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DIANE DALMNDRA

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MARI LOURDES BERNARDI

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Médica Veterinaria UFRGS
Professora Faculdade de Agronomia - UFRGS
Doutorado no Institut Agronomíque
UFRGS
UNIVERSIDADE FEDERAL
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Professor da Faculdade de Veterinaria UFRGS
Doutorado na UHU—Hannover - Alemanha

FERNANDO E BDRTDLDZZDI

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Médico Veterinário UFRGS
Professor da Faculdade de Veterinária UFRGS
Doutorado na WHO-Hannover - Alemanha
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SUINDCULTURA EM A O

INTERVALO DESMAME-ESTRO E,
ANESTRO POS-LACTACIONAL EM sumos

Djane Dallanora
Marí Lourdes Bernardi
Ivo Wentz
Fernando Pandalfa Bortolazzo
SUINOCULTURA EM A O

INTERUALD DESMAME—ESTRO E MESTRE! PÓS—[ACTACIDNAL EM SUÍHDS

Copyright © 2004

Fernando Pandolfo Bortolozzo e lvo Wentz

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Preparada pela Biblioteca da Faculdade de Veterinária da UFRGS

¡61 intervalo desmame-estro e anestro pos-lactacional em suinos. / Djane


Dallanora ...[et al.]: Editores Fernando Pandolfo Bortolozzo, ivo
Wentz - Porto Alegre: Editora. 2004.

mp,: il. color. (Série Suinocultura em ação, n. 1)

Nº de ISBN: 978-85-907590-2—7

]. Produção e manejo: Suínos 2. intervalo desmame—estro 3. Anestro


4. Hormonioterapia 5. Suínos !. Dallanora, Diane, ". Bortolozzo.
Fernando Pandolfo lll. Wentz. ivo lv. Titulo.

CDD 63.6.0809
SUINOCULTURA EM A O

INTERUALD DESMAME—ESTRO E MESTRE! PÓS—[ACTACIDNAL EM SUÍHDS

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INTERUALD DESMAME—ESTRO E MESTRE! PÓS—MCTACIDNAL EM SUÍNDS

Editorial

A grande mudança ocorrida na suinocultura nos ultimos 30 anos, quando as matrizes


alcançaram um enorme incremento na sua capacidade de produzir leitões, esteve acompanhada de
profundas alterações fisiológicas, comportamentais e, consequentemente, de manejo de produção.
Acompanhando a evolução desses conceitos, apresentamos a série Suinocultura em Ação, que tem
como principais objetivos fornecer uma ferramenta que possibilite o desenvolvimento técnico e o
aperfeiçoamento profissional.
A proposta inicial é abordar, ao longo de uma sequência de publicações, diversos temas
ligados à produção de suínos com o intuito de tornar simples e objetivo o enfoque multifatorial dos
temas em questão. Além disso, baseado em inúmeras referências literárias e na experiência dos
autores, pretendemos dar subsidios que permitam ao leitor interessado aprofundar seus
conhecimentos nas areas discutidas. Nessa série, a abordagem dos temas em questão levara" em
conta a inserção do suíno nos sistemas de criação empregados com um enfoque populacional, sem
esquecer, quando pertinente, as peculiaridades inerentes ao individuo. Essa e as demais publicações
da série Suinocultura em Ação tentarão oferecer um instrumento de consulta para auxiliar na
integração de informações relacionadas a area de produção de suínos.
0 primeiro tema a ser abordado é "INTERVALO DESMAME-ESTRO E ANESTRO PÓS—
LACFACIONAL NA ESPÉClE SUÍNA”. São discutidos os indices atualmente encontrados na produção
suinicola, dando embasamento fisiológico aos temas, caracterizando os fatores que influenciam no
intervalo Desmame—Estro e no Anestro Pós-lactacional. Além disso, são discutidas técnicas que
podem ser implementadas para auxiliar na solução de problemas relacionados & aumentos no
intervalo Desmame-Estro e na taxa de Anestro Pós-desmame.
Nos vivemos em plena era da informação e é fundamental o acesso rápido e objetivo a
dados confiáveis e de qualidade. Tentando auxiliar no atendimento dessa demanda,
disponibilizamos a série Suinocultura em Ação. Born proveito!

Os editores.
INTERUALD DESMAME—ESTRO E MESTRE! PÓS—MCTACIDNAL EM SUÍHDS

“As verdadeiras ciências san aquelas que penetram pelos sentidos como resuitade da experiência.
e assim siiencianda as línguas dos que discutem, não alimentando investigadores em sonhos,
mas sempre caminhando sucessivamente de verdades básicas & principios estabelecidos, numa
ordem apropriada, para a conciusão. "

Leonardo da Vinci Codex Urbinas Latinas.


SUINÚCULTURA EM A O

INTERUALD DESMAME—ESTRO E MESTRE! PÓS—[ACTACIDNAL EM SUÍHDS

SIGLAS 11
1. INTERVALO DESMAME-ESTRO e ANESTRO PÓS-MCTACIONAL 13
1.1 introdução 13
1.2 Evolução histórica dos dados de ¡DE 14

2. ASPECTOS FlSlOLÓGlCOS DA LACTAÇÃO E PÓS-DESMAME 19


2.1 Endocrinologia da lactação e período pós-desmame:
interações entre os principais hormônios e seus principais efeitos sobre a reprodução 19
2.1.1 Oonaciotrofínas 19
2.1.2 Estradiol 21
2.1.3 Mediadores nutricionais 22
2.1.4 Prolactina 23
2.1.5 Beta-endorfinas 24
2.1.6 Cortisol 25
2.2 Aspectos morfológicos do trato genital pré—parto. durante a lactação e
após o desmame 26
2.2.1 Crescimento folicular 27
2.2.2 involução uterina 29

3. FATORES QUE lNFLUENClAM O [DE 33


3.1 Duração da lactação 33
3.2 Fatores relacionados ã nutrição e alimentação 36
3.3 Contato com o macho 46
3.4 Genética 47
3.5 Ordem de Parto 48
3.6 Tipo de alojamento 49
3.7 Tamanho da ieitegada ao desmame 51

4. ESTRATEGIAS PARA PREVENIR O ANESTRO PÓS-DESMAME E O INTERVALO


DESMAME—ESTRO PROLONGÁDO 52
4.1 Estímulo do consumo voluntário de alimento durante a lactação 52
4.1.1 Consumo de água 52
4.1.2 Consumo de ração 54
4.2 Redução dos estímulos da sucção 55
4.2.1 Aleitamento interrompido 56
4.2.2 Desmame parcial 56
4.3 Estímulo com o macho 57
4.4 Utilização da hormonioterapia na indução do estro 57
4.4.1 Gonadotrofina coriônica eqiiina (GCG) associada à gonadotrofina
coriõnica humana (hCG) 59
4.4.2 Estradiol e associações 61
4.4.3 Progestãgenos (altrenogest) 63

5. CONCLUSÃO GERAL 64

6. SUINOCULTURA EM FOTOS 65

?. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69
INTERUALD DESMAME—ESTRO E MESTRE! PÓS—MCTACIDNAL EM SUÍHDS

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BNB....". . . . . . . . . . . Dias não produtivos
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12
SUINDCULTURA EM A O

L I introdução
O anestro em suinos é definido como a não manifestação do estro e pode ser classificado como
fisiológico ou patológico. A ausência dos sinais de estro durante a lactação é considerada como anestro
lactacional fisiológico. Por outro lado, fêmeas que não manifestam estro até 10 dias apos o desmame,
bem como as leitoas que não manifestam estro até 180—190 dias de idade, são consideradas em anestro
patológico. A fase lactacionai de silêncio sexual ocorre devido ao bloqueio neuro-hormonal sobre a
liberação das gonadotrofinas. Logo após o desmame. com a retirada do estimuio da amamentação,
começa a secreção gradual dos fatores iiberadores de gonadotrofinas pelo hipotálamo &
consequentemente. o reinicio da ciciicidade. Cabe salientar que, em alguns casos, que dependem
principalmente do grau de estimulação com a amamentação, da duração da lactação e do estado
nutricional da fêmea, pode haver manifestação de estro durante o periodo de amamentação (Kemp,
1998).
O periodo compreendido entre o dia do desmame e a nova manifestação de sinais de estro e
chamado de intervalo desmame—estro (IDE). Em granjas tecnificadas. com plantel estabilizado. há a
expectativa de que 85-90% das fêmeas manifestem estro até 7 dias após o desmame. Vários fatores
estão envolvidos no retorno à ciclicidade como a duração da lactação. ordem de parto, estação do ano,
ingestão de nutrientes durante a lactação, exposição ao macho após o desmame, tamanho da ieitegada
lactente e genética, entre outros (Dial et al., 1992).
Todos os periodos em que a fêmea está vazia, excluindo o periodo gestacional e lactacional,
são considerados dias não produtivos (DNP), os quais comprometem a produção numerica da granja.
Na Figura 1.1 é apresentada a composição dos DNP segundo Dial et al. (1992), considerando os
periodos prê— e pós—cobertura e remoção das fêmeas.

Até 7 dias após o desmame, espera-se q Í"


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13
mrenvaco Desmame-esmo e mesmo ¡»ús-ucraniana EM suinos

Figura 1.1: Representação esquemática dos componentes dos dias não—produtivos (Dial et al., 1992).

Os principais fatores que influenciam os DNP são o 1DE, o anestro pos-desmame, o intervalo
entre desmame e remoção das descartadas. o intervalo entre a entrada na granja e ¿¡ primeira cobertura,
o periodo até descarte de leitoas que não ciclaram ou não foram cobertas, entre outros (Dial et al,,
1992). Variações no ¡DE podem ser observadas entre granjas e dentro da mesma granja, sendo
considerado um dos principais problemas no manejo do plantei de fêmeas de reprodução. Essas
variações, principalmente quando ocorrem atrasos na manifestação do estro após o desmame, além de
aumentar os DNP, podem prejudicar a formação dos grupos de cobertura e desorganizar o manejo
subsequente do rebanho de matrizes nas diferentes fases, dificultando o cumprimento de metas de
produção para periodos definidos, como por exemplo, a produção semanal, comprometendo a
produtividade do rebanho.

1.2 Evolução histórica dos dados de ¡DE

Com a evolução da suinocultura e a intensificação da atividade, o lDE, que era de 11,5 a 20.5
dias até os anos 80 (Vesseur, 1997), foi reduzido para uma duração média próxima de 5 a 7 dias.
Avaliando dados da Holanda nos anos 70, Fahmy et al. (1979) observaram ¡DE médio de 18,7 dias e
12,9% das fêmeas sendo descartadas por não terem entrado em estro até 50 dias após o desmame. Duas
décadas mais tarde (Vesseur, 1997), b i DE havia sido reduzido para 8, 1 dias nas primiparas e 5, 1 dias nas
muitiparas e apenas 1,4% das fêmeas sendo descartadas por anestro até 40 dias apos o desmame.
Recentemente, Kummer et al. (2003) avaliaram dados de 7223 coberturas de fêmeas com ordem de
parto de 1 a 5 e verificaram ¡DE médio de 4,9 dias, em fêmeas com lactação média de 18,3 dias.

14
SUINDCULTURA EM A 0

Tem sido sugerido, ao iongo dos últimos anos, que há diferenças no desempenho reprodutivo
(taxa de parto e tamanho da !eitegada) de acordo com a duração do iDE. Aparentemente. as fêmeas com
iDE entre 7 e 12 dias apresentam redução na taxa de parição e tamanho da ieitegada (Wilson e Dewey,
1993; Vesseur. 1997).
Wilson e Dewey (1993) utilizaram um banco de dados de 2800 fêmeas com ordem de parto >
2 e classificaram as fêmeas em categorias de IDE mais eficiente (3-6 dias e I 1-14 dias) e menos eficiente
(7-10 dias). Os autores observaram redução da eficiência reprodutiva das fêmeas com IDE de 7-10 dias.
onde se concentraram 12.6% das coberturas. O número de leitões nascidos vivos e a taxa de parto das
fêmeas dessa categoria de IDE foi menor (Pr—10,000 I) do que nas categorias 3-6 dias ou 11-14 dias
(Figura 1.2). Pela observação dos autores. o tamanho da ieitegada reduz nas fêmeas com IDE dos 7 aos
IO dias. aumentando gradativamente a partir das coberturas realizadas na categoria de IDE > 12 dias.

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Figura 1.2: Taxa de parto e número de leitões nascidos vivos em fêmeas mais (IDE= 3 a 6 dias e
H a M dias) e menos eficientes (IDE: ? a 10 dias) (Wilson e Dewey, 1993).

Vesseur (1997) também observou resultados semelhantes. havendo redução gradativa no


tamanho da ieitegada, ieitões nascidos vivos e taxa de parto entre as categorias de IDE até 12 dias,
existindo melhora nesses dados a partir do IDE de 13 dias. 0 tamanho da ieitegada do IDE I9 ou mais
dias foi superior a todos os outros intervalos (P< O.05). Segundo o autor, fêmeas inseminadas entre os
dias 9 e 12 pós-desmame apresentam maior risco para menores taxas de parição, tanto em primiparas
quanto em multiparas (Figura 1.3).

VG diasempenho reprodutivo varia entre


as fêmeas conforme o intervalo
desmame-estro

15
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Figura 1.3: Efeito da duração de IDE sobre e tamanho da leitegada (independentemente da erdem de
parte) e sebre e taxa de parte de fêmeas em categerias de ordern de parte (OP) le superior a ¡
(Vesseun I997).

Peleze et al. (2003) também identfficerem variações ne desempenho reprodutivo


subsequente de ecerdo com e IDE. As texes de retorne ee estre foram mais elevadas nas fêmeas tem ¡DE
de 0 e 2 días e naqueles com IDE de 8 e 12 días (Figure 1.4). Quanto ee temenhe de Ieftegede, e número
de leitões nascidos foi inferior nas fêmeas cam ¡DE de 0—2 dias quando comparada às fêmeas com e ¡DE
de 4 e de 13-2] días.

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Figura 1.4: Percentual de retorno ee estro, taxa de parto e tamanho de Ieitegade de acorde cem e
Intervalo desmame-estro de fêmeas seines com ordem de parte de l' a 5 (Poleze et al., 2003).

16
SUINDCULTURA EM A O

Soede, Hazelegere Kemp (200 i ) citam dois possiveis mecanismos que podem explicare efeito
do IDE sobre o desempenho reprodutivo. lnicialmente, o grau de catabolismo durante a lactação pode
resultar em pequeno aumento na duração do IDE, com maior influência sobre a taxa de ovulação e
sobrevivência embrionária. Um segundo aspecto é o protocolo empregado com relação ao momento da
inseminação. Para Suede e Kemp (1997), o aumento do lDE entre 3 e 8 dias está associado com a
diminuição do intervalo inicio do estro-ovulação. Assim, as fêmeas com lDE maior teriam um menor
intervalo entre o inicio do estro e a ovulação, Com isso, aumentaria a chance de que a primeira IA seja
pós-ovulatória, nessa categoria. Posteriormente, foi observado que essa associação entre 0 ¡DE e o
intervalo inicio do estro-ovulação não ocorre em algumas situações (Steven'nk et al,. 1999 e Castagna et
al., 2001). Ou seja, em algumas granjas, ou até mesmo na mesma granja em diferentes momentos, não
foi observada uma associação entre o l DE e o intervalo inicio do estro-ovulação.
Outro ponto a ser considerado é que as fêmeas que apresentam l DE de ? a 10 dias, nas granjas
com desmame semanal realizado na quinta ou sexta—feira, apresentarão estro e serão inseminadas no
Final de semana subsequente. Ou seja, esses dias são sabidamente problemáticos para o setor de
inseminação das unidades, devido ao menor número de funcionários em atividade e com possibilidade
das atividades referentes ao diagnóstico de estro e inseminação artificial serem realizadas com menor
precisão. Além disso, nas inseminações realizadas nos finais de semana, é muito comum o emprego de
doses armazenadas, na média, por um periodo de tempo superior àquelas empregadas nas
inseminações durante a semana.
Os dados de Wilson e Dewey (1993) indicam que a maioria das fêmeas que apresentam ! DE de
7— l 0 dias, e consideradas menos produtivas, são de ordem de parto ? (23% dos animais avaliados), uma
categoria com tendência a desenvolver catabolismo mais acentuado durante a lactação, e com isso sérias
candidatas a maiores prejuizos no desempenho reprodutivo. As primiparas também foram a categoria
de maior incidência de fêmeas com lDE entre 6 e ¡8 dias (31, 7%; Figura 1.5), no estudo de Kummer et
al. (2003),

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Ordem do Parto

Figura 1.5: Distribuição das fêmeas com ordem de parto de l a 5 em diferentes categorias
(o a l dia: 2 a 5 dias; 6 a 13 dias e 19 a ZI dias) de duração de IDE (Kummer et al., 2003).

