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Universidade Federal de Santa Maria

Departamento de Eletrônica e Computação


Transmissão e Comunicação de Dados
renatomachado@ufsm.br; renatomachado@ieee.org

http://www.ufsm.br/gpscom/

Prof. Dr. Renato Machado

18 de Agosto de 2011

1
1 Introdução a comunicação de dados
A comunicação de dados se preocupa com a transmissão de mensagens digitais entre dispo-
sitivos que recebem e/ou originam dados digitais em um sistema de comunicação. A Figura
1 ilustra, de forma simples, um sistema para comunicação de dados onde estão representa-
dos os blocos transmissor e receptor, bem como o meio físico por onde a informação deve
se propagar. O bloco transmissor representa todo o processamento aplicado a informação
para que esta possa ser representada por um sinal elétrico e então transmitida ao seu des-
tino. O meio por onde o sinal se propaga pode ser o ar, cabo coaxial, a rede elétrica ou
uma fibra óptica. Neste meio podem ocorrer atenuações e ruídos que distorcem o sinal
transmitido. O bloco receptor representa as operações aplicadas ao sinal para recuperar a
informação transmitida.

Figura 1: Representação simplificada de um sistema para comunicação de dados

1.1 Objetivo da comunicação de dados


O objetivo de um sistema de comunicação é prover a melhor relação custo-benefício entre
taxa de transmissão, consumo de potência, prevendo sempre uma baixa probabilidade de
erro na recepção dos dados.

2
2 Programa da Disciplina
1. UNIDADE 1 - VISÃO GERAL

• Um modelo de comunicação.
• Comunicação de dados.
• Redes de comunicação de dados.
• Protocolos e arquitetura de protocolo.
• Normas.

2. UNIDADE 2 - TRANSMISSÃO DE DADOS

• Introdução.
• Transmissão analógica e digital.
• Problemas na transmissão de dados.
• Meios de transmissão guiados.
• Transmissão wireless.

3. UNIDADE 3 - CODIFICAÇÃO DE DADOS

• Dados digitais, sinais digitais.


• Dados digitais, sinais analógicos.
• Dados analógicos, sinais digitais.
• Dados analógicos, sinais analógicos.
• Espalhamento espectral.

4. UNIDADE 4 - INTERFACE DE COMUNICAÇÃO DE DADOS

• Transmissão síncrona e assíncrona.


• Configurações de linha.
• Interfaceamento.
• Exercícios.

5. UNIDADE 5 - CONTROLE DE ENLACE DE DADOS

• Controle de fluxo.
• Detecção de erro.
• Controle de erro.
• Controle de enlace de dados - Protocolo HDLC.
• Outros protocolos de controle de enlace de dados.

3
6. UNIDADE 6 - MULTIPLEXAÇÃO

• Multiplexação por divisão de freqüência.


• Multiplexação por divisão no tempo síncrona.
• Multiplexação por divisão no tempo estatística.
• Xdsl.

7. UNIDADE 7 - REDES POR COMUTAÇÃO DE CIRCUITOS

• Introdução.
• Conceitos da comutação de circuitos.
• Roteamento em redes por comutação de circuitos.
• Sinalização.

8. UNIDADE 8 - REDES POR COMUTAÇÃO DE PACOTES

• Princípios da comutação por pacotes.


• Roteamento.
• Rede X.25.

9. UNIDADE 9 - REDES ATM E FRAME RELAY

• Arquitetura de protocolo.
• Conexões lógicas das redes ATM.
• Células ATM e transmissão.
• Categorias de serviços ATM.
• Camada de adaptação ATM.
• Frame Relay.

4
3 Bibliografia a ser empregada
1. Stallings, William. Data and Computer Communications. Prentice Hall, 6th edition,
2000.

2. Tanenbaum, Andrew S. Computer Networks. Prentice Hall, 3rd edition, 1996.

3. Silveira, Jorge Luis da. Comunicação de Dados e Sistemas de Teleprocessamento.


Makron, McGraw-Hill, 2002.

4. Notas de aula do prof. Natanael R. Gomes, 2009-2010.

5
1 Decibel – dB
O decibel é uma expressão da relação entre dois sinais que expressa ganho (amplificação)
ou perda (atenuação). Os sinais podem ser tensões, correntes ou níveis de potência, como
ilustrado na Figura 1.

Figura 1: Amplificador com ganho de 100 ou, em decibéis, 20.

O decibel foi originalmente concebido pela indústria da telefonia para descrever os


ganhos e perdas de sinais de áudio nos circuitos de telefonia. A unidade original foi de-
nominada bel devido a Alexandre Graham Bell, o inventor do telefone. Na maioria das
atividades da eletrônica, entretanto, o bel provou ser uma unidade grande1 , então, o de-
cibel (um décimo de um bel) foi adotado como notação padrão. Como a escala utilizada
é logarítmica, 1 bel corresponde a uma relação de 10 em potência, enquanto 1 decibel
corresponde a uma relação de 101/10 , isto é, aproximadamente 1,259. As definições para
bel e decibel (dB) são apresentadas na Tabela 1, em que Q é a quantidade a ser comparada
a uma quantidade de referência Qref .

Tabela 1: Definição de bel e decibel


1 bel = log (Q/Qref )
1 decibel(dB) = 10 × log (Q/Qref )

A utilização do decibel facilita cálculos onde há uma grande variação entre as grandezas
envolvidas, pois o uso de logaritmos torna estes números pequenos e fáceis de manipular.
A Figura 2 apresenta a diferença entre a escala linear (decimal), bel e decibel.
Em cálculos de enlaces de telecomunicações, há grande variações entre potências de
transmissão e recepção de um sinal, observe o seguinte exemplo:
Exemplo: Considere que uma estação rádio base de telefonia celular (ERB) esteja ir-
radiando, efetivamente (incluindo ganho da antena), 80 watts de potência . Considere que
um telefone celular (TC), a uma determinada distância dessa ERB, receba um sinal de
aproximadamente 2 nanowatts.
A faixa de variação em Watts e em decibéis, para o referido exemplo, é apresentada na
Tabela 2 onde, para o cálculo em decibéis, é empregado 1 Watt como valor de referência.
Observe na Tabela 2 que o uso de logaritmos torna a variação entre as grandezas envolvidas
menor e mais fácil de manipular.
1
Como as unidades metros e centímetros. Para valores menores que 1m, centímetro é a unidade de
medida mais indicada, 100 vezes menor que o metro. A unidade de medida, metro, seria grande.

1
Figura 2: Comparação entre diferentes escalas: Linear, bel e decibel

Tabela 2: Faixa de variação das potências


Watts dB
80 7−→ 2 × 10−9 19 7−→ −87

1.1 dBW e dBm


Quando se deseja expressar um valor de potência em dB é comum utilizar o dBW ou o
dBm. Dessa forma, se Qref , Tabela 1, corresponde a 1 Watt, define-se o dB Watt (dBW).
Se, no entanto, Qref corresponder a 1 miliwatt então se tem o dBm. A Tabela 3 apresenta,
matematicamente, as definições para dBW e dBm.

Tabela 3: Definição de dBW e dBm


1 dBW = 10 × log (Q/1W )
1 dBm = 10 × log (Q/1mW )

2
1.2 Exercícios
1. Exemplo: Considerando o exemplo anterior, determine a atenuação do sinal entre
ERB e TC.

19dBW −(−87)dBW = 106dB
Atenuação = ,
49dBm −(−57)dBm = 106dB

ou
80

= 10 log ( 2×10 −9 )
Atenuação = .
= 106dB

Note que, na resolução apresentada, o uso do decibel permitiu transformar divisão


(perdas) em subtração. Caso fosse um produto (ganho) ocorreria uma soma de valores
com a utilização do decibel.

2. A potência irradiada pela antena de um transmissor é de 200W e a potência recebida


no receptor é de 100mW? Expresse essas potências em dBm. Qual a atenuação do
sinal entre transmissor e receptor?

3. Determine a potência P1 em Watts se P2 é 100 Watts e a relação entre elas é de


23dB.

4. Qual o valor em dBm para −3dBW?

5. Qual o ganho total do receptor da Figura 3? Se P1 é 1 mW, qual o valor de P2 ?

Figura 3: Receptor

6. Deseja-se adicionar três sinais, P1 , P2 e P3 . com níveis de 0 dBm, +3 dBm e -6 dBm.


Qual a potência total em dBm?

7. Um power meter apresenta uma potência de ruído de -70 dBm. Quando um sinal
“P ” é aplicado esse valor aumenta para -65 dBm. Qual a potência do sinal “P ” em
dBm?

8. A potência de saída de um atenuador é 20% menor do que potência de entrada. Qual


é a atenuação em dB?

3
2 Referência bibliográfica
1. Rohde & Schwarz.“dB or not dB? Everything you ever wanted to know about decibels
but were afraid to ask...”. Disponível na Internet via WWW. URL:
http://www.eetimes.com/electrical-engineers/education-training/tech-papers
/4127502/dB-or-not-dB-Everything-You-Ever-Wanted-to-Know-About-Decibels-
But-Were-Afraid-to-Ask. Arquivo obtido em 11 de agosto de 2010.

4
1 Sistema de Comunicação de Dados
Em um sistema de telecomunicações, como ilustrado na Figura 1, a informação é trans-
formada em sinal elétrico para possibilitar a sua transmissão a longa distância. Essa
informação é transmitida através de meios como fios, cabos coaxiais, fibra óptica ou irradi-
ada através de ondas eletromagnéticas como em radiodifusão, infravermelho, microondas
e satélites.

Figura 1: Sistema de transmissão de dados

A comunicação de dados pode ser vista como um subconjunto de telecomunicações,


envolvendo a transmissão de dados (informação na forma de voz, áudio, vídeo, texto ou
imagem) em um sistema de comunicação que envolva hardware e software [Behrouz A.
Forouzan – Data Communications and Networking]. A comunicação de dados se preocupa
com a transmissão de dados digitais. Isto é, dados que apresentam valores discretos em
um intervalo de tempo, por exemplo, textos e números inteiros.

Dados analógicos, ou seja, que apresentam valores contínuos em um intervalo de tempo,


por exemplo, som e vídeo, sofrem uma conversão analógico–digital, a qual é composta pelos
blocos apresentados na Figura 2 e descritos a seguir.

Figura 2: Conversão analógico–digital

Amostrador – Neste bloco o sinal passa a ser representado por uma seqüência de amostras
tomadas uniformemente em instantes espaçados de tempo;
Quantizador– A amplitude de cada amostra é ajustada ao valor mais próximo escolhido
dentre um número finito de níveis de amplitude discreta. Por exemplo, podemos representar
cada amostra como um número binário de 8 bits, caso em que há 28 níveis de amplitude;
Codificador– Tem o propósito de representar cada amostra quantizada por meio de uma

1
palavra de código composto de um número finito de símbolos. Por exemplo, em um código
binário os símbolos podem ser 1’s e 0’s.

1.1 Conversão analógico-digital (A/D)

Figura 3: Sinal a ser amostrado

A conversão analógico–digital é o processo pelo qual um sinal analógico, Figura 3, é


convertido em uma representação digital. Para realizar essa conversão é necessário amostrar
o sinal, como ilustra a Figura 4, o resultado desse processo pode ser verificado na Figura
5.

Figura 4: Processo de Amostragem Figura 5: Sinal Amostrado

O intervalo de tempo entre amostras é fixo, denominado período de amostragem, re-


presentado por Ta . O período de amostragem depende da freqüência de amostragem (fa ),
número de amostras por segundo. Por exemplo, se fa = 1000Hz então, Ta = 1ms, pois
Ta = f1a .

2
Uma questão interessante no processo de amostragem do sinal é a seguinte: Existe um
número mínimo de amostras? Apenas ficar com algumas amostras do sinal pode levar a
perder informação contida no sinal analógico?

1.1.1 Teorema de Nyquist


Sinais com largura de banda limitada podem ser reconstruídos exatamente do sinal amos-
trado desde que a frequência de amostragem seja o dobro da largura de banda do sinal.

Por exemplo, considerando o sinal de voz para telefonia com uma largura de banda
de 4KHz, a frequência de amostragem será de 8KHz (8 mil amostras por segundo). Se
utilizarmos 8 bits para codificar uma amostra de voz ter–se–á uma taxa de 64Kbps.

1.2 Exercícios
1. Um sinal, cujo espectro é apresentado na Figura 6, foi amostrado a 1,5Hz. Apresente
o espectro de sinal amostrado e do sinal recuperado por um filtro passa–baixas de
largura de banda de 1Hz que, também, tem o espectro ilustrado na Figura 6.

Figura 6: Espectros

3
1 Análise do Processo de Amostragem
O objetivo desta análise é mostrar como se dá o processo de amostragem de um sinal x(t)
qualquer no domínio do tempo e da frequência.

1.1 Análise no domínio da tempo


O sinal de amostragem ideal é uma série periódica de impulsos de largura infinitesimal
denominado Delta de Dirac, δ(t − nT ), conforme ilustra a Figura 1, em que T é o período
de amostragem.

Figura 1: Sinal de amostragem ideal, p(t).

A multiplicação do sinal de amostragem p(t) pelo sinal de informação x(t), no domínio


tempo, gera o sinal amostrado, Figura 2.

Figura 2: Sinal amostrado, xp (t), gerado pela operação x(t) × p(t).

1.2 Análise no domínio da frequência


Para analisar o processo de amostragem no domínio da frequência é necessário obter o
espectro de frequências do sinal de informação, x(t), e do trem de impulsos, p(t). Então,
utiliza-se o teorema da convolução1 , segundo o qual: “A multiplicação do sinal de amos-
1
From http://mathworld.wolfram.com/Convolution.html (accessed - 04/10/2007): A convolution is an
integral that Rexpresses the amountR of overlap of one function as it is shifted over another function f :
f (t) ∗ g(t) = f (τ ) × g(t − τ ) = g(τ ) × f (t − τ ).

1
tragem p(t) pelo sinal de informação x(t), no domínio tempo, corresponde no domínio da
frequência, a convolução dos espectros destes sinais”, ou seja, X(ω) ∗ P (ω) = Xp (ω).

Figura 3: Espectro do Sinal amostrado, Xp (ω), obtido pela operação X(ω) ∗ P (ω).

2 Reconstituição de um sinal através de suas amostras


A recuperação de um sinal contínuo, xr (t), a partir de uma versão amostrada pode ser
efetuada pela filtragem passa-baixa ideal, h(t). Portanto, no domínio da frequência o sinal
recuperado, Xr (ω), é o resultado da multiplicação do espectro do sinal amostrado Xp (ω)
pelo espectro de frequências do filtro passa-baixas, H(ω), conforme ilustra a Figura 4.

Figura 4: Recuperando sinal, Xr (ω), obtido pela operação X(ω) ∗ H(ω).

No tempo, a operação correspondente é a convolução dos sinais de x(t) e h(t), conforme


é apresentado na Figura 5.

2
Figura 5: Recuperando sinal, xr (t), obtido pela operação xp (t) × h(t).

2.1 Observando a frequência de amostragem


Note que se a frequência de amostragem, Figura 6(a), é alta as repetições espectrais do sinal
são espaçadas e o sinal original pode ser recuperado a partir de suas amostras por um filtro
passa-baixas. Quando a frequência de amostragem é baixa, Figura 6(b), há sobreposição
espectral nas várias repetições do espectro do sinal original, fenômeno ao qual se dá o nome
de aliasing, nesse caso não é possível a recuperação do sinal.

(a) Espectro de freqüências de um sinal sobre amostrado.

(b) Espectro de frequências de um sinal sub amostrado.

Figura 6: Resultado espectral devido variações na frequência de amostragem.

3
1 Quantização
Considere, como exemplo, que após um processo de amostragem de um sinal variando
entre -3,5V e 3,5V, as amostras obtidas foram:

[3,5000; -1,0437; 0,8238; -2,2014; -0,1305],

conforme ilustra a Figura 1.

Figura 1: Amostragem.

