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Universidade Federal de Pelotas


Instituto de Ciências Humanas
Departamento de Museologia, Conservação e Restauro
Bacharel em Museologia
Expográfia I

Resumo das aulas


Profª. Ma. Sarah Maggitti Silva

Leonardo Monteiro Alves


Pelotas, 31 de agosto de 2020.

Aula 1 - 29 de junho de 2020: Conceito de exposição e elementos expográficos.

Realizar uma exposição não é algo tão simples de se fazer, não é questão de
apenas escolher certos objetos que talvez sejam muito parecidos ou que se possam
se identificar e simplesmente coloca-los em vitrines ou totem expositivos. Expor
requer conhecimento e técnica especializada para o tal feito.

Podemos dizer que uma exposição é o resultado da ação de expor,


juntamente com o conjunto do que é exposto e o local onde é exposto. Precisamos
entender que a exposição é um processo comunicativo do qual a
sociedade/comunidade se comunica com o patrimônio através do meio expositivo, a
relação de conhecimento que se dá através do sujeito para com o objeto. Criar uma
exposição é criar uma narrativa, e se tratando de museus, devemos levar em conta
que, como um local que exerce poder e memória, o jogo político entra em campo e
perceberemos assim uma questão de o que lembrar e o que esquecer, cabe ao
grupo que monta a exposição a responsabilidade de entender essa dicotomia e
saber como criar uma narrativa que apele aos sentidos do expectador.
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Porém, devemos levar em conta que esse campo complexo e dialético possui
alguns questionamentos internos sobre a exposição. De preferência toda exposição
deve passar por um tipo de checklist das seguintes perguntas: O que se quer
fazer? Para quem fazer? Por que fazer? São questões que refletem na
problemática que foi exposta supracitado acima, que devem ser um guia para uma
boa exposição que proporcione ao expectador uma sensação digna do que se
pretende mostrar.

Após conseguir identificar essas questões, passamos para um lado mais


operacional e organizacional da exposição. Se deve ter em mente os seguintes
elementos básicos para uma exposição: Local a ser exposto, compreendendo as
necessidades de acessibilidade, infraestrutura para expor e para o visitante se sentir
o mais acolhido possível e sempre que possível se realizar um croqui mapeando o
local de como será a exposição, o Nome da exposição escolhido de uma forma
democrática após um debate com a esquipe e que faça um referência muito sutil a
exposição, Data da exposição para poder organizar a montagem e desmontagem,
podendo contar com certos imprevistos, o que irá refletir na sua Duração que pode
ser pequena, média e longa, definir o Público-alvo tendo em vista que a exposição
não serve apenas para esse tipo de público, mas é bom ter em mente que poderá
existir restrição de idade para certas exposições, o cuidado com o Acervo a ser
exposto, sabendo que de preferência ela estava acondicionado em uma reserva
técnica nas suas perfeitas condições de conservação e respeitando os locais que
pode ser exposto para que não haja um possível estrago da peça e o cuidado com
os visitantes, e os recursos financeiros que serão o investimento para realizar a
exposição, sabendo que muitas ideais acabam por não sair do papel por causa da
falta de investimento.
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Aula 2 - 06 de julho de 2020: Ambiente expográfico.

Dando continuidade ao tema anterior, o conceito sobre exposição gira em


torno da convergência da Intencionalidade do que é exposto com O que se quer
fazer. Deve-se traçar em planos os resultados a serem atingidos, a organização da
exposição e entender a sua narrativa, partindo sempre do que é conhecido para o
desconhecido, a exposição possui, assim como um texto, início, meio e fim, devendo
sempre lembrar que de uma maneira mais acessível e democrática a todos, seja
uma narrativa compostas por textos curto, simples e objetivo. Podemos dividir em 4
sub tópicos essenciais: Objetivos do qual devemos obter definições claras e
precisas do que irá ser exposto, o que se pretende com a exposição?; Pesquisa,
tópico principal numa exposição, pois é a partir da pesquisa que se tem os dados
essenciais dos objetos a serem expostos, tendo em vista que uma exposição nunca
deve induzir ao erro ou até mesmo reproduzir o senso comum, além de que essas
informações auxiliam no enriquecimento do acervo. A pesquisa tem como objetivo
investigar > interpretar > mapear > interrogar > documentar > preservar; Narrativa
onde acontece a comunicação entre sociedade e o patrimônio; e a Identidade
visual que pode ser resumida como a “cara da exposição”, mas não somente isso,
os cartazes, banners, convites, meios de divulgação visual e até mesmo como é
distribuído a exposição através da lógica da percepção visual das cores.