I7
mremmo Desmame-esmo e mesmo ¡»ús-ucraniana EM suínos

O ¡DE representa. portanto, um período que influencia o desempenho reprodutivo das.


fêmeas. Embora o ¡DE esteja reduzido a. valores médios de 5 a 7 días, a variabilidade na granja e entre
granjas é ainda muito grande. O conhecimento dos fatores envolvidos no IDE e as suas relações com a
reprodução serão discutidos a seguír.

18
SUINDCULTURA EM A O

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As mudanças e adaptações do organismo durante a prenhez conduzem a uma diminuição da


fertilidade logo após o parto. O anestro fisiológico que ocorre durante & lactação é mantido pelos
estimulos sensoriais que desencadeiam alterações na liberação hormonal, as quais mantêm o estado de
inatividade ovariana durante essa fase. O anestro lactacional permite uma recuperação do sistema
reprodutivo e o retorno no funcionamento dos vários processos hormonais envolvidos na reprodução.

2.1 Endocrinologia da lactação e periodo pós—desmame: interações


entre os principais hormônios e seus principais efeitos sobre a reprodução

2.1.1 Gonadotrofinas

O periodo pós-parto é caracterizado por apresentartrês fases distintas: hipergonadotróõca, de


transição e de normalização. A manifestação das três fases depende da intensidade das mamadas. estado
nutricional. ordem de parto e época do ano (Britt, I996).

Fase hipergonadotrõfica: é o periodo que compreende os primeiros 2 a 3 dias pos—parto.


Devido à alta concentração de LH e FSH circulantes, a porca possui uma certa população de folículos pre-
ovulatõrios logo após o parto. os quais secretam estrógenos ativamente (Eesti e Britt, I993).
imediatamente após o parto. as porcas têm concentrações plasmáticas de LH relativamente aftas. as
quais permanecem assim até ocorrera inibição da liberação induzida pela mamada, de 24 a 55 h após o
parto (Sesti e Britt, 1993).

Fase de transição: apos a fase hipergonadotrõâca. surge uma fase de transição onde a
liberação de FSH e LH e suprimida basicamente pela liberação de peptídeos opióides endógenos (POE)
do hipotálamo. principalmente em resposta ao estimulo da mamada (Foxcroft, 1992). Durante esse
periodo, os folículos sofrem atresia e os niveis de gonadotrofinas permanecem em concentrações séricas
basais (periodo hipogonadotrófico). Em geral, e uma fase de anestro e aciclia devido aos efeitos
combinados de amamentação e estado catabõlico da porca.

19
' tomavam Desmame-esmo e mesmo ¡»ús-ucraniana EM suinos

Fase de normalização: ao redor da terceira semana de iactação. os niveis de LH e FSH


aumentam continuamente até o desmame. O desmame reduz os niveis de POE e devido à ausência de
estimulos da mamada, resulta num aumento da secreção pulsãtil de LH, culminando com o inicio do
estro e ovulação em 3 a 10 dias (Britt, 1996).
O perfil hormonal durante a lactação e no periodo pós-desmame, basicamente o padrão de
secreção de gonadotrotinas. é o principal fator desencadeante do retorno ã ciclicidade das fêmeas suinas
apos o desmame. Alguns trabalhos compararam as diferenças no padrão de liberação hormonal entre
fêmeas que manifestaram estro em diferentes períodos apos o desmame ou permaneceram em anestro.
Para o recrutamento e seleção dos folículos, ou seja. para o retorno ã ciclicidade apos o
desmame, é necessário o reinicio da liberação puisãtil das gonadotrotinas. A secreção de LH passa do
padrão pulsãtii com baixa freqiiência/alta amplitude para um padrão de alta freqiiência/baixa
amplitude. Nas fêmeas que estabelecem esse padrão logo após o desmame, o iDE é curto, porém. nas
fêmeas onde não existe essa alteração na liberação de LH, ocorre um prolongamento do período para a
retomada da ciclicidade (Shaw e Foxcroft, 1985). Na Figura 2. ], estã apresentado o padrão de pulsos de
LH em fêmeas com diferentes durações de l DE. A explicação para as diferenças na duração do iDE entre
fêmeas provavelmente esteja nos diferentes padrões de concentração e pulsatilidade de LH, durante &
lactação e logo apos o desmame. Nas fêmeas com restauração da pulsatilidade de LH no decorrer da
lactação. o !DE é reduzido. As fêmeas com padrão de alta freqtiência/baixa amplitude de LH (gráfico a na
Figura 2. l ) tendem a apresentar i DE curto e reinicio imediato da ciclicidade após o desmame.

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Horas em relação ao desmame

Figura 2.1.- Padrão de pulsos de LH plasmático em fêmeas desmamados aos 21 días pós-parto e com
intervalo desmame—estro de 4 (a), 6 (b) e > H dias (c) (Shaw e Foxcroft, 1985).

20
E SUINDCULTURA EM ago

Tsuma et al. (1995) também observaram a existência de mudança no padrão de iiberação de


LH e que esta ocorre de maneira diferente entre fêmeas que retornarão ã ciciicidade iogo após o,
desmame e aquelas que permanecerão em anestro. Nesse trabaiho, os niveis de LH aumentaram logo
após o desmame nas fêmeas cíclicas e aciciicas (Figura 2.2) e a concentração média de LH foi superior nos
periodos após o desmame (dia i e 2) comparados com o dia -1 e dia 0 (P<:O,05). Os autores observaram
que já antes do desmame a concentração de LH, embora em niveis basais, é mais aita nas fêmeas que
retornam & ciciicidade mais cedo, mas em ambos os grupos houve aumento do LH apos o desmame.
Entretanto, as médias gerais e dos niveis basais de todo o período. entre cíclicas e em anestro. fºram
signiticativamente diferentes (P—=:0, 05). As fêmeas cíclicas apresentaram 6 picos +puisos de LH/óh no
segundo dia após o desmame. enquanto que as fêmeas em anestro tiveram 3.3 (Patº,06).

.......... Média Cidicas

L4 " . „„...... Níveis basais Ciclicas


IIIIIIIII
'izlli.
'...-_..l—Illilz

1 , 2 -..
Anestru
“ . . . "nu...“- Médiª
. . .. ¡¡¡¡¡¡¡¡ "'
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% º 8 . ...............
. """ "-" '
u...-" "... "u.-_-
?a; 0.6 .. 1 ¿'“ «g:—‚:
_
:............
5 0.4 ..
0.2 9-15h 8-14!) 14-20h 9-15h 9-15h
Dia -¡ Dia O Dia O Dia i Dia 2

Figura 2.2: Média e niveis basais de LH, medido a cada 15 minutos, próximo ao desmame (dia a),.em
porcas cíclicas (n=5) e em anestro (n =4) (Tsume et al., 1995).

2.1.2 Estradioi

As concentrações de estradioi nas fêmeas cíclicas aumentaram gradualmente do primeiro ao


terceiro dia pós—desmame (P< O,05; Tabeia 2. 1), enquanto nas fêmeas que permaneceram em anestro
não existiram aiterações nas concentrações durante o periodo avaliado (Tsuma et al.. 1995). Nas fêmeas
que permanecem em anestro após o desmame. apesar de existir um aumento significativo na
concentração media de LH, não ocorre um desenvolvimento folicular consistente e, por consequência,
não existe aumento na secreção de estradioi.

Durante 0 periodo de lactação a porca“-


tende a näo manifestar estro devido a umª;
“inibição na liberação de gonadotrofinasz-z-

21
! ¡mauro Desmame-esmo e mesmo Pós-LacraooNAt EM suinos

Tabela 2.1: Concentração de estradiol (panel/l.) em fêmeas cíclicas e em anestro no periodo de três
dias antes (-) até três dias após (+) o desmame (O).

Ciclicas Em anestro
% .25.7-+ 1,6 aß“ _ 19:1 a 1,3 %
25,1 _1,6ab 18,631,8
… º …: 1 1 6 3 1 5 3 1 1 5 == “ l , - s i ;
0 24,7 31,6a 20,5 'I.- 1,8
H 3a +: sab ' 3.1- 5:18 É
2 29,3 _ i õ b c 21,6: L8

a,b,c na mesma coluna diferem entre si (P<0.DS]. Tsume et al. (1995).

2.1.3 Mediadores nutricionais

A existência de receptores para insulina e fator de crescimento semelhante à insulina (l GF-l) no


hipotálamo, hipófise e ovários, além da demonstração do efeito desses mediadores nutricionais sobre os
hormônios reprodutivos, indicam uma relação importante entre nutrição e função reprodutiva (Barb et
al,, 200 l ).
Há evidências de estudos in vitro mostrando que a insulina, associada à glicose, estimula a
rápida utilização de nutrientes e regula o crescimento e proliferação das células da granulosa, Ela também
age na diferenciação e potencializa a indução da produção de receptores para LH e FSH, bem como
produção de esteróides pelas células da granulosa, em suinos. Alguns resultados de estudos in vivo
também sugerem que a insulina estimula a foliculogênese agindo diretamente sobre os hormônios. Cox
et al. (1987) demonstraram que o tratamento com insulina no inicio da fase folicular aumenta a taxa de
ovulação sem alterar as concentrações plasmáticas de LH. Tokach et al, ( 1992) avaliaram vários
metabólitos plasmáticos (glicose, triglicerídeos, lisina, ácidos graxos não esterificados, uréia) e não
encontraram diferenças entre as fêmeas que retornaram ao estro até 8 dias (l DE normal) e até 15 dias
(!DE prolongado) após o desmame, Porém, as concentrações de insulina foram maiores nas fêmeas que
manifestaram estro até 8 dias após o desmame.
A insulina tem influência positiva na nutrição, crescimento e desenvolvimento das células
foliculares, mas não existem evidências diretas que comprovem que a diminuição da secreção de insulina
devido à restrição alimentar seja a responsável pela diminuição da taxa de ovulação no suíno. A produção
de insulina pode ser estimulada por altos níveis de alimentação, redução do número de leitões lactentes e
mudanças na composição da dieta,
Outros hormonios que possuem influência na reprodução, como o ¡GF-i. secretado
principalmente pelo fígado, estão sob controle nutricional. A subnutrição, por exemplo, leva a uma
diminuição do ¡GF-i circulante. Numerosos estados, feitos para avaliar a influencia do nivel de
alimentação na atividade ovariana suína. tem demonstrado que baixas concentrações de lGF—l no plasma
ou fluido folicular têm sido associadas com redução na taxa de ovulação ou foliculogênese (Bart;- et al,,
2001).

22
SUINDCULTURA EM A 0

Estudos in vitro têm mostrado que o lGF—l estimula a mitogênese e amplifica os efeitos do FSH
na indução de receptores de LH e na esteroidogênese pelas células da granulosa. Pettigrew e Tokach
(1993) concluiram que a insulina e o ICF-1são os principais conectores entre a ingestão de nutrientes e a
reprodução, baseando-se na correlação existente entre a concentração plasmática dos hormônios e o
número de pulsos de LH. Britt et al. (1988) observaram aumento da frequência de pulsos de LH,
aumento de estrógenos no fluido folicular e aumento na taxa de ovulação em leitoas nas quais foi
administrada glicose (injeção ou infusão), enquanto que a atresia de folículos de tamanho médio
diminuiu.

2.1.4 Prolactina

A prolactina e um hormônio protéico produzido na hipófise anterior pelas células


denominadas lactotrofos. Sua liberação é mediada pelo fator liberador de prolactina e inibida pela
dopamina, uma catecolamina precursora da noradrenalina (Greco e Stabenfeldt, 1999). O principal
efeito da prolactina é a estimulação das células da glândula mamária ã lactogênese. Quando da
manipulação do complexo mamãrio durante a mamada ou ordenha, existe a condução dos estimulos
sensoriais ate o hipotálamo, ocorrendo a liberação de peptídeo intestinal vasoativo e de POE, os quais
bloqueiam a produção de dopamina e permitem que a prolactina seja produzida e liberada, resultando
em produção de leite (Davidson e Staben feldt, l999).
O padrão de secreção da prolactina é pulsãtil, respondendo a mamada, aumentando
rapidamente após o inicio da sucção e massagem mamária e diminuindo para concentrações basais em
30 a 60 minutos após cessarem os estimulos (van der Wiei et al., 1985).
Apesar dos resultados dos trabalhos serem contraditórios, alguns indicam uma relação
negativa entre as concentrações de prolactina e LH, e isso pode indicar influência sobre o retorno ã
ciclicidade após o desmame. A separação dos leitões da fêmea em lactação por periodos de quatro horas
ou mais, reduz as concentrações de prolactina plasmática e aumenta a secreção basal de LH. Esse efeito
negativo sobre o LH foi observado em trabalhos utilizando a administração de prolactina exógena na
fêmea nos periodos de separação dos leitões. Embora tenha existido o aumento nos niveis de LH. esse foi
signiãcativamente menor, quando comparado com as fêmeas que não receberam o tratamento
(Booman and van der Wiei, l980 apud Kemp, 1998). Também van der Wiel et al. (1985) observaram
diminuição significativa nos níveis de LH plasmáticos. comparando fêmeas tratadas com infusão de
prolactina suina purificada, por 24 horas. imediatamente após o desmame, com as não tratadas.
Entretanto, Dusza et al. (1990) apud Kemp (1998). aplicando prolactina exógena logo após o desmame
até a ocorrência do estro, não verificaram influência nas concentrações plasmáticas de LH nem na
duração do estro, e o pico pré-ovulatório de LH ocorreu em todas as fêmeas,
A prolactina isoladamente parece não mediar diferenças na fertilidade das porcas, pois os
niveis desse hormonio diminuem da mesma forma nas fêmeas com ¡DE longo e com retorno ao estro
normal (van der Wiel et al., 1985). Os resultados de De Rensis et al. (1993) também indicam que a
prolactina isoladamente não está envolvida no controle da secreção de LH e GnRH durante a lactação.
Em conclusão, a hiperprolactinemia é, em parte, responsável pela inibição da liberação de LH durante a
lactação, porém existem outros fatores agindo em associação.
ºu
' mmwaco Desmame-esmo e mesmo ¡»ús-ucraniana EM suinos

2.1.5 Beta-endorfinas

São hormônios derivados da pró—opiomelanocortina e possuem efeitos inibitorios sobre a


liberação de LH e FSH. O efeito sobre a liberação de LH e mais pronunciado, enquanto que para FSH os
resultados são menos consistentes. A estimulação da secreção de LH em animais tratados com naloxone
(antagonista dos POE) fornece suporte para o conceito do papel fisiológico desses neuropeptideos sobre
a liberação das gonadotrofinas. Tratamentos intravenosos com naloxone aumentaram a secreção de LH
na fase luteal em leitoas (Barb et al., 1986) e na lactação de porcas (De Rensis et al., i993), mas não na
fase folicular de leitoas (Barb et al., 1986).
A liberação dos POE é desencadeada pelo estimulo da mamada e presença dos leitões
próximos & fêmea. Os POE, juntamente com & prolactina, são os responsáveis pelo anestro fisiológico
lactacional na fêmea suina (Figura 2.3).

É: :: leitões (3) (+ Wha


-perludn d! ¡adagio (2)

-Comportamerrto dos Leitões … Física


refugo: dos leitões
mães-dm
- trocas m _ '|ª
- d l …P… Estímulo da Mamada

Figura 2.3: Controle neuroendócrino que leva ao anestro iactacional em suinos.


