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NOVOS NEGÓCIOS
autor do original
ALEXANDRE APARECIDO DIAS
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial durval corrêa meirelles, juarez jonas thives júnior, luiz
alberto gravina belmiro, ornella pacífico
Diagramação fabrico
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
ISBN: 978-85-5548-004-1
Prefácio 7
Aspectos macroeconômicos 35
O processo de planejamento 39
7
1
A empresa,
o ambiente e a
identificação de
oportunidades de
negócio
1 A empresa, o ambiente e a identificação de
oportunidades de negócio
OBJETIVOS
Nesse capítulo conheceremos quais são as fontes de oportunidades de negócios, bem como
os tipos de empreendimentos por meio dos quais o empreendedor pode explorar uma opor-
tunidade de negócio. Além disso, compreenderemos a natureza jurídica das empresas.
REFLEXÃO
Você deve se lembrar de que qualquer organização, de qualquer porte (pequena, média ou
grande) ou segmento que seja, tem como razão de sua existência atender a uma necessidade
de mercado. Assim surge o empreendedorismo, com o propósito de transformar uma oportu-
nidade em resultado e proporcionar benefícios para a sociedade. O movimento empreendedor
é a mola propulsora para o desenvolvimento econômico e a melhoria do bem-estar social.
10 • capítulo 1
1.1 Empresa e gestão
Lógico que podemos. Veja bem, há uma relação entre empresas e negócios.
Segundo Serpieri (apud GRAMSCI, 2002), uma empresa é o local no qual o negó-
cio se materializa, dessa forma, uma empresa pode ter vários negócios transfor-
mando insumos em produtos/serviços com valor agregado, conforme mostra o
quadro 1.1.
capítulo 1 • 11
Empresa
Negócio Negócio
Entrada Entrada
Negócio
Processamento Processamento
Entrada
Saída Saída
Processamento
Saída
Ambiente Remoto
Sociedade Cultura
Ambiente Próximo
Política Educação
Entradas Processamento Saída Governo
Acionistas
Materiais
Recursos Produtos Legislação
Comunicação Equipamentos EMPRESA Comunidades
Naturais Bens e tributos
Energia
Serviços
Pessoas
Sindicatos Informações Clientes
Clima Economia
Fornecedores
Demografia Tecnologia
Concorrente
12 • capítulo 1
A vulnerabilidade do negócio/empresa a essas variáveis é o que chamamos
de risco do negócio, uma vez que essas variáveis são fatores críticos de sucesso
do negócio e, dependendo do comportamento delas, o negócio pode sofrer per-
das ou, ainda, oportunidades podem surgir.
Essas variáveis permeiam o que Chiavenato (2007) chama de macro-ambiente
da empresa que, em outras palavras, é o ambiente no qual a empresa está operan-
do, e que tem se tornado cada vez maior com a globalização.
A figura 2 mostra esse macroambiente da empresa segundo a visão de Chia-
venato (2007).
Além do macroambiente, Chiavenato (2007) também chama a atenção para
a existência de um microambiente, que é o ambiente no qual a empresa opera,
isto é, é aquele no qual a empresa consegue obter recursos de seus fornecedo-
res às entradas dos processos dos negócios e, também, é o local onde mais ime-
diatamente a empresa pode dar vazão aos produtos/serviços produzidos pelo
negócio.
A instabilidade dos setores, que compõem o microambiente, também po-
dem oferecer riscos ao negócio, podendo causar perdas, ou então, podendo
mostrar oportunidades.
Macroambiente
Variáveis Variáveis
Legais Culturais
Variáveis Variáveis
Empresa Tecnológicas
Ecológicas
Variáveis Variáveis
Demográficas Sociais
Variáveis
Econômicas
capítulo 1 • 13
Macroambiente
Macroambiente
Concorrentes
Clientes/
Fornecedores Empresa
Consumidores
Entreadas ou insumos Entradas ou insumos
Agências
Reguladoras
14 • capítulo 1
É importante destacar que toda e qualquer mudança organizacional gera
sentimentos diversos entre os funcionários dada a insegurança causada pela
incerteza dos novos procedimentos a serem adotados. O que pode causar a re-
sistência dos indivíduos. Portanto, ao implementar processos de mudança, os
gestores devem administrar a ansiedade decorrente das novas circunstâncias.
As mudanças podem ser classificadas em dois tipos: mudanças não plane-
jadas e mudanças planejadas. As mudanças não planejadas são aquelas cujo
gestor não tem o menor controle sobre a sequência de acontecimentos. São fa-
tores totalmente imprevistos e que geram ações de controle de danos e readap-
tações. Por exemplo: fenômenos naturais, intervenções governamentais não
esperadas e crises econômicas globalizadas podem acontecer repentinamente
e exigir ações imediatas e não programadas. Por outro lado, as mudanças pla-
nejadas partem de uma postura proativa da empresa, são ações intencionais e
orientadas para resultados como, por exemplo, adoção de novas tecnologias,
redirecionamento estratégico, busca por fornecedores mais adequados etc.
capítulo 1 • 15
essenciais para criar empresas competitivas, gerenciar corporações globais e
fornecer serviços e produtos úteis aos clientes (LAUDON; LAUDON, 2011).
CONEXÃO
Steven Johnson, citado como um dos mais influentes pensadores do ciberespaço pelos pe-
riódicos Newsweek, New York Magazine e Websight, fez uma análise sobre como surgem as
boas ideias. Assista ao vídeo no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=G5Dir4jYf58
16 • capítulo 1
za a chance de oferecer uma solução mais econômica. A companhia aé-
rea Gol, por exemplo, soube explorar muito bem essa situação, adotando
uma estratégia de baixo custo e baixo preço.
• Tempo longo demais para atingir a um objetivo. Ao identificar essa si-
tuação, por exemplo, os Correios propuseram os serviços de Sedex e de
Sedex 10.
• Rotinas complexas e serviços de má qualidade e, nesses casos, o empre-
endedor cria e implementa uma solução para melhorar o atendimento
de uma necessidade.
Segundo Maximiano (2006), ao analisarmos as fontes de oportunidades
com maior nível de detalhe identificaremos pelo menos sete, listadas no qua-
dro 1.2 e discutidas na sequência.
Aperfeiçoamento do negócio
Exploração de hobbies
Derivação da ocupação
Observação de tendências
capítulo 1 • 17
Novo negócio com base em conceito existente
Muitas soluções já existentes podem contribuir para o surgimento de um novo
negócio. Você, enquanto empreendedor, pode vislumbrar uma oportunidade in-
troduzindo um diferencial a partir de uma solução já desenvolvida. Por exemplo,
possivelmente existem algumas padarias na sua cidade, mas conhece alguma que
oferece rodízio de café da manhã? Caso não tenha, você pode abrir um negócio
novo para explorar essa oportunidade, embora o conceito implícito no empreen-
dimento (padaria) não seja novidade.
Aperfeiçoamento do negócio
O aperfeiçoamento do empreendimento é a busca pela introdução de ino-
vações incrementais nos produtos ou no próprio modelo de negócio. Muitas
ideias surgem a partir de uma avaliação contínua do negócio atual. Essa avalia-
ção mantém a empresa competitiva e evita que os produtos se tornem obsoletos
ou defasados. Além do mais, a concorrência sempre busca imitar as boas ideias,
motivo pelo qual o empreendedor deve aperfeiçoar o negócio constantemente.
Exploração de hobbies
“Um hobbie do potencial empreendedor poderá transformar-se em oportu-
nidade de negócio a partir do momento em que identificar suas possibilidades
comerciais em algum segmento da sociedade” (MAXIMIANO, 2006, p. 22). A
realização de algum tipo de esporte ou atividade de lazer pode gerar ideias inte-
ressantes de negócios. Segundo o autor, um excelente exemplo é a invenção do
walkman, criado por Aiko Morita, que desejava ouvir música ao mesmo tempo
em que praticava golfe.
18 • capítulo 1
Derivação da ocupação
Você pode empreender a partir de sua atuação profissional ou formação.
Inúmeros são os exemplos de administradores que abrem consultorias espe-
cializadas, fisioterapeutas que criam clínicas com serviços diferenciados, pro-
fessores que optam por abrir suas próprias escolas, advogados que montam
renomados escritórios e assim por diante.
Muitas vezes, o indivíduo que tem uma ideia ou identifica uma oportunidade, acredita
que deve patenteá-la. Na verdade, a “patente é um título de propriedade temporária
sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou
autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação”
(INPI, 2012). Serve, portanto, para proteger uma invenção e por meio dela previne-se a
ação desleal de competidores. Mas é importante destacar que no Brasil, é passível de
patenteamento apenas produtos, processos ou ambos. Ou seja, ideias e concepções
abstratas não são matérias passíveis de patenteamento.
capítulo 1 • 19
mente não mais de três ou quatro – durante seus anos dinâmicos e produtivos”
(DORNELAS; TIMMON; SPINELLI, 2010, p. 73).
Birley (2001) argumenta que, ao analisar uma oportunidade, o empreende-
dor deve considerar o potencial e a participação de mercado, possibilidade de
proteção (por meio de patentes, por exemplo), viabilidade técnica e econômica
e os custos de saída.
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20 • capítulo 1
CRITÉRIOS DE ANÁLISE PERGUNTAS A SEREM RESPONDIDAS
DA OPORTUNIDADE
O produto tem compradores potenciais?
Quem compraria?
Há sazonalidade?
capítulo 1 • 21
Há controles governamentais sobre o produto ou tipo
de negócio?
Viabilidade de mercado
A viabilidade de mercado é um critério essencial para avaliar oportunidades
de negócio. Uma empresa só existe quando há clientes ou consumidores que
compram seus produtos. Assim, o empreendedor deve avaliar se há mercado
para o seu produto, qual é o tamanho dele, o seu padrão de consumo e o quanto
as pessoas estão dispostas a pagar. Lembrando que na maioria dos casos das
empresas nascentes não há recursos suficientes para se realizar pesquisa de
mercado. O empreendedor deve fazer estimativas a partir de dados disponíveis
no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisar o mercado de
produtos similares, consultar a opinião de especialistas, etc.
Concorrência
Analisar a concorrência lhe trará informações sobre os desafios que en-
frentará quando abrir a sua empresa. Além do mais, deve conhecê-los para
planejar o negócio e implementar estratégias para diferenciar seu produto.
Destaca-se que em alguns setores há fortes barreiras para novos ingressantes,
por meio das quais grandes concorrentes podem reagir rapidamente com a
entrada de um produto competidor. Por exemplo, uma empresa multinacio-
nal que produz um bem em larga escala pode reduzir o preço por um período
se perceber a existência de um novo concorrente. Esse tipo de empresa tem
fôlego financeiro para assumir os prejuízos até que o novo ingressante fique
impossibilitado de competir com base em tal patamar de preços o que pode,
inclusive, levá-lo à falência. As barreiras de entrada podem ser: capital para
22 • capítulo 1
o investimento elevado; alto e complexo conhecimento técnico; dificuldades
para obtenção de matéria-prima; exigência de licenças especiais; existência
de contratos, patentes e marcas que dificultam a legalização da empresa (SE-
BRAE, 2012).
Viabilidade de produção
A viabilidade de produção diz respeito à possibilidade de produzir o pro-
duto que a empresa se propõe a fornecer. Essa análise contempla responder a
duas questões principais:
• É possível fabricar o produto ou prestar o serviço?
• O que é necessário para fornecer o produto ou serviço?
Controle governamental
Há setores nos quais o governo exerce controle e a empresa deve atender à
legislação vigente. Por exemplo, os setores de alimentos e de medicamentos
capítulo 1 • 23
seguem as normas da Vigilância Sanitária, que determinam uma série de re-
quisitos a serem cumpridos pelas empresas a fim de salvaguardar a saúde e a
segurança dos consumidores.
24 • capítulo 1
Escolher o tipo de empresa também faz parte da operacionalização do em-
preendimento. Ele refere-se ao formato pelo qual o negócio será viabilizado.
Assim, antes de optar o empreendedor deve analisar a aderência do tipo da em-
presa ao perfil da oportunidade que busca explorar. Os principais tipos descri-
tos por Maximiano (2006) são apresentados a seguir, lembrando que há outros
formatos que não são abordados nesse material por serem mais adequados
para grandes empresas.
Empresa tradicional
É a organização com a finalidade de obter lucro por meio do oferecimento
de bens e serviços, atuando em algum dos vários setores de atividade econômi-
ca, tais como os exemplos apresentados na figura 4, lembrando que eles não
esgotam a lista de tipos de negócios por setor.
Comércio Indústria
Atacado • Agroindústria
• Distribuidora de combustível • Indústria manufatureira
• Distribuidora de bebidas • Indústria bélica
• Fabricantes em geral que • Indústria pesada
vendem por atacado para o Tipos de • Indústria aeronáutica
comércio varejista empresas • Indústria tecidos
• Indústria roupas
Varejo • Indústria alimentos
• Loja de departamentos • Indústria calçados
• Ótica • Indústria perfumes
• Sapataria • Indústria farmacêutica
• Mercado • Indústria da construção
• Indústria de papel e celulose
Serviços • Indústria petroquímica
• Indústria digital
• Indústria automotiva
capítulo 1 • 25
Empresa familiar
Em geral, é criada para melhorar a condição socioeconômica de uma família
que, no início do negócio, divide entre os seus integrantes as tarefas e os benefí-
cios. Com o passar o tempo é comum o envolvimento de outros membros da famí-
lia, gerando questões de grande complexidade tais como a participação dos des-
cendentes e cônjuges, divisão dos lucros e transição da gestão pelos sucessores.