Para que os valores de amplitude das amostras possam ser representados por uma
quantidade finita de bits (obter um sinal digital), é necessário convertê-las para um número
finito de amplitudes. Esta operação é designada quantização.
Portanto, após um processo de amostragem, a faixa dos valores possíveis do sinal
é subdividida em intervalos de quantização. Em cada intervalo é definido um nível de
quantização, o qual corresponde a um valor de tensão intermediário do intervalo.
A distância entre níveis de quantização, ∆, pode ser expressa através da seguinte
equação:
2A
∆= , (1)
N
em que, A é a amplitude máxima do sinal que assume valores entre −A e A. N é o número
de níveis empregado. N = 2b , sendo b o número de bits para codificação de cada amostra.
Utilizando as amostras do conjunto previamente apresentado em que, A = 3, 5 e consi-
derando b = 3, é obtido para ∆:
2 × 3, 5
∆= = 0, 875V (2)
23
1
A Tabela 1 apresenta os intervalos de quantização para as referidas amostras. O
tamanho de cada intervalo é de 0,875V, conforme calculado acima. Os níveis de quantização
correspondem ao valor médio de cada intervalo. Observe que na primeira coluna da Tabela
1 as amostras estão apresentadas de acordo com os intervalos de quantização.

Tabela 1: Intervalo e Níveis de Quantização


Amostras Intervalos Nível Codificação PCM
de Quantização de Quantização
3,5000 3,5 3,0625 111
2,625

2,625 2,1875 110


1,75

1,75 1,3125 101


0,875

0,8238 0,875 0,4375 100


0

-0,1305 0 -0,4375 000


-0,875

-1,0437 -0,875 -1,3125 001


-1,75

-2,2014 -1,75 -2,1875 010


-2,625

-2,625 -3,0625 011


-3,5

1.1 Codificação PCM


Também é apresentada na Tabela 1, em sua última coluna, a codificação em PCM
(Modulação por Codificação de Pulso) dos níveis de quantização do sinal amostrado. São
considerados 3 bits para codificação.
Uma codificação em PCM transforma uma amostra quantizada em um número codi-
ficado. Usualmente, o número é codificado e convertido para a sua representação binária.
A sequência binária é, então, convertida em uma seqüência de pulsos para a transmissão.

2
A codificação das amostras empregadas como exemplo neste documento é apresentada
na quarta linha da Tabela 2.

Figura 2: Erro de quantização.

1.2 Erro de Quantização


No receptor, para cada intervalo é recuperado um valor de sinal que corresponde ao valor
médio de um intervalo de quantização (nível de quantização). Isto resulta em pequenos
desvios em relação a amostra original do sinal. O desvio corresponde, no máximo, a meio
intervalo para cada amostra, sendo denominado erro de quantização.
Para o exemplo tratado nesta aula, teríamos o sinal quantizado ilustrado na Figura 2.
∆ ∆
− ≤≤ , (3)
2 2
em que, ∆ é a distância entre níveis de quantização. O erro de quantização é tanto menor
quanto maior for o número de intervalos de quantização. O erro de quantização, para cada
amostra, é apresentado na terceira linha da Tabela 2. Quando os intervalos de quantização
são igualmente distribuídos dentro da faixa de amplitude temos a denominada quantização
linear ou uniforme.
Pode-se calcular, < 2 >, o erro médio quadrático da seguinte forma:
I
2
X 2 i
<  >= , (4)
i=1
I
em que I é o número total de amostras quantizadas. Para os valores da Tabela 2 o erro
médio quadrático é de, < 2 >= 0, 0499.

3
Tabela 2: Codificação do Sinal
Amostra 3,5 0.8238 -0.1305 -1.0437 -2.2014
Nível de quantização 3,0625 0,4375 -0,4375 -1,3125 -2,1875
Erro de quantização (ε) 0,4375 0,3863 0,3070 0,2688 -0,0139
Código – PCM 111 100 011 101 010

2 Exercícios
1. Determine, considerando a seguinte sequência de amostras de um sinal variando de
−4 a 4 Volts:

[-0,25; 3,1; 1,5; -2,4; -3,7]

(a) A distância entre níveis de quantização;


(b) Os níveis de quantização;
(c) O erro médio quadrático de quantização;
(d) Sequência de bits a ser transmitida.

2. Determine, considerando a seguinte sequência de amostras de um sinal variando de


−3, 4 a 3, 4 Volts:

[2,7; 0,3; -2,2; 1,3; 3,3]

(a) A distância entre níveis de quantização;


(b) Os níveis de quantização;
(c) O erro médio quadrático de quantização;
(d) Sequência de bits a ser transmitida.

4
1 Razão sinal-ruído de quantização
Assumindo uma probabilidade de erro constante dentro da faixa − ∆2 ≤  ≤

2
, a potência do erro médio quadrático de quantização (também chamado
de potência do ruído de quantização) é expresso por:
1 ∆/2 2 ∆2
Z
P2 =  d = , (1)
∆ −∆/2 12
2A A2
como ∆ = N
então, P2 = 3N 2
.
S
A razão sinal-ruído de quantização é definida como, SN R = P2
, em que
S é a potência média do sinal. Em dB, (SN R)dB = 10 log( PS2 ).


Para o caso especial de um sinal sinusoidal de amplitude máxima A,


2 A2
substituindo S e P2 por A2 e 3N 2 , respectivamente, obtém-se:

(SN R)dB = 10 log( 32 N 2 )


(SN R)dB = 10 log( 32 ) + 20 log(N )
(SN R)dB = 1, 76 + 20 log(2b )
(SN R)dB = 1, 76 + 6, 02b. (2)
ou seja, há um aumento de 6dB para cada bit acrescido.

2 Requisito da largura de faixa do PCM


Suponha que em um PCM binário, N níveis de quantização são utilizados,
satisfazendo N = 2b , em que b = log2 N .
Assumindo que o sinal apresente largura de faixa fm , a taxa de amos-
tragem, fs , deve ser maior ou igual a 2fm . Então b · fs pulsos devem ser
transmitidos por segundo.
Considerando que o sinal PCM seja um sinal passa-baixa de largura
de faixa fP CM a menor taxa de amostragem possível é 2fP CM . Portanto,
2fP CM = b · fs , ou seja:
b · fs
fP CM = ≥ b · fm . (3)
2
A Equação 3 mostra que o menor requisito de largura de faixa do PCM
é proporcional a largura de faixa do sinal de mensagem e ao número de bits
por símbolo.
Note que a largura de faixa real necessária ao sistema PCM depende da
representação do PCM (número de bits).

1
1 Exercícios
1. Em um sistema PCM binário, a razão sinal-ruído de quantização de saída deve ser
mantida, no mínimo, em 40 dB. Determine o número de níveis necessários e a razão
sinal-ruído de quantização de saída.

2. Um sistema estéreo de gravação em CD (compact disc) amostra cada um dos dois


sinais com um conversor analógico/digital de 16 bits em uma taxa de 44,1 kbps.
Determine a razão sinal-ruído de quantização de saída para um sinal senoidal.

3. Considere um sinal de áudio com frequências entre 300 e 3300Hz. Um sinal PCM é
gerado a uma taxa de 8000 amostras por segundo. Se a razão sinal-ruído é de 30dB,
responda:

(a) Qual o número de níveis de quantização?


(b) Qual a largura de banda necessária ao PCM?

4. Se o valor máximo de uma onda senoidal é de mp = 20V e forem utilizados 256 níveis
de quantização, qual é a tensão entre dois níveis quando não há compressão? Para
µ = 255, qual é a menor e maior separação entre níveis?

5. A forma de onda analógica da Figura 1 é para ser modulada usando modulação delta.
O período de amostragem e o tamanho do passo são indicados pela grade da Figura
1. A primeira saída DM e a função degrau para essa saída estão apresentadas na
Figura 1. Mostre o restante da função degrau e da saída DM.

Figura 1: Modulação Delta

1
1 Quantização não linear
No caso da quantização linear ou uniforme, teremos erros de quantização relativamente
grandes para sinais de pequeno valor.

• Estes erros poderiam ser de mesma grandeza que o próprio sinal de entrada e a razão
sinal-ruído não seria suficientemente grande para a recuperação da informação.

• Por este motivo usam-se intervalos de quantização de larguras diferentes, caracteri-


zando a quantização não-linear.

Figura 1: Fonte: Modern Digital And Analog Communications Systems (B. P. Lathi) 3rd
Ed.

Para muitas classes de sinais, a quantização uniforme não é eficiente. Por exemplo,
observa-se (estatisticamente), na comunicação pela fala, a predominância de amplitudes
menores. Sendo que amplitudes mais altas são raramente utilizadas. Portanto, o esquema
de quantização uniforme será sem sentido para sinais da fala, uma vez que, muitos níveis
de quantização serão raramente utilizados. Observe um exemplo na Figura 1.
Um esquema eficiente é implementar um método de quantização não-uniforme, no qual
passos menores para amplitudes menores são utilizados. Neste caso teremos pequenos
intervalos de quantização para sinais de pequeno valor e intervalos maiores para sinais de
maior valor. Desta forma a relação entre o sinal de entrada e o erro de quantização é
aproximadamente igual para toda a faixa de amplitude do sinal de entrada.
O mesmo resultado pode ser obtido comprimindo-se inicialmente as amostras do sinal
e, então, utilizando uma quantização uniforme. As características de um compressor são

1
mostradas na Figura 2 e Figura 3. O eixo horizontal é o sinal de entrada normalizado, ou
seja, o sinal original dividido por seu valor máximo de amplitude.

Figura 2: Lei de compressão “A”. Figura 3: Lei de compressão “µ”.

No compressor ilustrado na Figura 2 e Figura 3 tem-se que:

• O eixo vertical é o sinal de saída y.

• O compressor faz o mapeamento de um incremento ∆x do sinal de entrada para um


grande incremento ∆y quando o valor do sinal de entrada for pequeno.

• O compressor faz o mapeamento de um incremento ∆x do sinal de entrada para um


pequeno incremento ∆y quando o valor do sinal de entrada for grande.

Desta forma a relação entre o sinal de entrada e o erro de quantização é aproximada-


mente igual para toda a faixa de amplitude do sinal de entrada.

1.1 Lei A & Lei µ


Os detalhes da quantização não-linear são fixados pela curva característica definida pelo
ITU-T (International Telecommunication Union – Telecommunications). Para Europa é
definida a curva (padrão G711, lei A – Figura 2, para o sistema PCM-30 – Europa),
expressa por:
 A|x|
sgn(x) · { 1+ln A },
 se 0 ≤| x |≤ A1
y= , (1)
1+ln A|x|
 1
sgn(x) · { 1+ln A }, se A ≤| x |≤ 1

2
em que, x e y são, respectivamente, o sinal sendo quantizado e o sinal quantizado norma-
lizados, estando seus valores entre −1 e 1. A = 87, 6 e

+1, se x(t) > 0

sgn(x) = .

−1, se x < 0

A ITU–T definiu a curva para lei µ (padrão G711, lei µ – Figura 3, para o sistema
PCM-24 - América do Norte e no Japão) expressa por:
 
ln 1 + µ | x |
y = sgn(x) · , se 0 ≤| x |≤ 1, (2)
ln (1 + µ)
µ é uma constante positiva igual a 255 na América do Norte.

Para recuperar as amostras do sinal em seus níveis corretos, um expansor com a caracte-
rística complementar a do compressor é utilizado no receptor. A combinação da compressão
e expansão é chamada de companding conforme ilustra a Figura 4.

Figura 4: Diagrama de blocos para um sistema de quantização não linear

2 Codificação Modulação Delta


A conversão Delta baseia-se no fato de que para muitos sinais, amostrados com uma
frequência adequada, a variância do sinal diferença é menor que a variância do sinal e,
portanto, terá uma faixa dinâmica menor requerendo um menor número de dígitos por
palavra. Este sinal diferença é codificado com apenas um bit.

A modulação delta tem as seguintes características:

• A entrada analógica é aproximada por uma função degrau.


• Sobe-se ou desce-se um nível (δ) em cada intervalo de amostragem.
• Comportamento binário, ou seja, dois símbolos, 0 e 1.
• Toda vez que o sinal da amostra ficar acima da referência (função degrau) a referência
será incrementada em um nível.

3
Figura 5: Modulação delta

• De outro modo ao sinal de referência será decrementado 1 nível.

• Saída é 1 se o valor da amostra ficar acima da função degrau. Saída é 0 de outro


modo.

• Dois valores importantes: δ e a taxa de amostragem (superior a de Nyquist para se


ter um baixo erro de quantização)

• Para se ter um baixo erro de quantização a frequência de amostragem do codificador


delta deve ser superior a de uma modulação PCM.

A modulação Delta produz dois tipos de distorção, ilustradas na Figura 5: o ruído


de overload (slope overload) característica das zonas de transição brusca do sinal, em que
o passo δ do quantizador não é suficiente para o acompanhar; e o ruído granular ou de
quantização, típico das zonas de silêncio ou de pequena variação do sinal de entrada quando
comparado com o passo δ do quantizador.

4
1 Transmissão digital em banda base
A transmissão digital oferece algumas vantagens no que diz respeito ao tra-
tamento do sinal, bem como oferecimento de serviços:

• Sinal pode ser verificado para avaliar a existência de erros;

• Ruídos e interferência podem ser mais facilmente filtrados;

• Uma variedade de serviços pode ser oferecida em uma linha de comu-


nicação;

• Grande largura de banda pode ser obtida através de compressão de


dados.

Para a transmissão digital, uma sequência de dígitos binários é codificada


por sinais digitais e transmitida em banda-base ou empregando modulação.
Banda base significa a transmissão do sinal sem portadora, isto é, sem deslo-
camento no espectro de frequências, em geral para transmissão a distâncias
curtas. No processo de modulação emprega-se o deslocamento do sinal para
uma frequência mais alta através do sinal da portadora.
Um sinal digital é representado por pulsos de tensão discretos e descontí-
nuos, conforme exemplifica a Figura 1 e Figura 2. Cada pulso é denominado
um elemento de sinal, sendo o dado binário codificado em um elemento de si-
nal. O sinal digital pode ser unipolar, quando todo o elemento de sinal tem o
mesmo sinal algébrico e é dito bipolar quando um estado lógico representado
por voltagem positiva o outro por voltagem negativa.

Figura 1: Sinal digital unipolar. Figura 2: Sinal digital bipolar.

A codificação de dados ou codificação digital de dados são termos em-


pregados para modulação digital em banda base. Muitas redes de compu-
tadores são para aquisição e armazenamento de dados ou são simplesmente
redes locais de computadores. Para tais redes a codificação em banda base
é suficiente para transmissão, não havendo necessidade de modular os dados
em uma frequência mais alta.

1
2 Códigos de linha
A codificação de dados é realizada através dos códigos de linha. As caracte-
rísticas “ideais” de um código são:

• Ocupar pouca largura de banda;

• Ausência de componentes DC. Esta característica é conveniente se hou-


ver transformadores no sistema, pois estes bloqueiam a componente
contínua dos sinais de entrada;

• A constante alteração dos níveis lógicos (0 → 1 ou 1 → 0) permitindo


a sincronização entre transmissor e receptor sem a necessidade de in-
formação adicional (bits adicionais) para sincronismo. O sincronismo
é necessário para se determinar o começo e o fim de cada frame de
transmissão;

• Capacidade de detecção de erro;

• Imunidade a ruídos e interferência de sinais.

A taxa de transmissão de códigos de linha pode ser dada em bits por segundo
ou bauds por segundo, este último se refere ao quantidade de símbolos por
segundo. Um símbolo pode ser representado por um conjunto de bits como
ilustra a Tabela 1, onde um símbolo é formado por 2 bits. Assim, se N é
o número de símbolos e b é o número mínimo de bits para representar tais
símbolos, então N = 2b , alternativamente, b = log2 N . Nesse caso, taxa em
bits = taxa em bauds × log2 N . A taxa em bits é representada por R, por
conseguinte, o tempo de duração de um bit é Tb = R1 .

Tabela 1: Bits e símbolos


Símbolos Bits
0 00
1 01
2 10
3 11

A Figura 3 apresenta alguns dos códigos de linha empregados para codi-


ficação digital.

2
2.1 No return to zero level – NRZ
• Dois níveis de tensão diferentes para bits 0 e 1, por exemplo: nível alto
para o bit 1 e nível baixo para o bit 0;

• As tensões são constantes durante o tempo de duração do bit.

• O tempo de duração do bit deve ser o mesmo para ambos os tipos de


pulso

Dois tipos de código NRZ serão considerados, o NRZ–Level (NRZ–L) e o


NRZ–Invert-on-one (NRZ–I). Para o NRZ–L é estritamente o nível de tensão
que determina os valores de dados, na Figura 3, um nível alto para o bit “0”
e nível baixo para o bit “1”. No NRZ–I, a transição de tensão no início do
pulso determina o valor associado de dado. Por exemplo, transição no início
do pulso pode ser usada para representar o binário “1” e a falta de transição
o “0”, Figura 3.
A codificação NRZ apresenta prós e contras em sua utilização, uma vanta-
gem é o seu conceito simples e a facilidade de implementação. Um problema
é o seu nível DC, que impede seu isolamento com a utilização de transforma-
dores. Para longas sequências de um tipo de bit o código não tem capacidade
de sincronização.