( l ) O estímulo da mamada e a presença dos leitões são os responsáveis pela liberação de FOE.
Os POE inibem, de forma pronunciada. a liberação de LH e, de forma menos consistente, o FSH.
(2) A dopamina inibe a secreção de prolactina. Os POE, por sua vez, inibem a secreção de
dopamina, permitindo a secreção de prolactina. A prolactina inibe a secreção basal de LH.
(3) A liberação de POE e da prolactina são influenciados pela intensidade do estimulo da mamada
e pelo comportamento dos leitões.
{4) A inibição na liberação das gonadotrofinas, induzida pelos POE e pela prolactina, leva ao
anestro lactacional no suíno.

24
SUINDCULTURA EM A O

2.1.6 Cortisol

0 cortisol é um glicocorticóide produzido no córtex da glândula adrenal. Os glicocorticóides


são mediadores importantes do metabolismo intermediário com funções como estimulação da
gliconeogênese, aumento da glicose sanguinea. lipólise. estimulo & excreção de água e produção de
ácido gástrico, bloqueio da resposta inflamatória e depressão do sistema imune (Greco e Stabenfeldt,
I999). Além disso, o cortisol participa do processo de inicio do parto e é um dos principais hormônios
envolvidos na resposta ao estresse crônico, podendo apresentar efeitos negativos sobre a reprodução.
Tsuma et al. (1995) observaram que as concentrações de cortisol foram significativamente
mais altas para as fêmeas que permaneceram em anestro (643180 nmol/L) quando comparadas às
fêmeas ciclicas (40,2i 7, l nmol/L), exceto no dia do desmame. A amamentação aumenta a secreção de
cortisol e B-endorfinas. enquanto o aumento dos niveis desses hormônios no dia do desmame resultam
do estresse promovido pela retirada dos leitões e mudança de instalações. Removido o estimulo da
mamada e passado o estresse promovido pelo desmame. os niveis decrescem, do segundo para o.
terceiro dia pós-desmame. em fêmeas cíclicas (Figura 2.4; Tsume et al... I995).

+ Fêmeas cíclicas
Cortisol(nmol/L)

BO " + Fêmeas em anestro


7O ——
60 - -

Dias antes e depois do desmame

Figura 2.4: Concentrações de cortisol ("mol/L) em fêmeas cíclicas e em nuestro, nos dias antes e após
o desmame (Tsuma et al.,1995).

: O'zestfmul'o da mamada leva à liberação;


dos peptídeos opioides endógenos que
inibem a liberação de LH e FSH levando
ao anestro lactacional.

25
' INTERUALD Desmame-esmo E mesmo PÓS-LACTACIDNAL EM suinos

2.2 Aspectos morfológicos do trato genital pré-parto, durante a lactação


e após o desmame

Os corpos lúteos gestacionais entram em regressão próximo ao parto e nas primeiras semanas
de lactação existe a presença dos corpos albicans. Associados a essas mudanças morfológicas. ocorre a
diminuição dos niveis de progesterona próximo ao parto, os quais permanecem baixos durante toda a
lactação (Edwards. 1982).
0k (1983) avaiiou as alterações morfoiógicas pós-desmame no trato genital da fêmea suina.
As variações de tamanho e morfología do sistema reprodutivo são determinadas por estimulos
hormonais, sendo que a presença ou a ausência desses estimulos promove a evolução ou regressão das
alterações. Nesse trabalho. 98 primiparas foram abatidas do 2° ao 16° dia pós—desmame de uma
lactação de 42 dias. O IDE medio do rebanho era de 5.5 dias e o trato genital feminino foi pesado em
partes (Figura 2.5 e 2.6). Foi obsewada diminuição do peso do ovário entre o dia 6 e 8 pos-desmame
resultante da perda de liquido folicular (ovulação), aumento do peso do ovário até o dia 16 devido ao
aumento de peso dos corpos íúteos e aumento do peso do ovíduto. útero e cérvix até dia 6 promovido
pelo crescimento folicular, aumento da concentração plasmática de estrógenos (edema) e aumento do
”tamanho das células epiteliais (hipertrofia ceiular).

14 -
12 -
Io -
a ª - .
E 5 __ Figura 2.5:
â- 4 . Peso do útero (em gramas)
2 - no periodo pós-desmame
o . . . . . . . . . (Dyck, 1983).
O 2 4 6 8 10 ¡2 l4 ¡5
Dias

14 _
12 -
lo _
8 _ .
É 6 _ Figura 2.6.-
5 4 _ Peso dos ovários (em gramas)
“ 2 _ no periodo pós-desmame
a , , , , , , , , , (Dyck, 1983).

26
SUINDCULTURA EM A O

2.2.1 Crescimento folicular

Durante as três primeiras semanas de lactação. a população de folículos maiores que 5 mm é


muito reduzida, sendo que após esse período aumenta a presença desses. No entanto. é muito raro o
aparecimento de folículos maiores, antes do desmame (Lucy et al., 2000).
Lucy et al. (2000). através de exame ultra-sonogrãfico do dia 7 pré-desmame até a ovulação
pós-desmame. estabeleceram quatro padrões de desenvolvimento folicular: ovulação antes do
desmame. formação de cistos foliculares. inatividade ovariana (folículos extremamente pequenos;
menores que 2 mm) e ondas de crescimento folicular pré-desmame (Tabela 2.2). A ovulação pré—
desmame ou formação de cistos foliculares ocorre em pequeno percentual de fêmeas. porem esses
animais são importantes, pois. teoricamente. pennanecem em anestro ou apresentam comportamento
estral atípico. Nessa categoria de ovulação pré-desmame, tendem a estar incluídas as fêmeas que
apresentam l DE de 15-18 dias, ou seja, o início da ciclicidade aconteceu no final do período lactacional e
o estro aos 15-18 dias culminaria com a segunda ovulação pós-parto.
A inatividade ovariana (folículos menores que 2 mm) no desmame causa um prolongamento
do i DE e é mais frequentemente observada em fêmeas com menor escore corporal visual ou submetidas
ao estresse pelo calor, portanto. em condições adversas. Nessas fêmeas, os folículos não respondem ao
aumento da concentração de LH. provavelmente por apresentarem pequena quantidade de receptores
para esse hormonio.

Tabela 2.2: Possibilidade de padrões de desenvolvimento folicular durante a lactação e no periodo


pós—desmame e suas consequências sobre a duração de anestro no suíno.

Desenvolvimento folicular Consequências


Ovulação pré-desmame Prolongamento do ¡DE (a fêmea precisa
completar mais um ciclo estral até ovular novamente)
'." ..
-.-r.|-_-.._ - . . . . - .- . - —. - .I . . .ªº—=
.-_,:-'l—n:
-._. ‚.
"r. l ' ª l - N l - l T - I É J É H I ' "** 1 - 3 É'a-Í-uª r‘ I I :' -fll .lflgfil "§ ;£ lf ":
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il". _'

inatividade ovariana Prolongamento do ¡DE e/ou anestro

L' "f.-:": ª i _ ' - ""-"‘:-


-‚1 . ._.. '"
.r .. . '.
\. |.. ".| "v . - r ¡

Desmame com folículos em crescimento ¡DE curto

Desmame com folículos em regressão ¡DE longo. porém dentro da normalidade (até ?dias)

Lucy et al. (2000).

Durante o periodo lactacíonal, foram observadas ondas sincronizadas de crescimento, nas


quais grupos de 20 a 30 folículos com tamanho inicial de 2 mm crescem até 4 a 6 mm, regridem e uma
nova onda reinicia (Lucy et al., 2000). No período pré-desmame, as fêmeas normalmente apresentam
folículos de 2-5 mm e o desmame desencadeia um rápido crescimento até o estágio de folículo prê-
ovulatorio. Se o desenvolvimento folicular pré-desmame obedecer ao padrão de ondas sincronizadas, a

27
E tomavam Desmame-estao e mesmo Pos-Lacraaouar. EM suínos

duração do i DE dependerá do estágio de crescimento da população de folículos no desmame. Fêmeas


desmamadas nas quais a população de folículos estiver em crescimento (Figura 2. 7; número 1) tendem a
apresentar lDE mais curto. pois o tamanho pré-ovulatonio é alcançado mais rapidamente. Por outro lado,
fêmeas desmamadas quando a população de folículos da onda folicular estiver em regressão (Figura 2.7:
número 2) tendem a ter lDE mais prolongado, pois uma nova onda de desenvolvimento precisa ser
iniciada (Lucy et al., 2000).

& I I

ã I . .
£ .. .
H I I

% I I

â I I I
ã I I I

ã . : :
I : :
I I I I
Estro e Estro e
ovulação ovulação
Figura 2.7: Representação esquemática da onda ( _ ) de crescimento e regressão foliculares e da
influência do momento do desmame ( I = com a população de folículos em crescimento o IDE tende
a ser curto; 2 = com a regressão da população de folículos o IDE tende a ser mais prolongado)
sobre a duração do lDE.

Nas fêmeas em anestro. o crescimento folicular pode obedecer a dois padrões: os ovarios
apresentam folículos de 1—2 mm que não aumentam de tamanho, mesmo após o desmame, ou um
segundo padrão, onde os folículos atingem até 5 mm após o desmame. porem falham em atingir o
crescimento pré-ovulatorio (Lucy et al., 2000).
Dentre os padrões de desenvolvimento folicular para esse período. Lucy et al. (2000)
descrevem a possibilidade de formação de cistos foliculares. Nesse sentido, Castagna et al. (2004)
avaliaram possiveis fatores de risco de fêmeas desmamadas que apresentaram cistos ovarianos. Um total
de i990 matrizes foram submetidas à ultra-sonogralia em tempo real a partir do desmame e 2,4% delas
apresentaram ovários cisticos. A incidência de cistos foi maior em fêmeas com !DE <3 dias e duração de
lactação «: l4 dias (Tabela 2.3). Ou seja, a chance de uma matriz apresentar ovários císticos foi ¡5.2 vezes
maior, quando o l DE foi «4:3 dias, se comparado à categoria de l DE 3 a 6 dias. Nas fêmeas com lactação
«: 14 dias a chance de ovários císticos foi 5,9 vezes maior quando comparadas à categoria com lactação
de l? a l9 dias. Segundo os autores. essas matrizes têm maior chance de desenvolver cistos ovarianos
pois teriam desenvolvimento folicular que permitiria o crescimento ate o tamanho pré-ovulatorio,
produzindo estrógeno suficiente para expressar a sintomatologia de estro, mas insuficiente para
estimular o pico prê-ovulatório de LH. com isso os folículos falham em ovular e tornam-se císticos.

28
SUINDCULTURA EM A O

Tabela 2.3: Distribuição e razão de chance de cistos ovarianos em fêmeas minas, de acordo com a
categoria de duração da lactação. categoria de ordem de parto e com a categoria de intervalo
desmame-estro (IDE).
Categorias N Porcas com cistos % de animais Razão de Chance
com Cªtª! (ODDS RATIO)

De 14 a 15 dias 4oo 13 3.25“ 1.5“


De 17a 19 dias aaa 15 Lorª ¡,o-“º
> 19 _ _ 593 10 L69" 0.3”-
.atlªs“ ........ .... .. 4 2,?4 I.?

Primiparas 299 3' 1,00 0,4


Mrtipara; .1
_ _ 1545 _ 40 2.59 1.0
_.u._ - . . ._. . _
l . . _. - _. _u, -. . . . -
.
dj,—;_; .
. ._ - - : _ - - '
. . 13 3.935,;

De 3 a a dias 1556 22 L33" Lbª


:.— 6 dia; 95 3 3.115" 2.nª
a, b na mesma coluna fP<0.05) Castagna et al. (2004).

2.2.2 involução uterina


A involução uterina consiste no retorno gradual do útero para o estado de não prenhe. A
completa involução é provavelmente um pré—requisito para a otimização dos resultados da concepção e,
na porca desmamada precocemente, é um fator determinante para a redução na sobrevivência
embrionária e número de nascidos. Segundo Kunavongkrit et al. (1983). o periodo de involução uterina
é de duas semanas. mas um periodo adicional de involução ocorre na terceira semana (Britt, 1996).
Na Figura 2.8 pode ser observado que. mesmo com desmame aos 14 días de lactação. os
embriões alcançam o útero aos 22-27 dias após o parto. No entanto. deve—se avaliarse esse periodo seria
suficiente para involução morfológica e recuperação funcional do útero. Nesse sentido, Marsteller et al.
(1997) avaliaram o impacto da duração da lactação de 8-12 ou ¡8-21 dias sobre os parâmetros
reprodutivos subsequentes. Segundo os autores, as fêmeas com lactação mais longa tiveram redução de
1, 76 dias no l DE e aumento da taxa de concepção e de sobrevivência embrionária (Tabela 2.4).

Tabela 2.4: Desempenho reprodutivo de porcas submetídas a diferentes períodos de lactação.


_ ,

Duração de lactação ª.
3-12 dias 13-21 dias P
_.Nümera de matrizes 7-2 52 '
- Comprimento uterino (corno dil: +eqem mm.). 324,71 343,58 0,059
[DE (dias) 6, 97 5,21 0,000!
“¡Ma de concepção (%) 53 37 0,0001
' Número de ovulações 2o.32 20,57 0,6461
.,.Número de embriões 12.12 15,00
" ' nciª embriºnáriam) 53 er
Man-taller et al. (1997),

2-9
' ¡mmm… Desmame-esmo e mesmo Pós-Lacraaonar. EM suinos

Com isso, ponderando os intervalos considerados na Figura 2.8, as fêmeas desmamadas com
8—12 dias teriam tido um periodo total médio de recuperação uterina, até a chegada dos embriões,
estimado entre 19 e 25 dias. Por outro lado, para as fêmeas com duração de lactação de 18-21 dias, esse
intervalo seria estimado em 27 a 32 dias. Cabe salientar que nas fêmeas com desmame precoce, foi
observada redução na taxa de concepção, no número total de embriões e na sobrevivência embrionária,
Esses resultados indicam que as fêmeas com desmame de 8 a I2 dias, possiveimente não tenham tido
tempo suficiente para recuperação pós—parto. Na mesma iinha, Santos et al. (2004) avaliaram fêmeas
submetidas ao desmame precoce, efetuado aos 9-10 dias pos-parto, e submetidas a 3 tratamentos:
inseminadas no primeiro estro pós-desmame, inseminadas no segundo estro pos-desmame e
inseminadas no primeiro estro após o tratamento com progestâgenos (aitrenogest), fornecido por 5-8
dias após o desmame. Os 3 tratamentos geraram diferentes intervalos entre o parto e a inseminação, o
que permitiu estimar3 intervalos entre o parto e a chegada dos embriões no útero, conforme descrito na
Tabela 2.5. Quando o intervalo estimado entre o parto e a chegada dos embriões ao útero foi de 39-42
dias, o número total de leitões nascidos foi superior aos obtidos nos intervalos 18-21 e 25-28, os quais
não diferiram entre si. No entanto, ao contrário do trabalho de Marsteller et ai. ( I997), não foi
observada diferença na taxa de parto entre os 3 intervalos.

iDE— intervalo desmame-estro (4 a 7 dias)


EO- intervalo início do estro—ovulação (2 a 3 dias)
IFC- Intervalo fecundação-chegada dos embriões ao útero {2 a 3 dias)

Figura 2.8: Periodo estimado, em dias, desde o parte até a chegada dos embriões ao útero na
próxima gestação, de acordo com a duração da lactação (14 ou 21 dias).

Em lactações de 21 dias, o intervalo


entre o parte e a chegada dos embriões
no utero é, em média, de 29-34 dias..

30
SUINDCULTURA EM A 0

Tabela 2.5: Desempenho reprodutivo de pfuríparas submetidas a um período de lactação de 9-10


dias & ínsemínadas no primeiro, segundo ou primeira estro após tratamento hormonal com
aflronogost (5-8 dias após o desmame).

r IA no ¡“Entro on no ?Es-n'a Moo 1°Estro pós- P


pós-desmame pós-desmame . use de Altrenogest

_--Númern do matrizes 3' 34 3¡


..IDE (días) (LS means : SD) 4.993:0.223 5. 143:0.213 ¡2.32 10.22!) 50,035
Taxa de Parto (%) 91.18 97.14 93,94 ::=-0.050
_Nascído; total} (LS means = SD). 11,13 10,553 “13,7! 20,52!) l 1,2910553 50,002
Intervalo entre o parta
¿e a |A (días) ¡4,51mark 35,94=D,26b 22.05.1037: .com;
Intervalo média estimada ‘
--entre o parto e a chegada
das 'embríñes an útero (días) 13.21 39.42 25.23

Adaptada do Santos et al. (2004).

