre o pólo cefálico se não houve apreensão de tecido materno.
Calibar o manômetro entre a área amarela e a área verde. O ponteiro deve ser mantido
na área amarela entre as contrações e na área verde durante as contrações.
L etra G : cumpridos todos os passos inicia-se a tração que deve ser firme e
concomitante com a contração uterina. Esta tração deve ser realizada em ângulo reto
com o plano da campânula, que ficará automaticamente no eixo correto da tração. O
eixo de tração é o meio mais eficiente de efetivar o progresso: ocorrerá maior progresso
com menor força. Não devem ser realizados movimentos de oscilação ou rotação com o
vácuo extrator, apenas tração constante, durante a contração, na linha do canal de parto.
93
Quando o polo fetal se apoiar na sínfise púbica para realizar hipomóclio, o cabo do
vácuo extrator deve ser elevado, mudando da posição horizontal para quase vertical.
L etra H : hora de para, isto é, a tração deve ser suspensa entre as contrações. O vácuo
deve ser abandonado se não ocorreu o nascimento após 20 minutos do início do
procedimento ou após 3 tentativas sem sucesso ou se a campânula soltou por 3 vezes.
L etra I: Incisão ou episiotomia. O instrumento não requer realização de episiotomia,
visto que não há necessidade de aumentar o espaço no canal de parto como ocorre com
o vácuo extrator
L etra J: ao visualizar a articulação temporo-mandibular do feto as colheres devem ser
retiradas
94
5.3.7. A valiação da vitalidade fetal
a) A nteparto
b) Intraparto
96
Q uadro 13 - C lassificação da L B da F C F
97
x A celeração transitória (A T): Consiste no aumento visualmente abrupto da
FCF. Em gestações com mais de 32 semanas, a aceleração deverá ser de, no
mínimo, 15 bpm e ter a duração de 15 segundos a 2 minutos. Se a aceleração
durar mais que dois e menos que dez minutos, temos uma aceleração
prolongada. Caso dure mais que dez minutos, caracteriza uma mudança no nível
da linha de base da FCF.
Se o resultado da CTG for feto ativo e não houver outras evidências clínicas de
anormalidade, a avaliação da vitalidade fetal será encerrada. Nesse caso, o risco de óbito
fetal em uma semana é de 1/1000 nascidos vivos. Entretanto, se o resultado for feto
hipoativo ou inativo, a avaliação deverá prosseguir com a realização do estímulo fetal.
a.1.4) Perfil Biofísico Fetal (PB F): descrito por Manning et al. em 1980 combina a
avaliação de parâmetros biofísicos fetais (marcadores agudos) e do volume de líquido
amniótico (marcador crônico), por um período máximo de 30 minutos. Baseia-se na
hipótese de que as atividades biofísicas do feto são um reflexo do grau de oxigenação
do SNC e que desaparecem na seqüência contrária a que surgem. Além disso, a
associação de parâmetros melhora a predição do sofrimento fetal. Os marcadores
agudos são: reatividade cardíaca, movimento respiratório, movimento somático e tônus.
Parâmetros normais recebem pontuação 2 e anormais recebem zero.
x Reatividade cardíaca: CTG anteparto com feto ativo ou CTG estimulada com feto
reativo ou com padrão bifásico recebem pontuação 2. Os demais resultados recebem
pontuação 0. Esse parâmetro é o primeiro a se alterar na hipoxemia.
x Movimento respiratório (M R) fetal: Os MR são movimentos paradoxais, em
gangorra, que ocorrem em salvas, havendo momentos de pausa respiratória elas.
Considera-se normal a presença de pelo menos uma salva de MR com duração de 30
segundos.
x Movimento somático (MS) fetal: Os movimentos somáticos podem ser
classificados em simples ou isolados, representados por flexão e extensão de
membros, movimentos de rotação, representados por movimentos do tronco e
99
estiramentos, representados por movimentos do tronco e membros. Considera-se
normal a ocorrência de pelo menos um movimento simples ou um estiramento amplo
ou de três movimentos discretos de rotação ou de membros.
x Tônus: O tônus é a última atividade biofísica a desaparecer. É normal quando há
atitude de flexão, abertura e fechamento das mãos e movimentos oculares, palpebrais
ou de sucção.
x Volume de liquido amniótico (L A): A avaliação do LA no PBF, leva em
consideração a medida do diâmetro ântero - posterior (AP) do maior bolsão. É
considerado normal quando esta medida é maior ou igual a 2 cm.
100
Q uadro 16 - Pontuação obtida no PB F , sua interpretação obstétrica e conduta
101
A T E N Ç Ã O: Os índices de impedância são maiores na inserção fetal do cordão
umbilical, por isso o volume de amostra do Doppler pulsado deve ser posicionado o
mais próximo possível da inserção placentária do cordão. Valores de normalidade do
índice de resistência na AU variam com a idade gestacional e estão disponíveis na
tabela 2. Quando se detecta anormalidade no Doppler da AU, há indicação de avaliação
do Doppler de artéria cerebral média.
102
DVC que é desencadeada pela hipoxemia, quando se detecta anormalidade no
Doppler da ACM há indicação de avaliação do Doppler do ducto venoso. Valores
de normalidade do índice de resistência na ACM variam com a idade gestacional e
estão expostos na tabela 3.
x Ducto venoso (D V): O Doppler arterial não fornece informações sobre a função
cardíaca ou fluxo venoso. O DV é o vaso de escolha para a avaliação do território
venoso, pois regula o retorno venoso em fetos normais e anormais, recebe
diretamente o pulso retrógrado do átrio direito (AD) e é responsivo a mudanças na
oxigenação, além de ser facilmente identificado pelo Doppler Colorido. O
sonograma do DV é característico. Possui uma onda bifásica com dois picos de
velocidade, um sistólico, outro diastólico e fluxo sempre positivo durante a sístole
atrial. Mais recentemente, tem-se falado em uma onda V entre os picos. A onda S,
correspondente à sístole ventricular, é formada pelo efeito GH ³VXFomR´ SURYRFDGR
pela contração dos ventrículos. A cordoalha tendínea também se contrai e puxa as
valvas AV, reduzindo muito a pressão no AD, aumentando assim a velocidade do
fluxo. Na seqüência tem-se a onda V, que corresponde ao retorno das valvas AV à
103
posição inicial, com redução do fluxo atrial. A onda D corresponde à diástole
ventricular, momento em que novamente ocorre redução da pressão e aumento da
velocidade de fluxo no AD, após abertura das valvas AV, na fase de enchimento
ventricular passivo. E, finalmente, a onda A correspondente a sístole atrial, quando
há grande aumento da pressão e redução da velocidade do fluxo neste local. Quando
ocorre redistribuição do fluxo sangüíneo na centralização hemodinâmica fetal, há
vasoconstricção periférica e aumento da pós-carga do feto. Ao lado destas alterações,
ocorre lesão hipóxica miocárdica, com redução da complacência e da contratilidade
cardíaca. Todas essas modificações levam a falência cardíaca, com aumento do
volume residual e da pressão diastólica ventricular, o que levará a redução das
velocidades de fluxo, mais acentuadamente do fluxo na onda A. Com a piora das
condições clínicas, a onda A pode tornar-se zero ou até reversa. Além disso, há
aumento dos de impedância, sendo o mais utilizado na prática clínica o índice de
pulsatilidade (IP).
105
x Período expulsivo: auscultar FCF a cada 5 minutos
x Momentos de ausculta: A FCF deverá sempre ser auscultada na admissão da
paciente, no início da estimulação do trabalho de parto, previamente à
deambulação, antes da administração de drogas, antes e após a analgesia, após
ruptura de membranas corioamnióticas, após exame vaginal e quando houver
atividade uterina anormal.
M N E M Ô N I C O A LSO 3 - C T G I N T R A-PA R T O
x D R - Definir risco materno-fetal: antes de interpretar qualquer traçado de FCF,
deve-se conhecer a história da paciente, identificar os fatores de risco pré-natais
e intraparto, avaliar a reserva fetal e a progressão trabalho de parto. Orienta-se
106
sempre interpretar um traçado considerando uma situação clínica e a
combinação dos fatores de risco detectados.
x C O ± Contrações: Deve-se quantificar o número de contrações em 10 minutos e
caracterizar a periodicidade, intensidade, duração, início e término das
contrações e os períodos de relaxamento entre elas. Tem-se atividade uterina
normal quando há, no máximo, cinco contrações em 10 minutos. Taquissistolia é
o termo utilizado para caracterizar a presença de mais de cinco contrações em 10
minutos. Evitar termos como hiperestimulação e hipercontratilidade.
x N I - Nível da linha de base da FCF: Representa o valor médio da FCF,
observada por pelo menos dois minutos, em momentos onde não há acelerações,
desacelerações, variabilidade > 25 bpm ou contrações uterinas. A variação
normal é de 110 a 160 bpm e a bradicardia leve, entre 100 e 110 bpm, pode estar
associada à pós-datismo.
x V - Variabilidade da FCF: Representa a oscilação da FCF em torno da linha de
base, irregular em amplitude e freqüência. Reflete diretamente a atividade
cerebral. É por isso que variabilidade ausente é o achado mais específico
associado à asfixia fetal. Variabilidade normal, quando presente, está
relacionada à bom resultado perinatal.
x A ± Aceleração: Aumento visualmente abrupto da FCF. Em gestações com mais
de 32 semanas, a aceleração deverá ser de, no mínimo, 15 bpm e ter a duração
de 15 segundos a 2 minutos. Em gestações com menos de 32 semanas, a
aceleração deverá ser de, no mínimo, 10 bpm e ter a duração de 10 segundos a 2
minutos. Se a aceleração durar mais que dois e menos que dez minutos, temos
uma aceleração prolongada. Caso dure mais que dez minutos, caracteriza uma
mudança no nível da linha de base da FCF.
x D ± Desaceleração: Redução visualmente abrupta da FCF, geralmente
relacionada à contração uterina, com duração variando de 15 segundos a 2
minutos. Se a desaceleração durar mais que dez minutos, caracteriza uma
mudança no nível da linha de base da FCF. Quando elas estão presentes em 50%
ou mais das contrações são chamadas de recorrentes. Quando ocorrem em
menos de 50% das contrações são chamadas intermitentes. O tipo de
desaceleração será definido de acordo com seu comportamento em relação à
contração.
107
d1. Precoce: o início e o término da desaceleração coincidem com o início e
o término da contração uterina, de forma que o máximo da desaceleração
coincide com o pico da contração. Sua fisiopatologia está relacionada à
compressão pólo cefálico, com alterações locais do fluxo sanguíneo, levando à
estímulo de centros vagais e bradicardia. Geralmente, essas desacelerações são
benignas na ausência de outras anormalidades no traçado da FCF.
108
compressão funicular, o primeiro vaso a ser obstruído é a veia umbilical,
resultando em hipovolemia, estímulo de receptores de volume atriais e
taquicardia fetal. Com a piora da compressão do cordão, há oclusão das artérias
umbilicais, resultando em hipertensão, estímulo de barorreceptores aórticos e
carotídeos e bradicardia fetal. Com a descompressão, a desobstrução dos vasos
se faz na ordem inversa. São características de benignidade: desaceleração aguda
e de recuperação rápida, variabilidade normal e acelerações no início e término
GD GHVDFHOHUDomR RV FKDPDGRV ³RPEURV´ São sinais de mau prognóstico:
início tardio ou de retorno lento, perda da variabilidade, linha de base
WDTXLFiUGLFDHDXVrQFLDGRV³RPEURV´
109
Sistema de classificação da M F IP
x C ategoria I: nesta categoria estão os traçados da FCF de fetos com pH normal
no momento da avaliação. Esses fetos deverão ser monitorizados rotineiramente
por ausculta intermitente, sem qualquer intervenção específica.
x C ategoria I I : nesta categoria estão os traçados indeterminados. Não são
preditivos de status ácido-básico fetal anormal, mas também não podem ser
classificados como I ou III. Os fetos dessa categoria deverão ser monitorizados
por ausculta contínua e, em algumas circunstâncias, deverão ser reavaliados por
meio de exames complementares e submetidos a manobras de reanimação, ou
seja, à intervenções que visam à melhora da FCF.
Q uadro 17 - C lassificação da F requência Cardíaca F etal Intraparto ( National Institute of H ealth, 2009)
110
x Exame vaginal para excluir prolapso de cordão umbilical após corioamniorrexe,
sangramento vaginal e dilatação cervical e descida fetal rápida;
x Avaliação dos sinais vitais maternos para excluir hipotensão arterial postural ou
hipotensão materna pós-analgesia locorregional. No primeiro caso, orienta-se
realizar mudança de decúbito materno a fim de propiciar descompressão aorto-
cava e de cordão umbilical. No caso da hipotensão secundária à analgesia,
realizar hidratação endovenosa vigorosa com 1000 ml SF 0.9% ou Ringer
Lactato, à pinça aberta e administração de efedrina endovenosa, se a não houver
reversão da hipotensão com a hiperhidratação;
x Administração de O2 nasal materno em mascara (5 litros/minuto);
x Avaliar status ácido-básico fetal por meio de estímulo sonoro vibroacústico ou
estímulo digital (ou com pinça Allis) do couro cabeludo fetal. A ocorrência de
aceleração da FCF indica que o pH fetal está acima de 7,20;
x Caso seja possível, realizar a coleta de uma amostra de sangue fetal para
determinação do pH. Entretanto, esta conduta tem sido substituída pelos
estímulos fetais, por estas serem menos invasivas e fornecerem informações
semelhantes;
x Suspender agentes ocitócicos: interromper a infusão de Ocitocina, a
administração de Misoprostol e retirar o pesário de PG;
x Se houver taquissistolia, realizar tocólise por meio da injeção subcutânea de
Terbutalina, na dose de 0.5 mg (1 ampola);
x Realizar amnioinfusão transcervical no caso de corioamniorrexe associada à
desacelerações variáveis recorrentes, profundas e prolongadas, pois leva à
redução da compressão de cordão e consequentemente dos índices de cesárea. A
amnioinfusão pode ser contínua ou intermitente, após consentimento informado
da paciente. Por meio do exame vaginal, deve-se inserir, na cavidade amniótica,
um tubo de conexão acoplado à SF 0.9% ou RL aquecido e infundir 250 a 500
ml em bolus. Para manutenção, orienta-se efetuar a infusão de 50 a 60 ml por
hora até normalidade no traçado.
111
5.3.8. Indução De T rabalho De Parto: precedendo a indução do trabalho de parto,
deve-se avaliar a idade gestacional, a vitalidade fetal, a atividade uterina e as condições
do colo uterino. Para avaliar as condições do colo, utiliza-se o Índice de Bishop (1964)
modificado. Esse índice analisa o conjunto de variáveis cervicais e da apresentação fetal
apontando se o colo é favorável ou desfavorável ao parto. O índice varia de 0 a 13 e
quando o escore for t 6, o colo é considerado favorável para o parto (quadro 8).
112
M isoprostol: é um análogo de prostaglandina que no Brasil é fabricado para uso via
vaginal
x Realizar avaliação da vitalidade prévia (além de amnioscopia se possível)
x Dose: comprimidos de 25ug, via vaginal de 4 em 4 horas
x Local de colocação: fundo de saco posterior, sem vaselina. Pode ser utilizado o
aplicador de creme vaginal
x Tempo de indução: dois dias seriado de 3 doses cada um, com descanso noturno,
totalizando 6 doses se bolsa íntegra
x A associação com ocitocina só poderá ocorrer após o mínimo de 4 horas após o
último comprimido de misoprostol
x A taxa de parto vaginal em 24 horas com 6 doses de misoprostol é de 70 a 91%
x Efeitos adversos relacionados ao uso de misoprostol:
x Taquissistolia;
x Hipertonia;
x Hipertermia;
x Tremores;
x Síndrome de hiperestimulação (taquissistolia e/ou hipertonia associada a
alteração da FCF);
x Efeitos gastro-intestinais (náuseas, diarréia e vômitos).
x Critérios de falha de indução:
x Atividade uterina ausente após 3 doses ao dia de misoprostrol por 2 dias (6
comprimidos de 25µg no total);
x Índice de Bishop sem modificação do score após 12 horas de indução com
atividade uterina.
A T ENÇÃ O:
Não Há necessidade de manter a parturiente deitada após a colocação do comprimido
de misoprostol
Ao decidir pela indução do parto com colo desfavorável, a equipe deverá explicar o
procedimento passo a passo para a paciente e acompanhante
No caso de taquissistolia e/ou hipertonia pode ser realizada hiperidratação com SF
0,9%, 1000 ml EV a pinça aberta, analgesia e/ou terbutalina EV (dose: 1 ampola ou
0,5 mg IM)
113
Prostaglandina E 2 (dinoprostona-10mg): o reservatório de 10mg de dinoprostona
serve para manter a liberação constante e controlada. A taxa de liberação é de
aproximadamente 0,3mg por hora durante 24 horas em mulheres com membranas
intactas, porém, em mulheres com ruptura prematura de membranas a liberação é maior
e mais variável. O pessário libera continuamente dinoprostona no tecido cervical a uma
taxa que permite que a maturação cervical progrida até seu estágio completo e com a
facilidade de remover a fonte de dinoprostona quando o médico decidir que a maturação
cervical está completa ou o parto iniciado, quando a dinoprostona não mais é necessária.
x Realizar avaliação da vitalidade prévia (além de amnioscopia se possível)
x Dose: pessário de 10mg de dinoprostona (PGE2), aplicado via vaginal, dose única.
Este produto é conservado sob refrigeração (-10 a -20C) e deve ser retirado do
freezer imediatamente antes da inserção, rasgando a embalagem na parte superior.
Não utilizar tesouras ou objetos cortantes para cortar a embalagem para não danificar
o produto. Retirar o produto da embalagem pela fita.
x Inserção: Segurar o pessário entre os dedos da mão examinadora e inserir no fundo
de saco vaginal posterior, atrás do colo uterino, usando apenas pequenas quantidades
de lubrificantes hidrossolúveis.
x Para assegurar que o pessário permaneça in situ deve ser virado 90º de forma a
mante-lo em posição transversal ao fundo vaginal posterior, atrás do colo
uterino.
x Permitir que uma porção suficiente de fita permaneça do lado de fora da vagina
para possibilitar a remoção.
x Após a inserção, assegurar que a paciente permaneça deitada por 20 a 30
minutos, (tempo suficiente para que o pessário se intumesça). A dinoprostona
será liberada de forma contínua durante 24 horas, portanto é importante a
monitorização das contrações uterinas e da condição fetal, em intervalos
regulares.
x Tempo de indução: Deve ser utilizado um único pessário. Esta é, normalmente, a
quantidade suficiente para obtenção da maturação cervical. Se a maturação cervical
mostrar-se insuficiente no período de 24 horas, o pessário deve ser removido.
x Critério de falha da indução: Índice de Bishop sem modificação do score após 24
horas da inserção
114
x Remoção: o pessário pode ser removido de forma rápida e fácil, puxando suavemente
a fita de remoção, assegurando-se de que todo o produto (sistema de liberação
vaginal e sistema de remoção) foi removido da vagina. Na remoção do produto da
vagina, o pessário estará intumescido, 2 a 3 vezes em relação ao seu tamanho
original, e deverá ser maleável. O pessário de dinoprostona deve ser removido da
cavidade vaginal para interromper a administração da droga em duas situações:
a) Quando a maturação cervical for julgada completa
b) Na vigência das seguintes circunstâncias:
x Presença de contrações uterinas dolorosas (3 contrações a cada 10 minutos)
independentemente de qualquer modificação cervical para evitar a
possibilidade de hiperestimulação uterina.
x Ruptura espontânea ou artificial das membranas.
x Qualquer indício de hiperestimulação uterina ou contrações uterinas
hipertônicas.
x Evidência de sofrimento fetal.
x Evidência de efeitos adversos sistêmicos maternos à dinoprostona, tais como
náuseas, vômitos, hipotensão e taquicardia.
x Pelo menos 30 minutos antes de iniciar uma infusão intravenosa de ocitocina.
x Contra-indicações:
x Quando o trabalho de parto já iniciou.
x Quando drogas ocitócicas (que são estimulantes uterinos) estiverem
sendo administradas.
x Quando a indução de contração uterina forte e prolongada for
inadequada, como por exemplo, em pacientes:
x Submetidas anteriormente a grandes cirurgias uterinas, por exemplo uma
cesariana, miomectomia, etc.
x Com diagnóstico de desproporção cefalo-pélvica;
x Cuja apresentação do feto seja anômala;
x Com suspeita ou evidência de sofrimento fetal;
x *UDQGHVPXOWtSDUDVWUrVSDUWRVYDJLQDLV
x Alergia à dinoprostona ou qualquer um de seus excipientes.
x Placenta prévia ou sangramento vaginal inexplicado durante a gravidez atual.
115
A T E N Ç Ã O : o sistema de recuperação do pessário, constituído por uma bolsa de
poliéster e uma fita de remoção, possui uma abertura que é necessária para a inserção do
pessário em seu interior durante o processo de fabricação. O pessário NUNCA deve ser
retirado de dentro de sistema de recuperação.
3.2. Colo com índice de Bishop t 6: neste score a taxa de parto normal é semelhante
com ocitocina ou misoprostol, sendo a ocitocina a 1ª escolha.
x Realizar avaliação da vitalidade prévia (além de amnioscopia se possível)
x Modo de uso: Diluir 5UI de ocitocina em 500 ml de SG5%. Isto corresponde a
concentração de 10mUI/ml. Cada 4 gota corresponde a 2mUI. Deve-se iniciar com
4mUI (8 gotas) por minuto e reavaliar em 30 minutos. Se a atividade uterina estiver
satisfatória, manter o gotejamento, caso contrário, dobrar o gotejamento a cada 30
minutos até 40 gotas/minuto (20mUI/ml).
x Tempo de indução: dois dias seguidos, com descanso noturno, se bolsa íntegra
x Efeitos adversos relacionados ao uso da ocitocina:
x Taquissistolia;
x Hipertonia;
x Síndrome de hiperestimulação (sofrimento fetal + taquissistolia e/ou hipertonia).
No caso de taquissistolia e/ou hipertonia a conduta deve ser:
x Suspender ocitócico: cessar o gotejamento do soro com ocitocina
x Hiperidratação com 1000 ml EV de SF 0,9% (pinça aberta)
x Terbutalina 05 ampola SC
x Analgesia
116
x 12 horas de indução com atividade uterina efetiva e sem alteração do Índice de
Bishop.
ATENÇÃO
É muito importante explicar à paciente e aos familiares como será realizada a
indução do parto, quanto tempo o processo pode demorar e como será administrada a
medicação para preparar o colo uterino (via vaginal). Estas orientações estão no
13.3.4
O medicamento misoprostol só será liberado com a assinatura e carimbo do chefe do
plantão
É fundamental o controle rigoroso da checagem dos comprimidos de misoprostol
pela equipe assistente
118
5.3.9. Assistência Ao Parto C esárea: A freqüência do parto cesárea tem aumentado
em todo o mundo, entretanto a possibilidade de complicações permanece elevada. Serão
descritas as necessidades para adequada assistência e redução de riscos para parturiente,
feto/recém-nascido e equipe de saúde.
1) Recursos humanos: o número de participantes do ato cirúrgico deverá ser apenas o
necessário para tal procedimento, evitando-se, assim, que o excesso de circulantes
aumente o risco de infecção do sitio cirúrgico. Assim, a equipe recomendada para a
participação no procedimento fica composta:
2) M ateriais
O centro cirúrgico deve dispor de salas com fonte de gases (O2 e ar comprimido) e
vácuo para aspiração. A unidade obstétrica deve contar com uma área para recuperação
pós-anestésica, cuja capacidade deve guardar relação direta com a demanda.
2.1. A equipe da anestesia deverá ter a sua disposição:
x Um conjunto de anestesia completo (com respirador, bloco de fluxômetros e
vaporizadores),
x Material de reanimação como laringoscópio, cânulas de Guedel, tubos endotraqueais
de diversos calibres, conjunto para ventilação manual (máscara facial, bolsa de
borracha e válvula unidirecional)
x Monitor cardíaco com cardioscópio, oxímetro de pulso e pressão arterial não
invasiva
x Drogas necessárias a realização da assistência anestésica, bem como do tratamento
de eventuais urgências que venham a ocorrer durante o ato operatório
2.2. A equipe da obstetrícia deverá ter a sua disposição:
x Campos cirúrgicos estéreis em quantidade adequada
119
x Instrumental cirúrgico adequado
x Fios cirúrgicos conforme descrito na técnica cirúrgica abaixo
x Aspirador a vácuo
x Bisturi elétrico
2.3. A equipe da pediatria deverá ter a sua disposição:
x Berço aquecido padronizado
x Aspirados com sonda de calibre adequado
x Fonte de oxigênio disponível e pronta para ser utilizada
x Laringoscópio e cânulas endotraqueais de tamanhos variados para eventual
necessidade de entubação
x Aspirador de mecônio
x Drogas necessárias para reanimação neonatal
x Material para cateterização umbilical.
3) C uidados gerais obrigatórios
3.1. Avisar a parturiente e acompanhante que haverá necessidade de realizar parto
cesárea e solicitar a colaboração para que sigam todas as orientações da equipe
3.6. Solicitar ao acompanhante que aguarde do lado de fora da sala cirúrgica até ser
chamado para entrar em sala
120
5.4. Incisão cutânea: deverá ser feita à Pfannenstiel. Em casos específicos, a incisão
poderá ser realizada através de incisão mediana infra-umbilical, como nos casos de
extrema urgência, distúrbios de coagulação e abdome materno em avental.
5.5. Abertura do sub-cutâneo através de dissecção digital
5.6. Abertura da fascia aponeurótica do músculo reto abdominal com tesoura Mayo
5.7. Abertura do peritônio parietal com auxílio de pinças Kelly
5.8. Abertura do peritônio visceral com tesoura Metzembaun
5.9. Rebaixamento do peritônio visceral inferior e da bexiga
5.9. A histerotomia deverá ser transversa no segmento uterino realizada apenas pelo
cirurgião
5.10. Extração fetal, clampeamento de cordão e entrega do RN para equipe da
pediatria.
5.11. Dequitação e curagem uterina
5.12. Histerorrafia com fio absorvível Vicryl 0. Recomenda-se o fechamento com
pontos separados, porém, a opção de realização contínua ancorada fica a cargo do
cirurgião responsável.
5.13. Revisão da hemostasia e limpeza da cavidade peritonial
5.14. Fechamento do peritônio parietal com Vicryl 2.0, pontos simples contínuos
5.15. Aproximação da musculatura reto-DEGRPLQDOFRP9LFU\OSRQWRVHP³8´RX
HP³ERUGDJUHJD´
5.16. Sutura da aponeurose com Vicryl 0, pontos contínuos ancorados
5.17. Aproximação do sub-cutâneo com Vicryl 2.0, pontos simples invertidos
5.18. Sutura da pele com Nilon 3.0, pontos simples. A sutura intra-dérmica com fio
Nylon 4.0 ou Monocryl 4.0 poderá ser realizada nas pacientes que não apresentem
contra-indicações (obesidade, incisão mediana, infecções cutâneas, distúrbios de
coagulação).
