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PÓS-GRADUAÇÃO em CÁLCULO DE

ESTRUTURAS DE AÇO

DIMENSIONAMENTO DE PERFIS FORMADOS A FRIO


Notas de Aula – Perfis Formados a Frio

MARAU / 2010
Paulo Roberto Marcondes de Carvalho 2
Engenheiro Civil

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS COM


PERFIS DE AÇO FORMADOS A FRIO
Estudo da ABNT NBR14762:2010

INTRODUÇÃO
ESTRUTURAS
-Estruturas de Madeira
-Estruturas de Concreto ( armado e protendido)
-Estruturas Metálicas (aço e alumínio):
-Estruturas de Aço
-Estruturas de Aço “puras”
-Galpão metálico, entrepiso industrial (vigas e piso
de chapa)
-Estruturas Híbridas
-Meso-estrutura de concreto e superestrutura de aço
-Estruturas Mistas
-Lajes mistas, vigas mistas, colunas mistas e
ligações mistas

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ESTRUTURAS DE AÇO
São formadas por:

- PERFIS: laminados, soldados e formados a frio

- CHAPAS: de ligação, de apoio

- LIGAÇÕES: parafusadas, soldadas, rebitadas, ligações rápidas, ….

- REVESTIMENTOS: pinturas, revestimentos, ……..

Perfis Estruturais de Aço: 1º Grupo – Perfis Laminados


Perfis Soldados
2º Grupo – Perfis Formados a Frio

TIPOS DE PERFIS USADOS EM ESTRUTURAS DE AÇO

Perfis Laminados

Perfis Formados a Frio

Perfis Soldados

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Perfis Compostos: composição de 2 ou mais perfis unidos entre si que atuam em


conjunto como se fossem um só perfil

PERFIS ISOLADOS LIGAÇÃO NÃO CONTÍNUA LIGAÇÃO CONTÍNUA TRAVEJAMENTO

EM QUADRO
EM TRELIÇA

APLICAÇÕES: “VIGAS” – alma cheia


treliçadas
“COLUNAS” – alma cheia
treliçadas
ALMA CHEIA: Ø
21
70 70 70 75

70 70 70 75

8 paraf. Ø19
A325
7
215

28

10 133 500x250x8x16 98

3498

"V333" (12 x) 5282


(-9)
190
190

570

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Treliças:
290

772

PERFIS FORMADOS A FRIO

Definição:
Perfil estrutural de aço formado a frio: Perfil obtido por dobramento, em prensa
dobradeira, de lâminas recortadas de chapas ou tiras, ou por perfilamento, em mesa de roletes, a
partir de bobinas laminadas a frio ou a quente, sendo ambas as operações realizadas com o aço
em temperatura ambiente.

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Prensa Dobradeira

Perfiladeira

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Intervalo de Utilização: 0,4 mm a 6.4 mm

Emprego dos PFF: - Indústria Automobilística


- Indústria Aeronáutica
- Agroindústria
- Transportes Pesados
- Construção Civil

Vantagens: - Facilidade de produção e baixo custo de estoque


- Forma e dimensionamento adequados à solicitação
- Estruturas mais leves que estruturas de perfis laminados em “casos normais”

Tipos de Perfis e Aços Utilizados

Treliças e Pórticos

Terças e Longarinas: fechamento de telhados e paredes

Vigas e Colunas: perfis para prédios de múltiplos andares

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Perfis para paredes: montantes para paredes tipo Dry Wall. Caracterizam-se por perfis com elementos
muito finos.

Treliças espaciais

Longarinas para chassis de ônibus e caminhões

Estruturas para armazenagem: racks e mezaninos

Telhas: são apresentadas com diversos perfis

Ondulado

Trapezoidal

Grandes Perfis
(telhas autoportantes)

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As telhas são disponíveis com larguras da ordem de 1m, comprimento até 12m e diversas
espessuras: 0.43 a 1.5 mm.
Painéis de fechamento: paredes ou telhados com isolamento termo acústico

Formas para lajes mistas (lajes com formas metálicas incorporadas): formas conhecidas como steel-
decks

MATERIAIS EMPREGADOS

PROPRIEDADES MECÂNICAS GERAIS

Módulo de Elasticidade ……..…..... E = 200.000 MPa


Coeficiente de Poisson …. µ = 0,3
Coeficiente de Dilatação Térmica ... β = 12·106 / oC
Peso Específico ………...... γa = 77 kN / m3

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Aços mais empregados


Aço fy fu Espessuras Características
disponíveis
(MPa) (MPa) (mm)
ASTM A36 250 400 2,0 a 150 Estrutural
ASTM A570 GR36 250 365 2,0 a 5,84 Estrutural

COS-AR-COR 400 250 380 2,0 a 100 Aço Patinável

COS-CIVIL 300 300 400 2,0 a 150 Estrutural Especial


USI-SAC-300 300 400 2,0 a 12,7 Aço Patinável

COS-AR-COR 400 E 300 380 2,0 a 12,7 Aço Patinável


CSN-COR 420 300 420 2,0 a 6,3 Aço Patinável

COS-CIVIL 350 350 490 2,0 a 50,8 Estrutural Especial


ASTM A572 GR50 345 450 2,0 a 5,84 Estrutural

USI-SAC-350 350 485 2,0 a 12,7 Aço Patinável

USI-LN 380 380 490 2,0 a 12,7 Estrutural Especial


COS-AR-COR 500 375 490 2,65 a 50,8 Aço Patinável

Especificação fy (MPa) fu (MPa) Diâmetros db (mm)


ASTM A307 - 415 12,7 ≤ db ≤ 101,6 Metal da solda fw
(MPa)
ISO 898 235 390 12 ≤ db ≤ 36
Classe 4.6 Todos os eletrodos com
ASTM A325 635 825 12,7 ≤ db ≤ 25,4 classe de resistência 6
ou E 60XX 415
560 725 25,4 < db ≤ 38,1
ASTM A325M 635 825 16 ≤ db ≤ 24 Todos os eletrodos com
classe de resistência 7
560 725 24 < db ≤ 36 ou E 70XX 485
ISO 898 640 800 12 ≤ db ≤ 36
Classe 8.8 Todos os eletrodos com
classe de resistência 8
ASTM A490 895 1035 12,7 ≤ db ≤ 38,1 ou E 80XX 550
ASTM A490M 895 1035 16 ≤ db ≤ 36
ISO 898 900 1000 12 ≤ db ≤ 36
Classe 10.9

PARAFUSOS ELETRODOS

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Definições de Norma
Por mais afiado que seja o punção da prensa dobradeira, ao pressionar a chapa contra a matriz,
ele a dobrará com um raio de dobradura, formando um arco de dobra. É o que se chama de raio
interno de dobramento.

Subdividindo-se então o perfil, ele será composto por elementos planos, ou simplesmente
elemento, (mesas, almas, enrijecedores) e por elementos curvos (as dobras ou esquinas).

Define-se como:
Elemento a parte constituinte de um perfil formado a frio.
Elemento com bordas vinculadas (elemento AA) é o elemento plano com as duas bordas
vinculadas a outros elementos na direção longitudinal do perfil.
Os elementos AA são conhecidos, também, como elementos enrijecidos, por ter enrijecedores
em ambas as bordas.
Elemento com borda livre (elemento AL) é o elemento plano vinculado em apenas uma
borda na direção longitudinal do perfil.
Os elementos AL são conhecidos, também, como elementos não-enrijecidos, por ter enrijecedor
em uma só borda e a outra livre.

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Enrijecedor de borda simples é o enrijecedor constituído de um único elemento plano.


Pelas definições anteriores, um enrijecedor de borda simples é um elemento AL.
Espessura (t) é a espessura da chapa de aço que
formou o perfil.

Largura do Elemento (largura) é a largura da


parte plana de um elemento.
Representa-se o parâmetro largura por b.

Largura Efetiva (bef) é a largura fictícia de um elemento, reduzida para efeito de cálculo. A
redução, virtual, da largura do elemento é devida à flambagem local.
Nos elementos AA, a redução (retira-se uma porção do elemento) se dá na parte central do
elemento, e nos elementos AL a redução se dá na borda livre do elemento.

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Cálculo das Características Geométricas


Método Linear
O Método Linear consiste em considerar a massa do perfil concentrada na sua linha
média, divide-se o perfil em elementos primários – linhas e arcos –, calcula-se a
característica geométrica dos elementos primários e multiplica-se pela espessura, para
obter a característica geométrica desejada.
Este método é aproximado, mas oferece resultados satisfatórios, já que as espessuras dos
perfis são muito pequenas.
Formulário
1. Características geométricas de uma linha de comprimento L

l3
I1 = ; I2 = 0 ; I 3 = I1 + l a 2
12

2. Características geométricas de uma linha de comprimento L inclinada

l3 l n2
I1 = cos 2 θ ou I1 =
12 12

l m2 l n2
I2 = e I3 = + l a2
12 12

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3. Características geométricas de um arco de circunferência com raio R

4 2
L=1,571R ; c = 0,637 R

I 1 = I 2 = 0,149 R 3

I 3 = I 4 = 0,785 R 3
L

G 1 I 12 = −0,137 R 3 ; I 34 = 0,5 R 3
R
c

3
c

APLICAÇÃO
Determinar o momento de inércia (Ix), a área (A) e o módulo resistente elástico (Wx) do perfil (U 130 x
60 x 3) abaixo:

Y
b1

r=t
130

b2
X ri
R
3
b3
60

Largura da mesa: b1 = 6 - 2 . 0,3 = 5,4 cm


Largura da alma: b2 = 13 - 4 . 0,3 = 11,8 cm
Canto: R = 0,3+0,15 – R = 0,45 cm
L = 1,5708R – L = 0,707 cm
C = 0,637R – C = 0,287 cm
I1 = 0,149R – I1 = 0,014 cm3 (momento de inércia baricentrico do canto)
Cálculo da Área:
Primeiro deve-se calcular o comprimento total da linha: ltotal = 2 ⋅ 5,4 + 2 ⋅ 0 ,707 + 11,8 = 24,01 cm

mesas cantos alma

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Multiplicando pela espessura, obtém-se a área do perfil:


Atotal = l total ⋅ t = 7,20 cm 2 = A
Cálculo de Ix:
Mesa I1 = φ

= 0 + 5,4 ⋅ d1 = 217,74 cm 3
x 2
I mesa

Canto

I xcanto = 0,014 + 0,707 ⋅ d 2


2

11,8
d2 = + c = 6,187 cm
2

I xcanto = 27,08 cm 3

Alma
11,8 3
I xalma = = 136,92 cm 3
12

Momento de Inércia da Linha


Mesas Cantos Alma
I x′ = (2 ⋅ 217,74) + (2 ⋅ 27,08) + (136,92) = 626,56 cm 3

Momento de inércia do perfil: I xperfil = I x′ ⋅ t ∴ I x = 187,97 cm 4

Cálculo do Módulo Elástico: (lembrando: Wx = Ix / ymax)


Ix
Wx = ∴ W x = 28,91 cm 3
6,5
Deixa-se, por conta do leitor, a determinação da distância baricêntrica e do momento de inércia
em torno do eixo Y.
Respostas: xg = 1,59 cm e Iy = 25,3 cm4

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Método Simplificado
O Método Simplificado consiste em se considerar os perfis com cantos vivos, desconsiderando-
se, no cálculo das características geométricas, as intersecções dos elementos (esquinas) dos
perfis.
Dessa maneira, os perfis serão considerados como uma composição de retângulos com base t (
espessura da chapa ) e com alturas tendo dimensão do perfil descontada de duas espessuras para
os elementos AA e descontada de uma espessura para os elementos AL.

bw d

bf
b

Perfil Real Perfil considerado no Método Simplificado

Tomando-se o exemplo do perfil U enrijecido ( bw x bf x D x t ) da figura anterior: para


aplicação do Método Simplificado as dimensões dos retângulos usadas no cálculo serão:
Alma: d = bw – 2 · t
Mesas: b = bf – 2 · t
Enrijecedor: c = D – t
Critério semelhante pode ser aplicado a perfis que não tem os enrijecedores formando
ângulo de 900, adotando-se as expressões abaixo, como o perfil Z enrijecido a 450 da
figura abaixo.

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D c cm
t

d am
bw

bm
bf b

Perfil Real Perfil do Método Simplificado Para cálculo de Cw e It

Alma: d = bw – 2 · t ; am = bw – t
Mesas: b = bf – t ; bm= bf – t
Enrijecedor: c=D–t/2 ; cm=D – 0,207·t

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE UMA PLACA


COMPRIMIDA

Uma placa comprimida entra em colapso de duas maneiras:


· Por Escoamento
· Por Flambagem

Escoamento
O colapso por escoamento puro se dá em placas muito espessas, onde a relação largura da
placa/espessura é menor que 10.

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Flambagem
Seja uma placa retangular comprimida, com largura b e comprimento a, apoiada em todo o seu
contorno.

Ao flambar a placa apresentará uma deformada com a figura acima.

Esse comportamento pode ser expresso por meio da seguinte equação diferencial

∂ 4ω ∂ 4ω ∂ 4ω f x t ∂ 2ω
+2 + + =0
∂ x4 ∂ x 2∂ x 2 ∂ y 4 D ∂ x2

Onde

E t3
D=
(
12 1 − υ 2 )
E – módulo de elasticidade do aço E =200000 MPa
t - espessura da chapa
ν – coeficiente de Poisson ; para o aço ν = 0,3
ω – deslocamentos perpendiculares da placa
fx – tensão de compressão na direção x

A forma deformada da placa, se m e n forem o número de semi-ondas nas direções x e y,


respectivamente, pode ser representada por :

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∞ ∞
mπ x nπ y
ω= ∑∑
m =1 n =1
Amn sen
a
sen
b

Pode-se estabelecer condições de contorno que satisfaçam a expressão acima:

ω = 0 para x =0, a e para y = 0 , b

Outras condições de contorno: nos quatro lados da placa ∂ 2ω / ∂ x 2 = 0 e


∂ 2ω / ∂ y 2 = 0 porque os apoios são rótulas e os momentos são nulos, também satisfazem
a equação

Resolvendo a equação diferencial com auxílio do que foi estabelecido se obtém:

∞ ∞   2 2 
2
2 2
π  mπ x nπ y
∑∑ A π  m n  − f t m
4
+ x
sen sen =0
  a 2 b 2 
mn
m =1 n =1
D a2  a b
 

A equação é satisfeita quando

Amn = 0 ou quando
  2 2 
2
2 2
π  m n  − f t m π 
4
+ x
=0
  a 2 b 2  D a2 
 
Resolvendo
2
Dπ 2   b  n 2  a 
f cr = fx = m  +   = 0
tw2   a  m  b 
O menor valor se terá quando n=1, quando se tem uma só semi onda na direção y. Então
kDπ 2
f cr =
tw2
onde

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2
  b  n2  a 
k =  m  +  
  a  m  b 

Substituindo-se o valor de D obtém-se a clássica expressão da tensão crítica elástica de uma


placa

π 2E
f cr = k
( )
12 1 − υ 2 (b / t )2
O valor de k é obtido graficamente para várias relações de a/b fazendo-se varia m.

A tabela a seguir apresenta valores do coeficiente de flambagem de placa k, para diversas


situações de solicitação e condições de contorno.

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Valores teóricos do coeficiente de flambagem de placa k

Tipo de apoio Tipo de Meio-Comprimento


Caso ( Condições de Contorno ) Solicitação Valor de k de onda

Compressão 4,0 Lfl = b


1

2 Compressão 6,97 Lfl = 0,66 b

0,425 Lfl = ∞
3 Compressão
0,675
Lfl = 2 b

4 Compressão 1,277 Lfl = 1,636 b

5 Compressão 5,42

5,34 Lfl = ∞
6 Corte
9,35
Lfl = b

7 Corte 8,98

8 Flexão 23,9 Lfl = 0,7 b

9 Flexão 41,8

Compressão
10 + 7,81 Lfl = b
Flexão

Compressão
11 + 0,57 Lfl = ∞
Flexão

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Resistência pós-flambagem e Largura Efetiva


Diferentemente de barras comprimidas, que entram em colapso quando flambam, as placas AA
resistem a acréscimos de carga mesmo depois de terem atingido a tensão crítica, o que é
conhecido como Resistência Pós-flambagem e é mais acentuado em placas com relação b/t
grandes.
O mecanismo desse fenômeno pode ser explicado discretizando-se uma placa em elementos
verticais, que serão comprimidos e elementos horizontais, tais como numa grelha.

Pode-se dizer que as barras horizontais amarram (cintam) as barras verticais. Longe dos apoios,
as cintas têm menos poder de amarração e as barras verticais centrais flambam mais facilmente.
Junto aos apoios isso não acontece, porque as cintas são mais efetivas.
Aumentando a tensão de compressão, as barras centrais, atingindo a tensão crítica, visivelmente
se deformarão, enquanto as barras junto aos apoios permanecem com pouca ou nenhuma
deformação, embora apresentem tensões altas.
No momento da flambagem das barras verticais centrais, há uma redistribuição de tensões:
observa-se uma diminuição do nível de tensões na parte central (um afrouxamento) com um
acréscimo de tensões junto às laterais.
Aumentando o nível da tensão, a placa continua resistindo – o que define a Resistência Pós-
Flambagem – até que as cintas, junto aos apoios, atinjam a tensão de escoamento.
Nesse momento, sim, ocorrerá o colapso da placa.

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Três estágios desse fenômeno podem ser apresentados com a ajuda de diagramas de tensão do
centro da placa.

Tensão σ1< fcr Tensão fcr < σ 2 < f y Tensão σ3 = f y

Distribuição uniforme Ao atingir a tensão crítica, há A tensão na borda atinge


de tensões uma redistribuição de a tensão de escoamento:
tensões. A tensão na borda é é a ruína da placa
maior que fcr, mas ainda não
atingiu f y

A análise teórica da resistência pós-flambagem e ruína de placas comprimidas é


extremamente difícil.
Para evitar essa complexa análise no dia a dia profissional, Von Kármán propôs a substituição
da distribuição de tensões não-uniforme por tensões uniformes divididas em 2 trechos de cada
lado do elemento, desconsiderando a parte central, já flambada. Este é o conceito de Largura
Efetiva.

b
fmax

∫ f dx = b ef f max
f

bef bef
x
b

4 π 2E
f cr =
( )
2
Numa placa AA (k=4) a tensão crítica será b (2-2)
12 1 − ν   2
t

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3,615 E
que operando-se (com υ = 0,3) ficará f cr = 2 (2-3)
b
 
t
No último estágio da ruína de uma placa a tensão é σ 3 = f y .
Pode-se imaginar que a largura efetiva, bef, seja a largura da placa quando a tensão é f y. Neste
caso, substitui-se, em (2-3), b por bef e fcr por f y ficando:
2
 bef  3,615 E E
  = bef = 1.901 t
 t  fy
ou fy (2-4)
 
A expressão (2-4) representa a largura efetiva teórica para placas AA proposta por Von
Kármán.
Repetindo-se o mesmo raciocínio, para placas AL ( k = 0,43 ) tem-se

E
bef = 0 ,623 t
fy

Inúmeros ensaios realizados por George Winter corrigiram a expressão teórica de Von Kármán,
limitando f y numa tensão máxima admitida na placa f max para:
E  t E 
b ef = 1 . 9 t 1 − 0 . 415  (2-6)
f max  b f max 
Tomando (2-2), operando e dividindo a expressão por f max e aplicando o operador raiz
quadrada obtém-se:
b
f cr 1.9 E f cr
= E
= t
f max b f max ou ainda
f max 1. 9 f max
t
Substituindo essa última em (2-6) vem:
f cr  
bef = b 1 − 0.22 f cr 
f max  f max 
 
f max
Chamando de índice de esbeltez reduzido da placa λ p = f cr vem

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 0.22 
bef = b 1 − /λ
 λ  p Largura Efetiva de um elemento (2-9)
 p 
Considerando a expressão da tensão de flambagem elástica pode-se escrever:
f max
λp =
[ (
kπ E 12 1 − ν 2 (b t )
2
) 2
]
Substituindo os valores numéricos e organizando-se vem:
bt
λp =
kE (2-11)
0.95
f max
As expressões (2-9) e (2-11) foram adotadas pela NBR 14762:2010 para o cálculo da largura
efetiva b, adotando:
• k = 4 para elementos AA totalmente enrijecidos
• k = 0.43 para elementos AL
• fmax ou σ é o valor da tensão máxima admitida no perfil

Dimensionamento de Barras
A relação largura-espessura de um elemento, desconsiderando enrijecedores intermediários,
não deve ultrapassar os valores estabelecidos na tabela 3.

Tabela 3 - Valores máximos da relação largura-espessura


Valor máximo da
Caso a ser analisado relação largura-
espessura 1)
Elemento comprimido com bordas apoiadas (AA), tendo uma borda conectada a alma
ou mesa e a outra a:
- enrijecedor de borda simples (b/t)max = 60 2)
- outro tipo de enrijecedor tendo Is ≥ Ia e D/b ≤ 0,8 conforme 7.2.2 (b/t)max = 90
Elemento comprimido com bordas apoiadas (AA), com ambas as bordas conectadas a
3)
outros elementos AA (b/t)max = 500
Elemento comprimido com borda livre (AL) ou com enrijecedor de borda (AA) tendo Is
< Ia e D/b ≤ 0,8 conforme 7.2.2 (b/t)max = 60 2)
Alma de vigas sem enrijecedores transversais (b/t)max = 200
Alma de vigas com enrijecedores transversais apenas nos apoios e satisfazendo as
exigências de 7.5.1 (b/t)max = 260
Alma de vigas com enrijecedores transversais nos apoios e intermediários, satisfazendo
as exigências de 7.5.1 (b/t)max = 300
1)
b é a largura do elemento; t é a espessura.
2)
Para evitar deformações excessivas do elemento, recomenda-se (b/t)max = 30.
3)
Para evitar deformações excessivas do elemento, recomenda-se (b/t)max = 250.

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BARRAS COMPRIMIDAS

Um perfil formado a frio, quando comprimido entra em colapso por:

Escoamento
Flambagem Local
Flambagem Global
Flambagem por distorção
Pela interação dos modos 1 e 2, ou pela interação dos modos 1 , 2 e 3

ESCOAMENTO
Ocorre quando tensão atuante no perfil atinge a tensão de escoamento.
Isso só acontece em perfis curtos e com paredes grossas.

FLAMBAGEM LOCAL
O colapso por flambagem local ocorre em um ou mais elementos (paredes) que formam o
perfil, e a flambagem local pura só se dará em perfis muito curtos (com esbeltez menor que 20)
e com paredes muito finas (relação largura/espessura das paredes grandes).

Um perfil com essas características, ao ser comprimido por uma ação crítica, terá um ou mais
elementos apresentando ondulações: é a flambagem local.

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FLAMBAGEM GLOBAL

A flambagem global apresenta-se de três formas:


· Flambagem por flexão
· Flambagem por torção
· Flambagem por flexo-torção
Descreveram-se, acima, outros modos de colapso dos perfis formados a frio comprimidos – por
escoamento puro e por flambagem local pura.
Estes modos de ruína dificilmente ocorrerão isolados nos perfis de uma estrutura metálica,
porém o escoamento e a flambagem local serão componentes da flambagem global, ocorrendo
em conjugação com a flambagem por flexão, por torção e por flexo-torção.
Flambagem por flexão
Ocorre em perfis duplamente simétricos
ou de seção cheia.
A flambagem por flexão se caracteriza por
apresentar a deformada do perfil flambado
idêntica à deformada da flexão, i.e., o
perfil flambado se translada paralelo a si
próprio.

Flambagem por torção


Ocorre em perfis duplamente simétricos em
forma de cruz.
A flambagem por torção se caracteriza por
apresentar a deformada do perfil flambado
idêntica à deformada de um perfil que sofreu
torção, i.e., o perfil flambado tem sua seção
rotada, mantendo seu eixo na posição
original.

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Flambagem por flexo-torção


Ocorre em perfis com um ou nenhum
eixo de simetria.
Como o próprio nome diz, o perfil que
flamba por flexo-torção sofre uma
flambagem por flexão, transladando seu
eixo para a posição deformada e uma
flambagem por torção, rotando sua seção
em torno do centro de corte.

Flambagem por Distorção


A flambagem por distorção caracteriza-se por um abaulamento da alma e conseqüente
rotação das mesas do perfil, mantendo igual o ângulo entre elas.
A flambagem por distorção ocorre em perfis enrijecidos, que estão travados contra o
deslocamento lateral ou torção, como mostra a figura abaixo:

Flambagem local de um perfil


A consideração da influência flambagem local na flambagem global de um perfil pode ser feita
por meio de dois métodos: Método da Largura Efetiva e do Método da Seção Efetiva.

Método da Largura Efetiva


Considera-se (ou previne-se) a Flambagem Local de perfis por meio de uma redução área – o
que define a área efetiva ( Aef ) - do perfil real, no qual se aplica o conceito de largura efetiva
em todos os seus elementos.
Assim, cada elemento será considerado como uma placa isolada, considerando os outros
elementos que a ele estão ligados como se fossem seus apoios. De acordo com essa analogia,
um perfil U para efeito de flambagem local, será formado como uma composição de 3 placas: 2
placas AL (mesas) e uma placa AA (alma).

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Perfil U real Perfil U análogo

A consideração dessa analogia é adotada por diversas normas – inclusive a brasileira - e está
consagrada por extensas pesquisas em todos os grandes centros e pelo uso no cotidiano
profissional.