31
SUINDCULTURA EM A O

Vários fatores influenciam diretamente o l DE. Esses fatores estão principalmente associados à
duração da lactação, ao manejo nutricional, ao grau de estimulação com o macho. ã genética, a ordem
de parto, ao tipo de alojamento, ao tamanho da ieitegada no desmame e ao grau de estimulação durante
a amamentação.

3.1 Duração da lactação

Dentro de uma semana após o desmame. 80-85% das primiparas e 90-95% das multiparas
são esperadas em estro. contanto que a lactação tenha duração minima de 15 dias. Em geral, as fêmeas
que falham em retornar ao estro nesse periodo são aquelas que falham na resposta aos estimulos do
desmame ou que não estão produzindo os hormônios em quantidades necessárias. Entretanto. não
podem ser descartadas as falhas na detecção de estro pos-desmame e a ocorrência de estro no final da
lactação, ainda na maternidade. Segundo Cole et al. (1975) e Aumaitre (1976). a duração da lactação
relaciona—se negativamente com o ! DE e esse efeito está claramente presente em periodos de lactação
menores que uma ou duas semanas.
O periodo de iactação utilizado na suinocultura foi reduzido, nas últimas 3 décadas, de 40-50
para 16—24 dias, com o objetivo de reduzir o intervalo entre partos e aumentar o número de
partos/fãmea/ano (Vesseur, l 99.7). Por razões sanitárias, o periodo de lactação pode ser reduzido para 9
a 10 dias ou menos. Fahmy et al. (1981) avaliaram o efeito da redução no periodo de lactação sobre o
número de partos/fêmea,!ano e observaram significativo aumento nesse parâmetro nos diferentes
períodos de l DE estudados (tabela 3. l ).

Fêmeas em bom estado corporal, com


período iactacionai mais prolongado,
podem manifestar estro no final
de lactação. Com isso. o IDE desses animais
Etel-Ide a ser mais prolongada (> ¡8-20 dias)-

32
E INTERVALO Desmame-esmo e mesmo ¡»ús-ucraniana EM suinos

Tabela 3.1: Números de fêmea/ano de acordo com a duração da lactação e lDE.

Duração da lactação em dias

IDE (dias)

28 2,29 2,2 2,0 1,8


21 2,4 2,3 2, l l, 9
14 2,5 1 2,4 2,2 2,0
7 2,64 2,5 2,3 2,1
* Simulação incluída na tabela. Fahmy et al. (1981).

Na Tabela 3.2 são apresentados os dados de alguns trabalhos que comprovam esses
resultados. Em sua revisão, Santos (1999) relata que vários autores (Self e Grummer. 1958: Aumaítre e
Rettagliari, 1972: Svajgr et al., 1974; Varley et al., I984: Marsteller et al.. 1997) observaram aumento no
lDE quando o periodo de lactação foi reduzido, ao contrário do que foi encontrado por Pay ( 1973).

Tabela 3.2: Efeito da redução da duração da lactação sobre a duração do IDE.

35—56 para 2-10 dias médía de 2-3 dias Self & Grammar; 1953;
âumaitre e Rettagliari, 19íl'2;
Svajgr et al., 1974; Farley et al., 1984
-._‘.__..
. ._ . 1: EE.!" 'ª'"... .
I
- _.
-.-'_‚.-_-.' _-.:-.1‚!r'.'-5.-:s',-;«=:_ :.-'‚"r.a.'-" .=._ '-.'-:.- :.; „ff |__
- .' ___. ¡ _... . . . . „',-h.“: :-1_.' ._:-.' _ " .

49,6 para 12,3 dias 7,4 para 7,9 dias Pay(1973)


Revisado por Santos (1999).

Koketsu e Dial (1997) não observaram diferenças significativas no lDE com duração da
lactação de 8 a 19 dias, mas o lDE foi menor (P-c:0,05) em fêmeas desmamadas aos 20 dias de lactação,
com uma redução mais acentuada a partir dos 26 dias. As fêmeas com duração de lactação inferiora 7
dias tiveram um lDE maior do que as demais categorias de duração de lactação (Pc:O,05: Tabela 3.3).
Kummer et al. (2003) avaliaram o efeito da duração da lactação de l i a 36 dias e observaram
que havia maior número de fêmeas com l DE entre 9 e 18 dias quando a lactação foi de 27 a 36 dias. Essas
fêmeas provavelmente foram utilizadas para amamentar grupos de leitões refugos após o desmame da
leitegada original, aumentando sensivelmente a duração da lactação, o que pode ter levado à
manifestação de estro na maternidade ou. mesmo. logo apos o desmame. Quando esse estro não e
identificado. o estro detectado entre 9 e 18 dias após o desmame seria o segundo estro apos o parto
dessas fêmeas.

33
SUINDCULTURA EM A 0

Tabela 3.3: Duração da lactação (dias) e subseqiiente duração média n'a IDE em fêmeas suinas.

1-7 14“ 22,3 11,08 a


8—¡0 329 6,99 i 1,06 b
"-13 1405 6,66 i 1,03 b
14-16 4378 6,49 i 1,02 b
17-9195 ___.E; 4554. ___.‘ , — .GJB :!: 1,021!
20—22 7508 5,90 ".- I,Ol {:
23-25 4108 5,77 i- 1,02 cd
26-28 1486 5,51 i 1,04 d
ª 29 503 5,49 i 1,04 d

a, h. c, d na mesma coluna diferem entre si {P {0.05) [ ( 9 k e Dial (1997).

Ao avaliar a influência da duração da lactação sobre o IDE, deve—se estar atento à ordem de
parto das fêmeas. Mabry et al. ( 1996) descreveram uma interação entre a ordem de parto e duração da
lactação e seus efeitos sobre o ¡DE. Quanto mais avançada fora ordem de parto, menores são os efeitos
da redução da duração da lactação sobre o prolongamento do IDE (tabela 3.4).
No trabalho realizado por Santos (1999), o !DE médio de fêmeas desmamadas aos 9— IO dias
foi mais prolongado nas fêmeas primiparas (6,6 dias) quando comparadas às multiparas (4.6 dias),
embora estejam dentro de niveis considerados satisfatórios, em ambas as categorias.

Tabela 3.4: Efeito da variação na duração da lactação sobre o IDE de acordo com a ordem de parto
de fêmeas suinas.

Desmamadas aos 9 dias. apresentaram


estro “em média ? diasapos o desmame
a; ' "Í' 59?m ¿. em ', :..., ' „\... .
- ª“ jar
¿Ph:-¿“g… -.--. a l . - ª u r ª '...-,os. r'.-. ‚".-_“ ".“-: "ac-1.91%}.

Primiparas Desmamadas aos I4 dias aumentam


olDEemZaias
Mabry et al. (1996).

A duração da lactação e a ordem


de parto influenciam o intervalo
desmame-estro.

34
' INTERVALO Desmame-estao E mesmo PáS-LACTACIDNAL EM suinos

3.2 Fatores relacionados à nutrição e alimentação

De acordo com o NRC (1998), uma fêmea com peso de 175 kg apos o parto, alimentando
leitões com ganho de 200 a 250 g por dia. deveria ingerir de 18,2 a 21,8 Mcal de energia digestível/dia.
para evitar a perda de peso, o que significa um consumo de 5,3 a 6.4 kg de ração com 3,4 Mcal de
energia digestivel/kg. A ingestão de quantidades recomendadas de ração pelos animais em lactação em
geral é limitada pelo consumo voluntário. As consequências de um balanço energético negativo
implicam na mobilização das reservas corporais para atender as necessidades de crescimento. mantença
e produção de leite. Em fêmeas jovens, as necessidades de nutrientes direcionados para o crescimento
corporal, podem se estenderate' o quarto parto ( Whittemore, 1998)…
Durante a lactação. o consumo voluntário de alimento geralmente é insuficiente para supn'r as
exigências nutricionais. O risco de deficiente aporte de nutrientes é particularmente mais agudo em
fêmeas jovens, as quais apresentam menor capacidade de ingestão e produção de leite similar ás fêmeas
mais velhas (Prunier e Quesnel. 2000). Os mesmos autores ainda citam que o inadequado aporte
nutricional pode prolongar o ¡DE, diminuir a taxa de ovulação e/ou a sobrevivência embrionária. Esses
efeitos podem ser relacionados com mecanismos fisiológicos agindo em vários pontos no eixo
hipotãlamo-hipófise-ovãrio-útero. Eles podem ser mediados por nutrientes, hormônios ou
neuropeptideos primariamente envolvidos com a função nutricional. A restrição alimentar suprime a
secreção pulsãtil de LH. principalmente por comprometero pulso gerador de hormônio liberador de LH.
resultando em inatividade ovariana.
Hardy e Lodge (1969) avaliaram as variações de peso durante & lactação e ¡DE. retorno ao
estro e número de corpos lúteos em 24 fêmeas com três diferentes pianos nutricionais (Tabela 3.5). A
perda de peso ocorreu na maioria das fêmeas durante a lactação e o lDE. A perda de peso foi maior nas
fêmeas com baixo nivel (P-=:0‚01)‚ não existindo diferença entre as fêmeas com médio e alto niveis
nutricionais, durante a lactação e durante o lDE. Os Cl. foram contados, em fêmeas submetidas ã
laparotomia. 4-6 dias apos a cobertura, e não existiram diferenças entre os tratamentos.

'O consumo de alimento das fêmeas


jovens em lactação deve atender
suas exigências de mantença.
produção de leite e crescimento.

35
SUINDCULTURA EM A 0

Tabela 3.5: influência do plano nutricional (baixo, médio e alto) durante a lactação sobre a variação de
peso na lactação e IDE, retorno ao estro e número de corpos lúteos em fêmeas suinas de ordem de parto 3.

r Plano nutricionalª- ir)


Baixo nivelº Médio oivei’ Alto nivel“
Mação de peso durante a lactação prévia (Ry) -2o,4 13.4.3 ( to) 0.034,11; {7} 43.36 :|:4.4b (6)
Wagon do peso no IDE (kg) 4.132,23 (lº) -| LOS-„2.43 (a) -12.o=2,3a (6)
“Magie total (lactação + ¡DE) .27,5 1.2.33 (in) 41,333,411 (7) -12.4=3.fib (6)
footagem do corpos lúteos 13,330,733 (ro) 16,410,875! (3) 15,2: Lula (6)
¿Ma em relação ao peso inicial (%) 47,711,66a ( ID) 45.62 L995 Ü) “73 123417 (5)
¿Retama ao estro (n) 5 | o

a, b na mesma linha diferem lª'-«:D,05. Hardy e Lodge (7959)-


lago com 3128 Kcal energia digestível/kg.
‘".0 46 lig/leitão lactente. com mínimo do 2. 3 Fry/fêmea.
ª33% maior que o nivel baixo.
"6696 maior que o nivel baixo.
Em três experimentos. Reese et al. (1982) manipularam o consumo alimentar durante e
lactação e demonstraram que a restrição nessa fase da vida reprodutiva da fêmea aumenta o IDE (Tabela
3.6). Eles submeteram primiparas a dietas com altos niveis de energia ( i 6969 Kcal de energia
digestível/dia) e observaram 94. 96 e 96% das fêmeas manifestando estro até 7 dias após o desmame.
Quando reduziram pela metade o nivel de energia (8365 Kcal do energia digestível/dia). a proporção de
animais em estro no mesmo periodo caiu para 50. 7 i e 65%. Altos niveis de energia foram associados
com nenhuma ou pequena perda de peso o espessura de toucinho, enquanto que baixos niveis
energéticos resultaram em perdas de peso mais significativas,

Tabela 3.6: Efeito do consumo de energia durante a lactação sobre as variações de peso vivo e espessura
de toucinho durante a lactação e percentual de fêmeas entrando em estro até ? dias após o desmame.
ll. Nivel de Energia
,. Bairro Alto
:fjfioorgia digestível (Kcaildia) _. 8365 16.969
Experimento ¡'
“¡ranma na lactação
“ Peso Corporal (kg) «20.8 -0‚6
Espessura dci toucmhu (mm) -7.5 — i.6
Eãtro em 7 dias (%) 50 94
l!àrperimento 22
| : ªç㺠na ¡adagio
… Peso Corporal (kg) .. . - 73.0 0.6
Espessura do toucinho.(mm). "4.4 '05
Estio em ? dias (%) 7: 96
ªperimento 3ª
)….agáo na lactação
Peso Corporal (kg) -33
“ Espessura do toucinho (mm), - 1.8
Estro em ? dias (%) 96
' 7 Iprimiparas. Reese et al. (1982).
ª s i fêmeas do ordem de parto 2.
ª 69 primiparas.

36
37
' mrtnvaw Desmame-esmo e mesmo ¡»ús-ucraniana EM suinos

Fãmeas que apresentam baixo consume de alimento durante a lactação não conseguem suprir
suas necessidades nutricionais (crescimento, mantença e produção de leite) e isso pode se refletir
negativamente sobre a duração do ¡DE (“Tabela 3.7), principalmente nas leitoas e primiparas (Hughes,
1989 apud van der Peet-Schwering et al.. I998).

Tabela 3. ?: Efeito do consumo de energia durante a lactação na duração da [DE (dias).

r N° N° Categoria Aliment!) Energia Mina _


.. ¡te trabalhos de animais de fêmeas Alto Bairro Alto Baixo Alto Baixo
4 248 Leitoas
8 784 Leitoas 12,7 ¡4.6
4 I90 Leitoas
5 3.34 Porcas
2.- 658 Portas.

Hughes (1989) apud van der Peet-Schwering et al. (1998).

Na Figura 3. 1, estão os resultados de Vesseur et al. (1994) da avaliação do efeito da perda de


peso durante a lactação sobre a duração do i DE. Talvez a análise da perda relativa de massa corporal e
reservas (proporção de perda de peso em relação ao peso corporal total) seja mais representativa e
precisa do que a analise da perda absoluta de peso e gordura. Os autores observaram que o efeito da
perda de um maior percentual de peso e' mais significativo em primiparas. mais moderado nas fêmeas
com ordem de parte 2 e muito menos evidente nas fêmeas com ordem de parto superior a 3. As
pdmiparas tem constantemente um !DE mais prolongado, independentemente do percentual de perda
de peso, mesmo não havendo diferenças entre as duas primeiras categorias de perda de peso. A mesma
tendência foi observada nas fêmeas com ordem de parto 2 e as diferenças tornaram-se mais marcantes
quando as perdas de peso foram superiores a 7.5%.

16-
”- leançanr Ira-¡gane Immo“
¡2-
ros(dias)
os na ES
.|:-
|

2..

{5 5-7‚5 FES-12,5 ::=—12,5


Perda de peso durante a lactação (%)
a, b, c entre colunas da mesma ordem de parto diferem entre si [P<0,05). Vesseur et al. (1994).

Figura 3. l: Efeito da perda de peso durante a lactação sobre o intervalo desmame-estro.

3-8
SUINDCULTURA EM A O

Paterson e Pearce (1994). analisando pdmiparas com diferentes periodos de ¡DE, observaram
que todas as fêmeas perderam peso e ET (espessura de toucinho) durante a lactação de 28 dias. Houve
correlação negativa entre o nivel de consumo alimentar e a perda de peso durante a lactação (Pr: 0,001:
= -0. 73). ou seja. quanto menor o consumo alimentar. maior a perda de peso. Nas iactações mais
longas ( 328 dias). o desgaste das fêmeas torna-se maior. pois existe uma aproximação do pico de
produção de leite. o que demanda maior aporte de nutrientes para essa função. além do desgaste já
existente para mantença e crescimento.
Durante o periodo gestacional, a matriz suína é submetida a um regime de alimentação
controlada, objetivando atender as necessidades de mantença, crescimento (dependendo da idade da
fêmea) e desenvolvimento dos conceptos. Dependendo do nivel. o catabolismo dos tecidos animais
frequentemente inicia aos 90 a ¡00 dias de gestação e não somente após o parto (Close e Cole. 200 ia).
Portanto. a fase final da gestação. e não somente a fase de lactação. pode ter in fluência sobre o !DE.
Quando as fêmeas são submetidas a restrição excessiva durante a gestação. elas chegam ao
parto em estado corporal debiiitado. A fêmea que chega ao parto com escore corporal baixo ( <:3), tende
a não se recuperar na lactação. e desmamada magra e consequentemente apresenta efeitos negativos
dessa condição sobre o desempenho reprodutivo subsequente. As fêmeas que são desmamadas com
escore corporai visuai 2 apresentam ¡DE maior, sendo mais susceptíveis ao anestro pós—lactacional em
relação às fêmeas com escore 3 e 4 (Borchardt Neto, 1995).
Portanto, é importante que o fornecimento de ração durante a gestação seja adequado à
condição corporal da fêmea, existindo um ajuste periódico durante toda a fase gestacional. Não são
desejáveis fêmeas muito gordas, nem muito magras. O estado corporal visual ideal ao parto, é próximo a
4, numa classificação variando de i a 5.

