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PORTUGUÊS 12.

o ANO

PROVA-MODELO
GRUPO I
A
Leia o poema da M ensagem , de Fernando Pessoa.
Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor1 baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
5 Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo2 encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.


Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
10 (Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…

É a Hora!

Fernando Pessoa, Mensagem (ed. Fernando


Cabral Martins), Lisboa, Assírio & Alvim, 2014, p. 91
1
Fulgor: brilho intenso; clarão.
2
Fátuo: passageiro; efémero.

Cotações

1. Explique de que forma se manifesta neste poema a natureza épico-lírica de 16 pontos


Mensagem, justificando a sua resposta com elementos textuais.

2. Esclareça a forma com a personificação de Portugal é confirmada pelas antíteses 16 pontos


e paradoxos.

3. Evidencie o sentido dos dois últimos versos do poema, considerando a metáfora 16 pontos
e o uso inesperado de maiúscula.

4. Explicite de que modo a repetição dos pronomes «Ninguém» (versos 7 e 8) está 8 pontos
ao serviço da caracterização global de Portugal.

1
PREPARAR O EXAME NACIONAL

B
Leia o excerto do poema «O sentimento dum ocidental», de Cesário Verde.
I – Ave-Marias
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade1, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício2, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

5 O céu parece baixo e de neblina,


O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba3
Toldam-se d’uma cor monótona e londrina.
(…)

Semelham-se a gaiolas, com viveiros,


10 As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.

Voltam os calafates4, aos magotes5,


De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
15 Embrenho-me, a cismar, por boqueirões6, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

Cesário Verde, Cânticos do Realismo – O Livro de Cesário


Verde, (introd. Helena Carvalhão Buescu).
Lisboa, INCM, 2015, pp. 122-123
1
Soturnidade: qualidade de ser triste ou
sombrio.
2
Bulício: rumor; murmúrio; agitação.
3
Turba: multidão.
4
Calafates: operários.
5
Magotes: multidões.
6
Boqueirões: ruas ou travessas que vão
dar ao cais, ao rio.

2
PORTUGUÊS 12.o ANO

5. Mostre como este excerto dá vida à representação da cidade e dos tipos 16 pontos
sociais, apresentando transcrições que confirmem a sua resposta.

6. Explique em que medida o recurso a adjetivos e a verbos contribui para 16 pontos


caracterizar o sujeito poético e o recurso à comparação serve o propósito
de caracterizar as personagens que ele vê.

C
7. Na poesia de Fernando Pessoa ortónimo, encontramos a temática da 16 pontos
nostalgia da infância.

Escreva uma breve exposição sobre esta temática, referindo duas


características que a consigam espelhar.
A sua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicite as referidas características,
fundamentando-as com, pelo menos, um exemplo significativo;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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PREPARAR O EXAME NACIONAL

GRUPO II
Leia o texto.
Estudos dizem que viajar pode ser o segredo para uma vida mais longa
Será que o facto de viajar faz com que tenha uma vida mais longa? Há quem diga
que sim. Quem tenta prová-lo é June Scott, uma apaixonada por viagens com 86 anos.
Quando lhe perguntam onde vive, a resposta, em tom de brincadeira, é simples – «esta
manhã ou em viagem?».
5 June já visitou os sete continentes e 87 países e promete não parar. A sua casa fica
em Illinois, nos Estados Unidos, e é para lá que vai quando regressa de viagem. As suas
últimas paragens foram a Palestina e Israel, depois de uma passagem por Cuba. Em
dezembro, teve uma experiência a que chamou única: dormiu numa tenda no maior
deserto de areia do mundo – o Rub‘ alKhali, que abrange áreas da Arábia Saudita, de
10 Omã, dos Emirados Árabes Unidos e do Iémen −, muitas vezes considerado um dos
lugares menos explorados do planeta. E, no verão passado, sobrevoou a Costa dos
Esqueletos, na Namíbia, num pequeníssimo avião.
Mas June não é só uma avó com um passaporte recheado – é uma das participantes
de um estudo sobre «Super Aging», da Universidade Northwestern, em Illinois. «Super
15 Aging» é um termo que se aplica ao «bom envelhecimento», isto é, à maneira de envelhe-
cer sem perder capacidades mentais ou de memória. Os «SuperAgers» (termo aplicado
pelo neurologista Marsel Mesulam) são idosos cuja memória e atenção não estão sim-
plesmente acima da média para a idade, mas equivalem a pessoas quatro ou cinco décadas
mais novas.
20 À medida que a maioria dos seres humanos envelhece, os seus cérebros vão
encolhendo, o que leva a uma perda das capacidades intelectuais e cognitivas. «Pensa-se
que a atrofia contribui, em parte, para os momentos de esquecimento que os idosos
experienciam durante o envelhecimento», afirma Emily Rogalski, doutorada em
Filosofia e diretora do estudo.
25 Pelo contrário, os «SuperAgers» como June perdem menos volume de cérebro –
um estudo descobriu que, num período de 18 meses, as pessoas mais velhas normais
perdem duas vezes mais volume no córtex (a área do cérebro ligada ao pensamento
crítico) do que os «SuperAgers». Por outras palavras, o cérebro de June é considerado
mais jovem do que ela, com certas partes semelhantes aos cérebros de pessoas de
30 cinquenta anos. Lembre-se que June tem 86.
Mas afinal o que têm as viagens a ver com o caso?
June Scott dir-lhe-á que as viagens a mantêm viva e efetivamente mais nova: «Sou
uma pessoa curiosa. Quero aprender ao longo da minha vida, e as viagens tornam a
minha vida muito mais interessante», afirmou em entrevista à Condé Nast Traveler.
35 Durante o verão, June e a família não alugavam, como muitos outros, uma casa na
praia para as crianças poderem brincar. Ela, o marido e os filhos percorriam os Parques
Nacionais norte-americanos. Quando eram novos, June ficou em casa a tomar conta

