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Grelha de correção 2º teste escrito
Ano Letivo 2019/20
Direito Processual civil I
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a mão antes da contestação ou em simultâneo: trata-se dos casos da defesa
antecipada, artigo 479º, n.º 1; defesa separada e defesa posterior, nos
termos do artigo 489, n.º 2. A opção da Ré foi pedir a suspeição do Juiz
do processo, suspeição essa que só pode ter os fundamentos constantes no
artigo 127º CPC. Essa forma de defesa da Ré é conhecida na doutrina da
defesa separada, obedece os mesmos prazos da contestação, a de 20 dias
num processo ordinário segundo o disposto no artigo 486º, e não suspende
a contestação (cfr. Artigos 128º, nº 1 e 129º, nº 1 CPC). Assim, a entrega
da petição 30 dias após a notificação da Ré, nos termos do artigo 143º CPC
sobre a contagem dos prazos, a secretaria não deve receber a contestação
o que fará a Ré cair em revelia, nos termos do artigo 483º e 484 CPC, este
último sobre os efeitos da revelia.
3) Existem duas formas de a Ré fazer uma contestação: trata-se da defesa por
impugnação e defesa por excepção. No nosso caso em concreto, a opção
foi a defesa por impugnação onde a Ré contraria as afirmações do Autor
e pode ser uma impugnação das matérias de factos ou de direitos e, tem de
ser feita de forma especificada, nos termos do artigo 487º, 490º, n.º 2
respectivamente. Assim, nos termos do artigo 490º, nº 3, “não é admissível
a defesa por negação”! A opção da Ré em juntar todas as alíneas numa só
e negar os factos alegados pelo Autor, colide com artigo 490º, n.º 3º, mas
também pode-se levantar a questão de não ser uma impugnação
especificada e disso implicar a aceitação de tudo que fora alegado pelo
Autor na PI, segundo o disposto no artigo 490, n.º 1, pois não foi uma
tomada de posição de forma especificada como manda este preceito. De
qualquer das formas, o facto de não se aceitar a defesa por negação –
método utilizado pela Ré e negado pelo artigo 490º, n.º 3 -, mesmo não
tendo sido feita de forma especificada, já basta para se considerar
inapropriada a defesa e colocar-nos numa situação em que se considerará
aceites os factos alegados pelo Autor.
4) No direito processual civil, sobre a contestação da Ré, há uma figura
constante no artigo 490º, n.º 1, o ónus de impugnação especificada, onde
se obriga a Ré a tomar posição sobre cada um dos factos alegados pelo
Autor. Uma vez que a Ré optou pela negação de tudo que foi alegado pelo
Autor na PI, vimos que essa forma de impugnar é rejeitada pela lei, nos
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termos do artigo 490º, n.º 3. Neste caso, estamos perante uma situação,
como vimos supra, em que os factos alegados pelo Autor serão tidos por
admitidos pelo juiz. A partir desse momento, em que o juiz já sabe que
todos os factos alegados pelo Autor são admitidos por não terem sido
impugnados de forma especificada, na fase de condensação, onde, num
processo ordinário, o juiz verifica a regularidade do processo,
designadamente da verificação dos pressupostos processuais, onde se
permite já nessa altura, que o juiz, reunindo todas as condições, em
conhecer o mérito da causa, proferindo uma sentença nesse sentido (o
despacho saneador nesses casos poriam fim ao processo); ou então, o juiz
decide avançar com a especificação e o questionário. Efectivamente,
chegados a essa fase, o juiz já tem condições para poder conhecer o mérito
da causa na fase de condensação e, antes de mais, deve convocar uma
audiência preparatória do despacho saneador, que só é feita quando o juiz
entende que é possível, sem necessidade de mais provas, conhecer sobre o
fundo da causa de pedir e do pedido ou de alguns dos pedidos principais,
segundo o disposto no artigo 508º, n.º 1. Assim, no próprio despacho
saneador, tendo em conta que já não é preciso instrução, na medida em
que nada mais há a provar, o despacho saneador pode conhecer o mérito
da causa, e terá força de uma sentença, segundo o preceituado no artigo
510º, n.º 4. De referir que só se optará pela audiência preparatória antes do
saneador porque já é possível tomar decisão final sobre o processo no
despacho saneador que se laborará de seguida, caso contrário não seria
necessário a audiência preliminar.
5) Nesta questão está em causa o sentido do ónus da prova. Nos termos gerais
do direito, quem alega um facto deve poder prová-lo, sob pena desse
direito não valer. No fundo tem-se um determinado direito, mas para
exercer é preciso fazer alguma coisa que a viabilize (sobre ónus da prova,
importa conferir o artigo 342º CC). É na fase instrutória onde o juiz vai
aproveitar das questões constantes do questionário que saiu do despacho
saneador, nos termos do artigo 513º CPC. De acordo com o caso
apresentado, tendo em conta que os factos alegados pelo Autor sucederam
numa data em que houve um acontecimento público, o Autor não
precisará de provar esse acontecimento no Gabinete do então Primeiro-
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Ministro na data supracitada, por ser um facto notório e não carece de
prova, nos termos do artigo 514º, n.º 1 CPC. Só terá de provar que sofreu
os prejuízos pelo espancamento, desde um relatório médico a descrever a
gravidade das lesões sofridas, o que pagou pelos medicamentos e o tempo
em que ficou parado. Serão sobre estes últimos factos as provas que terá
de produzir no processo na fase de instrução, nunca provar que no dia em
causa houve uma tentação de golpe de Estado e militares ocuparam o
Gabinete do Primeiro-ministro.
O Regente:
Numna Gorky Mendes De Medina
A Assistente:
Melisiana Rodrigues Diasso