5.19. Curativo oclusivo
121
5.3.10. Assistência ao 3º e 4º Períodos
T erceiro período ou secundamento ou dequitação: esta fase se inicia com a expulsão
fetal e termina com a expulsão placentária. A duração deste período NÃO deve exceder
30 minutos, observando-se aumento na incidência de complicações hemorrágicas
maternas quando a duração deste período excede este tempo. Este período é extrema
importância devido à gravidade e complexidade de suas complicações, cujas principais
são:
x Sangramento transvaginal profuso (uma das principais causas de mortalidade
materna)
x Retenção de restos placentários provocando sangramento e/ou infecção puerperal
x Inversão uterina
Após a retirada a placenta é mandatória realizar sua revisão, evidenciando-se
ausência ou não de cotilédones, assim como a integridade das membranas e cordão
umbilical. Realizar, ainda, revisão do canal de parto, procedendo-se à sutura da
episiotomia, caso realizado, ou de lacerações decorrentes do parto. Neste período, com o
objetivo de prevenir a hemorragia pós-parto recomenda-se a realização do manejo ativo
do 3º período após o desprendimento do ombro fetal anterior. Este manejo ativo se
constitui em medidas clínicas e medicamentosas descritas a seguir:
x M anejo ativo do 3º período: o manejo ativo do terceiro período consiste na
administração de um agente ocitócico imediatamente depois do parto, realização de
massagem uterina e tração controlada do cordão umbilical para a expulsão da placenta.
Tal medida mostrou-se capaz de reduzir o risco de hemorragia puerperal.
x Uso profilático de agentes ocitócicos
Toda puérpera deverá receber, após a saída fetal, 10UI de ocitocina IM na porção lateral
do músculo vasto lateral da coxa. Em caso de cesárea esta injeção será realizada no
músculo deltóide. A evidência atual sugere que o manejo ativo do terceiro período do
parto diminui a incidência da hemorragia pós-parto, terceiro período prolongado,
necessidade de transfusão sanguínea e anemia materna, quando se compara com a
conduta expectante, que permite a expulsão espontânea da placenta. A administração de
alcalóides ergotamínicos também é uma opção na profilaxia da hemorragia puerperal.
Uma revisão sistemática mostrou que a injeção intramuscular ou endovenosa destes
agentes é efetiva em reduzir a perda sanguínea pós-parto, mas com efeitos adversos
122
importantes, incluindo vômitos, hipertensão arterial e cólicas uterinas requerendo
analgesia.
x T ração controlada do cordão
Na dequitação placentária, deve-se manter tração controlada do cordão umbilical até
que a placenta se apresente no intróito vaginal. Neste momento, puxos maternos são
desencadeados, solicitando-se a paciente que contraia levemente a musculatura
abdominal para a completa expulsão placentária. Após o descolamento da placenta da
superfície uterina, roda-se a placenta, de encontro ao períneo materno, para que o
desprendimento das membranas seja completo.
x M assagem uterina
O profissional que presta assistência ao parto deve realizar a massagem do corpo uterino
simultaneamente coma tração do cordão. Esta massagem deve ser realizada de forma
correta para não causar inversão uterina conforme demonstrado na figura 22.
123
ATENÇÃO
Nos casos de parto vaginal em pacientes com cesárea prévia se indica revisão da
cavidade uterina, procedimento que sempre deve ser realizado sob anestesia e por
profissional experiente. A antibioticoprofilaxia também deverá ser realizada para
este procedimento.
Quando a dequitação não ocorre após 30 minutos até 1hora da saída fetal o
diagnóstico é de Retenção placentária e será realizada a extração manual da
placenta, seguida de curagem. Estas pacientes podem necessitar de reposição
volêmica e/ou uso de ocitocina previamente ao procedimento. Para a realização
deste procedimento é ESSENCIAL:
x Antibioticoprofilaxia
x Anestesia da paciente
Estes cuidados devem ser iniciados na sala de parto e mantidos até o final deste
período. A avaliação da paciente e os dados do exame físico devem ser anotados no
impresso próprio para este fim.
124
125
125
126
primeiros dias pós-parto podem ultrapassar 50 g, depois diminuem para 15-20g. Uma
das formas de avaliar a quantidade de loquiação é quantificar o número de
absorventes higiênicos diários.
Existem 4 tipos de lóquios:
x Lóquio vermelho (lochia rubra)
x Lóquio serosanguinolento (lochia fusca)
x Lóquio amarelo (lochia flava)
x Lóquio branco-amarelados (lochia Alba)
126
127
V agina: após o parto, com a saída da placenta e o bloqueio da função gonadal pela
amamentação, observa-se um hipoestrogenismo que repercute sobre o epitélio do trato
genital inferior provocando atrofia/hipotrofia. A vagina apresenta mucosa lisa e fina. A
recuperação do epitélio do trato genital inferior nas lactentes terá início após a 12ª
semana, com o reinício da função ovariana, motivo pelo qual NÃO É
RECOMENDADA A COLETA DE COLPOCITOLOGIA PARA RASTREIO DO
CÂNCER CERVICAL no retorno de puerpério (30 a 40 dias). A colpocitologia pode
ser colhida após o 3º mês do parto em mulheres que estão amamentando.
b) Extragenitais
G lândula mamária: sofre alterações anatômicas e fisiológicas durante a gravidez e
puerpério imediato. Sua função é a produção láctea que nutrirá o recém-nascido e
permitirá a transferência de anticorpos maternos. Estes aspectos serão abordados no
capítulo da amamentação.
A parelho cardiovascular:
x O volume sanguíneo aumenta rapidamente no pós-parto, jogando na circulação uma
TXDQWLGDGHLPSRUWDQWHGHVDQJXHTXHSURYHPGRV³ODJRV´YHQRVRVXWHULQR
x O debito cardíaco e a pressão venosa central aumentam nas primeiras horas pós-parto
127
128
A parelho urinário:
x Nos primeiros 2-3 dias a puérpera apresenta poliúria, chegando a urinar 2-3 litros em
24 horas. A diurese e a transpiração aumentadas podem favorecer a desidratação,
mas reduzem a embebição gravídica.
x Nas primeiras 4 semanas regride a dilatação dos cálices e dos ureteres.
A parelho digestivo:
x Apetite costuma estar normal, mas aumenta a sede
x A hipotonia intestinal observada durante a gestação se mantém no puerpério
favorecendo a constipação intestinal e hemorróidas
Sistema hematológico:
x A hemoglobina e o hematócrito podem diminuir em decorrência das perdas de
sangue durante o parto, atingindo níveis menores que os observados durante a
gravidez
x Os leucócitos estão aumentados (granulocitose até 30.000/mm3), mas com linfopenia
e eosinopenia
x Fibrinogênio e o VSH ficam elevados até 10-12 dias após o parto.
128
129
Pele e pelos:
x Melasma: quando presente tende a regredir podendo desaparecer no puerpério.
x Estrias: quando presentes perdem a coloração arroxeada e tornam-se branco-
nacaradas
x Queda importante dos cabelos com tendência a recuperação após o 3º mês do
puerpério
129
130
130
131
ATENÇÃO
A antibioticoprofilaxia deve ser realizada em sala de parto.
A prescrição de sulfato ferURVRGHYHVHUUHDOL]DGDSDUDSXpUSHUDVFRPKHPRJORELQD
10. Em casos de suspeita de infecção, não prescrever sulfato ferroso.
A pós as 1ªs 24 horas até 10 dias após o parto: neste período a paciente apresenta uma
série de modificações que podem ser motivo de preocupação e insegurança se a paciente
não foi previamente orientada.
131
132
A T E N Ç Ã O : 6H D SDFLHQWH DSUHVHQWDU IHEUH WHPSHUDWXUD RUDO & DSyV DV V
horas do puerpério, a hipótese diagnóstica será de Morbidade Febril Puerperal (MFP) e
o puerpério passará a ser considerado anormal.
132
133
Q uadro 20 - Especificações das dietas de acordo com a forma de perparo dos alimentos
Q uadro 21 - T ipos de dietas de acordo com o tipo de restrição de substâncias no preparo dos alimentos
c) Deambulação precoce: deve ser estimulada, pois reduz incidência das complicações
tromboembólicas, da constipação intestinal e urinária.
d) H igiene: importante reforçar junto a puérpera e familiares os malefícios da falta de
higiene, informando que não há risco em lavar cabelos e tomar banhos diariamente.
Além do banho, a puérpera deve lavar a região genital toda vez que urinar e evacuar
133
134
Puerpério tardio (10 dias após o parto até 6 semanas pós-parto): alguns autores
estendem este período até 12 semanas pós-parto (3 meses) argumentando que a
recuperação funcional ovariana tem início nesta fase, isto é, após a 12ª semana o ovário
134
135
reinicia a sua produção hormonal mesmo com a paciente amamentando. A puérpera terá
retorno para revisão do parto nesta fase (30 a 40 dias de puerpério)
R O T I N A D A E Q U IP E D E O BST E T R Í C I A PA R A A V A L I A Ç Ã O PU É RPE R A
I N T E R N A D A O U P ÓS-A L T A Q U E A PR ESE N T A F E B R E
135
136
136
137
137
138
138
139
139
140
Q uadro 22 - V antagens do aleitamento materno para a mulher, para a criança e para a família e sociedade
140
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141
142
Os dois últimos tipos de mamilo são os que apresentam maior dificuldade para
amamentação predispondo a traumas mamilares. A saída de colostro à expressão dos
mamilos pode ser observada a partir da segunda metade da gestação. Ao redor do
mamilo localiza-se a aréola medindo de 2 a 4 cm de diâmetro onde são observados os
Tubérculos de Montgomery que se hipertrofiam na gravidez produzindo secreção
sebácea, cujo objetivo é lubrificar os mamilos e proteger a pele de ação de bactérias.
Com o evoluir da gravidez observa-se a hiperpigmentação areolar e a formação da
aréola secundária.
a3) Planejar e implementar ações na preparação biopsicossocial para amamentação
atendendo as especificidades de cada caso avaliando a história pessoal e familiar em
relação ao aleitamento materno assim como o desejo, as crenças e as condições para o
exercício da função e discutir sobre os medos e tabus referentes a ³pouco leite e leite
fraco´;
a4) Orientar:
x Composição do leite materno e do leite artificial: as propriedades do leite humano
refletem as exigências nutricionais e particularidades fisiológicas do metabolismo
da criança. Dentre os fatores de superioridade do leite humano em relação aos
outros leites destaca-se: melhor digestão, composição química balanceada, ausência
de princípios alergênicos, proteção a infecções, efeitos biológicos e emocionais no
desenvolvimento da criança. O leite humano contém vitaminas, minerais, gorduras,
açúcares, proteínas e água na proporção exata compatível com as necessidades
individuais da espécie.
x Cuidados com as mamas durante a gestação:
- Higiene diária durante o banho e nos casos de mamilos invertidos ou pseudo
invertidos enxugar adequadamente
- Banho de sol: pela manhã até às10 horas e a tarde após as 16 horas, tempo de
exposição máxima 15 minutos
- Não usar cremes, pomadas e óleos por deixar a pele mais sensível predispondo a
traumas;
- Uso de sutiãs adequados de preferência de algodão para maior aeração do local e
com alças largas para maior sustentação;
142
143
- Exercícios de protrusão do mamilo devem ser orientados com cautela além de não
serem cientificamente comprovados seus efeitos.
143
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144
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M É T O D OS A N T I C O N C E PC I O N A IS (M A C) D ISP O N Í V E IS:
1. A leitamento materno exclusivo (L A M): quanto utilizado de forma correta é um
método eficaz (98%). A paciente deve ser bem esclarecida para evitar gravidez por
uso inadequado do método. Para garantir a eficácia é fundamental:
x RN deve ter menos de 6 meses de idade,
x Estar em AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA (inclusive com mamadas noturnas)
x Estar em amenorréia.
A quebra de uma dessas condições reduz muito a eficácia do método e na prática não é
bem aceito por médicos e pacientes.
2. D I U (Dispositivo intra-uterino): após o retorno de 40 dias e avaliação pelo
ginecologista da Unidade, a paciente agendará a inserção do dispositivo. O
dispositivo é inserido na cavidade uterina e apesar da elevada eficácia (99%) é pouco
utilizado. A equipe do Centro de Referência realiza uma orientação sobre o método
antes da alta.
3. Preservativo masculino ou feminino: eficácia contraceptiva teórica de 97%, porém
seu uso como MAC exclusivo e rotineiro apresenta eficácia de 86%, o que torna
necessária à associação com outro método. Destaca-se a importância de seu uso para
prevenir DST.
4. Contraceptivo de progestagênio isolado: No contexto de não prejudicar a lactação
e nem elevar o risco de trombose venosa, que é alto durante o puerpério, destacam-se
os contraceptivos de progestagênios isolados (POCs) como opção de contracepção
148
149
precoce. A OMS, 2004 recomenda iniciar o uso dos POCs seis semanas após o parto
em mulheres que estão amamentando (WHO, 2004), no entanto, libera seu uso no
pós-parto imediato para pacientes com alta morbimortalidade por gravidez, e acesso
à saúde limitado. Caso a paciente opte por um método hormonal, ela já tem alta do
Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-Mater com receita ou
inserção de uma das opções a seguir:
x Progestagênio injetável trimestral (150mg): é um progestagênio isolado,
que deve ser administrado via intramuscular profunda a cada 90 dias. Tem
elevada eficácia (99,7%). Vantajoso para pacientes que não toleram a via oral ou
que esquecem a ingestão diária da medicação. Orientar que são freqüentes as
irregularidades menstruais e que a amenorréia é observada em 55% das usuárias.
É prescrito acetato de medroxiprogesterona (AMP) IM 150mg de 3 em 3 meses,
iniciando 30 dias após o parto. Seu uso no puerpério imediato já foi avaliado e
não se encontrou influência negativa no desenvolvimento infantil ou na duração
e qualidade da lactação.
x M inipílula: São bastante eficazes se associadas à amamentação (99%). O
principal mecanismo de proteção da gravidez não é a anovulação e sim os efeitos
locais do progestagênio (no endométrio, muco e trompa). Deve ser substituída
com o fim da amamentação. As principais minipílulas estão citadas a seguir:
x Norestisterona, 0,35 mg, 1 comprimido ao dia, sem intervalo entre as
cartelas, iniciando 30 dias após o parto.
x Levonorgestrel (0,03 mg/dia)
x Linestrenol (0,5 mg/dia)
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ATENÇÂO
Contraceptivos combinados (estrogênio + progestagênio): SÃO CONTRA-
INDICADOS NO PERÍODO DE LACTAÇÃO, uma vez que reduzem a produção de
leite. Na puérpera que não amamentará (adoção do RN, puérperas portadoras de
infecções virais como HIV e HTLV I/II, natimorto ou óbito neonatal), esse método
só deve ser prescrito após 6 semanas do parto, evitando-se o período trombogênico
do puerpério.
150
151
As mulheres com pelo menos uma das características a seguir são consideradas de
risco para apresentar intervalo intergestacional curto e poderão se beneficiar dos
métodos anticoncepcionais de alto custo (implante subdérmico) e Dispositivo intra-
uterino medicado com progestágeno (SIU) disponibilizados pelo Centro de Referência
da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-Mater no puerpério imediato:
x $GROHVFHQWHVSUHFRFHVLGDGHDQRV
x Usuárias de drogas,
x Moradoras de rua (homeless) e de zonas rurais,
x Multíparas SDUWRVSUpYLRV
x Gestantes de alto risco,
x Pacientes com contra-indicação à amamentação,
x Puérperas com distúrbio da saúde mental (psiquiátricas)
x Rebaixamento nível de entendimento
x Moradoras de regiões em que não haja unidade básica de saúde.
151
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T ipos de altas:
a) A lta hospitalar
b) A lta transferência
c) A lta a pedido
d) F uga
e) A lta licença
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c) A lta a pedido: ocorre quando a alta hospitalar é solicitada pelo paciente ou por seus
responsáveis, cuja recusa pode resultar no cerceamento do direito de ir e vir (crime de
seqüestro ou cárcere privado). Existem duas hipóteses para alta à pedido cuja distinção
deverá ser avaliada mediante parecer técnico:
c.1) Alta a pedido que NÃO envolve iminente risco à vida do paciente: é direito da
paciente obter a alta a pedido. Nem o médico e nem o hospital podem determinar que
ele permaneça no hospital, cerceando seu direito de "ir e vir". Todavia, neste caso é de
extrema importância que o médico e o hospital documentem a decisão do paciente que a
155
156
alta se deu a pedido. Salienta-se que o referido documento somente servirá como prova
se o médico cumprir o dever de informar ao paciente de maneira A BSO L U T A M E N T E
C L A R A e C O M P L E T A os prós e contras da alta requerida. Assim, devidamente
esclarecido e sem iminente risco à vida, o paciente (ou seu responsável) que mesmo
assim insistir na alta a pedido desobriga o médico de dar continuidade em seu
tratamento bem como de emitir receita. Nestes casos é obrigatório que o paciente assine
o T ermo de Responsabilidade ( 13.4.2), se possível, na presença de duas testemunhas.
No termo, deverá constar que mesmo tendo solicitado e recebido a alta a pedido, ele
poderá solicitar nova internação, estando o hospital disponível para atender a nova
solicitação. Estas informações devem estar documentadas no prontuário médico.
Ademais, o termo de responsabilidade assinado pelo paciente na alta a pedido só terá
valor senão implicar em graves prejuízos à saúde e à vida do paciente. Laudo outro,
ainda que existam declarações do próprio paciente quanto ao pedido de alta médica, se
houver agravamento de seu estado de saúde, em decorrência da interrupção do
tratamento, o médico poderá ser responsabilizado civilmente, além de responder por
omissão de socorro. A assinatura pelo paciente da alta a pedido não exonera a
responsabilidade do médico se a situação dele se agravar. Assim, se a alta a pedido
puder gerar conseqüências de danos à vida e à saúde do paciente o médico deverá
recusá-la, pois ele poderá ser responsabilizado civilmente, assim como o Hospital, bem
como criminalmente na modalidade culposa para os crimes de homicídio e lesões
corporais.
c.2) Alta à pedido que envolve risco à vida do paciente - nestes casos a equipe deve
fazer o possível para que a paciente e familiares entendam a necessidade de internação
ou de transferência para outro hospital. Se há risco de vida o médico deve se recusar a
conceder a alta a pedido. Está previsto no Código de Ética Médica - artigo 56 - que o
médico pode intervir contrariamente à vontade do paciente, em situações de "iminente
risco à vida".
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157
157
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d) A lta fuga: quando a paciente deixa a Instituição sem a concordância das equipes de
plantão. Em caso de fuga da paciente nos deparamos com duas situações:
x Pacientes com incapacidade de discernimento e aos adolescentes: nesses casos a
responsabilidade em relação ao paciente é do estabelecimento a quem o mesmo foi
confiado e pode gerar ações de indenização a não ser que seja comprovado que não
houve negligência.
x Pacientes onde a capacidade de entendimento da situação está preservada: a evasão
do paciente deve ser explicitada no prontuário médico e não há necessidade de
realizar boletim de ocorrência. Mais importante que realizar boletim de ocorrência é
a documentação do prontuário médico, isto é, a anotação preferencialmente pelo
Chefe do plantão de todas as condutas da equipe.
158
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É função da enfermagem:
x Orientar a paciente sobre o curso de puerpério realizado no Centro de Referência
da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-Mater;
x Registrar as condições de alta do binômio, assinar e carimbar;
x Checar planejamento de enfermagem
x Conferir cumprimento da prescrição médica;
x Reforçar os cuidados domiciliares quanto a amamentação, cuidados com o RN,
puericultura e teste do pezinho;
x Entregar para a paciente:
- Cartão de gestante, ficha de referência e receitas;
- Declaração de Nascido Vivo (DNV);
- Cartão de vacina do RN;
A enfermeira ao avaliar as condições da mãe e do RN na alta, verifica a necessidade de
RIHUHFHU DR ELQ{PLR D ³$OWD $VVLVWLGD´ TXH VLJQLILFD PDQWHU D DVVLVWrQFLD SRU
profissionais de enfermagem no Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão
Preto-Mater ou na UBS. Se a opção for pela UBS, deve-se fazer o encaminhamento
através da ficha de referência e contato telefônico com a enfermeira do posto. Nos casos
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160
que for necessária a visita domiciliar, o agendamento desta visita e o contato com a
enfermeira são realizados pela funcionária do Floresce uma Vida ou pelas enfermeiras
do Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-Mater.
160
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A puérpera:
x Estado físico e psicológico,
x Nível de conhecimento, crenças e tabus sobre as atividades de auto-cuidado e
cuidado com o RN
x Necessidades biopsicossociais,
x Disponibilidade dos cuidadores e de apoio social em casa,
x Alterações fisiológicas no puerpério detectando possíveis desvios do normal,
x Planejar e implementar cuidados atendendo a especificidade de cada caso.
O neonato:
x Estado físico e comportamental,
x Adaptação fisiológica ao ambiente extra-uterino,
x Capacidade dos pais para preencherem as necessidades do bebê,
x Planejar e implementar cuidados atendendo a especificidade de cada caso.
162
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6. I N T E R C O R R Ê N C I AS D A G EST A Ç Ã O
A bortamento:
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Q uadro 24 - &RUUHODomRHQWUH,*QtYHLVGHȕ+&*HPDUFDGRUHVXOWUDVVRQRJUiILFRV
Formas clínicas:
Ameaça de aborto ou abortamento evitável: presença de sangramento discreto ou
moderado via vaginal sem que ocorra dilatação cervical e repercussão hemodinâmica.
Geralmente a sintomatologia é discreta ou ausente (dor do tipo cólica ou peso na região
do hipogástrio). O exame especular identifica sangramento em pequena quantidade
165
166
ATENÇÃO
A ameaça de aborto ou aborto evitável poderá evoluir para aborto ou gestação de
evolução normal
Pacientes com sangramento de 1º trimestre tem maior risco de complicações no
decorrer da gestação do que aquelas que não apresentam sangramento
As demais formas clínicas e as condutas para cada uma delas estão expostas no quadro
25.
166
167
a2) G ravidez ectópica: consiste na nidação do ovo fora da cavidade uterina, sendo a
localização mais frequente na tuba uterina. Está associada a morbimortalidade materna
que é reduzida pelo diagnóstico precoce.
a2.1) Gravidez ectópica integra
-Quadro clínico:
x Bom estado geral,
x Estado hemodinâmico sem anormalidades,
x Atraso menstrual
x Teste de gravidez positivo
x Sangramento menstrual
x Dor no baixo ventre
-Exame físico:
x Normotensa, corada, hidrata, dor variável em baixo ventre à palpação
profunda
x Exame especular: sangue no fundo de saco vaginal
x Toque: colo amolecido, OE fechado, pode-se palpar aumento ou massa em
região anexial
-Exame físico
x Hipotensão, descorada, sinais de irritação peritoneal à palpação profunda
x Exame especular: sangue no fundo de saco vaginal
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b1) Hemodinamicamente estável, útero aumentado, BCF não audível, colo aberto,
HD: Abortamento inevitável
CD: Internação para AMIU
Solicitar e colher Tipo sanguíneo e fator Rh, Hemograma. A critério clínico, o teste do
tubo amarelo para avaliar coagulação pode ser realizado
c1) Hemodinamicamente instável, útero não palpável, BCF não audível, colo aberto,
sem massa anexial palpável
HD: Abortamento inevitável + choque hemorrágico
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170
170
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Implementação da A M I U : para que este método seja utilizado nos serviços de saúde é
necessário:
x C apacitar os profissionais de saúde.
x O rganizar o fluxo para manejo administrativo das pacientes. sendo que as
complicações do aborto podem ser simples ou questão de vida ou morte, um
sistema de triagem ou de avaliação ajuda a administrar o fluxo de pacientes de
forma que cada uma receba atenção adequada oportunamente.
x Compra e abastecimento do equipamento. apesar de que a AMIU não requer
muito equipamento especializado nem muitos medicamentos, os profissionais de
saúde devem implementar um sistema que assegure o constante reabastecimento de
instrumental de AMIU e materiais farmacêuticos (antibióticos, anestésicos e
medicamentos para o manejo da dor). Para implementar a AMIU, também é
necessário coordenar com os outros departamentos do hospital, tais como a sala de
internação, a farmácia, o registro médico, o laboratório clínico, o setor de
equipamentos e abastecimento, assim como os departamentos cirúrgicos,
obstétricos e ginecológicos, para que cada um compreenda sua função nas novas
práticas de tratamento.
T écnica da A M I U:
Passo Um: Preparação dos Instrumentos
&RORFDURrPERORWRWDOPHQWHGHQWURGRFLOLQGUR
&RORFDURDQHOGHVHJXUDQoDQROXJDUFRPDVWUDYDVQRVRULItFLRVGRFLOLQGUR
171
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3UHVVLRQDURVERW}HVGDYiOYXODSDUDEDL[RHSDUDIUHQWHDWpTXHVHSUHQGDP
3X[DU R rPEROR para trás até que seus braços se abram e se prendam na base do
cilindro (2).
Passo Dois: Preparação da Paciente
3HGLUjSDFLHQWHTXHHVYD]LHVXDEH[LJD
)D]HUXPH[DPHELPDQXDOSDUDFRQILUPDURWDPDQKRHDSRVLomRGR~WHUR
,QVHULURHVSpFXORHUHDOizar um exame para confirmar os dados obtidos na avaliação
clínica.
Passo T rês: Realização da Preparação A ntisséptica do Colo Uterino
6HJXLUDWpFQLFDGRQmR-tocar: nenhuma parte do instrumento a ser introduzida dentro
do útero poderá entrar em contato com superfícies contaminadas antes de sua inserção
através do colo uterino.
8VDUXPDHVSRQMDHPEHELGDHPDQWLVVpSWLFRSDUDOLPSDURRULItFLRFHUYLFDO
&RPHoDU QR RULItFLR FHUYLFDO H WUD]HU D HVSRQMD QD GLUHomR GD YDJLQD ID]HQGR
movimentos em espiral, sem repassar em áreas já limpas.
&RQWLQXDUDWpTXHRRULItFLRWHQKDVLGRFRPSOHWDPHQWHFREHUWRSRUDQWLVVpSWLFR
Passo quatro: Dilatação do Colo Uterino
6HRFRORQmRHVWLYHUVXILFLHQWHPHQWHGLODWDGRXVDUGLODWDGRUHVPHFkQLFRVRXFkQXODV
progressivamente maiores para produzir a dilatação necessária.
'LODWDU R FROR XWHULQR R VXILFLHQWH SDUD SHUPLWLU TXH XPD FkQXOD GR WDPDQKR
aproximado do útero se encaixe perfeitamente no orifício cervical.
Passo cinco: Inserção da C ânula
([HUFHQGR WUDomR VREUH R 3R]zi, inserir a cânula delicadamente através do colo do
útero, pelo orifício cervical interno na cavidade uterina até que a cânula encoste no
fundo do útero, quando então deve ser levemente puxada de volta, um pouco para tràs.
