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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Instituto de Ciências Humanas


Departamento de História

Simone Weber Rother - 17102887


simoneweber96@gmail.com

A invisibilidade do negro como trabalhador na república


Após o termino da escravidão à figura do negro não desaparece em
meio à sociedade. No mundo do trabalhado acaba ocorrendo um
negligenciamento da cor quando aos seus trabalhadores, o texto nos trás o
questionamento de onde se encontrariam os negros libertos após o ano de
1888. O autor nos trás a resposta através da afirmação que os mesmo
estariam nas fabricas, junto aos demais imigrantes que aqui desembarcaram,
tais como italianos, portugueses, entre outros.
Em muitos momentos a cor desses indivíduos não era registrada em
seus registros, de forma a dificultar a pesquisa nesses documentos. Esse
registro se torna ainda maior nos séculos XIX e XX, quando nos registros a cor
do trabalhador não é enfatizada. A cidade de Pelotas/ RS, no senso de 1833 a
população era de 51% negra, escravizados, pobres libertos e mestiços.
Foram analisados dois processos crimes da cidade de Pelotas no final
do século XIX, e de como era visto esse processo do mundo do trabalho e de
como os escravizados entendem a liberdade. A liberdade era vista com um
olhar diferente do que encontramos atualmente em nossa sociedade. O
documento nos trás o registro do que era chamado de liberdade condicional,
onde os escravos por mais que livres, ainda prestariam serviços aos seus
senhores por alguns anos, sendo esse acordo firmado por um contrato de
prestação de serviços.
Porém, com alguns dias de serviço os mesmos entram no que podemos
chamar de “greve”, sendo essa atitude analisada em um contexto de
emancipação, como a lei do ventre livre em 1871 e a proximidade com a
abolição em 1888. Na analise desse caso não é comprovado o fato que os
mesmo tenham sofrido castigo ou punição devido a suas atitudes contrarias ao
acordo. Como consequência desses ocorridos, muitos charqueadores perdem
muito de seus trabalhadores que acabam fugindo. Sendo os mesmo
consolados com a titulação de Barões e Baronesas.
Muitos desses ex-escravos, acabaram por trabalhar nas alfaiatarias e
chapelarias que existiam na cidade na época. O reflexo desses acontecimentos
é possível ser notado nos clubes sociais que são criados na cidade, sendo
esses locais não apenas para bailantas, mas um local onde era discutido
politica, raça e questões operárias. E durante o período o carnaval, os mesmos
expunham esses acontecimentos como uma crítica social.
Nas charqueadas era possível encontrar homens libertos exercendo
funções como trabalhadores, sendo realizado o emprego dos mesmos.
Havendo o indicio da troca de valores no mundo do trabalho, de forma que
esses homens tinham a autonomia de escolher onde trabalhar, além de
possuírem um tratamento digno. Nesse contexto, a liberdade é uma construção
social por garantia de melhores autonomias dentro do cativeiro, sendo o maior
desejo a alforria. A questão da cor no século XIX é muito subentendido, pois
ocorre a variação em seus registros, em momentos são registrados como
preto, outro momento pardo, hora como mulato. Essas questões podem ser
vistas em várias fontes, depende do olhar de quem as analisa.
Dessa forma, a reprodução de um discurso que condiz com o racismo ao
longo dos séculos, contribui para que tal desigualdade de cor e classe. Cabe
uma reparação moral a essas pessoas, que no século XXI ainda sofrem com o
reflexo dos acontecimentos de séculos atrás. Questões como essas nos trazem
o alerta para a criação de um estereótipo, onde o mundo industrial seria de
maioria branca e de língua estrangeira, assim como em outros cargos na
sociedade, tais como médicos, advogados, entre outras funções de destaque
na sociedade. Ao analisarmos o trabalho informal, notamos que a maioria dos
serviços é realizada por maioria negra.
O mundo do trabalho teve ser visto, não apenas como aquele que existe
uma maquina e quem a manuseia, mas sim como um universo muito maior,
como o trabalho doméstico, das lavadeiras do São Gonçalo, entre outros.
Dessa maneira, podemos concluir que o movimento dos negros pré-abolição e
pós-abolição vem a trazer um reflexo no movimento operário no período da
república. Sendo eles a liberdade, o direito de escolha e autonomia, como a
constituição de família, ter sua própria moradia, assim como folga aos
domingos.

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