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Geologia

11ºano

Bruna Teixeira
Rochas Sedimentares
Formação das rochas sedimentares

1. Sedimentogénese: formação de sedimentos.


1.1. Meteorização
1.1.1. Física/mecânica
1.1.2. Química/mineralógica
1.2. Erosão
1.3. Transporte
1.4. Deposição

2. Diagénese: formação de rochas consolidadas.


2.1. Compactação
2.2. Cimentação
2.3. Recristalização

Meteorização ≠ Erosão

Conjunto de fenómenos Processos físicos que


que leva à alteração das permitem remover os
características primárias materiais resultantes da
das rochas por ação de meteorização
processos físicos e
químicos.

Bruna Teixeira
Meteorização física/mecânica

o Provoca a desagregação da rocha em fragmentos mais pequenos


o Não ocorre transformações químicas que alterem a composição da rocha

Hidroclastia/Ação da água

֍ As alternâncias de períodos de seca com períodos de forte humidade originam aumentos de


volume ou retrações nos materiais rochosos;
▪ Geram-se tensões que levam à fracturação e consequente desagregação do
material rochoso.
֍ A ação mecânica provocada pelo embate das gotas da chuva sobre as rochas, também é
causadora de meteorização;
֍ As águas correntes podem transportar
detritos que ao colidirem com as
rochas aceleram a sua fragmentação;

Crioclastia/Ação do gelo

֍ Quando a temperatura diminui, a água


que penetra nos interstícios e poros
existentes nas rochas pode congelar;
֍ Quando passa ao estado sólido, a água aumenta de volume e expande-se, provocando um
aumento de pressão;
֍ O aumento de pressão provoca o alargamento das fissuras já existentes ou a formação de
novas fissuras, contribuindo para uma maior fragmentação das rochas.

Termoclastia/Ação da temperatura

֍ As rochas quando estão sujeitas a variações de temperatura sofrem variações no seu volume;
֍ Em locais como os desertos, em que a oscilação térmica diária é muito elevada, as variações
muito bruscas de temperatura implicam variações do volume das rochas;

Bruna Teixeira
֍ O aumento da temperatura provoca a dilatação do material rochoso, o seu arrefecimento
provoca a contração, a alternância destes dois fenómenos causa grande fracturação nas
rochas e consequente desagregação de fragmentos.

Haloclastia/Crescimento de minerais

֍ Em certas zonas, a água existente nos poros das rochas pode conter sais dissolvidos que
podem precipitar;
֍ Quando ocorre precipitação, os minerais iniciam o seu crescimento, num espaço pequeno, e
exercem forças expansivas que contribuem para a desagregação das rochas;
֍ Este fenómeno é frequente nas zonas costeira aquando da formação dos cristais de halite.

Ação dos seres vivos

֍ Sementes que germinam em fendas das rochas,


originam plantas com raízes que ao crescerem, vão abrir
cada vez mais as fendas das rochas, contribuindo para a
separação dos blocos;
֍ O balançar das árvores sobre as rochas vai provocando
um alargamento das fendas;
֍ Alguns animais cavam tocas e galerias favorecendo a
desagregação;
֍ O peso e o pisoteio dos animais sobre as rochas
contribuem para a fragmentação das rochas.

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Alívio da pressão

֍ As rochas quando são aliviadas do peso das rochas


sobrejacentes, expandem, fraturam e formam diáclases;
֍ Por vezes, este fenómeno
provoca o aparecimento de
camadas concêntricas que se dá o
nome de disjunção esferoidal. Disjunção esferoidal

Diáclases

Meteorização química

A meteorização química pode ocorrer de duas maneiras distintas:


o Os minerais são dissolvidos completamente e depois podem precipitar formando os mesmos
minerais (ex: calcite e halite);
o Os minerais são alterados (ex: feldspatos e micas) e, posteriormente, formam novos minerais
(ex: minerais de argila).

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Erosão

Processo pelo qual os agentes erosivos arrancam e separam fragmentos da rocha-mãe.

Ação erosiva da água

A água ao escorrer arrasta partículas, erodindo as rochas e o solo.


Os ravinamentos formam-se quando as águas percorrem terenos inclinados, formando sulcos
profundos.
As chaminés de fada formam-se nos
terrenos argilosos inclinados. Os sedimentos
menos resistentes são removidos e formam-
se pináculos que no topo sustem rochas que
resistiram à meteorização.

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Ação erosiva do vento

O vento transporta finas partículas de areia que atuam como lixas sobre as rochas,
desgastando-as.
Os blocos rochosos são sobretudo, desgastados na base, pois é junto ao solo que o vento
transporta maior quantidade de sedimentos. Formando-se assim blocos pedunculados.

Transporte

Durante o transporte os detritos sólidos podem sofrer sucessivas alterações, sendo as principais:
o Arredondamento – os sedimentos inicialmente angulosos vão perdendo as suas arestas e
vértices, ficando cada vez mais lisos e curvos, tornando-se arredondados.
o Granotriagem – consiste na separação dos sedimentos de acordo com o tamanho, a forma e
a sua densidade. Considera-se que há boa calibragem quando todos possuem
aproximadamente o mesmo tamanho.

Transporte pela gravidade

A força exercida pela aceleração da gravidade faz com que muitos materiais se soltem e
deslizem das zonas mais altas para as mais baixas.

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Transporte pelo vento

O poder de transporte do vento depende da sua intensidade e do tamanho das partículas a


transportar. Pode realizar-se por suspensão, saltação e deslizamento.

Transporte pela água

Principal agente de transporte. Quando são transportados pela água os materiais vão em
solução ou sob a forma de detritos ou clastos.

Deposição/Sedimentação

o Ocorre em locais onde a ação dos agentes erosivos e de transporte se anula ou é muito
reduzida;
o Pode ocorrer em ambientes terrestres, mas sobretudo em ambientes aquáticos;
o A deposição dos sedimentos
ocorre, normalmente, em
camadas sobrepostas, horizontais
e paralelas que se designam
estratos/camadas.