Franquia
CONEXÃO
Há vários exemplos de sistemas de franquias de sucesso. Não deixe de pesquisar um pouco
sobre dois deles que têm feito muito sucesso: a rede de franquia de lojas da Ice by Nice
(www.icebynice.com.br) e da Chilli Beans (www.chillibeans.com.br).
26 • capítulo 1
Cooperativas
A cooperativa é uma forma de organização, constituída pelos membros asso-
ciados que possuem interesses em comum e aos quais presta serviços. Assim, o
cooperado é ao mesmo tempo dono e usuário dos serviços que lhes são prestados
por ela. Uma vez que reúne no mínimo 20 membros, a cooperativa tem como ob-
jetivo diminuir os custos por meio da operação em grande escala (MAXIMIANO,
2006). São exemplos de cooperativas:
• Cooperativa agropecuária – reúne produtores rurais para a compra cole-
tiva de insumos e a venda em comum da produção dos cooperados, den-
tre outros serviços.
• Cooperativa de consumo – reúne consumidores para a compra em co-
mum de bens de uso pessoal e doméstico.
• Cooperativa habitacional – reúne pessoas que desejam comprar terrenos
e construir casas ou prédios residenciais.
• Cooperativa de trabalho – reúne profissionais da mesma categoria que se
unem para conseguir clientes ou trabalho para os cooperados.
• Cooperativa de produção – reúne operários de um fábrica para coorde-
nar o funcionamento dela.
• Cooperativa de crédito – reúne a poupança dos cooperados para oferecê
-la na forma de crédito aos seus membros.
• Cooperativa educacional – é formada por pais e cuja cooperativa é a man-
tenedora da escola frequentada por seus filhos.
• Cooperativa de saúde
capítulo 1 • 27
dades em nome coletivo, em comandita simples e as limitadas. As sociedades
anônimas e as em comandita por ações são sempre de capital.
Ao fazermos um levantamento das atividades empresariais ocorridas na
economia nacional, logo poderemos verificar que o nosso mercado é composto
basicamente de pequenas e médias empresas que, com a pujança das grandes
empresas que coexistem em menor proporção, sustentam economicamente o
nosso país.
Adentrando nas estruturas jurídicas destas pequenas e médias empresas,
verificamos que são sociedades de pessoas constituídas sob o molde das so-
ciedades limitadas. Portanto, há de ser concluído que este tipo societário é o
de maior ocorrência no cenário econômico-jurídico do país. A razão da grande
difusão das sociedades limitadas está justamente em sua estrutura de menor
rigor, somado o grande fato de protegerem o patrimônio particular dos sócios
em situações de insolvência da sociedade de que participam.
ATIVIDADE
1. Como o empresário brasileiro deve estruturar suas estratégias de atuação, dada as in-
tensas modificações do ambiente de negócios?
5. Faça uma pesquisa no site do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e veri-
fique quais são os passos para o registro de marcas.
REFLEXÃO
Pense em uma oportunidade para a qual tenha interesse em explorá-la.. A seguir, reflita sobre
as seguintes questões propostas por Maximiano (2006):
28 • capítulo 1
1. Você pretende montar o seu próprio negócio ou adquirir um existente?
2. Se você vai montar o seu próprio negócio:
a) Qual a viabilidade de mercado?
b) Qual a viabilidade de produção?
c) Como a concorrência está caracterizada?
d) Há controles ou imposições governamentais?
LEITURA
O texto a seguir é um trecho retirado da Revista Exame PME. Não deixe de acessá-lo na
íntegra! Ele está disponível na internet!
capítulo 1 • 29
REFLEXÃO
AGÊNCIA ESTADO. Notícias. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Revis-
ta/Common/0,,EMI242314-17180,00-FOXCONN+ADIA+PRODUCAO+DE+TA-
BLET+NO+BRASIL+PARA+SETEMBRO.html>. Acesso em: 19 abr. 2012.
BIRLEY, S. Uma oportunidade – mas ela vale a pena? In: BIRLEY, S.; MUZIKA, D. (Orgs.).
Dominando os desafios do empreendedor. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001,
p. 26-30.
BRUNI, A. L. Globalização financeira, eficiência informal e custo de capital: uma análise das
emissões de ADRs brasileiros no período 1992-2001. Tese (Doutorado em Finanças) – Fa-
culdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo( FEA
-USP), São Paulo, 2002.
LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de informações gerenciais. 9. ed. São Paulo: Pearson,
2011.
30 • capítulo 1
SALIM, C. S. Construindo planos de empreendimentos: negócios lucrativos, ações sociais e
desenvolvimento local. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Agora que você já sabe como identificar e selecionar uma oportunidade, o próximo capítulo
trata sobre a análise de conjuntura econômica e o planejamento de um novo empreendimen-
to. Por meio deles, você terá condições de iniciar uma análise preliminar sobre a viabilidade
do negócio, o que lhe permitirá tomar uma decisão mais consistente em termos das estraté-
gias para a implementação e acompanhamento do negócio.
capítulo 1 • 31
2
Economia,
planejamento e
estratégia
2 Economia, planejamento e estratégia
Ao optar por explorar uma oportunidade e propor um empreendimento, é
fundamental que o empreendedor realize todos os estudos e análises a fim de
orientar a tomada de decisão. Ou seja, agora é o momento de planejar o seu
negócio. É importante ressaltar que a atividade de planejamento aumenta as
chances de a empresa ser bem-sucedida na medida em que o empreendedor
estabelece metas e define estratégias para atingi-las.
Para se ter uma ideia, o SEBRAE (2007) identificou que para quase 70% das
empresas extintas em 2008, as falhas gerenciais se configuraram como a razão
mais importante para o encerramento das suas atividades, com destaque para:
ponto/local inadequado, falta de conhecimentos gerenciais e desconhecimen-
to do mercado. O que denota que a cultura do empreendedor brasileiro não
valoriza o esforço do planejamento que, se realizado, poderia evitar a tomada
de decisões equivocadas e antever problemas.
Assim, o planejamento lhe ajudará a responder à seguinte questão: vale
a pena abrir determinado empreendimento? Ao finalizar as suas análises do
ambiente externo e interno, você chegará a uma resposta positiva ou negativa.
Eventualmente, se a resposta for negativa e o planejamento apontar que a em-
presa não é viável, o empreendedor não deve se frustrar. Pelo contrário, uma
análise criteriosa provavelmente lhe apontará outras estratégias que, se incor-
poradas no planejamento, poderão tornar o empreendimento viável. Dessa
forma, o esforço do planejamento é extremamente importante para explicitar
objetivos e estratégias que orientem a empresa para o sucesso.
OBJETIVOS
Esse capítulo tem como objetivo apresentar a importância de se realizar o planejamento de
uma nova empresa, por meio de um conjunto de análises do ambiente interno e externo.
Assim, estudaremos como desenvolvê-lo e o roteiro para a sua elaboração.
REFLEXÃO
Você deve lembra-se de que o empreendedor precisa tornar clara a direção para a qual a
empresa deve seguir. O planejamento permite às empresas identificarem seus objetivos e
34 • capítulo 2
traçarem as formas pelas quais tais objetivos serão atingidos. Para tanto, o empreendedor
necessita avaliar as forças e fraquezas internas da empresa a ser criada, assim como as opor-
tunidades e ameaças provenientes do ambiente externo. Dessa forma, objetivos consistentes
poderão ser definidos, os quais guiarão a mobilização de recursos e o alcance de resultados.
Mankiw (2005, p. 27) define macroeconomia como sendo “o estudo dos fenô-
menos que englobam toda a economia”. Chamamos de forças macroambien-
tais as forças que são externas às organizações. Sobre estas variáveis, a empre-
sa não tem controle por serem determinadas pelo ambiente econômico no
qual se encontra.
Os fatores comumente associados à macroeconomia são: nível de empre-
go e renda, inflação, taxa de juros e crescimento econômico (MANKIW, 2005).
Tais fatores são responsáveis pelo desempenho da economia em curto e lon-
go prazo, os quais contribuem para moldar um ambiente econômico saudável
para estimular investimentos e a criação de empresas. O ambiente econômico
é considerado saudável quando há incentivo para a iniciativa privada e os em-
preendedores avaliam que as chances de lucro compensam os riscos aos quais
um empreendimento está sujeito.
Assim, ao tomar a decisão de iniciar um empreendimento, o empreendedor
deve realizar uma análise da conjuntura econômica, pois as principais tendên-
cias macroambientais impactam o andamento dos negócios. Vejamos algumas
considerações.
capítulo 2 • 35
Inflação: considera-se que a inflação é o aumento persistente dos preços,
que envolve o conjunto da economia, e do qual resulta uma contínua perda do
poder aquisitivo da moeda. O processo inflacionário se verifica sempre que se
registra um aumento no nível geral de preços da economia, como, por exemplo,
o aumento da gasolina, da farinha de trigo, dos salários, do preço da terra, entre
outros. O processo inverso é denominado deflação, que é quando se observa
uma redução generalizada do nível de preços e dos custos.
36 • capítulo 2
nidades para as empresas. Por exemplo, atualmente o Brasil possui uma quan-
tidade insuficiente de engenheiros perante a demanda que as empresas têm
por este tipo de profissional. Consequentemente, as empresas estão pagando
salários maiores para engenheiros.
Deve-se destacar que o crescimento econômico não gera, necessariamente,
desenvolvimento econômico. Um dos fatores que estão por trás dessa indesejável
falta de relação entre aumento da produção e melhora na qualidade de vida é a
má distribuição de renda que, no caso do Brasil, é bastante evidente. Ainda que
nos últimos anos a concentração de renda tenha diminuído no país, o panorama
ainda está muito longe de ser comparável com o de países desenvolvidos.
capítulo 2 • 37
tendência de a demanda por ele diminuir. Ou seja, existe uma relação inversa
entre preço e quantidade demandada. Mas há de se destacar outras variáveis
que podem afetar o consumo:
• A renda dos consumidores: quando a renda aumenta, existe uma ten-
dência de aumento do consumo.
38 • capítulo 2
• Preço dos bens substitutos: a oferta de um terminado bem ou serviço
pode ser afetada pelo nível de preço de um bem ou serviço substituto.
Por exemplo, se o preço da soja aumentar e o do milho diminuir, os agri-
cultores se sentirão motivados a produzir uma quantidade maior de soja
em detrimento do milho.
capítulo 2 • 39
• Tomada de decisões que afetam o futuro, para reduzir sua
incerteza.
• Análise do ambiente em que a organização está inserida.
Feedback e Formulação de
Implementação estratégia
controle
40 • capítulo 2
Já a visão corresponde ao estado ou situação altamente desejável de uma realida-
de futura, considerada possível, descrita de forma simples e objetiva e compartilha-
da por todos aqueles que trabalham na empresa. Baseada nas aspirações e valores
fundamentais para uma organização, ela traduz a ideia do que a empresa será e de
como estará no futuro, orientando seus colaboradores na tomada de decisão.
CONEXÃO
Conheça a missão e a visão da Coca-Cola, Natura e Google, respectivamente, acessando:
http://cocacolabrasil.com.br/coca-cola-brasil/
http://www.natura.com.br/www/a-natura/sobre-a-natura/essencia/
http://www.google.com.br/corporate/
capítulo 2 • 41
A análise interna fornece aos tomadores de decisões estratégicas um pano-
rama das habilidades e recursos da empresa, bem como seus níveis de desem-
penho gerais e funcionais (BATEMAN; SNELL, 1998). No caso de uma empresa
ainda em fase de concepção, a análise interna permite identificar suas princi-
pais fragilidades a fim de que o empreendedor aja sobre elas.
Nesta etapa, a técnica de benchmarking pode ser útil ao permitir que o em-
preendedor identifique as melhores práticas de gestão, em qualquer tipo de
organização, e as incorpore na nova empresa. O benchmarking busca a acelera-
ção dos ciclos de aprendizagem, redução de prazos e custos, busca de melhores
processos e práticas inovadoras (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).
CONCEITO
Benchmarking é uma técnica por meio da qual a organização compara o seu desempenho
com o de outra. É a contínua busca por melhores práticas, interna e externamente à organi-
zação, com o objetivo de acelerar a aprendizagem e levar a vantagens competitivas susten-
táveis (CORRÊA; CORRÊA, 2007).
42 • capítulo 2
ço de instituições centrais, como a escola, igreja, empresas e governo. Por
outro lado, valores secundários (como idade apropriada para casamento e
maioridade legal) mudam com mais facilidade. Um exemplo de como os
fatores socioculturais afetam os negócios é o caso do aplicativo Secret, que
foi banido no Brasil por conta dos constrangimentos que alguns usuários
relataram. Concomitantemente, a justiça brasileira interveio e determi-
nou a retirada do aplicativo do mercado brasileiro em meados de 2014,
poucos meses depois de ter sido lançado no país.
Os critérios para escolha dos objetivos são fixados de acordo com a prio-
ridade e a contribuição para o alcance dos resultados-chave da empresa. Por
exemplo, ao selecionar objetivos, empreendedores devem verificar se eles estão
atrelados com atividades que geram valor para a empresa. Além disso, os obje-
tivos devem ser específicos, mensuráveis e claros.
capítulo 2 • 43
Vantagens competitivas: um dos elementos básicos de um plano estratégico
é a definição de vantagens competitivas, ou seja, são as competências pelas quais
a organização pretende diferenciar-se de seus concorrentes. Uma vantagem
competitiva pode ser compreendida como algo que a empresa faz especialmen-
te bem em relação aos seus concorrentes e que, portanto, tornam-se atributos
difíceis de serem copiados. Por exemplo, o Google é extremamente competente
em recrutar, selecionar e reter talentos. Já a vantagem competitiva do Wall Mart
é a sua capacidade de gerenciar eficazmente a cadeia de suprimentos.