Fêmeas obesas ao parto


(apresentando maior percentual de gordura corporal)
tendem a consumir menos ração na lactação;
com isso perdem mais peso, são de.-¡mamadas
mais magras. apresentam IDE mais
prolongada e acabam comprometendo
sua vida reprodutiva subsequente.

39
mremmto Desmame-esmo e mesmo Pos-LacraaoNAt em suinos

|_
A lactação é um periodo critico para manutenção do estado corporal. havendo normalmente
perda de peso e sendo rara a situação de ganho de peso nesse periodo. Portanto, as fêmeas que chegam
a lactação com escore corporal visual muito baixo. provavelmente serão desmamadas em condição
ainda pior. podendo haver efeitos negativos sobre o desempenho reprodutivo subsequente.
Quando as fêmeas recebem ração em quantidades superiores às necessidades fisiológicas, elas
tendem a chegar ao parto obesas, o que pode predispor ã ocorrência de distocias. Aiem disso, essas
fêmeas podem apresentar redução no consumo voluntário de ração durante a lactação, havendo, com
isso. risco de chegarem magras ao desmame, caracterizando o efeito "sanfona" (ganho de peso na
gestação e emagrecimento na lactação). Williams (1998) constatou uma relação negativa entre o
percentual de gordura corporal e o consumo durante a lactação (Figura 3.2) e entre a ingestão alimentar
na gestação e na lactação posterior (Figura 3.3). Á medida em que o animal como mais na gestação, ele
tende a acumuiar mais gordura corporalao parto e. consequentemente, diminui o consumo alimentar na
lactação.

4.5

4 5

%
I!
II
3.5
"i
J!
fl
4.5
I: I:

ea
q u_u.
I: ""'—

3 sa 4
sa.
2
se
E
É 2.5 E 3.5
E 2
ã 3
25 30 35 40 1,5 2 2.5
Gordura corporal (kg/dia) Consumo na gestação (kg/dia)

Figura 3.2: Consumo voluntário durante Figura 3.3: Consumo voluntário


a lactação e gordura corporal ao parto durante a gestação e lactação de
em primiparas suinas (\Wlllams, 1998). primiparas suínas (Williams, 1998).

Fêmeas com baixo consumo alimentar“


durante a lactação não conseguem suprir
_ suas necessidades nutricionais ._
_.e,(m5cimento. mantença e produção de leite)-

4o
SUINDCULTURA EM A O

Ainda não estão bem explicadas as causas, mas existem várias possibilidades que podem
justificar o mecanismo pelo quai a quantidade de gordura corporal influencia o consumo voluntário de
alimento (Williams, l998). Primeiramente, a porca pode usar a taxa de metabolismo da gordura para
monitorar e regular seu “status" energético e. então, seu consumo voluntário pela quantidade de ácidos
graxos e glicerol na corrente circulatória. A concentração desses substratos ou o resultado de sua
oxidação podem agir como sinal para o fígado ou para o sistema nervoso central. inibindo a ingestão
voluntária. Outro mecanismo que pode estar envolvido na identiticação do “status" energético é a
insulina. Sugere-se que um animal com alto consumo de alimento tem altos niveis médios de insulina
plasmática e no fluido cerebro-espinhal. agindo como sinalizador de energia acumulada, mais uma vez.
inibindo a ingestão de alimento. A descoberta da leptina, um hormônio produzido pelo tecido adiposo
envolvido com a regulação do consumo voluntário em roedores e humanos sugere outro possivel
mecanismo ( Williams, 1998). O hipotálamo parece ser um local primário da ação da leptina, pois
existem receptores para o hormônio nas áreas associadas com controle do apetite. reprodução e
crescimento. Portanto, o excesso de gordura poderia promover alta produção de leptina e inibição do
consumo voluntario (Williams, 1998). Apesar de não se conhecer o mecanismo exato pelo qual a
quantidade de gordura corporal influencia o consumo voluntário do alimento, sabe-se que, qualquer
situação extrema de condição corporal, tanto fêmeas caquêticas quanto femeas obesas. não são
desejáveis para a maximização do desempenho reprodutivo e produtivo do plantel.
Muitos fatores podem influenciar o consumo voluntário de alimento durante a lactação.
Williams (1998) dividiu esses fatores em três grupos principais (Tabela 3.8) enfatizando a interação entre
eles e o fato de que todos regulam o consumo voluntário através de mecanismos semelhantes.

Tabela 3.3: Principais fatores que influenciam o consumo voluntário de alimento na espécie suína.

Fatores que influ .


Relacionados a fêmea Saúde do individuo
Genetica
Parição, tamanho da leitegada, duração e estágio da lactação
Peso corporal
Percentagem de gordura corporal
„Relacianadns ao ambiente.- Temperatura, umidade, insolação, velocidade do ar
Densidade animal
Fotoperlodo

ã,..jRelacianados à dieta Digestibilidade e energia


Balanço protéico e de aminoácidos
Caracteristicas fisicas (tamanho da particula, peletização)
Frequência de alimentação. tipo de comedouro

Adaptado de Williams (1998).

41
42
mreavaco Desmame-esmo e mesmo Pos-Lacraaonar. EM suinos

A temperatura ambiental é um dos principais fatores que iniluenciam o consumo voluntário


durante & lactação. É comum observar-se consumos satisfatórios no inverno e baixos no verão. Nas
regiões de clima predominantemente quente, como é o caso do Brasil Central, ou áreas com grandes
oscilações térmicas entre as estações do ano. o cuidado no planejamento das instalações é fundamental.
Ao projetaras instalações. deve—se ter o cuidado de promover temperaturas mais amenas no interior das
mesmas. sempre procurando aproximar as mesmas das temperaturas de conforto. Caso isso não seja
possivel, consequências negativas sobre o consumo de alimento durante esse periodo aparecerão. Sob
condições de estresse termico pelo calor, os animais diminuem a ingestão de alimento (Figura 3.4) na
tentativa de manter a homeoterrnia e. em geral. essa redução no consumo, torna-se insuficiente para
preencher as demandas metabólicas lactacionais (Close e Cole, 200 ib. ).

Temperaturaºc
Figura 3.4: Efeito da temperatura no consumo voluntário na lactação copilado de vários
experimentos (Close e Cole, 2001b).

Quiniou e Noblet ( 1999). comparando diferentes temperaturas ambientais, observaram a


redução no consumo de energia digestível/dia a cada grau de aumento de temperatura ambiente. Como
consequência. observaram perdas de peso crescentes e marcantes a cada redução no consumo (Tabela
3.9). Da mesma forma, Black et al. ( I 993) observaram que o aumento da temperatura ambiente de 18
para 28° Cpromoveu redução no consumo voluntário de 40% e de 25% na produção de leite.

Temperaturas ambientais acima


da zona de conforto térmico tendem
,,,-a reduzir o consumo voluntária de raçãº,;

43
SUINDCULTURA EM A 0

Tabela 3.9: Efeito da temperatura ambiente sobre o consumo voluntário diário de energia digestível
e sobre a perda de peso durante a lactação.

Redução no consuma—
(Kcal ISO/dia) para cada. liª-C
Heaumento da temperatura
A l l II

18-25 358,5 22-25


25-27 788, 7 25-30
27-29 243 7,8 30-35
Quiniou e Noblet (1999).
Na Tabela 3. 10 é apresentada a quantificação da diminuição do consumo de alimento durante
a lactação de acordo com o grau de aumento da temperatura. Existe uma certa variabilidade, entre os
trabalhos realizados, com relação a intensidade do efeito da temperatura sobre a ingestão, porém.
quanto mai5 alta for a temperatura ambiente, maior será a redução do consumo por grau de
temperatura aumentado (Quiniou e Noblet, 1999). Segundo Whittemore (1993), para cada grau de
aumento da temperatura, a partir do limite minimo da zona de conforto térmico, diminui o consumo de
alimento em 1 g/kg de peso vivo.

Tabela 3.10: Efeitos do aumento da temperatura ambiental sobre o consumo voluntário de ração
pelas fêmeas suínas em lactação.

“aduç㺠na.ingesta“" 59
kg ração/draft °c Kcal iso/dia““ ¡y
Ha aumento
16 para 27 5,5 para 4,1 0,12 kg 372,8 Lynch, 1989
21 para 27 5,2 para 4,6 0,10 kg 310,7 Lynch, 1989
18 para 25 5,5 para 5,1 0,05 kg 155,4 Stansbury et al., 1987
25 para 30 6,1 para 4,2 0,39 kg 1211,7 Stansbury et al., 1937
IG para 32 . 0,17 kg - Black et al. ¡993

adaptado de Close e Cole (2001b).

¡Km "de comprometer o escore corporal


visual da matriz, a diminuição no consumo-'
voluntário de ração leva a uma redução
na produção de leite, comprometendo
o desenvolvimento da ieitegada.
' matavam Desmame-esmo E mesmo Pos-Lacraaomi. EM suinos

O catabolismo lactacional tende a levara uma redução do tamanho da leitegada subsequente.


principalmente devido a efeitos deletérios sobre a sobrevivência embrionária mais do que sobre a taxa
ovulatória (Foxcroft et al.. 1996). A concentração de progesterona plasmática é o fator chave dessa
relação. Einarsson e Rojkittikhun (1993) sugeriram que o efeito da subalimentação na lactação sobre a
sobrevivência embrionária é o resultado de uma inadequada liberação de LH após o desmame.
resultando numa inadequada luteinização dos corpos lúteos com concomitante diminuição da
progesterona plasmática na fase inicial da gestação. Foxcroft et al. (1996) sugeriram que o estado de
catabolismo, durante a lactação e logo apos o desmame. pode afetar o desenvolvimento e maturações
foliculares. resultando em diferenças no grau de maturação e qualidade dos oócitos disponiveis para a
fecundação. Aiém disso, segundo esses autores, a atividade esteroidogênica do ovário estaria
comprometida, afetando a sobrevivência embrionária indiretamente, pela infiuência na atividade
secretora uterina. Provavelmente, o desempenho reprodutivo da porca dependerá de uma interação
entre efeitos de fatores metabólicos sobre o ovãrio. antes e após o desmame, e efeitos no controle do
sistema nervoso central sobre a produção e liberação de gonadotroiinas, as quais determinarão quanto
tempo após o desmame ocorrerá a ovulação. Os efeitos dos baixos niveis de alimentação durante a
lactação sobre a sobrevivência embrionária subsequente foram estudados em alguns trabalhos (Tabela
3.11).

Tabela 3.11: Efeito do nivel de alimentação durante a lactação sobre a sobrevivência embrionária
subseqiiente.

_ énciaEmbrionériaM
_ E MN“ Ba…-¡ve!— I
Hughes et al., ¡984 26 70 58
Kirkwood et al., 19873 24 80 6?
Kirkwood et al.. 198?!) 78 83 63

Ao parto, recomenda-se que as fêmeas-'


;fteãnham um escore corporal visual próximo“
a 4. considerando uma escala de 1-5.

45
SUINDCULTURA EM A O

Hughes ( 1989) apud van der Feet Sch wering ( 1998) sugeriu que a baixa ingestão alimentar
durante a lactação resultou em 10% de redução na sobrevivência embrionária &. posteriormente. Zak et
ai. (1997) observaram redução de 20%. quando a alimentação foi restrita na última semana de lactação.
Essa observação parece ser importante para exemplificara redução no tamanho da leitegada. resultante.
basicamente. das perdas embrionárias, quando as fêmeas são submetidas a baixos niveis de alimentação
na lactação.
Os fatores relacionados à nutrição e alimentação das matrizes compõem um ponto chave que
influencia diretamente toda vida reprodutiva da matriz e. por sua vez. o IDE. Deve ficar claro para os
profissionais que atuam nessa área que, tão importante quanto a correta formulação da ração a ser
recomendada. está o fornecimento adequado da mesma. Nesse sentido. para um bom desempenho
reprodutivo das matrizes, deve-se estar sempre atento para o manejo no arraçoamento no periodo
gestacional. lactacional e no ! DE. Sob condições práticas, arraçoar matrizes suinas na fase gestacional.
atendendo plenamente suas exigências, mesmo em animais alojados individualmente com comedouros
automatizados, não é uma tarefa simples e fácil. Obviamente, o fornecimento de alimento para fêmeas
gestantes alojadas em grupo, devido à formação de hierarquias nos lotes, torna-se uma tarefa mais dificil
e necessita atenção especial. Caso esse manejo não seja feito corretamente, com distribuição em
quantidades iguais de alimento para cada fêmea, serão encontradas, invariavelmente, fêmeas caquéticas
e obesas nos grupos de parição. Da mesma forma. o correto arraçoamento na fase lactacional e durante o
IDE, merecem um cuidado todo especial pela equipe. Todos os elos humanos que compõem a cadeia
devem receber os devidos esclarecimentos a respeito da importância na realização dessa tarefa.

3.3 Contato com 0 macho

A resposta à exposição de fêmeas em lactação ã presença do macho, com o objetivo de acelerar


o retorno da atividade reprodutiva após o desmame, pode ser muito variável. Rowlinson e Bryant (1982)
observaram que maior percentual de fêmeas manifesta estro lactacional nos grupos expostos à presença
do macho na maternidade.
Ao contrário da fase lactacional, no periodo após o desmame, é recomendado o inicio imediato
do contato com o macho duas vezes ao dia. permitindo que este estimule a fêmea através dos contatos
focinho com focinho (visual. auditivo e olfatório) com o objetivo de induzir a manifestação do estro e
identificação deste no momento mais próximo ao seu início. A identificação do momento do inicio do
estro determina o momento da primeira inseminação, portanto. tem grande influência sobre o sucesso
da cobertura.

Apös o desmame preconiza-se um


intenso contato, pelo menos duas
prezes ao dia, das matrizes com o Magna,

46
' INTERVALO Desmame-esmo e mesmo Pos-LacrACIDNAL EM suinos

Langendijk et al. (2000) encontraram diferenças no número de fêmeas ovulando até o 9° dia
após o desmame nas fêmeas com e sem contato com o macho. indicando a importância da realização
desse manejo para a retomada da ciclicidade após o desmame (Tabela 3. 12). Os dados de percentual de
fêmeas manifestando estro e tamanho dos folículos não foram diferentes entre os dois grupos.

Tabela 3.12: Efeito do nivel de contato com a macho após a desmame sobre a expressão do estro
em fêmeas primíparas.

me médio (dias) 4,96 5,71 P<0,05


Fêmeas avalando até a 9 ª dia(%) 14 (30%) 24 ( 51%) ¡?¿—0.05
Fêmeas em estro até a 9 º dia(%) ¡2 (86%) 22 (92%) -
Duração do estro (h) 39 38 -
Langand et al. (2000).

3.4 Genética

A década de 70 foi um periodo de grandes mudanças na indústria sulnicola. O mercado


consumidor passou a exigir menos gordura na carcaça e as empresas de genética passaram a selecionar
reprodutores baseados nas caracteristicas de qualidade de carne, alterando o perfil genotipico e
fenotípico dos animais até então criados. A seleção de animais de crescimento para produção de carne
magra tende a trazer consigo a redução do apetite (Cole e Chadd. 1989). Com o passar dos anos, animais
com o mesmo peso vivo tem uma capacidade de consumo voluntário de energia menor e isso pode ser
manifestado inclusive pelas fêmeas lactantes (Figura 3.5).