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Diagénese

Conjunto de fenómenos físicos e químicos que transformam os sedimentos móveis e


incoerentes em rochas sedimentares consolidadas.

Compactação

֍ Os sedimentos que deixaram de ser transportados vão-se


depositando e formam novas camadas (sedimentação). As
camadas formadas exercem pressão sobre as camadas
inferiores;
֍ Devido à pressão exercida, a água contida nos sedimentos é
expulsada, ocorrendo desidratação;
֍ Os sedimentos ficam cada vez mais juntos, o volume da rocha
diminui e torna-se mais compacta e densa.

Cimentação

֍ Os espaços vazios entre os sedimentos são preenchidos por


materiais de neoformação, resultantes da precipitação de
substâncias dissolvidas na água;
▪ Essas substâncias cristalizam, constituindo um
cimento que une os sedimentos e forma-se uma
rocha consolidada;
֍ Os cimentos mais comuns formam-se por precipitação de óxidos
de ferro e de argilas.

Recristalização

֍ Consiste num rearranjo dos componentes originais da rocha;


֍ Alguns minerais alteram a sua estrutura cristalina como resposta a novas condições de
pressão e temperatura e circulação de água ou outros fluidos.

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Os minerais

Mineral: é uma substância sólida, natural e inorgânica, de estrutura cristalina e com


composição química fixa ou variável dentro de limites bem definidos.

Mineralóide: é uma substância sólida, natural e inorgânica que não possui estrutura cristalina.

Propriedades físicas
Propriedades óticas:
Cor

A cor é a propriedade que resulta da absorção de radiações da luz branca que incide sobre o
mineral.

Minerais idiocromáticos: Apresentam cor constante (ex: minerais de brilho metálico)


Minerais alocromáticos: Apresentam cor variável (ex: minerais de brilho não metálico)

A variação da cor nos minerais alocromáticos pode dever-se:


o À mistura de pequenas quantidades de determinados pigmentos;
o Pode estar relacionada com variações na composição química dos minerais.

Traço/Risca

É a cor do mineral quando é reduzido a pó.


É uma característica importante na identificação dos minerais porque, diferentes variedades
da mesma espécie mineral podem exibir cor diferente, enquanto que a cor da risca se mantém
constante.

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Brilho

Efeito produzido pela qualidade e intensidade da luz que é refletida na superfície dos minerais.

Brilho intenso, semelhante ao observado


Brilho metálico nos metais.
É característico dos minerais opacos.

Brilho menos intenso


Brilho submetálico É característico dos minerais quase
opacos (são translúcidos quando
observados em aresta fina)

Sedoso ou acetinado Semelhante ao brilho da seda


Vítreo Como o do vidro É característico dos
Brilho não Adamantino Brilho intenso como o do diamante minerais
metálico transparentes ou
Nacarado Semelhante ao brilho das pérolas translúcidos.
Gorduroso Lembra o brilho de uma superfície
gordurosa

Propriedades mecânicas:

Clivagem

Tendência do mineral se partir, por aplicação de uma força sob superfícies planas e brilhantes,
de direções bem definidas e constantes.

Clivagem perfeita: Rutura segundo superfícies lisas e brilhantes; raramente os minerais clivam
de outro modo.
Clivagem distinta/boa: Rutura ocorre sob superfícies bem definidas.
Clivagem indistinta/pobre: Rutura não ocorre sob superfícies de clivagem.

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Dureza

É a resistência que um mineral oferece ao ser riscado por outro.

A determinação da dureza dos minerais é feita através da escala de Mohs:


É constituída por 10 termos colocados por ordem crescente de dureza, desde o menos duro
(talco) até ao mais duro (diamante).

Diz-se que um mineral é mais duro do que outro se, e só se, o riscar, sem se deixar riscar por
ele; dois minerais têm a mesma dureza se se riscam ou não se riscam mutuamente.

Propriedades químicas

Realização de testes e análises químicas.


Ex: o teste do sabor salgado para identificar a halite, ou o teste da efervescência, que é uma
reação em que há libertação de dióxido de carbono quando a calcite reage com um ácido.

Pode, ainda, recorrer-se à identificação das propriedades dos minerais através da utilização de
chaves dicotómicas ou de tabelas especificas para o efeito.

Bruna Teixeira
Classificação das rochas sedimentares

Rochas sedimentares detríticas

São constituídas predominantemente por sedimentos de origem detrítica (resultantes da


meteorização e erosão de rochas pré-existentes).

Os detritos podem ser classificados em função do seu tamanho, recorrendo a escalas


granulométricas.

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Rochas quimiogénicas

Formam-se através de sedimentos quimiogénicos, ou seja, substâncias químicas dissolvidas


numa solução aquosa

O principal processo físico-químico que origina estas rochas é a precipitação das substâncias
dissolvidas, que pode ser devida:
o À evaporação da água – quando a água, com substâncias dissolvidas, evapora, por
estar sujeita a um aumento de temperatura, formam-se cristais que se acumulam e
constituem os evaporitos;
o A outras reações químicas – que se desencadeiam devido a ocorrer a variação de
algumas condições do meio.

Calcários quimiogénicos

o A calcite (CaCO3), é um mineral que se pode formar a partir de sedimentos químicos,


nomeadamente iões de cálcio e bicarbonato: cálcio + bicarbonato -> CaCO3 + H2O + CO2

o Isto acontece quando os meios marinhos sofrem perda de CO2 (devido a forte ondulação, ao
aumento da temperatura ou à diminuição da pressão)

o Assim, para que os níveis de CO2 que se perdeu sejam repostos, a equação química começa a
evoluir no sentido de formar CO2, o que leva também a formação de calcite e assim à
precipitação desta que, mais tarde, depois de uma deposição e de uma diagénese dá origem
ao calcário.

Modelado cársico: Em consequência da circulação de


águas acidificadas pelo dióxido de carbono através das
rochas calcárias, o carbonato de cálcio (mineral da calcite)
que as constitui é solubilizado, formando
hidrogenocarbonato que vai sendo removido. Assim, a
rocha vai sendo modelada, formando à superfície um
rendilhado de sulcos e cavidades chamado de lapiaz e, no
interior, formam-se grutas e galerias.