Uma vantagem competitiva é criada fundamentalmente a partir do valor que
uma empresa consegue criar para seus clientes e consumidores e que ultrapassa
o custo de se obtê-lo. Podemos entender o valor, segundo Porter (1990), como
aquilo que os clientes estão dispostos a pagar. Assim, a criação de valor pode se
dar mediante a oferta de preços mais baixos ou do fornecimento de benefícios
singulares que compensam um preço mais alto.
Para Porter (2001), as empresas nacionais desenvolvem a competitividade
justamente por meio da competição com empresas de outros países. Neste sen-
tido, Urbasch (2004) recomenda ao empresário competir em mercados “difí-
ceis” e exigentes”, justamente por forçá-los a se adaptar, inovar e mudar para
acompanhar os movimentos do mercado. Para Porter (1989), o que realmente
determina o atingimento de uma forte vantagem competitiva é a sua capacida-
de de inovação.
CONCEITO
Uma inovação é “a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativa-
mente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método
organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações
externas” (OECD, 2005).
44 • capítulo 2
que ela seja a única responsável pelo desenvolvimento de seus fornecedores –
que, por sua vez, ficam exclusivamente à mercê das orientações de seus prin-
cipais clientes. Fornecedores que atuem com foco global tendem a ser muito
mais eficazes, por acompanhar movimentos de outros fabricantes e inovarem
em produtos e processos.
Porter (1998) observa que estes determinantes criam um panorama econô-
mico saudável no qual as organizações nascem e competem. Quando o ambiente
competitivo pressiona as empresas para inovarem e investirem, elas acumulam
uma vantagem competitiva. Essas ações geram um fluxo contínuo de melhorias
que, ao serem transbordadas aos demais setores econômicos, podem elevar o
padrão de produtividade das empresas de uma região e de um país.
TIPOS DE
AUTORES SIGNIFICADOS
ESTRATÉGIAS
Penetração no Exploração de produtos tradicionais em
mercado mercados tradicionais
Desenvolvimento de
Produtos tradicionais em novos mercados
ANSOFF
mercado
Desenvolvimento de
Produtos novos em mercados tradicionais
produto
capítulo 2 • 45
TIPOS DE
AUTORES SIGNIFICADOS
ESTRATÉGIAS
Diferenciação Identidade forte do produto
PORTER
Entrantes
Compradores
Potenciais
Fornecedores Substitutos
Concorrentes
na indústria
46 • capítulo 2
Vamos analisar cada um dos componentes do modelo para a avaliação da
competitividade considerando o setor no qual a empresa pretende atuar:
b) Entrantes potenciais: quanto mais fácil for para novas empresas ingres-
sarem em um dado setor, menores as vantagens das organizações que já
nele atuam. Assim, setores que apresentam barreiras a novos entrantes
tendem a ser mais vantajosos para as empresas pertencentes a eles.
capítulo 2 • 47
finanças etc. Esses planos focam as principais ações que uma área deve empre-
ender para realizar sua parte do plano estratégico (BATEMAN; SNELL, 1998).
Traçando um paralelo, podemos considerar que o planejamento tático, em re-
lação ao planejamento estratégico, é:
• De prazo mais curto, de risco e amplitude menor, pois considera apenas
uma parte da empresa.
• Relacionado às atividades-fim e de apoio.
• De flexibilidade menor, por depender de orientações gerais do plano es-
tratégico.
48 • capítulo 2
ATIVIDADE
1. Como você explicaria a lei de oferta e demanda e que fatores podem afetá-las?
3. Tome como exemplo que pretende abrir um restaurante japonês. Faça uma análise
SWOT para esse novo empreendimento.
4. Dê um exemplo de empresa e seu respectivo produto ou serviço para cada uma das
estratégias de Porter, justificando a sua resposta.
ATIVIDADE
Quando Todd Richman graduou-se pela Universidade de Connecticut, em 1988, deixou seu
trabalho de meio período no McDolnald’s e assumiu em tempo integral um cargo de assisten-
te. Rapidamente ele se tornou gerente e, depois, coordenador de área.
Um dia, em 1995, Todd viu uma placa de “Vende-se” em uma propriedade pela qual ele
passava diariamente a caminho do trabalho. A propriedade ficava em uma rua principal com
elevado volume de tráfego. Ele vislumbrou o local como ideal para um fast-food. Todd achou
que esta propriedade vaga poderia ser “o chamado da oportunidade”. Talvez estivesse na
hora de dar sua própria tacada. Mas em vez de trabalhar para uma grande rede – como o
McDonal’s ou o Burger King –, Todd queria avançar sozinho. Imaginou que ganharia muito
dinheiro e a criação de sua própria cadeia lhe daria um futuro mais promissor.
Com dinheiro de um pequeno fundo de curadoria que lhe fora deixado por um dos avós
e com a ajuda financeira de seus pais, Todd abriu o BurgerWorld em junho de 1996. Como
capítulo 2 • 49
Todd logo descobriu, ao contrário de adquirir uma franquia, teve de montar seu negócio a
partir do zero. Teve, por exemplo, de supervisionar o projeto e a disposição interna de seu
prédio, montar o cardápio, encontrar fornecedores, escolher uniformes, contratar pessoal e
desenvolver procedimentos e sistemas.
Fonte: Extraído e adaptado de Robbins (2000, p. 136).
REFLEXÃO
Compare os esforços de planejamento de Todd para a BurgerWorld com o modo como o
planejamento poderia ter sido feito se Todd tivesse comprado a franquia de um McDonald’s.
Monte um plano estratégico que Todd poderia usar para seu novo negócio. Comece com
a declaração de missão.
LEITURA
Leia mais sobre como colocar em prática de forma simples e direta o planejamento estra-
tégico no livro “Planejamento Estratégico na Prática”, escrito por Adalberto A. Fischmann e
Martinho I. R. Almeida, publicado em 1991 pela Editora Atlas.
Leia mais sobre como avaliar a posição competitiva de empresas e reforçá-las no livro “Van-
tagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior”, escrito por Michael
Porter, publicado em 1990 pela Editora Campus.
Leia mais sobre estratégia no livro “A Arte da Guerra”, escrito por Sun Tzu no século IV a.c.,
publicado pela Editora WMF Martins Fontes. A obra é um tratado militar que contempla vários
elementos da estratégia de guerra, que foram adaptados ao contexto da realidade empre-
sarial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATEMAN, T; SNELL, S. Administração: construindo vantagem competitiva. São Paulo: Atlas,
1998.
50 • capítulo 2
viços: uma abordagem estratégica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
G1. Vendas de celulares com tela grande têm maior crescimento no Brasil. Disponível em:
<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/11/vendas-de-celulares-com-tela-grande-
tem-maior-crescimento-no-brasil.html>. Acesso em: 08 set. 2014.
KOTLER, P.; KELLER, K.L. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Prentice-Hall,
2006.
MANKIW, N. G. Introdução à Economia. 3. ed. São Paulo: Thomsom Learning Edições, 2005.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Introdução à administração: teoria e prática. São
Paulo: Atlas, 2009.
PORTER, M. E. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2001.
RUE, L. W.; BYARS, L. L. Management: theory and application. 5. ed. Illinois: Irwin, 1989.
capítulo 2 • 51
SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Fato-
res condicionantes e taxas de sobrevivência e mortalidade das micro e pequenas empresas
no Brasil. 2007. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/8F5B-
DE79736CB99483257447006CBAD3/$File/NT00037936.pdf>. Acesso em: 20 abr.
2012.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pear-
son Prendice Hall, 2008.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Como estudado nesse capítulo, o planejamento permite aos empreendedores estabelecerem
objetivos relevantes e traçarem planos para a criação de novas empresas. Após o planeja-
mento do trabalho a ser desenvolvido, existe a necessidade de dividi-lo entre as pessoas
e equipes, de forma que os objetivos possam ser alcançados por meio da execução das
atividades planejadas.
De acordo com Megginson, Mosley e Pietri Jr. (1998, p.225), organizar é a “tarefa ad-
ministrativa de determinar recursos e as atividades necessárias para se atingir os objetivos
organizacionais, combinando-os em uma estrutura formal, delegando a indivíduos capazes a
responsabilidade de atingir os objetivos e a autoridade necessária para isso”.
No próximo capítulo, estudaremos como o empreendedor pode organizar a empresa do pon-
to de vista da estrutura organizacional e realizar as análises de marketing.
52 • capítulo 2
3
Organização da
empresa e aspectos
de marketing
3 Organização da empresa e aspectos de
Marketing
OBJETIVOS
Depois de estudar esse capítulo, você será capaz de discutir do que trata a atividade de orga-
nização de uma empresa. Você também saberá quais são as formas de departamentalização
e saberá discutir a diferença entre responsabilidade e autoridade. Além disso, esse capítulo
tem como objetivo apresentar os principais conceitos relacionados à gestão de marketing e
como planejá-la.
REFLEXÃO
Você se lembra que após o planejamento existe a necessidade da divisão das atividades
entre indivíduos e grupos de forma que se possa executar o que foi planejado? Pois então,
uma vez que o funcionamento de uma empresa demanda um conjunto de atividades a serem
realizadas, existe a necessidade de dividir o trabalho, atribuindo responsabilidade e autori-
dade às equipes. Assim, esse processo envolve a definição de uma estrutura organizacional,
representada em um diagrama conhecido como organograma.
54 • capítulo 3
3.1 A Organização da empresa
FUNÇÃO ORGANIZAÇÃO
capítulo 3 • 55
Dependendo das circunstâncias, a ordem das etapas poderá variar. A figura
7 apresenta as principais etapas do processo de organização.
Definição de
responsabilidades
Análise dos Divisão do Desenho da estrutura
objetivos trabalho organizacional
Definição de
autoridade
56 • capítulo 3
ções e Marketing são consideradas centrais, enquanto as outras são tidas como
áreas de apoio.
Função
engenharia
Função
Função recursos
desenvolvimento
humanos
produto/serviço
Função contábil-
Função de Função
financeira
produção marketing
Função tecnologia
Funções centrais da informação Funções de apoio
capítulo 3 • 57
Linhas de comunicação
Autoridade e hierarquia
(cadeia de comando)
Figura 9 – Organograma.
Fonte: Maximiano (2008, p. 86).
3.1.2.1 Departamentalização
Definidos os objetivos, e identificadas as funções, o trabalho a ser realizado é
dividido em departamentos. Departamento designa uma área, setor ou divisão
que concentra atividades e recursos para o desempenho de tarefas, cuja autori-
dade está delimitada aos seus domínios. É uma forma de agrupar as atividades
em áreas delimitadas com atributos, recursos, responsabilidades e objetivos
específicos. Oliveira (2009) classifica as estruturas organizacionais em três ti-
pos: tradicionais, de impacto e modernas.
58 • capítulo 3
• Organização funcional
Em uma organização funcional, os cargos são especializados e agrupados de
acordo com a função de negócios e as habilidades que requerem, como por exem-
plo, produção, marketing, recursos humanos, entre outras. Esse tipo de departa-
mentalização é o mais comum entre as empresas. (BATEMAN; SNELL, 1998).
A principal vantagem da estruturação funcional é a separação das áreas das
empresas por especialização do trabalho, ou áreas funcionais (OLIVEIRA, 2009).
• Organização por produtos ou serviços
Quando uma organização trabalha com vários produtos ou serviços, que
apresentam diferenças importantes entre si, pode-se administrar melhor cada
um individualmente. Sua principal vantagem é a maior facilidade de colocação,
e venda, destes produtos e ou serviços nos diversos segmentos de mercado (MA-
XIMIANO, 2008; OLIVEIRA, 2009).
O quadro 3.2 apresenta exemplos de organização funcional e por produto.
Departamentos de inspeção da planta, de ma- A equipe de produção Y fez sua própria inspe-
nutenção e de suprimentos. ção, manutenção e suprimento.
• Organização territorial
Quando se usa o critério geográfico, cada unidade de trabalho corresponde
a um território. Esse tipo de estrutura pode ser utilizado quando a organização
atua em uma área grande, ou em locais diferentes, e em cada local é necessário
disponibilizar certo volume de recursos ou certa autonomia. No caso da estru-
turação territorial ou geográfica, a empresa procura o melhor conhecimento e,
logo, a melhor atuação em regiões ou locais específicos (MAXIMIANO, 2008;
OLIVEIRA, 2009).
capítulo 3 • 59
• Organização por clientes
As organizações podem ser estruturadas em torno de grupos de consumi-
dores. Esse critério é apropriado quando a organização atende a diferentes ti-
pos de clientes, com necessidades muito distintas, ou quando os clientes são
iguais, mas têm necessidades diferentes. Por exemplo, um hospital pode or-
ganizar seus serviços em função de casos infantis, adultos ou de emergência
(BATEMAN; SNELL, 1998).
• Organização por projetos
Nesse momento, é importante conceituar projeto, que segundo Oliveira
(2009) é um trabalho, com data de início e término, com resultado final anteci-
padamente estabelecido, em que são alocados e geridos os recursos, tudo isso
sob a responsabilidade de um coordenador. Nesse contexto, podemos afirmar
que atividades temporárias, como os projetos, são realizadas por estruturas or-
ganizacionais também temporárias. São exemplos de projetos: projetar e cons-
truir instalações, como aeroportos e rodovias (MAXIMIANO, 2008).
A figura 10 apresenta um organograma representativo dos cinco tipos de
departamentalização, para uma empresa fictícia.
Presidência
Assessoria Assessoria
financeira administrativa
Projeto 1
Fábrica Fábrica
Clientes região Norte região Sul
empresas do Projeto 2
governo Produtos
tecnológicos Projeto 3
Clientes
Produtos de
empresas
consumo
privadas
Figura 10 – Organograma representativo.