Na realização de uma exposição, deve-se ter bem planejado e discutido


sempre que possível com um grupo interdisciplinar que atua no museu, em todos os
níveis, desde o segurança até o diretor.

O Projeto da exposição é a peça central de estudo onde será definido tudo


sobre a exposição, passando por definições sobre a exposição (conteúdo, ideia e
forma), planta baixa da área expográfica, podemos dividir ele em alguns tópicos
essenciais a serem debatidos, sendo eles: Módulos expográficos, que podem ser
divididos por temas e criando subtemas, devendo levar em consideração o circuito
exposgráfico e estabelecer pontos de interesse; Abertura e ficha técnica que
compõem pelo texto que se localiza na entrada da exposição contendo uma breve
introdução ao tema, ao(s) artista(s) e a equipe e parceiros de investimento, junto
com um livro de registros de visitantes para poder fazer análises de público;
Suportes expositivos, sempre visando a necessidade dos objetos e um ambiente
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seguro e acessível para o visitantes, variando desde a criação de paredes falsas até
totens; Segurança pessoal e do acervos, não sendo aplicada apenas na exposição
mas também numa continua verificação das instalações, como por exemplo elétricas
antigas ou mal feitas que possam causar incêndios; Ações educativas que entra
em conjunto na questão da comunicação acessível a todos; Acessibilidade que
discute sobre a disponibilizar o acesse físico, sensorial e intelectual a todos, o
planejamento mobiliário, rampas e elevadores, espaço para mobilidade e altura das
exposições dentro do padrão de 90cm até 1,6m de altura do piso; Orçamento para
executar a exposição, algo que sem ele o projeto não sai do papel, ou seja, de
extrema importância ter alguém capacitado e organizado nessa etapa; Cronograma
onde se define o início e fim da exposição, tendo em mente a questão da montagem
e desmontagem; e a Divulgação da exposição.

É de extrema importância sempre ressaltar que estes tópicos que são a base
do projeto para realizar a exposição devem ser tratados em conjunto com toda a
equipe do museu, sempre escutando os diversos pontos de vista e buscando a
melhor solução para ela.
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Aula 3 - 13 de julho de 2020: Estudo dos elementos compositivos da exposição:


local, iluminação, informação.

Para podermos realizar uma exposição devermos ter em mente alguns


elementos compositivos básicos, Local, Iluminação e Informação.

O Local é onde será realizada a exposição, o espaço onde ela ira acontecer,
este primeiro ponto básico visa a concepção de que precisa existir no local uma
viabilidade do espaço para que possa ser realizada a exposição. Essa viabilidade se
compõe de aspectos como a segurança, ponto que se divide tanto na segurança dos
visitantes, como na segurança dos objetos. Alguns dos aspectos que devemos
atentar para segurança são as condições estruturais do espaço, sinalizações, alvará
dos bombeiros e a existência de extintores. Outro ponto que deve ser colocado em
discussão apenas olhando para o espaço é a questão da acessibilidade de maneira
diversificada. Ressaltando a importância do planejamento antecipado e da
confecção de um croqui (planta baixa com os detalhes da exposição) do espaço
para ver cada caso isolado e em conjunto.

O segundo elemento importante é a Iluminação, que tem um potencial de dar


uma narrativa dramatúrgica para o objeto, podendo assim hierarquizar as peças e
dar um foco no que se quer mostrar. Peça chave de uma exposição, se baseia em
um tripé composto pelos seguintes elementos: Comportamento, Percepção e
Estética. Possuem um potencial para criar uma nova atmosfera. Existem vários tipos
de iluminações disponíveis no mercado, porém, se tratando de espaços expositivos
deve ter em mente que não é algo simples ou puramente estético a escolha de um
tipo de lâmpada. Dentre a grande diversidade de iluminar um acervo, destaca-se
quatro tipos: luz natural/zenital que é composta por colocar os objetos em lugares
estratégicos (perto de janelas) para sejam iluminados de forma natural (tento em
vista que se deve ter cuidados sobre esse tipo de exposição para não danificar o
objeto); lâmpadas alógenas que ocupam uma dimensão menor do que as
lâmpadas comuns, possuem uma luz e um brilho maior o que ocasiona em vários
efeitos que podem ser feitos (apelo dramático) e se aproximam mais da luz natural;
fibra ótica que são filamentos de fios flexíveis, utilizados como meio de propagar a
luz pelo espaço; e lâmpada/fita LED que não emitem radiação ultravioleta
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(agressivo ao visitante/profissional de museu e aos objetos), não causam cansaço


visual e não transmitem calor.

