Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Publication PDF
Publication PDF
Ponte
Itapaiúna
Obra vital para destravar o trânsito na zona Sul paulistana,
venceu vários desafios em sua execução, desde as
fundações até o uso de balanços sucessivos mesclado
com apoio sobre cimbramento
ENTREVISTA
Indio da Costa fala da importância
do engenheiro de estruturas em
seus projetos
NOSSO CRAQUE
A experiência de Ernani Diaz em
inúmeros projetos de infraestrutura
ÍNDICE | REVISTA ESTRUTUR A
58 | INOVAÇÃO
25 | ESPAÇO ABERTO OBRAS DE EXPANSÃO DO SHOPPING
CONSTRUÇÃO EM AÇO IGUATEMI DE FORTALEZA
12 44 | ARTIGO RETRÔ
VIBRAÇÕES
74 | AGENDA
CALENDÁRIO DE CURSOS
EXPEDIENTE
A Revista Estrutura é uma publicação da ABECE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
ENGENHARIA E CONSULTORIA ESTRUTURAL, dirigida aos escritórios de engenharia e
engenheiros projetistas, construtoras, arquitetos e demais profissionais do setor.
PRESIDENTE: Jefferson Dias de Souza Junior COMITÊ EDITORIAL: Alexandre Duarte CEP: 01452-001 - São Paulo/SP
VICE-PRESIDENTE DE RELACIONAMENTO: Gusmão, Antonio Laranjeiras, Augusto C. abece@abece.com.br
João Alberto de Abreu Vendramini Vasconcelos, Augusto G. Pedreira de Freitas, Tel.: (11) 3938-9400
Carlos Britez, Cesar Pinto, Daniel Domingues IMPRESSÃO: Editora Gráfica Nywgraf
VICE-PRESIDENTE DE TECNOLOGIA E Loriggio, Douglas Couto, Eduardo Barros
QUALIDADE: Enio Canavello Barbosa Millen, Guilherme A. Parsekian, Guilherme TIRAGEM: 5.000
VICE-PRESIDENTE DE MARKETING: Covas, Inês L. S. Battagin, Joaquim Mota, José CORREÇÃO: Na página 7 da edição
José Luiz V.C. Varela Celso da Cunha, Leonardo Braga Passos, 3 da Revista Estrutura publicamos,
DIRETOR ADMINISTRATIVO FINANCEIRO: Márcio Roberto Silva Correa, Mario Cepollina, equivocadamente, o nome da empresa
Roberto Dias Leme Milton Golombek, Nelson Covas, Ricardo do entrevistado Hugo Corres. O correto é:
Leopoldo e Silva França, Selmo C. Kuperman, FHECOR Ingenieros Consultores.
DIRETORA DE NORMAS TÉCNICAS:
Sergio Hampshire, Valdir Pignatta e Silva.
Suely Bacchereti Bueno Os artigos assinados ou as entrevistas concedi-
EDIÇÃO: Mecânica de Comunicação das refletem as análises e opinião dos autores
DIRETOR DE METÁLICAS: Tomás Vieira
www.meccanica.com.br ou entrevistados e não necessariamente do Co-
DIRETOR DE PONTES E ESTRUTURAS:
JORNALISTA RESPONSÁVEL: mitê Editorial da revista.
João Luis Casagrande
Enio Campoi – MTB 19.194
DIRETOR DE PRÉ-MOLDADOS:
Fabricio Tomo REDAÇÃO: Lázaro Evair de Souza, Sylvia Mie
DIRETORES: Claudio Adler, José Martins PRODUÇÃO GRÁFICA: MGDesign
Laginha Neto, Leonardo Braga Passos, Luiz www.mgdesign.art.br
Aurélio Fortes da Silva, Ricardo Borges Kerr, DIAGRAMAÇÃO: Alcibiades Godoy Cadastre-se no
Thomas Carmona, Túlio Nogueira Bittencourt PUBLICIDADE: ABECE site da ABECE para
SECRETARIA GERAL: Elaine C. M. Silva Av. Brigadeiro Faria Lima, 1.993 - cj. 61 - receber a revista.
03
EDITORIAL
ENGENHARIA,
JUVENTUDE, INOVAÇÃO E
PERSPECTIVAS
N
os últimos anos, o Brasil tem fato que agora temos a chance de colo-
experimentado uma série de car as coisas em ordem, fazer nossa lição
eventos políticos que afeta- de casa e, por que não, nosso mea culpa,
ram quase todos os setores pois, afinal de contas, não importamos
da sociedade. Não obstante, a área de políticos de Marte, eles também são fru-
engenharia é uma das que mais tem so- to de nossa sociedade e cultura. Se qui-
frido com as incertezas politicas, falta de sermos ver algo diferente e mudar nosso
confiança generalizada e retirada de in- país de forma
vestimentos dos setores imobiliário e de efetiva, preci-
infraestrutura. samos come-
Muito disso se deve ao sistema alta- çar a mudar
mente sofisticado de corrupção e pro- nossos pró-
pinas implantado no poder público, com prios hábitos e agir diferente ante as si-
auxílio (quem diria!?) das próprias cons- tuações irregulares e antiéticas. Afinal de
trutoras. Sistema esse que vemos ago- contas, não se pode esperar por resulta-
ra eviscerado pela Operação Lava Jato, dos diferentes fazendo sempre as coisas
onde as maiores empreiteiras do país da mesma forma.
financiaram um esquema bilionário de Acreditamos que a nova geração de
propinas a troco de obras públicas e fa- profissionais tem a chance de fazer o
vores do governo. novo, fazer melhor, fazer de fato a dife-
A perda de confiança do mercado é Entretanto, é na adversidade que se rença. Não só na engenharia, mas em
notória. E a falta de investimentos afe- descobre a oportunidade de inovar e todos os setores da sociedade, passando
tou substancialmente o segmento de crescer, pois em um país como o Brasil principalmente pela política, que em nos-
projetos, onde somos testemunhas da que, apesar de sua liderança regional na so país, é a área mais carente de pessoas
expressiva diminuição do tamanho dos América do Sul e de ter ostentado o sta- competentes e comprometidas com a
escritórios de engenharia e desempre- tus de sétima economia mundial durante Nação. A tempestade foi forte, ainda está
go de profissionais dos mais jovens aos a última década, ainda possuí um grande em curso, mas tende a acalmar e espere-
mais experientes. Uma situação que nos déficit habitacional, reservas minerais das mos a bonança de um novo e próspero
faz, mais uma vez, desperdiçar toda uma mais abundantes do mundo e um povo ciclo econômico para a engenharia.
geração de profissionais jovens, compe- com uma incrível capacidade de se rein-
tentes e cheios de garra e de sonhos que ventar em um curto espaço de tempo. Criado em outubro de 2010, o Grupo ABECE Ino-
vação tem como proposta reforçar as ações em-
agora buscam recolocação. Muitos, em Se há algo de positivo em toda essa ba- preendidas pela entidade, tendo como palavras de
setores fora da engenharia. gunça que estava sob nosso tapete, é o ordem: renovar, inovar e crescer.
CONVERSA
DE BAR
Porque insisto em “Conversa de Bar”, Profissionais de todas as áreas estão
sim, com letras maiúsculas... mais propensos à negociação.
Por quê?!?!?! Fora isso, notícias nos dão conta de que
Porque no Brasil, a grande maioria dos parcela dos estoques das construtoras e
problemas é resolvida em uma mesa de incorporadoras já está sendo revertida
bar!!! em novos negócios e, aos poucos, fazendo
Garçom, mais uma cerveja, por favor!!! a máquina do setor da construção e dos
Que o papo é sério, precisamos resol- negócios imobiliários voltar a engrenar;
ver os Problemas do Brasil!!! contudo, agora com uma nova visão que a
Mas os Problemas do Brasil são gran- crise ensinou; talvez com mais parcimônia,
des, vamos ser mais modestos... cuidado e lucidez na tomada de decisões.
Que tal nos atermos aos Problemas da A mão de obra disponível está ávida
Construção Civil?!?? por trabalho, o que gera mais empenho
Boa!!! e zelo.
Já temos muito espaço para divagar- As estruturas das empresas estão mais
mos... enxutas, prontas para atuarem com mais
Mas a Construção Civil é uma área mui- vigor e eficiência.
to diversificada... Os agentes financeiros, em especial a
Que tal resolvermos os problemas das CEF, já estão contratando novamente,
construtoras e incorporadoras?!?! priorizando critérios técnicos mais rígi-
O mercado financeiro está em polvo- dos, o que não deixa de ser um indica-
rosa. dor altamente positivo para as empresas
Altamente volátil. A construção está represada. mais sérias e bem estruturadas.
O ano 2.018 está sob uma nuvem de Posso falar um pouco sobre o meu uni- A crise, de certa forma, selecionará em-
neblina. verso de clientes, construtoras de médio presas e profissionais e forçará uma saí-
As incertezas são muitas, a economia e pequeno porte. da que certamente exigirá conhecimento
brasileira atravessa o que alguns consi- Quem está investindo? e eficiência; receitas que precisam ser
deram uma crise sem precedentes. Preferencialmente três perfis: estudadas e reaprendidas.
Mas uma coisa não muda, não há 1- Os que foram agraciados com recur- Parcerias entre empresas para somar
nenhuma nebulosidade: sos institucionais; conhecimento e experiências e, ao mes-
• As pessoas se unem, casam, nascem, 2- Parcela de clientes que estão com mo tempo, reduzir custos, dividindo es-
a vida não para!!! caixa; paços, enxugando as estruturas;
As demandas continuam ascenden- 3- Clientes que atuam com algum gru- – reestudar projetos, eliminando ou
tes... po de investidores. substituindo materiais e serviços
O déficit de moradia, em todas as ca- Para esses, o momento é bom, melhor – eficiência nas soluções evitando-se
madas sociais, cresce. dizendo, é ótimo. erros e retrabalho.
A necessidade de produção aumenta... Acreditam que tudo é uma questão de Talvez não tenhamos resolvido todos
Há menor oferta de financiamentos, tempo. os problemas das construtoras e incor-
tanto para as incorporadoras e constru- A mão de obra, escassa em outras épo- poradoras, mas acredito que estejam
toras para execução das obras, quanto cas é abundante hoje. bem encaminhados!
diretamente para o consumidor final rea- Os insumos estão com preços convida- Garçom, a saideira e a conta...
lizar a aquisição do imóvel. tivos. ...enquanto eu chamo um Uber...
05
NOSSO CR AQUE | BENJAMIN ERNANI DIA Z
UM MESTRE DA
ESTRUTURA
RESPEITADO COMO UM DOS MAIS CONCEITUADOS PROJETISTAS DE ESTRUTURAS DO PAÍS,
ERNANI DIAZ FOI RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DE ALGUMAS DAS MAIS IMPORTANTES
OBRAS DE INFRAESTRUTURA BRASILEIRAS DAS ÚLTIMAS DÉCADAS
E
m boa parte das grandes obras marcantes destas últimas décadas são
de infraestrutura erguidas no Bra- vários, mas podemos citar os mais im-
sil nas últimas quatro décadas, portantes, sem priorizar um único: a
o nome do engenheiro carioca possibilidade de podermos desenhar
Benjamin Ernani Diaz está sempre em de forma automática por programas
evidência, seja como chefe de projeto ou comerciais com a técnica de CAD; a ca-
como consultor de estruturas. Formado
pela Escola Politécnica da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na tur-
ma de 1959, Ernani Diaz, hoje na casa dos
80 anos, é um dos maiores especialistas
“
brasileiros em projetos ligados ao con-
creto armado e protendido utilizados em
obras de infraestrutura. Suas habilidades
foram aprimoradas com especializações
e doutorado na Alemanha, onde também
O uso do CAD
atuou em diversas empresas. Na volta ao em toda as fases
Brasil, sua experiência foi fundamental
para a criação de um grupo de profissio- do projeto é a
nais responsável pelo projeto da ponte
BENJAMIN ERNANI DIAZ Rio-Niterói e de outro grupo encarrega-
diferença básica
do das estruturas da Central Nuclear de
Angra 2. Acompanhe na entrevista con-
entre a época de
cedida à revista ESTRUTURA, outros as- hoje e a em que
pectos da vida e da carreira profissional
de Ernani Diaz. me formei
“
ABECE – Com base em sua trajetória
profissional, quais as mais importan-
tes alterações ocorridas na forma de
elaborar projetos estruturais nas úl-
timas décadas?
ERNANI DIAZ – Nas últimas décadas,
o desenvolvimento da engenharia de
estruturas foi simplesmente fantásti- pacidade de analisarmos uma estrutu-
co. Comparando o que se podia fazer ra complexa por meio de programas de
em 1970 com o que fazemos hoje, as computador ricos em possibilidades;
possibilidades e a rapidez com que os o desenvolvimento de novos materiais
serviços de projeto podem ser feitos em todas as áreas (concreto, aços, pro-
são quase inacreditáveis. Os fatos mais tensão, epóxi, fibra de carbono) com
“
de novas pesquisas em questão de se-
gundos pela Internet, sem esquecer da
elevada qualidade e elevada capacidade
de processamento dos computadores Uso de laje protendida sem
atualmente disponíveis para o projeto e,
finalmente, a facilidade em preparar os
apoios em vigas e utilização de
relatório de projeto em processadores pontes estaiadas de forma quase
de texto.
corriqueira foram dois dos
ABECE – Quais os principais avanços
registrados nesse campo da enge- grandes desenvolvimentos que
nharia brasileira desde em que o se-
ocorreram na concepção de projetos
“
nhor iniciou suas atividades profis-
sionais?
ERNANI DIAZ – Todos estes avanços
citados são válidos também no Brasil
em vista da facilidade de se trocar in-
formações e de participarmos também,
em âmbito internacional, dos organis-
mos internacionais de divulgação da
tecnologia avançada em estruturas.
