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Nome: Vitória Maria Saldanha Alburquerque

Turma: 2A
Curso:Direito
Disciplina: Antropologia Jurídica
Professor: ANTONIO FERREIRA MENDES

RESUMO CRÍTIO: RAIZES DO BRASIL

O livro “ Raízes do Brasil ”, de Sérgio Buarque de Holanda, foi lançado em 1936.


Como o próprio título diz, o livro investiga as origens da formação do povo brasileiro.
Para tanto, Sérgio Buarque utiliza as teorias sociológicas do alemão Max Weber para
compor seu estudo. O autor nasceu em São Paulo em 1902 e faleceu em 1952.
Lecionou em várias instituições de ensino superior e é o autor de vários livros. Entre
suas obras mais importantes estão Cobra de vidro (1944), Caminhos e
fronteiras (1956), mas principalmente Raízes do Brasil (1936). A obra, composta de
188 páginas, é dividida em sete capítulos. É um livro curto, discreto, de poucas
citações, seu êxito de qualidade foi imediato e se tornou um clássico. Apresenta uma
importante observação com relação ao processo de colonização e suas consequências
na formação do povo brasileiro. Aspectos históricos, políticos, econômicos e culturais
são amplamente discutidos e analisados pelo antropólogo, mostrando aos leitores que
as características dos países europeus foram fundamentais na construção dos países
latino-americanos. O primeiro capítulo, “Fronteiras da Europa”, mostra as
individualidades dos países da Península Ibérica e suas diferenças no processo de
colonização da América. O autor tras à reflexão sobre os defeitos dos brasileiros dos
dias atuais, exemplo: como frouxidão das instituições e a falta de coesão social,
mostrando que esses sempre existiram desde a origem. Em outras palavras, possibilita
o entendimento da origem do brasileiro, cujos defeitos foram herdados de nossos
colonizadores. Alude a um dos temas fundamentais do livros: a repulsa pelo trabalho
regular e as atividades utilitárias. No segundo capítulo, “Trabalho e aventura”, o autor
distingue o trabalhador e o aventureiro, os quais possuem éticas opostas. O primeiro
busca segurança e recompensa a longo prazo, já o segundo busca novas experiências e
a riqueza a curto prazo. Dessa forma, considera que espanhóis e portugueses foram
aventureiros no novo continente e Holanda afirma que essas características foram
positivas para o Brasil. O capítulo seguinte, “Herança rural”, analisa a marca da vida
rural na formação da sociedade brasileira. Expõe sobre os donos de terras brasileiros,
que ao contrário dos europeus, viviam nas colônias, providenciavam sua própria
segurança e faziam suas próprias leis, direito esse concedido pelo pátrio poder. As
pessoas iam aos centros urbanos a fim de participar de solenidades e festejos. O autor
termina o capítulo afirmando que o ruralismo predominou pelo esforço dos
colonizadores e não por imposição do meio. O quarto capítulo, “O semeador e o
ladrilhador” estuda a importância da cidade como instrumento de dominação e a
diferença entre espanhol e português nesse aspecto. O espanhol teve como intuito
estabelecer um prolongamento estável da Metrópole, enquanto que os portugueses
foram “semeadores” de cidades irregulares nascidas e criadas no litoral. O quinto
capítulo, “O homem cordial”, aborda as consequências do desenvolvimento da
urbanização, que acarretaria um desequilíbrio social, cujos efeitos permanecem vivos
ainda hoje. O título do capítulo não pressupõe bondade, mas o predomínio dos
comportamentos de aparência afetiva não necessariamente sinceras nem profundas. O
sexto capítulo, “Novos tempos”, estuda consequências dos aspectos dispostos
anteriormente na configuração da sociedade brasileira, a partir de 1808 com a vinda
da Corte portuguesa, que causou o primeiro choque nos velhos padrões coloniais. O
sétimo e último capítulo, “Nossa revolução”, sugere como a dissolução da ordem
tradicional ocasiona contradições não resolvidas, que nascem no nível da estrutura
social e se manifestam no das instituições e ideias políticas. Raízes do Brasil é uma
obra fundamental para o estudo sociológico e científico brasileiro, que vai buscar as
origens culturais do país em Portugal, no latifúndio escravocrata e na família
patriarcal rural. É importante lembrar que o Brasil contemporâneo ao que o autor se
refere é o da década de 30. Por isso, nos dias de hoje deve-se ler e analisar a obra com
cuidado para que não sejam cometidos anacronismos, dificultando a compreensão da
importância que a obra traz para o estudo da história do país. Dessa forma, consiste
em leitura obrigatória para os estudantes e cientistas que buscam compreender as
raízes brasileiras e sua própria cultura.

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