Flambagem Local em Elementos AA e AL

a) cálculo de resistência:
Para o cálculo da resistência de perfis formados por elementos esbeltos, deve ser
considerada a redução de sua resistência, provocada pela flambagem local. Para isto, devem
ser calculadas as larguras efetivas bef dos elementos da seção transversal que se encontrem
total ou parcialmente submetidos a tensões normais de compressão, conforme descrito a
seguir:

Seja uma parede comprimida com relação largura/espessura b/t

(b/t)
λp =
kE
0,95
σ

Onde:
b é a largura do elemento;
bc é a largura da região comprimida do elemento;
λp é o índice de esbeltez reduzido do elemento
t é a espessura do elemento;
k é o coeficiente de flambagem local, a ser calculado de acordo com a tabela 4 para
elementos AA, ou de acordo com a tabela 5 para elementos AL;
σ é a tensão normal de compressão, a ser definida adiante, conforme o caso:

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Para

λp≤ 0,673 ........................ bef = b

λp> 0,673 ........................ bef = b(1-0,22/λp) / λp ≤ bc

Determinação de σ
1) estado limite último de escoamento da seção
Para cada elemento totalmente ou parcialmente comprimido, σ é a máxima tensão de
compressão, calculada para a seção efetiva, que ocorre quando a seção atinge o
escoamento. Se a máxima tensão for de compressão, σ = fy. Se a máxima tensão for de
tração, σ pode ser calculada admitindo-se distribuição linear de tensões. A seção
efetiva, neste caso, deve ser determinada por aproximações sucessivas.
2) estado limite último de flambagem da barra
Se a barra for submetida à compressão, σ = χfy, sendo χ o fator de redução da
resistência à compressão conforme 9.7.2. Se a barra for submetida a flexão, σ = χFLTfy
sendo χFLT o faor de redução do omento fletor resistente, associado à flambagem lateral
com torção, conforme 9.8.2.2.

b) cálculo de deslocamentos:
O cálculo de deslocamentos em barras com seções transversais constituídas por elementos
esbeltos deve ser feito por aproximações sucessivas, considerando a redução de sua rigidez
provocada pela flambagem local. Para isto, devem ser calculadas as larguras efetivas bef
dos elementos da seção transversal que se encontrem total ou parcialmente submetidos a
tensões normais de compressão, conforme 9.2.2.1, substituindo λp por λpd .
Onde:
λpd = (b/t)/[0,95(kE/σn)0,5]
k é o coeficiente de flambagem local, a ser calculado de acordo com a tabela 4, para
elementos AA, ou de acordo com a tabela 5 para elementos AL, e σn é a máxima tensão
normal de compressão, calculada para a seção transversal efetiva e considerando as
combinações de ações para os estados-limites de serviço conforme 5.3.

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Tabela 4 – Largura efetiva e coeficientes de flambagem local para elementos AA

- σ

bef /2 bef /2
Caso a k = 4,0
b

- 0 ≤ ψ = σ2 / σ1 < 1,0
σ1 σ2
bef,1 = bef / (3-ψ)
Caso b
b ef,1 b ef,2
bef,2 = bef – bef,1
b
k = 4 + 2(1-ψ) + 2(1-ψ)3

σ1

- σ2 -0,236 < ψ = σ2 / σ1 < 0


+
bc
bef,1 = bef / (3-ψ)
Caso c
bef,1 bef,2 bef,2 = bef – bef,1

b k = 4 + 2(1-ψ) + 2(1-ψ)3

Nota: a parte tracionada deve ser


considerada totalmente efetiva

σ1 -
bc + σ2 ψ = σ2 / σ1 ≤ -0,236

bef,1 = bef / (3-ψ)


bef,2
Caso d
b ef,1
bef,2 = 0,5bef
b

sendo bef,1 + bef,2 ≤ bc


Nota: a parte tracionada deve ser considerada
totalmente efetiva
k = 4 + 2(1-ψ) + 2(1-ψ)3

Nota: o sinal (-) indica compressão

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Tabela 5 – Largura efetiva e coeficientes de flambagem local para elementos AL

Caso a bef k = 0,43


b

σ1

σ2
0 ≤ ψ = σ2 / σ1 < 1,0
Caso b
bef k = 0,578 / (ψ + 0,34)

σ1

+ σ2
bc

-1,0 ≤ ψ = σ2 / σ1 < 0
Caso c
bef
k = 1,7 – 5ψ + 17,1ψ2

Nota: a parte tracionada deve ser considerada


totalmente efetiva

σ2
σ1

-1,0 ≤ ψ = σ2 / σ1 ≤ 1,0
Caso d
bef k = 0,57 – 0,21ψ + 0,07ψ2
b

Nota: o sinal (-) indica compressão

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Perfis tubulares com seção transversal circular:


Seguir orientação da ABNT NBR 8800:2008.

Enrijecedores Adequados
O valor do coeficiente de flambagem de placa k = 4 para as placas AA só poderá ser estendido
para um elemento AA de um perfil, a partir da analogia perfil-conjunto de placas, se os seus
enrijecedores forem eficazes.
Num perfil real, entretanto, um elemento AA pode estar enrijecido por um ou dois elementos
pequenos que não sejam suficientes para, na analogia perfil-conjunto de placas, representar um
apoio efetivo.
Por isso algumas condições definem medidas mínimas necessárias para considerar um
enrijecedor de borda como adequado para enrijecer, totalmente, um elemento.
Quando essas condições não forem observadas, diz-se que o elemento é parcialmente
enrijecido. Seja o perfil abaixo

Se o enrijecedor for adequado, o coeficiente de flambagem do


elemento AA será k = 4 e a largura efetiva desse elemento será
calculada como apresentado antes.
Caso o enrijecedor não seja adequado, os valores do coeficiente
de flambagem k e da largura efetiva devem ser calculados como
segue:

Procedimento de Norma - Cálculo da Largura Efetiva de elementos uniformemente


comprimidos com enrijecedor de borda
Seja a mesa comprimida de um perfil que tem um enrijecedor de borda

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ABNT NBR 14762:2009

9.2.3 Largura efetiva de elementos uniformemente comprimidos com enrijecedor de borda


simples

A largura efetiva de elementos uniformemente comprimidos com enrijecedor de borda simples


deve ser calculada conforme 9.2.3.1 e 9.2.3.2, para os casos de cálculo do esforço resistente e de
deslocamentos, respectivamente.

Para λp0 ≤ 0,673 enrijecedor de borda não é necessário


bef = b
ds = def
Para λp0 > 0,673

bef,1 = (Is/Ia)(bef/2) ≤ (bef/2)


bef,2 = bef – bef,1
ds = (Is/Ia) def ≤ def
onde:
bt
λ p0 =
0,623( E / σ ) 0,5
Is é o momento de inércia da seção bruta do enrijecedor em relação ao eixo que passa pelo
seu centróide e é paralelo ao elemento a ser enrijecido. A região da dobra entre o enrijecedor
e o elemento a ser enrijecido não deve ser considerada como parte integrante do enrijecedor.
Portanto, para o enrijecedor representado na Figura 2:
I s = (td 3 sen 2θ ) / 12
Ia é o momento de inércia de referência do enrijecedor borda, dador por:
[ ]
I a = 399t 4 0,487λ p 0 − 0,328 3 ≤ t 4 56λ p 0 + 5 [ ]
σ é a tensão normal definida em 9.2.2.1;
b é a largura do elemento (Figura 2);
bef é a largura efetiva do elemento, calculada conforme 9.2.2.1 com o seguinte valor de k:

- para D/b ≤ 0,25


k = 3,57(Is/Ia)n + 0,43 ≤ 4

- para 0,25 < D/b ≤ 0,8


k = (4,82 – 5D/b)(Is/Ia)n + 0,43 ≤ 4
n = (0,582 – 0,122λp0) ≥ 1/3

bef,1 e bef,2 são as parcelas da largura efetiva do elemento (Figura 2);


D é a dimensão nominal do enrijecedor de borda (Figura 2);
d é a largura do enrijecedor de borda (Figura 2);
def é a largura efetiva do enrijecedor calculada conforme 9.2.2.1 (Figura 2);
ds é a largura efetiva reduzida do enrijecedor e adotada no cálculo das propriedades da seção
efetiva do perfil (Figura 2);
θ é o ângulo formado pelo elemento e o enrijecedor de borda, sendo 40° ≤ θ ≤ 140°.

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ABNT NBR 14762:2009

9.2.3.2 Cálculo de deslocamentos

Deve ser adotado o mesmo procedimento estabelecido em 9.2.3.1, substituindo σ por σn, que é a
tensão calculada considerando as combinações de ações para os estados-limites de serviço
conforme 6.7.3.
9.3 Flambagem distorcional

As seções transversais de barras podem apresentar flambagem distorcional, conforme ilustrado


na Figura 3. Dependendo da forma da seção e das dimensões dos elementos, o modo de
flambagem distorcional pode corresponder ao modo crítico, devendo, portanto, ser considerado
no dimensionamento, conforme 9.7.3 para barras submetidas à compressão centrada ou 9.8.2.3
para barras submetidas à flexão.

Para barras isoladas (Figuras 3a a 3d), o cálculo dos esforços críticos de flambagem elástica
distorcional pode ser feito com base na teoria da estabilidade elástica, ou conforme
formulação direta aproximada, desde que esteja garantida correlação adequada com os
resultados teóricos. Para barras com painel conectado à mesa tracionada e a mesa comprimida
livre (Figura 3e) é recomendado o procedimento do Anexo F.

Os perfis U simples (sem enrijecedores de borda) não são passíveis de flambagem


distorcional, dispensando-se portanto tal verificação nesse caso, exceto em perfis submetidos
à flexão com painel conectado à mesa tracionada e a mesa comprimida livre, onde a
flambagem distorcional do conjunto alma-mesa comprimida pode corresponder ao modo
crítico. Nesse caso deve-se consultar bibliografia especializada.

compressão uniforme flexão compressão uniforme flexão

a) Seção tipo U enrijecido b) Seção tipo rack c) Seção tipo Z enrijecido

flexão

d) Seção cartola com enrijecedores


de borda comprimidos e) Mesa tracionada conectada a painel
e mesa comprimida livre

Figura 3 – Exemplos de flambagem distorcional da seção transversal

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APLICAÇÃO
Para uma solicitação de compressão (tensão uniforme em todos os elementos do perfil) calcular
as larguras efetivas das paredes do perfil U abaixo, considerando σ = 2500 kgf / cm2 (250
MPa)

90
b2

r = 1,5.0,2=0,3 cm
35

b1
2
E=2,0 .106 kgf/cm2
120

b3
(200000 MPa)
r =1,5 t A = 5,783 cm2
60 b4

a. Enrijecedor
b 3
b1 = 3,5 − (0 ,2 + 0 ,3)∴ b1 = 3 cm = = 15 Parede AL : k = 0,43
t 0,2

15 3  0 , 22 
λp = ∴ λ p = 0 ,851 > 0 ,673 ; b ef 1 = 1 − 
0 ,95 ⋅
0 , 43 E 0 ,851  0 ,851 
2500
0 ,2 ⋅ 33
bef 1 = 2,613 cm IS = I S = 0 ,45 cm 4
12

b. Mesa Superior

b2 = 9 – 2 (0,2+0,3) = 8 cm .: b/t = 40
A mesa superior é um elemento com enrijecedor de borda, logo deve-se determinar o quanto o
enrijecedor é adequado i.e., determinar o kmesa considerando este enrijecedor .

b/t 40
λ p0 = λ p0 = = 2,27
E E
0,623 ⋅ 0,623 ⋅
σ 2500

[ ]
I a = 399t 4 0,487λ p 0 − 0,328 3 ≤ t 4 56λ p 0 + 5 [ ]
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I a = 399 ⋅ 0,2 4 [0,487 ⋅ 2,27 − 0,328]3 = 0,3 ∴ 0,2 4 [56 ⋅ 2,27 + 5] = 0,211

Adotar Ia = 0,211 cm4 já que 0,3 > 0,211

D 3 ,5 D
= = 0 , 438 .: como 0 , 25 < < 0 ,8
b 8 b

n
 D   Is 
k =  4 ,82 − 5   + 0 , 43 ≤ 4
 b  Ia 
onde (
n = 0 , 582 − 0 ,122 λ p 0 ≥ 0 , 33 )
n = (0 , 582 − 0 ,122 ⋅ 2 , 27 ) = 0 , 305 < 0 , 33 logo n = 0,33

0 , 33
 0 , 45 
k = (4 ,82 − 5 ⋅ 0 , 438 )  + 0 , 43 = 3 ,81
 0 , 211 
40  0,22 
λp = = 0,763 > 0,673 ; bef 2 = 8 1 −  0,763 = 7,46 cm
0,95
3,81E  0,763 
2500

c.Alma
55
b 3 = 12 − 2 (0 ,2 + 0 ,3 ) = 11 cm b t = 55 ; λp = = 1,023
4⋅E
0,953
2500
11  0,22 
bef 3 = 1 −  = 8,44 cm
1,023  1,023 

d. Mesa Inferior

b4 = 6 − (0 ,2 + 0 ,3) ; b 4 = 5 ,5 cm ∴ b t = 27 ,5 Parede A.L. k = 0,43

λp =
27,5 5,5  0,22 
; λ p = 1,561 > 0,673∴ bef 4 = 1 −  = 3,03 cm
0,43E 1,561  1,561 
0,95
2500

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Analisando os resultados, observa-se que as larguras dos elementos do perfil diminuíram de


tamanho (para efeito de cálculo!).

Partes a retirar

Perfil Real Perfil Efetivo

Nesse momento, pode-se introduzir a definição de Área Efetiva:

∑ (b )
n
Aef = Atotal − Aretirar onde Aretirar = t i − bef i
i =1
Cálculo da área efetiva do perfil:
l ret1 = 3 − 2,613 = 0,387 cm l ret 2 = 8 − 7,46 = 0,54cm
l ret 3 = 11 − 8,44 = 2,56cm l ret 4 = 5,5 − 3,03 = 2,47 cm

Aret = 0,2(0,387 + 0,54 + 2,56 + 2,47 ) Aret = 1,191cm 2

Aef = 5,783 − 1,19 Aef = 4,593 cm 2

Método da Seção Efetiva


O método da Seção Efetiva é um método alternativo para cálculo das propriedades efetivas (Aef
ou Wef) do perfil, que se pode usar no lugar do clássico MLE (Método da Largura Efetiva).
No MSE (Método da Seção Efetiva) se determina uma força (ou momento) local de flambagem
elástica (em substituição da análise de estabilidade elástica) com a qual, diretamente, calculam-
se características geométricas reduzidas do perfil, que por tradição, continuam sendo chamadas
de propriedades efetivas.
Com MSE é possível considerar-se a flambagem local de um perfil na compressão ou na
flexão.
O MSE apresenta parâmetros que permitem o cálculo para os perfis usados no dia a dia
profissional. Quando for necessário utilizarem-se perfis não tabelados uma nova análise de
estabilidade elástica deve ser feita para obterem-se parâmetros para estes perfis.
O MSE será apresentado nos capítulos relativos à Barras Comprimidas e Barras Fletidas.

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FLAMBAGEM GLOBAL (Item 9.7 da NBR 14762:2010)


Como limite a esbeltez máxima, (KL/r)max, ≤ 200.

Lembrando a expressão fundamental da verificação de barras, no caso de barras comprimidas


deve-se atender:
N c, Sd ≤ N c, Rd

onde:
Nc,Sd é a força axial de compressão solicitante de cálculo;
Nc,Rd é a força axial de compressão resistente de cálculo, tomada como o menor valor
calculado entre os itens 9.7.2 e 9.7.3 da NBR 14762:2010.

Item 9.7.2 Flambagem global por flexão, por torção ou por flexo-torção

A força axial de compressão resistente de cálculo Nc,Rd deve ser calculada por:

N c, Rd = χAef f y / 1,20 (4-12)


onde:
χ é o fator de redução da força axial de compressão resistente, associado à flambagem
global, calculado conforme indicado a seguir ou obtido diretamente da Tabela 7 para os
casos em que λ0 não supere 3,0.
2

- para λ 0 ≤ 1,5 : χ = 0,658 λ 0

0,877
- para λ 0 > 1,5 : χ =
2
λ0

λ0 é o índice de esbeltez reduzido associado à flambagem global, dado por:

Af y
λ0 =
Ne

N e é a força axial de flambagem global elástica, conforme 9.7.2.1, 9.7.2.2 ou 9.7.2.3.


A é a área bruta da seção transversal da barra.
Aef é a área efetiva da seção transversal da barra, calculada com base em uma das duas
opções apresentadas a seguir:

a) no Método da Largura Efetiva (MLE), conforme 9.2.2 e 9.2.3, adotando σ = χfy.

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b) no Método da Seção Efetiva (MSE), conforme indicado a seguir:


 0,15  1
Aef = A1 − ≤A
 λ 0,8  λ 0,8
 p  p
0,5
 χAf y 
λ p =  

 Nl 

N l é a força axial de flambagem local elástica, calculada por meio de análise de


estabilidade elástica, ou, de forma direta, segundo a expressão:

π 2E
N l = kl A
12(1 − ν 2 )(bw t )2

Os valores do coeficiente de flambagem local para a seção completa, k l , podem ser


calculados pelas expressões indicadas na Tabela 8 ou obtidos diretamente da Tabela 9.
Os valores da Tabela 9 são mais precisos que os fornecidos pelas expressões da Tabela
8, uma vez que correspondem a valores obtidos diretamente da análise geral de
estabilidade elástica.

Tabela 8 - Coeficiente de flambagem local k l para a seção completa em barras sob compressão
centrada

Seção U simples e Seção Z simples


bf
bf

Caso a bw bw

k l = 4,0 + 3,4 η +21,8 η2 - 174,3 η3 + 319,9 η4 −237,6 η5 + 63,6 η6


(0,1 ≤ η ≤ 1,0)

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Seção U enrijecido, Seção Z enrijecido e Seção cartola


bf bf bf
D

bw bw bw
Caso b D

k l = 6,8 - 5,8 η + 9,2 η2 − 6,0 η3


(0,1 ≤ η ≤ 1,0 e 0,1 ≤ D/bw ≤ 0,3)

Seção rack
bf

D
bw
Caso c

bs

k l = 6,5 – 3,0 η + 2,8 η2 − 1,6 η3


(0,1 ≤ η ≤ 1,0 ; 0,1 ≤ D/bw ≤ 0,3 e 0,1 ≤ bs/bw ≤ 0,4)

Seção tubular retangular com solda de costura contínua


(para seção tubular retangular formada por dois perfis U simples ou U enrijecido com
solda de costura intermitente, k l deve ser calculado para cada perfil isoladamente).

bf

Caso d
bw

k l = 6,6 - 5,8 η + 8,6 η2 − 5,4 η3


(0,1 ≤ η ≤ 1,0)

bf, bw, bs e D são as dimensões nominais dos elementos, conforme indicado nas figuras.
η = bf / bw.

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Tabela 9 – Valores do coeficiente de flambagem local k l para barras sob compressão centrada

Caso a Caso b Caso c Caso d


Seção U Seção tubular
η = bf / bw Seção U simples e enrijecido, Seção retangular (solda
Seção rack
Seção Z simples Z enrijecido e de costura
Seção cartola contínua)
0,1 4,44 5,59 6,26 6,06
0,2 4,62 5,24 6,04 5,70
0,3 4,36 5,01 5,85 5,45
0,4 3,73 4,85 5,69 5,26
0,5 2,92 4,73 5,54 5,11
0,6 2,16 4,62 5,41 4,96
0,7 1,55 4,47 5,27 4,78
0,8 1,12 4,26 5,11 4,54
0,9 0,77 3,94 4,94 4,20
1,0 0,38 3,48 4,73 3,72
bf, bw, bs e D são as dimensões nominais dos elementos, conforme indicado nas figuras da Tabela 8. Para o
caso b, os valores são válidos para 0,1 ≤ D/bw ≤ 0,3.
Para o caso c, os valores são válidos para 0,1 ≤ D/bw ≤ 0,3 e 0,1 ≤ bs/bw ≤ 0,4.
Para valores intermediários interpolar linearmente.

Item 9.7.2.1 Perfis com dupla simetria ou simétricos em relação a um ponto

A força axial de flambagem global elástica Ne é o menor valor dentre os obtidos por a), b) e c):

a) força axial de flambagem global elástica por flexão em relação ao eixo principal x:

π 2 EI x
N ex =
( K x Lx ) 2

b) força axial de flambagem global elástica por flexão em relação ao eixo principal y:

π 2 EI y
N ey =
(K y L y ) 2

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c) força axial de flambagem global elástica por torção:

1  π 2 EC w 
N ez =  + GJ 
r0 2  ( K z L z ) 2 
onde:
Cw é a constante de empenamento da seção;
E é o módulo de elasticidade;
G é o módulo de elasticidade transversal;
J é a constante de torção da seção;
KxLx é o comprimento efetivo de flambagem global por flexão em relação ao eixo x;
KyLy é o comprimento efetivo de flambagem global por flexão em relação ao eixo y;
KzLz é o comprimento efetivo de flambagem global por torção. Quando não houver garantia
de impedimento ao empenamento, deve-se tomar Kz igual a 1,0.
r0 é o raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de torção, dado por:
r0 = [rx2 + ry2 + x02 + y02]0,5
rx ; ry são os raios de giração da seção bruta em relação aos eixos principais de inércia x e y,
respectivamente;
x0 ; y0 são as distâncias do centro de torção ao centróide, na direção dos eixos principais x e
y, respectivamente.

Item 9.7.2.2 Perfis monossimétricos

A força axial de flambagem global elástica Ne de um perfil com seção monossimétrica, cujo
eixo x é o eixo de simetria, é o menor valor dentre os obtidos por a) e b):

a) força axial de flambagem global elástica por flexão em relação ao eixo y:

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π 2 EI y
N ey =
(K y L y ) 2

b) força axial de flambagem global elástica por flexo-torção:

N ex + N ez  4 N ex N ez [1 − ( x0 / r0 ) 2 ] 
N exz = 1 − 1 − 
2[1 − ( x0 / r0 ) 2 ]  ( N ex + N ez ) 2 

onde:

Nex ; Nez são as forças axiais de flambagem global elástica conforme 9.7.2.1a e 9.7.2.1c,
respectivamente;
r0 ; x0 conforme definidos em 9.7.2.1

Caso o eixo y seja o eixo de simetria, substituir y por x em a); x por y e x0 por y0 em b)

Item 9.7.2.3 Perfis assimétricos

A força axial de flambagem global elástica Ne de um perfil com seção assimétrica é dada pela
menor das raízes da equação cúbica seguinte:

r02(Ne - Nex)(Ne - Ney)(Ne - Nez) - Ne2(Ne - Ney)x02 - Ne2(Ne - Nex)y02 = 0

onde:

Nex ; Ney ; Nez ; x0 ; y0 ; r0 conforme definidos em 9.7.2.1.

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Posição do Centro de Cisalhamento x0 e da Constante de Empenamento Cw


Perfil U

t
3b 2 t3
C.C. e= ; It = ⋅ (h + 2b )
h + 6b 3
h

h 2 b 3 t 2h + 3b
Cw =
b 12 h + 6b

Perfil U enrijecido
b1

t
3h 2 b + 6h 2 b1 − 8b1
3
e=b ;
h 3 + 6h 2 b + 6h 2 b1 + 8b1 − 12hb1
3 2
C.C.
h

t3
It = (h + 2b + 2b1 ) ;
3
b

 h2b 2  2
 2 2  2
 2b1 3 
Cw = t  b1 + b − e − 2eb1 + 2b1  + h e  b + b1 + h − 2b1 + (b + e )2 
 2  3 b h  2  6 h  3 
  
Perfil Cartola
b1

t
3h 2 b + 6h 2 b1 − 8b1
3
e=b ;
h 3 + 6h 2 b + 6h 2 b1 + 8b1 + 12hb1
3 2
C.C.
h

t3
It = (h + 2b + 2b1 )
3
b
 h 2b 2  2
 2 2  2
 3 
Cw = t   b1 + b − e − 2eb1 − 2b1  + h e  b + b1 + h + 2b1  + 2b1 (b + e )2 
 2  3 b h  2  6 h  3 

2 perfis U opostos pelas mesas
b

t3
It = (2b + 4b1 ) ;
b1

3
C.C.
h

Cw =
tb 2
24
(8b1 + 6h 2 b1 + h 2 b + 12b1 h
3 2
)

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2 perfis U opostos pelas almas


b
t3
It = (2b + 4b1 ) ;
3

b1
C.C.
h Cw =
tb 2
24
(8b1 + 6h 2 b1 + h 2 b − 12b1 h
3 2
)

Perfil I
t

tw

It =
1
3
(
2b t 3 + h t w3 ) ;
C.C.
h

h 2 tb 3
Cw =
24

Perfil Z

t3
It = (2b + h ) ;
C.C. 3
h

th 2 b 3  b + 2h 
Cw =  
12  2b + h 
b

Perfil Cantoneira

t3 a 2
It = a ; x0 = ; Cw = 0
C.C. 3 4

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COMPRESSÃO EM BARRAS CURTAS (Flambagem Local Pura)


Barras pouco esbeltas, em algumas situações, tem elementos que flambam localmente, antes de
outro tipo de instabilidade ocorrer.
Como a norma brasileira não apresenta nenhum procedimento relativo a esse estado limite, será
apresentado o procedimento da norma AISI.
Além do valor da força resistente de cálculo apresentado no item anterior deve-se calcular um
outro valor para a resistência de cálculo, apresentado a seguir, adotando-se como a força
resistente de cálculo do perfil a menor entre as duas expressão (4-12) e a que segue:
Aef f y
N c ,Rd = (γ = 1,20)
γ
onde:
Aef é a área efetiva calculada na tensão σ = fy

Flambagem Distorcional (item 9.7.3 da NBR 14762:2010)


Para as barras com seção transversal aberta sujeitas à flambagem distorcional (Perfis
Uenrijecidos, Zenrijecidos e Rack), conforme 9.3 (da NBR 14762:2010), a força axial de
compressão resistente de cálculo Nc,Rd deve ser calculada por:
N c, Rd = χ dist Af y / γ (γ = 1,20)
onde:
χdist é o fator de redução da força axial de compressão resistente, associado à flambagem
distorcional, calculado por:
χ dist = 1 para λdist ≤ 0,561
 0,25  1
χ dist = 1 − 1, 2 1, 2 para λdist > 0,561
 λdist  λdist
A é área bruta da seção transversal da barra;
λdist = (Afy/Ndist)0,5 é o índice de esbeltez reduzido associado à flambagem distorcional;
Ndist é a força axial de flambagem distorcional elástica, a qual deve ser calculada com base
na análise de estabilidade elástica.
Para barras com seção U enrijecido e seção Z enrijecido, se a relação D/bw for igual ou superior
aos valores indicados na Tabela 10, a verificação da flambagem distorcional pode ser
dispensada.