1mRLQVHULUDFkQXODFRPIRUoa.
Passo seis: Sucção do Conteúdo Uterino
&RQHFWDUDFkQXODDRDVSLUDGRUSUHYLDPHQWHPRQWDGR
/LEHUDURYiFXRGRDVSLUDGRUSUHVVLRQDQGRRVERW}HV
(VYD]LDU R FRQWH~GR GR ~WHUR JLUDQGR D FkQXOD GHYDJDU H VXDYHPHQWH JUDXV HP
cada direção, e fazendo movimentos para dentro e para fora.
$RWHUPLQDUDDVSLUDomROLEHUDURVERW}HVGHVFRQHFWDURXUHWLUDUDFkQXOD
172
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b) Pré-eclâmpsia/eclampsia
x Pressão Arterial acima de 140/90 mmHg, aferida em repouso, em pelo menos
duas tomadas com intervalo > que 4 horas. Nas pacientes obesas deve-se usar
manguito específico
x Proteinúria maior que 300mg em 24 horas. Aceita-se 300 mg/l em amostra isolada
na ausência de infecção urinária ou uma cruz (+) em urina tipo I.
174
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d) H ipertensão Gestacional
x Elevação da pressão arterial no final da gravidez e/ou durante o trabalho de
parto
x Tende a se resolver rápido no puerpério, mas é considerada hipertensão
gestacional até 12 semanas de puerpério.
x Freqüentemente precede a instalação de hipertensão arterial essencial em
idade mais avançada
As gestantes com quadros clínicos descritos nas letras A, B e C devem ser
encaminhadas ao AHIG-HCRP ( 13.5), pois o quadro clínico de alguns dos processos
hipertensivos gestacionais são evolutivos. Antes do encaminhamento os profissionais
que realizam o atendimento devem iniciar as primeiras medidas descritas a seguir:
x Repouso em DLE: decúbito lateral esquerdo, pelo menos 2 horas durante o período
de vigília.
x Controle de Pressão Arterial e orientações quanto aos sintomas de elevação dos
níveis pressóricos: PA diastólica > 110 mmHg, escotomas (distúrbios visuais),
cefaléia persistente, náuseas e/ou vômitos, alteração do comportamento, dor
abdominal (epigástrica/hipocôndrio direito).
- Gestantes com H AS crônica (A e C) orienta-se:
-Dieta hipossódica (1g/dia de sal: tDPSD GD FDQHWD ³%,&´ H FRP TXDQWLGDGH
reduzida de gorduras
-Manter ou adequar o tratamento em paciente que já fazia uso de droga hipotensora.
Deve-se suspender o inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA) e, caso
a paciente faça uso de diurético, trocar para furosemida.
175
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x Vertigem
x Vômitos
x Dispnéia
x Pre-cordialgia
Conduta: a equipe deve estar treinada para instituir de forma rápida e segura as
intervenções descritas a seguir. A atenção a estas pacientes necessita de equipe, portanto
ao inciar a condução o médico deve solicitar ajuda nomeando os profissionais que
participarão na condução do caso.
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ATENÇÃO
Caso a paciente apresente novo episódio convulsivo até 20 minutos após a dose de
ataque, deve-se repetir metade da dose de ataque (não utilizar benzodiazepínicos)
Durante a administração do sulfato de magnésio o médico deverá permanecer ao lado
da paciente verificando:
x Nível de consciência
x Pressão Arterial
x Freqüência cardíaca e respiratória
x Reflexo patelar
x Diurese horária (t 30 ml/hora)
x BCF
O intervalo de tempo entre as avaliações devem ser:
- 1a hora: a cada 5 minutos
- 2a hora: a cada 15 minutos
- 3a hora: a cada 30 minutos
- a partir da 4a hora: a cada 60 minutos
Ao utilizar o sulfato de magnésio é imprescindível manter seu antídoto (gluconato
de cálcio) diluído ao lado do leito. A alteração em qualquer dos parâmetros descritos a
seguir sinalizam a suspensão imediata da medicação. Frente à hiporreflexia ou dispnéia,
o diagnóstico de intoxicação por sulfato de magnésio é a principal hipótese diagnóstica
e o uso EV de gluconato de cálcio a 10% na quantidade de 10ml deve ser imediatamente
administrado para evitar parada cardio-respiratória.
177
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ATENÇÃO
A nifedipina para uso sublingual é contra-indicada. Atentar para não fazer Retard,
pois é necessário efeito imediato.
Alfametildopa ou outros betabloqueadores não são indicados para emergência,
pois o tempo para início de ação é de 4 a 6 horas.
Inibidores de ECA (enzima conversora de angiotensina) não devem ser usados, pois
estão associados com malformações e morte fetal.
Diuréticos não devem ser usados, pois podem causar hipofluxo placentário e
sofrimento fetal
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Manter PA diastólica entre 90 a 100mmHg, não reduzir para níveis inferiores para
não comprometer o fluxo placentário.
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x Urina tipo I e Urocultura: deve-se fazer triagem clínica e laboratorial para focos
infecciosos predisponentes de rotura das membranas, sendo que o foco urinário é o
mais comum
x Curva térmica: deve ser realizada de preferência por via oral e a cada 4 horas.
Intervalos inferiores a esse deverão ser julgados individualmente
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M anifestações clínicas
Maternas: a maioria das gestantes é assintomática e em torno de 4% podem apresentar
colonização maciça pelo EGB diagnosticado pela infecção do trato urinário causada por
este agente.
Recém-nascido: Podem ocorrer dois tipos de manifestações:
x Doença estreptococica de início precoce (<7 dias após o nascimento)
x Doença estreptococica tardia (entre 7 e 90 dias).
Estas incluem sepse, pneumonia, meningite, osteomielite, artrite séptica e celulite.
Aproximadamente 1 a 2% dos recém-nascidos de mães colonizadas irão desenvolver
183
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infecção de inicio precoce. A mortalidade associada a esta infecção pode atingir 20%. A
freqüência de seqüelas nos sobreviventes é estimada entre 15 e 30%.
Diagnóstico da colonização materna pelo EGB: o objetivo é identificar as gestantes
colonizadas que tem risco de transmissão vertical deste agente levando a doença
neonatal pelo EGB. O rastreio pode ser realizado de duas formas:
x Cultura para EGB: Rastreio universal realizado por meio da coleta de material
da vagina (1/3 inferior) e endoanal em meio específico em todas as gestantes
entre 35 a 37 semanas de gestação. A abordagem deste tipo de rastreio é 50%
mais eficaz que a abordagem por identificação de fatores de risco.
x Identificação de fatores de risco para EGB: esta é a forma de rastreio realizada
no Centro de Referência da Saúde da Mulher-Mater
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c) Conduta:
c1) Realizado o diagnóstico de Trabalho de Parto Pré-Termo, dependendo da dilatação
cervical, a gestante deverá ser transferida para hospital terciário com disponibilidade de
UTI Neonatal. Esta transferência deverá ser solicitada à Central de Regulação Médica
para que seja liberada a vaga não apenas para a gestante, mas para o neonato caso não
haja sucesso na inibição. A internação definitiva no Centro de Referência-Mater só será
189
190
possível quando não houver disponibilidade de leitos em outros hospitais, o que deverá
estar claramente expresso no prontuário médico.
c2) Iniciar a tocólise imediatamente, caso não haja contra-indicação.
c3) Corticoindução: A aplicação intramuscular de Betametasona na dose de 12 mg a
cada 12 horas por 24 horas em gestações abaixo de 34 semanas, sob risco de nascimento
pré-termo, reduz significativamente a mortalidade neonatal, a síndrome de desconforto
respiratório, a hemorragia intraventricular e a enterocolite necrotizante. Após as 34
semanas, os efeitos adversos do corticoide não compensam seus eventuais benefícios. A
literatura evidencia efeitos danosos ao feto no uso de ciclos repetidos de corticoide
(redução no crescimento pós-natal e alteração do desenvolvimento neurológico).
Entretanto, há evidências de que a repetição de uma única dose de 12 mg pelo menos 7
dias após o primeiro ciclo não interfere negativamente no desenvolvimento da criança
após o nascimento.
c4) Tocólise: fármacos tocolíticos
Bloqueadores de Canal de Cálcio (NIFEDIPINA). A literatura demonstra eficácia
semelhante à dos Beta-Adrenérgicos com padrão de segurança superior a eles,
justificando seu uso como primeira opção para tocólise no Centro de Referência-Mater.
x Mecanismo de ação: reduzem o influxo de cálcio pela membrana da célula
miometrial, controlando sua contratilidade e a atividade de marca-passo.
x Dose: 10 a 40 mg de Nifedipina simples na primeira hora (10 mg a cada 15
minutos) e 60 a 160 mg de Nifedipina Retard por 48 horas (20 mg a cada 6 horas).
x Avaliação: avaliar dinâmica uterina no início da medicação e a cada hora, até
obter frequência de contrações abaixo de 2 em 30 minutos. Aferir PA a cada hora
nas primeiras 4 horas.
x Efeitos colaterais: ocorrem em torno de 17% das gestantes, sendo 2% graves com
necessidade de interrupção da medicação: hipotensão materna, tontura, rubor,
sensação de desmaio, cefaléia e edema periférico
x Contra-indicações: hipotensão, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e
estenose aórtica
190
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Progesterona
x Mecanismo de ação: promove relaxamento da musculatura lisa, bloqueia a ação da
RFLWRFLQD QR PLRPpWULR H LQLEH D IRUPDomR GH ³JDS MXQFWLRQV´ HQWUH DV FpOXODV
miometriais.
x Não devem ser usada como tocolítico, porém pode trazer benefício quando utilizada
em pacientes com colo uterino curto ao ultrassom sem ter tido Trabalho de Parto, em
pacientes com história prévia de Parto Pré-Termo ou que ficaram com colo curto
após um Trabalho de Parto Pré-Termo inibido
x Duração do uso: pode ser usado a partir do diagnóstico de colo curto, ou no caso de
indicação por risco prévio, a partir das 24 semanas. Seu uso pode ser estendido até as
34 semanas de gestação
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Acompanhamento pré-natal:
x Pacientes que não tiverem sido encaminhadas para inibição em serviço terciário por
falta de vagas, deverão ser encaminhadas para concluir o Pré-Natal no Ambulatório
de Prematuridade do HC-FMRP-USP
x Caso a paciente esteja próxima ao termo (acima de 35 semanas), poderá ser seguida
no Pré-Natal do CRSM-Mater até o parto.
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O sangramento via vaginal do final da gestação traz grave ameaça à saúde da mãe
e do feto. Juntamente com a hipertensão e a infecção, as síndromes hemorrágicas
compõem a tríade responsável pela maioria das mortes maternas. Além das repercussões
na saúde materna, os resultados perinatais incluem elevados índices de prematuridade e
morte perinatal.
Para que a condução destes casos seja adequada é fundamental:
x Equipe treinada para a condução
x Protocolo sistematizado
x Rápida identificação da etiologia do sangramento
x Intervenção rápida e de acordo com o diagnóstico etiológico
D ESC O L A M E N T O PR E M A T U R O DA PL A C E N T A NORMALMENTE
I NSE R I D A (DPPN I): É definida como a separação abrupta da placenta normalmente
inserida de seu sítio de implantação, após a vgigésima semana gestacional e antes do
nascimento do concepto. Incide em 0,5 a 3,0% das gestações. Sua causa primária é
desconhecida. O sangramento do DPPNI pode resultar em hemorragia visível,
hemoâmnio, ou ficar retido como um coágulo retroplacentário. Em torno de 20% dos
194
195
F atores de Risco
x Distúrbios hipertensivos na gravidez;
x DPPNI anterior;
x Multiparidade;
x Idade materna avançada;
x Tabagismo;
x Uso de cocaína;
x Trauma externo (acidente automobilístico, queda, violência física);
x Sobredistensão uterina (gestação múltipla, polidrâmnio);
x Placenta circunvalada.
195
196
Diagnóstico
x Clínico
x Dor de início súbito, intensa e constante;
x Hemorragia: sangramento vaginal de início súbito, vermelho escuro, sem
episódios anteriores;
x Hipertonia uterina;
x Hipersensibilidade e dor à palpação uterina.
x Ultra-sonográfico
x Baixa sensibilidade, podendo não demonstrar o hematoma em até 30% dos
casos;
x Tem importância fundamental no diagnóstico da vitalidade fetal, influenciando
na conduta;
x Auxilia no diagnóstico diferencial excluindo a hipótese de placenta prévia.
Conduta
x Hospitalização imediata;
x Medidas gerais:
x Oxigênio 5 litros/minuto em máscara;
x Punção venosa calibrosa;
x Reposição volêmica: infusão de RL ou SF 0,9% 1000ml;
x Posição adequada: Trendelemburg e DLE;
x Sondagem vesical de demora (controle da diurese);
196
197
197
198
C lassificação da PP:
x Completa ou total: a placenta oclui completamente o orifício cervical interno
(OCI);
x Parcial: a placenta oclui parcialmente o OCI;
x Marginal: a placenta atinge a borda do OCI, mas não o ultrapassa;
x Lateral: a placenta dista menos de 2 cm do OCI, sem margeá-lo.
Q uadro C línico
Caracteriza-se por sangramento vermelho rutilante, geralmente indolor, de surgimento
agudo e sem sinais premonitórios. Na maioria das vezes este sangramento não é tão
intenso a ponto de causar repercussões no organismo materno, cessando
espontaneamente. Surge com freqüência no final do segundo e ao longo do terceiro
198
199
Diagnóstico de PP:
x Clínico:
- Sangramento vaginal vermelho vivo, indolor, de início e cessar súbitos, caráter
intermitente e progressivo;
- Algumas pacientes podem iniciar o sangramento após a relação sexual
- Exame Obstétrico: BCF presente, útero indolor, tônus uterino normal.
- Exame ginecológico:
- Exame especular: tem como objetivo visualizar a origem do sangramento
descartando causas não obstétricas. Deve ser realizado cuidadosamente e na presença
do médico residente ou assistente para que não haja necessidade de repetição do
exame
- Não realizar toque vaginal
x Ultrassonográfico:
- Exame de escolha para diagnóstico sendo capaz de diagnosticar a localização
placentária em 95% dos casos;
- via transvaginal é a ideal para avaliação da localização placentária em relação ao
orifício interno, sendo segura e bem tolerada pela paciente;
ATENÇÃO
Placenta prévia frequentemente se associa com apresentações fetais anômalas;
O diagnóstico ultrassonográfico de placenta prévia é realizado, com segurança, após a
28ª semana gestacional.
199
200
Conduta:
Realizado o diagnóstico de placenta prévia a conduta depende do quadro clínico da
paciente, do tipo de placenta prévia e da idade gestacional. A equipe deve:
x Orientar repouso físico e sexual para as gestantes que estão assintomáticas ou com
sangramento discreto
x Fornecer medidas gerais de suporte
x Realizar exames laboratoriais
x Promover estabilização materna
- Correção da hipovolemia
- Reposição de volume
- Correção da anemia
x Detectar e corrigir distúrbios de coagulação
200
201
&RQGXWDHPJHVWDQWHVTXHDSUHVHQWDPSODFHQWDSUpYLDHPJHVWDomRDWHUPRV
- Assintomáticas
x Placenta prévia parcial, marginal e lateral
x Conduta expectante
x Controle rigoroso do trabalho de parto
x Amniotomia
x Parto vaginal
A C R E T ISM O P L A C E N T Á R I O
Com os elevados índices de cesárea observados no Brasil, é esperada uma elevação na
incidência de placenta prévia. Portanto, tem-se recomendado em placentas de inserção
baixa em pacientes com cesárea prévia, seja realizada a avaliação ultrassonográfica na
201
202
F atores predisponentes
T ipos de rotura
x Completa: envolve todas as camadas do útero;
x Incompleta: abrange todo miométrio, porém o peritônio visceral permanece intacto.
C lassificação
x E tiologia
- espontânea: resulta de má assistência e negligência ao parto;
- provocada: resulta de partos operatórios vaginais mal indicados ou mal executados.
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203
x Localização
-corporal
-segmentar
-segmento-corporal
x Direção
- longitudinal
- transversa
- oblíqua
Diagnóstico
x Clínico:
x Dor de localização suprapúbica, abrupta e intensa;
x Desaparecimento das contrações uterinas;
x Sensibilidade extrema à palpação uterina;
x Sangramento vaginal moderado;
x Desaparecimento do batimento cardíaco fetal;
x Sinal de Freund: sangramento vaginal aumenta com a mobilização da
apresentação;
x Sinal de Clark: crepitação subcutânea.
x Ultrassonografia detecta o feto na cavidade abdominal;
x Curagem uterina realizada após o parto para exploração do segmento uterino inferior.
T ratamento
x Estabilização hemodinâmica;
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204
R O T I N A PA R A PA C I E N T E Q U E I N C I O U C O M SA N G R A M E N T O V A G I N A L
SI G N I F I C A T I V O
x ABC materno
x Anamnese caracterizando antecedentes e sangramento
x Exame físico: sinais vitais
x Exame obstétrico: ausculta dos BCF e avaliação da dinâmica uterina
x Providenciar reserva de sangue
x Pegar acesso venoso calibroso
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205
206
6.6. Distócias
Termo utilizado para definir o trabalho de parto cuja evolução está diferente do
padrão esperado ou padrão eutócico. Literalmente significa trabalho de parto difícil ou
disfuncional decotrrente do desequilíbrio entre o tripé:
x Feto: é o objeto móvel que desloca
x Bacia: é o trajeto ou caminho que o objeto móvel tem de percorrer
x Contração uterina: é o motor que impulsiona o feto a progredir no trajeto
Os principais fatores associados ao parto distócico são:
x Alterações da contratilidade uterina ou distócias funcionais
x Alterações da bacia óssea
x Alterações fetais: Macrossomia, apresentações anômalas e mal formações
fetais
O diagnóstico de um parto distócico é fundamental para a assistência materno
fetal segura e de qualidade e para realizar este diagnóstico é necessário:
x Equipe conheça a evolução eutócica e esteja treinada para reconhecer a
evolução anormal do trabalho de parto
x Reavaliação da paciente em intervalos regulares, preferencialmente pelo
mesmo examinador
x Utilização criteriosa do partograma
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207
D IST Ó C I AS D O P E R Í O D O D E D I L A T A Ç Ã O (F ASE A T I V A)
F ase ativa prolongada: nesta distócia a dilatação progride lentamente, mantendo uma
velocidade menor que 1,2cm/hora e a distócia funcional é a principal causa deste tipo de
evolução. A conduta é estimular a deambulação, utilizar recursos como a bola, o banco
ou indicar a amniotomia ou prescrição de drogas uterotônicas.
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208
Parto precipitado: definido pelo tempo entre o início da fase ativa e a expulsão fetal
menor ou igual a 4 horas. Este tipo de parto está associado com tocotraumatismo
materno e fetal/neonatal e atonia uterina com hemorragia pós-parto. Em primigestas
pode ocorrer espontaneamente, mas em geral costuma ser iatrogênico pelo uso indevido
de drogas uterotônicas. Ao detecar esta evolução a equipe deverá:
x Suspender uterotônicos
x Hidratar a paciente
x Manter criteriosa vigilância do bem estar fetal
x Realizar cuidadosa revisão do canal de parto após o nascimento
x Realizar manejo ativo do 3º período
x Manter vigilância no alojamento conjunto pelo risco de hemorragia pós-parto
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M N E M Ô N I C O A LSO 4 - D IST Ó C I A D E O M B R O
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L etra T = T O Q U E P A R A R E A L I Z A Ç Ã O D AS M A N O B R AS I N T E R N AS
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F igura 41 - Desenho esquemático das manobras internas para a distócia de ombro (A LSO)
Estas manobras têm como objetivo manipular o feto para girar o ombro anterior
em plano oblíquo e sob a sínfise púbica.
Manobra de RUBIN II: consiste em introduzir a mão pela concavidade sacra ascendo
até a escápula fetal anterior e então pressionar o ombro anterior em direção a parede
anterior do tórax para que ocorra abdução e redução do diâmetro biacromial. Se não
houver desprendimento em 30 a 60 segundos deve-se proceder a próxima manobra
Manobra de RUBIN II+WOODS (ou parafuso de Woods)= O obstetra mantém a
pressão na escápula/ombro anterior para frente e coma outra mão pressiona o ombro
posterior para trás, isto é, o obstetra tem dois dedos atrás do ombro anterior e dois
dedos na frente do ombro posterior. Com este movimento os ombros do feto giram e
exteriorizam-se. Esta manobra exige uma ampla episiotomia.
Se as duas manobras anteriores falharem deve-se proceder a Manobra REVERSA
DE WOODS. Nesta manobra o obstetra desce a mão que estava atrás do ombro anterior
e a posiciona atrás do ombro posterior com o objetivo de girar o feto na direção oposta a
da manobra convencional de Woods. Se após 30 a 60 segundos não ocorreu o
nascimento passa-se para a letra A
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C ausas fetais:
x Anomalias congênitas: as anormalidades genéticas estão presentes em 8 a 13%
das mortes fetais. Acredita-se que estas porcentagens estão subestimadas, pois
219
220
em até 50% dos casos o cariótipo não é avaliado ou obtido com sucesso. O risco
de aneuploidia é maior em fetos com malformações e pequenos para a idade
gestacional, sendo as mais freqüentemente encontradas: monossomia X (23%),
trissomia 21 (23%), trissomia 18 (21%) e trissomia 13 (8%). Neste item, cumpre
ressaltar dois aspectos: muitos fetos mortos anatomicamente anormais
apresentam anomalias genéticas que não são diagnosticadas pelas metodologias
disponíveis e algumas anomalias genéticas podem contribuir para o OF mesmo
em fetos sem malformações óbvias (4,6%). Condições autossômicas recessivas
(doenças metabólicas e hemoglobinopatias fetais), anomalias ligadas ao X,
pequenas mutações e deleções podem levar a morte fetal. Além disso, o
mosaicismo genético confinado à placenta pode levar a óbito fetos com cariótipo
normal por causa do desenvolvimento e funcionamento placentário anormal.
x Baixo peso fetal: é o principal fator de risco para OF.
-Feto com peso abaixo do 5º percentil: risco de OF é 5,6 vezes maior
-Feto com peso entre o 5º e o 10º percentil: risco de OF é 2,8 vezes maior
-Feto com peso entre o 10º e o 15º percentil: risco de OF é 1,9 vezes maior
Em uma grande proporção de fetos mortos de causa desconhecida (34%) há
falha no diagnóstico pré-natal de RCIU. Importância deve ser dada à velocidade
individual de crescimento fetal, uma vez que, as tabelas rotineiramente utilizadas
podem não ser adequadas à população avaliada. Ainda, este achado pode estar
associado a outras condições que favorecem o OF.
x Gestação múltipla: o risco de OF é quatro vezes maior que o de gestações
únicas, sendo que 10% dos natimortos se originam de gestações gemelares. Os
óbitos resultam de complicações obstétricas (insuficiência placentária, RCIU,
descolamento de placenta, hipertensão, trabalho de parto pré-termo) e de
condições típicas da gemelaridade (síndrome de transfusão feto-fetal,
malformações, entrelaçamento de cordões, feto acárdico).
x Pós-datismo: o risco de OF é de 2 a 10 vezes maior em gestações de 41 a 42
semanas quando comparadas a gestações de 39 a 40 semanas, principalmente
devido à insuficiência placentária.
220
221
C ausas obstétricas:
x Descolamento prematuro de placenta normalmente inserida (DPPNI): é uma das
principais causas de OF, freqüentemente associada a outras condições já citadas.
x Hemorragia feto-materna: ocorre em até 5% dos OF, confirmados pelo teste de
Kleihauer-Betke. Apenas a passagem de grandes quantidades de sangue fetal
para a circulação materna, o que pode ser confirmado por achados de anemia e
hipóxia na autópsia, causa OF. Outra possibilidade é a ocorrência de rotura de
vasa prévia.
x Anomalias placentárias e de cordão: 15% dos OF em gestações a termo estão
relacionados a acidentes de cordão umbilical, tais como prolapso, inserção
velamentosa, torção, nó verdadeiro, entrelaçamento e circulares numerosas. A
fisiopatologia do óbito está relacionada à redução abrupta do fluxo sanguíneo
placentário para o feto por compressão do cordão. Banda amniótica é outra
causa de OF.
x Outras causas: malformações uterinas, rotura prematura de membranas e
trabalho de parto pré-termo.
Diagnóstico: é realizado quando, após a separação da mãe, o feto não respirar nem
apresentar nenhum outro sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do
cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária.
A namnese
x Parada da movimentação fetal e do crescimento uterino;
x Regressão da altura uterina e do peso materno;
x Regressão das manifestações gravídicas gerais.
E xame físico
x Pode haver altura uterina menor que a esperada para a idade gestacional devido a um
óbito mais antigo ou por redução do líquido amniótico;
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Conduta
Momento da resolução: O manejo ativo, isto é, a resolução da gravidez deve ser a
conduta nas seguintes situações:
x -Paciente deseja a resolução imediata
x -Colo uterino é favorável à indução
x Paciente apresenta qualquer complicação (sangramento genital, infecção,
coagulopatia, corioamniorrexe)
Caso a paciente deseje aguardar o início espontâneo do trabalho de parto e as
condições clínicas permitirem, a equipe decidirá pela conduta expectante por um
período de até quatro semanas. Na vigência de óbito fetal, 80 a 90% das gestantes
entram em trabalho de parto espontâneo em duas semanas, porém este período de
latência pode se prolongar substancialmente. Os riscos da conduta expectante, apesar de
raros, são infecção intra-uterina e coagulopatia decorrente da liberação de substâncias
tromboplásticas pelo feto e s. Por isso, é prudente que se mantenha vigilância sobre a
paciente em conduta expectante da seguinte forma:
x Retornos semanais, com avaliação cervical pelo Índice de Bishop;
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225
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pélvica e experiência do cirurgião. É mais freqüente ocorrer lesão vesical após múltiplas
cesarianas. O local mais frequente da lesão é o fundo vesical e ocorre durante o
rebaixamento vesical após a abertura do peritoneo (celiotomia) visceral ou durante a
celiotomia parietal. Quando a lesão não for detectada no intra-operatório, a paciente
pode apresentar um quadro de peritonismo, com formação de ascite por coleção de urina
em cavidade pélvica no pós-operatório imediato. O período mais freqüente de detecção
das fístulas urogenitais é após duas semanas do parto, principalmente nas fístulas
vaginais.
226
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b) L esões perineais: o períneo é composto de múltiplos planos que podem ser lesados
durante o parto vaginal. O conhecimento detalhado da anatomia do períneo é essencial
para a prevenção e a reparação das lesões perineais e perianais. O corpo ou membrana
perineal é o tendão central do períneo onde se juntam os músculos bulbocavernosos,
transverso do períneo (superficial e profundo) e o esfíncter anal externo. No caso da
episiotomia (laceração iatrogênica de 2º grau), além da pele e da mucosa, são
habitualmente seccionados os músculos transverso superficial do períneo e
bulbocavernoso.