Fonte: Oliveira (2009, p. 165).
60 • capítulo 3
Estruturas organizacionais de impacto: São duas as departamentalizações
que se consolidam dentro das estruturas organizacionais de impacto: matricial
e a unidade estratégica de negócios.
• Organização matricial
Em muitas organizações, várias formas de departamentalizações podem
ocorrer simultaneamente. A organização matricial é uma forma híbrida de or-
ganização em que as formas funcional e por produto se sobrepõem. Os admi-
nistradores e o pessoal de assessoria se reportam a dois chefes, assim, essas
estrutura possuem uma linha de comando dupla (BATEMAN; SNELL, 1998).
Essa estrutura surgiu porque as formas tradicionais de se estruturar as em-
presas não eram eficazes para lidar com atividades complexas, envolvendo vá-
rias áreas do conhecimento e com prazos determinados para sua realização;
outra dificuldade era das empresas interagirem mais rapidamente com as mu-
danças do ambiente (OLIVEIRA, 2009).
Suas aplicações acontecem em hospitais, laboratórios governamentais,
instituições financeiras, empresas multinacionais, como por exemplo, Gene-
ral Eletric, Xerox, Shell Oil, Texas Instruments, entre outras. A figura 11 ilustra
uma estrutura matricial.
capítulo 3 • 61
Diretoria
Diretoria de
Mecânica Eletricidade Eletrônica
desenvolvimento
VANTAGENS DESVANTAGENS
O processo de decisão é descentraliza-
Surge confusão pelo fato de as pessoas
do em um nível em que a informação é
não terem apenas um superior responsá-
processada apropriadamente e o conhe-
vel por elas.
cimento relevante é aplicado.
62 • capítulo 3
VANTAGENS DESVANTAGENS
A utilização de recursos é eficiente, por-
que os recursos-chave são compartilha- Muita democracia pode conduzir à ação
dos por importantes programas ou pro- insuficiente.
dutos simultaneamente.
Diretoria
Divisão Divisão
Divisão Divisão
redes de administrativa
Química Farmacêutica
farmácias e financeira
UENs
capítulo 3 • 63
Na figura 12, existem três divisões da empresa que funcionam como UEN, a
saber: química, farmacêutica e rede de farmácias. Então, cada uma delas fun-
ciona como um negócio. O quadro 3.4 resume algumas das vantagens e desvan-
tagens desse tipo de organização.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Maior facilidade de análise e de atuação Custos de transição altos (os executivos pre-
sobre o ambiente empresarial estratégico. cisam ter fortes atitudes empreendedoras).
CONEXÃO
O organograma da Nestle do Brasil está estruturado em seis linhas de produtos e duas uni-
dades de negócio, uma para o Norte e Nordeste e outra para negócios com o mundo. Aces-
se: http://www.nestle.com.br/site/anestle/aempresa/anestle_no_brasil/organograma.aspx
64 • capítulo 3
A figura 13 apresenta a departamentalização por processo, considerando a
área de produção de uma empresa industrial.
capítulo 3 • 65
Empresa de Empresa de
produção de logística (vendas Supermercados
óleo de soja e distribuição)
Fazendas
de soja
Empresa de
embalagem
• Governança corporativa
É o modelo de administração que, a partir da otimização das interações en-
tre acionistas, conselheiros, auditorias (internas e externas) e diretoria executi-
va, proporciona a adequada sustentação para o aumento da atratividade da em-
presa no mercado, e consequentemente, gera incremento no valor da empresa,
redução do nível de risco e maior efetividade da empresa ao longo do tempo. As
finalidades da governança corporativa são (OLIVEIRA, 2009):
66 • capítulo 3
Assembleia
Geral
Conselho
Fiscal
Conselho de
Administração
Auditoria
Comitês Externa
Presidência
Executiva
Auditoria
Interna
Diretores
Figura 15 – Organograma da governança corporativa.
Fonte: adaptado de Oliveira (2009).
3.1.2.2 Gestão por Processos: uma Tendência para a Organização das Ativi-
dades da Empresa
A organização baseada em estruturas tradicionais e níveis hierárquicos fun-
cionou e funciona bem em muitos casos. No entanto, com o aumento da com-
plexidade da cadeia produtiva, novas formas de gestão e organização foram se
fazendo necessárias (MARANHÃO; MACIEIRA, 2004).
De maneira bem resumida, poderíamos dizer que processo é tudo o que
ocorre através de uma sequência de ações. A administração por processos con-
siste em administrar as funções permanentes com elos de uma corrente e não
como departamentos isolados uns dos outros, gerando uma cadeia horizontal
de processos. A principal finalidade da administração por processos é a orien-
tação para a eficiência e a eficácia dos processos principais de uma empresa,
com objetivos específicos de desempenho.
capítulo 3 • 67
Assim, os processos de negócio combinam diversos trabalhos num único
fluxo, proporcionando uma visão de trabalho em equipes ou gerenciamento de
casos. Nos processos de negócio, os trabalhadores ganham mais poder de deci-
são (empowerment). As áreas e departamentos funcionais são substituídos por
equipes de trabalho e, assim, a empresa passa a operar de maneira horizontal e
não mais vertical, como impõe a estrutura funcional (LAURINDO; ROTONDA-
RO, 2006).
Em uma estrutura baseada em processos, a empresa não precisa, necessa-
riamente, abandonar suas áreas funcionais. Pelo contrário, elas podem servir
aos processos de negócio definidos pela empresa, conforme apresenta o exem-
plo da figura 16.
68 • capítulo 3
TÍPICO SILO FUNCIONAL PESQUISA &
MARKETING LOGÍSTICA PRODUÇÃO COMPRAS FINANÇAS
PROCESSO DE NEGÓCIOS DESENVOLVIMENTO
Gerenciamento do relaciona- Registro de Especifíc. Fluxo das Planejam. Gerenc. Custo dos
mento com fornecedores pedidos materiais movimen. integrsdo forneced. materiais
capítulo 3
Gerenciamento ds devoluções Remanufatur.
prod. produto reversa. materiais produtivd.
• 69
Figura 16 – Participação das áreas funcionais nos processos de negócios de uma empresa de manufatura
Fonte: Sordi (2005, p. 6).
3.1.3 Planejando a área de Marketing
No dia a dia, você vive várias situações que envolvem diretamente marketing.
Segundo Churchill e Peter (2003, p. 4),
AUTORES DEFINIÇÕES
Marketing são as atividades sistemáticas de uma organiza-
Richers (1986) ção humana voltadas à busca e à realização de trocas para
com o seu meio ambiente, visando a benefícios específicos.
70 • capítulo 3
AUTORES DEFINIÇÕES
Visão empresarial da American Marketing Association
“Marketing é o processo de planejar e executar a concep-
Churchill e Peter (2000)
ção, a determinação de ideias, produtos e serviços para criar
trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais.
Clientes que usam e que pagam: na maior parte das vezes, os próprios clien-
tes que fazem o uso do produto ou serviço também são os pagantes. Por exem-
capítulo 3 • 71
plo, quando um indivíduo compra móveis para sua casa, ou uma empresa ad-
quire móveis para decorar o escritório. Nesse caso, tanto a pessoa física quanto
a jurídica que realizou a compra, também foi a que pagou pelos móveis.
Clientes que usam e que não pagam: em alguns casos, as empresas têm
como clientes indivíduos ou organizações que usam o produto ou serviço, po-
rém quem paga por ele é um terceiro. Tome como exemplo o mercado de rou-
pas infantis. Quem usa os produtos são as crianças, porém quem paga por eles
são os pais. Da mesma forma, os usuários do Google navegam gratuitamente na
página de busca, porém são os anunciantes que pagam e constituem a fonte de
receitas da empresa.
CONEXÃO
Conheça um pouco mais sobre o negócio da Easy Taxi, que já teve mais de 10 milhões de
downloads do seu aplicativo. Acesse o link: http://www.easytaxi.com/br/
72 • capítulo 3
3.1.3.3 Processo de decisão de compra
Ao decidir sobre quais produtos e serviços comprar, os consumidores procu-
ram a melhores alternativas que lhes possibilitem maximizar as emoções po-
sitivas e minimizar as negativas, reduzindo assim o esforço para a tomada de
decisão. Esse processo tende a variar de acordo com as características do com-
prador, dos estímulos de marketing (controláveis pela empresa) e de estímulos
incontroláveis (como, por exemplo, estímulos do ambiente político, sociocul-
tural, econômico e tecnológico) (MINOR; MOWEN, 2003). A figura 17 sintetiza
o processo de decisão de compra.
Processo de decisão
Estímulos de Características de compra As decisões do
Outros
marketing do comprador comprador
estímulos
(controláveis) (consumidor) Reconhecimento
(incontroláveis)
do problema Escolha do
Produto Culturais Busca de Informações produto, da marca,
Político
Preço Sociais Avaliação de e do vendedor
Sociocultural
Distribuição Pessoais alternativas Tempo de compra
Econômico
Comunicação Decisão de compra Montante
Tecnológico Psicológicas
Força de Vendas Comportamento gasto
pós-compra
capítulo 3 • 73
3.1.3.4 Planejamento estratégico de Marketing
Mccarthy (1997) define o planejamento estratégico de marketing como um pro-
cesso administrativo destinado a manter o equilíbrio entre os recursos de uma
organização e suas oportunidades de mercado. É um trabalho da alta adminis-
tração que inclui não apenas o planejamento das atividades do marketing, mas
também produção pesquisa e desenvolvimento e outras áreas funcionais. [...]
os planos do departamento de marketing não são os planos de toda a empresa,
por outro lado, os planos da empresa devem ser orientados para marketing.
(ALMEIDA, 2008).http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgXyIAG/apostila-bb-
2014-7-atendimento-focado-vendas
74 • capítulo 3
Em linhas gerais, o planejamento estratégico de marketing baseia-se em três
etapas principais: definição e análise dos segmentos de mercado, escolha do mer-
cado-alvo e definição do marketing mix (composto de marketing).
capítulo 3 • 75
Consiste na divisão do mercado em diferentes unidades geográfi-
cas, como nações, estados, regiões, províncias, cidades ou bairros.
SEGMENTAÇÃO A empresa pode optar por operar em todas as áreas ou concen-
GEOGRÁFICA trar-se numa delas, mas tendo presentes as diferenças geográficas
nos desejos e nas necessidades. As diferenças geográficas podem
estar associadas, por exemplo, a aspectos culturais ou climáticos.
76 • capítulo 3
Trata-se da divisão do mercado de compradores, baseada em classe
social, estilo de vida ou características de personalidade. Pessoas no
mesmo grupo demográfico podem ter diferentes formas psicográfi-
cas.
• Classe social: muitas empresas desenvolvem produtos ou servi-
ços para classes sociais específicas, baseando-se em caracterís-
ticas que lhes sejam apelativas. Exemplo: os diversos pacotes que
existem em vários hotéis como é o caso do Club Med;
SEGMENTAÇÃO • Estilo de vida: o interesse das pessoas em determinados produ-
PSICOGRÁFICA tos é afetado pelo seu estilo de vida. Reciprocamente, os produtos
que compram refletem o seu estilo de vida. Exemplo: produtos de
luxo, produtos verdes ou de determinadas variantes de produtos de
grande consumo, como os chocolates;
• Personalidade: várias empresas “atribuem uma personalidade” aos
seus produtos que corresponda à personalidade dos consumidores.
Exemplo: caso de produtos como cosméticos, cigarros, seguros e
bebidas alcoólicas.
capítulo 3 • 77
• “Status” de usuário: alguns mercados são segmentados em “não
usuários”, “ex-usuários”, “usuários potenciais”, “usuários pela primei-
ra vez” e “usuários regulares”. Cada um deste segmento necessita de
estímulos diferentes que o levem a comprar determinado produto;
• A posição da empresa no mercado também vai influenciar a sua
estratégia quanto a estes segmentos. Por exemplo: uma empresa
líder de mercado pode preocupar-se mais em atrair os usuários
potenciais, enquanto empresas menores concentram-se nos usu-
ários regulares;
• Índice de utilização: determinados mercados segmentam-se em
grupos de pequenos, médios e grandes consumidores (usuários).
Os grandes usuários representam, muitas vezes, uma pequena
porcentagem do mercado, mas são responsáveis por grande por-
centagem do consumo total. Exemplo: setor de viagem, em que
SEGMENTAÇÃO grandes usuários viajam mais e obtêm informações sobre viagens
COMPORTA- a partir de jornais, revistas e livros. Fica claro que as agências de
MENTAL viagem obteriam benefícios direcionando seus esforços para os
grandes usuários utilizando telemarketing e promoções especiais;
• “Status” de lealdade / fidelidade: muitas empresas procuram
segmentar os seus mercados pela lealdade. Estas assumem que
os consumidores são completamente fiéis – compram uma marca
sempre. Outros são normalmente fiéis – são leais a 2 ou 3 mar-
cas de determinado produto. Outros consumidores não mostram
nenhum tipo de fidelidade a nenhuma marca. Os esquemas de fi-
delidade utilizados pelas empresas procuram criar a relação entre
o consumidor e a marca. No entanto, este tipo de segmentação é
limitado pelo poder de compra das pessoas;
• Atitude perante o produto: as pessoas em um mercado podem
ser entusiastas, positivas, indiferentes, negativas ou hostis relativa-
mente a um produto.
78 • capítulo 3
podem ser segmentados geograficamente, demograficamente (tamanho da
empresa ou do setor, localização), por características operacionais (em quais
tecnologias do cliente devemos nos concentrar? Devemos nos concentrar nos
usuários pequenos, nos médios, nos grandes ou nos não usuários?), aborda-
gens de compra (devemos nos concentrar em empresas que procuram quali-
dade, serviço ou preço?), fatores situacionais (devemos nos concentrar em em-
presas que tenham urgência na prestação do serviço ou na entrega do produto?
