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1.

8 Forma canônica de uma função booleana


Forma canônica de uma função booleana é todo o
produto de somas ou soma de produtos nos quais
aparecem todas as variáveis em cada um dos termos que
constituem a expressão, em forma direta ou
complementada.
Ex: S1=a.b.c+a.b.c+a.b.c
S2 =(a+b+c).(a+b+c ).(a+b+c )

As funções do tipo S1 tomam o nome de primeira forma


canônica ou MINTERMS, e as do tipo S2 denominam-se
segunda forma canônica ou MAXTERMS.
Toda a função logica pode ser expressa na sua forma
canônica realizando as devidas transformações.
1.9 Forma de obter a função logica a partir da Tabela
de Verdade
A partir da tabela-verdade é possível obter a função na
forma canônica em qualquer das suas duas modalidades.
•  A primeira forma canônica obtém-se somando todos os
produtos lógicos que dão a função o valor 1.
•  A segunda forma canônica obtém-se multiplicando
todas as somas logicas que dão a função o valor 0.
a b c f
0 0 0 1
0 0 1 0
0 1 0 0
1 0 0 0
1 0 1 1
1 1 0 1
1 1 1 0
Para representar a primeira forma canônica, devemos
deter-nos nos primeiros pontos onde o valor da função e 1.
O numero de termos da expressão será igual ao numero
de uns que figuram na coluna correspondente a função de
saída; portanto, nesse caso a expressão será:
f = a.b.c + a.b.c + a.b.c
Para obter a segunda forma canônica, devemos fixar-nos
nos zeros da coluna da função. O numero de termos será
igual ao numero de zeros que aparecem nessa coluna. A
expressão tomara a seguinte forma:
f = ( a + b + c ). ( a + b + c ). ( a + b + c ). ( a + b + c )
O valor da primeira e da segunda forma canônicas obtido
de uma mesma tabela de verdade e o mesmo.
Nota: Não e preciso representar as duas formas, mas
apenas aquela que apresenta menos temos.
2. Introdução
No projeto de circuitos digitais e muito importante simplificar as
funções obtidas da tabela de verdade ou diretamente do enunciado
do problema. Quanto mais simples forem, menor será o numero de
componentes necessários para a sua concretização em forma de
circuitos lógicos.

2.1 Simplificação pelo método algébrico

Não existem regras rígidas para fazer simplificação por este método.
Consiste em reduzir uma função lógica recorrendo, na medida do
possível, aos postulados, propriedades e teoremas da álgebra de
Boole.
Exemplo:

f = a + b ⋅ (a ⋅ c )
Aplicando primeiro o teorema de De Morgan ao termo

(a ⋅ c ) resulta f = a + b ⋅ ( a + c)

através da propriedade distributiva f = a+b⋅a+b⋅c

Por aplicação da Lei da absorção que diz a+b⋅a = a

Obteremos como resultado final f = a+b⋅c


2.2. Passagem de uma função a forma canônica

As formas canónicas facilitam o processo de simplificação das


expressões lógicas.

Mintermo – é um produto em que cada uma das variáveis aparece


apenas uma vez, na forma complementada ou não complementada.

A cada combinação de valores das variáveis de entrada está


associado um mintermo, identificado por mj, onde j é o valor decimal
equivalente ao valor binário da combinação para a qual o mintermo
tem o valor 1.
Símbolo' X' Y' Z' Mintermos'
m0# 0# 0# 0# X ⋅Y ⋅ Z #
m1# 0# 0# 1# X ⋅Y ⋅ Z #
m2# 0# 1# 0# X ⋅Y ⋅ Z #
m3# 0# 1# 1# X ⋅Y ⋅ Z #
m4# 1# 0# 0# X ⋅Y ⋅ Z #
m5# 1# 0# 1# X ⋅Y ⋅ Z #
m6# 1# 1# 0# X ⋅Y ⋅ Z #
m7# 1# 1# 1# X ⋅Y ⋅ Z #
#

Ø  Forma canónica soma de produtos – quando a expressão é


constituída pela soma lógica dos mintermos para os quais a função
toma o valor 1.
Exemplo:
Dada a tabela de verdade da função F(X,Y,Z)
Símbolo' X' Y' Z' Mintermos' F' F'
m0# 0# 0# 0# X ⋅Y ⋅ Z # 1# 0#
m1# 0# 0# 1# X ⋅Y ⋅ Z # 0# 1#
m2# 0# 1# 0# X ⋅Y ⋅ Z # 1# 0#
m3# 0# 1# 1# X ⋅Y ⋅ Z # 0# 1#
m4# 1# 0# 0# X ⋅Y ⋅ Z # 0# 1#
m5# 1# 0# 1# X ⋅Y ⋅ Z # 1# 0#
m6# 1# 1# 0# X ⋅Y ⋅ Z # 0# 1#
m7# 1# 1# 1# X ⋅Y ⋅ Z # 1# 0#
#
A forma canónica soma de produtos ou Minterms de F(X,Y,Z) é dada
pela expressão.
F ( X,Y, Z ) = X ⋅Y ⋅ Z + X ⋅Y ⋅ Z + X ⋅Y ⋅ Z + X ⋅Y ⋅ Z ou
F ( X,Y, Z ) = m0 + m2 + m5 + m7 ou
F ( X,Y, Z ) = ∑ m ( 0, 2, 5, 7) …notação reduzida
O complemento da função contém os mintermos não incluídos na
função original.
Para o exemplo anterior, temos:
F ( X,Y, Z ) = X ⋅Y ⋅ Z + X ⋅Y ⋅ Z + X ⋅Y ⋅ Z + X ⋅Y ⋅ Z ou
F ( X,Y, Z ) = ∑ m (1, 3, 4, 6 )