Por último, mas não menos importante, temos as Informações que serão
dadas aos nossos visitantes a partir de breves Textos e Legibilidade das legendas.
Devemos entender que existe uma grande variedade de pormenores que podem
dificultar o visitante, sendo fáceis de serem solucionados, mas que devem ser
observados com atenção. Todo texto que for escrito deve atentar para o seu tipo de
“família” da letra, que interfere na visualização, outro ponto é a questão do título ser
todo maiúsculo e o texto minúsculo, dando assim a entender o que é cada uma,
recomenda-se que o texto seja alinhado a esquerda para não ser uma leitura
cansativa, cuidado com o tamanho das letras pois elas interferem na medida de
como se quer que a exposição seja lida, se quer inserir um texto do qual o visitante
não pode se aproximar muito deve ter um tamanho ideal para o tal feito, cuidado
com as cores do fundo e da letra, para não causar um mal estar na hora de ler e se
lembrar de colocar as etiquetas com as legendas devem ser colocadas na parte
inferior direita do objeto, no suporte de parede, pedestal ou rodapé, com uma linha
de visão fixa (sempre à mesma altura em relação ao chão).
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Aula 4 - 20 de julho de 2020: Estudo dos elementos compositivos da exposição:


forma de exposição do objeto.

Na realização de uma exposição precisa ter em mente a tipologia da


exposição, pois não existe apenas uma única forma de expor, existem “N” maneiras,
cabe a equipe saber identificar e até criar a melhor maneira para a exposição.

Existem suportes que podem ser utilizados na exposição, são chamados de


Módulos expositivos. Os módulos são muito importantes na organização do
espaço expositivo e devem ser pré-definidos juntos ao croqui da exposição, pois a
partir deles que podemos utilizar da melhor maneira possível o espaço expositivo a
nosso favor, permitindo assim a criação de áreas estratégicas, criando circuitos,
podendo dar um destaque a certos objetos e assim dando uma hierarquia aos
próprios. Módulos são muito comuns em museus de História por exemplo, onde
podemos observar os objetos em estantes, prateleiras ou até mesmo nas paredes,
por outro lado, são muito incomuns em museus de arte contemporânea. É de
interesse que estes módulos sejam reutilizáveis para outras exposições, estar
higienizados adequadamente e proporcionarem uma segurança tanto para os
visitantes e funcionários, como para os objetos.

Dentro desta logística expográfica inicial, podemos contar com suportes da


tecnologia da informação, como totens midiáticos, telas de projeção, aparelhos de
som, entre outros, sempre tendo em vista um planejamento futuro de uso para estes
suportes para futuros, sem exageros dentro da realidade, pois esses objetos
possuem uma demanda de manutenção técnica e alguns exigem cursos específicos
para saber opera-los. Outro aspecto que deve ser pensado são os suportes de
informação, que podem ser em pequenos formatos como os folhetos com
informações sobre a exposição, que são geralmente impressos em papel tipo offset
(muito utilizado em produção de larga escala e possui um ótimo custo benefício) e
no tipo couchê. E temos os em grande formato que são os cartazes, banners, faixas,
entre outros elementos que possuam grandes dimensões.
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Aula 5 - 27 de julho de 2020: Estudo dos elementos compositivos da exposição:


identificação do objeto, circulação no local.

Na confecção de uma exposição, deve-se ter em mente quais os objetos


serão selecionados para contar a narrativa desejada, passando por objetivos
comuns entre si: comunicação, sentido e coerência.