Devemos nos concentrar em pedidos grandes ou pequenos?) e características
pessoais (devemos nos concentrar em clientes que demonstram alta fidelidade
para com seus fornecedores?) (KOTLER; ARMSTRONG, 2003).
A empresa deve coletar e analisar informação sobre o valor das vendas, pro-
jeções sobre o crescimento das vendas e margens esperadas nos diferentes seg-
mentos. Os segmentos maiores e de mais rápido crescimento nem sempre são
os mais atraentes. Empresas menores podem reconhecer que não conseguem
atuar nesses segmentos e podem apostar em segmentos menores ou menos
atraentes, mas que podem ser mais rentáveis para elas.
Um segmento pode ter um tamanho considerável e boas taxas de cresci-
mento, mas pode não ser atraente do ponto de vista da rentabilidade. Neste
sentido, devem ser avaliados outros fatores que podem influenciar o segmento
no longo prazo, como a identificação dos atuais e potenciais concorrentes, o
poder relativo de compra dos consumidores e o poder de barganha dos fornece-
capítulo 3 • 79
dores. Mesmo que um segmento tenha um tamanho razoável e que seja estru-
turalmente atraente, a empresa tem que considerar os objetivos e os recursos
que dispõe em relação a ele.
A empresa só deve entrar em um segmento em que possa oferecer um valor
superior e ter vantagens sobre seus concorrentes, caso contrário está fadada ao
fracasso. Mesmo que os segmentos atendam os critérios acima apresentados,
a empresa deve entrar apenas naquele(s) em que possa oferecer valor superior.
80 • capítulo 3
ATIVIDADE
1. Qual a diferença entre responsabilidade e autoridade?
REFLEXÃO
Leia o caso da Companhia Manufatureira K e reflita sobre as questões ao final.
A Companhia Manufatureira K é uma empresa tradicional que produz uma linha de
máquinas e ferramentas de precisão. O diretor da fábrica cuidava da fábrica e do pessoal
da produção. Como não tinha auxiliares ou assessoria, encarregava-se pessoalmente de
todos os problemas de produção e da fábrica, por meio de contatos pessoais frequentes
e contínuos com todos os chefes de departamento sob suas ordens.
Todavia, ocorreu um
grande aumento de pedidos e os planos de produção foram ampliados. A direção da em-
presa percebeu que a direção da fábrica criava uma supercentralização de autoridade e
solicitou ao diretor da fábrica que tomasse as seguintes providências para reduzir a exces-
siva centralização:
1. Criar uma organização fabril mais adequada, com um Departamento de Compras,
Departamento de Controle de Produção e um Departamento de Processos de Fa-
bricação. Para a Direção da empresa, estes órgãos são importantes para o seu
desempenho industrial.
capítulo 3 • 81
O diretor da fábrica propôs uma estrutura organizacional do tipo funcional. Foi seleciona-
do um elemento para encarregar-se das tarefas de Chefia de Compras e para a criação de
um futuro Departamento de Compras. A função de Controle de Produção foi delegada a um
novo empregado, que seria gerente de produção. Além disso, o diretor da fábrica propôs e re-
cebeu autorização para ampliar os meios de produção, de forma que permitissem o aumento
desta, de acordo com as exigências da Direção da empresa.
Passados seis meses de atuação de acordo com este plano de organização, a Direção
da empresa mostrou-se insatisfeita com os progressos de reorganização e com a expansão
da produção, que deixaram a desejar. As razões apontadas para explicar o insucesso foram
as seguintes:
2. Com o forte incremento das atividades sindicais, um fator até agora inexpressivo, o
Diretor da fábrica se encontrava sobrecarregado com os problemas trabalhistas e o
tempo que devia dedicar a estes problemas desviava a sua atenção dos problemas
urgentes da fábrica.
Ao terminar o período de seis meses, a Direção da empresa decidiu realizar uma outra
revisão da estrutura organizacional da fábrica, em um novo ensaio para melhorar o seu de-
sempenho. Depois desta segunda revisão, a estrutura organizacional da fábrica passou a
consistir em seis chefes de departamento, que devem atuar conjuntamente, como uma co-
missão (comitê) para tomar as decisões da política da fábrica. Os departamentos e os chefes
são os seguintes:
82 • capítulo 3
Direção
Comissão presidida
pelo
engenheiro-chefe
Mestres
Essa nova estrutura é do tipo funcional e de comitê. Cada chefe de departamento tem auto-
ridade sobre todos os mestres da fábrica em questões concernentes ao seu departamento.
Quando surgem problemas que afetavam mais de um departamento, reúne-se o comitê, com
a participação de todos os membros interessados. Cada um deles tem a mesma autoridade
e a assembleia de seus componentes toma decisões sobre o caso.
O engenheiro-chefe preside as reuniões e quando os membros do comitê não conseguem
chegar a um acordo, atua como árbrito. Quando um chefe de departamento ultrapassa seus
limites de autoridade, o assunto é levado à consideração de seus colegas, pois é questão que
reclama a reunião do comitê. Tomadas as decisões, é dever de cada chefe de departamento
realizar aquelas fases relacionadas com o seu departamento na organização.
capítulo 3 • 83
LEITURA
Acesse http://www.scielo.br/pdf/gp/v8n3/v8n3a03.pdf e leia o artigo “Empowerment: ciclo
de implementação, dimensões e tipologia”. O trabalho trata da implantação do empowerment
e sua relação com as estruturas organizacionais, os estágios evolutivos das áreas funcionais
e a administração de recursos humanos.
Leia mais sobre como selecionar designs organizacionais visando resultados no livro
“Criando organizações eficazes: estruturas em cinco configurações”, escrito por Henry Mintz-
berg, publicado pela Editora Atlas.
Leia o artigo “Como nasce um produto”, publicado pela Revista Exame no link
http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0939/noticias/como-nasce
-produto-429105, que caracteriza todo o processo de lançamento da Oral-B Pró Saúde pela
Procter & Gamble no Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. R. M. Material de aula da disciplina administração mercadológica do Prof. Dr.
Ricardo Almeida, UNIRG, 2008. Disponível em: <http://www.ricardoalmeida.adm.br/index.
php>. Acesso em: 10 set. 2014.
CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 3. ed. São Paulo: Pearson Edu-
cation do Brasil, 2000.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para o cliente. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2003.
KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do milênio. 10. ed. São Paulo: Pear-
son, 2000.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2003.
84 • capítulo 3
LAURINDO, F. J. B.; ROTONDARO, R. G. Gestão integrada de processos e da tecno-
logia da informação. São Paulo: Atlas. 2006.
SCHIFFMAN, L. G., KANUK, L. L. Consumer behavior. New Jersey: Prentice Hall, Upper
Saddle River, 1998.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
Neste capítulo, compreendemos que a atividade de organização da empresa envolve a es-
truturação das áreas e da relação entre elas. Também estudamos quais são as principais
contribuições que a área de marketing tem para o empreendimento e como planejá-la. No
próximo capítulo, estudaremos mais duas importantes áreas funcionais de uma empresa: a
área de produção e operações e a área de recursos humanos, que mais recentemente tem
sido designada de área de gestão de pessoas.
capítulo 3 • 85
4
Gestão de produção
e operações e
gestão de pessoas
4 Gestão de produção e operações e gestão
de pessoas
OBJETIVOS
Depois de estudar esse capítulo, você será capaz de identificar as principais atribuições da
área de Produção e Operações e compreender os aspectos que envolvem o planejamento do
projeto do produto e do sistema de transformação. Você também poderá argumentar como
planejar um sistema de gestão de pessoas baseado em competências, cujos pressupostos
impactam nas decisões de recrutamento, seleção, desenvolvimento, avaliação de desempe-
nho e remuneração.
REFLEXÃO
Você deve se lembrar que, ao planejar a criação de uma empresa, o empreendedor deve
planejar um conjunto de atividades que envolvem as principais áreas funcionais de uma em-
presa. No capítulo anterior, estudamos o planejamento das atividades de marketing. Neste
capítulo, estudaremos as áreas de Produção e Operações e Gestão de Pessoas.
88 • capítulo 4
4.1 Planejando a área de produção e operações
CONCEITO
A Administração da Produção e Operações diz respeito àquelas atividades orientadas para a
produção de um bem físico ou a prestação de um serviço (MOREIRA, 2000).
Projeto
• Projeto da produção de maneira geral
• Projeto dos bens e dos serviços
• Projeto dos processos produtivos
• Estudo dos tempos
• Projeto das tecnologias de automação
• Projeto da rede e da localização das operações produtivas
• Projeto do arranjo físico, ou seja, do layout
Planejamento e controle
• Planejamento da capacidade produtiva
• Previsão e planejamento da demanda
• Planejamento da produção
• Planejamento das necessidades de materias
capítulo 4 • 89
• Planejamento e controle de estoque
• Planejamento da cadeia de suprimentos
• Planejamento de projetos
Controle e melhoria
• Controle da produção
• Qualidade
• Prevenção de falhas
• Melhorias da produção
Recursos a serem
transformados
Inputs
Materiais
Informações
Consumidores
Recursos de
Transformação
Inputs
90 • capítulo 4
Recursos a serem
transformados
Inputs
Materiais
Informações
Consumidores
Recursos de
Transformação
Inputs
Processamento de materiais
capítulo 4 • 91
Processamento de informações
1. Transformação das propriedades informativas das informações: trans-
formação de dados em informações. Por exemplo: empresas de consul-
toria e de contabilidade.
Processamento de consumidores
92 • capítulo 4
Bens:
• são tangíveis.
• podem ser estocados.
• são transportáveis.
• a sua fabricação geralmente não tem interação direta com o consumidor.
• exemplos: mesa, automóvel, computador, entre outros.
Serviços:
• são intangíveis e intransportáveis, embora os meios para produzi-los se-
jam tangíveis e transportáveis;
• os serviços não podem ser estocados;
• a sua produção tem alto nível de contato com o consumidor;
• exemplos: um corte de cabelo, a consulta de um médico, um atendimen-
to de venda, entre outros.
Você deve perceber ao seu redor que muitas operações (empresas) produzem
apenas bens, enquanto outras, apenas serviços. Mas existe uma parcela grande
de empresas que produzem um composto dos dois, ou seja, bens e serviços em
conjunto. Observe pela figura 20, as operações produtivas e os seus outputs gera-
dos. Veja que na maioria delas a produção é um misto de bens e serviços.
com o consumidor
Fabricante de máquinas-
ferramentas especiais
Serviços de sistemas
de informática
Consultoria gerencial
Intangível
Clínica psicoterápica
capítulo 4 • 93
4.1.3 Planejamento do produto
Segundo Baxter (2011), a introdução de novos produtos é uma ação cada vez
mais importante no ambiente concorrencial do mercado contemporâneo. Po-
rém, trata-se também de uma atividade custosa e arriscada, com elevadas taxas
de fracasso. Segundo o mesmo autor, produtos que passaram por um processo
de planejamento mais completo e detalhado possuem mais chances de êxito.
As etapas do projeto de um novo produto seguem comumente as etapas es-
quematizadas na figura 21.
Oportunidade de negócio
Especificação do projeto
Projeto conceitual
Projeto da configuração
Projeto detalhado
94 • capítulo 4
clientes e à pesquisa em relação a matérias-primas e processos de fabricação.
Caso o projeto de configuração seja avaliado como adequado, o passo seguinte
é se especificar os desenhos detalhados do produto para se fabricar o primei-
ro protótipo. Um protótipo é uma primeira versão do produto. Trata-se de um
exemplar que permite o teste de desempenho e a identificação da reação de
clientes potenciais.
A pressão por novos lançamentos, entretanto, tem imposto às empresas
uma capacidade de liderar o planejamento e lançamento de produtos de forma
cada vez mais rápida. O tempo que a empresa gasta para lançar um novo pro-
duto é denominado, no mundo dos negócios, de time to market. Quanto mais
uma empresa demora para lançar um produto, mais suscetível ela fica à ação
dos concorrentes.
Assim, a engenharia simultânea, proposta de Clausing (1994) e Prasad
(1996), marca a introdução dos times multifuncionais de projetos liderados
por um gerente de projetos com autoridade superior aos gerentes funcionais.
Ainda, na linha de trabalho de Pugh (1991), a engenharia simultânea propõe
uma maior integração entre os envolvidos no processo de desenvolvimento,
envolvendo fornecedores e orientando todo o processo para o atendimento da
satisfação do cliente.
Dessa forma, essa abordagem é baseada em processos que fornecem maior
entendimento das atividades (processos simultâneos, foco na qualidade, cus-
tos e entrega, ênfase na satisfação do cliente, e ênfase no benchmarking com-
petitivo) e a cooperação entre os membros da equipe (inclui a integração da
organização, o envolvimento dos funcionários e as relações estratégicas com
os fornecedores). E também marca o aumento do grau de paralelismo das ati-
vidades de desenvolvimento (atividades que eram realizadas somente após o
término e aprovação das atividades anteriores são antecipadas de forma que
seu início não dependa dos demorados ciclos de aprovação).
CONCEITO
Benchmarking competitivo é uma comparação direta entre concorrentes no mesmo mercado
ou em mercados similares da empresa. A intenção é gerar melhorias com base nos resulta-
dos desse estudo comparativo.
capítulo 4 • 95
4.1.4 Planejamento do processo de transformação
4. Produção por projetos: Às vezes, o produto é tão exclusivo que o seu
processo de produção assume uma característica de projeto, ainda que
também possa ser classificado como um produto feito sob encomen-
da. Por exemplo, a produção de um navio pode ser entendida como um
96 • capítulo 4
projeto na medida em que o produto é único. Ao contrário, nem sempre
a produção sob encomenda pode ser classificada como por projetos.
