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Orivaldo Brunini
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BASE AGROMETEOROLÓGICA PARA SUBSIDIAR A PRECISÃO NA AGRICULTURA E SUPORTE AO CRÉDITO AGRÍCOLA View project
All content following this page was uploaded by Gabriel Blain on 13 March 2014.
1
Eng. Agrícola, MS. APTA - Instituto Agronômico – gabriel@iac.sp.gov.br Av. Barão de Itapura nº
1487 CEP – 13001-970 C.P 28, Botafogo.
2
Eng. Agrônomo, Dr. APTA - Instituto Agronômico- rolim@iac.sp.gov.br
3
Eng. Agrônomo, PhD. APTA - Instituto Agronômico de Campinas. brunini@iac.sp.gov.br.com
Bolsa de Produtividade em Pesquisa - CNPq
1. INTRODUÇÃO
A despeito do grande avanço científico alcançado pelo homem nas últimas décadas,
continua evidente sua vulnerabilidade aos riscos climáticos. O fenômeno natural seca ainda
carece de um real entendimento, de uma melhor previsão de ocorrência e do uso correto de
medidas mitigatórias (WILHITE et al.,1987).
A maior parte dos trabalhos científicos reconhece quatro tipos de seca: meteorológica,
hidrológica, agrícola e socioeconômica (WILHITE et al., 1987 e RASMUSSEN et al., 1993).
Keyantash e Dracup (2002) afirmam que, a menos que a demanda por água da
sociedade exceda significativamente o suprimento natural, a seca socioeconômica é uma
conseqüência dos demais tipos de seca, sendo caracterizada monetariamente.
A seca meteorológica é o resultado de um déficit de precipitação, já a hidrológica é
uma deficiência no volume de água disponível, incluindo lençol freático, reservatórios e rios
(WILHITE, 2000). O primeiro tipo de seca pode se desenvolver rapidamente e “terminar
abruptamente” enquanto a hidrológica necessita de um período prolongado de déficit de
precipitação, entretanto persistirá por mais tempo que a meteorológica. (HEIM JUNIOR,
2002).
A seca agrícola está relacionada à baixa disponibilidade de umidade no solo a qual
torna o suprimento de água às culturas, insuficiente para repor as perdas por
evapotranspiração, afetando a produtividade das mesmas (WORLD METEOROLOGICAL
ORGANIZATION, 1975).
WILHITE et al., (1987) destacam que, todos os tipos de seca são originados por um
défict de precipitação que resulta em uma baixa disponibilidade hídrica para a atividade que a
requer. Baseados nessa premissa, MCKEE et al (1993) afirmam ser o tempo requerido, de
ocorrência de tal deficiência, que separa os diferentes conceitos desse fenômeno climático.
BRUNINI et al., (2002) afirmam que apesar do grande desenvolvimento tecnológico
atual, a agricultura paulista é freqüentemente castigada por adversidades climáticas, sendo a
seca a que apresenta efeito mais duradouro e de maior intensidade, causando os maiores
prejuízos econômicos.
SPI Categoria
≥ 2,OO Extremamente Úmido
1,5 a 1,99 Severamente Úmido
1,00 a 1,49 Moderadamente Úmido
0.1 a 0,99 Umidade Incipiente
0 a -0,99 Seca Incipiente
-1,00 a-1,49 Moderadamente Seco
-1,50 a -1,99 Severamente Seco
≤ - 2,00 Extremamente Seco
Quando a escala de tempo utilizada (1, 2 ou 3 meses, por exemplo) é pequena, o SPI
move-se freqüentemente acima ou abaixo de zero, observando, por exemplo, o regime da seca
meteorológica. Conforme aumenta a escala de análise (12 ou 24 meses, por exemplo) o SPI
responde mais lentamente a mudanças na precipitação observando, por exemplo, o regime da
seca hidrológica.
O primeiro passo para o cálculo do SPI é a determinação da probabilidade de
distribuição de freqüência de precipitação pluvial, a qual é estimada por meio da distribuição
gama incompleta. A função densidade probabilidade é definida por:
X α −1 * e − x / β
g(X ) = para X > 0 (1)
β α Γ(α )
sendo:
β>0 parâmetro de escala da distribuição gama (apresenta mesma dimensões da variável x).
α=
1
4A
( )
1 + 1 + 4 A / 3 .... β = X / α (2)
q = (m/n) (5)
co + c1t + c 2 t 2
SPI = − t − para 0 < H(x) ≤ 0,5
3
1 + d1t + d 2t + d 3t
2
(6)
co + c1t + c 2 t
2
SPI = + t − para 0,5 < H(x) < 0,5
3
1 + d1t + d 2 t 2
+ d 3t
sendo:
1
t = ln( 2
para 0 < H(x) ≤ 0,5
( H ( x))
(7)
1
t = ln( para 0,5 < H(x) <1
(1 − H ( x))
2
sendo:
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 1 demonstra que além de fornecer o valor do SPI em diversas escalas de
tempo. O programa fornece também as médias aritméticas e geométricas da precipitação
pluvial, os parâmetros alfa e beta e a probabilidade gama cumulativa de ocorrência de um
valor observado de chuva para cada mês e em cada período de análise escolhido pelo usuário.
Figura 1: Tela do programa DIMES- Drought Index and Monitoring System com exemplo de
geração de SPI para períodos de 1 e 24 meses para a região de Campinas-SP.
Na figura 2, fica evidente a afirmação de HAYES el al. (1999) que, quando a escala
de tempo utilizada é pequena (mensal), o SPI move-se freqüentemente acima ou abaixo de
zero, o que é análogo ao regime da seca meteorológica, a qual, como dito anteriormente, pode
se desenvolver rapidamente e “terminar abruptamente”. Conforme aumenta o período de
análise (24 meses) o índice responde mais lentamente a mudanças no regime de precipitação,
observando, por exemplo, as características da seca hidrológica.
1,0
0,0
-1,0
-2,0 1 mês
24 meses
-3,0
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
Figura 2. Resultados do Índice padronizado de Precipitação (SPI) para 1 e 24 meses para a
região de Campinas-SP.
HAYES, M. J., SVOBODA, M.D., WILHITE, D.A. e VANYARKHO, O.V. Monitoring the
1996 drought using the Standardized Precipitation Index. Bull.Am.Meteorol.So. 80(3): p.429-
438, 1999.
HEIM JUNIOR, R. R, A review of twentieth - century drought indices used in the United
States. Bull.Am.Meteorol.So. 83(8): p.1149-1163, 2002.
MCKEE, T.B.; DOESKEN, N.J. e KLEIST,J. Drought monitoring with multiple times scales.
In: CONFERENCE ON APPIED CLIMATOLOGY, 9.,1995, Boston. Anais American Meteorological
Society , Boston: PREPRINTS, 1995. p.233 – 236.
WILHITE, D. A.; GLANTZ, M.H. Understanding the drought phenomenon: The role
definations. In: WILHITE et al. Planning for drought toward a reduction of societal
vulnerability. WESTVIEW,1987. p. 11-14.
WILHITE, D. A., Drought as a natural hazard: Conceptions and definitions. In: WILHITE, D.
A. Drought : A global assessment. Routledge, 2000. p. 111 – 120.