Você está na página 1de 42

Manual de Formação

CURSO: Técnicas de Informação e Animação


Turística

MÓDULO: 3498 – Animação Grupos Especiais

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

1
Índice Página

Objectivos 2

Apresentação Modular 3

Conceitos 5

A Procura Turística (Acessível) 6


Tipologia de Deficiências 7
Deficiência visual 10

Deficiência motora 13

Deficiência mental 15

Deficiência auditiva 17

Necessidades das pessoas com deficiência 20

O Turismo Acessível 21
Desporto e Actividades 27
Bibliografia/Fontes de Informação 28

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

2
Curso: Técnicas de Informação e Animação Turística

Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais

Objectivos:

 Identificar e planificar programas de animação de grupos


especiais

 Conhecer as várias tipologias de incapacidades

 Apreender as especificidades do turista acessível

 Compreender a importância do Turismo Acessível para a qualidade


de um Destino Turístico

 Adaptar metodologias e técnicas de animação a esta tipologia de


turistas

 Desenvolver propostas de actividades de animação para grupos


especiais

Conteúdos a leccionar

 Programas de animação para grupos especiais


 Normas de utilização do material
 Regulamentação destinada a crianças
 Programas de terceira idade
 Programas adaptados a portadores de deficiência
 Adaptação de programas ao espaço

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

3
Apresentação Modular

Se o Turismo é um direito universal, então é-o também para as pessoas


com incapacidade. A associação entre os conceitos de acessibilidade e
de turismo dá lugar ao Turismo Acessível, uma definição complexa que
não se limita apenas às pessoas com deficiência, como muitos ainda
teimam em ver, e que não encontra em Portugal expressão significativa
nos dias que correm. A complexidade das necessidades específicas ao
turista com incapacidade obriga um qualquer Destino Turístico a
reorganizar-se e a requalificar os seus serviços turísticos (ou não)
oferecidos no quadro de uma oferta turística comum. Esse efeito será
obtido pela aplicação eficaz da abordagem sistemática na tarefa de o
acessibilizar.

Este módulo visa consciencializar o formando para as necessidades


deste tipo de turista, reorganizando-se a oferta dos destinos, em prol
do umbrella Turismo Acessível.

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

4
Conceitos

Turismo Acessível

Conjunto de serviços e infra-estruturas capazes de permitir às pessoas


com necessidades especiais apreciar as suas férias e tempos de lazer
sem barreiras ou problemas particulares
Fonte: Darcy, 1996

Turista Acessível

As “pessoas com incapacidades” incluem todas as pessoas que, devido


ao ambiente onde estão inseridas, sofrem uma limitação ao nível da sua
capacidade relacional e apresentam necessidades especiais durante a
viagem, no alojamento, e ao nível de outros serviços turísticos. São
particularmente indivíduos com incapacidades físicas, sensitivas e
intelectuais ou outros que se encontrem em circunstâncias médicas que
requerem cuidados especiais, tais como pessoas idosas e outras com
necessidade de auxílio provisório.

(Assembleia Geral da Organização Mundial de Turismo, Senegal, Dezembro 2005)

Esta definição recorda que a incapacidade não se restringe apenas à


dimensão da deficiência, como durante muito tempo se veiculou,
abrindo-se hoje a outras dimensões, desde a incapacidade permanente
(doenças crónicas, problemas associados à idade e à deficiência
congénita ou adquirida) à incapacidade temporária (o acidentado e o

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

5
doente, a criança até aos cinco anos e a mulher em avançado estado de
gravidez)

A Procura Turística (Acessível)


Identificação e Caracterização dos clientes de turismo
acessível
Uma parte importante da população que viaja e procura serviços
turísticos, ou que pode considerar-se como clientela potencial desta
oferta turística específica, apresenta necessidades especiais que tem
que ver com a sua mobilidade, ou capacidade de comunicar.

Referimo-nos a pessoas com problemas de deslocação e comunicação e com


dificuldade de utilizar, com autonomia todos os serviços turísticos
comuns.

Na Europa, 10% da população (~ 50 milhões de pessoas) são oficialmente


reconhecidas como incapacitadas.

Fonte: Neoturis

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

6
Tipologia de Deficiências
Qual o significado da palavra “deficiência”?

Segundo a Organização Mundial de Saúde, deficiência é o substantivo


atribuído a toda a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função
psicológica, fisiológica ou anatómica. Refere-se, portanto, à biologia
do ser humano.