Ao realizar uma lista prévia do acervo, podemos a partir dela criar diversos
tipos de exposição, cabe saber qual os objetos irão ser selecionados para compor
estar narrativa, podendo ser os próprios objetos da instituição, como podem ser
objetos adquiridos por empréstimo para a exposição, o que gera um cuidado maior
com a documentação a ser utilizada. Lembrando que toda exposição é uma
narrativa, os textos apresentados “nascem como um reforço da mensagem que se
quer ser transmitida”

Junto com os objetos expostos, devem ser confeccionadas legendas,


pequenos textos explicativos sobre o objeto para sanar algumas duvidas casuais
dos visitantes “O que é isto? Para que serve? Do que é feito?” Possuindo um
vocabulário apropriado para várias idades, e se for o caso de uma exposição que
possui uma ordem de leitura/visualização, deve ser informado. Toda essa
preocupação textual deve ser testada primeiro na fase da pré-montagem da
exposição, uma espécie de croqui que permitirá visualizar a melhor maneira de
organizar toda a produção.

Todos esses aspectos supracitados acima, só vão funcionar de maneira


excepcional se termos junto a noção do espaço de Circulação dos visitantes. Algo
que se parece muito simples, mas que acarreta em uma pluralidade de ações que
são necessárias para dar conforto e acessibilidade para os visitantes. Pontos como
onde escolher o melhor local para exposição, que são viáveis para que os visitantes
possam parar e se comunicar um objeto sem que isso atrapalhe o deslocamento de
outro visitante, criar zonas de conforto, lazer e descanso, verificar se a forma como
foi realizada a exposição não causa um cansaço visual, cuidar com a iluminação,
verificar a disponibilidade de instar rampas acessíveis (com a inclinação correta),
pisos guia e de alerta, atentar para as dimensões das portas e janelas seguindo as
medidas padrões para acessibilidade e a utilização de maçanetas tipo alavanca.
Lembrando que o espaço expositivo não deve ser um local excludente, mas sim um
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local de inclusão, comunicação e lazer, os diversos tipos de visitantes devem se


sentir à vontade para melhor aproveitamento desta experiência sensorial estética.
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Aula 6 - 03 de agosto de 2020: Estudo dos elementos compositivos da


exposição: local, segurança.

Seguindo a questão dos elementos de como deve ser planeja e montada uma
exposição, sempre de modo acessível. Existem algumas tecnologias que podem
auxiliar nesse processo, que vão desde o tipo ideal de piso até a utilização de
sistemas informacionais.

A grande maioria dos museus estão situados em prédios históricos, grandes


casarões e geralmente possuem escadas. As escadas permitem que uma certa
parcela da população possa se deslocar uma certa distância do piso térreo (tanto
para cima, quanto para baixo), porém não são todos que podem utiliza-las.
Recomenda-se que nesses casos os museus possuam um transporte vertical, que
pode ser um: elevador, contendo uma leitura dos seus mecanismos em braile em
uma medida que varia entre 80 cm e 1 m, avisos sonoros, indicadores coloridos e
medidas mínimas de 1,50 x 1,50 m para as portas; Plataformas acessíveis para as
escadas mais verticais e longas; Elevadores acessíveis para vencer escadas curtas;
e as Cadeiras acessíveis que são recomendadas para pessoas com mobilidade
reduzidas. Em todo caso, além de existir essas tecnologias que iram auxiliar os
visitantes na questão da superação das escadas, as escadas também devem conter
algumas normas para atentar para segurança, como: não serem vazadas;
possuírem uma largura mínima de 1,20 m; é necessário instalar corrimãos de duas
alturas e com acabamentos curvos nas extremidades; o uso de fitas antiderrapantes;
e o uso de pisos de podo táteis.

Todos esses recursos supracitados fazem parte da acessibilidade


Arquitetônica, que consiste na mobilidade. É interessante que os museus tenham
sempre que possíveis alternativas, como as rampas e sempre que possível a
inclusão dos pisos podo táteis de guia (com traços indicando o caminho) e de alerta
(com pontilhados), se tiver estacionamento, reservar as vagas próximas da entrada
e saída para os visitantes com baixa locomoção e a criação de postos de descanso
dentro da instituição ao longo das exposições.

Existem outros tipos de acessibilidade que o museu deve buscar, uma delas é
a atitudinal (atitude), que consiste em sempre estar a buscar conhecimento.
Algumas das temáticas mais necessárias na questão da acessibilidade são:
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Acessibilidade, Inclusão e Diversidade; Deficiência Visual; Surdez; Deficiência


Motora/Física; Deficiência Intelectual; e Transtorno do Espectro Autista e Altas
Habilidades. Essas competências de saber como deixar acessível as informações
são extremamente importantes e não ficam apenas no mundo do museu físico, indo
até os seus sites (se existirem), utilização de imagens com as legendas em libras
(lembrando que nem todos os surdos sabem ler o português, pois sua língua nativa
é a Libras), utilização de aparelhos de som com áudio guia e áudio descrição,
réplicas para o toque, maquetes e esquemas táteis e sempre buscando uma
linguagem simples (não omitindo os dados e nem tratando o leitor como alguém sem
conhecimento, porém sem um certo rebuscamento na escrita para deixá-la mais
prazerosa e sucinta).
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Aula 7 - 10 de agosto de 2020: O âmbito da exposição: planejamento e


cronograma.