O único desenvolvimento que deixa a jetos. Um foi o uso de lajes protendidas montagem de peças estruturais com
desejar no Brasil é o emprego de equi- sem necessidade dos apoios em vigas e o equipamentos especializados, colagem
pamentos de construção sofisticados, outro foi a utilização de pontes estaiadas de aduelas com epóxi, etc.
o que condiciona muitas vezes a con- de forma quase corriqueira. No caso da obra da Central Nuclear de An-
cepção de obras com projetos simpló- gra 2, atuando como chefe de projeto na
rios e dispendiosos. A diferença básica ABECE – Como avalia o atual momen- Promon Engenharia, usamos maciçamen-
de hoje em relação ao passado, como to da engenharia brasileira na área te o computador com a utilização da téc-
todos sabem, é o uso do computador estrutural, do ponto de vista técnico? nica de elementos finitos e conseguimos,
em todas as fases do projeto, da con- ERNANI DIAZ – O trabalho de projeto junto com Eduardo Thomaz, levar adiante
cepção até à construção. Mas o mais envolve engenheiros e projetistas com este projeto complexo e pioneiro no Bra-
importante é o uso da técnica do CAD experiência em CAD. No passado já so- sil. Na Ferrovia do Aço, como consultor
na preparação de desenhos e na facili- fremos hiato no desenvolvimento tecno- para a Engefer, resolvemos, junto com a
dade de analisar e dimensionar as es- lógico destes profissionais importantes. equipe da empresa e também da firma Fi-
truturas. Me formei em 1959, passei al- Vai haver sem dúvida nenhuma um outro gueiredo Ferraz, os inúmeros problemas
gum tempo no exterior e quando voltei hiato atual em que a formação destes de projeto e de construção. No caso das
e comecei a atuar no projeto da Ponte técnicos vai sofrer de novo uma interrup- pontes e viadutos conseguimos, atuando
Rio Niterói, em 1970, criamos o primei- ção importante. com vários projetistas, todos excelentes,
ro grupo de projeto com uso de com- obter obras seguras e que satisfizeram a
putadores no Brasil na firma Noronha ABECE – Poderia relacionar obras todos os envolvidos nos projetos. Atual-
Engenharia, com Antonio de Noronha marcantes da quais participou, deta- mente, estamos atuando, juntamente
07
NOSSO CR AQUE | BENJAMIN ERNANI DIA Z
com o Labgene – Laboratório de Geração ABECE – Que análise faz de alguns epi- ERNANI DIAZ – Além de engenheiro
de Energia Nucleoelétrica, em obras es- sódios recentes envolvendo colapsos civil o meu interesse é amplo com um
truturais da Marinha do Brasil que estão estruturais ocorridos no Brasil? leque que abrange várias especialida-
relacionadas a instalações nucleares, um ERNANI DIAZ – Os problemas ocorri- des: a botânica (publiquei um livro so-
trabalho em comum acordo com a CNEN dos poderiam simplesmente ser evita- bre Figueiras no Brasil), a arquitetura,
– Comissão Nacional de Energia Nuclear, dos com a atuação de revisores compe- a música (fui aluno do curso de violino
de modo a obter estruturas seguras e ao tentes de projeto. Uma firma importante na UFRJ), leitura de revistas científicas
mesmo tempo pioneiras. de construção chega a exigir dois revi- (Scientific American, Recherche, Science
sores quando um projeto começa a ficar et Vie), medicina (tenho inúmeros livros
ABECE – Relate um pouco sobre sua muito sofisticado. Alguns erros seriam de medicina de várias especialidades).
experiência internacional e qual a detectados por meio de uma verifica- Também sou vidrado em filmes e ope-
importância dela em sua carreira ção simples. A firma construtora só tem ras, que assisto sempre ao lado de mi-
profissional? a ganhar com a atuação destes reviso- nha mulher.
ERNANI DIAZ – Comecei a minha vida
profissional na Alemanha na Dyckerhoff
und Widmann atuando com o professor
Herbert Kupfer durante quatro anos.
Aprendi concreto protendido lá utilizan-
do o know how alemão. Trouxe para o Bra-
“
sil na época várias ideias novas criadas na
Alemanha e que agora são padrões aqui,
tais como: armadura de estribos verti-
cais, barras superiores e inferiores de O especialista em estruturas pode
flexão retas e cabos de protensão com
configuração retilínea, entre outras. atuar em todas as áreas da engenharia,
ABECE – Como avalia o atual estágio
pois ela é o ramo da engenharia
do ensino da engenharia de estrutu- civil que dá a melhor base
ras no Brasil? Pode comparar com a
praticada em países europeus ou nos para o profissional enfrentar
Estados Unidos?
qualquer desafio
“
ERNANI DIAZ – O curso de engenharia
civil praticado na UFRJ - Universidade
Federal do Rio de Janeiro tem um cará-
ter muito adequado adotando a espe-
cialização já na graduação. Os alunos
já saem com uma bagagem tecnológica
bem adequada nas várias áreas de es-
truturas, construção, mecânica dos so-
los, obras hidráulicas, transportes. Creio res. Por outro lado, alguns acidentes ABECE – Qual sua mensagem para jo-
que esta especialização da engenharia não seriam evitados com a atuação de vens que estejam pensando em iniciar
civil na UFRJ suplanta o ensino em ou- um revisor. Um exemplo clássico é o da o curso de engenharia civil? E, especi-
tras universidades estrangeiras. Já em ciclovia na avenida Niemeyer no Rio de ficamente, para quem pretende come-
outras universidades brasileiras o nível Janeiro. Nenhum engenheiro poderia çar na área de estruturas o que diria?
generalista do curso de engenharia civil imaginar que a construção de uma pla- ERNANI DIAZ – A crise brasileira vai passar.
não consegue acompanhar o desenvol- taforma inferior (para piqueniques) nas Os alunos precisam aproveitar a época de
vimento tecnológico existente na co- décadas passadas na encosta rochosa “vacas magras” e se preparar muito, para
munidade profissional. É praticamente poderia provocar uma onda que se pro- quando chegar a hora da euforia de de-
impossível poder ministrar disciplinas jetasse para cima derrubando o viaduto senvolvimento na indústria de construção,
que ao mesmo tempo pretendem dar pré-moldado. eles estarem aptos a enfrentar o desafio. Os
uma base tecnológica e ao mesmo tem- especialistas de estruturas podem atuar de
po conferir bagagem tecnológica para ABECE – Fora sua atuação na enge- forma adequada em todas as áreas da en-
acompanhar o que se faz na prática com nharia, quais são seus outros interes- genharia civil. É a atividade de projetista de
o volume de informação e desenvolvi- ses, hobbies ou atividades que prati- estrutura que dá uma melhor base para en-
mento existente. ca em horários de folga? frentar qualquer desafio na profissão.
AUMENTAR A
PRODUTIVIDADE É O
MAIOR DESAFIO DA
CONSTRUÇÃO
O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE PASSA POR COLOCAR DO MESMO
LADO INCORPORADORES, CONSTRUTORAS, PROJETISTAS, INDÚSTRIA
E TRABALHADORES REPENSANDO A FORMA DE ATUAR
A “
POR: YORKI ESTEFAN 1 tualmente o grande desafio para
a construção civil é o aumento
da produtividade de todas as
etapas do processo construtivo.
Um projeto, mesmo
Para conseguirmos esse objetivo te-
mos de repensar a forma em que os di-
tecnicamente
versos elos da cadeia produtiva se rela- adequado,
cionam buscando uma maior integração
entre eles, assim como a eliminação de se não observar a
perdas nos diversos processos produti-
vos que formam o setor da construção.
construtibilidade,
A produtividade da atividade da cons-
trução civil no mundo é inferior à média
acarretará
mundial de todos os demais setores da em perdas de
economia.
“
No Brasil, temos um segundo delta qualidade
quando comparamos indicadores de
produtividade da construção civil brasi-
leira com a construção civil mundial.
Todos esses dados que dão respaldo a
essa analise estão disponíveis no relató- É impossível aumentar a produtividade
rio da McKinsey Global, que foi divulgado sem quebrar paradigmas e colocar de
em fevereiro de 2017. um mesmo lado todos os atores envolvi-
Muitas empresas, convencidas de que dos com o segmento da construção civil e
1 Yorki Oswaldo Estefan é engenheiro civil for-
mado pela Fundação Armando Álvares Pen- buscar o aumento da produtividade é o da engenharia de maneira geral. Incorpo-
teado (FAAP). Já atuou em diversas empre- único caminho para se tornarem pere- radores, construtoras, projetistas, indús-
sas e atualmente é diretor de Engenharia da
Conx Empreendimentos Imobiliários. Além nes, tem feito grande esforço para alterar trias e trabalhadores tem que repensar a
disso, é coordenador do Comitê de Tecnolo- seus processos baseadas em ferramen- sua forma de atuação.
gia e Qualidade do SindusCon-SP – Sindicato
da Indústria da Construção Civil do Estado
tas como lean construction e também em Os incorporadores precisam repensar
de São Paulo. informações de clientes e fornecedores. as suas alianças estratégicas e ter nas
“
com lucratividade potencializada.
Cada construtora tem um perfil que
certamente será mais adequado a um tipo
de parceria que o incorporador busca. No nosso mercado não há mais espaço
Os construtores devem buscar proje-
tistas cientes de que um projeto, mesmo
para o improviso, as soluções devem
tecnicamente adequado, se não obser- ser previamente “engenheiradas” e o
var a construtibilidade, acarretará em
perdas de mão de obra ou “arranjos” no planejamento e logística integrados a
“
canteiro que fatalmente levarão a perdas
de qualidade. todas as etapas, do projeto à execução
Além da construtibilidade os projetos
devem observar que a construção civil
avança para se tornar uma indústria de
montagem.
Esse processo que se iniciou a algum As indústrias modernas há muito tem- O setor da construção civil precisa
tempo, tem agora a sua maior expressão po abandonaram o perfil de vendedoras aprender a valorizar mais as suas con-
nas empresas que atuam no mercado de de materiais para se tornarem verda- quistas e passar essa nova imagem aos
habitação popular, onde os kits de mon- deiros braços técnicos e de logística das consumidores finais.
tagem já são uma realidade sem volta. construtoras. Elas perceberam que o co- Estou otimista de que após esse mo-
No nosso mercado não existe mais espa- nhecimento mútuo das necessidades traz mento difícil em que a economia do Brasil
ço para o improviso, as soluções devem ser a sinergia e o ganho de competitividade. atravessa haverá um mercado forte para
previamente “engenheiradas” à exaustão e Mudamos muito nos últimos anos e a os que souberem fazer o trabalho diário
o planejamento e logística integrados a to- velocidade das mudanças só aumenta a de transformação necessário.
das as etapas, do projeto à execução. cada dia.
11
ESTRUTUR A EM DESTAQUE | PONTE ITAPAIÚNA
Sistema Viário
A Ponte Itapaiúna , obra vencedora da
Categoria Infraestrutura da 14ª Edição
do Prêmio Talento Engenharia Estrutu-
ral, é composta por três ramos: Ramo
Ponte, Ramo 100 e Ramo 200. O Ramo
Ponte, que interliga a avenida Itapaiúna
com a pista local das Nações Unidas, é
acessado a partir da pista expressa da
Marginal Pinheiros por meio do Ramo
100 na altura do Apoio AP4, situado jun-
to à margem do Rio Pinheiros (ver Figura
FIGURA 1A – PLANTA GERAL 1a, 1b e 2 ).
13
ESTRUTUR A EM DESTAQUE | PONTE ITAPAIÚNA
– Comprimento total da obra: A seção transversal do viaduto da ponte, desta, a seção bicelular propiciou, através
990,31m; adotada para os trechos com duas pistas, da alma interna, a fusão das almas das
– Área total de tabuleiro: foi a seção unicelular com dois balanços seções unicelulares no encontro do Ramo
10.284,95m2 de 2,00m (ver Figura 4). Esses trechos são: Ponte com o Ramo 100, mantendo a con-
Ramo Ponte até o tinuidade, e assim, favorecendo o lança-
Apoio AP4, Ramo mento dos cabos de protensão nas almas,
100 e Ramo 200. na região de transição (ver Figura 6).
Para o Ramo Pon- Objetivando dar maior conforto ao
te, entre o Apoio usuário e reduzir pontos de transição que
AP4 e o encontro demandam maior manutenção, optou-se
E2, a seção adota- por restringir a quantidade de juntas na
da foi a bicelular, superestrutura aos encontros, e a uma
mantendo-se os única junta no tabuleiro, no Apoio AP3.
balanços de 2,00m Em decorrência da geometria muito
(Ver Figura 5). curva e complexa da obra, foram neces-
Apesar de a lar- sários estudos cuidadosos para estabe-
gura da seção ser lecerem-se os pontos fixos da obra e o
FIGURA 4 – SEÇÃO TÍPICA - RAMO PONTE (ATÉ AP4), RAMO 100 E RAMO 200
relativamente mo- direcionamento dos aparelhos de apoio,
para minimizar a geração de esforços ho-
rizontais e deslocamentos significativos
nos encontros que pudessem provocar
desalinhamentos muito grandes da su-
perestrutura com os encontros.
Os aparelhos de apoio escolhidos fo-
ram do tipo Vasoflon fixos, unidirecionais
e multidirecionais.
Esses aparelhos, no geral, foram dispos-
tos em dupla na cabeça dos apoios, dando
condições para absorverem momentos
de torção. Apenas no Apoio AP3, onde
FIGURA 5 - SEÇÃO TÍPICA - RAMO PONTE (AP4 – E2) se localiza a junta de dilatação, optou-se
por utilizar um único aparelho, abrindo-se
mão de absorver o momento de torção
em decorrência da desproporção do vão
AP3 – AP2 em relação ao vão AP2 – AP1.
Essa desproporção foi condicionada pela
compatibilização com o viário inferior.
Também no Apoio AP5 optou-se por
um único aparelho por razões decor-
rentes da geometria, como se verá mais
adiante. As transversinas foram limitadas
aos apoios e às duas bifurcações decor-
rentes das junções das seções unicelula-
res, uma nas proximidades do Apoio AP2
(Ramo Ponte com Ramo 200) e outra do
Apoio AP4 (Ramo Ponte com Ramo 100).
FIGURA 6 – JUNÇÃO DOS RAMOS PONTE E 100 - UNIFICAÇÃO DAS LONGARINAS B E C Apesar da grande curvatura, a ausência
de transversinas intermediárias facilitou
bastante a execução.