227
228
4. Quarto grau: laceração de terceiro grau completa (OASIS 3b) com laceração da
mucosa retal.
O parto vaginal está associado, principalmente em países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento, a uma elevada incidência de lesões esfincterianas anais sendo descrita
uma taxa média é de 1,7 a 12%. A principal preocupação no diagnóstico de OASIS é a
ausência do treinamento do obstetra em identificar as estruturas anatômicas. Em
pesquisa multicêntrica realizada nos Estados Unidos, apenas 40% dos residentes sabiam
realizar a correção de laceração anal demonstrando claramente a necessidade de
padronizar e difundir esse conhecimento. Uma grande preocupação é quanto ao risco de
disfunção anorretal conseqüente a um procedimento mal executado. As lacerações de 3º
e 4º grau podem ocorrer após qualquer tipo de parto vaginal, sendo mais freqüentes em
partos em que a episiotomia foi realizada ou em partos assistidos com fórcipe. A correta
avaliação e reparo da episiotomia são necessários para prevenir complicações.
Eventualmente, as lacerações expõem partes da musculatura do diafragma pélvico,
como a porção puborretal do levantador do ânus, o qual não deve fazer da episiorrafia.
A causa principal das disfunções anorretais é a não identificação dessas áreas após
a ocorrência das lesões, portanto o principal passo na reconstrução dessa região é a
identificação dos esfíncteres anais interno e externo. Em seguimento ultrassonográfico
após a correção da lesão anal, 15% das pacientes não apresentam a reconstrução do
esfíncter anal interno, 8% de pacientes com OASIS apresentam novo episódio de lesão
228
229
esficteriana em parto subsequente. Caso não seja possível identificar as referidas áreas,
a ajuda do profissional mais experiente do plantão é importante.
T écnica cirúrgica
x Equipe médica: O reparo da região anorretal necessita de um ou dois assistentes, ou
pelo menos a presença de um afastador auto-estático
x Material cirúrgico adequado
x Analgesia regional suficiente
O mais importante é ter uma visualização adequada da região.
x Sutura: deve ser realizada no mínimo em TRÊS planos
x Mucosa retal
x Septo retovaginal
x Mucosa vaginal posterior
O esfíncter é suturado separadamante da mucosa retal. Uma seringa de vidro no canal
anal é útil para avaliar defeitos no fechamento desta área. Sempre que houver dúvida em
algum plano, refazer a sutura.
Primeiro plano: utiliza-se fio absorvível de longa duração, com calibre fino, como
Vicryl 3.0 ou 4.0 ou Monocryl. Inicia-se o fechamento a 0,5 cm do ápice da lesão com
intervalos da mesma distância, imbricados, deixando a área hermeticamente fechada,
preferencialmente sem transfixar a mucosa. O término é justaposto ao esfíncter anal,
sem comprometer sua elasticidade.
Segundo plano: é o fechamento da fáscia retovaginal e, a depender da espessura dessa
estrutura, pode-se fechar esta área com pontos simples na horizontal, com os mesmos
intervalos. Pela importância na manutenção do assoalho pélvico desta estrutura, e pelo
número de pesquisas realizadas com o ácido poliglicólico, o vicryl 2.0 ou 3.0 é
recomendado.
T erceiro plano: o esfíncter é o último plano da região anorretal a ser fechada. As
pontas devem ser tracionadas porque há uma retração dessas estruturas com a secção.
Pode-se preensá-las com a pinça de Allis. Nessa área, o número de suturas é no mínimo
de 4, pois é uma estrutura nobre. Porém, o nó não deve estrangular o tecido, a fim de
evitar isquemia, necrose e má cicatrização das bordas. A agulha nessa região é
traumática, podendo ser vicryl ou monocryl.
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230
A mucosa vaginal posterior pode ser fechada com sutura contínua ancorada, utilizando
vicryl ou monocryl ou categute cromado 3.0.
C uidados pós-operatórios
x Antibioticoprofilaxia não é indicada em todos os casos
x Dieta: orienta-se prescrever jejum Jejum nas 1ª seis horas, dieta liquida no primeiro
dia, dieta laxativa no segundo dia e dieta geral após a alta Avaliação dos parâmetros
intestinais e álgicos diários.
x Retorno em 7, 30 e 90 dias para reavaliação clínica.
x Ultrassonografia transperineal para avaliar função esfincteriana anal em cada caso.
x Caso a paciente apresente queixas relacionadas a disfunção anorretal (flactus
vaginalis, incontinência fecal, tenesmo retal) deverá ser encaminhada para
propedêutica no Setor de Cirurgia Reconstrutiva Pélvica no HCFMRPUSP.
É uma complicação rara, que ocorre em cerca de 1 entre cada 1000 partos, na qual
o cordão umbilical precede o feto no canal de parto produzindo uma compressão do
cordão prolapsado e reduzindo o fluxo sanguineo para o feto.
Procidência do cordão: as membranas corioamnióticas estão íntegras, sendo
identificado pelo padrão anormal da frequência cardíaca fetal. O problema pode
resolvido mudando a posição da mãe ou levantando a cabeça do feto para aliviar a
pressão sobre o cordão. Por vezes, tem de ser feita uma cesariana
Prolapso de cordão: as membranas se rompem e o cordão umbilical se exterioriza pela
vagina, sendo mais frequente nas apresentações anômalas (pélvica e córmica).
Entretanto, quando ocorre a corioamniorrexe e a apresentação cefálica está alta é
possível ocorrer o prolapso de cordão.
Diagnóstico: clínico
Conduta: a resolução imediata da gravidez é a conduta, porém até a resolução é
necessário que a equipe esteja apta a iniciar medidas que serão determinantes para o
prognóstico do feto.
1- Solicitar ajuda: Chamar anestesista, pedir sala cirúrgica, avisar neonatologista
230
231
ATENÇÃO
O pH fetal sofre redução de 0,04 a cada minuto, portanto em 7 minutos o pH fetal
será ácido ou menor que 7
A equipe não deve perder tempo com tentativa de reduzir o cordão umbilica, pois
após a exposição deste na vagina o fluxo sanguíneo já está alterado
Sempre que o feto apresentar bradicardia após a corioamniorrexe deve-se pensar
em prolapso de cordão umbilical
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I N V E RSÃ O U T E R I N A
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7. I N T E R C O R R Ê N C I AS N O PU E RPÉ R I O
7.1.Processos Infecciosos
Infecção puerperal (IP): Processo infeccioso que acomete o trato genital após o parto.
Sua importância se deve à incidência, ao aumento do período de internação, aos
elevados custos hospitalares e ao fato de constituir, junto às complicações hipertensivas
e hemorrágicas da gestação, a tríade letal das causas obstétricas de morte materna. Após
o estabelecimento deste diagnóstico sindrômico é obrigatório iniciar a propedêutica para
esclarecimento da etiologia. Devido à sua morbiletalidade, a infecção uterina deve ser
prioritariamente investigada. Pode haver comprometimento variável do útero,
explicando-se a variedade de denominações utilizadas, como endometrite,
endomiometrite e endoparametrite. O processo infeccioso geralmente se inicia com a
colonização do sítio de implantação placentária ou das lesões do trato genital por
microorganismos aeróbios da flora vaginal. Geralmente a infecção é de etiologia
polimicrobiana, determinada por microrganismos aeróbios e anaeróbios provenientes da
flora vaginal. Peptostreptococcus sp, Peptococcus sp, Clostridium perfringens ou
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(500 mg, EV, de 8/8 horas) deverá ser instituída nos casos em que há falha ao
esquema duplo.
Havendo melhora clínica e curva térmica oral afebril por 48 horas após início da
terapia antimicrobiana em pacientes hígidas, autoriza-se a alta hospitalar com
orientações para observação de febre e reavaliação precoce. Evidências científicas
atuais demonstram não haver necessidade da manutenção da antibioticoterapia via oral
após o término bem sucedido via endovenosa, ou seja, A PACIENTE RECEBE ALTA
SEM ANTIBIÓTICO VIA ORAL. É fundamental estimular a puérpera na manutenção
da amamentação.
T ratamentos adicionais:
x Curagem e/ou curetagem uterina: na suspeita de conteúdo intra-uterino (restos
placentários) deverá ser realizada após seis horas da introdução dos antimicrobianos
e período de jejum preconizado pela equipe de anestesiologia.
x Exploração cirúrgica de coleções infectadas intracavitárias: para lavagem rigorosa
com SF 0,9% da parede abdominal ou de lesões de trajeto ± obter culturas das
coleções ou abscessos infectados preferencialmente por aspiração para identificação
do agente etiológico e teste de sensibilidade aos antimicrobianos. Caso seja
exploração de ISC, obter material para cultura após a lavagem com SF 0,9%.
x Histerectomia total (e pan-HTA): após a exclusão intra-operatória de abscessos,
hematomas ou corpos estranhos e constatando-se útero com sinais infecciosos, está
indicada para extirpação do foco infeccioso. O diagnóstico de endomiometrite é uma
indicação absoluta de histerectomia total, pois a subtotal manteria foco infeccioso.
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240
Investigação:
x Avaliar queixas do paciente;
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por contra abertura, sendo que na primeira o resultado estético fica menos
prejudicado.
x Síntese da incisão: deve ser realizada SEMPRE com pontos separados,
preferencialmente com Mononylon 4-0 incolor. Em caso do dreno ser colocado na
própria incisão há opção de colocar entre 2 pontos próximo ao centro ou entre o
ultimo ponto e o final da incisão.
Complicações
¾ - Resultado cosmético insatisfatório
¾ - Fistula ductal mamária
¾ - Fistula láctea
¾ - Novo abscesso por drenagem/tratamento por ineficaz.
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b3) Infecção do sítio cirúrgico em cesárea: Pode acometer até 5% dos partos cesáreos
e pode ser divida em superficial, profunda e órgão/espaço.
Infecção superficial: ocorre até 30 dias após a cesárea e envolve pele e subcutâneo da
incisão. Pelo menos 1 dos fatores precisa estar presente:
Infecção profunda: ocorre até 30 dias depois da cesárea, envolvendo partes moles
profundas como fascia ou músculo. Pelo menos um dos fatores precisa estar presente:
245
246
Investigação:
1. Avaliar queixas do paciente;
2. Avaliar sinais de infecção como calor, rubor, hiperemia, presença de secreção
purulenta, áreas de endurecimento, quadros febris não relacionados a outras
causas;
3. Preencher ficha de queixa médica relacionada a Infecções hospitalares;
4. O diagnóstico de ISC deve ser feito pelo médico contratado de plantão;
5. Avaliar necessidade de tratamento ambulatorial ou internação.
T ratamento:
1- Ambulatorial: Cefalexina 500 mg, a cada 6 horas por 7-10 dias;
Retorno após o término do tratamento para avaliação ou se a paciente achar
necessário;
2- Internação:
a. Coletar amostras de hemoculturas conforme recomendado pela CCIH;
b. Se presença de secreção, coletar swab de ferida operatória conforme
recomendações da CCIH ;
c. Discutir caso com médico responsável pelo Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar;
d. Iniciar antibioticoterapia: Oxacilina (2g EV, de 6/6 horas para pacientes com
SHVR.JDFLPDGHste peso utilizar 2g EV de 4/4 horas ± a oxacilina deve ser
diluída em 100ml de SF0,9% e administrada em 60 minutos ) até melhora clínica
e da curva térmica afebril por 48 a 72 horas.
e. Caso seja necessário trocar o antibiótico, discutir previamente com médico
responsável pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar;
f. Realizar curva de temperatura a cada 4 horas;
g. Avaliar evolução diária do caso;
h. Após a alta, solicitar retorno para avaliação de atendimento.
246
247
247
248
x Multiparidade
x Distensão uterina (polidrâmnio, gemelaridade, macrossomia fetal)
x Trabalho de parto prolongado
x Partos operatórios (fórcipe, vácuo extrator e cesárea)
x Corioamnionite
x Leiomiomas uterinos
x Uso indiscriminado de drogas uterotônicas (ocitócicos)
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249
Medidas gerais
x Atonia uterina:
- Medidas gerais
x Lacerações de trajeto:
- Medidas gerais
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x Restos placentários:
- Medidas gerais
- Drogas ocitócicas
250
251
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252
252
253
Morte materna: óbito da mulher durante a gestação ou até o 42º dia de puerpério.
Na tabela 6 estão expostos os dados sobre a morte materna notificada no ano de 2010 de
253
254
Para que a assistência obstétrica seja segura e de qualidade é fundamental que haja
uma ação contínua e global para a melhora dos cuidados que culminam com a boa
prática nos serviços de saúde. Para isso é fundamental que:
1- A equipe esteja treinada para identificar o caso de morbidade materna grave ou near
miss
2- A instituição realize auditoria confidencial de casos que englobem estes conceitos
3- Um relatório seja enviado aos envolvidos e aos gestores do sistema de saúde com o
objetivo de implementar medidas que corrijam eventuais atrasos no diagnóstico e na
assistência às mulheres no ciclo gravídico-puerperal.
A seguir serão descritas recomendações durante o ciclo gravídico puerperal com o
objetivo de identificar situações que devem ser reconhecidas e adequadamente
conduzidas para incrementar a qualidade da atenção à mulher no ciclo grávido-
puerperal.
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261
x O Serviço de Nutrição fornecerá dieta para a gestante que está sendo avaliada nos
casos em que a equipe médica indicar avaliação da vitalidade fetal
x Quando a equipe optar por reavaliação ou por manter a paciente em observação, a
mesma deverá ser encaminhada ao quarto de observação (Quarto 11)
x Havendo necessidade de transferência da pacientes para outros hospitais, as
ambulâncias para remoção entrarão pelo estacionamento, para onde a paciente deverá
ser levada acompanhada de membro da equipe médica para comunicação do caso e
entrega da Guia de Referência
x É de responsabilidade da auxiliar de enfermagem escalada providenciar reposição
dos materiais, acionar o serviço de limpeza, aplicar as medicações prescritas e colher
os exames solicitados nos consultórios e observação
A tendimento no pré-parto
x A equipe médica trabalhará em conjunto com as equipes de Enfermagem,
Fisioterapia, Neonatologia e Anestesiologia, sendo obrigação de todos zelar pelo
cumprimento dos protocolos e a harmonia intra e interequipes
x As queixas clínicas das gestantes devem ser valorizadas e avaliadas criteriosamente e
todos os procedimentos a serem realizados deverão ser previamente explicados à
gestante
x A vigilância da vitalidade fetal deverá ser obedecer ao protocolo estabelecido neste
Centro
x As dúvidas dos acompanhantes também deverão ser atenciosamente esclarecidas
x A equipe deverá anotar no prontuário médico todas as avaliações e condutas
adotadas durante a condução do trabalho de parto, visto que a maioria dos
questionamentos judiciais relaciona-se ao atendimento prestado no pré-parto e sala
de parto
x O partograma deverá ser preenchido concomitante com a evolução do trabalho de
parto
x A avaliação do risco da parturiente deve ser regularmente atualizada
261
262
262
263
x Utilize o bom senso quando for colocar música no ambiente cirúrgico, sendo criterioso
na escolha do gênero musical, pois algumas letras ou estilos podem soar ofensivos
para a parturiente e acompanhante
x Esteja treinada para manter o controle da situação quando a parturiente, devido ao
intenso estímulo doloroso do expulsivo, tornar-se agressiva ou pouco colaborativa.
Caso julgue necessário, o médico assistente deve solicitar para o outro colega de
plantão auxiliar na condução na sala de parto
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9. PR O T O C O L O D O C E N T R O D E P L A N E J A M E N T O F A M I L I A R
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268
PR I O R I D A D E 1
x Método contraceptivo: Implanon® (Implante)
x Puérperas que deram a luz no CRSM-Mater
Este grupo é composto por:
x Adolescentes,
x Usuárias de drogas,
x Homeless ou moradoras regiões sem UBS e de zonas rurais
x 0XOWtSDUDVSDUWRVSUpYLRV
268
269
PR I O R I D A D E 2
x Método contraceptivo: Implanon® (Implante) ou Mirena® (SIU-LNG):
x Pacientes que não se adaptaram aos métodos oferecidos nas UBS (ACHO,
ACHI, etc)
x Mulheres categoria 3 e 4 para outros métodos contraceptivos (Critérios de
elegibilidade da OMS, 2009)
x Benefício não-contraceptivo com o método: sangramento aumentado,
dismenorréia e endometriose não resolvidos com outros métodos/tratamentos
PR I O R I D A D E 3
x Método contraceptivo: Implanon® (Implante) ou Mirena® (SIU-LNG):
x Pacientes que não se encaixam nas prioridades 1 e 2, mas desejam utilizar os
métodos de alto custo.
269
270
F luxograma 19 - A bordagem racional para indicação dos métodos contraceptivos reversíveis de alto custo
ATENÇÃO
Caso o município já tenha instituído o programa de liberação para LT, a paciente
poderá ser agendada diretamente para avaliação pré-cirurgia como é realizado para
as pacientes de Ribeirão Preto.
Para as pacientes que residem em Ribeirão Preto, depois de realizado o processo de
aconselhamento e liberação da cirurgia pela Unidade Básica de Saúde, o CRSM-
Mater receberá as pacientes para agendamento e realização da LT.
270
271
Vale a pena ressaltar aqui alguns aspectos. Quanto à idade e número de filhos o
WH[WR GD OHL SUHYr ³YLQWH H FLQFR DQRV ou, SHOR PHQRV FRP GRLV ILOKRV YLYRV´ 7DO
271
272
redação abre margem a interpretações diversas como, por exemplo, tornar lícita a
esterilização cirúrgica de uma mulher de vinte e seis anos, sem filhos ou de uma mulher
de dezoito anos com dois filhos vivos. Nestes casos deve prevalecer o bom senso do
PpGLFROHPEUDQGRTXHQHVWHPHVPRLQFLVR,ILFDFODURTXH³RVHUYLoRGHregulação da
IHFXQGLGDGH´ GHYH WHU FRPR REMHWLYR GHVHQFRUDMDU D HVWHULOL]DomR SUHFRFH 4XDQWR DR
prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico,
entende-se como manifestação da vontade o seu simples registro em prontuário ± uma
primeira consulta por exemplo, em que o paciente solicita a esterilização. Entretanto,
recomenda-se que o paciente assine essa manifestação no prontuário ou em forma de
consentimento informado.
No caso de risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, o inciso II
exige um relatório escrito e assinado por dois médicos. A rigor, não há necessidade de
que sejam especialistas; entretanto, para uma avaliação mais precisa da patologia e
resguardo do médico que irá realizar a esterilização, recomenda-se uma avaliação
especializada; por exemplo, os efeitos de uma nova gestação para uma mulher com
insuficiência cardíaca são melhor avaliados por um cardiologista que por outro médico
de qualquer outra especialidade. Vale ressaltar que, mesmo nestes casos, a esterilização
cirúrgica dependerá do consentimento expresso da paciente.
Outro ponto importante é que a lei não define por quais profissionais deve ser
formada a equipe multidisciplinar. Neste caso deve prevalecer o bom senso e os
dirigentes das instituições devem se cercar de profissionais indispensáveis a uma
avaliação desta natureza, tais como médico, assistente social, psicólogo e enfermeiro.
Recomenda-se que esta avaliação seja assinada ao final pelos profissionais citados.
272
273
da mãe em futura intervenção. Caso contrário, deverá ser feita após o 42o dia do pós-
parto ou aborto.
9DOH UHVVDOWDU TXH R ³ULVFR UHSURGXWLYR´ QR FDVR GH FHVDULDQDV DQWHULRUHV QmR p
um risco iminente de vida e sim um risco numa futura gestação, que a paciente pode
querer ou não correr, e o parto não é o melhor momento para tomar decisão tão
definitiva.
273
274
Gestante com doenças: a interpretação isolada da lei pode levar à conclusão de que a
única exceção à realização de esterilização durante os períodos de parto, aborto ou
puerpério é o caso de sucessivas cesarianas anteriores, conforme prevê o parágrafo 2º do
artigo 10 transcrito anteriormente. Até mesmo a Portaria nº 048/99-SAS, quando prevê
as exceções no parágrafo único do artigo 4º, diz que a esterilização pode ser feita
³TXDQGRDPXOKHUIRUSRUWDGRUDGHGRHQoDGHEDVHHDH[SRVLomRDVHJXQGRDWRFLU~UJLFR
RX DQHVWpVLFR UHSUHVHQWDU PDLRU ULVFR SDUD VXD VD~GH´ LVVR H[FOXLULD SRUWDQWR R ULVFR
causado por patologias clínicas a futuras gestações e permitiria apenas quando houvesse
risco a uma futura intervenção apenas para laqueadura. Por conta destas interpretações o
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo emitiu parecer a respeito em
resposta a Processo-consulta nº 67890/97, no qual o relator considerou:
Porém, acreditamos que a interpretação da Lei permita que tal procedimento seja
realizado durante o parto. A explicitação da Lei refere-se às laqueaduras tubárias
em casos de cesarianas de repetição. Ora, tal permissão se deve ao fato de que em
gravidez subseqüente ocorram riscos inerentes às más condições uterinas: ruptura
do útero, acretismo placentário, dificuldades cirúrgicas, lesões vesicais e/ou
intestinais. Tais percalços colocam em risco a vida da paciente.
Ora, Senhores Conselheiros, o que ocorrerá em gestante ou parturiente
acometida de estágios avançados de doenças crônicas como diabetes melitus,
cardiopatia, hipertensão, citando as mais freqüentes? Há, igualmente, o risco
materno grave. Tais patologias, em estágios avançados, pioram acentuadamente o
prognóstico materno. Em situações outras, ocorrem mortes maternas.
Em tais situações, após uma avaliação detalhada do clínico (endocrinologista,
nefrologista, cardiologista) em conjunto com a equipe obstétrica, decidir-se-á pela
esterilização cirúrgica. Uma vez decidida, esclarecido suficientemente o casal, a
laqueadura tubária poderá ser praticada.
Portanto, no caso de gestante com patologias que possam trazer risco à sua
saúde ou do futuro concepto em gestações subseqüentes, a esterilização poderá ser
efetuada, desde que se cumpra o disposto no inciso I, do artigo 10 da Lei 9.263/96
274
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assinatura do amásio nos casos de concumbinato por se tratar de uma união estável. No
caso de mulher solteira a esterilização dependerá apenas de seu consentimento expresso.
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10. PR O T O C O L O D O A M B U L A T Ó R I O D E C IR U R G I A G I N E C O L Ó G I C A E
C I R U R G I A E N D OSC Ó PI C A
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ATENÇÃO
Pacientes que necessitarem de avaliação de risco cirúrgico por qualquer motivo,
deverão ser encaminhadas ao AMBULATÓRIO DE UROGINECOLOGIA (AURG)
no HCFMRPUSP no período da tarde para avaliação e decisão do local para ser
realizado o procedimento.
Toda paciente com possibilidade de submeter-se à cirurgia de correção de
incontinência urinária deverá realizar exame urodinâmico previamente. Este exame
será agendado no AURG, à tarde, pelo telefone (16) 3602-2311.
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Pós-operatório:
x O tempo de internação deverá ser avaliado de acordo com o porte da cirurgia,
complicações e dificuldades no transoperatório, comorbidades e resposta individual
de cada paciente.
x O tempo de jejum será determinado de acordo com a cirurgia realizada.
x Pacientes com risco de tromboembolismo deverão seguir o protocolo específico.
x Será agendado retorno no ambulatório para reavaliação e, assim que possível a
paciente deve ser encaminhada ao serviço de origem com carta de contra-referência
constando o tratamento realizado, o laudo anátomo-patológico (quando houver) e
recomendações necessárias para acompanhamento.
279
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b. Colpoperineoplastia posterior
x Pré-operatório: o mesmo da colpoperineoplastia anterior.
x Indicações: sensação de frouxidão vaginal ao coito, sensação de abaulamento
vaginal, dificuldade de evacuação necessitando manobras para redução da retocele.
ASSIM COMO A COLPOPERINEOPLASTIA ANTERIOR, A POSTERIOR SÓ
TEM INDICAÇÃO SE HOUVER QUEIXA DA PACIENTE QUANTO AO
PROLAPSO OU À ROTURA QUE DEVE ESTAR PRESENTE AO EXAME
FÍSICO.
x Técnica a ser usada pode ser escolhida entre a plicatura de fáscia (técnica de Meigs),
plicatura da fáscia no ligamento útero sacro ou a ponte de mucosa vaginal. A
TÉCNICA DE MEDIALIZAÇÃO DOS LEVANTADORES DO ÂNUS ESTÁ
ABANDONADA E NÃO DEVERÁ SER UTILIZADA DE ROTINA.
x Pós-operatório: jejum de 4 a 6 horas, retirar tampão (quando houver) e sonda vesical
com 4 a 6 horas, deambulação precoce e alta entre 8 e 12 horas.
x CONTRA-INDICAÇÃO FORMAL: quando não houver achado no exame físico
que justifique a queixa da paciente. Ou seja, casos em que existe a queixa, mas não
se verifica qualquer rotura ou prolapso.
c. Histerectomia abdominal
x Pré-operatório: exames de rotina, jejum total de 8 horas, F A Z E R R ESE R V A D E
SA N G U E .
x Indicações: tumores benignos do útero (leiomioma)
x Pós-cirúrgico: jejum mínimo de 8 horas, iniciar alimentação via oral quando
apresentar ruídos hidroaéreos normoativos, deambular assim que iniciar alimentação,
alta após 24 a 36 horas se estiver aceitando bem alimentação.
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d. Histerectomia vaginal
d1- Com prolapso
x Pré-operatório: o mesmo da colpoperineoplastia anterior, acrescida de profilaxia
do tromboembolismo com heparina de baixo peso molecular.
x Indicação: prolapso uterino grau II ou III pela classificação de Baden-Walker ou o
correspondente pela classificação POP-Q.
x Técnica a ser utilizada deverá ser a de Mayo-Ward modificada por Salvatore,
podendo ser associada a pexia da cúpula vaginal no ligamento sacro espinhoso. A
critério do cirurgião, a técnica utilizada poderá ser diferente da sugerida.
x Pós-operatório: retirar sonda vesical e tampão vaginal 6 a 8 horas após o término
da cirurgia, deambulação precoce. Medicação antiemética horária nas primeiras 8
horas.
d2- Sem prolapso
x Pré-operatório: o mesmo da cirurgia com prolapso.
x Indicação: Patologia uterina benigna.
x Técnica a ser utilizada é a clássica para histerectomia sem prolapso.
x Contra indicações: útero fixo, vagina pouco elástica, útero com tumores acima de
600 cm (podem ser maiores a critério do cirurgião).
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x A técnica a ser utilizada poderá ser diferente da sugerida acima dependendo das
particularidades de cada paciente (obesidade, incontinência recidivada, pacientes
com quadro de tosse crônica, etc.)
x Pacientes com alterações do esvaziamento deverão ser analisadas caso a caso.
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T écnicas de V ídeoendoscopia
a) V ídeohisteroscopias: este capítulo tem como objetivo uniformizar os passos
técnicos da vídeo-histeroscopia.