Figura 3: Códigos de linha

3
2.2 Codificação multinível binária
Neste tipo de codificação são mais do que dois níveis para codificação dos
dados. São considerados dois tipos de código de linha, o bipolar Alternate
Mark Inversion – (AMI) e o pseudoternário:

• AMI

– o binário 0 é representado pela ausência de sinal;


– o bit 1 é representado por pulso negativo ou positivo;
– Os pulsos para o bit 1 têm polaridade alternada.

• Pseudoternário

– Bit 1 representado pela ausência de sinal


– Bit 0 representado pela alternância entre polaridade
– Nenhuma vantagem ou desvantagem sobre bipolar-AMI

Quanto aos prós e contras destas duas codificações pode-se citar:

• Prós

– Sem perda de sincronismo se uma sequência de bits 1 ocorrer (Zero


ainda é um problema);
– Sem componente DC: pode-se usar transformador para isolar a
linha de transmissão;
– Pequena Largura de banda;
– Fácil detectar erros.

• Contras

– Com a codificação binária multinível, o sinal de linha pode assumir


1 de 3 níveis, mas cada elemento de sinal suporta apenas 1 bit de
informação ao invés de log2 3 = 1.58bits
– Receptor deve distinguir entre 3 níveis (+A, -A, 0);
– Requer aproximadamente 3dB mais de potência de sinal para a
mesma probabilidade de erro de bit.

4
2.3 Codificação Manchester
Apresenta codificação no meio do tempo de bit. São consideradas as codifi-
cações Manchester e Manchester diferencial.

• Manchester

– Transição no meio de cada período de bit;


– Transição serve como clock e dado;
– Pode-se adotar: Transição alto para baixo representa 0, Transição
baixo para alto representa 1;
– Used by IEEE 802.3 (Ethernet).

• Manchester diferencial

– Transição no meio do período de bit apenas clock;


– Transição no começo do período de bit representa 0;
– Nenhuma transição representa 1;
– Used by IEEE 802.5 (Token Ring).

Como vantagens e desvantagens para essas duas codificações de linha:

• No mínimo uma transição por tempo de bit e possivelmente duas;

• Taxa de modulação máxima é duas vezes a do NRZ;

• Requer maior largura de banda;

• Sincronismo no meio da transição de bit (self clocking);

• Nenhum componente dc;

• Detecção de erro: A ausência de uma transição pode permitir a detec-


ção de erros.

3 Técnicas de scrambling
As técnicas de scrambling servem para evitar que uma sequência de bits
fique por um longo período de tempo em um mesmo nível de tensão. Assim,
é papel de um scrambler:

• Produzir transições suficientes para manter o sincronismo;

5
Após ser recebido pelo receptor, o sinal passa pelo processo inverso (uns-
crambling), permitindo que a sequência original de bits possa ser interpretada
corretamente pelo detector.
Além disso, não tem componente DC, as sequências com nível zero não são
longas, não há redução na taxa de dados e possui a capacidade de detecção
de erros.
Dois tipos de codificação são apresentadas, a Bipolar with 8–zeros subs-
titution – B8ZS e High–density bipolar 3 zeros – HDB3. A codificação de
linha B8ZS é empregada em circuitos T1 (multiplexação de 24 canais de voz
– sistema Americano) enquanto a codificação HDB3 é utilizada em circuitos
E1 (multiplexação de 32 canais de voz – sistema Europeu).
• B8ZS
– Baseada no bipolar-AMI
– Seja um octeto todo de zeros e o último pulso de voltagem o
precedendo for positivo, codifica-se como “000 + −0 − +”
– Seja um octeto todo de zeros e o último pulso de voltagem o
precedendo for negativo, codifica-se como “000 − +0 + −”
– Causa duas violações do código AMI
– É improvável de ocorrer como resultado de ruído
– Receptor detecta e interpreta a sequência como octeto de zeros
– Na Figura 4 a regra usada para 1o octeto de zeros foi: último pulso
de voltagem precedendo for negativo, codifica-se como “000−+0+
−”.

• HDB3
– Bipolar 3 Zeros
– Baseada no bipolar-AMI
– Evita sequência de quatro zeros ou mais
– O quarto zero numa sequência é sempre transmitido como um
impulso que viola a regra da alternância (V)
– Após a primeira sequência de 4 zeros, para as sequências consecu-
tivas, o primeiro zero da sequência é substituído por um impulso
que respeita a regra da alternância (B), o quarto zero, por um
impulso que viola essa regra

A codificação HDB3 é ilustrada na Figura 5.

6
Figura 4: Codificação B8ZS, em que B=balanceamento e V=violação da
regra

Figura 5: Codificação HDB3, em que B=balanceamento e V=violação da


regra

4 Exercício
1. Codifique a sequência 11000011000000001 usando codificação:

(a) Pseudoternária;
(b) Manchester;
(c) Manchester Diferencial;
(d) B8ZS
(e) HDB3.

7
Exercícios
1. Dado um receptor com uma temperatura de ruído efetivo de 100 Kelvin e uma largura
de banda de 10 MHz determine o nível de ruído térmico na saída do receptor em
decibéis.

2. Suponha que o espectro de um canal está entre 3MHz e 4MHz e a razão sinal-ruído
é de 20 dB, determine a capacidade do canal de comunicação em bits por segundo.
Considerando o valor encontrado como um limite teórico, uma vez que foi considerado
apenas o ruído térmico, determine o nível de sinal necessário.

3. Qual a razão sinal-ruído, em dB, necessária para atingir uma capacidade de 20Mbps
para uma largura de canal de 3MHz? Qual o número de bits necessário para a
transmissão dos dados?
Eb
4. Se N o
= 8, 4dB para uma determinada modulação, para se obter uma taxa de erro
de bit de 10−4 ( 1 erro de bit a cada 10000 bits), sendo a temperatura efetiva de
ruído de 290 K e a taxa de transmissão de dados de 2400 bps, qual o nível de sinal
necessário em dB?

5. Se o nível de sinal recebido para um sistema digital específico é de −151 dBW e a


temperatura efetiva de ruído do receptor e de 1500 K, qual é a razão energia do sinal
por bit para um enlace que transmite 2400 bps?

6. Seja o seguinte esquema para codificação de linha. Dígitos binários am , “a = 0”


ou “a = 1”, m = 1, 2, 3, ..., são apresentados a um codificador que gera uma nova
sequência binária bm , m = 0, 1, 2, ... de acordo com a expressão bm = (am + bm−1 )
(módulo 2). Com b0 definido como “0” e adição módulo 2 dada por: 0 + 0 = 0;
0 + 1 = 1 + 0 = 1; 1 + 1 = 0. As amplitudes de pulso, cm , m = 1, 2, 3, ... são então
geradas como cm = bm − bm−1 (Aritmética para números reais). As amplitudes de
pulso recebidas são decodificadas para forma de dígitos binários dm de acordo com a
regra dm = 0 se a amplitude do pulso é próximo de “0”; de outro modo dm = 1.

(a) Para uma transmissão sem distorção, qual deve ser a relação entre as seqüências
d m e am ?
(b) Que tipo de codificação de linha é esta?
(c) Como modificar as equações para se obter uma codificação pseudoternária?
1 Modulação digital – Noções básicas
A modulação envolve operações sobre uma ou mais das três características de uma porta-
dora (amplitude, fase, frequência). Há três técnicas básicas de modulação para transformar
dados digitais em sinais analógicos: Modulação por mudança em amplitude (Amplitude
Shift Keying – ASK), Modulação por mudança em frequência (Frequency Shift Keying –
FSK), Modulação por mudança em fase (Phase Shift Keying – PSK)

1.1 Modulação ASK


Utiliza-se de uma amplitude de portadora para cada possível palavra de informação. A
modulação ASK é mais susceptível a mudanças repentinas de ganho. Ela é utilizada em
aplicações em que a quantidade de informação seja pequena ou em canais que sejam menos
destrutivos. Seguem algumas dessa aplicações:
• Transmissão via fibra ópticas, onde não existe ruído para interferir na recepção do
sinal;

• Transmissão de dados pôr infravermelho, como os usados em algumas calculadoras;

• Controle remoto pôr meio de raios infravermelhos, como os usados em aparelhos de


tv;

• Controle remoto pôr meio de radiofrequência, como os usados para ligar e desligar
alarmes de carros, residências ou abrir portões.

Figura 1: Modulação ASK – BASK

O sinal ASK divide-se em:

1. se o sinal for binário, variando-se dois níveis (0,space e 1,mark) teremos o ASK binário
ou BASK, conforme ilustra a Figura 1

1
Figura 2: Modulação ASK – MASK

Figura 3: Modulação ASK – OOK

2. Se o sinal tiver m níveis, sinal multinível teremos o ASK multinível, também chamado
MASK, conforme ilustra a Figura 2
No caso particular do sinal BASK em que um dos níveis é zero, o sinal produzido
equivale a senóide interrompida e por isso é ainda designado por OOK, ou seja, On-off
Keying, conforme ilustra a Figura 3

1.2 Modulação FSK


• Os bits 1 e 0 são representados por dois sinais de freqüências diferentes;
• As freqüências dos sinais são ligeiramente deslocadas da freqüência da portadora;
• Menos suscetível a erros do que a modulação ASK. A Figura 4 exemplifica a modu-
lação FSK.

2
Figura 4: Ilustração de modulação FSK

1.3 Modulação PSK


• Muda-se a fase da portadora em resposta a informação;

• Fase neste contexto é o ângulo de partida da senóide.

1.3.1 Modulação BPSK


• Fácil implementação;

• Uso ineficiente da banda do canal;

• Muito robusta;

• Extensivamente usada em comunicações via satélite;

• Uma mudança de fase representa mudança do bit 0 para o bit 1 ou vice-versa. Isto
é, cada elemento de sinal representa um bit;

• Por exemplo, para transmissão do bit 0, muda-se a fase 1800 , conforme é mostrado
na Figura 5.

1.3.2 Modulação QPSK


• Técnica de modulação multinível;

• Cada sinal (símbolo) carrega dois bits;

• Maior eficiência espectral;

• Dobro da eficiência espectral do BPSK;

3
Figura 5: Modulação do tipo PSK binária

• Receptor mais complexo;

• As fases estão separadas de 900 , conforme Tabela 1.

Tabela 1: Fases da modulação QPSK


A cos(ωt + π4 ) 450
A cos(ωt + 3π
4
) 1350

A cos(ωt + 4 ) 2250
A cos(ωt + 7π
4
) 3150

Observe que, usando a propriedade trigionométrica “cos(x + y) = cos(x) cos(y) −


sin(x) sin(y)” nas funções cosseno apresentadas na Tabela 1, obtém-se, de acordo com
a Tabela 2, a representação da modulação QPSK por sinais ortogonais (seno e cosseno).
Assim, essa modulação pode ser apresentada através de um diagrama vetorial chamado de
Diagrama de Constelação ou simplesmente Constelação, conforme Figura 6. Desta forma,
qualquer modulação que utilize variações de fase e de amplitude podem ser representadas
neste plano.
Os vetores que terminam nos vértices do quadrado pontilhado representam os símbolos
que compõe a modulação. O sinal modulado pode ser obtido através da projeção desses
vetores; uma modulando a portadora em fase e outra modulando a portadora defasada de
900 (sinal em quadratura). Os sinais ou projeções I (In Phase) e Q (Quadrature) definem
quais são os símbolos transmitidos ao longo do tempo e representam o sinal modulado

4
Tabela 2: Fases e símbolos da modulação QPSK
S(t) Fase Bits Símbolo
π
A cos(ωt + 4 ) =
= A[cos(ωt)

cos( π4 ) − sin(ωt) sin( π4 )] π
4
00 S1
2
= A 2 [cos(ωt) − sin(ωt)]
A cos(ωt + 3π4
)=
= A[cos(ωt)

cos(3 π4 ) − sin(ωt) sin(3 π4 )] 3 π4 01 S2
2
= A 2 [− cos(ωt) − sin(ωt)]
A cos(ωt + 7π4
)=
π
= A[cos(ωt)

cos(7 4
) − sin(ωt) sin(7 π4 )] 7 π4 11 S3
2
= −A 2 [cos(ωt) − sin(ωt)]
A cos(ωt + 5π4
)=
= A[cos(ωt)

cos(5 π4 ) − sin(ωt) sin(5 π4 )] 5 π4 10 S4
2
= −A 2 [− cos(ωt) − sin(ωt)]

em banda–básica. A figura a seguir mostra como obter modulação QPSK utilizando a


representação vetorial. A figura “a” mostra uma seqüência de bits a ser transmitida. A
figura “b” mostra os sinais I e Q obtidos a partir dos bits de entrada. Bit 0 corresponde a
1V e Bit 1 a -1V. A figura “c” mostra um modulador vetorial, onde o sinal I é modulado
utilizando a função cosseno e o sinal Q é modulado utilizando a função seno. A soma
vetorial desses sinais gera o sinal QPSK, representado através de uma portadora com
quatro fases distintas.

5
Figura 6: Diagrama de constelação para moduação QPSK

2 Exercícios:
1. Como seria a sequência 01110101 empregando BPSK

2. Empregando a modulação QPSK esboce o diagrama de constelação e a representação


dos canais I e Q separadamente no tempo para sequência 01110110.

6
Figura 7: Canais “I” e “Q” em uma modulação QPSK

Solução do Exercício 2: S2S3S2S4

7
Figura 8: Implementação de uma modulação QPSK

8
1 Moldando Pulso para reduzir a largura de banda
Pulsos quadrados não são práticos. São difíceis de serem gerados e requerem grande largura
de banda. Além disso, em razão da largura de banda limitada do canal, os pulsos transmi-
tidos sucessivamente sofrem espalhamento no tempo, o que faz com que um pulso interfira
no outro. Esse efeito é denominado interferência intersimbólica (ISI). O espalhamento do
sinal não causará interferência se seguidas algumas condições, que combinam a resposta do
transmissor-canal-receptor, conhecidas como Nyquist Pulse shaping. Em outras palavras,
a resposta do sistema de comunicação (Tx, Rx e Canal) a cada instante de amostragem no
receptor é zero para todos os outros símbolos exceto o símbolo corrente.
(
k para n = 0
h(nTs ) = (1)
0 para n 6= 0
p
sin( Tt )
A resposta ao impulso do sistema deve ser [ pt
s
], conforme ilustrado na Figura 1.
Ts

Figura 1: Pulso ideal


Essa função corresponde, no domínio da freqüência, a um filtro com função de transfe-
rência retangular, Figura 2. Tal função satisfaz o critério de Nyquist, porém é uma função
cujo espectro de amplitude H(f ) deve ser constante entre as freqüências -W a W (que
determinam a faixa de freqüências passantes do filtro) e nulo fora desse intervalo, o que é
irrealizável.
Qualquer filtro com uma função de transferência tendo um filtro retangular de largura
de banda fo = 2T1 s convoluída com uma função par arbitrária Z(f ) com magnitude zero
fora da banda passante do filtro retangular, H(f ) = rect( ff0 ) ⊗ Z(f ), obedece o critério
de Nyquist. Por exemplo a função cosseno levantado (Raised Cosine Filter ), ilustrada na
Figura 3, expressa pela equação 2. O espectro dessa função é apresentado na Figura 4.
sin( Tπts ) cos( παt
Ts
)
× 4αt 2 (2)
πt 1 − ( 2Ts
)

1
Figura 2: Espectro do pulso ideal da Figura 1

Figura 3: Pulso cosseno levantado

2 Modulação de envelope constante


Não há mudanças descontínuas de fase, o sinal sofre menos distorções, o que é preferível
para as comunicações sem fio. A razão é porque os amplificadores trabalham aumentando
ou diminuindo a potência do sinal através de sua amplitude. Quanto mais a amplitude
variar, mais amplificações não lineares ocorrem. A modulação QPSK não é tecnicamente
uma modulação de envelope constante

2.1 Modulação offset QPSK – OQPSK


Consiste em uma variação da modulação QPSK Figura 5. O canal Q é deslocado por meio
tempo de símbolo, Figura 6, assim os canais I e Q não sofrem transições ao mesmo tempo.
As transições simultâneas podem causar mudanças descontínuas de fase. Por exemplo :
Símbolo 00 −→ Símbolo 11. No OQPSK esse tipo de transição não ocorre.