15
ESTRUTUR A EM DESTAQUE | PONTE ITAPAIÚNA
B. Segunda Parte: Projeto FRENTE 1 – Constituída pelo Ramo 100 e – Introdução de balanços sucessivos a
para a Odebrecht pelo Ramo Ponte no trecho compreendido partir de estruturas cimbradas molda-
entre os apoios AP3 e AP4 e balanço partin- das “In loco”, nas Frentes 1 e 3;
Sequência Construtiva do do apoio AP4 até o meio do vão. A frente – Introdução de um duplo disparo em
e Métodos Construtivos foi dividida em quatro fases, sendo as três balanços sucessivos a partir do Apoio
da Superestrutura primeiras moldadas “in loco“ sobre cimbra- AP5 em um trecho curvo com raio de
Conforme apresentado anteriormente, mentos e a quarta fase executada em ba- 100,00m.
a implantação do Ramo 200 está condi- lanços sucessivos;
cionada à ampliação da via expressa da FRENTE 2 – Constituída por dois balan- Impactos no projeto
Marginal Pinheiros e, portanto, foi reme- ços partindo do apoio AP5, executados Os impactos dessas alterações no pro-
tida à outra fase que será implementada em duas fases: a primeira, constituída por jeto podem ser resumidos como segue:
posteriormente. um trecho moldado “in loco” sobre o pilar, – Na Ponte 1, a execução do Ramo 200
O Consórcio Complexo Itapaiúna, decide para alojamento das treliças, e a segunda, em fase futura exigiu o estudo des-
contratar o reprojeto da ponte, para melhor por dois balanços sucessivos disparados se trecho nas duas condições, sem
atender suas estratégias e metodologias de simultaneamente, com exceção das duas o Ramo 200 e com o Ramo 200, su-
construção, bem como considerar a situa- primeiras aduelas que foram executadas perpondo as duas situações no que
ção da implantação futura do Ramo 200. defasadas para viabilizar a montagem das tange ao comportamento estático às
O planejamento inicial seria de exe- treliças dos balanços sucessivos; deformações, bem como ao dimen-
cutar o vão sobre o rio em balanços su- FRENTE 3 – Constituída pelo vão entre o sionamento e à disposição da cabla-
cessivos, mantendo o restante da obra encontro E2 e o apoio AP6, moldada ”in gem e à viabilidade executiva;
apoiada sobre cimbramento. Porém, loco” sobre cimbramentos, denominada – Na execução dos trechos por vãos, a
para melhor adequação ao seu cronogra- Fase 1, e parte do vão entre o apoio AP6 e o estrutura sofreu uma mudança nos
ma e às interferências existentes, essa al- apoio AP5, denominada Fase 2, executada esforços solicitantes para cada fase
ternativa evoluiu para uma configuração em balanços sucessivos. executiva, o que requereu uma aná-
executiva em que os vãos entre os apoios Os fechamentos entre a Frente 1 e a lise da cablagem a ser determinada e
AP6 e AP5, e entre os apoios AP5 e AP4, Frente 2 e entre a Frente 2 e a Frente 3, compatibilizada, para atender a essas
seriam executados por balanços sucessi- deram-se por fases de protensão parcial diferentes situações;
vos e os demais, cimbrados. alternadas. – A introdução dos balanços sucessi-
A Ponte foi então dividida em duas su- A nova configuração executiva mudou vos a partir dos trechos cimbrados
perestruturas independentes, separadas profundamente o projeto da obra, intro- exigiu uma mudança do tipo de cabo
pela junta de dilatação sobre o pilar AP3. duzindo novos elementos estruturais para que teve sua capacidade reduzida
O trecho entre o encontro E1 e o apoio permitir sua viabilização. para se adequar à quantidade de
AP3 foi denominado Ponte 1 e o trecho As alterações em relação à solução origi- aduelas do balanço sucessivo e per-
compreendido entre o apoio AP3, e os nal, moldada “in loco” sobre cimbramento, mitir que em cada aduela houvesse,
encontros E2 e E3 foi denominado Ponte foram as seguintes: pelo menos, dois cabos ancorados.
2, conforme esquematizado na Figura 12. – Consideração da situação provisória Além disso, como de praxe, a cada
A Ponte 1 foi executada “in loco”, sobre decorrente da execução futura do avanço do balanço, toda a estrutura
cimbramentos e em uma única frente e Ramo 200, anteriormente previsto foi verificada em termos de esforços
uma única fase. Já a Ponte 2 foi subdivi- para ser executado juntamente com a solicitantes, bem como de deforma-
dida em três frentes de trabalho, e cada Ponte 1; ções, considerando os efeitos da de-
frente, por sua vez, em fases construtivas – Execução dos trechos moldados “in formação lenta no cálculo das con-
conforme descrito a seguir (ver Figura 13). loco” cimbrados, por vãos; traflechas.
17
ESTRUTUR A EM DESTAQUE | PONTE ITAPAIÚNA
19
ESTRUTUR A EM DESTAQUE | PONTE ITAPAIÚNA
tensão final (denominada PT positiva en- especificado na obra que consistia do uso
tre os apoios AP4, AP5 e AP6), bem como de água injetada pelas aberturas, já pre-
as cargas e respectivas participações vistas nas laterais da bacia do aparelho,
percentuais nos apoios remanescentes, para a retirada progressiva do colchão de
na medida em que os pilares provisórios areia que suportava a placa superior do
iam sendo eliminados. aparelho (ver Figura 17).
Para garantir uma transferência lenta de Os resultados dos ensaios mostraram
carga do pilar PP1 para o apoio definitivo que esse processo de retirada do colchão
AP5, por se tratar de carga muito elevada, de areia permitia um assentamento lento e
como se pode ver na Tabela 1, foram feitos sem impactos, o que se repetiu também na
FIGURA 17 – ENSAIO DO APARELHO ensaios em aparelhos de porte menor em obra, tendo sido realizada a transferência
ESPECIAL EM ESCALA REDUZIDA
laboratório, utilizando o mesmo processo da carga com pleno sucesso (ver Figura 18).
Ramo Ponte
Carga
Apoio Id Nominal Tipo Direcionamento
(kN)
Direcionado ao
Esq 11000 Unidirecional
AP1 aparelho fixo do AP2
Direcionado ao
Esq 45000 Unidirecional
AP5 aparelho fixo do AP4
Paralelo ao
Esq 25000 Unidirecional
AP6 eixo da obra
21
ESTRUTUR A EM DESTAQUE | PONTE ITAPAIÚNA
tangente à ponte existente e ao córrego. A Figura 23 mostra a FIGURA 25B – BLOCO DO APOIO AP6 COM A LOCALIZAÇÃO DO
INTERCEPTOR – CORTE
disposição de estacas, bloco e pilar.
FIGURA 26 – “CAIXA 1”
justapostos, perfazendo um comprimen- ciada, de onde partem as paredes late- O tabuleiro foi projetado em pré-mol-
to total de 97.58m. (ver Figura 27) Cada rais com mesma inclinação das almas da dado, com complementação “in loco”.
caixão tem três septos, sendo um inter- seção celular da superestrutura. A sapata Sobre as paredes laterais se apoiam os
mediário e os demais nas extremidades. tangencia e em alguns pontos se super- elementos pré-moldados com largura de
Cada módulo está apoiado em funda- põe transversalmente ao envelope de 2,00m, com seção transversal em ∏ entre
ção direta, em uma sapata corrida asso- duto da Comgás (ver Figura 28). as paredes de apoio e complementados
nas suas extremidades por duas lajes em
balanço com vãos de 2,00m que concor-
dam com os balanços da superestrutura
(ver Figura 29).
Os elementos pré-moldados são mon-
tados justapostos e nos apoios são liga-
dos às paredes por um pino. Posterior-
mente, são capeados por uma camada
complementar de concreto com 16,0 cm
de espessura.
l Encontro E3
O encontro E3 é composto pela viga
travessa que recebe os aparelhos de
apoio da superestrutura, e que se apoia
sobre duas estacas escavadas de Ø
1,50m (ver Figura 30). A partir da tra-
vessa saem duas paredes verticais dis-
tanciadas entre si de 4,71m e com vãos
de 6,65m, que se apoiam na outra ex-
FIGURA 27 – ELEVAÇÃO - ENCONTRO 2
tremidade em uma viga transversal com
23
ESTRUTUR A EM DESTAQUE | PONTE ITAPAIÚNA
FICHA TÉCNICA
CONSTRUÇÃO
EM AÇO
PROJETO E CONTRATAÇÃO DE MONTAGEM
DE LAJES STEEL DECK CUJAS VANTAGENS SÃO:
MAIOR VELOCIDADE DE CONSTRUÇÃO,
QUALIDADE INDUSTRIAL E NÃO NECESSIDADE
DE ESCORAMENTO
P
ESTRUTURAS DE AÇO, O STEEL DECK
PODE SER USADO EM EDIFICAÇÕES
ublicada em outubro de 2015, tura que, desde o princípio, preveja o steel DE ESTRUTURA MISTA, DE CONCRETO
a norma específica para o steel deck e contemple suas características. ARMADO, ALVENARIA ESTRUTURAL,
deck, a ABNT NBR 16.421:2015 - Como em outros elementos estruturais, ENTRE OUTROS SISTEMAS
Telha-fôrma de aço colaborante o steel deck deve atender aos requisitos
para laje mista de aço e concreto - Requi- de resistência e serviço durante toda sua de paginação e fixação, feito em parceria
sitos Gerais, estabelece os requisitos e os vida útil, descritos na NBR 8.800. com o fornecedor.
ensaios aos quais devem atender a telha- O steel deck é bem versátil e suporta Um dos principais cuidados é garantir
-fôrma de aço colaborante para laje mista qualquer tipo de sobrecarga. “Caso ne- que a laje seja instalada do lado correto,
de aço e concreto, revestida, conformada cessário, é possível colocar armadura em que as mossas têm maior aderência
a frio, de seção transversal trapezoidal, adicional, aumentando sua capacida- com o concreto, para não comprometer
reentrante, retangular, ondulada, entre de resistente”, explica Humberto Bel- seu desempenho. Outros cuidados são
outras, com os seguintes tipos de reves- lei, membro da comissão executiva do a paginação, posição de instalação, ele-
timento: zincado por imersão a quente; CBCA e coordenador do projeto da NBR mentos de fixação (conectores e costu-
zincado por imersão a quente e revestido 16.421. ras) e também aos acessórios que permi-
por um processo de pintura. Alguns cuidados específicos devem tem a estanqueidade do sistema. “Todas
Lajes em steel deck estão sendo cada ser tomados. “Recomenda-se que a es- essas informações devem estar contidas
vez mais adotadas no Brasil por vanta- pessura nominal da chapa de aço não no projeto”, avisa Bellei.
gens como a não necessidade de escora- seja inferior a 0,8 mm, e o aço deve ter REFERÊNCIAS
mento, qualidade industrial, planicidade, qualificação estrutural e resistência ao NBR 8.800 – Projeto de Estruturas de Aço
boa relação custo–benefício, assertivi- escoamento nominal mínimo não inferior e de Estruturas Mistas de Aço e Con-
dade de custo, velocidade e facilidade de ao ZAR 280 MPa”, conta Bellei. Os vãos creto de Edifícios;
instalação, limpeza no canteiro, menor habituais deste tipo de laje ficam entre NBR 7008-3 – Chapas e bobinas de aço
fluxo de entrada de materiais e saída de 2,50 m e 3,50 m. revestidas com zinco ou liga zinco-fer-
resíduos. Em relação ao revestimento, o aço ro pelo processo contínuo de imersão
Apesar de serem muito adotadas em pode ser zincado por imersão a quen- a quente – Aços Estruturais;
prédios de estrutura em aço, também te e também ser revestido por pintura. NBR 7013 – Chapas e bobinas de aço
podem ser utilizadas em edificação de É fundamental que o fornecedor tenha revestidas pelo processo contínuo de
concreto armado, alvenaria estrutural, todos os ensaios e comprovações de de- imersão a quente – Requisitos gerais;
parede de concreto, madeira, entre ou- sempenho do seu produto. Comparati- NBR 14.323 – Dimensionamento de Es-
tros. Há elementos de fixação próprios vamente a outros sistemas estruturais, a truturas de Aço de Edifícios em Situa-
para os diversos sistemas construtivos. montagem do steel deck é simples e pode ção de Incêndio – Procedimentos
É preciso atentar, porém, que todos es- ser realizada pelo próprio fabricante ou NBR 16.421 - Telha-fôrma de aço colabo-
ses benefícios só se realizam se for feito pela construtora. Mas é preciso haver um rante para laje mista de aço e concreto
um bom projeto de engenharia e arquite- planejamento antecipado e detalhado Requisitos gerais
25
ESTRUTUR AS ME TÁLICAS | SISTEMA INOVADOR DE REFORÇO EM PONTE DE METAL
REFORÇO EM PONTE
COM LAMINADO
CFRP PROTENDIDO
NÃO ADERENTE
ESTUDO DA APLICAÇÃO DO SISTEMA DE REFORÇO À FADIGA DE PONTE METÁLICA
FERROVIÁRIA POR MEIO DE LAMINADOS CFRP PROTENDIDO NÃO ADERENTE
A
POR FILIPE DOURADO E JOANA PEREIRA
Ponte de Münchestein localiza- Em 1892 foi construída uma nova ponte,
-se perto da cidade de Basel, com vão único, para reestabelecer a liga-
sobre o Rio Birs e foi construída ção ferroviária. O tráfego normal diário
em 1875 por Gustav Eiffel. Em inclui trems de carga e passageiros.
1891, 15 anos após iniciada sua utilização, Os métodos de reparação e reforço
a ponte colapsou após a passagem de um tradicionais de pontes metálicas antigas
trem de passageiros. O acidente foi in- envolvem geralmente soluções pesadas
vestigado pelo Prof. L. Tetmajer, primeiro com elementos metálicos, também sus-
diretor do EMPA, que concluiu que a fór- ceptíveis à fadiga.