Passos técnicos:
a1) Posição da paciente e do examinador: Posição ginecológica, de preferência com
os pés ou joelhos apoiados na perneira e pernas separadas lateralmente, com as nádegas
poucos centímetros fora da mesa para que se possa ter melhor acesso em úteros com
AVF acentuada. Não é necessária anti-sepsia vulvo-vaginal.
O examinador deve ficar sentado em cadeira giratória, em frente à paciente e
utilizar-se de luvas estéreis. Em úteros com retroversoflexão (RVF) acentuada, pode ser
necessário que o examinador fique de pé.
a2) T écnica do exame:
x Realização do toque vaginal, onde são avaliados posição, superfície, contornos e o
tamanho do útero.
x Exame especular para a visualização do colo uterino. Com uma pinça Pozzi, faz-se
sua apreensão, no lábio anterior nos úteros em AVF, e no lábio posterior nos úteros
em RVF; examinadores experientes podem abrir mão deste passo, caso julguem
desnecessário.
x A pinça e o espéculo devem ficar presos pela mão esquerda, enquanto a óptica é
manipulada com a mão direita. Não é necessária assepsia do colo uterino.
x Introdução da óptica no orifício externo e abertura do canal endocervical por ação do
CO2, fluxo máximo de 80ml/ min e pressão máxima de insuflação de 200mmHg.
Caso necessário, faz-se dilatação do canal endocervical com velas de Hegar, a cada
0,5mm, até 4,5mm.
x 9LVXDOL]DomR GR RULItFLR LQWHUQR TXH GHYH ILFDU ³jV K´ QR FDPSR TXDQGR D ySWLFD
utilizada for de 30° (utilizada em nosso serviço).
x Passagem através do orifício interno sob visualização direta e acesso à cavidade
endometrial.
a3) Sistematização do exame
x Morfologia uterina: Determinação de sua forma interna e amplitude.
285
286
a4) Biópsias: Cavidade uterina com aspecto macroscópico normal não necessita
biópsia. Demais lesões devem ser todas biopsiadas. A biópsia orientada é preconizada,
mas na impossibilidade de tal realizamos a biópsia dirigida
286
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288
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após cauterização bipolar ou adesiólise com monopolar (desde que o médico tenha
familiaridade com o método e não haja proximidade com alças intestinais, ureter e vasos
calibrosos). Na presença de tecido areolar frouxo orientamos a dissecção com tesoura
(introduzida na área a ser dissecada fechada e suavemente tracionada aberta). Vale a
pena ressaltar que a hidrodissecção pode facilitar a identificação de planos de clivagem
entre estruturas e, portanto, facilitar o procedimento.
b7.2) C istectomia: Incisão do córtex ovariano: o trajeto deve ser estreito e linear na
projeção da lesão. Podemos utilizar eletrodo monopolar ou tesoura após cauterização
superficial do trajeto para evitar sangramento. No caso em que há forte suspeita de
endometrioma é freqüente a ruptura do cisto durante a manipulação e isso geralmente
ocorre no ponto em que há aderência/ fixação do órgão. Segue-se, uma vez exposto o
interior do cisto, movimentos de tração e contra-tração do parênquima ovariano e da
³SVHXGR´ cápsula da lesão com pinças de preensão. Devemos estar alertas e ter cuidado
em não retirar quantidades significativas de parênquima ovariano. As demais lesões
ovarianas benignas frequentemente podem ser dissecadas sem ruptura da cápsula.
Lembramos que a enucleação pode ser através de dissecção cortante ou romba e que a
hidrodissecção ajuda caso os planos de clivagem não forem bem definidos. A peça
deverá ser removida dentro de endobag. Não realizamos a sutura do córtex ovariano.
b7.3) H isterectomia combinada (acesso laparoscópico e vaginal)
x Identificação das estruturas: útero, tubas, ovários, infundíbulos pélvicos,
ligamentos útero-ováricos, ligamentos redondos, ligamentos largos, ligamentos
útero-sacros, ureter, vasos ilíacos.
x Cauterização do terço médio dos ligamentos redondos com pinça bipolar e
secção com tesoura.
x Incisão do peritôneo da prega vésico-uterina e dissecção da fáscia com o mesmo
nome para afastamento anterior da bexiga. A preservação inicial dos pilares fasciais
vésico-uterinos evita um sangramento, apesar de pequeno volume, durante a
realização dos demais passos operatórios.
x Se o intuito for preservar tubas e ovários, realizamos a cauterização da região
ístmica da tuba e do ligamento útero-ovárico seguida de secção com tesoura. Caso
contrário, proceder como a salpingooforectomia descrita abaixo abolindo os passos
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290
290
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L aparotomia
x Incisão linear com bisturi na projeção da lesão, preferencialmente longitudinal, até
alcançar o ponto de clivagem.
x Dissecção romba e cortante para enucleação.
x Sutura da parede uterina em 2 ou 3 camadas após hemostasia adequada. A(s)
SULPHLUDVFDPDGDVXVDPRVSRQWRVVLPSOHVRX³;´RX³8´FRPILRDEVRUYtYHORX
2.0.
Sutura contínua com fio absorvível 3.0 ou 4.0 na última camada, envolvendo a serosa e
a muscular.
291
292
b7.5) Salpingectomia:
x Identificação das tubas.
x Cauterização da região ístmica aproximadamente 1cm do útero com pinça bipolar.
x Secção com tesoura da área coagulada.
x Cauterização e secção do mesossalpinge.
b7.6) Salpingooforectomia:
x Identificação das tubas e ovários
x Identificação do infundíbulo pélvico e do ureter.
x Abertura do peritôneo acima e abaixo do infundíbulo (vasos ovarianos).
x Dissecção do retroperitôneo e formação de janela abaixo do infundíbulo,
cauterização com pinça bipolar (trajeto ±2cm) e seccionar com tesoura próximo a
extremidade distal da área coagulada.
x Cauterização e secção do ligamento largo até próximo o corpo uterino, abaixo do
ligamento útero-ovárico.
x Cauterização da região ístmica da tuba aproximadamente 1cm do útero com pinça
bipolar. Secção com tesoura da área coagulada.
x Cauterização e secção do ligamento útero-ovárico.
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293
294
a.1.1) E tiologia
x Atrofia endometrial
x Uso inadequado de TH
x Pólipos endometriais
x Miomas submucosos
x Hiperplasia endometrial
x Carcinoma de endométrio
a.1.2) Diagnóstico
A namnese: história clínica detalhada, antecedentes pessoais, familiares e obstétricos,
identificação de fatores de risco, terapia de reposição hormonal (TH); detalhar o
sangramento, pontuando dados como início, duração, volume e freqüência, bem como
descartar causa evidente de sangramento, como por exemplo, vaginal, cervical ou retal.
E xame físico: exame ginecológico completo incluindo colpocitologia, com atenção a
outros possíveis sítios de sangramento, já citados no item anterior.
E xames complementares
x Ultra-sonografia pélvica transvaginal: exame inicial para iniciar a propedêutica
armada e medir a espessura do endométrio. Um endométrio bem identificado, com
espessura igual ou menor que 4mm não está relacionado a carcinoma e a causa mais
provável para o sangramento é atrofia endometrial; nestes casos pode-se encerrar a
294
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295
296
a.2.1) E tiologia
x Sangramento uterino disfuncional (SUD)
x Leiomiomatose
x Discrasias sangüíneas
x Efeito colateral de métodos contraceptivos hormonais, DIU
x Infecções (endometrite)
x Hiperplasia endometrial (com ou sem atipias)
x Pólipos endometriais
x Carcinoma de endométrio
a.2.2) Diagnóstico
Segue o mesmo fluxograma da paciente na menopausa, com a observação de que a
ultrassonografia deve ser realizada na fase proliferativa inicial. A conduta dependerá do
diagnóstico obtido após a investigação inicial. Pólipos endometriais, miomas e
hiperplasias endometriais serão tratados em capítulos individuais.
x Uso inadequado de TH e efeito colateral de métodos contraceptivos hormonais, DIU:
adequar método contraceptivo ou substituí-lo;
x Sangramento uterino disfuncional: seguir protocolo de condutas do Setor de
Endocrinologia e Reprodução humana (esquema no final do capítulo);
x Infecções (endometrite): tratar doença inflamatória pélvica ± vibramicina 100mg VO
12/ 12h/ 14 dias + ciprofloxacina 500mg dose única ou azitromicina 1g VO dose
única (tratar o parceiro);
x Discrasias sanguíneas: encaminhamento a hematologia;
x Neoplasias malignas: encaminhamento ao ambulatório de oncologia ginecológica
(AONC)
296
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b.1) Diagnóstico
x Ultrassonografia transvaginal: é o exame inicial que detecta o espessamento
endometrial (> 4mm) no período pós-menopausa ou imagem focal hiperecogênica
em mulheres sintomáticas no período reprodutivo. A ultrassonografia, associada ao
doppler vascular, apesar de sua alta sensibilidade não é suficiente para diferenciar
lesões focais malignas de benignas.
x Curetagem uterina: Apesar de adequada para diagnóstico histológico de lesões
difusas, falha nas lesões focais como as polipóides de qualquer etiologia não sendo
recomendada sua realização rotineira.
x Histeroscopia diagnóstica: Primeira escolha para investigação da cavidade uterina,
especialmente lesões focais. Permite visualização ampla e detalhada da cavidade
uterina e biópsia dirigida ou orientada da lesão. Recomenda-se a realização de
biópsia em toda lesão identificada, pois o diagnóstico diferencial visual de lesões
benignas das pré-malignas e malignas apresenta elevado risco de erro.
b.2) T ratamento
x Histeroscopia cirúrgica: A ressecção cirúrgica por meio da histeroscopia é o
procedimento preconizado no tratamento dos pólipos endometriais. Embora sejam
consideradas lesões benignas, não há consenso sobre a melhor forma de tratamento
dessa patologia: acompanhamento clínico ou remoção no caso de sangramento
uterino anormal e infertilidade no menacme e sangramento anormal ou atipias no
exame anatomo-patológico na pós-menopausa. Na decisão sobre a melhor forma de
tratamento devem ser levados em consideração os sintomas (sangramento anormal,
infertilidade), o período reprodutivo (menopausa ou não) e o uso de medicamentos
(reposição hormonal, tamoxifeno).
-Período reprodutivo, fertilidade, sem sintomatologia: seguimento clínico;
297
298
c.1) Diagnóstico
x Ultra-sonografia transvaginal: Exame inicial que fornece a maioria das informações
necessárias para a indicação terapêutica e, portanto, é suficiente na maioria dos
casos.
x Histeroscopia diagnóstica: Indicada sempre que há suspeita de lesão
intracavitária, submucosa ou intramural com distorção da cavidade uterina.
Recomenda-se a biópsia de toda lesão identificada.
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299
300
T ipo de cirurgia:
x H isterectomia: é a técnica mais efetiva para o controle de sintomatologia decorrente
de miomas. Tem, entretanto, alguns inconvenientes: não permite a manutenção da
fertilidade e apresenta maior risco cirúrgico (perda sanguínea e injúria de estruturas
adjacentes). Indicamos quando as outras opções terapêuticas não foram efetivas
no controle dos sintomas ou quando a remoção de todas as lesões significativas é
tecnicamente inviável.
x M iomectomia: indicamos para o tratamento das lesões únicas ou em pequeno
número. Eventualmente realizamos a miomectomia de múltiplas lesões quando a
paciente deseja manter a fertilidade. O inconveniente é a possibilidade de recidiva.
V ia de acesso cirúrgico:
x L aparotomia: indicada para o tratamento de miomas intramurais, subserosos ou
pedunculados de volume ou em número que inviabilize o procedimento
laparoscópico.
x L aparoscopia: indicada para o tratamento das mesmas lesões descritas acima, porém
de volume menor (que permita retirada através de sítios de punção ou incisões
pequenas no abdome ou fundo de saco vaginal) e em pequeno número.
x H isteroscopia: indicada para o tratamento de miomas intracavitários ou
submucosos. Vale ressaltar que apenas miomas grau 0 (totalmente dentro da
cavidade uterina) e grau I (atingem no máximo 50% da espessura miometrial) podem
ser ressecados pela histeroscopia.
300
301
301
302
e) M assas anexiais: termo genérico utilizado para designar um aumento de volume dos
s uterinos representados por: trompas, ovários, ligamentos próprios dos ovários,
ligamentos redondos, mesossalpinge, mesovário, ligamento largo, e remanescentes
embrionários dos túbulos mesonéfricos (paraoóforos particularmente) e dos ductos
paramesonéfricos (hidátides). Além disso, há outras patologias com sede fora dos s
uterinos que podem se apresentar inicialmente como massas anexiais: pseudocistos
peritoneais secundários a aderências pélvicas, miomas pediculados, patologias
urológicas e intestinais.
e.1) Diagnóstico diferencial: Embora o número de condições que se manifesta como
massa anexial seja muito grande, é possível agrupá-las em três categorias:
x A lterações funcionais
x Doenças benignas
x Neoplasias malignas
Esta classificação nos permite direcionar a conduta inicial como veremos no item
tratamento.
e.2) Métodos de investigação: as pacientes encaminhadas ao Centro de Referência-
Mater com massa anexial devem ter sido submetidas aos métodos de investigação
descritos a seguir:
302
303
A valiação clínica: faz parte da rotina e deve ser realizada sempre apesar de ter pouca
sensibilidade no diagnóstico diferencial das massas anexiais. A presença de ascite de
grande volume, lesões fixas a planos profundos e caquexia indica malignidade.
Ultrassonografia morfológica: consiste em valioso recurso propedêutico para
definição de risco de malignidade de uma massa anexial. Após o conhecimento do laudo
da ultra-sonografia, a lesão deverá ser classificada em baixo, médio ou alto risco de
malignidade. Dar preferência ao exame transvaginal.
A T E N Ç Ã O : a punção de massas anexiais não deve ser realizada, pois não permite
diagnóstico adequado e infere risco de disseminação tumoral. Raras exceções devem ser
discutidas com os docentes responsáveis do setor.
e.3) T R A T A M E N T O
Depende da categoria que a paciente se enquadra. Ressalta-se que os dados disponíveis
na literatura permitem concluir que as lesões de baixo risco podem ser encaradas da
303
304
ATENÇÃO
Pacientes portadoras de provável neoplasia maligna com indicação cirúrgica devem
ser submetidas a laparotomia e deverão ser encaminhadas ao Ambulatório de
Oncologia Ginecológica do HCFMRP-USP.
Gestantes com massas anexiais devem ser encaminhadas ao APREM-
HCFMRPUSP. As indicações de cirurgia seguem o mesmo fluxograma,
independente da gravidez.
304
305
Seguimento pós-cirúgico:
x Alteração funcional ou com doença benigna: alta hospitalar com contra-referência
para unidade básica de saúde para acompanhamento ginecológico de rotina.
x Doenças que cursam com outras lesões que necessitam tratamento clínico, como
endometriose serão referenciadas para o ambulatório do Setor de Endoscopia no
HCFMRP-USP.
305
307
307
308
Os dados são coletados de maneira prospectiva, e como a estadia dos pacientes nesta
Instituição é muito curta, é sistematicamente realizada:
x Busca pós-alta: as pacientes têm uma consulta agendada 7-10 dias após o parto. Esse
atendimento é realizado pela equipe médica e de enfermagem
x Consultas do pronto-atendimento
x Busca fonada: através de telefonemas para as puérperas que não compareceram ao
retorno no Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-Mater
D I R E T R I Z ES D O C E N T E RS F O R D ISE ASE C O N T R O L A N D PR E V E N T I O N
(C D C) P A R A PR E V E N Ç Ã O DE INF E C Ç Ã O DE SÍ T I O CIRÚRGI C O
(G U I D E L I N ES F O R T H E PR E V E N T I O N O F SU R G I C A L SI T E I N F E C T I O N:
Infection Control and Hospital E pidemiology, vol 20 (4):247, 1999)
308
309
x C A T E G O R I A N E N H U M A R E C O M E N D A Ç Ã O : ASSU N T O A I N D A N Ã O
R ESO L V I D O
R E C O M E N D A Ç Õ ES:
1) Preparo pré-operatório do paciente
a. Controlar adequadamente a glicemia em todos pacientes diabéticos antes de
cirurgia eletiva, manter níveis de glicose <200mg/dl durante a cirurgia e pós-
operatório imediato (48h) = I B.
b. Encorajar a parar de fumar ou parar fumo por pelo menos 30 dias antes de cirurgia
eletiva = I B.
c. Reduzir ou parar uso de esteróides quando medicamente recomendados =
ASSU N T O N Ã O R ESO L V I D O.
d. Considerar adiar cirurgia eletiva em pacientes muito desnutridos = I I.
e. Redução de peso em obesos antes de cirurgia eletiva = I I.
f. Identificar e tratar todas as infecções remotas ao sítio cirúrgico antes de cirurgia
eletiva. Não operar eletivamente pacientes com infecções em outros sítios = I A .
g. Manter a estadia pré-operatória o menor possível = I A .
h. Usar banhos pré-operatórios com anti-sépticos na noite anterior e na manhã da
operação = I B.
309
310
i. Não realizar tricotomia, a não ser que o pelo interfira na visualização do campo
cirúrgico. Se o pelo precisar ser removido, deverá ser removido imediatamente
antes da cirurgia, usando de preferência o tricotomizador = I A .
j. Lavar e limpar bem a pele ao redor da incisão para remover contaminação grosseira
antes de aplicar o anti-séptico = I B.
k. Usar um agente anti-séptico para preparação da pele (álcool 70% a 92%),
clorexidine (4%, 2%, 0,5% em base alcóolica) ou iodo/iodóforo (aquoso a 10%
com 1% iodo) =I B.
l. Aplicar o anti-séptico na pele em círculos concêntricos movendo de dentro para
fora, em direção à periferia. A área preparada deve ser grande o suficiente que
englobe a incisão, novas incisões e drenos = I B.
3) Profilaxia antimicrobiana
a. Selecionar um agente antimicrobiano baseado em sua eficácia contra os patógenos
mais comuns que causam a infecção do sítio cirúrgico = I A
b. Administrar o antibiótico profilático por via endovenosa = I A .
c. Administrar o antibiótico profilático antes que a cirurgia comece, para assegurar
níveis teciduais bactericidas antes que a incisão de pele seja feita, idealmente 30
minutos antes (não mais que 2 horas) da incisão inicial = I A .
d. Para cesárea, administrar a profilaxia imediatamente após clampar o cordão
umbilical= I A .
e. Administrar antibiótico profilático próximo da indução anestésica = I I
310
311
4) C entro C irúrgico
a. Manter pressão positiva nas salas operatórias (em relação a corredores e áreas
adjacentes) = I B
b. Utilizar fluxo laminar e luzes ultravioletas para prevenção de infecção: N E N H U M A
RE C O M ENDA Ç Ã O
c. Manter portas da sala cirúrgica fechadas, exceto para passagem de equipamento,
pessoal e paciente = I B
d. Limitar o número de pessoas que entram nas salas cirúrgicas ao mínimo necessário =
IB
5) L impeza e desinfecção
a. Desinfecção de salas cirúrgicas na ausência de sujidade visível de superfícies e
equipamentos: N E N H U M A R E C O M E N D A Ç Ã O
b. Usar desinfetante para limpar as áreas com sujeira visível ou contaminação com
sangue ou outros fluidos corpóreos antes da próxima operação = I B
c. Não fazer nenhuma desinfecção especial ou limpeza especial de salas cirúrgicas após
cirurgias contaminadas ou sujas = I A
d. Não usar tapetes à entrada do centro cirúrgico = I A
e. Não fazer culturas de meio ambiente rotineiras no centro cirúrgico = I B
6) Esterilização de instrumental
a. Esterilizar todos os instrumentos cirúrgicos de acordo com diretrizes publicadas = I B
b. 8VDUHVWHULOL]DomR³IODVK´VRPHQWHHPVLWXDo}HVGHHPHUJrQFLD I B
1mRXVDUHVWHULOL]DomR³IODVK´URWLQHLUDPHQWHSDUDHVWHULOL]DULQVWUXPHQWRV I B
311
312
8) A nestesia
a. Os membros da equipe anestésica precisam aderir às práticas recomendadas de
controle de infecção durante a cirurgia = I A .
10) C urativo
a. Usar curativo estéril por 24-48 horas após cirurgia. Assegurar-se que o curativo se
mantenha seco e que não seja removido com banho = I A
312
313
2. E Q U IP E C I R Ú R G I C A E E Q U IP E D E A N EST ESI A
a. Ao entrar no centro obstétrico/cirúrgico: LAVAR AS MÃOS!!!!!!!!!!!
b. Manter unhas bem cortadas e não usar unhas postiças. Retirar bijuterias, anéis,
incluindo alianças.
c. Preparo das mãos e braços: antes de tocar campos estéreis, instrumentos ou a
pele da paciente.
d. Limpar sob as unhas antes de escovar.
e. Escovar as mãos por 3-5 minutos, principalmente entre dedos, sob as unhas.
f. Não escovar braços, mas sim fazer fricção rigorosa com anti-séptico (PVP-I).
313
314
g. Após a escovação: manter mãos e braços elevados e longe do corpo para que a
água escorra das pontas dos dedos em direção aos cotovelos. Secar as mãos com
compressa estéril, vestir um avental estéril e calçar luvas estéreis.
h. A máscara deverá ser usada sempre pela equipe em campo e deverá cobrir
totalmente a boca e o nariz.
i. O gorro deverá cobrir totalmente os cabelos ao entrar no centro obstétrico Propé:
não tem papel para diminuir o risco de infecção, pois os microorganismos do
chão não alcançam a ferida operatória.
j. O propé já foi advogado para proteção do profissional de saúde, porém sabemos
que o que protege os pés de respingos de sangue ou secreções é o sapato
fechado, que deve ser usado para proteger os pés da equipe em campo.
A roupa do centro cirúrgico serve muito mais para sinalizar a entrada em uma área
restrita do que propriamente para controle de infecção. Esta roupa deve ser trocada
quando estiver suja de sangue ou líquido corpóreo oriundo da paciente. O avental estéril
deve ser colocado imediatamente antes de entrar em campo.
.
A T E N Ç Ã O : deve-se colocar o avental de plástico antes de colocar o avental estéril,
para proteção do profissional de saúde. Todos em campo devem colocar óculos de
proteção.
3. C A M P OS E M A T E R I A L C I R Ú R G I C O
a. Os campos devem ser confeccionados com materiais que funcionem como
barreiras eficazes mesmo quando úmidos. Devem ser esterilizados em autoclave.
b. Todo material utilizado em campo deve estar estéril. Os instrumentais cirúrgicos
devem ser esterilizados em autoclave, processo PRECEDIDO de rigorosa
limpeza do material. Não existe esterilização em autoclave se o instrumental
apresentar sujidade visível, portanto se houver algum material sujo, mesmo
vindo de uma caixa estéril, deve-se considerar como material não estéril.
c. Se o interior da caixa estiver úmido, o material não deve ser uilizado
4. C E N T R O O BST É T R I C O/C E N T R O C I R Ú R G I C O
a. Não há nenhuma recomendação de limpeza especial da sala operatória após
cirurgia contaminada ou suja. Quando houver sujeira visível ou contaminação
314
315
A T E N Ç Ã O : o número de pessoas dentro da sala deve ser limitado àquelas que tem
participação no ato operatório.
5. T É C N I C A C I R Ú R G I C A
315
316
x Para paciente em indução de trabalho de parto, orientar novo banho a cada 8 horas
ou se indicado parto cesárea, antes da realização do mesmo;
ATENÇÃO
Excetuam-se destas normas aqueles casos de urgência, emergência ou em período
expulsivo
Todos os procedimentos devem ser anotados em prontuário
316
317
12. PR O T O C O L O D A E Q U IP E D E P E D I A T R I A E N E O N A T O L O G I A
12.1. R E A N I M A Ç Ã O N E O N A T A L
Aproximadamente 10% dos recém-nascidos necessitam de alguma
assistência para iniciar a respiração ao nascimento. Embora, na maioria das vezes, seja
possível antecipar a necessidade de reanimação, esse procedimento pode ser necessário
de forma inesperada. Assim, é necessário antecipação e preparação, bem como
profissionais treinados presentes em cada nascimento, para garantir uma reanimação
adequada.
317
318
318
319
AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO
A lgoritimo 1 - Reanimação Neonatal
319
320
Pediatrics, 2010
CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS
320
321
x Indicações:
- FC < 100, gasping ou apnéia
x Material:
- balão auto-inflável com capacidade máxima de 750 ml, com dispositivo para
conexão com fonte de oxigênio, reservatório e válvula de segurança, regulada a 30-40
cm H2O.
321
322
INTUBAÇÃO TRAQUEAL
x Indicações:
- necessidade de aspiração traqueal de mecônio
- ventilação com balão e máscara inefetiva ou prolongada
- suspeita ou presença de hérnia diafragmática
- necessidade de massagem cardíaca e/ou adrenalina
- considerar intubação nos pré-termo extremos
x Material:
- laringoscópio infantil, com lâmina reta (no. 00, 0 e 1)
- cânulas traqueais no. 2,0-2,5-3,0-3,5-4,0
- fio guia esterilizado
- pilhas e lâmpadas sobressalentes
x Escolha da cânula
322
323
x Técnica:
Introduzir a lâmina do laringoscópio na cavidade oral, posicionando-a entre a
base da língua e a valécula. Elevar delicadamente para visualizar a glote, sem pinçar a
epiglote. Introduzir a cânula pelo lado direito da boca a passá-la entre as cordas vocais.
Cuidados: evitar movimento de alavanca na tentativa de visualização da glote;
evitar hiperextensão do pescoço.
Ventilar com balão auto-inflável, conforme descrito anteriormente.
Confirmação da intubação: elevação do tórax, ausência de distensão
abdominal, condensação no interior da cânula, ausculta pulmonar e abdominal.
Confirmação por radiografia de tórax, se permanecer intubado.
Fixação da cânula no lábio superior. Para o cálculo do número em cm da
fixação, soma-se 6 ao peso estimado do neonato.
MASSAGEM CARDÍACA
x Indicação:
323
324
MEDICAÇÕES
x Adrenalina
Indicada quando a FC < 60, apesar da ventilação e massagem cardíaca
adequadas.
Dose: 0,01 a 0,03 mg/kg por via endovenosa.
Se a via endovenosa não está disponível, administrar por via intratraqueal, na
dose de 0,05 a 0,1 mg/kg.
x Expansores de volume
Indicados quando há evidências de perda sangüínea e não há resposta às
manobras de reanimação. Como a perda de sangue pode não ser evidente, uma
tentativa de administração de volume pode ser considerada em neonatos que não
respondem às manobras de reanimação.
Utiliza-se Soro Fisiológico 0,9% no volume de 10 ml/kg, infundido em 5 a 10
minutos.
x Outros medicamentos
Raramente podem ser necessários após a reanimação.
O uso de naloxone (antagonista opióide) não é recomendado como parte da
reanimação inicial em sala de parto para recém-nascidos com depressão respiratória.
