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FOX na Usina

Nº 13 – Out/20

TÓPICOS Vapor de Flash – Você Usa ? – Parte I


Nesta Edição: Em várias visitas às usinas muitas vezes somos questionados do uso do vapor de flash visando a
economia de vapor; ao começarmos a falar sobre as formas de uso, componentes necessários,
Uso do vapor de Flash de
cuidados, etc.; percebemos que o tema ainda tem certo desconhecimento de alguns conceitos
condensado básicos e por esta razão vamos detalhar desde o início.
Conceitos
Cálculo Básico; Vamos considerar um fluxo de condensado que se encontra a 110°C com pressão de 1,434 bar abs
(0,429 kgf/cm2 man) que é direcionado para um tanque fechado que está submetido a uma pressão
de 1,014 bar abs (0,001 kgf/cm2 man), conforme ilustrado a seguir:
Próxima Edição:
Vapor
100°C
Onde Aplicar; 1, 014 bar abs
Economia de Vapor de
Escape;
Condensado
110° C
1,434 bar abs

Condensado
100°C
1, 014 bar abs

O condensado ao ser submetido a uma pressão menor da qual se encontra, sofre o chamado efeito
“flash” que nada mais é uma evaporação parcial do líquido quando se reduz a pressão a qual está
submetido. Este efeito é facilmente visualizado nas usinas que utilizam de tanques de condensado
da evaporação ventilados para a atmosfera, onde no bocal de alívio para o exterior, tem aquela
pequena nuvem que, nada mais é que o vapor de flash.

O que ocorre na verdade é que para que parte do condensado a 110°C que se evapore, retira-se
energia do condensado que “sobra”, para então obtemos vapor saturado a 100°C e condensado
também a 100°C.

Em várias usinas e em muitas outras indústrias que usam vapor, esta “pequena” vazão de vapor é
perdida para a atmosfera e com pequenas modificações e pouco investimento, podemos
reaproveitar esta energia “perdida” e devolvê-la ao processo, reduzindo a demanda geral de vapor.

Primeiramente vamos calcular a quantidade de vapor que é gerado nestas condições e iniciamos
com as propriedades que podem ser obtidas em tabelas de vapor e de água, conforme segue:

Propriedade Unidade Entrada Saída


Temperatura de Referência °C 110,0 100,0
Pressão de Saturação (Psat) Kgf/cm2 g 0,429 0,001
Entalpia do Vapor (hVapor) kJ/kg 2.691,1 2.675,6
Entalpia do Líquido (hlíquido) kJ/kg 461,4 419,1

Com os dados da tabela acima, vamos fazer os seguintes cálculos básicos:


Variação de entalpia no condensado a 100°C (∆h a 100°C):

∆h a 100°C = hvapor – hlíquido = 2.675,6 – 419,1 = 2.256,5 kJ/kg

Variação de entalpia entre o condensado a 110°C e o condensado a 100°C (∆hcondensados):

∆hcondensados = hlíquido a 110°C - hlíquido a 100°C = 461,4 – 419,1 = 42,3 kJ/kg

Cálculo da vazão específica de Flash (Vflash):

∆ ,
Vflash = ∆ °
= = 0,0187458 observe que pelas unidades que foram alimentadas, este resultado é adimensional.
. ,

Para obtermos a vazão de vapor Flash gerada, basta multiplicarmos o resultado acima pela vazão de entrada de condensado no tanque
que encontramos a vazão de vapor Flash gerada. Vamos considerar como exemplo, uma entrada de 10.000 kg/h de condensado a 110°C,
desta forma teremos:

Vflash = 0,0187458 x 10.000 = 187,458 de vapor Flash Gerado

Por balanço de massa, calculamos a vazão de condensado que sai a 100°C (Vcond 100°C):

Vcond 100°C = Vcond 110°C - Vflash = 10.000 - 187,458 = 9.812,542

187, 458 kg/ h


Vapor
100°C
1, 014 bar abs

10.000 kg/h
Condensado
110° C
1,434 bar abs

9.812,542 kg/h
Condensado
100°C
1, 014 bar abs

Embora a vazão obtida possa ser pequena, quando aplicamos o vapor Flash na estação de evaporação da fábrica de açúcar, podemos obter
uma economia de vapor de escape de 1,3 a 2,7% dependendo do tipo de caldeira (Alta ou baixa pressão).

No próximo FOX na Usina entraremos nos detalhes de como utilizar o vapor Flash na evaporação, bem como seus cuidados.

Álvaro Salla

FOXTERMO Refrigeração e Aquecimento Ltda.


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