FILIPE DOURADO JOANA PEREIRA mula de Euler para a flambagem deveria Os materiais de reforço CFRP têm sin-
ser modificada para elementos esbeltos. do utilizados em muitas aplicações de
(B) CONSTITUIÇÃO
DE 10 PAINÉIS COM
COMPRIMENTO TOTAL
DE 45.2 M, ALTURA DE
6.5 M E LARGURA DE
5 M, EM CONSTRUÇÃO
INCLINADA A 45º
FIG. 1 – PONTE DE MÜNCHESTEIN – EXTRAÍDO DE [5]
(A) (B)
FIG. 3 – MODELO DE CARGA DE TREM DE PASSAGEIROS S3 (A) E DE TREM DE CARGA D4 (B) – EXTRAÍDO DE [5]
27
ESTRUTUR AS ME TÁLICAS | SISTEMA INOVADOR DE REFORÇO EM PONTE DE METAL
A força de protensão aplicada ao sis- determinar os níveis de tensão da viga elementos estruturais é constituída por
tema de reforço com laminados CFRP em análise. Concluiu-se que para um dois sistemas de placas de ancoragem
permite reduzir o nível médio de ten- fator de segurança de n=1,04 de acordo e duas barras de desvio. O sistema
sões, de forma que a estrutura metá- com o Critério de Johnson modificado, o dispensa a tradicional colagem, e por-
lica, inicialmente sujeita a níveis de ten- nível de protensão laminado de CFRP é tanto, não está limitado pela aderência
sões elevadas, passe para um regime da ordem de 35% [5]. do CFRP aos elementos metálicos – ver
de tensões seguro e tendencialmente A protensão nas vigas metálicas da Figs. 5 e 6.
sem fadiga. ponte é aplicada mecanicamente por Ao fixar as ancoragens por atrito, foi
De acordo com a metodologia analí- meio de um sistema temporário, e a li- observada uma excentricidade inicial
tica desenvolvida, foi também possível gação entre o sistema de reforço e os e pt =77mm. Para obter o nível de reforço
de portensão foi necessária uma excen-
tricidade ep = 142 mm [5]. A aplicação
do reforço foi realizada com recurso a
um macaco e a variação de tensões nos
elementos foi medida pelo sistema de
monitoração instalado. A operação de
aplicação de protensão ocorreu com
a estrutura em serviço por cerca de 30
minutos. A Fig. 7. ilustra as medições efe-
tuadas durante esta operação. Os picos
assinalados no gráfico referem-se à pas-
sagem de dois trens.
FIG. 5 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE VIGA REFORÇADA COM SISTEMA DE LAMINADOS O gráfico da Fig. 8 ilustra os níveis de
CFRP PROTENDIDO NÃO ADERENTE – EXTRAÍDO DE [5] tensão antes e depois da aplicação do
29
ARTIGO TÉCNICO | INSPEÇÃO EM ESTRUTUR AS DE OBR AS PAR ALISADAS
DIRETRIZES PARA
INSPEÇÃO EM
ESTRUTURAS DE OBRAS
PARALISADAS
31
ARTIGO TÉCNICO | INSPEÇÃO EM ESTRUTUR AS DE OBR AS PAR ALISADAS
um termo geral utilizado para des- A agressividade do meio ambiente está O pH do concreto é altamente alcalino
crever vários tipos de reações quí- relacionada às ações físicas e químicas (11< pH <13), o que restringe a capacida-
micas que podem ocorrer interna- que atuam sobre as estruturas de concre- de do micro-organismo de crescer e de
mente no concreto, envolvendo to, independentemente das ações mecâ- se desenvolver. No entanto, quando o
alguns componentes mineralógi- nicas, das variações volumétricas de ori- concreto está exposto a condições am-
cos presentes em rochas e agrega- gens térmicas, da retração hidráulica e de bientais como poluentes atmosféricos e
dos reativos usados em concreto outras previstas no dimensionamento das o dióxido de carbono, estes reduzem seu
e álcalis do cimento presentes na estruturas (ABNT NBR 6.118:2014, p.16). pH e aumentam a biorreceptividade do
solução dos poros. Como resulta- material, formando-se uma película que
do da reação, são formados pro- 3 – DEMAIS CONSIDERAÇÕES se chama biofilme sobre um substrato.
dutos que, na presença de umida- Após a instalação do biofilme há a fixa-
de, em sua maioria, são capazes de QUE DEVEM SER AVALIADAS ção de outros micro-organismos e partícu-
expandir e causar tensões inter- EM ESTRUTURAS DE las do meio na superfície do concreto, for-
nas, fissurações e deslocamentos CONCRETO PARALISADAS: mando manchas e pátinas biológicas que
(conforme foto 3), podendo levar descaracterizam o material. Esse fenôme-
a um comprometimento da dura- Além dos fenômenos patológicos rela- no pode ser chamado de biodeterioração
bilidade. Como sempre, para que cionados simplificadamente no item 2.0, estética, tal como ilustrado na foto 4:
ocorram reações químicas deleté- deve-se também levar em consideração,
rias, há necessidade da presença numa inspeção, o que segue:
de umidade e água. 3.1 – Manchas escuras de fuligem
e a formação do
gel da proliferação
de micro-
organismos no
concreto exposto:
O concreto armado
aparente de estruturas
em obras paralisadas
por longos anos, por
efeito da deposição da
fuligem presente na
poluição atmosférica FOTO 4 - MANCHAS ESCURAS DA
IMPREGNAÇÃO DE FULIGENS E PROLIFERAÇÃO
oriunda dos combustí-
DE MICRO-ORGANISMOS NA SUPERFÍCIE
FOTO 3 - BLOCO DE FUNDAÇÃO COM REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO veis de veículos e indús- DO CONCRETO APARENTE DA ESTRUTURA
FONTE: ARQUIVO PESSOAL DO AUTOR (TOMAZELI, 2015, P. 34) trias que utilizam estes INACABADA EM OBRA NA CIDADE DE SÃO PAULO
materiais ou carvão no FONTE: ARQUIVO PESSOAL DO AUTOR
(TOMAZELI, 2015, P. 145)
seu processo produtivo,
a.2) Mecanismos preponderantes de apresenta manchas escuras em sua super-
deterioração relativos à armadura: fície, principalmente nos últimos andares. 3.2 – Aspectos geométricos da
a.2.1) Despassivação por carbonata- Aliada a este problema, também ocor- estrutura de concreto armado
ção: é a despassivação do aço da re, ao longo dos anos, o ataque de micro- Nas inspeções de campo devem ser
armadura por ação do gás carbôni- -organismos tais como fungos e bolores, verificadas as condições dos aspectos
co da atmosfera sobre o concreto. resultando em um gel ácido que causa geométricos da estrutura de concreto
a.2.2) Despassivação por ação de clo- manchas de cores esverdeada a preta armado.
retos: Consiste na ruptura local da no concreto. A ação desses agentes pode Repette (1991, p. 14) descreve que o não
camada de passivação do aço da proporcionar a deterioração precoce do cumprimento das especificações de pro-
armadura, causada por elevada material, reduzindo a sua durabilidade, jeto, como por exemplo erros na confec-
concentração de íons-cloreto. seu desempenho e sua vida útil. Esse ção das fôrmas acarretando desvios nas
a.3) Mecanismos de deterioração mecanismo de deterioração, envolvendo locações e alterações nas dimensões das
da estrutura propriamente dita: a ação do agente biológico, pode ser de- peças estruturais, são tidos como falhas
São todos aqueles relacionados às nominado de biodeterioração (Pinheiro e eminentemente construtivas e muitas
ações mecânicas (tais como fissuras e Silvia, 2011, p. 1067), também conhecido vezes são detectados já mesmo durante
deformações excessivas), movimenta- em engenharia de concreto por lixiviação. as operações de acabamento das edifica-
ções de origem térmica, impactos, ações Um fator muito importante para a de- ções. As principais mencionadas pelo au-
cíclicas, retração, fluência e relaxação, terioração da estrutura de concreto é o tor que se devem ser verificadas são:
bem como as diversas ações que atuam tempo, que proporciona a instalação e o a) Prumo de pilares ou peças lineares:
sobre as estruturas. crescimento dos micro-organismos sobre Deve-se neste caso verificar se o de-
b) Agressividade do meio ambiente: a superfície, acelerando sua deterioração. saprumo atende aos limites estabe-
4 – CRITÉRIOS PARA A
INSPEÇÃO DE ESTRUTURAS
FONTE: ELABORADO PELO AUTOR (TOMAZELI, 2017)
DE CONCRETO ARMADO
As estruturas de concreto devem ser
inspecionadas nos seus mais diversos Pode-se compreender basicamente e certificação de pessoal – Requisitos.
aspectos (itens), de forma que a verifica- no fluxograma 1 o critério de inspeção e Estas inspeções também deverão ser
ção da sua segurança seja feita com base avaliação proposto por este autor, para a realizadas por empresa capacitada ou
em dados os mais próximos possíveis da avaliação do desempenho de superestru- especializada, segundo a ABNT NBR
realidade e, sendo assim, ser possível a turas de concreto paralisadas. Feitas as 5.674:2012 – Manutenção de edificações
adoção de uma conduta de intervenção. devidas análises, cabe ao engenheiro civil, – Requisitos para o sistema de gestão de
No sentido de atingir o objetivo propos- após as necessárias avaliações e conclu- manutenção.
to no presente item, primeiramente de- sões finais, emitir um parecer técnico. Partindo por esta ótica, poderá ser
ve-se ter o conhecimento das seguintes Cumpre frisar que, por sua vez, a adotado o seguinte critério:
considerações: equipe técnica de inspeção de campo a) Elaboração de novas plantas de fôr-
a) Critérios de vistoria em superes- deverá ser treinada como estabelece a mas para o registro dos fenômenos
truturas de concreto armado de ABNT NBR 16.230:2013 – Inspeção de patológicos detectados na fase de
edifícios; estruturas de concreto – Qualificação inspeção, devidamente legendados
b) As tipologias e as frequências das (figura 02);
anomalias e deteriorações das su- b) As inspeções poderão ocorrer da co-
perestruturas de concreto arma- bertura ao último andar (térreo ou
do e do próprio material concreto, último subsolo), e adotar um único
além dos diagnósticos das origens sentido de inspeção da estrutura,
destas anomalias; c) Elaboração dos ensaios tecnológi-
c) Os critérios para a avaliação e acei- cos para a determinação das ori-
tação da resistência do concreto gens da corrosão de armadura e a
para fins de durabilidade e desem- determinação da resistência mecâ-
penho. nica potencial estimada (fck,pot,est);
O processo então se encerra com a FOTO 5 – VIGA COM CORROSÃO DE d) As fotografias das manifestações
execução dos serviços descritivos, ou ARMADURAS patológicas nas peças estruturais
seja, na emissão do laudo técnico (termo deverão ser obtidas de uma dis-
usado somente por Perito Judicial) ou do tância adequada, onde seja pos-
parecer técnico (termo usado por qual- sível uma visualização adequada
quer assistente técnico de causa judicial do conjunto estrutural (figura 05).
ou qualquer engenheiro para relatar uma Também se faz necessário fotogra-
opinião ou avaliação), que por sua vez é far a ocorrência em detalhe, como
feito com a finalidade de manter formali- ilustra a figura 06:
zada a história da obra e suas condições e) Na fase de inspeção de campo deve-
físicas atuais, para possíveis intervenções rão também ser coletadas as amos-
futuras que se fizerem necessárias para o tras de concreto para os ensaios de
FOTO 6 – DETALHE DA PATOLOGIA DA FOTO 5
seu restabelecimento. determinação do teor de íons clore-
33
ARTIGO TÉCNICO | INSPEÇÃO EM ESTRUTUR AS DE OBR AS PAR ALISADAS
to sobre a massa de cimento (smc), situadas dentro dos retângulos tra- Esta resistência mecânica estimada
geralmente pilares ou vigas das fa- cejados na cor azul: (fck,pot,est) pode ser determinada por meio
ces voltadas para as fachadas: de ensaios à compressão dos testemu-
5 – DETERMINAÇÃO DA nhos, extraídos de alguns pilares pré-deter-
minados desta estrutura que representam
CORRELAÇÃO ENTRE OS uma propriedade mecânica do concreto, e
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS de ensaios de esclerometria, obtendo-se
E DESTRUTIVOS PARA A um índice esclerométrico que representa
uma propriedade física deste concreto.
OBTENÇÃO DA RESISTÊNCIA Usualmente procede-se um número
À COMPRESSÃO POTENCIAL maior de lotes de ensaios esclerométricos
ESTIMADA DO CONCRETO do que a extração das amostras de con-
creto que, de algum modo, pode afetar a
(FCK,POT,EST ) integridade do elemento estrutural ensaia-
FOTO 7 – FUROS COM BROCA E FURADEIRA Nesta fase da análise da resistência do, além de representar um ensaio muito
NO PILAR PARA COLETA DAS AMOSTRAS
à compressão potencial estimada do mais oneroso. Como quantidade mínima
concreto (fck,pot,est) da estrutura, deverão de extrações pode-se atender às imposi-
ser adotadas as diretrizes preconizadas ções da tabela 1 da ABNT NBR 7680-1:2015
neste item, que envolverão a determi- (ABNT, 2015, p. 4) quanto à amostragem
nação dos lotes, o número de testemu- parcial, adotando-se um plano de concre-
nhos a serem extraídos dos concretos, tagem, limitado entre 6 a 8 metros cúbicos
os lotes de ensaios esclerométricos para de concreto consumido nos pilares, e ao
a obtenção do índice esclerométrico e a longo dos pavimentos fazendo-se um rodí-
obtenção dos valores finais de resistên- zio destes pilares, tanto para as extrações
cia. Como os pilares são as peças estru- como para os ensaios de dureza superfi-
FOTO 8 – FUROS COM BROCA E FURADEIRA turais que mais dependem da resistên- cial, que deverão ser, no mínimo, o dobro
NO PILAR PARA COLETA DAS AMOSTRAS cia à compressão do concreto para que das amostras dos testemunhos extraídos,
qualquer estrutura de concreto armado como indicado a seguir:
Os locais de coletas das amostras de- se mantenha estável. Suas resistências,
vem ser indicados nas plantas de fôrmas por sua vez, deverão atender às especi-
de cada pavimento. ficações do projeto estrutural.
f) O registro da localização das foto- No presente item, aborda-se o critério
grafias deverá ser executado du- sugerido para se obter a resistência à
rante as inspeções nas plantas de compressão potencial estimada do con-
fôrmas da estrutura, como indica- creto (fck,pot,est).
do na planta da figura 1, nas setas
5.1 - Curva de
correlação entre
resistência
mecânica e índice
FIGURA 2 – ESQUEMA HIPOTÉTICO NA
esclerométricos: DETERMINAÇÃO DOS LOTES EM FUNÇÃO DO
Partindo do prin- VOLUME DO CONCRETO REPRESENTADAS
cípio de que o di- PELAS CORES
mensionamento do
projeto estrutural da
edificação esteja cor-
reto, deve-se então
determinar as resis-
tências mecânicas
estimadas dos con-
cretos à compressão
(fck,est) de uma estru-
tura já executada em
qualquer idade em
que ela se encontre FIGURA 3 – PLANTA DA ESTRUTURA
FIGURA 1 – REGISTRO DA LOCALIZAÇÃO DAS FOTOGRAFIAS E ou de uma estrutura DOS PILARES ONDE SERÃO EXTRAÍDOS
FENÔMENOS PATOLÓGICOS EM PLANTAS em andamento ou TESTEMUNHOS DE CONCRETO
FONTE: FIGURA ELABORADA PELO AUTOR (TOMAZELI, 2017) REPRESENTATIVOS DOS LOTES
paralisada.
como segue a figura 5 e representada dos ensaios esclerométricos, pois enten- Obs.: As quantidades de corpos de
pela equação que segue: de-se que a concretagem dos pavimentos prova e ensaios do índice de dureza
foi executada com concreto distintos em superficial poderão ser aumenta-
datas diferentes. A tabela 1 indica exem- das, conforme forem se obtendo os
plos de valores hipotéticos, onde em azul resultados de ruptura dos testemu-
são os valores obtidos das resistências nhos do laboratório, ou seja, se os
estimadas dos pilares com base na equa- resultados forem não conformes,
ção de correlação, onde foram somente se faz necessária a extração de
executados os ensaios de esclerometria mais corpos de prova, com o aval
e a equação da curva de correlação linear do projetista estrutural, dos pilares
do pavimento analisado; e em vermelho mais solicitados.