O que é ser portador de deficiência?

Esta é uma questão que ainda não obteve uma resposta consensual entre
as várias entidades responsáveis.

De uma forma geral, considera-se deficiência qualquer limitação física


e/ou mental que limite a capacidade da pessoa para dar resposta a
determinada situação ou tarefa.

No entanto, esta definição tem sido considerada como redutora e várias


instituições que lutam pelos direitos das pessoas portadoras de alguma
deficiência sugerem a sua alteração.

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

7
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o conceito de deficiência é
algo complexo, pois engloba alguma incapacidade física ou mental de um
indivíduo que dificulta ou limita a sua capacidade na execução de
determinada/s tarefa/s e/ou acções, restringindo a sua participação em
acções do dia-a-dia.

Numa perspectiva mais ampla, esta definição engloba todos os seres


humanos, pois todos temos as nossas limitações que balizam a nossa
capacidade de resposta face a determinadas tarefas ou acções. A
diferença reside assim (e apenas) no facto de que em alguns as
limitações estão mais à vista – ou por outro lado, alguns conseguem
esconder melhor as suas limitações.

Ou seja, no fundo, termo da deficiência reflecte assim a interacção


entre capacidades de uma pessoa e as capacidades da sociedade em que
vive (que pode impor mais ou menos barreiras face às limitações de
cada um).

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

8
Quais os vários tipos de deficiência?

A pessoa especial pode ser portadora de deficiência única ou de


deficiência múltipla (associação de uma ou mais deficiências). As
várias deficiências podem agrupar-se em quatro conjuntos distintos,
sendo eles:

Deficiência visual
Deficiência Motora
Deficiência Mental
Deficiência Auditiva

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

9
• Deficiência visual
As deficiências visuais podem surgir em qualquer idade, mas muitos
caso de deficiência visual são de origem congénita.

Para as pessoas com deficiência visual as principais dificuldades


estão na mobilidade, na orientação e na comunicação.
As pessoas com grave deficiência visual podem aprender Braille, o que
lhe permite ler utilizando os caracteres próprios daquela escrita,
podem beneficiar de programas de formação destinados à utilização do
remanescente visual e à melhoria da respectiva mobilidade e orientação

Cão Guia para invisuais

Pessoas cegas e com deficiência visual


Tanto as pessoas cegas como as que tem visão parcial estão neste
grupo. Contudo é importante fazer a destrinça entre as pessoas cegas e
as que têm visão parcial.

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

10
A pessoa cega não vê, mas “sente” o mundo através dos outros
sentidos (tacto, audição, olfacto, gosto).

Ela ouve e sente a presença dos outros. A pessoa com deficiência


visual não vê bem, mas tem visão
residual.

Chama-se a atenção para o facto de


que apenas uma percentagem limitada
de pessoas com deficiência visual é
totalmente cega. Em consequência de
sua incapacidade visual, os
restantes sentidos estão em regra
mais desenvolvidos nestas pessoas.

Necessidades

 Contacto estabelecido com as pessoas baseado numa contínua troca


de informação oral;
 Poderem tocar nos objectos/ pessoas para que possam proceder a
uma melhor identificação;
 Iluminação e contrastações especiais (para as pessoas com
deficiência visual), marcas de referência para que alcancem um
maior grau de autonomia;

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

11
 De terem explicações e descrições claras do meio físico que as
rodeia, a fim de poderem detectar o caminho e os obstáculos para
uma mais fácil deslocação;
 Terem acesso a dispositivos de compensação (bengalas, cães-
guias, etc);
 Em caso de emergência receberem atenção especial.