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Tabela 10 – Valores mínimos da relação D/bw de barras com seção U enrijecido e seção Z enrijecido
submetidas à compressão centrada, para dispensar a verificação da flambagem distorcional
bw/t
bf/bw 250 200 125 100 50
0,4 0,02 0,03 0,04 0,04 0,08
0,6 0,03 0,04 0,06 0,06 0,15
0,8 0,05 0,06 0,08 0,10 0,22
1,0 0,06 0,07 0,10 0,12 0,27
1,2 0,06 0,07 0,12 0,15 0,27
1,4 0,06 0,08 0,12 0,15 0,27
1,6 0,07 0,08 0,12 0,15 0,27
1,8 0,07 0,08 0,12 0,15 0,27
2,0 0,07 0,08 0,12 0,15 0,27
bf, bw, e D são as dimensões nominais dos elementos, conforme indicado nas figuras da Tabela 8.
Para valores intermediários interpolar linearmente.

APLICAÇÃO
O reservatório da figura 4.19 é suportado por uma torre constituída por 6 colunas: perfis U
duplos, formados a frio, em forma de um perfil I.
Verificar as condições de segurança da coluna central, cuja solicitação de cálculo é NSd = 180
kN (18tf). Aço com fy = 250 MPa.

1,80 m

2,10 m

2,10 m

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Características do Perfil Isolado

Ix1 = 227 cm4


Iy1 = 15,89 cm4
A1 = 7,14 cm2

150
xG = 1,13 cm
r=t 3
xG
Características do Perfil Duplo SOLDA CONTÍNUA 50
4 4
Ix = 454 cm ; Iy = 50,01 cm ;
A = 14,28 cm2
A. Cálculo da resistência de cálculo Nc,RdFG (devida à flambagem global)
Determinação de Ne: que será o menor valor entre Nex , Ney e Nez
π 2 ⋅ E ⋅ 454
N ex = N ex = 24893 kgf (248,93 kN)
(1 ⋅ 600)2
π 2 ⋅ E ⋅ 50,01
N ey = N ey = 22.385 kgf (223,85 kN) Governa !
(1 ⋅ 210)2
1  π 2 ⋅ E ⋅ CW 
N ez =  + GJ 
ro 2  (K z L z )2 
147

Para a determinação de It e Cw admite-se o


perfil
com cantos vivos e tomam-se as medidas da
sua linha média, como mostra a figura ao 48,5
lado.

1 
J = 2  ⋅ 0,33 (14,7 + 2 ⋅ 4,85) ∴ J = 0,44 cm 4
3 
CW =
0 ,3 ⋅ 14,7 2
24
(8 ⋅ 4,85 3 + 6 ⋅ 0 ,3 2 ⋅ 4,85 + 0,3 2 ⋅ 14,7 − 12 ⋅ 4 ,85 2 ⋅ 0 ,3 ) CW = 2247 cm 6

454 + 50,01
r0 = r0 = 5,94 cm
14 ,28
1  π 2 ⋅ E ⋅ 2247 
N ez =  + 0,385E ⋅ 0,44 = 38107 kgf (381,07 kN)
5,94 2  210 2 

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Logo Ne = (Ney, Nex, Net)min = 22385 kgf (223,85 kN)

Cálculo de λ0
14,28 ⋅ 2500
λ0 = = 1,263 < 1,50 ∴ χ = 0,513
22385

Área Efetiva

MLE
Cálculo da área efetiva na tensão σ
σ = 2500 ⋅ 0,513 σ = 1283 kgf cm2 (12,83 kN/cm )
2

Elemento 1:
b 4,4 14,67
= = 14,67 λp = = 0,596 < 0,673 ∴ bef1 = b1
t 0,3 0,43 ⋅ E
0,95
1283
Elemento 2:
b 13,80 46
= = 46 λp = = 0,613 < 0,673 ∴ bef 2 = b2
t 0,3 4,0 ⋅ E
0,95
1283

Como as mesas e a alma são efetivas, i.e., não se retira nada desses elementos, todo o perfil é
efetivo e a área efetiva é igual à área total:
Aef = Atotal

MSE
Como o perfil é formado por 2 perfis U, extrapola-se os parâmetros do perfil U:

bf

η = bf / bw bw

k l = 4,0 + 3,4 η +21,8 η2 - 174,3 η3 + 319,9 η4 −237,6 η5 + 63,6 η6 onde η = bf / bw


5
η= = 0,333
15
k l = 4,0 + 3,4 · 0,333 +21,8 · 0,3332 - 174,3 · 0,3333 + 319,9 · 0,3334 −237,6 · 0,3335 + 63,6 · 0,3336
k l = 4.161

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π 2E π 2E
N l = kl A = 4,161 2 ⋅ 7,14 = 42962 kgf
12(1 − ν 2 )(bw t )2 12(1 − 0,3 2 )(15 / 0,3)2

χAf y 0,513 ⋅ 14,28 ⋅ 2500


λp = = = 0,44
Nl 42962
 0,15  1  0,15  1

Aef = A 1 − = 14,28 1 − = 19,57
 λ 0,8  λ 0,8  0,44 0,8  0,44 0,8
 p  p  
Como Aef deve ser menor ou igual a A, adota-se Aef=A=14,28 cm2, confirmando o MLE

Cálculo de Nc,RdFG
0,513 ⋅14,28 ⋅ 25,00
N c, Rd FG = N c, Rd FG = 152,62 kN
1,2

B. Cálculo da resistência de cálculo Nc,RdFL (devida à flambagem local)


Cálculo da área efetiva na tensão σ = 1 fy
b 4,4 14,67
Mesas: = = 14,67 ∴ λ p = = 0,833 > 0,673
t 0,3 0,43 ⋅ E
0,95
2500
4,4  0,22 
bef = 1 −  = 3,887 cm ∴ l ret = 4,4 − 3,92 = 0,513 cm
0,833  0,833 
b 13,8 46
Almas: = = 46 ∴ λ p = = 0,855 > 0,673
t 0,3 4,0 ⋅ E
0,95
2500
13,8  0,22 
bef = 1 −  = 11,99 cm ∴ l ret = 13,8 − 11,99 = 1,81 cm
0,855  0,855 
Aret = (2 ·1,81 + 4ּ 0,513) 0,3 = 1,702 cm2

Aef = 14,28 - 1,702 = 12,58 cm2


12,58 ⋅ 2500
N cFL
, Rd = = 26.208 kgf (262,1 kN )
1,2
C. Resistência de cálculo Nc,Rd
A resistência de cálculo da coluna será
Nc,Rd = min(Nc,RdFG=152,62 kN; Nc,RdFL = 262,1 kN) .: Nc,Rd =152,62 kN

Como Nc,Rd =152,62 kN < Nc,Sd =180 kN a coluna não verifica!

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APLICAÇÃO
A treliça abaixo tem modulação de 1,25m e 1,00m de altura. O banzo superior, que é
constituído por um perfil U, está contido lateralmente a cada 2 nós.
Verificar as condições de segurança dos banzos a e b, cujas solicitações de cálculo são:
Banzo a: Nc,Sd =7810 kgf (78,1 kN); Banzo b: Nc,Sd =8720 kgf (87,2 kN)
Pto. Travado
Lateralmente
1250 1250

a b 100

50
c

1000
Y
Perfil dos Banzos a e b –

fy = 2500 kgf/cm2 (250 MPa)


X
ri = t
xG

Características geométricas do perfil dos banzos:


Ix = 60,85 cm4 x0 = 3,06 cm It = 0,052 cm4
Iy = 9,69 cm4 r0 = 5,267 cm rx = 3,98 cm
6
A = 3,84 cm Cw = 164,8 cm ry = 1,35 cm

A. Cálculo da resistência de cálculo Nc,RdFG (devida à flambagem global)


Cálculo de Ne – Ne a ser adotada será a menor entre:
π 2 ⋅ E ⋅ Ix π 2 ⋅ E ⋅ 60,85
N ex = ∴ N ex = ∴ N ex = 192,2 kN
(K x ⋅ Lx )2 (1 ⋅ 250)2
π2 ⋅E⋅Iy π 2 ⋅ E ⋅ 9,69
N ey = ∴ N ey = ∴ N ey = 122,4 kN
(K y ⋅ L y )2 (1 ⋅ 125)2
1  π 2 EC w 
N ez = GI t + 
r0 2  (K t ⋅ Lt )2 

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1  π 2 E ⋅ 164,8 
N ez =  0 ,385 ⋅ E ⋅ 0,052 +  = 89,48 kN
5,267 2  125 2 
   3,06  2  
 4 ⋅ 192,2 ⋅ 89,5 ⋅ 1 −   
   5, 267   
192,2 + 89,5  
N exz = 1− 1−
  3,06  2  

(192,2 + 89,5)2 

21 −   
  5 , 267    
 
Nexz = 73,91 kN < Ney Governa!
Logo o modo de flambagem do perfil do banzo é : por Flexo-Torção

3,84 ⋅ 25,00 λ2 2
λ0 = ∴ λ0 = 1,14 ∴ χ = 0,658 0 = 0,6581.14 = 0,581
73,91

Cálculo da Área Efetiva


MLE
A área efetiva será calculada na tensão σ = 0,581 ⋅ 25,00 = 14,52 kN cm 2
Elementos A.L. –
b1 5 − 0,2 ⋅ 2 4,6 23
= = = 23 ∴ λ p = ∴ λ p = 0,995
t 0,2 0,2 0,43E
0,95
14,52
 0,22 
bef 1 = 4,61 −  0,995 ∴ bef 1 = 3,602 cm ∴ l ret1 = 4,6 − 3,602 = 0,998 cm
 0,995 

Elemento A.A.

b2 10 − 0,2 ⋅ 4 9,2 46
= = = 46 ∴ λ p = = 0,652 < 0,673 Toda a alma
t 0,2 0,2 4E é efetiva
0,95
14,52

A área efetiva será a área total diminuída da área a retirar:


Aret = (2 ⋅ 0,998) ⋅ 0,2 Aret = 0,399 cm 2
Aef = 3,84 − 0,399 Aef = 3,44 cm 2 Área efetiva calculada pelo MLE

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MSE
η = bf / bw

k l = 4,0 + 3,4 η +21,8 η2 - 174,3 η3 + 319,9 η4 −237,6 η5 + 63,6 η6 onde η = bf / bw


5
η= = 0,5
10
k l = 4,0 + 3,4 · 0,5 +21,8 · 0,52 - 174,3 · 0,53 + 319,9 · 0,54 −237,6 · 0,55 + 63,6 · 0,56
k l = 2,925
π 2E π 2E
N l = kl A = 2,925 3,84 = 81,21 kN
12(1 − ν 2 )(bw t )2 12(1 − 0,3 2 )(10 / 0,2 )2

χAf y 0,581 ⋅ 3,84 ⋅ 25,00


λp = = = 0,829
Nl 81,21
 0,15  1  0,15 

Aef = A 1 − = 3,84 1 −
1
= 3,684 cm 2
 λ 0,8  λ 0,8  0,829 0,8  0,829 0,8
 p  p  
Área efetiva calculada pelo MSE é 7% maior que a calculada pelo MLE.
Por medida conservadora, adota-se como Aef = 3,44 cm2

Finalmente, a resistência de cálculo devida à flambagem global valerá


χ ⋅ Aef ⋅ f y 0,581 ⋅ 3,44 ⋅ 25,00
N c, Rd FG = = .: N cFG
, Rd = 41,63 kN
γ 1,2

Como Nc,Rd =41,6 kN < Nc,Sd =78,1 kN o banzo não verifica!

PERFIS COMPOSTOS
Os perfis compostos são largamente utilizados no Brasil, sobretudo em estruturas leves, por
serem eficientes e, por isso, conduzirem a estruturas com menor consumo de aço. Entretanto, se
usados de maneira inadequada, podem causar problemas e por isso serão feitos alguns
comentários sobre eles.
Dois ou mais perfis, unidos entre si por meio de uma ligação não contínua - solda ou
travejamento em quadro ou em treliça - que trabalham como se fossem um só perfil, são
conhecidos por Perfis Compostos.

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PLACA DE
TRAVEJAMENTO

CORTE 1-1

PERFIL
L1 L1 L1 COMPOSTO

No caso de perfis compostos, a NBR 14762:2009 estabelece:


Para barras compostas comprimidas, isto é, aquelas constituídas por um ou mais perfis associados,
além de atender ao disposto em 9.7.4, o índice de esbeltez de cada perfil componente da barra deve
ser inferior:
a) à metade do índice de esbeltez máximo do conjunto, para o caso de presilhas (chapas
separadoras);
b) ao índice de esbeltez máximo do conjunto, para o caso de travejamento em treliça. Neste caso, o
índice de esbeltez das barras do travejamento deve ser inferior a 140.

A substituição de travejamento em treliça por chapas regularmente espaçadas (talas), formando


travejamento em quadro, não é prevista nesta Norma. Neste caso, a redução da força normal de
compressão resistente de cálculo devida à deformação por cisalhamento não deve ser desprezada.
O procedimento do Eurocode 3 Part 1-1 pode ser empregado para a consideração desse efeito.

Para a determinação da resistência de cálculo dos perfis compostos devem-se verificar:


a) Flambagem do perfil isolado.
O perfil isolado - um dos perfis que formam o perfil composto - flamba, em torno do seu eixo
de menor inércia, tendo como comprimento de flambagem a distância entre elementos de
travejamento “L1”.
No caso do perfil isolado, deve-se considerar, também, a flambagem local da maior parede não
enrijecida. A resistência final de cálculo será a menor: entre a flambagem global do perfil
isolado e a flambagem local de um (ou mais) de seus elementos.
b) Flambagem global do perfil composto
O perfil composto terá dois eixos principais de inércia. Um dos eixos será paralelo ao(s)
plano(s) de travejamento, e o outro eixo, perpendicular.
É costume compor os perfis de tal maneira que se travejem planos paralelos ao eixo de maior
inércia. Assim será obtido um perfil com inércia bem aumentada em torno do eixo paralelo ao
de menor inércia dos perfis simples.
A inércia desse perfil, em torno do eixo paralelo aos planos de travejamento, será determinada
somando as inércias de cada perfil isoladamente. (É claro que é caso de simples soma se o eixo

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principal da composição coincidir com o eixo principal do perfil isolado; caso contrário, se
deverá obter a inércia da composição pelo Teorema de Steiner.)
A inércia do perfil composto em torno do outro eixo principal, perpendicular ao plano de
travejamento, terá um valor intermediário entre a inércia que se calcula pelo Teorema de
Steiner e a que se avalia considerando os dois perfis isolados.
Os elementos de travejamento, por serem descontínuos, não oferecem uma união tão eficiente
como uma ligação contínua entre os perfis, e essa deficiência deve ser considerada na avaliação
dessa inércia ou esbeltez, como orientam as normas.
Adota-se o procedimento da norma NB14/68, que é uma adaptação da norma DIN 4114,
considerando somente o caso de travejamento em quadro.
Supondo que o eixo perpendicular ao plano de travejamento seja o eixo Y, a esbeltez final será
uma esbeltez ideal λ y . i

m
λ yi = λ y 2 + λ12
2
onde
K y Ly
λy = : esbeltez do perfil composto em torno do eixo perpendicular ao plano de
ry
travejamento, considerando a inércia cheia em torno desse eixo;
K L
λ1 = 1 1 : esbeltez do perfil simples em torno do eixo de menor inércia (eixo 1)
r1

sendo: L1 a distância entre placas de travejamento e


m = número de perfis simples que formam o perfil composto.
A norma DIN 4114 orienta que se deve dispor os elementos de travejamento, pelo menos, nos
terços do perfil composto (L1≤ L/3); e de que o afastamento entre as placas de travejamento, L1,
ser menor que 50 rmin .

Exemplos de perfis compostos comumente usados

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4.9.1 Placas de travejamento


Na formulação da flambagem elástica de um perfil (uma equação diferencial, cuja solução é a
clássica Carga Crítica de Euler) a deformação por corte é negligenciada, já que pouquíssima
influência faria no resultado final.
Entretanto, quando se têm dois ou mais perfis comprimidos unidos entre si por meio de
ligações não-contínuas (travejamento) a deformação por corte não pode ser desprezada.

a. b. c.
Deformação por corte em Perfis Compostos

A figura acima apresenta três situações de perfis duplos (todos eles marcados por linhas em sua
parte inferior):
Na figura a. têm-se dois perfis U isolados: ao flambar, percebe-se que houve um
escorregamento entre as linhas;
Na figura b. têm-se dois perfis U unidos por uma chapa contínua: os perfis, ao flambarem,
mantém as linhas colineares e não há escorregamento;
Na figura c. têm-se dois perfis U unidos por chapas de travejamento (uma ligação descontínua):
os perfis, ao flambarem, mantêm as linhas colineares e o escorregamento é muito pequeno. O
terceiro caso é o que se chama Perfil Composto, com ligações não-contínuas, e encontra-se a
meio caminho entre dois perfis isolados e dois perfis unidos por uma chapa contínua.
Para esse caso, a formulação rigorosa, considerando a deformação por corte, é trabalhosa e de
difícil uso profissional.

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Para contornar essa dificuldade, usa-se o artifício de imaginar uma força cortante, fictícia,
agindo transversalmente ao perfil composto, que deve ser neutralizada pelo dispositivo de
travejamento, dada por

Qi = 0,20 A
onde
Qi é a força cortante fictícia em kN
A é a área bruta do perfil composto em cm2

Solicitações nas placas de travejamento

No caso dos perfis estarem afastados entre si mais que e > 20 r1, a força cortante fictícia
ficará:
Qi = 0,20 A [ 1 + [5 ( e / r1 - 20 )] / 100 ]
onde:
e é a distância entre os baricêntricos dos perfis
r1 é o raio de giração, em torno do eixo de menor inércia, de um perfil isolado
Estabelecida a força cortante, por equilíbrio, obtém-se a solicitação na placa de
travejamento:
T = Qi L1 / e

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APLICAÇÃO
Verificar as condições de segurança da diagonal c da treliça do exercício anterior
Nc,Sd= - 5200 kgf (-52 kN)

400 400 400 400


90

A diagonal é formada por dois perfis [ 50 x 25 x 2,65 onde ri = t


Características geométricas do perfil isolado
Ix = 8,62 cm4 rx = 1,91 cm x0 = 1,479 cm Y1

Iy = 1,425 cm4 ry = 0,77 cm r0 = 2,536 cm 50 2.65

A = 2,369 cm2 Cw = 5,749 cm6 X1


4
xG = 0,76 cm It = 0,0587 cm
25

1. Flambagem do perfil isolado


L1 = 40 cm
k x Lx 40 k y Ly 40
= = 20 ,94 ∴ = = 51,94 Governa !
rx 1,91 ry 0,77

Cálculo de Ne
π 2 ⋅ E ⋅ 8,62
N ex = N ex = 6647 kgf (66,47 kN)
1602
π 2 ⋅ E ⋅ 1,425
N ey = N ey = 17580 kgf (175,8 kN)
40 2
1  π 2 E ⋅ 5,75 
N ez = 0,385E ⋅ 0,0587 +  ∴ N et = 18244 kgf (182,4 kN)
2,5232  40 2 

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   1,479  2  
 4 ⋅ 6647 ⋅ 17580 ⋅ 1 −   
    
 
6647 + 17580  2 ,536
N exz = 1− 1− 
  1,479  
2 

(6647 + 17580) 2 

2 1 −   
  2,536    
 

N exz = 5710 kgf (57,1 kN) Governa !

2,369 ⋅ 2500
λ0 = = 1,018 ∴ χ = 0,648
5710

σ = 0,648 ⋅ 2500 = 1620 kgf cm 2 (16,20 kN/cm2)


Cálculo de Aef
b1 2,5 − 2 ⋅ 0,265 7,43
A.L. – = = 7,43 ∴ λp = = 0,339 < 0,673
t 0,265 0,43E
0,95
1620
b2 5 − 4 ⋅ 0,265 3,94
A.A. – = = = 14,86 ∴ λ p = 0,223 < 0,673
t 0,265 0,265

As mesas e a alma são efetivas, não se retira nada delas, logo Aef = A
Então, calculando a resistência de cálculo:
0,648 ⋅ 2 ⋅ 2,369 ⋅ 2500
N c, Rd FG = ∴ N c, Rd FG = 6396 kgf (63,96 kN )
1,2
2. Flambagem do perfil composto

Ix=17,24 cm4 ; rx = 1,91 cm


  7 ,48  
2
I y = 21,425 + 2,369 ⋅    I y = 69,12 cm 4
  2  

ry = 3,819 cm ; A = 2.2,369 = 4,738 cm2


160 40
λy = = 41,90 λ1 = = 51,94
3,819 0,77

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 K y Ly 
 = λ y = λ y 2 + m λ12 = 41,9 + 51,91 = 66,73
2 2

 ry  i
2
 i

 K y Ly  160
  = = 66 ,73 ∴ ry i = 2 ,398 cm ∴ I y i = 27 ,25 cm 4
 ry  r
 i y

π 2 E ⋅ 17,24
N ex = = 13293 kgf (132,9 kN) Governa!
160 2

π 2 E ⋅ 27,25
N ey = = 21204 kgf (212,04 kN)
160 2
2 ⋅ 2.369 ⋅ 2500
λ0 = = 0,891 ∴ χ ≅ 0717
13293

σ = 0,717 ⋅ 2500 ∴ σ = 1793 kgf cm 2 (17,93 kN/cm2)

Cálculo de Aef
b1 1,97 7,43
A.L. = = 7,43 ∴ λ p = = 0,36 < 0,673
t 0,265 0,43E
0,95
1793
b2 3,94
A.A. = = 14,86 ∴ λ p = 0,23 < 0,673
t 0,265
Novamente: Aef = A
4,738 ⋅ 0,717 ⋅ 2500
N c, Rd = = 7077 kgf (70,77 kN)
1,2
Nc,Rd > Nc,Sd logo OK! Verifica!

EXCENTRICIDADE EFETIVA
Viu-se que um perfil, quando comprimido, tem sua área modificada: para efeito de cálculo há
uma redução de área – da área “cheia” para a área efetiva.
Isso implica, caso o perfil tenha um eixo de simetria – perfis U, cantoneiras, cartola etc. - que
os eixos principais de inércia do perfil efetivo estarão em posição diferente dos eixos principais
do perfil original.
Ora, sabendo que o ponto de aplicação da solicitação – baricentro do perfil original - não será
alterado, será criada uma excentricidade que fará que o perfil não esteja mais submetido só a

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compressão simples, tornando a solicitação em compressão excêntrica, o que será apresentado


no capítulo relativo à vigas-colunas.
Y Yef Y

Excentricidade Efetiva
CG CG
X X X ef

eef

Como a NBR 14762:2001 não faz comentário algum sobre a necessidade de se considerar ou
não a excentricidade efetiva adotam-se as recomendações da literatura especializada:
· Perfis Cantoneiras
A AISI4.4 recomenda que perfis cantoneiras sejam projetados considerando flexão
composta: atuando junto com a força de compressão de cálculo (Nc,Sd), um momento
fletor dado por NL/1000, onde N é a força de compressão nominal e L é o comprimento
da barra, aplicado em torno do eixo de menor inércia da cantoneira, comprimindo as
abas da cantoneira.
· Perfis U Engastados
Estudos4.5, 4.6 mostram que para barras comprimidas engastadas – formadas por perfis U
- não há necessidade de se considerar a excentricidade efetiva, pois a linha de ação da
força aplicada se move com a linha da atuação interna da força, que está no baricentro
efetivo, logo, não surgindo momento.
· Perfis U Enrijecidos
Independente do tipo de vinculação, perfis U enrijecidos não requerem que se leve em
conta a excentricidade efetiva: os resultados de testes mostraram que esse perfil suporta
valores mais altos que a resistência de cálculo dada por norma.
· Perfis U simples
Para perfis U simples, rotulados nos extremos, há a necessidade de considerar a
excentricidade efetiva, calculando-os com compressão excêntrica. A AISI orienta o
projetista nesse sentido.
· Comentário Final
Como a maioria das barras comprimidas tem um certo grau de engastamento,
projetarem-se barras comprimidas considerando a excentricidade efetiva pode conduzir
a resultados conservativos. Para a sua adoção definitiva deve-se esperar o resultados de
mais estudos, ou da sua adoção explícita pela norma brasileira.

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BARRAS TRACIONADAS

O texto é cópia da ABNT NBR 14762:2010

9.6.1 Generalidades

Esta subseção aplica-se a barras submetidas à força axial de tração. No dimensionamento deve
ser atendida a seguinte condição:
N t , Sd ≤ N t , Rd
onde:

Nt,Sd é a força axial de tração solicitante de cálculo;


NctRd é a força axial de tração resistente de cálculo, determinada conforme 9.6.2.

Devem ainda ser observadas as considerações estabelecidas em 9.6.3, relacionadas à limitação


de esbeltez.