2
Figura 4: Espectro para pulso cosseno levantado

Figura 5: Constelação QPSK comparada a OQPSK

3 Modulação em amplitude e em fase – Quadrature


Amplitude Modulation – QAM
Neste tipo de modulação são alteradas as características de fase e amplitude do sinal. Por
exemplo, na modulação 16 QAM – Figura 7, se tem os sinais deslocados de 45o em fase
e em cada fase há uma variação de amplitude do sinal. Nesta modulação cada símbolo é
formado por 4 bits, portanto, se tem 16 símbolos para representar todas as combinações
possíveis de bits a serem enviados no canal de comunicação. A taxa de bits é então 4 vezes
a taxa de símbolos por segundo (bauds).
As constelações QAM podem ser classificadas em tipo I, II e III, como ilustra a Figura 8.
Em uma constelação do tipo I um número fixo de pontos de sinal (ou fasores) são espaçados

3
Figura 6: Exemplo de codificação OQPSK

igualmente em cada um dos N círculos, onde N é o número de níveis de amplitude. Na


constelação de tipo I, os pontos do anel interno estão mais próximos em distância e são mais
vulneráveis a erros. Para superar esse problema, a constelação do tipo II foi proposta, nesta
constelação, pontos de sinal ainda estão em círculos, mas o número de pontos no círculo
interno é menor que o número de pontos do círculo externo, fazendo a distância entre
dois pontos adjacentes no círculo interno aproximadamente igual a do círculo externo.
Na Constelação do tipo III é empregado o formato de um quadrado, sua análise mostrou
que tem uma pequena melhoria em desempenho sobre o tipo de constelação II, mas a
sua implementação seria mais simples que a do tipo I e II. Devido a isto, o tipo III é a
constelação mais utilizada1 .

Figura 7: Modulação 16–QAM

1
Digital Modulation Techniques – Fuqin Xiong, 2000

4
Figura 8: Tipos de modulação QAM1

4 Exercício
1. Para a seqüência de bits 11100100 realizar a modulação QPSK e OQPSK. Apresente
os diagramas para os canais I × t e Q × t para as referidas modulações.

5
1 Espalhamento Espectral
No processo de espalhamento espectral a energia total de cada sinal é distribuída por toda
uma banda, assemelhando-se ao espectro de ruído branco. Todos os sinais oriundos dos
diversos usuários e o próprio ruído agregado à transmissão são superpostos no espectro.
Através da aplicação do código apropriado, a informação do usuário desejado é extraída
deste “ruído”. Há duas formas principais de se realizar o espalhamento espectral: Salto em
Frequência – Frequency Hopping (FH) e Seqüência Direta – Direct Sequence
(DS). Na técnica de espalhamento por salto em freqüência, a portadora de cada canal
“salta” entre as várias freqüências do espectro alocado, segundo uma seqüência pseudoalea-
tória. A faixa original do sinal é mantida, porém, como a portadora percorre rapidamente
uma faixa muito grande de freqüências, o efeito final é de espalhamento espectral. Esta
técnica provê um alto nível de segurança, uma vez que um receptor que tente interceptar
a comunicação sem dispor da seqüência pseudoaleatória usada para comandar os saltos,
precisará buscar freqüências de sintonia de forma muito rápida e determinar a freqüência
em uso em cada instante e no slot de tempo exato. As Figura 1 e 2 ilustram essa técnica.

Figura 1: Representação da técnica de salto em freqüência.

Na técnica de espalhamento por seqüência direta, o sinal de cada canal é multiplicado por
uma seqüência binária de um conjunto ortogonal. Duas seqüências x e y são ortogonais
quando sua correlação cruzada é igual a zero. Para duas seqüências de comprimento L
dadas por x = (x1 , x2 , x3 , ..., xL ) e y = (y1 , y2 , y3 , ..., yL ), a correlação cruzada é dada por:
L
X
Rxy = xi · yi = 0 (1)
i=1

1
Figura 2: Diagrama de blocos para sistema empregando salto em freqüência.

Além disto, a autocorrelação é igual ao comprimento da seqüência, ou seja


L
X L
X
Rxx = xi · xi = Ryyx = yi · yi = L (2)
i=1 i=1

O processo de espalhamento por seqüência direta e a recuperação dos sinais num sistema
DS-CDMA são ilustrados na Figura 3 e na Figura 4 de forma simplificada.

Figura 3: Processo de espalhamento espectral por sequência direta.

2
Figura 4: Exemplo de aplicação de DS–CDMA.

Uma representação do processo de espalhamento espectral no domínio da freqüência é


ilustrado na Figura 5.

Figura 5: Espalhamento espectral no domínio da freqüência.

3
1.1 Geração de Seqüências – Walsh Code
Um código ortogonal empregado no espalhamento por seqüência direta é o código Walsh,
que pode ser gerado de acordo com a Figura 6 a seguir:

Figura 6: Geração do código Walsh

Esse código apresenta as seguintes características:

• A correlação deve ser zero ou muito pequena

• As palavras código são ortogonais entre si

• O produto interno entre cada código deve ser igual a 0.

2 Exercício
1. Gere um código ortogonal de comprimento 8. Escolha duas seqüências e codifique a
informação 110 e 101. Transmita e após decodifique.

4
1 Principais meios de transmissão
Meio de transmissão é o caminho físico entre o transmissor e o receptor. As características
e qualidade da transmissão de dados são determinadas tanto pela natureza do sinal quanto
pela natureza do meio. O meio de transmissão pode ser meio guiado, onde é de maior
importância a limitação da transmissão ou meio não-guiado, neste caso, a largura de banda
do sinal é o mais importante.

Em uma transmissão sem-o (wireless), o meio é não guiado, a transmissão e recepção


do sinal ocorre via antena. Na transmissão a antena irradia energia eletromagnética no
meio e na recepção a antena capta energia eletromagnética do meio. Há basicamente dois
tipos de congurações para transmissão wireless:
1. Direcional: Antena foca o feixe de ondas eletromagnéticas. Assim antenas de trans-
missão e recepção devem estar cuidadosamente alinhadas;
2. Omnidirecional: Antena espalha o sinal em todas as direções. Esse sinal pode ser
recebido por várias antenas.
Em geral, quanto mais alta a freqüência do sinal, mais é possível focá-lo em um feixe
direcional. Na discussão sobre transmissão wireless está-se interessado, basicamente, em 3
faixas de freqüências.:
1. Freqüências 2GHz a 40GHz
• Antenas para microondas (parabólica 3m diâmetro)
• Radiação altamente direcional
• Enlace é ponto a ponto
• Utilizada em comunicações: terrestres, transmissão de voz, enlaces para televi-
são, comunicações via satélites.
No satélite a antena funciona como em uma estação retransmissora. Recebe em uma
freqüência, amplica ou repete o sinal e transmite em outra freqüência. Em geral
utilizado para: televisão, telefonia de longa distância e redes de negócios privadas.
2. Freqüências 30MHz to 1GHz
• Radiação omnidirecional
• Comunicação Broadcast, rádio FM, Televisão UHF and VHF.
• Nessa faixa de freqüências sofre-se por interferência multipercurso: Reexões
prédios,terra, prédios.
3. Freqüências 3 × 1011 a 2 × 1014 Hz  Infravermelho
• Linha de Visada
• Bloqueado por paredes ou muros
• Um exemplo é o controle remoto da TV

1
2 Cálculo de rádioenlaces (radiolinks)
A partir do enlace de rádio representado na Figura 1, consistindo de uma antena transmis-
sora e de uma antena receptora separadas por uma distância r, será apresentado o cálculo
para atenuação no espaço livre.

Figura 1: Transmissão sem o  rádio enlace

Sejam:

• PT = potência transmitida

• PR = potência recebida

• DT = diretividade da antena transmissora

• DR = diretividade da antena receptora

• AET = abertura efetiva da antena transmissora

• AER = abertura efetiva da antena receptora

Considerações:
1. As antenas são sem perdas (η = 1);

potência radiada
η= (1)
potência total aplicada

2. As polarizações das antenas estão casadas (Fator de Casamento de Polarização,


F CP = 1).
potência recebida
F CP = (2)
potência máxima possível recebida

2
2.1 Densidade de potência radiada
Antena isotrópica, que radia potência igualmente em todas as direções (onda esférica)
PT
S= (3)
4πr2
Para uma antena qualquer:
DT PT
S= (4)
4πr2
Onde DT é a diretividade da antena denida como capacidade da antena de direcionar
a potência radiada. Para um dipolo de meia onda DT = 1, 64

2.2 Potência recebida  PR


PR = SAER (5)
Da equação 4 e da equação 5,
DT AER PT
PR = (6)
4πr2
mas
AE λ2
= , (7)
D 4π
onde AE = é a abertura (área) efetiva da antena, razão entre a potência recebida e a
densidade de potência média incidente.
Das equações 6 e 7 obtém-se a equação fundamental para o cálculo de rádio-enlaces no
espaço livre:

λ 2
Pr (d) = Dt Dr ( ) PT , (8)
4πd
denominada fórmula de Friis para antenas sem perdas. Ou, em termos de ganhos (G = ηD):
λ 2
Pr (d) = Gt Gr ( ) PT , (9)
4πd
fórmula de Friis (antenas sem perda) para antenas quaisquer.

Exercício
1. Um dipolo de meia onda sem perdas, operando em f = 100MHz, é alimentado com
uma potência de 100W. Calcular:

(a) A densidade de potência radiada a 1 km de distância;


(b) Apotência de alimentação de uma antena isotrópica que produziria a mesma
densidade de potência calculada no item anterior;

3
(c) A potência máxima recebida por um outro dipolo de meia onda a 1 km do
transmissor.

2. Se um transmissor produz 50 Watts de potência, expresse a potência transmitida em


de dBm, e dBW. Se 50 Watts é aplicado a uma antena de ganho unitário com uma
freqüência de portadora de 900MHz, ache a potência recebida em dBm no espaço
livre a uma distância de 100 metros da antena. Assuma o ganho da antena receptora
como sendo igual a unidade.

4
1 Fibra Óptica e Sistemas de transmissão ópticos
1.1 Introdução
Consiste em um guia de onda cilíndrico, conforme ilustra a Figura 1, formado por núcleo
de material dielétrico (em geral vidro de alta pureza), e por uma casca também de material
dielétrico (vidro ou plástico) com índice de refração ligeiramente inferior ao núcleo, empre-
gados como meio de transmissão para sinais ópticos. Podem também estar presentes, para
proteger fisicamente a fibra, uma ou várias camadas de material amortecedor de impacto
e resistente à tensão mecânica.

Figura 1: Fibra óptica

1.2 Sistema de transmissão óptico


Um sistema de transmissão óptica, conforme Figura 2 é constituído de três componentes:
a fonte de luz, o meio de transmissão e o receptor/detector. A fonte de energia luminosa
pode ser um Diodo Laser – LD ou um Light Emitting Diode – LED, ou seja, dispositivos
que tenham a capacidade de emitir luz. O meio de transmissão é uma fibra óptica, onde
o feixe luminoso se propaga. O detector é um fotodiodo, que é capaz de gerar um pulso
elétrico quando iluminado por um feixe de luz.
Em uma aplicação desse sistema, a informação que é transmitida pode ser um sinal de
voz proveniente de um telefone, sinais de vídeo ou dados digitais de um computador. Tanto
os sinais de telefonia quanto os de vídeo são codificados numa sequência binária de zeros e
uns, e são multiplexados para transmissão num único pacote de taxa de dados elevada.

1.3 Princípio básico de funcionamento da fibra óptica


O princípio básico que faz com esse meio de transmissão transporte a luz é o princípio
óptico da reflexão interna total. A lei de Snell, Equação 1, que relaciona os ângulos de
incidência, φi , e refração, φR , com os índices de refração, dos meios materiais envolvidos,
é empregada para explicar o processo de reflexão interna total, conforme ilustra Figura 3.

1
Figura 2: Diagrama de blocos de um sistema de transmissão óptica

η1 sin φ1 = η2 sin φ2 , (1)


em que, η1 e η2 , são, respectivamente, os índices de refração da região 1 e região 2. O índice
de refração relaciona a velocidade de propagação da onda eletromagnética com o tipo de
meio, isto é η1 = vc1 , sendo c é a velocidade da luz no vácuo e v1 a velocidade da luz no
meio 1. Índice de refração relativo é definido por η12 = ηη21 = vv21 .

Figura 3: Reflexão interna na fibra óptica


Na Figura 3, se η1 > η2 , se tem a possibilidade de o raio refratado se aproximar do eixo
horizontal, isto é, φR = 900 , ângulo limite para que ocorra a refração. Nesse caso, φi = φc ,
denominado ângulo crítico. Acima desse ângulo, φi > φc , se tem reflexão interna total.

É importante observar que um feixe de luz pode ser composto por vários comprimentos
de onda, assim em um meio material, para cada comprimento de onda tem-se um índice
de refração diferente (prisma). Portanto, para um feixe de luz se tem velocidades de fase
diferentes e uma velocidade de grupo para a frente de onda.

2
1.4 Tipos de fibra óptica
Existem duas classes principais de fibras ópticas: as monomodo e as multimodo.

• As fibras monomodo de dimensões menores e maior capacidade de transmissão,


possuem um único modo de propagação, transmitindo apenas o raio axial. Esse
tipo de fibra possui um núcleo e uma blindagem de diâmetros reduzidos, além de a
diferença entre seus índices de refração também ser bem pequena, possibilitando que
a luz se propague em linha reta ao longo do cabo, conforme ilustra a Figura 4.

Figura 4: Fibra monomodo

• As fibras multimodo possuem um núcleo composto de um material de índice de


refração constante e superior ao da sua casca. Possuem vários modos de propagação,
a luz pode viajar por diversos caminhos diferentes. De acordo com o perfil da variação
de índices de refração da casca com relação ao do núcleo, classificam-se em: índice
degrau, Figura 5 e índice gradual, Figura 7. As fibras de índice gradual apresentam
desempenho superior à de índice degrau.

Figura 5: Fibra multimodo degrau

1.5 Distorção e atenuação em fibras ópticas


Basicamente, há dois fatores que influenciam na distância máxima que uma fibra pode
transmitir informação: a atenuação e a distorção. A atenuação é causada pela absorção
do material (estrutura atômica), emendas e conectores (falhas e defeitos de fábrica). A
distorção em fibras ópticas é denominada dispersão. São considerados os seguintes tipos
de dispersão.

3
Figura 6: Fibra multimodo gradual

• Dispersão modal: para fibras do tipo multimodo, o diâmetro do núcleo é muito


maior que o comprimento de onda de luz. Isso permite a geração de uma grande
quantidade de ondas individuais ou modos. Esses modos diferem na sua velocidade
de propagação. Um pulso de luz que ao entrar na fibra óptica gere vários modos
ao mesmo tempo será dividido em vários pulsos parciais que chegam ao fim da fi-
bra em instantes de tempo diferentes. O pulso ficará mais largo que o de entrada
correspondente. Nas fibras monomodo a dispersão modal praticamente não existe
possibilitando a propagação apenas de um tipo de onda.

• Dispersão do material: Depende da composição do material da fibra e da largura


espectral da fonte luminosa. Em razão do tipo do material a propagação do núcleo
não é a mesma para todos os comprimentos de onda, fazendo com que os diversos
componentes do espectro da fonte luminosa se propaguem com velocidades diferentes,
causando o alargamento do pulso.

• Dispersão de guia de onda: é uma medida da dependência da velocidade de


grupo dos modos individuais, das dimensões do núcleo e do comprimento de onda
da luz. Uma vez que as dimensões da fibra óptica são constantes a relação entre
comprimento de onda e as dimensões do guia de onda só mudam se o comprimento
de onda muda. Como o fator de fase do guia de onda, β = 2πλ
, sofre alterações em
razão do comprimento de onda, a velocidade de propagação, vp = ωβ , associada a
cada comprimento de onda muda, mudando a forma do sinal na saída. Esse efeito
pode ser importante em fibras monomodo para compensar a dispersão material.

