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Lamentações de Jeremias
Autor: Jeremias
Tema: Tristeza Presente e Esperança Futura
Data: 586-585 a.C.
Considerações preliminares:
O título deste livro deriva-se do subtítulo das versões grega e latina do AT - "As
Lamentações de Jeremias". O AT hebraico o inclui como um dos cinco rolos
(juntamente com Ruth, Ester, Eclesiastes e Cantares) da terceira parte da Bíblia
hebraica os hagiógrafos ("Escritos Sagrados"). Cada um desses cinco livros era
tradicionalmente lido num evento determinado do ano litúrgico judaico. Este, se
lia no nono dia do mês de ab (cerca de meados de julho), quando, então, os
judeus relembravam a destruição de Jerusalém. A Septuaginta colocou
Lamentações imediatamente após o profeta Jeremias, onde aparece na maioria
das Bíblias de hoje.
Propósito:
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Jeremias escreveu uma série de cinco lamentações a fim de expressar sua intensa
tristeza e dor emocional por causa da trágica devastação de Jerusalém, que
compreende: (1) a queda humilhante da monarquia e do reino davídicos; (2) a
destruição total dos muros da cidade, do templo, do palácio real e da cidade em
geral; e (3) a lamentável deportação da maioria dos sobreviventes para a distante
Babilônia. "Jeremias ficou sentado chorando, e lamentou sobre Jerusalém com
esta lamentação", diz um subtítulo do livro na Septuaginta e na Vulgata Latina.
No livro, a mágoa do profeta jorra como a de um enlutado no sepultamento de um
amigo íntimo que teve morte trágica. As lamentações reconhecem que a tragédia
era o juízo divino contra Judá pelos longos séculos de rebeldia contra Deus.
Chegara o dia da prestação de contas, e foi muito terrível. Em Lamentações,
Jeremias não somente reconheceu que Deus é reto e justo em todos os seus
caminhos, como também que é misericordioso e compassivo com todos os que
nEle esperam (3.22,23,32). Assim sendo, Lamentações levou o povo a ter
esperança em meio ao desespero, e a olhar para além do juízo daquele momento,
para o tempo futuro em que Deus restauraria o seu povo.
Visão panorâmica:
As cinco lamentações do livro, que correspondem aos cinco capítulos, têm vinte e
dois versículos cada (exceto o cap. 3, que tem vinte e dois multiplicados por três:
ou seja, sessenta e seis versículos); vinte e dois é a quantidade de letras do
alfabeto hebraico. Os quatro primeiros poemas são acrósticos alfabéticos, i.e.,
cada versículo (ou no cap. 3, cada conjunto de três versículos) começa com uma
letra diferente do alfabeto hebraico, de modo sucessivo, de Álefe a Tau. Essa
estrutura alfabética, além de ser uma ajuda para a memória, realiza duas coisas.
(1) Transmite a idéia que as lamentações são completas e abrangem tudo, desde
A até Z (Álefe a Tau). (2) Pressupõe que o profeta se proíbe de continuar com
prantos e gemidos intermináveis. Os lamentos chegam ao fim, assim como algum
dia o chegaria para o exílio e a reedificação de Jerusalém.
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