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WERNECK Et Al - Planejamento e Gestão de Exposições em Museus-Caderno 03 PDF
WERNECK Et Al - Planejamento e Gestão de Exposições em Museus-Caderno 03 PDF
3 Planejamento e Gestão
de Exposições em Museus
Belo Horizonte
GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Antônio Augusto Junho Anastasia
SECRETÁRIA ADJUNTA
Maria Olívia de Castro e Oliveira
MUSEU MINEIRO
Francisco Magalhães
REVISÃO DE TEXTO
Lyslei Nascimento
Para a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, lançar estes quatro ca-
dernos “Falando de...”, por intermédio da Superintendência de Museus e Artes
Visuais de Minas Gerais, é cumprir com algumas de suas diretrizes básicas: de-
mocratização do acesso à cultura, difusão da informação e capacitação de pesso-
al para gerir aparelhos culturais.
Eliane Parreiras
Secretária de Estado de Cultura de Minas Gerais
CDD 069
Apresentação 6
Introdução 7
Planejamento e Gestão de Exposições 8
Considerações Finais 21
Referências Bibliográficas 22
Anexos 23
sumário
6 Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus
Apresentação
Léo Bahia
Superintendente de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais
Introdução
A exposição é considerada a principal e mais comum forma de comunicação em
museus. Nela se dá o encontro entre homem e objeto, tendo o museu como cená-
rio. Cabe ao profissional de museu trabalhar para consolidar este encontro. Para
isso, é importante a instituição ter bem definido seu público-alvo, sua missão en-
quanto difusora cultural, além de conhecer seu acervo,1 pois assim, muito provavel-
mente, a exposição terá o êxito almejado.
O primeiro passo para a elaboração de uma exposição é estabelecer o seu tema/
conceito, que deve se relacionar, necessariamente, com o acervo selecionado para
compô-la, considerando o público-alvo pretendido. Seu objetivo principal é o de
apresentar o produto de uma pesquisa, que tenha em seu percurso uma narrativa
que estabeleça a fruição entre público visitante, acervo e instituição. A pesquisa
possui importante papel no contexto de uma exposição, pois se encontra presente
desde a referência para se pensá-la, até a fundamentação de seu conceito, justifi-
cando, desse modo, a museografia, os textos, os catálogos e outros produtos gera-
dos pela exposição.
Antes de se prosseguir com a abordagem dos fundamentos metodológicos para a
elaboração de uma Exposição, faz-se necessário ter bem delineado e compreendido
seu significado. Observando algumas de suas definições e finalidades mais difundi-
das, tem-se:
- “O que é exposição? Uma exposição é a exibição pública de objetos organizados e
dispostos com o objetivo de comunicar um conceito ou uma interpretação da reali-
dade. Pode ser de caráter permanente ou temporário, fixa ou itinerante"2.
- “No universo dos museus, a exposição desempenha um importante papel na re-
presentação e comunicação de suas pesquisas e acervo. É um espaço construído
não apenas fisicamente, mas também simbolicamente, e pode ser entendido como
espaço do imaginário, uma vez que intermedia as imagens dos espaços do imaginá-
rio aos espaços reais”3.
1
Nesse caso, pensando em montagem de exposições com acervo interno da instituição. No
caso de acervo externo, o mesmo deve ser conhecido e catalogado, pois não se deve expor
o que não se conhece.
2
Definição disponível em http://www.cultura.mg.gov.br/?task=interna&sec=3&con=368.
3
Definição presente em ENNES, Elisa Guimarães. Espaço construído: o museu e suas ex-
posições. Dissertação em Mestrado em Museologia e Patrimônio. UNIRIO, Rio de Janeiro,
2008.
8 Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus
- “Para a maior parte dos visitantes, as exposições são o museu. Elas se constituem
no contato inicial com os acervos do museu e as informações a eles associadas,
oferecendo ao mesmo tempo diversão e conhecimento”4.
Para se planejar e gerir uma exposição é importante ter em mente que a mesma se
configura como um grande projeto de pesquisa e que seu produto final é a expo-
sição, que se conforma em um discurso tridimensional da pesquisa realizada. Para
tanto, é importante a escolha de profissionais qualificados no projeto e, de prefe-
rência, de áreas diferentes, montando assim uma equipe multidisciplinar, possibili-
tando uma ampliação das discussões e do alcance dos objetivos propostos.