Para a situação clínica de um recém-nascido com depressão respiratória após
exposição materna a opióides, o foco deve ser realizar ventilação adequada.
Quando há necessidade de reanimação prolongada, com bradicardia persistente
ou acidose presumida, considerar o uso do bicarbonato de sódio 4,2% na dose de 4
ml/kg (2 mEq/kg).
324
325
Referências
325
326
3) Boletim de A P G A R
1 3 5 10 15
SINAL 0 1 2
min. min. min. min. min.
Frequência
Ausente < 100 bpm > 100 bpm
Cardíaca
Esforço
Respiratóri Ausente Irregular Regular
o
Alguma
Tônus Flacidez Boa
flexão
muscular total movimentação
extremidades
Irritabilida Alguma
Ausente Espirros
de reflexa reação
Cianose/ Corpo róseo Corpo e
Cor palidez Extremidade extremidades
cutânea s cianóticas róseos
TOTAL
326
327
4) Cuidados de rotina
- clampeamento do cordão umbilical
- aplicação do colírio de nitrato de prata a 1% para prevenção da oftalmia
gonocócica. Instilar uma gota em cada olho, no saco lacrimal inferior.
- administração de vitamina K para prevenção da doença hemorrágica do
recém-nascido por deficiência de vitamina K. Aplicar 1 mg de vitamina K1 por via
intramuscular.
- administração da 1ª dose da vacina para Hepatite B.
- identificação da mãe (por meio da impressão digital) e do recém-nascido (por
meio da impressão plantar) no prontuário e nas três vias da DNV. Colocação de pulseiras de
identificação.
- coleta de sangue do cordão umbilical para determinação da tipagem
sanguínea do recém-nascido.
- coleta de sangue da mãe para determinação da tipagem sanguínea e
sorologia para sífilis. Caso não tenha sido realizada a sorologia para HIV no pré-natal ou a
mesma não esteja disponível no dia do parto, realizar o teste rápido para HIV.
- banho
Referências
Manual de Atenção à Saúde do Recém-nascido. Secretaria de Atenção à Saúde. Ministério da Saúde.
2010.
327
328
328
329
329
330
330
331
Método 1 - Capurro
331
332
332
333
Referências
Capurro H et al. Um método simplificado para o diagnóstico da idade gestacional
em criança recém-nascida. Pediatrics. 1978;93:120-12.
Alexander GR, Himes JH, Kaufman RB, Mor J, Kogan M. A United States national
reference for fetal growth. Obstet Gynecol. 1996;87:163-168.
333
334
BANHO
O banho logo após o nascimento é um procedimento que varia conforme
a cultura. As razões para essa prática incluem estética, eliminação de resíduos de
sangue, mecônio e demais secreções e a diminuição da exposição do bebê a certos
agentes virais, como o vírus da hepatite B, o da imunodeficiência humana (HIV) e o
334
335
335
336
C O T O UMBILIC A L
A higiene do coto umbilical visa diminuir os riscos de infecção no
recém-nascido. A contaminação do cordão pode provocar onfalite que se caracteriza por
edema, eritema e presença de pus. Os vasos do cordão são porta de entrada de
microrganismos que podem penetrar na corrente sanguínea e causar infecções sem
sinais e sintomas aparentes.
É essencial manter o coto limpo e seco. Pode ser usado álcool etílico a
70% ou clorexedina alcoólica a 0,5%, após banho ou trocas de fraldas, aplicados com
gaze estéril ou hastes de algodão. O clampe umbilical pode ser removido, com
segurança, após 24 horas. Não está indicado o uso de curativo oclusivo e de faixas. Não
está indicada a manutenção de gaze enrolada sobre o coto. A higienização deve ser
sistemática e mantida após a alta hospitalar até a cicatrização completa do umbigo.
E M O L I E N T ES
Não é indicado o uso rotineiro de óleos vegetais e emolientes com
petrolato em recém nascidos pré-termo por haver associação com aumento de infecção
por Staphylococcus coagulase negativo.
D E R M A T I T ES D E F R A L D AS
O surgimento da dermatite de fraldas tem relação direta com a umidade
da pele. A pele úmida e macerada se torna permeável e suscetível ao trauma e fica mais
propensa à colonização de microrganismos. Reduzir a umidade e minimizar o contato
da pele com urina e fezes realizando trocas freqüentes de fraldas (com material gel
absorvente) previne o aparecimento de dermatite de fraldas.
Referências
Cunha, MLG. O cuidado com a pele do recém-nascido. Revista Gaúcha de
Enfermagem, Porto Alegre, v. 23, n. 2, pag. 6-15, 2002.
Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria, 1° edição, 2007.
Cuidados com a pele do recém nascido de termo e pré- termo, PRORN, ciclo 5 módulo
3, 2008.
336
337
337
338
338
339
Recomendações gerais
x Amamentação assistida desde a primeira mamada para recém-
nascido sob risco.
x Testar a flexibilidade mamilo-areolar antes de cada mamada.
x Aumentar a frequência das mamadas.
x Oferecer as duas mamas em cada mamada.
x Dar tempo para que o bebê possa esvaziar a mama corretamente.
x Evitar o uso de bicos de confusão (mamadeiras, chupetas e
intermediários).
x Aumentar a ingestão hídrica materna.
x Repouso e técnicas de relaxamento.
x Peso diário.
Recomendações específicas
x Perda ponderal neonatal > 8% do peso de nascimento nas
primeiras 24-48 horas e > 10% com mais de 48 horas de vida:
- Avaliar da técnica de amamentação (postura, prega, pega e
condução).
- Avaliação clínica do recém-nascido (sinais clínicos de
hidratação/desidratação e quantificação da diurese).
- Aplicação do teste de pesagem (pré- e pós-mamada) com uso de
balança digital de precisão e sensibilidade de 0,5 grama.
- Dosar sódio sérico e glicemia.
- Seguir o fluxograma abaixo:
339
340
Referências
340
341
Risk factors for excess weight loss and hypernatremia in exclusively breastfed infants
± &D÷ODU0.g]HU,DQG$OWXJDQ)6- Braz J Med Biol Res, 39(4), 2006.
Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria. Lopez FA, Campos Jr, D.
Editora Manole. 1ª edição. 2007.
Prevention of hypernatremic dehydration in breastfed newborn by daily weighing ±
Konetzny G, Bucher HU, Arlettaz R ± Eur J Pediatr 168:815-818, 2009.
Colostrum ingested during the first day of life by exclusively breasfed healthy
newborn infants. Santoro-Jr W, Martinez FE, Ricco RG, Jorge SM ± J. Pediatrics
156(1):29-32, 2010.
341
342
E T I O L O G I AS
1- ,&7(5Ë&,$³),6,2/Ï*,&$´
O recém-nascido apresenta inúmeras limitações ao metabolismo da
bilirrubina que explicam a icterícia fisiológica: sobrecarga de bilirrubinas ao hepatócito,
aumento da circulação êntero-hepática de bilirrubina, imaturidade dos mecanismos de
captação, conjugação e excreção pelo hepatócito, sendo a icterícia um mecanismo
³DGDSWDWLYR´GHVVHSHUtRGR
Características:
- Inicia-se APÓS 24 horas de vida. Icterícia de início precoce, ou
seja, antes de 24 horas de vida, é patológica e necessita investigação.
- Hiperbilirrubinemia indireta
- Geralmente não ultrapassa 12-15mg/dl
- RN A termo:pico entre terceiro e quinto dias de vida e desaparece
na segunda semana de vida
342
343
2- I C T E R Í C I A PA T O L Ó G I C A
Distúrbios do hepatócito
- deficiência da captação ± Síndrome de Gilbert
- prejuízo da conjugação ± Síndrome de Crigler-Najar
- hipotireoidismo congênito
343
344
D I A G N ÓST I C O
344
345
TRATAMENTO
345
346
500-750 5a8 12 a 15
750-1000 6 a 10 >15
1000-1250 8 a 10 15 a 18
1250-1500 10 a 12 17 a 20
1500-2500 >12 17 a 25
346
347
347
348
Considerações especiais
AO NASCER
Observar Considera Fazer exsanguineo
exsanguineo
História de RNs anteriores não RNs anteriores Óbito ou grave
gestações necessitaram necessitaram risco de morte por
anteriores exsanguineo exsanguineo eritroblastose em
RNs anteriores
Situação clínica RN de termo RN pré-termo Icterícia. Hidropsia
aparentemente fetal
normal
Hematócrito >40% 35-40 <35
Bilirrubina no <4 4-5 >5
sangue de cordão
(mg/dL)
APÓS O
NASCIMENTO
Hematócrito >40 35-40 <35
Bilirrubina indireta <18 18-20 >20 (PT); >25 (AT)
mg/dL
Sintomas de Em qualquer
kernicterus momento e com
qualquer níbel de
bilirrubinas
348
349
Prevenção:
Imunoglobulina anti-D em toda gestante Rh negativa não sensibilizada na 28
semana de gestação e 12 semanas após (se não ocorrer o parto) e até 72 horas após o
parto quando o RN for Rh positivo.
Referências
Almeida MFB, Draque CM. Diagnóstico diferencial da hiperbilirrubinemia indireta. In:
Diagnóstico e Tratamento em Neonatologia. Editora Atheneu. 2004.
Rotinas Médicas em Neonatologia ±Unidades de Atendimento a Recém-Nascidos do
HCFMRP-USP. 2006.
349
350
Definição
A definição ideal depende do conhecimento do nível de glicose abaixo do
qual há energia suficiente para o funcionamento celular adequado, principalmente no
SNC. A partir de estudos de neurofisiologia e avaliações do desenvolvimento
neuromotor em pacientes que sofreram hipoglicemia, recomenda-se manter os níveis de
glicemia plasmática acima de 45 mg/dl, tanto para recém-nascidos a termo quanto pré-
termo.
A hipoglicemia neonatal pode ser transitória, quando ocorre no período
neonatal precoce e persistente ou recorrente, quando se mantém além do período
neonatal.
A hipoglicemia pode ser assintomática ou sintomática; neste último caso
está associada à maior comprometimento do SNC e por isso precisa ser rastreada
criteriosamente e tratada de forma mais efetiva.
E tiologia
I. AUMENTO DE CONSUMO
- Hiperinsulinismo: filho de mãe com Diabetes Mellitus, RN grande para
a idade gestacional (GIG), macrossomia, eritroblastose fetal, nesidioblastose, síndrome
de Beckwith-Wiedmann, cateter umbilical arterial mal posicionado em T11.
- Policitemia.
- Dano cerebral agudo causando maior utilização de glicose: crise
convulsiva, meningite, encefalite e síndrome hipóxico-isquêmica.
- Desconforto respiratório grave, infecção, hipotermia.
- Excesso relativo de tecidos altamente dependentes de glicose: RN
pequeno para a idade gestacional (PIG).
350
351
VI. MISCELÂNIA
- RN sob nutrição parenteral
- Hipopituitarismo
- Má perfusão hepática com distúrbio na neoglicogênese: cardiopatia
congênita, insuficiência cardíaca congestiva.
- Exsanguíneo-transfusão: a glicose no anticoagulante estimula a
liberação de insulina.
Q uadro C línico:
Na maioria dos casos, a hipoglicemia é assintomática. Os sintomas,
quando presentes, surgem nas primeiras 24 a 72 horas de vida e são inespecíficos:
apatia, sonolência, recusa alimentar, choro débil, tremores finos, palidez, acrocianose,
convulsão, respiração irregular e apnéia.
Monitoração:
A pesquisa dos níveis glicêmicos deve ser feita nos pacientes dos grupos
de risco para hipoglicemia. A triagem pode ser feita com fita reagente e confirmada por
análise laboratorial.
351
352
O dextro pré-mamada
Os valores da glicemia em recém-nascidos normais são influenciados
pelo padrão de alimentação. A concentração sanguínea de glicose atinge um pico
aproximadamente 1 hora após a mamada e tem seu nadir imediatamente antes do início
da próxima dieta. Já que o princípio da monitoração é identificar o menor nível
glicêmico, o mais lógico é realizar esta medida imediatamente antes da mamada (pré-
mamada), ao invés de intervalos arbitrários, aleatórios às mamadas. Na prática, o
horário da coleta deverá ser combinado com a mãe, isto é, a mesma comunicará quando
estiver no momento de amamentar (o recém-nascido deseja sugar ), para a realização do
exame.
Jejum após o nascimento
Acredita-se que um recém-nascido a termo tenha reservas de glicogênio
suficientes para manter o suprimento de glicose por aproximadamente dez horas.
352
353
T ratamento:
O início da alimentação enteral deve ser feito o mais precoce possível,
em volume de 20 ml/kg/dia, até 60 ml/kg/dia no primeiro dia de vida, a cada duas ou
três horas, e deve ser mantido nos casos onde se iniciou terapia com soro glicosado
endovenoso. Quando a via oral/enteral não puder ser utilizada por condições
patológicas, prematuros de muito baixo peso ou prematuros extremos, iniciar via
parenteral.
Quando houver necessidade de usar glicose parenteral e corticóide para
controle da glicemia, estes devem ser mantidos até o desaparecimento dos sintomas e
estabilização da glicemia acima de 45 mg/dl por um período de pelo menos 24 horas. A
concentração da glicose parenteral deve então ser reduzida, à medida que se administra
alimentação enteral suficiente em calorias.
L embre-se:
x A concentração de glicose no sangue total é de aproximadamente
10 a 15% mais baixa que a do plasma.
x A demora na determinação após a coleta de sangue pode
determinar em oxidação da glicose pelos eritrócitos, produzindo valores falsamente
baixos.
x Conversão para TIG: 1 g/kg/dia = 0,7 mg/kg/min
x Cálculo da porcentagem de glicose no soro:
Glicose (g/kg/dia) x 100 /Volume total
o Concentração mínima de glicose: 3-5%.
o Concentração máxima de glicose em acesso venoso
periférico: 12,5%.
o Concentração máxima de glicose em acesso venoso central:
25%.
354
355
Referências
355
356
356
357
357
358
Q uadro 37 - T T R N: taquipnéia transitória do recém-nascido, R N T : recém-nascido de termo, R NP T : recém-nascido pré-termo, D M H : doença de membranas hialinas, RP M O :
rotura prematura das memb ranas, A T B : antibiótico, SA M : síndrome de aspiração meconial, H PP: hipertensão pulmonar persistente, C O T : cânula orotraqu eal
358
F luxograma 27 - F luxograma De M anejo De Desconforto Respiratório
359
Referências
Rodrigues JC, Adde FV, Filho LVRFS. Doenças Respiratórias. Coleção pediatria. Instituto
da criança HC-FMUSP. Barueri, SP: Manole, 2008.
Diniz EMA, Okay Y, Tobaldini R, Vaz FAC. Manual do Médico Residente de Pediatria, 2ª
edição. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.
Marcondes E, Vaz FAC, Ramos JLA, Okay Y. Pediatria Básica, Tomo I ± Pediatria Geral e
Neonatal. Sarvier, 9ª edição, 2002. Reimpressão, 2003.
Hermansen CL, MD, Lorah KN, MD. Respiratory Distress in the Newborn. American
F amily Physician, 2007 October; 76(7): 987-94.
Kimura AF, Yoshitake APM, Bueno M, Belli MAJ. Avaliação do recém-nascido no
período neonatal imediato. Rev Bras Enferm, Brasília, 2009 nov-dez; 62(6): 850-
360
12.3.7. C A R D I O PA T I AS C O N G Ê N I T AS N O P E R Í O D O N E O N A T A L
Q U A N D O SUSP E I T A R D E C A R D I O PA T I A
Existem vários sinais sugestivos de cardiopatia, sendo os mais freqüentes:
sopro cardíaco, cianose, taquipnéia, diminuição ou diferença de pulsos, ar ritmia
cardíaca. Na presença desses sinais, alguns detalhes da história e exame físico devem ser
observados com maior atenção.
ANAMNESE:
- Antecedentes familiares: história de cardiopatia ou síndromes na família;
- Condições da gestação: uso de tranqüilizantes, anticonvulsivantes,
antialérgicos, infecções virais (Coxsackie, Echo), diabetes materno.
- História pós-natal: prematuridade (PCA), distúrbios metabólicos, asfixia
perinatal (insuficiência cardíaca).
EXAME FÍSICO:
Aparelho cardiovascular:
1- Ausculta cardíaca :desdobramento da 2ª bulha (indica aumento na
pressão pulmonar, e é normal em RN), ritmo de galope, ruído acessório (click e estalido),
bradicardia (pode ser causada por distúrbio de condução), taquicardia (indicam má perfusão
periférica se acompanhada de tempo de enchimento capilar prolongado e extremidades
frias) e sopros cardíacos.
a) Sopro sistólico:
-sopros de ejeção são mesossistólicos (estenoses valvares, hiperfluxo).
-sopros de regurgitação se iniciam após a 1ª bulha até a 2ª (insuficiências das
valvas AV).
361
-sopros rudes geralmente indicam cardiopatia que merece investigação
precoce.
b)Sopro diastólico:
-sopros aspirativos (insuficiência aórtica e pulmonar)
-sopros tipo ruflar (estenose das valvas AV).
-sopros diastólicos são sempre patológicos e merecem investigação.
c)Sopro contínuo:
-passagem de sangue de uma zona de alta pressão para outra de baixa
pressão (PCA, janela aorto-pulmonar)
362
Aparelho respiratório:
-taquipneia,
-sinais de desconforto respiratório,
-alteração na ausculta pulmonar (estertores grossos, sibilos expiratórios
podem indicar congestão pulmonar),
-exacerbação do desconforto respiratório aos esforços (choro, mamadas).
-cianose (em alguns casos de cardiopatia cianosante de hipofluxo pulmonar,
o RN pode apresentar cianose sem alteração do padrão respiratório).
E X A M ES C O M PL E M E N T A R ES FRENT E A SUSP E I T A DE
C A R D I O PA T I A
Os principais exames que podem ser realizados no nosso serviço são:
363
2- ELETROCARDIOGRAMA: Quando há forte suspeita de cardiopatia com
repercussão clínica, deve ser realizado ECG com as derivações possíveis. Observar:
- ritmo cardíaco;
- sinais de sobrecarga atrial ou ventricular;
- eixo de condução, anomalias na condução;
- presença de sinais de isquemia.
3-GASOMETRIA ARTERIAL: Na suspeita de cardiopatia cianosante,
colher exame da arteira radial direita.
- acidose metabólica pode sugerir baixo débito cardíaco, porém a sua
correção só é indicada em casos de acidose grave com repercussão clínica ou em casos de
dependência de drogas vasoativas.
- acidose respiratória pode sugerir insuficiência respiratória e necessidade de
suporte ventilatório (invasivo ou não invasivo).
- hipoxemia: correlacionar com a clínica e resposta à administração de O2.
D I A G N ÓST I C O D I F E R E N C I A L D E C A R D I O P A T I AS
C O N D U T AS F R E N T E A PA C I E N T ES C O M A C H A D O D E SO PR O
N A A USC U L T A C A R D Í A C A O U SUSP E I T A D E C A R I O P A T I AS C O N G Ê N I T AS:
364
Nesses casos a investigação poderá ser feita ambulatorialmente. Marcar
consulta para o paciente na cardiologia infantil (ACI-4) na vaga (terças e quintas às 12:30
no Balcão 4). Anotar na folha de encaminhamento e na referência par UBS os achados
clínicos e resultados de exames. É necessário alertar a mãe quanto ao surgimento tardio de
sinais clínicos (dificuldade de mamar, irritabilidade, sonolência, alteração do padrão
respiratório, cianose), e orientar procurar atendimento médico em UBS.
365
¾ RX com hiperfluxo pulmonar (defeito de septo atrioventricular total, dupla via de
saída de VD, Truncus arteriosus, drenagem anômala de veias pulmonares).
Prostaglandina E na mesma dose acima (no caso de DATVP o Prostim pode piorar
o quadro clínico). Restrição de volume (30 a 70ml/kg/dia). Administrar furosemida
se necessário (1mg/kg/dose EV). Caso RN apresente saturação alta e sinais de baixo
débito cardíaco sistêmico, considerar IOT e hipoventilação (para melhorar a relação
entre a circulação sistêmica e pulmonar).
366
12.3.8. Toxoplasmose congênita ± A bordagem inicial e seguimento de casos
suspeitos
Definições de casos
Determinar quadro sorológico materno por meio da comparação de pelo
menos 2 amostras consecutivas de soro, obtidas com intervalo t 3 semanas, de preferência
confirmando com 3ª amostra.
A determinação do índice de avidez de IgG realizado na mãe auxilia a
definição de ocorrência de infecção aguda durante a gestação: resultados baixos sugerem
infecção adquirida nas últimas 12 semanas, e resultados elevados sugerem infecção
ocorrida há mais de 12 semanas.
A comprovação ou exclusão do diagnóstico de infecção aguda gestacional
será feita de acordo com a tabela abaixo.
367
Conduta ao nascimento
Anotar datas e títulos de sorologias maternas, data e resultado de
amniocentese, alterações no ultrassom obstétrico e outros exames (incluir as fontes das
informações: se foram originárias do prontuário materno, cartão do pré-natal, entrevista
materna). Detalhar tratamento materno (drogas, período de uso). Estas informações são
fundamentais para a decisão de condutas frente ao recém-nascido.
Exames a serem solicitados para os recém-nascidos com suspeita de infecção
congênita:
- ELISA para toxoplasmose da mãe e do RN (IgG e IgM)
- Hemograma completo
- Ultrassom de crânio
- Fundoscopia ocular
368
- Avaliação auditiva
369
- Sulfadiazina (comprimidos de 500mg): 100mg/kg/dia (12/12 h)
- Pirimetamina (comprimidos de 25mg): 1mg/kg/dia (1x/dia), diariamente
por 2 a 6 meses, dependendo da intensidade de acometimento, e a seguir,
1mg/kg/dia dados 3 vezes por semana
- Ácido folínico (comprimidos de 15mg): 10 mg dados 3 vezes por
semana. Na ocorrência de neutropenia, aumentar a dose de ácido folínico
até 20 mg diários; se <500 neutrófilos/mm , suspender a pirimetamina até
melhora. Manter por mais 1 semana após final do tratamento com
pirimetamina.
- Prednisona 1mg/kg/dia (12/12 h) quando houver coriorretinite em
DWLYLGDGHHRXSURWHLQRUUDTXLDPJG/ (usar somente em associação
com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico). Retirada gradual após
estabilização do processo inflamatório.
Obs.: As medicações acima são disponíveis apenas sob a forma de comprimidos. Podem
ser produzidas soluções em farmácias de manipulação com as seguintes concentrações:
sulfadiazina 100 mg/ml, pirimetamina 2 mg/ml, ácido folínico 5 mg/ml ou comprimidos
de 5 mg.
370
F luxograma 28 - F luxograma geral de decisão sobre a abordagem inicial de R N assintomático com suspeita de toxoplasmose
congênita
371
1
Na descontinuidade do tratamento após negativação da IgG, repetir a sorologia em 1 mês.
2
Em crianças que receberam tratamento, confirmar soronegativação 6 meses após
suspensão dos antiparasitários.
Referências
Remington JS, McLeod R, Thulliez P, Desmonts G. Toxoplasmosis. In: Remington JS,
Klein JO, Wilson CB, Baker CJ, editors. Infectious Diseases of the Fetus and Newborn
Infant. 6th ed. Philadelphia: Elsevier Saunders; 2006. p. 947-1091.
Andrade GMQ, Tonelli E, Oréfice F. Toxoplasmose congênita. In: Couto JCF, Andrade
GMQ, Tonelli E, editors. Infecções perinatais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. p.
471-92.
372
12.3.9. Sífilis congênita ± abordagem inicial e seguimento de casos suspeitos
A sífilis congênita precoce deve ser diagnosticada por meio de uma
avaliação epidemiológica criteriosa da situação materna e de avaliações clínica, laboratorial
e de estudos de imagem na criança.
373
Títulos persistentemente positivos após tratamento adequado podem
significar infecção persistente ou re-exposição, especialmente se os títulos forem
superiores a 1:4. Cerca de 14% das gestantes podem apresentar falência no tratamento.
M anejo do recém-nascido:
UHDOL]DU 9'5/ HP DPRVWUD GH VDQJXH SHULIpULFR GH WRGRV RV UHFpm-
nascidos cujas mães apresentaram VDRL reagente na gestação ou no parto, ou em caso de
suspeita clínica de sífilis congênita.
UHDOL]DU UDGLRJUDILD GH RVVRV ORQJRV KHPRJUDPD H DQiOLVH GR /&5
(celularidade, perfil proteico e VDRL) em todos RN com VDRL reagente ou suspeita
clínica de sífilis congênita ou ausência de tratamento materno adequado.
x Neurossífilis:
-Celularidade do LCR > 25 leucócitos/mm3 e/ou
-Proteinorraquia > 150 mg/dl e/ou
-VDRL positivo no LCR
QRWLILFDomRFRPSXOVyULDSDUDILQVGHYLJLOkQcia epidemiológica
Seguimento do R N
5HDOL]DU9'5/FRPPrVHPHVHVGHLGDGHLQWHUURPSHQGRR
seguimento após 2 resultados negativos consecutivos de VDRL
5HDOL]DU KHPDJOXWLQDomR SDUD VtILOLV RX )7$-Abs após os 18 meses de
idade para a confirmação do caso
2FRUUHQGR HOHYDomR GR WtWXOR VRUROyJLFR RX QmR QHJDWLYDomR DWp RV
meses de idade, reinvestigar o paciente e iniciar tratamento
$FRPSDQKDPHQWRRIWDOPROyJLFRQHXUROyJLFRHDXGLROyJLFRVHPHVWUDOSRU
dois anos
1RVFDVRVGHQHXURVVtIilis, deve ser realizada uma reavaliação liquórica a
cada 6 meses até a normalização do LCR
374
Tratamento da Sífilis Congênita
Até 4 semanas de idade:
Penicilina G Cristalina (EV) 50.000 UI/Kg/dose durante 10 dias
2 doses diárias (12/12h) na 1a semana de vida
3 doses diárias (8/8 h) entre a 2a ± 4a semanas de vida
Penicilina G Procaína (IM) 50.000 UI/Kg/dose, dose única diária, durante 10 dias
Penicilina G Benzatina (IM) 50.000 UI/Kg, dose única
> 4 semanas idade
Penicilina G Cristalina (EV) 50.000 UI/Kg/dose de 4/4 h, durante 10 dias
Penicilina G Procaína (IM) 50.000 UI/Kg/dose de 12/12 h, durante 10 dias
Penicilina G Benzatina (IM) 50.000 UI/Kg, dose única
375
A lgoritimo 3 - A lgoritmo de manejo do recém-nascido de mãe com testes sorológicos positivos para sífilis
Referência
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/AIDS.
Diretrizes para controle da sífilis congênita: manual de bolso. 2ª edição, 2006.
376
12.3.10. Poliglobulia
É definida como uma taxa de hemoglobina maior que 22 g/dL e/ou
hematócrito venoso periférico maior que 65% na primeira semana de vida.
