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Índice

i. Introdução............................................................................................................................1

ii. Objectivos............................................................................................................................2

iii. Metodologia.....................................................................................................................2

1. Equações de diferenças lineares..........................................................................................3

1.1. Equações de diferença linear de primeira ordem.............................................................3

1.1.1. Equações de diferenças lineares homogéneas..............................................................3

1.2. Equações de diferença linear de segunda ordem.............................................................6

1.2.1. Tipos de soluções para equações de segunda ordem..................................................6

iv. Conclusão........................................................................................................................8

Bibliografia.................................................................................................................................9

I. Introdução
O presente trabalho, aborda sobre as equações de diferenças de 1ª e 2ª ordem, onde ao longo
deste trabalho, chamaremos t a variável independente, e suponhamos que só leva valores
inteiros t=0,1,2,3 , … Geralmente, t representa um numero de gerações (anos, trimestres,
,meses, dias, …) que tem transcorrido desde um momento inicial t = 0. Deste modo que,
{ y 0 ; y 1 ; y 2 ; … } é uma sucessão onde y t = y (t) é o valor no ponto t.

II. Objectivos
1
Geral:

 Conhecer na íntegra as equações de diferença.

Específicos:

 Definir as equações de diferença de primeira e segunda ordem;


 Identificar a equação homogénea de diferença da 1ª ordem;
 Representar a solução geral da equação de diferença da 1ª e 2ª ordem.

III. Metodologia

Para a realização deste trabalho, foram necessário a consulta de vários manuais para a
realização dos mesmos.

1. Equações de diferenças lineares


2
Definição 1. Equações de diferenças são equações de recorrência. Uma equação geral de
diferença de ordem n, tem a seguinte forma:

y t +n=f ( y t +n−1 , y t +n−2 , ⋯ , y t +1 , y t )

Onde f : D ⊂ Rn → R . Uma solução da mesma, e toda sucessão que verifica a equação geral.

O conjunto de todas as soluções recebe o nome de solução geral. Esta solução geral representa
certo número de parâmetros, podem-se determinar a partir das condições inicias, dando lugar
as diferentes soluções particulares.

1.1. Equações de diferença linear de primeira ordem

Definição 1.1. Uma equação de diferença linear de primeira ordem, é uma equação que pode
ser expressa como:

p1 (t ) y t +1+ p2 ( t ) y t =q( t)

Onde pi ( t ) , i=1,2 e q(t) são funções de variável discreta t. Se a sucessão q (t) for nula, então a
equação linear recebe o nome de Equação Homogénea. Quando as funções p1 (t ) e p2 (t) são
constantes, se diz que a equação linear de primeira ordem é de coeficientes constantes.

Esse tipo de equações são muito interessantes no estudo da dinâmica de populações aparecem
escritas como:

y t +1= p ( t ) y t + q(t)

Onde p(t) y t representa o crescimento da população no tempo t e q (t) é o numero de


indivíduos que no tempo t se incorporam na população como consequência da imigração.

1.1.1. Equações de diferenças lineares homogéneas

Dada uma equação linear do tipo:

y t +k +α t +k−1 y t +k−1 +α t+ k−2 y t +k−2 +⋯+ α t +1 y t+1 +α t y t =0

Seja y t =c λt uma solução da equação acima e substituindo y t , temos:


3
c λt +k +α t +k−1 c λt +k−1 +α t +k−2 c λt +k−2 +⋯ +α t +1 c λ t +1+ α t c λt =0

c λt ( λk +α t +k−1 λ k−1+ α t +k−2 λk−2 +⋯+ α t +1 λ+α t ) =0

c λ t=0

{ Pk ( x ) =λ +α t +k−1 λ k−1+ ⋯+ α t +1 λ +α t=0
k

Dessa equação tiramos que:

pk ( λ )=0

Portanto λt é uma solução da equação


y t +k +α t +k−1 y t +k−1 +α t+ k−2 y t +k−2 +⋯+ α t +1 y t+1 +α t y t =0 ⇔ λ é uma solução de pk ( λ) e pk ( λ) é
chamado de polinómio característico.

Teorema 1: O conjunto solução da equação


y t +k +α t +k−1 y t +k−1 +α t+ k−2 y t +k−2 +⋯+ α t +1 y t+1 +α t y t =0 é um espaço de dimensão k.

Logo, ( v 1+ β t x t ) é solução da equação y t +k +α t +k−1 y t +k−1 +α t+ k−2 y t +k−2 +⋯+ α t +1 y t+1 +α t y t =0.