Formas de facilitar a comunicação

 Pôr de lado os preconceitos ligados ao aspecto da pessoa com


deficiência;
 Fazer incidir a sua atenção na pessoa, na sua funcionalidade e
participação, e não na deficiência visual;
 Coloque-se junto à pessoa para que ela o possa identificar mais
facilmente;
 Fale sempre directamente para a pessoa com deficiência e não
para o acompanhante;
 Pergunte se ela precisa de ajuda, mas não tome a iniciativa de
ajudar sem perguntar previamente;
 Melhor que a informação escrita, proponha um gravador. Na
informação escrita use letra maiúscula ou o Braille( também se
podem utilizar outros meios –mapas em relevo, menus, guias);

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

12
 Caso não se possa disponibilizar material áudio ou escrito, leia
em voz alta, com um timbre de voz normal, a informação
necessária – direcções, descrições, menus, etc;
 Faça-se compreender através de palavras porque não é possível
aprenderem a comunicação expressiva ou gestual;
 Descreva de forma clara o meio físico e os locais, identificando
a posição dos obstáculos, mobiliário, como as mesas estão
postas, etc, baseando-se em referência conhecidas como os
ponteiros do relógio, os pontos cardeais....;
 No cumprimento do que está legislado deverá aceitar sempre os
cães-guia;
 Não distraia o animal e verifique se ele pode aceder a todos os
lugares;
 Não desloque objectos pessoais ou mobiliário no quarto de hotel
durante a permanência do hóspede;
 No transporte, anuncie oralmente a paragem seguinte;
 Informe a pessoa se, por qualquer motivo, a tem de deixar só;
 Coordene a sua actividade com as dos outros prestadores de
serviços;
 Dispense uma atenção particular nos casos de emergência que
possam ocorrer.

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

13
• Deficiência motora

O que é deficiência motora?

Deficiência motora refere-se à dificuldade ou até impossibilidade em


mexer, controlar ou coordenar algum tipo de movimento motor. Esta
incapacidade pode ser transitória ou permanente e pode ser congénita
ou adquirida por acidente ou doença.

Há vários graus de incapacidade motora que é tanto maior quanto o


nível de movimentos afectados.

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

14
Pessoas com mobilidade condicionada

As pessoas com deficiência física podem usar


uma cadeira de rodas (eléctrica ou manual) ou
experimentarem dificuldades na marcha,
utilizando por vezes, canadianas ou bengalas.
Todas elas podem ter graus diferentes de
autonomia: algumas podem andar e dar uns
tantos passos, outros utilizam a cadeira de
rodas durante períodos curtos ou, por vezes,
permanentemente.

Outras ainda podem ter dificuldade em controlar os movimentos e em


expressar-se, mas tal não significa diminuição das capacidades
intelectuais.

Necessidades

 Informação precisa e pontual sobre o grau


de acessibilidade do lugar para onde se
dirigem (degraus, rampas, elevadores,
largura das porta, instalações sanitárias)
para que possam julgar por si próprias se
está adaptado às suas necessidades
específicas;
 Acesso total às infra-estruturas e
respectiva utilização;
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

15
 Ajudas técnicas para compensar os diversos problemas que possam
surgir;
 Serem capazes de estabelecer e acompanhar o próprio ritmo;
 Receberem, ocasionalmente,
assistência para subir
escadas, caso seja de todo
necessário;
 Receberem auxílio ao
transportar bagagem ou
embrulhos, etc.
 Por vezes, receberem
assistência para se levantar
ou sentar;
 Superfícies não deslizantes
para se evitarem quedas;
 Receberem atenção especial sempre que ocorram casos de
emergência.

• Deficiência mental

Pessoas com dificuldade de aprendizagem

O comportamento e as necessidades das pessoas com dificuldades de


aprendizagem são muito diversificadas e relacionadas com o grau de
deficiência. O respectivo grau de autonomia pode igualmente variar.
Oscila entre sinais muito ténues e quase invisíveis até situações onde
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

16
é indispensável assistência e ajuda. Neste último caso, as pessoas
viajam, normalmente, com acompanhante.

A pessoa com dificuldades de aprendizagem experimenta algumas


limitações em compreender e na capacidade para tomar decisões.

Algumas pessoas poderão ter reacções complexas relativamente a


determinadas situações (ansiedade, temor, depressão, dificuldade em
orientar-se, etc) ou apresentar dificuldades em comunicar.