1.6 Abertura numérica


Existe um ângulo de incidência limite, conforme ilustra a Figura 10, para os raios pene-
trando no núcleo de uma fibra óptica, acima do qual os raios não satisfazem as condições
de reflexão interna total e portanto não são transmitidos. Esse ângulo é conhecido como
ângulo de aceitação da fibra óptica e é deduzido aplicando-se a lei de Snell.
De acordo com a Figura 10, ηar é o índice de refração do meio onde a fibra está imersa,
η1 é o índice de refração do núcleo e η2 da casca da fibra óptica. θA é ângulo de incidência
na interface ar–núcleo, esse ângulo, em razão da mudança do índice de refração, é alterado

4
Figura 7: Os três principais tipos de fibras: Índice degrau, índice gradual e monomodo

no núcleo da fibra para β, que é o ângulo entre a luz incidente e o eixo axial no núcleo
da fibra óptica. Altera-se portanto o ângulo de incidência, θ1 entre núcleo e casca, sendo
θ2 o ângulo de refração. Para que se tenha reflexão interna total θ1 > θ2 , então abertura
numérica (N A) de uma fibra óptica é expressa por N A = sin(θA ):
Para a interface ar–núcleo da fibra óptica, a lei de Snell fica:

ηar · sin(θA ) = η1 · sin(β)


1 · sin(θA ) = η1 · sin(β) (2)
sin(θA ) = η1 · sin(β)

Para a interface núcleo–casca da fibra óptica, a lei de Snell fica, considerando a condição
de ângulo crítico para θ1 , isto é, θ2 = 900 :

η1 · sin(θ1 ) = η2 · sin(θ2 )
(3)
sin(θ1 ) = ηη21

Uma vez que cos(β) = sin(θ1 ) então:


η2
cos(β) = η1
q (4)
sin(β) = 1 − ( ηη21 )2

5
Figura 8: Abertura numérica

Assim a abertura numérica, N A = sin(θA ), pode ser expressa por:

sin(θA ) = η1 · sin(β)
q
sin(θA ) = η1 · 1 − ( ηη12 )2 (5)
p
sin(θA ) = η12 − η22

A abertura numérica determina um ângulo de aceitação para os raios luminosos que


atingem a face de entrada da fibra óptica, caracterizando a capacidade de captação de
energia luminosa pela fibra óptica bem como a eficiência de acoplamento entre fibra e
fonte luminosa.

1.7 Número de modos de propagação em uma fibra óptica


Dizem respeito a posição entre campo elétrico e magnético com relação a direção de pro-
pagação da onda eletromagnética. Os modos de propagação estão associados a teoria de
propagação eletromagnética, são determinados pelas equações de Maxwell considerando,
nesse caso, as condições de contorno impostas pelos materiais que compõem a fibra óp-
tica. Um exemplo de modo de propagação é o modo TE (transversal elétrico) onde se
tem, supondo propagação na direção z, Hz 6= 0 e Ez = 0. Um outro exemplo é o modo
TM (transversal de magnética) em que Hz = 0 e Ez 6= 0. Em óptica geométrica cada
modo corresponde a diferentes trajetórias de propagação na fibra óptica. Os diferentes
modos de propagação podem ser formados pela incidência de luz gerada por uma fonte
não direcional com superfície emissora de diâmetro igual ao do núcleo. Essa luz pode ser
formada por mais de um comprimento de onda que acabam incidindo sob diferentes ân-
gulos no núcleo da fibra óptica, gerando diferentes trajetórias, modos de propagação. O

6
Figura 9: Abertura numérica para uma fibra óptica

pulso guiado resultante é obtido pela soma da interferência construtiva e destrutiva desses
modos. Em razão disto, nem todos os ângulos com os quais a luz incide no núcleo da fibra
óptica poderão originar uma distribuição possível de campo elétrico e magnético. Quanto
maior a abertura numérica mais modos de propagação terão condições de propagação na
fibra óptica e melhor o acoplamento com a fonte de luz.
“Decompor o campo guiado em ondas planas correspondentes a um modo de propaga-
ção forma um conjunto coerente de raios com um mesmo ângulo em relação ao eixo da
fibra. Campos diferentes se propagando na mesma direção. A diferença de fase entre esses
campos determina se a interferência é destrutiva ou construtiva, permitindo uma irradi-
ância (energia de fluxo luminoso incidente em uma superfície) maior ou menor. Quando
a diferença de fase é constante não importando a distância, diz-se que há coerência entre
sinais”.
O número de modos de propagação para uma fibra de índice: O número de modos de
propagação (N ) em uma fibra óptica do tipo degrau pode ser obtido por:

V2
N= , (6)
2
E para fibras ópticas do tipo gradual:
g
N =V2 , (7)
g+2
em que g é denominado expoente de relação entre a distância radial “r” e o raio do núcleo
“a”, ( ar )g . O índice de refração para uma fibra óptica gradual muda de acordo com a relação
entre “r” e “a”. A lei de variação dessa relação é dada pelo expoente g.
2πa
V = N A, (8)
λ
7
V é a frequência normalizada ou diâmetro normalizado, λ é o comprimento de onda em
metros e “a” o raio do núcleo também em metros. Para V < 2, 405 a fibra óptica com
índice em degrau é classificada como monomodo. A fibra multimodo exige V > 2, 405.

1.8 Janelas de transmissão


A sílica, material empregado para confecção de fibras ópticas, sofre dopagens para reduzir
atenuações (absorção de energia pelas impurezas do vidro) e permitir a transmissão de
informação a longas distâncias. Esta dopagem permite o controle do índice de refração e
da qualidade de transmissão. As menores atenuações ocorrem nas janelas de:

• 820 nanometros – atenuação de 2,5 dB/Km;

• 1300 nanometros – atenuação de 0,5 dB/Km;

• 1550 nanometros – atenuação de 0,3 dB/Km.

Figura 10: Coeficiente de atenuação: Fibra monomodo.

8
1.9 Largura de Faixa
A largura de faixa está inversamente relacionada a dispersão temporal introduzida nos
pulsos transmitidos. Como a dispersão é medida por unidade de deslocamento da luz, a
largura de faixa é medida em Mega Hertz · quilômetro (MHz×Km). Na caracterização de
uma fibra óptica de comprimento L mede-se uma largura de banda fmax correspondente
a frequência da modulação na qual a amplitude da potência óptica cai a 3 dB na saída
da fibra óptica em relação ao valor aplicado na entrada, Bo = fmax L [MHz×Km]. Nas
fibras multimodo há uma redução na dispersão por unidade de comprimento e a largura
de banda final é Bf = B o

, em que γ é o fator de concatenação:

• 0, 5 ≤ γ ≤ 0, 6 – fibras ópticas de índice degrau.

• 0, 7 ≤ γ ≤ 0, 9 – fibras ópticas de índice gradual em 850 nanometros.

• 0, 8 ≤ γ ≤ 1 – fibras ópticas de índice degrau em 1300 nanometros.

Exercício
1. Uma fibra óptica possui um núcleo com 50 micrometros de diâmetro e índice de
refração igual 1,50. Sua casca tem um diâmetro de 125 micrometros e índice de
refração igual a 1,48. Determinar o ângulo crítico entre o núcleo e a casca, a abertura
numérica e o ângulo máximo de captação na face da fibra.

2. Supondo índice do núcleo igual a 1,506 e índice da casca igual a 1,500, perfil degrau,
diâmetro do núcleo de 50 micrometros, comprimento de onda igual a 0,85 microme-
tros, calcular o número de modos guiados desta fibra.

3. Determinada irradiação eletromagnética apresenta no vácuo um comprimento de


onda de um micrometro. Qual o comprimento dessa onda ao atravessar um com-
posto de sílica cujo índice de refração é 1,52?

4. Determinar o diâmetro máximo do núcleo de uma fibra óptica com perfil de índice
em degrau para garantir a propagação em um modo único no comprimento de onda
de 1300 nanometros. O núcleo apresenta um índice de refração de 1,510 e a casca
um índice de 1,505.

5. Uma fibra multimodo se índice degrau com 4Km de extensão apresentou uma freqüên-
cia de corte de 220MHz no comprimento de 850nm. Qual é a largura de banda es-
pecificada para a fibra. Qual será o valor desta característica para um comprimento
de 13Km dessa fibra.

9
1 Redes de comunicação de dados
Nos anos 70 e 80 ocorreu uma fusão dos campos de ciência da computação e comunicação
de dados. Isto produziu vários fatos relevantes:
• Não há diferenças fundamentais entre processamento de dados (computadores) e
comunicação de dados (transmissão e equipamentos de comutação);
• Não há diferenças fundamentais entre comunicação de dados, voz e vídeo;
• A distinção entre computador com um processador, computador com multiprocessa-
dores, redes locais, redes metropolitanas e redes de longa distância não é clara.

1.1 Aplicações
• Compartilhamento de recursos: programas, equipamentos e dados disponíveis para
qualquer um na rede não importando a localização da fonte ou do usuário.
• Serviços
– E-mail, FTP, Telnet, acesso a web;
– Vídeo conferência;
– Acesso a banco de dados;
– Aplicações Cliente/Servidor.

1.2 Cobertura Geográfica das Redes


• Redes de Longa Distância (Wide Area Networks – WANs)
– Cobrem grandes áreas (paises, continentes, mundo)
– Usam linhas telefônicas alugadas (caras!): Taxa de acesso do usuário: 56kbps–
155Mbps tipicamente
– Enlaces de comunicações compartilhados: comutadores e roteadores. Ex.: IBM
SNA, rede X.25, Internet
• Redes Locais (Local Area Networks – LANs)
– Cobrem escritórios ou edifícios;
– Único enlace (canal compartilhado) (barato!);
– Taxa do usuário: 10Mbps–1Gbps. Ex.: Ethernet, Token Rings, Apple–talk.
• Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Networks - MANs) Metropolitan Area
Network
– Cobrem uma cidade, geralmente interconectam diferentes LANs em uma mesma
cidade.

1
2 Tipos de serviços de comunicação fornecidos pela rede
Em uma rede de comunicação, os sistemas finais, por exemplo os computadores, trocam
mensagens entre si através do meio de comunicação. Para a Internet os serviços de co-
municação que permitem essa troca de mensagens são de dois tipos: serviço orientado a
conexão e serviço não orientado a conexão.

2.1 Serviços orientados a conexão


Nesse serviço as máquinas origem e destino estabelecem uma conexão antes que quaisquer
dados sejam transferidos. Os quadros enviados são numerados fazendo com que eles sejam
recebidos na ordem correta e sem erros. Na Internet os serviços orientados a conexão vêm
acompanhados de outros serviços entre eles transferência confiável de dados, controle de
fluxo e controle de congestionamento.
A transferência de dados confiável é obtida por meio de confirmações e retrans-
missões. Em outras palavras, uma mensagem (acknowledgement) é enviada pela máquina
receptora à máquina transmissora confirmando a chegada do serviço. Caso a mensagem
não chegue, haverá retransmissão.
O controle de fluxo evita que um dos lados de uma conexão sobrecarregue o ou-
tro enviando pacotes muito rapidamente (taxas acima do possível de ser processada pelo
receptor).
O controle de congestionamento evita que o sistema pare. Isso é feito forçando os
sistemas finais a diminuir a velocidade de envio de pacotes e determinando rotas para o
fluxo de pacotes na rede.
Utilizando estes serviços, a transferência de dados é realizada em três etapas: estabe-
lecimento de conexão (inicialização das variáveis e contadores), a transferência de dados e
a desconexão (liberação de variáveis e contadores).

2.2 Serviços não orientados a conexão


Não há apresentação mútua nesse tipo de serviço. Quando um dos lados de uma aplicação
quer enviar pacotes ao outro, a aplicação remetente simplesmente envia. Cada mensagem
carrega seu endereço de destino completo e cada mensagem é roteada através de um sistema
independente. Uma consequência disso é que se duas mensagens são enviadas ao mesmo
endereço a primeira mensagem pode chegar depois da segunda devido as rotas escolhidas.

3 Comutação de circuitos, comutação de mensagens e


comutação de pacotes
A comutação por circuitos e comutação por pacotes dizem respeito a forma como a malha de
roteadores se conecta para prover a comunicação para os sistemas finais. Para transmissão
de dados (voz, imagem, texto) em longas distâncias, a comunicação é realizada através de

2
nós intermediários de comutação (roteadores). Esses nós de comutação não se preocupam
com o conteúdo dos dados, simplesmente fornecem facilidade de chaveamento para mover
dados de um nó a outro, até o destino.

3.1 Comutação de circuitos


Os recursos ao longo de um caminho ficam reservados (buffers, largura de banda) para
prover a comunicação. Um exemplo clássico de comutação de circuito ocorre quando você
se conecta através do seu microcomputador (via Home Banking através de um número
telefônico exclusivo para este serviço) com o seu banco para efetuar operações bancárias,
como, por exemplo, solicitar um talão de cheques.
A comutação por circuitos envolve três fases: (1) Estabelecimento da conexão (circuito);
(2) Transmissão de dados e (3) Término da conexão. Este tipo de conexão possui uma
grande vantagem e outra grande desvantagem:

Vantagens Desvantagens
Sistema menos sujeito a falhas. Há falta de flexibilidade, pois
Após a conexão estabelecida se ocorrer a necessidade de
entre as partes, o canal que é comunicação com outro equipamento/
aberto para a comunicação não sistema, será necessário a troca de
estará acessível a outro circuito de comunicação.
equipamento, oferecendo assim um
alto grau de confiabilidade.

Note que, na comutação de circuitos, o caminho alocado durante a fase de estabele-


cimento da conexão permanece dedicado àquelas estações até que uma delas (ou ambas)
decida desfazer o circuito. Isso significa que, caso o tráfego entre as estações não seja cons-
tante e contínuo, a capacidade do meio físico será desperdiçada. Em compensação, existe
a garantia de que uma taxa de transmissão está sempre disponível quando as estações
desejam se comunicar, pois não há contenção alguma de recursos.
O caminho dedicado entre a origem e o destino pode ser:

• Um caminho físico formado por uma sucessão de enlaces físicos que perma-
necem alocados a conexão até o momento da desconexão. Em cada nó intermediário,
uma chave fecha um circuito entre duas portas no momento da conexão. Assim, ao
final da conexão, um circuito físico estará fechado entre o nó de origem e destino. É
a comutação de circuitos através de chaveamento espacial ou físico.

• Para a multiplexação por divisão em frequência (FDM), cada canal de voz ou


dados é deslocado para uma frequência específica, com o objetivo de enviar vários
canais de voz em frequência diferentes em um mesmo condutor, conforme exemplifica
a Figura 2. É a comutação de circuitos através de chaveamento de frequências.

3
Figura 1: Comutação de Circuitos

• Na multiplexação por divisão no tempo (TDM), o tempo é dividido em inter-


valos fixos de duração T denominado frames. Cada frame é subdivido em N subinter-
valos denominados slots. Denomina-se canal ao slot, um em cada frame, identificado
por uma posição dentro desses frames (Sinal Digital). A Figura 3 exemplifica a
multiplexação por divisão. É a comutação de circuitos através de chaveamento do
tempo.

Figura 2: Multiplexação por divisão em frequência

4
Figura 3: Multiplexação por divisão no tempo

3.2 Comutação de mensagens


Na comutação de mensagens não é necessário o estabelecimento de um canal (caminho)
dedicado entre as estações. Ao invés disso, se uma estação deseja transmitir uma mensagem
(uma unidade lógica de informação), ela adiciona o endereço de destino a essa mensagem
que será então transmitida pela rede de nó em nó. Em cada nó, a mensagem inteira é
recebida e o próximo caminho da rota é determinado com base no endereço contido na
mensagem. Os recursos não são reservados, são utilizados sob demanda. Os equipamentos
que estiverem participando da comunicação na rede estarão ligados através de roteadores
(mesmo circuito) e, desta forma, poderão trocar informações entre si.
Os pacotes podem ter que esperar para conseguir acesso ao enlace. O caminho pode se
encontrar ocupado pela transmissão de uma outra mensagem. E ainda, outras mensagens
já podem estar esperando para serem transmitidas por ese mesmo caminho. Nesse caso,
a mensagem espera em uma fila até que chegue a sua vez de ser transmitida e o caminho
esteja liberado, quando então a transmissão se inicia. Assim, uma mensagem caminha de
nó em nó pela rede utilizando apenas um canal por vez, sendo armazenada e retransmitida
em cada nó (store-and-forward). A Figura 4 ilustra esse processo.
Pode-se observar algumas características na comutação de mensagem em relação à
comutação de circuitos:

• O aproveitamento das linhas de comunicação é maior, já que os canais podem ser


compartilhados por várias mensagens ao longo do tempo, devido ao fato de não haver
alocação dos canais (as mensagens são transmitidas por demanda).