No caso da Dell, um computador produzido sob encomenda não se tra-
ta de um projeto, pois ele não é exclusivo. Vários consumidores podem
demandar o mesmo modelo de computador.
2. Lojas de serviços: são caracterizadas por possuir contato com o cliente,
alta customização, volume de clientes e liberdade de decisão. Lojas de
serviços compreendem bancos, lojas em ruas comerciais, escolas, res-
taurantes, entre outros (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).
capítulo 4 • 97
Uma prática que ajuda a empresa a explorar economias de escala, ao mes-
mo tempo que proporciona um maior nível de customização, é o postergamen-
to. Há diversos produtos que compartilham estruturas comuns e a sua diferen-
ciação é obtida por apenas parte das peças e dos processos de fabricação. Na
prática do postergamento, os elementos diferenciadores são colocados no fim
do processo e, dessa forma, as etapas iniciais da fabricação são comuns a diver-
sos produtos.
A definição do sistema de produção deve ser acompanhada pela definição
das operações necessárias para a produção do bem ou a prestação do serviço, a
sequência em que elas ocorrerão e os tempos de cada uma. Como toda opera-
ção envolve o emprego de máquinas e equipamentos, a atividade de previsão de
demanda ajudará o empreendedor a dimensionar a capacidade produtiva do
empreendimento a partir do volume planejado de operações e das perspectivas
de crescimento do negócio. No caso das operações de serviços, o número de
empregados tende a ter um impacto muito maior sobre a capacidade produtiva
(ou capacidade de atendimento) do que máquinas e equipamentos.
De maneira geral, podemos dizer que a produção JIT tem como premissa a re-
dução do tempo de fabricação e a diminuição dos estoques, estabelecendo o
fluxo entre materiais utilizados de maneira a reduzir os estoques e, assim, di-
minuir os desperdícios com:
• Espera de material para fabricação
• Excessivo transporte de materiais
• Grande volume de peças em estoque
• Excesso de produção causado por um planejamento inadequado
• Tempo com consertos
98 • capítulo 4
CONEXÃO
Não há como falar em sistema JIT sem falar na Toyota, precursora desta filosofia. Entre
no site da Toyota Brasil e conheça um pouco mais sobre a história da companhia, bem como
seus princípios: <http://www.toyota.com.br/sobre_toyota/historia.asp>
capítulo 4 • 99
4.2 Planejando a área de gestão de pessoas
O uso intensivo da informação, o risco como fator decisório e a difícil união en-
tre a gestão de pessoas e competitividade impulsionam ações complexas de tro-
cas de informações, sistemas virtuais e infinitas formas de viabilizar uma me-
lhor sintonia entre as necessidades da empresa e das pessoas (FRANÇA, 2009).
As organizações são constituídas por pessoas, assim a pedra fundamental
da gestão está em desenvolver os colaboradores dentro de um ambiente favo-
rável no qual se promova resultados legítimos de produtividade, qualidade, de-
senvolvimento humano e competitividade sustentável.
Kilimnik e Sant’Anna (2006) destacam que um alinhamento entre compe-
tências organizacionais e humanas é essencial, o que exige mudanças profun-
das na estrutura, sistemas de gestão, comunicação, tomada de decisão, políti-
cas e práticas de Recursos Humanos e, principalmente, na mentalidade, nos
valores e na cultura organizacional.
Nesse contexto, as atividades de Recursos Humanos decorrem de planeja-
mento, programação e avaliação das atividades de gestão de pessoas, o que en-
volve: recrutamento, seleção, desenvolvimento, retenção, remuneração e ava-
liação dos colaboradores.
Dutra (2009, p. 127) afirma que “o processo de aprendizado organizacional
está vinculado ao desenvolvimento das pessoas que fazem parte da organiza-
ção”. Alguns autores caracterizam esse desenvolvimento a partir da capacidade
que os indivíduos têm para agregar valor à organização por meio das competên-
cias que possuem e desenvolvem ao longo do tempo.
Para Fleury (2002), competência é um saber agir responsável e reconhecido
que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilida-
des, que agregue valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. As-
sim, a gestão por competências é constituída por práticas modernas de gestão de
pessoas, que devem prezar pelo desenvolvimento de competências individuais
que apoiem a estratégia da empresa, ou seja, que estimulem comportamentos,
habilidades, conhecimentos, atitudes e experiências desejáveis pela organização.
100 • capítulo 4
um cargo específico. Enquanto a descrição de cargos é o relato organizado e
factual das tarefas de um cargo específico (o que faz, como faz, para que faz).
E por último as especificações de cargos é o detalhamento das qualificações
necessárias ao desempenho adequado de um cargo em termos de requisitos,
responsabilidades e condições de trabalho.
CONCEITO
A análise de cargos tem uma função importante que é a de possibilitar oportunidades iguais
de emprego. Uma vez que ela permite que os empresários, ou seja, os empregadores re-
crutem, selecionem e avaliem as pessoas a partir do desempenho esperado no cargo em
questão. Evidenciando a necessidade de saber qual o conteúdo do cargo, o que por sua vez
requer a utilização de uma minuciosa análise de cargos, que pode ser obtida por métodos de
levantamento de dados (DESSLER, 2003).
4.2.2 Recrutamento
capítulo 4 • 101
mover a motivação dos funcionários, uma vez que há a valorização das pessoas
da casa. Em contrapartida, a empresa pode experimentar um aumento da com-
petição interna, uma vez que as oportunidades internas podem ser escassas.
4.2.3 Seleção
102 • capítulo 4
4.2.4 Desenvolvimento
capítulo 4 • 103
4.2.5 Avaliação de desempenho
Para Chiavenato (2004), a avaliação pode ocorrer por meio de diversos meca-
nismos, que podem, inclusive, serem utilizados de forma combinada. São eles:
• Autoavaliação.
• Gerente ou superior imediato.
• Subordinado e o superior, em conjunto.
• A equipe de trabalho.
• Avaliação 360º, ou seja, todas as pessoas envolvidas, por exemplo: supe-
rior imediato, subordinado, colegas, clientes e fornecedores. Essa avalia-
ção mostra com maior fidelidade a progressão do avaliado.
• Comissão de avaliação.
• A área de Recursos Humanos.
104 • capítulo 4
4.2.6 Retenção
capítulo 4 • 105
A remuneração pode ser dividida em:
• salário fixo ou nominal: corresponde ao salário fixo que os indivíduos re-
cebem pelo cargo que ocupam.
Há que se destacar que a política salarial, bem como de benefícios, são ins-
trumentos que podem ajudar a empresa atrair e reter os profissionais adequa-
dos a sua estrutura e objetivos. O empreendedor pode optar por estabelecer uma
política salarial abaixo da média de mercado, na média e acima da média. Cada
uma terá um impacto em termos do tipo do profissional (qualidade da mão de
obra) que a empresa atrairá. Ou seja, uma política de remuneração abaixo da
média de mercado tenderá a atrair os profissionais menos qualificados, já que
aqueles mais gabaritados certamente buscarão por oportunidades melhores.
No caso de uma empresa recém-criada, que ainda enfrenta fragilidade financei-
ra, uma possibilidade é convidar os profissionais chave para se tornarem sócios
da empresa, de modo a compensar os salários mais baixos inicialmente.
ATIVIDADE
1. Quais são os principais tipos de inputs de um processo de transformação?
3. Explique por que uma empresa recém-criada costuma ter dificuldades para contratar pro-
fissionais altamente qualificados. Como o empreendedor poderia reverter esse quadro?
REFLEXÃO
Entender mal as necessidades dos clientes e introduzi-las de forma equivocada no projeto
pode causar problemas que serão percebidos somente depois que o produto ou serviço foi
comercializado. Isso pode ser especialmente verdade quando os projetistas estão motivados
somente pelas possibilidades excitantes que uma nova tecnologia oferece. Por exemplo, mui-
106 • capítulo 4
tos dos assim chamados “edifícios inteligentes” que usam tecnologias de informação sofreram
sérios problemas no início.
Um edifício adotou “persianas inteligentes” em suas janelas. Esperava-se que subissem
e descessem em resposta à quantidade de luz solar que incidia sobre a janela. A iluminação
exterior era amostrada a cada sete minutos. Em um dia ensolarado, esperava-se que as per-
sianas permanecessem fechadas, e quando houvesse nuvens, ficariam na parte superior para
deixar passar a luz.
Infelizmente, quando o sol passava atrás de uma pequena nuvem, as persianas podiam
subir e ficar lá por sete minutos. Em dias com nuvens intermitentes, as persianas subiam e
desciam o tempo todo, causando aborrecimento ao pessoal, especialmente os que usavam
vídeos de computador. O problema foi “resolvido” com o empilhamento de livros na parte infe-
rior das persianas, até que os motores arrebentassem.
Outro edifício possuía salas de conferência nas quais as luzes eram ativadas por sensores
no forro, que reagiam a movimento e calor. As luzes acendiam-se automaticamente quando
as pessoas entravam na sala. Infelizmente, este era o único mecanismo pelo qual as luzes se
acendiam ou apagavam, de forma que se alguém queria mostrar slides, todos na sala deveriam
sentar-se quietos até que as luzes se apagassem.
http://pt.scribd.com/doc/93435736/Texto-2-Tecnologia-Com-Problemas
LEITURA
Leia o artigo “A inspiração veio da Espanha”, que explica como a Riachuelo aumentou seu
lucro em mais de 50% em um ano ao integrar as operações da fábrica com a rede de lojas. O
texto encontra-se no link http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0965/noticias/
inspiracao-veio-espanha-544185.
Leia o artigo “Os novos trabalhadores do Brasil”, que trata sobre a vinda de trabalhadores
estrangeiros para o Brasil e as competências diferenciadas que possuem. O texto encontra-
se no link http://www.glight.com.br/novo/noticias.php
capítulo 4 • 107
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, W. Captação e seleção de talentos. São Paulo: Atlas, 2004.
BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para design de novos produtos. 3ª ed. São
Paulo: Blucher, 2011.
CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
GIL, A. C. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001.
108 • capítulo 4
humano: uma visão baseada em stakeholders. São Paulo: Saraiva, 2008.
PUGH, S. Total design: integrated methods for successful product engineering. Boston:
Addison Wesley, 1991.
NO PRÓXIMO CAPÍTULO
No próximo capítulo, estudaremos os aspectos contábeis e financeiros na gestão de uma
empresa. Também analisaremos como escrever um plano de negócios, que é um “documento
que contém motivação, caracterização, forma de operar, estratégias, bem como o plano para
viabilizar as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros e sociais do empreen-
dimento” (SALIM, 2010, p. 4).
capítulo 4 • 109
5
Noções de
contabilidade e
administração
financeira e a
elaboração do plano
de negócios
5 Noções de contabilidade e administração
financeira e a elaboração do plano de negócios
OBJETIVOS
Esse capítulo tem como objetivo apresentar as noções básicas de contabilidade e adminis-
tração financeira para empreendedores e a importância de se realizar o planejamento da em-
presa por meio da elaboração do plano de negócio. Assim, estudaremos como desenvolvê-lo
e o roteiro para a sua concepção.
REFLEXÃO
Você deve se lembrar que a criação de uma empresa envolve o planejamento de uma série
de atividades e das áreas funcionais. Estudamos, por exemplo, as atribuições das áreas de
marketing, produção e operações e recursos humanos. Neste capítulo, conheceremos con-
ceitos gerais de contabilidade e alguns instrumentos de análise financeira que os empreen-
dedores podem utilizar no processo de criação de uma empresa.
112 • capítulo 5
nanceiros e a situação patrimonial de uma empresa. É por meio dela que os
resultados das ações e estratégias adotadas são demonstrados e transformados
em valores monetários.
Em Contabilidade, o primeiro pressuposto é de que existe uma pessoa (con-
sideremos a pessoa jurídica) para a qual será feita a contabilidade. Essa pessoa
é chamada entidade contábil. Também consideramos que a entidade contábil
não tem prazo determinado para acabar. Ou seja, partimos da premissa de que
o empreendimento terá continuidade por um período indeterminado. Portan-
to, o segundo postulado contábil refere-se à continuidade.
Para cumprir seus objetivos, a Contabilidade adota como princípios:
a) Denominador comum monetário: determina que os valores apresenta-
dos nos relatórios contábeis são expressos na mesma moeda.
b) Custo histórico como base de valor: os registros dos itens contábeis são
efetuados com base no valor de aquisição. Esse princípio uniformiza a
mensuração dos fatos contábeis.
c) Realização da receita: a receita é reconhecida no período em que foi gera-
da, mesmo que a venda seja a prazo.
d) Confrontação da despesa: as receitas realizadas no período devem ser
confrontadas, no mesmo período, com as despesas que possibilitaram
a sua geração. Assim, a apuração do resultado de um período deve consi-
derar as receitas realizadas, diminuídas das despesas que foram sacrifi-
cadas para a sua obtenção.
capítulo 5 • 113
posta, ou seja, um item pode ser de valor insignificante no meio de tran-
sações rotineiras, mas poderá ser importante se estiver ocorrendo pela
primeira vez, em circunstâncias anormais.
114 • capítulo 5
Patrimônio de uma entidade
Aplicações
Origens
Capital de terceiros
BENS e
DIREITOS Capital próprio
capítulo 5 • 115
Patrimônio de uma entidade
APLICAÇÕES ORIGENS
dos recursos dos recursos
DENOMINAÇÃO NO
ORIGENS BALANÇO PATRIMONIAL
REPRESENTA...
todas as obrigações (dívidas) que
Capital de terceiros Passivo
a empresa possui.
a riqueza líquida da empresa, re-
cursos que ela não deve a nin-
Capital próprio Patrimônio líquido
guém, são próprios (capital inicial
e lucros)
DENOMINAÇÃO NO
APLICAÇÕES BALANÇO PATRIMONIAL
REPRESENTA...