9.6.2 A força axial de tração resistente de cálculo Nt,Rd é o menor dos valores obtidos
considerando-se os estados-limites últimos de escoamento da seção bruta, ruptura da seção
líquida fora da região da ligação e ruptura da seção líquida na região da ligação, de acordo com
as expressões indicadas a seguir:

a) para escoamento da seção bruta

Nt,Rd = Afy / γ (γ = 1,10)

b) para ruptura na seção líquida fora da região da ligação

Nt,Rd = An0fu / γ (γ = 1,35)

c) para ruptura da seção líquida na região da ligação

Nt,Rd = CtAnfu / γ (γ = 1,65)

onde:

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A é a área bruta da seção transversal da barra;


An0 é a área líquida da seção transversal da barra fora da região da ligação (por exemplo,
decorrente de furos ou recortes que não estejam associados à ligação da barra);
An é a área líquida da seção transversal da barra na região da ligação, sendo que:
Para chapas com ligações parafusadas em zig-zag, devem ser analisadas as prováveis
linhas de ruptura (Figura 4a), sendo a seção crítica aquela correspondente ao menor
valor da área líquida. A área líquida da seção de ruptura analisada deve ser calculada
por:
(
A n = 0,9 A − n f d f t + Σts 2 / 4g )
Para ligações soldadas, considerar An = A. Nos casos em que houver apenas soldas
transversais (soldas de topo), An deve ser considerada igual à área bruta da(s) parte(s)
conectada(s) apenas.

df é a dimensão do furo na direção perpendicular à solicitação, conforme Tabela 16;


nf é a quantidade de furos contidos na linha de ruptura analisada;
s é o espaçamento dos furos na direção da solicitação (Figura 4a);
g é o espaçamento dos furos na direção perpendicular à solicitação (Figura 4a);
t é a espessura da parte conectada analisada;
Ct é o coeficiente de redução da área líquida, dado por:

1) chapas com ligações parafusadas:

- um parafuso ou todos os parafusos da ligação contidos em uma única seção


transversal:
Ct = 2,5(d/g) ≤ 1,0
- dois parafusos na direção da solicitação, alinhados ou em zig-zag:
Ct = 0,5 + 1,25(d/g) ≤ 1,0
- três parafusos na direção da solicitação, alinhados ou em zig-zag:
Ct = 0,67 + 0,83(d/g) ≤ 1,0
- quatro ou mais parafusos na direção da solicitação, alinhados ou em zig-zag:
Ct = 0,75 + 0,625(d/g) ≤ 1,0
d é o diâmetro nominal do parafuso;

Em casos de espaçamentos diferentes, tomar sempre o maior valor de g para cálculo de Ct;

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Nos casos em que o espaçamento entre furos g for inferior à soma das distâncias entre os
centros dos furos de extremidade às respectivas bordas, na direção perpendicular à
solicitação (e1 + e2), Ct deve ser calculado substituindo g por e1 + e2.

Havendo um único parafuso na seção analisada, Ct deve ser calculado tomando-se g como
a própria largura bruta da chapa.

Nos casos de furos com disposição em zig-zag, com g inferior a 3d, Ct deve ser calculado
tomando-se g igual ao maior valor entre 3d e a soma e1 + e2.

2) chapas com ligações soldadas:

- soldas longitudinais associadas a soldas transversais:


Ct = 1,0
- somente soldas longitudinais ao longo de ambas as bordas:
para b ≤ L < 1,5b: Ct = 0,75
para 1,5b ≤ L < 2b: Ct = 0,87
para L ≥ 2b: Ct = 1,0

3) perfis com ligações parafusadas:


- todos os elementos conectados, com dois ou mais parafusos na direção da solicitação:
Ct = 1,0
- todos os parafusos contidos em uma única seção transversal (incluíndo o caso
particular de um único parafuso na ligação), o perfil deve ser tratado como chapa
equivalente (Figura 4b), conforme Alínea a), com Ct dado por:
Ct = 2,5(d/g) ≤ 1,0
- cantoneiras e perfis U com dois ou mais parafusos na direção da solicitação, sendo que
nem todos os elementos estejam conectados (Figura 4c):
Ct = 1,0 – 1,2(x/L) (devendo, no entanto ser usado 0,9 como limite superior, e
não se permitindo o uso de ligações que resultem em um
valor inferior a 0,4)

4) perfis com ligações soldadas:


- apenas soldas transversais:
Ct = 1,0

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- todos os elementos conectados por soldas longitudinais ou por uma combinação de


soldas longitudinais e transversais:
Ct = 1,0
- cantoneiras com soldas longitudinais (Figura 4d):
Ct = 1,0 – 1,2(x/L) (devendo, no entanto ser usado 0,9 como limite superior, e
não se permitindo o uso de ligações que resultem em um
valor inferior a 0,4)
- perfis U com soldas longitudinais (Figura 4d):
Ct = 1,0 – 0,36(x/L) (devendo, no entanto ser usado 0,9 como limite superior, e
não se permitindo o uso de ligações que resultem em um
valor inferior a 0,5)
onde:

b é a largura da chapa;
L é o comprimento da ligação parafusada (Figura 4c) ou o comprimento da solda (Figura
4d);
x é a excentricidade da ligação, tomada como a distância entre o centróide da seção da
barra e o plano de cisalhamento da ligação (Figuras 4c e 4d). No caso de perfil U conectado
pelas mesas por meio de parafusos, a excentricidade da ligação deve ser determinada
substituindo o perfil U por duas cantoneiras fictícias, obtidas dividindo-se o perfil U por um
plano paralelo às mesas, na altura do seu centróide.

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1 2
e1 e1
e1

g g g g

e2 e2
e2

1 2
s s b) Perfis tratados como chapa ( todos os
parafusos contidos em uma única seção )
a) Prováveis linhas de ruptura
1-1 : linha de ruptura com segmento inclinado
2-2 : linha de ruptura perpendicular à solicitação

centróide centróide
L
L
x
x

c) Ligação parafusada em perfis

centróide centróide L
L

x
x

d) Ligação soldada em perfis

Figura 4 – Linhas de ruptura e grandezas para cálculo do coeficiente Ct

9.6.3 Recomenda-se que o índice de esbeltez das barras tracionadas, tomado como a maior
relação entre o comprimento destravado e o raio de giração correspondente (L/r) não exceda
300. Para as barras compostas tracionadas, ou seja, aquelas constituídas por um ou mais perfis
associados, é também recomendado que o índice de esbeltez de cada perfil componente da
barra não exceda 300.

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APLICAÇÃO
A figura abaixo apresenta a extremidade de uma barra de treliça espacial e de sua respectiva
chapa de nó que são tracionados com uma solicitação de cálculo de Nt,Sd = 8400 kgf (84 kN).
Verificar as condições de segurança da barra e chapa do nó, considerando que barra e chapa são
confeccionadas com aço com fy = 250 MPa. Comprimento da barra: 3800 mm
Tubo 76,2 x 2 CH 4,76

=
50

97
=

25 50
50 25

Barra de treliça espacial e chapa do nó


Dados do Tubo Dados da Chapa
A = 4,66 cm2 ; A = 9,7ּ 0,476 = 4,62 cm2
I = 32,11 cm4 ; rmin = 2,62 cm Furos d = 18 mm
Furos d = 18 mm

1. TUBO
Verificação da esbeltez: 380 / 2,62 = 145 < 300 OK!
Escoamento da seção bruta:
A fy 4 ,66 ⋅ 2500
N t ,Rd = = = 10591 kgf ( 105,9 kN ) OK! Verifica
γ 1,1

Ruptura da seção líquida: nf – número de furos numa linha de ruptura: 2 furos em cada
parede
Provavel linha de ruptura
g

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Provável linha de ruptura


 Σ t s2   2 ⋅ 0 ,2 ⋅ 0 2 
An = 0,9  A − n f d f t +  = 0 ,9  4 ,66 − 4 ⋅ 1,8 ⋅ 0 ,2 +



 4 g   4⋅5 
An = 2,898 cm2
Ct = 1,0: elementos (as 2 paredes) conectados com 2 parafusos na direção da solicitação
Ct An f u 1,0 ⋅ 2,898 ⋅ 4000
N t , Rd = = = 7025 kgf (70,25 kN ) Não verifica
γ 1,65
2. CHAPA
Escoamento da seção bruta:
A fy 4,62 ⋅ 2500
N t ,Rd = = = 10500 kgf ( 105,0 kN ) OK! Verifica
γ 1,1

Ruptura da seção líquida:


 Σ t s2   0 ,476 ⋅ 0 2 
An = 0,9  A − n f d f t +  = 0 ,9  4 ,62 − 2 ⋅ 1,8 ⋅ 0 ,476 +



 4 g   4⋅5 
An = 2,62 cm2
df 1,8
C t = 2 ,5 = 2 ,5 = 0,9
g 5

Ct An f u 0,9 ⋅ 2,62 ⋅ 4000


N t , Rd = = = 5716 kgf (57,16 kN ) NÃO Verifica!
γ 1,65
Como solução: reforçar a chapa, passando-a para CH 6.4 mm.
Com chapa 6.4 mm a An = 3,52 cm2
Ct An f u 0,9 ⋅ 3,52 ⋅ 4000
N t , Rd = = = 7680 kgf (76,8 kN ) Ainda não verifica!
γ 1,65

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BARRAS FLETIDAS
INTRODUÇÃO

Na Construção Civil, as vigas são encontradas em entrepisos/pavimentos de edifícios


residenciais, comerciais e industriais; para sustentar os diversos tipos de piso, paredes,
fechamentos etc. São utilizadas vigas como terçamento para sustentar telhas e painéis de
fechamento periféricos dos prédios, em prateleiras para armazenagem (racks).

Formas de PFF usados como vigas na Construção Civil


Na Construção Mecânica encontram-se vigas em chassis de veículos, vigas de rolamento de
pontes rolantes, em entrepisos de plataformas de trabalho.

Formas de PFF usados como vigas na Construção Mecânica


A diferença de uso dos PFF entre a Construção Civil e a Construção Mecânica é que essa,
função de solicitações dinâmicas, usa perfis com relação largura/espessura dos elementos
pequena (perfis compactos ou pouco esbeltos), enquanto na Construção Civil os perfis
empregados são esbeltos ou super-esbeltos (perfis com relação b/t, que se aproximam dos
limites de norma).
Na solicitação de Flexão pura (não combinada com outras solicitações) há dois critérios a
serem verificados:
· Critério da Resistência

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Onde o momento resistente (o momento máximo que a viga resiste) deve ser maior que
o momento solicitante e o esforço cortante resistente deve ser maior que o esforço
cortante solicitante..
MRd ≥ MSd
VRd ≥ VSd (A ser estudado no Capítulo: Projeto de Almas)

· Critério da Flecha
A flecha máxima de serviço (flecha máxima) deve ser menor que a flecha máxima
admissível.
fmax ≤ flim

CRITÉRIO DA RESISTÊNCIA
A resistência de cálculo (momento fletor resistente de cálculo), MRd , a ser adotada será o menor
valor entre os calculados de acordo com:

· Momento resistente calculado no início do escoamento da seção efetiva


MRd = Wef fy / 1,1

· Momento resistente calculado no estado limite de Flambagem Lateral com Torção


MRd = [χFLT Wc,ef fy] /1,1

INÍCIO DE ESCOAMENTO DA SEÇÃO EFETIVA


Imaginando uma viga com carga crescente, observa-se o acréscimo do nível de tensões através
do diagrama de tensões, que é variável, com formato duplo-triangular:

Chamando σc a tensão máxima que ocorre na fibra mais comprimida e σt a tensão que ocorre na
fibra mais tracionada, já que o perfil do exemplo é simétrico em relação ao eixo de flexão, os
dois valores são iguais. A tensão σ variará do valor zero (viga descarregada) até o seu limite
máximo, que será a tensão de escoamento fy.

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Se a viga for feita por um perfil cheio, como a figura acima, com seção retangular, o diagrama
de tensões, ao se atingir fy, deixaria de ser duplo-triangular, passando a duplo-trapezoidal e a
duplo-retangular, quando toda a seção tiver atingido fy.
fy fy

fy fy

Nesse último momento diz-se que a viga plastificou e forma-se uma rótula plástica nessa região
da viga.
Os perfis formados a frio, por serem esbeltos, não têm condições de se plastificarem. O
máximo que pode ocorrer será a fibra mais comprimida (ou tracionada) atingir a tensão de
escoamento fy .
Pode-se pensar que nesse momento os elementos comprimidos flambarão localmente e, para
efeito de cálculo, se poderá aplicar o conceito de largura efetiva na região comprimida do
perfil.
De uma forma diferente das Barras Comprimidas, onde se tinha o mesmo nível de tensões de
compressão aplicado em todos os elementos, na flexão as tensões são variáveis.
Nos elementos paralelos ao eixo de flexão pode-se considerar a tensão constante, já que a
espessura do elemento é muito pequena e o erro cometido pela simplificação não chega a
comprometer.
Nos elementos perpendiculares ao eixo de flexão há variação de tensão e isto deverá ser levado
em conta. Nas almas dos perfis se terá uma parte comprimida e uma tracionada: o conceito de
largura efetiva deverá ser aplicado na alma e será retirada uma porção da parte comprimida.
Isso implica que o perfil efetivo, i.e., o que restou após a aplicação do conceito de largura
efetiva retirando partes dos elementos comprimidos, será assimétrico mesmo que o perfil real
originalmente o fosse.

Perfil Efetivo na Compressão Perfil Efetivo na Flexão

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A NBR 14762:2010 estabelece que a resistência de cálculo (momento resistente de cálculo) à


flexão, para o Início do Escoamento da Seção Efetiva, será
MRd = Wef fy / 1,1
onde:
Wef é o módulo de resistência elástico da seção efetiva em relação à fibra extrema que
atinge o escoamento, calculado com base em uma das duas opções apresentadas a seguir:

a) no Método da Largura Efetiva (MLE), conforme 9.2.2 e 9.2.3, com a tensão σ


calculada para o estado-limite último de início de escoamento da seção efetiva;

b) no Método da Seção Efetiva (MSE), conforme indicado a seguir:

 0,22  1
Wef = W 1 −  ≤W
 λ  λp
 p 

0,5
 Wf y 
λ p =  

 Ml 

M l é o momento fletor de flambagem local elástica, calculado por meio de análise de


estabilidade elástica, ou, de forma direta, segundo a expressão seguinte:

π 2E
M l = kl Wc
12(1 − ν 2 )(bw t )2

W é módulo de resistência elástico da seção bruta em relação à fibra extrema que atinge o
escoamento;

Wc é módulo de resistência elástico da seção bruta em relação à fibra extrema comprimida.

Os valores do coeficiente de flambagem local para a seção completa, k l , podem ser


calculados pelas expressões indicadas na Tabela 11 ou obtidos diretamente da Tabela 12.

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Tabela 11 - Coeficiente de flambagem local k l para a seção completa em barras sob flexão simples
em torno do eixo de maior inércia
Seção U simples e Seção Z simples
bf
bf

Caso a bw bw

k l = η−1,843
(0,1 ≤ η ≤ 1,0)

Seção U enrijecido e Seção Z enrijecido

bf bf
D

bw bw
D

Caso b
As expressões a seguir são válidas para 0,2 ≤ η ≤ 1,0 e para os valores de µ indicados

k l = a – b(µ−0,2)
2 3 4 5 6
a = 81 - 730η + 4 261η – 12 304η + 17 919η – 12 796η + 3 574η

b=0 para 0,1 ≤ µ ≤ 0,2 e 0,2 ≤ η ≤ 1,0


b=0 para 0,2 < µ ≤ 0,3 e 0,6 < η ≤ 1,0

para 0,2 < µ ≤ 0,3 e 0,2 ≤ η ≤ 0,6


2 3 4
b = 320 – 2 788η+ 13 458η – 27 667η + 19 167η

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Seção tubular retangular com solda de costura contínua


(para seção tubular retangular formada por dois perfis U simples ou U enrijecido com solda de
costura intermitente, k l deve ser calculado para cada perfil isoladamente).

bf

Caso c
bw

k l = 14,5 + 178 η − 602 η2 + 649 η3 − 234 η4


(0,1 ≤ η ≤ 1,0)

bf, bw e D são as dimensões nominais dos elementos, conforme indicado nas figuras.
η = bf / bw.
µ = D/bw.

Tabela 12 - Valores do coeficiente de flambagem local k l da seção completa em barras sob flexão
simples em torno do eixo de maior inércia

Caso a Caso b Caso c


η = bf / bw Seção U simples e Seção U enrijecido e
Seção tubular
retangular (solda de
Seção Z simples Seção Z enrijecido
costura contínua)
µ ≤ 0,2 µ = 0,25 µ = 0,3
0,2 18,4 32,0 25,8 21,2 31,0
0,3 9,6 29,3 23,8 19,7 28,9
0,4 5,6 24,8 20,7 18,2 25,6
0,5 3,6 18,7 17,6 16,0 19,5
0,6 2,6 13,6 13,3 13,0 14,2
0,7 1,9 10,2 10,1 10,1 10,6
0,8 1,5 7,9 7,9 7,9 8,2
0,9 1,2 6,2 6,3 6,3 6,6
1,0 1,0 5,1 5,1 5,1 5,3
bf, bw e D são a largura nominal da mesa, da alma e do enrijecedor de borda, respectivamente.
µ = D/bw.
Para valores intermediários interpolar linearmente.

APLICAÇÃO
A viga de um pavimento de edifício abaixo é constituída por uma viga I, formada por dois U
formados a frio (fy = 250 MPa), de costas um para o outro. Verificar as condições de segurança
dessa viga, considerando os dados abaixo: Vão teórico L=3,00 m;
Ação distribuída de cálculo (i.e. já ponderada ): 1500 kgf / m (15 kN/m)

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3
1500

200
X
3,00

xG

max M = MSd =1688 kgf . m (16,88 kN.m) 50

Perfil isolado: Ix1= 456,15 cm4 ; Iy1= 17,11 cm4 ; r=t


xG = 0,966 cm ; A1 = 8,64 cm2
Perfil Composto: Ix= 912,32 cm4 ; Iy = 50,34 cm4 ; Wx= 91,23 cm3
ry= 1,7068 cm ; A = 17,28 cm2
Critério da Resistência
Wef Fy
1. Início de escoamento da seção efetiva: M Rd =
1,1
MLE (Método da Largura Efetiva)
σ = 25,00 kN cm 2 = f y
Mesa – (parede A.L.) – k = 0,43

b 5 − 0,3 ⋅ 2 4,4 b t
= = = 14,67 ; λp =
t 0,3 0,3 kE
0 ,95
σ
14 ,67
λp = = 0 ,822
0 ,43 E
0 ,95
25 ,00

 0,22 
bef = 4,41 −  0,822
 0,822 
bef = 3,92cm ; l ret = 0,48cm

Aret = 2 ⋅ 0,48 ⋅ 0,3 = 0,288 cm 2

Aef = 17,28 − 0,288 ≅ 16,992 cm 2

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Rebaixamento do eixo baricêntrico


Aef Dist1.1 − xx 16,992 9 ,85
= .: = ∴ y = 0 ,167cm
Aret y 0,288 y

Cálculo de σ1 e σ2

σ1 10,167 − 0 ,6
= .: σ 1 = 23,52 kN cm
2
25,00 10 ,167
σ2
=
(10 − 0,167) − 0,6
.: σ 2 = 22,70 kN cm 2
25,00 10,167

Alma (elemento A.A.)


− 22,70
ψ= = −0 ,965 ; k = 4 + 2(1 + 0,965) + 2(1 + 0 ,965)3 ; k = 23,10
23,52
b 20 − 0,3 ⋅ 4 18,8 63 ,67
= = = 62,67 ; λ p = = 0 ,46
t 0,3 0 ,3 23 ,10 E
0 ,95
23,52
Já que λ p < 0,673 então toda a alma é efetiva e não se retira nada dela.

Vai se determinar Wef com o auxílio do


teorema de Steiner: I x = I G + A ⋅ d 2
Calcula-se o momento de inércia das partes a
retirar da mesa em relação ao seu próprio eixo
2 ⋅ 0 ,48 ⋅ 0 ,3 3
I 1−1 = ∴ I 1−1 = 0 ,0022 cm 4
12

Calcula-se o momento de inércia dessas partes em relação ao eixo X

I x = 0,0022 + (2 ⋅ 0,48 ⋅ 0 ,3) ⋅ 9 ,85 2 = 27 ,94 cm 4


Calcula-se, agora o momento de inércia do perfil efetivo em relação ao eixo X
I xef = I x − I x = 912,32 − 27 ,94 = 884,38cm 4

Aplica-se Steiner para determinar o momento de inércia da seção efetiva em relação ao eixo G
(baricêntrico)

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883,91
884,38 = I Gef + 16,992 ⋅ 0 ,167 2 e, finalmente, W ef = = 86 ,94 cm 3
10 ,167
Logo o Momento Resistente de Cálculo devido ao estado limite de Início de Escoamento da
Seção Efetiva será:

86,94 ⋅ 25,00
M Rd = ∴ M Rd = 19,76 kN ⋅ m
1,1
MSE (Método da Seção Efetiva)
bf
k l = η −1,843 ∴ η= = 50 = 0,25 ∴ k l = 12,87
bw 200

π2 E π2 E
M l = kl Wc = 12,87 91,23 ∴ M l = 389677 kgf ⋅ m
( ) ( )
2 2
b   20 
12 1 − υ 2  w  12 1 − 0,32  
 t   0,3 

91,23 ⋅ 2500
λp = ∴ λ p = 0,765
389677

W  0,22  91,23  0,22 


Wef = 1− = 1 −  ∴ Wef = 84,95 cm 3

λp  
λ p  0,765  0,765 

84,95 ⋅ 25,00
M Rd = ∴ M Rd = 19,31 kN ⋅ m (97,72% MLE )
1,1

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-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------- Exercício a ser refeito para a 3ª. Edição do livro --------------------------------
---------------------- Atualizar de acordo com a NBR 14762:2010 -----------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

APLICAÇÃO 5.2 – este exercício está resolvido pela NR 14762:2001


Determinar a resistência de cálculo, devida ao início do escoamento da seção efetiva do perfil
U enrijecido abaixo, considerando a tensão de escoamento fy = 380 MPa e o raio de dobra
interno r = 4.76 mm

Cálculo das larguras dos elementos


Elemento 1 – b1 = 1,6 – ( 0,476 + 0,152 ) = 0,972 cm ; I1’= 0,0765 cm3
Elemento 2 – R = 0,476 + 0,152 / 2 = 0,552 cm ; b2= 1,57·R =0,867 cm ;
c=0,637·R =0,352 cm ; I’canto=0,149·R = 0,025 cm3
Elemento 3 – b3 = 7,0 – 2 ( 0,476 + 0,152 ) = 5,744 cm
Elemento 4 – b4 = 20,3 –2 ( 0,476 + 0,152 ) = 19,044 cm ; I4’= 575,56 cm3

Cálculo das características geométricas

20 ,3 0 ,152
d1 = − = 10 ,07 cm
2 2
19 ,044
d2 = − c = 9 ,874 cm
2

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20 ,3  0 ,972 
d3 = − + 0 ,476 + 0 ,152  = 9 ,036 cm
2  2 

Ltotal = 2·0,972+ 4·0,867+2·5,744+19,04 ; Ltotal =35,944 cm ;


A = Ltotal ·t .: A= 5,46 cm2
Ix’= 2 ( 0,0756+0,972·9,036 ) + 4 ( 0,025+0,867·9,8742 ) + 2(5,744+10,072 )+575,56

Ix’= 2237,59 cm3 .: Ix = 340,11 cm4

Cálculo das Larguras Efetivas

Elemento 1- Enrijecedor
b 0,972
= = 6,39
t 0 ,152

σ1 10 ,15 − (0 ,476 − 0 ,152)


= ∴ σ 2 = 35,65 kN / cm 2
fy 10 ,15

σ2 10,15 − 1,6
= ∴ σ 2 = 32,01 kN / cm 2 σ 3 = (32,01 + 35,65) / 2 = 33,83 kN / cm 2
fy 10,15
−32,01
ψ= = −0,898 Elemento comprimido com tensões variáveis:
35,65

0 ,578
k= = 0 ,467
ψ + 0 ,34

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6 ,39
λp = = 0 ,40 < 0 ,673 Logo d ef = 0 ,972 cm
0 ,467 ⋅ E
0 ,95
σ3
IS = 0,012 cm4
b 5,744
Elemento 2- Mesa comprimida = = 37 ,79
t 0,152

Verificação do Enrijecedor ( cálculo de kmesa )


b/t 37 ,79
λ p0 = = = 2,61 :
E E
0,623 0 ,623
σ 3800
Como λ p 0 > 2 ,06 se está no Caso III
Caso III - Ia = [56 λ p 0 +5] t4 .: Ia =[ 56 · 2,61 + 5 ] 0,1524 =0,081 cm4
IS 0,012
dS = d ef = 0,972 = 0,144 cm
Ia 0,081

k =3
IS
(k a − 0,43) + 0,43 ≤ k a onde ka, AS, bef, devem ser calculados conforme o Caso II
Ia

Caso II
Ia = 400 t4 [0,49 λ p 0 - 0,33]3 = 400·0,1524 [0,49·2,61- 0,33]3 = 0,182 cm4
ka = 5,25 – 5 ( D / b) ≤ 4,0 onde: D – altura do enrijecedor
b – largura da mesa comprimida
ka = 5,25 – 5 ( 1,6 /5,744) = 3,857

k =3
0 ,012
(3,857 − 0,43) + 0,43 ∴ k = 2,24 (coeficiente k da mesa comprimida)
0,081

Largura efetiva da mesa comprimida


37 ,79 5,744  0 ,22 
λp = = 1,144 ∴ bef = 1 −  = 4 ,06 cm
2,24 ⋅ E 1,144  1,144 
0 ,95
3800
Enrijecedor: lret = 0,972 -0,144 = 0,828 cm .: Aret = 0,126 cm2

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Mesa: lret =5,744 -4,06 = 1,684cm .: Aret = 0,25 cm2

1o rebaixamento do eixo baricêntrico (devido ao enrijecedor)


A = 5,46 cm2 Aret,1 = 0,126 cm2
Aef,1 = 5,334 cm2
0,144

1,186
0,828

0 ,126 y
= ∴ y = 0 ,212 cm

10,15

8,964
5,334 8,964
y G1 = 10,15 + 0,212 = 10,362 cm

2o rebaixamento do eixo baricêntrico ( devido à mesa )


Aret,2 =0,256 cm2 .: Aef,2 =5,078 cm2 .: A=Aef,1=5,334 cm2
0,256 y
= ∴ y = 0,52 cm
5,078 10,286
y G2 = 10,362 + 0,52 = 10,882 cm

Determinação da largura efetiva da alma:

Esse é o perfil efetivo após aplicar-se


o conceito de largura efetiva no
enrijecedor e na mesa comprimida

Aef = 5,078 cm2


yG = 10,882 cm

σ1 10,254
= σ 1 = 35,81 kN cm 2
fy 10 ,882

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σ2 8,79
= σ 2 = 30,69 kN cm 2
fy 10,882

b 19,044
= = 125,29
t 0 ,152
125,29 19,044  0 ,22 
λp = = 1,217 bef = 1 −  = 12 ,82 cm
20,522 E 1,217  1,217 
0,95
3581
bef
bef ,1 + bef ,2 = 9 ,73 cm < bc = 10 ,254 cm = 6 ,41 cm ; bef ,2 =
2
Lembrando que bc é a porção comprimida da alma e que bef,2 = bef/2 porque
ψ < -0,236.
Logo a alma não é efetiva totalmente!
bef
bef ,1 = = 3,32 cm
3 −ψ

2a iteração - lret = 10,254 - 9,73=0,524 cm .: Aret = 0,08 cm2


Aef = 5,078 – 0,08 = 4,998 cm2

0 ,08 y
= y = 0 ,107 cm
4 ,998 6,672
y G = 10 ,882 + 0 ,107 = 10 ,989 cm

σ1 10,361
= σ 1 = 35,83 kN cm 2
38,00 10,989
σ2 8,683
= σ 2 = 30 ,03 kN cm 2
38,00 10 ,989
ψ = -0,838 ; k = 20,09

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− 3069
ψ= = −0 ,857 ∴ k = 4 + 2(1 + 0,857 ) + 2(1 + 0 ,857 ) = 20,522
3

3581
125,29 19,044  0,22 
λp = λ p = 1,23 ∴ bef = 1 −  = 12,71 cm
20,09 E 1,23  1,23 
0 ,95
3583
bef ,1 = 3,31 cm ; bef ,2 = 6,36 cm ; bef ,1 + bef ,2 = 9,67 < bc = 10,361 cm

(b ef ,1 + bef ,2 ) 9 ,67
atual
= = 0 ,994 = 0 ,6%
(bef ,1 + bef ,2 ) amterior
9 ,73
OK! Convergiu!