? 60
”É „ _ _ - _ _ 1963
ª__ sor—; - ,. - -_ ¡ess—1975
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ª |-| .|.

20 40 60 80 I00 120

Peso vivo (kg)

Figura 3.5: Relação entre peso vivo e ingestão voluntária de energia de suínos em crescimento.
ao longo dos anos (Cole 9 Chadd, 1989).

47
SUINDCULTURA EM A O

A seleção para baixas quantidades de gordura corporal levou a duas consequências: a primeira
foi a possibilidade de atingir maior peso corporal com menos idade e, nesse aspecto, a precocidade foi
uma das principais caracteristicas observadas nos animais híbridos: a segunda, e talvez a mais
problemática, foi a redução do consumo voluntário de alimento. Essas duas caracteristicas explicam
porque os animais híbridos apresentam maior susceptibilidade ao estresse nutricional durante a lactação,
Eles iniciam a lactação com menores reservas corporais, tem maiores exigências para mantença,
provavelmente produzem mais leite e têm menor capacidade de ingestão de alimento, Devido a essas
observações, os suinos modernos apresentam maior susceptibilidade ao prolongamento do l DE,
principalmente as fêmeas primiparas (Close e Cole, 2001b).

3.5 Ordem de parto

As fêmeas com ordem de parto mais avançada são menos predispostas aos problemas de IDE
prolongado ou anestro. A diminuição do desempenho reprodutivo de fêmeas com ordem de parto
menor, pode ser explicada, em parte, por questões nutricionais (Koketsu e Dial, l997). As primiparas são
especialmente mais susceptiveis por apresentarem maior demanda de nutrientes, pois ainda não
atingiram seu tamanho e peso adulto e por apresentarem reservas de proteina e gordura corporais
limitadas. Associado a isso, as primiparas apresentam menor capacidade digestiva, o que interfere na
quantidade de alimento ingerido durante a lactação, que é um periodo critico e dependente para o
desempenho reprodutivo posterior (Koketsu, 7994). Outro ponto importante e o fato de que as matrizes
modernas apresentam leitegadas numerosas já ao primeiro parto, tendo, portanto, um grande desgaste
gestacional e lactacional, No trabalho de Guedes e Nogueira (200 l ), o consumo diário durante e
lactação das fêmeas primiparas foi menor que o das multiparas (P<:O, 05) e o IDE foi mais prolongado
(P<z 0,05) nas primiparas. A perda de peso no periodo final da lactação até o desmame foi —20, i8% vs. —
9. 03%, para primiparas e multiparas, respectivamente (P<:0,05), embora não tenha existido relação
entre percentagem de perda de peso total ou percentagem de perda de espessura de toucinho com o
lDE. Vesseur et al, ( l 994) confirmaram o efeito da interação entre perda de peso e ordem de parto sobre
o IDE (Tabela 3.13). No mesmo trabalho, o percentual de fêmeas tratadas com hormônios, por não
manifestarem estro, foi superior nas primiparas do que nas demais ordens de parto. Na classe de perda
de peso :> 12,5%, 43,4% das primiparas, 23,9% de ordem de parto 2 e entre (“)—6% de ordem de parto 3
ou superior (P<0,00 l) permaneceram em anestro até 15 dias apos o desmame (primiparas) e 8 dias
após o desmame (demais fêmeas).

As primiparas são mais


pre-dispostas a apresentar
intervalo desmame-estro prolongado.

43
! ¡mmm… Desmame-esmo e mesmo Pfis-LACTACIDNAL EM suinos

Tabela 3.13: IDE (dias) de acordo com o percentual de perda de peso durante a lactação nas fêmeas
de diferentes ordens de parto.

Farição
2
6,5 3 6,1
<0 ”,4 ab
0-5 9,5 a 6,7 .3 6,0
5-7.5 10.0 a 6,7 a 6.3
7,642.4 H,?!) 8,0 a 6,5
:=- ¡2,5 14,7- c 8,5 1: 6,5
a. b e c na mesma coluna diferem (P<0,05) Vesseur et al. (1994).

No trabalho de Vesseur (1997), foram consideradas em anestro as fêmeas primiparas que não
manifestaram estro até o 15° dia e multiparas até o 8" dia após o desmame. Maior percentual de fêmeas
primiparas e secundiparas necessitaram tratamento hormonal para retornar à ciciicidade em
comparação às fêmeas com OP 3 ou mais, independentemente se estavam alojadas em baias coletivas.
celas ou presas por coleiras. Kummer et al. (2003), em um estudo envolvendo 7223 coberturas, também
verificaram iDE mais prolongado nas primiparas, quando comparadas com as de ordem de parto 2 a 5.

3.6 Tipo de alojamento

As fêmeas alojadas em baias podem sofrer algumas consequências do estresse crônico devido
às brigas por hierarquia social, principalmente na disputa por alimento, o que pode resultar em
subnutnição de alguns animais.
Em leitoas, o sistema de alojamento na fase prê-púbere pode influenciar a idade a puberdade
e, consequentemente, na ocorrência de anestro. Leitoas mantidas com espaço de l ¡nº/anima! têm
maiores niveis de corticóides e têm menor proporção de entrada em estro e sucesso na cobertura quando
comparadas com fêmeas alojadas com 2 a 3 mºª/animal (Hemsworth et al,. 1986), provavelmente pelo
atraso no crescimento de leitoas alojadas com espaço restrito (Pearce e Paterson, 1993). Leitoas alojadas
em pequenos grupos (3 animais) atingiram a puberdade mais tardiamente do que as alojadas em grupos
maiores (8 animais), na mesma densidade (Christensen, 1986). Afonso et al, ( 1997) verificaram menor
percentual de leitoas inseminadas entre as alojadas em baias com aita densidade e lotação (12 animais
com 1,2 ntª/animal), provavelmente pela diminuição nos indices de detecção de estro (aumento da
incidência de lestro silencioso ').
Vesseur et al. (1994) verificaram que primiparas alojadas em baias na fase final da gestação
apresentaram lDE mais prolongado do que as alojadas em celas (Pc: 0,01), embora o mesmo não tenha
sido observado em fêmeas de ordem parto 2 ou mais. Portanto, o sistema de aiojamento pode ter uma
influência maior sobre a duração do ¡DE nas fêmeas com ordem de parto inferior a 2. Quanto ao sistema
de alojamento, as fêmeas primiparas em baias apresentaram maiores indices de anestro em relação às
alojadas em gaiolas ou presas por coleiras,

4-19
SUINDCULTURA EM A 0

Nas secundiparas, os menores indices de fêmeas tratadas com hormônios foram efetuados
naquelas presas por coleiras, não existindo diferenças nas fêmeas com ordem de parto 3 ou mais.
Portanto, o sistema de alojamento em baias no final da gestação, periodo em que o estado de
catabolismo já pode ter iniciado, pode ser mais uma influência negativa sobre a duração do iDE. A
hierarquia e a disputa por alimento podem promover a menor ingestão de alimento das fêmeas
dominadas e consequente perda de estado corporal de alguns animais, que chegam ao parto com escore
corporal visual inferior a 3 e serão desmamadas magras, com maiores chances de apresentar ¡DE
prolongado. A tendência é que, quanto maior o número de fêmeas alojadas na mesma baia, mais
acentuadas sejam as deficiências nutricionais e o estresse social crônico (Vesseur. 1997).
Dias (2000) analisou o efeito do sistema de alojamento e não encontrou diferença na duração
do ¡DE entre primiparas alojadas em baias e celas, após o desmame, Porém. nas fêmeas com ordem de
parto 2, o IDE foi 12,1 h mais curto para as alojadas em baias (Tabela 3.14). É possivel que um efeito
deletério sobre a ciclicidade e sobre a saúde dos animais possa ser mais evidente quando as fêmeas com
diferentes ordens de parto, isto é com maiores diferenças de tamanho, são agrupadas em baias apos o
desmame. Ou seja, devido a formação hierárquica, as fêmeas mais velhas e mais pesadas acabam
dominando as menores.
Um dos inconvenientes do alojamento em baias pode ser a maior probabilidade de existirem
falhas no diagnóstico do estro, quando o número de animais em cada baia é maier, com consegiiente
menor estimulo da presença do macho, caso não seja dado tempo suficiente para que exista contato
direto deste com todas as fêmeas da bala.

Tabela 3.14: Intervalo desmame-estro (IDE), em horas, por categoria de ordem de parto (OP) das
fêmeas alojadas em baias e telas após o desmame.
Tratamento OF n IDHM : EP Nivel Minimo de Significância

I21 [31 [41 rs] ram


if 12%! ªªi-39 HA? [t] 0.005 0,044 0.532 0,004 0,0022
2- 29 86.24 tms [21 0,030 0,000 0,044 0,348;
;: 90 87,25 12.3451 0,002 0,026 0,102: _‚_
r as tome 23.35141 0,628 '
2 26 93.30 14.42 [5]

EF= erro-padrão. Dias (2000).

' O alojamento em baias, tanto de leitoas'


pré-púberes, fêmeas gestantes e após o
desmame, traz o inconveniente de brigas e.
lesões decorrentes da reorganização
hierárquica dos lotes.

50
' INTERVALO Desmame-esmo E mesmo Pfis-LACTACIDNAL EM sumas

3.7 Tamanho da ieitegada ao desmame

Por ser uma categoria “sabidamente critica, as primiparas devem manter um número limitado
de ieitões lactentes. Em geral, recomenda-se que não sejam mantidos mais que H leitões e que o
periodo de iactaçâo não seja proiongado por mais de 21—24 dias para evitar a perda excessiva de
condição corporal. Também. deve—se evitar primiparas para uma prática muito utilizada nas granjas que
é a adoção de leitões refugos após o desmame de sua ieitegada original ( “amas-de-ieite”). Esse
proiongamento da lactação, efetuado por4 a 6 dias, pode ser prejudicial a condição corpora! do animal e
ter efeito negativo sobre o desempenho reprodutivo subsequente. Da mesma forma, as fêmeas
muitiparas mais debiiitadas. não devem amamentar ieitegadas muito grandes, e, para evitar desgastes
maiores. devem ser desmamadas mais cedo e não devem ser utilizadas para a função de "amas-de-ieite”.

Quanto maior o número de leitões


em amamentação. maior será o desgaste
da fêmea durante a lactação.

51
SUINDCULTURA EM A O

4 ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR o ANESTRO PosnESMAME


E o INTERVALO DESMAME—ESTRO PROLONGADO

4.1 Estímulo do consumo voluntário de alimento durante a lactação

Durante a lactação, & fêmea deve consumir quantidades de alimento necessárias para que. ela
possa produzir leite adequadamente, mobilizando o minimo possivel das reservas corporais. É
importante que sejam instituídas formas de estimulo ã ingestão, principalmente durante o verão.
quando as temperaturas mais elevadas interferem negativamente sobre o consumo voluntário de
alimento.

4.1.1 Consumo de água

Para que ocorra a maximização da ingestão de alimento, é fundamental que o fornecimento de


agua seja adequado em qualidade e quantidade, de acordo com as necessidades de cada fase da vida
produtiva do animal. O consumo voluntário de água está intimamente relacionado com a produção de
calor e atividade metabólica, e ambas são influenciadas pela ingestão de alimentos. Praticamente todas
as funções orgânicas envolvem água, e esse nutriente compõe aproximadamente 70% da massa
corporal do animal adulto. Na Tabela 4. l, encontram-se descritos os fatores que aumentam a demanda
de água pelo animal e alguns fatores que podem influenciar negativamente na sua ingestão.
A água e basicamente utilizada para mantença e crescimento, produção de leite, manutenção
da homeostasia mineral, excreção de produtos resultantes da digestão (particularmente da digestão das
proteinas) e regulação da temperatura corporal. Se as funções prioritárias da água não são
suficientemente supridas, as funções de produção passam a ser prejudicadas, ou seja, produção de leite e
crescimento são relegados a um segundo plano.
Durante a lactação, a fêmea necessita ingerir maiores quantidades de água para produzir leite.
Fêmeas de linhagens modernas, dependendo do tamanho de suas leitegadas, podem produzir até 7-10
litros de leite/dia e essa alta produção demanda um maior consumo desse nutriente (Mackenzie e Revell,
I998).

Deve-se esta: atento para a


quantidade e qualidade da
água disponibilizada.

52
' INTERUALD Desmame-estao la mesma Pos-uaaciouar. EM suinos

O sistema de criação, sob o qual são mantidas as fêmeas em lactação, também influencia-na
ingestão de água. Sob condições de confinamento e alojamento em gaiolas, onde existe uma severa
restrição dos movimentos, a ingestão também pode ser prejudicada. Práticas como a de fazer as fêmeas
levantarem várias vezes durante o dia aumentam o consumo e diminuem os riscos de estabelecimento de
infecções do trato urinário, para as quais a baixa ingestão de liquidos é fator predisponente—
Burke (1998) apud Brooks (2001), medindo o consumo de água durante a lactação em
fêmeas de linhagens modernas. observou consumos de li,? L no primeiro dia da lactação e até 36,5
Udia no vigésimo dia. Foi observado também, que a ingestão de água aumenta à medida que aumenta a
ingestão de alimento e in fluencia na quantidade de alimento ingerido. Portanto. a lactação é um periodo
critico para o fornecimento hídrico, pois a maximização do consumo voluntário de alimento é
fundamentalpara a manutenção do estado corporal, produção de leite e retorno à ciclicidade.

Tabela 4.1: Fatores que aumentam a demanda de água pelas porcas e fatores que reduzem sua ingestão.

Fatores que aumentam a demanda Fatores que reduzem o consumo

! Produção Redução na disponibilidade


Tecidos maternos Fornecimento intermitente
Membranas e tecidos fetais Fluxo inadequado
Tecido mamário Bebedouros inapropriados
.;Secreção de leite Competição
Manutenção da homeostasia Qualidade inadequada da água
Excesso de proteina na dieta Alta quantidade de minerais
Excesso de minerais na dieta Gosto desagradável
Excreção de produtos e digestão Alto conteudo de sólidos em suspensão.“:
“Detoxicação Alta carga de microorganismos
.,Micotoxinas Forma de apresentação do alimentº
Residuos de drogas Tempos limitados para ingestão
Alta temperatura ambiental
Tipo de ração (farelada. pelada—ada)- J
Brooks (zoar).

Ração úmida tende a aumentar


a quantidade ingerida.
fltengao com a limpeza nos Cºmedouros
L _-.para evitar a fermentação do alimentou.

53
SUINDCULTURA EM A O

4.1.2 Consumo de ração

Devido à natureza multifatorial das influências sobre o consumo voluntário de alimento.


divers-as medidas podem ser tomadas para estimulara ingestão de alimento nas fêmeas suinas.

a) escore corporal ao parto: É fundamental evitar falhas no manejo nutricional durante a


gestação, reduzindo ao minimo o numero de fêmeas que chegam gordas ao parto e, consequentemente,
minimizando o aparecimento do "efeito sanfona Por outro lado, também é importante reduzir o
número de fêmeas que chegam magras, pois estas não recuperarão o estado corporal durante & lactação.
Sob este aspecto, atentar para as recomendações preconizadas pelas empresas de acordo com a origem
genética das fêmeas.

b) condições ambientais: melhorar as condições ambientais evitando ou minimizando as


altas temperaturas com instalações de maternidade que permitam o conforto da fêmea. Além do manejo
das cortinas. de forma a permitir renovação constante do ar, a instalação de sistemas de ventilação deve
seradotao'a.

c) comedouros: emprego de comedouros automáticos e semi—automáticos que


disponibilizam alimento em tempo integral à fêmea.

d) avaliação clínica: avaliação "clinica" diária das matrizes e dos leitões, individualmente. a
fim de identificar precocemente casos de hipertermia e febre, agalactia, reduções no consumo de
alimento, secreções vulvares anormais, entre outros, permitindo, dessa forma, a solução imediata dos
problemas diagnosticados.

e) local de alojamento: na maternidade, alojar as fêmeas com predisposição a perdas


corporais (primiparas ou pluriparas que pariram magras) em gaiolas de fácil visualização, permitindo
atenção especial e atendimento mais efetivo a esses animais.

f) qualidade da ração fornecida: o fornecimento de alimento balanceado e palatãvel é


fundamental. A concentração da energia da ração, pela inclusão de ingredientes como óleos, aumentam
a energia sem aumentar o incremento calórico, permitem a ingestão de quantidades maiores de energia
em menor quantidade de alimento. porém exigem maiores cuidados para evitara ranciticação.