Se λ t=0 , então λt também é solução da equação


y t +k +α t +k−1 y t +k−1 +α t+ k−2 y t +k−2 +⋯+ α t +1 y t+1 +α t y t =0, portanto a solução da mesma equação é
um espaço vectorial de dimensão k.

Corolário 1: Se o polinómio pk ( x )(λ) tiver k raízes simples, então λ t1 , λt2 , ⋯ , λtk formam uma
base do conjunto solução.

Proposição 1: Se α for uma raiz de pk ( λ) com multiplicidadem então λ t ,tλ t , t 2 λ t , ⋯ , t m −1 λt


são solução linearmente independente.

Assim a solução geral da equação y t +k +α t +k−1 y t +k−1 +α t+ k−2 y t +k−2 +⋯+ α t +1 y t+1 +α t y t =0 tem a
forma:
4
y t =c t1 λ t +c t2 t+ ⋯+c m ( i ) t m −1 λ t1+ c21 λt1 +c m t m −1 λt2 c n1 λt1+ ⋯+ c m t m λ tn
1

2
2

n
n−1

Em que m1+ m2+ ⋯+mn=k .

Exemplo:

Resolva a equação em diferença de primeira ordem:

7
a) y t +1−5 y t =1; y 0 =
4
−1 −1
y t =k ⇒k −5 k =1⇔ k= ⇒ y p=
4 4

Tomando a equação homogénea y t +1−5 y t =0. Se

y t =A bt ⇒ A b t ( b−5 )=0 ⇔ b−5=0 ⇔ b=5 ⇒ y c =5 t

Donde concluímos que y t = y c + y p teremos como solução geral

1 7 7 1
y t =A 5t − e, como y 0= temos que =A 5 0− ⇔ A=2. Portanto, a solução será
4 4 4 4

1
y t =2∙ ( 5 )t − .
4

Exemplo 2:

Suponhamos que uma determinada população de insectos com 100 indivíduos duplica em
cada geração, e também 10 novos indivíduos se incorporam em cada geração procedente de
outro lugar. Vamos construir uma equação que modele esta situação e posteriormente
resolveremos. O enunciado segue-se:

y t =2 y t−1+ 10 , y 0 = y ( 0 )=100

O que nos permite escrever

y 1=2 ×100+10

y 2=2 × ( 2 ×100+10 )+10=2 ×2 ×100+2 ×10+10

y 3=2 ×2 ×2 ×100+ 2× 2×10+ 2× 10+10


5
y t =2× ⋯ × 2× 100+ 2× ⋯ ×2 ×10+ 2× ⋯ ×2 ×10+ ⋯+2 ×10+10

y t =2t ×100+2t −1 ×10+ 2t−2 × 10+⋯+ 2× 10+10

y t =2t ×100+ ( 2t−1+ 2t−2 +⋯+ 21+2 0) × 10

y t =2t ×100+ ( 2t−1 ) ×10=110 ×2t −10

Onde o último dos termos utilizados que nos dá soma de t termos de uma progressão
geométrica de razão 2. Portanto a solução é:
y t =100 ×2t −10

1.2. Equações de diferença linear de segunda ordem

Definição 2: Equações de diferença de segunda ordem são equações que


dependem de duas gerações anteriores.
Formula geral de uma equação linear de segunda ordem:
y t +2 +b y t +1+ c y t =0
ou
y t + b y t +c y t−2=0

Suponha que y t =k λt seja uma solução geral para a equação y t +2 +b y t +1+ c y t =0.

Substituindo y t =k λt em y t +2 +b y t +1+ c y t =0 teremos:

p2 ( λ )=λ 2+ bλ+c=0

1.2.1. Tipos de soluções para equações de segunda ordem


 Se λ 1 ≠ λ2: a solução de p2 ( λ) é dada pela forma y t =c 1 λ t1+ c 2 λ t2.
 Se λ 1=λ2=α ; a solução de p2 ( λ) é dada pela forma y t =c 1 α t + c2 t α t r.
 Se λ i com i=1,2 forem complexos, teremos λ 1=α + bi e λ2=a−bi, a solução complexa
vem sempre em par conjugado.