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PORTUGUÊS 12.o ANO

deles. Só aos 40 se tornou professora. Mas nunca deixou de viajar. Durante a sua já longa
vida, June Scott conviveu com gorilas em Ruanda, e seguiu a sua árvore genealógica até
40 à antiga Checoslováquia.
Claro que nem todos os «SuperAgers» são apaixonados por viagens. No entanto,
o estudo sugere que «os SuperAgers tendem a ser socialmente ativos, mesmo quando
fazem voluntariado com os sem-abrigo, participam em grupos da igreja, jogam
cartas, leem histórias às crianças pequenas. E alguns, como June Scott, são viajantes
45 ávidos», conclui Emily Rogalski. Aliás, as conversas fazem com que os cérebros
funcionem. E quando as pessoas viajam, normalmente dialogam com o companheiro
de viagem, marido e grupo de amigos, mas também com desconhecidos.
Segundo esta apaixonada por viagens, as suas aventuras «abrem-lhe a visão e a forma
de pensar». Os pesquisadores acabam por concordar, já que os cérebros se enriquecem
50 com novidades e desafios. «Anteriormente pensava-se que nascíamos com uma certa
quantidade de neurónios e que esse número ia diminuindo», diz Rogalski. «Agora, esta-
mos a chegar à conclusão de que talvez não seja bem assim».
June assume ser uma felizarda por ter os meios e a energia suficientes para alimentar
a sua vontade de viajar e a constante procura de novas aventuras. «Quando não tenho
55 bilhetes de viagem na gaveta, sinto que estou a caminhar para a morte». Apesar de todas
as adversidades e dificuldades que vai encontrando pelo caminho, quando chega a um
lugar sente que os esforços compensam. «Eu acredito nas viagens. E acho que mais e mais
pessoas deveriam fazê-las, para que possamos todos ser embaixadores do mundo em que
vivemos», afirma.
60 E quais são os próximos planos desta octogenária? Uma viagem à Etiópia no próximo
outono, onde planeia explorar as igrejas escavadas na rocha e aprender sobre as diferentes
tribos do sul. «Será uma experiência muito ativa e por isso pensei: bem, quanto mais cedo,
melhor», conclui June Scott.
In Volta ao Mundo, 6 de julho de 2017
(disponível em www.voltaomundo.pt; consultado a 06/07/179)

1. Os dois primeiros parágrafos 8 pontos

(A) apresentam a britânica Jane Scott, realçando a sua característica mais peculiar:
ser uma viajante compulsiva.
(B) apresentam a americana Jane Scott, realçando a sua característica mais peculiar:
ser uma viajante compulsiva.
(C) apresentam e caracterizam todos os países visitados por Jane Scott.
(D) realçam as características turísticas de todos os países que Jane Scott já visitou.

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PREPARAR O EXAME NACIONAL

2. O uso de parênteses na linhas 16-17 serve o propósito de 8 pontos

(A) definição.
(B) confirmação.
(C) contraste.
(D) enumeração.

3. A frase interrogativa presente na linha 31 8 pontos

(A) questiona o conceito de «Super Aging».


(B) introduz a conclusão sobre a relação viagem-envelhecimento.
(C) introduz a explicação da relação viagem-envelhecimento.
(D) introduz a crítica subjetiva sobre a relação viagem-envelhecimento.