É fundamental evitar fêmeas


obesas ou magras ao parto.

54
¡mmm… Desmame-esmo e mesmo Pfis-LACTACIDNAL EM suinos

g) forma de fornecimento do alimento: outra possibilidade de estimular o consumo de


ração na lactação e a forma de apresentação do alimento, Principalmente nas épocas mais quentes do
ano, o fornecimento de ração com adição de água tende a aumentar a quantidade de alimento ingerido,
O alimento timido parece ser mais atrativo para a fêmea no periodo de verão. Alguns detalhes precisam
ser observados ao adotar esse sistema, principalmente o cuidado de não deixar restos de alimento no
comedouro, pois facilmente pode ocorrer a fermentação da ração, podendo promover recusa da
ingestão e até intoxicações. O arraçoamento de quantidades menores e por varias vezes ao dia, também
aumenta a quantidade de ração ingerida diariamente, sendo fator pratico importante, pois estimula a
fêmea a levantar-se mais vezes, aumentando também a freqilência de micçôes. Ao fornecero alimento, é
muito importante estimular a sua ingestão, ou seja, fazer com que as fêmeas levantem-se ao serem
arraçoadas. Pode-se argumentar que, ao estimular a fêmea a se levantar várias vezes, estar-se-ia
aumentando a chance de perdas de leitões por esmagamento, Entretanto, deve—se estar atento que esse
manejo de estimular o levantamento das fêmeas varias vezes ao dia é direcionado a partir dos 7- lO dias
após o parto, momento em que as chances de esmagamento estão minimizadas,

h) fornecimento de ração ad libitum durante o IDE: atualmente. na grande maioria das


granjas tecnificadas, logo apos o desmame, as fêmeas são alojadas em gaiolas das instalações de
gestação, onde o arraçoamento e realizado na mesma calha que tem função de bebedouro, Para que a
recomendação de arraçoamento ud libitum seja realmente seguida, e' necessária a instalação de
comedouros acessorios onde a ração possa Ficará disposição da fêmea a qualquer hora do dia, Durante
esse periodo, a fêmea necessita de um aporte energético semelhante ao da lactação, pois, apesar de
desmamada, a produção de leite ainda pode continuar por, aproximadamente, dois dias, o que
demanda nutrientes para essa função e para a manutenção do estado nutricional adequado, para o
reinicio da ciclicidade,

4.2 Redução dos estímulos da sucção

Alguns manejos alternativos podem ser adotados durante a lactação, em relação aos leitões,
reduzindo o número de mamadas durante um determinado período. principalmente no final da
lactação. As alternativas existentes são o desmame parcial da leitegada e o aleitamento interrompido,
Ambos visam a redução do estimulo da sucção pelos leitões, na fase final da lactação, e consequente
diminuição do bloqueio na liberação das gonadotrollnas, promovido pelos POE, já discutidos
anteriormente,
Apesar da maior necessidade de tempo gasto com essas práticas, principalmente com o
aleitamento interrompido, os resultados são efetivos e permitem a redução do lDE, o qual é" de
fundamental importância para aumentar o número de partos/fãmea/ano e para a produtividade.
Deve-se ter muita atenção na rotina de detecção de estro ao implementar essas técnicas. Como
são bastante eficientes, em fêmeas com bom estado corporal, corre-se o risco de aumentar o percentual
(le-animals em estro durante a lactação e nos primeiros dias após o desmame.

55
SUINDCULTURA EM A 0

4.2.1 Aleitamento interrompido

É uma prática de manejo que consiste na separação da leitegada por algumas horas nos dias
que antecedem o desmame. Segundo Matte et al. ( i 992), o número de horas de afastamento dos leitões
e o tamanho das leitegadas são as variáveis mais importantes que intiuenciam o IDE. Segundo Newton et
al. ( 1987), a retirada da ieitegada por periodos minimos de 4 horas resulta na diminuição dos niveis
séricos de prolactina e aumento das concentrações de LH, estradiol e progesterona.
Silveira et al. (1986) observaram uma redução no ¡DE de primiparas de 7,5 para 5,7 dias e em
pluriparas de 5,5 para 1,4 dias, quando submetidas ao aleitamento interrompido. Os autores
observaram também um alto percentual (34,2%) de fêmeas em estro antes do desmame, Entretanto,
embora os resultados sejam positivos no aspecto reprodutivo, esse manejo tem alguns inconvenientes,
como o aumento da necessidade de mão-de-obra e a necessidade de espaço fisico nas instalações, para
abrigar os animais durante o periodo de separação das fêmeas de suas leitegadas. Com isso, a viabilidade
dessa técnica fica direcionada a granjas de pequeno porte, atendidas geraimente com mão—de—obra
familiar.

4.2.2 Desmame parcial


O desmame parcial é uma alternativa viável inclusive para criações tecniticadas de grande
porte. A retirada dos leitões maiores, em número de 3 a 5, nos últimos 2-4 dias de lactação, traz
vantagens para a fêmea e para os leitões remanescentes. A redução do tamanho da leitegada diminui a
demanda energética da fêmea para produção de leite e permite abrandar o estado de catabolismo
comum ao periodo de lactação. Gilbertson et al. ( 1989) verificaram um ganho de peso de 0,7 ¡(g/dia nas
fêmeas que tiveram a leitegada reduzida para 5 leitões, na última semana de lactação, contra uma perda
de peso de 6.4 kg/dia, no grupo controle. Avaliando a interferência do desmame parcial sobre o IDE.
Borchardt Neto ( 1995) reduziu o tamanho da leitegada para 3 animais. 3 dias antes da desmame. e
observou redução na duração do ¡DE. independentemente da ordem de parto e da época do ano“
analisadas (Pr—10,00 i: Tabela 4.2).
Quanto ao desempenho das leitegadas, foi observado um incremento de 31% no consumo de
leite pelos leitões que permaneceram em amamentação comparativamente aos leitões de leitegadas que
não foram submetidos à redução no seu tamanho (Sibly et al., i987). Com isso, os leitões leves, que
permaneceram em amamentação, tiveram uma taxa de ganho de peso diario signiñcativamente
superior aos leitões mais leves das leitegadas controle (English et al., i 987).

Tabela 4.2: Efeito do desmame parcial da leitegada sobre o intervalo desmame—estro (IDE).

Técnica n iDE Erro-padrão Nivel de significância

m desmame parcial 3:81 4.39 0.12 !


ªndam-ameia! aaa .??? m2 woo: ‘
Borchardt Neto (1995).

56
INTERVAL!) Desmame-esmo e mesmo ¡»ús-ucraniana EM suinos

4.3 Estímulo com o macho

A estimulação com o macho é comumente denominada de "efeito macho". Na espécie suina,


os estimulos com o macho são utilizados para indução e antecipação da puberdade, na indução do estro
pós-desmame e na estimulação do estro durante a lactação. O efeito do contato das fêmeas desmamadas
com um macho adulto sobre o retorno à ciclicidade deve—se, principalmente, ao efeito dos feromôniºs
5- à—androstenona e 3-o—androstenol, liberados através da salivação, além do contato visual, auditivo e
táctil. Esse conjunto de estimulos aumenta os niveis basais e a pulsatilidade do LH.
No caso de fêmeas desmamadas e alojadas em gaiolas, este estimulo deve ser realizado, pelo
menos, duas vezes ao dia, de tal forma que o macho tenha contato individual focinho-focinho com cada
fêmea, enquanto um funcionário realiza os demais estimulos de pressão lombar e massageamento
manual dos flancos. Para aumentara estimulação, neste sistema de alojamento, os machos poderão ser
presos no corredor, em frente às fêmeas desmamadas, por periodos de l a 2 horas por dia. No caso do
alojamento coletivo, os machos podem ser alojados nas baias ao lado ou na frente das fêmeas
desmamadas. Da mesma forma, a estimulação deverá ser feita, pelo menos, duas vezes ao dia, com os
machos sendo conduzidos ao interior da baia das matrizes. Essa forma de presença física do macho junto
às fêmeas desmamadas é fundamentalpara o pronto restabelecimento da ciclicidade e a redução do l DE.

4.4 Utilização da hormonioterapia na indução do estro

Segundo Day (2000), existem dois caminhos para o controle farmacológico do ciclo estral em
suinos. Um deles é suprimira atividade ovariana para retardaro estro, com progestãgenos sintéticos, que
suprimem o crescimento folicular durante a sua administração, e provocam o estro e ovulação, após
cessar seu fornecimento. O segundo é a administração de hormônios gonadotroficos, como a
gonadotrofina coriõnica eqiiina (eCG) associada à gonadotrofina coriônica humana (hCG) e suas
associações com estrógenos, a fim de estimular o crescimento folicular, estro e ovulação em fêmeas em
anestro pré ou pós- púberes.

_ O desmame parcial da leitegada ou o


aleitamento interrompido e o estímulo com
o macho no final da lactação tendem
a reduzir o IDE. Fêmeas com bom ECU
submetidas a esses manejos podem
apresentar estro durante a fase lactacionaia

57
SUINDCULTURA EM A 0

Ao identificar fêmeas em anestro após o desmame. o técnico deve certificar-se de que não
tenham existido falhas de diagnóstico de estro e de que as fêmeas estejam realmente em anestro e não na
fase progesterônica do ciclo estral. Silveira et al. (I984). utilizando a avaliação da concentração de
progesterona plasmática como indicativo de ciclicidade, observaram que 28.17% das fêmeas
consideradas em anestro pós-desmame apresentavam altas concentrações de progesterona. sendo,
portanto. consideradas cíclicas. A importância desse dado se deve ao fato de que. provavelmente, essas
fêmeas não tenham sido identificadas em estro por falhas no processo de detecção. Nesses animais. o
tratamento hormonal apresenta resultados insatisfatórios, indicando que, no emprego de hormônios
para induzir o estro, deve-se ter critérios rigidos ou conhecer o ciclo estral da fêmea a ser tratada. Silveira
et al. (1984) relata os resultados da aplicação de benzoato de estraditCG em fêmeas com altas e
baixas concentrações de progesterona plasmática. Nas fêmeas com baixo nivel de progesterona
(consideradas com ovários inativos), o tratamento hormonal resultou em maior manifestação de estro
comparado com as fêmeas com altos niveis séricos de progesterona (97,22% versus 52,63%,
respectivamente: P<:0‚05) até sete dias apos o tratamento. isso indica a menor eficiência da
hormonioterapia em matrizes que estejam ciclando (Tabela 4.3). Além disso. a utilização de tratamento
hormonal na fase iutealpode induzira formação de cistos foliculares (Wentz. 1987).

Tabela 4.3: Resultados de indução de estro em porcas anéstricas com diferentes níveis séricos de
progesterona tratadas com estradiolj'hCG (2 mg de benzoato de estradiol + 200 Ui hCG).

Ocorrência intervalo
de estro (%) tratamento-estro
Níveis séricos Porcas . - dias
| de progesterona tratadas 7 dm 24 dªs ( )
L

E e… = 1 ng‘ (ovários naum) 36 "97,22 a 97.22 ª 2.97" = 0318-53";

Lie" ! ng" (ovários cíclicos) 1-9 5216313.“ 52:89.5.- -i4,___58 :!:1.10.5

a, b na mesma coluna (P<:0,05). Silveira et al. (1984).


* em duas amostras com 8 dias de intervalo;
* * em pelo menos uma das amostras com intervalo de 8 dias:

A hormonioterapia é eficiente no
tratamento do anestro, desde que
&! fêmeas realmente não tenham cidades;;

58
' mrsnvAto Desmame-esmo e mesmo ¡»ús-ucraniana EM suinos

4.4.1 Gonadotrofina coriõnica eqiiina (€.-CG) associada à gonadotrofína


coriônica humana (hCG)

A utilização combinada de eCG e hCG é indicada para indução da puberdade em leitoas (Wentz
et al., 1992) e indução do estro em porcas aciclicas (Wentz et al., 1986). e a aplicação do hCG pode ser
utilizada para a sincronização do momento da ovulação na fase final de pró-estro tardio. Da mesma
forma, pode ser usada como ferramenta para redução do IDE e concentração da manifestação de estro
em poucos dias, principalmente em primiparas (Vargas, 2002).
Em porcas anestricas, Wentz et al. (1936) observaram um pronto retomo ao estro em 81% das
fêmeas tratadas com eCG/hCG contra 35% das fêmeas não tratadas em um periodo de 10 dias com um
IDE de 4,2 e 9.0 dias, respectivamente. A taxa de parição, sobre o total de fêmeas tratadas, foi de 76,9%
frente a 26, 9% do grupo testemunha. Os autores não observaram diferenças no total de leitões nascidos.
Primiparas apresentam, classicamente, IDE mais prolongado que as demais categorias de
fêmeas, merecendo, portanto, maior atenção dentro do plantel de matrizes. Os efeitos da utilização
desses hormônios nessa categoria, no dia do desmame, são a indução de estro e consequente redução do
IDE e redução da taxa de fêmeas em anestro até dez dias após o desmame. Contudo, quanto ao
desempenho reprodutivo no parto subseqtiente à aplicação, os resultados são contraditórios. Segundo
Kirkwood et al. (1998), houve redução significativa no tamanho da leitegada (P< 0.02) nas fêmeas
tratadas com hormônios. Em outros trabalhos, no entanto, foram observados, além do aumento no
tamanho da leitegada das fêmeas tratadas, menor IDE e maior taxa de detecção de estro (Hughes et al.,
2000; Vargas, 2002).
Bates et al. (1991), trabalhando com pn'miparas tratadas com hormônios, obtiveram redução
de 1,8 dias no IDE (Pr-tO,02) em comparação ao grupo controle. Para maximizara eficiência reprodutiva
das primiparas, Kirkwood et al. ( l998) aplicaram 400 UI de ECG e 200 UI de hCG no dia do desmame e
obtiveram 72,5% das fêmeas cobertas até 7 dias apos comparadas a 50,8% no grupo controle,
observando um IDE mais curto e estro mais sincronizado nas fêmeas tratadas. Lucia Jr et al. (1999)
compararam o IDE de primiparas desmamadas entre I4 a 23 dias apos o parto, tratadas ou não com ?50
UI de eCG no dia seguinte ao desmame. O IDE das fêmeas do grupo tratado foi significativamente menor
que o do grupo controle (98,7=2,7 h e 121.5133 h. respectivamente; P=0.0001). Hughes et al.
(2000) aplicaram a mesma associação de eCG e hCG na data do desmame e obtiveram IDE médio de 5,4
dias no grupo controle e 4,7 dias no grupo tratado (P:: 0.05) com 9.7 leitões nascidos para o grupo
controle e I i ‚6 no parto subsequente ao tratamento hormonal (P:: 0. 0 i ).

A associação eCG/hCG pode ser


empregada para indução da puberdade
em leitoas e do estro em porcas “¡dicas-…

59
SUINDCULTURA EM A 0

Vargas (2002) utilizou 84.9 fêmeas primiparas, das quais 427 receberam 400 U! de ECG e 200
UI de hCG e 422 receberam solução salina, ambas no dia seguinte ao desmame. As fêmeas que
receberam hormônios apresentaram. em média, aumento de 0,9 leitão nascido total em relação ao
grupo controle (P<0.00 l ). As taxas de retorno ao estro, prenhez aos 21—23 dias após a ¡A e de parto
ajustada. não apresentaram diferenças entre o grupo controle e tratado (P:- 0.05). As fêmeas tratadas
tiveram redução de 14,4 horas em média no ¡DE (P-=:0_0001) (Tabela 4.4).

Tabela 4.4: Desempenho de primiparas submetidas ao tratamento hormonal com 400 UI de eCG e
200 UI de MG um dia após o desmame.

ECG e hCG Controle P


¡mmm de fêmeas, 42? *h 422.
Fêmeas em estro em m dias 402 328 -
[Mae,-ño de emm) wea f ea Í º…
¡DE (média i DF)!) 102,2 = 17,9 a "6,6 = 26.": 0,000!
[ m de premiums) em as,-as l
Taxa de retorno ao estro(%) 7,2 6.2
[ma de pano ajustad' ') aos *_* an Y
Nascidos totais ¡1,2 = 3,32 a ¡0,4 i 3,14 b _

_ ..osvívºs na, a «.0;


a, b na mesma linha (P<a,05). Vargas (2002).