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Rochas salinas/ Evaporitos

Resultam da precipitação de diferentes substâncias quando dissolvidas na água, quando esta


se evapora.

Formam-se em bacias pouco profundas, constituídas por lagunas onde as águas


intermitentemente ou em lagos de água salgada em que a evaporação da água é superior ao
abastecimento.

Rochas biogénicas

Resultam de sedimentos biogénicos, ou seja, detritos orgânicos ou materiais resultantes de


uma ação bioquímica. Podem também ser denominados quimiobiogénicas, uma vez que é difícil, em
certas situações, separar os processos inorgânicos dos bioquímicos.

Calcários biogénicos

o Atividade fotossintética -> Redução do CO2 -> Precipitação da calcite


o A deposição e posterior diagénese dos minerais de calcite originam calcário, neste caso de
origem bioquímica.
o Consequência da atividade dos seres vivos

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Calcários recifais

É um calcário de edificação que resulta da fixação de calcite por numerosos seres vivos.

o Os recifes de corais desenvolvem-se em mares quentes e águas límpidas pouco profundas,


onde vivem outros milhões de indivíduos que segregam peças esqueléticas ricas em calcite
o Quando os seres vivos morrem, vão se acumulando esqueletos calcários no fundo do mar que
constituem depósitos de calcite
o Ocorre diagénese e forma-se uma rocha consolidada

Calcário conquífero

É um calcário formado pela acumulação de conchas de moluscos.

o Alguns moluscos possuem conchas calcárias ricas em calcite.


o Depois de morrerem, as conchas sedimentam no fundo do mar juntamente com outros
sedimentos
o Ocorre a diagénese e após a cimentação forma-se uma rocha consolidada.

Carvão

Os carvões resultam da decomposição lenta de restos de plantas superiores, em ambientes


aquáticos pouco profundos e pouco oxigenados – pântanos – ao longo de milhões de anos.

O sedimento biogénico de origem


vegetal, a partir do qual se irá formar o
carvão, designa-se turfa. A sua diagénese
origina, progressivamente, carvões mais
ricos em carbono.

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Petróleo

Formação do petróleo:
o Preservação de plâncton após a sua deposição em ambientes aquáticos pouco profundos,
pouco agitados e pobres em oxigénio.

o Rápida deposição de finas camadas de sedimentos que isolam a matéria orgânica da ação de
decompositores e que formam camadas sedimentares de natureza argilosa ou carbonatada
designadas rochas-mãe, onde decorre todo o processo.

o Compactação das camadas que leva a alterações físico-químicas, nomeadamente de pressão


e temperatura.

o Se as temperaturas atingirem 120ºC, durante dezenas, ou mesmo centenas de milhares de


anos, a matéria orgânica transforma-se num líquido espesso e negro – o petróleo.

o Se o aquecimento continuar por um período de tempo mais longo, ou se a temperatura


aumentar, o petróleo fica cada vez mais fluido e mais leve, acabando por se transformar em
gás natural.

o O petróleo depois de formado tende a migrar para níveis superiores, dado ser menos denso
que os restantes fluidos da rocha-mãe.

Rocha-armazém – rochas
porosas e permeáveis (ex:
arenitos, conglomerados)

Rocha-cobertura – rochas
impermeáveis (ex: argilito)

Bruna Teixeira
Rochas, arquivos históricos da Terra

A deposição dos sedimentos dá-se geralmente segundo camadas sobrepostas, horizontais e


paralelas.
As diferentes camadas denominam-se estratos. A superfície superior do estrato denomina-se teto
e a inferior denomina-se muro.
Nem sempre a estratificação é originalmente horizontal. Pode ocorrer estratificação
entrecruzada, quando há variação da intensidade e/ou direção do agente de transporte (geralmente
o vento).

Rochas sedimentares

o Podem ser datadas e o seu estudo permite fazer a reconstituição dos ambientes antigos em
que se formaram – os paleoambientes;
o Normalmente são estratificadas e frequentemente têm fósseis associados;
o Revelam marcas que indicam a existência de pausas ou interrupções na sedimentação,
mudanças na natureza dos sedimentos ou alteração das condições físico-químicas do meio

Ambientes sedimentares continentais, de transição e marinhos

Bruna Teixeira
Princípio do atualismo/causas atuais:
o Permite explicar o passado através da observação do presente
o Parte do pressuposto de que as causas que provocaram determinados fenómenos no passado
são idênticas às que provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente, é possível
reconstituir a história da Terra.

Ex: As marcas de ondulação (ripple marks) que se observam em praias atuais


aparecem preservadas em alguns arenitos antigos, dando-nos informação sobre o ambiente
sedimentar em que a rocha se gerou, sobre a posição original das camadas e sobre a direção
das correntes que as produziram.

Fósseis e processos de fossilização

Fósseis são todo e qualquer vestígio identificável, corpóreo ou de atividade orgânica, de


organismos do passado, conservado em contextos geológicos, isto é, nas rochas.

Somatofósseis: Restos do corpo de organismos do passado conservados em rochas.


Icnofósseis: Vestígios da atividade biológica de organismos no passado, conservados nas rochas.

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São considerados:
o Fósseis de idade – intervalos de tempo geologicamente muito curtos; grande distribuição
geográfica [ex: trilobites (Era Paleozóica) e amonites (Era Mesozóica)].
o Fósseis de fácies – característicos de determinados ambientes; pequena distribuição
geográfica; viveram durante intervalos de tempo longos [ex: corais (águas quentes e pouco
profundas)].

Princípios da Estratigrafia

Princípio da Sobreposição

o Numa sequência estratigráfica não deformada, um


determinado estrato é mais recente do que aquele que lhe
está imediatamente subjacente.