4. O oitavo parágrafo fornece-nos duas informações sobre Jane Scott, 8 pontos


(A) o seu passado turístico e o seu interesse pelos antepassados.
(B) o seu passado biológico e o seu interesse pelos antepassados.
(C) o seu presente turístico e o seu interesse pelos antepassados.
(D) o seu presente turístico e o seu interesse pelos seus descendentes.

5. Entre as linhas 54 e 59, as reproduções do discurso direto 8 pontos


(A) mostra-nos as dificuldades vividas pelo locutor.
(B) permite-nos perceber o sarcasmo do locutor.
(C) permite-nos perceber os sentimentos e opiniões do locutor.
(D) mostra-nos os projetos futuros do locutor.

6. Identifique a função sintática do elemento destacado na frase «E alguns, como 8 pontos


June Scott, são viajantes ávidos», conclui Emily Rogalski.» (linhas 44-45).

7. Classifique a oração «já que os cérebros se enriquecem com novidades e desa- 8 pontos
fios.» (linhas 49-50).

GRUPO III
Na sociedade contemporânea, o tempo livre das crianças é quase exclusivamente
dedicado às novas tecnologias, afastando-as do hábito milenar de brincar ao ar livre.

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas


palavras, defenda um ponto de vista pessoal sobre a ideia apresentada.

Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos,


e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
40 pontos

6
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO
GRUPO I • A
GRUPO I • B
1. «Nevoeiro» confirma, por um lado, a natureza
épica da obra porque trata de um país – 4. Este excerto mostra-nos a cidade e os tipos sociais
Portugal − cujo poder descobridor do passado por meio da deambulação do sujeito poético. A
afetou o mundo, sendo, portanto, de interesse cidade é especificada nas partes por onde circula:
universal. Esta ideia é confirmada pela seleção as «ruas» próximas do rio Tejo («o Tejo, a
de vocábulos relativos à História Portuguesa, maresia»), «os edifícios, com as chaminés, e a
tais como «rei», «lei», «paz», «guerra», turba», «edificações somente emadeiradas»
«Portugal». Por outro lado, o lirismo é (prédios em construção), «boqueirões», «becos» e
demonstrado pela caracterização desse país na «cais». Quanto aos tipos sociais, podemos
atualidade de Pessoa, ou seja, estando envolto reconhecer os membros do Povo (operários),
em «nevoeiro», o poeta contempla-o com designadamente, «os mestres carpinteiros» e os
tristeza e um tom de lamento (aqui está a «calafates», ambos em atarefado horário de
verbalização lírica de sentimentos), como se lê trabalho.
em «Este fulgor baço da terra / Que é Portugal
a entristecer». 5. Percebemos como se encontra o interior, o estado de
2. É pela personificação insaturada na sequência espírito do eu lírico pela leitura das duas primeiras
«Portugal a entristecer» que percebemos ser o estrofes. Assim, o sujeito lírico sente a «soturnidade» e a
país alvo de decadência. Se esta afirmação é «melancolia» que o envolvem e o afetam, o que
introdutória, as várias antíteses e paradoxos percebemos pelos adjetivos usados. Tudo lhe provoca
vão surtir o efeito de explicação e um «desejo absurdo de sofrer», «absurdo» porque,
concretização desse «entristecer» e respetiva porventura, não tem qualquer motivo lógico de
decadência. Consideremos primeiramente as sofrimento, a não ser a participação na envolvência. Por
antíteses presentes em «nem paz nem outro lado, «a cor monótona e londrina» dos edifícios
guerra», «Nem o que é mal nem o que é está a ser apresentada por meio de adjetivos que
bem», «ânsia distante perto chora» e revelam os seus sentimentos, uma vez que nela vê
«disperso» / «inteiro». Elas estão ao serviço impaciência e agitação típicas de uma grande capital −
dessa contradição de sentimentos e da falta de Londres. O que fica escrito confirma--se pelo uso de
visibilidade para com o futuro (acompanhados verbos, tais como «Despertam-me», «enjoa-
pela presença do «Nevoeiro»). Reconhecidas -me», «perturba» à medida que ele circula e pensa:
essas incertezas e sentimentos antitéticos, «Embrenho-me, a cismar» e «erro pelos cais».
Pessoa vai mais longe e traz à superfície Relativamente às personagens (sobretudo, os
textual paradoxos que espelham as carpinteiros) que o sujeito poético vê, a comparação revela
contradições internas de um Povo que já foi a forma maquinalmente obediente e concentrada como os
grande e agora está inerte e inseguro. Vejamos operários trabalham («Como morcegos, ao cair das
as sequências exemplificativas: «fulgor baço da badaladas, / Saltam de viga em viga os mestres
terra» (se existe brilho, então ele deveria ser carpinteiros.»).
iluminador, não «baço»); «brilho sem luz e
sem arder» (novamente a ilogicidade de um
«brilho» invisível) e «Ninguém conhece que GRUPO I • C
alma tem» (a «alma» pode ser entendida não
só como o interior de cada português, mas o 6. Não é possível ler a poesia de Pessoa ortónimo sem
sentimento de poder já demonstrado pelos refletir sobre a temática da nostalgia da infância. Na
feitos históricos do passado). Em síntese, verdade, é do conhecimento geral que o autor, através da
considerando «Portugal» como uma pessoa, sua escrita, se revela um homem saudoso, no sentido em
o poema apresenta-no-lo com os seus que rememora frequente- mente a felicidade e a inocência
respetivos sentimentos envolvidos em dos tempos da sua meninice, quando recupera pessoas,
contradição e incerteza. objetos ou ainda lugares. Podemos servir-nos de dois
exemplos significativos: a recordação do «sino» da sua
3. Funcionam como uma síntese do poema e «aldeia» e também a recuperação de uma figura feminina
também como um ponto de partida para o materna em «O menino de sua Mãe». Deste modo, e no
futuro. A metáfora em «hoje és nevoeiro» primeiro caso, as badaladas e pancadas de um sino
congrega em si toda a caracterização feita do (porventura da idade adulta) fazem ressoar aquelas de
nosso país até aqui e não deixa dúvidas: um seu semelhante nesse lugar longínquo mas caloroso
Portugal está num marasmo, ou seja, parado e que é, afinal, a «aldeia» onde o ortónimo viveu. Quanto
sem objetivos definidos. O referido ponto de ao segundo caso, a narração da morte deste soldado
partida é conseguido a partir da afirmação «É a jovem que jaz no campo de batalha leva o leitor a perceber,
Hora!», cuja maiúscula prova a certeza que entre outros aspetos, a dor que esta personagem feminina
Pessoa tem de ser este o preciso (e precioso) sentirá, quando souber do fim do «menino». Estes dois
momento em que Portugal volte a ser poderoso exemplos são reveladores da importância que a
e se encaminhe para a concretização de novos temática da nostalgia da infância tem na poesia de
e futuros feitos grandiosos. Fernando Pessoa ortónimo.