A administração de gonadotrofinas exógenas. em primiparas, antecipa o estro, reduzindo o


lDE e diminuindo signiâcativamente a taxa de anestro até dez dias após o desmame. Vargas (2002)
observou redução no percentuai de primiparas com ¡DE superior a dez dias no grupo de fêmeas com
tratamento hormonal (de 22,2% para 5,8% para o grupo não tratado e tratado, respectivamente;
P<O,0001: Figura 4. l ). O uso estratégico da hormonioterapia nessa categoria de fêmeas que,
sabidamente apresenta maiores problemas na duração do lDE, pode ser uma alternativa para minimizar
esses problemas.

A administração de eCG/hCG até


24 h após o desmame pode aumentar
o percentual de primiparas em estro
até 10 dias, reduzir o ¡DE e melhorar
a tamanho da leitegada.

60
' mrenvaco Desmame-esmo E mesmo ¡»ús-ucraniana EM suinos

100—

% 8 0 .

É
ª 60-
E
"€ 40—
E,
ÉÉ 20-

ªº e e ª ºs
mnh)
Figura 4.1: Percentual acumulado de fêmeas tratadas com associação de eCG e hCG (T I ) e não
tratadas (T2) em estro até 10 dias após o desmame. (Vargas, 2002).

4.4.2 Estradioi e associações

Os dados disponiveis indicam que a combinação de benzoato de estradioi com hCG pode ser
uma aiternativa viável para o tratamento do anestro pos-desmame. Entretanto, deve-se estaratento para
que sejam tomados cuidados quanto ao passive! surgimento de cistos foiiculares, caso as fêmeas tratadas
sejam cíclicas e possam ter tido a manifestação prévia de estro sem manifestação clínica ou sem terem
sido detectadas.
Entretanto, o emprego isolado de estrógenos em fêmeas anéstricas não e' recomendado, pois
pode produzir sintomas de estro com um alto percentual de fêmeas sem ovulação, Assim, as fêmeas
tratadas apresentam receptividade ao macho, permitem a cobertura, porém sem concepção, Além disso,
o uso sem critérios também pode causar falsa gestação.

A associação Be/hCG pode ser


utilizada para induzir o estro
¿em fêmeas em anestro pós—desmamª

6.1
SUINDCULTURA EM A 0

Na Tabela 4.5. são apresentados dados de experimentos nos quais foram usados diferentes
doses de benzoato de estradiol e hCG. As três combinações empregadas mostraram—se satisfatórias na
indução de estro em até 7 dias após o tratamento das matrizes em anestro.

Tabela 4.5: indução de estro e parição de porcas anéstdcas tratadas com diferentes doses de benzoato
de estradiol corn hCG.
femeasem "' Frequência de partos (%)
. ”Tratados e Total de
"£“? (has 30 dias.; Cabanas Tratados-fâ

Controle 129 29.29"1 42.15?3 9.84 92.343“El 38. 70 ª


1'1 67 30,53“ 91,117" 5.03 31.13“ 72.36”
72 97 62.47” 67.62” 3.71 32.50“ 71.73”
T3 113 39.33“ 93.30“ 3.33 33.00“ 77.57”
a.b na mesma coluna (P.::O. 05). Wentz ( 1937).
TI = IDO UI hCG + 0,5 mg benaoato de estradiol
T2 : 200 UI hCG + 1,0 mg benzoato de estradiol
T3 = 400 UI hCG + 2,0 mg benzoato de estradiol
IDE= Intervalo desmame-estro (dias)

Wentz et al. ( i 995) utilizaram diferentes associações hormonais em fêmeas que estavam em
anestro até o décimo dia após o desmame (Tabela 4.6). Até o quinto dia após o tratamento, 66,35%.
93. 75% e 90,47% das fêmeas manifestaram estro e a taxa de parto foi de 78.57%. 66.67% e 84.21%
nos animais tratados com eCG/hCG, benzoato de estradiol/hCG e cipionato de estradiol/MG.
respectivamente. No grupo controle tratado com solução fisiológica, nenhuma fêmea manifestou estro
no mesmo periodo. Entretanto, para a análise dos resultados, foram utilizados somente os dados das
fêmeas sabidamente aciclicas apos a dosagem da progesterona plasmática.

Tabela 4.6: indução de estro e desempenho reprodutivo de porcas em nuestro tratadas com
diferentes combinações hormonais.

Controle H O 0ª ' '


eCG + hCG 21 14 136.67" 73.57 10.39 3 1,13
BE + hCG 16 15 93.75“ 66.67 10.67 e 1.20
CE + hCG 23 19. 62.61" 34.21 11.26 : 1,07

a.!) na mesma coluna P<0,05 . Wentz et al. (1995).


ECG + hCG = 500 UI eCG + 250 UI hCG
BE + hCG = I mg de Benzoato de Estradiol (BE) + 200 UI hCG
CE + hCG = 1 mg de Cipionato de Estradiol (CE) + 200 UI hCG

62
' INTERVALO Desmame-esmo e mesmo ¡»ús-ucraniana EM suinos

4.4.3 Progestágenos (altrenogest)

O altrenogest é um progestãgeno sintetico, com diferentes indicações para o controle da


função reprodutiva, como sincronização do estro em leitoas cíclicas e em fêmeas após a desmama. Pode
ser uma alternativa a ser utilizada, quando se deseja aumentar o intervalo entre o desmame—cobertura e,
conseqtientemente, o IDE. Em parte, essa afirmação pode parecer contraditória com o que foi discutido
até o momento. Entretanto. em algumas situações. em que há o interesse em aumentar o periodo de
recuperação da matriz apos o desmame, essa técnica pode ser implementada. Seria o caso do desmame
precoce ( «=: 9-10 dias de lactação). de matrizes desmamadas com escore corporal visual «c2 ou
primíparas, ou mesmo na organização de grupos de cobertura a cada 2 ou 3 semanas.
Visando a formação de lotes para o parto. Wood et al. (1992) utilizaram altrenogest por 10
dias após o desmame e obtiveram 87% das fêmeas em estro apos 10 dias da suspensão do tratamento,
em comparação com 30% do grupo controle (P< O. 00 l ). No trabalho de Koutsotheodoros et al. ( T 998),
o percentual de porcas em estro até 7 dias após o desmame foi 97% para l2 dias de lactação associado
ao uso de altrenogest. 64% para desmame aos 12 dias sem altrenogest (P<0,0 I) e 87% para o
desmame aos 24 dias sem altrenogest. Santos et al. (2004) utilizaram o altrenogest. em pluriparas com
lactação de 9 a 10 dias. a partir do desmame por um periodo de 5 a 8 dias e avaliaram o desempenho
reprodutivo subsequente. O emprego do hormônio aumentou o l DE em 7,2 dias permitindo um maior
periodo de recuperação pos-parto para a matriz. Entretanto. o desempenho reprodutivo subseqtiente
foi semelhante entre as fêmeas tratadas e aquelas que não receberam o hormônio. A utilização de
progestãgenos inibe a liberação de gonadotrotinas pela hipófise, mantendo a fêmea em anestro pelo
periodo desejado, havendo o pronto restabelecimento da ciclicidade após a suspensão do tratamento,
permitindo à fêmea um desempenho reprodutivo normal.

r“—

O emprego de progestágenos após o


Hesmame permite um aumento estratégica“
do IDE, dando um maior período de
recuperação para algumas fêmeas.

63
SUINDCULTURA EM A O

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O intervalo desmame-estro é um importante componente dos DNP da matriz suina. Com as


ferramentas atualmente disponiveis na suinocultura tecniticada, é perfeitamente possivel estabelecer
uma meta de 90% de manifestação de estro em até sete dias após o desmame. Variações nessa meta
podem ser inliuenciadas. principalmente, pela época do ano, pela ordem de parto das matrizes, pela
duração da lactação, pelo manejo nutricional e pelo grau de estimulação durante a amamentação.
Caso a meta não esteja sendo atingida. e fundamental que seja estabelecido um preciso
diagnóstico do problema. Nesse sentido, além de um levantamento detalhado dos dados associando as
possiveis etiologias, é necessário realizar um programa de monitoramento reprodutivo ao abate das
matrizes descartadas. Na tabela 5. i, é apresentado um exemplo de achado macroscópico ovariano em
leitoas que haviam sido descartadas por anestro. Tanto na granja ] como na 2 foram identificadas leitoas
que não foram observadas em estro apos um periodo de 60—80 dias pos—alojamento na unidade.
Entretanto, observou-se que 83,7% e 80,4% das fêmeas, respectivamente nas granjas ] e 2,
apresentavam corpos lúteos. Ou seja, elas haviam ciclado e não foram identificadas em estro. Portanto, a
causa de anestro identificada no monitoramento reprodutivo ao abate está, possivelmente, associada a
falhas na detecção de estro. O trabalho de Diehl et al. (2003) deixa claro a importância do
monitoramento estratégico que pode ser reaiizado no momento do abate das fêmeas descartadas.
Tabela 5.1: Avaliação da ciclicidade, de acordo com os achados macroscópicos ovarianos, das ieitoas
descartadas por anestro em duas granjas.

cr… _.

Nenhum "(ªº Minima 1 um

I Ane-¡tro 37 5f 7 6:22) 31(33.?3)


2 Anestra 46 91’19.57) 37130.43)

Sem diferença entre granjas considerando o total de fêmeas descartadas (P:-‚0.09 Diehl et al. (2003).

Ao realizar o monitoramento Será possivel concluir, com precisão, se as matrizes descartadas


por falha na manifestação de estro pos—desmame de fato não tiveram atividade ovariana. Caso seja
observada a presença de corpos iúteos. conclui-se que a fêmea apresentou ovulação pos-parto. Com isso
pode-se suspeitar de falhas na detecção de estro pós-desmame ou também será possivel especular que
possa ter ocorrido a manifestação de estro durante a fase lactacional. Na ausência de corpos lúteos
conclui—se que, de fato, as fêmeas não tiveram ovulação recente. Somente após um detalhado
diagnóstico da situações encontrada na granja será possivel recomendar medidas para solucionar o
problema.
65
. SUÍNOCULTURA EM Rªº

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6. FOTOS

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68
SUÍNOCULTURA EM 1! O
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76
A combinação
certa para
animais + saudáveis!
,:
m“mmm
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,…. ªs
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AorianlagäoduMi-m‘ufehrrhárháfmdamntal pamummummmnm
Dimm nan podem ermisnrm “um fan¡pinga
m u … … m º
0300 70 70 512 (“Stºrm.-"“m"
Saúde Animal
luflflflflflmifllflimlmh
WMA—I'll
Adiuvante Microsol Diluvac Forte,
Vacina de Subunidade inativada
contendo proteina ORF2 do PCV2.
Alta resposta frente aos desaãos de campo %


Imunização ativa como auxiliar na ¿
prevenção da viremia e excreção viral ;
decorrentes da Circovirose suína

Análise do retorno sobre o investimento


TRATAMENTOS RETORNO .v' INVESTIMENTO
Olmumuent & M+pac. 1,70
2 0,29-
ª4 se
OE?
Trabalho publicado no Congresso ; . v 2011
u[Pinhoiro&Maohado ‘ Integra" Soluções em Producão Animal]

Circumvent e M+pac demonstraram ser a melhor combinação do mercado na análise do ROI


(retorno sobre o investimento). Trabalho realizado por órgão independente, comparando todos
os programas de vacinas contra Mycoplasma e Circovirus do mercado brasileiro.

1ª etapa: A fase aquosa que contêm hidróxido de aluminio permite wna


apresentação rápida de antígenos e produz resposta hun-oral sãgniªhcativa.

2a etapa: A apresentação de antígenos lixados nas gotas maiores inicia um


resposta imunológica Mediada por Celulas.

3“ etapa—“1: As n'icrogotas prolongam a apresantaä‘äo dºs… …ªº satema


imune permitindo uma imunidade Hurmral e Celular completas de longa d '

Menor incidência de tosse - Menores índices de lesões pulmonares


Maior rapidez de ação - Maior tempo de proteção
O antígeno mais completo: 15 proteínas de superfície
® _ _ ‘

PGGOO _ _ performanqe
Menos dlas nao produtivos. r e pr º dU tl va
Mais leitões por fêmea I ano.

Regumate0
Manejo em lotes.
Forme lotes adequados a sua necessidade.

MSD
Saúde Animal
Momento de ovulação e
performance reprodutiva P G 6 º 0 ®
dos três partes após o tratamento de primlparas com

Anamaria 1. Vargas“. Mari L. Bernardib. Ivo Wentzªs Guilherme Bnmhardt Meteº. Fernanda P. Badalona“

ªSetnr de Sulnus — UFRGS. bDepartarnentcn de Zootemia — UFRGS, c1.511tratti'arinlrry de Reprodução Animal — UNICRUZ

Resumo Intervalo desmame cie (IDC). taxa de parte ajustada (FPA),


número de coberturas {NC}, tarnanho da leitegada (TL) e taxa

Foram avaliados os efeitos da administração de eCG + hCG de descarte partos 1 à 4 (T0)-


a
(P6600 Intervet} em Indices reprodutivas de primlparas
e Controle P6600" P Level
suinas durante e verão. o grupo PGGOD (nn-420) foi
. e
tratado com PGEÚÚ via SC, 24 h após a desmame
TL* 113123 11312.3 0.155
(5,0 rnL]. 0 grupo controle (n=408} recebeu 5,0 rnL de IDC, d 3.0 =|: 7_1 53 :1: .“ amam
solução salina. Apes u desmame, todas as fêmeas foram ª; % 333393 (g1 7) 33131405 (92 1) "D 839
submetidas à detecção de cia. Ú momento de ovulação fui
determinada em aigumas delas (n=150) per ultra-sem .??“ = 1D 45:13 2 11 2 * 3 3. 0.001
transcutá nee. IDC, d S.? :I: 4.6 5.7 :|: 4.3 0.533
_ _ e _ NC 369 381 —
Fa. FIFIH'IIHIEÍTEICBÚ de PGEOD Incra-menta; & DEP-[DUT]?! "__-_; TFA, % 3291360 (91.4) 333858 (QCLS) 0.672

't'I'JÍHdLJÍIVB da sequlnte farma


. _ Farb 3
«*)-“aumentou e nº de primíparas em CIO até cn 10° dia após cn TL 11.5 i. 2_9 11.4 3_1 0553-
desmame (94.3% vs. 79.? %); :EE. d 3.2381 4.9 ªªi 5.5- 0.1118-

ªReduziu e intewalo desmame cobertura TPA-, % 290313 (92.6} 298.1313 (95.2) 0.131
(53 vs. 8.0 d) P<0.05; I I "'
'Aumenteu do número de nascidos totais aº segundo T1. 11.2 :|; 3.3 11.3 :l: 3.0
IDC-f. d 5.2 =|: 4.1 5.5 :|: 4.2 . _
Pªrtº “ ‘ ª “ª *º*” Pªº'ºª-
e
te,-.as mma (24.5} 1121420 as…?) 0; '
.auªl'mmISTraçàú de PGGOO nae alterem es aeg-.. ……
…“… repmdutws * A primeira Ieitegada foi obtida antes do tratamento das
a
¡Momento de ovulação {45.5 vs. 43.3 h); fêmea!- mm P5500 -
‚RE—ton“) an Ciº E tªxªs de pªl-tº HUS tres pªl-tas Fémas remidas pur I'EZÖES n㺠I'Epmduti'b'as {Dram MIU…

subseqúentes; para o cálculo da taxa de parte ajustada (TPA).


-Taxa de descarte das fêmeas ªté a quarto parte P Level em negrito, dados estatisticamente significativus.

[25.17% vs. 24.5%).


m Funai — … v. ß. plan-1023. m
Ilíªmzcluinde, P6600 e' eficaz na redução do IDC e mt: ……MMDWHMQ

.mmento das leitegadas ao Segunda parte em fêmeas traTadaã

i'd Imma ¿más. a desmama.

m……
EEUU 70 70 512 A mianmn du umHeterhàrin e hndammtal pela u mum um das mail.-amam.
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Saúde Animal

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