• Quando o tráfego se torna alto em uma rede de comutação de circuitos, pedidos de


novas conexões podem ser recusados devido à falta de recursos ou caminhos livres.

5
As mensagens são sempre aceitas em uma rede de comutação de mensagens, o tempo
de transferência é que aumenta devido às filas que as mensagens encontrarão em cada
nó de comutação da rede.

• A comutação de mensagens não se aplica em problemas de comunicação em tempo


real, justamente em função dos atrasos causados pelas filas.

Figura 4: Comutação de Mensagens

3.3 Comutação de pacotes


A comutação de pacotes é semelhante a comutação de mensagens. A principal diferença
reside no fato de que o tamanho da unidade de dados transmitida na comutação de pacotes
é limitado. As mensagens que são enviadas pela rede, devem ser quebradas em pacotes
(Packets). Este procedimento é realizado para melhorar o desempenho da comunicação.
Estes pacotes são formados por um endereço de origem, um endereço de destino (assim
como da comutação de mensagem) e a sequência do pacote na quebra da mensagem total.
Esta sequência ou numeração é necessária para que o destinatário possa ordenar os pacotes
e montar o quebra-cabeça para em seguida poder interpretar o conteúdo da mensagem.
Em geral, os dados são transmitidos em pequenos pacotes de, tipicamente, 1000 bytes.
Cada pacote contém uma porção de bits de informação e bits de controle (endereçamento
e roteamento). Pacotes são recebidos, armazenados (buffered ) e transmitidos para o nó
seguinte – Store and forward.

6
Figura 5: Comutação de Pacotes

Quando uma rede de comutação por pacotes não segmenta as mensagens em pacotes
pode-se dizer que ela faz comutação por mensagens. Portanto, a comutação de pacotes
(Packet switching) é tratada de duas formas:

• Datagrama – pacotes independentes. O roteamento é baseado no endereço destino.


A internet é assim;

• Circuitos virtuais – O roteamento é feito pelo circuito virtual que é estabelecido


antes de iniciar a troca de mensagens – redes ATM, Frame relay e X.25. Após o
estabelecimento, cada pacote contém o identificador do circuito virtual, ao invés do
endereço da destinatária.

Na estratégia datagrama, dois pacotes que possuem o mesmo destino e que sejam prove-
nientes de um mesmo usuário poderão ser encaminhados de forma diferente pela rede, ao
passo que, na estratégia circuito virtual, ambos deverão seguir a mesma rota.
A estratégia datagrama poderá ocasionar a entrega de pacotes no receptor em uma
ordem completamente diferente daquela na qual os pacotes foram gerados pelo transmissor.
Na estratégia circuito virtual, isto não ocorre, o que implica em que a rede seja orientada
a conexão. Evita-se, assim, que sejam utilizados algoritmos pesados de reordenação dos
pacotes no receptor.

7
3.4 Comparação entre comutação de pacotes versus comutação de
circuitos
Redes de comutação de circuitos são mais adequadas nas situações em que, um vez esta-
belecido um circuito, existe um fluxo contínuo e constante de informação. Nesse caso, os
canais reservados são utilizados sem ociosidade apresentando um retardo de transferência
constante. Além disso, uma grande vantagem dessas redes é não necessitar de empaco-
tamento de bits para transmissão. O empacotamento introduz um retardo adicional que
pode muitas vezes não ser suportado.
Nem todos os tráfegos em uma rede são contínuos, com taxas constantes. Vídeo com-
primido, texto e gráficos, em geral, geram tráfegos com taxas de bits variáveis. O tráfego
em rajadas (bursts caracteriza-se por apresentar períodos de silêncio aleatoriamente distri-
buídos e de tamanho aleatório durante uma comunicação.
A Tabela 6 apresenta uma comparação entre comutação de circuitos e comutação de
pacotes.

Figura 6: Comutação de Pacotes × Comutação de Circuitos

A falha em um switch não é fatal em uma rede de pacotes, pois não existe uma rota
previamente definida. Os pacotes podem encontrar rotas alternativas e contornar o switch
com defeito.
Na comutação de circuitos a banda é reservada. Uma vez estabelecido o circuito não há
o porquê se falar congestionamento de pacotes, pois os recursos não são compartilhados.
O congestionamento pode ocorrer somente na tentativa de estabelecer uma conexão, caso
os recursos já estejam sendo usados.

8
Na comutação de circuitos não existem atrasos de transmissão (store-and-forward),
de fila ou de processamento. O único atraso existente é devido ao tempo gasto para o
estabelecimento do circuito e para o sinal se propagar pelo circuito.
Transparência significa que transmissor e o receptor podem usar qualquer formato de
quadro e/ou taxa de transmissão. Esta transparência não existe na comutação de pacotes.
Em uma rede IP, por exemplo, os pacotes gerados pelo transmissor devem seguir o padrão
deste protocolo para que o núcleo da rede (roteadores) consiga entregar ao destino.
Segundo Tanenbaum (2003) existe um compromisso na escolha entre comutação de
circuitos ou de pacotes:
“O compromisso se dá entre serviço garantido e desperdício de recursos versus serviço
não garantido sem desperdício de recursos”

9
Exercício
1. Da análise da Figura 3, exemplifique uma situação em que a comutação empregando
datagrama é mais rápida que comutação por circuitos e comutação por circuitos
virtuais.

2. Define-se: N número de nós entre 2 sistemas; L é o comprimento da mensagem em


bits; B a taxa de dados em bps; P o tamanho do pacote em bits; H o cabeçalho por
pacote; S tempo para estabelecer o circuito em segundos (comutação de circuitos e
circuito virtual); D é o tempo de propagação por enlace. Seja N = 4; L = 3200;
B = 9600; P = 1024; H = 16; S = 0, 2 e D = 0, 001. Calcule o atraso fim a
fim para comutação de circuitos, circuito virtual e datagrama. Ignore o tempo de
processamento e tempo para confirmações (acks).

3. Considere o envio de voz do computador A para o computador B por meio de uma


rede de comutação de pacotes. O computador A converte simultaneamente a voz
analógica em uma cadeia digital de bits de 64Kbps. Ele então agrupa os bits em
pacotes de 48 bytes. Há apenas um enlace entre os computadores A e B. Sua taxa
de transmissão é de 1Mbps e seu atraso de propagação de 2 × 10−3 segundos. Assim
que o computador A recolhe um pacote ele o envia ao computador B. Assim que
o computador B recebe um pacote completo, ele converte imediatamente os bits do
pacote em sinal analógico. Quanto tempo decorre entre o momento em que 1 bit é
criado e o momento que ele é decodificado?

10
1 Modelos de referência para redes de comunicação de
dados
Durante as últimas décadas várias redes de comunicação foram criadas através de imple-
mentações diferentes de hardware e de software. Como resultado, a comunicação entre
redes com diferentes especificações tornou-se difícil – Protocolos proprietários. Para tratar
desse problema, a ISO (International Organization for Standardization) lançou em 1984 o
modelo de referência OSI (Open Systems Interconnection). Foi então, empregado o con-
ceito de camadas, que ajudam a descrever o processo de fluxo de dados no sistema de
comunicação. Como exemplo:
• Tipo de rede que está sendo examinada?

• O que está em fluxo?

• Qual é a forma do objeto em fluxo?

• Quais são as regras do fluxo?

• Onde acontece o fluxo?


O processo de fluxo de dados no modelo OSI foi dividido em 7 camadas conforme ilustra
a Figura 1.

Figura 1: Modelo de referência OSI e exemplos de protocolos por camada.

A comunicação entre dois dispositivos da rede, por exemplo dois computadores, se dá


entre as camadas correspondentes. Isto é, a camada n em um computador se comunica
com a camada n em outro computador. A Figura 2 ilustra o processo. Um conjunto de
camadas de protocolos é chamado de arquitetura de rede.

Cada camada OSI individual tem um conjunto de funções que ela deve executar para
que os pacotes de dados trafeguem de uma origem a um destino em uma rede. A seguir,
uma breve descrição de cada camada no modelo OSI.

1
Figura 2: Comunicação ponto a ponto.

• Camada 7 – Camada de aplicação: A camada de aplicação é a camada OSI mais


próxima do usuário, ela fornece serviços de rede aos aplicativos do usuário.

• Camada 6 – Camada de apresentação: Assegura que a informação emitida pela


camada de aplicação de um sistema seja legível para a camada de aplicação de outro
sistema. Por exemplo, encriptação e compressão de dados.

• Camada 5 – Camada de sessão: A camada de sessão, como está implícito no


nome, estabelece, gerencia e termina sessões entre dois hosts que se comunicam.

• Camada 4 – Camada de transporte: A camada de transporte segmenta os dados


do sistema host que está enviando e monta os dados novamente em uma sequência
de dados no sistema host que está recebendo.

• Camada 3 – Camada de rede: Fornece conectividade e seleção de caminhos entre


dois sistemas hosts que podem estar localizados em redes geograficamente separadas.

• Camada 2 – Camada de enlace: A camada de enlace fornece trânsito seguro de


dados através de um link físico.

• Camada 1 – Camada física: Define as especificações elétricas, mecânicas, funci-


onais e de procedimentos para ativar, manter e desativar o link físico entre sistemas
finais. Características como níveis de voltagem, temporização de alterações de vol-
tagem, taxas de dados físicos, distâncias máximas de transmissão, conectores físicos.

Para que os pacotes de dados trafeguem de uma origem até um destino, através de uma
rede, é importante que todos os dispositivos da rede usem a mesma linguagem, ou protocolo.
Um protocolo é um conjunto de regras que tornam mais eficiente a comunicação em uma
rede. Um pacote de dados é formado por cabeçalho, campo de dados e rodapé, conforme
ilustra a Figura 3.

2
Figura 3: Elementos de um pacote de dados.

• Cabeçalho: contém instruções sobre os dados contidos pelo pacote. Estas instruções
podem incluir:

– comprimento do pacote;
– sincronização, realizado através de bits que ajudam o pacote a se manter ajus-
tado com a rede;
– número do pacote, diz respeito a sequência do pacote na rede;
– protocolo, permite definir o tipo de pacote sendo transmitido: e-mail, página
da Web, vídeo;
– endereço de destino;
– endereço de origem.

• Corpo: também chamado de dados do pacote. Estes são os dados reais que o pacote
está entregando ao destino.

• Rodapé: normalmente contém alguns bits que avisam ao dispositivo receptor que o
fim do pacote foi atingido. Também pode haver algum tipo de verificação de erro. A
verificação de erro mais comum utilizada nos pacotes é a verificação de redundância
cíclica (CRC).

A maioria dos protocolos existentes – como o TCP/IP o IPX/SPX e o NetBEUI – não


segue esse modelo de referência ao pé da letra. Todavia, o estudo deste modelo é didático,
pois através dele pode-se entender como deveria ser um protocolo ideal, bem como facilita
a comparação de funcionamento entre protocolos criados por diferentes fabricantes.

O padrão aberto técnico e histórico da Internet é o TCP/IP – Transmission Con-


trol Protocol/Internet Protocol. O modelo de referência TCP/IP e a pilha de protocolos
TCP/IP tornam possível a comunicação de dados entre dois computadores quaisquer, em
qualquer parte do mundo. As camadas do TCP/IP são ilustradas na Figura 4.

• Camada de aplicação: Trata de protocolos de alto nível, questões de representação,


codificação e controle de diálogo.

• Camada de transporte: Lida com questões de qualidade de serviços de confiabili-


dade, controle de fluxo e correção de erros. Um de seus protocolos é o Transmission
Control Protocol (TCP). O TCP é um protocolo orientado a conexões. Orientado a

3
Figura 4: Modelo de camadas TCP/IP e alguns protocolos por camada.

conexões não significa que exista um circuito entre os computadores que se comuni-
cam (o que poderia ser comutação de circuitos). Significa que segmentos da camada
4 trafegam entre dois hosts para confirmar que a conexão existe logicamente durante
um certo período. Isso é conhecido como comutação de pacotes.

• Camada de Internet: A finalidade da camada de Internet é enviar pacotes da


origem de qualquer rede na internetwork e fazê-los chegar ao destino, independente
do caminho e das redes que tomem para chegar lá. O protocolo específico que governa
essa camada é chamado protocolo de Internet (IP).

• Camada de rede: É a camada que se relaciona a tudo aquilo que um pacote IP


necessita para realmente estabelecer um link físico. Isso inclui detalhes de tecnologia
de LAN e WAN e todos os detalhes nas camadas física e de enlace do OSI.

4
1 Detecção de erros
O transmissor adiciona na mensagem bits para detecção ou correção de erros. O processo
mais simples para detecção de erros é o bit de paridade. Valor de paridade do bit é tal que
a sequência binária tem um número de UNS par ou ímpar. Por exemplo, para a sequência
1110001:

• Se usada a paridade ímpar a sequência transmitida será 11100011;

• Se usada a paridade par a sequência transmitida será 11100010.

1.1 Bits de redundância


Normalmente a sequência a ser transmitida consiste em m bits de dados e r bits de redun-
dância (Check bits).

• Uma sequência contendo n-bits, ou seja, (n = m + r), é denominada palavra código


(Codeword );

• Dado 2 codewords 10001001, 10110001 é possível determinar quantos bits elas diferem
utilizando a função lógica Ou Exclusivo – XOR.

1 0 0 0 1 0 0 1
⊕ 1 0 1 1 0 0 0 1
0 + 0 + 1 + 1 + 1 + 0 + 0 + 0 = 3

1.2 Distância de Hamming


Diz respeito ao número de posições no qual 2 palavras diferem:

• Duas palavras separadas por uma distância de Hamming igual a “D”, serão necessá-
rios “D” bits para converter uma palavra na outra;

• Para uma detecção de “E” erros você precisa de uma distância de Hamming de
“D = E + 1”;

• Para corrigir “D” erros você precisa de uma palavra-código com uma distância mínima
de Hamming de “D = 2E + 1”.

Por exemplo, sejam as palavras códigos:

• 0000000000

• 0000011111

• 1111100000

1
• 1111111111
1. Qual a distância mínima de Hamming desse código? 5.
2. Quantos erros pode detectar? 4.
3. Quantos erros pode corrigir? 2.

1.3 Código de Hamming


Corrige todos os erros de 1 bit em cada palavra código. A posição dos bits verificado-
res correspondem a potência de 2, enquanto que o conteúdo dos bits verificadores está
relacionado a posição dos bits 1 da mensagem conforme exemplos a seguir:

1.3.1 Exemplo de código de Hamming no transmissor


Sequência Posições
12 11 10 9 2 7 6 5 22 3 21 20
3

10011000 1 0 0 1 1 0 0 0
Posição
onde bit é 1 12 11 10 9 23 7 6 5 22 3 21 20
7 1 1 1
9 1 0 0 1 (1)
12 1 1 0 0
XOR entre posições
onde bit é 1 12 11 10 9 23 7 6 5 22 3 21 20
XOR 0 0 1 0
Sequência a ser
transmitida 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0

1.3.2 Exemplo de código de Hamming no receptor


Posição
Sequência recebida 12 11 10 9 2 7 6 5 22 3 21 20
3

1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 0
Posição
onde bit é 1 12 11 10 9 23 7 6 5 22 3 21 20
2 0 1 0
(2)
7 1 1 1
9 1 0 0 1
12 1 1 0 0
XOR entre posições
onde bit é 1 12 11 10 9 23 7 6 5 22 3 21 20
XOR 0 0 0 0

2
1.4 Cyclic redundancy check – Idéia básica
• Para um bloco de m bits o transmissor gera uma sequência de n bits;

• Transmite-se, então, uma sequência n = r + m bits que é exatamente divisível por


algum número;

• Tal número divisor é conhecido pelo transmissor e receptor;

• O receptor divide o frame por aquele número:

• Se não há resto, não há erros;

• Caso contrário, solicita–se retransmissão.

1.4.1 Cyclic redundacy check – Princípio básico


Trata-se a sequência de bits como um polinômio. O transmissor e o receptor devem con-
cordar em um polinômio gerador G(x), por exemplo:

• G(x) = 10011 ou 1X 4 + 0X 3 + 0X 2 + 1X 1 + 1X 0

• Assim, G(x) = X 4 + X + 1

• A informação, representada por m bits é denominada M (x);

• A idéia é juntar r bits aos m bits de M (x):

– De forma que o polinômio resultante seja divisível por G(x);


– r deve ser igual ao grau de G(x).