GRUPO II
4. A repetição do pronome está ao serviço da 1. (B); 2. (A); 3. (C); 4. (A); 5. (C).
intensificação da ideia de marasmo e apatia 6. Sujeito (simples).
que, segundo o poeta, tão bem caracterizam o
estado de Portugal e dos portugueses do seu 7. Oração subordinada adverbial causal.
tempo, o início do século XX.
GRUPO III

As crianças da atualidade são espelho do que a economia,


a ciência, a tecnologia e as tendências culturais lhes
oferecem. Por isso mesmo, não é de admirar que, com o
avanço da tecnologia de ponta, desde os anos 40 no Japão
até aos dias de hoje, os hábitos diários de (con)vivência se
vão moldando ao contexto. É verdade, por um lado, que o
manuseamento de instrumentos tecnológicos – brinquedos
para bebés, crianças de colo e crianças em idade escolar –
estimula o desenvolvimento intelectual, cognitivo e até
sensorial. Não é motivo de espanto nem sinal de riqueza
familiar ver uma criança do 1.º ciclo com um tablet, um
telemóvel, um iPhone ou uma PS4. Através deles, as
crianças embrenham-se em jogos de entretenimento, de
estratégia, de aprendizagem de línguas estrangeiras e
demais jogos temáticos. Não obstante, crescem efeitos
secundários ou colaterais indesejados, quando atingem
proporções exageradas – o isolamento, o individualismo, o
sedentarismo e a falta de convivência física (não virtual) com
crianças da sua faixa etária. É neste sentido que surge a falta
das brincadeiras ao ar livre, nos parques, nas ruas, na
praia, para citar alguns casos. Consideremos dois dos
exemplos mencionados: o sedentarismo e o isolamento.
Se não brinca ao ar livre, a criança não pula, não cai ao chão,
não corre, não se suja, não experimenta o mundo com as
mãos e o corpo, não se mexe. Daí que o sedentarismo possa
resultar no atrofiamento muscular e na obesidade.
Por outro lado, só as brincadeiras ao ar livre combatem o
isolamento dos jogos de computador, iPhone ou PS4. É
junto da natureza que os «pequenos adultos» convivem,
desenvolvem competências comunicativas e sociais, o
que os levará a ter bem-estar psicológico, tranquilidade,
plenitude. Procuremos conciliar o usufruto do que a
tecnologia nos dá com a natural aptidão para aproveitar
o ar livre.

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