Necessidades
 Relacionamento pessoal;
 Comunicação e comportamento amigáveis;
 Serem capazes de comunicar sem preconceitos;
 Serem tratados com afeição e de uma forma natural, sem se
demonstrar piedade indevida;
 Serem bem-vindas a participar plenamente nas actividades de
lazer e entretenimento, que foram organizadas, de modo a que se
sintam queridas e necessárias;
 Que as marcas de referência sejam fáceis de entender e perceber
em qualquer parte (pictogramas);

Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

17
 Receberem particular atenção sempre que ocorram casos de
emergência.

Formas de facilitar a comunicação

 Ponha de parte os preconceitos relacionados com aparência de


uma pessoa com uma incapacidade/deficiência;
 Seja compreensivo e tenha uma atitude amigável;
 Demonstre uma atitude desinibida e atenciosa;
 Expresse-se de modo claro e simples, utilizando a forma
afirmativa;
 Não adopte uma atitude infantil;
 Evite explicações longas e confusas;
 Seja concreto e certifique-se de que as suas explicações foram
compreendidas, não hesitando em repeti-las, se necessário;
 Leve o tempo que for necessário para comunicar;

 Esteja preparado para reacções mais prolongadas;


 Coordene a sua actividade com a dos outros prestadores de
serviços;
 Dispense uma atenção especial em caso de ocorrência de
emergência.

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

18
• Deficiência auditiva
As deficiências auditivas, como acontece com as visuais, podem ocorrer
em qualquer idade e podem estar relacionados com factores de natureza
hereditária ou congénita (malformações /alterações morfológicas) ou na
sequência de alterações que se manifestam aquando do nascimento ou
decorrentes de doenças.

As consequências mais graves da deficiência auditiva que podem surgir


no decurso de qualquer estádio precoce, é o atraso relacionado com o
desenvolvimento da fala e da língua. Muitos dos que experimentam
dificuldades auditivas podem, igualmente, ter dificuldades em
compreender e em controlar a sua própria expressão.

Pessoas surdas e com deficiência auditiva

Este tipo de deficiência é difícil de perceber de imediato, a menos


que a própria pessoa a dê entender. É necessário também fazer a
distinção entre pessoas surdas e pessoas com audição reduzida. Estas
têm dificuldades acrescidas em ambientes muito barulhentos. Quem é
surdo desde nascença pode, igualmente, ter dificuldades na fala e
erroneamente é designado por “surdo-mudo”.

Muitas pessoas com deficiência auditiva podem utilizar língua gestual


para comunicar e leitura labial, lendo os lábios do respectivo
interlocutor.

Algumas pessoas surdas ou com deficiência auditiva usam próteses para


a audição.
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

19
Necessidades

 Contacto visual com o interlocutor;


 Boa iluminação para que possam fazer leitura labial;
 Num grupo, têm necessidades de receber a informação ao mesmo
tempo que os demais;
 Receber atenção especial nos casos de emergência (os avisos
sonoros são ineficazes...);
 Ter possibilidade de utilizar um meio alternativo de comunicação
caso não haja compreensão;
 Existir conhecimento básico de língua gestual portuguesa.

Formas de facilitar a comunicação

 Coloque-se em frente da pessoa de modo a que haja um contacto


visual, com iluminação apropriada para permitir a leitura
labial;
 Não cubra a sua boca com as mãos;
 Apresente-se sempre e explique ao que vem, e o que faz;
 Identifique com a ajuda da própria pessoa qual a respectiva
situação e os métodos de comunicação;
 Escolha um meio ambiente sossegado para comunicar;
 Esteja preparado para levar mais tempo ao estabelecer contacto
para conversar;
 Fale para a pessoa, devagar, articulando bem as palavras e
olhando-a directamente;
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

20
 Fale em ritmo normal, evitando exagerar os movimentos da boca e
sem levantar a voz (isto não ajuda, em principio, salvo se for a
própria pessoa a solicitá-lo) e o gesticular pode servir de
ajuda;
 Utilize frases curtas, palavras claras e esteja preparado para
repetir o que foi dito;
 Tenha à mão papel para poder comunicar por escrito;
 Certifique-se sempre de que a informação é bem compreendida;
 Dispense atenção especial em casos de emergência;
 Proponha meios auxiliares de comunicação como telefones de texto
ou faxes;
 Aceite usar pequenas ajudas técnicas como microfones;
 Certifique-se se a pessoa surda faz parte do grupo de
conversação, caso contrário ela permanecerá isolada;
 Coordene a sua actividade com a dos outros prestadores de
serviços.