Logo: yG = 10,989 cm l ret = 10,361 − 9 ,67 = 0,691 cm

Cálculo do módulo elástico do perfil efetivo final

Parte a retirar 1.
l1 = 0,828∴ I x1 = 0,0072 + 0,126 ⋅ 8,964 2 = 10,13 cm 4

Parte a retirar 2.
l 2 = 1,684∴ I x2 = 4,93 ⋅ 10 −4 + 0,256 ⋅ 10,074 2
I x2 = 25,98 cm 4

Parte a retirar 3.
l 3 = 0,524 ∴ I x3 = 0,0018 + 0,08 ⋅ 4,2 2 = 1,413 cm 4

I x = 340,11 cm 4 I xef = 340,11 − 37 ,523 = 302,59 cm 4

Teorema de Steiner I xef = I Gef + Aef ⋅ d 2


Aret = 0,126 + 0,256 + 0,08 = 0,462 cm 2

Aef = 5,46 − 0,462 = 4,998 cm 2 ; I Gef = 302,59 − 4 ,998 ⋅ 0,839 2 = 299,07 cm 4


299,07 27 ,22 ⋅ 38,00
WGef = = 27 ,22 cm 3 ∴ M Rd = = 940 kN ⋅ cm
10 ,989 1,1

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Influência da posição da Linha Neutra nos PFF


Como se viu nos exercícios acima, o perfil efetivo é assimétrico e é interessante analisar as
diversas possibilidades que surgem dependendo da forma do perfil original:
f = fy f = fy f = fy

fy fy fy

Os perfis acima têm a Linha Neutra equilibrada: a tensão máxima ocorrerá nas duas mesas
simultaneamente.

f < fy f < fy f < fy

fy fy fy

Os perfis acima apresentam a LN próxima da mesa comprimida e a tensão máxima ocorrerá na mesa
tracionada: não se sabe qual o valor da tensão de compressão, o que deve ser determinado por
aproximações sucessivas.

fy fy fy

f f f

Os perfis acima tem a LN próxima da mesa tracionada, e a tensão máxima ocorrerá na mesa
comprimida.

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Flambagem lateral com torção


Uma viga construída com um perfil esbelto, como o caso de PFF, tem um comportamento
diferente de uma viga feita por um perfil cheio. Ao entrar em carga a viga apresentará uma
deformação - como mostra a figura abaixo - que será a origem do diagrama de tensões com
uma parte tracionada e uma comprimida.
Aumentando-se o carregamento a deformada se acentua, aumentando também o nível de
tensões. Toda vez que se tem tensões de compressão num perfil esbelto pode-se, de uma
maneira simplista, imaginar que se terá alguma instabilidade na parte comprimida do perfil.
É o que ocorrerá quando o nível de carregamento for tal que se atinja o momento crítico (aquele
que fará que a viga flambe lateralmente) e, em decorrência, a tensão de compressão crítica: o
perfil, que já havia se deformado verticalmente, simplesmente transladando-se de sua posição
indeformada, apresentará uma rotação de sua seção. Esse é o fenômeno da Flambagem Lateral
com Torção.
Apresentam-se, graficamente, os três estágios da deformação de uma viga esbelta submetida a
um momento crítico:

1º. Estágio – A viga, ainda não carregada, encontra-se na sua posição indeformada (posição A)

2º. Estágio – Ao ser carregada a viga vai se deformando: sua seção se translada
verticalmente. Ao ser carregada com a ação que gera o momento crítico a viga estará na
posição B, um instante antes de flambar.

3º. Estágio – Qualquer perturbação na viga fará que sua seção sofra uma rotação.
A viga irá para a posição C, que será sua posição deformada final.

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u
C

O momento crítico elástico de um perfil I ou T (ambos com um eixo de simetria) que forma
uma viga simplesmente apoiada e com distribuição de momentos uniforme é dado por:

π E I y G I t π δ π δ 
2
 π 2 E Cw 
Me =  +   + 1 + 
L  2  2  G I t L2 
  

M M

Onde
∫ (x )
y + y 3 dA
2

± βx E Iy
δ= βx = A
− 2 y0
L G It Ix

Para perfis I com dupla simetria β x = 0 e a equação de Me fica:


π E I y G It π 2 E Cw
Me = 1+
L G I t L2
Para vigas com distribuição de momentos não-uniforme multiplica-se última expressão pelo
fator Cb que possibilitará outras distribuições de momentos
Cb π E I y G I t π 2 E Cw
Me = 1+
L G I t L2
Substituindo L por KL, considerando-se flambagem por flexão e por torção vem:

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Cb π E I y G J π 2 E Cw
Me = 1+
K y Ly G J (K z Lz )2
ou
M e = Cb r0 σ ey σ ez
onde
π 2 EI y 
σ ey = 1 π 2 EC w 
K y Ly e σ ez = GJ + 
( )2 A r0 2  ( K z Lz ) 2 
ry
Procedimento de norma

ABNT NBR 14762:2010


9.8.2.2 Flambagem lateral com torção

O momento fletor resistente de cálculo referente à flambagem lateral com torção, tomando-se um
trecho compreendido entre seções contidas lateralmente, deve ser calculado por:

MRd = χFLT Wc,ef fy / γ (γ = 1,10)

onde:

Wc,ef é o módulo de resistência elástico da seção efetiva em relação à fibra extrema


comprimida, calculado com base em uma das duas opções apresentadas a seguir:

a) no Método da Largura Efetiva (MLE), conforme 9.2.2 e 9.2.3, adotando σ = χFLTfy;

b) no Método da Seção Efetiva (MSE), conforme indicado a seguir:

 0,22  1
Wc,ef = Wc 1 −  ≤ Wc
 λ 
p  λp

0,5
 Wc f y 
λ p =  

 Ml 

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M l é o momento fletor de flambagem local elástica, calculado por meio de análise de


estabilidade elástica, ou, de forma direta, segundo a expressão seguinte:

π 2E
M l = kl Wc
12(1 − ν 2 )(bw t )2

Os valores do coeficiente de flambagem local para a seção completa, k l , podem ser


calculados pelas expressões indicadas na Tabela 11 ou obtidos diretamente da Tabela
12.

χFLT é o fator de redução do momento fletor resistente, associado à flambagem lateral


com torção, calculado por:

- para λ0 ≤ 0,6:

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- barras com seção duplamente simétrica ou monossimétrica, sujeitas à flexão em torno do


eixo de simetria (eixo x):

Me = Cbr0(NeyNez)0,5

Em barras com seção monossimétrica, sujeitas à flexão em torno do eixo perpendicular ao


eixo de simetria, Me pode ser calculado com base no Anexo E.

- barras com seção Z ponto-simétrica, com carregamento no plano da alma:


0,5
Me = 0,5Cbr0(NeyNez)

- barras com seção fechada (caixão), sujeitas à flexão em torno do eixo x:

Me = Cb(NeyGJ)0,5

Ney; Nez; r0 conforme 9.7.2.1, considerando KyLy = Ly e KzLz = Lz. Valores de KyLy e KzLz
inferiores a Ly e Lz, respectivamente, podem ser adotados desde que justificados com base em
bibliografia especializada. Para os balanços com a extremidade livre sem contenção lateral,
KyLy e KzLz podem resultar maiores que Ly e Lz respectivamente, em função das condições de
vínculo, por exemplo, em barras contínuas conectadas apenas pela mesa tracionada, portanto
com deslocamentos laterais, rotação em torno do eixo longitudinal e empenamento
parcialmente impedidos no apoio. Nesse caso deve-se consultar bibliografia especializada.

Cb é o fator de modificação para momento fletor não-uniforme, que a favor da segurança pode
ser tomado igual a 1,0 ou calculado pela seguinte expressão:

12,5M max
Cb = (5-18)
2,5M max + 3M A + 4 M B + 3M C

Para balanços com a extremidade livre sem contenção lateral, Cb deve ser tomado igual a 1,0.

Mmax é o máximo valor do momento fletor solicitante de cálculo, em módulo, no trecho analisado;
o
MA é o valor do momento fletor solicitante de cálculo, em módulo, no 1 . quarto do trecho analisado;

MB é o valor do momento fletor solicitante de cálculo, em módulo, no centro do trecho analisado;


o
MC é o valor do momento fletor solicitante de cálculo, em módulo, no 3 . quarto do trecho analisado;

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As expressões apresentadas pela norma referem-se a Ly não enfatizando que esse parâmetro
representa, nesse caso, a distância entre duas contenções laterais, podendo ser confundido com
a distância entre dois apoios, caso a viga seja bi-apoiada.
Prefere-se referir à distância entre dois pontos contidos como Lb, nomenclatura adotada pela
norma ABNT NBR 8800:2008.
Caso o dispositivo de contenção lateral seja eficiente para conter a torção da viga, Lt se
confundirá com Lb.

Coeficiente Cb
As expressões apresentadas pela norma foram deduzidas, como se vê a partir da expressão, para
uma viga carregada somente com momentos aplicados nas suas extremidades. Para validar
essas expressões para o caso de vigas com ações transversais (ações distribuídas ou
concentradas) houve a necessidade de se introduzir o coeficiente Cb que leva em conta a
distribuição não uniforme dos momentos fletores.
O coeficiente é definido pela expressão (5-18), sendo função dos parâmetros MA, MB, MC e
MMAX que são apresentados na figura abaixo. Deve-se ressaltar que esses momentos são valores
medidos na primeira, segunda e terceira quarta parte da distância entre dois pontos contidos
lateralmente das vigas. Por isso apresenta-se na figura os valores Lb/4 para cada uma das partes.

Contenção Lateral Contenção Lateral

Reitera-se que os valores dos momentos MA, MB, MC e MMAX devem ser tomados em valor
absoluto.

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APLICAÇÃO
Dar continuidade ao exercício anterior considerando, agora, o estado limite Flambagem Lateral
com Torção.
Y

1500

200
X

3,00
xG

50

Perfil isolado: Ix1= 456,15 cm4 ; Iy1= 17,11 cm4 ; r=t


xG = 0,966 cm ; A1 = 8,64 cm2
Perfil Composto: Ix= 912,32 cm4 ; Iy = 50,34 cm4 ; Wx= 91,23 cm3
ry= 1,7068 cm ; A = 17,28 cm2

Critério da Resistência
86,94 ⋅ 25,00
1. Início de escoamento da seção efetiva: M Rd = ∴ M Rd = 19,76 kN ⋅ m
1,1
2. Flambagem Lateral com Torção

M e = Cb r0 N ey N ez
onde:
π 2 EI y 1  π 2 EC w 
N ey = e N ez =  + GI t
( K y L y )2 2
r0  ( K t Lt ) 2

x0 = 0 (pois o perfil é duplamente simétrico)
r0 = ry 2 + rx 2 = 7 ,464 cm e J = 0,33/3 (19,7 + 2 4,85) = 0,26 cm4

Cw =
tb 2
24
(
8b1 + 6h 2 b1 + h 2 b − 12b1 h
3 2
)
Cw =
0 ,3 ⋅ 19,7 2
24
( )
8 ⋅ 4 ,85 3 + 6 ⋅ 0 ,3 2 ⋅ 4 ,85 + 0 ,3 2 ⋅ 19,7 − 12 ⋅ 4 ,85 2 ⋅ 0 ,3 = 4038 cm 6

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π 2 E ⋅ 50,34
N ey = = 11317 kgf (113,17 kN)
300 2

1  π 2 E ⋅ 4038 
N ez =  + 0,385 ⋅ E ⋅ 0,26 = 19978 kgf (199,8 kN)
7,464 2  300 2 
Adotando-se Cb = 1,0 vem

M e = 1 ⋅ 7 ,464 11317 ⋅19978 = 112231 kgf ⋅ cm (1122,3 kN.cm)

91,23 ⋅ 2500 1
λ0 = = 1,426 como λ0 > 1,336 χ FLT = = 0,492
112231 λ0 2
MLE (Método da Largura Efetiva)
Cálculo de Wc,ef na tensão σ = χ FLT ⋅ f y σ = 0 ,492 ⋅ 25,00 = 12,30 kN cm
2

b 4 ,4 14,67
Mesa - = = 14,67 ∴ λ p = ∴ λ p = 0,577 < 0,673
t 0,3 0 ,43E
0,95
1230
Toda a mesa é efetiva pois λ p < 0,673
Alma
σ1 10 − 0 ,6
= ; σ 1 = 11,56 kN cm 2
12 ,30 10
σ 2 = 11,56 kN cm 2

ψ = −1 k = 24
b 18,8 62,67
= = 62,67 ∴ λ p =
t 0,3 24 E
0,95
11,56
Novamente, se λ p = 0,32 < 0 ,673 a alma é efetiva
Se toda a mesa e alma são efetivas: Wc,ef = Wx = 91,23 cm3
MSE (Método da Seção Efetiva)
bf
k l = η −1,843 ∴ η= = 50 = 0,25 ∴ k l = 12,87
bw 200

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π2 E π2 E
M l = kl Wc = 12,87 91,23 ∴ M l = 389677 kgf ⋅ m
( ) ( )
2 2
b   20 
12 1 − υ 2  w  12 1 − 0,32  
 t   0,3 

91,23 ⋅ 2500
λp = ∴ λ p = 0,765
398677

W  0,22  91,23  0,22 


Wef = 1− = 1 −  ∴ Wef = 84,96 cm 3

λp  
λ p  0,765  0,765 

Adotando-se Wef = 84,96 cm3, finalmente o momento resistente devido ao estado limite
Flambagem Lateral com Torção será:
0,492 ⋅ 25,00 ⋅ 84,96
M Rd = = 9,50 kN .m
1,1
Plast . FLT
A resistência de cálculo do perfil será o menor valor entre M Rd , M Rd ,
então MRd = 9,50 kN.m
Comparando com a solicitação de cálculo observa-se que MRd < MSd
logo o perfil NÃO VERIFICA.
Observando-se os resultados vê-se que, o perfil adotado para a viga, não apresentou boas
condições de segurança somente no estado limite Flambagem Lateral com Torção.
Para solucionar o caso dessa viga teria-se a opção de reforçar o perfil, provavelmente,
aumentando a inércia em torno do eixo Y, ou travando-se a viga lateralmente, já que ela
encontra-se destravada.

Travando-se lateralmente a viga a L/2:

L/2

Contenção lateral
L/2 L/2 L/2

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π 2 E ⋅ 50,34
N ey = = 45267,3 kgf (452,7 kN)
150 2
1  π 2 E ⋅ 4038 
N ez =  + 0,385 ⋅ E ⋅ 0,26 = 68860,3 kgf (688,6 kN)
7,464 2  150 2 
Adotando-se Cb = 1,0 (a favor da segurança)
M e = 1 ⋅ 7 ,464 45267 ,3 ⋅ 68860 ,3 = 4167 ,24 kN ⋅ cm

91,23 ⋅ 2500
λ0 = = 0 ,739 ; χ FLT = 0,94 ∴ σ = 23,50 kN / cm2
416723,87
b 14,67
Mesa: = 14,67 ∴ λ p = = 0,797 ∴ bef = 4,0 cm ∴ lret = 0,4 cm
t 0,43 E
0,95
23,50
Aret = 2 ⋅ 0 ,4 ⋅ 0,3 = 0,24 cm 2 ∴ Aef = 17 ,04 cm 2
Rebaixamento do eixo baricêntrico:
17 ,04 9,85
= ∴ y = 0 ,139 cm
0 ,24 y
Tensões na borda da alma: σ1 e σ2
σ1 10,139 − 0,6
= ∴σ 1 = 23,52 kN cm 2
25,00 10,139
σ2
=
(10 − 0,139) − 0,6 ∴σ = 22,84 kN cm 2
2
25,00 10,139

Alma - ψ = 0,971 k = 23,26


b 62,67
= 62,67 ; λ p = ; λ p = 0 ,46 < 0 ,673
t 23,26 E
0 ,95
2352

I xef = 912,32 − 23,29 ∴ I xef = 889,03 cm 4 I G = 889,02 cm 4 ∴Wef = 87 ,68 cm 4


ef

FLT
M Rd = 20,60 kN ⋅ m ; M Rd > M Sd = 16,88 kN ⋅ m
Agora sim a viga está OK!

O ensinamento tirado da segunda parte desse exercício é que o travamento lateral de vigas é
muito importante e é um fator de economia de material, já que com a sua adoção foi
poupado um reforço no perfil, que conduziria a um acréscimo de consumo de aço.

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APLICAÇÃO: Continuação do último exercício da aula passada

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Quem governa o Critério da Resistência


No projeto de vigas, levando em conta apenas o Critério da Resistência, as vigas com Lb grandes serão
governadas pela flambagem lateral com torção, as vigas com distâncias pequenas entre contenções
laterais serão governadas pelo início do escoamento da seção efetiva, e vigas com distâncias
intermediárias entre travamentos serão governadas pela flambagem por distorção que ocorre na flexão.

Flexão em torno do eixo perpendicular ao eixo de simetria


Anexo E
Momento fletor de flambagem lateral com torção, em regime elástico, para barras com seção
monossimétrica, sujeitas à flexão em torno do eixo perpendicular ao eixo de simetria

E.1 Este Anexo apresenta a formulação para o cálculo do momento fletor de flambagem lateral
com torção, em regime elástico, para barras com seção monossimétrica, sujeitas à flexão em
torno do eixo perpendicular ao eixo de simetria. Para efeito deste Anexo, o eixo x é o eixo de
simetria, orientado de tal forma que a coordenada do centro de torção seja negativa. Na
formulação apresentada em E.2.1, as grandezas xm e x0 devem sempre ser consideradas com
sinal positivo.

E.2 O momento fletor de flambagem lateral com torção, em regime elástico, para barras com
seção monossimétrica, sujeitas à flexão em torno do eixo perpendicular ao eixo de simetria, isto
é, flexão em torno do eixo y, é dado por:

C s N ex  N 
Me =  j + Cs j 2 + r0 2  ez  
Cm   N ex  

onde:

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Cs = +1 se o momento fletor causar compressão na parte da seção com coordenada x


negativa, ou seja, do mesmo lado que o centro de torção;

Cs = -1 se o momento causar tração na parte da seção com coordenada x negativa, ou seja,


do mesmo lado que o centro de torção;

Nex; Nez; r0; conforme 9.7.2.1 e 9.8.2.2;

j é um parâmetro da seção transversal conforme E.2.1;

Cm = 0,6 - 0,4(M1/M2)

M1 é o menor e M2 o maior dos dois momentos fletores solicitantes de cálculo nas


extremidades do trecho sem travamento lateral. A relação M1/M2 é positiva quando esses
momentos provocarem curvatura reversa e negativa em caso de curvatura simples. Se o
momento fletor em qualquer seção intermediária for superior a M2, deve ser adotado Cm
igual a 1,0.

E.2.1 O parâmetro j deve ser calculado por:

j=
1
2I y
[
∫ A
x 3 dA + ∫ xy 2 dA + x0
A
]
onde:
Iy é o momento de inércia da seção bruta em relação ao eixo principal y;
x0 é a distância do centro de torção ao centróide, na direção do eixo x, dada em E.2.1.2 (ver
Figura E.1).
Alternativamente, para seções U simples, U enrijecido e cartola, pode ser empregada a seguinte
expressão:
1
j= ( β w + β f + β l ) + x0
2I y

onde:
βw, βl e βf são parâmetros da seção referentes à alma e à mesa, respectivamente, conforme
E.2.1.1;

β l é um parâmetro da seção referente ao enrijecedor de borda, conforme E.2.1.2.

E.2.1.1 Os parâmetros βw, βl e βf são dados por:

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 tx a 3 
β w = − m m
+ txm 3 a m 
 12 

[ ] [ ]
2
βf =
t
(bm − xm )4 − xm 4 + ta m (bm − xm )2 − xm 2
2 4

onde:

am e bm são larguras referentes à linha média da seção, conforme Figura E.1;

t é a espessura;

xm é distância do centróide em relação à linha média da alma, na direção do eixo x, dada


em E.2.1.2 (ver Figura E.1).

E.2.1.2 O parâmetro β l e as distâncias xm e x0 são dados por:

a) para seção U simples

βl = 0

bm 2
xm =
a m + 2bm

 3a m 2 bm 
x0 = bm  + x
 a 3 + 6a 2 b  m
 m m m

b) para seção U enrijecido


 a 3
  am 
3
β l = 2cm t (bm − xm ) + t (bm − x m ) m
3 2
 − − cm  
3  2   2  

bm (bm + 2c m )
xm =
a m + 2bm + 2cm

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 3a m 2 bm + cm (6a m 2 − 8cm 2 ) 
x0 = bm   + xm
 a m 3 + 6a m 2 bm + cm (8cm 2 − 12a m c m + 6a m 2 ) 

c) para seção cartola


 a 3
 a 
3
β l = 2cm t (bm − xm )3 + t (bm − x m )
2 m
+ cm  −  m  
3  2   2  

bm (bm + 2c m )
xm =
a m + 2bm + 2cm

 3a m 2 bm + cm (6a m 2 − 8cm 2 ) 
x0 = bm   + xm
3 2 2 2
 a m + 6a m bm + cm (8cm + 12a m cm + 6a m ) 

onde:

cm é a largura do enrijecedor de borda referente à linha média da seção, conforme Figura


E.1.
y y y
x0 x0 x0

xm xm xm

cm

am CT CG CT CG CT CG
am am
x x x

cm

bm bm bm

Seção U simples Seção U enrijecido Seção Cartola

Figura E.1 – Indicação das dimensões, distâncias e eixos da seção

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ABNT NBR 14762:2010


9.8.2.3 Flambagem distorcional

Para as barras com seção transversal aberta sujeitas à flambagem distorcional, conforme
9.3, o momento fletor resistente de cálculo deve ser calculado pela seguinte expressão:

M Rd = χ distWf y / γ (γ = 1,10)
onde:

χdist é o fator de redução do momento fletor resistente, associado à flambagem


distorcional, calculado por:
χ dist = 1 para λdist ≤ 0,673
 0,22  1
χ dist = 1 −  para λdist > 0,673
 λ
dist  λ dist
λdist = (Wfy/Mdist)0,5 é o índice de esbeltez reduzido referente à flambagem distorcional;
W é o módulo de resistência elástico da seção bruta em relação à fibra extrema que
atinge o escoamento;
Mdist é o momento fletor de flambagem distorcional elástica, o qual deve ser calculado
com base na análise de estabilidade elástica.

Para barras com seção U enrijecido e seção Z enrijecido, sob flexão simples em torno do
eixo de maior inércia, se a relação D/bw for igual ou superior aos valores indicados na Tabela
13, a verificação da flambagem distorcional pode ser dispensada.