FIGURA 5 – ILUSTRAÇÃO ESQUEMÁTICA DA são os valores de fck,pot,est obtidos da cor-
CURVA DE CORRELAÇÃO LINEAR relação linear entre o índice e o fck,pot,ext. 5.2 – Considerações
FONTE: GRÁFICO ELABORADO PELO AUTOR Aceitação do concreto e obtenção do quanto aos aspectos de
(TOMAZELI, 2015, P. 38)
fck,pot,est pode ser obtido por dois meios, segurança na estrutura:
como indicado na tabela 1, sendo eles: Os resultados fck,pot,est obtidos dos con-
Y = A + B * X, onde: a) Distribuição normal denominada cretos extraídos de uma estrutura são
como Gauss: A distribuição nor- muito mais representativos do que os
Y = Valor da resistência característi- mal ou de Gauss é um modelo resultados obtidos dos corpos de prova
ca mecânica estimada (ensaio me- matemático que pode represen- moldados e rompidos que representam
cânico); tar de maneira satisfatória a dis- o concreto lançado em uma estrutura,
X = Valor do índice esclerométrico tribuição das resistências à com- que podem, durante as moldagens, so-
obtido no ensaio (ensaio físico); pressão do concreto sempre que frer falhas ao não serem exatamente
A = Constante calculada; o coeficiente de variação (vc %) os que potencialmente foram lançados,
B = Constante calculada. observado seja igual ou menor a adensados e curados na estrutura em
30% (Vieira, 2007, p. 68). condições que não são 100% de pleno
35
ARTIGO TÉCNICO | INSPEÇÃO EM ESTRUTUR AS DE OBR AS PAR ALISADAS
conhecimento por parte do engenheiro Quadro 2 – Tópicos dos laudos e pareceres técnicos
de campo e muito menos por parte do
Item Conteúdo
tecnologista de concreto.
Helene (2011, p. 39) relata que, por Identificação do solicitante ou contratante
essa razão, é possível reduzir o fck por Classificação do objeto da vistoria: tipologia construtiva,
dispor-se de um resultado que abarca sistema construtivo, nomes dos setores, objeto, documentação
maior conhecimento dos “desconheci- Localização da obra com mapa e foto aérea (fonte Google)
mentos”, ou seja, uma vez que é melhor Data de vistoria e relação da equipe técnica
conhecido aquilo que foi executado, pois de inspeção e responsável
Introdução
a amostra extraída vem dele (do execu-
Fotografias da obra em várias vistas das
tado). Na prática, significa majorar de fachadas e áreas internas gerais
algo o resultado do extraído. As normas
Anamnese
existentes e consagradas divergem sobre
essa “majoração”, a saber: Relação das normas consultadas
a) o item 12.4.1 da NBR 6.118 (ABNT, Listagem dos anexos
2014) com base na segurança: Descrição técnica do objeto da vistoria
fck = 1.1 ▪ fck,est
Nível de verificação da estrutura
Onde:
aceitando uma redução de γc em Critério e metodologia de inspeção adotados
nome da maior representatividade Descrição dos elementos construtivos vistoriados,
de fc,ext em relação a fck,ef Desenvolvimento a localização e seus fenômenos patológicos
b) o ACI 318:2005 Building Code Re- do corpo Classificação, análise das anomalias e grau de risco
quirements for Structural Concre- do laudo
Descrição dos ensaios tecnológicos elaborados
te, nos itens 9.3 e 20.2, recomenda: em campo e a conclusão destes resultados
fck = 1.06 a 1.22 ▪ fck,est,eq
Planilhas com os resultados dos ensaios que
c) o EUROCODE II. EN 1992. Dec.
determinaram a resistência fck,pot,est da estrutura
2004. Design of Concrete Structu-
res. General Rules for Buildings. Observações pertinentes às inspeções de campo
Annex A item A.2.3 – EN 13791 As- Analise de não conformidades
sesment of Concrete Compressive Orientações técnicas preventivas
Strength in Structures or in Structural
Lista de prioridades das falhas e anomalias, definição dos
Elements. p. 200, recomenda para aspectos restritivos e indicação de ensaios complementares
revisão da segurança: Corpo do laudo
Fornecimento de especificações referentes aos métodos
c.1) estrutura bem executada revi-
construtivos e materiais que podem ser empregados
sar a segurança adotando: nas obras de recuperação e/ou reforços estruturais
γs = 1.05 (ao invés de 1.15)
Data, assinaturas dos responsáveis e validade do laudo
γc = 1.35 (ao invés de 1.50)
c.2) a partir de testemunhos extraí- Conclusão Conclusões e considerações finais da segurança da estrutura
dos, revisar adotando: Fotografias, ARTs, plantas, certificados de ensaios
Anexos
fcj = 1,18 * fc,ext,j tecnológicos, tabelas de cálculos e outros documentos
Fonte: Adaptado pelo autor com base no Decreto Federal no 6.795 (2009, p. 25-26)
Para ser conservador e estar em con-
formidade com a NBR 6.118 (ABNT, 2014),
deve-se majorar em apenas 10%, apesar leira da ABNT específica para a inspeção d) e conter um prognóstico de ocor-
de que esse coeficiente de correção é de fenômenos patológicos em estruturas rências”.
muito conservador e francamente a fa- de concreto armado, sugere-se adotar o A adaptação com mais tópicos para a
vor da segurança e contra a economia, se que prescreve o item 4.2.2 da ABNT NBR emissão de laudos sugerido no Decreto
comparado a valores de outras normas 5.674:2012 (ABNT, 2012, p. 2), que descre- Federal no 10.671 (2009, p. 25-26) é o que
consagradas. ve um conteúdo básico do relatório de mais se assemelha ao que este autor en-
inspeção, como segue: tende como adequado, como ilustrado
6 – CONSIDERAÇÕES a) “descrever a degradação de cada no quadro 2 acima:
sistema, subsistema, elemento ou Esse trabalho procurou fornecer sub-
FINAIS componente e equipamento da sídios análise de estruturas de concreto
De posse da coleta de dados e das in- edificação; de edifícios paralisadas, e assim como
formações da estrutura mencionadas an- b) apontar e, sempre que possível, es- sugestões para uma futura metodologia
teriormente, parte-se para a elaboração timar a perda do seu desempenho; brasileira específica para análise, pro-
do Parecer Técnico de entrega ao contra- c) recomendar ações para minimizar os teção e recuperação de estruturas de
tante. Como não existe uma norma brasi- serviços de manutenção corretiva; edifícios residenciais ou comerciais em
37
INDUSTRIALIZ AÇÃO | USO INTENSIVO DE PEÇAS PRÉ-MOLDADAS
PROJETO ESTRUTURAL
DO TERMINAL 1
DO COMPLEXO DO AÇU
OSWALDO MARQUES
HORTA BARBOSA
Maiores Terminais Portuários no Brasil com Ponte de Acesso Massa Total Aço CA50
(kg) 13.000.000
(estruturas+estacas)
Condições Comprim. da Largura da Área da
Terminal
Ambientais Ponte (m) Ponte (m) Ponte (m2)
Açu T1 Mar Aberto 2.900 26,5 76.850
2 – CONCEPÇÃO
Pecem Mar Aberto 2.502 19,5 (média) 48.745
ESTRUTURAL E PROCESSOS
Sergipe Mar Aberto 2.400 6,6 (pista) 15.840
TKCSA Abrigado 3.825 17,6 67.397
CONSTRUTIVOS
Quando se constrói uma obra por-
Abrigado tuária num local abrigado, com ondas e
Píer 4 (Vale) 1.570 22,0 34.540
para ondas
correntes fracas, é possível usar balsas
e flutuantes para montar sobre elas um
mamento de minério no tabuleiro da equipamento ou guindaste para cravar
ponte também foram consideradas. as estacas e montar a superestrutu-
ra. Numa construção em mar aberto é
1.3 – Ponte de Acesso comum usar um “cantitraveller” (“can-
Principal / Prova de carga / tilever” + “traveller”) que é um equi-
Seção da Ponte de Acesso do Terminal Deformabilidade Elástica pamento de aço sofisticado projetado
1 do Porto do Açu Ao final da construção foi realizada uma especificamente para cada obra e que
prova de carga na Ponte de Acesso pelo IPT vai cravando as estacas e montando a
1.2 – Ponte de Acesso de São Paulo e o comportamento foi exce- próxima travessa do vão à frente usan-
Principal / Carga do lente, tanto quanto à resistência e a integri- do um dispositivo em balanço e em se-
veículo especial / dade da estrutura e fundações quanto às guida “viaja” no alto sobre o estaquea-
Cargas excepcionais deformações residuais que resultaram em mento já cravado sem sofrer a ação das
As pontes de acesso aos píeres em valores desprezíveis. A estrutura apresen- ondas. A Foto 2 mostra um “cantitravel-
geral e também as pontes das rodovias tou comportamento elástico. ler” utilizado no T1 do Açu.
brasileiras são normalmente projeta-
das para o tráfego da maior carga mó-
vel rodoviária padrão prevista na ABNT
NBR 7188 que é o TB450 com 3 eixos de
150kN distantes de 1,5m entre si e car-
ga total de 450kN. A Ponte de Acesso do
T1 do Açu foi projetada para a carga es-
pecial de uma carreta de transporte de
placas siderúrgicas com carga total de
1.585kN com 4 eixos de 350kN puxada
por um cavalo mecânico com 3 eixos,
sendo 2 eixos de 75kN e um eixo de
35kN, distantes conforme o croqui abai-
xo. A carga total do conjunto “carreta +
cavalo mecânico” é cerca de 3,5 vezes FOTO 1 – DA PROVA DE CARGA COM A CARRETA DE PLACAS SIDERÚRGICAS COM MAIS DE
1600KN E OITO RODAS POR EIXO.
maior que a do TB450.
39
INDUSTRIALIZ AÇÃO | USO INTENSIVO DE PEÇAS PRÉ-MOLDADAS
FOTO 4 – VISTA DO PÁTIO DE PRÉ-MOLDADOS COM AS PISTAS DE PROTENSÃO DE ESTACAS E VIGAS LONGARINAS. AMPLIE PARA DETALHES.
41
INDUSTRIALIZ AÇÃO | USO INTENSIVO DE PEÇAS PRÉ-MOLDADAS
FOTO 8 – TERMINAL T1 COM O GRANELEIRO KEY LIGHT SENDO CARREGADO NO PÍER DE MINÉRIOS EM OUTUBRO DE 2014.
43
ARTIGO RE TRÔ | REVISTA 47 - 1962
VIBRAÇÕES
45
ARTIGO RE TRÔ | REVISTA 47 - 1962
dade ideal de explosivos, a qual pudesse 8 – CONTROLE DOS DANOS Para este caso, o critério da CRANDELL
ser usada sem contra indicações. Uma é também um critério de velocidade, pois
análise mais refinada do problema mostra O problema da segurança nas cons- a2 = kf 2 = 4π2 f 2 v2 sendo V = k/47π2.
que em certas situações somente através truções próximas a obras nas quais é Substituindo K pelos limites de CRAN-
de critérios estatísticos se consegue, não feito o uso de explosivos, torna-se tam- DELL, temos:
uma solução ideal, mas condições de ris- bém de grande interesse para as Com- V1 = 3/4π2 = 0.2756 ft/sec = 8,4 cm/s
co controlado, ou seja, a probabilidade de panhias de Seguros. V 2 = 6/4π2 = 0.3898 ft/sec = 11,9 cm/s
falha existe, cabendo ao responsável a es- A Liberty Mutual Insurance Co. Nota-se que o limite estabelecido por
colha da porcentagem de risco. (CRANDELL) (2) realizou vasto estudo Edwards e Northwood é praticamente
Certas condições podem indicar ainda sobre o assunto. igual ao de CRANDELL.
o uso de explosivos até um certo ponto, Inúmeras residências, edifícios, es- Para túneis sem revestimento escava-
usando-se processos mecânicos comple- colas e igrejas foram verificadas antes dos em rocha, Langefors e Kilhstrom su-
mentares. e depois de testes com explosivos. gerem uma velocidade de 30 cm/s como
Hendron (4), baseado em experiências CRANDELL, na impossibilidade de cal- início de desintegração e 60 cm/s para
de campo feitas em 1953 pelo Engineering cular a massa do solo em vibração, re- formação de maiores fissuras.