No caso de soluções complexas podemos transforma-las na forma trigonométrica, ou seja,


y t =c 1 (a+b i)t + c 2(a−bi)t , onde

6
(a−bi )t =r t ( cos θt +i sin θt ) , r t= √ a2+ b2 ,θ=arctg ( ab ) ; a ≠ 0 e θ= π2 se a=0. Portanto teremos

que, y t =r t ( a rcs ( θt )+ bisen(θt ) ) onde A=c 1+ c 2 e B=c 1−c 2.

Exemplo:
1. y t +2−5 y t +1+ 6 y t=0
Seja y t =λt substituindo na equação linear acima, encontramos λ 2−5 λ+6 obtemos um
polinómio de segundo grau e usando a formula de Báskara temos:
∆=b 2−4 ac
2
−b± √ b2 −4 ac 5 ± √ (−5) −4 ∙ 1∙ 6 5 ±1
⇒ λ1=2
λ 1/2 =
2a
⇒ λ1 /2=
2
⇒ λ1 /2=
2 λ2=3 {
Como λ 1 ≠ λ2 então a solução é dada na forma:
y t =c 1 λ t1+ c 2 λ t2 ⟺ y t =c 1 2t + c2 3t

7
IV. Conclusão
Contudo, cheguei as conclusões que a solução da equação de diferença da 2ª tem duas
componentes, uma solução particular y p que representa o nível de equilíbrio inter-temporal
de y e outra solução complementar y c que especifica para cada período de tempo, o desvio
em relação ao equilíbrio.

8
Anexo

9
2 3
d y dy dy
1. A) dx
2
−7 +
dx dx
=0 ( ) é da segunda ordem e primeiro grau.
b) y ' ' −4 y' +13 y=0 é da segunda ordem e primeiro grau.

dy 2 dy
c)
( )
dx
−3 + y=0
dx é da primeira ordem e do segundo grau.
2. A) y '= y+ e−3 x y 4
Resolução:

y ' = y +e−3 x y 4

f ( x )=1 e g ( x )=−3 x , α=4 , sejau= y 1−α = y−3

u' =−3 y −4

−3 y−4 ∙ y ' =−3 y−4 ∙ y−3 y− 4 ∙ e +3 y−4 ∙3 x y 4

y− 4 ∙ y ' = y−3 + y −4 ∙ e−3 x

y− 4 ∙ y ' − y−3 − y−4 ∙ e=−3 x

dv −3 y−4 dy ' −1 dv
v= y ⟹
−3
= ,como y = −4 , então teremos:
dx dx 3 y dx

−1 dv e
−v + =−3 x
3 dx 3

dv
+3 v+ e=−9 x
dx

dv
+3 v=−9 x−e
dx

Factor integrante:

3 dx
e∫ =e 3 x dai teremos:

10
dv
e3 x +3 e 3 x v=e 3 x (−9 x−e)
dx

dv d 3 x
e3 x + ( e v )=e3 x (−9 x−e)
dx dx

e 3 x dv +d ( e3 x v )=e 3 x (−9 x−e)dx

∫ e3 x dv +∫ d ( e 3 x v )=∫ e3 x(−9 x−e)dx


3x 3x −e 3 x +1 3x
e v +e v= −∫ e 9 xdx
3

3x 3x −e 3 x +1 3x
e v +e v= −2 e
3

−e3 x+1
v= −1
6 e3 x

−3 −e3 x+1
y = −1
6 e3 x

1 −e3 x+1
= −1
y3 6 e3 x

−1
y= 3

√ e3 x+1

6 e3 x
+1
+C

b) 2 x3 y ' = y ( y 2 +3 x 2 )

Resolução

2 x3 y ' = y ( y 2 +3 x 2 )

2 x3 y ' = y 3 +3 x 2 y

'y 3+ 3 x 2 y
y=
2 x3

' y3 3 y
y= +
2 x3 2 x

11
3 y y3
'
y− =
2 x 2 x3

Multiplicaremos por y−3, teremos:

−3 ' 3 y−2 1
y ∙ y− = 3
2x 2x

3 y −2 dv −6 y−3 dy
v= ⟹ =
2x dx 2 x dx

−x dv 1
−v= 3
3 dx 2x

dv −3 3 v
= −
dx 2 x 4 x

dv 3 v −3
+ =
dx x 2 x 4

Factor integrante:

∫ 3x dx
e =e3 ln x =3 x dai teremos:

dv 3v 3
3 x∙ +3 x ∙ =−3 x ∙ 4
dx x 2x

dv −9
3 x∙ +9 v= 3
dx 2x

dv d ( 9 xv ) −9
3x + = 3
dx dx 2x

−9
3 xdv +d ( 9 xv )= dx
2 x3

−9
∫ 3 xdv +∫ d ( 9 xv )=∫ 2 x 3 dx

3
3 xv +9 xv=
4 x2

12
3
12 xv=
4 x2

1 3 y −2
v= , como v= , teremos:
16 x 3 2x

3 y−2 1
=
2x 16 x 3

1 1
=
y 24 x 2
2

y= √ 24 x +C

c) y '= y− y 3

Resolução:

y'= y − y3

y ' − y =− y 3

Multiplicaremos por y−3, teremos:

y−3 ∙ y' − y−2=−1

dv −2 y −3 dy ' −1 dv
v= y ⟹
−2
= , como y = −3 , então teremos:
dx dx 2 y dx

−1 dv
−v=−1
2 dx

dv
+2 v=2
dx

Factor integrante:

2 dx
e∫ =e 2 x dai teremos:

dv
e2x +2 e2 x v =2 e2 x
dx

13
2x
dv d ( e v )
e2 x + =2 e 2 x
dx dx

e 2 x dv+ d ( e2 x v )=2 e 2 x dx

2 e 2 x v=e 2 x

1
v= , como v= y −2 teremos:
2

1
y−2= ⟹ y= √2+C
2

x2 y ' ' −6 x y ' + 10 y=0 ,


3. A)
{ y (1)=3 ,
y ' (1)=3

Resolução:

x2 y ' ' −6 x y ' + 10 y=0 ,

{ y (1)=3 ,
y ' (1)=3

Integrando, temos:

x 2 y ' ' −6 x y ' +10 y=0

'' 6 x y ' −10 y


y =
x2

dy 6 x y ' −10 y ' 10 y x−3


=∫ dx=6 y ln x +
| | + c1
dx x2 3

Integrando novamente, temos:

' ' 10 y x−3


y −6 y ln |x|= + c1
3

14
10 y x−3 +3 c 1
'
y=
3 (1−6 ln|x|)

10 y x −3 +3 c 1
y=∫ dx
3(1−6 ln |x|)

10 1 c1
y= y∫ 3 dx +∫ ¿
3 x (1−6 ln |x|) 1−6 ln ⁡∨ x∨¿ dx

y=¿

b) 4 y '' +4 y ' =0 ; y ( 0 )=0 ; y ' ( 0 )=0

Resolução:

Integrando, temos:

4 y '' +4 y ' =0

y ' ' =− y '

dy
=∫ y ' dx=x y ' +c 1
dx

Integrando novamente, teremos:

y ' =x y ' +c 1

y ' −x y ' =c 1

y ' ( 1−x )=c 1

' c1
y=
1−x

c1
y=∫ dx=c 1 ln|1−x|+c 2
1−x

Como y ( 0 )=0; y ' ( 0 )=0, então teremos:

c 1=0
{c 2=0

15
c) y ' ' + 4 y ' +5 y=0 ; y ( 0 )=1 ; y ' ( 0 )=0

integrando a primeira vez, teremos:

y ' ' =−4 y ' −5 y

dy
=∫ (−4 y ' −5 y ) dx=−4 y ' x−5 y ' x +c 1=(−4 y ' −5 y ) x+ c 1
dx

Integrando a segunda vez, teremos:

y ' =(−4 y ' −5 y ) x+ c 1

y ' +4 y ' x=−5 xy +c 1

' −5 xy+ c 1
y=
1+ 4 x

−5 xy +c 1 −5 xy c1 x −5 y
y=∫ dx=∫ dx+∫ dx=−5 y ∫ dx +c 1 ln |1+ 4 x|= [( 1+ 4 x )−ln|1+ 4 x|] +
1+ 4 x 1+4 x 1+4 x 1−4 x 16

5y
y+ [ ( 1+ 4 x )−ln|1+ 4 x|] =c1 ln|1+ 4 x|+c 2
16

c 1 ln|1+ 4 x|+c 2
y=
5
1+ [ ( 1+4 x ) −ln|1+4 x|]
16

y ' ( 0 ) =0 ⟹ ¿
{ y ( 0 )=0

V. Bibliografia

16
Bacelar, B. R., & Silva, M. D. (2016). Estudo das equaçoes de diferenças e aplicacoes.
Macapá: Universidade Federal do Amapá.

Muchanga, F. A. (s.d.). Manual de Equações Diferenciais e Modelagem. Beira: Universidade


Católica de Moçambique.

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