Tabela 13 - Valores mínimos da relação D/bw de seções do tipo U enrijecido e Z


enrijecido sob flexão simples em torno do eixo de maior inércia, para dispensar a
verificação da flambagem distorcional

bw/t
bf/bw
250 200 125 100 50
0,4 0,05 0,06 0,10 0,12 0,25
0,6 0,05 0,06 0,10 0,12 0,25
0,8 0,05 0,06 0,09 0,12 0,22
1,0 0,05 0,06 0,09 0,11 0,22
1,2 0,05 0,06 0,09 0,11 0,20
1,4 0,05 0,06 0,09 0,10 0,20
1,6 0,05 0,06 0,09 0,10 0,20
1,8 0,05 0,06 0,09 0,10 0,19
2,0 0,05 0,06 0,09 0,10 0,19
bf, bw, e D são as dimensões nominais dos elementos, conforme indicado
nas figuras da Tabela 8.
Para valores intermediários interpolar linearmente.

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Para as barras com a mesa tracionada conectada a um painel e a mesa comprimida livre
(terças com telhas de aço parafusadas e sujeitas à ação de vento de sucção, por exemplo), o
momento fletor resistente de cálculo, considerando o efeito da referida contenção lateral,
pode ser calculado conforme Anexo F.

CRITÉRIO DA FLECHA MÁXIMA


Na avaliação da rigidez de uma viga de PFF deve ser levado em conta que, em perfis esbeltos,
a inércia do perfil não será constante. Isto porque as tensões são variáveis, já que os momentos
não são constantes. Como a inércia da seção efetiva depende da tensão atuante na viga, ela será
variável ao longo do seu comprimento, apresentando valores menores nos pontos de maior
solicitaç
ão.

I cheio
I1 I2 I1

Diagrama das inércias da viga

Momentos variáveis = inércias variáveis

O critério da flecha estabelece que fmax ≤ fadm onde:


fmax é a flecha máxima de serviço (flecha elástica da viga), calculada no estado limite de
utilização, isto é, considerando as combinações de ações nominais ponderadas por seus
coeficientes correspondentes, conforme item 5.3 da NBR 14762:2001, ou simplesmente, como
critério conservativo, considerando as combinações de ações nominais sem ponderação.
fadm é a flecha máxima admissível definida, no Anexo A da norma, como o valor máximo de
flecha que uma viga pode ter para que sua utilização esteja dentro de padrões mínimos de
conforto ou de uso.
Apresentam-se as recomendações e limites estabelecidos pelas normas brasileiras de estruturas
metálicas: ABNT NBR 8800:2008 e ABNT NBR 14762:2010.

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ABNT NBR 14762:2010


A.3 Valores máximos
A.3.1 Os valores máximos para os deslocamentos verticais (flechas) e horizontais são dados na
Tabela A.1. No caso dos deslocamentos verticais, tais valores têm como referência uma viga
simplesmente apoiada, mostrada na Figura A.1, na qual δo é a contraflecha da viga, δ1 é o
deslocamento devido às ações permanentes, sem efeitos de longa duração, δ2 é o deslocamento
devido aos efeitos de longa duração das ações permanentes (se houver), δ3 é o deslocamento
devido às ações variáveis, incluindo, se houver, os efeitos de longa duração devidos aos valores
quase permanentes dessas ações, δmax é o deslocamento máximo da viga no estágio final de
carregamento levando-se em conta a contraflecha e δtot é a soma de δ1, δ2 e δ3. A consideração
dos efeitos de longa duração deve ser feita conforme subseção O.1.2.1 da ABNT NBR 8800.

CL

δ1 δo

δtot δ2
δ3 δmax

Figura A.1 — Deslocamentos verticais a serem considerados

A.3.2 No cálculo dos deslocamentos verticais a serem comparados com os valores máximos
dados na Tabela A.1, pode-se deduzir o valor da contraflecha da viga até o limite do valor da
flecha proveniente das ações permanentes (δ1 da Figura A.1).

A.3.3 Em cada situação, o responsável técnico pelo projeto deve decidir qual (is) deslocamento
(s), dado (s) esquematicamente na Figura A.1, deve (m) ser comparado (s) com os valores
máximos da Tabela A.1 e quais os carregamentos (ou parte desses) serão considerados no
cálculo, levando-se em conta a seqüência de construção. Na maioria das vezes, apenas a parcela
do deslocamento devida às ações variáveis (δ3), somada à parcela (se houver) dos efeitos de
longa duração das ações permanentes (δ2), é responsável por causar danos aos elementos não-
estruturais. São comuns, entretanto, situações em que se deve somar também o deslocamento de
parte das ações permanentes (aquela que passa a atuar somente após a construção do elemento
Tabela A.1 – Deslocamentos máximos1
não-estrutural considerado) ou mesmo considerar o deslocamento máximo, δmax (ver A.2.4).
Deve-se também avaliar, em cada situação, a probabilidade de ocorrência simultânea de duas ou
mais ações variáveis.

A.3.4 Para galpões em geral e edifícios de um pavimento com paredes de alvenaria, deve ser
limitado o deslocamento horizontal (perpendicular à parede) de maneira que a abertura da fissura
que possa ocorrer na base da parede não seja superior a 1,5 mm, entendida a parede como painel
rígido (Figura A.2).

1
Extraída da NBR 14762:2010

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Descrição δa
L/180 b
- Travessas de fechamento
L/120 c d
L/180 e
- Terças de cobertura g
L/120 f
- Vigas de cobertura g L/250 h

- Vigas de piso L/350 h

- Vigas que suportam pilares L/500 h)


Galpões em geral e edifícios de um pavimento:
- Deslocamento horizontal do topo dos pilares em relação à base H/300
- Deslocamento horizontal do nível da viga de rolamento em relação à H/400 i
base
Edifícios de dois ou mais pavimentos:
- Deslocamento horizontal do topo dos pilares em relação à base H/400
- Deslocamento horizontal relativo entre dois pisos consecutivos h/500 j

a
L é o vão teórico entre apoios ou o dobro do comprimento teórico do balanço, H é a altura total do
pilar (distância do topo à base) ou a distância do nível da viga de rolamento à base, h é a altura do
andar (distância entre centros das vigas de dois pisos consecutivos ou entre centros das vigas e a
base no caso do primeiro andar).
b
Deslocamento paralelo ao plano do fechamento (entre linhas de tirantes, caso estes existam).
c
Deslocamento perpendicular ao plano do fechamento.
d
Considerar apenas as ações variáveis perpendiculares ao plano de fechamento (vento no
fechamento) com seu valor característico.
e
Considerar combinações raras de serviço, utilizando-se as ações variáveis de mesmo sentido que o
da ação permanente.
f
Considerar apenas as ações variáveis de sentido oposto ao da ação permanente (vento de sucção)
com seu valor característico.
g
Deve-se também evitar a ocorrência de empoçamento, com atenção especial aos telhados de
pequena declividade.
h
Caso haja paredes de alvenaria sobre ou sob uma viga, solidarizadas com essa viga, o
deslocamento vertical também não deve exceder a 15 mm.
i
O diferencial do deslocamento horizontal entre pilares do pórtico que suportam as vigas de
rolamento não pode superar 15 mm.
j
Tomar apenas o deslocamento provocado pelas forças cortantes no andar considerado,
desprezando-se os deslocamentos de corpo rígido provocados pelas deformações axiais dos pilares
e vigas.

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Deslocamento a
ser limitado Parede como
painel rígido

Base da
≤ 1,5 mm parede

Figura A.2 da norma – Parede como painel rígido

APLICAÇÃO
Dando continuidade aos exercícios do perfil U enrijecido, verificar as condições de segurança
da terça quanto ao Critério da Flecha. O desenho abaixo apresenta a terça carregada com ação
nominal, devida à ação permanente.

Ação Nominal: 43 kgf / m

7,62

3 5,744
2 2
r 1 0,972

1.52

4 19,044
203

16

0,867
70 x

Iy = 340,11cm4

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Cálculo da Tensão de Serviço (como 1ª. iteração considera-se a seção cheia)

340,11 312,10 2
Mmax = 312,10 kgf.m Wx = = 33,51 cm 3 ∴σ n = = 931,36 kgf / cm 2 (9,3 kN/cm )
10,15 33,51

Cálculo das Larguras Efetivas


b 0,972
Elemento 1- Enrijecedor: = = 6,39
t 0,152
σ1 10,15 − ( 0,476 − 0 ,152 )
∴ σ 1 = 873 kgf / cm 2 (8,7 kN/cm )
2
=
931 10,15
σ 2 10,15 − 1,6 2 2
= ∴ σ 2 = 784 kgf / cm 2 (7,84 kN/cm ) σ 3 = 829 kgf / cm 2 (8,3 kN/cm ) ( valor
931 10,15
médio entre σ1 e σ2)
0,578
ψ = −0,898 Elemento comprimido com tensões variáveis: k= = 0,467
ψ + 0 ,34
6,39 4
λp = = 0,197 < 0 ,673 , logo def = 0,972 cm e IS =0,012 cm
0 ,467 ⋅ E
0 ,95
σ3
b 5,744
Elemento 2- Mesa comprimida = = 37 ,79
t 0,152
Verificação do enrijecedor ( cálculo de kmesa )
b/t 37 ,79
λ p0 = = = 1,293
E E
0,623 0,623
σn 931

Como 0,673 < λ p 0 se está no Caso II

Caso II
Ia = 399 t4 [0,487 λ p 0 - 0,328]3 = 399 ·0,1524 [0,487·1,293- 0,328]3 = 0,006 < t4 [56 λ p 0 +5]
Ia = 0,006 cm4 < t4 [56 λ p 0 +5] OK!
Como 0,25 < ( D / b) ≤ 0,8 onde: D – altura do enrijecedor
b – largura da mesa comprimida
k = (4,82 – 5 ( D /b)(Is/Ia)n = 3,857

k=
IS
(k a − 0,43) + 0,43 ≤ k a
Ia

k=
0 ,012
(3,857 − 0,43) + 0,43 = 5,277 > k a ∴ k = 3,857
0 ,006

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(coeficiente k da mesa comprimida)


Enrijecedor : d S = d ef = 0 ,972 cm
Largura efetiva da mesa comprimida
37 ,79
λp = = 0,432 < 0,673 Logo a mesa é efetiva !
3,857 ⋅ E
0 ,95
931
b 19,044
Elemento 3- Alma: = = 125,29
t 0,152
σ1 9 ,522
= σ 1 = σ 2 = 873 kgf cm 2 ; ψ = −1 ∴ k = 24
931 10,15
125,29
λp = λ p = 0,574 Logo a alma é toda efetiva !
24 ⋅ E
0 ,95
931
Se o enrijecedor, a mesa comprimida e a alma são efetivos, todo o perfil é efetivo, então
Ief = Ix = 340,11 cm4
Cálculo da Flecha de serviço
5 ⋅ 0,43 ⋅ 762 4
f = f = 2 ,71 cm
384 ⋅ E ⋅ 340,11
Como a terça está carregada com ação permanente
L
f lim = f lim = 4 ,23 cm
180
OK! Como f < flim a terça apresenta boas condições de segurança.

PROJETO DE ALMAS

INTRODUÇÃO
Desde que se começa o estudo de estruturas metálicas nos é dito que os perfis metálicos
resistem muito bem ao esforço cortante.
Isto ocorre quando se tem perfis com almas relativamente espessas e esforços cortantes
moderados.
Já que os perfis formados a frio podem ser constituídos por chapas finas e que se pode
construir um perfil alto, sua alma será esbelta, e a falha por corte pode ser preponderante.
Daí a importância do estudo de almas de vigas esbeltas.

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Projeto de almas é governado por:


a. Almas submetidas à força cortante, conduzindo à flambagem por corte ou escoamento
por corte ou por combinação das duas
b. Almas submetidas à flexão no plano da alma, conduzindo à flambagem local na zona
comprimida
c. Almas submetidas a forças transversais concentradas ou reações conduzindo a um
encurvamento da alma.
Nos três casos, os modos de flambagem podem interagir entre si, resultando uma resistência
mais baixa caso o corte e a flexão, ou a flexão e carga concentrada, ocorram simultaneamente.

ESCOAMENTO POR CORTE


O critério de Von Mises estabelece que uma alma robusta, quando submetida ao corte, escoará
com tensão média ~ f y 3 , então a resistência de cálculo ao corte será:
VRd = 0,6 fy h t
Na região onde o corte e a flambagem interagem, a tensão de colapso será dada pela média
geométrica da tensão de flambagem e 80% da tensão de escoamento no corte.
 0 ,904 t 3 E kV 
V Rn =  + 0 ,8 ⋅ 0 ,6 f y h t  ⋅ 0 ,5
 h 

Para
0,96 E kV / f y ≤ h/t ≤ 1,415 E kV / f y .: V Rn = 0,64 t 2 E kV f y / 1,1

FLAMBAGEM POR CORTE


Dada uma placa retangular com dimensões a x b.
O coeficiente de flambagem de placa ( k ), por corte, é dado por

4
k = 5,34 +
(a b )2 sendo que para a → ∞ k = 5,34

e para a → b k = 9,35

Para placas com nervuras transversais intermediárias, o efeito dos enrijecedores é conter a
flambagem por corte entre eles, da mesma maneira que uma placa com o comprimento igual à
distância entre os enrijecedores.

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Por isso o valor de a ( comprimento da placa ) é tomado como a distância entre nervuras na
expressão do coeficiente de flambagem k.
De uma maneira diferente de placas comprimidas, placas submetidas ao corte tem uma
substancial reserva à flambagem local se suas extremidades superiores e inferiores se
mantiverem retas.
Como já se viu, a tensão crítica de uma placa retangular é dada por:
kπ2 E t 
2
=
f cr
(  
12 1 − ν 2  b  )

V
Como a tensão por corte é definida por f = , escreve-se V = f A
A

Chamando-se kV o coeficiente de flambagem de placa por corte, apresentado acima, VRn a


resistência de cálculo ao esforço cortante, substituindo b por h ( largura da alma ) e substituindo
os valores numéricos nas expressões acima e operando-se, vem:
2
t 0 ,904 t 3 E k V
VRn = kV 0 ,904 E   h t .: V Rn =
h h
4
onde k v = 5,34 +
(a h )2

FLEXÃO DE ALMAS
A tensão crítica de almas fletidas, simplesmente apoiada (AA), é dada por:
k π2E  t 
2
f cr =
(  
12 1 − ν 2  h  ) com k = 23,9

As almas fletidas têm uma considerável reserva pós-flambagem, que deverá ser considerada ao
se projetá-las.
La Boube e Yu propuseram dois métodos para essa consideração:
1. Largura Efetiva: estende-se o conceito de largura efetiva para a parte comprimida da alma
fletida, retirando uma parte da alma ( Lret) se essa for esbelta.
2. Método da Tensão Limite: aplica-se o conceito de largura efetiva para a mesa comprimida,
retirando a parte não-efetiva, estabelecendo-se um valor limite para a tensão da alma.

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 h 
Fbb = 1,21 − 0,00034   f y  f y - para perfis com mesas enrijecidas
 t 
 h 
Fbb = 1,26 − 0,00051   f y  f y - para perfis com mesas não enrijecidas
 t 

ALMAS COM COMBINAÇÃO DE FLEXÃO E CORTE


A capacidade de resistência das almas diminui quando há a combinação de Flexão e Corte.
Em almas não enrijecidas, a equação de interação é uma circunferência (aproximação proposta
por Timoshenko e Gere):
2 2
 M Sd   V Sd 
  +  ≤ 1,0 - almas não enrijecidas
M  V 
 0 ,Rd   Rd 
onde: MSd é o momento fletor de cálculo
M0,Rd é o momento fletor resistente dado por: M0,Rd = Wef fy / γ
VSd é a força cortante de cálculo
VRd é a força cortante de cálculo dada por:

h E kV 0,6 f y h t
≤ 1,08 → V Rd =
· Para t fy γ

h E kV 0,905 E kV t 3
· Para t > 1,4 fy
→ V Rd =
h

E kV h E kV
· Para 1,08 < < 1,4 → V Rd = 0 ,65t 2 kV E f y
fy t fy

Em almas enrijecidas, a interação flexão-corte não é tão severa, provavelmente pela grande
capacidade de resistência da alma:
2 2
 M Sd   V Sd 
0 ,6   +
 V
 ≤ 1,3 - almas enrijecidas

 M 0 ,Rd   Rd 

M Sd V Sd
desde que > 0 ,5 e > 0,7
M 0 ,Rd V Rd

PROCEDIMENTOS DA NBR 14762:2010


A NBR 14762:2010 orienta o projeto de almas de forma idêntica ao que foi apresentado acima:
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Força cortante
A força cortante resistente de cálculo VRd deve ser calculada por (adotando γ = 1,1):

h E kV 0,6 f y h t
- para ≤ 1,08 .: V Rd =
t fy γ

E kV h E kV 0 ,65 t 2 k V f y E
- para 1,08 < < 1,4 .: V Rd =
fy t fy γ
h E kV 0 ,905 E kV t 3 / h
- para ≥ 1,4 .: VRd =
t fy γ

onde:
t é a espessura da alma;
h é a largura da alma (altura da parte plana da alma);
kv é o coeficiente de flambagem local por cisalhamento, dado por:
- para alma sem enrijecedores transversais: kv = 5,34
- para alma com enrijecedores transversais satisfazendo as exigências de
7.5 da NBR 14762:2010.

5,0
k v = 4,0 + para a/h ≤ 1,0
( a / h) 2
4,0
kv = 5,0 + para a/h > 1,0
( a / h) 2

a é a distância entre enrijecedores transversais de alma.


Para seções com duas ou mais almas, cada alma deve ser analisada como um elemento
separado, resistindo à sua parcela de força cortante.

Momento fletor e força cortante combinados


Para barras sem enrijecedores transversais de alma, o momento fletor solicitante de cálculo e a
força cortante solicitante de cálculo na mesma seção devem satisfazer a seguinte expressão de
interação:

(MSd / M0,Rd)2 + (VSd / VRd)2 ≤ 1,0

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Para barras com enrijecedores transversais de alma, além de serem atendidas as exigências dos
itens 7.8.1.1 e 7.8.2 da NBR 14762, quando MSd/M0,Rd > 0,5 e VSd/VRd > 0,7 deve ser satisfeita a
seguinte expressão de interação:

0,6(MSd / M0,Rd) + (VSd / VRd) ≤ 1,3


onde:
MSd é o momento fletor solicitante de cálculo;
M0,Rd é o momento fletor resistente de cálculo cfe. 7.8.1.1 (da NBR 14762);
VSd é a força cortante solicitante de cálculo;
VRd é a força cortante resistente de cálculo cfe. 7.8.2 (da NBR 14762).

ABNT NBR 14762:2010 / Anexo D

Barras sem enrijecedores transversais sujeitas a forças concentradas


D.1 Este Anexo é aplicável às barras sujeitas a forças concentradas (força aplicada ou
reação de apoio) atuando perpendicularmente ao eixo longitudinal da barra, em regiões sem
enrijecedores transversais, e causando compressão na alma, portanto susceptíveis a um
mecanismo localizado de falha associado ao esmagamento da alma (web crippling). Para
barras submetidas à flexão, se a relação h/t da alma for maior que 200, devem ser previstos
dispositivos que transmitam a força concentrada diretamente para a(s) alma(s).

D.2 A força resistente de cálculo FRd , para uma alma, deve ser calculada pela expressão
seguinte. Para perfil composto ou perfil com mais de uma alma (perfil cartola), a força
resistente de cálculo é a soma das parcelas correspondentes a cada alma:

 r  a  h 
FRd = αt 2 f y sen θ1 − α r i 1 + α c 1 − α /γ
 t  t  t 
h

onde:
α é um coeficiente apresentado nas tabelas D.1 a D.4, conforme o caso;
αr é um coeficiente associado ao raio interno de dobramento, apresentado nas tabelas D.1 a
D.4, conforme o caso;
αc é um coeficiente associado ao comprimento de atuação da força concentrada (força
aplicada ou reação de apoio), apresentado nas tabelas D.1 a D.4, conforme o caso;
αh é um coeficiente associado à esbeltez da alma, apresentado nas tabelas D.1 a D.4,
conforme o caso;
θ é o ângulo entre o plano da alma e o plano da superfície de apoio, em graus (45°≤ θ ≤
90°);

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ri é o raio interno de dobramento;


c é o comprimento, na direção longitudinal da barra, de atuação da força concentrada, cujo
valor mínimo é igual a 20 mm;
h é a largura da alma (parte plana da alma);
t é a espessura da alma;
γ é o coeficiente de ponderação da resistência, igual a 1,35.

Tabela D.1 – Coeficientes para cálculo de FRd em barras compostas (perfis I


constituídos por dois perfis U conectados entre si, com h/t ≤ 200, c/t ≤ 210, c/h ≤ 1,0 e
θ = 90°°)

Condição da mesa Caso de carregamento b c d ri/t α αr αc αh


Conectada a Com Uma mesa Força de ≤ 5 10,1 0,14 0,28 0,001
enrijecedor de carregada extremidade
borda Força interna ≤ 5 23,5 0,17 0,11 0,001
Uma mesa Força de ≤ 5 10,1 0,14 0,28 0,001
Com carregada extremidade
enrijecedor de Força interna ≤ 3 23,5 0,17 0,11 0,001
Não borda Duas Força de ≤ 3 15,7 0,09 0,08 0,04
conectada mesas extremidade
carregadas Força interna ≤ 3 36,5 0,14 0,08 0,04
Sem Uma mesa Força de ≤ 5 10,1 0,14 0,28 0,001
enrijecedor de carregada extremidade
borda Força interna ≤ 3 23,5 0,17 0,11 0,001
a
Corresponde ao caso onde a mesa é conectada na região da força concentrada, junto ao apoio
ou ao sistema
responsável pela aplicação da força, de modo a impor restrição à rotação da mesa nessa
região.
b
Uma mesa carregada corresponde à situação onde a distância livre entre duas forças
concentradas adjacentes
atuando em mesas opostas (superior e inferior) é igual ou superior a 1,5h. Caso contrário, fica
caracterizado o caso
de duas mesas carregadas.
c
Força de extremidade corresponde à situação onde a distância da força concentrada à
extremidade da barra é
igual ou inferior a 1,5h. Caso contrário, fica caracterizado o caso de força interna.
d
A Figura D.1 ilustra os casos de carregamento.

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Tabela D.2 – Coeficientes para cálculo de FRd em perfil U simples e perfil U enrijecido
(com h/t ≤ 200, c/t ≤ 210, c/h ≤ 2,0 e θ = 90°°)

Condição da mesa Caso de carregamento b c d ri/t α αr αc αh


Uma mesa
Força de ≤ 9 4,6 0,14 0,35 0,02
a
Conectada Com carregada
extremidade
enrijecedor Força interna ≤ 5 15,8 0,23 0,14 0,01
de borda Duas Força de ≤ 12 8,6 0,08 0,12 0,048
mesas extremidade
carregadas Força interna e ≤ 12 23 0,10 0,08 0,031
Uma mesa Força de ≤ 5 4,3 0,14 0,35 0,02
Com carregada extremidade
enrijecedor Força interna ≤ 5 15,8 0,23 0,14 0,01
de borda Duas Força de ≤ 3 15,8 0,32 0,05 0,04
Não mesas extremidade
conectada carregadas Força interna f ≤ 3 25,9 0,52 0,15 0,001
Uma mesa Força de ≤ 2 4,6 0,40 0,60 0,03
Sem carregada extremidade
enrijecedor Força interna ≤ 1 14,9 0,32 0,10 0,01
de borda Duas Força de ≤1 2 0,11 0,37 0,01
mesas extremidade
carregadas Força interna f ≤ 1 14 0,47 0,25 0,04
a
Corresponde ao caso onde a mesa é conectada na região da força concentrada, junto ao
apoio ou ao sistema
responsável pela aplicação da força, de modo a impor restrição à rotação da mesa nessa
região.
b
Uma mesa carregada corresponde à situação onde a distância livre entre duas forças
concentradas adjacentes
atuando em mesas opostas (superior e inferior) é igual ou superior a 1,5h. Caso
contrário, fica caracterizado o caso
de duas mesas carregadas.
c
Força de extremidade corresponde à situação onde a distância da força concentrada à
extremidade da barra é
igual ou inferior a 1,5h. Caso contrário, fica caracterizado o caso de força interna.
d
A Figura D.1 ilustra os casos de carregamento.
e
A distância da força concentrada à extremidade da barra deve ser superior a 2,5h.
f
A distância da força concentrada à extremidade da barra deve ser superior a 1,5h.

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Tabela D.3 – Coeficientes para cálculo de FRd em perfil Z


(com h/t ≤ 200, c/t ≤ 210, c/h ≤ 2,0 e θ = 90°°)

Condição da mesa Caso de carregamento b c d ri/t α αr αc αh


Uma mesa Força de ≤9 4,6 0,14 0,35 0,02
a
Conectada Com carregada extremidade
enrijecedor Força interna ≤ 15,8 0,23 0,14 0,01
de borda 5,5
Duas Força de 0,16 0,052 ≤ 12 10,3 0,05
mesasextremidade
Força interna e ≤ 12 25,9 0,07 0,07 0,04
carregadas
Uma mesa
Força de ≤ 5 5,7 0,09 0,02 0,001
Com carregada
extremidade
enrijecedor Força interna ≤ 5 15,8 0,23 0,14 0,01
de borda Duas Força de ≤ 3 15,8 0,32 0,05 0,04
Não mesas extremidade
conectada carregadas Força interna f ≤ 3 25,9 0,52 0,15 0,001
Uma mesa Força de ≤ 2 4,6 0,40 0,60 0,03
Sem carregada extremidade
enrijecedor Força interna ≤ 1 14,9 0,32 0,10 0,01
de borda Duas Força de ≤1 2 0,11 0,37 0,01
mesas extremidade
carregadas Força interna f ≤ 1 14 0,47 0,25 0,04
a
Corresponde ao caso onde a mesa é conectada na região da força concentrada, junto ao
apoio ou ao sistema
responsável pela aplicação da força, de modo a impor restrição à rotação da mesa nessa
região.
b
Uma mesa carregada corresponde à situação onde a distância livre entre duas forças
concentradas adjacentes
atuando em mesas opostas (superior e inferior) é igual ou superior a 1,5h. Caso
contrário, fica caracterizado o caso
de duas mesas carregadas.
c
Força de extremidade corresponde à situação onde a distância da força concentrada à
extremidade da barra é
igual ou inferior a 1,5h. Caso contrário, fica caracterizado o caso de força interna.
d
A Figura D.1 ilustra os casos de carregamento.
e
A distância da força concentrada à extremidade da barra deve ser superior a 2,5h.
f
A distância da força concentrada à extremidade da barra deve ser superior a 1,5h.