O aumento do hematócrito é o principal fator determinante da
hiperviscosidade sanguínea, que leva à diminuição do fluxo sanguíneo e, em casos graves,
ocorrendo diminuição do transporte de oxigênio e alteração de perfusão tecidual.
Sua incidência é maior nos recém-nascidos pequenos para a idade
gestacional.
C ausas
1- Presença de hipóxia intra-uterina, que estimula a eritropoiese.
- hipertensão arterial materna crônica
- recém-nascidos pequenos para a idade gestacional
- recém-nascidos pós-termo
- mãe com patologia pulmonar ou cardíaca grave
- tabagismo materno
2- Transfusão placentária
- retardo na ligadura do cordão ou ordenha do cordão
- transfusão materno-fetal ou transfusão feto-fetal
3- Outras causas
- diabetes mellitus materno
- hipertireoidismo ou hipotireoidismo neonatal
- hiperplasia adrenal congênita
- Síndrome de Beckwith-Wiedemann, Síndrome de Down
Q uadro clínico
A maioria dos casos são assintomáticos.
Quando sintomático, pode apresentar sintomas relacionados à diminuição do
fluxo sanguíneo e hiperviscosidade, como:
- hipoglicemia (40%)
377
- hiperbilirrubinemia, devido ao número aumentado de eritrócitos (21,8%)
- intolerância alimentar (21,8%)
- pletora (20%)
- letargia, cianose (14,5%)
- taquipnéia ou dificuldade respiratória (9,1%)
- irritabilidade, hipotonia (7,3%)
- insuficiência cardíaca, sopro cardíaco
- redução do ritmo de filtração glomerular
- fenômenos tromboembólicos, como trombose da veia renal
- priapismo
- plaquetopenia
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela dosagem do hematócrito.
O sangue deve ser coletado através de punção de veia periférica, pois o
hematócrito capilar é cerca de 10% mais elevado do que o hematócrito venoso.
T ratamento
A indicação do tratamento dependerá do nível do hematócrito (HT) e do
quadro clínico:
- hematócrito venoso entre 60 e 70% e RN assintomático: oferta generosa de
líquidos.
- hematócrito venoso acima de 70% e RN com sintomas: transfusão de troca.
- hematócrito venoso acima de 75%, com ou sem sintomas: transfusão de
troca.
A transfusão de troca ou exsanguineotransfusão parcial reduz a massa de
eritrócitos sem alterar a volemia.
O volume a ser trocado é calculado pela seguinte fórmula:
378
HT observado
Pode-se considerar a volemia (ml) como peso (kg) x 90 e o HT desejado de
60%.
A solução utilizada pode ser plasma fresco congelado ou soro fisiológico
0,9%.
O acesso pode ser central ou periférico.
Controle de hematócrito em 8 a 12 horas após a transfusão de troca.
Atenção para a correção de distúrbios associados, como hipoglicemia e
hiperbilirrubinemia.
Referências
Rotinas Médicas em Neonatologia ±Unidades de Atendimento a Recém-Nascidos do
HCFMRP-USP. 2006.
Kopelman BI, Santos AMN, Goulart AL, Almeida, MFB, Miyoshi MH, Guinsburg R.
Diagnóstico e Tratamento em Neonatologia. Editora Atheneu. 2004.
379
12.3.11. E liminações fisiológicas
Diurese
Noventa e cinco por cento dos recém-nascidos apresentam a primeira diurese
espontaneamente nas primeiras 24 horas de vida.
Se um recém-nascido não tiver apresentado diurese até 48 horas de vida,
deve-se considerar investigação diagnóstica. Disfunção da diurese pode ser um sinal de
medula espinhal presa ou ancorada.
Atenção em possíveis achados de exame físico: rins palpáveis ou bexiga
aumentada e palpável; aspecto da genitália e da parte inferior da coluna, que podem
apresentar anormalidades; exame neurológico cuidadoso das extremidades inferiores,
E vacuações
Referências
Miller CA, Newman TB. 5RXWLQH 1HZERUQ &DUH ,Q $YHU\¶V 'LVHDVH RI WKH 1HZERUQ
Capítulo 26. 8a. edição. Editora Elsevier Saunders.2004.
Clark DA. Times for first void and first stool in 500 newborns. Pediatrics.1977;60:457-459.
380
12.3.12. O recém-nascido pré-termo tardio
Definição
É considerado recém-nascido pré-termo tardio aquele com idade gestacional
entre 34 semanas completas (34 0/7 semanas ou 239 dias) e menos de 37 semanas
completas (36 6/7 semanas ou 259 dias) (Raju, 2006).
Essa classificação estabelece um grupo de risco intermediário de morbidade
e mortalidade, com características e demandas próprias, que os diferenciam dos recém-
nascidos a termo, de baixo risco e dos pré-termo extremos, de alto risco.
E pidemiologia
Estudos epidemiológicos no Brasil evidenciam incidência de cerca de 8% de
recém-nascidos pré-termo tardios (Leone, 2007).
São fatores de risco relacionados: a ruptura prematura das membranas, a
hipertensão arterial materna, diabetes mellitus gestacional, infecções, especialmente as
infecções do trato urinário, aumento da reprodução assistida e gestações múltiplas.
Morbidades
Recém nascidos pré-termo tardios têm maiores riscos de apresentar
complicações no período neonatal, apesar de muitas vezes apresentarem pesos semelhantes
de recém-nascidos a termo. Esses pacientes têm também tempo de internação mais
prolongado e maiores custos hospitalares, além de um maior risco de reinternação após a
alta hospitalar.
381
O controle térmico deve ser rigoroso nas primeiras horas até estabilização de
temperatura e após, de 6 em 6horas. Providenciar aquecimento com toca e roupas
adequadas.
± H ipoglicemia: o risco de hipoglicemia é três vezes maior nos recém-
nascidos pré-termo do que em bebês nascidos a termo. A incidência de hipoglicemia
aumenta com a diminuição da idade gestacional. Esses pacientes apresentam menor reserva
de glicogênio, imaturidade enzimática e menor capacidade de resposta contra-regulatória,
devido à menor quantidade de tecido adiposo.
A monitorização da glicemia deve ser realizada conforme rotina do serviço,
com determinação da glicemia capilar com 1-2-4-6-12 e 24 horas de vida e após 24 horas a
critério do médico assistente.
- Insuficiência respiratória: entre 34 e 36 semanas de idade gestacional,
ainda se observa certa imaturidade pulmonar, com a transição do período sacular para o
alveolar, insuficiência de surfactante, absorção lentificada de fluidos e vascularização em
desenvolvimento. Dessa forma, há um risco maior de Síndrome de Desconforto
Respiratório, Taquipnéia Transitória e Hipertensão Pulmonar Persistente.
A incidência de apnéia em recém-nascidos pré-termo tardios (4 a 7%) é
maior do que em bebês nascidos a termo (1 a 2%), devido à imaturidade dos sistemas
respiratório e neurológico.
Deve-se monitorizar a freqüência respiratória e o padrão respiratório nas
primeiras horas de vida, considerando a necessidade de assistência em unidade de cuidados
intermediários.
- H iperbilir rubinemia: os recém-nascidos pré-termo tardios têm maior
risco de apresentar hiperbilirrubinemia, de forma mais intensa e prolongada, devido à
imaturidade hepática (com menor capacidade de captação e conjugação da bilirrubina), à
maior carga de bilirrubina ao hepatócito (maior volume de eritrócitos, com menor vida-
média) e ao aumento da circulação êntero-hepática (dificuldades alimentares levando ao
baixo aporte).
Os riscos para a lesão cerebral induzida pela bilirrubina ( kernicterus) são
maiores no pré-termo em comparação com crianças nascidas a termo, devido à relativa
imaturidade da barreira hematoencefálica (menores concentrações de bilirrubina circulantes
382
levam a maior risco de impregnação bilirrubínica) e menor capacidade de ligação da
bilirrubina à albumina.
Realizar dosagem de bilirrubinas séricas conforme a presença de icterícia
clínica e indicação de fototerapia de acordo tabelas de idade gestacional e peso.
- Sepse: a imaturidade imunológica, associada ao maior risco de
complicações e necessidade de procedimentos invasivos, confere a este grupo de pacientes
um maior risco infeccioso.
Realizar triagem infecciosa conforme rotina especificada do serviço.
Atenção especial à presença de sinais e sintomas, que podem ser inespecíficos.
- Dificuldades de alimentação: a sucção e a deglutição podem ser pouco
eficientes, devido à imaturidade, levando ao estabelecimento pleno mais tardio do
aleitamento materno e aumentando o risco de hipoglicemia, perda ponderal excessiva,
desidratação e intensificação da hiperbilirrubinemia.
Assim, a assistência à amamentação dos recém-nascidos pré-termo tardios
deve ser intensiva e individualizada, para evitar os riscos associados à alimentação
insuficiente e garantir apoio ao aleitamento materno exclusivo bem sucedido.
- Reinternações: as taxas de reinternação são de duas a três vezes maiores
para pré-termo tardios em comparação com crianças nascidas a termo. As razões mais
comuns para a reinternação precoce, nos primeiros 15 dias de vida são: icterícia,
dificuldade de alimentação, baixo ganho de peso, desidratação e apnéia.
- Desenvolvimento neurológico: entre 34 e 36 semanas de idade
gestacional, o cérebro ainda está em crescimento e o processo de maturação neuroquímica e
enzimática cerebral ainda está em curso. Vários estudos sugerem que o pré-termo tardio
têm risco aumentado de déficits do desenvolvimento neuropsicomotor a longo prazo, em
comparação com crianças nascidas a termo.
É necessário um seguimento de puericultura adequado, com atenção ao
desenvolvimento global da criança e encaminhamento a atividades de estimulação precoce.
383
de cuidados intermediários na própria Mater ou transferência para unidade de terapia
intensiva do HCFMRP-USP.
Se as condições clínicas permitem a permanência do paciente no alojamento,
é necessário:
x Controle térmico rigoroso, desde a saída do Centro Obstétrico e de 6 em
6 horas.
x Atenção ao padrão respiratório e presença de taquipnéia, dispnéia e
gemência.
x Controle glicêmico.
x Atenção para a presença de icterícia e dosagem de níveis séricos de
bilirrubinas.
x Atenção para a perda ponderal; se a perda já for limítrofe (por volta de
8% do peso de nascimento), implementar medidas para evitar perdas
maiores, como uso de fórmula láctea complementar.
x Assistência à amamentação individualizada.
384
O treinamento dos pais em relação aos cuidados com o bebê é fundamental,
para que se sintam seguros em casa. É preciso informá-los em relação aos riscos
aumentados de dificuldade de alimentação, desidratação e hiperbilirrubinemia, orientando-
os a procurar atendimento médico previamente ao retorno agendado, se houver
necessidade.
Encaminhar para seguimento de puericultura e vacinação em UBS. Retornos
no HCFMRP-USP de acordo com indicações clínicas.
Referências
Engle WA, Tomashek KM, Wallman C. Committee on Fetus and Newborn, American
$FDGHP\ RI 3HGLDWULFV ³/DWH SUHWHUP´ LQIDQWV D SRSXODWLRQ DW ULVN 3HGLDWrics.
2007;120:1390-1401.
Leone CR, Sadeck LS, Tanuri C, et al. Caracterização dos recém-nascidos pré-termo
tardios em maternidade de referência para risco da rede municipal de saúde de São Paulo. S
254. XIX Congresso Brasileiro de Perinatologia. Fortaleza; 27 de novembro de 2007.
Leone CR. Recém-nascido pré-termo tardio: riscos e cuidados. PRORN ± Programa de
Atualização em Neonatologia. 2008. Ciclo 5. Módulo 4:9-26.
Raju TN, Higgins RD, Stark AR, Leveno KJ. Optimizing care and outcome for late preterm
(near preterm) infants: a summary of the workshop sponsored by the National Institute of
Child Health and Human Development. Pediatrics. 2006;118:1207-1214.
385
12.3.13. T riagem visual e auditiva
TESTE DO OLHINHO, REFLEXO VERMELHO (RV) OU REFLEXO DE
BRUCKER
A integridade visual é um dos elementos de grande importância para o
adequado desenvolvimento da criança; a deficiência visual, dos primeiros meses de idade e
que se estende pela primeira infância causa retardo anatomofuncional do sistema visual,
sequelas na motricidade da criança e atraso do desenvolvimento da linguagem e da
socialização. Não é por menos que a baixa visão e a cegueira infantil são uma das cinco
prioridades de ação da Organização Mundial de Saúde.
T écnica
O reflexo vermelho (RV) é o exame de rastreamento para anormalidades do
seguimento posterior do olho e opacidades. Deve ser realizado com um oftalmoscópio
seguro próximo ao olho do examinador e a aproximadamente 30 centímetros de distância
do olho da criança, sem a necessidade do uso prévio de colírios. A luz é emitida em
intensidade adequada e o exame é considerado normal quando os dois olhos apresentarem
reflexo vermelho brilhante. Outros achados (pontos escurecidos, assimetria e reflexo
branco) demandam avaliação cuidadosa devendo a criança ser encaminhada ao especialista
em Oftalmologia.
A Sociedade Brasileira de Pediatria, em parceria com a Sociedade Brasileira
de Oftalmologia Pediátrica, recomenda que o RV seja realizado pelo pediatra, ainda na
unidade neonatal, antes da alta hospitalar da maternidade.
386
TRIAGEM AUDITIVA OU TESTE DA ORELHINHA
A intensidade da fala humana se situa no intervalo entre 40 e 80 decibeis
(dB); déficit de 35 dB ou mais, no melhor ouvido, é critério diagnóstico para perda
auditiva. Como essa perda é inversamente relacionada à aquisição da linguagem, ao
desenvolvimento, à escolaridade e ao relacionamento social e emocional, a literatura tem
enfatizado a importância da precocidade do seu diagnóstico.
T écnica
O teste da orelhinha é o exame que visa investigar a integridade da cóclea e
detectar alterações auditivas de origem coclear. A triagem universal utiliza o método
eletrofisiológico de emissões otoacústicas (EOA), que são registros da energia sonora
gerada por células da cóclea em resposta a sons emitidos no conduto auditivo externo do
recém-nascido. A resposta desaparece quando existe anormalidade funcional do ouvido
interno.
A eficácia de um plano de triagem auditiva universal não é um consenso de
literatura. Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, essa triagem deve ser meta prioritária
em Saúde Pública, pautando-se as seguintes recomendações:
1. A triagem deve ser universal e obrigatória, ainda no período neonatal. A
triagem auditiva realizada apenas nos casos considerados de risco pode perder 50%
dos casos de surdez congênita.
2. O método eletrofisiológico de triagem deve ser o EOA. É um método
rápido, barato, não exige sedação e avalia frequências próximas da maior incidência
de perda auditiva neonatal. Como limitação, é um método que avalia apenas o
sistema auditivo pré-neural.
3. Testes alterados devem ser repetidos com avaliação clínico-audiológica
antes dos 3 meses de idade.
4. Atendimento interdisciplinar deve ser oferecido aos deficientes auditivos
no primeiro semestre de idade.
Referência
Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria
1ª edição, 2007
387
12.3.14. O vínculo afetivo no binômio materno-filial
A formação e o estabelecimento de um vínculo afetivo entre a mãe e seu
bebê são considerados elementos facilitadores do desenvolvimento da criança, fazendo com
que esta possa reagir de maneira positiva às situações de adversidades nas diferentes etapas
de sua vida.
A chegada de uma criança à família é acompanhada por novos sentimentos,
emoções e tarefas que determinam rearranjos na estrutura familiar e na configuração dos
papeis de cada membro do grupo. Na prática, há a necessidade de se buscar um serviço que
ofereça pré-natal seguro e uma maternidade que ofereça atendimento humanizado à
assistência do binômio; deve-se ainda preparar o espaço físico domiciliar para a chegada do
bebê, cuidar de seu enxoval e escolher seu nome.
Esboça-se, dessa maneira, um conjunto de preocupações que ocupam um
espaço inédito na vida da família, caso o bebê seja o primeiro filho concebido, ou que se
acumulam com a chegada de mais um membro na família, caso a criança seja a nova
caçula.
O estudo da interação afetiva entre a mãe e seu filho compreende a
capacidade provocadora do bebê em determinar comportamentos na genitora e a
capacidade responsiva do mesmo a essas provocações. Essa interação é um continuum após
o nascimento, por meio de um diálogo corporal, inicialmente gestual e posteriormente
verbal entre os interlocutores.
388
Logo após o nascimento, na primeira hora de vida, o bebê se encontra em
estado de inatividade alerta, com diminuição da atividade motora e aumento da
disponibilidade para ver/ouvir/conhecer o ambiente, junto à mãe e de preferência na
companhia do pai. Na primeira semana de vida, o neonato permanecerá 10% do seu tempo
em estado excitado e receptivo, apto ao surgimento de novas oportunidades de interação.
É esperado da equipe de saúde o auxílio aos pais no reconhecimento da
prontidão adequada do bebê para o contato e a proximidade.
As habilidades maternas
O tipo de vínculo que a mãe estabelecerá com seu bebê sofre influência da
existência de sentimentos maternos, conscientes ou não, resolvidos ou não, em relação à
sua própria família. Se a mãe atual trouxer problemas emocionais da infância, esses
problemas podem contaminar as atitudes e os sentimentos dela em relação ao bebê. A
389
história materna é importante para antever uma possível dificuldade de estabelecimento de
vínculo afetivo. Mas se a mãe apresentou uma experiência afetiva gratificante e provedora
de segurança, haverá a internalização de bons modelos, permitindo maior confiança na sua
capacidade de exercício do papel materno e possibilitando maior sintonia com seu filho.
Logo após o parto, a mulher aprende a se comunicar com seu filho, a
fornecer um significado de suas ações nos cuidados e a formar vínculos de afetividade. A
mãe tentará compreender as necessidades do bebê a partir de sinais de provocação do
último (expressões corporais, movimentos, vocalizações) para que ambos entrem em
sintonia afetiva. Com o tempo, a necessidade de uma disponibilidade de proximidade
H[WUHPD YDL VHQGR PROGDGD R EHEr SDVVD D LQWHUDJLU FRP RV HOHPHQWRV GR PXQGR ³DOpP
mãH´ H D FRPSUHHQGHU TXH SHVVRDV H REMHWRV SRGHP VHU SHUPDQHQWHV PHVPR TXH QmR
estejam ao alcance do olhar ou das mãos. Ao mesmo tempo, a genitora volta a atender a
outros aspectos de sua vida, sem o sentimento de culpa.
O apoio do companheiro, da família, da equipe de saúde e da comunidade
em que se insere se faz imprescindível nesse momento e contexto.
390
As habilidades paternas
A participação do pai na gestação, no parto, nos cuidados com o bebê e no
acompanhamento de seu desenvolvimento não é mais considerada tabu e vem sendo
estimulada e valorizada.
O homem não vivencia a experiência física da maternidade e as primeiras
ligações afetivas com seu filho são essencialmente imaginárias. Mas assim como a mãe, o
apego do pai para com o filho é influenciado por experiências da infância.
A primeira tarefa paterna é transicionar a relação a dois (entre ele e a
companheira) para uma relação a três (entre ele, a companheira e o filho). A experiência do
primeiro filho desperta intensas emoções na figura masculina. Nesse momento, não são
incomuns sentimentos de ambivalência e de dúvidas: o homem pode se sentir excluído da
relação entre a mulher e o bebê quando sua preocupação é trazer conforto aos dois.
A presença do pai contribui para uma melhor adaptação da mulher à
gestação, para uma menor necessidade de analgesia medicamentosa na hora do parto e para
o estímulo ao aleitamento materno.
Por fim, a estimulação do bebê pelo pai é muito diferente da estimulação do
bebê pela mãe. A estimulação materna é calma, tranquila, feita por movimentos leves e
sons baixos; a estimulação paterna envolve outro tônus corporal, outras brincadeiras, que
são complementares àquelas da estimulação materna. Estes comportamentos são
importantes no desempenho cognitivo e nas futuras capacidades pedagógicas da criança.
Os irmãos do bebê
A formação adequada dos laços fraternais se inicia ainda na gestação.
Apesar dos sentimentos de ambivalência gerados com a chegada do futuro irmão, a maioria
das crianças festeja esse evento.
Inicialmente, cabe aos pais recordarem de suas próprias experiências em
seus vínculos fraternos e aceitar a ocorrência das mudanças trazidas com a chegada do
bebê. Afirmar que tudo continuará como antes não oferece tranquilidade já que muita coisa
já está mudando. Os filhos mais velhos precisam sentir-se apoiados em suas dúvidas e
incertezas.
391
O segundo ponto é que os filhos mais velhos não desejam tornar-se
responsáveis pelos cuidados do irmão que invade seu ambiente. É sabido que o senso de
participação e colaboração repercute na autoimagem e na confiança dos filhos mais velhos.
Mas trata-se de um processo lento e gradual que culminará na idolatria do irmão mais novo
pelo irmão mais velho.
Expressões de ciúme, irritabilidade e condutas de regressão podem ocorrer e
não devem trazer preocupações. Devem ser entendidas como sinalizadoras das demandas
dos filhos mais velhos em relação à necessidade do entendimento daquilo que está
acontecendo com a família e consigo mesmo.
Atividades lúdicas (histórias, dramatizações, desenhos) podem ser úteis na
elaboração dos sentimentos e das novidades. Exclusão dos filhos mais velhos do ambiente
de origem (saída para casa dos avós, por exemplo) não deve ser indicada.
Os avós
Com o nascimento do bebê, a mãe experimenta uma nova identidade: de
filha de seus pais ela se torna mãe de seu próprio filho. Para tanto, lança mão das
recordações dos cuidados maternos oferecidos pela sua mãe, utilizando-os como modelo, a
ser copiado ou não, dependendo do desenvolvimento dessas relações. Em alguns
momentos, a nova mãe repetirá experiências conscientemente não desejadas, mas
arraigadas em seu mundo interno. A reelaboração psíquica pode intensificar laços afetivos
entre a mãe e especialmente a avó materna nos cuidados com o bebê.
Já o novo pai é costumeiramente apoiado pelo avô paterno na integração das
novas experiências e funções da rotina diária.
$ ³PDWHUQDJHP DPSOLDGD´ UHDOL]DGD SHORV SDLV GRV SDLV GR EHEr SDUD FRP
seus filhos ocupa lugar de importância nas novas configurações dos vínculos familiares.
392
Todo um script previamente escrito, decorado e pronto para ser seguido se
torna inválido. A chegada de um bebê, fora de um tempo sonhado e imaginado, é
acompanhada por mensagens difíceis de serem decodificadas porque são muito diferentes
daquelas que acompanham o nascimento de um bebê a termo.
O parto prematuro interfere no tempo de planejamento e de organização
familiar que antecede à chegada do novo bebê. Esse encurtamento de tempo de espera
impede que algumas vivências se completem. Não trata-se apenas de um bebê prematuro,
mas mãe e pai experimentam uma parentalidade prematura.
A parentalidade prematura exige a intervenção de uma equipe que
promoverá a aproximação do bebê prematuro e seus pais e família, facilitando a
compreensão de condutas e do nível de funcionamento e de respostas do bebê.
M alformações e síndromes
Na situação de malformações e síndromes, a família deve abandonar
drasticamente todas as expectativas e projetos em relação ao bebê.
Um bebê estranho, que não se parece com ninguém, pode enfrentar o
obstáculo à inclusão numa relação e numa história familiar nesses primeiros encontros.
393
A equipe de saúde multidisciplinar deve estar preparada para lidar com o
³HVSDoR GH LOXVmR´ GR FDVDO H GD IDPtOLD 7UDWD-se do uso de mecanismos defensivos de
negação de pessoas que realmente acreditam que tudo não passa de um engano e que algo
DFRQWHFHUiIRUoDQGRDPXGDQoDGRFXUVRGDKLVWyULD2³HVSDoRGHLOXVmR´SRVVXLXPHIHLWR
protetor, servindo como zona de refúgio frente à dor e à tristeza pelas notícias trazidas pela
equipe médica.
4XDQGR R ³HVSDoR GD LOXVmR´ p FRORFDGR de lado, surge uma grande
desestabilização emocional no casal e na família. Sentimentos de revolta, ódio, culpa
podem culminar em verbalizações de ataque à equipe e à instituição de quem cuida do
bebê. É um reflexo da decepção de alguém que não conseguiu gestar um bebê da maneira
de como gostaria.
394
A nexo 2: Sinais de bom e mau vínculo afetivo materno-filial
Bom vínculo M au vínculo
Carrega o bebê com segurança Carrega o bebê de maneira vacilante
Contato olho a olho presente Contato olho a olho ausente
Toque materno presente Toque materno ausente
Atitude de paciência com o bebê Atitude impaciente e sacolejante
Prazer à amamentação Descontentamento à amamentação
Atenção às necessidades do bebê Desatenção às necessidades do bebê
Comentários positivos sobre o bebê Comentários negativos sobre o bebê
Referências
O livro de estímulo à amamentação: uma visão biológica, fisiológica, psicológica e
comportamental da amamentação. Lana, A.P.B. ± São Paulo: Editora Atheneu, 53-62,
2001.
Reações psicológicas e processos adaptativos de recém-nascidos pré-termos e de muito
baixo peso em UTI neonatal.Santoro Jr., W; Santoro, A. ± Rev. Paul. Pediatr., 20(2), 95-
101, 2002.
Programa de Atualização em Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Porto
Alegre: Artmed Editora, Ciclo 4, Módulo 3. 47-68, 2004.
395
12.4. A L T A H OSPI T A L A R
396
- avaliação do risco infeccioso e realização de triagem infecciosa, se
necessário.
- checagem das sorologias maternas (HIV, sífilis, hepatite B, toxoplasmose)
e tipagem sanguínea.
- checagem da tipagem sanguínea do RN.
- realização do teste do pezinho, teste da orelhinha e do olhinho.
- orientações sobre a amamentação e outros cuidados administradas por
equipe treinada.
- fatores de risco sociais e ambientais, como uso de drogas ilícitas, etilismo,
violência doméstica, antecedentes de negligência, suporte social e econômico insuficiente
já avaliados. Se presentes, retardar a alta até que sejam resolvidos.
- reavaliação clínica 48 horas após a alta, para avaliar a saúde em geral,
amamentação, peso, icterícia, adaptação em casa e cuidados.
O R I E N T A Ç Õ ES PA R A A A L T A H OSPI T A L A R
2) Banhos de sol diários, antes das 10:00 e após 16:00, com exposição da
maior área de superfície corpórea possível.
3) Limpeza do coto umbilical com álcool 70%; não aplicar quaisquer outras
substâncias no coto umbilical.
397
5) Avaliação realizada pelo Serviço Social em situações de risco social,
com notificação ao Conselho Tutelar, se necessário.
398
11) Preencher o resumo de alta de forma completa, com os dados de
sorologias maternas, dados do parto e intercorrências do recém-nascido
durante a permanência na Mater. Atenção para o peso e data da alta.
Referências
Academia Americana de Pediatria. Policy statement ± hospital stay for healthy term
newborns. Pediatrics.2010; 125:405-409.