Princípio da Continuidade Lateral

o Um estrato é, aproximadamente, da
mesma idade em toda a sua extensão. O
mesmo período de sedimentação pode
ocorrer em diferentes ambientes,
originando estratos, que se podem
estender por uma vasta área, onde se
verifica uma passagem gradual de
litologias.

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Princípio da Identidade Paleontológica

o Os estratos com os mesmos fósseis de idade têm a mesma idade.

Princípio da Interseção

o Uma estrutura geológica que interseta ou corta outra, é mais recente do que esta.

Princípio da Interseção

o Fragmentos de uma rocha incorporados noutra, são mais antigos do que a rocha que os
engloba.

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A velocidade e as condições de sedimentação variam ao longo do tempo e pode mesmo haver
períodos de interrupção da sedimentação. Se as rochas afloram durante essa interrupção, podem ser
erodidas. Se, posteriormente, a sedimentação, devido
a nova imersão, prosseguir, forma-se um estrato que
assenta numa superfície erodida – superfície de
descontinuidade.

Quando há estratos dobrados sob estratos


horizontais, então essa superfície designa-se
discordância angular.

Escala do tempo geológico


Éon Era

Cenozoico

Mesozoico

No Criptozoico quase não existia


forma de vida, eram essencialmente seres
unicelulares e por isso, sendo raro o processo
Paleozoico
fossilífero não existe registo fóssil desse Éon.

Proterozoico

Arcaico

Bruna Teixeira
Rochas Magmáticas
Fatores que influenciam a formação de magmas

o Aumento da temperatura
Em regiões tectonicamente ativas, o aumento da temperatura com a profundidade é
muito rápido, o que favorece a formação de magmas.
o Diminuição da pressão
A diminuição da pressão faz baixar o ponto de fusão dos materiais. Assim, a
descompressão dos materiais que ascendem facilita a formação de magmas.
o Conteúdo em água
Quando os materiais são hidratados, a temperatura de fusão da rocha é mais baixa.
Assim, os materiais fundem a uma temperatura inferior àquela que fundiriam num
ambiente anidro (sem água).

Tipos de magmas

Considerando a composição, os magmas podem ser classificados em 3 grupos principais:


o Basálticos teor em sílica ≤50%
Quanto mais rico for em
o Andesíticos teor em sílica 50% - 70% sílica, mais baixo é o seu
ponto de fusão
o Riolíticos teor em sílica >70%

Magmas basálticos:
Os magmas basálticos formam-se principalmente ao nível dos riftes e dos pontos quentes.
Resultam sobretudo da fusão da rocha do manto- peridotito, na ausência de água.
A nível dos riftes, o material mantélico ascende devido às correntes de convecção. Perto da
superfície, a diminuição da pressão promove a fusão do material.
Nos pontos quentes ascendem plumas térmicas oriundas do manto profundo.

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Magmas andesíticos:
Os magmas andesíticos formam-se principalmente nas zonas de subducção. Resultam da fusão
das rochas quer da custa continental quer da crusta oceânica, na presença de água.
Nas zonas de subducção, a placa oceânica que subduca leva consigo sedimentos saturados e
minerais de argila que contêm água na sua estrutura cristalina. A água presente nos materiais diminui
o ponto de fusão destes, originando magmas com temperaturas inferiores às dos magmas basálticos.

Magmas riolíticos:
Os magmas riolíticos ocorrem sobretudo nos limites convergentes entre placas continentais-
na presença de elevada quantidade de água.
Nas zonas de convergência da crusta continental, formam-se magmas muito ricos em voláteis
e de temperatura relativamente baixa. As rochas que resultam da consolidação deste tipo de magma
possuem minerais que contêm água na sua estrutura (ex.: anfíbolas e micas).
Magma basáltico Magma andesítico Magma riolítico
Principal origem Manto Crusta oceânica Crusta continental
Crusta continental
Manto superior
Características • Pobre em sílica (≤ 50%) • Teor em sílica intermédio • Rico em sílica (> 70%) Rico
• Pobre em gases (50% – 70%) em gases
• Temperatura elevada • Teor em gases intermédio • Temperatura mais baixa
(1100 °C – 1200 °C) (700 °C – 800 °C)
• Magma fluido – origina • Magma viscoso – origina
erupções efusivas erupções explosivas
Rochas que origina • Basaltos (vulcânica) • Andesitos (vulcânica) • Riólitos (vulcânica)
• Gabros (plutónica) • Dioritos (plutónica) • Granitos (plutónica)
Localização • Zonas de rifte e pontos • Zonas de subducção • Zonas de colisão de crusta
quentes continental
Exemplo • Dorsal médio Atlântica • Andes • Himalaias
• Havai

Cristalização e diferenciação magmática

A diferenciação magmática permite a formação de rochas de diferentes composições, a partir


de um magma inicial, e ocorre porque os minerais formam-se a diferentes temperaturas.
Assim durante o arrefecimento do magma, a temperatura de cristalização de diferentes
minerais vai sendo atingida sucessivamente. Estes, ao cristalizarem, retiram do magma os elementos
químicos que os compõem. Deste modo, a composição do magma vai variando à medida que arrefece.

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Série de Bowen

o Série descontínua (dos minerais ferromagnesianos) – minerais cuja estrutura cristalina e


composição são diversos e não relacionados; o mineral anteriormente formado reage com o
líquido residual.
o Série contínua (das plagióclases) – minerais isomorfos, ou seja, com a mesma estrutura
cristalina e variando gradualmente a sua composição.

Os primeiros minerais a formarem-se


Rocha
durante o arrefecimento do magma são a Olivinas Anortite
Periodito
1200 °C
olivina (rica em ferro e magnésio) e a
Piroxena
Basalto
anortite [plagióclases ricas em cálcio (e Gabro
alumínio)]. Assim, o magma fica mais Anfíbola

pobre nos elementos químicos que Albite Andesito


Biotite Diorito
compõem estes minerais e
percentualmente mais rico em sílica, sódio
Feldspato
Riolito
e potássio. Granito
Moscovite
A moscovite e o quartzo são os
500 °C Quartzo
últimos minerais a formarem-se, quando o
magma já se tornou mais ácido, isto é,
mais em rico em sílica, e está provavelmente mais próximo da superfície.
Assim, estes minerais serão mais estáveis quando submetidos às condições de meteorização que
ocorrem na superfície terrestre.