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Tabela D.4 – Coeficientes para cálculo de FRd em perfil cartola


(com h/t ≤ 200, c/t ≤ 200, c/h ≤ 2,0 e θ = 90°°)

Condição da Caso de carregamento b c d ri/t α αr αc αh


mesa
Uma mesa Força de ≤5 4 0,25 0,68 0,04
a
Conectada carregadaextremidade
Força interna ≤ 10 19,5 0,13 0,13 0,04
Duas Força de ≤ 10 10,3 0,10 0,07 0,03
mesas extremidade
carregadas Força interna ≤ 10 11,5 0,14 0,22 0,02
Não conectada Uma mesa Força de ≤4 4 0,25 0,68 0,04
carregada extremidade
Força interna ≤4 19,5 0,13 0,13 0,04
a
Corresponde ao caso onde a mesa é conectada na região da força concentrada, junto
ao apoio ou ao sistema
responsável pela aplicação da força, de modo a impor restrição à rotação da mesa
nessa região.
b
Uma mesa carregada corresponde à situação onde a distância livre entre duas forças
concentradas adjacentes
atuando em mesas opostas (superior e inferior) é igual ou superior a 1,5h. Caso
contrário, fica caracterizado o caso
de duas mesas carregadas.
c
Força de extremidade corresponde à situação onde a distância da força concentrada à
extremidade da barra é
igual ou inferior a 1,5h. Caso contrário, fica caracterizado o caso de força interna.
d
A Figura D.1 ilustra os casos de carregamento.

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Uma mesa carregada,


força interna

> 1,5h

< 1,5h
Uma mesa carregada,
força de extremidade

(ou > 2,5h para perfis U e Z


com a mesa conectada)
> 1,5h Duas mesas carregadas, > 1,5h
força interna

< 1,5h < 1,5h < 1,5h


Uma mesa carregada, Duas mesas carregadas, Duas mesas carregadas,
força de extremidade força interna força de extremidade

Figura D.1 – Ilustração dos casos de carregamento

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APLICAÇÃO
Determinar a resistência de cálculo ao corte do perfil cartola abaixo, considerando
fy = 250 Mpa.
300

76
4,
r=
2,65

254
35

Altura da Alma – h = 25,4 – 2 (0,265 + 0,476 ) .: h = 23,918 cm


h 23,918
= = 90 ,26
t 0 ,265
kv=5,34 (a viga não tem enrijecedores transversais)
E kV 2 ,05 ⋅ 10 6 ⋅ 5 ,34
1,08 = 1,08 = 71,47
fy 2500
E kV 2 ,05 ⋅ 10 6 ⋅ 5 ,34
1,40 = 1,40 = 92 ,64
fy 2500
h
Como = 90,26 , é um valor intermediário entre os dois limites, logo
t
0 ,65 t 2 kV f y E 0,65 ⋅ 0 ,265 2 5,34 ⋅ 2500 ⋅ 2 ,05 ⋅ 10 6
V Rd = 2 =2
γ 1,1
V Rd = 13730 kgf ( 137 ,3 kN )

APLICAÇÃO
Verificar as condições de segurança da alma da viga de um exercício anterior considerando
fy = 380 Mpa .
r=
4,
76

1.52
q d= 400 kgf/m
203

7,62
16

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70
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A solicitação de cálculo é a própria reação de apoio da viga:


VSd =1524 kgf (15,24 kN)
Altura da Alma – h = 20,3 – 2 (0,152 + 0,476 ) .: h = 19,044 cm
h 19,044
= = 125,29
t 0 ,152
kv=5,34 (a viga não tem enrijecedores transversais)
E kV 2 ,05 ⋅10 6 ⋅ 5 ,34
1,08 = 1,08 = 57 ,97
fy 3800

E kV 2 ,05 ⋅ 10 6 ⋅ 5 ,34
1,40 = 1,40 = 75 ,14
fy 3800

h E kV 0 ,905 E k V t 3 / h
Como = 125 ,29 > 1,40 V
, logo Rd =
t fy γ

0 ,905 ⋅ 2050000 ⋅ 5,34 ⋅ 0 ,152 3 / 19 ,044


V Rd = = 1836 kgf ( 18,4kN )
1,1
Como VRd > VSd OK! A alma apresenta boas condições de segurança

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VIGAS-COLUNAS

INTRODUÇÃO
Viga-Coluna é o elemento estrutural que suporta forças axiais de compressão, ao mesmo tempo
em que é submetido à flexão.

Essa é uma solicitação típica de elementos de pórticos planos e espaciais.

O estudo das vigas-colunas envolve características, já conhecidas, do estudo de vigas (flexão) e


do estudo de barras comprimidas (colunas), entretanto seu comportamento é diferente do
comportamento de vigas e de colunas, devido à interação entre as solicitações de momento
fletor e esforço normal: numa viga-coluna a força máxima de compressão admissível é menor
que a máxima de uma coluna, e o momento máximo suportado pela viga-coluna é menor que o
momento máximo suportado por uma viga.

Nas vigas-colunas, os deslocamentos transversais, devidos à flexão, são ampliados pelo efeito
da força normal, o que caracteriza o conhecido efeito de 2ª ordem. Nas vigas-colunas
observam-se os seguintes tipos de ruína, que deverão ser considerados no dimensionamento:

a) Tração com Flexão: falha, geralmente, por escoamento;


b) Compressão com Flexão em torno do eixo de menor inércia: ocorre colapso no plano
de flexão devido às deformações excessivas de flexão (sem torção).
c) Compressão com Flexão em torno do eixo de maior inércia: ocorre instabilidade
lateral com torção.

TIPOS DE VIGAS-COLUNAS
Seja a viga abaixo, carregada axialmente com a força N.

Esse é um típico caso de viga-coluna onde se tem um carregamento


transversal, que provoca o surgimento de um momento fletor, e uma força
normal de compressão.

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Pode-se resumir os casos de vigas-colunas em três tipos:

1. Viga com ação


excêntrica

Geralmente causada pela resultante das forças de


compressão não estar aplicada no centro de gravidade do
perfil, sendo, então, uma ação excêntrica.

2. Viga com ação axial e


transversal

Numa coluna de prédio, a ação transversal pode estar sendo causada pela
ação do vento, e a ação axial pelos pavimentos que estão acima dessa
coluna.

M M
3. Momentos e forças
N
normais
de extremidade de barra

São solicitações típicas que ocorrem em barras de pórticos (planos ou espaciais). A combinação
de força axial centrada e momento fletor, numa seção, podem ser convertidos a uma força
normal excêntrica equivalente, representada pelos seguintes casos:

1. Compressão excêntrica com flexão no plano de


simetria, onde ex ≠ 0 e ey = 0

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2. Compressão excêntrica com flexão em torno do


eixo de simetria, onde ey ≠ 0 e ex = 0

3. Flexão em torno dos dois eixos onde ex ≠ 0 e ey ≠ 0

PROCEDIMENTO DE NORMA
A norma NBR 14762:2010 apresenta:

A força normal solicitante de cálculo e os momentos fletores solicitantes de cálculo devem


satisfazer a expressão de interação indicada a seguir:

N Sd M x ,Sd M y,Sd
+ + ≤ 1,0
N Rd M x ,Rd M y,Rd

onde:

NSd é a força axial solicitante de cálculo de tração ou de compressão, a que for aplicável,
considerada constante na barra e oriunda da análise estrutural conforme 8.1;

Mx,Sd ; My,Sd são os momentos fletores solicitantes de cálculo, na seção considerada, em


relação aos eixos x e y, respectivamente, e oriundos da análise estrutural conforme 8.1;

NRd é a força axial resistente de cálculo de tração ou de compressão, a que for aplicável,
determinada respectivamente conforme 9.6 ou 9.7;

Mx,Rd ; My,Rd são os momentos fletores resistentes de cálculo, em relação aos eixos x e y,
respectivamente, calculados conforme 9.8.2;

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µ – fator de amplificação dos momentos fletores

Usa-se o Fator de Amplificação dos Momentos Fletores para levar em conta o efeito
de 2ª ordem causado pela a ação axial que aumenta os deslocamentos transversais da
flexão.
Seja uma viga-coluna típica.
Chamando:
v0 a flecha devida à ação transversal , v o acréscimo de flecha devido a N e
vT a flecha total: vT = v0 + v
π x π x
Supondo y0 ≅ v0 sen e y = v sen
L L
π 2v π x
Derivando y duas vezes vem: y′′ = − sen
L2 L
Avaliando a equação diferencial que rege o comportamento do momento M = N vt
M N ( y0 + y )
y ′′ = − =−
EI EI
Comparando as duas expressões de y”:
π 2v π x N ( y0 + y )
− 2
sen =− ,
L L EI
π2 E I
Lembrando que a carga crítica de Euler é N e = e desenvolvendo-se vem
L2
1 1 1
v = v0 = v0 = v0 , como vt = v + v0 logo
π 2
π EI2 Ne
−1
−1 −1
2
L k 2
L2 N N
1 1
vt = v 0 onde se pode definir o fator de amplificação µ =
N N
1− 1−
Ne Ne

O fator de amplificação de momentos é o conhecido coeficiente B1 da norma NBR 8800:2008,


e com ele se considera o efeito de segunda ordem local de uma viga-coluna isolada.
Cm
B1 =
NRd
1−
Ne

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Cm – coeficiente de equivalência de carregamentos


As equações de interação e o fator de amplificação dos momentos, apresentados
acima, foram deduzidos para vigas-colunas com momentos uniformes e sem
ações transversais no seu vão. Para considerar os casos de momentos não
uniformes e/ou com ações transversais corrigem-se as equações com um
coeficiente que leva em conta essa situação de carregamento.
Novamente, seja a viga-coluna da figura 7.1. Calculando os momentos na viga:
1
Mi = q L2 e M max = M i + N vt
8
Estudando alguns casos:
1ocaso: Mi=0 e v0 = deslocamento inicial vem: M max = Nµ v0 = µ M 0
2ocaso: Mi=N e e v0 = e = cte. M max = N (v0 + v ) = µ M 0
o
3 caso: M = M i + N vt = M 0 + µ v0 N = µ Cm M 0
N  1 N 
µ C m = 1 − µ v0 = µ  + v 0  ou
M0 µ M 0 
 N  N cr v0  N
C m = 1 − 1 −

 = 1 −
 ψ
 N e  M0  Ne
 N v 
ψ =  e 0 − 1
 M0 
Definindo Cm como coeficiente de equivalência de carregamento, para o
carregamento da viga em estudo:
π 2E I 5 q L4 8 N
ψ = 2
− 1 = 0.0281 e C m = 1 + 0.0281 ≅ 1.0
L 384 E I q L2 N cr
Para o caso de extremidades engastadas os momentos e deslocamentos devidos à
ação transversal são:
q L2 q L4
M0 = e v0 =
24 384 E I
N
Calculando-se ψ = −0.40 e C m = 1 − 0.40 < 1.0
N cr

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APLICAÇÃO

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PÓS-GRADUAÇÃO em CÁLCULO
DE ESTRUTURAS DE AÇO

DIMENSIONAMENTO DE PERFIS FORMADOS A FRIO


Notas de Aula – Organização Construtiva de Prédios com Estruturas de Aço

JOINVILLE / 2010
Paulo Roberto Marcondes de Carvalho
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ORGANIZAÇÃO CONSTRUTIVA DE PRÉDIOS


COM ESTRUTURA METÁLICA

1. Materiais usados na Construção Metálica

Em termos amplos as Construções Metálicas são formados pelos seguintes componentes básicos:
• Chapas e Perfis
• Meios de União: solda, parafusos e fixadores
• Revestimentos ou proteção da estrutura
• Painéis de Fechamento e Telhas
• Lajes
Apresentam-se, a seguir, os materiais mais empregados nesses componentes:

1.1 Aços

Os aços empregados para os planos ( chapas) e perfis são:

Denominação Fy ( Mpa) Espessura ( mm ) ( para chapas )


SAE 1010 183 0.6 < t < 152
ASTM A-570 ( Gr 36 ) 255 2<t<5
ASTM A-36 250 5 < t < 152
ASTM A-283 ( Gr C) 250 4.57 < t < 152
Patináveis ( SAC ou Cos-ar-cor ) 250 a 380 5 < t < 50

1.2 Perfis

Os perfis usados em estruturas metálicas podem ser subdivididos em três grupos:


- Perfis Laminados,
- Perfis Formados a Frio e
- Perfis soldados
Esses perfis podem ser simples ou podem ser compostos

1.2.1 Perfis Simples ( aplicados diretamente )

• Perfis Formados a Frio (Dobrados)

Perfil U U Enrijecido Perfil Z Cantoneira Perfil Cartola

1- 1
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• Perfis Laminados

Cantoneira TEE Viga I Viga H Viga U Redondo

• Perfis Soldados

Viga I Viga Caixão

1.2.2 Perfis Compostos ( onde se compõe duas ou mais seções formando um perfil composto )

• Perfis Dobrados

Perfil 2U Perfil UU Perfil Caixa Perfil 2L Perfil LL Perfil VV

• Perfis Laminados

Perfil 2L Lam. Perfil LL Lam. Perfil VV Lam.

1.3 Ligações

Ligações soldadas
Os eletrodos mais empregados em estruturas correntes são ( conforme classificação ASW): E60XX e
E70xx onde:
- o terceiro algarismo representa a posição de soldagem:
1- todas as posições
2- plana e horizontal
3- plana
1- 2
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- o quarto algarismo representa o tipo de revestimento do eletrodo

Cita-se, por exemplo, os eletrodos E6013 rutículo e E7018 básico comercializados pela ESAB sob a
denominação OK 46.00 e OK 48.04.

Ligações parafusadas
As ligações parafusadas são feitas com:
Parafusos comuns.......................................ASTM A-307
Parafusos de alta resistência.......................ASTM A-325
ASTM A-490
Os parafusos comuns são considerados trabalhando ao corte e tração, e os Parafusos de A.R., além
de trabalharem ao corte e tração, fazem a ligação por atrito entre as partes conectadas.

1.4 Proteção da estrutura metálica


Basicamente existem três maneiras de proteger a estrutura metálica contra a corrosão: pintura,
galvanização e emprego de aço com resistência à corrosão ( aços patináveis ).
a. Pintura: é o método mais empregado. Pode-se dividir o processo em dois procedimentos
a.1. Preparação da superfície: faz-se uma limpeza superficial do aço por meio de
ferramentas mecânicas ( lixas e escovas) ou com jeito abrasivo. É considerado como
padrão, na preparação da superfície, a norma sueca SIS 05 5900 de 1967.
Nenhum sistema de pintura apresentará bom desempenho se a superfície for preparada
inadequadamente.
a.2. Pintura: propriamente dita, é feita em duas etapas. A primeira é a da aplicação de uma
primária ( primer) que contém pigmentos ante corrosivos e será responsável pela proteção
necessária da superfície. A segunda é a aplicação de um acabamento que protegerá,
mecanicamente, o primer e embelezará a superfície.
b. Galvanização ( ou zincagem a fogo ). É um processo também dividido em duas etapas:
preparação e zincagem.
b.1. Preparação da superfície: faz-se uma decapagem química, i.e., limpeza com ácidos.
b.2. Zincagem: que é o processo onde se deposita, à quente, sobre a superfície do aço, uma
película de zinco que se oxidará no lugar do aço.

c. Aços com resistência à corrosão: citados no início do capítulo, esses aços têm na sua
composição química elementos – cobre e nióbio- que formam sobre a superfície, uma camada de
auto proteção do aço: a pátina.

1.5 Telhas e Painéis de Fechamento

1.5.1 Telhas

Usam-se telhas Metálicas e de Fibrocimento (cada vez menos por razões de agressão ao meio
ambiente)
Telhas metálicas de: alumínio – pintadas ou não
aço galvanizado – pintadas ou não
As telhas metálicas são apresentadas com diversos perfis

Ondulado

Trapezoidal

Grandes Perfis
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São disponíveis telhas com larguras da ordem de 1m, comprimento até 12m e diversas espessuras: 0.43
a 1.5 mm.
As telhas de fibrocimento são fornecidas em duas perfis

Ondulado

Grandes Perfis

São fornecidas, basicamente, em três espessuras, 4, 6 e 8 mm, com largura da ordem de 1m, e
comprimento de 1 a 3,50 m ( onduladas ) chegando a 9 m as telhas com grande perfil.

1.5.2 Painéis de Fechamento

Usam-se como painéis de fechamento

Alvenarias – não adequado para uma construção industrializada como a metálica.

IsoPainéis- são confeccionados por uma camada isolante revestida por placas de aço
pintado, alumínio, laminados plásticos, madeira. A camada isolante mais eficiente é a
de poliuretano expandido, sendo usado também o isopor.

Placas de Concreto Celular Autoclavado – ( fornecedor: http://www.siporex.com.br)


placas com 400 mm de largura e 3000 mm de comprimento e espessuras variáveis,
quatro vezes mais leves que o concreto armado.

Gesso Acartonado – placas de gesso estruturadas por perfis de aço, formando um


sanduíche sobre um material isolante.

1.6 Lajes

Empregam-se:
• Lajes pré-moldadas feitas com vigotas de concreto armado e tavelas cerâmicas

• Lajes pré-moldadas: placas de concreto armado

• Lajes pré-moldadas alveolares: de concreto armado ou protendido


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• Lajes com forma metálica (steel-deck): perfis de aço formados a frio, que servem de forma
para o concreto e de armadura positiva da laje.

• Lajes de concreto armado convencional

2. Elementos Estruturais
Os elementos estruturais, ditos peças principais da estrutura, são confeccionados por treliças ou por peças de
alma cheia.

2.1 Treliças

Chama-se de Banzo Superior e Banzo Inferior as mesas superior e inferior das treliças, respectivamente.
Chama-se de Diagonais as barras inclinadas e de Montantes as barras verticais que formam o treliçado ( ou a
alma das treliças).

As barras concorrem nos nós, considerados rótulas, e são ligadas entre si por solda ou por parafusos.

Um cuidado deve-se tomar, para que os nós, seja qual for o tipo de
ligação adotada, trabalhem como rótulas: que os eixos baricêtricos
das barras concorrentes interceptem-se num só ponto ( chamado
Ponto de Trabalho ).
Quando houver interferência entre os perfis, devido as suas
dimensões, empregam-se as chapas de nó ou chapas de gousset,
para permitirem que a intersecção dos eixos baricêntricos continuem
sendo em um só ponto.
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Apresentam-se, abaixo, vários cortes de treliças, mostrando as possibilidades de composições de perfis.

a b c d e f g

a e b são as composições mais utilizadas, atualmente: os banzos são vigas U ou cartola e o treliçado é feito com
vigas U, L simples ou compostos. Essa composição pode ser usada em qualquer tipo de treliça: tesouras, arcos,
vigas treliçadas, pórticos, pilares treliçados etc.

c é uma composição usada há algum tempo atrás ( hoje em desuso) em arcos ou treliças secundárias

d e g são composições possíveis para treliças pesadas ( grandes vãos ou grandes cargas ). Os banzos são vigas I
e as diagonais são vigas U ou duplo U.

e e f são seções de treliças cujos banzos são perfis compostos. São composições clássicas para treliças e são
usadas com cantoneiras laminadas.

2.2. Perfis de alma cheia

Chamados assim, por razão de apresentarem a alma não discretizada como as treliças, esses elementos são
formados por perfis I, H, U e Caixão, já apresentados no item 1, podendo ser I soldados ou laminados.

3. Organização Construtiva de Pavilhões

Para facilitar a descrição, divide-se os elementos que formam os pavilhões em dois grupos:
Peças Principais: que dão a forma ao pavilhão
Peças Secundárias: complementam as peças principais

3.1 Peças Principais

De uma maneira bastante genérica, pode-se grupar em cinco tipos as estruturas mais usadas em pavilhões:
ARCOS, TESOURAS, SHEDS, PÓRTICOS e ESPECIAIS
3.1.1 ARCOS
Um arco pode ser definido como qualquer estrutura de barras, com eixo não retilíneo, apoiado em
ambas as extremidades, e que tem a peculiaridade de gerar reações que contém uma componente
horizontal sob a ação de ações verticais. Essa componente é conhecida por empuxo.
Em pavilhões usam-se, basicamente, arcos treliçados, ficando os de alma cheia restritos à estruturas
especiais.

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Vinculação: quanto à vinculação tem-se

Arcos tri-rotulados - estaticamente determinados. Eram mais usados


antes da popularização da computação no
projeto estrutural

Arcos bi-rotulados - estaticamente indeterminado.


Mais usado atualmente

Bi-engastados - raramente usado em pavilhões

Curvatura: com relação à curvatura tem-se

Arcos parabólicos
Arcos Circulares
Arcos Elípticos
Arcos Catenária
..........................

Chamando-se de L o vão do arco e de f a flecha, pode-se expressar a curvatura do arco, uma f(x) em
função de L e f

x (L − x )
4f
Arco Parabólico: y=
L2

L4 L2 f 2
− + f 4
Arco Circular 16 2 y = y0 − R 2 − x 2
y0 =
4f2

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Outra possibilidade que se pode ter são os Arcos Retos que se apresentam a seguir. São estruturas que
podem ser consideradas como arcos ( pois trabalham como se fossem), mas é mais adequado chamá-
los de pórticos.

Consumo de aço: está da ordem de 7,5 a 10 kgf/m2

Proporcionamentos: um proporcionamento econômico dos arcos está na ordem de f = L/5 a L/7

Vantagens: vence grandes vãos com leveza. Vãos com 60, 70 e 80 m são vencidos com economia por
arcos treliçados.

Desvantagens: empuxo: carrega os pilares e a fundação de tal maneira que transforma a estrutura toda
(infra, meso e super estrutura ) mais cara que outro tipo estrutural.

3.1.2 TESOURAS

As tesouras são treliças que tem o banzo superior inclinado e o banzo inferior a nível ( horizontal ),
sendo apoiada em ambas as extremidades.

Inclinação
As tesouras podem ser:

Tesouras de duas águas

Tesouras de uma água

Tesouras de várias águas

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Tesouras arqueadas

Consumo de aço: uma cobertura em tesoura consome da ordem de 10 a 13 kgf/m2

Proporcionamentos: um proporcionamento econômico dos arcos está na ordem de H = L/10 a L/13,


embora o requisito principal, que governa a a altura máxima de uma tesoura é que a
inclinação deve ser compatível com a telha a ser aplicada.

Vantagens: Não tem empuxo. Leveza relativa, e vence vãos da ordem de 35 a 45 m

Desvantagens: limitação de vão. Para peças grandes, tem-se dificuldade de transporte, porque alguns
segmentos da tesoura terão altura superior ao gabarito rodoviário.

3.1.3 SHED

O termo SHED, embora um anglicismo, é universalmente adotado para coberturas que tem a forma de
dentes de serra, onde as partes verticais ( ou quase verticais) são translúcidas e as vertentes são opacas.
Com isso tem-se possibilidade de iluminação zenital distribuída ao longo da área coberta. Pelas partes
verticais translúcidas, básculas para permitir a ventilação.

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A cobertura em shed pode ser composta por vigas treliçadas ( que são treliças com banzos paralelos ) e
vigas secundárias ( que são treliças menores, com banzos paralelos e inclinados ). Sobre as vigas
secundárias colocam-se as telhas opacas e aplicam-se, sobre a face da viga principal, os caixilhos para
os elementos translúcidos e básculas.

Consumo de aço: uma cobertura em shed consome da ordem de 12.5 a 15 kgf/m2

Proporcionamentos:
Viga Principal- H = L/11 a L/15
Vãos econômicos: de 15 a 30 m
Na determinação da altura da viga principal deve-se ter em conta não só a regra acima,
mas dimensioná-la de tal forma que se consiga uma boa iluminação no pavilhão.
Para isso deve-se fazer H => 0,30 B ( sendo B a distância entre as vigas principais.
Viga Secundária – h = B/12 a B/15
Vãos econômicos – 7 a 12 m

Vantagens: é uma estrutua modulada, que permite fácil expansão para ambas direções.
Iluminação e ventilação zenitais, com isso permitindo grandes áreas cobertas com
Conforto
Nível uniforme de iluminamento dentro do prédio.

Desvantagens: limitação de vão


Consumo alto de aço
Grande quantidade de calhas ( calhas internas ao pavilhão)
Orientação ideal – a face dos translúcidos deve estar voltada para o sul.

3.1.4 Pórticos

Para efeito dos pavilhões, consideram-se pórticos a estrutura aporticada ( com nó pilar-viga rígido ) de
um só pavimento, geminado ou não.
Esse é o primeiro caso que se usa, além de peças treliçadas, perfis de alma cheia. Podem-se ter pórticos
com cobertura em duas águas, em uma água, em arco.