Necessidades das pessoas com deficiência


Os turistas com deficiência têm sempre, e em todas
as circunstâncias, a necessidade de:

 Respeito e dignidade no acesso aos serviços;

 Serviços de informação eficientes e que


tenham em conta a especificidade da
comunicação que cada caso exige;

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

21
 Informação precisa e integrada no que concerne aos serviços a
dispensar;

 Conhecimento das suas necessidades específicas, face as serviços


em oferta;

 Transportes adequados;

 Barreiras físicas eliminadas de forma a terem acesso a todas as


infra-estruturas turísticas;

 Uniformização dos critérios e das normas de acessibilidade a


nível internacional (De referir nesta matéria o trabalho
desenvolvido a nível europeu pelo Europcan Concept for
Acessibility).

O Turismo Acessível

O QUE É SER ACESSÍVEL?

O tema das acessibilidades é um tema bastante complexo, cuja definição


ainda não obteve um consenso geral. Isto porque “ser acessível”
implica sê-lo para “todas as pessoas, portadoras de alguma

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

22
deficiência ou não”.

Isto implica que deve, por exemplo, ser acessível a pessoas sem
deficiência, a deficientes motores, a cegos, a surdos, a diabéticos,
(...), ou seja, a todas as pessoas.

Mesmo que nos foquemos apenas na deficiência motora, o conceito de


acessibilidade varia de pessoa para pessoa, consoante o tipo e nível
de lesão.

No entanto, não podemos ficar presos às limitações do conceito “ser


acessível”.

Neste ponto de vista, considera-se como acessível todos os locais que


permitem a entrada e usufruto do serviço prestado por um
estabelecimento a pessoas em cadeira de rodas e, em geral, a pessoas
com mobilidade reduzida.

Consideramos pessoa com mobilidade reduzida toda aquela que por alguma
razão vê a sua mobilidade “afectada”, quer por lesão temporária ou
permanente, quer pela idade, quer por doença, quer por objectos
externos a si que limitam a sua mobilidade (exemplo: pais que têm de
transportar o seu filho em carrinho de bebé ou pessoa que tem de
transportar bagagem pesada). No entanto é importante salientar que o
nosso foco é especialmente a pessoa em cadeira de rodas.*

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

23
* Quando o estabelecimento está preparado para receber pessoas em
cadeira de rodas por norma está preparado para as pessoas com
mobilidade reduzida em geral.

Material facilitador de mobilidade


Ter atenção às acessibilidades
Alternativa a preços acessíveis

Dimensão ampliada das portas


de acesso
Cuidados arquitectónicos com esta
Balcões adaptados
tipologia de pessoa

Transportes adaptados

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

24
Casas de banho adaptadas

Lugares identificados e regularizados

Razões Sociais e Éticas Turismo Acessível

As pessoas com mobilidade reduzida têm os mesmos direitos que


qualquer outra aos benefícios e oportunidades que o turismo e o
lazer podem oferecer, em condições de conforto e segurança

Responsabilidade social e direito universal de todas as pessoas serem


incluídas em todos os aspectos da vida em sociedade

Melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos, tenham ou não


incapacidade incluindo a população local

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

25
Turismo Acessível numa perspectiva económica

Desenvolvimento da
Oportunidade
oferta turística acessível
de Mercado?

Baseada no Factor de
conceito de design competitividade?
universal

Que oportunidades de expansão para o Turismo Acessível?

 Envelhecimento da população nos países industrializados


 Forte correlação da idade com a incapacidade
 Aumento do volume de turistas idosos
 Desenvolvimento científico e tecnológico promove a autonomia e a
independência

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

26
 Políticas de Integração: mais oportunidades de emprego, maior
rendimento disponível

Falta de produtos turísticos acessíveis


 Deficit de informação relativamente ao mercado potencial,
nacional e estrangeiro
 Barreiras de atitude por parte dos prestadores de situação
actual serviços e de turistas sem incapacidade
 Falta de informação sobre comportamentos em viagem
 Falta de informação sobre as exigências deste mercado
 Falta de investimentos complementares do sector público nas
regiões turísticas
 Insuficiência de coordenação nos destinos Turísticos

Estímulos ao desenvolvimento de destinos turísticos


acessíveis
 Fortalece posição competitiva
 Melhora imagem dos destinos
 Aumenta capacidade de ocupação na época baixa
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

27
 Alto nível de fidelização dos clientes
 Efeito multiplicador

Turismo Acessível: o potencial

O objectivo a longo prazo do Turismo Acessível é a criação de um


ambiente para turistas, onde se pretende que todos, independentemente
das suas necessidades individuais - idade, tamanho ou (in)capacidade -
possam participar activamente
Para alcançar o objectivo, pressupõe-se que toda a cadeia de serviços
do turismo se torne acessível (a partir da promoção e informação até
aos serviços e infra-estruturas)

