Economia Brasileira I
U A crise de 1929 e a queima de café no Brasil
Por (Arthur, Gustavo, Jacqueline, Kezia, Patrı́cia e Thays; )
A quebra da bolsa de valores em Nova York,
causou efeitos significativos em uma esfera
global. O Brasil especificamente ficou mar-
cado com a queima de estoque de café, dito
isso o estudo em questão analisará os moti-
vos pelos quais o governo utilizou a queima
de café como forma de escape.
Neste perı́odo especificamente o mundo todo
estava sendo afetado, a primeira guerra mun-
dial havia terminado em 1918 e a Europa
estava passando por problemas financeiros,
o que fez com que os Estados Unidos se
tornasse a maior economia do mundo, além
de também ser um grande exportador, princi-
palmente de produtos agropecuários, indus-
triais, logo o dólar virou uma moeda de re-
ferência no cenário mundial. Dito isto, se al-
guma crise acontecesse nos Estados Unidos
seria algo que influenciaria o mundo inteiro,
o que de fato foi o que aconteceu, com a
superprodução, liberalismo, concentração de
renda, recuperação da economia da Europa
e especulação na Bolsa de Valores. Como o
Brasil nesse perı́odo era um paı́s que estava
diretamente relacionado à produção cafeeira
e aos capitais derivados dela, é possı́vel per-
ceber que economicamente ele foi afetado de
alguma forma, logo esse estudo vai analisar
que forma seria essa e mostrar seu compor-
tamento econômico durante esse perı́odo
É importante falar desse tema pois muitas
pessoas sabem que ocorreu a queima do café
em 1931, mas desconhecem dos fatos e mo-
tivos de todo o acontecimento do mesmo,
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como citado acima. Sendo um assunto muito
interessante a ser tratado, uma vez que é
muito limitado. O objetivo desse texto é com-
preender todo esse processo de forma sim-
ples e de fácil entendimento a todos.
Em 1929, alguns dos principais fatores que
desencadearam a grande crise econômica
que afetou os Estados Unidos foram a
superprodução industrial e agrı́cola, a
especulação financeira e os empréstimos
sem garantia.
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York
em outubro de 1929 refletiu imediatamente
em quase todos os paı́ses. Seus efeitos se
espalharam de duas formas: prejuı́zos no sis-
tema financeiro internacional e a redução do
comércio global, tanto pela escalada do prote-
cionismo quanto pela redução de compras do
mercado norte-americano, que era o maior do
mundo. Assim, o mundo encara um momento
de crise sistêmica.
Com a queda da Bolsa de Valores, iniciou-
se um longo perı́odo de dificuldades nome-
ado Grande Depressão. A década de 1930
se inicia em grande conturbação devido a de-
pressão econômica e a crise sistêmica pela
qual passa o capitalismo.
No Brasil o principal produto exportado em
1929 era o Café. No inı́cio da depressão,
o café representava cerca de 70% das
exportações brasileiras, e os EUA era o maior
consumidor, comprando cerca de 80% da
produção. Deste modo, a receita em moeda
estrangeira que o Brasil fazia era basicamente
através do café.
A economia brasileira já apresentava sinto-
mas de problemas quando a crise surgiu. O
elevado preço do café, que provocou entre
1920 e 1925 nova e acentuada expansão do
plantio, fez com que, a partir de 1927, a
oferta ultrapassasse a demanda, iniciando-se
a acumulação de estoques. Para restabelecer
o equilı́brio entre a oferta e a demanda e sus-
tentar os preços, o Instituto do Café de São
Paulo recorreu à compra dos excedentes. E
a safra relativamente pequena de 1928-1929,
conjugada com a expansão da procura mun-
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dial, ajudou a estabilizar os preços.
Por meio de empréstimos obtidos no exterior,
como medida para proteger o café, o governo
comprava os excedentes da produção de café
para vender em tempos com melhor cenário.
Entretanto, com a crise, a prática de buscar
financiamento externo cessou.
Após quase dois anos da quebra da Bolsa de
Nova York, que destruiu a economia mundial
logo na segunda década do século 20, o setor
cafeeiro no Brasil continuava sofrendo graves
consequências
A fim de se buscar uma solução para a parte
dos estoques atuais e futuros que não se-
riam absorvidos pelo mercado internacional,
em julho de 1931 o novo governo optou por
uma intervenção ainda mais radical do que
os governos anteriores. decidiu comprar o
café com a receita derivada do imposto de
exportação, e do confisco cambial, para, ao
contrário da República Velha, destruir fisica-
mente uma parcela do produto equivalente a
18 milhões de sacas de café. Essa ação tinha
como objetivo reduzir a oferta e sustentar os
preços e seria repetida em 1938 e 1944, di-
ante de novas baixas dos preços. Em treze
anos, 78,2 milhões de sacas foram elimina-
das, ou seja, uma quantidade equivalente ao
consumo mundial de três anos.
Neste mesmo perı́odo o governo foi forçado a
decretar uma moratória da dı́vida externa e a
moeda da época, o mil-réis, foi desvalorizada,
tornando a importação de artigos estrangei-
ros proibida.
Além de comprar para destruir os exceden-
tes o governo proibiu novas plantações em
um prazo de 3 anos e promoveu o incentivo
à produção de novos produtos como algodão,
açúcar, borracha, cacau e mate, visando a
diversificação da produção e adotou o proteci-
onismo o que possibilitou abrir caminho para
o término da recessão no Brasil.
Neste artigo, descrevemos de forma breve,
as causas e os efeitos das queimas de café
no Brasil. Os efeitos da crise de 1929
e a decisão da queima do café foram de-
vastadores para o paı́s, porém, possibilitou
que os governantes enxergassem a necessi-
dade de diversificar a economia e não depen-
der, quase exclusivamente, da exportação do
café. Além disso foi possı́vel diminuir a de-
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pendência em relação ao mercado externo,
então a produção agrı́cola passou ser voltada
também, em grande parte, para o mercado in-
terno. Houve também grande incentivo ao de-
senvolvimento da indústria de base. Tais me-
didas possibilitaram o crescimento econômico
do paı́s na segunda metade do século XX.
Ademais, apesar de um novo foco comercial
e com novos ganhos, o paı́s ainda sofria para
se reerguer no mercado. Fazendeiros e to-
dos os envolvidos no sistema da cafeicultura
precisaram se renovar, procurar novos empre-
gos, novos investimentos e enfrentaram difi-
culdades para a inserção neste novo meio so-
cioeconômico. Contudo, as consequências fo-
ram agravantes durante anos, e por meios de
intervenções governamentais a situação bra-
sileira foi se resolvendo e dessa maneira o
mercado interno cresceu não somente favore-
cendo os produtores mas também contribuiu
para gerar empregos e devolver a população
melhorias em suas condições de vida.
Referências
FAUSTO, Boris. História do Brasil.
Colaboração de Sérgio Fausto. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2013,
p. 285-286.
BELEDELI, Marcelo. Crise acaba com era de
ouro do café no Brasil, 24/10/2019.
Disponı́vel em:
https://www.jornaldocomercio.com/conteudo/economia/
2019/10/709138-crise-acaba-com-era-de-
ouro-do-cafe-no-brasil.html
PUBEL, Mayra. Conselho Nacional do Café.
Disponı́vel em:
https://www.infoescola.com/historia/conselho-
nacional-do-cafe/