• A sequência a ser transmitida é N (x), isto é M (x) mais os r bits de verificação;


N (x)
• No receptor, se não houver erros, G(x)
terá resto 0;
[N (x)+E(x)] E(x)
• Caso contrário G(x)
terá o resto de G(x)
.

1.4.2 Aritmética Empregada


Emprega módulo 2 de acordo com a teoria algébrica de corpos:

• Não há “vai um” na adição;

• Não há empréstimo na subtração;

• Adição e subtração são idênticas e empregam OU EXCLUSIVO – XOR.

3
1.4.3 Exemplo de cálculo do Código de Redundância Cíclica
A Figura 1 apresenta o cálculo dos bits de verificação para a seqüência M (x) = 11100110.
O polinômio G(x) é representado pela seqüência G(x) = 11001, que pode ser escrita,
1x4 + 1x3 + 0x2 + 0x1 + 1x0 , isto é, x4 + x3 + 1. Note que o grau do polinômio G(x) é
4, portanto são acrescentados 4 zeros a M (x). A seqüência a ser dividida por G(x), como
ilustra a Figura 1 é, 111001100000. O resto da divisão é 0110, que corresponde ao F CS,
por conseguinte, a seqüência a ser transmitida é o resultado da operação “ou exclusivo”
entre 111001100000 e 0110 representada abaixo:

1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0
⊕ 0 0 1 0
1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0

Figura 1: Cálculo do Field Check Sum – FCS para o CRC.

4
1 Execícios sobre detecção e correção de erros
1. Utilizando o código de Hamming calcule os bits de redundância para a sequência
1100011.

2. Uma forma de detectar erros é transmitir dados como um bloco de n linhas com
k bits por linha e acrescentar bits de paridade a cada linha e a cada coluna. Por
exemplo, o bit no canto inferior direito é um bit de paridade que verifica sua linha
e sua coluna. Esse esquema detectará todos os erros simples (isolados)? E os erros
duplos? E os erros triplos?

3. Supondo um erro de bit em uma transmissão sendo recebida a sequência 00110010001.


Em que posição ocorreu a inversão de bit? Qual a seqüência que deveria ser recebida?

4. Suponha a transmissão de 1011011010100011 e o polinômio gerador x5 + x + 1 de-


termine o FCS.

1
1 Sincronismo
O receptor demodula ou decodifica o sinal enviado pelo transmissor. Isso requer um meca-
nismo de sincronismo entre transmissor e receptor, isto é, o receptor deve realizar a leitura
do sinal no momento certo, portanto, deve saber a taxa de bits sendo recebidos. Desta
maneira, pode amostrar o canal de comunicação em intervalos regulares, determinando o
valor de cada bit recebido. Duas soluções são adotadas para o sincronismo: (1) Assíncrona
(2) Síncrona.

2 Avaliando a necessidade de sincronismo


Para uma taxa de bits de 1Mbps, isto é, um bit a cada um microsegundo, o receptor amostra
o canal de comunicação no meio de cada tempo de bit, em razão do comportamento “passa
baixas” dos meios de transmissão (o efeito do canal sobre o sinal é o “arredondamento” do
sinal por supressão das frequências mais elevadas). Entretanto, se ocorrer um atraso de
1%, a 1a amostragem será 0,01 µs fora do centro de bit, como o centro de bit é em 0,5 µs,
após 50 ou mais amostras o receptor estará em erro.

3 Transmissão assíncrona
Na transmissão assíncrona se tem a divisão dos dados em blocos suficientemente pequenos
geralmente 5 a 8 bits. Dessa maneira, não há sequências de bits longas e contínuas,
evitando-se o problema de sincronismo descrito na seção anterior. Existindo sincronização
no início, os desvios no final não serão significativos, pode-se então, ressincronizar com
cada caractere.
Para a transmissão assíncrona é colocado, imediatamente antes do bloco de bits, um bit
designado start bit. O start bit deve provocar uma mudança de estado, por exemplo, se o
estado inativo corresponde ao binário 1, o start bit deve ser um 0. A Figura 1, exemplifica
a transmissão assíncrona.
Os blocos de dados não podem ser enviados imediatamente um após o outro, pois isso
impossibilitaria o sincronismo. Por exemplo, numa codificação NRZ-L se o último bit de
um bloco fosse 1, não existiria transição de estado com o “start bit” do bloco seguinte.
Para evitar esta situação são acrescentados “stop bits” que devem corresponder ao estado
inativo da linha. Na pratica, são usados um “stop bit”, dois “stop bits” ou um “stop bit”
com duração equivalente a um bit e meio.
Embora simples, a eficiência das transmissões assíncronas é baixa. Os “overheads”
(percentagem de informação não útil) são, no seu limite:

• 37,5%, com blocos de 5 bits, 1 “start bit” e 2 “stop bits”

• 20%, com blocos de 8 bits, 1 “start bit” e 1 “stop bit”

1
Figura 1: Transmissão: (a)Bloco para transmissão assíncrona; (b) Exemplo de sequência
assíncrona.

4 Transmissão síncrona – nível de bit


Na transmissão síncronas o bloco de bits é transmitido sem bits de start ou stop. Os
relógios (clocks) do transmissor e receptor devem ser sincronizados. Pode ser usado um
sinal de clock separado para transmissor e receptor, no caso de curtas distâncias. O sinal
de clock pode ser, também, inserido no dado, por exemplo:

• para sinais digitais utilizam-se as codificações bifásicas, que por esta razão também
são conhecidas por “self-clocking”, ou seja “auto-sincronizadas”. Uma vez que estas
codificações garantem transições no sinal em todos os bits, estas transições represen-
tam um sinal de sincronismo. (Ex.: codificação Manchester)

• para sinais analógicos existem várias possibilidades, geralmente é usada a mudança


de fase na portadora. Note-se que em modulação PSK as variações de fase nunca são
nulas e têm como referência a fase anterior.

4.1 Transmissão síncrona – nível de bloco


Nos blocos de bits a serem transmitidos é necessário indicar o início e final do bloco,
por exemplo, o padrão “01111110” é empregado para iniciar e terminar um bloco. Para
esse mecanismo funcionar é necessário garantir que no interior da sequência de dados não
ocorra o referido padrão. Para isso, a cada 5 bits 1 é inserido um bit “0”, denominado bit
de enchimento ou stuff bit. O frame do protocolo HDLC utiliza padrão “01111110”.
A Figura 2 exemplifica o frame HDLC.
Um outro exemplo é o frame do protocolo Ethernet que utiliza uma sequência longa
de bits alternados para permitir o sincronismo. Como esse protocolo utiliza a codificação
Manchester, essa sequência facilita o sincronismo de bit. Os últimos dois bits “1s” seguidos
sinalizam o inicio do “frame” propriamente dito.

2
Figura 2: Frame para o protocolo HDLC

A Figura 3 ilustra o frame Ethernet.

Figura 3: Frame para o protocolo Ethernet

3
5 Exercícios
1. Suponha um arquivo de 10000 bytes a ser enviado em um canal de comunicação de
2400 bps.

(a) Calcule o overhead em bits e o tempo quando usando comunicação assíncrona.


Assuma 1 start bit e 1 stop bit e 8 bits por caractere. Os 8 bits de caractere
não apresentam bit de paridade.
(b) Considere a transmissão como sendo síncrona. O quadro consiste de 1000 ca-
racteres de dados e 48 bits de controle por bloco. Calcule o overhead em bits e
o tempo para transmitir o arquivo.

2. A seguinte sequência de dados deve ser enviada empregando bits de preenchimento:


11101101111101111110. Reescreva a sequência de dados com os bits de preenchi-
mento.

4
1 Camada de enlace de dados – Controle de fluxo
A camada de enlace de dados realiza o controle do estabelecimento da comunicação de
dados sobre a camada física. É necessário portanto, que se tenha um protocolo para essa
camada. Na camada de enlace de dados, segmenta-se os dados e envia-se os dados em
blocos chamados quadros ou frames. Deve ser realizado o sincronismo do quadro, bem
como seu controle de fluxo e controle de erro.
O controle de fluxo assegura que o transmissor não sobrecarregue o receptor com dados,
evitando o estouro da capacidade de armazenamento do buffer. Os dados são fragmentados
em frames pequenos pois:
• Tamanho do buffer é limitado;

• Erros são detectados mais cedo;

• Em caso de erro, pequena quantidade de dados é retransmitida;

• Evita-se que um transmissor ocupe o canal por muito tempo.

1.1 Stop & Wait


É a forma mais simples de controle de fluxo. Nesta forma, o transmissor (fonte) envia
um quadro, o receptor recebe e envia uma confirmação (Acknowledgment – ACK). A fonte
então, espera por tal confirmação (ACK) antes de enviar o próximo quadro, Figura 1. O
receptor, deste modo, pode parar o fluxo não enviando um ACK. O Stop & Wait funciona
bem para poucos frames formados por uma sequência longa de bits, não é eficiente para
taxas altas de dados, pois apenas um frame por vez pode estar em trânsito entre Tx e Rx .

Figura 1: Controle de fluxo – Stop & Wait.

1.2 Janela deslizante (Sliding window)


A eficiência de controle de fluxo pode ser melhorada se vários frames puderem transitar
no canal ao mesmo tempo. O protocolo de janela deslizante permite o trânsito de vários

1
frames. Isto é possível porque o receptor tem buffer de comprimento W frames. Assim
o transmissor pode enviar até W frames sem ACK, cada frame é numerado de tal forma
que o ACK inclui o número do próximo frame esperado. A sequência numérica é limitada
pelo tamanho, k, do campo de bits, isto é, o número de frames vai de 0 até 2k − 1. Os
frames são numerados empregando módulo 2k , em outras palavras, toma–se como sendo a
nova numeração de um quadro a ser enviado o resto da divisão de seu número por 2k . Por
exemplo, Se k = 2, o tamanho da janela deslizante é 3, ou seja, 4 frames sem enviar ACK,
a numeração desses frames irá de 0 a 3 – (0 a 22 − 1). A numeração dos frames segue a:
0
• 22
tem resto 0 então, 0 módulo 22 = 0;
1
• 22
tem resto 1 então, 1 módulo 22 = 1;
2
• 22
tem resto 2 então, 2 módulo 22 = 2;
3
• 22
tem resto 3 então, 3 módulo 22 = 3;
4
• 22
tem resto 0 então, 4 módulo 22 = 0;
5
• 22
tem resto 1 então, 5 módulo 22 = 1.

Figura 2: Controle de fluxo – janela deslizante

na Figura 2, os frames 0, 1 e 2 podem ser enviados sem ACK, então, Tx recebendo o ACK
do frame 0, pode deslocar a janela e enviar os frames 1, 2 e 3. Tx recebendo o ACK do
frame 1 pode enviar os frames 2, 3 e 4.
Outra opção seria o receptor enviar um ACK cumulativo representando vários frames
recebidos. Assim, o transmissor somente enviaria o conjunto de frames quando o buffer no
receptor estivesse livre, ou parte do buffer estivesse livre.
Quanto maior for o tempo de ida e volta (ACK) (round-trip time) dos dados, maior é
o benefício da aplicação da técnica de janela deslizante. Po exemplo, em transmissão de
dados via satélite, há uma economia bastante significativa de tempo de transmissão quando
se faz o uso da técnica (sliding window).

2
2 Utilização do canal
Abaixo, estão os tempos considerados para verificar a utilização do canal de comunicações:
• Tempo de propagação (Tprop ), tempo para um bit atravessar o enlace de comunicação
entre Tx e Rx ;

• Tempo de frame (Tf rame ), tempo para transmitir um frame;

• Tempo de processamento (Tproc ), tempo por exemplo, para determinar em um nó a


rota do frame;

• Tempo de acknowledgment (Tack ), tempo para confirmação.


Em geral, Tproc e Tack são desprezíveis se comparados aos tempos relativos a Tprop e Tf rame .
Assim o tempo total aproximado para se enviar os dados é:

Ttotal = (2Tprop + Tf rame ) × n, (1)

em que n é o número de frames.


Note que do tempo total n×Tf rame é gasto apenas transmitindo dados, assim a eficiência
ou a utilização do canal para o Stop & Wait é:
n × Tf rame
U(stop & wait) = , (2)
n × (2 × Tprop + Tf rame )
dividindo por Tf rame (o numerador expressará o número de frames, isto é, n frames) se tem
a = TTfprop
rame
(nesse caso se tem número de frames dentro de Tprop segundos) então a Equação
2 pode ser escrita:
1
U(stop & wait) = . (3)
2a + 1
Caso a janela seja deslizante, transmite-se W frames de uma vez. Se a transmissão
começa em t = 0 o primeiro frame chega a Rx em (t = Tf rame + Tprop ). Incluindo o tempo
para confirmação (quadro de ack) ter-se-ia o tempo de (t = Tf rame + 2Tprop ) segundos para
a chegada dos W − 1 frames restantes . Assim, pode-se considerar duas situações: Todos
os W frames chegando em um tempo maior ou igual a (t = Tf rame + 2Tprop ) segundos ou
todos os W frames chegando em um tempo menor que (t = Tf rame + 2Tprop ) segundos.
Portanto:
1. Se W ≥ (2a + 1): o quadro de ACK alcança Tx antes de Tx ter terminado de enviar
W frames. Portanto, a eficiência é U(janela deslizante) = 1;

2. Se W < (2a + 1): o quadro de ACK alcança Tx após Tx ter enviado W frames. A
eficiência é, então:
W
U(janela deslizante) = . (4)
2a + 1

3
3 Exercícios
1. Um canal de comunicação tem uma taxa de 4Kbps e um atraso de propagação de
20ms. Para que faixa de tamanho de quadro o Stop & Wait apresenta uma eficiência
de no mínimo 50% ?

2. Considere o uso de frames de 1000 bits sobre um canal de satélite de 1Mbps, com
atraso de propagação de 270ms. Qual a utilização do enlace para:

(a) Stop & Wait;


(b) Janela deslizante com W=127, W=255 e W=511.

4
1 Controle de erro
O controle de erro ocorre na camada de enlace de dados. Transmissor e receptor trocam
mensagens (quadros) considerando um protocolo pré-estabelecido. O controle de erro pode
ser do tipo ARQ ou do tipo FEC. No tipo ARQ (Automatic repeat request)  solicitação de
repetição automática  utiliza-se códigos detectores de erro. O receptor descarta o quadro
recebido e solicita retransmissão. No FEC (Forward error correction)  correção de erro
em avanço  o receptor detecta a presença de erros, localiza e corrige esses erros (caso de
enlace de comunicação via satélite).

2 ARQ empregando Stop & Wait


1. Situação sem erros ilustrada na Figura 1:

Figura 1: Transmissão sem erros.

2. Operação com erro  quadro perdido: Nesse caso o quadro é retransmitido pela fonte
após terminar o tempo de espera (time out) pela chegada do quadro de ACK, Figura
2.

Figura 2: Quadro não chega ao receptor.

3. Operação com erro na conrmação: nesse caso o ACK não chega na fonte, conforme
ilustra Figura 3. A fonte retransmite o quadro após ocorrer o timeout, havendo no
receptor duplicação de quadros.

1
Figura 3: Quadro de ACK não chega ao receptor.

4. Solução para o erro na conrmação é realizar a numeração dos quadros, conforme é


apresentado na Figura 4, pois nesse caso o quadro reptido é identicado e descartado.
É empregado um bit para realizar a numeração do quadro, isto é, quando o quadro de
ACK é numerado com 1, signica que se está conrmando o quadro 0 e esperando
o quadro 1.

Figura 4: Quadros numerados.

3 ARQ  Contínuo
1. Operação sem erro: quadros são enviados continuamente sem esperar conrmação,
conforme ilustra Figura 5.

Figura 5: Operação sem erros.

2
2. Operação com erro  Rejeição seletiva: É re-enviado somente o quadro que sofreu
inversões de bits, a Figura 6 representa essa situação.

Figura 6: Operação com erros  Rejeição seletiva.

3. Operação com erro  Go Back N: Evita armazenamento de quadros pois no caso
do método rejeição seletiva deve-se esperar o quadro que esta faltando para enviar
a camada superior, portanto é necessário um gerenciamento de buer. A Figura 7
ilustra o método Go Back N.

Figura 7: Operação com erros  Go Back N.