116 • capítulo 5
Seguindo a mesma lógica contábil, sempre visualizaremos o Balanço
Patrimonial com a seguinte estrutura:
Balanço patrimonial
ATIVO
Origens
ENTÃO...
capítulo 5 • 117
De acordo com o artigo 178 da Lei no 6.404/76,
“No Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que
registram e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação fi-
nanceira da companhia”.
Esse artigo da lei deixa claro que a demonstração deverá ser objetiva e clara
para quem estiver fazendo uso da informação contábil e, que o objetivo da Con-
tabilidade é o de facilitar o conhecimento da situação financeira da empresa
e mais, servir como informação de apoio a analise financeira dessa empresa.
ICMS (18.000)
PIS (650)
118 • capítulo 5
RECEITA BRUTA DE VENDAS 100.000
Cofins (7.600)
(–) Deduções
Abatimentos (500)
Devoluções 0
capítulo 5 • 119
Apuração do lucro antes e depois do Imposto de Renda
O lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) é obtido subtraindo despesas não
operacionais e/ou adicionando receitas não operacionais. Essas receitas e des-
pesas caracteristicamente são aleatórias, imprevisíveis, e não possuem relação
direta com a atividade da empresa. Por exemplo, quando uma empresa que fa-
brica roupas vende um de seus carros. Trata-se, portanto, de uma receita não
operacional, pois ela não se relaciona com a atividade da empresa.
Para apurar o lucro depois do Imposto de Renda, basta deduzir o valor do
Imposto de Renda a pagar do Lair.
CONTA DESCRIÇÃO
Valor das vendas de produtos, mercadorias ou ser-
Receita bruta de vendas
viços
120 • capítulo 5
CONTA DESCRIÇÃO
Gastos com juros (confrontados com as receitas de
Despesas financeiras
juros)
A DFC indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa, bem como a apli-
cação de tudo o que saiu. Evidencia os fluxos de caixa gerados pela organização
e mostra os fluxos gerados nas atividades operacionais, nas atividades de finan-
ciamento e de investimento. É uma demonstração dinâmica, que evidencia a
movimentação do dinheiro. Veja o exemplo apresentado na tabela 5.2.
Receitas 360.000
capítulo 5 • 121
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
(–) Saídas de dinheiro
122 • capítulo 5
Contabilidade de Custos tornou-se um importante instrumento gerador de infor-
mações para planejamento, controle e tomada de decisões internas à empresa.
Martins (2009) lista três grupos dentro dos quais a Contabilidade de Custos
pode cumprir seu papel. São eles:
CONEXÃO
Mais aspectos sobre os conceitos e as diferenças entre a Contabilidade Financeira e Geren-
cial podem ser obtidos pela deliberação número 29 de 1986 – Estrutura conceitual básica
da contabilidade da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, no site: www.cvm.gov.br
capítulo 5 • 123
Com relação ao processo de contabilidade de custos, apesar de todo o avan-
ço encontrado na Contabilidade de Custos, pode ser observado que o processo
básico para chegar aos objetivos almejados por esta contabilidade não foi mo-
dificados, mas sim otimizado.
5.4 Orçamento
A análise das demonstrações contábeis, segundo Assaf Neto (2010), visa relatar,
com base nas informações fornecidas pelas empresas, a posição econômico-fi-
nanceira atual, as causas determinantes da evolução apresentada e as tendên-
cias futuras.
Matarazzo (2010) comenta que, por meio da análise, podemos extrair infor-
mações das demonstrações contábeis para a tomada de decisões. Tais demons-
trações fornecem uma série de dados sobre a empresa. A análise das demons-
trações contábeis visa transformar esses dados em informações. O processo de
análise será mais eficiente à medida que as informações produzidas possuírem
mais qualidade, ou seja, apresentarem confiabilidade, veracidade, exatidão etc.
124 • capítulo 5
No processo de elaboração de uma análise das demonstrações contábeis, é
muito importante que façamos a distinção entre dados e informações. Em relação
a este tema, Matarazzo (2010) apresenta as seguintes definições:
• Dados: são números ou descrição de objetos ou eventos que, isolada-
mente, não provocam nenhuma reação no leitor;
• Informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que
pode produzir reação ou decisão, frequentemente acompanhada de um
efeito-surpresa.
O primeiro passo para se elaborar a análise das demonstrações contábeis é
produzir informação por meio do processamento de dados (ver figura 22). Poste-
riormente, os analistas avaliarão as informações obtidas, visando conhecer aspec-
tos da situação econômico-financeira da organização que está sendo analisada.
Fatos ou Informações
eventos Processo Técnica de financeiras
econômico- Demonstrações
para a
financeiros contábeis = dados
Contábil Análise das tomada de
Demonstrações decisão
Figura 22 – Sequência do processo de análise
Fonte: Matarazzo (2010, pág. 04)
capítulo 5 • 125
Apesar da existência de cálculos formalizados e técnicas desenvolvidas para o proces-
so de análise das demonstrações contábeis, as conclusões sobre a situação econômi-
co-financeira da organização analisada são subjetivas, ou seja, podem variar de analista
para analista.
Em relação a este tema, Assaf Neto (2010) afirma que é impossível sugerirmos
uma sequência metodológica ou um instrumental científico capazes de fornecer
diagnósticos sempre precisos das organizações. A forma como são utilizados os
indicadores de análise é particular de cada analista, levando em consideração,
além do conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição de quem faz
a análise. Dessa forma, com o mesmo conjunto de informações, dois analistas
podem chegar a conclusões um pouco ou totalmente diferentes. No entanto,
provavelmente, dois analistas com um comprovado nível de experiência e com
o mesmo nível de conhecimento do ramo de atividade da empresa chegarão a
conclusões bem próximas, porém dificilmente essas conclusões serão idênticas.
Para Ribeiro (2009), os analistas das demonstrações contábeis não são vi-
dentes nem adivinhos. Sua função é analisar dados concretos aplicando fórmu-
las de acordo com sua experiência contábil e, a partir disso, é capaz de avaliar o
presente com base no passado e projetar o futuro, fundamentando-se sempre
no desempenho dos últimos períodos analisados.
126 • capítulo 5
Os principais índices que um empreendedor pode utilizar são:
Margem de lucratividade
• Margem bruta: mede, em termos percentuais, quanto sobrou da receita
líquida da empresa depois de incorridos os custos de venda.
Lucro Bruto
Margem bruta =
Receita Líquida
Lucro Líquido
Margem líquida =
Receita Líquida
Taxas de Retorno
• Retorno sobre o investimento total: mede, em termos percentuais, a ren-
tabilidade obtida na utilização dos ativos da empresa.
Lucro Líquido
Retorno sobre o investimento total =
A tivo Total
Lucro Líquido
Retorno sobre o capital próprio =
Patrim ônio Líquido
Custo Fixo
Ponto de equilíbrio = Custo V ariável
1−
(Receita Total)
capítulo 5 • 127
É importante destacar que o retorno financeiro é resultado de uma ativida-
de de planejamento bem estruturada. Cada decisão que o empreendedor toma
é refletida nos resultados financeiros da empresa. Assim, o empreendedor deve
avaliar o risco e o retorno do investimento que, geralmente, são medidas direta-
mente proporcionais. Ou seja, quando o maior é o risco, maior tende a ser o re-
torno. Por outro lado, empreendimentos menos arriscados tendem a oferecer
taxas de retornos menos atraentes.
128 • capítulo 5
100,0%
50,0%
31,7% 34,0%
28,3% 30,9%
26,9%
23,6%
0,0%
Sudeste BRASIL Sul Nordeste Centro-Oeste Norte
capítulo 5 • 129
NELAS, 2011; MAXIMIANO, 2006). Eles abordam, em geral, os mesmos aspec-
tos, salvas pequenas especificidades ou apresentam alguma variação na ordem
em que esses elementos são apresentados no plano de negócio. Assim, adota-
remos a seguinte estrutura, cujos itens serão discutidos nas próximas seções:
• Sumário executivo
• Planejamento estratégico
• Plano de marketing
• Plano operacional
• Plano de recursos humanos, organização e gerência
• Plano financeiro
130 • capítulo 5
5.6.2 Planejamento estratégico
capítulo 5 • 131
d) Análise do público-alvo: descrição das características dos diversos pú-
blicos-alvo e os mercados geográficos pretendidos, tais como benefícios
desejados, hábitos de consumo, poder de compra.
e) Previsão de demanda: projeção da demanda pelos produtos/serviços.
132 • capítulo 5
b) Processo produtivo: descrição de como será o processo de produção.
c) Capacidade: definição da capacidade inicial de operação da empresa
para atender à demanda e projeções de aumento de capacidade.
As pessoas são um fator crítico de sucesso para qualquer negócio. Assim, é ex-
tremamente relevante demonstrar a capacidade gerencial da equipe que estará
à frente do empreendimento. Para isso, reforce isso por meio das qualificações
e experiência profissional dos gestores, disponibilizando a súmula curricular
por meio de um pequeno texto com o resumo do currículo de cada um. Além
disso, o plano de recursos humanos deve prever o tamanho e o perfil do quadro
de colaboradores, bem como a política de remuneração. Resumindo, o plano
de recursos humanos deve conter:
a) Equipe de gestão: identificação das pessoas que farão a gestão do empre-
endimento.
b) Tamanho e perfil do quadro de colaboradores: com base no plano es-
tratégico da organização, você deve ter desenhado o perfil do seu públi-
co-alvo. Então, deve pensar qual é o perfil do colaborador que melhor
interagirá com seu público-alvo e quais são as competências, formação
e habilidades que este profissional deverá possuir. Considere os seguin-
tes pontos: i) tipo e quantidade de profissionais a serem contratados; ii)
tarefas a serem desempenhadas e iii) competências e nível de instrução.
c) Política de remuneração: agora que você já identificou tarefas e respon-
sabilidades, dimensionou a força de trabalho e desenhou o perfil das
contratações, resta a pergunta crucial: como remunerar essas pessoas?
Considere os seguintes pontos: i) qual é o valor médio oferecido pelo
mercado em funções similares? e ii) a empresa adotará uma política sa-
larial baseada na média do mercado, acima da média ou abaixo dela?
d) Estrutura organizacional: são os critérios de departamentalização cujo
desenho reflete o organograma da empresa. O organograma é a estru-
tura de hierarquia, como se pode visualizar no exemplo apresentado na
figura 24.
capítulo 5 • 133
Diretor geral
Gerente
Gerente de
administrativo
operações
-financeiro
134 • capítulo 5
Nesse capítulo, você deve:
a) Determinar o valor investimento inicial: refere-se ao gasto inicial que
precisa ser desembolsado para iniciar o empreendimento, ou seja, todos
os gastos necessários para viabilizar as operações iniciais. Utilize como
guia o que projetou no plano operacional, tais como os valores com má-
quinas, equipamentos, instalações etc.
b) Levantar os custos e despesas: referem-se aos gastos operacionais relati-
vos ao empreendimento. Os custos são todos os gastos envolvidos com a
produção ou prestação de serviços de uma empresa, enquanto as despe-
sas são os gastos não envolvidos com a produção/prestação de serviços,
mas aqueles para manter a empresa, que ocorrem independente da pro-
dução/prestação de serviços. Por exemplo:
c) Empresa que produz chocolates. São custos: leite, cacau, castanha. São
despesas: aluguel, energia, luz, telefone, limpeza.
d) Empresa de consultoria empresarial: São custos: gastos com atendimen-
to ao cliente como viagem, alimentação, apresentações. São despesas
aluguel, energia, luz, telefone, limpeza.
e) Projetar as receitas: as receitas são projetas baseadas na expectativa de
vendas, quantidade esperada a ser vendida multiplicada pelo preço de
venda. O preço de venda deve ser estipulado de acordo com a política de
preços determinada pela empresa no plano de marketing. É muito co-
mum o empreendedor fazer projeções para cenários otimistas, mas de
acordo com a previsão de demanda feita, deve-se trabalhar com cenários
prováveis de acontecer.
f) Construir o fluxo de caixa e estimar o ponto de equilíbrio: o fluxo de caixa
é elaborado a partir das projeções de receitas e custos e despesas. Depois
de construído é possível estimar o ponto de equilíbrio, ou seja, o mês a
partir do qual as entradas terão coberto as saídas de recursos.
g) Identificar as fontes de recursos: o empreendedor precisa dimensionar o
valor a ser captado e quais serão as fontes dos recursos.
Há muitos elementos de análise que podem ser abordados no plano financeiro. Acesse
o guia do SEBRAE, desenvolvido por Rosa (2007) e saiba mais sobre como construir
um plano financeiro completo, além de várias dicas para a elaboração do plano de negó-
cio. O link é: http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/797332C6209B4B-
1283257368006FF4BA/$File/NT000361B2.pdf
capítulo 5 • 135
ATIVIDADE
1. Explique o que é um plano de negócio e os motivos pelos quais o empreendedor deve
elaborá-lo.
2. Qual é o principal motivo que resulta nas elevadas taxas de mortalidade das empresas
nascentes?
3. Comente sobre os potenciais interessados que podem vir a ler o plano de negócio da
sua empresa.
REFLEXÃO
Baseado em Oliva et al. (2008), a seguir encontram-se as principais questões sobre as quais
deve refletir para cada um dos elementos que constitui o plano de negócio. Se você já decidiu
ser um empreendedor, pense cuidadosamente sobre cada uma delas e as coloque no papel!