Todo museu precisa possuir um plano de segurança interno e todo o seu


pessoal que trabalha nele deve saber como lidar com as consequências que isso
pode gerar, desde uma simples tomada exposta até uma possibilidade de um
atentado terrorista devem estar pré-estabelecidos e possuírem algum plano
emergencial.

O primeiro passa é entender que o museólogo não é um conservador e


restaurador (salvo aqueles que possuem dupla titulação) e ele deve zelar sempre
pela segurança através do dispositivo da conservação preventiva, uma análise de
todos os pontos sensíveis, como salvaguardar o patrimônio da melhor maneira que
possa preservá-lo, os cuidados na hora de expor, pois cada objeto possui algum tipo
de sensibilidade diferente (como o exemplo da iluminação), a proteção da edificação
(lembrando que na grande maioria os museus são locados em antigos casarões e
são por si só patrimônio histórico local) verificando sempre a existência de possíveis
infiltrações, rachaduras, desgastes, e a segurança das pessoas.

Podemos elencar 4 tipos de situações que causam perdas aos museus, todas
elas devem ser analisadas com cuidado pois algumas delas podem ser previstas
dependendo da localização em que o museu está inserido, o que pode ser uma
grande ajuda para conseguir diminuir o número de perdas permanentes, são elas:

- Desastres naturais (que podem ser previstos dependendo da localização, mas que
geralmente fogem do controle do museu), são causados por terremotos, maremotos,
erupções vulcânicas, ventos entre outros;

- Incêndios que são divididos em Acidentais como o caso de um equipamento


eletrônico der pane e causar um curto-circuito ou os casos Propositais que são
considerados criminosos e são quase impossíveis de se prever, o que pode ajudar é
um bom treinamento de como combater esse tipo de incidente;

- Roubo e Furto, algo muito comum nos museus se tratando da questão do furto
onde segundo a lei não é causado sobre grave ameaça. Muitas peças já foram
furtadas de diversos museus famosos e com isso existem serviços especializados
no tráfico de objetos culturais; e
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- Estado de Guerra, casos excepcionais, mas que podem ocorrer a qualquer


momento, o que causa uma tremenda preocupação e um plano muito complexo para
tentar evitar maiores perdas nessas situações. O que geralmente ocorre nessas
situações são ações de vandalismo, terrorismo e furtos causados pelo caos
instaurado nesse momento.

Não se pode evitar que todos esses 4 itens ocorram, mas alguns deles podem
apresentar sinais de que algo possa acontecer em breve, desastres naturais muitas
vezes são avisados apenas com algumas horas de antecedências, porém se o
museu está em um local que isso seja comum de ocorrer (por mais que não ocorra a
anos) deve-se ter em mente um plano de segurança e evacuação, assim como as
situações de guerra que decorrem das questões políticas e religiosas entre as
nações. Como foi dito, não se pode evitar todas, mas se possuir uma boa analisada
de onde está inserido o museu e preparar a equipe conforme o planejado, pode-se
evitar uma grande parte da perda.
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Aula 8 - 17 de agosto de 2020: O projeto do ambiente da exposição.

A montagem da exposição é um dos últimos passos na confecção da


narrativa expositiva. Correspondendo a construção física da exposição – sua
materialização no espaço expositivo. É sempre bom relembrar que organização é
um dos aspectos cruciais do trabalho em museus, e se tratando da montagem da
exposição deve-se sempre prever em cronograma um tempo bem amplo, contendo
folgas para poder corrigir eventuais problemas que podem surgir ao longo desta
etapa. Após todo o planejamento, vem a execução, que deve ser planejada e
fiscalizada o tempo todo, principalmente por pessoas em suas áreas de
competência, como o exemplo da parte gráfica que de preferência (se o museu
possuir um funcionário formado na área melhor) deve ser realizada por alguém que
saiba manejar as ferramentas gráficas – aconselha-se o uso de designers.