4
Definição de Planejamento de Exposições. São Paulo: Editora da Universidade de São Pau-
lo; Vitae, 2001.
Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus 9
1.2. Data de abertura / 1.3. Data de término: A duração de uma exposição consiste
em um dos primeiros aspectos a ser pensado, pois isso definirá o seu perfil, se será
de curta, média ou longa duração. O perfil da exposição é definido quando se esti-
pula sua data de abertura e de término. Esta etapa não deve ser menosprezada no
processo de planejamento, principalmente porque as exposições, de acordo com
seu perfil, demandam orçamentos e tipos de materiais expositivos específicos.
1.4. Descrição (resumo da exposição): Nesse momento é preciso pensar uma des-
crição sucinta da exposição que abranja seu título e uma breve definição de seus
conceitos.
O maior público de museus são os escolares, portanto, é preciso evitar vitrines frá-
geis e corredores curtos, passo importante para se prevenir acidentes.
3.2. Possui planta? A planta baixa do espaço onde será realizada a exposição é de
fundamental importância para a sua instalação, indiferente de ser interna ou itine-
rante.
3.4.1. Iluminação: É um aspecto importante de uma exposição, pois cada obra ex-
posta requer uma iluminação própria. Geralmente, recomendam-se luzes direciona-
das vindas do teto ou da parede. Deve-se atentar nas exposições diurnas para que
não haja luz em excesso no ambiente, resultante da iluminação natural externa con-
jugada com a interna. Esse fator deve ser observado diariamente e regulado sempre
que necessário por uma pessoa responsável para manutenção da exposição, que
eventualmente deve cerrar venezianas e cortinas ou desligar as luzes, mantendo so-
mente a luz natural. Quanto à escolha da iluminação, deve-se considerar o tamanho
do espaço e o grau de necessidade da intensidade de luz das lâmpadas, assim como
a distância entre o ponto de luz e a obra a ser iluminada.
Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus 13
Outro recurso comum é o texto em adesivo, que é um dos recursos mais comuns e
possui uma facilidade maior de aplicação. Dependendo da impressão, ele pode se
adaptar bem ao fundo da sala e parede. Esse recurso é interessante para exposições
com recursos financeiros reduzidos e também de difícil aplicação.
No caso das legendas, pode-se usar desde simples etiquetas autoadesivas até as
mais sofisticadas em PVC, o importante é que tragam informações pertinentes,
contendo o nome do objeto; autor/fabricante; data; local de produção/fabricação
e outros dados técnicos. Se a exposição não possuir muitos textos, é interessante
disponibilizar nas legendas informações em duas ou três linhas sobre o objeto ex-
posto. No que tange a cor da legenda e do texto, deve-se atentar para que aparen-
tem o melhor contraste possível entre o suporte e a parede ou vitrine onde serão
instalados, sendo preciso, também, assegurar que o tamanho da fonte (letra) cause
conforto ao visitante sem concorrer com o objeto exposto.
3.4.6. Outros: Há uma série de recursos e suportes no mercado que podem po-
tencializar a leitura e a capacidade comunicativa de uma exposição. Certamente,
um curador experiente saberá a melhor forma de utilizá-los. Cabe ao curador e à
equipe envolvida no projeto definir qual recurso melhor auxiliará na compreensão
da exposição, atentando para a observação de que este não deve se tornar o pro-
tagonista da mostra.
4.1. Relação das obras/objetos: A elaboração de uma lista prévia do acervo é funda-
mental para essa etapa. Com ela, é possível mapear o conjunto de objetos, estudar
o perfil da exposição e iniciar o processo de dimensionamento e de conceituação
da exposição. Essa lista pode constar o nome/identificação e o número de registro/
tombo dos objetos que serão expostos.
16 Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus
4.2. Possui seguro ou previsão? Essa etapa acontece normalmente quando o acer-
vo pertencente ao museu que a expõe não carece de um seguro individual para
cada peça, sendo utilizado um seguro total para a exposição. No caso de exposição
com objetos externos ao museu, o seguro é critério para cessão ou não de objetos.
Por questão de segurança, tanto para o museu quanto para os profissionais respon-
sáveis, é importante a realização de um seguro de toda a exposição, mesmo que
isso demande a previsão de recurso financeiro extra. O seguro deve ser visto como
um investimento que resguardará os envolvidos na gestão da exposição.