Vinculação: quanto à vinculação tem-se

Pórticos tri-rotulados Pórticos bi-rotulados Pórticos bi-engastados

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Consumo de aço: para pórticos treliçados: entre 17 a 22 kgf/m2


para pórticos de alma cheia: entre 19 a 26 kgf/m2

Proporcionamentos: idem, idem arcos e tesouras

Vantagens: a meso estrutura já vem incorporada com a cobertura


Possibilidade de fundações menores para pórticos rotulados na base.

Desvantagens: limitação de vãos: até 30 m


Consumo de aço alto: verificar se o consumo de aço supera a estruturação de pilares +
tesouras

3.1.5 Especiais

No item Estruturas Especiais enquadram-se as estruturas nitidamente diferenciadas, estruturas com


características espaciais, como treliças espaciais de múltiplo uso, estruturas para zenitais de shopping
centers, estruturas estaiadas etc..
Essas estruturas, por serem especiais, não fazem parte do dia a dia de quem trabalha com estruturas
metálicas, requerendo cuidados e estudos especiais focando as dificuldades inerentes à geometria, a
avaliação de ações envolvidas, escoamento da água, vinculações adequadas, limpeza do revestimento (
vidros ou policarbonato ) quando for o caso, etc..
Fica impossível estabelecer-se orientações, consumos de aço, regras de proporcionamento, vantagens e
desvantagens, já que a gama de formas, e soluções é muito diversa. Numa só palavra: para estruturas
especiais, o estudo a ser feito deve ser, também, especial.

3.2 Peças Secundárias

As Peças Secundárias complementam as chamadas peças principais, mas essa denominação não significa que
elas tenham uma importância secundária na estruturação de um prédio. Ao contrário, as peças secundárias –
Terçamento e Contraventamento – representam muito numa construção metálica, por um lado as terças, sendo
responsáveis por um consumo significativo de aço, e pelo outro, os travamentos sendo responsáveis pela
estabilidade geral da estrutura.
3.2.1 Terças

São vigas cuja função principal é sustentar as telhas e painéis de revestimentos.


Para não dificultar a montagem das terças prefere-se utilizá-las como isostáticas, ou tendo seu
comprimento limitado à distância entre os seus apoios.

Normalmente empregam-se perfis formados a frio como


terças com as seguintes seções:

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As terças feitas por perfis formados a frio são econômicas até `~10 metros de vão. Acima disso será
caso de se avaliar o uso de terças treliçadas.
Embora as terças sejam consideradas como peças secundárias, seu estudo, análise e
dimensionamento, são importantes pois elas representam de 35% a 50% do consumo global de uma
cobertura de aço.
Por isso são empregados alguns artifícios para se diminuir o peso das terças.
Citam-se, entre eles, o uso de terças com mão francesa

Usando-se terças com mãos francesas tem-se dupla vantagem: diminuir o consumo de material da terça
e travar o banzo inferior da treliça de apoio.
Ou terças estruturadas como vigas gerber

Com isso obtém-se uma distribuição de momentos muito próxima à distribuição de momentos de uma
viga contínua, sabidamente mais econômica que uma viga isostática, sem dificultar a montagem.
3.2.2 Contraventamento
O Contraventamento é um dispositivo construtivo que tem dupla função:
• Restringir a flambagem lateral das peças, diminuindo seu comprimento de flambagem fora do
plano, ou impedir deslocamentos laterais da estrutura. ( função Travamento )
• Oposição à forças longitudinais ( perpendiculares ao plano das peças principais ) causadas
pela ação do vento. ( função Contraventamento )
O estudo dos Contraventamentos é importante pois eles garantem a estabilidade geral da
estrutura, embora representem 10% do consumo global de aço de uma edificação.
A edificação, cujo o esqueleto é a estrutura metálica, tem três dimensões e trabalha em três
dimensões. A estrutura metálica é uma estrutura pré-fabricada, e em razão de sua vinculação
e ligação com as outras peças, há a necessidade de se prover elementos construtivos que
garantam a tridimensionalidade do seu comportamento. A estrutura deve ser estável , não só
em direções ou planos definidos, mas em qualquer direção.
Tomando-se o exemplo do aporticado abaixo, que faz parte de um prédio industrial.

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Quando se modelou a estrutura, as treliças principais, por definição só resistirão ações que
atuem no seu próprio plano. Entretanto, esse estado de ações é um caso muito particular.
A qualquer momento pode-se ter incidência de vento oblíquo, ou mesmo perpendicular ao
oitão. As ações, nesse momento, serão perpendiculares ao plano das treliças, que não
ofereceriam oposição. E seria necessário algum dispositivo que garantisse o comportamento
tridimensional da estrutura. É hora de lançar-se mão do sistema de contraventamento. Imagina-
se o pavilhão submetido à ação do vento em duas direções: transversal e longitudinal.

Na modelagem da estrutura e, sobretudo, por características construtivas, ao se ter a ação do


vento longitudinal, se não se prover
amarrações, a estrutura,
intuitivamente, se deslocará como
ao lado:

Pode-se dividir a responsabilidade de oposição às ações do vento longitudinal ao telhado e a


meso-estrutura.
Para que a cobertura resista à ação do vento longitudinal, basta criar-se uma treliça, deitada,
acompanhando e usando as peças do telhado.

Os banzos da treliça seriam a 1ª e 2ª tesouras. As diagonais, trabalhando só à tração, seriam os


contraventos e os montantes das treliças – elementos comprimidos – seriam as terças que
deveriam resistir – reforçadas se preciso – à compressão atuante.

A reação dessa treliça carregaria o topo dos pilares com uma força horizontal, que aliada à ação
distribuída sobre o oitão requereria a criação de um quadro que a elas se opusesse.
Esse quadro, formado pelos dois primeiros pilares e por uma viga superior se tornaria estável
com a adição de uma barra diagonal: um contravento vertical.

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Sistemas de contraventamento equivalentes seriam usados caso houvessem outras forças


longitudinais atuando: frenagem de uma ponte rolante, por exemplo.

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3.2.3 Correntes
As correntes, numa cobertura, são os travamentos das terças e tem tripla função:
 Diminuir o vão de flexão paralela à plano das telhas
 Travar lateralmente as terças, diminuindo seu comprimento de flambagem lateral
 Diminuir a torção das terças: para o caso de perfis com 1 ou nenhum eixo de simetria:
perfis U, U enrijecido, Z e Z enrijecido.

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Terça de
Cumeeira

Detalhe de fixação das correntes rígidas e flexíveis

Pode-se, também, utilizar só correntes rígidas.

Desenho parcial de uma V.Sup. só com correntes rígidas Detalhe de fixação das correntes e tirantes

4. Pavilhões
Chamam-se de Pavilhões as construções que se caracterizam por cobrirem grandes áreas, geralmente num só
pavimento – com pé direito alto - em naves únicas ou geminadas.
Os pavilhões se destinam à instalações industriais, armazéns, depósitos, ginásios de esportes, prédios para
exposições, shopping centers horizontais e hangares.
O estudo da organização construtiva e estruturação dos pavilhões e o conhecimento da escolha correta do
modelo estrutural, as dimensões e modulações adequadas, as proporções ideais – são importantes para um
projetista estrutural, porque nesse tipo de obra, uma vez definido o lay-out de função, e suas dimensões básicas,
o projeto será governado pela estrutura.

Na concepção estrutural deve-se levar em conta a necessidade de conforto do prédio ( iluminação e ventilação
naturais) sua orientação, a possibilidade de futuras expansões, a fabricação, transporte e montagem da estrutura
metálica e, principalmente, sua economia.
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4.1 Pavilhões Industriais


Caracterizam-se por prédios amplos, com plantas retangulares, com pé direito elevado e estrutura modulada
(altamente repetitiva).

Nesses pavilhões tem-se a presença de equipamentos de transporte ( pontes rolantes, talhas etc.) ou instalações
pesadas suportadas pela estrutura.

Como são grandes áreas cobertas, normalmente se resolve a ventilação e a iluminação via zenital.
Para prédios industriais, os tipos estruturais mais empregados são: Shed, Tesouras e Pórticos.

4.2 Armazéns
Os armazéns mais notáveis são os que se destinam à armazenagem a granel: prédios com grandes dimensões –
vão, comprimento e altura.
A cobertura deve ter uma forma que se adapte ao produto armazenado: em arco ou em pórtico treliçado de duas
águas.

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Normalmente são prédios com uma nave e não se constrói prevendo-se expansões.
Para que, na mesma área coberta, tenha-se condições de armazenamento mais, faz-se o piso do armazém em
“V”. Com isso a distância entre o piso e o fecho do arco torna-se grande, dificultando a montagem da estrutura
metálica.
A estrutura metálica desse armazém normalmente será dimensionada por hipótese de ações devidas ao vento.
Outros estados de carga são as ações ( concentradas) devidas ao passadiço superior e a correia transportadora e
as ações dos cabos de termometria.

4.3 Pavilhões para exposições


São prédios com áreas cobertas grandes, normalmente com planta retangular, e pé direito, comparado com as
dimensões em planta, baixo.
Caracterizam-se por serem prédios altamente modulados e a estrutura metálica serve tão somente como
cobertura, i.e., encontra-se desvinculada das divisões internas de serviço do pavilhão.
Por serem prédios onde o caráter promocional da obra é fator importante, deve-se tirar partido da estrutura
metálica , usando formas “não convencionais” tais como treliças tridimensionais, estruturas grelhadas etc..

A estrutura metálica será carregada por ações “normais”: peso próprio da estrutura, telhas e forro, e ações de
vento (determinante).
Deve-se ter lembrança da existência de ações devidas às instalações: elétrica e de ar condicionado,
normalmente suspensas na cobertura..

4.4 Ginásio de Esportes


Caracterizam-se por pavilhões, obrigatoriamente, com vão livre e distância piso-telhado significativos. Nem
sempre a planta desses prédios é retangular podendo-se ter plantas circulares ou plantas ovais ( de difícil
composição geométrica).

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Normalmente faz-se uma meso-estrutura aporticada em concreto armado acompanhando-se a forma das
arquibancadas, e a cobertura, em forma de arco ou variantes.

4.5 Hangares ( para aviões)


São prédios com 2 dimensões, largura e altura avantajadas (largura mínima 65 a 70m e altura > 22m).
Outra característica notável dos hangares é o portão principal com dimensões de + ou – 65 x 12m.
Os hangares por estarem situados perto a grandes descampados (campos de aviação) estão sujeitos a ação do
vento bastante rigorosa.
A composição da ação de vento externo com pressão interna com o portão – fechado ou não – resulta em
solicitações bastante significativas, na estrutura metálica.
Usam-se as mais variadas formas estruturais, porém os hangares executados no RS são em arco – como o
hangar da Varig- ou em pórticos ( hangares menores).

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5. Prédios de múltiplos pavimentos

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5.4.6 PRÉDIOS BAIXOS

• PILARES

• VIGAS

• LIGAÇÕES VIGAS-PILARES

- Soldadas
- Parafusadas
- Rebitadas

• CONSUMO DE AÇO

20 a 25 kgf/m2

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6. Estruturação de Entrepisos/Pavimentos

6.1 Estruturação “Clássica” (vigas sob paredes)

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6.2 Estruturação dissociada das paredes

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7. Vinculação em elementos estruturais de Pavimentos

Ligações Flexíveis: single plate, cantoneira dupla, end plate

Ligações Rígidas: end plate

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PÓS-GRADUAÇÃO em CÁLCULO
DE ESTRUTURAS DE AÇO

DIMENSIONAMENTO DE PERFIS FORMADOS A FRIO


Notas de Aula II – AÇÕES

JOINVILLE / 2010
Paulo Roberto Marcondes de Carvalho
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AÇÕES NAS ESTRUTURAS

Ações são as forças ou momentos externos aplicados à estrutura, podendo ser, também,
deformações impostas à mesma.

Ação Nominal é o valor “próprio” da ação

Ação de Cálculo é o valor da ação usado no dimensionamento da estrutura


Ação de cálculo = γ . Ação Nominal ou qd = γ q

Onde γ é o coeficiente de ponderação d indica de cálculo: em


condições de ser usado
no dimensionamento

Classificação das Ações: Ações Permanentes (G)


Ações Variáveis (Q)
Ações Excepcionais (E)
1. Ações Permanentes (G)
Atuam permanentemente na estrutura, não variando ao longo do tempo, nem mudando o
ponto de aplicação.
Exemplos: peso próprio da estrutura, peso próprio de todos os elementos construtivos,
tais como: pisos, paredes permanentes, revestimentos e acabamentos,
instalações e equipamentos fixos.
Em coberturas: - telhas
- peso próprio das estruturas
- forro e instalações fixas
Em pavimentos: - peso próprio das estruturas
- pisos, paredes, revestimentos
- instalações, tubulações

2-1
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As ações permanentes são SEMPRE verticais, e uniformemente distribuídas ao longo da


estrutura.

R=q S

S
S

R=q S

Forma de Atuação da Ação Permanente

2. Ações Variáveis (Q)


Podem atuar ou não na estrutura, podem atuar parcialmente, agindo em determinados
trechos, podendo ser ações fixas ou móveis.
Ações Variáveis Fixas ( ponto de aplicação não varia )
• Sobrecargas devidas à utilização da edificação ( pessoas, móveis e utensílios,
materiais armazenados )
• Empuxos de Terra e Pressões Hidrostáticas
• Variação de Temperatura
• Recalques nas fundações e Deformações impostas
• Vento e Neve

Ações Variáveis Móveis ( ponto de aplicação varia ao longo do tempo )


• Ação de veículos sobre pontes ou viadutos
• Ação de uma ponte rolante sobre uma viga de rolamento

2-2
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2.1 Sobrecarga devido à utilização

Em pavimentos: - pessoas Em coberturas: - montagem


( NBR6120 ) - móveis e utensílios 25 kgf/m2 - manutenção
- equipamentos (NBR 8800) - água
- paredes removíveis - neve (cfe. a região: 30 a 35 kgf/m2)
- equipamentos e instalações
- imprevistos
A Sobrecarga será sempre vertical, uniformemente distribuída em projeção vertical

R=q L
q

R=q L
L

Forma de Atuação da Sobrecarga

2.2 Ação do Vento


Pode-se considerar o vento atuando em duas direções preferenciais em relação à edificação.

0
VENTO 0

VENTO
LONGITUDINAL

0
VENTO 90

VENTO
TRANSVERSAL
2-3
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q2 q3 q q

V.T. q1 q4 q q

V.L.

q3 q4
q2 q5
q1 q6

V.T.

qL

V.L.

Forma de Atuação do Vento num telhado

Como estados de ações devido à atuação do vento consideram-se:


- Vento Transversal
- Vento Longitudinal
- ( Vento oblíquo )
- Pressão Interna

A ação do vento será sempre perpendicular à tangente da superfície da edificação

3. Ações Excepcionais (E)


Tem caráter de excepcionalidade: ações devidas à explosões, choques de veículos, efeitos sísmicos
etc. .

2-4
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4. Ação do vento nas edificações ( estudo da NBR 6123 )


Objetivo: determinar ( avaliar ) os carregamentos devidos à ação do vento

Definições de Norma

Barlavento – região da edificação voltada para o lado de onde sopra o vento.


Sotavento – região da edificação oposta àquela de onde sopra o vento.

Sobrepressão - pressão efetiva acima da pressão atmosférica de referência ( sinal positivo )


Sucção - pressão efetiva abaixo da pressão atmosférica de referência ( sinal negativo )

Velocidade Básica do Vento ( V0) é a velocidade de uma rajada de 3 segundos, que é excedida,
em média, uma vez em 50 anos, a 10 metros acima do terreno, em campo
aberto e plano.
A velocidade básica V0 é universal dentro de uma região
Velocidade Característica do Vento ( Vk ) é a velocidade do vento que carateriza uma condição de
topografia e localização do terreno, dimensões da edificação e sua importância em relação à uma
tempestade destrutiva.
Vk = V0 S1 S2 S3
Onde
S1 é o fator topográfico
S2 é o fator de rugosidade
S3 é o fator estatístico

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Pressão dinâmica (do vento ao longe): pdin


V 2 Vk em m/s, obtém-se pdin em kgf/m2
pdin = k
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APLICAÇÃO

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Coeficientes Aerodinâmicos
A ação estática do vento é determinada a partir dos chamados coeficientes aerodinâmicos.
Eles “traduzem/transformam” a pressão dinâmica em ação estática nas diversas partes da
edificação.
Esses coeficientes dependem da dimensão, forma e da parte da edificação a ser considerada, e
eles majoram ou minoram a pressão dinâmica.
Assim a ação numa “parede” da edificação será, sempre, o produto da pressão dinâmica por um
coeficiente aerodinâmico.

q = c ⋅ p din

Entre outros, citam-se os coeficientes externos: coeficiente de pressão, coeficientes de forma e


os coeficientes de arrasto e o coeficiente de pressão interna.

Coeficiente de Pressão:
Mede a força do vento numa pequena região da edificação.

Coeficiente de Forma:
Mede a força do vento numa “parede”da edificação.

Coeficiente de Arrasto:
Mede a força global do vento numa edificação.

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A{LICAÇÃO

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Coeficiente de Pressão Interna


Cálculo do coeficiente de pressão interna: por intermédio de um equilíbrio de vazões,
i.e.
o volume do ar que entra deve ser igual ao volume do ar que sai.

n m
∑ Aentra Ce − C pi = ∑ Asai Ce − C pi
1 1

O coeficiente de pressão interna é considerado constante em toda a edificação.


Conceitos de Parede Permeável e Parede Impermeável com relação ao vento.

Uma parede é dita Permeável quando ela tiver alguma abertura, mesmo que esteja
fechada.
Uma parede é dita Impermeável quando ela não tiver abertura alguma.

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APLICAÇÃO

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AÇÃO DO VENTO EM PRÉDIOS ALTOS

Conceitos de LARGURA e PROFUNDIDADE

Coeficiente do Arrasto : para prédios com planta retangular a NBR 6123 apresenta 2 casos:
Vento em locais de alta turbulência e vento em locais de baixa turbulência.

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Combinações de Ações para o Dimensionamento e Cálculo de Flecha


Como se viu vários estados de ações atuam numa estrutura.
Entretanto, para o dimensionamento dessa estrutura não adianta, somente, conhecê-los ou aplicá-los.
Teoricamente, nunca um estado de ação atuará isolado numa estrutura: o que vai ocorrer é a atuação de
dois ou mais estados de ação simultaneamente numa estrutura: precisa-se, então, criar o que se chama de
Combinação de Ações.
O projetista deve, então, avaliar quais estados de ações poderão ocorrer juntos, num determinado
momento e combiná-los, i.e. somá-los.
Ao criar uma Combinação de Ações, deve-se ponderar cada ação de acordo com o tipo de combinação,
que é fornecida pela Norma.
Existem três tipos de combinações de ações:
• Combinações Normais: ocorrerão normalmente durante a vida útil da estrutura
• Combinações Especiais ou de Construção: que ocorrerão durante a construção ou montagem da
estrutura
• Combinações Excepcionais: que ocorrerão excepcionalmente durante a vida útil da estrutura,

Combinações para o Dimensionamento


Lembrando que para o Dimensionamento se usa a Ação de Cálculo que é γ . Ação Nominal, as normas
estabelecem as combinações de ações e seus coeficientes de ponderação para cada caso de
combinação.
Combinações Normais
m n

∑( γ
i =1
gi FG i ) + γ q1 FQ1 + ∑( γ
j =2
qjψ 0 j FQj )

Combinações Especiais ou de Construção


m n

∑i =1
( γ gi FGi ) + γ q1 FQ1 + ∑( γ
j =2
qjψ 0 j ,ef FQj )

onde
FGi são as ações permanentes;
FQ1 é a ação variável considerada como principal nas combinações normais, ou como
principal para a situação transitória nas combinações especiais ou de construção;
FQj são as demais ações variáveis;
FQ,exc é a ação excepcional;
γg é o coeficiente de ponderação das ações permanentes, conforme a tabela 1;
γq é o coeficiente de ponderação das ações variáveis, conforme a tabela 1;
ψ0 é o fator de combinação, conforme tabela 2;
ψ0,ef é o fator de combinação efetivo das demais ações variáveis que
podem atuar concomitantemente com a ação principal FQ1, durante a
situação transitória.
O fator ψ0,ef é igual ao fator ψ0 adotado nas combinações normais, salvo quando
a ação principal FQ1 tiver um tempo de atuação muito pequeno, caso em que ψ0,ef
pode ser tomado igual ao correspondente ψ2.

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Tabela 1 — Valores dos fatores de combinação ψo e de redução ψ1 e ψ2 para as ações


variáveis

γf2
a

Ações
ψ0 ψ1 ψ2
d

Locais em que não há predominância de pesos e de


equipamentos que permanecem fixos por longos períodos 0,5 0,4 0,3
b
de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas
Ações
variáveis
Locais em que há predominância de pesos e de
causadas pelo
equipamentos que permanecem fixos por longos períodos 0,7 0,6 0,4
uso e c
de tempo, ou de elevadas concentrações de pessoas
ocupação
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens e
0,8 0,7 0,6
sobrecargas em coberturas

Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0

Variações uniformes de temperatura em relação à média


Temperatura 0,6 0,5 0,3
anual local

Passarelas de pedestres 0,6 0,4 0,3


Cargas móveis
e seus efeitos
dinâmicos Pilares e outros elementos ou subestruturas que suportam
0,7 0,6 0,4
vigas de rolamento de pontes rolantes
a
Ver alínea c) de 6.5.3.
b
Edificações residenciais de acesso restrito.
c
Edificações comerciais, de escritórios e de acesso público.
Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar para ψ2 o valor zero.
d

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Tabela 2 — Valores dos coeficientes de ponderação das ações γ f = γ f1 γ f3


Ações permanentes (γγg)
ac

Diretas
Peso próprio de
estruturas
Peso próprio de
Combinações Peso próprio Peso moldadas no Peso próprio
elementos
próprio de local e de de elementos Indiretas
de construtivos
estruturas elementos construtivos
estruturas industrializados
pré- construtivos em geral e
metálicas com adições in
moldadas industrializados equipamentos
loco
e empuxos
permanentes
1,25 1,30 1,35 1,40 1,50 1,20
Normais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)

Especiais ou 1,15 1,20 1,25 1,30 1,40 1,20


de construção (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
1,10 1,15 1,15 1,20 1,30 0
Excepcionais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)

Ações variáveis (γγq)


ad

Demais ações variáveis,


b Ações
Efeito da temperatura Ação do vento e incluindo as decorrentes
truncadas
do uso e ocupação

Normais 1,20 1,40 1,20 1,50

Especiais ou
1,00 1,20 1,10 1,30
de construção

Excepcionais 1,00 1,00 1,00 1,00

a
Os valores entre parênteses correspondem aos coeficientes para as ações permanentes favoráveis à segurança; ações
variáveis e excepcionais favoráveis à segurança não devem ser incluídas nas combinações.
b
O efeito de temperatura citado não inclui o gerado por equipamentos, o qual deve ser considerado ação decorrente do uso e
ocupação da edificação.
c
Nas combinações normais, as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança podem, opcionalmente, ser
consideradas todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,35 quando as ações variáveis decorrentes do uso e
2
ocupação forem superiores a 5 kN/m , ou 1,40 quando isso não ocorrer. Nas combinações especiais ou de construção, os
coeficientes de ponderação são respectivamente 1,25 e 1,30, e nas combinações excepcionais, 1,15 e 1,20.
d
Nas combinações normais, se as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança forem agrupadas, as ações
variáveis que não são favoráveis à segurança podem, opcionalmente, ser consideradas também todas agrupadas, com
coeficiente de ponderação igual a 1,50 quando as ações variáveis decorrentes do uso e ocupação forem superiores a 5
2
kN/m , ou 1,40 quando isso não ocorrer (mesmo nesse caso, o efeito da temperatura pode ser considerado isoladamente,
com o seu próprio coeficiente de ponderação). Nas combinações especiais ou de construção, os coeficientes de ponderação
são respectivamente 1,30 e 1,20, e nas combinações excepcionais, sempre 1,00.
e
Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de máximos é truncada por um dispositivo físico, de
modo que o valor dessa ação não possa superar o limite correspondente. O coeficiente de ponderação mostrado nesta
Tabela se aplica a este valor-limite.

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Combinações de Ações num Pavilhão

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Combinação de ações para determinação de flechas


O mesmo conceito de ponderação se aplica quando para avaliar deslocamentos.
Nas combinações de utilização são consideradas todas as ações permanentes, inclusive as deformações
impostas permanentes, e as ações variáveis correspondentes a cada um dos tipos de combinações,
conforme indicado a seguir:
a) combinações quase permanentes de utilização(relacionadas com a aparência da edificação):
combinações que podem atuar durante grande parte do período de vida da estrutura, da ordem da metade
deste período.
m n

∑F
i =1
Gi + ∑ (ψ
j =1
2 j FQj )

b) combinações freqüentes de utilização (relacionadas com o conforto dos usuários): combinações


que se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura, da ordem de 105 vezes em 50 anos,
ou que tenham duração total igual a uma parte não desprezível desse período, da ordem de 5%.
m n

∑F
i =1
Gi + ψ 1 FQ1 + ∑ (ψ
j =2
2 j FQj )

c) combinações raras de utilização (relacionadas a danos irreversíveis à estrutura): combinações que


podem atuar no máximo algumas horas durante o período de vida da estrutura.
m n

∑F
i =1
Gi + FQ1 + ∑ (ψ
j =2
1 j FQj )

onde:
FG é ação permanente;
FQ1 é a ação variável principal da combinação;
ψ1FQ é o valor freqüente da ação;
ψ2FQ é o valor quase permanente da ação;
ψ1, ψ2 são os fatores de utilização, conforme tabela de Fatores de combinação e fatores de
utilização

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