Research Associates e estudos de Devine e lacionou todo seu estudo em função A tabela (3) mostra as amplitudes limi-
Duval (1963), Devine (1966), Langefors, Bol- do índice de energia cinética, definido tes em microns, para as construções afe-
linger, além de outros, apresentou em 1968 por ele como o quadrado da aceleração tadas por explosões, usando-se o critério
um critério para determinação do peso de máxima (a2) (ft/s2)2 sobre o quadrado de CRANDELL adaptado para o sistema
explosivos em função do efeito causado a da freqüência (Hz) 2. As leituras para o métrico.
certa distância. Voltando a rever o assunto cálculo do índice de energia (1EC) po-
em 1975, Hendron (3) compara os resulta- dem ser obtidas através de um aceleró- TABELA Nº 3
dos de seu critério com os de Oriard (1972), grafo ou um sismógrafo. CRANDELL
não há danos prováveis danos
mostrando que para distâncias relativas estabeleceu ainda os seguintes limites CRITÉRIO
(D/W1/3) entre 20 e 100 (ft/Qb1/3) os dois cri- para controle das vibrações DE a2 ft a2 ft
térios apresentam diferenças pouco signi- IEC < 3 mínimo de risco para as cons- CRANDELL ––– = 3 (––– ) 2 ––– = 6 (––– ) 2
f2 s f2 s
a 2
ficativas. A tabela nº 2 mostra o critério de truções IEC = –––
f 2
a 2
m a 2
m
Hendron adaptado para o sistema métrico. 3 < IEC < 6 prováveis danos (cuidado) ––– = 0.2788 (––– )2 ––– = 0.5576 (––– )2
f2 s f2 s
O peso de explosivo foi deduzido das se- IEC > 6 danos consideráveis (perigo)
guintes fórmulas originais: Segundo Edwards e Northwood, o limi- 0,2788
––––––––
0,5576
––––––––
V = 106 V = 106
V = 6000 in/sec (D/W1/3) - 2 • 8 para te perigoso é quando a velocidade atinge V (µ/ s) 4π2 4π2
D/W1/3 (ft/Qb1/3) < 10,43 valores acima de 11,5 cm/s. 13373 13373
A (µ) A = –––––––– A = 2 ––––––––
V = 360 in/sec (D/W1/3) - 1• 6 para No caso de movimento harmônico, f f
D/W1/3 (ft/Qb1/3) 10,43 existem as seguintes relações entre as
3 4458 6304
grandezas cinemáticas:
FREQUÊNCIA DE EXCITAÇÃO
Portanto, para uma distância relativa amax = 2πf .Vmax 5 2675 3782
igual a 10,43 (ft/Qb113), as duas fórmulas V max = 2 πf. Amax 10 1337 1891
fornecem velocidades idênticas. a max = 4 π2f 2 f 2 Amax
15 892 1261
(HZ)
208 1145
HENDRON
50 267 378
V 21,4 (cm/s) V 21,4 (cm/s)
60 223 315
D/W1/3 4,14 (m/kg1/3) D/W1/3 4,14 (m/kg1/3)
V=1145 (D/W1/3) –2,8 (cm/s) V=208 (D/W1/3) –1,6 (cm/s) Duval e Fogelson fizeram uma análi-
D V 5 10 15 20 25 30 50 60 se estatística das correlações feitas por
Edwards e Northwood, Langefors, Tho-
5 0,12 0,42 0,90 1,55 2,08 2,53 4,37 5,31
emem e Windes e demonstraram que,
10 0,92 3,38 7,22 12,4 16,6 20,2 34,9 42,5
para uma velocidade de partícula igual a
15 3,11 11,4 24,4 41,8 56,1 68,2 117,9 143,3 7.6 in/sec, a probabilidade de sérios da-
20 7,37 27,0 57,8 99,1 133,0 161,6 279,4 339,7 nos é de 50%. A probabilidade para leves
25 14,4 52,8 112,9 193,6 259,7 315,7 545,8 663,6 danos é pouco maior do que 50% para
30 24,9 91,2 195,1 334,5 448,8 545,6 943,2 1147 velocidades de 5,4 in/sec.
Em 124 casos analisados não foram
50 115,1 422,2 903,1 1549 2078 2526 4367 5309
registrados danos quando a velocidade
60 198,9 729,6 1560 2676 3591 4366 7547 9175
foi abaixo de 2 in/sec, ou seja, do limite
Velocidades maiores somente deverão Quando o sistema é carregado ex- S FREQUÊNCIAS DE VIBRACÃO (Hz)
ser usadas nos casos de fundações iso- centricamente, a fundação experimenta Ne 1º modo 2º modo 3º modo 4º modo 5º modo
ladas. Entretanto, não se recomendam certa rotação, reduzindo os valores das
(1) 1 ,099 5,826 14,445 27,378 43,850
valores superiores a V = 5 mm/s. frequências naturais, podendo alguma
As referências (1 e 5) mostram vários delas ficar próxima da freqüência de ex- (2) 0,732 4,202 12,381 26,038 43,363
gráficos elaborados pela Associação dos citação. Em casos assim, a matriz dinâ-
Aceleração Velocidade Amplitude Restituição
Engenheiros Alemães (VDI), para o controle mica é variável e há necessidade da de- s JT
a (mm/s)2 V (mm/s) A (mm) R (t)
de vibrações em fundações de máquinas. terminação dos limites correspondentes
1 -53,197 -2,308 -0,100 -2,205
Segundo a VDI, algumas máquinas po- ao sistema carregado e descarregado.
dem trabalhar sobre suportes com velo- No caso de a freqüência de excitação fi- 2 -8,962 -0,389 -0,016 -0,482
cidade eficaz (Vef= V/2 ) de até 18 mm /s. car situada entre os limites, inevitavelmente (1) 3 25,573 1,109 0,048 1,343
Entretanto, em várias visitas de inspeção o sistema entrará em ressonância quando
4 40,297 1,749 0,075 2,176
realizadas em instalações industriais, nas carregado ou descarregado, gerando es-
5 27,483 1,192 0,051 24,379
quais constatamos velocidades em torno forços cujos valores serão função direta do
de 25 mm s, notamos a impraticabilidade amortecimento do sistema e das velocida- 1 -257,374 -11,170 -0,484 -9,780
de qualquer tarefa no local, tornando-se des do carregamento e descarregamento. 2 - 47,150 -2,046 -0,088 -2,439
precária até a instalação dos aparelhos Determinada insta lação, em perfei- (2) 3 119,847 5,201 0,225 5 ,590
de medida. to funcionamento em certo local, pode
4 197,445 8,569 0,371 9,617
No caso de vibrações horizontais, con- apresentar problemas com a sua trans-
seguimos recentemente medições com ferência para outro em que as condições 5 149,292 6,479 0,281 33,734
velocidades em torno de 43 mm/s na fre- do solo são diferentes. Fig. 2
qüência de 200 cpm, resultando · ampli- A título de ilustração mostraremos u
tudes de 2 mm. m exemplo simples em que a fundação 12 – PRINCIPAIS
O leitor por certo pode achar estra- do sistema sofre rotações diferentes em
REFERENCIAS
nho o fato de uma amplitude de tal or- função das condições do solo, alterando
dem provocar uma resposta insuportá- os valores da matriz de rigidez. BIBLIOGRÁFICAS
vel às pessoas. Entretanto, lembramos 1. Buzdugan, G. - Dynamique Des Foun-
que o desconforto não é função so- 10 – EXEMPLO NUMÉRICO dations de Machines - Editions Eyrolles
mente da amplitude, mas sobretudo da - Paris - 1972
direção do movimento e da freqüência A fig.Nº1 mostra o modelo matemático 2. Crandell, F.J. - Ground Vibration Due To
de excitação. para as duas situações criadas pela supo- Blasting And lts Effect Upon Structures
Alguns exemplos mostrados em livros sição de solos diferentes, onde nota-se - J. Boston Soc. Civil Engrs., 36 num2 -
de Análise Dinâmica não levam em conta que as diferenças entre os dois casos são 1949
o problema das deformações. a rotação (θ) e o índice de amortecimen- 3. Hendron, Jr., A. J. - Structural And Geo-
A simples determinação das forças de to (c), considerado igual para todos os technical Mechanics Prentice - Hall, lnc.
restituição com as quais determinamos modos. - 1977
os esforços não é suficiente para a solu- A resolução dos modelos apresentou, 4. Hendron, Jr., A. J. - Stagg-Zienkiewicz -
ção do problema dinâmico, o qual exige entre outros, os resultados indicados na Rock Mechanics In Engineering Pratice
deformações adequadas ao conforto hu- Figura 2. John Wiley Sons - London - 1968
mano e compatíveis com a freqüência de 5. Major Alexander - Dynamics in Civil En-
excitação. 11 – ANÁLISE DOS gineering - Akademiai Kiadó - Budapest
A interação solo-estrutura não pode - 1980
ser desprezada, principalmente nos ca- RESULTADOS 6. Pereira Lopes, Mauro - Estabilidade
sos de sistemas com fundações excêntri- Como pode ser visto nos quadros da das Construções de Grande Altura -
cas e com matriz de massa variável. fig. (2), a rotação maior dada a situação Estrutura nº 86 - 1979
O ENSINO DE SISTEMAS
ESTRUTURAIS NO CURSO
DE ARQUITETURA
O CURSO DEVERIA PRIVILEGIAR O CONHECIMENTO DAS ESTRUTURAS,
POIS SE TRATA DE FATOR FUNDAMENTAL PARA O BOM EXERCÍCIO DA PROFISSÃO,
ALÉM DE FACILITAR O RELACIONAMENTO COM O PROJETISTA
P
POR JUSTINO VIEIRA arece bastante claro que o ar- tos, não conhecem suas necessidades e
quiteto deve dominar suficiente- carências por não conhecer seu proces-
mente os aspectos estruturais do so de trabalho.
projeto arquitetônico. De fato, ele Costumo fazer uma analogia: provi-
cria formas e divide espaços, tornando- denciar um professor de estrutura para
-se completamente comprometido com o curso de arquitetura é como contratar
a viabilização de uma estrutura que pro- um professor para ensinar português no
porcione tais pretensões e sustente as Japão. Não basta, obviamente, que o can-
cargas daí advindas. didato seja um mestre na língua portu-
O que, entretanto, resulta numa ques- guesa. Se ele não souber também, ainda
tão sobremaneira intrigante e desafiado- que um tanto superficialmente, o japonês,
ra é o que seria um conhecimento estru- o curso será totalmente inviável. Resumin-
tural adequado e suficiente e como deve do: creio ser fundamental que o professor
o ensino do mesmo ser ministrado nas tenha fluência, tanto da linguagem da en-
escolas de arquitetura. genharia quanto a da arquitetura.
A consulta pessoal a um número ele- O segundo aspecto problemático é
vado de arquitetos e estudantes de ar- mais profundo e conceitual. Vou começar
quitetura me indicou, majoritariamente, definindo como vejo a atuação de arqui-
descontentamento com o curso que tetos e engenheiros. Enquanto este é um
tiveram na área estrutural e uma sen- profissional de análise, que visa conhecer
sação de frustração em relação ao re- em detalhe determinado assunto, o arqui-
sultado esperado. Creio que a primeira teto é um profissional de síntese, que deve
causa deste problema é a inadequação ter conhecimentos mais difusos, porém
do professor de estrutura designado extremamente abrangentes, de inúmeros
para tal função. Na sua quase totalida- tópicos ligados ao fazer arquitetônico.
de, os professores destas disciplinas Apelando novamente para uma analo-
são engenheiros que, independente da gia, compararia o arquiteto a um maestro
titularidade acadêmica e do grau de co- e o engenheiro a um músico, digamos,
nhecimento que possuem do assunto um trompista. Provavelmente poucos
estrutura, não tem vivência com arquite- maestros sabem tocar trompa, entretan-
49
VALORIZ AÇÃO PROFISSIONAL | AS ESTRUTUR AS E O ARQUITETO
to sabem exatamente o que desejam da teressava ele sabia avaliar perfeitamente. acho isso espantoso, tal como tam-
trompa sob sua batuta: como deve soar, Tenho certeza que também conhecia os bém o aluno não ter a menor ideia do
se está afinada, se atende as exigências da índices equivalentes de instalações, ar preço aproximado pelo qual os apar-
partitura, se entrou no compasso exato. condicionado, custos, etc. tamentos do seu projeto serão ven-
Assim sendo, creio que o ensino de Dentro desta visão, creio que o ensino, didos e, consequentemente, o perfil
estrutura para arquitetos deve, funda- ao longo de quantas sejam as cadeiras sócio econômico do ocupante de sua
mentalmente, dar-lhe condições de diá- dedicadas a este assunto, deveria ter o edificação!
logo com o especialista e nunca assumir seguinte perfil: – Cálculo de Esforços: Esta parte do
seu papel na orquestra. Este objetivo – Introdução: Um conhecimento ex- currículo abrangeria inúmeras ca-
remete inteiramente à necessidade de tremamente vasto, o mais abran- deiras do curso de engenharia, tais
conhecer o dia a dia do arquiteto, seu gente possível, abusando mesmo do como estática, hiperestática e resis-
trabalho, seus desafios e responsabili- conceito de “enciclopédico”, dos prin- tência dos materiais. Não cabe aqui
dades profissionais. cipais tipos de edificações e obras de detalhar o currículo de tal cadeira,
Costumo citar um incidente profissio- construção (prédios, pontes, silos, mas creio que a ênfase deveria ser
nal que ilustra perfeitamente este ponto: hangares, fábricas, etc), bem como em passar a percepção intuitiva e
há alguns anos estava desenvolvendo um dos respectivos materiais (concreto sensível das deformações e dos es-
projeto que tinha certas peculiaridades armado e protendido, aço, madeira) forços que atuam nas peças estru-
estruturais um tanto inusitadas e o tra- e processos executivos (pré-fabri- turais, tais como flexão, compressão,
balho era coordenado por determinado cação, alvenaria portante, execução tração, torção, flambagem, etc. Insis-
arquiteto. Antes da primeira reunião co- convencional, etc). to: a ênfase é muito mais na qualifica-
meçar, informalmente, ele me perguntou Creio que esta seria a “grande” cadei- ção e identificação do esforço do que
o volume de concreto que eu imaginava ra do curso em termos de estrutura, na sua mensuração e quantificação,
gastar. Achei a pergunta muito precoce uma vez que se enquadra totalmente tal como ocorre nos cursos de enge-
para o ponto do trabalho em que estáva- no conceito generalista que atribuí nharia. Uma importante contribuição
mos e, talvez, tivesse ainda subestimado acima ao arquiteto. a tal estudo seria o emprego do mo-
sua capacidade de avaliar este aspecto Vou dar um exemplo de sua impor- delo de estrutura com molas, atual-
mente comercializado.