Cristalização fracionada

É natural que, simultaneamente à diferenciação magmática, ocorra cristalização fracionada,


isto é separação dos minerais já formados do restante magma, ainda fluido. Esta separação pode
ocorrer por acumulação no fundo das câmaras magmáticas (devido à gravidade) ou por migração do
magma, por exemplo devido a movimentos tectónicos.

Magma com determinada Magma com nova


composição química composição química

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Arrefecimento
Os minerais e a matéria cristalina

Tipos de cristais
a. Cristal euédrico – o mineral é totalmente limitado por faces bem desenvolvidas.
b. Cristal subédrico – o mineral apresenta algumas faces bem desenvolvidas.
c. Cristal anédrico – o mineral não apresenta qualquer tipo de faces.

Isomorfismo
o Estrutura química diferente
o Estrutura cristalina idêntica
Ex.: plagióclases; olivina

Polimorfismo
o Estrutura química igual
o Estrutura cristalina diferente
Ex.: grafite e diamante

Características das rochas magmáticas

Cor

o Minerais félsicos – são ricos em sílica e alumínio. Apresentam cor clara.


▪ Exemplos: Quartzo, feldspato e moscovite

o Minerais máficos – são ricos em ferro e magnésio. Apresentam cor escura.


▪ Exemplos: Olivina, piroxena, anfíbola e biotite

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É possível classificar as rochas quanto à sua cor:
o Rochas leucocratas – rochas claras, ricas em minerais félsicos e pobres em minerais máficos;
são rochas ácidas (ex: riólito e granito)
o Rochas mesocratas – rochas de cor intermédia, nas quais os minerais félsicos e máficos
ocorrem em proporções idênticas (ex: andesito e diorito)
o Rochas melanocratas – rochas escuras, ricas em minerais ferromagnesianos (máficos); são
rochas básicas (ex: basalto e gabro)

Textura

o Textura fanerítica (granular)


▪ Os minerais distinguem-se uns dos outros
▪ Característica das rochas plutónicas/intrusivas
▪ Consolidação do magma em profundidade, arrefecimento lento

o Textura afanítica (agranular)


▪ Os minerais são tão pequenos que não se distinguem uns dos outros
▪ Característica das rochas vulcânicas/extrusivas
▪ Consolidação do magma à superfície, arrefecimento rápido

Quando o arrefecimento do magma ocorre de forma extremamente rápida, não se formam


cristais individualizados. Neste caso, o seu aspeto é semelhante ao vidro ou completamente amorfo.
A este tipo de textura dá-se o nome de textura vítrea/amorfa.

Composição química e mineralógica

Classificação das rochas magmáticas em função da % de sílica

DESIGNAÇÃO % DE SÍLICA
Rochas ácidas Superior a 65%
Rochas intermédias 52% - 65%
Rochas básicas 43% - 52%
Rochas ultrabásicas Inferior a 43%

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o Minerais essenciais - minerais que conferem carácter à rocha e determinam a sua designação
(quartzo, feldspato, moscovite, biotite, piroxena, anfíbola, olivina).

o Minerais acessórios - minerais que não afetam o aspeto fundamental da rocha, ocorrendo em
diminutas quantidades (magnetite, zircão, apatite, rútilo, turmalina).

Deformação –
falhas e dobras

Comportamento dos materiais: frágil e dúctil

As rochas que integram a litosfera estão sujeitas a tensões, forças exercidas por unidade de
área, resultantes dos movimentos tectónicos. Quando nas rochas atuam tensões, estas podem sofrer
deformações que podem ser reversíveis (elásticas), ou irreversíveis (plásticas).

Forças compressivas Forças distensivas/tração Forças de cisalhamento

Dobramento Estiramento Cisalhamento

Regime
dúctil

Falhamento Falhamento Falhamento

Regime
frágil

Regime frágil: Associado a pressões e temperaturas baixas


Regime dúctil: Associado a pressões e temperaturas elevadas (sem nunca atingir o ponto de fusão
das rochas)

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o Deformação elástica: é uma deformação reversível. Quando cessa o estado de tensão, o
material recupera a forma/volume iniciais e verifica-se quando a tensão exercida na rocha não
supera o seu limite de elasticidade.

o Deformação plástica: é permanente e irreversível. Ocorre acima do limite de elasticidade, em


que se altera a forma e o volume dos materiais, mesmo que cesse a atuação do estado de
tensão. Em algumas condições ambientais, devido à contínua ação do estado de tensão, as
rochas atingem o limite de resistência máxima (limite de plasticidade), entrando em rutura
(deformação frágil).

Que fatores influenciam o comportamento das rochas?

O comportamento das rochas sujeitas a tensões depende:

o da sua composição química e mineralógica e da sua estrutura – devido à sua composição


mineralógica, as rochas sedimentares tendem a possuir maior plasticidade do que as rochas
magmáticas. Aspetos estruturais da rocha, como a xistosidade, também fazem aumentar a sua
plasticidade;

o do conteúdo em fluidos – os fluidos, nomeadamente a água, reduzem a rigidez das rochas e aumentam
a sua plasticidade;

o da temperatura – quanto maior for a temperatura, maior é a plasticidade dos materiais;

o da pressão – a plasticidade dos materiais aumenta com o aumento da pressão a que estão sujeitos;

o do tipo de tensão – a rocha tem mais resistência à rotura quando a tensão resulta do peso das camadas
superiores e menor quando a tensão está relacionada com os movimentos tectónicos;

o da velocidade da deformação – geralmente uma velocidade de deformação rápida favorece a


deformação frágil; uma deformação lenta aumenta a resistência à rutura.