Qualquer expressão lógica de uma função pode ser manipulada de


modo a exprimir-se na forma canónica soma de produtos.

Exemplo:
Exprime a função a seguir na forma canónica soma de produtos.
F (A, B, C ) = A + BC
Sabendo que
A+ A = B + B = C +C =1
F ( A, B, C ) = A ( B + B ) (C + C ) + ( A + A ) BC
F(A, B, C) = A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C
F ( A, B, C ) = A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C
F (A, B, C ) = ∑ m(3,4,5,6,7)
Maxtermo – é uma soma em que cada uma das variáveis aparece
apenas uma vez, na forma complementada ou não complementada.

A cada combinação de valores das variáveis de entrada está associado


um maxtermo, identificado por Mj, onde j é o valor decimal
equivalente ao valor binário da combinação para a qual o maxtermo
tem o valor 0.

Símbolo' X' Y' Z' Maxtermos'


M0# 0# 0# 0# X +Y + Z #
M1# 0# 0# 1# X +Y + Z #
M2# 0# 1# 0# X +Y + Z #
M3# 0# 1# 1# X +Y + Z #
M4# 1# 0# 0# X +Y + Z #
M5# 1# 0# 1# X +Y + Z #
M6# 1# 1# 0# X +Y + Z #
M7# 1# 1# 1# X +Y + Z #
#
Forma canónica produto de somas – quando a expressão é
constituída pelo produto lógico dos maxtermos para os quais a
função toma o valor 0 (zero).

Exemplo:
Dada a tabela de verdade da função F(X,Y,Z)

Símbolo' X' Y' Z' Maxtermos' F' F'


M0# 0# 0# 0# X +Y + Z # 1# 0#
M1# 0# 0# 1# X +Y + Z # 0# 1#
M2# 0# 1# 0# X +Y + Z # 1# 0#
M3# 0# 1# 1# X +Y + Z # 0# 1#
M4# 1# 0# 0# X +Y + Z # 0# 1#
M5# 1# 0# 1# X +Y + Z # 1# 0#
M6# 1# 1# 0# X +Y + Z # 0# 1#
M7# 1# 1# 1# X +Y + Z # 1# 0#
#
F ( X,Y, Z ) = ( X + Y + Z ) ( X + Y + Z ) ( X + Y + Z ) ( X + Y + Z )
F ( X,Y, Z ) = M1M 3 M 4 M 6
F (X , Y , Z ) = ΠM (1,3,4,6) …notação reduzida

O complemento da função contém os maxtermos não incluídos na


função original. Para o exemplo anterior, temos

F ( X,Y, Z ) = ( X +Y + Z ) ( X +Y + Z ) ( X +Y + Z ) ( X +Y + Z )
F ( X,Y, Z ) = ΠM ( 0, 2, 5, 7)

Qualquer expressão lógica de uma função pode ser manipulada de


modo a exprimir-se na forma canónica de produtos de somas.
Exemplo:
Expressar a função a seguir n a forma canónica de produto de somas.

F ( A, B, C ) = A (B + C )

Sabendo que AA = BB = CC = 0 e que XX = X

F ( A, B, C ) = ( A + BB + CC ) ( AA + B + C )
= ( A + B + C)( A + B + C)( A + B + C)( A + B + C)( A + B + C)( A + B + C)
= ( A + B + C)( A + B + C)( A + B + C)( A + B + C)( A + B + C)

F (A, B, C ) = ΠM (2,4,5,6,7)
Conversão entre formas canónicas

•  Conversão de FCSP para FCPS


Considerar os Maxterms não incluídos nos Minterms

Exemplo
F ( A, B, C ) = ∑ m ( 0, 2, 5, 7) = ΠM (1, 3, 4, 6 )

•  Conversão de FCPS para FCSP


Considerar os Minterms não incluídos nos Maxterms

Exemplo
F ( A, B, C ) = ΠM (1, 3) = ∑ m ( 0, 2, 4, 5, 6, 7)
M j = mj
Exemplo: M4 = X +Y + Z

((X + Y + Z )) ( dupla negação)


(X ⋅ Y ⋅ Z ) (teorema de De Morgan)
m4

Exercício
Demostre que a forma canónica complementada da função é
verdadeira
F ( A, B, C ) = m0 + m2 + m5
F ( A, B, C ) = M 0 ⋅ M 2 ⋅ M 5
Demonstração:
F (A, B, C ) = (m0 + m2 + m5 ) = m0 ⋅ m2 ⋅ m5 = M 0 ⋅ M 2 ⋅ M 5
F ( A, B, C ) = (M 1 ⋅ M 3 ⋅ M 4 ⋅ M 6 ⋅ M 7 )
= M 1 + M 3 + M 4 + M 6 + M 7 = m1 + m3 + m4 + m6 + m7
Tabelas de verdade

As tabelas de verdade constituem um dos processos de descrição das


funções lógicas.