– Madeira e Metálica: esta discipli-
na – que tem a mesma abrangência
e designação no curso de engenharia
– deveria focar substancialmente na
parte da morfologia destas estrutu-
“
ras. Vejo, seguidamente no ateliê, os
alunos preocupados em saber como
“a viga encaixa no pilar”. Entendo per-
O conhecimento das estruturas feitamente a preocupação deles. Reu-
nindo nesta cadeira os ensinamentos
por parte do arquiteto é fator advindos da cadeira anterior (cálculo
de esforços) e mantendo o mesmo en-
fundamental para o bom quadramento sensível e espontâneo,
“
das cadeiras anteriores. Gostaria, en-
tretanto, de salientar alguns pontos.
Estudo da compressão: creio que é ex-
tremamente útil ao arquiteto ser capaz
de pré-dimensionar um pilar, já que
– apesar de ser uma tarefa simples –
esta informação é vital para a Arquite-
tura que ele está desenvolvendo. Por
devido à especificidade do projeto. Para tância. Frequentemente atendo alu- outro lado, não vejo o menor sentido
minha surpresa ele sugeriu um valor (ex- nos no Ateliê fazendo projetos de em ensiná-lo a calcular um pilar objeti-
presso adequadamente sob a forma de edificação urbana que optam por fa- vando obter a respectiva armação. Os
índice) que era absolutamente acertado ze-las em estrutura metálica. Sempre casos que a Norma Brasileira admite
e pertinente. Ele não saberia calcular pergunto o porquê desta opção e, de dimensionamento simplificado de
uma estrutura, por mais modesta que quase invariavelmente, não obtenho pilares são extremamente limitados e
fosse, mas o número “grande” que o in- qualquer resposta consistente. Eu o cálculo exato, com elaboração das
“
ponencialmente (quadrado) com a al- bilizar sua proposta arquitetônica.
tura, como também acho importante Conclusão: o conhecimento das es-
ele saber que a redução da altura das truturas, de modo sensível e adequa-
Apelando para vigas de um teto, resultaria a grosso do, por parte do arquiteto é fator fun-
modo um aumento de armação (e res- damental para o bom exercício de sua
uma analogia, pectivo custo) na mesma proporção. profissão e elemento facilitador para um
51
NORMAS TÉCNICAS | NBR 7187
REVISÃO DA ABNT
NBR 7187:2003
DEVERÁ ESTAR
CONCLUÍDA EM 2018
AÇÃO DE TEMPERATURA DO CONCRETO E CARGAS FERROVIÁRIAS FORAM ALGUNS DOS
PONTOS QUE MERECERAM ATENÇÃO DA COMISSÃO ENCARREGADA DA REVISÃO
S
e tudo correr conforme o crono- visão da norma ficariam encarregados de
grama, até o primeiro semestre buscar subsídios em normas internacio-
de 2018 estará concluída a revi- nais e também em literatura sobre o tema,
são da ABNT NBR 7187:2003 – para propor uma redação mais atualizada
Projeto de Pontes, Viadutos e Passa- a respeito”, informa.
relas de Concreto. Pelo menos essa é a Outro ponto que deve merecer aten-
expectativa dos integrantes da CEE-231, ção especial dos integrantes da Comis-
Comissão de Estudo criada para fazer a são é o referente a cargas ferroviárias.
revisão e que tem como coordenador o Segundo o secretário da CE-231, esse tó-
engenheiro Julio Timerman. Após essa pico das cargas ferroviárias, importantís-
etapa, o texto resultante das reuniões simo em projetos de pontes, não estava
periódicas realizadas na sede da ABECE, contemplado em nenhuma norma. “Deci-
em São Paulo, será remetido para a ABNT dimos então, incluir um anexo específico
– Associação Brasileira de Normas Técni- sobre cargas ferroviárias na ABNT NBR
cas, onde será formatado e colocado em 7187”, explica o engenheiro Iberê.
consulta pública antes da publicação. Os integrantes da Comissão que revisa
No momento, a CEE-231 finaliza uma lei- a ABNT NBR 7187:2003 realizam uma re-
tura geral da norma e já foram detectados união mensal e dela participam, em mé-
pontos que merecem complemento ou dia, 14 pessoas. São projetistas e outros
uma nova redação baseada nas mudan- profissionais ligados à área de engenharia,
ças e avanços registrados nesse campo além de representantes de algumas uni-
da engenharia desde que a norma foi redi- versidades, como a Federal do Rio de Ja-
gida. “Notamos, por exemplo, que na nor- neiro e a USP de São Carlos, e também de
ma em vigência, a ação de temperatura do alguns órgãos ligados a obras de infraes-
concreto é um tema que estava redigido truturas como rodovias e ferrovias, que
de forma superficial”, explica o engenheiro incluem pontes. Participam ainda dos en-
Iberê Martins da Silva, secretário da CEE- contros profissionais autônomos, repre-
231. “Foi decidido então que alguns dos sentantes de concessionárias de rodovias
profissionais que estão auxiliando na re- e alguns fornecedores de materiais.
53
MUSEU DO PROJE TO | EDIFÍCIO PEDR A GR ANDE
EDIFÍCIO
PEDRA GRANDE
O
POR MARIO FRANCO, projeto arquitetônico, de au- soas que após 1964 foram cassadas pelo
DA JKMF ENGENHEIROS CIVIS
toria do arquiteto Pedro Paulo regime militar, como os arquitetos Vila-
de Mello Saraiva, consistia ori- nova Artigas e Carlos Cascaldi. O projeto,
ginalmente de 14 andares com no entanto, foi alterado para escritórios,
um apartamento por andar, mais térreo mantendo-se, no entanto, a estrutura ini-
com lojas e subsolo de garagens. Alguns cialmente definida.
apartamentos eram destinados a pes- O andar tipo tem planta retangular
de 10m x 25m. Sua estrutura é formada
por 17 pórticos de 2 pilares, e vão de ~
10m, distanciados entre si de 1,55m. Os
17 pilares de cada fachada têm seção
trapezoidal com altura de 40cm e ba-
ses de 10cm e 20cm respectivamente.
As vigas têm 12x40cm, alargando para
20cm em suas extremidades. As lajes
55
MCA ESTÚDIO
ENTRE VISTA | LUIZ EDUARDO INDIO DA COSTA
ARQUITETURA E D
esde que iniciou sua carreira
profissional no Rio de Janeiro,
nos anos 60, o arquiteto Luiz
Eduardo Indio da Costa, tem
URBANISMO EM
pautado seu trabalho por uma intensa
interação da arquitetura com o urbanis-
mo. Autor de dezenas de projetos, como
o do Centro de Atividade do Sesc de Nova
Iguaçu/RJ e da sede do Inmetro Instituto
HARMONIA
de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial, em Duque de Caxias/RJ, Indio
da Costa também projetou inúmeras re-
sidências espalhadas por todo o estado
do Rio. Além disso, teve uma passagem
pela área pública como secretário de Ur-
INDIO DA COSTA, UM DOS NOMES MAIS RENOMADOS DA banismo da capital carioca.
Prestes a entrar na casa dos 80 anos,
ARQUITETURA BRASILEIRA, FAZ QUESTÃO DE DESTACAR Índio da Costa assegura que, em todas
A IMPORTÂNCIA VITAL DOS CALCULISTAS PARA as suas inúmeras atividades, sempre se
CONCILIAR ROBUSTEZ ESTRUTURAL COM A LEVEZA guiou pela inovação. “Como sou bastante
interessado pelo novo e por diferentes
PRESENTE NOS SEUS PROJETOS desafios, acredito que isto se reflita tam-
bém na minha arquitetura. Gosto, sem-
pre que possível, de inovar em relação ao
que foi feito anteriormente”, afirma. As-
segura que isso também envolveu a área
de design, incorporada às atividades do
estúdio montado por ele em Botafogo,
quando seu filho, Guto Indio da Costa,
“
nos anos 60: medicina, engenharia, direi- bom resultado, sem muita paixão e esfor-
to e semelhantes. ço. Além disso, acho que para uma boa ar-
ABECE – Quando decidiu que iria agre-
gar urbanismo e design à sua ativida-
Em todo projeto, quitetura, é muito importante uma visão
mais ampla e renascentista do mundo,
de de arquiteto? o engenheiro onde o contexto social, cultural e artístico,
Indio da Costa – Urbanismo sempre fez se mostre presente na obra arquitetônica.
parte do meu trabalho. Iniciei minha tra- agrega ABECE – Considerando que sem es-
jetória profissional estagiando no escri- trutura não existe forma possível,
tório Saturnino de Brito, uma referência conhecimento concorda que, em última análise, é o
em urbanismo e essa bagagem eu trago
até hoje para meus projetos. O design,
tecnológico arquiteto quem concebe a estrutura?
Nesse sentido, como situa sua produ-
só realmente entrou no nosso escritório, específico ção arquitetônica em relação a inte-
quando o meu filho, Guto, designer de ração forma-estrutura?
produto, veio agregar esta área ao nosso além de prática Indio da Costa – Na maior parte do meu
“
trabalho. Aprendi a ver a arquitetura e o trabalho, a estrutura nasce com o proje-
urbanismo do ponto de vista coletivo e a construtiva to arquitetônico, mas o trabalho em con-
me preocupar mais com a inserção corre- junto com o Engenheiro de estruturas, é
ta do objeto arquitetônico, na paisagem. fundamental em todo o processo. Isso
ABECE – Qual a importância de uma serve também, para as relações entre as
atuação harmônica entre arquitetos demais áreas que se complementam no
e engenheiros para o bom andamen- todo de uma obra arquitetônica, desde
to de uma obra? a criação até a realização. Há projetos,
Indio da Costa – É uma parceria impor- é um instrumento que nos auxilia enorme- entretanto, em que a estrutura não de-
tante e complementar, pois todo projeto mente e nos possibilita projetos de melhor fine a forma, mas ao contrário, a forma
depende de uma correta execução e o qualidade, com antevisão de espaços mais termina definindo a estrutura. Com o au-
engenheiro, agrega conhecimento tecno- clara e com detalhes mais bem desenvolvi- xílio dos Engenheiros de estruturas, que
lógico específico e prática construtiva. dos. Além disso, o Revit, que faz parte do são parceiros importantes, nos meus
ABECE – Qual sua avaliação sobre o sistema Bim, facilita o diálogo com os lei- projetos, consigo conciliar a leveza das
atual estágio da arquitetura brasilei- gos, por conta da visão em 3D. minhas criações com estruturas sólidas
ra em comparação com a de outros ABECE – Como é sua implementação fundamentais em qualquer obra.
países? num escritório de arquitetura? ABECE – Qual sua visão crítica da
Indio da Costa – Estamos atrasados em Indio da Costa – Cada vez maior. É um precedência da estrutura sob a for-
relação a outros países ditos do primei- caminho sem volta e em constante evo- ma na criação arquitetônica, como
ro mundo, sobretudo em temos de tec- lução. A nova ferramenta ainda não está no exemplo do Museu de Arte Mo-
nologia. Não me parece que falte cria- completamente popularizada entre os ar- derna do Rio?
tividade aos arquitetos brasileiros, mas quitetos, mas cada vez mais os escritórios Indio da Costa – Quando o resultado
sim, uma engenharia avançada e opor- estão conscientes da sua importância. final tem valor considerável, acredito
tunidade para projetos mais ousados e ABECE – Qual sua análise sobre o ní- que são apenas métodos diferentes de
vanguardistas. Nosso maior desafio é vel de competência dos jovens arqui- se trabalhar, mas não necessariamente
não perder, mas reforçar nossa identi- tetos recém-formados que chegam vejo como algo ruim. Cada profissional
dade cultural, num mundo globalizado, hoje ao mercado de trabalho? tem a sua linguagem e estas diferenças
onde as influências externas têm de ser Indio da Costa – Não acho que as fa- não criam escalas diferenciadas de valor,
filtradas para a nossa realidade sócio culdades estejam funcionando como mas enriquecem a profissão, com maior
econômica e cultural. deveriam, entretanto, os jovens que diversidade.
57
INOVAÇÃO | SHOPPING CENTER IGUATEMI FORTALE Z A
OBRAS DE EXPANSÃO
DO IGUATEMI DE
FORTALEZA
SOLUÇÕES ESTRUTURAIS CONTEMPLARAM, ENTRE OUTRAS MEDIDAS,
PLANTAS COM MUITAS CURVAS E GRANDES VÃOS, USO DE LAJES NERVURADAS,
ALÉM DE LAJE DE SUBPRESSÃO EM TODO O SUBSOLO
59
INOVAÇÃO | SHOPPING CENTER IGUATEMI FORTALE Z A
FIGURA 2.4 – SEÇÃO DA ÁREA COM ESTRUTURA DE MADEIRA FIGURA 2.5 – ÁREA DE CONVIVENCIA CENTRAL
FIGURA 2.6 – PONTO DE LIGAÇÃO ENTRE EXPANSÃO 6 E ETAPA 1 FIGURA 2.7 – PONTO DE LIGAÇÃO ENTRE EXPANSÃO 6 E ETAPA 4
61
INOVAÇÃO | SHOPPING CENTER IGUATEMI FORTALEZ A
FIGURA 3.1 – FORMA NÍVEL 6 – EDIFÍCIO GARAGEM – SETOR A FIGURA 3.2 – FORMA NÍVEL 6 – SETOR B
FIGURA 3.3 – FORMA NÍVEL 6 – SETOR C FIGURA 3.4 – FORMA NÍVEL 6 – SETOR D
63
BOAS PR ÁTICAS DE PROJE TO | CÁLCULO MANUAL
EXEMPLO DE
CÁLCULO MANUAL
MANUSCRITO COM EXEMPLO DE CÁLCULO MANUAL DE ARMADURA ATIVA
E PASSIVA DE UMA VIGA PROTENDIDA DE CONCRETO
AVALIAÇÃO TÉCNICA DE
PROJETO É NECESSÁRIA?