Bruna Teixeira
As falhas

Uma falha é uma superfície de fratura, ao longo da qual ocorreu um movimento relativo dos
blocos fraturados.
As falhas podem resultar da atuação de qualquer tipo de tensão em rochas com
comportamento frágil. Também se podem formar falhas em rochas com comportamento dúctil
quando é ultrapassado o seu limite de plasticidade.

Elementos caracterizadores de uma falha

A. Plano de falha – é a superfície de fratura.


B. Direção – é a linha de interseção do plano de falha
com o plano horizontal.
Para calcular a direção tem de colocar a rosa dos ventos em
cima da direção

C. Inclinação – é o ângulo definido entre o plano de


falha e uma superfície horizontal.
D. Rejeito – é o movimento relativo entre os dois
blocos de falha.
E. Teto – bloco situado acima do plano de falha.
F. Muro – bloco situado abaixo do plano de falha.
* imaginar uma folha de papel no plano de falha para distinguir o teto e o muro *

Tipos de falhas

Falha normal Falha inversa Desligamento


O teto desce relativamente ao O teto sobe em relação ao Os movimentos dos blocos são
muro. É resultado de forças muro. É resultado de forças essencialmente horizontais e
distensivas. compressivas. paralelos à direção do plano de
falha.

Bruna Teixeira
Relevos típicos formados por falhas:
o Horst (elevação)
o Graben (depressão)

Estes relevos podem ser compostos tanto por falhas normais


como falhas inversas.

As dobras

Uma dobra é uma deformação em que se verifica um encurvamento de superfícies


originalmente planas.
As dobras resultam da atuação de tensões de compressão em rochas com comportamento
dúctil.

Elementos caracterizadores de uma dobra

A. Charneira – linha que une os pontos de


máxima curvatura de uma dobra.
B. Flancos – são as partes da dobra de um e do
outro lado da charneira.
C. Superfície/Plano axial – plano de simetria da
dobra que a divide em duas partes aproximadamente
simétricas.
D. Eixo de dobra – é a linha de interseção da
charneira com o plano axial.

Bruna Teixeira
Tipos de dobras

A dobra cuja abertura está


dirigida:

baixo cima

Rochas
metamórficas

Metamorfismo

O metamorfismo é o conjunto de transformações mineralógicas, texturais e estruturais, que


ocorrem no estado sólido, em rochas sujeitas a estados de tensão e temperatura diferentes da sua
génese.

o É um processo muito lento


o Aparece, geralmente, associado a um estado de deformação dúctil
o Ocorre a profundidades entre os 10 e os 30/50 km

Bruna Teixeira
Fatores de metamorfismo

Tensão/Pressão

o Resulta do peso da massa rochosa


suprajacente;
Litostática
o Atua em todas as direções;
(confinante) o Faz diminuir o volume da rocha
durante a metamorfização,
aumentando a densidade dos
minerais;
o Dá origem a rochas de textura não
foliada.

Não litostática
Tensão de compressão Tensão de cisalhamento
(dirigida) Os minerais orientam-se Os minerais orientam-se
perpendicularmente à direção paralelamente à direção
da força da força

o Resulta de forças tectónicas;


o Produz uma orientação preferencial dos minerais;
o Influencia a textura das rochas metamórficas (alinha
paralelamente os minerais que a constituem- textura foliada).

Temperatura

Devido à temperatura, a estrutura


cristalina do mineral pode ser alterada.
Os átomos e iões da rocha recristalizam,
originando minerais mais estáveis para as novas
condições.

Bruna Teixeira
Fluidos

o As alterações metamórficas que ocorrem quando as temperaturas e pressões se elevam são


muito facilitadas se estiverem presentes fluidos de circulação.
o Estes fluidos, reagindo com os minerais de composição diferente, por remoção ou introdução
de determinados componentes químicos, o que provoca alterações importantes ao nível da
composição química e mineralógica da rocha inicial.

Minerais de origem metamórfica

Rochas sujeitas Os minerais Novas


constituintes Ocorre a associações de
a
tornam-se recristalização minerais
metamorfismo
instáveis estáveis

Há minerais que são exclusivos das rochas metamórficas, pois formam-se em condições de
pressão e temperatura bem definidas.

Durante o metamorfismo há minerais que desaparecem, há minerais que recristalizam


formando minerais de neoformação e há ainda, os que não modificam. (ex: quartzo e feldspato que
não se modificam, aparecendo em qualquer tipo de rocha)

Minerais índice

o São minerais cuja sua presença na


rocha metamórfica permite
determinar as condições de pressão
e temperatura em que esta foi
formada.
o São minerais polimorfos: Distena
composição química igual (Al2SiO5) e
estrutura cristalina diferente.

Bruna Teixeira
Andaluzite Distena Silimanite

• Condições de • Condições de • Condições de


pressão e pressão muito temperatura muito
temperatura baixas elevada elevada
• (ex: bacias • (ex: local de
sedimentares) intrusões e
extrusões
magmáticas)

Minerais e grau de metamorfismo

Grau de metamorfismo Minerais-índice

Baixo Clorite, moscovite e


biotite

Intermédio Granada e estaurolite

Elevado Silimanite

Rochas de elevado grau de metamorfismo apresentam frequentemente cristais de


elevadas dimensões já que estes minerais, após de formarem, permanecem estáveis nessas condições.

Bruna Teixeira
Minerais de origem metamórfica

Metamorfismo de contacto

o Condições de temperatura elevada


o Ocorre nas rochas adjacentes a uma intrusão/extrusão
magmática (formando-se a auréola de metamorfismo)
-> tensão litostática
o Rochas características:
▪ Corneana
▪ Quartzito Rochas não foliadas

▪ Mármore

Metamorfismo regional

o Condições de pressão elevada e temperatura intermédia


o Ocorre em limites de placas tectónicas e afeta grandes extensões -> tensão não-litostática
o Rochas características:
▪ Filito
▪ Ardósia
Rochas foliadas
▪ Micaxisto ou xisto
▪ Gnaisse

O grau de metamorfismo vai definir o tipo de textura que a rocha apresenta.