4 Exercícios
1. Na Figura a seguir 8, quadros são gerados no nó A e enviados ao nó C através do
nó B. Determine a taxa de transmissão entre os nós B e C para que os buers de
B não excedam a sua capacidade de armazenamento ( controle de uxo). Baseie-se
no seguinte:

(a) Taxa de dados entre A e B é de 250Kbps;

(b) O tempo de propagação é de 10 microsegundos por Km para ambos os enlaces;

(c) As linhas entre nós são full duplex ;


(d) Todos os quadros têm comprimento de 2500 bits;

(e) Os ACK's são quadros separados de comprimento desprezível;

(f ) O protocolo entre A e B é de janela deslizante com W = 4;

3
(g) Entre B e C o protocolo é o Stop & Wait.

Figura 8: Transmissão de quadros entre nós.

4
1 Exercícios  Controle de uxo e controle de Erro
1. Quando utilizar o controle de erro do tipo ARQ? E do tipo FEC?
2. No controle de erro empregando o método stop & wait :
(a) Como o transmissor tem certeza que os dados transmitidos chegaram no recep-
tor?
(b) Caso frames sejam perdidos na transmissão, como o transmissor saberá?
(c) Caso a conrmação de dados transmitidos não chegue no transmissor, como
impedir a duplicação de frames no receptor?
3. Na operação de controle de erro empregando janela deslizante porque W deve ser
menor que 2n , onde n é o número de bits de numeração?
4. Na Figura 1, frames são gerados no nó A e enviados ao nó C através do nó B .
Determine a taxa de transmissão necessária entre os nós B e C para que os buers
de B não excedam sua capacidade de armazenamento (controle de uxo). Baseie-se
no seguinte:
(a) A taxa de dados entre A e B é de 250 Kbps;
(b) O tempo de propagação é de 10 µs/Km para ambas as linhas;
(c) As linhas entre os nós são fullduplex ;
(d) Todos os frames de dados têm comprimento de 2500 bits. Os frames de ACK
são frames separados e de comprimento desprezível;
(e) Entre A e B um protocolo de janela deslizante de tamanho W = 4 é empregado;
(f) Entre B e C o stop & wait é empregado.
Dica: Para não haver transbordamento dos buers de B o número médio de frames
entrando e saindo de B deve ser o mesmo em um longo intervalo de tempo.

Figura 1: Transmissão de quadros entre nós.

5. Identique o tipo de controle de erro na Figura 2.

1
Figura 2: Controle de erro.

2
1 Multiplexação
Técnica que permite compartilhar da capacidade de um único meio de transmissão para
duas ou mais transmissões de forma independente e simultânea. A multiplexação é efetuado
por dois dispositivos denominados:

• Multiplexador: combina sinais de entrada em um meio;

• Demultiplexador: Separa os sinais novamente para as suas respectivas saídas.


A multiplexação é empregada para fazer uso eciente de redes de dados de alta velocidade
e taxas de dados altas, permitindo a redução do custo de um meio de transmissão uma
vez que vários usuários compartilham esse meio. O custo da implementação diminui com o
aumento da taxa de dados. São multiplexados dados (informação), voz (redes de telefonia),
imagens, vídeios. Dois grandes métodos de multiplexação:

1. FDM  Multiplexação por divisão na freqüência;

2. TDM  Multiplexação por divisão no tempo;

1.1 Multiplexação por divisão na freqüência  FDM


As seguintes características são próprias da multiplexação por divisão na freqüência:

• Largura de banda do meio excede a largura de banda necessária ao canal;

• Cada sinal utiliza uma portadora em freqüência diferente;

• Portadoras tem freqüências separadas assim os sinais não se sobrepõem (bandas de


guarda), por exemplo, radio broadcast;

• Canal é alocado mesmo se não há dados.

Tabela 1: Hierarquia FDM (AT & T)


Nível de Multiplexação Número de Circuitos de voz Formação Banda de freqüência (KHz)
Canal de Voz 1 04
Grupo 12 12 circuitos de voz 60108
Super grupo 60 5 grupos 312  552
Master grupo 600 10 supergrupos 564  3084

1.2 Multiplexação por divisão no tempo síncrona  TDM


A multiplexação por divisão no tempo é caracterizada por:

 Taxa de dados do meio excede a taxa de dados do sinal digital a ser transmitido;

1
 Múltiplos sinais digitais entrelaçados no tempo;
 Pode ser no nível de bit de blocos;
 Slots de tempo são pré-assinalados a fontes e xados;
 Slots de tempo são alocados mesmo quando não há dados;
 Slots de tempo não têm que ser uniformemente distribuídos entre fontes.

No TDM as fontes de informação compartilham uma seqüência de bits ocupando


slots de tempo diferentes, conforme ilustra a Figura.
Os slots organizados em frames contém um ciclo de alocação de slots de tempo. O
ciclo é repetido durante a transmissão, Figura.
Denomina-se canalização ao conjunto de slots dedicados a uma fonte, de um frame
para o outro, é também chamado de canal ou tributário.

2 Controle de Enlace TDM


para controlar um enlace TDM não é necessário preâmbulo e pós-âmbulo ( headers
and tailers )
2.1 Controle de uxo
No TDM:

 Taxa de dados da linha multiplexada é xa


 Se um canal do receptor não pode receber dados, os outros podem fazê-lo
 A fonte correspondente pode ser interrompido, deixa slots vazios mas a taxa
será mantida

2.2 Controle de erro


Os erros são detectados e tratados por canais individuais do sistema.

2.3 Framing
• Nenhum ag ou caracteres de sincronismo bracketing frames TDM;

• Deve prover um mecanismo de sincronismo;

• Adicionado dígito de frame:

2
 Um bit de controle é adicionado a cada frame TDM;
 Padrão de bit identicável usado no controle do canal, por exemplo, alternando
01010101 improvável em um canal de dados;
 Pode comparar padrões de bits chegando em cada canal com o padrão de sin-
cronismo.

2.4 Pulso de enchimento


Ao sincronizar fontes de dados com clocks diferentes cujas taxa de dados não estão relaci-
onadas emprega-se o Pulse Stung
, nesse caso:

• Taxa de dados de saída (excluding framing bits) mais alta do que a soma da taxa de
dados de entrada;

• Enchimento extra dummy bits ou pulsos em cada sinal chegando até casar com o
clock local;

• Stued pulses inseridos em posições xas no frame e removidos no demultiplexador.

3 HIERARQUIA TDM - Sistemas de portadoras di-


gitais - USA/Canadá/Japão
• Baseado no formato DS-1;

• Um quadro (frame) DS-1 é formado por 24 canais de 8 bits, isto é, 192 bits por
quadro mais um bit de framing, totalizando 193 bits;

• Para voz cada canal contém uma palavra de dados digitalizados (PCM, 8000 samples
por segundo);

• Taxa de dados 8000x193 = 1.544Mbps;

• Mesmo formato para dado digital

 23 canais de dados
 240 canal é para sincronismo
 DS-1 pode misturar voz e sinais de dados
 Pode-se multiplexar canais DS-1

3
4 Hierarquia do ITU-T  Europa
• Frame E1 32 canais PCM:

 32 × 8 × 8000
 Taxa total 2,048 Mbps
• Hierarquia:

 32 canais, 2,048 Mbps


 128 canais, 8,848 Mbps
 512 canais, 34,304 Mbps
 2048 canais, 139,264 Mbps
 8.192 canais, 565,148 Mbps

4
1 Roteamento
Um dos aspectos complexos e cruciais das redes de comutação de pacotes é a seleção da
melhor rota para enviar um pacote ao seu destino  roteamento. Conforme ilustra a Figura
1, um algoritmo de roteamento necessita de um critério de desempenho para selecionar a
melhor rota, o qual pode se basear em:

• Número de saltos ( hops - nós intermediários);

• Mínimo custo do enlace (algoritmos  least  cost routing ): tempo de atraso na la,
taxa de dados.

 Menor número de Saltos: nós 1-3-6;

 Menor custo: nós 1-4-5-6.

Figura 1: Exemplo de critério de roteamento.

As seguintes características são requeridas para um algoritmo de roteamento:

• Simplicidade;

• Robustez × estabilidade: diz respeito a capacidade da rede de entregar o pacote na


presença de falhas e congestionamento, sem provocar instabilidade, isto é, congesti-
onar em outro local, deixando o inicial sub-utilizado;

1
• Imparcialidade × desempenho ótimo: o critério de desempenho não deve inibir que
estações distantes se comuniquem ao visar o aumento da taxa de envio de dados;

• Eciência: o overhead do pacote e do processamento não deve prejudicar o desem-


penho.

1.1 Instante e lugar da decisão


O instante da descisão é tomado de acordo com o tipo de quadro sendo transmitido, se
datagrama ou circuito virtual:

• Se datagrama a decisão é tomada por pacote;

• Se circuito virtual a decisão é tomada no estabelecimento da conexão.

O local da decisão determina que nós são responsáveis por realizar o roteamento, podendo
ser:

• Distribuído: Cada nó é responsável por selecionar um enlace para a saída dos pacotes;

• Centralizado: um nó especíco realiza o roteamento;

• Estação Fonte: a rota é decidida na estação que gerou a mensagem.

1.2 Fonte de informação da rede e frequência de atualização


• Fonte de Informação : geralmente o cálculo do roteamento necessita de informações
da rede,como topologia, tráfego, custo do enlace.

• Frequência de Atualização : função da fonte de informação e da estratégia de


roteamento:

 Mudança de Topologia (estratégia xa);

 Contínua (informação local);

 Periódica (estratégia adaptativa).

2 Estratégias de roteamento
Podem ser classicadas com:

1. Fixa;

2. Flooding (Enchente);

3. Random ( Aleatória);

4. Adaptativa.

2
2.1 Roteamento xo
Um rota única é estabelecida para cada par fonte-destino. Utiliza um dos algoritmos de
mínimo custo para determinar a rota. Como o roteamento é xo, o cálculo é baseado
apenas em critérios estatísticos (capacidade do canal, distância, etc). A rota permanece
a mesma, a não ser devido a mudanças na topologia da rede. Não há diferença entre
datagrama e circuito virtual.

2.2 Flooding
Não requer informação da rede. Em cada nó, o pacote que chega é transmitido para todos
os nós vizinhos exceto para o vizinho que enviou o pacote originalmente, Figura 2 ilustra a
referida estratégia de roteamento. Várias cópias de um mesmo pacote poderão chegar ao
destino  o pacote deve possuir um identicador para descartar duplicatas. Deve, também,
possuir mecanismo para evitar retransmissões innitas  contador com o número máximo
de enlaces existentes na rede.

Figura 2: Representação da estratégia de roteamento denominada ooding.

2.2.1 Propriedades de ooding


• Todo as as rotas são experimentadas;

• Muito robusto;

• Pelo menos um pacote chegará pela rota de custo mínimo;

3
• Pode ser usado para estabelecer o circuito virtual;

• Pode ser usado para implementar comunicação broadcast  Difusão

• Todos os nós são visitados;

• Útil para distribuir informação;

• Tem como desvantagem a carga de tráfego alta.

2.3 Roteamento aleatório


Possui a simplicidade e robustez do ooding, mas com menor tráfego:

• Cada nó seleciona apenas um enlace de saída para a retransmissão do pacote;

• A seleção do enlace  i pode ser aleatória, baseada em probabilidade conforme equa-


ção 1, onde  Ri  representa a taxa de dados do nó  i,  P r{nó i}  é denida como
a probabilidade de selecionar o nó  i e  Rj  é a taxa de transmissão de dados do
j-ésimo enlace.
Ri
P r{nó i} = P (1)
j Rj

• Também não necessita de informações da rede;

• A rota não é de custo mínimo nem de menor tamanho.

2.4 Roteamento adaptativo


Utilizado pela maioria das redes de comutação de pacotes. O resultado do roteamento
muda de acordo com as condições da rede, como, falha e/ou congestionamento, necessita
portanto, de informações do estado da rede.

2.4.1 Roteamento Adaptativo - vantagens


• Pode aumentar o desempenho da rede;

• Ajuda no controle de congestionamento.

2.4.2 Roteamento Adaptativo - desvantagens


• Processo de decisão mais complexo;

• Compromisso entre a qualidade da informação e o overhead gerado para obtê-la;

• Reação pode ser muito rápida  oscilações;

• Reação muito lenta  processo irrelevante (muito custo de overhead para nada).

4
3 Algoritmos de custo mínimo
3.1 Algoritmo de Djkstra
1
1. Inicialização do algoritmo de Edsger Djkstra :

(a) T = s, conjunto de nós incorporados consiste apenas no nó fonte;

(b) L(n) = w(i, j) para n 6= s

em que, n é o n-ésimo nó na rede e s é o nó fonte; T = conjunto de nós já incorporados


pelo algoritmo; w(i, j) = custo direto entre os nós i e j ; L(n) = custo até o momento
do nó s para o nó n.

2. Incorporação de novo nó: Ache um nó, ainda não incorporado a T, que possua custo
mínimo do nó s e o incorpore em T.

(a) Ache x∈
/T tal que L(x) = min[L(j)]

3. Atualize os valores de custo:

(a) L(n) = min[L(n), L(x) + w(x, n)] para todo n∈


/ T.

Tabela 1: Algoritmo de custo mínimo  Dijkstra aplicado à Figura 1


Iteração T L(2) Path L(3) Path L(4) Path L(5) Path L(6) Path
1 {1} 2 1-2 5 1-3 1 1-4 ∞  ∞ 
2 {1,4} 2 1-2 4 1-4-3 1 1-4 2 1-4-5 ∞ 
3 {1,2,4} 2 1-2 4 1-4-3 1 1-4 2 1-4-5 ∞ 
4 {1,2,4,5} 2 1-2 3 1-4-5-3 1 1-4 2 1-4-5 4 1-4-5-6
5 {1,2,3,4,5} 2 1-2 3 1-4-5-3 1 1-4 2 1-4-5 4 1-4-5-6
6 {1,2,3,4,5,6} 2 1-2 3 1-4-5-3 1 1-4 2 1-4-5 4 1-4-5-6

3.2 Algoritmo de Bellman  Ford


Ache o caminho mínimo a partir de um certo nó fonte, sujeito à restrição que o caminho
contenha no máximo um enlace; em seguida, ache o o caminho de menor custo com a
restrição de no máximo 2 enlaces; e assim sucessivamente.

1. Inicialização:

(a) L0 (n) = ∞ , para todo n 6= s


(b) Lh (s) = 0, para todo h
1 Pronúncia: ed-Star dEX-trah.

5
2. Atualização:

(a) Para cada valor sucessivo de h≥0: e para cada n 6= s, compute:

Lh+1 (n) = min{j}[Lh (j) + w(j, n)].

Onde: h = máximo número de enlaces em um estágio do algoritmo; s = nó fonte;


w(i, j) = custo direto entre os nós i e j ; Lh (n) = custo mínimo do caminho entre
o nó s e o nó n, sujeito à restrição de no máximo K links.

Tabela 2: Algoritmo de custo mínimo  Bellman Ford aplicado à Figura 1


h L(2) Path L(3) Path L(4) Path L(5) Path L(6) Path
0 ∞  ∞  ∞  ∞  ∞ 
1 2 1-2 5 1-3 1 1-4 ∞  ∞ 
2 2 1-2 4 1-4-3 1 1-4 2 1-4-5 10 1-3-6
3 2 1-2 3 1-4-5-3 1 1-4 2 1-4-5 4 1-4-5-6
4 2 1-2 3 1-4-5-3 1 1-4 2 1-4-5 4 1-4-5-6

6
4 Exercícios
1. Determine a rota de menor custo para a rede ilustrada na Figura 3. Empregue os
algoritmos de Dijkstra e BellmannFord.

Figura 3: Representação de uma rede de comunicação de dados.

Tabela 3: Resolução- exercício empregando o algoritmo de Dijkstra


Iteração T L(A) Path L(C) Path L(D) Path L(E) Path L(F) Path
1 {A} 2 AB 5 AC 1 AD ∞  ∞ 
2 {AD} 2 AB 4 ADC 1 AD 2 ADE ∞ 
3 {ADE} 2 AB 3 ADEC 1 AD 2 ADE 4 ADEF
4 {ADEBC} 2 AB 3 ADEC 1 AD 2 ADE 4 ADEF
5 {ADEBCF} 2 AB 3 ADEC 1 AD 2 ADE 4 ADEF

Tabela 4: Algoritmo de custo mínimo  Bellman Ford


h L(B) Path L(C) Path L(D) Path L(E) Path L(F) Path
0 ∞  ∞  ∞  ∞  ∞ 
1 1 AB ∞  1 AD ∞  ∞ 
2 1 AB 3 ADC 1 AD 2 ADE ∞ 
3 1 AB 3 ADC 1 AD 2 ADE 4 ADEF

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