399
13. A N E X OS
13.1. M anual Do A companhante
C E N T R O D E R E F E R Ê N C I A D A SA Ú D E D A M U L H E R D E R I B E I R Ã O PR E T O -
MATER
M anual da Parturiente e A companhante
Após a internação você será encaminhada para o leito de pré-parto e receberá material e
roupas para higiene corporal. Neste local estarão outras gestantes em trabalho de parto e
seus acompanhantes, sendo fundamental a observação de regras para que nenhuma
1
parturiente fique constrangida pela presença de pessoas estranhas. Estas regras estão
descritas no final deste manual.
Em todos estes passos o seu acompanhante pode estar presente estimulando a sua
participação, caminhando com você, massageando suas costas, apoiando e participando
deste momento especial.
Durante o trabalho de parto a Equipe Médica e de Enfermagem realizará avaliações dos
seus sinais vitais como pulso, temperatura e pressão arterial, dos batimentos do coração do
bebê e da dilatação do colo uterino através do toque vaginal.
2
lado e logo o nascimento o bebê é colocado sobre você e será iniciado o aleitamento.
1. Se você estiver gripado ou com outro problema de saúde não permaneça como
acompanhante.
2. Durante toda a internação, incentive a paciente para que siga as orientações da
equipe médica e de enfermagem.
3. No pré-parto, permaneça ao lado da paciente, converse sobre assuntos agradáveis e
evite discussões e assuntos desnecessários.
4. Evite conversar com as outras pacientes internadas e seus acompanhantes. O
silêncio contribui para a tranqüilidade.
5. O acompanhante não pode circular em outras áreas do Centro de Referência da
Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-Mater além do pré-parto sem a autorização da
equipe médica e de enfermagem. Também não é permitida a permanência junto ao
balcão da equipe médica e de enfermagem.
6. Não deite ou sente no leito da paciente nem nos outros leitos do quarto. Isso previne
infecções tanto para a mãe quanto para o bebê.
7. Quando as outras pacientes forem ser examinadas, retire-se do quarto e só retorne
após autorização da equipe médica e de enfermagem. Não entre nas salas do pré-
parto se as portas estiverem fechadas.
8. Saiba que um trabalho de parto de uma paciente nunca é igual ao da outra: cada um
tem seu tempo de evolução. Assim, permaneça calmo e preste atenção às
orientações da equipe médica e de enfermagem. Colabore para que a sua paciente
tenha um trabalho de parto tranqüilo.
9. Na hora do nascimento, espere a autorização da equipe médica e de enfermagem
para entrar na sala de parto. Dentro da sala, permaneça no local orientado. Nunca
encoste nos campos cirúrgicos (panos que são colocados sobre a paciente para
protegê-la de infecções).
3
10. Durante a realização do parto normal ou cesárea siga as orientações da equipe
médica e de enfermagem.
11. Em situações especiais, pode ser solicitado que você se retire da sala de parto. Faça
o que a equipe médica e de enfermagem solicita e entenda que todas as atitudes da
equipe visam o bem estar da paciente.
12. Se em qualquer momento da internação você tiver alguma dúvida, dirija-se a equipe
médica e de enfermagem que sempre estará disposta a prestar qualquer
esclarecimento.
13. Lembre-se, o papel do acompanhante é permanecer ao lado da parturiente apoiando,
incentivando e tranqüilizando-a durante o trabalho de parto.
No momento da alta hospitalar você receberá da Equipe Médica e de Enfermagem
orientações sobre os cuidados com você e com o bebê. O CENTRO DE REFERÊNCIA DA
SAÚDE DA MULHER DE RIBEIRÃO PRETO-MATER agendará para vocês, mãe e
bebê, um retorno neste Centro entre o 7º e 10º dia pós-parto. Se você preferir, o seu retorno
com 30 dias de pós-parto também poderá ser realizado no Centro de Referência.
VOCÊ está convidada a participar do Curso de Puerpério (pós-parto)
que acontece nas 2ª, 4ª e 6ª feiras às 14 horas (duas horas da tarde)
aqui no CENTRO DE REFERÊNCIA DA SAÚDE DA MULHER DE
RIBEIRÃO PRETO-MATER. Você deverá escolher um dos dias (ou
2ª ou 4ª ou 6ª feira) e receberá alimentos doados para levar para sua
casa. Neste Curso não é permitido trazer crianças.
Autoria: Enfermeiras Juliana P. Louro, Maria Helena Sofia, Juliana V.B. Bernardi, Profª
Marli V. Mamede, Profª Maria José Clapis e Profª Drª Silvana Quintana e Equipe de
Obstetrícia do Departamento de Ginecologia e ObstetrÍcia da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
4
13.2. C ursos O ferecidos As Gestantes E Puérperas
Escala C urso
de Gestante
5
M anhã Tema 2 Tema 3 Tema 4 Tema 5 Tema 1
9:00 hs
Curso Curso
T arde Tema 3 Tema 1 Puerpério Tema 2 Puerpério
14:00
hs
M anhã Tema 5 Tema 4 Tema 2 Tema 1 Tema 3
9:00 hs
Curso Curso
T arde Tema 2 Tema 3 Puerpério Tema 4 Puerpério
14:00
hs
T ema Profissionais
Nutrição na
1 gestação Nutricionista
Mudanças e
2 cuidados Psicóloga e Enfermeira ou Fisioterapeuta
Nutrindo uma
3 vida Enfermeira e Nutricionista
A hora do Ginecologista, Anestesista, Assistente Social e Fisioterapeuta
4 parto ou Enfermeira
Cuidados com
5 o bebê Enfermeira e Pediatra
6
13.3. O rientações Fornecidas As Pacientes Do C entro De Referência Da Saúde Da
M ulher De Ribeirão Preto-M ater
7
bebê. Nos primeiros meses é normal não ganhar ou perder peso sem prejuízos para o
bebê, pois ele só ganhará peso a partir do sétimo mês.
x Evitar remédios usando somente os indicados pelos profissionais de saúde:
x Manter atividade física, preferencialmente hidroginástica ou caminhada após o 3º mês.
x A grávida pode manter atividade sexual normal. O repouso sexual só será recomendado
se houver alguma intercorrência.
x Avisar a médica se for usar produtos químicos como tintura de cabelo.
x Ir ao dentista no caso de dor de dente ou outras intercorrências, avisando ao profissional
do tempo de gestação.
x Usar adoçantes naturais como sucralose (Splenda, Linea) ou stévia. O aspartame poderá
ser usado com moderação.
8
5- Como se fica sabendo se a gestante já tem defesa ou não para o Toxoplasma?
Através de exame de sangue (sorologia para toxoplasmose) que deve ser realizado antes de
engravidar ou imediatamente após o diagnóstico de gravidez. Se a paciente tiver anticorpos
do tipo IgG positivos ela já teve contato, tem defesas e não há riscos para o bebê. Se o
anticorpo IgG for negativo ela está no grupo de risco, ou seja, pode adquirir a infecção
durante a gravidez.
6- O que pode ser feito para evitar a infecção aguda durante a gravidez de gestante
que não tem anticorpos?
Vários cuidados são orientados para que a infecção não seja adquirida neste período:
Não comer alimentos crus: carne, leite, ovos,
Não mexer em carnes cruas ou usar luvas para lidar com alimentos crus,
Beber somente água filtrada,
L avar bem frutas e vegetais,
E vitar contato com animais em especial os gatos, pois eles podem ser
portadores do toxoplasma,
Não mexer em terra: jardim ou caixas de areia, pois os animais defecam
nestes locais
Repetir a sorologia durante a gravidez para detectar infecções sem sintomas.
9
13.3.3. O rientações Para G estantes do Projeto Nascer
Procurar o C entro de Referência±M ater se:
x Sentir contrações (cólicas abdominais que se dirigem das costas para o baixo ventre)
com intervalos regulares (pelo menos duas cólicas a cada 10 minutos) por pelo
menos 1 hora
x Se perder líquido pela vagina que molhe além da roupa de baixo (calcinha)
x Se perder sangue como se fosse início de menstruação, mesmo que não sinta dor
x Se observar diminuição da movimentação do bebê
10
13.3.4. O rientações Para Gestantes Q ue Serão Submetidas A Indução Do T rabalho
De Parto
Comparecer ao C entro de Referência-M ater no dia____/____/____ às
__________horas
x No dia marcado para realizar a internação no Centro de Referência-Mater, ao
acordar tome banho e se alimente normalmente
x Traga seu cartão de pré-natal e exames, objetos de uso pessoal (escova de cabelo,
escova de dentes, absorventes noturnos, )
x Não precisa raspar pelos
x Não precisa fazer lavagem no intestino
x Já venha com o seu acompanhante, isto é, a pessoa que vai ficar com você durante o
trabalho de parto e parto, pois não é permitido trocar de acompanhante
x Ao chegar à Mater a equipe examinará você e seu bebê e avaliará as condições do
hospital para realizar sua internação.
ATENÇÃO: Caso no dia programado o hospital esteja lotado, a equipe decidirá se é
possível reprogramar a indução do seu parto ou se será necessário encaminhar você
para o outro hospital
x Após a internação a equipe decidirá qual é a melhor forma de induzir o trabalho de
parto no seu caso:
-Pode ser com soro: medicação administrada pela veia que causará cólica (contração
uterina)
-Comprimido vaginal: o médico colocorá um comprimido na vagina a cada 6 horas,
portanto você será examinada pelo menos a cada 6 horas
-Pessário vaginal: será realizada uma única aplicação na vagina por meio do toque
vaginal
x As contrações podem demorar para começar, então é importante que você e seu
acompanhante saibam que este processo pode demorar dois dias. Durante todo o
tempo da indução do trabalho de parto a equipe estará atenta ao seu exame e as
condições do seu bebê.
11
13.3.5. O rientações para gestantes que internarão para cesárea
Comparecer ao C entro de Referência-M ater no dia____/____/____ às
__________horas
x No dia marcado para realizar a internação no Centro de Referência-Mater ao
acordar tome banho, escove os dentes MAS NÃO BEBA NEM ÁGUA. VOCÊ
DEVE FICAR EM JEJUM
x Traga seu cartão de pré-natal e exames, objetos de uso pessoal (escova de cabelo,
escova de dentes, absorventes noturnos, calcinha e soutien, desodorante)
x Não precisa raspar pelos
x Não precisa fazer lavagem no intestino
x Já venha com o seu acompanhante, isto é, a pessoa que vai ficar com você durante o
trabalho de parto e parto, pois não é permitido trocar de acompanhante
x Ao chegar à Mater a equipe realizará examinará você e seu bebê e avaliará as
condições do hospital para realizar sua internação.
ATENÇÃO: Caso no dia programado o hospital esteja lotado a equipe decidirá se é
possível reprogramar a indução do seu parto ou se será necessário encaminhar você
para o outro hospital
12
13.3.6. O rientações para alta de puérperas (Pós-Parto V aginal ou Pós-C esárea)
Procurar o Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto-Mater se:
x Apresentar febre: medir a temperatura colocando o termômetro embaixo da língua
durante 4 minutos. Se a temperatura oral estiver igual ou maior que 38ºC, tomar banho
morno e antitérmico. Controlar a temperatura a cada quatro horas, caso a febre retorne
procure o serviço de saúde.
x Apresentar ardor todas as vezes que urinar (cistite).
x Apresentar vermelhidão e inchaço nas mamas e nos pontos da cesárea ou do parto
normal.
É comum :
x Apresentar inchaço nas pernas e pés após o parto: procure amamentar com as pernas
elevadas e não abusar do sal. Em caso de mãos e rosto inchados, procure a UBS e peça
para medir a pressão.
x A barriga ficar distendida e dolorida: este sintoma é decorrente de gazes, procure
alimentar-se de frutas, verduras e legumes evitando refrigerantes, doces e alimentos que
fermentam.
x $UHJLmRDEDL[RGRXPELJRQRFDVRGHFHViUHDILFDU³DGRUPHFLGD´
x O intestino não funcionar (não fazer cocô). Procure tomar muita água e comer verduras,
legumes e frutas. Caso não funcione após três dias do parto, tome 1 colher de sopa de
óleo mineral. Se mesmo assim não funcionar, procure o Centro de Referência.
x As mamas ficarem cheias de leite e os bicos racharem: use soutien sempre, procure
oferecer as duas mamas na mesma mamada e realize a ordenha mamária se necessário.
Lembre-VH ³OHLWH SDUDGR QD PDPD LQIODPD´ &RORTXH DV PDPDV QR VRO SRLV HVWH p R
melhor remédio para evitar as rachaduras (vinte minutos pela manhã e à tarde). Não
passe creme ou remédios sem consultar os profissionais de saúde.
x Apresentar dores nas costas: procure melhorar a postura para amamentar, dar banho e
cuidar do bebê. Não há relação com a anestesia.
x $SUHVHQWDUGHVkQLPRIUDTXH]DFKRURHGHSUHVVmReFRPXPDVHQVDomRGHTXH³QmRYDL
GDUFRQWD´QHVWHSHUtRGRGHDGDSWDomR É muito importante a participação do parceiro e
da família proporcionando segurança e tranqüilidade. Se estes sintomas não melhorarem
ou estiverem prejudicando os cuidados com o bebê, a equipe de saúde deve ser avisada.
13
É muito importante:
x Cuidados diários de higiene com os pontos. A cicatriz de cesárea deverá ser lavada
diariamente com água e sabonete e enxugada com toalha seca e limpa. Poderá ocorrer
discreto sangramento pelo corte manchando a calcinha. A episiorrafia (pontos do parto
normal) deverá ser lavada toda vez que fizer cocô e trocar o absorvente. Só coloque
remédios se forem receitados.
x Tomar bastante líquidos, pois esta é a melhor maneira de aumentar o leite.
x Manter as atividades normais no cuidado pessoal e do bebê. Não há necessidade de
³ILFDU GH FDPD´ ([HUFtFLRV ItVLFRV JLQiVWLFD DWLYLGDGH VH[XDO H PpWRGR
anticoncepcional serão liberados no momento da revisão do parto.
x Usar cinta de reforço abdominal assim que a distensão abdominal permitir.
14
13.3.7. O rientações para a consulta de puerpério de 30 a 40 dias
1- Checar a amamentação
x Se é exclusiva ou se já está oferecendo suplemento
x Se está amamentando à noite ou não
2- Avaliar lesão mamária (fissura, edema, ingurgitamento)
x Avaliar cicatriz de cesárea e involução uterina
x Avaliar cicatriz de episiotomia
x Orientar
3- Liberação da atividade sexual: explicar que a libido (vontade de ter relação sexual) da
mulher pode estar reduzida nesta fase e que pode ser necessário utilizar um lubrificante
(ex: KY gel)
4- Liberar atividade física: caminhadas e hidroginástica. No caso de cesárea, os exercícios
abdominais serão liberados com 3 meses de pós-parto
5- Orientar método anticoncepcional: a escolha dependerá da amamentação
- amamentação exclusiva: não pode usar estrogênio. Discutir: preservativo
(masculino ou feminino); progestágeno (via oral, intra-muscular, implante, SIU) e
DIU de Cobre
- amamentação com suplementação: Discutir: preservativo (masculino ou feminino);
progestágeno (via oral, intra-muscular, implante, SIU) e DIU de Cobre
- não amamentando:
6- Não colher colpocitologia no puerpério de 30 a 40 dias. Agendar retorno para colher
colpocitologia oncológica com no mínimo 3meses de pós-parto.
15
13.4. T ermos de consentimento
13.4.1. T ermo de consentimento Pós-Informação para uso do Implanon no Pós-Parto
imediato
Eu ____________________________________________________________________
(nome da paciente), abaixo identificada e firmada, declaro ter sido informada claramente
sobre todas as indicações, contra-indicações, principais efeitos adversos, relacionados ao
uso do implante subdérmico contraceptivo liberador de etonogestrel (Implanon®)
inserido no pós parto imediato; e, que existem informações científicas de que não há efeitos
prejudiciais nem para a puerpéra (mulher que teve parto) e nem para o recém-nascido
quando colocado logo após o parto.
Os termos médicos foram explicados e todas as minhas dúvidas foram resolvidas pelo
médico __________________________________________________ (nome do médico
que insere e prescreve). Expresso também minha concordância e espontânea vontade em
inserir o referido implante contraceptivo antes da alta da Maternidade.
Assim declaro que:
Fui claramente informada que o implante pode trazer os seguintes benefícios:
x É muito eficaz em proteger gravidez (semelhante à laqueadura tubárea: 3 gestações
em cada 1000 usuárias),
x Não prejudica a amamentação,
x Pode melhorar a TPM (tensão pré-menstrual),
x Não precisa lembrar tomar todos os dias,
x Existe uma tendência a redução do sangramento menstrual nas mulheres que têm
sangramento menstrual volumoso,
x Protege de gestação por longo período (3 anos) e é reversível (quando quiser
engravidar é só procurar o Centro de Referência-Mater para retirá-lo).
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ou, ausência total de sangramento menstrual (aproximadamente em 1 a cada 5
mulheres).
x Mais de 5% das usuárias, principalmente nos primeiros 2 meses após a inserção,
podem ter acne, dor de cabeça, dor nas mamas.
x Mais raramente (menos de 5% das usuárias) podem ter queda de cabelo (que já
acontece devido à amamentação), humor depressivo, alteração na vontade ter
relação sexual (que já está diminuída devido à amamentação).
Estou ciente que posso retirar este implante a qualquer momento que desejar , sem que este
fato implique em qualquer forma de constrangimento entre eu e meu médico, que se dispõe
a continuar me tratando em quaisquer circunstâncias e a esclarecer minhas dúvidas e
minimizar os possíveis efeitos colaterais que eu tiver.
Assim o faço por livre e espontânea vontade e por decisão conjunta, minha e de meu
médico.
Paciente: _______________________________________________________________
R.G. da paciente: __________________________ Idade: _____________
Endereço: ______________________________________________________________
Cidade: _______________ CEP: __________________ Telefone: ( ) _______________
Responsável Legal (se menor de idade): _____________________________________
R.G do responsável legal: _________________________________________________
___________________________________________________
Assinatura do Paciente ou Responsável
___________________________________________
Assinatura e Carimbo do Médico
Data _______/_______/__________
17
13.4.2. Modelo de termo de responsabilidade para alta a pedido do paciente
19
13.5. Protocolo dos ambulatórios de gestação de alto risco do H C F M RP-USP
SE G U N D A F E I R A : A M B U L A T Ó R I O D E M O L ÉST I AS I N F E C T O C O N T A G I OSAS
E M G O (A M I G O)
Responsáveis: G eraldo Duarte, Silvana Q uintana, Renata A bduch, Con rado M ilani
Coutinho, Patrícia M elli
T riadores: Conrado Milani Coutinho, Patrícia Melli, Silvana Quintana e Geraldo Duarte
H ipóteses diagnósticas que devem ser encaminhadas para este ambulatório
a. Infecção pelo HIV: a paciente deve ter confirmado o diagnóstico da infecção, em duas
amostras sanguíneas distintas. Se estiver na segunda metade da gravidez pode
encaminhar só com o ELISA positivo em amostras sanguíneas distintas.
b. Infecção pelo HBV (vírus da Hepatite B): encaminhar com resultado positivo do HBsAg
c. Infecção pelo HCV (vírus da Hepatite C): encaminhar com sorologia anti HCV positiva
d. Infecção pelo Treponem a pallidum (sífilis): encaminhar com a sorologia (VDRL ou
RPR) e exame confirmatório positivo.
e. Exame parasitológico de fezes evidenciando ovos de Schistossoma mansoni
f. Infecção aguda pelo Toxoplasma gondii diagnosticada na gravidez em curso
- IgM reagente:
- Se IgG for negativo ou duvidoso o profissional da unidade de origem deve iniciar a
medicação (espiramicina) e repetir a sorologia em 7 a 14 dias. Se IgG permanecer
negativa NÃO é toxoplasmose aguda, NÃO precisa encaminhar para o AMIGO e pode
suspender a espiramicina.
- Se IgG for reagente, solicitar avidez e encaminhar para o AMIGO com a gestante já
utilizando espiramicina
g. Grávidas vitimizadas sexualmente na gestação em curso
h. Infecção pelo HPV
-Alteração citológica: NIC 1 (LIEBG) e NIC 2 ou 3 (LIEAG)
-Lesão clínica: até a 34ª semana, as gestantes que apresentarem grande número e/ou
volume de verrugas genitais
i. Pacientes pós-tratamento de pielonefrite, associada ou não a TPPT
j. Grávidas que receberam vacinação com vírus vivo atenuado durante a gestação (rubéola
e febre amarela)
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k. Grávidas com swab genital ou urocultura positiva para SGB
l. Outras doenças infecciosas após contato telefônico com a equipe para discussão da
necessidade de encaminhamento, a exemplo de dengue, influenza A H1N1, tuberculose,
hanseníase, úlceras genitais, citomegalovírus, parvovírus
T E R Ç A-F E I R A : D O E N Ç AS E N D O C R I N O L Ó G I C AS (D I A B E T ES M E L L I T US,
T I R E O I D E O PA T I AS E O U T R AS): A E N D O B
Responsáveis: Reinaldo Rodrigues, E laine C hristine Moisés Dantas, Rafael Y ano, L uiz
A ugusto (triador)
-Diabetes Mellitus
x Tipo 1,
x Tipo 2,
x Diabetes mellitus Gestacional (DMG): Gestantes com diabetes diagnosticado na
gravidez utilizando os novos critérios para rastreio/diagnóstico (ADA, 2009)
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-Associação entre diabetes e outras doenças (Ex.: diabetes associado síndromes
hipertensivas na gestação)
Outras patologias endócrinas após contato telefônico com a equipe para discussão da
necessidade de encaminhamento (Professores Reinaldo Rodrigues, Rafael Yano e Elaine
Moisés)
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x Pacientes grávidas com Diabetes Mellitus detectada antes da gestação e em uso de
insulina (ou hipoglicemiantes orais): não há necessidade de outros exames para
encaminhamento. Se tiver pré-natal encaminhar com seus exames e o cartão próprio.
x Pacientes com Diabetes Mellitus Gestacional diagnosticado: informar os valores dos
exames.
Tireoideopatias na Gravidez
x As pacientes em uso de medicamentos para tireoideopatias (hipo ou
hipertireoidismo) deverão ser encaminhados com os exames disponíveis no
momento.
x As pacientes com suspeita clínica de tireoideopatias (hipo ou hipertireoidismo)
deverão realizar dosagens hormonais (TSH ultra-sensível e T4 livre) para o
diagnóstico e depois serem encaminhadas. Encaminhar com os valores das
dosagens.
Procedimentos realizados no ambulatório:
x Medidas da glicemia (7 horas em jejum e 10 horas) e glicemia capilar por
glicosímetro (14 horas).
x Com oferecimento de dieta balanceada.
x Consultas com equipe: obstetra, endocrinologista, nutricionista e psicóloga.
x Realização de cardiotocografia, ultra-sonografia obstétrica e morfológica, perfil
biofísico fetal e ultra-sonografia com Doppler.
Q U A R T A-F E I R A : A M B U L A T Ó R I O D E M E D I C I N A F E T A L (A M E F E)
Responsáveis: A derson Berezowski, A lessandra M arcolin, Rafael Y ano, M arcos O kido
Triadores: M arcos O kido, A lessandra M arcolin e Rafael Y ano
H ipóteses diagnósticas que devem ser encaminhadas para este ambulatório
x Gravidez Múltipla
x Malformações Fetais
x Aloimunização,
x Placenta Prévia
x Tumores placentários
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x Polihidrâmnio sem causa diagnosticada
x Oligohidrâmnio sem causa disgnosticada
x Restrição do crescimento fetal sem causa diagnosticada
x Fetos com translucência nucal anormal
x Fetos com achados ultrassonográficos sugestivos de cromossomopatias
x Doenças neurológicas
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x Nefropatas
x Colagenoses (Lupus Eritematoso Sistêmico, Síndrome dos Anticorpos
Antifosfolípedes, Artrite Reumatóide, entre outras)
x Aborto de repetição
Outros diagnósticos após contato telefônico com a equipe para discussão da necessidade
do encaminhamento
Procedimentos realizados no ambulatório:
x Consultas com equipe: obstetra, cardiologista, pneumologista, assistente social
x Cardiotocografia, ultra-sonografia obstétrica, perfil biofísico fetal e ultra-
sonografia obstétrica com Doppler.
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SE X T A F E I R A : A M B U L A T Ó R I O D E PR E M A T U R I D A D E (A PR E M)
Responsáveis: Silvana Q uintana, Conrado M ilani Coutinho, L uiz A ugusto M artins
T riadores: Silvana Quintana, Conrado Milani Coutinho, Luiz Augusto
H ipóteses diagnósticas que devem ser encaminhadas para este ambulatório
x Trabalho de parto pré-termo inibido (TPPT)
x Seguimento ambulatorial (conduta domiciliar) pós-diagnóstico de Ruptura
Prematura de Membranas Pré-Termo (RUPREMA-PT)
x Pacientes consideradas de risco para TPPT pela história pessoal ou passado
obstétrico
x Parto pré-termo anterior
x Anomalias Mullerianas
x Passado de conização a frio ou com CAF
x Insuficiência cervical (duas ou mais perdas fetais compatíveis com aborto tardio
ou parto pré-termo extremo)
x Gestantes com cirurgias uterinas prévias (por exemplo, retirada de leiomioma)
x Pacientes com colo curto ao USTV entre 22 a 24 semanas (idade do US
Morfológico)
x Pacientes pós-Reprodução Assistida
x OBESIDADE MÓRBIDA COM IMC PRÉ-GESTACIONAL > 40
x Pós-cirurgia bariátrica
x Gestantes com doenças hematológicas: anemia cuja HB < 9,5
x *HVWDQWHVDGROHVFHQWHVDQRV
x Gestantes com duas ou mais cesáreas prévias
x Outras doenças após contato telefônico com a equipe para discussão da
necessidade de encaminhamento
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x Realização de cardiotocografia, ultra-sonografia obstétrica e morfológica, perfil
biofísico fetal e ultra-sonografia com Doppler.
x Punções de líquido amniótico: amniocentese
13.6. F luxos administrativos estabelecidos no C RSM -M ater
13.6.1. Intercor rências clínicas, assistenciais, disciplinares e/ou éticas no C RSM -
M ater
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13.6.2. Utilização de sangue e hemoderivados no C RSM-M ater
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13.6.3. Referência de casos graves para unidade de atenção terciária-E U-
H C F M RP-USP
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13.6.4. Pós-operatório e condução de intercor rências em cirurgias ginecológicas
realizadas no C RSM-M ater
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13.6.5. Saúde Mental: assistência interdisciplinar-Situações ambulatoriais que
necessitam seguimento na saúde mental durante ciclo grávido puerper al
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13.6.6. Saúde Mental: assistência interdisciplinar- Situações no alojamento
conjunto que necessitam seguimento na saúde mental durante ciclo grávido
puerperal
32
13.6.7. Agendamento de consultas de puerpério
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13.6.8. E ncaminhamento das pacientes da D RS X I I I para Planejamento familiar
no C RSM-M ater
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13.6.9. Condução dos casais que desejam laqueadura tubárea no C RSM -M ater
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