Bruna Teixeira
• Xisto argiloso
Clivagem • Filito
ardosífera • Ardósia

• Xisto
Xistosidade
• Micaxisto

Bandado gnáissico • Gnaisse

o Com o aumento do grau de metamorfismo, os minerais encontram-se mais compactos, e a


resistência de foliação também é maior.

Bruna Teixeira
Recursos geológicos

Os recursos geológicos são todos os bens de natureza geológica, provenientes da Terra,


passíveis de serem utilizados pelo Homem, em seu benefício.

Recursos
geológicos

Renováveis Não renováveis

Recursos que são Recursos que o


gerados a uma Homem consome a
velocidade igual ou uma velocidade
superior àquela que o superior àquela com
Homem é capaz de os que a Terra é capaz
consumir. de os gerar.

Recursos geológicos

Recursos Recursos
Recursos minerais
hidrogeológicos energéticos

Petróleo, energia Pirite, ouro,


Água
nuclear, furnas mármore

Bruna Teixeira
Relação entre reservas e recursos

Recurso:
o Bem de natureza geológica existente na crusta terrestre, potencialmente explorável.

Reserva:
o Concentração de um recurso geológico;
o Explorável do ponto de vista legal e económico/rentável;
o De acordo com as condições tecnológicas ambientais e de mercado.

A Terra é um planeta fechado

Os recursos são finitos

Os materiais poluentes As alterações num dos


acumulam-se no interior subsistemas poderão afetar
do sistema os outros subsistemas

Exploração sustentada

É utilizar os recursos de forma regrada no presente, de modo a satisfazer também as


necessidades das gerações futuras

Adotar as seguintes medidas:


o Utilização, numa escala cada vez maior, dos recursos renováveis;
o Aumento do tempo de duração dos recursos não renováveis, através
da redução do consumo, reciclagem e utilização de substitutos.

Bruna Teixeira
Recursos hidrogeológicos

Uma parte da água que precipita sobre a superfície da Terra infiltra-se no solo e origina a água
subterrânea que preenche os aquíferos.

Aquíferos

o São reservatórios de água subterrânea


o Um aquífero é toda a formação geológica com capacidade para armazenar água e com
características que permitem a sua circulação e a sua extração de forma economicamente
rentável.

Bruna Teixeira
Características das formações geológicas

Porosidade

֍ É a relação entre o volumo dos espaços vazios


(poros) e o volume total da rocha ou dos
sedimentos.
֍ A porosidade depende quer do tamanho quer
da forma dos grãos, bem como do nível de
compactação do material geológico.

Algumas rochas sedimentares (como arenitos e conglomerados) têm poros entre os grãos de
minerais, pelo que podem armazenar uma grande quantidade de água.

As rochas cristalinas (como o granito) não têm poros entre os grãos de minerais, pelo que
apresentam má porosidade. No entanto, podem armazenar água em fraturas.

Permeabilidade

֍ É a capacidade de as rochas deixarem passar fluidos, como a água, através dos seus poros ou
fraturas.
֍ É a capacidade de movimentação da água num dado aquífero.
֍ A permeabilidade das rochas está diretamente relacionada com as dimensões dos poros e
com a forma como se estabelece a comunicação entre estes.

Bruna Teixeira
Poros de reduzidas dimensões; Poros de grandes dimensões;
Fissuras semi-fechadas; Ausência Fissuras abertas e contínuas;
de comunicação entre os poros. Comunicação entre os poros.

Porosidade e/ou permeabilidade Porosidade e/ou permeabilidade


reduzidas elevadas

Argilas e argilitos Arenitos, areias, conglomerados,


cascalhos, calcários/granitos
fraturado

Mau aquífero
Bom aquífero

Um bom aquífero é simultaneamente poroso e permeável, pois permite-lhe armazenar e libertar


água.

Zonas de um aquífero

Zona de aeração:
o Zona mais superficial.
o Tem como limite superior a superfície do terreno e
como lime inferior o nível hidrostático.

Nível hidrostático:
o Profundidade a que se encontra a zona saturada.
o É variável ao longo do ano (depende essencialmente das
estações do ano).

Zona de saturação:
o Zona que tem como limite superior o nível hidrostático e o limite inferior é, geralmente, uma
rocha impermeável.
o Os poros das rochas existentes nesta zona estão totalmente preenchidos por água.
Bruna Teixeira
Tipos de aquíferos

A- Zona de aeração
B- Zona de saturação
C- Camada impermeável (argila)
D- Camada com elevada porosidade
e permeabilidade (arenosa)
E- Substrato rochoso impermeável
(granito)

Aquífero livre

֍ A camada mais superficial é permeável. Apenas a camada da base é impermeável.


֍ A água encontra-se à mesma pressão que a pressão atmosférica.
֍ A recarga realiza-se através das camadas superficiais (através da infiltração).

Aquífero confinado/cativo

֍ A formação geológica é limitada por duas camadas impermeáveis.


֍ A água encontra-se a uma pressão superior à pressão atmosférica.
֍ Como a camada superior é impermeável, a recarga é feita lateralmente.

Bruna Teixeira
Fatores que influenciam a recarga de um aquífero

o Precipitação
o Inclinação do terreno
o Cobertura vegetal

Fatores que influenciam a quantidade de água armazenada

o Porosidade e permeabilidade
o Dimensão do aquífero
o Exploração

Extração de água dos aquíferos

o No furo do aquífero livre o nível da água não sobe e corresponde ao nível da água no aquífero,
pois a água está à mesma pressão atmosférica. O nível da água designa-se por nível freático.

o No furo do aquífero cativo a água subirá acima do teto do aquífero devido à pressão exercida
pelo peso das camadas confinantes sobrejacentes. A altura a que a água sobe chama-se nível
piezométrico e o furo é cartesiano. Se a água atingir a superfície do terreno sob a forma de
repuxo então o furo artesiano é repuxante.