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

28
Entraves ao Turismo acessível em Portugal
 Inexistência de aluguer de equipamento ortopédico
 Inexistência de rent-a-car adaptado
 Falta de acessibilidades em grande parte dos recursos turísticos
 Falta de estacionamento acessível
 Inexistência de formação de pessoal nos diversos níveis de
recursos turísticos
 Falta de apoio para empresas do género

 Ausência de material de informação turística adaptada

 Barreiras arquitectónicas nos monumentos e cidades

 Sensibilidade do tecido empresarial

 Ausência de fiscalização regulamentada por lei

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

29
Que desporto ou modalidade desportiva pode um deficiente
praticar?

Poderá escolher qualquer modalidade desde que se sinta com capacidade


para a praticar, ainda que com o apoio de uma ajuda técnica ou de um
dispositivo de compensação.

Eis alguns exemplos de modalidades desportivas:

 Atletismo (a pé ou em cadeira de rodas)


 Natação
 Futebol (de 5 e de 7)
 Boccia
 Basquetebol (a pé ou em cadeira de rodas)
 Voleibol
 Ténis (a pé ou em cadeira de rodas)
 Ténis de Mesa (a pé ou em cadeira de rodas)
 Ciclismo (triciclo, bicicleta e tandem)
 Xadrez
 Goal Ball

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

30
 Bowling
 Ginástica
 Pesca
 Tiro
 Tiro com Arco
 Esgrima
 Halterofilia Goal Ball: É um jogo praticado por atletas cegos ou de baixa
visão, cujo o objectivo é arremessar a bola sonora com as
 Judo
mãos para a baliza do adversário. Cada equipa joga com três
 Remo (na água ou indoor) jogadores e todos os atletas usam vendas nos olhos.

 Vela
 Hipismo

Boccia

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

31
Sites Sugeridos

http://www.accessibleurope.com/

http://www.accessibletourism.org/

http://www.tourisme-handicaps.org/

http://acessibilidades.blogspot.com

http://associacaosalvador.com/

http://www.accessibleportugal.com/~

Bibliografia/Fontes de Informação

Assis, S. (1997). Lazer e Deficiência Mental. Editor: Papirus.

Guia de Turismo Acessível Rotas sem Barreiras (2008) Esdime e Terras Dentro, em Portugal, e
Cedeco-Tentudía e Aderco em Espanha

Martins, B. (2006). E se fosse Cego? Narrativas silenciadas da deficiência. Edições


Afrontamento.

RDPE, (2008) Textos técnicos – Acessibilidade e Turismo I, II, III - Publituris

UNESCO (1994). Declaração de Salamanca e enquadramento da acção na área das necessidades


educativas especiais. Adaptado pela Conferência Mundial da UNESCO sobre necessidades
educativas especiais. Edição do Instituto de Inovação Educacional. LISBOA
ACCESSIBLE Tourism – Challenges and Opportunities – Sustainable Tourism – Australia

Curso de Turismo Accesible (2004) – Ministerio de Trabajo y Asuntos Sociales – Real Patronato
sobre Discapacidad –Espanha

Franco, P. y García-Milà, X.:“Manual de accesibilidad a hoteles para personas con movilidad


reducida.” Real Patronato de Prevención y de Atención a Personas con Minusvalía / Secretaría
de Estado de Comercio,Turismo y de la Pequeña y Mediana Empresa. 1997.

NOTA: Esta lista pretende ser meramente indicativa das obras referidas em aula ou consideradas relevantes para o
estudo; não obsta, por isso, à utilização de outras obras aqui não referidas e consideradas importantes para o
aprofundamento do estudo.

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

32
ANEXOS

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

33
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

34
Linguagem Gestual
Tenta repetir as letras fazendo os gestos da figura. Memoriza os do teu
nome, vais precisar deles!...

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

35
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

36
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

37
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

38
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

39
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

40
Técnicas de Informação e Animação Turística |
Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

41
E agora experimenta dizer o teu nome em Língua Gestual!

Técnicas de Informação e Animação Turística |


Módulo: 3498 Animação Grupos Especiais
Formador: João Cunha ©

42

Você também pode gostar