ATP DEVE SER REALIZADA, DE PREFERÊNCIA, JUNTO COM A FASE DE PROJETO,
REQUER UM PROFISSIONAL HABILITADO E É UMA GARANTIA DE MENOS FISSSURAS,
DEFORMAÇÕES E COLAPSOS NAS OBRAS
“Uma pessoa inteligente aprende com os cientes de que uma experiência adquirida, Os coautores impõem seu próprio estilo
seus erros, uma pessoa sábia aprende com os se partilhada por muitos colegas, elevará a de linguagem, de narrativa e diversificam
erros dos outros”, escreveu o psiquiatra e escri- competência coletiva de sua profissão. o formato do texto, impedindo assim que
tor Augusto Cury, contrapondo-se ao pensa- São ao todo 27 coautores engenheiros a a leitura se torne monótona ao passar de
mento de Otto van Bismarck: “Os tolos dizem relatar 50 casos distintos, que pontificam, um caso para outro.
que aprendem com os seus próprios erros; eu justamente, por sua diversidade de assun- Todos os coautores desejam que essa
prefiro aprender com os erros dos outros”. tos e de estilos. Os assuntos permeiam por coletânea de casos, rica em ensinamen-
Ambos, no entanto, reconhecem que os erros em diversas áreas de conhecimento: tos, tenha divulgação tão ampla quanto
erros cometidos, por nós mesmos ou por geotecnia, concreto armado, concreto pro- as virtudes que contém. Essa divulgação
outros, podem nos servir de proveitosa li- tendido, estruturas de aço, patologia das é livre, mas deverá ser sempre gratuita.
ção. A condição necessária para que isso estruturas. Abordam problemas de estru- Se alguma instituição desejar editar esse
aconteça é que nos aproximemos deles com turas sob ações estáticas, dinâmicas e si- trabalho, está autorizada a fazer, desde
humildade, convencidos de que errar é hu- tuações de incêndio. Falam das edificações, que mantenha integralmente a coletânea
mano e, por isso, eles estão sempre presen- das pontes, das adutoras, dos reservató- como está e sem auferir benefícios finan-
tes em todas as nossas atividades. rios, da chaminé de equilíbrio, dos muros, ceiros. Se alguém desejar divulgar casos
Os engenheiros que se uniram para es- da proteção costeira. Os casos referem-se isolados que o faça, desde que forneça a
crever essa coletânea de casos, em que à fissuração exagerada, à deformações in- referência.
aprendemos com erros dos outros, não são convenientes, à corrosão, à vibrações ex-
nem sábios nem tolos, mas apenas cons- cessivas e ao colapso. Boa leitura e bom aprendizado.
T
POR EDUARDO BARROS MILLEN emos vivido nos últimos quinze construtoras, nos laboratórios, nas fisca-
ou vinte anos uma oscilação sig- lizadoras de obras, nos fornecedores de
nificativa no mercado da enge- materiais. Faltava pessoal especializado,
nharia civil. com experiência e conhecimento. Depois
Passamos por uma fase de pouco traba- novo pequeno período de recessão, em
lho, com perda de mão de obra, engenhei- seguida retomada do crescimento e ago-
ros se formando para trabalhar em áreas ra, nos últimos três anos, convivemos com
financeiras e fuga dos jovens da atividade uma crise significativa.
de engenharia civil. A fase passou e muda- A ABECE, para atender demanda de
mos para uma situação de pleno trabalho, seus associados, criou em 2010 um cur-
com carência de mão de obra especializa- so de pós-graduação, lato sensu, para
da em todos os segmentos da cadeia da formação de engenheiros projetistas
construção civil – engenheiros, arquitetos, estruturais.
projetistas, desenhistas, técnicos, oficiais A situação de falta de pessoal resultou
de obras e muito mais, ocasionando falta que os projetos, obras e demais serviços
de pessoal nos escritórios de projetos de começaram a ser delegados a recém-for-
estruturas, arquitetura, instalações, nas mados, com pouca ou nenhuma expe-
67
NOTAS E E VENTOS
69
NOTAS E E VENTOS
C
om a presença de renomados Desafios e Perspectivas para o Futu- outros. O professor Laranjeiras foi ho-
profissionais da área de enge- ro. Promovido pela UFBA em conjunto menageado no final do evento e João
nharia estrutural do país, foi com a diretoria regional do IBRACON, o Alberto Vendramini, vice-Presidente da
realizado nos dias 29 e 30 de evento, que teve o apoio da ABECE, con- Relacionamento da ABECE ministrou
agosto, na Escola Politécnica da Uni- tou com as presenças dos engenheiros uma palestra sobre a Revisão da NBR
versidade Federal da Bahia, o I Seminá- Bruno Contarini, Julio Timerman, Anto- 5120 e as perspectivas da Engenharia
rio de Engenharia Estrutural da Bahia: nio Laranjeiras e João Vendramini entre Estrutural.
PUBLICAÇÕES
http://www.sinduscondf.org.br
aquecida. Contudo, apesar de simples,
ele limita os cálculos a poucos valores
tabelados, não permitindo ao engenhei-
ro buscar soluções diferentes. Por isso,
nesta Dissertação, desenvolveu-se um
método alternativo, com o auxílio do
programa de computador sueco Super
Tempcalc. A priori, definiu-se o campo de
temperaturas de vigas sob lajes sujeitas
TESTES SÃO FUNDAMENTAIS PARA MEDIR RESISTÊNCIA DAS ESTRUTURAS AO CALOR
ao incêndio-padrão ISO 834 (1999), em
função do tempo. Em seguida, consi-
derando-se a redução das resistências
do concreto e do aço, calculou-se o mo- râmetro µ, relação entre o momento fle- A dissertação recebeu a premiação
mento fletor resistente para os diferen- tor solicitante em situação de incêndio de Mestrado no Congresso Brasilei-
tes casos estudados. e o momento fletor resistente à tempe- ro do Concreto - Ibracon de 2013 e foi
Foram analisadas térmica e estrutu- ratura ambiente, ao tempo de resistên- transformada no livro: Albuquerque, G.
ralmente vigas com diversas larguras, cia ao fogo (TRF), para cada situação de B. M. L. Reinforced concrete beams fire
alturas, cobrimentos, diâmetros e dis- interesse. Esses gráficos, que envolvem design. Standardized and alternative
posições de armaduras. Os momentos tanto armaduras positivas quanto ne- methods. Saarbrücken: LAP Lambert
resistentes em situação de incêndio gativas, também permitem levar em Academic Publishing, 2014. 288p.
derivados do programa foram compa- conta a redistribuição de momentos, o Para download: http://www.teses.
rados a valores provindos de métodos que conduzirá à otimização na solução usp.br/teses/disponiveis/3/3144/tde-
simplificados, propostos pelas normas encontrada. Nos exemplos de aplicação 09022013-135226/pt-br.php
brasileira e europeia (Eurocode 2 parte realizados, os resultados obtidos a par-
1-2, 2004) e, ainda, a um método mais tir do método gráfico se mostraram, em Autora: Gabriela Bandeira de Melo
avançado. Após a validação dos dados, geral, mais econômicos, quando compa- Lins de Albuquerque
criaram-se gráficos que associam o pa- rados aos do método tabular. Orientador: Valdir Pignatta e Silva
CURSO FORNECE BASE TEÓRICA E PRÁTICA SOBRE DANOS, CORREÇÕES E REFORÇOS EM ESTRUTURA DE CONCRETO
U
ma nova turma concluiu o cur- ser implementados nas estruturas de que envolveu conceituação, dimensiona-
so de Projeto de Reforço de concreto. mento de reforço para Momento Fletor e
Estrutura de Concreto Arma- Ministrado pelos engenheiros Tiago Força Cortante; reforço de pilares, além
do, realizado nos dias 17 e 18 Garcia Carmona e Thomas Garcia Carmo- de diversos exemplos práticos de aplica-
de agosto, em Contagem (MG), na sede na, o curso reuniu 30 participantes e fo- ção de cada um dos temas descritos.
da BBA – Belgo Bekaert Arames. Desen- ram abordados e detalhados temas como Ao final do curso, foi feita uma breve
volvido pela ABECE e realizado pela Dire- reforços estruturais usando as técnicas apresentação do livro “Engenharia Estru-
toria Regional de Minas Gerais, o curso de aumento de seção, chapas de aço tural – Portfólio”, editado pela Regional
tem como objetivo principal fornecer aderidas ao concreto, protensão e fibra da ABECE de Minas Gerais e que descre-
base teórica e prática sobre os tipos de de carbono. Todos esses tópicos foram ve uma série de projetos elaborados e
danos, correções e reforços que podem aprofundados por meio de abordagem executados na capital mineira.
O
s engenheiros Leonardo Braga Passos, dire-
tor da ABECE, e Hélio Chumbinho, diretor da
Regional da entidade em Minas Gerais, repre-
sentaram a associação no Simpósio Gestão
de Ativos – A Conquista da Excelência Empresarial e
Operacional, promovido no dia 28 de junho, pelo Crea-
-Minas e Associação Brasileira de Manutenção e Gestão
de Ativos (ABRAMAN), em Belo Horizonte. Além de pro-
mover uma discussão técnica sobre gestão de ativos e
apresentação de estudos de casos, foi lançada também
a Cartilha da Cadeia Produtiva Mineira, um documento
que faz uma radiografia de vários segmentos da econo-
mia mineira, incluindo a atividade da construção civil e
cujo conteúdo foi validado por diversas entidades, in-
clusive a ABECE.
71
REGIONAIS ABECE | ACONTECE NAS REGIONAIS
C
om carga horária de 12 ho- engenheiro Cabral, atualmente, os
ras, foi promovido nos dias apoios são considerados indeslo-
30 de junho e 1º de julho, cáveis, apoiados sobre uma super-
na sede da ABECE, em São fície rígida indeformável. Na práti-
Paulo, o curso Interação Solo-es- ca, porém, segundo ele, o que se
trutura: Conceitos e Aplicações em verifica é que os solo de apoio da
Projetos Estruturais. Ministrado fundação se deforma, provocando
pelo engenheiro Eduardo Vidal Ca- uma alteração no fluxo das cargas,
bral, o curso contou com a presença resultando em uma redistribuição
do presidente da ABECE, Jefferson dos esforços solicitantes nas diver-
Dias de Souza Junior e seu objetivo sas peças estruturais do edifício,
principal é orientar os profissionais podendo provocar o aparecimento
da área de estrutura sobre a impor- de patologias na estrutura. Portan-
tância de se considerar a interação CURSO CAPACITA PROFISSIONAIS PARA DOMINAR MELHOR to, o desempenho estrutural de
solo-estrutura como procedimen- A INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA um edifício é função da interação
to de projeto. Além disso, o curso entre seus elementos e o maciço
ainda detalha os procedimentos de O curso também apresenta os resul- de solo que compõe a fundação,
cálculos sob o ponto de vista geotécnico tados de modelagens matemáticas em tornando-se necessário, portanto, prever
para determinação dos recalques das fun- edifícios considerando a técnica de inte- o comportamento da estrutura sob o as-
dações rasas e profundas. ração solo-estrutura. De acordo com o pecto global estrutura x fundação x solo.
C
om a presença de 30 participantes, foi promovido nos
dias 4 e 5 de agosto, na sede da ABECE, em São Paulo o
curso Dimensionamento de Vigas Protendidas. Ministra-
do pelo engenheiro Fábio Albino de Souza, o curso atraiu
a atenção de muitos profissionais interessados em aprimorar
seus conhecimentos. Entre outros tópicos, o curso tratou e deta-
lhou Estado-Limite de Serviço (ELS), Estado-Limite Último (ELU),
além de durabilidade. Foram abordados ainda Valores-Limite por
ocasião da operação de protensão; coeficiente de ponderação;
armadura protendida aderente e não aderente; protensão par-
cial, limitada e completa; deformações de pré-alongamento; dia-
grama tensão x deformação do aço; módulo de elasticidade do
concreto; combinações últimas e de serviço; resistência à tração TÓPICOS DO CURSO ATRAIRAM O INTERESSE DE MUITOS
do concreto; além de exercícios numéricos. PROFISSIONAIS DA ÁREA DE ESTRUTURA
C
oncepção de projeto estrutural e Ronaldo C. Battista em palestra proferida e h=112,0 m), destinada a testes de elevado-
estabilidade aerodinâmica de tor- no dia 9 de agosto, em São Paulo, no encon- res de grande velocidade para prédios altos.
res de concreto de grande altura e tro mensal promovido pela regional de São O engenheiro também tratou dos modelos
esbeltez, com ênfase em aspectos Paulo da ABECE, em parceria com a divisão de túnel de vento, da análise aerodinâmica
projetivos de construtivos, em análise esta- de Estruturas do Instituto de engenharia. da estrutura sob a ação do vento em es-
tiva da estrutura sob a ação do vento com A palestra atraiu um público de 70 pro- coamento suave e turbulento. Demonstrou
foco nos procedimentos e normas de pro- fissionais da área de estrutura, além de ter ainda a avaliação do desempenho e da es-
jeto, além de modelagem computacional sido acompanhada, via web, por aproxima- tabilidade aerodinâmica do sistema estrutu-
3D para análise dinâmica da interação ven- damente 160 pessoas. O palestrante fez sua ral, destacando o sistema de controle para
to-estrutura-fundação. Esses foram alguns análise partindo do caso de uma torre de melhoria do comportamento e do desem-
dos temas apresentados pelo engenheiro C.A. (com seção quadrada 12,0 m x 11,0 m penho estrutural no ELS e no ELU.
CALENDÁRIO DE
CURSOS
6 e 7 OUTUBRO
PROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO COM AUXÍLIO DE
MODELOS DE BIELAS E TIRANTES
Local: Fortaleza/CE
9 E 10 NOVEMBRO
PROJETO DE REFORÇO DE ESTRUTURAS DE
CONCRETO ARMADO
Local: Porto Alegre/RS