Vantagens:
•  Facilidade com que se obtém a partir da formulação verbal da
função a implementar.
•  Facilidade na obtenção das expressões algébricas nas formas
canónicas.
•  Constituem o ponto de partida para métodos gráficos e tabulares
de simplificação de funções (mapas de Karnaugh).
Construção da tabela de verdade a partir da formulação
verbal

Construir a função F(X,Y,Z) que tenha o valor 1 sempre que o número


de 1’s nas variáveis de entrada X,Y e Z seja um número ímpar.

X" Y" Z" Z"


0" 0" 0" 1"
0" 0" 1" 0"
0" 1" 0" 1"
0" 1" 1" 0"
1" 0" 0" 1"
1" 0" 1" 0"
1" 1" 0" 1"
1" 1" 1" 0"
"
Formas canónicas a partir da tabela de verdade
Dada a tabela de verdade da função lógica F(A,B,C)

X" Y" Z" Z"


0" 0" 0" 1"
0" 0" 1" 0"
0" 1" 0" 1"
0" 1" 1" 0"
1" 0" 0" 1"
1" 0" 1" 0"
1" 1" 0" 1"
1" 1" 1" 0"
"

F(A,B,C) é uma função lógica de 3 variáveis A,B e C, assumindo o valor


1 para as combinações 001, 010 e 110 e o valor 0 para as combinações
000, 011, 100, 101 e 111.
Recorrendo à definição de mintermo e maxtermo, facilmente se obtém
da tabela a expressão lógica da função na forma canónica soma de
produtos:
F (A, B, C ) = A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C + A ⋅ B ⋅ C = m1 + m2 + m6 = ∑ m(1,2,6)

ou na forma canónica produto de somas:

F ( A, B, C ) = ( A + B + C )⋅ (A + B + C )⋅ (A + B + C )⋅ (A + B + C )⋅ (A + B + C )
= M 0 ⋅ M 3 ⋅ M 4 ⋅ M 5 ⋅ M 7 = ΠM (0,3,4,5,7 )

Determinação da tabela de verdade a partir de uma


expressão lógica

1º Método – Avaliação da expressão recorrendo a cálculos


intermédios
F ( X , Y , Z ) = X + YZ
Variáveis)de)entrada) Cálculos) F(X,Y,Z))
intermediários))
X) Y) Z) Z) YZ ) X +YZ )
0" 0" 0" 1" 0" 0"
0" 0" 1" 0" 0" 0"
0" 1" 0" 1" 1" 1"
0" 1" 1" 0" 0" 0"
1" 0" 0" 1" 0" 1"
1" 0" 1" 0" 0" 1"
1" 1" 0" 1" 1" 1"
1" 1" 1" 0" 0" 1"
"

2º Método – Interpretação/leitura da expressão lógica.

Quando as expressões lógicas estão na forma soma de produtos ou


produtos de somas, é possível efetuar-se uma interpretação da
expressão que permita a obtenção da tabela-verdade de uma forma
explicita.
Exemplo: F ( X , Y , Z ) = X + YZ
A expressão encontra-se na forma soma de produtos, logo podemos
concluir que a função F toma o valor 1.

Quando X = 1

⇒ X = 1; ∀Y ; ∀Z Nº de termos = 4;5;6;7
Ou
Quando YZ = 1
⇒ ∀X ; Y = 1; Z = 1
⇒ ∀X ; Y = 1; Z = 0 Nº de termos = 2;6
X" Y" Z" F(X,Y,Z)"
0" 0" 0" 0"
0" 0" 1" 0"
0" 1" 0" 1"
0" 1" 1" 0"
1" 0" 0" 1"
1" 0" 1" 1"
1" 1" 0" 1"
1" 1" 1" 1"
"
F ( X , Y , Z ) = X + YZ ⇔ ( X + Y ) ⋅ (X + Z )
A expressão encontra-se na forma produto de somas, logo podemos
concluir que a função F toma o valor 0:
Quando X + Y = 0
⇒ X = 0; Y = 0; ∀Z Nº de termos = 0;1
Ou quando X +Z =0
⇒ X = 0; ∀Y ; Z = 0
⇒ X = 0; ∀Y ; Z = 1 Nº de termos = 1; 3

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