Bruna Teixeira
Poluição das águas subterrâneas

Entrada de poluentes na
água subterrânea por fontes à
superfície

Origem agrícola
Origem urbana
Origem industrial

Poluição:
Física
Química
Bacteriológica

A sobre-exploração de um aquífero (a recarga ocorre a uma velocidade inferior à taxa de


consumo) pode provocar a sua poluição. Retirar água em excesso de um aquífero pode originar
alterações químicas ou bacteriológicas nas águas, tornando-as impróprias para consumo.

Bruna Teixeira
Recursos energéticos
Recursos energéticos não renováveis

Combustíveis Combustíveis
fósseis nucleares

Carvão Urânio

Petróleo Tório

Gás natural

Combustíveis fósseis

Os combustíveis fósseis dominam o consumo mundial de energia, mas porquê?


o Elevado rendimento energético;
o O petróleo gera combustíveis e muitos derivados;
o Fáceis de transportar;
o Fontes bem conhecidas pelo humano.

Consequências

Emissão de
gases
poluentes

Gases de
Gases de
enxofre; Gases
carbono
de azoto

Aumento o Gás tóxico e


Chuvas ácidas
efeito de estufa venenoso

Aquecimento Alteração dos


global ecossistemas

Bruna Teixeira
Combustíveis nucleares

Fissão controlada em reatores nucleares

Grande libertação de energia

Central nuclear

Vaporização da água

Vapor

Produção de eletrecidade

Aspetos negativos deste recurso não renovável:


o Produção, transporte e armazenamento de resíduos altamente perigosos e radioativos;
o Risco ambiental muito elevado (contaminação de organismos, solos, águas);
o Elevados custos de construção e manutenção de uma central nuclear;
o Dificuldade em eliminar resíduos produzidos.

Aspetos positivos:
o Ausência de poluição atmosférica;
o Não emissão de gases com efeito de estufa;
o Forma de energia altamente rentável;
o Reservas relativamente abundantes de urânio.

Bruna Teixeira
Recursos energéticos renováveis

Energia geotérmica

o Tem origem no interior da Terra;


o É suscetível de aproveitamento em zonas onde o gradiente geotérmico é elevado;
Ex: zonas vulcânicas com vulcanismo ativo
o Tem de existir um fluido (geralmente a água) que transporte o calor para a superfície – gera-
se uma corrente contínua de calor.

Jazigos de baixa Jazigos de alta


entalpia entalpia

Temperaturas
Temperaturas
entre 50ºC -
acima de 150ºC
150ºC

Produção de
Aquecimento de
energia elétrica
infraestruturas,
em centrais
uso termal
geotérmicas

Portugal
Açores
Continental

Aspetos positivos:
o Reduzida emissão de gases com efeito de estufa;
o Risco ambiental reduzido;
o Alta rentabilidade em locais onde há alta entalpia.

Aspetos negativos:
o Reduzido número de locais com potencial
geotérmico;
o Custos de instalação e segurança.

Bruna Teixeira
Energia hidroelétrica

Aspetos positivos:
o Produção de energia elétrica de forma contínua e sustentada;
o Aproveitamento da água;
o A energia pode ser armazenada.

Aspetos negativos: Barragem no Douro


o Inundações de grandes áreas;
o Alterações nos ecossistemas;
o Recuo da linha de costa.

Energia eólica

o Produção de eletricidade a partir da energia mecânica do vento;


o Recorre-se a aerogeradores;

Aspetos positivos:
o Fáceis de montar;
o Pequena ocupação do solo.

Aspetos negativos:
o Impacte visual;
o Poluição sonora;
o Só explorável nalguns locais.

Bruna Teixeira
Energia solar

o Aproveitamento da luz e do calor que o Sol


transmite
o Recorre-se a vários sistemas:
▪ Fotovoltaica
▪ Térmica

Energia das ondas

o Aproveitamento da energia do mar, a partir de


diversos movimentos;
o Maior investimento na criação de unidades
produtivas.

Central do Pico

Energia da biomassa

o Aproveitamento da energia armazenada em plantas e resíduos orgânicos;


o Há queima dos materiais para produção de eletricidade;
o Obtenção de óleos e álcoois de origem vegetal.

Bruna Teixeira
Recursos minerais

Recursos metálicos
o Ex: alumínio, cobre, ouro, pirite…
o Explorados em minas
▪ Subterrâneas
▪ A céu aberto

Recursos não metálicos


o Rochas ex: mármore, calcário, arenitos…
o Explorados em pedreiras

Recursos minerais metálicos

o Jazigo mineral – local onde a concentração média de um elemento químico se encontra em


concentração muito superior ao clarke desse elemento.

o Clarke – concentração média de um


elemento químico na crusta terrestre.

o Ganga/estéreis – material sem interesse


económico que acompanha o minério
extraído dos jazigos.

o Minério – material com interesse


económico.
Minério Estéril

Bruna Teixeira
Recursos minerais não metálicos

Origem Principais aplicações


Granito Construção civil (vias de comunicação, habitações, etc.)
Basalto Construção civil (habitações, etc.)
Xisto Construção civil (revestimento de casa, telhados, mesas de
bilhar, etc.)
Mármore Construção civil, decoração, esculturas, etc.
Calcário Construção civil (revestimentos de interiores, mobiliário de
cozinhas, casas de banho, cimento, etc.)
Areias Construção civil, indústria vidreira, indústria cerâmica, etc.
Argilas Indústria cerâmica, indústria do papel, produção de cimento,
etc.

Problemas ambientais da atividade mineira

Impactes ambientais e na saúde

o Escombreiras (acumulação de produtos estéreis, superficiais, junto às explorações mineiras);

o Desflorestação; Escombreiras das minas da Panasqueira

o Remoção de camadas de solo;

o Implementação de infraestruturas;

o Instabilidade dos solos;

o Lixiviação (deslocamento de metais pesados e


elementos químicos tóxicos da superfície para
camadas mais profundas do solo);

o Contaminação dos solos e das águas – cádmio,


mercúrio, zinco ex: acidificação;

o Doenças profissionais – ex: pó de sílica, silicose (problemas respiratórios).

Bruna Teixeira

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