Com a montagem de base realizada e as peças gráficas inseridas, por fim


chega a etapa de inserir as peças da exposição (levando em conta todo o
planejamento de acessibilidade, locomoção e segurança dentro do espaço
expositivo), planejando de antemão as vistorias (diárias, semanais e mensais) e
higienização do ambiente e do acervo exposto. O responsável imediato pela
fiscalização e concepção da exposição é o curador, mas se deve ter em mente
sempre que o trabalho aqui destacado não é obra de uma pessoa e sim de uma
equipe multidisciplinar que deve sempre debater os pontos em coletivo, nunca uma
exposição será feita por uma pessoa só e muito menos por uma pessoa que só
manda e não escuta. O curador deve compreender o seu lugar de fala e se pôr
como um líder.

A mediação da exposição deve ser planejada juntamente com a proposta


educativa e a formulação do ambiente expositivo, sempre se preocupando em
capacitação das pessoas que iram realizar a mediação que irá lidar com uma grande
diversidade de público, aprofundando a relação intermediada entre educadores,
exposição e visitantes. Lembrando-se sempre que o museu é um ambiente de
educação informal.

Após a exposição estar montada, mas ainda não inaugurada, é recomendada


que se execute um check list, para ter certeza que todos os itens estão no seu
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devido lugar. Segue aqui uma lista dos tópicos a serem verificados: Preocupações
transversais; Ambiente; Impressão/Gráfica; Suportes; Montagem; Equipe; e outros.

Com o fim do período que a exposição era prevista para permanecer se


realiza o processo de desmontagem, que é muito próximo ao processo inverso da
montagem. Exige um cronograma e planejamento, o acervo é o primeiro a ser
retirado entre outros processos já citados. Por fim é chegada a hora de uma
Avaliação da exposição, tanto dos visitantes como da equipe do museu, avaliando a
equipe, os processos de execução, o curador, sempre dispostos a mostrarem os
pontos que podem melhorar e facilitarem para as próximas exposições.
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Aula 9 - 24 de agosto de 2020: O acolhimento ao visitante e a exposição


interdisciplinar.

Os museus também coexistem no ciberespaço e possuem como


nomenclatura geral o termo de museus virtuais, podendo possuir diversas
subcategorias, tais como cibermuseus, web museus, net museus, entre outros. É
importante compreender que este fenômeno é decorrente do final do século XX e
veio para transformar o modo de como lidamos com as tecnologias da informação.
Este efeito se dá com a criação dos computadores em 1945, seguindo para as
práticas de programação até chegarmos entre 1960 e 1970 quando entraremos na
cibercultura, conhecida como a cultura conteporânea. Ressaltando é claro que o
mundo dito como virtual não é algo que se oponha ao mundo real, pois o virtual é
real e vice-versa.

Apesar de muitas ressalvas os museus no ciberespaço são instituições que


tem como missão pesquisar, preservar e comunicar sobre o patrimônio digital – que
pode ter sido ou não digitalizado ou próprio do ciberespaço. Este museu deve ser
entendido não como o site do museu ou como uma extensão do museu conhecido
por tradicional, mas sim uma criação própria dentro de um universo que só pode ser
acessado por aquelas que possuem os meios – computadores, smartphones,
tabletes e outros TIC’s – para acessá-los, o que acaba tornando em países
emergentes – como no caso do Brasil – inacessíveis a todos. Esta é uma das
grandes problemática que giram em torno deste museu, a sua acessibilidade, tanto
no quesito de pessoas com capital cultural e econômico para acessá-los, além do
fato de que se as pessoas não possuem um costume de visitarem museus
tradicionais, muito pouco provável que iram visitar museus virtuais. Como também
na questão de programação, pois é de se esperar que estes espaços possam ser
percorridos por todos os usuários – independentemente de suas limitações – e para
isso é necessário um grande esforço e equipe.

São museus que possuem um grande potencial para divulgação cientifica e


ótimos exemplos de educação não-formal, pois possuem um caráter de
desterritorialização, o que os torna presentes em qualquer lugar e potencializa cada
vez mais o seu acesso, rompendo com a barreira do tempo espaço do qual os
museus tradicionais são submetidos. Porém ainda são bem poucos explorados e se
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necessita de uma infraestrutura e de uma alfabetização no que hoje é conhecido


como a cibercultura para entendermos melhor como visitá-los.

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