Conceitos
a) Qual é o conceito do meu negócio (produto/serviço)?
b) Em que ramo de negócio se enquadra?
c) Quem é o cliente?
d) O que meu produto/serviço vai fazer pelo cliente? Por quê? Onde? O que não pro-
porciona?
e) O que deveria fazer posteriormente, mas não faz agora?
f) Quais são os problemas em negócios similares?
g) Que oportunidades de crescimento futuro existem, nas quais se pode esperar uma
operação com sucesso?
Objetivos
a) O que a empresa quer ser?
b) Qual é razão de existência da empresa (missão)?
c) O que a empresa pode realizar?
136 • capítulo 5
d) Para onde vamos encaminhá-la para o futuro?
e) Quais são os interesses (ideologias) de longo prazo dos acionistas/proprietários (li-
nha de conduta)?
f) Quais os objetivos operacionais no tocante a: lucratividade, aspectos sociais/comu-
nitários, produção, recursos humanos, finanças, tecnologia?
g) Quais são seus objetivos imediatos? Os de médio prazo? E os de curto prazo?
h) E quanto aos objetivos “intangíveis” ou “ocultos”?
i) O que deverá representar a nova empresa, atualmente e em um futuro previsível, para
seus proprietários, seu público-alvo e para a sociedade a que pertence?
j) Terá recursos (humanos, técnicos, financeiros, mercadológicos) para atingir os obje-
tivos escolhidos?
k) Os objetivos escolhidos entrosam-se, formando um “todo” que satisfaça as expecta-
tivas?
Análise de mercado
a) Existem intermediários?
b) Qual é a sua importância?
c) Onde se localiza o mercado?
d) Que condições competitivas poderão afetar o negócio?
e) Existem importantes influências, em nível de governo, nesse mercado?
f) Que reflexos se podem esperar das mudanças econômicas, políticas e sociais?
g) Quais são os pontos fortes e pontos fracos dos concorrentes?
h) Como ingressar nesse mercado (potencial)?
i) Quais são os mercados ou grupos de clientes a que a nova empresa pretende servir?
Marketing
a) Quais são os métodos de vendas/propaganda que serão usados?
b) Que produtos/mercados receberão mais ênfase em termo de alocação de recursos
e atenção dos empreendedores?
c) Quais serão os benefícios enfatizados?
d) Como se comparam aos concorrentes?
e) E a política de crédito?
f) Quais as bases para estas decisões: Custo? Valor adicionado? Valor por cliente?
g) Quem fará o que e quando?
h) Qual é o orçamento e a dimensão de despesas?
i) Contingências (o que fazer) se crescer mais rápido? E se crescer menos?
capítulo 5 • 137
Estratégias básicas
Estratégias para alcançar os objetivos
a) Desenvolvimento do produto
b) Desenvolvimento do mercado
c) Integração da cadeia de fornecimento
d) Diversificação
e) Permanência no mercado
Produção e tecnologia
a) Quais são os processos tecnológicos utilizados?
b) Como obtê-los?
c) As possíveis tecnologias desenvolvidas pela empresa são passíveis de patenteamen-
to? Quando elas serão registradas? Serão registradas apenas nos organismos nacio-
nais ou nos internacionais também?
d) Quais equipamentos e máquinas serão necessários?
e) A fabricação será própria?
f) Quais matérias-primas serão utilizadas?
g) Que tipo de mão de obra será utilizada?
h) Como será realizado o controle de qualidade?
i) Como será a embalagem, o transporte e os reparos?
j) Quem fará o quê?
k) Qual é o orçamento e as dimensões das despesas?
138 • capítulo 5
d) Qual é o orçamento para pessoal?
e) Qual a dimensão de despesas?
f) E os planos contingenciais?
g) Quais são as habilidades e capacidades que a organização precisará criar ou aper-
feiçoar?
Finanças
a) De quem depende a formação de capital?
b) Quanto é necessário para lançar com sucesso a empresa?
c) Qual é a expectativa da empresa em termos de receitas globais, lucro e crescimento?
d) Quais são as expectativas de receita/lucro para cada produto ou agrupamento de
produtos?
Formalização
a) Que providências deverão ser tomadas?
b) Quando serão providenciados os registros de marcas?
LEITURA
Definir o conceito do negócio e descrever os produtos e serviços é uma das primeiras etapas
da elaboração do plano de negócio. Assim, não devemos nos esquecer de destacar o diferen-
cial do empreendimento em relação aos concorrentes. Abaixo é apresentado um pequeno
trecho do conceito de um empreendimento no setor de alimentação, o qual vem apresentan-
do excelentes perspectivas para o nicho de alimentos saudáveis. Vamos examiná-lo?
capítulo 5 • 139
ABRASCE) que a New Business Foods surge, oferecendo uma nova opção de alimentação
com um produto saudável e diferenciado dos existentes atualmente nesses locais.
Para atender este público alvo, será montado um quiosque de 5m² junto à praça de alimenta-
ção do Shopping Interlagos para aproveitamento da infraestrutura já existente no local, e para
estar mais adequado aos interesses dos clientes. Após pesquisa realizada pela equipe do New
Business Foods em dois grandes shoppings da cidade, constatou-se o desejo do público, re-
presentado por 19% das pessoas pesquisadas, em consumir alimentos conforme o proposto.
O produto a ser oferecido será uma nova opção de fast food voltada, principalmente, ao públi-
co que se preocupa com a qualidade de sua alimentação e do atendimento que recebe. Para
tanto, a New Business Foods terá como proposta oferecer diversas combinações de lanches,
desenvolvidos com produtos naturais selecionados, permitindo ao cliente a escolha de até
três sabores, entre dez opções disponíveis, para combinação na montagem de seu lanche.
Após a montagem do lanche, este será acondicionado em embalagem apropriada, específica
e personalizada com o nome New Business Foods.
Serão oferecidos também como complementação, sucos naturais e sobremesas, além da
possibilidade de compra de um lanche New Business Foods já preparado antecipadamente,
com opção de escolha entre cinco sabores pré-selecionados, conforme aqueles de maior
demanda durante a semana anterior. Os sucos serão oferecidos em embalagens padrões
do mercado ou na forma de expositores tipo self service, com quatro opções de sabores por
semana e em quantidades de 300 ml e 500 ml. O cliente poderá escolher também entre os
diversos sabores de chás existentes no mercado de marcas consagradas, apresentados em
latas ou copos. Cinco sabores de salgados assados e açaí na tigela com banana e granola,
em duas opções de tamanhos, montados na hora. Como sobremesas, o cliente poderá esco-
lher entre uma salada de frutas e uma das cinco variedades de pedaços de bolos e tortas diet.
Será colocada também à disposição dos clientes New Business Foods, a opção de aquisição
de pacotes promocionais contendo um lanche natural, a ser escolhido dentre cinco sabores
disponíveis, acompanhado de um suco natural e salada de frutas como sobremesa.
Fonte: PORTAL PLANO DE NEGÓCIOS. New Business Foods. Disponível em: <http://
www.planodenegocios.com.br/www/index.php/plano-de-negocios/exemplos-de-pn/new
-business-foods>. Acesso em: 24 abr. 2012.
140 • capítulo 5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 9.
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
DORNELAS, J. Plano de negócios: seu guia definitivo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
OLIVA, F. A.; PIZZINATO, N. K.; CAVALCANTI, M.; GUILIANI, A. C. Plano de negócios. In: FA-
RAH, O. E.; CAVALCANTI, M.; MARCONDES, L. P. (Orgs.). Empreendedorismo estratégi-
co: criação e gestão de pequenas empresas. São Paulo: Cengage Learning, 2008, p. 17-33.
RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanços fácil. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
capítulo 5 • 141
SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Fa-
tores condicionantes e taxas de sobrevivência e mortalidade das micro e pe-
quenas empresas no Brasil. 2007. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.
br/bds/BDS.nsf/8F5BDE79736CB99483257447006CBAD3/$File/NT00037936.pdf>.
Acesso em: 20 abr. 2012.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Capítulo 1
• Novo negócio com base em novo conceito: a oportunidade deriva de uma inovação
mais robusta e, em geral, uma empresa lança um produto ou serviço bastante dife-
rente de outras soluções, além de um modelo de negócio inovador.
• Novo negócio com base em conceito existente: a oportunidade deriva da criação de
uma nova empresa que visa produzir e comercializar um produto/serviço com um
grau mais baixo de inovação.
142 • capítulo 5
• Aperfeiçoamento do negócio: transcorrido um período de implantação da empresa,
espera-se que ela consiga ampliar seu portfólio de produtos e serviços, o que repre-
senta a identificação de novas oportunidades de mercado.
• Necessidade dos consumidores: muitas vezes são os próprios consumidores que sina-
lizam, por meio de suas demandas, oportunidades que as empresas podem explorar.
5. Faça uma pesquisa no site do INPI (Instituto Nacional da Propriedade In-
dustrial) e verifique quais são os passos para o registro de marcas.
Consulte o site no endereço http://www.inpi.gov.br
capítulo 5 • 143
Capítulo 2
1. Como você explicaria a lei de oferta e demanda e que fatores podem afe-
tá-las?
A lei de oferta e demanda expressa a relação entre os agentes econômicos de um
mercado. Um mercado pode ser definido como o conjunto de todos os vendedores e
compradores de um determinado bem ou serviço. Quanto maior é o preço de um bem
ou serviço, mais predispostos os produtores se sentem em produzi-lo. Ao contrário,
quanto maior é o preço de um dado bem ou serviço, menos predispostos os consumi-
dores se sentem em adquiri-lo. Além das quantidades e dos preços, outras variáveis
podem afetar a lei de oferta e demanda:
• Do lado da oferta: preço dos produtos substitutos, preço dos insumos, tecnologia,
disponibilidade de crédito e condições climáticas (dependendo do produto).
• Do lado do consumo: renda dos consumidores, preço dos produtos substitutos, preço
dos produtos complementares, sazonalidade e preferências.
3. Tome como exemplo que pretende abrir um restaurante japonês. Faça uma
análise SWOT para esse novo empreendimento.
Pratique a análise SWOT identificando de forma fictícia, eventuais pontos fortes, pontos
fracos, ameaças e oportunidades para a abertura de um restaurante japonês na sua
cidade.
144 • capítulo 5
4. Dê um exemplo de empresa e seu respectivo produto ou serviço para cada
uma das estratégias de Porter, justificando a sua resposta.
ESTRATÉGIAS EXEMPLOS
Apple (smartphones, computadores e ta-
Diferenciação
blets.
capítulo 5 • 145
• Compradores: diz respeito à quantidade e ao perfil do mercado potencial.
• Substitutos: são produtos e serviços que podem, facilmente, ser consumidos em
substituição àquele que a empresa pretende vender. Quanto maior é a existência de
produtos ou serviços substitutos, menor é a força que a empresa tem no mercado.
Capítulo 3
146 • capítulo 5
4. Explique de que forma as estratégias de Porter influenciariam as decisões
estratégicas dos 4Ps de marketing.
Uma estratégia de diferenciação requer um posicionamento em termos de produto/
serviço e uma imagem de marca forte. O preço, por sua vez, deve expressar claramente
a quem se destina o produto/serviço. Ou seja, uma estratégia de diferenciação corres-
ponderá a preços mais elevados. Em termos de praça, eventualmente, displays atraen-
tes podem ser muito importantes no caso do varejo. A distribuição deve levar em conta
a área geográfica que concentra o público-alvo da empresa. Estratégias de promoção
elegantes podem ser utilizadas para posicionar o produto/serviço.
No caso de uma estratégia de liderança em custo o preço é muito importante, pois em
geral a empresa tem como público alvo consumidores de menor renda, ou o mercado
é homogêneo ou, ainda, trata-se de um produto ou serviço com pouco valor agregado.
Assim, a distribuição deve levar em consideração a área geográfica que concentra o pú-
blico-alvo da empresa, bem como as estratégias de promoção devem ser direcionadas
de acordo com as características do público-alvo.
Capítulo 4
capítulo 5 • 147
8. Existe regulações para o processo de produção? Quais?
9. Quanto tempo demorará a implantação da fábrica/empresa e quanto custará montar
a unidade de produção/operações?
3. Explique por que uma empresa recém criada costuma ter dificuldades para
contratar profissionais altamente qualificados. Como o empreendedor po-
deria reverter esse quadro?
A empresa nascente é financeiramente frágil. Como as vendas são baixas no começo
de qualquer empresa, o faturamento tende a ser pouco expressivo e ela não tem fôlego
financeiro para pagar salários competitivos. Uma das possibilidades é convidar indivíduos
bem preparados para se tornarem sócios e ocuparem cargos chave. Outra forma é, por
meio de aporte de recursos de investidores, capitalizar a empresa e contratar profissionais
qualificados.
Capítulo 5
2. Qual é o principal motivo que resulta nas elevadas taxas de mortalidade
das empresas nascentes?
De acordo com pesquisa do SEBRAE, para quase 70% das empresas extintas, as falhas
gerenciais se configuram como a razão mais importante para o encerramento das suas
atividades, com destaque para: ponto/local inadequado, falta de conhecimentos geren-
ciais e desconhecimento do mercado.
148 • capítulo 5
3. Comente sobre os potenciais interessados que podem vir a ler o plano de
negócio da sua empresa.
O plano de negócios pode ser utilizado por diversos públicos, como por exemplo:
• Por investidores, ao analisar a viabilidade de aportar recursos na empresa;
• Por bancos, ao analisar a concessão de crédito;
• Por incubadoras de empresas, ao selecionar as empresas para o processo de incubação;
• Por fornecedores, ao negociar prazos de pagamento.
capítulo 5 • 149