Cada material gráfico tem uma função específica no processo de divulgação. Segue
a seguir alguns tipos de suporte presentes no plano de mídia de uma exposição:
Convite – Peça gráfica utilizada para divulgar a exposição para o público de interes-
se da instituição (autoridades, imprensa, artistas, alunos e professores) que serão
convidados para a solenidade de abertura. Seu envio é feito geralmente pelo cor-
reio, mas poderá ser entregue pessoalmente ao convidado. É preciso ficar atento
ao prazo de envio dos convites. A expedição dos convites acontece de duas formas:
por impresso, que tem um prazo definido de 10 dias úteis, ou como carta simples,
que necessita de 3 dias úteis para que chegue ao seu destino.
Folder – Nesse tipo de peça gráfica são inseridas informações mais detalhadas so-
bre a exposição: conceito, programação, data e horário de funcionamento do local,
título da exposição, nome do artista que está expondo, nome das obras, dentre
outros. Geralmente é distribuído na abertura da exposição e depois utilizado como
material informativo.
Cartaz – Peça gráfica utilizada para divulgar o evento em lugares estratégicos (se-
cretarias de cultura municipais e estaduais, museus, universidades) e que atinjam
ao público da exposição. Seu tamanho e formato podem variar de acordo com o
conceito proposto pela curadoria.
Banner – Deve ser produzido obedecendo ao mesmo padrão das demais peças grá-
ficas. Geralmente é utilizado somente no local onde acontecerá a exposição. As
informações ali inseridas referem-se a: nome da exposição; data e horário de fun-
cionamento; telefone de contato; marca da instituição que promove e realiza a ex-
posição; marcas dos patrocinadores e apoiadores do evento.
7.1. Proposta: Como foi tratado anteriormente, a proposta de Ação Educativa deve
abranger de forma prática o sentido da exposição e potencializar sua leitura pelo
público visitante. Portanto, deve-se detalhar qual a proposta e qual o objetivo prin-
cipal da Ação Educativa no contexto da exposição.
7.2. Material: Os materiais utilizados numa Ação Educativa são de suma importân-
cia para sua efetividade e sucesso. Para que não haja imprevistos no momento da
ação, estes devem estar descritos em uma lista acompanhada de seu respectivo
orçamento.
8.1. Método utilizado para controle de público: Existem alguns métodos de con-
trole e registro de público em museus. Podemos citar três dos métodos mais utiliza-
dos: livro de assinaturas; contador manual ou mecânico; e catraca. No caso do livro
de assinaturas, a ação é mais passiva, pois o livro fica à disposição do visitante, mas
nem todo usuário de museu costuma assiná-lo. Portanto, pode ser que não seja re-
gistrado o número real de visitantes. Mas para fins de comprovação e de auditoria,
esse é o método mais utilizado e recomendado. O livro deve ficar disponível em
local de fácil visualização e acesso, geralmente na entrada ou saída da exposição,
constando dos seguintes campos: nome, cidade, idade, profissão. O segundo mé-
todo mais comum é uma contagem manual com uma pessoa na entrada ou saída
da exposição com um aparelho de contagem de visitantes que registra o número
de pessoas que acessam o museu. O terceiro método pode ser a instalação de uma
catraca ou roleta na entrada do museu, que dê acesso ao espaço expositivo. Esse
método é eficiente e ajuda no controle e no registro de usuários nos demais espa-
ços do museu. Nesse caso corre-se o risco de inibir a entrada do público na exposi-
ção Nos dois últimos casos, não se deve dispensar o uso do livro de visitas, pois ele
ajuda a traçar o perfil do público visitante.
Considerações Finais
Os pontos detalhados nesta publicação são frutos de uma construção técnica e prá-
tica, que foi produzida com o objetivo de subsidiar projetos de elaboração e de
execução de exposições. Em suma, aborda-se, aqui, o projeto de concepção de uma
exposição, nele elabora-se, ainda, uma sugestão de roteiro para a elaboração do
projeto. Longe de esgotar o tema, esse trabalho pretende relatar as experiências
adquiridas e estimular a produção de exposições de curta, média e longa duração
nos museus, além de registrar e documentar todo o processo.
22 Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus
Museu Mineiro
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